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Fuzís Mauser no Brasil e as Espingardas da Fábrica de
Itajubá (Rev. 2)
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UM POUCO DA HISTÓRIA
Nas primeiras décadas do século XX, o Brasil não possuía nenhum arsenal ou fábrica de armas, fosse
ela privada ou não, capaz da produção em larga escala de equipamentos militares para suprir a
demanda do Governo Brasileiro. O armamento aqui empregado, tanto nas Forças Armadas como nas
Polícias Militares estaduais era um misto de contratos e importações oriundo, basicamente, da França
e da Alemanha. Já naquela época o mais bem equipado e armado estado da então República dos
Estados Unidos do Brasil era São Paulo, cuja milícia denominada de Força Pública, pelo número de
homens e quantidade de equipamentos, podia ser comparada a um pequeno exército.
O Governo Brasileiro já havia efetuado vários contratos de importação de armamentos leves, mas o
mais importante deles foi a dotação do fuzil Mauser modelo 1893, no ano de 1894, em calibre 7mm X
57mm, para substituir o seu antecessor, o fuzil da comissão alemã G88, que aliás é objeto de um
artigo neste site. Posteriormente, em 1908, outra grande aquisição do governo junto à D.W.M.
(Deutsche Waffen und Munitionsfabrik) veio se juntar à anterior, mas agora com os novos modelos
Mauser 1898, que aqui passaram a ser denominados de modelo 1908. Falaremos disso mais adiante,
com mais detalhes.
Com a federalização oriunda após a proclamação da República, os estados possuíam autonomia para
adquirirem armamento sem necessitar passar por aprovações dos arsenais federais, de forma que isso
facilitou muito a aquisição de armas diretamente dos fornecedores na Europa.
Desta maneira, a Força Pública de São Paulo também adquiriu grande quantidade destes fuzis
diretamente da D.W.M. (Deutsche Waffen und Munitionsfabrik, de Berlim , Alemanha. Da França, o
Governo do Brasil também importou em razoável quantidade as metralhadoras Hotchkiss, onde se
escolheu manter, para essas armas, o calibre padronizado de 7mm X 57mm Mauser, o mesmo dos
fuzís importados da Alemanha. Na área das armas curtas, houve aquisições importantes de diversas
nações, como o revólver “D’ Ordenance Mdle. 1892”, erroneamente chamado de Lebel, os revólveres
do tipo Nagant, oriundos da Bélgica (Pieper) e da Alemanha (Simson & Son) , bem como as pistolas
semi‑automáticas alemãs Parabellum (Luger), trazidas em um lote de 5.000 peças, em 1906.
Em 16 de julho de 1934 funda‑se a Fábrica de Canos e Sabres para Armamento Portátil, na cidade de
Em 16 de julho de 1934 funda‑se a Fábrica de Canos e Sabres para Armamento Portátil, na cidade de
Itajubá, estado de Minas Gerais, inaugurada em 1935. Paralelamente, em 1939, foi reestruturada a
antiga Real Fábrica de Pólvora da Estrela na cidade de Majé, estado do Rio de Janeiro, criada em 1808
na Lagoa Rodrigo de Freitas, pelo imperador D. João VI. Ela funcionou como uma organização
militar vinculada ao Ministério do Exército até 1975.
Em 1960 a F.I. chegou a produzir cerca de 50.000 pistolas M1911A1, sob licença da Colt, a fim de
suprir demanda do Exército Brasileiro. Em 1975, durante o regime militar, o governo brasileiro funda
a IMBEL, Indústria de Material Bélico do Brasil, que mantém sob sua alçada as unidades de Itajubá,
Juiz de Fora e de Magé.
Segundo informações da própria Imbel em seu site, há indicativos que a criação desta empresa
pública ocorreu em decorrência do rompimento, no ano de 1974, pelo Governo de Ernesto Geisel, do
Acordo de Cooperação Militar Brasil – Estados Unidos, firmado durante a 2ª Guerra Mundial.
Entrada da Fábrica de Itajubá, MG
Mas, voltando bastante no tempo, vamos nos posicionar quanto à dotação de armas longas efetuadas
pelo Governo Brasileiro após a Guerra de Canudos. Como já explorado em outro artigo neste site,
ainda em 1873 o governo havia adotado as carabinas belgas Comblain, que teve uma longa
participação ativa nas fileiras militares brasileiras. Somente em 1892 é que começaram a ser
substituídas pelos fuzís alemães modelo 88, o “Gewehr 88”, em calibre 7,92X57mm, uma vez que no
mundo todo a tendência era a de substituição de armas longas utilizando cartuchos de pólvora negra
pelos novos cartuchos de pólvora sem fumaça, em calibres mais baixos e mais velozes.
Os fuzis modelo 88 (veja artigo sobre ele, aqui no site) tiveram uma vida de serviço curta no Brasil,
devido a uma série de problemas ocorridos com a arma durante a Revolução Federalista e
posteriormente, no conflito de Canudos. Em 1894, a Comissão Técnica Consultiva, que
estranhamente já havia deixado de lado a ideia de adotar as carabinas “belgas” da Mauser modelo
1889, em favor dos fuzis 88, voltou a pensar nelas como alternativa.
Mas a essa altura, decidiu‑se sabiamente por importar algo mais moderno, um modelo similar ao
fuzil que já era utilizado na Espanha, e que chegou por aqui como sendo o Mauser modelo 1893,
denominado de mod. 1894 em virtude de que a maioria deles vieram com suas câmaras datadas com
este ano. Para complicar ainda mais o detalhe das datas, as carabinas belgas F.N. que chegaram nos
este ano. Para complicar ainda mais o detalhe das datas, as carabinas belgas F.N. que chegaram nos
primeiros lotes, vieram datadas de 1895.
Ao lado, o fuzil Mauser mod. 1894, em cal.
7X57
Cerca de 75.000 armas foram entregues ao
Governo. Em 1899, um inventário acusou
57.000 delas, só no Rio de Janeiro. Mas, é
por volta de 100.000 armas a quantidade estimada da compra desse modelo, que desembarcaram em
terras tupiniquins ainda em tempo de participar de diversos conflitos armados tais como a Revolução
Federalista, a Revolta da Armada e a Guerra de Canudos, mas ainda convivendo lado a lado com as
carabinas belgas Comblain e os fuzís modelo 1888. Como o Exército, na época, contava com um
efetivo em tempos de paz de 28.000 homens, e cerca do dobro disso em período de guerra, essa
aquisição serviu para substituir todo o estoque de armas antigas existentes, tanto as Comblain como
o modelo 1888, e mais ainda, o que restava dos fuzis Kropatcheks e das raras carabinas belgas de 1889
em calibre 7,65mmX53.
As dimensões do fuzil Mod. 1894 eram: Comprimento: 1,231m – Peso: 3,75Kg – Comprimento do
cano: 0,741m. O raiamento consistia de 4 raias destrógiras. As carabinas 1894, bem mais raras de se
encontrar hoje em dia, mediam 0,949m, cano com 0,457m e peso de 3,103 Kg.
Detalhe da ação Mauser do modelo 1894
Em 1908, o governo resolve substituir o modelo 1894 pelo mais moderno e reforçado modelo da
Mauser, o 1898, mas ainda em calibre 7X57mm, embora as armas do modelo 1894 continuaram em
uso até meados da década de 50. Muitas delas foram equipar as Polícias Militares de alguns estados,
como o do Rio de Janeiro, que mesmo nos anos 90 ainda eram vistas nas mãos de integrantes da PM
daquele estado. Este fuzil passou a ser denominado aqui como Mauser modelo 1908. O fuzil M1908
media 1,247m, cano com 0,742m e peso de 3,796 Kg.
O fuzil Mauser “brasileiro” Modelo 1908, em calibre 7X57mm, modelo 1898, importado da D.W.M. e
conhecido aqui como F.O. 08, Fuzil Ordinário “zero‑oito”.
O período de maior aquisição de Mausers da D.W.M. feito pelo Governo Brasileiro foi entre 1908 e
1914, quando eclodiu a I Guerra e a D.W.M. não tinha sequer condições de suprir o mercado interno
em tempos de guerra. Posteriormente, a aquisição de armas fornecida pela C.Z., da Tchecoslováquia,
ocorreu principalmente de 1922 a 1924, com o fuzil conhecido como VZ24. (N.A.: as letras VZ é uma
abreviatura da palavra tcheca “vzor”, que significa “modelo”; portanto se trata de uma redundância o costume
de alguns autores citarem esse fuzil como “modelo VZ 24”). Um detalhe histórico interessante foi a
importação feita pelo governo do Estado de São Paulo, de 15.000 carabinas da C.Z. (Tchecoslováquia),
no ano de 1932, para suprir as tropas revolucionárias que se ergueram contra Getúlio Vargas; a
chamada Revolução Constitucionalista.
Da Fabrique Nationale D’Armes de Guerre, a F.N. de Herstal, Bélgica, o Exército importou grande
quantidade de carabinas, também entre os anos de 1922 a 1924, para uso de tropas de artilharia e
cavalaria. A quantidade correta de armas importadas ainda não é devidamente comprovada. A ação
era do Mauser 98, em calibre 7mmX57mm, alavanca de ferrolho curvada para baixo e a coronha
seguia o estilo “inglês”, sem punho‑pistola. A telha era de madeira do tipo inteiriça, apenas com uma
abertura, de onde emergia a alça de mira. A braçadeira dianteira era do tipo estreito, não a tradicional
em forma de H mais comumente encontrada nos fuzís. As carabinas mediam 1,063 m de
comprimento, cano com 0,558 m e peso total de 3,601 Kg.
As carabinas Mauser de fabricação belga “Fabrique Nationale D’Armes de Guerre”, importadas pelo Exército
As carabinas Mauser de fabricação belga “Fabrique Nationale D’Armes de Guerre”, importadas pelo Exército
Brasileiro em 1922, calibre 7mmX57mm. Note que essas carabinas, embora utilizando ação 1898, possuíam a
coronha sem punho‑pistola e não havia o rebaixo na coronha, sob a manopla do ferrolho.
Em 1930, a reviravolta política causada pela ascensão de Getúlio Vargas e a proclamação do “Estado
Novo”, sistema modelado em vários aspectos à ditadura fascista de Mussolini, alavancou
sobremaneira a re‑equipação das Forças Armadas. Além disso, do nordeste do país vinha crescendo a
ameaça constante do cangaço. Por essa razão, e com a produção um pouco limitada da Fábrica de
Itajubá, o governo aceitou uma proposta da Mauser Werke, da Alemanha, já sob controle do partido
nazista, que cultivava uma simpatia discreta com o Governo Getulista.
Acima, Mauser 1908 (M1898) do contrato brasileiro, com a marca B dentro de um círculo (acervo particular)
Mauser 1908, do contrato brasileiro, em calibre 7mmX57, com o ferrolho retirado
A Mauser, embora ainda debaixo do Tratado de Versalhes e produzindo “secretamente” armas para
equipar o Exército Alemão, ofereceu ao governo brasileiro o preenchimento desta demanda, com o
Modelo 1935, em versões de fuzil ou de carabina. Essas armas, uma produção pré‑guerra,
apresentavam o que de mais perfeito a Mauser podia exibir no que tocava à acabamento e qualidade.
Carabina Mauser modelo 1935, ferrolho reto, em calibre 7mm X 57 Mauser; foi muito utilizada nas campanhas
militares contra o cangaço nordestino – a arma acima foi negociada em leilão nos USA, totalmente original e
sem uso – note o dispositivo cobre‑mira atachado à boca do cano.
Detalhe da carabina de fabricação Mauser, mod. 1935, em calibre 7mm X 57.
Na verdade essas armas eram idênticas ao modelo alemão de 1898, aqui adotado como M1908, com
exceção da alça de mira tangencial já utilizada neste último modelo, além da incorporação de um
rebaixo efetuado na parte frontal da coronha para melhorar a aderência da mão. Desta forma, essa
similaridade não apresentava dificuldades maiores para o treinamento dos soldados, já acostumados
à arma. Grande parte dessa importação permaneceu em arsenais brasileiros praticamente sem uso até
a sua substituição pelo Mosquetão Itajubá, a partir de 1950, com a adoção do calibre .30‑06
Springfield pelas Forças Armadas Brasileiras. Acredita‑se que grande parte desses Mauser foram
posteriormente retrabalhados e transformados no Mosquetão M1949.
No alto, detalhe da ação da carabina Mauser 1935 – note o acabamento oxidado de primeira qualidade e o Brasão
de Armas do Brasil – em baixo, detalhe lateral da ação e coronha em nogueira européia.
Mauser M1935, fabricação Mauser Werke, na versão longa (fuzil), em cal. 7mm X 57.
O MAUSER “BRASILEIRO”
Devido à grande demanda de fuzis para suprir as Forças Armadas Brasileiras durante a primeira
metade do século XX, a Fábrica de Itajubá iniciou a fabricação “em casa” dos Mauser mod. 1908 como
alternativa às importações que eram geralmente feitas junto à D.W.M. na Alemanha (Deutsche
Waffen und Munitionsfabrik) e da C.Z. (Ceska Sbrojovka), na então Tchecoslováquia, com a
utilização de madeiras locais ao invés das nogueiras européias. Foi então que a partir de 1934, e
como forma de minimizar a dependência de importação de armas, a Fábrica de Itajubá decidiu
produzir fuzís e carabinas no Brasil, originando assim o chamado modelo 1908/34, uma versão
“nacionalizada” e encurtada, nos moldes das carabinas.
Carabina de cavalaria do modelo 1908/34, fabricado pela Fábrica de Itajubá em calibre. 7X57mm
Em 1949, após a II Guerra, onde o Brasil participou com a F.E.B. nos campos de batalha da Itália, por
influência e acordo militar com o governo norte‑americano, o Exército resolveu adotar o calibre .30‑06
como regulamentar, embora o 7X57mm continuou ainda, e por muito tempo, presente em algumas
unidades do Exército, bem como nos “Tiro de Guerra”. Com essa modificação, a Fábrica de Itajubá
começa a produzir uma carabina Mauser, baseada no 08/34 mas em calibre .30‑06 Springfield, aqui
começa a produzir uma carabina Mauser, baseada no 08/34 mas em calibre .30‑06 Springfield, aqui
batizada por Mosquetão Itajubá M1949. Posteriormente, uma segunda série com pequeníssimas
mudanças, tais como a boca do cano rosqueada para permitir montagem de lança‑granadas e quebra‑
chamas, foi fabricada em 1954, originando assim 0 Mosquetão Itajubá M954.
Mosquetão F.I. modelo 1949 em calibre .30‑06 Springfield, baseado na ação Mauser de 1898
Capa do Manual de Campanha do Mosquetão 1949, edição do M.G. de 1956
Uma das páginas interiores do manual, tratando da nomenclatura de algumas peças
Em 1964, o Exército Brasileiro resolve adotar o fuzil semi e automático belga, o F.N. denominado
F.A.L. (Fuzil Automatique Legère), ou fuzil automático leve, utilizando o cartucho padrão da OTAN,
o 7,62mmX51, cartucho baseado no .308 Winchester. Paulatinamente, esse fuzil começou a substituir
os mosquetões Itajubá M949 e M954, ainda em calibre .30‑06. Em 1967, a fim de reduzir custos e
poder padronizar mais rapidamente o calibre utilizado pelo Exército Brasileiro, a Fábrica de Itajubá
resolve modificar cerca de 10.000 mosquetões para que pudessem usar o novo cartucho, aproveitando
também para aliviar o peso da arma. Assim nascia o M968, apelidado pelo exótico nome de
“Mosquefal”.
Acima, o Mosquetão M968 “Mosquefal”, em calibre 7,62mmX51 NATO
Essa transformação era de natureza simples. Como o culote do cartucho 7,62mmX51 tem exatamente
o mesmo diâmetro do .30‑06, não houve necessidade de se modificar nada no ferrolho, caixa de
culatra e mecanismo de disparo. A alça de mira tipo Mauser foi eliminada, sobre o cano, e a telha de
madeira, agora, não tinha mais a abertura superior para ela. Foi desenvolvida uma alça de mira
traseira, tipo “peep‑sight”, algo semelhante à usada no fuzil norte‑americano Enfield 1917. Além
disso, foi acrescentada uma massa de mira mais alta e um quebra‑chamas, com suporte para
possibilitar montagem de um lança‑granadas, o mesmo utilizado pelo FAL. Essa arma ainda se
possibilitar montagem de um lança‑granadas, o mesmo utilizado pelo FAL. Essa arma ainda se
encontra em uso até hoje em diversas unidades de “Tiro de Guerra”. Desta forma, foi decretada a
“morte” definitiva do cartucho .30‑06 Springfield nos quartéis brasileiros.
Durante as décadas de 70 a 80 a Fábrica de Itajubá lançou algumas carabinas baseadas nas ações
Mauser de fuzís que eram, progressivamente, sendo recolhidos nas unidades do Exército, além do
que ocorria com os leilões organizados pelo E.B. a fim de vender essas armas, ora obsoletas, para
militares e colecionadores registrados.
Algumas dessas carabinas, feitas em muito pouca quantidade, foram distribuídas para algumas
unidades policiais e para serem usadas em veículos militares. Eram carabinas curtas, chamadas de
Officer, talvez uma alusão ao fato de serem utilizadas por oficiais. Segundo meu amigo e expert em
fuzis, J. Renato M. Figueira, a intenção era de se fazer uma carabina do tamanho da americana .30M1.
Tanto as ações de fuzis Mauser 1894 e 1898 foram utilizadas. Várias dessas armas foram,
posteriormente, leiloadas pela Imbel. Conta Figueira que várias dessas peças, em leilão, estavam com
suas coronhas tomadas por carunchos. O acabamento era o parquerizado, mais barato e simples de se
fazer do que oxidação à quente e eram fornecidos com bandoleiras de lona.
AS ESPINGARDAS
Em meados da década de 60, diversos fuzis remanescentes do modelo 1893 em cal. 7X57mm. se
encontravam completamente fora de serviço e espalhados por várias unidades do Exército Brasileiro.
Surgiu então a idéia de se reaproveitar esse armamento, a grande maioria deles em perfeito estado;
ao invés de serem destruídos, e lançando mão de pouquíssimo investimento, a Fábrica de Itajubá
resolve transformá‑los em uma arma para venda no comércio, destinada à caça; uma espingarda de
alma lisa.
A espingarda Itajubá em calibre 28 – note a coronha sem “pistol grip”, característica dos fuzis Mauser 1893 –
foto do autor
Da grande quantidade de armas recuperadas dos quartéis e depois de passarem por uma triagem,
aproveitava‑se a coronha com a soleira de metal, a ação completa (caixa de culatra com mecanismo
de disparo, ferrolho e armação do carregador) e os acessórios da coronha como anilhos e presilhas de
bandoleira. O cano, bem como as miras, eram removidos e em seu lugar entrava um novo cano de
alma lisa, fabricado na própria Itajubá. Foram escolhidos dois calibres para estabelecerem as duas
versões da espingarda; o calibre 28 e o 36. Como não havia mais a alça de mira regulável, a nova telha
que recobre parte do cano teve que ser feita à parte, por não ser possível a original ser reaproveitada.
Note a coronha típica dos Mauser 1893, sem punho‑pistola.
De acordo com o leitor Marcos Letro, militar e instrutor de tiro, as primeiras espingardas em calibre
36 foram colocadas à venda em 1962, oferecida para sargentos e oficiais do Exército, na época pelo
preço de Cr$ 1.000,00 (Um Mil Cruzeiros ). Os modelos em calibre 28 foram lançadas entre 1965 e
1966, pois ainda havia disponibilidade de muitas peças em estoque. A esta altura, as espingardas já se
encontravam à venda nas lojas de caça e pesca do país. O autor adquiriu uma calibre 28 no final de
1965, ao preço de Cr$ 45.500,00. Os pistolões, mais difíceis de serem encontrados hoje em dia, em
calibre 36, foram os últimos a serem fabricados, pois não havia mais disponibilidade de coronhas, diz
o leitor colaborador.
Detalhe da culatra aberta mostrando um cartucho “Velox” da CBC calibre 28
A escolha desses dois calibres não foi feita tão somente pelo fato de serem, na época, muito populares
para caças pequenas e de aves. O fato é que, no caso do calibre 28, havia uma feliz coincidência de
que os cartuchos podiam se encaixar corretamente, de ambos os lados, nas abas do carregador, mas
somente em número de dois, um em cima do outro. Havia a possibilidade de se colocar mais um
cartucho diretamente na câmara, o que fazia a arma comportar tres cartuchos.
A Itajubá em calibre 36 – o autor supõe que, neste calibre, foi mantido o cano original da carabina Mauser,
aberto para o calibre 36, uma vez que até a massa de mira foi mantida.
No caso do calibre 36, a coisa era mais fácil de se adaptar; nem foi necessário o uso de uma lâmina de
transporte dos cartuchos de forma plana, como no caso da 28; podia‑se usar a mesma lâmina original
do fuzil, com a nervura de divisão central, visto que os cartuchos podiam ser carregados de forma
bifilar tal como os originais calibre 7X57mm.
Culatra da Itajubá 28, aberta – note a inscrição “Full‑Choke” sobre a câmara e a lâmina (lisa) levantadora dos
cartuchos.
Infelizmente nos faltam dados sobre a produção e vendas dessas duas espingardas, bem como até
que ano foram produzidas; depois de várias tentativas de contato com a Imbel, não obtivemos
resposta e colaboração dela neste sentido. Talvez, se um dia recebermos essas informações, elas serão
sem dúvida adicionadas aqui. Mas, pode‑se afirmar sem medo de errar que essas espingardas foram
bem vendidas. O preço era convidadivo, custando um pouco mais que uma espingarda da Amadeo
Rossi ou da CBC, modelos de um cano, de cão externo, armas bem mais simples.
Detalhe da ação Mauser 1893 usada na espingarda Itajubá calibre 28
Além de uma pequena diferença na usinagem da cabeça do ferrolho, na ação do modelo em calibre 36 não se nota
mais nenhuma diferença em relação à calibre 28
Os modelos eram fornecidos com canos em “full‑choke“, ou seja, com um certo estrangulamento,
característica que aliada ao grande comprimento do cano (740 mm), permitia um alcance
considerável para o calibre. O autor fez testes do tipo “pa埄�ern” na espingarda de calibre 28, em alvo
de papel, para se avaliar a densidade de chumbos. A 1o metros de distância, o diâmetro da
chumbada de número 7 estava em torno de 40 centímetros, o que mostra uma concentração muito
grande.
Ferrolho completo da ação 1893 – a única alteração feita no desenho original foi a usinagem da parte dianteira,
eliminando‑se o rebaixo existente que comportava o culote dos cartuchos 7X57mm
Além disso, a confiabilidade era muito boa, pois mesmo se tratando de uma adaptação de um fuzil
Além disso, a confiabilidade era muito boa, pois mesmo se tratando de uma adaptação de um fuzil
para uso com cartuchos de caça, a arma muito dificilmente dava problemas de alimentação e de
ejeção. Porém, os cartuchos tinham que ser do tipo com boca rebordada, de papelão ou plástico.
Cartuchos de metal, do tipo “Presidente” produzido pela CBC, em virtude de terem a boca em canto
vivo, enroscavam na alimentação. Outro fator importante era a qualidade do produto e sua
durabilidade, pois com excessão do cano, se tratava de um fuzil fabricado na Alemanha com os
melhores materiais de que se dispunha na época. Sem dúvida, uma arma que duraria por várias
dezenas de anos, se convenientemente bem tratada.
Na espingarda Itajubá em calibre 28, a lâmina transportadora do carregador dos cartuchos teve a sua nervura
central aplainada, para poder comportar um cartucho de cada vez
Culatra aberta do modelo em calibre 36 – nota‑se a nervura existente na lâmina levantadora de cartuchos, que
possibilita o posicionamento de 4 cartuchos, intercalados dois a dois.
Uma variante bem mais rara, derivada do mesmo projeto, foi uma espécie de pistolão, lançado no
calibre 36 nos finais da produção, por ainda possuírem em estoque o mecanismo da ação, mas não
mais dispondo mais de coronhas. O pistolão usava uma coronha tipo pistola, com a empunhadura
posicionada logo abaixo da culatra e um pequeno fuste colocado na parte anterior, sob o cano, que
tinha pouco mais de 30 cm. de comprimento. Era um pouco desconfortável o manuseio da ação por
ferrolho, uma vez que a mão esquerda deveria estar empunhando a arma enquanto a direita abria o
ferrolho. Esse pistolão foi bem menos disponibilizado no mercado do que as espingardas.
Pistolão Imbel em cal. 28 – cortesia de um leitor, utilizando a ação Mauser do tipo 1898
Acima, o pistolão Itajubá, utilizando ação Mauser do tipo 1898 (gentileza de um leitor)
Os últimos exemplares produzidos, já com a empresa utilizando seu novo nome, Imbel, usavam
ações do Mauser tipo 1898, provavelmente oriundas de fuzis remanescentes do Contrato Brasileiro de
1908. Acredita‑se que essas últimas saíram de linha no começo dos anos 90. Mesmo nos fuzis Mauser,
a ação modelo 1898 tem uma diferença marcante em relação à modelo 1893, dentre outras visando
maior segurança: na ação 1898, o simples fato de se erguer a alavanca do ferrolho e baixá‑la
novamente, já arma o percussor. Na ação 1893, após a alavanca erguida, o ferrolho tem que ser
puxado um pouco para trás para se proceder ao engatilhamento.
Espingarda Imbel calibre 28, últimas séries, já utilizando ação do fuzil Mauser 1908 – repare a coronha
utilizada, original do fuzil 1908, com punho‑pistola e agora sem a telha superior – (Foto cortesia de D.A.N.)
Detalhe da estampa da Imbel, gravada sobre a câmara e dados do calibre (Foto cortezia de D.A.N.)
Outra variação da estampa da Imbel, gravada sobre a câmara e dados do calibre
Detalhe do ferrolho aberto da Imbel calibre 28, onde se nota claramente as características da ação Mauser tipo
98, como a orelha lisa da trava de segurança, mais um dente de trancamento traseiro e o trilho/guia superior no
cilindro do ferrolho. Note bem no centro da foto, fixada à armação via um parafuso, a alavanca de trava do
ferrolho, utilizada para a retirada do mesmo e também como alojamento do ejetor de cartuchos. (Foto cortezia de
D.A.N.)
Acima, colaboração do leitor Emanoel Oliveira, catálogo da Imbel com dois modelos da espingarda cal. 28GA e
Acima, colaboração do leitor Emanoel Oliveira, catálogo da Imbel com dois modelos da espingarda cal. 28GA e
um modelo pistolão.
DETALHES DE FUNCIONAMENTO
De maneira análoga ao manuseio do fuzil Mauser, abre‑se a culatra puxando‑se o ferrolho totalmente
para trás. Insere‑se dois cartuchos no carregador (cal. 28), por cima, de forma que o último fique
retido pelas abas traseiras. Um terceiro cartucho pode ser inserido diretamente na câmara. Neste
caso, antes de fechar o ferrolho, exerce‑se uma pequena pressão para baixo no último cartucho para
que o ferrolho passe por cima dele e tranque sobre o cartucho existente na câmara.
Marca de fábrica do lado esquerdo da culatra na espingarda calibre 36
Após cada disparo, o ferrolho necessita ser aberto até o final de seu curso, ejetando o cartucho vazio;
fecha‑se novamente o ferrolho, quando o cartucho seguinte no carregador se solta das abas, para ser
alimentado. Em relação aos cartuchos utilizados, dever‑se tomar o cuidado de se usar os designados
para câmaras de 65mm e não os de 70mm, que poderá ocasionar problemas sérios.
O mecanismo de gatilho, mantido exatamente como o original, não é particularmente muito duro,
mas tem a característica típica dos fuzis Mauser, que são os dois estágios bem definidos e com curso
bem longo. De qualquer forma, mesmo se tratando se arma derivada de um fuzil militar, o
acionamento do gatilho é macio.
A trava de segurança, que é de uma eficácia a toda prova pois impede de forma muito consistente o
movimento do percussor, funciona da seguinte maneira:
À esquerda, ferrolho destravado e desengatilhado; no centro, arma engatilhada e travada (o ferrolho pode ser
manuseado desta forma com total segurança); à direita, trava total acionada, que não permite nem a abertura do
ferrolho para manuseio.
Detalhe da desmontagem parcial do ferrolho, para limpeza interna e lubrificação – com a trava de segurança na
posição intermediária, basta desatarrachar o conjunto traseiro do corpo cilíndrico do ferrolho. Em cima, o
cilindro com alavanca de manejo e lâmina do extrator. Abaixo, conjunto do percussor com sua mola, guia e
trava de segurança.
O ferrolho pode ser retirado da arma com muita facilidade. Do lado esquerdo da culatra há um
retém, articulado em um pino, com um ressalto serrilhado na parte superior. Abre‑se o ferrolho até o
final do curso, abre‑se esse retém para fora, puxando‑o para a esquerda e retira‑se o ferrolho. Ao
recolocar o ferrolho na arma, não é necessário se mover o retém, mas atenção com o posionamento
correto da lâmina do extrator.
O funcionamento da calibre 36 era mais garantido do que na 28. Nesta última, o autor teve a
O funcionamento da calibre 36 era mais garantido do que na 28. Nesta última, o autor teve a
oportunidade de usar várias delas, a extração nem sempre ocorria de forma adequada. Interessante
citar que cartuchos carregados eram extraídos com mais eficiência do que os vazios. Muitas vezes,
esses eram corretamente extraídos da câmara mas por questão de ajustes, eram “largados” pelo
extrator no meio do percurso, antes de atingirem o ejetor, que fica localizado na trava do ferrolho,
lado esquerdo da caixa da culatra.
CONCLUSÃO
Trata‑se de uma arma curiosa, tanto nos aspectos técnicos como da forma como foi idealizada. No
Brasil da década de 60, com pouquíssimos fabricantes concorrentes e nenhuma espingarda com
padrões altos de qualidade, diga‑se de passagem, a Fábrica de Itajubá teve a chance e a idéia
interessante de reaproveitar armas militares, cujo destino certo seria a destruição, e lançar uma
espingarda no mercado, com investimento baixíssimo e praticamente nenhum custo de
desenvolvimento.
À esquerda, o autor em ação, caçando codornas com a Itajubá 28, na
década de 60
O acabamento é muito bom, de modo geral, com o madeiramento bem conservado e envernizado
brilhante, e peças em aço com oxidação negra brilhante. O ferrolho foi mantido em aço puro, sem
acabamento algum. Estéticamente a arma peca um pouco pela parte dianteira onde, com a retirada
do prolongamento do fuste do fuzil, a coronha termina de forma um tanto abrupta.
A ITAJUBÁ HOJE
Hoje, a fábrica de Itajubá é parte do complexo fabril da Imbel, fornecedora de armamento bélico para
as forças armadas, incluindo aí o fuzil FAL M964, a carabina MD97, as pistolas baseadas no projeto
1911 M973 bem como armas para uso de civís e atiradores na categoria “Tiro Prático” (I.P.S.C.) como
o modelo GC45. Além disso ainda produz munição de uso militar e vários tipos de pólvora
destinados aos atiradores que se dedicam à recarga de cartuchos. A carabina MD1 em calibre .22LR é
destinados aos atiradores que se dedicam à recarga de cartuchos. A carabina MD1 em calibre .22LR é
outra arma destinada ao público atirador esportivo, conforme nos mostra o material promocional
abaixo.
Essa arma é a substituta de outra carabina no mesmo calibre, lançada pela Fábrica de Itajubá nas
décadas de 70 a 80, com o intuito de competir no mercado com suas rivais da CBC e da Rossi. Era
uma carabina com carregador destacável de 5 cartuchos, de repetição por ferrolho, muito bem
construída com materiais de primeira linha. Em sua época, provou ser uma das mais agradáveis e
precisas carabinas nacionais.
Detalhe do ferrolho aberto da carabina Itajubá em calibre .22 LR. Essa era a posição do ferrolho quando ele
poderia ser retirado para limpeza.
DADOS RESUMIDOS DA ESPINGARDA 28 E 36
Data de fabricação: entre 1965 a 1975 (estimado)
Calibre: 28 e 36
Capacidade: 28 (3 cartuchos) e 36 (5 cartuchos) incluindo um câmara
Acabamento: oxidada
Comprimento total: 125 cm (28) e 107 cm (36)
Comprimento do cano: 74mm (28) e 56mm (36)
Pêso: 2,500 Kg descarregada (28) e 2,325 Kg (36)
Wri埄�en by Carlos F P Neto
05/04/2011 às 10:45
337 Respostas
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Gentil, saudações, não temos essa informação, infelizmente. Grato pelo contato.
Carlos F P Neto
24/05/2017 at 11:42
Boa tarde, gostaria de saber qual é o modelo e ano da carabina itajubá/imbel 22, cuja serie é 6048,
obrigado.
Gentil Santos Silva
23/05/2017 at 20:29
Prezado Alexandre, infelizmente não temos como ajudá‑lo nisso. Recomendo entrar em contato
com a Imbel ou um de seus representantes. Abraços.
Carlos F P Neto
18/05/2017 at 19:34
BOA TARDE , POR GENTILEZA PRECISO DE UMA FOTO DO PERCURSSOR E MOLA DO
RIFLE ITAJUBÁ .22LR MODELO A4028
ALEXANDRE LÚCIO ZUZA
18/05/2017 at 16:29
Erick, devidamente corrigido no texto.
Carlos F P Neto
25/04/2017 at 22:05
Prezado Carlos,
Sobre o pistolão Imbel, consta que ele esteve disponível até o começo dos anos 90, pois ele ainda
aparece anunciado nos Catálogos Magnum dessa época.
Erick Tamberg
25/04/2017 at 17:46
Pedro, a marca B foi utilizada somente pela DWM para uso nas suas exportações dos Mausers
para o Governo Brasileiro.Os fuzis produzidos aqui não possuíam essa marca. Abraços.
Carlos F P Neto
23/03/2017 at 18:28
Pedro, a marca B foi utilizada somente pela DWM para uso nas suas exportações dos Mausers
Pedro, a marca B foi utilizada somente pela DWM para uso nas suas exportações dos Mausers
para o Governo Brasileiro.Os fuzis produzidos aqui não possuíam essa marca. Abraços.
Carlos F P Neto
23/03/2017 at 18:27
Carlos, em uma das fotos você cita a letra B gravada em uma Mauser 1908. Este B provavelmente
seja de Brasil, mas seria das fabricadas aqui ou das primeiras importadas? Estou tentando datar
uma exatamente igual a esta, com o B e o brasão nacional nela, e ainda possui um número de
registro de 4 digitos.
Meus parabens pelo artigo, fantástico.
PEDRO AUGUSTO
23/03/2017 at 10:27
Carlos, parabéns pelas informações, o conteúdo está muito completo e conta tudo que precisa
saber sobre as FO. Deixa eu te pedir somente uma coisa, essa gravação B que cita em uma
imagem, se referindo a Brasil e a gravação do brasão, são somente nas produzidas no Brasil ou as
importadas por primeiro já vinham assim? Existe algum registro sobre os números de série das
importadas e nacionais?
Pedro
21/03/2017 at 0:05
Wadson, saudações. Por favor, leia a nossa Política de Avaliações e Identificações. Obrigado.
Carlos F P Neto
15/03/2017 at 17:36
Olá gostei do artigo. Me ofereceram uma 1908 com brasão das forças armadas. É de colecionador .
Qual valor aproximado de venda do mosquetão. A埄�.
wadson
09/03/2017 at 18:15
Josias, sim, já vimos algumas dessas Schüler; realmente creio que serviram de inspiração para as
nossas espingardas Itajubá.
Carlos F P Neto
27/02/2017 at 12:07
Gostaria de saber se alguem conhece a marca schueler cal 32 com carregador para 3 catuchos
muito parecida com o rifle de itajuba
Josias teixeira
22/02/2017 at 0:42
Prezado Lucena, a coroa dos fuzis Mauser não podem ser retiradas, foram executadas no próprio
cano. Abraços.
Carlos F P Neto
Carlos F P Neto
09/01/2017 at 15:11
gostaria de saber se a coroa do fuzil mauser pode ser retirada, se e rosqueada
major lucena
09/01/2017 at 13:02
Daniel, saudações. Realmente não existem registros quanto à produção de um modelo da
espingarda Itajubá em calibre 20. Aliás isso me deixa muito curioso, pois técnicamente, o calibre
28 é o maior calibre que pode ser admitido na arma, devido à largura do carregador. Além disso,
o diâmetro do culote do cartucho 20 também ultrapassa o diâmetro da cabeça do ferrolho, o que
impossibilitaria o trancamento. Agradeceria se pudesse me enviar fotos dessa peça, através do e‑
mail armasonline@gmail.com. Abraços.
Carlos F P Neto
24/11/2016 at 9:37
Li o artigo e achei maravilhoso e muito explicativo, mas não vi o calibre 20…Herdei uma Itajuba
calibre 20, e o mais legal que ela tem o numero de serie 0001…..
Daniel Fredriksson
24/11/2016 at 8:38
Alberto, entre em contato pelo armasonline@gmail.com. Obrigado.
Carlos F P Neto
10/11/2016 at 10:17
olá, gostaria de tirar uma duvida mas precisaria de um contato por email. poderiam ajudar?
Alberto
09/11/2016 at 19:35
Prezado leitor, por gentileza leia antes a nossa política de avaliações, aqui no Menu do nosso site.
Grato pelo contato.
Carlos F P Neto
30/10/2016 at 15:12
Opa Boa noite amigos.
Qual valor de um mosquetão 7.62 hoje? Herdei um de meus antecedentes. Não está funcionando
ah alguns tempo. Mais quanto valeria uma relíquia dessas hoje?
Vr16
29/10/2016 at 23:15
Fui PM e Policial Civil, além de caçador de perdiz, optando pelo calibre 28 mais em conta. Ouvi
Fui PM e Policial Civil, além de caçador de perdiz, optando pelo calibre 28 mais em conta. Ouvi
falar das espingardas que procediam de fuzis, mas nunca vi uma no comércio do RS, a não ser os
pistolões e a carabina 22 Long Rifle da qual possui uma…Aqui nos anos 50/70 as espingardas de
caça mais popular e acessíveis eram as espingardas ROSSI e BOITO. que vinham com 01 ou 2
canos….A CBC /Bereta de um cano era mais cara do que a Rossi dupla…Ainda havia espingardas
de caça importadas da Espanha como a La Sorda, e Urgatechea..Além de muitas usadas como a
Bayard e Sauer alemã…. Conheci também revolver Itajubá, cano oitavado que eram bem precisas
e robustas…
Além dos pistolões da Itajubá, a Boito de Veranópolis RS. talvez os ainda fabrica, mas pouco
usados…..
nelson Korb
19/10/2016 at 20:24
Rodrigo, grato pelo contato. Na verdade o mosquetão brasileiro, produzido pela Fábrica de
Itajubá foi lançado em 1949, daí o nome de Mosquetão M949, e posteriormente a versão
melhorada, a M954.Seu avô deve ter servido, provavelmente, com algum fuzil Mauser M1908, o
chamado Fuzil Ordinário 08.
Carlos F P Neto
12/08/2016 at 21:35
Srs. boa tarde, li o artigo sobre essas belas armas e fiquei muito surpreso com as informações e
detalhes.
Parabéns, muito bom mesmo!
Quero aproveitar e pedir (se possivel) alguma ajuda para reunir alguns dados para pesquisa
pessoal sobre o armamento e demais informações do exercito brasileiro na decada de 40.
Meu avô esta com 90 anos e serviu nesse periodo e tem ficado muito saudosista a respeito,
gostaria de proporcinar a ele algumas boas memorias desse tempo em que ele se recorda de
carregar consigo o ” Mosquetão 409 ” como ele o chama, arma essa que me parece ser uma das
citadas nessa pagina.
Se houver alguma forma de me direcionar com minha pesquisa ficarei muito grato e garanto que
ele também.
Rodrigo Reis
12/08/2016 at 18:20
Tenho uma Itajubá calibre 36, funcionando, uso em caçadas, infelizmente a lâmina que extrai o
cartucho vazio tá quebrada, então cada vez que disparo, preciso retirará o estojo vazio, mas é uma
toma arma, comprei de um senhor que disse ter adquiridono norte do Brasil na ddécada de 70.
Se houver algum o interesse posso enviar fotos dela. .
Alexandre
11/08/2016 at 18:38
Wagner, saudações. Achei interessantíssimas as suas colocações, e com grande satisfação e honra
pelo‑lhe permissão de enriquecer o meu artigo com materiais que porventura puder fornecer. O e‑
mail é armasonline@gmail.com. Gostaria muito de trocar algumas idéias com você, por e‑mail.
Grande abraço.
Carlos F P Neto
Carlos F P Neto
03/06/2016 at 19:30
Obrigado pela pesquisa Carlos. De fato, parece que o mistério continuará a reinar. O VZ 24 foi um
fuzil encomendado pela China, que no entanto falhou em pagar e as armas permaneceram em
depósito, até terem sido compradas por SP (ou pelos revolucionários ?) e então tiveram os canos
trocados para 7×57, já que o calibre da China era 8mm. Daí vem a denominação no exterior de VZ
24 JC, sendo que JC significa Sul da China, abreviado em checo.
Se me permite, com todo respeito, complementar seu excelente artigo, cumpre lhe informar que
em relação ao modelo 1935 foram feitos 8.000, destes 1000 eram carabinas (com nº de série de 1000
a 1999), sendo tais armas entregues metade em 1935 e a outra metade em 1937. O custo por
unidade era de em torno de 65 reichsmark. Pelo menos 5000 deles foram vendidos em 1974, sendo
3000 para a empresa alemã Frankonia e outros 2000 para outros países, a maioria destes estavam
ainda nas caixas de madeira com forro de zinco fechadas desde os anos 30, ou seja, as armas
estavam literalmente sem uso, e eram acompanhadas da bandoleira, cobre mira e um alvo de teste
realizado ainda na Mauser. O modelo 1935, como você muito bem destaca, era o supra sumo da
metalurgia de armas, sendo tais armas no exterior tidas como um dos melhores fuzis Mauser do
mundo já fabricadas. A carabina se parecia muito com o modelo chileno de mesmo ano e ambas
possuem um protetor de massa de mira diferenciado, existente somente nestas duas armas.
Se possuir algum email, posso disponibilizar alguns documentos a respeito e fotos da carabina.
Grande abraço.
Wagner
01/06/2016 at 22:37
Wagner, segundo meu amigo Adler Homero, curador do Museu Militar Conde de Linhares, diz
ele: “Corre a lenda – e não só de boca, já li isso em livros, mas não tenho anotações, que em 1932
alguns mosquetões foram comprados do Paraguai, onde eram regulamentares (o famoso fuzil
“mata‑paraguaio”, por ser de qualidade muito ruim, o cano explodindo muito facilmente). O
problema dessa versão? Vários. Os fuzis paraguaios eram brasonados (brazão do Paraguai, claro),
não eram do modelo de 1925, e seu calibre era o 7,65×53 mm.
O que posso dizer dos Oviedo é que eles eram comuns (muito comuns mesmo) em depósitos do
exército. Me parece que foi uma compra direta na Espanha ou na Argentina (pouco provável, por
causa do calibre – a Argentina nunca usou o 7X57mm), ou ainda podem ter sido apreendidos
junto com os outros armamentos que eram importados por SP por via marítima, como muita coisa
foi, inclusive canhões antiaéreos.”
O problema da falta do Brazão de Armas nos CZ VB24 é que, simplesmente, não foram
comprados pelo Governo Federal, e sim, pelo Estado de SP. Lembre‑se de que os Mausers de
contrato, sejam 1893 como 1898 vinham brazonados da fábrica, e possuíam a marca de prova B
dentro do círculo.
Carlos F P Neto
01/06/2016 at 18:15
Olá, Carlos!
Primeiramente parabéns por todo o site, que resgata a história das armas do Brasil, tarefa
infelizmente ingrata nos dias de hoje.
Tenho uma dúvida: obras estrangeiras, especialmente o livro Mauser Military Rifles of the World,
dizem que os revolucionários de 32 compraram 15000 mosquetões CZ VZ 24. Curiosamente se
você notar, verá que diferentemente dos outros fuzis, estes não possuem brasão da república. No
entanto ouvi também relatos verbais que um segundo fuzil teria sido encomendado por estes: o
entanto ouvi também relatos verbais que um segundo fuzil teria sido encomendado por estes: o
mosquetão OVIEDO modelo 1916 fabricados em 1925 (do qual possuo um exemplar em estado
mint, obviamente que devidamente registrado) e que curiosamente também não possui brasão.
O amigo, que é um sério pesquisador, saberia algo a respeito destes fatos (ou boatos)?
Parabéns, continue o bom trabalho!
Wagner
31/05/2016 at 13:48
Tenho uma 28 que herdei do meu Pai, ele comprou em 1970, está em perfeito estado, novinha em
folha.
Luís Cesar
10/05/2016 at 23:34
Victor, realmente cremos que o primeiro “crime” já foi o ato de transformarem milhares de fuzis
Mauser com ação 1893 ou 1898, a maioria em bom estado, em espingardas de caça.
Carlos F P Neto
20/04/2016 at 19:19
Vi recentemente uma itajuba 36, em situação deplorável. É um crime o que foi feito dos otimos
rifles e carabinas imbel/mauser e depois um crime maior ainda com o desarmamento que acabou
por destruir inúmeras relíquias cheias de história. Dessas as sobreviventes na maior parte não
lograram melhor sorte sendo abandonadas em galpões e oficinas brasil afora por falta de
documentos exigidos pelo governo. É uma parte da história nacional que se perde. Esta velha
Itajubá de que falei estava toda podre em uma oficina. Se o dono fizer bom preço vou comprar
ainda que não funcione só pra pendurar na parede…
Victor Fox
18/04/2016 at 1:13
Obrigado, Aguinaldo.
Carlos F P Neto
31/03/2016 at 23:58
gostei do artigo muito .obrigdo
aguinaldo oliveira
31/03/2016 at 22:34
Eduardo, sem fotografias, tudo o que dissermos será um “chute”. Leia antes a nossa Política de
Identificações. Abraços.
Carlos F P Neto
18/03/2016 at 11:30
Boa tarde.
Boa tarde.
Ao ler o artigo fiquei muito curioso, pois a pouco tempo me deparei com uma arma dessas em
calibre 32. A referida arma não tem marca, semente números e cada peça possui um símbolo
minúsculo gravado. Alguém sabe alguma informação que possa me ajudar a descobrir a origem
desta arma. Ela é idêntica a imbel e é industrializada (não foi feita por armeiro).
Eduardo
16/03/2016 at 14:10