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• “Ubi Homo, Ibi Societas” – O Homem tem uma natureza eminentemente social.
• “Ubi Societas, Ibi ius” – O Homem vive em sociedade, em convivência com
outros homens, pelo que é o Direito que vai “promover a solidariedade de interesses
e resolver o conflito de interesses”, surgindo como uma ordem normativa.
3. Necessidade económica:
A Autoridade social:
Com o fim de obstar à anarquia e ao caos, existe na vida em sociedade, uma autoridade
social, que recebe o poder diretivo destinada a:
• Estabelecer regras de conduta para todos os membros do grupo;
(Poder normativo)
Concluindo:
Compete à autoridade social conciliar e harmonizar os interesses de cada um,
fixando a esfera de faculdades, responsabilidades, deveres e ónus destes, mediante
a criação de regras ou normas de conduta, ou seja, mediante a criação de uma
ordem normativa.
Por outro lado, a autoridade toma as decisões que foram necessárias em nome de
todos.
E, finalmente, impõe o respeito por aquelas regras e estas decisões.
E como seria a vida dos Homens em sociedade sem uma autoridade social?
• Thomas Hobbes
O Homem é profundamente egoísta, procurando obter vantagem à custa dos outros;
O “status naturalis” é o de que os Homens vivem em guerra contínua, “como lobos de si
próprios” (homo homini lupus);
Pacto de sujeição para colocar termo a este status, sendo este pacto a figura do Estado,
ao qual devemos ceder os nossos direitos;
Submissão à autoridade/vontade absoluta do Estado;
• John Locke
Homem tem aspetos bons e aspetos maus, assim como tendências para a prática do bem
e tendências para a prática do mal. Estas são influenciadas por aspetos como a educação,
temperamento ou as circunstâncias de vida;
O “status naturalis” é o da maioria respeitar as leis da natureza, no entanto há a minoria
(delinquentes) que não o faz;
Não é útil continuar a viver sob um estado de natureza, tornando-se fundamental uma
passagem para o estado de sociedade, através do contrato social e a criação de uma
autoridade social que governará a comunidade;
direito do sufrágio;
Funções
• Função política: Definição e prossecução pelos órgãos do poder político, dos
interesses/objetivos.
• Função legislativa: Prática dos atos legislativos pelos órgãos competentes.
• Função jurisdicional: julgamento de todo o tipo de litígios.
Norma Moral
Dotada de Intersubjetividade, já que respeita à conduta isolada do Homem, e tem uma relevância
interior, focando-se no eu.
Finalidades: Aperfeiçoamento individual, realização do bem.
Essência: Consciência ética, o bem consigo mesmo.
Coercibilidade psíquica (remorso)
Norma Religiosa
Criadas pelo Ser Transcendente
Regula as ações entre os crentes e Deus e entre os crentes.
Não é coercível materialmente: Obrigam apenas os crentes e são dotadas de sanções
espirituais ou intraindividuais.
Num mundo ideal, o Direito Natural deve nortear, servir de bússola, para o Direito
Positivo.
Advoga a existência do Direito Natural, Defende que o Direito Natural não é direito pois:
colocando-o num patamar superior ao Não pode ter origem divina, já que deus não existe.
Doutrina jurídica dominante desde o séc. Não há uma lei eterna e universal, válida e
V a.c. até XVI d.c., defendida por pensadores incitável em todas as épocas e lugares, uma vez
Como Aristóteles e Hugo Grócio; que a experiência mostra que as leis e costumes
No séc. XVII várias correntes de pensamento variam de época para época e lugar para lugar.
contestaram a existência do Direito Natural, A violação das suas regas não acarreta a imposição
do Positivismo Jurídico;
Em Portugal: Artigo 8º/2 do Código Civil advoga a postura “dura lex sed lex”:
“O dever de obediência à lei, não deve ser afastado sob o pretexto do seu conteúdo ser injusto ou
imoral”;
Fins do Direito
1. Justiça
2. Segurança
Exemplos:
• Segurança internacional sem a qual não haverá paz entre os povos;
• Segurança pública interna sem a qual ficam perturbados a ordem e a tranquilidade públicas;
• Segurança individual que as autoridades e a polícia devem garantir para prevenir a prática de crimes
contra a vida, a liberdade ou a propriedade dos povos;
Ideia jusnaturalista que se vêm afirmando desde o século XVIII, tratando-se de uma declaração dos
direitos subjetivos que devem ser reconhecidos em toda a parte, a todo o Homem, por derivarem da
natureza deste.
Cronologia:
1215 Magna Carta
1776 Bill of Rights
1789 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
1948 Declaração Universal dos Direitos do Homem
1950 Convenção Europeia dos Direitos do Homem
1. Sistema
• Coercibilidade
• Âmbito de aplicação
Onde o Direito atua:
a) Ao impor condutas (positivas ou negativas);
b) Ao permitir (autonomia da vontade);
• Equidade
• Princípio da plenitude da ordem jurídica
a) Dos princípios que enformam o sistema jurídico, dada a sua generalidade, podem extrair-se
as soluções para as questões não previstas positivamente.
b) É possível resolver os casos não previstos na lei, através da integração de lacunas.
Ex: Método da Analogia comparação entre o caso omisso e caso previsto;
O código transporte aéreo que foi aplicável a partir do código dos transportes terrestres,
quando se deu a invenção dos transportes aéreos;
O exemplo clássico dado na aula de por castigo proibir uma criança de ir ao cinema,
logicamente está estará igualmente proibida de ir ao circo;
Estrutura:
➢ Previsão É o “desenho abstrato de uma situação futura e incerta, à qual, se e quando, vier a
concretizar-se (quando passar do campo hipotético para o realmente acontecido), há de ser aplicado um
comando determinado uma conduta, um comportamento.
“desenho abstrato da vida social que se pretende regular”
➢ Estatuição Pode ser definida como a consequência jurídica imposta pelo legislador, no caso da
previsão passar de uma mera hipótese para o campo do efetivamente sucedido.
Conduta que há de ser obrigatoriamente prosseguida.
3. Abstração a norma jurídica não se aplica a apenas um caso concreto, mas sim a número
indeterminado de casos subsumíveis à categoria prevista.
4. Outros apontados pela doutrina: Imperatividade; violabilidade;
bilateralidade/alteralidade; coercibilidade;
Violabilidade Dirigindo-se a pessoas livres, pode a norma jurídica ser violada pelos
destinatários, diferentemente das leis científicas que não são violáveis (executam-se). O
destinatário não tem controlo sobre elas.
b) Normas supletivas
Normas aplicadas aos negócios jurídicos que
não tiverem excluído a sua aplicação, não
estiverem definido o regime a aplicar.
“na falta de…/ se não tiver previsto…”
Ex: 772º
Na falta de uma norma a dispor sobre aquele
regime, é regido pela supletiva.
c) Normas interpretativas
Esclarecem o sentido do trecho legal.
.
Relativamente aos destinatários
Portanto, a esta norma especial vem contrapor a liberdade de forma expressa no artigo
219º, sem que alguma das 2 seja inválida. Constitui-se 1 exceção ao contrato de
compra e venda.
• Como podem igualmente, esses meios atuar após a violação da norma, tendo então
por principal fim repor a situação, como existia antes da violação e reprimir o agente
violador, visando também, genericamente, os comportamentos contrários aos
comandos normativos.
Proteção repressiva Sanção coativa
As sanções materiais
a) Sanções compulsórias:
Visam, embora tardiamente, coagir o infrator a adotar a conduta devida, evitando que a
violação se prolongue no tempo, cessando logo que a norma jurídica desrespeitada, seja
observada.
• Sanção pecuniária compulsória 829º-A
Nas obrigações de prestação de facto infungível, ou seja, que apenas deve ser
prestado pelo devedor, sem que possa ser substituído por outrem (exceto nos casos
que exijam especiais qualidades artísticas ou cientificas ao obrigado (pintor)), o
tribunal deve condenar o devedor ao pagamento de uma quantia pecuniária por
cada dia de atraso no pagamento ou p/cada infração adicionalmente cometida.
• Execução específica
Realização da prestação imposta pela norma ofendida.
Ex: Entrega judicial de coisa determinada que o devedor se obrigou a entregar ao
credor;
Atribui-se uma satisfação aos familiares da vítima para compensar a dor sofrida.
d) Sanções punitivas
Aplicam um mal a um infrator como castigo em virtude da violação da norma
• Criminais: Violação de uma norma criminal.
• Civis: Estabelecidas pelo direito civil em relação a condutas indignas
Art. 2034º; 2166º; 798 a 803;
• Disciplinares: Sanção aplicável perante a violação de deveres de categoria
profissional no exercício da sua atividade.
Ex: Despedimento da ordem dos solicitadores;
• Contraordenacionais: Geralmente emanadas pela Administração Pública e punem
certas condutas, lesivas para interesses fundamentais.
Ex: Contraordenações do Código da Estrada;
Sanções jurídicas
a) Inexistência jurídica Ocorre quando nem sequer aparentemente se verifica
qualquer materialidade de certo alto jurídico e neste caso não produz efeitos, não
havendo necessidade de reconhecer a sua invalidade.
b) Invalidade O ato existe materialmente, mas sofre de um vício que conduz a que
não se produza os efeitos jurídicos a que tende á Nulidade ou Anulabilidade.
Nulidade Anulabilidade
Opera ipso iure (conforme direito); Tutela o interesse particular;
Tutela o interesse público; Produz efeitos precariamente, pois podem
Não produz efeitos jurídicos; ser destruídos se for invocada a
anulabilidade;
É arguível por qualquer interessado;
Necessário recorrer a uma ação de
Pode ser oficiosamente declarada por anulabilidade no prazo de 1 ano, por quem
Tribunal; tem legitimidade (lesado);
Vícios: de forma, de objeto, falta de vontade, Casos de Incapacidade do agente
contrariedade à lei; (menoridade; interdição; inabilitação) e vícios
de vontade, dolo, erro, coação moral ou
Ex: Compra e venda de imóvel sem documento
incapacidade acidental;
particular autenticado e escritura pública.