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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL
O presente trabalho teve como objetivo pesquisar a prática da alfabetização e do letramento nos anos iniciais da
educação infantil. Distinguir qual a diferença entre alfabetização e letramento e como tornar esse período mais
atraente e interativo. Pretende-se investigar como o professor pode oferecer um espaço alfabetizador em sua
sala de aula, apresentando conteúdos no qual a criança sinta-se estimulada a aprender esses processos de
forma prazerosa e lúdica. Conclui-se a importância de um espaço lúdico na sala de aula da educação infantil
para realização de suas atividades, desta forma, o sujeito entrará no Ensino Fundamental preparado para
assumir os novos desafios da próxima série com mais segurança.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo evidenciar de que forma a Alfabetização e o Letramento devem ser
trabalhados na Educação Infantil. Nossos questionamentos giram em torno da necessidade ou não de
alfabetizar as crianças na educação infantil e como inserir o letramento nas atividades que são adequadas a
essa faixa etária.

Essa antecipação do 1º ano do Ensino Fundamental tem nos preocupado: como alfabetizar crianças com menos
de 7 anos de idade sem que percam um período importante de suas vidas que envolvem a ludicidade?
Entendemos que no espaço da educação infantil, as atividades lúdicas são fundamentais para o processo de
aprendizagem e a partir da brincadeira a criança é capaz de realizar atividades essenciais para o seu
desenvolvimento.

Assim, para consecução desta pesquisa refletimos sobre as funções dadas à educação infantil e objetivos de
alfabetização e letramento, mostrando como podemos oferecer um espaço de acesso para leitura e escrita
antes do Ensino Fundamental forma prazerosa.

O QUE É ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO?

Alfabetização e letramento não tem o mesmo significado, trata-se de dois processos diferentes que ocorrem de
forma indissociável e interdependente. Alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever; quando faz uso
social da leitura e da escrita torna-se letrado.

Um indivíduo pode ser alfabetizado e não ser letrado, saber ler e escrever, porém não cultivar nem exercer
práticas de leitura e de escrita, não ler livros, jornais, revistas, ou se incapaz de interpretar um texto lido, tendo
dificuldades para escrever uma carta ou mesmo um telegrama, este sujeito é considerado alfabetizado e não
letrado.

O ato de “letrar” implica utilizar a leitura e a escrita de modo diferente da simples ação de ler e escrever como
ocorre na codificação e decodificação, pois representa o uso da leitura e da escrita em distintos contextos
sociais, fazendo uso de diversos portadores de textos:
Por mais que as atividades de alfabetização e letramento se diferem tanto em relação às operações cognitivas
quanto em relação às ações sistemáticas de ensino e aprendizagem, devem desenvolver-se de forma integrada.

Caso sejam desenvolvidas de forma dissociada, a criança certamente terá uma visão parcial e
consequentemente distorcida do mundo da escrita. Alfabetização e letramento são uma aditiva e não uma
alternativa, reconhecendo-se, assim, que ambos os processos devem ter presença na educação infantil: O
letramento será a base, já que leitura e escrita são essenciais meios de comunicação e interação, enquanto a
alfabetização deve ser vista pelo sujeito como instrumento para envolver-se nas práticas e usos da língua
escrita.

Assim, a história lida pode desencadear em várias atividades de escrita, como também provocar certa
curiosidade que leve à criança em busca de informações em outras fontes, as frases ou palavras da história
podem vir a ser objeto de atividades de alfabetização.

O essencial é que crianças estejam imersas em um contexto letrado e que sejam aproveitadas de maneira
planejadas e sistemáticas oportunizando-as para continuidade aos processos de alfabetização e letramento.

É preciso reconhecer que o acesso inicial a língua escrita não se reduz ao processo de aprender a ler e
escrever no sentido de grafar e decodificar palavras, o letramento possui um caráter abrangente como nos
mostra uma matéria na Revista Amai Educando (8/2009:9).

Esse fato demonstra a importância do papel social da escola em inserir, desde bem cedo, as crianças no
universo das práticas letradas, para que se apropriem da leitura e da escrita a partir da participação em práticas
sociais de leitura e escrita.

Percebemos assim, a importância do “letramento” para o processo de alfabetização, de se alfabetizar numa


perspectiva de letramento, ou seja, de se alfabetizar letrando.

O QUE É EDUCAÇÃO INFANTIL?

O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil deve ser visto como uma proposta que seja flexível e
não obrigatória. Sua primeira versão foi analisada por mais de 500 especialistas em âmbito nacional. O
documento demostra as conquistas políticas documentais (Constituição, LDB) e denota a incorporação, pelo
MEC, da “Educação Infantil no sistema educacional regular”.

A educação infantil é ministrada normalmente no período compreendido entre o zero e os cinco anos de idade.
Neste período as crianças são estimuladas através de atividades lúdicas e jogos a exercitar as suas
capacidades motoras e cognitivas, iniciando o processo de alfabetização.

Tal definição de educação infantil é resultado de um longo processo histórico sobre o próprio conceito de
infância e desenvolvimento infantil. Inicialmente, a incorporação das teorias sobre o desenvolvimento infantil
assumiu um caráter higienista, que ensinava práticas sanitárias, principalmente quando inseriam as crianças de
baixa renda.
Com o decorrer do tempo e a contribuição de estudos sobre o desenvolvimento humano, muitas coisas se
modificaram. O período da infância hoje já não se define apenas por sua condição biológica, mas como uma
fase do desenvolvimento humano que envolve aspectos ideológicos e culturais.

As crianças, desde pequenas devem ser estimuladas no desenvolvimento de sua autoestima, autonomia e
cidadania, pois como seres sociais, tornam-se pertencentes a uma classe social que apresenta uma linguagem
decorrente das relações ali estabelecidas. Como diz LIMA (2009, p.27):

“Ao adulto cabe o importante desafio de tornar efetivas as possibilidades de desenvolvimento da espécie,
principalmente proporcionando à criança pequena um contexto de desenvolvimento que priorize as formas de
atividades que ela precisa realizar para aprender, que facilite os processos interativos entre as crianças e as
outras pessoas, que torne acessíveis todos os bens culturais, que permita a experimentação e a exploração
próprias da idade. Enfim, que traga uma qualidade de ação e interação com a criança de forma que ela possa
tirar o máximo proveito das mediações para seu desenvolvimento”.

A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO NO AMBIENTE ESCOLAR

Mesmo singelas atividades presentes de modo significativo na educação infantil, consideradas de cunho lúdico
como a repetição de parlendas, a brincadeira com frases e versos, trava-línguas, cantigas de roda,
memorização de poemas, são considerados importantes passos em direção à alfabetização.

Curiosamente atividades bastante comuns na educação infantil como os rabiscos, desenhos, jogos e
brincadeiras de faz-de-conta não são consideradas atividades de alfabetização, quando na verdade
representam a fase inicial da aprendizagem da língua escrita, constituindo segundo Vygotsky (1984), a pré-
história da linguagem escrita, ocasião em que a criança atribui aos rabiscos, desenhos ou objetos a função de
signos.

Neles o indivíduo está descobrindo sistemas de representação precursores e facilitadores da compreensão do


sistema de representação do que é a língua escrita.

Essa fase considerada a pré-história da escrita, explica por que a criança pequena supõe estar escrevendo
quando está desenhando, fazendo rabiscos ou produzindo garatujas.

Este evento representa sua tentativa de imitar a escrita cursiva dos adultos, o que já representa um avanço em
seu processo de alfabetização, um reconhecimento arbitrário da escrita. É o primeiro nível, entre os níveis por
que passam as crianças em seu processo de conceitualização do sistema alfabético, identificados tão
claramente por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (2001), descritos nos chamados níveis icônicos:

1. ESCRITA PRÉ-SILÁBICA – Utiliza letras para escrever e realiza escritas diversas; há a preocupação com quantidade
mínima de letras e variação de caracteres; acredita que coisas grandes são escritas com muitas letras e coisas
pequenas com poucas letras; a leitura é global.

1. ESCRITA SILÁBICA – A criança pressupõe que a escrita representa a fala. É a fase que se inicia o processo de
fonetização. Cada sílaba é representada por uma letra com ou sem conotação sonora.

1. ESCRITA SILÁBICO- ALFABÉTICA – A criança apresenta uma escrita algumas vezes com sílabas completas e outras
incompletas.
2. ESCRITA ALFABÉTICA – Este é o último estágio da evolução da escrita, a criança já escreve alfabeticamente não
necessariamente ortograficamente, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
Como comprovam inúmeras pesquisas e observações em instituições de educação infantil, os sujeitos de 4 e 5
anos com raras exceções evoluem rapidamente em direção ao nível alfabético se são orientadas e incentivadas
através de propostas apropriadas e de natureza lúdica. (VYGOTSKY 1984).

Aprender por meio da brincadeira é uma premissa da Educação Infantil. De acordo com o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (1998, p.27).

“Na brincadeira, os sinais, os gestos, os objetos, os espaços valem e significam outra coisa daquilo que
aparenta ser, através do brincar, a criança tem em suas mãos a possibilidade de lidar estabelecer relações com
os outros e com ela mesma”.

A brincadeira constitui como importante fonte de desenvolvimento e aprendizagem, possibilitando a criança


adquirir conhecimentos e habilidades no âmbito da linguagem, da cognição, dos valores e da sociabilidade.
“Através do brinquedo o sujeito aprende a agir numa esfera cognitivista, sendo livre para determinar suas
próprias ações”.

A brincadeira estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem, do


pensamento, da concentração e da atenção. (VYGOTSKY apud KISHIMOTO, 1997, p.51)

Pensando na relação entre o lúdico e a alfabetização, Zorzi (2003) enfatiza correlação entre consciência
fonológica e progresso na aprendizagem da leitura e da escrita.

Logo, jogos voltados para o desenvolvimento da consciência fonológicos uma vez realizados sistematicamente
na Educação Infantil, criam condições propicias e inclusive necessárias para a apropriação do sistema
alfabético de forma lúdica e prazerosa para a criança.

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Os professores da Educação Infantil devem valorizar os movimentos, os gestos e a expressividade facial porque
constituem um sistema de comunicação e estabelecem as bases para o desenvolvimento da linguagem, porque
é através do movimento que ela explora seu corpo, que ela entra em interação com outras crianças e assim seu
o ambiente a qual está inserida. Segundo LIMA (2002:80):

“O movimento está presente na relação como os objetos: dirigir-se ou distanciar- se deles, alcançá-los,
manipula-los, transformá-los. Ele está presente nas relações com as outras crianças, nas brincadeiras e nos
conflitos, nas relações com os adultos, conhecidos e estranhos.”

Por isso, o currículo deve ter muita música, movimento, dança e atividades lúdicas ativas e brincadeiras. A
maioria das crianças também se beneficiará do aprendizado de alguns sinais (dos sistemas de linguagem de
sinais), mesmo que tenham audição normal, pois esses sinais enriquecem suas habilidades de comunicação,
autoconfiança e linguagem falada.

Ferreira (2004) contribui salientando que o brincar é uma ação social não separada do mundo real. Embora
envolva situações imaginárias, como costumamos chamar de faz de conta. Professores voltados à educação
infantil devem nutrir a escuta e a fala das crianças, porque são instrumentos importantes de dar sentido ao
mundo.

A capacidade de expressão oral ajuda os Indivíduos a se tornarem parte de uma comunidade e de uma cultura,
enquanto as palavras e estruturas da linguagem falada são blocos básicos de construção da capacidade de ler
e escrever. Segundo Freire (2002, p.83), somente o diálogo, que resulta um pensar crítico, é capaz, também, de
gerá-lo.

Sem ele não há comunicação e sem esta não há educação. É fundamental que o desenhar esteja no centro do
currículo dos primeiros anos, devemos dar às crianças todas as oportunidades para utilizarem essa forma de
comunicação.

O seu interesse por uma ampla gama de sinais, símbolos, logos e figuras deve ser estimulados de todas as
maneiras possíveis. Geralmente, as salas de aula já possuem inúmeros materiais necessários para a realização
de atividades lúdicas, previamente planejadas com intuito de desenvolver as habilidades necessárias. Podemos
criar vários cantinhos interessantes em sala de aula para estimular a descoberta, a leitura e a futura escrita.

Por um lado, esta proposta leva o sujeito, a se identificar com a materialidade do texto escrito: conhecer o objeto
dos livros ou revistas, descobrir que as marcas na página, sequências de letras, escondem significados que
textos são para ler da esquerda para direita e cima para baixo, que os livros têm autor, ilustrador, editor, capa
etc.

Por outro, a leitura de histórias é uma atividade que enriquece o vocabulário da criança e proporcionando o
desenvolvimento de habilidades de compreensão de textos escritos, de interferência, de avaliação e de
estabelecimentos de relações entre fatos. Tais habilidades serão transferidas posteriormente para a leitura
independente, quando o indivíduo se torna apto a realizá-la.

Soares (2009), afirma que na educação infantil deve estar presente tanto atividades de introdução da criança ao
sistema alfabético e suas convenções alfabetização, quanto às práticas de uso social da leitura e da escrita –
letramento.

Enfim, são várias propostas que podem ser aproveitadas para que as crianças percebam a função da escrita
para fins diversos e a utilizem em práticas de interação social.

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