Vous êtes sur la page 1sur 9

Bacia do Acre

Paulo Roberto da Cruz Cunha1

Palavras-chave: Bacia do Acre l Estratigrafia l carta estratigráfica

Keywords: Acre Basin l Stratigraphy l stratigraphic chart

introdução Na porção mais ocidental do Brasil, a Bacia


do Acre retrata uma condição especial: é a única
região do território brasileiro efetivamente submeti-
A Bacia do Acre localiza-se no noroeste brasi- da à tectônica andina, afetada que está por falhas
leiro, entre os paralelos 60 S e 90 S e meridianos 720 reversas relacionadas a esse importante fenômeno
30’ W e 740 W, nas proximidades da fronteira com o geotectônico da placa sul-americana. A Bacia do Acre
Peru. Possui área total de cerca de 150.000 km2, dos registra uma complexa história evolutiva iniciada no
quais 40.000 km2 incluem uma seção não-aflorante Paleozóico estendendo-se até ao Recente, sempre
de rochas paleozóicas. sob influência de eventos tectônicos compressivos
A Bacia do Acre é limitada a leste pelo Arco de atuantes na margem oeste do continente.
Iquitos, que a separa da Bacia do Solimões; ao norte/ De acordo com Oliveira (1994), a Bacia do Acre
noroeste e sul/sudeste prolonga-se respectivamente à é uma região de evolução complexa, multicíclica, com-
Bacia de Marañon e às bacias de Ucayali e Madre de preendendo diversos pulsos de distensão e contração
Dios, domínios subandinos de antepaís no Peru. tectônicos. Como as demais bacias multicíclicas, ela
De acordo com a classificação de Bally e Snelson possui um ciclo inicial de sedimentação paleozóica de
(1980) apud Raja Gabaglia e Figueiredo (1990), a Bacia plataforma que foi afetado pelos movimentos da Oro-
do Acre é uma perissutura ou uma bacia foredeep genia Herciniana. Essa seqüência é seguida pela depo-
assentada sobre litosfera rígida, associada à forma- sição de sedimentos terrígenos do segundo ciclo, do
ção de uma megassutura compressional, o cinturão Paleozóico tardio ou do Mesozóico. O episódio tectôni-
andino. Corresponde a uma plataforma de exogeos- co compressivo mais importante documentado na ba-
sinclíneo resultante da transformação de bacia margi- cia, o Diastrofismo Juruá (Campos e Teixeira, 1988),
nal aberta (tipo V) para tipo andino, passando a bacia corresponde ao mesmo evento que originou mais a
do tipo II-B ou Interior Composta Móvel (segundo clas- leste, no Jurássico-Eocretáceo, o Megacisalhamento do
sificação de Klemme, 1980). Solimões, na bacia de mesmo nome.

1
E&P Exploração/Interpretação e Avaliação das Bacias da Costa Sudeste/Pólo Norte – e-mail: pcunha@petrobras.com.br

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 207-215, maio/nov. 2007 | 207


A evolução da bacia pode ser relacionada a
ciclos deposicionais e tectônicos, separados por fa-
Seqüência Siluriano/
ses orogênicas que atuaram na Placa Sul-America-
na: os ciclos orogênicos Herciniano e Andino (Bar-
Devoniano Inferior(?)
ros e Carneiro, 1991). O Sistema Herciniano, ou
Pré-Andino, é representado pelos ciclos deposicio- É representada, no oriente peruano, pelos se-
nais Ordoviciano-Devoniano Inferior, Devoniano- dimentos do Grupo Contaya da Bacia do Marañon,
Carbonífero Inferior e Permo-Carbonífero. O Sis- sendo a sua ocorrência na Bacia do Acre inferida por
tema Andino é representado pelos ciclos Permo- sísmica de reflexão. Dalmayrac (1978) postula que a
Triássico, Juro-Triássico, Jurássico, Cretáceo Inferior- região central do Peru teria permanecido soerguida
Eoceno e Eoceno-Plioceno. Esses ciclos estão bem durante o Siluriano, constituindo a borda da bacia
representados nas bacias sub-andinas e podem ser eopaleozóica. Barros e Carneiro (1991) e Ham e
projetados para a Bacia do Acre. Herrera (1963) atribuem a provável ausência à ero-
O entendimento do arcabouço litoestratigráfico são provocada pela Orogenia Caledoniana. Essa se-
da Bacia do Acre é resultante de diversos estudos qüência e a que lhe é sobreposta não foram ainda
geológicos realizados através de mapeamentos de perfuradas na bacia, sendo apenas interpretadas com
superfície realizados nas décadas de 30 a 50, acres- base em sísmica e seções geológicas de correlações
cidos de dados de subsuperfície oriundos das perfu- com as bacias subandinas. Nas bacias de Ucayali e
rações de poços pela Petrobras, do final da década Marañon, e também na Bacia do Solimões, essa se-
de 50 até o início da década de 80, incluindo-se as qüência é composta por terrígenos (folhelhos, siltitos
interpretações de dados geofísicos e de linhas sísmi- e arenitos) de plataforma marinha rasa.
cas registradas em malha de reconhecimento.
As seqüências litológicas correspondentes
aos sedimentos que preenchem a bacia estão re-
presentadas por rochas de idade paleozóica, com
cerca de 1.500 m de espessuras máximas,
Seqüência Devoniano
recobertas por sedimentos mesozóicos, que atin-
gem até 4.000 m de espessura; e sobrepostos,
Inferior/Carbonífero
finalmente, por clásticos finos cenozóicos que al-
cançam cerca de 2.200 m de espessura. Toda essa
Inferior a Médio(?)
coluna rochosa fanerozóica está assentada, dis-
cordantemente, em substrato proterozóico cons- A existência de um pacote devoniano, corre-
tituído por rochas ígneas e metamórficas da Faixa lacionável ao que nos países vizinhos se constitui
Móvel Rondoniana-San Ignácio, de direção NW-SE, numa seção basal arenosa a conglomerática, so-
desenvolvida entre 1,5 Ga e 1,3 Ga, durante o breposta por um espesso pacote de folhelhos, onde
Ciclo Uruaçuano. se encontram os potenciais geradores das bacias,
A elaboração da coluna estratigráfica da encontra-se ainda no campo das especulações e se
Bacia do Acre passa ainda por várias revisões e os baseia em novas interpretações de dados sísmicos.
estudos internos mais recentes baseiam-se em Linhas sísmicas mostram uma discordância na base
crono-correlações com as bacias sub-andinas, com do Permo-Carbonífero, sobreposta a uma seqüên-
enfoque nas premissas que regem a Estratigrafia cia sedimentar mais antiga que acunha e desapare-
de Seqüências. Neste trabalho são mantidas as ce para leste, no sentido de uma plataforma rasa
seções-tipo apresentadas no Boletim de onde a seção do Paleozóico Superior descansa dire-
Geociências da Petrobras de 1994 para o preen- tamente sobre o embasamento. Esse ciclo pré-Car-
chimento da Bacia do Acre, com reformulações bonífero possui caráter distensivo e, os demais,
dos seus limites de seqüências. O arcabouço es- compressivos. Essa seqüência parece ter sofrido in-
tratigráfico da bacia é constituído por onze se- tensa erosão associada à Orogenia Eoherciniana.
qüências estratigráficas de segunda ordem, se- Aventada a sua existência através de dados
paradas pelos horizontes correspondentes aos li- sísmicos, pode ser constituída, principalmente, por
mites de seqüências ou grandes discordâncias re- folhelhos marinhos com potencial gerador de hidro-
gionais (Cunha, 2006). carbonetos, a exemplo das bacias limítrofes: Ucayali

208 | Bacia do Acre - Paulo Roberto da Cruz Cunha


(Peru) e Solimões (Brasil). Possivelmente na Bacia Acre, onde o início da deposição da Formação Cru-
do Acre, nessa seqüência devem ocorrer reservatórios zeiro do Sul representa a superfície transgressiva.
com qualidade moderada, a exemplo das bacias do Acima, essa unidade aloja também a superfície de
Solimões e Ucayali. inundação máxima da seqüência. Sobrepostos aos
calcários ocorrem arenitos marinhos e continentais
regressivos. Nessa seqüência também ocorrem fo-
lhelhos permianos que se apresentaram como os

Seqüência Carbonífero potenciais geradores dentre os sedimentos perfura-


dos até o momento na Bacia do Acre, possivelmen-

Inferior a Médio/ te crono-correlacionáveis aos folhelhos da Forma-


ção Irati da Bacia do Paraná.

Permiano Médio a Formação Cruzeiro do Sul: é sobreposta, con-


Superior cordantemente, aos conglomerados da Formação
Apuí e sotoposta, também concordantemente, aos
sedimentos da Formação Rio do Moura. A Forma-
Durante esse tempo, a bacia era do tipo in- ção Cruzeiro do Sul caracteriza-se pelas espessas
tracratônica/marginal, com subsidência flexural para camadas de calcarenitos bioclásticos e intercala-
oeste, desenvolvendo uma hinge-line numa plata- ções de leitos de anidritas, calcilutitos e folhelhos
forma carbonática. Essa seqüência pode ser dividi- calcíferos. Seu conteúdo faunístico permite atribuir
da em dois estágios: no primeiro, ocorrido durante idade eopermiana (com base em palinomorfos) a
o Mississipiano terminal, uma tectônica distensiva essa unidade, que retrata ambiente deposicional
foi responsável por uma sedimentação essencial- marinho raso, plataformal e restrito (Feijó e Sou-
mente continental (Formação Apuí). No segundo za, 1994). A Formação Cruzeiro do Sul pode ser
estágio, no final do Pensilvaniano, ocorreu a sedi- correlacionada com a Formação Pedra de Fogo,
mentação carbonática da Formação Cruzeiro do Sul da Bacia do Parnaíba.
em ampla área até os limites do Escudo Brasileiro.
O primeiro estágio possui o limite inferior as- No Eopermiano, uma bacia carbonática pou-
sociado à grande regressão arenosa de dissecação co subsidente se estendeu até grande parte do Peru
do relevo eoherciniano, compreendendo uma base Central (Formação Cruzeiro do Sul). No decorrer do
areno-conglomerática da Formação Apuí. Eo- e Mesopermiano, uma fase de dobramentos afe-
tou a região sul peruana, enquanto na parte central
Formação Apuí: proposta por Feijó e Souza peruana essa fase está representada por movimen-
(1994), é constituída por conglomerado castanho, tos epirogenéticos positivos.
com seixos e grânulos de quartzo, feldspato e gra-
nito, com matriz areno-argilosa, de leques aluviais.
Atribui-se idade neocarbonífera, através de rela-
ções estratigráficas. Seu contato inferior é discor-
dante ou com as rochas do embasamento Seqüência Permiano
proterozóico ou possivelmente com as seqüências
sedimentares sotopostas inferidas, enquanto no Médio a Superior/
topo possui relação concordante com a Formação
Cruzeiro do Sul. Correlaciona-se temporalmente Permiano Superior-
às formações Juruá da Bacia do Solimões e Monte
Alegre da Bacia do Amazonas; Triássico Inferior
O segundo estágio é representado pela de- É caracterizada, no oriente peruano, pelos
posição de uma seção transgressiva, culminando depósitos molássicos: essencialmente red beds, as-
no Eopermiano com sedimentação generalizada de sociados a níveis de evaporitos. Corresponde ao Gru-
calcários, desde a Bacia de Ucayali até a Bacia do po Mitu nas bacias de Ucayali e Marañon, onde ocor-

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 207-215, maio/nov. 2007 | 209


rem intercalações de rochas vulcânicas riolíticas e
andesíticas características de uma fase de distensão Seqüência Triássico
tectônica, retratada pelas falhas normais sinsedimen-
tares que cortam os sedimentos dessa unidade na-
Inferior/Jurássico
quelas bacias.
Inicia-se, na Bacia do Acre, com arenitos mari-
Inferior
nhos transgressivos, assentados sobre os arenitos da
seqüência anterior. São sobrepostos por uma seção Durante o Triássico, uma importante fase de sub-
mista de siltitos, arenitos, folhelhos e carbonatos, em sidência ocorreu na bacia intracratônica. A subsidência
continuação à fase transgressiva atuante na época da flexural para oeste causou espessamento de sedimentos
deposição da Formação Rio do Moura. Os arenitos arenosos nessa área e a deposição de calcários e dolomitos
basais dessa unidade constituem bons reservatórios, e escuros, intercalados com folhelhos, arenitos betumino-
os folhelhos são potenciais geradores de petróleo. sos e camadas evaporíticas, proporcionando ainda a for-
mação de um alto intrabacinal na posição da futura Fa-
Formação Rio do Moura: engloba a seção lha de Batã. Posteriormente, ocorreu a deposição de
clástico-carbonática que recobre os sedimentos finos evaporitos, já no Eojurássico. A seguir, ainda nesse tem-
da Formação Cruzeiro do Sul; sua porção basal com- po, um evento compressivo gerou dobras de baixa am-
preende espessas camadas de arenitos intercaladas plitude e longo período, causando halocinese. Essa sedi-
com siltitos e folhelhos que gradam para carbonatos mentação muda gradualmente para o topo, para uma
no sentido do topo da seção. Seu contato inferior é seção continental regressiva, constituída por red-beds. A
concordante com a Formação Cruzeiro do Sul, en- essa associação sedimentar denominou-se Formação
quanto o superior é discordante com a Formação Juruá Mirim, constituída por depósitos de ambientes flu-
Juruá Mirim, eotriássica. Provavelmente é de idade vial, lacustrino, sabkha e marinho restrito, passando no
neopermiana, conforme indicam os poucos dados sentido do topo para ambiente eólico. A base corres-
bioestratigráficos com base em palinomorfos. Presu- ponde à Formação Pucará nas bacias do oriente perua-
me-se ambiente deposicional marinho raso, dentro no, enquanto o topo corresponde à Formação
de um contexto transgressivo. Correlaciona-se com Sarayaquillo e o topo da Formação Juruá Mirim nas ba-
a Formação Motuca, da Bacia do Parnaíba. cias do oriente peruano e do Acre, respectivamente.
Estabeleceu-se, a seguir, uma sedimenta- Essa seqüência é representada litologicamen-
ção de arenitos avermelhados, argilitos e evapo- te pela metade inferior da Formação Juruá-Mirim,
ritos, correspondentes a uma continentalização do constituída por um pacote basal de arenitos, segui-
Permo-Carbonífero (Formação Rio do Moura, por- dos de siltitos vermelhos, com intercalações de
ção superior), truncada erosionalmente pelos efei- halita, anidrita e carbonatos.
tos de soerguimento ligados à Orogênese Tardiher- Dentro dessa seqüência, ocorrem rochas íg-
ciniana. A fase tardiherciniana, da Orogenia Her- neas ácidas extrusivas na Bacia do Acre, representa-
ciniana, marcou o fim do Sistema Pré-Andino e o das por traquito nefelínico com idade de 194 ± 12 Ma
início do Sistema Andino, causado pelo início da (K-Ar), datação obtida a partir de amostra de poço.
subducção da Placa de Nazca e, em escala glo- Corresponde, cronologicamente, às intrusivas básicas
bal, com a quebra do Supercontinente Pangea da Bacia do Solimões (magmatismo Penatecaua).
(Barros e Carneiro, 1991). Formação Juruá Mirim: constituída, predomi-
nantemente, por siltitos avermelhados, intercalados
com anidritas e halitas, todos sobrejacentes a uma
seção basal espessa de arenitos possivelmente
eotriássicos. Ambos os contatos são discordantes: o
inferior com a Formação Rio do Moura e o superior
com o Grupo Jaquirana.
Considera-se a Formação Juruá Mirim associada
a ambiente deposicional flúvio-lacustrino com alguma
influência marinha refletida em sedimentos de planície
de sabkha. Essa unidade é possivelmente correlacioná-
vel com o Grupo Mearim, da Bacia do Parnaíba.

210 | Bacia do Acre - Paulo Roberto da Cruz Cunha


Seqüência Jurássico Seqüência Albiano
Inferior/Jurássico Superior-Cenomaniano/
Superior Turoniano Superior-
Corresponde à porção superior da Formação Coniaciano
Juruá Mirim, constituída por arenitos avermelhados
e rosáceos, eólicos, com intercalações delgadas de Corresponde à porção superior da Formação
folhelhos vermelhos. Nessa seqüência, é digna de Moa, constituída por arenitos e folhelhos subordi-
nota a ocorrência de basalto, tendo idade de 177 ± nados. O nível de folhelho parece representar a
8 Ma, obtida em determinação geocronológica K- superfície de inundação máxima de maior expres-
Ar em amostra de poço. são desde o Triássico, e representaria a passagem
Uma importante fase deformacional ocorreu Cenomaniano/Turoniano, nível esse amplamente
durante o Neojurássico-Eocretáceo, quando o de- reconhecido na margem atlântica e na região su-
nominado Diastrofismo Juruá (Campos e Teixeira, bandina (Pereira, 1994).
1988) provocou forte compressão na bacia e foi res-
ponsável pelo deslocamento inicial da Falha de Batã, Formação Moa (superior): constitui-se, es-
causando fortes inversões e falhamentos a oeste sencialmente, de arenitos finos a médios e folhe-
desta falha, além de halocinese com o deslocamen- lhos subordinados.
to de leitos salinos para os altos dos anticlinais. Essa
compressão também ocasionou reativações de fa-
lhas antigas. Erosão e peneplanização fecham esse
ciclo tectônico.
Seqüência Turoniano
Superior-Coniaciano/
Seqüência Aptiano/ Campaniano Inferior
Albiano Superior- Representada pelos pelitos marinhos da For-

Cenomaniano mação Rio Azul que poderiam retratar uma outra su-
perfície de inundação máxima do Neosantoniano e
por raros arenitos intercalados.
Esse período temporal é caracterizado por
quietude tectônica. Após extensa peneplanização, Formação Rio Azul: constitui-se de folhelhos
depositou-se essa seqüência, constituída por se- cinzentos e castanhos e de arenitos finos.
dimentos clásticos grossos, na base devido ao
aporte de sedimentos oriundos dos escudos Bra-
sileiro e das Guianas.
Corresponde à base do Grupo Jaquirana,
constituído pelos sedimentos flúvio-deltaicos e Seqüência Campaniano
neríticos da porção inferior da Formação Moa,
depositados em bacia foreland adjacentes ao
Inferior/Eoceno Inferior
cinturão andino. Seu limite inferior é discordante
com a Formação Juruá Mirim. Representada pelos arenitos fluviais basais da
Formação Divisor, em contato abrupto sobre os fo-
Formação Moa (inferior): constitui-se, essen- lhelhos marinhos e transicionais da Formação Rio Azul
cialmente, de arenitos finos a médios. e pelos sistemas deposicionais transgressivos associa-

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 207-215, maio/nov. 2007 | 211


dos à Formação Ramon, representada por folhelhos
e carbonatos que representam a superfície de inun-
referências
dação máxima do Paleoceno.
bibliográficas
Grupo Jaquirana: o Grupo Jaquirana possui seus
BARROS, A. M.; ALVES, E. D. O.; ARAÚJO, J. F. V.;
contatos, tanto o superior com a Formação Solimões
LIMA, M. I. C.; FERNANDES, C. A. Geologia. In: PRO-
quanto o inferior, com a Formação Juruá Mirim, dis-
JETO RADAMBRASIL: Folhas SB/SC.18 Javari/
cordantes. Conforme indicado por palinomorfos, o
Contamana: geologia, geomorfologia, pedologia,
Grupo Jaquirana é de idade neocretácea, mas Barros
vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro :
et al. (1977) atribuem idade terciária à Formação
Projeto RADAMBRASIL, 1977. p. 17-101. (Levanta-
Ramon. O Grupo Jaquirana pode ser correlacionado
mento de Recursos Naturais, 13).
com as formações Codó, Grajaú e Itapecuru das baci-
as de São Luis e Parnaíba.
BARROS, M. C.; CARNEIRO, E. P. The Triassic Juruá
Orogeny and the Tectono-Sedimentary Evolution of
Peruvian Oriente Basin: exploratory implications. In:

Seqüência Eoceno Simpósio Bolivariano, 4., 1991, Bogotá, Colômbia. [Me-


mórias do...]. [S.l.]: [s.n.], 1991. Trabalho n. 6, 44 p.

Inferior/Plioceno CAMPOS, J. N. P.; TEIXEIRA, L. B. Estilos tectônicos da


Bacia do Amazonas. In: Congresso Brasileiro de Geo-
Após a ocorrência das primeiras fases da Oro-
logia, 35., 1988, Belém. Anais. São Paulo : Socieda-
genia Andina, estabeleceu-se a sedimentação desse
de Brasileira de Geologia, 1988. v. 5, p. 2161-2172.
ciclo, caracterizado, no oriente peruano, pela depo-
sição de folhelhos de ambiente marinho raso e
lacustrino, intercalados com níveis arenosos, segui- CUNHA, P. R. C. Bacias sedimentares brasileiras: Ba-
dos de depósitos de red-beds. É representado pelas cia do Acre. Phoenix, Aracaju, v. 8, n. 86, fev. 2006.
formações Poza, Chambira, Pebas e Ypururu, no orien-
te peruano, e Solimões, na Bacia do Acre. Está re- DALMAYRAC, B. Géologie de la cordillère orientale
presentada, na bacia, pelos sedimentos finos flúvio- de la région de Huanuco: sa place dans une
lacustres da Formação Solimões, que assentam em transversale des Andes du Pérou central: (9°S à
onlap contra sua borda leste, como resultado do gran- 10°30’S). Paris: Office de la Recherche Scientifique
de tectonismo terciário dos Andes. et Technique d’Outre-Mer, 1978. 161 p. il. (Géologie
A Formação Solimões, na Bacia do Acre, foi afe- des Andes péruviennes. Travaux et documents, 93).
tada pela Orogênese Andina, principalmente durante
o Mioceno-Plioceno (Fase Quéchua) (Oliveira, 1994). FEIJÓ, F. J.; SOUZA, R. G. Bacia do Acre. Boletim de
As falhas de Batã e Oeste de Batã foram reativadas Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1,
causando a edificação da Serra do Divisor e houve ain- p. 9-16, 1994.
da fenômenos de halocinese nos sedimentos jurássicos.
A Fase Quéchua (Mio-Plioceno) da Orogenia Andina é
HAM, C.; HERRERA, L. Role of sub-Andean fault
considerada a mais longínqua manifestação topográfi-
system in tectonics of eastern Peru and Ecuador. In:
ca da tectônica andina na América do Sul.
CHILDS, O. E.; BEDOE, B. W. (Ed.). Backbone of
the Americas: tectonic history from pole to pole: a
symposium. Tulsa : American Association of Petroleum
Geologists, 1963. p. 47-61. (AAPG. Memoir, 2).

OLIVEIRA, C. M. M. Estilos estruturais e evolução


tectônica da Bacia do Acre. 1994. 206 p. il. Disser-
tação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Pre-
to, Ouro Preto, Minas Gerais, 1994.

212 | Bacia do Acre - Paulo Roberto da Cruz Cunha


PEREIRA M. J. Seqüências deposicionais de 2ª. /
3ª. ordens (50 a 0,2M.a.) e tectono-estratigrafia
no Cretáceo de cinco bacias marginais brasilei-
ras: comparações com outras áreas do globo e impli-
cações geodinâmicas. 1994. 2 v. il. Tese (Doutora-
do). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Por-
to Alegre, Rio Grande do Sul, 1994.

RAJA GABAGLIA, G. P.; FIGUEIREDO, A. M. F. Evo-


lução dos conceitos acerca das classificações de
bacias sedimentares. In: RAJA GABAGLIA, G. P.;
MILANI, E. J. (Ed.). Origem e evolução de bacias
sedimentares. Rio de Janeiro: Petrobras. SEREC.
CEN-SUD, 1991. p. 31-45.

TASSINARI, C. C. G.; CORDANI, U. G.; NUTMAN,


A. P.; VAN SCHMUS, W. R.; BETTENCOURT, J. S.;
TAYLOR, P. N. Geochronological systematics on
basement rocks from the Rio Negro-Juruena Province
(Amazonian Craton) and tectonic implications.
International Geology Review, Columbia, MD, v.
38, n. 2, p. 1161-1175, 1996.

TASSINARI, C. C. G.; BETTENCOURT, J. S.; GERALDES,


M.C.; MACAMBIRA, M. J. B.; LAFOND, J. M. The
Amazonia Craton. In: CORDANI, U. G.; MILANI, E. J.;
THOMAZ FILHO, A.; CAMPOS, D. A. (Ed.). Tectonic
evolution of South America. Rio de Janeiro: [s.n.],
2000. p.41-95. International Geological Congress, 31.
2000, Rio de Janeiro.

B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 207-215, maio/nov. 2007 | 213


BACIA DO ACRE

SEDIMENTAÇÃO
NATUREZA DA
LITOESTRATIGRAFIA
GEOCRONOLOGIA AMBIENTE
DISCORDÂNCIAS
Ma DEPOSICIONAL
FORMAÇÃO MEMBRO
ÉPOCA IDADE
0

EOCENO INFERIOR / PLIOCENO


EO ZAN C LEA N O
NEÓGENO

M E S S I N I AN O
NEO
10 TORTONIANO

FLÚVIO - L ACUSTRE
S E R R AVAL IA N O
MESO
LAN G H I AN O

CONTINENTAL

SOLIMÕES
B U R D I GAL IA N O
20 EO
AQ U I TAN IA N O

2200
NEO C HAT T IAN O

30 EO R U P EL IA N O

NEO P R I AB O N I AN O
PALE ÓGE N O

BAR T O N I AN O
40
EOCENO

MESO
L UT E T I AN O

50
EO Y P R E S I AN O

CAMPANIANO INF. /
T HAN E T I AN O
NEO

EOCENO INF.
60 PALEOCENO S E LAN D I AN O RASO RAMON
EO DAN I AN O

70
( SE NO NIANO )

DIVISOR
FLÚVIO - DELTAICO

CAM PAN IAN O

JAQUIRANA
80
CONTINENTAL
NEO

1000
SAN T O N I AN O
RIO AZUL
CRETÁCEO

C O N I AC I AN O
90
T U R O N I AN O

C E N O MA N IA N O
( GÁ LIC O )

100
MOA
AL B I AN O
EO

110

APTIANO ALAGOAS ALUVIAL


120
150
NEO
CONT.

NEOJURÁSSICA
JURUÁ MIRIM

MESO

EO
3000

200 RESTRITO
SABKHA
NEO FLÚVIO-LACUSTRE
CONT. / MARINHO

RESTRITO
SABKHA
MESO
ESTUÁRIO
250 EO
NEOPERMIANA
RIO DO
PLAT. RASA
MOURA
LAGUNAR

300
APUÍ 250

350

NEO INOMINADO
MESO
400
EO
INOMINADO

542

214 | Bacia do Acre - Paulo Roberto da Cruz Cunha


B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 207-215, maio/nov. 2007 | 215

Vous aimerez peut-être aussi