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26/11/2018 Cheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações

jusbrasil.com.br
26 de Novembro de 2018

Cheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações

Conforme o Novo Código de Processo Civil

Ao tratar sobre prazos, logo, deveremos ter a noção de determinado


fato/ato, seja este que tenha nascido, modificado ou mesmo extinto. O
Direito Positivado, ou seja, regado por normas jurídicas escritas,
acompanhou as questões naturais, pois num dado fato, o ser humano
nasce, vive e morre.

É essencial que questões jurídicas devam ser devidamente atendidas aos


prazos do mundo vivenciado para a efetividade de determinada atividade,
inclusive sua importância seguem em consonância com um dos seus
princípios basilares, a segurança jurídica e do ato jurídico perfeito.

Nas leis esparsas, o plano existencial de lapsos temporais, isto é, prazos de


inicio e fim, são em diversas formas. Já adentrando ao tema em questão, os
institutos jurídicos mais comuns são a Lei do Cheque (Lei n. 7.357/85) e o
Código Civil Brasileiro, como instrumentos materiais, assim como o Código
de Processo Civil de 1973 e agora com o Novo Código de Processo Civil,
derivação instrumental para o laboro do cultor da ciência do Direito.

Em sua materialidade, sob a ótica da doutrina, conceitualmente o cheque é


um título de crédito no qual é expedido por um banco para seu correntista
para que efetue o pagamento em valor expresso perante beneficiários ou
terceiros, de forma direta e incondicional.

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Trata-se de um título deCheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
crédito por conter cartularidade (somente será o
credor se provar que se encontra na posse do documento para o exercício
de seu direito), literalidade (abrevia-se como a formalidade do documento,
pois o cheque ao ser emitido pelo banco sacado seguirá as formalidades
daquela instituição financeira quanto a sua forma, conteúdo e extensão) e
autonomia (não há uma necessidade de vinculação da causa da expedição
objeto obrigacional, ao menos que, a origem desta obrigação resulte em
contrariedade a lei, a boa fé e aos bons costumes, por exemplo: origem de
dívida de jogo, crime, etc).

Haverá uma relação material triangular entre o emitente ou sacador (titular


de conta corrente do banco), o Banco ou instituição financeira (é o pagador
no qual terá a obrigação da ordem de pagamento do cheque promovida pelo
emitente no qual a conta é vinculada) e o beneficiário (que receberá a
quantia em dinheiro, seja nominativo ou por conta de terceiro com o
depósito em conta corrente). Outras características marcantes: o cheque é
pago de forma indireta devido à existência de um intermediário e inexiste
condição para sua emissão e desta forma é incondicionada.

Feitas tais considerações iniciais acerca do instituto jurídico do cheque, de


forma objetiva em sua materialidade, passa-se a compreensão dos meios
jurídicos para a cobrança do beneficiário do cheque contra seu emitente.

O artigo 33 da Lei do Cheque (Lei n. 7.357/85) dispõe:

O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da


emissão, no prazo de 30 (trinta) dia, quando emitido no lugar onde
houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro
lugar do País ou no exterior.

Parágrafo único – Quando o cheque é emitido entre lugares com


calendários diferentes, considera-se como emissão o dia correspondente
do calendário do lugar de pagamento.

Primeiramente, é necessário reafirmar que o cheque é um titulo de crédito,


assim, por se tratar desta natureza tem sua presunção de liquidez
(obrigação certa), certeza e exigibilidade (ou exigível, segundo o Novo

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Código de Processo CivilCheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
de 2015). Desta forma, a primeira promoção de
cobrança pela via judicial do cheque será por Ação de Execução.

No Código de Processo Civil de 1973 (ainda em vigor) em seu artigo 585, I,


estabelece como título executivo extrajudicial: “I – a letra de cambio, a
nota promissória, a duplicata, a debenture e o cheque”. A nova sistemática
empregada ao Novo Código de Processo Civil de 2015 que terá vigência no
próximo ano, em meados de março de 2016, em nada inovou neste sentido,
contendo a mesma regra normativa do CPC em seu artigo 784, I.

Retomando o raciocínio desde o inicio no tocante aos prazos, não sendo


distinto que esta Ação de Execução tenha um prazo regularmente
estabelecido em lei, no entanto, não é o Código de Processo Civil que
tratará do referido prazo, mas a Lei do Cheque considerou ser necessário
estabelecer um limite temporal para a promoção da Ação Executiva. O
artigo 59 da Lei do Cheque dispõe:

“Prescreve em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de


apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador”

Importante frisar que, o prazo para apresentação acima transcrito na Lei,


diz respeito ao art. 33 da mesma lei, ou seja, o prazo de 6 (seis) meses
começa a contar a partir do dia da emissão no prazo de trinta dias se
emitido no local do pagamento ou sessenta se fora do lugar de pagamento
no País ou mesmo no exterior. Outro ponto importante, o parágrafo único
do artigo 33 pouco mencionado pela doutrina, diz respeito a
correspondência do calendário conforme o lugar de pagamento, devendo o
credor cuidar-se quanto aos dias úteis.

Ocorre que, o artigo 47 da Lei do Cheque abre um leque de legitimados para


estarem no polo passivo da Ação de Execução. Para melhor compreensão,
segue o texto legal:

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Pode o portador promover a execução do cheque:

I - contra o emitente e seu avalista;

II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em


tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou
por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com
indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e
datada por câmara de compensação.

Para o credor é muito vantajoso promover esta ação, pois caberá o devedor
apresentar Embargos e garantir bens em juízo, ou, não fazendo desta
forma, terá seus bens penhorados pelo Oficial de Justiça de quantos bens
bastem para satisfazer os valores do cheque.

Assim, é importantíssimo saber o prazo para a Ação de Execução, tendo em


vista que este instituto processual ser um meio mais rápido para o
recebimento de valores contidos no cheque e a inobservância do prazo legal
gerará, por conseguinte, sem efeito, cabendo o juiz da causa extinguir o
processo sem resolução de mérito.

Entretanto, ultrapassado o prazo para a Ação de Execução do Cheque não


significa que o credor não receberá a quantia devida, podendo promover
inclusive outros meios previstos em lei, como Ação Cambial, Ação
Monitória e Ação de Cobrança.

A Ação Cambial tem sua previsão legal no artigo 61 da Lei do Cheque, ao


qual o credor pode promover esta ação de enriquecimento contra o
emitente do cheque ou contra os coobrigados. Note-se que a própria
legislação não apresenta um conceito objetivo do que seria locupletamento
injusto. Ao socorrermos do Código Civil de 2002 como orientação, o artigo
884 estabelece:

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Aquele que, sem justaCheque
causa,e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos
valores monetários.

Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa


determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não
mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que
foi exigido.

A título de complementação, podemos adicionar que a Ação Cambial tem


sua ratio essência, o enriquecimento sem causa, indevido.
Doutrinariamente, Orlando Gomes lecionava características deste instituto,
no qual adaptamos ao caso:

1) O enriquecimento de alguém: sem dúvidas, se o devedor não paga a


quantia devida haverá, por consequência uma vantagem de alguém;

2) O empobrecimento de outrem: em contrapartida, não precisa


necessariamente de um empobrecimento, mas o credor de um cheque terá
o seu prejuízo devidamente demonstrado, significando, portanto, a
ausência patrimonial do prejudiciado;

3) Nexo Causal entre o Enriquecimento e o Empobrecimento: trata-se de


um elo de ligação proveniente das partes;

4) Falta de justa causa: significa o aumento patrimonial do devedor e o


empobrecimento do credor, ao passo que, com o nexo causal delineado,
justamente com uma justificativa pujante, logo, caracterizou-se o
enriquecimento sem motivo ou causa promovida pelo devedor em face do
credor.

No tocante ao prazo para a promoção da Ação Cambial por enriquecimento


indevido, nos termos do artigo 61 da Lei do Cheque, prescreve em 2 (dois)
anos, a contar da prescrição da Ação de Execução.

Importante mencionar, tanto na Ação Executiva como Cambial deverá o


credor efetuar o protesto, de modo, a comprovar a recusa do pagamento.

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Ainda, além das opções de promoção da Ação de Execução e Ação Cambial,
pode o credor obter mais oportunidades previstas em lei, a Ação Monitória
e Ação de Cobrança.

A Ação Monitória tem previsão legal no artigo 1.102-A do Código de


Processo Civil de 1973:

“A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova


escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em
dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel”

Para um comparativo, no Novo Código de Processo Civil que terá vigência e


vigor em 2016, dispôs:

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar,
com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de
exigir do devedor capaz:

I - o pagamento de quantia em dinheiro;

II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou


imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

Salienta-se que, em ambos os Códigos acima transcritos estabelecem como


requisito indispensável que o credor deverá compor de prova escrita e sem
eficácia de título executivo, traduzindo, o cheque será também a prova
indispensável, mas exige-se nesta ação o fundamento formal, por exemplo,
um contrato de compra e venda, um contrato de prestação de serviço, ou
seja, desde que não seja o próprio cheque.

O histórico e a origem do cheque são elemento necessários para a


promoção ação.

Interessante acrescentar, o artigo 700 do Novo Código de Processo Civil


exigirá também a capacidade do devedor. Entendemos ser um grande erro
terminológico, pois o correto seria legitimidade passiva, pois advém de uma
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norma instrumental e não material, apesar de sabermos que todo e
qualquer ato deve ser promovido por pessoa (física ou jurídica) capacitada.
A capacidade pode ser distinguida como de direito, por pessoa que detém
direitos e deveres nas relações jurídicas; ou de fato, por autorização do
sujeito para prática dos atos da vida civil.

Outra inovação no Novo CPC, que não necessariamente a prova seja escrita,
podendo ser oralmente documentada, desde que produzida por prova
antecipada (art. 381 e 700, § 1º).

Retomando ao ponto especifico aos prazos prescricionais, tanto o CPC de


1973 (ainda em vigor no ano de 2015) como o NCPC de 2015 (poderia ter
inovado), não estabeleceram um prazo devido, entretanto, isto não quer
dizer que o credor esteja livre para promover a Ação Monitória quando bem
entender.

Mais um equivoco doutrinário ao aplicar o artigo 206 § 3º do Código Civil


ao dispor do prazo de 3 (três) anos. Agora, com a aplicação do artigo 206 §
5º, o prazo prescricional para a Ação Monitória é de 5 (cinco) anos.

Os Tribunais Superiores pacificaram a questão. Vejamos a ementa de


diversos julgados do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de
Justiça, com os devidos destaques:

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Decisão. Vistos. Trata-se de agravo contra a decisão que não admitiu
recurso extraordinário interposto contra acórdão da Terceira Turma
Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, assim
“
do: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA.
CHEQUE. PRAZO PRESCRICIONAL. REGRA DE TRANSIÇÃO.
APLICAÇÃO DO PRAZO ESTABELECIDO NO NOVO CÓDIGO CIVIL.
PRESCRIÇÃO RECONHECIDA. 1. Tratando-se de cobrança de dívidas
líquidas constante de documento particular, e verificado o transcurso
de menos da metade do prazo prescricional previsto no Código Civil de
1916, a prescrição deve observar a regra inserta no artigo 206, § 5º,
inciso I, do Código Civil de 2002, adotando-se, como termo inicial do
prazo prescricional, a data da entrada em vigor da novel legislação. 2.
Constatado que entre a data da entrada em vigor do Código Civil de
2002 e a data do ajuizamento da demanda monitória, houve o
transcurso de prazo superior a cinco anos, resta configurada prescrição
da pretensão deduzida na inicial. (...)

(STF - ARE: 691246 DF, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de


Julgamento: 18/10/2012, Data de Publicação: DJe-219 DIVULG
06/11/2012 PUBLIC 07/11/2012)

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26/11/2018 Cheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 339.423 - MG (2013/0140475-5)
RELATORA: MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI AGRAVANTE:
COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS-CEMIG ADVOGADO:
NORMA SUELI MENDES ROCHA E OUTRO (S) AGRAVADO: WEBER
ADRIANO VIEIRA NOGUEIRA ADVOGADO: EPIFANIO SETTE DE
ABRIL JUNIOR E OUTRO (S) DECISÃO Trata-se de agravo
manifestado de decisão que inadmitiu recurso especial, interposto com
fulcro nas alíneas a e c, do inciso III, do art. 105, da Constituição
Federal, contra acórdão da assim ementado (fl. E-STJ 194): EMENTA:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUES. CÔMPUTO DA
PRESCRIÇÃO. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. SENTENÇA
REFORMADA EM PARTE. I - Em se tratando de ação monitória
amparada em cheques, o cômputo do prazo prescricional, uma vez não
transcorrido mais da metade do prazo elencado no art. 177 do CC/16,
deve ser feito considerando-se: os 30 dias para apresentação do cheque,
quando emitido na mesma praça de pagamento (art. 33, Lei n.º
7.357/85); depois, o prazo de 6 meses para execução (art. 59 Lei n.º
7.357/85); após, o prazo de 2 anos para ação de locupletamento (art.
61, Lei n.º 7.357/85); e, por último, o prazo de 5 anos previsto no art.
206, § 5º do CC/02. II - Na ação monitória instruída com cheques
prescritos, o valor devido deve ser acrescido de correção monetária,
desde a data a emissão do cheque, por ser ordem de pagamento à vista,
e de juros de mora desde a citação, quando constituído em mora o
devedor (art. 219, CPC). Os embargos de declaração opostos na origem
foram rejeitados (fls. E-STJ 211/217). Nas razões do recurso especial, a
agravante alega violação ao art. 535 do CPC, ao argumento de que ao
Tribunal de origem não observou que se trata de ação pessoal. Sustenta
ofensa ao art. 205 do CC, aduzindo que o prazo de prescrição aplicável
é o decenal, pois a hipótese não se enquadra nos parágrafos do art. 206
do CC. Anoto, preliminarmente, que a questão federal foi decidida de
modo suficiente, motivo pelo qual rejeito a alegação de ofensa ao art.
535 do Código de Processo Civil. Assim posta a questão, verifico que o
Tribunal de origem indicou que se trata de dívida líquida decorrente de
instrumento particular, diante de recebimento de faturas de energia
elétrica não repassadas pelo agente arrecadador no período de
17.9.2002 a 20.9.2002. Não há qualquer reparo a fazer na conclusão do
acórdão recorrido, até porque para definir que a razão da dívida é
diversa seria necessário o reexame de provas, o que é vedado pela
Súmula 7/STJ. Observo que o prazo de prescrição era vintenário na
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26/11/2018
sistemática do CódigoCheque
Civile ade
problemática dos prazos e a repercussão das ações
1916 (art. 177, caput). Com a vigência do
novo Código Civil, foi reduzido para cinco anos, conforme dispõe o art.
206, § 5º, inciso I, que tratou da prescrição da cobrança de dívidas
líquidas constantes de instrumento público ou particular, devendo ser
considerada ainda a regra de transição do art. 2.028. Verifico que o
Tribunal de origem adotou posicionamento consentâneo com a
jurisprudência do STJ, para quem prescreve em cinco anos a pretensão
de cobrança de dívida líquida decorrente de instrumento particular,
com início do prazo após a vigência do novo Código Civil. Nesse
sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO MONITÓRIA.
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO.
COBRANÇA DE DÍVIDAS LÍQUIDAS E CERTAS. ART. 177 DO CÓDIGO
CIVIL DE 1916. ART. 206, § 5º, I, DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
SÚMULA 83/STJ. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA POR SEUS
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Não há se
falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil quando o
acórdão recorrido resolve todas as questões pertinentes ao litígio,
tornando-se dispensável que venha a examinar todos os argumentos
expendidos pelas partes. 2. O acórdão do Tribunal de origem está de
acordo com a jurisprudência consolidada neste Sodalício, no sentido de
que o prazo prescricional a que se submete a pretensão de cobrança de
dívidas líquidas e certas, constantes de documento público ou particular
era, ao tempo do Código Civil de 1916 de 20 anos (artigo 177) e, a partir
do Código Civil em vigor, de 05 anos (artigo 206, § 5º, I). 3. Agravo
regimental não provido. (AgRg no AREsp 578.617/RS, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/12/2014,
DJe 10/12/2014) AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE MÚTUO.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. ART. 206, § 5º, DO CÓDIGO CIVIL DE
2002. IMPROVIMENTO. 1.- Aplica-se a prescrição quinquenal, prevista
na regra do art. 206, § 5º, I, do Código Civil de 2002, às ações de
cobrança em que se requer pagamento de dívida líquida constante de
instrumento particular de natureza pessoal. 2.- Aplicação da regra de
transição acerca da prescrição, considerando-se interrompido o prazo
na data do início da vigência do Código Civil de 2002 (11/01/2003) e
passando a fluir, desde então, a prescrição quinquenal do novo estatuto
civil. 3.- Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 420.703/RJ,
Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
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21/11/2013, DJe 09/12/2013) No caso concreto, a dívida é referente ao
período de 17.9.2002 a 20.9.2002, havendo a concessionária de energia
elétrica ajuizado a ação apenas em 29.1.2008 (datas colhidas do
acórdão - fls. 196 e 198), de forma que irremediavelmente prescrito o
direito, computado o quinquênio a partir da vigência do novo Código
Civil, segundo a regra do art. 2.028, havendo expirado o prazo em
11.1.2008. Em face do exposto, nego provimento ao agravo.

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: AREsp 339423 MG 2013/0140475-5,


STJ, Relator: Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI)

A última medida processual cabível (a luz no final do túnel para o credor), é


a Ação de Cobrança. Não se trata de uma medida mais célere que as outras
ações, mas é um caminho para que o credor não fique com um prejuízo
grande diante de determinado fato. Nesta ação, as provas como a origem da
dívida e o histórico são importantíssimos, bem como o prazo prescricional
para a promoção da ação é de 5 (cinco) anos a contar do vencimento da
dívida, conforme o artigo 206, § 5º, inciso I, do Código Civil de 2002.

A Polêmica da contagem dos prazos


prescricionais
Ao término deste presente artigo, indaga-se, afinal: a contagem dos prazos
é cumulativa? Respondemos a indagação afirmativamente, pois ao credor,
enquanto haja diversas opções processuais, deverá ater-se quanto a regra
geral dos prazos prescricionais de Ação de Cobrança, ou seja, 5 (cinco)
anos, a contar do vencimento do cheque.

Por certo, trata-se do princípio da consumação optativa, ou seja, por livre


escolha e dentro dos prazos estabelecidos em lei, determina qual o caminho
processual detenha melhor efetividade para o recebimento do credito
composto no cheque.

Considerações Finais

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Os prazos são traços marcantes que se envolvem no tempo sem deixar
rastros. O Direito Positivo prescreveu acompanhando o Direito Natural, de
modo, a preservar as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.

O cheque, instituto jurídico composto por promoção de circulação de


valores, revela adornos marcantes e são necessários para que o credor
receba tais direitos, receber o que lhes é devido. Se o credor não receber tais
valores em tempo, poderá manifestar-se juridicamente por meio de ações
judiciais, como Ação de Execução (6 meses), Ação Cambial (2 anos), Ação
Monitória (5 anos) e Ação de Cobrança (5 anos), bem como quanto ao prazo
final (5 anos), sendo jamais podendo pensar que tais prazos são
cumulativos. Todas contém um prazo determinado pelas leis esparsas,
devendo credor obediência, sob pena de nunca mais receber o credito
composto no cheque.

Por derradeiro, importa salientar que qualquer ação deverá ser promovida
por um advogado de confiança e que detenha conhecimentos técnicos para
tanto.

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