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PROGRAMA DO CURSO BACHAREL EM TEOLOGIA

SITE: www.teologiahoje.jimdo.com E-mail:; faste7777@terra.com.br Tel / Fax 21-


26884554

TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA ( I )
INTRODUÇÃO

Teologia é uma ciência que, como qualquer outra, vem adquirindo progresso
no campo especulativo. Hoje a teologia pode dizer muitas coisas que no passado
era obscuridade. Por exemplo: Atualmente, se tem uma melhor compreensão da
essência divino-humana de Cristo, graças as conclusões chegadas nos concílios de
Nicéia (325 d.C.), Constantinopla (381 d.C.) e Calcedônia (451 d.C.), que foram
organizados com o objetivo de combater as heresias de Ário, Apolinário e Nestório,
que evidenciavam uma filosofia gnóstico-cristã .
Desde os tempos apostólicos, o credo cristão tem sido objeto de especulação
de muitos pensadores. O pensamento teológico, durante os séculos, sempre sofreu
as influências dos conceitos sociais de sua própria época.

TEOLOGIA BÍBLICA

Este campo da teologia procura conhecer a Deus e entender sua vontade


apenas através da simplicidade do conteúdo das páginas sagradas. Francisco de
Assis (1182-1226) e os Anabatistas (Início da pré-reforma), foram exemplos de
portadores da Teologia Bíblica, pois se contentaram no intento da pregação do
Evangelho, expondo a doutrina cristã sem nenhum tipo de especulação,
dependendo apenas do ensino bíblico.

TEOLOGIA ESPECULATIVA

Procura descobrir fundamentos dos textos bíblico usando como método de


pesquisa a crítica textual. Tomas de Aquino e Agostinho foram, na antigüidade,
exemplos de cristãos que usaram desta teologia para expor os seus conceitos
teológicos.

TEOLOGIA PATRÍSTICA

Procura conhecer os conceitos teológicos daqueles que são freqüentemente


chamados, na história da igreja, como “Os pais da igreja” ou “Padres da
antigüidade”.

TEOLOGIA CATÓLICA

Procura expressar a fé dentro de um conceito da soberania da igreja. Tem


como objetivo a ética através das obras com exigências a veneração de mártires e
observância dos sacramentos.
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TEOLOGIA PROTESTANTE

Procura reinterpretar a doutrina cristã dentro da perspectiva da Teologia


Bíblica, enfatizando o sacerdócio individual de cada cristão e a autonomia da igreja.
A Teologia Protestante é acima de tudo uma teologia Cristocêntrica.

TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA

Procura colocar o cristianismo numa evidência secular. Esta teologia é fruto de


correntes teológicas cristãs progressistas que romperam, até ponto, com o pensamento
conservador. Os teólogos que fazem uso desta corrente teológica não usam a Bíblia como
princípio hermenêutico, e sim, o humanismo e as filosofias existencialistas. Esta teologia
nasceu da influência existencialista nos conceitos cristãos no período pós-reforma. No
entanto, somente no princípio do século XX é que esta teologia passou a evidenciar-se. Para
muitos, a Teologia Contemporânea surgiu como uma poderosa arma em defesa da ortodoxia
cristã que se encontrava em descrédito.

ORTODOXIA

Definimos por ortodoxia o credo ou sistema de doutrina aceitos pela maioria dos
cristãos em face a tantas teologias que têm surgido hodiernamente. A fé ortodoxa encontra-
se fundamentada na infabilidade da Bíblia, na origem do pecado, no sacerdócio individual de
todo servo de Deus, na salvação pela fé, no juízo eterno e na segunda vinda de Cristo. A
ortodoxia expressa a fé do Novo Testamento, isto é, crê que na vida, na morte e na
ressurreição de Jesus Cristo, Deus entrou na vida humana de modo decisivo.
Hordern nos diz que “há pessoas que ficam horrorizadas só em pensar na
probabilidade de não estar na exata linha ortodoxa. Para os tais a ortodoxia, quer se trate de
política, de religião ou de boas maneiras, constitui-se na primordial necessidade de
existência.” Uma coisa tem sido constatada - é certo que o movimento ortodoxo é bem pouco
progressista porque não deixa margem para uma investigação livre. De acordo com este fato,
a ortodoxia se traduz por tradição. Disse Mondin se referindo a ortodoxia católica: “recordo
que, quando estudava na Universidade de Harvard, pelos fins dos anos cinqüenta, ouvia
Tillich repetir muitas vezes que na Igreja Católica não podia haver grandes teólogos porque
faltava a liberdade de investigação e de discussão.”

Com a divisão atual do protestantismo, Hordern afirma que hoje se pode falar de
ortodoxias em vez de ortodoxia: “Não é fato que cada uma das múltiplas divisões da
cristandade exibe sua própria ortodoxia ?” Sendo assim, dentro do estudo da teologia
contemporânea, cremos que, por autêntica ortodoxia, o credo que as diversas denominações
abraçam de igual modo.

ORTODOXIA VERSUS O CLÁSSICO MODERNISMO FILOSÓFICO

A ortodoxia sofreu vários golpes provenientes das filosofias do período renascentista no


século XVIII, século do Racionalismo e do Iluminismo. A renascença se definia pela fé
depositada na capacidade humana e pelo interesses pelo mundo material em si. A confiança
humana foi depositada nas conclusões da ciência. A renascença, uma vez crendo na
suficiência da razão, não se apercebia de nenhuma necessidade da presença de Deus nos
empreendimentos humanos. A religião somente haveria de ser um princípio de ética. Mesmo
assim, a religião que quisesse subsistir teria que se apresentar dentro dos princípios de Kant,
ou seja, dentro dos limites da razão e da lógica, através de um positivismo lógico. O homem
dentro do pensamento renascentista tomou lugar proeminente na existência universal. A
ortodoxia cristã nesta fase viveu momentos de grandes expectativas quase sendo levada a
bancarrota. O existencialismo filosófica fazia frente a qualquer princípio metafísico religioso.
O sobrenatural da religião foi jogado à descrédito mediante a importância do materialismo. A
religião se preocupava com a vida no além-túmulo, no reino de Deus, enquanto que a fé
renascentista preocupava-se com a vida na terra. Um melhor futuro na terra era o objetivo da
preocupação dessa época. O homem passou a ter confiança no poder do intelecto humano.
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Os ideais humanos se voltaram para as instituições sociais. As filosofias desta época visavam
viver de um modo total o aspecto humano. A religião pouco podia oferecer a estes ideais, se
preocupando somente com o espírito. Passou a ser considerada como barreira para o
progresso científico. A Bíblia foi a maior vítima do existencialismo.

Alguns dos grandes nomes do Clássico Modernismo Filosófico são:

Descartes (!596-1650)

Filósofo e matemático francês. Reneé Descartes é considerado um pensador de


renome dentro da série dos clássicos da filosofia moderna. Este filósofo identifica duas
faculdades dentro do intelecto humano: a intuição e a dedução - a primeira determina idéias
claras e precisas e a segunda determina verdades ordenadas racionalmente. Em suas
conclusões só considerava verdadeiro tudo aquilo que se definia muito claro e distintamente.
Descartes foi o fundador da “Duvida Generalizada”. Para confiar plenamente no
conhecimento, ele partia das perguntas “Como sei?” e “Como posso estar certo?”
Princípios de sua doutrina:

a) Deus é o único ser que não precisa de outro para existir. Existe por si mesmo.
b) Certas conclusões surgem na mente sem derivar de experiências.
c) Não se pode confiar plenamente no conhecimento.
d) A dúvida é a fonte que nos leva a certeza.
e) A alma do homem é a sua consciência.
f) Da estima procede a veneração.
g) O amor e o ódio são emoções da alma causadas pelo movimento dos espíritos que a
incitam.
h) As vezes a duração do bem provoca o tédio, ao passo que a do mal diminui a tristeza.
i) Existem duas espécies de amor - uma relacionado as coisas boas; a outra relacionado as
coisas belas.
j) Existem duas espécies de ódio - uma relacionado as coisas ruins; a outra relacionado as
coisas feias.

A lógica de Descartes influenciou alguns defensores da religião cristã. Sua doutrina,


denominada Cartesianismo, difundiu-se por toda Europa.

Emmanuel Kant (1724-1804)

Filósofo alemão cuja filosofia reduzia-se às seguintes questões: “Que posso saber ?”,
“Que devo fazer ?”, “Que posso esperar ?”, “Que é o homem ?”. Kant com esses princípios
criou a “Crítica da razão pura”. Esta filosofia bastante os “Teólogos da Esperança”. O deus
de Kant dificilmente coincidiria com a concepção da ortodoxia.
Princípios de sua doutrina:

a) Investiu contra as chamadas “provas da existência de Deus” que a ortodoxia cristã aderiu
de Tomas de Aquino.
b) Baniu a metafísica da esfera teórica.
c) A razão pura não pode certificar-se da real existência de Deus.
d) Revelou-se absolutamente crente na bondade da razão humana e na suficiência do homem
para encontrar soluções para todos os problemas.
e) Embora orientado para o bem, o homem tem de fato uma inclinação para o mal.
f) Religião é moralidade em relação a Deus.
g) A religião deve existir somente dentro dos limites da razão.
h) Para a manutenção da conduta moral são imprescindíveis três postulados: Deus, a
liberdade do homem e a imortalidade.

Hegel (1770-1831)
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Filósofo alemão, nasceu em Sttugart, e em 1788 ingressou no seminário de Tubingem


(Seminário Protestante). Renunciou o pastorado por falta de vocação. Hegel viveu numa
época em que os princípios revolucionários da França repercutia nos ideais juvenis dos
alemães. Entretanto a política o fascinava terminantemente, e com isto, acabou crendo
que o Estado tivesse uma vida. Hegel foi o fundador do “Idealismo Absoluto” que tanto veio a
proliferar hoje. Este idealismo influenciou tanto ateus como muitos pensadores e idealistas
cristãos.
Princípios de sua doutrina

a) O governo do Estado faz parte do governo Universal.


b) O Universal tem como objetivo o mundo político.
c) A comunidade é mais importante que a individualidade.
d) A liberdade humana se submete ao que o próprio homem cria. O homem é escravos de
seus feitos.
e) A leitura de jornais pela manhã se constituem em verdadeiras orações.
f) Necessário seria que a religião se voltasse para a razão.
g) A profundidade do ser encontra-se na existência religiosa.
h) A liberdade deve nascer do interior do homem.

Hegel elogiou a filosofia Kantiana. Acabou por misturar princípios revolucionários


com a razão humana - princípios do existencialismo de Kant. Deste contraste de sistemas
filosóficos derivou o seu Idealismo Absoluto. Hegel sonhava com uma vida racional. Hegel
teve adeptos de renome: Straus, Carl Marx, etc. Sua filosofia também encontrou muitos
oponentes, sendo Kierkegaard talvez o principal entre todos.

Schopenhauer (1781-1860)

Filósofo alemão, complicado, de características pessimistas. A existência em sua


filosofia parece um pesar angustioso. Viveu como ateu por algum tempo, chegando a
influenciar alguns filósofos com seu ateísmo. Somente mais tarde Scopenhauer converteu-se
ao cristianismo.
Princípios de sua doutrina:

a) A essência do ser é a vontade.


b) O mundo não merece viver: é culpa, é sofrer.
c) O homem é culpado, por isto, foi castigado lhe sendo destinado viver.
d) O homem deve ser miserável - e é.
e) A vontade de viver é a força cega na escala zoológica.

Friedrich Nietzche (1844-1900)

Filósofo alemão, nasceu em Rochen, seu pai fora um homem culto e seus avós
protestantes. Nietzche pensou em seguir-lhes os passos, porém, com a morte do pai, mudou-
se para Naumburg e ali cresceu ao lado da mãe, duas tias e a avó. Sua infância foi apreciada
pelo aluno modelo que era. Na escola, desde cedo já era chamado de “pequeno pastor”.
Estudou Teologia e Filosofia na Universidade de Bonn, e, mais tarde influenciado pelo
pensamento de Ristschl, dedicou-se apenas a Filologia. Na Universidade de Basiléia, foi
considerado o “gênio da Filologia”. O ateísmo de Schopenhauer o fascinava, e isto o levou a
romper e a renegar o cristianismo. Com a conversão de Schopenhauer a religião cristã,
Nietzche passou a considerar ambos (Schopenhauer e o cristianismo) parentes, pois ambos
apresentavam decadência. Durante a sua vida, Nietzche fora acometido de fortes dores de
cabaça e estômago, que acabaram por levá-lo a morte em 1900.

Princípios de sua doutrina:

a) O homem é o criador de valores.


b) O homem vê na criação algo de eterno, enquanto na realidade, os valores da criação são
demasiadamente humanos.
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c) O ideal não é mais tratar de se procurar o conhecimento verdadeiro, e sim, de interpretar,


avaliar e julgar a vida.
d) Só o que conhece o bem é virtuoso.
e) O fundamental é penetrar na própria razão das coisas, distinguindo o verdadeiro do
aparente e do erro, que é a única atividade digna do homem.
f) O homem foi destinado a multiplicidade e lhe é permitido se interpretar.
g) São os escravos e os vencidos da vida que inventaram o além, e isto para compensar a
miséria. Forjaram o mito da salvação porque não possuíam o corpo.
h) Criaram a ficção do pecado porque não podiam participar das alegrias terrestres e da
plena satisfação dos instintos da vida.
i) O temor a felicidade, à beleza, ao desejo, é hostilidade para com a vida; é um viver
aniquilado.
j) Bondade, objetividade, humildade, amor ao próximo constituem valores inferiores.
k) O socialismo tem que ser recusado.
l) Deus morrera e o homem haveria de ser o “super-homem” que tomaria o seu lugar.
m) No cristianismo, nem a moral nem a religião se acham em contato com um ponto sequer
da realidade. Só causas imaginárias: Deus, alma, espíritos, pecado, salvação, graça,
perdão dos pecados, castigo eterno, etc.
n) O mundo cristão é algo de ficção que tem o seu fundamento no ódio contra o natural - a
realidade.
o) O sacerdote é um , negador, caluniador e envenenador da vida por ofício.
p) Não há resposta para a pergunta: o que é a verdade ?
q) Nada é tão doentio como a piedade cristã.
r) Pereçam os fracos e fracassados. Nos cumpre ajudá-los a desaparecer.
s) A besta doméstica, a besta do rebento, a enferma besta humana - o cristão.
t) O que é mais nocivo do que qualquer vício ? A piedade da ação com os fracassados e com
os fracos - o cristianismo.
u) Felicidade é o sentimento com que o poder se engrandece e vence a resistência.

Nietzche foi um antidemocrático, considerando a democracia a história da decadência


do Estado. Desprezou os alemães que procuraram introduzir no Estado a loucura política em
vez da cultura. Nietzche, sem dúvida, foi o grande precursor do nazismo de Hitler. Mais,
tarde apresentou sinais de debilidade mental, escrevendo cartas e artigos sob os
pseudônimos de “Dionísio”, “O Crucificado”.

Karl Marx

Filósofo alemão, nasceu em Treves, filho de judeus que abandonaram o judaísmo por
motivos públicos. Casou-se com Jenny Von Westphalen, um casamento que não recebeu
apoio das duas famílias, pois Marx era de origem humilde e Jenny era de família rica. Em seu
período de noivado matriculou-se na Universidade de Berlim, apaixonando-se pela História e
Filosofia - pela liberdade do homem em si. Não demorou muito, voltou-se contra a igreja e a
religião. Sua filosofia ateísta conhecida como “Marxismo”, adquiriu muitos adeptos por toda a
parte. Nos dias de hoje, a própria Teologia Liberal sente repercutir em seu seio as evidências
de Marx. Seu sonho e luta por uma sociedade sem classes tornou sua filosofia um mito. Marx
representa para muitos estadistas ainda hoje o socialismo moderno, perfeito. Os filósofos o
colocam como a esquerda de Hegel.

Princípios de sua doutrina:

a) A luta de classes é o motor da história.


b) Insistia no caráter efetivo e revolucionário do movimento operário.
c) O homem sempre carece de algo que está nas mãos de outrem.
d) A liga-comunista é forte ensaio para uma sociedade sem classes.
e) Religião é o ópio do povo.
f) A religião é uma das barreiras levantadas contra a conquista de melhor vida na terra.
g) A religião nutre esperanças relativas ao céu, impedindo a revolta contra os que oprimem
na presente época.
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ORTODOXIA VERSUS CIÊNCIA

A ortodoxia não entrou em choque somente com a filosofia moderna, mas, a luta
titânica que o pensamento cristão teve que enfrentar abrangeu também o “ateísmo”
proveniente da ciência. A ciência, até certo ponto, foi e tem sido até hoje um grande
adversário da ortodoxia cristã. Apesar de muito se falar hoje que a ciência e a Bíblia andam
juntas, na realidade, quando um cientista expressa crer em Deus, existe uma grande
tendência a misturar um evolucionismo sem nenhum espaço para a redenção, graça e amor
divinos.
Alguns dos principais nomes que influenciaram as concepções científicas atuais.

Nicolau Copérnico (1473-1543)

Padre polonês, cientista. A doutrina científica de Copérnico teve alguma repercussão


no mundo, principalmente nas Universidades de sua época. Este cientista foi o fundador do
“Deísmo”, doutrina que afirmava ser o universo tão vasto que a terra passou a ser
considerada como se fosse apenas um grão de pó perdido pelo espaço. Copérnico entendeu
como ridículo admitir que a terra e o homem representassem alguma coisa de importância
diante de Deus, caso ele exista. O deus da concepção deísta é como um relojoeiro. Deus
teria criado o mundo tal qual o fabricante de relógios o faz, dando-lhes corda e deixando-os
trabalhando sozinhos. Sendo então, Deus comparado a um relojoeiro, não mais seria
necessário intervir no funcionamento do universo. Portanto, segundo Copérnico, o homem
tem que assumir todas as conseqüências da história, pois todas as coisas estão em suas
mãos. A duração do mundo ou o seu fim encontra-se nas mãos humanas. A concepção
bíblica da ação de Deus no mundo como os milagres, revelação, inspiração e autoridade da
Bíblia foram jogadas a descrédito. A religião teria que se originar do próprio homem nunca de
Deus. Os deístas foram desprezados tanto por ateus como por cristãos. O deísmo nunca
alcançou o homem comum, somente intelectuais se interessavam por este tipo de
interpretação da vida. Na realidade, se interessavam em demonstrar a existência de Deus de
modo racional, num empenho maior do que a ortodoxia.

Fausto Socino

O começo do século XVII viu entrar em vigor uma forma estranha de protestantismo
que investia de forma rude contra a ortodoxia. Esse estranho princípio protestante tornou-se
conhecido como “Socianismo”. Seu líder, Fausto Socino, sofreu graves perseguições tanto
por parte da Igreja Católica como pelos protestante. A fé sociniana aceitava a Bíblia, porém,
não sem submetê-la à críticas terríveis. Os socinianos acreditavam haver na bíblia muitos
erros. Tudo que estivesse na Bíblia fora dos princípios da razão e das moral deveria ser
relegado. Negavam a trindade, a divindade de Jesus e a autoridade bíblica. Jesus fora
somente um super-homem. Repudiavam a doutrina do pecado original, achando que o
homem ainda possui a faculdade de escolha entre o bem e o mal. Hereditariedade era algo
que evidenciava contradição. Jesus, na concepção sociniana, não morreu uma morte
expiatória, pois ninguém poderia ser punido com justiça em lugar de outrem. Para que o
homem fosse perdoado por Deus, bastaria se voltar para Deus mesmo, já o perdão fora dado
gratuitamente. Aceitavam os milagres e a ressurreição do homem Jesus como prova da
autoridade concedida por Deus ao elemento humano. De certa forma, a fé sociniana foi
precursora do Liberalismo Teológico. Há quem afirmasse que o protestantismo de Socino
poderia ser tudo, qualquer coisa, menos cristianismo.

Herbert Spencer (1820-1903)

Filósofo inglês. O constante progresso da mente humana veio a constituir-se numa


incrível esperança elevada a altos conceitos racionalistas. Spencer foi o responsável por um
grande movimento de teor puramente voltado para a razão e a lógica. Para este filósofo, o
ser humano tinha se desenvolvido desde a ameba até a época presente, onde vamos
encontrar o atual grau de intelectualidade proveniente de uma invariável lei natural. Ao
homem foi destinado progredir até atingir a perfeição, e isto, no mundo natural. A mente
humana se desenvolveria até atingir o mais elevado êxito nos caminhos científicos. As
respostas aos problemas humanos viriam da razão humana. Dentro deste conceito, o
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sobrenatural da religião foi lançado a descrédito. A religião pouco ou nada poderia oferecer
aos ideais da razão. O pensamento voltado para um mundo além-túmulo só poderia
constituir-se em barreira para a construção de um futuro promissor na terra. Dentro desses
ideais puramente humanos, a concepção de pecado ou queda do homem tornou-se ridícula.
A posição ideológica de Spencer muito influenciou a ciência, e até certo ponto, também
inspirou em muitos teólogos a idéia de um “cristianismo secular”.

Charles Darwin (1809-1882)

A teoria de Darwin, mais conhecida como “darwinismo”, foi uma das teorias que até
hoje sobrevive fortemente dentro das escolas e Universidades encontrando defensores por
todo o mundo, sendo amplamente divulgada como a verdade sobre a origem do homem.
Darwin foi o fundador da teoria da evolução. Em sua obra mais badalada “A Origem das
Espécies”, tentou provar que todas as espécies encontradas na natureza nos dias de hoje,
tanto animal como vegetal, se originaram de três ou quatro protoplasmas há milhões de anos
atrás. Sua concepção da origem do homem é que este, possivelmente, descende da prole de
símios grotescos primitivos. Este cientista com sua teoria da evolução não deixa margem
para um amor inteligente de um Criador. Após a divulgação de sua teoria evolucionista, a
transmutação das espécies foi praticamente aceita pelo mundo inteiro. A teologia tem
procurado jogar em descrédito esta teoria, e com isso, tem pela frente a ciência como
adversário.

ALTA CRÍTICA

A Alta Crítica não vem a ser um partido ou organização antibíblica; constitui-se uma
tentativa de colocar em evidência os manuscritos originais dentro do seu aspecto histórico e
literário. Assim portanto, a Alta Crítica não se torna um adversário do cristianismo, e sim,
num pesquisador que quer apenas saber das minúcias quanto ao texto bíblico. Este estudo
crítico não vem a ser algo que mereça a nossa hostilidade e depreciação, mas, uma justa
avaliação de suas conclusões, que muita das vezes nos fornecem valiosas informações,
determinando épocas e ambientes juntamente com o pensamento a que pertencem. A
Teologia Sistemática deve em muito a Alta Crítica.
Alguns nomes que tiveram lugar na Alta Crítica:

Jean Astruc (1684-1766)

O estudo crítico da Bíblia remonta os anais da história cristã. Atribui-se a Astruc o


ponto de partida da Crítica Bíblica. Segundo este médico ateu francês, Moisés teria feito uso
de vários documentos para copilar Gênesis. Esses traços documentários diferentes não
caracterizam somente o livro de Gênesis, mas, todo Pentateuco, chegando-se logo a
conclusão de um Hexateuco (Isto com a inclusão do livro de Josué ao Pentateuco).

Alexander Gerdes

Padre católico de origem escocesa, que admitiu encontrar nas linhas do Pentateuco
documentos “Eloístas” e “Javistas”, dois estilos diferentes de expressar Deus. No livro de
Gênesis é usada a palavra hebraica Elohim (Palavra que dá idéia de pluralidade) para se
referir a Deus, enquanto que no livro de Êxodo a palavra para o nome de Deus é Javé
(Significando Eu Sou O Que Sou). Gerdes concordou com Astruc, em que Moisés não teria
sido o autor de Gênesis, e sim, teria feito uma complementação de documentos formando
assim seus capítulos.

Welhausen
Este pesquisador em sua documentária, ensina que ter havido quatro documentos
originais: “Eloísta”, “Javista”, “Deuteronomista” e “Sacerdotal”. Welhausen conclui que
alguém depois do cativeiro babilônico copilou o Pentateuco, que foi então publicado pelo
Sacerdote Esdras. Assim sendo, chegou a conclusão que Moisés não teria escrito nada.
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D.F. Straus (1808-1874)

Este teólogo alemão obteve muitos adeptos, influenciando ateus e não ateus da
Bíblia. Em virtude de seu livro “Vida de Jesus”, onde se revelou puramente crítico, foi expulso
da Universidade de Tubingen, onde era professor de teologia. Straus em seus estudos
procurou fazer distinção entre o Jesus histórico e o Jesus divino aceito pela igreja. Em suas
obras não há lugar para o sobrenatural. Jesus foi resumido simplesmente a uma figura
histórica, cuja vida nada se sabe. Este teólogo tentou mostrar Deus despido de sua graça,
rompendo assim o laço entre o céu e a terra. Jesus, para Straus , jamais se identificou como
sendo o Messias, ou afirmou que o mundo estivesse próximo de sua consumação com o
estabelecimento do reino de Deus. Nesta concepção, a Bíblia foi reduzida ao absurdo.

E. Renan

Tal como Straus, Renan também participou do mesmo estudo crítico sobre o filho de
Deus. Escreveu também uma obra intitulada “Vida de Jesus”, onde seguiu os mesmos
princípios de interpretação histórica e “racional” da Pessoa de Jesus. O auge deste criticismo
foi atingido quando alguns dos críticos acharam que os Evangelhos estavam tão destituídos
de fidedignidade, que dever-se- ia chegar a conclusão da inexistência de Jesus. Jesus teria
sido um mito inventado pela igreja primitiva.

OBS: Devemos admitir que estes historiadores não eram cristãos, eram homens sem fé no
sobrenatural. Dentro do estudo histórico tiveram razão, até certo ponto, em condenar tudo
aquilo que é inexplicável para a ciência. Ressurreição, nascimento virginal, milagres,
sacrifício expiatório, etc., somente poderão ser aceitos dentro dos ditames da fé, jamais
dentro dos princípios científicos.

EXISTENCIALISMO FILOSÓFICO LITERÁRIO

Os filósofos que enfatizaram o Existencialismo (A questão do ser) nestes dois últimos


séculos, praticamente romperam de vez com a fé. Seus escritos vão influenciar mais tarde os
“teólogos da morte de Deus” como veremos mais adiante. Todo problema humano passou
então a ser analisado pela psicologia e a sociologia. A idéia de princípios de atuação
demoníaca dentro do coração humano foi jogada a descrédito para dar lugar a concepção de
que o mal é fruto da má formação da educação proveniente do meio ambiente do indivíduo.
Os maiores expoentes destes princípios filosóficos são:

J. P. Sartre

Este filósofo de nossa época, nasceu em Paris, em 1905, estudou filosofia em École
Normale Superieure, foi nomeado Professor de filosofia em Le Havre. Sofreu por um ano como
prisioneiro no cárcere alemão (1940-1941), e quando voltou a lecionar escreveu sua obra
principal: “A Náusea”, onde recomenda a violência revolucionária por parte do povo. É
considerado o maior filósofo francês da atualidade. O grupo formado por Sartre, Heidegger e
Marcuse, forma os eruditos ateus de nossa época.
Princípios de sua doutrina:
 O ser humano é o desejo de ser, e o seu desejo é ser Deus.
 O existente existe sem qualquer motivo.
 A realidade humana causa um sentimento de sufocação que vem a ser náusea e angústia.
 A existência é uma imperfeição, já que os indesejáveis tem o direito de existir.
 Não há segunda-feira nem Domingo; há dias que se empurram uns aos outros em
desordem .
 Não há nada espiritual acima do homem.

Sartre tem influenciado bastante os pensadores da atualidade. Suas obras


existencialistas de características pessimistas tem obtido constantes aplausos nas
Universidades e inspirado o que podemos chamar de “ateísmo acadêmico”.

Martin Heidegger (1889-1976)


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Heidegger é considerado o maior filósofo alemão contemporâneo. Muitos dizem que


sua filosofia é em extremo complexa, estando acima das possibilidades da compreensão.
Heidegger deve muito a Kierkegaard, talvez, o maior gigante do existencialismo.
Princípios de sua doutrina:
 O homem decai e se perde no mundo das coisas.
 Porque existe alguma coisa em vez de absolutamente nada?
 Correr atrás do novo destrói a vida.
 Vida autêntica é reconhecer que somos seres para a morte.
 Vida inautêntica é participar do mundo misturado nas diversões tentando esquecer a
morte e a angústia.
 A angústia revela que o mundo não é nossa residência original.

LIBERALISMO TEOLÓGICO

O liberalismo teológico nasceu de uma mistura de cristianismo com a filosofia secular


materialista dos princípios do existencialismo. Os cristãos deste período passaram por maus
pedaços, com tantas filosofias pagãs fascinando o ideal das nações européias. Nietzche,
Hegel, Schopenhauer eram ídolos dos jovens estudantes de filosofia, enquanto que, por outro
lado, muitos teólogos desta época exigiam uma religião liberal por parte dos cristãos. Alguns
dos principais nomes que misturaram teologia com princípios existencialistas foram:

A. F. Schleiermacher (1738-1834)

Teólogo e filósofo alemão, ensinou que em todas as religiões se tem como objetivo
ligar o homem a Deus, sendo o cristianismo a melhor delas. Sua filosofia influenciou a
América do Norte, onde lhe foi atribuído a origem da Psicologia da Religião.
Princípios de sua doutrina:
 Deus pode ser conhecido intuitivamente.
 Os grandes debates acerca da existência de Deus não leva a nada; nunca passa da
superfície da religião, já que o coração desta é o sentimento. Considerava tais
discussões estéreis.
 O Deus da religião não pode ser conhecido através da especulação e sim, através do
sentimento, pois Ele é uma realidade viva, uma experiência individual.
 A religião é essencialmente ética.
 Pecado é o homem viver para si mesmo.
 O homem ao olhar para dentro de si mesmo, encontra-se com Deus.
 A relação do cristianismo com o judaísmo é a mesma com o paganismo.
 Sugeriu que o VT não fosse incluído entre os documentos canônicos da Igreja.
 A natureza é independente.

Adolfo Von Harnack (1851-1930)

Teólogo protestante alemão. Harnack tentou simplificar o cristianismo tornando-o


sem dogmas. Negava os milagres bíblicos, insistindo que Jesus nunca se apresentou como o
Messias ou mesmo divino. Teria sido a teologia de Paulo e mais tarde o pensamento grego
que deturparam o singular Evangelho de Jesus, transformando-o nos credos posteriores.
Harnack foi considerado um dos maiores historiadores do Cristianismo. Nele, diz Mondin, a
Teologia Liberal viu seu último expoente. Em sua obra prima “A História dos Dogmas”,
procurou mostrar o cristianismo nos moldes crítico-histórico.
Princípios de sua doutrina:
 Aderiu de Schleiermacher a idéia de não incluir o VT no cânon inspirado da Igreja.
 A alma humana tem valor supremo.
 Evidenciou uma religião cristã sem a Cristologia da Teologia Sistemática.
 É preciso que se volte para a religião de Jesus, e não a uma religião que gira em torno de
Jesus.
 Não pode haver outra interpretação séria das Escrituras além da interpretação científica.
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A.Ritschl (1822-1889)

Teólogo alemão, pleiteou a causa de uma religião de caráter prático sem


características teóricas. Por isso, não admitia discussões metafísicas. Seu pensamento
influenciou a América do Norte.
Princípios de sua doutrina:
 Deverão ser eliminados da vida de Cristo os dogmas e os milagres.
 Deus jamais poderia ser conhecido através da intuição como evidenciou Schleiermacher.
 Deus é o postulado básico para a dignidade humana.
 A religião pode aproveitar os resultados da ciência. Alguém pode dedicar-se a ciência e a
religião ao mesmo tempo.
 Todas as conclusões chegadas pelo criticismo bíblico não tornará Jesus menos valioso
para o cristão, pois este o aceita pela fé.
 O valor da religião é a possibilidade que ela concede ao homem de domínio sobre o
mundo.

S.A. Kierkegaard (1813-1855)

Teólogo protestante luterano dinamarquês. Nasceu em Copenhaguem, filho de pais


ricos que insistiam para que se dedicasse ao teatro. Voltado desde a inf6ancia para a
religiosidade, ingressou na Universidade de Copenhaguem no curso teológico. Ali conheceu a
filosofia de Hegel, mas logo, seu entusiasmo por este filósofo se esvaneceu porque o sistema
hegeliano se arrogava o direito de ignorar a existência concreta do indivíduo, o que era a seu
ver, a condição absoluta da filosofia. O individualismo nos princípios existencialistas era a
preocupação de Kierkegaard. Afastou-se da Igreja Luterana por achá-la por demais voltada
para a política, sem religiosidade interior satisfatória. Após romper sua ligação com a Igreja,
Kierkegaard passou a viver solitariamente, incomunicável, achando que deveria viver em
reflexões. Este teólogo demonstrou ter sérios problemas psicológicos, principalmente
demonstrados em seus escritos sob o pseudônimos de “Victor, o Eremita”, “João do
Sil6encio”. Para muitos cristãos, da filosofia de Kierkegaard bem pouco se perde. Com certas
definições em suas obras, os teólogos contemporâneos neo-ortodoxos estão endividados até
o pescoço.
Princípios de sua doutrina:
 O homem é uma síntese de finito e infinito; de temporal e eterno; de liberdade e da
necessidade.
 A eternidade e a finitude de Deus são ao mesmo tempo reais e absolutamente
incompreensíveis.
 Deve-se pregar um Deus totalmente outro.
 SALTO – O salto pertence a categoria da decisão. Assim o salto pode ser para o pecado (O
mundo) como também pode ser para Deus. Sendo que a fé não é produto do pensamento
racional, senão uma decisão em face da possibilidade – A fé é um salto.

 FÉ – Kierkegaard rompeu com a tradição de que a fé é o assentimento de certas


doutrinas. Fé na concepção deste gigante da teologia, é a paixão mais elevada da alma.
Fé é simplesmente a resposta obediente a Palavra de Deus.
 ABSURDO – Este conceito introduzido na teologia por este teólogo, visa mostrar que o
“Absurdo” só existe para o homem e o existente. “Absurdo” é a realidade da encarnação
de Deus em Cristo, que tem vindo, nascido e crescido de forma indistinguível dos outros
indivíduos. Barth e Tillich afirmam que a encarnação pode ser inconcebível, porém, não
é mito, e sim, um paradoxo. Ainda dentro deste conceito de “Absurdo” temos uma grande
contribuição de Kierkegaard em várias interpretações bíblicas. A seu ver, Abraão saltou
do ético para o religioso no sacrifício de Isaac; saltou para a fé, aceitando o “absurdo” da
exigência divina.

OBS: O ASSUNTO DA PRÓXIMA REMESSA CONTINUARÁ SOBRE TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA


DEVIDO SER UM ASSUNTO VASTO.
11

QUESTIONÁRIO

RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES E NOS ENVIE AS RESPECTIVAS RESPOSTAS:

1) Defina Teologia Contemporânea.


R: Teologia Contemporânea é a teologia dos tempos atuais. Surgiu no início do século XX,
com o pastor Karl Barth, na busca de reaver a natureza e sentido da Bíblia como padrão
de fé e prática da igreja. É o estudo de Deus no contexto atual e a evolução dos dogmas e
dos pensamentos formados a respeito das doutrinas bíblicas no contexto que estamos
inseridos.

2) Como Podemos Definir a Ortodoxia Cristã?


R: Definimos por ortodoxia o credo ou sistema de doutrina aceitos pela maioria dos
cristãos em face a tantas teologias que têm surgido hodiernamente.
3) Como Deveria Ser a Religião Dentro do Clássico Modernismo Filosófico?
R:
4) Como Hegel Via o Estado (Governo Humano) em Sua Filosofia?
5) Como Você Defenderia os Princípios da Fé Cristã Com Relação ao Pensamento
de F. Nietzche?
6) Dê Sua Opinião Com Relação a Sociedade Sem Classes de Karl Marx?
7) Comente Sobre a Ortodoxia Versus Ciência.
8) Comente Sobre a Alta Crítica.
12

9) Defina o Existencialismo Filosófico Literário.


10) Como Podemos Entender o Liberalismo Teológico?
11) Dê a Sua Opinião Com Relação ao Pensamento de J.P. Sartre.
12) Dê a Sua Opinião Com Relação Aos Princípios Doutrinários de A. F.
Shleiermacher.
13) Dê a Sua Opinião Com Relação Aos Princípios Doutrinários de Kierkegaard.

FASTE
C. Postal 74007
CEP 23801-970 – Itaguaí - RJ

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