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PROJUDI - Processo: 0010423-58.2018.8.16.0069 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Pedro Eduardo Cortez Gameiro


08/10/2018: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CIANORTE – ESTADO DO

PARANÁ.

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RODRIGO JOSE BRUMATTO, brasileiro, casado,

pedreiro, portador do RG nº 9625848-8 e CPF/MF sob n° 050.661.419-01,

residente e domiciliado na Rua João Rocha Filho, nº 403, em Japurá – Paraná, por

seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional na Avenida Guiomar

Gaspar Batista, nº 170, em Japurá-PR, local indicado para receber as intimações de

estilo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º,

incisos V e X da Constituição Federal e demais disposições legais aplicáveis à

espécie, propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS DECORRENTE DE FALHA NA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS POR INEFICIÊNCIA DE CALL CENTER COM PEDIDO DE TUTELA

PROVISÓRIA DE URGÊNCIA,

Avenida Guiomar Gaspar Batista, 170, Japurá, Estado do Paraná, CEP: 87225-000
Telefone: (44) 3635-1460 (44) 99929-5571
E-mail: pedrocortezadv@gmail.com
PROJUDI - Processo: 0010423-58.2018.8.16.0069 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Pedro Eduardo Cortez Gameiro
08/10/2018: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

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Em face de: TIM CELULAR S/A, pessoa jurídica de

direito privado, inscrita no CNPJ 04.206.050/00001-80, endereço eletrônico

desconhecido, estabelecida na Av. Giovanni Gronchi, nº 7143, Vila Andrade,

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São Paulo-SP, CEP 05.724.006, pelos fatos e fundamentos adiante expostos:

1. Preliminarmente:
Cumpre ressaltar que a presente demanda não versa

sobre os temas afetos ao (IRDR) INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE

DEMANDAS REPETITIVAS N.º 1.561.113-5, em trâmite perante a Seção Cível

do Egrégio Tribunal de Justiça do Paraná, e sim pela INEFICIÊNCIA DO CALL

CENTER da Requerida, que não promoveu a solução administrativa para os

reclamos do consumidor, ora Requerente.

2. Dos fatos:
O Requerente é titular de uma linha telefônica da

empresa Requerida sob n° (44) 99897-6204, na qual possuía contrato de telefonia

móvel, sem emissão de faturas e sem cobrança de taxa de assinatura.

Ocorre Excelência, que de maneira unilateral a Tim

incluiu a linha do Autor no Plano Controle A Plus sem seu consentimento, o que

levou o Autor ligar por diversas vezes ao call center da Requerida para solicitar o

cancelamento do plano, porém sem êxito.

Neste sentido oportuno trazer aos autos os protocolos

20181086696145 (28/09/2018 às 17:33); 20181086679697 (29/09/2018

às 13:02); 20181086653464 (28/09/2018 às 17:24); 20181085677134

(28/09/2018 às 13:44); 20181085677113 (28/09/2018 às 13:44).

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A ineficácia do Call Center, que inclui na maioria das

vezes o mau atendimento prestado por parte da Requerida, como estratégia para

não dar o devido atendimento aos reclamos dos consumidores, quando se

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trata de cancelamento de serviços e ou produtos, que na maioria das vezes

se quer foram contratados, impõe ao consumidor espera desumana, fora as

promessas não cumpridas, que fazem com que o consumidor se canse e, muitas

vezes, desista da solicitação de cancelamento ou consinta com a absurda prática

abusiva da Requerida.

Igualmente, é sabido que a Requerida realiza atividade

onerosa de telefonia, sob o regime de concessão, uma vez que presta serviços

públicos de caráter essencial, tendo a obrigação legal de reparar o dano que

sua atividade lucrativa causar, independentemente de culpa.

É inegável que, é entendimento atual do Superior

Tribunal de Justiça, do Tribunal de Justiça deste Estado e das Turmas Recursais do

Paraná, que os danos morais devem ser comprovados e se comprovam quando o

usuário de telefonia tenta solucionar seu problema amigavelmente através do seu

Call Center e não obtém êxito, como ocorreu no presente caso.

No presente caso, conforme visto a epígrafe, o

Requerente fez jus a uma conduta parcimoniosa e amigável com a Requerida e

procurou resolver administrativamente seu direito. Porém, a falta de eficiência para

resolução do conflito somada à sensação de ter sido violado financeiramente só

gerou mais perturbação e desgaste emocional.

Diante da tal situação, o Requerente não encontrou

outra forma a não ser ajuizar a presente ação para ter garantidos seus direitos de

consumidor.

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3.Da tutela provisória de urgência
O Requerente deseja que o serviço prestado seja

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alterado para o plano TIM controle light plus no valor de R$ 39,90, necessitando da

alteração com URGÊNCIA. Isto porque o Requerente JÁ HAVIA FEITO O PEDIDO DE

ALTERAÇÃO, CONFIANDO QUE O MESMO SERIA FEITO PELA RÉ, pois não tem

condições econômicas de despender o valor do novo plano sem comprometer a

manutenção de suas necessidades básicas.

Os fatos demonstrados cumprem os requisitos previstos

no art. 300 do Novo Código de Processo Civil, considerando a probabilidade do

direito demonstrado pelos fatos e documentos e o perigo de dano que se

materializa pela onerosidade excessiva do Autor, que vem sendo cobrado de

maneira diversa da ofertada.

Note Excelência que a situação do Requerente atende

perfeitamente todos os requisitos esperados para a concessão da medida

antecipatória, razão pela qual requer a concessão da TUTELA PROVISÓRIA DE

URGÊNCIA para determinar a Requerida que CANCELE O PLANO CONTROLE A PLUS,

bem como reestabeleça o plano pré-pago na linha sob pena de multa diária no

importe de R$ 500,00 (quinhentos reais), de forma a evitar maiores prejuízos.

4. Do direito:
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA - DA INEFICIÊNCIA DO
CALL CENTER

O art. 22 do CDC assim dispõe:

“Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,

concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma

de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços

adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,

contínuos”

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A infração ao referido artigo traz a consequência de

reparar o dano, como preceitua o seu parágrafo único, in verbis:

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“Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das

obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas

compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na

forma prevista neste código”

Demais disso, a questão aqui tratada é inerente à

responsabilidade civil objetiva nos moldes do art. 14 do CDC c/c o § único

do art. 927 do CC, conquanto no presente caso se está lidando com a dignidade

da pessoa humana, pois o bem jurídico que está em jogo se refere à vida privada

da pessoa natural e, por mais humilde que esta seja, é inviolável, intransmissível,

irrenunciável e inalienável, e sua honra, boa fama e respeitabilidade estão sob a

proteção constitucional e infraconstitucional.

Assim, afigura-se, neste caso, a norma prevista no art.

14 da Lei nº 8.078 de 11/09/1990 - Código de Defesa do Consumidor:

O fornecedor de serviços responde,

independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos

consumidores por defeitos relativos à prestação dos

serviços, bem como por informações insuficientes ou

inadequadas sobre sua fruição e riscos (grifo nosso).

A Constituição Federal prevê o dano moral em seu art.

5º, inc. X, que dispõe: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra

e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano

material ou moral decorrente de sua violação”.

Denota-se, no presente caso que, não obstante as

ligações efetuadas pelo Requerente para a Central de Atendimento da Requerida

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(Call Center), a Requerida não prestou o eficaz e devido atendimento aos reclamos

do Requerente para que houvesse o cancelamento do plano não contratado.

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Nesse sentido, as Turmas Recursais do Paraná

consolidaram o entendimento de que o serviço Call Center ineficiente configura

dano moral, senão vejamos:

Enunciado N.º 1.6 - Call center ineficiente – dano

moral: Configura dano moral a obstacularização, pela

precariedade e/ou ineficiência do serviço de call center,

por parte da empresa de telefonia, como estratégia para não

dar o devido atendimento aos reclamos do consumidor. (grifo

nosso).

Inclusive, as Turmas Recursais do Tribunal de Justiça

do Estado do Paraná, em julgamento de casos análogos, recentemente, assim

decidiram:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C REPETIÇÃO

DE INDÉBITO E COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL

? TELEFONIA MÓVEL ? COBRANÇA DE SERVIÇOS

NÃO SOLICITADOS ? FALHA NA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇO. PRÁTICA ABUSIVA. CALL CENTER

INEFICIENTE. APLICAÇÃO DOS ENUNCIADOS 1.6 E 1.8

DA TRU/PR. ART. 14 E ART. 22 DO CDC. DANO MORAL

CONFIGURADO. QUANTUM ARBITRADO EM R$

10.000,00 (DEZ MIL REAIS). APLICAÇÃO DO ENUNCIADO

12.13, ?A?, DA TRU/PR. SENTENÇA PARCIALMENTE

REFORMADA. Recurso conhecido e provido1 (grifo nosso).

EMENTA: RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE

NULIDADE DE COBRANÇA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS E REPETIÇÃO DO INDÉBITO. COBRANÇA DE

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SERVIÇO NÃO CONTRATADO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO

DA CONTRATAÇÃO E DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. FALHA

NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. TENTATIVA DO

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CONSUMIDOR DE SOLUCIONAR O PROBLEMA DA

COBRANÇA INDEVIDA VIA CALL CENTER.

INEFICIÊNCIA DO ATENDIMENTO. AUSÊNCIA DE

SOLUÇÃO ADMINISTRATIVA PARA O

PROBLEMA. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 1.6 DAS

TR’S/PR. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR

ARBITRADO A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR DANO

MORAL QUE ATENDE AS FINALIDADES

COMPENSATÓRIA, PEDAGÓGICA E PUNITIVA.

REPETIÇÃO EM DOBRO DO INDÉBITO DEVIDA.

APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO 42,

PARÁGRAFO ÚNICO, DO CDC. MÁ-FÉ DA EMPRESA

DE TELEFONIA EVIDENCIADA, JÁ QUE EFETUADA

COBRANÇA DE SERVIÇO SEM QUALQUER

RESPALDO CONTRATUAL. PROVA DO PAGAMENTO

DESNECESSÁRIA, JÁ QUE SEQUER A PARTE RÉ

ARGUMENTA ESTAR A PARTE AUTORA INADIMPLENTE.

SENTENÇA MANTIDA. No caso dos autos, em que o

Recorrido manteve contato com a Recorrida, por meio

de seu call center, conforme protocolo de atendimento

informado na inicial e não contestado, sem que lhe

fosse apresentada solução para o problema, é evidente

a falha na prestação do serviço, sendo aplicável o

Enunciado 1.6 das TRS/PR, segundo o qual “configura

dano moral a obstacularização, pela

precariedade e/ou ineficiência do serviço de call

center, por parte da empresa de telefonia, como

estratégia para não dar o devido atendimento aos

reclamos do consumidor”. A ausência de solução

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administrativa para o problema demonstra o descaso e

desrespeito ao consumidor e causa dano moral que

deve ser indenizado. Recurso conhecido e desprovido.2

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(grifo nosso).

CÍVEL. RECURSO INOMINADO. INDENIZATÓRIA.

COBRANÇA POR SERVIÇO NÃO SOLICITADO. AUSÊNCIA DE

SOLUÇÃO ADMINISTRATIVA PARA O PROBLEMA. CALL

CENTER INEFICIENTE. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 1.6

DA TRU/PR. DANO MORAL CONFIGURADO.

QUANTUMINDENIZATÓRIO QUE NÃO SE MOSTRA IRRISÓRIO

NEM EXORBITANTE. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. AUSÊNCIA DE

ENGANO JUSTIFICÁVEL PARA A COBRANÇA INDEVIDA.

ARTIGO 42, PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR. SENTENÇA MANTIDA.3 (grifo nosso).

RECURSO INOMINADO. INDENIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS, REPETIÇÃO DE INDÉBITO E OBRIGAÇÃO

DE FAZER. COBRANÇA INDEVIDA DE SERVIÇO

CANCELADO. RELAÇÃO DE CONSUMO. INVERSÃO DO ÔNUS

DA PROVA. AUSÊNCIA DE

COMPROVAÇÃO DA INEXISTÊNCIA DE CANCELAMENTO DO

PLANO DE INTERNET. CONTATOS COM SERVIÇO DE CALL

CENTER QUE SE MOSTRARAM INEFICIENTES. DIREITO

DA PARTE EM SER DEVIDAMENTE ATENDIDA QUANDO

DA RECLAMAÇÃO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO

SERVIÇO QUE GERA DEVER DE INDENIZAR.

DESGASTE DESNECESSÁRIO GERADO À REQUERIDA.

INTELIGÊNCIA DO ENUNCIADO 1.6 DAS

TURMAS RECURSAIS. VALOR ADEQUADO À

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PRETENSÃO (R$6.000,00) QUE RESPEITA OS PRINCÍPIOS DA

RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE E QUE ATENDE ÀS

FINALIDADES PUNITIVA, PEDAGÓGICA E COMPENSATÓRIA

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DA CONDENAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE ENRIQUECIMENTO

APLICAÇÃO DO ARTIGO 42 DO CDC, EIS QUE EFETIVAMENTE

COMPROVADO O PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO EM

DOBRO. ENUNCIADO 1.8 DAS TURMAS RECURSAIS.

SENTENÇA ESCORREITA. RECURSO CONHECIDO E

DESPROVIDO.4 (grifo nosso).

Por todo o exposto, a Requerida acabou por descumprir

princípios inerentes às relações de consumo, tais como o Princípio da Boa-fé, da

Equidade, da Transparência, da Informação, e, principalmente, o Princípio da

Confiança.

Estes princípios estão previstos no CDC em seu art. 6º,

inciso III, o qual dispõe que são direitos básicos do consumidor:

“a informação adequada e clara sobre os diferentes

produtos e serviços, com especificação correta de

quantidade, características, composição, qualidade, tributos

incidentes e preço, bem como sobre os riscos que

apresentem” (grifo nosso).

Desse modo, não resta dúvida de que o Requerente

confiava no serviço de telefonia prestado pela Requerida, no entanto, a confiança

foi quebrada quando esta não prestou o devido e eficaz

atendimento através de seu Call Center.

Consoante dispõe o art. 10, inciso VII, da Lei nº

7.783/89, o fornecimento do serviço de telecomunicação trata-se de SERVIÇO

PÚBLICO ESSENCIAL, in verbis: “São considerados serviços ou atividades

essenciais: [...] VII – telecomunicações” (grifo nosso).

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Assim, quando o particular é delegado na prestação de

serviços públicos essenciais, já está de antemão ciente dos riscos, benesses e

atribuições que a atividade a ser executada em nome do Estado impõe.

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Esses fatores influenciam e já estão computados no

preço do serviço que será cobrado através da tarifa/taxa.

Outrossim, a Requerida é objetivamente

responsável pelos danos que causou ao Requerente, visto que exerce uma

prestação de serviço oneroso, caracterizada pela relação de consumo, logo, é

esperado e exigido que seus serviços, quando contratados, sejam realizados da

melhor forma possível e que, quando não contratados, sejam cessadas as

cobranças o mais rápido possível através da Central de Atendimento ao

Consumidor.

Importante, ainda, destacar que o Código de Defesa

do Consumidor estabelece no artigo 39, inciso III, que configura prática

abusiva quando o fornecedor de produtos ou serviços “enviar ou entregar ao

consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer

qualquer serviço” (grifo nosso).

Essa prática se agrava quando o consumidor

reclama perante a Central de Atendimento do Consumidor e não há a

devida solução por parte da empresa.

Também o art. 186 do Código Civil prescreve que:

“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou

imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda

que exclusivamente moral, comete ato ilícito”

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E mais: A Resolução nº 632, de 07 de março de 2014

da ANATEL (Regulamento Geral dos Direitos do Consumidor de Serviços

Telefônicos – RGC), estabelece:

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Art. 3º O Consumidor dos serviços abrangidos por este

Regulamento tem direito, sem prejuízo do disposto na

legislação aplicável e nos regulamentos específicos de

cada serviço:

[...]

V - ao prévio conhecimento e à informação adequada

sobre as condições de contratação, prestação, meios de

contato e suporte, formas de pagamento, permanência

mínima, suspensão e alteração das condições de prestação

dos serviços, especialmente os preços cobrados, bem como a

periodicidade e o índice aplicável, em caso de reajuste;

[...]

XI - à reparação pelos danos causados pela violação dos

seus direitos;

[...]

XIII - a não ser obrigado ou induzido a adquirir

serviços, bens ou equipamentos que não sejam de

seu interesse, bem como a não ser compelido a se

submeter a qualquer condição, salvo diante de questão

de ordem técnica, para recebimento do serviço, nos

termos da regulamentação;

[...]

XX – a não ter cobrado qualquer valor alheio à

prestação do serviço de telecomunicações sem

autorização prévia e expressa. (grifo nosso).

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Ademais, conforme o disposto no artigo 374, inciso I,

do Código de Processo Civil de 2015, OS FATOS NOTÓRIOS NÃO

DEPENDEM DE PROVAS.

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É o que aponta THEOTONIO NEGRÃO ao citar os

seguintes precedentes jurisprudenciais:

“Provado o fato, não há necessidade da prova do dano moral

(STJ/RJ - REsp n.º 261.028).

[...]

A prova do dano se satisfaz na espécie, com a demonstração

do fato externo que o originou e pela experiência comum

(STJ/SP - REsp n.º 241.813)”.

Portanto, resta, incontestavelmente, provada a culpa

da Requerida, que deverá responder pela obrigação de indenizar o Requerente.

5. Da obrigação de fazer
Como dito acima, o fato do Autor não ter solicitado a

alteração de plano e a Ré não ter regularizado a situação torna imperiosa a tutela

do Estado para determinar o cancelamento do Plano Controle A Plus, bem como o

reestabelecimento do plano pré-pago para o fim de sanar uma injustiça que vem

sofrendo o Autor.

6. Do dano moral:
É premente registrar que o dano moral sofrido pelo

Requerente é incontestável diante dos constrangimentos sofridos, porque houve

evidente abuso por parte da Requerida ao dificultar a solução do

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problema através da sua Central de Atendimento, pois, consoante o

Enunciado 1.6 das Turmas Recursais do TJPR:

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“Configura dano moral a obstacularização, pela

precariedade e/ou ineficiência do serviço de call

center, por parte da empresa de telefonia, como estratégia

para não dar o devido atendimento aos reclamos do

consumidor” (grifo nosso).

Do mesmo modo, é imprescindível registrar que o

Requerente é pessoa idônea, de moral intocável e reputação conceituada na cidade

onde reside e trabalha, sempre pautando sua vida com seriedade e honestidade.

Assim, o Requerente faz jus à indenização por dano

moral, para que haja uma satisfação moral em virtude dos abalos e tribulações

sofridos e a comprovação dos danos morais está nos fatos acima narrados e nos

documentos em anexo.

Deste modo, verifica-se estreme de dúvidas, tratar-se

de danos extrapatrimoniais, que devem ser indenizados ao Requerente, pois

como ensina o mestre CARLOS ALBERTO BITTAR:

[...] danos em razão da esfera de subjetividade, ou do plano

valorativo da pessoa na sociedade, em que repercute o fato

violador, havendo-se, portanto, como tais aqueles que

atingem os aspectos mais íntimos da personalidade humana

(o da intimidade e da consideração pessoal), ou da própria

valoração da pessoa no meio em que vive e atua (o da

reputação ou da consideração social).

O Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, a respeito

da conceituação do dano moral, assim decidiu:

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“O dano moral pressupõe dor física ou moral, e se

configura sempre que alguém aflige outrem

injustamente, sem com isso causar prejuízo

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patrimonial”.

Frise-se que o atendimento ineficiente prestado pela

Central de Atendimento ao Consumidor se afigura como estratégia para

impossibilitar a solução dos seus reclamos.

Nesse diapasão, tem entendido a doutrina e a

jurisprudência que, em relação à prova do dano moral, ela torna-se

desnecessária, pois o fato em si já demonstra a sua existência.

Com muita precisão, preleciona o professor SÉRGIO CAVALIERI FILHO:

“O dano moral existe in re ipsa; deriva

inquestionavelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo

que, provada aofensa, ipso facto, está demonstrado o dano

moral à guisa de uma presunção natural”.

Ressalte-se que o dano moral pode e deve ser

indenizado e a própria Constituição Federal em seu art. 5º, incisos V e X

prescrevem:

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao

agravo, além da indenização por dano material, moral ou à

imagem.

[...]

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a

imagem das pessoas, assegurado o direito de indenização

pelo dano material ou moral, decorrentede sua violação.

O abuso na conduta da Requerida e os

constrangimentos já anunciados, em especial a má-fé caracterizada e o

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descaso com o consumidor, dão ensejo a uma indenização por danos

morais, uma vez que as manobras praticadas por aquela levaram o

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Requerente a sofrer prejuízos financeiros e abalos em sua honra de pessoa

honesta, que se sentiu completamente frustrado e incapaz frente ao

desprezo da Requerida diante suas reclamações e tentativas amigáveis de

solucionar o problema.

5. Do quantum indenizatório:
Desta forma, a indenização por dano moral deve ser

fixada por esse r. Juízo levando-se em conta o binômio: condição social e

patrimonial do ofendido e a capacidade de pagamento do ofensor, fixando-

se a indenização em parâmetros que efetivamente reponham os sentimentos de

frustração, insegurança, incerteza, humilhação, constrangimento e prejuízos morais

incontestavelmente sofridos pelo Requerente.

A Turma Recursal Reunida do Estado do Paraná,

recentemente, assim determinou: Recurso: 0000621-

55.2017.8.16.0171 Recorrente(s): TIM CELULAR S/A

Recorrido(s): ROBERTA RODRIGUES BRESSANIN DE

SIQUEIRA TELEFONIA MÓVEL. INEFICIENTE. A CALL CENTER

AUTORA ALEGA, EM SÍNTESE, QUE POSSUÍA CONTRATO COM

A EMPRESA RÉ, QUE VERIFICOU VALORES INDEVIDOS

COBRADOS EM SUA FATURA, QUE ENTROU EM CONTATO

COM O DA RÉ A FIM DE TER SEUS PROBLEMAS CALL CENTER

SOLUCIONADOS, PORÉM, NÃO RECEBEU ATENDIMENTO

ADEQUADO E NÃO LOGROU ÊXITO EM SUAS RECLAMAÇÕES,

ALEGA QUE NO DIA 12/01/2017 CONTATOU A RÉ POR MEIO

DO SOB O PROTOCOLO Nº CALL CENTER 2017114579332 E

NO DIA 16/02/2017 SOB O PROTOCOLO 2017453836845, E

QUE OS ATENDENTES NÃO SE PRESTARAM A RESOLVER AS


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FALHAS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DECORRENTES DE

COBRANÇAS NÃO PACTUADAS ENTRE AS PARTES. PLEITEIA

INDENIZAÇÃO À TÍTULO DE DANO MORAL POR INEFICIÊNCIA

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DO CALL CENTER CONCEDIDA MEDIDA LIMINAR AO MOV.

6.1. SOBREVEIO SENTENÇA

PROCEDENTE, QUE CONDENOU A RÉ AO PAGAMENTO

DE R$ 8.000,00 A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR

DANOS MORAIS. INSURGE-SE A RÉ. PUGNA PELA REFORMA

DA SENTENÇA PROFERIDA PELO JUIZ A QUO OU,

SUBSIDIARIAMENTE, PELA MINORAÇÃO DO QUANTUM

INDENIZATÓRIO. DECIDO PRIMEIRAMENTE, CABE

RESSALTAR QUE ESTA LIDE NÃO FAZ PARTE DAS HIPÓTESES

DE SUSPENSÃO DETERMINADAS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DO PARANÁ, ELENCADAS NO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE

DEMANDAS REPETITIVAS Nº. 1561113-5. VERIFICA-SE QUE

O PRESENTE CASO É UMA TÍPICA RELAÇÃO DE CONSUMO E

AS PARTES SE ENQUADRAM NO CONCEITO DE CONSUMIDOR

E FORNECEDOR ESTABELECIDOS NOS ARTIGOS 2º E 3º DO

CDC. ASSIM, É ASSEGURADO AO CONSUMIDOR A

APLICAÇÃO DO INSTITUTO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA

PROVA, PREVISTO NO ART. 6º, VIII, DO CDC... EVIDENTE

DECEPÇÃO DA CONSUMIDORA QUE PACTUA COM RENOMADA

EMPRESA DE TELEFONIA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS,

ESPERANDO QUE SEJA FORNECIDO CONFORME

PROPAGANDAS VEICULADAS NA MÍDIA, E RECEBE

COBRANÇA DE SERVIÇO NÃO REGULARMENTE

PACTUADO, DEPARANDO-SE AINDA, COM A INEFICIÊNCIA E

INOPERÂNCIA DOS ATENDENTES DO

PARA RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS. PRINCÍPIOS DA BOAFÉ

E CALL CENTER CONFIANÇA DESRESPEITADOS PELA

COMPANHIA. O ATENDIMENTO PRESTADO PELO DA RÉ

REVELOUSE INEFICIENTE (ENUNCIADO 1.6 DAS CALL

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CENTER TR’S/PR), UMA VEZ QUE NÃO FOI CAPAZ DE

ATENDER O APELO DA CONSUMIDORA, A QUAL SOLICITOU

ADMINISTRATIVAMENTE POR MEIO DOS PROTOCOLOS

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SUPRACITADOS A SOLUÇÃO

ADMINISTRATIVA DOS PROBLEMAS NA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇO. DANO MORAL CARACTERIZADO... ADEMAIS,

ENCONTRA-SE EM CONSONÂNCIA COM OS

PRECEDENTES DESTA TURMA RECURSALSENTENÇA QUE

DEVE SER MANTIDA NA ÍNTEGRA, PELOS SEUS

PRÓPRIOS FUNDAMENTOS, NOS TERMOS DO ART. 46

DA LJE. DESTA FORMA,

CONSIDERANDO QUE AS RAZÕES RECURSAIS SÃO

CONTRÁRIAS AO ENTENDIMENTO DESTA TURMA

RECURSAL, COM FULCRO NO ART. 932, INCISO IV, ALÍNEA

‘A’, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, NEGO

PROVIMENTO AO RECURSO DE FORMA MONOCRÁTICA.

CONDENO A PARTE RECORRENTE AO PAGAMENTO DE

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, OS QUAIS FIXO EM 20%

SOBRE O VALOR DA

CONDENAÇÃO. CONFORME PREVISÃO DO ART. 4º DA LEI

ESTADUAL 18.413/2014, NÃO HAVERÁ DEVOLUÇÃO DAS

CUSTAS RECURSAIS. (grifo nosso)

Recurso Inominado n° 0001099 52.2016.8.16.0089

Juizado Especial Cível de Ibaiti ANTONIO ALVES VILELA e TIM

CELULAR S.A. Recorrente(s): TIM CELULAR S.A. e ANTONIO

ALVES VILELA Recorrido(s): ANTONIO ALVES VILELA e TIM

CELULAR S.A Relator: Marco Vinícius Schiebel

EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE

RELAÇÃO JURÍDICA C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E

REPETIÇÃO DE INDÉBITO COM PEDIDO

LIMINAR – TELEFONIA MÓVEL – COBRANÇA DE SERVIÇOS


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NÃO SOLICITADOS – FALHA NA PRESTAÇÃO

DE SERVIÇO – PRÁTICA ABUSIVA – CALL CENTER

INEFICIENTE – APLICAÇÃO DOS ENUNCIADOS 1.6 E 1.8 DA

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TRU/PR – ART. 14 E ART. 22 DO CDC – RESTITUIÇÃO DEVIDA

– FORMA DOBRADA –

APLICAÇÃO DO ART. 42, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO

CONSUMERISTA – DANO MORAL CONFIGURADO –

FIXADO EM R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS) – ÍNFIMO

NO QUANTUM ENTENDIMENTO DESTE RELATOR –

MAJORADO PARA R$ 8.000,00 (OITO MIL

REAIS) – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 12.13, “A”, DA

TRU/PR – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Recurso do autor conhecido e provido.

Recurso do réu conhecido e desprovido

...

Curitiba, 07 de Fevereiro de 2017 Marcos Vinícius Schiebel

Juiz Relator g.n. (grifo nosso)

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem


decidindo nesta linha:

Na fixação da indenização por danos morais,

recomendável que o arbitramento seja feito com

moderação, proporcionalidade ao grau de culpa, ao

nível socioeconômico dos autores, e, ainda, ao porte da

empresa recorrida, orientando-se o juiz pelos critérios

sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência, com

razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom

senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de

cada caso (grifo nosso).

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Ausentes os critérios normativos para a fixação do valor

da indenização por danos morais, cabe ao Magistrado arbitrar a indenização,

restando à parte lesada a sugestão de critérios para essa fixação.

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Portanto, o quantum indenizatório, por seu caráter

eminentemente compensatório, deve ser o mais favorável possível à pessoa lesada,

que só teve desgostos e prejuízos de ordem material e moral.

E à míngua de um denominador econômico capaz de

refletir com perfeição o dano moral, orientam-se doutrina e jurisprudência no

sentido de que, na sua fixação, devem ser levados em consideração os fatores

socioeconômicos do lesado e do ofensor, a repercussão da ofensa na esfera

do primeiro, e, ainda, o caráter punitivo que deve representar a

indenização, evitando-se novos casos de desmando como esse.

Levando em consideração a situação econômica do

Requerente em relação à Requerida, requer que referida indenização por danos

morais seja arbitrada no valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais),

levando-se em conta as circunstâncias sofridas pelo Requerente.

Frise-se, ainda, que a Requerida é empresa de porte

grande, tendo abusado de seu poder econômico e prejudicado o Requerente,

agindo com descaso e má fé com a mesma, que é a parte mais frágil no presente

caso, na relação de consumo estabelecida entre as partes.

6. Da teoria do valor do desestímulo:


Também, no tocante à quantificação do dano moral, a

Teoria do Valor do Desestímulo se afigura como a mais adequada e justa, pois

ela reconhece de um lado a vulnerabilidade do Consumidor (art. 4º, I do CDC)

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frente à posição determinante do Fornecedor e, do outro, a boa-fé e o

equilíbrio necessários a esta relação (art. 4º, III do CDC).

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A aplicação desta teoria consiste em estabelecer uma

punição para que o agressor não venha a cometer outra vez aquele mesmo

ato que outrora havia realizado, servindo de exemplo.

Por essa razão, é necessário e fundamental que o

Poder Judiciário continue sendo o guardião e protetor dos direitos dos

cidadãos, sob pena de se permitir a banalização da violação dos direitos dos

consumidores por parte da Requerida.

É público e notório os abusos que a Requerida vem

praticando contra os seus clientes, em total desrespeito às regras do direito

consumerista nacional, a qual sempre busca a isenção de

responsabilidade para legitimar os lucrativos abusos praticados na

cobrança de valores manifestamente indevidos, como é o caso dos autos,

bem como a obstacularização na solução dos reclamos do consumidor

lesado.

Insta destacar que o ganho financeiro da Requerida

com a prática contumaz de abusos, fere o princípio da dignidade da pessoa

humana, mormente nas relações de consumo.

É importante destacar que a Requerida se utiliza de

uma estratégia empresarial que visa o locupletamento ilícito. Tal estratégia

consiste em realizar cobranças indevidas na conta telefônica dos seus

clientes e dificultar ao máximo a solução do problema através de seu Call

Center, inclusive treinando seus atendentes para que consigam “enrolar” o

consumidor.

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Com efeito, se faz necessária a tomada de medidas

mais drásticas, uma vez que os benefícios obtidos com as condutas ilícitas,

normalmente são infinitamente superiores aos valores despendidos com o

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ressarcimento dos clientes que buscam seus direitos junto ao Poder Judiciário.

Assim, requer-se seja considerado por Vossa Excelência

o valor sugerido, levando em consideração os valores arbitrados para casos

semelhantes em nossos tribunais, a fim de desestimular a empresa Ré a

reincidir nas práticas abusivas atrás descritas.

7. Da teoria da perda do tempo útil:


O dano moral deve ser dimensionado em cotejo com a

teoria da perda do tempo útil. É cediço que, nos tempos que correm, na era da

informatização e da multiplicação do conhecimento em velocidades espantosas, o

tempo livre torna-se, cada vez mais, diante da sua escassez, precioso.

Por isso, a perda do tempo livre/útil, ocasiona,

inquestionavelmente, inúmeros efeitos deletérios e, nos dizeres do escritor

inglês PHILIP CHESTERFIELD, “é a mais lamentável de todas as perdas” (grifo

nosso).

Nesse sentido, urge amealhar um contemporâneo

julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo, de relatoria do doutrinador e

desembargador SÉRGIO SHIMURA, a saber:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE

DÉBITO – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS –

PRESTAÇÕES DO FINANCIAMENTO DE VEÍCULO –

PERDA DO TEMPO ÚTIL DO CONSUMIDOR – Autor

que, equivocadamente, pagou em novembro de 2014, a

prestação que se venceria em novembro de 2015. Após

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contato com o banco réu, este orientou o autor a lavrar

um termo de ajuste de parcela paga, o que foi

efetivamente feito – Mesmo seguindo a orientação do

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banco, este deixou de dar baixa em seu sistema,

promovendo a cobrança da parcela que reputou como

inadimplida, além de ameaçar com a negativação e

busca e apreensão do veículo financiado – Danos

morais configurados – Abuso na cobrança e

negligência do banco na correção do sistema gerando a

perda do tempo útil do consumidor – Valor da indenização

fixado em R$ 8.000,00, que se mostra adequado ao caso em

tela – RECURSOS DESPROVIDOS10 (grifo nosso).

No âmbito legislativo, o tempo e o modo como o

consumidor devem ser atendidos são disciplinados pelo Decreto nº 6.523/08 (Lei do

SAC), que regulamenta o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), que

dispõe em seu art. 2º:

“Para os fins deste Decreto, compreendese por SAC o serviço

de atendimento telefônico das prestadoras de serviços

regulados que tenham como finalidade resolver as demandas

dos consumidores sobre informação, dúvida, reclamação,

suspensão ou cancelamento de contratos e de serviços”.

O aludido decreto dispõe, especificamente, sobre: (i)

seu âmbito de aplicação; (ii) acessibilidade do consumidor ao serviço; (iii)

qualidade do atendimento; (iv) acompanhamento das demandas pelo consumidor;

(v) procedimento para resolução das demandas; (vi) pedido de cancelamento do

serviço.

O que a leitura desse diploma nos permite constatar é

que a celeridade no atendimento ao consumidor é uma de suas tônicas, pois

se fosse devidamente observada, certamente o Judiciário não estaria analisando

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ações envolvendo danos morais pelo tempo útil perdido. De modo que a ocorrência

sucessiva e de mau atendimento ao consumidor, gerando a perda de tempo útil,

admite a reparação civil pela perda desse tempo.

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8. Da aplicação do Código de Defesa do
Consumidor:
É premente registrar que o Requerente se enquadra na

figura de consumidor, nos termos do art. 2º do Código de Defesa do Consumidor,

que dispõe: “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final”.

Igualmente, está presente a qualidade da Requerida,

como fornecedora na comercialização de produtos, conforme prevê o art. 3º, do

Código de Defesa do Consumidor, in verbis:

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,

pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os

entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de

produção, montagem, criação, construção, transformação,

importação, exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços.

Portanto, é indiscutível a aplicação do Código de Defesa

do Consumidor, eis que está caracterizada entre as partes uma relação de consumo

para os fins desta ação.

8. Da hipossuficiência e da verossimilhança das


alegações:
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O Requerente se caracteriza como hipossuficiente e

vulnerável nesta relação jurídica contratual em pelo menos duas

circunstâncias, sendo a primeira delas no plano técnico, máxime, quando está

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diante do poder econômico evidente de grande corporação, existindo um desnível

muito acentuado, sobre todos os aspectos, entre o Requerente e a Requerida. A

segunda está intimamente ligada ao fator econômico, quando comparados um ao

outro.

Noutro vértice, destaca-se também que suas alegações

são verossímeis, pois a ineficiência do Call Center da Requerida conduz

inexoravelmente para este caminho. Assim, caracterizada está a verossimilhança

de suas alegações.

Neste diapasão, estão presentes os requisitos que

autorizam e justificam a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA em favor do Requerente.

Diante disso, respeitosamente, requer a inversão do

ônus da prova em favor do Requerente, com esteio no art. 6º, inciso VIII, do

Código de Defesa do Consumidor.

9.Da inversão do ônus da prova


O art. 6º, inciso VIII, do Código de Defesa do

Consumidor estabelece que são direitos básicos do consumidor:

[...]

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive

com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no

processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a

alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as

regras ordinárias de experiências (grifo nosso);

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No mesmo sentido, dispõe o § 1º do art. 373 do Código de

Processo Civil/2015 que:

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[...]

§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de

peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à

excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do

caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato

contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de

modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,

caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se

desincumbir do ônus que lhe foi atribuído (grifo nosso).

A doutrina moderna e as legislações novas têm

compreendido bem a problemática que envolve a produção de provas que devem

ser feitas pelo autor que, por sua vez, não tem acesso a elementos e informações

que são de vital importância para a demonstração dos fatos que sustentem o seu

direito.

Nesse passo de considerações está a inversão do ônus

da prova admitida pelo Código de Defesa do Consumidor em favor do consumidor.

Desse modo, É IMPRESCINDÍVEL QUE A REQUERIDA DEMONSTRE QUE

HOUVE DE SUA PARTE O EMPENHO EM ATENDER À

SOLICITAÇÃO DO REQUERENTE NO SENTIDO DE CANCELAMENTO DO

PLANO NÃO CONTRATADO, BEM COMO DE REESTABELECER O PLANO PRÉ-

PAGO DA LINHA.

Com efeito, existem provas concretas de que o

Requerente solicitou o cancelamento do plano pós-pago perante a Central

de Atendimento da Requerida (Call Center) e não obteve a devida solução

para seu problema, demonstrando a veracidade de suas alegações com a juntada

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dos protocolos de atendimento, os quais comprovam a ineficiência da via

administrativa.

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Dessa feita, o ônus probante incumbe à Requerida, nos

termos do art. 373, inc. II, do Código de Processo Civil de 2015 e consoante o art.

51 da Resolução nº 632, de 07 de março de 2014 da ANATEL, deverá PROVAR A

EFICIÊNCIA DO ATENDIMENTO (RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA DO PROBLEMA) TAL

COMO ASSEVERADO PELO REQUERENTE

O CDC visa não só proteger a parte hipossuficiente e

vulnerável nos contratos, mas também alterar alguns conceitos já ultrapassados e

injustos nos Códigos Civil e de Processo Civil. Dentre estas

inovações o art. 6.º, VIII, sufraga o princípio da inversão do ônus da prova.

É das lições de ARRUDA ALVIM, a propósito, que se

extrai a melhor solução para situações como a aqui versada:

Ocorrendo a hipótese de hipossuficiência do lesado, a análise

da plausibilidade da alegação do consumidor

deve ser feita com menos rigor pelo magistrado, tendose

ademais sempre em vista que basta que esteja

presente qualquer destes dois requisitos para que seja

lícita a inversão.

É visível a dificuldade ou, até mesmo, impossibilidade

técnica e econômica com que se depara o consumidor – hipossuficiente que é –

para desincumbir-se a contento, de seu ônus probatório. Por isso é que se

consagrou normativamente o princípio da inversão do ônus da prova.

Constatando que o consumidor se apresenta numa

posição bastante inferior ao fornecedor, o legislador ordinário, atendendo aos

auspícios constitucionais, criou mecanismos, substanciais e adjetivos, que antes de

se constituírem em privilégios, são aplicação do princípio da isonomia.

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Inspirou-se na linha da chamada efetividade do

processo, calcada nos princípios da celeridade e do acesso à ordem jurídica justa,

suprindo a ineficiência do procedimento ordinário e suas regras de distribuição do

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ônus da prova em seus múltiplos aspectos.

Enfim, a inversão é o instrumento mais eficaz na

garantia de uma tutela jurisdicional efetiva, representando seu deferimento, antes

de qualquer coisa, a conferência de validade aos seus direitos constitucionais

previstos no art. 5º, da Constituição Federal vigente.

As matérias aduzidas pelo Requerente estão pacificadas

nos Tribunais Superiores brasileiros, que reconhecem o desnível volitivo, técnico e

jurídico quando confrontado o consumidor e as grandes corporações, como no caso

em exame, sendo público e notório que a Requerida é empresa economicamente

potente, pois atua em todo território nacional.

As pontuações do Requerente são verossímeis,

corroboradas pela sua hipossuficiência, mostrando-se inarredável o

deferimento da INVERSÃO DO ÔNUS PROBANTE.

Prima facie, requer-se a Vossa Excelência à inversão do

ônus da prova, desincumbindo o Requerente deste mister e transferindo-o à

Requerida, por ser medida albergada pelo direito, pela justiça, pela doutrina e pela

jurisprudência.

10. Do julgamento antecipado da lide:


O julgamento antecipado da lide é uma decisão

conforme o estado do processo e se dá por circunstâncias que autorizam o

proferimento de uma sentença antecipada, como no caso de questão de mérito

somente de direito ou que não haja necessidade de produzir provas em audiência.

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No caso em tela, existe prova inequívoca de ameaça ao

direito do Requerente, e não é apenas um fumus boni juris, mas sim, uma prova-

título do direito ameaçado.

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Por fim, se estiverem presentes as condições que

ensejam o julgamento antecipado da causa, é dever do juiz, e não mera faculdade,

assim proceder.

Conforme o artigo 355 do Código de Processo Civil

de 2015, ipsis verbis:

“O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo

sentença com resolução de mérito, quando: I - não

houver necessidade de produção de outras provas”

(grifo nosso).

Diante do exposto, requer o julgamento antecipado da

lide, por tratar-se de matéria eminentemente de direito.

11. Dos precedentes de casos análogos:


À luz do disposto no inciso VI, do art. 489 do Código de

Processo Civil/2015, o Requerente invoca os precedentes de julgamentos

recentíssimos (07/02/2017), pela Colenda 3ª Turma Recursal do Tribunal de

Justiça do Estado do Paraná STJ, acima mencionados no tópico VI, referentes a

02 (dois) recursos inominados julgados, em duas ações tramitando perante esse

Venerando Juizado Especial Cível, requerendo a sua aplicação na presente ação.

12. Dos requerimentos:


Posto Isto, demonstrados a verossimilhança do pedido

título da demanda, e a fundamentação do direito pleiteado, restando notórios os

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fatos em que se funda o direito alegado, bem como presentes os requisitos do art.

6º, VIII do CDC, vem o Requerente respeitosamente ante a presença de Vossa

Excelência requerer:

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1. Requer manifestar interesse na realização da

audiência de conciliação nos termos do artigo 334 do

NCPC;

2. Seja a Requerida citada nos termos do (art. 246,

inciso I, do CPC/2015), na pessoa do seu representante

legal para, querendo, contestar a presente ação no prazo

legal, sob pena prevista em lei;

3. Seja invertido o ônus da prova, tendo em vista a

verossimilhança das alegações apresentadas e a

hipossuficiência do consumidor, ou seja, os requisitos

manifestos, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, do

Código de Defesa do Consumidor;

4. Seja concedido o pedido de tutela provisória de urgência

com fulcro no art. 300 do CPC para determinar o

cancelamento do Plano Controle A Plus, bem como o

reestabelecimento do plano pré-pago para o fim de sanar

uma injustiça que vem sofrendo o Autor sob pena de

multa diária no importe de R$ 500,00;

5. O julgamento antecipado da lide, por tratar-se de matéria

eminentemente de direito;

6. Que seja julgada totalmente procedente a

presente ação, condenando-se a Requerida a cancelar

o plano Tim Controle A Plus e reestabelecer o plano

pré-pago, bem como a pagamento a título de dano

moral pela ineficiência de seu Call Center da quantia

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correspondente a R$ 13.000,00 (treze mil reais),

corrigidos monetariamente a partir da data do ilícito,

consoante preveem as Súmulas 43 e 54 do Superior

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Tribunal de Justiça;

7. Que seja condenada a Requerida nas custas e

honorários advocatícios, correspondente a 20% (vinte)

por cento sobre o valor atualizado da causa, caso

verificada a parte final do artigo 55 da Lei nº

9.099/95;

8. Protesta-se provar o alegado, por todos os meios de

provas em direito admitidos, oitiva das testemunhas,

juntada de documentos e outros que se fizerem

pertinentes.

13. Do valor da causa


Dá-se a causa o valor de 13.000,00 (treze mil

reais).

Termo em que,

Pede deferimento.

Japurá para Cianorte, datado e assinado eletronicamente.

PEDRO EDUARDO CORTEZ GAMEIRO

OAB/PR 73.853

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