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Uma Antropologia no Plural: Três experiências Contemporâneas

Mariza Peirano

Lucas Wegner Medronha

Fichamento:

Neste artigo Mariza Peirano se propõe a discutir a relação entre perspectivas teóricas e o
meio histórico e sociocultural onde elas se desenvolvem, tocando a questão da
universalidade das ciências e, assim, acabando por por sugerir a estruturação do saber
antropológico como um “objeto” de estudo da antropologia. Partindo da idéia de que o
pensamento antropológico é parte da configuração sociocultural da qual ele emerge e que
os contextos socioculturais ideologicamente predominantes no mundo moderno são os
estados-nações a autora faz um uso comparado de Norbert Elias e Louis Dumont para
desenvolver essa perspectiva.
As obras desses autores não são utilizadas tão somente como instrumentos diretos de
análise de fenômenos sociais, mas sim como fenômenos sociais das posições nacionais de
onde se sustentam (as culturas alemã e francesa). Peirano desenvolve a ideia de que
contextos nacionais e “ideologias de nation-building” deixam marcas nas diferentes
correntes da análise antropológica, sejam elas centrais ou periféricas, porém essa
perspectiva de que a antropologia assume política e eticamente diferentes tonalidades não
tira a sua característica universalista: se o conhecimento é o mesmo e os resultados
semelhantes, apesar do contexto nacional onde são desenvolvidas certas teses, como no
caso de Elias e Dumont, isso não exclui a universalidade do saber.
Em seu texto, as marcas culturais da tradição antropológica são comparadas com dois
casos periféricos: Brasil e Índia, onde autores como Florestan Fernandes e J.P.S. Uberoi
combinam projetos universalistas e questões nacionais e direcionam suas produções dentro
de uma perspectiva que opta por manter a comunidade acadêmica como membros de uma
determinada sociedade, fazendo com que todos - nós e eles - sejam de alguma forma
nativos, informantes.
Por fim, Peirano deixa claro que a perspectiva dos recortes nacionais é um interessante
foco de reflexão antropológica, para os que pensam que uma antropologia só pode ser
universalista, apesar dos problemas que essa posição epistemológica pode trazer, a autora
traz ao centro do debate a sua proposta de uma antropologia no plural, ou seja, produzir um
universalismo modificado e consequentemente mais genuíno, onde a nossa própria
existência social seja passível de ser observada.

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