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CONCRETO ARMADO II - CAPÍTULO 9

Departamento de Engenharia de Estruturas – EE-UFMG

Março 2018

DEFORMAÇÕES POR FLEXÃO


__________________________________________________________________________

9.1 – Introdução

De acordo a teoria das estruturas o cálculo dos deslocamentos (rotações e fle-


chas) em barras devido à flexão se baseia na solução da equação diferencial clássica
da linha elástica para vigas, escrita em termos dos esforços, dada por:

d2y M
2
- (9.1)
dx EI

Onde
y - é a equação da linha elástica, função da variável x, eixo da viga;
M - equação de momento fletor, função de x;
E - módulo de elasticidade longitudinal do concreto (secante);
I - momento de inércia da seção transversal de concreto, que é função da
sua geometria e do detalhamento das armaduras;
EI - rigidez à flexão

De uma maneira geral tanto o momento fletor quanto a rigidez à flexão são fun-
ções da posição da seção, definida pela abscissa x. A equação do momento normal-
mente é uma função contínua em x, a não ser quando se aplica momento concentrado,
situação pouco comum em vigas. Embora o valor de E seja constante, o momento de
inércia I, que é uma propriedade geométrica da seção transversal considerada, de-
pende do detalhamento dessa seção de concreto (número e disposição das barras).
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Como o detalhamento da viga é função do diagrama de momentos fletores, o momento


de inércia da viga também é função (indireta) da abscissa x.

O detalhamento de uma viga de concreto armado pode sofrer variações bruscas


da quantidade de barras, que podem ser interrompidas a partir do ponto em que co-
brem, além do diagrama de momentos fletores, a sua decalagem (a) e o comprimento
necessário de ancoragem (b,nec). Dessa forma o momento de inércia, ou mais preci-
samente a rigidez à flexão EI, tem trechos distintos com valores constantes cujas des-
continuidades ocorrem nas seções com mudança da quantidade de barras. Além disso,
mesmo em trechos onde não ocorra a interrupção das barras, pode haver descontinui-
dade do valor de I, quando o momento fletor mudar de sinal. As armaduras superior e
inferior são normalmente diferentes e a inversão do sinal do momento fletor transforma
uma armadura inicialmente tracionada (As), em armadura comprimida (A’s).

A linha elástica é obtida integrando-se analiticamente duas vezes a equação


(9.1) no comprimento da viga, desde que além de M a rigidez EI também seja contínua
em x. Como isso não ocorre normalmente, pode-se, de forma simples e bastante pre-
cisa integrar numericamente duas vezes a equação (9.1). A precisão desse processo
simples vem dos pequenos deslocamentos observados na viga deformada, podendo
sem prejuízo substituir a tangente do ângulo de rotação da seção (a primeira derivada
dy/dx) pelo próprio ângulo (ver figura 9.1).

9.2 – Fundamento teórico

Mesmo para vigas prismáticas (seção transversal constante), caso mais sim-
ples de aplicação da equação (9.1), pode-se ainda ter o momento de inércia I variável,
portanto o algoritmo desenvolvido a seguir envolve duas integrações numéricas inde-
finidas (sem limites de integração). Para tanto a viga será dividida em trechos (ele-
mentos) iguais (não necessariamente) de comprimento (x =  / n), onde  é o com-
primento da viga e n é número de elementos, conforme figura 9.1.

9.2
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Figura 9.1 – Viga dividida em 10 elementos

A relação (m = M / EI) assume valores distintos nas seções discretizadas da


viga ficando a primeira integração numérica da equação (9.1) dada por:

dy
θ    mdx  C   mx  C (9.2)
dx

Na equação (9.2) a integral analítica mdx foi substituída pelo somatório mx,

transformando o comprimento infinitesimal dx em comprimento finito x =  =  / n,

9.3
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no caso de elementos de comprimentos iguais. Nessa equação a constante de integra-


ção C é obtida fazendo-se x = 0, resultando C = 0.

θ  θ 0   mx  θ 0   m (9.3)

A rotação do elemento 1, segundo (9.3), é obtida da rotação da seção 0 (zero),


0, menos a parcela afetada pelo o momento m0 no comprimento  / 2 (metade do
comprimento do elemento 1). Assim:


θ1  θ 0  m 0
2


θ2  θ0  m0  m1 
2

m j1 
θ j  θ 0   0   m k   θ 0  θ i, j (9.4a)
 2 
 k 1 

m j1 
θ i, j  Δ 0   m k  (9.4b)
 2 
 k 1 

A rotação sempre será calculada em radianos no centro do elemento “j”, que


vai da seção “j-1” até a seção “j”.

Integrando-se numericamente a equação (9.3) obtém-se a equação da linha


elástica y, dada por:

y   θdx  D   θx  D (9.5a)

 
j j
y j  y 0  Δ θ i  y 0  Δ θ 0  θ i, j (9.5b)
i 1 i 1

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Na equação (9.5b) y0 é a constante de integração D obtida para x= 0 e yj é a


flecha da seção “j”. Conhecendo-se as flechas nas seções “0” e k (qualquer) pode-se
obter de (9.5b) o valor de 0, com o qual se calculam todas as rotações dos elementos
e as flechas das seções.

 
y k  y 0  Δ θ i y 0  Δ θ 0  θ i,k   y 0  Δ kθ 0   θ i,k 
k k k
(9.6)
i 1 i 1  i 1 

1  y k y 0 k 
θ0 
k  Δ
  i,k 
θ (9.7)
i 1 

Normalmente as seções com flechas prescritas são as seções “0” e n e os seus


valores são nulos, resultando para a rotação na seção “0” a expressão:

1  n 
θ0   θ i, j  (9.8)
n  j1 
 

9.3 – Algoritmo de cálculo

A tabela 9.1 abaixo mostra de forma sistemática a construção do algoritmo de


cálculo para o processo de integrações numéricas da equação diferencial da linha
elástica (9.1). A viga foi dividida esquematicamente em dez elementos (1 a 10) com
11 seções (“0” a 10). Na primeira coluna estão listadas as seções e na segunda as
relações mj = Mj / EIj.

Na construção da terceira coluna o valor de i,k, da linha k analisada, é obtido


com o valor da linha anterior, i,k-1, acrescido da parcela (mk-1 ), excetuando-se a
primeira linha onde se multiplica m0 por  / 2. Somando-se todos os valores dessa
coluna obtém-se a partir da equação (9.7) ou (9.8) o valor de 0.

A quarta coluna se constrói a partir do valor de 0 encontrado, diminuindo-se o

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valor de i,k correspondente. De forma análoga se constrói a quinta coluna a partir da


flecha da seção “0”, y0, somando-se em cada linha k a flecha da seção anterior, yk-1,
com o produto do comprimento  pela rotação do elemento k, k.

Para averiguar a precisão desse algoritmo considera-se uma viga biapoiada de


vão , carga uniformemente distribuída p, dividida em dez elementos iguais, de com-
primento =  / 10. O momento fletor para uma seção genérica a uma distância x do
apoio é dado por M = px (-x) / 2. As seções que interessam no algoritmo dividem os
elementos e estão separadas de  entre si. Considerando-se uma seção “j”, a uma
distancia x = ( j ) e o vão  = (n ) = 10 , ficando o momento nessa seção ex-
presso por Mj = j (n - j) (p2/200). Para a seção central, onde x =  / 2 e j = 5, M5 =
5(10 - 5) (p2/200) = 25 (p2/200) = (p2/8) (ver tabela 9.2).

Tabela 9.1 – Algoritmo de cálculo para n = 10


Seção m=M/EI i,j=(m0/2+mk) j=0-i,j yj=y0+i

0 m0 y0
i,1= m0(/2) 1=0-i,1
1 m1 y1=y0+1
i,2=i,1+m1 2=0-i,2
2 m2 y2=y1+2
. . i,3=i,2+m2 3=0-i,3
. . .
. . .
. . i,k=i,k-1+mk-1 k=0-i,k
K mk yk=yk-1+k
. .
. .
. .
. . i,9=i,8+m8 9=0-i,9
9 m9 y9=y8+9
i,10=i,9+m9 10=0-i,10
10 m10 y10=y9+10

i,j

9.6
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Nessa viga os valores da grandeza i,j são dados por:

pl 3 j1
θ i, j   k n  k 
2000EI k 1
(9.9)

Tabela 9.2 – Algoritmo para viga biapoiada com n = 10


Mj i,j=k(n-k) j=0-i,j yj=y0+i
Seção
(p2/200EI) (p3 / 2000 EI) (p3 / 2000 EI) (p4 / 20000 EI)

0 0 0
0 82,5

1 9 82,5
9 73,5
2 16 156
25 57,5

3 21 213,5
46 36,5

4 24 250
70 12,5
5 25 262,5
95 -12,5

6 24 250
119 -36,5

7 21 213,5
140 -57,5
8 16 156
156 -73,5

9 9 82,5
165 -82,5

10 0 0
i,j=825

9.7
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Com a equação (9.8) determinam-se os valores da terceira coluna da tabela 9.2,


cujo somatório dividido por n = 10 resulta na rotação da seção “0”, 0,INT. NUM. = 82,5 p3
/ (2000 EI) = p3 / 24,24 EI. O valor de 0 obtido da integração analítica, para EI cons-
tante, é dado por 0,INT. ANAL. = p3 / 24 EI, praticamente igual ao valor encontrado pelo
algoritmo com integração numérica.

A partir do valor de 0 obtém-se as colunas 4 e 5, das rotações dos elementos


e das flechas das seções, respectivamente. Nota-se que a rotação do elemento 10 é
a mesma do elemento 1, com sinal contrário, indicando sentido contrário de rotação.
A flecha máxima, observada na seção 5, vale ymax,INT. NUM. = 262,5 p4 / ( 20000 EI) =
5,04 p4 / ( 384 EI). A flecha máxima obtida da integração analítica vale ymax,INT. ANAL.
= 5 p4 / (384 EI), valor praticamente coincidente. Nota-se, pela pequena diferença
entre os resultados, que a substituição do comprimento infinitesimal dx pelo valor finito
 = 50 cm, produz praticamente os mesmos resultados, comprovando a eficiência do
algoritmo.

Na tabela 9.1 calcula-se a rotação do elemento 1 com 1 = 0 - i,1 = 0 - m0


/2. Quando m0 = 0, como no caso dessa viga biapoiada, as rotações na seção “0” e
no elemento 1 são as mesmas. A rotação 10 representa a rotação do elemento 10,
portanto medida a uma distância /2 da seção extrema à direita da viga, seção 10. A
rotação nessa seção externa é obtida com a rotação do elemento 10, afetada pelo
momento da seção 10 no trecho de comprimento /2, resultando “11” = 0 - i,11 =
0 - (i,10 + m10 /2). Da mesma forma, quando o momento m10 = 0, a rotação do
elemento 10 confunde-se com a rotação da seção extrema, “11”.

9.4 – Momento de inércia da seção fissurada (Estádio II)

9.4.1 – Seção T ou L (Caso Geral)

O caso geral para uma viga genérica de seção T está apresentado na figura
9.2, com todas as características geométricas definidas no capítulo 2, submetida à
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flexão normal composta (N e M). Segundo a NBR 6118:2014, adota-se como hipótese
básica, o diagrama linear de deformação, como mostrado na figura 9.2. Na verificação
do estado limite de utilização correspondente à deformação plástica excessiva (ELS-
W), em função das cargas de serviço, o diagrama de tensão no concreto é linear na
compressão e nulo na tração (linha tracejada na figura 9.2), ou seja, solicitação no
Estádio II.

Conforme mostrado a seguir, a determinação da profundidade da linha neutra


no estádio II (XII), quando N é diferente de “zero”, é um processo iterativo. Na flexão
simples, onde N = 0, o problema tem solução única e pode ser determinado igualando-
se, na seção homogeneizada, o momento estático das áreas comprimidas (concreto
e armadura A’s) com a área tracionada, apenas a armadura As. Esse foi o procedi-
mento usado no capítulo 3, na determinação do momento de inércia da seção fissu-
rada, para o cálculo de flechas em lajes.

Figura 9.2 – Seção T com diagramas de “” e “σ” no estádio II

Para homogeneizar a seção transversal do material composto concreto armado


(aço e concreto), em um único material (normalmente o de menor módulo de elastici-

9.9
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dade), transformam-se as áreas de aço em áreas equivalentes de concreto multipli-


cando-as pela relação n = (Es / Ec), entre os módulos de elasticidade do aço e con-
creto.

Pela perfeita aderência aço-concreto observam-se as mesmas deformações no


aço e no concreto para um mesmo ponto. Como o diagrama de tensões é linear no
estádio II, tem-se:

σc σ Es 1
εc   εs  s  σs  σc  nσc  σc  σs (9.10)
Ec Es Ec n

Conforme equação (9.10) pode-se adaptar o mesmo diagrama de tensões do


concreto para o aço, desde que a tensão no aço esteja em uma escala (1/n) menor.

Com as áreas homogeneizadas obtém-se o centro geométrico, CG, da seção


genérica T, localizada a uma distância dG da borda mais comprimida (topo da mesa).
Nesse ponto os esforços solicitantes de serviço, força normal N e o momento fletor M
são aplicados.

A partir do diagrama de tensões da figura 9.2 obtém-se as seguintes relações:

σc σh σ'c σ /n σ's /n
   s  (9.11)
x II x II  h f x II  d' d  x II x II  d'

Escrevendo-se as equações de equilíbrio de forças e de momentos em relação


a linha neutra, Mn = M – N(dG – XII), obtém-se:

σcbf XII σh bf  bw XII  hf 


N   Asσs  A's σ's σ'c  (9.12)
2 2
2
σcbf XII σ b  bw XII  hf 2
M  NdG  XII    h f  Asσs d  XII   A's σ's σ'c XII  d'
3 3
(9.13)

9.10
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Reescrevendo-se a equação (9.12) apenas em função da tensão σc do concreto,


a partir de (9.11), obtém-se:

σcbf XII σc XII  hf  bf  bw XII  hf  σ nd  XII 


N   As c 
2 XII 2 xII

 σ nXII  d'  σ c XII  d' 


 A's  c   (9.14)
 XII XII 

Colocando-se σc (XII´d’) / XII em evidência no último termo de (9.14) resulta:

 σ X  d'   σc XII  d' 


A's  c II  n  1  A's   n'  n'  n  1 (9.15)
 X II   X II 

Na resultante resistente da armadura comprimida A’s, último termo de (9.12),


diminui-se da tensão σ’s a tensão σ’c do concreto comprimido, na mesma fibra a uma
distancia d’ da borda superior. Isso se justifica por já ter sido considerado no segundo
termo de (9.12) o termo A’s σ’c. Dessa forma a equação (9.14), a partir da equação
(9.15), resulta:

σcbf XII σc XII  hf  bf  bw XII  hf  σ nd  XII  σ n' XII  d'
N   As c  A's c
2 XII 2 XII XII
(9.16)
A equação do segundo grau em XII (9.16), depois das simplificações fica:

2    hf2 
 nAs  n' A's   bf  bw hf  XII  dnA s  d' n' A's bf  bw    0
bw XII N
2  σc   2 

(9.17)
Resolvendo-se a equação (9.17) chega-se ao valor de XII:

XII   A  A 2  B (9.18)

9.11
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Onde
 
 b f  b w h f 
1 N
A nA s  n' A' s  (9.19)
bw  σc 

2  bf  b w 2 
B dnA s  d' n' A' s  hf  (9.20)
bw  2 

Reescrevendo-se a equação de equilíbrio (9.13) em função de σc obtém-se:

1

Mn   bf XII
3
3
  σ
 bf  b w XII  hf 3  nA s d  XII 2  n' A's XII  d' 2  c
 XII
(9.21)

A equação (9.21) pode ser escrita na forma:

Mn
σc  x II (9.22)
In

Onde Mn é o momento em relação a linha neutra e In = III é o momento de inércia


da seção fissurada, dado por:

In  I II 
1
3
 3
bf XII 
 bf  bw XII  hf 3  nA s d  XII 2  n' A's XII  d'2 (9.23)

Para determinação de XII, conforme equações (9.18) e (9.19), é preciso conhe-


cer σc, que por sua vez depende de XII, conforme equação (9.22). Portanto, o pro-
blema da obtenção da linha neutra no Estádio II para FNC (flexão normal composta)
é indeterminado, necessitando de processo iterativo para sua solução.

9.4.2 – Seção retangular submetida à flexão simples

Esse é um caso particular da seção T, com bf = bw, submetida à flexão simples,


ou seja, N =0. Substituindo-se esses valores nas equações (9.18) a (9.22) obtém-se:

9.12
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XII   A  A 2  B (9.18)*
Com

A
1
nA s  n' A's  (9.24)
bw

B
2
dnA s  d' n' A's  (9.25)
bw
3
 nA s d  XII 2  n' A's XII  d'2
bf XII
In  III  (9.26)
3

9.5 – Prescrições da NBR 6118:2014

Segundo o item 17.3.1 da NBR 6118:2014, no estado limite de serviço a estru-


tura trabalha parcialmente no estádio I e parcialmente no estádio II. A comparação do
valor de cálculo do momento para combinações de serviço, Md,serv, com o momento
de fissuração Mr, define o comportamento do elemento estrutural. Se Md,serv ≤ Mr tem-
se estádio I, caso contrário, estádio II. Os momentos de serviço e de fissuração (de
forma aproximada, segundo a NBR 6118:2014) estão representados abaixo:

Md, ser = Mgk + 2 Mqi,k (9.27)

Onde:
Md, ser - é o valor de cálculo do momento para combinações de serviço;

Mgk - é o somatório dos momentos produzidos pelas ações permanentes di-


retas (peso próprio, reações permanentes das lajes, alvenarias, etc);

2 - é o fator de redução de combinação quase permanente para o estado


limite de serviço (ver tabela 9.4 adiante);

Mqi,k - é o valor característico do momento produzido pela ação variável direta


(i).

9.13
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αfct I c
Mr  (9.28)
yt
Com:
 = 1,2 para seções T ou duplo T;
 = 1,3 para seções I ou T invertido;
 = 1,5 para seções retangulares;
Onde:
 α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na
flexão com a resistência à tração direta;
 yt é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
 Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
 fct é a resistência à tração direta do concreto, conforme 8.2.5 da NBR 6118:
2014, com o quantil apropriado a cada verificação particular.

Quando se verifica o estado limite de formação de fissuras, ELS-W, o momento


de fissuração Mr deve ser calculado usando-se fct = fctk,inf (equação 1.13). Para o es-
tado limite de deformação excessiva, ELS-DEF, o momento de fissuração Mr deve ser
calculado usando-se fct = fctm (equação 1.12).

Considerando-se seção retangular na situação limite do final do Estádio I (se-


ção não fissurada e diagrama x linear a tração e compressão no concreto) e início
do Estádio II, cuja relação (Ic / yt) = Wt = b h2 /6, a verificação da flecha (ELS-DEF)
deve ser feita com fct = fctm, ficando o momento de fissuração Mr dado por:

1,5x0,3fck 2/3 bh 2
Mr   0,0075bh2 fck 2/3 (kNcm) fck ≤ 50 MPa (9.29)
6x10

1,5x2,12ln1  0,11fck bh 2


Mr   0,0053bh2ln1  0,11fck  (kNcm) fck > 55 MPa (9.30)
6x10

Nas equações (9.29) e (9.30) deve-se usar MPa como unidade para a resistên-
cia fck, obtendo-se o momento de fissuração Mr em kNcm.

9.14
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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Segundo o item 17.3.2 da NBR 6118:2014, a verificação dos valores limites


estabelecidos na tabela 13.2 dessa norma, para os deslocamentos em elementos es-
truturais lineares, analisados isoladamente e submetidos à combinação de ações con-
forme seção 11 deve ser realizada através de modelos que considerem a rigidez efe-
tiva (EIII) das seções do elemento estrutural, ou seja, levem em consideração a pre-
sença da armadura, a existência de fissuras no concreto ao longo dessa armadura
(estádio II) e as deformações diferidas no tempo.

A deformação real da estrutura depende também do processo construtivo, as-


sim como das propriedades dos materiais (principalmente do módulo de elasticidade
e da resistência à tração) no momento de sua efetiva solicitação. Em face da dificul-
dade de quantificação, da complexidade e da grande variabilidade dos parâmetros
envolvidos, as deformações reais são de difícil determinação. Não se pode esperar,
portanto, grande precisão nas previsões de deslocamentos dadas pelos processos
analíticos a seguir prescritos.

A flecha máxima admissível em vigas quando atuarem todos os carregamentos,


segundo a tabela 13.3 da NBR 6118:2014, é fadm =  /250.

9.6 – Avaliação aproximada da flecha em vigas (item 17.3.2.1 da NBR 6118:2014)

Quando os esforços não superam aqueles que dão início à fissuração (Md,serv
≤ Mr), o modelo de comportamento da estrutura pode admitir o concreto e o aço como
materiais de comportamento elástico e linear, de modo que as seções ao longo do
elemento estrutural possam ter as deformações específicas determinadas no Estádio
I (seção não fissurada). Em caso contrário, deve-se considerar o Estádio II (seção
fissurada).

Deve ser utilizado no cálculo o valor do módulo de elasticidade secante Ecs


definido na equação (1.6), sendo obrigatória a consideração do efeito da fluência.

9.15
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
___________________________________________________________________________

Para uma avaliação aproximada da flecha imediata nas vigas, pode-se usar a
expressão da rigidez equivalente, já definida anteriormente nas equações (3.18), ob-
tidas pela formulação de Branson (1966):

Estádio I - EI eq,t0  E cs I c (9.31)

 M 
3  M 
3 
  I II   E cs I c
Estádio II - EIeq,t0  E cs  r  I c  1   r  (9.32)
 M a    Ma   
  

Onde:
 Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto;
 Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
 I II é o momento de inércia da seção fissurada de concreto no está-
dio II, calculada com a relação entre os módulos (n = Es / Ecs);
 Ma é o momento fletor na seção crítica do vão considerado, momento
máximo no vão para vigas biapoiadas ou contínuas e momento no apoio
para balanços, para a combinação de ações considerada nessa avalia-
ção (Ma = Md,serv para ELS-W);
 Mr é o momento de fissuração do elemento estrutural;
 t0 é a idade em meses relativa à data de aplicação da carga de longa
duração.

Para uma relação (Mr / Ma) = 0,5 e supondo que III = (0,4 a 0,6)Ic (situação
comum em vigas de concreto armado), nota-se pela equação (9.32), que o momento
de inércia Ieq (termo entre chaves) dá praticamente o valor do momento de inércia da
seção fissurada, III. Dessa forma para relações (Mr / Ma) < 0,5, adota-se EIeq = EIII.

Segundo o item 17.3.2.1.2 da NBR-6118:2014, a flecha adicional diferida, de-


corrente das cargas de longa duração em função da fluência, pode ser calculada de
maneira aproximada pelo produto da flecha imediata fi pelo fator f, resultando fdif =
f fi, com f dado pela expressão:

9.16
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
___________________________________________________________________________

Δξ
αf  (9.33)
1  50ρ '
Onde:

A 's
ρ'  (9.34)
bd

 é um coeficiente função do tempo, que pode ser obtido direta-


mente na tabela 9.3, ou ser calculado pelas expressões seguintes:

Δξ  ξ(t)  ξ(t 0 ) (9.35)

ξ(t)  0,680,996t t 0,32 para t ≤ 70 meses (9.36)

ξ(t)  2 para t > 70 meses (9.37)


Onde:
t é o tempo em meses em que se deseja o valor da flecha diferida;

t0 é a idade em meses, relativa à data de aplicação da carga de


longa duração.

No caso das parcelas das cargas de longa duração serem aplicadas em idades
diferentes, pode-se tomar para t0 o valor ponderado a seguir:

 Pi t 0i
t0  (9.38)
 Pi

Onde Pi representa a parcela de carga “i” e t0i é a idade em que se aplicou essa
parcela, em meses.

9.17
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___________________________________________________________________________

Tabela 9.3 – Valores do coeficiente  em função do tempo

Tempo (t)
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40  70
- meses-
Coefici-
ente 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2
(t)

O valor da flecha total no tempo t é a soma da flecha imediata fi mais a parcela


adicional diferida (fdif = f fi) resultando ftot = fi + αf fi = (1 + αf) fi. Assim para situações
normais em que se deseja a flecha no tempo infinito, para cargas aplicadas a partir
dos 14 dias, aproximadamente t0 = 0,5 mês, obtém-se para f o seguinte valor:

ξ( )  ξ(0,5) 2  0,54 1,46


αf    (9.39)
1  50ρ '
1  50ρ '
1  50ρ'

Portanto, a flecha total no tempo infinito será dada por:

ftotal = f = (1 + f) fi (9.40)

Na expressão (9.40) a flecha imediata fi é obtida para a combinação quase


permanente de serviço com a carga imediata pi = g + 2 q. Na carga imediata pi (ou
de serviço) a parcela permanente do carregamento (g) participa integralmente e a
parcela q, correspondente a ação variável, participa com seu valor reduzido pelo co-
eficiente 2 (fator de redução da combinação quase permanente para o estado limite
de serviço, ver tabela 9.4). As duas parcelas que contribuem para a carga pi são
afetadas pela fluência do concreto. Portanto, pode-se obter a flecha total no tempo
infinito, f, substituindo-se o valor da carga pi por p (tem apenas significado matemá-
tico) na expressão usada para o cálculo da flecha imediata. Assim:

p = (1 + f) pi = (1 + αf) (g + 2 q) (9.41)

9.18
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
___________________________________________________________________________

Tabela 9.4 - Fator de redução da combinação quase permanente

Destinação da área de atuação da ação variável 2


Cargas acidentais de edifícios residenciais 0,3
Cargas acidentais de edifícios comerciais, de escritórios, esta-
0,4
ções e edifícios públicos
Cargas acidentais de biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,6

9.7 – Exemplos

9.7.1 – Exemplo 1

Calcular a flecha máxima (no tempo infinito) em uma viga biapoiada com os
seguintes dados:

Vão  = 8m Seção 20/80 (cm) d = 76 cm Concreto fck = 20 MPa (gneisse)


Aço CA 50, g = 20 kN/m, q = 10 kN/m, p = g + q = 30 kN/m, obra residencial

a) Cálculo à flexão
M = Mg + Mq = (g 2 / 8) + (q 2 / 8) = 160 + 80 = 240 kNm = 24000 kNcm,
fc = 1,214 kN/cm2 K = 24000x1,4 / (1,214x20x762) = 0,240 < KL = 0,295

As = As1 = (1,214x20x76 / 43,5)x[1 - (1 - 2x0,240)1/2] = 11,81 cm2

Adotar 6 16mm (4 na 1a e 2 na 2a camada) Ase = 12,06 cm2

A’s = 0 adotar 2 5mm como “porta estribo” A’se = 0,39 cm2

b) Verificação da fissuração (combinação frequente de serviço ψ1 = 0,4)

γf = Md / Md,serv = 1,4x240 / (160 + 0,4x80) = 336 / 192 = 1,75


aw = 7,361x10-5x / (γf x wk) = 7,361x10-5x16 / (1,75x0,3) = 2,243x10-3
fctm = 0,3x(20)2/3 = 2,21 MPa = 0,221 kN/cm2

9.19
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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As 3aw fyd 3x0,002243x43,5


   0,87  A s  A s,cal  11,81cm2
A s,cal γ f fctm 1,75x0,221

c) Cálculo da flecha (combinação quase permanente de serviço ψ2 = 0,3)

Ma = Mg + ψ2 Mq = 160 + 0,3x80 = 184 kNm = 18400 kNcm


Mr = 0,0075 bh2 (fck)2/3 = 0,0075x20x802x(20)2/3 = 7073 kNcm
Ma > Mr  Estádio II, seção fissurada  EIeq
(Mr / Ma) = 7073 / 18400 = 0,384
Ecs = i Eci = i [e 5600(20)1/2] = (0,8+0,2x20/80)x[1,0x25044]
Ecs = 21287 MPa ≈ 2129 kN/cm2
n = Es / Ecs = 21000 / 2129 = 9,86 n’ = 9,86 - 1 = 8,86
A = (9,86x12,06 + 8,86x0,39) / 20 = 6,12
B = (9,86x76x12,06 + 8,86x4x0,29)x2 / 20 = 905,11
XII = -6,12 + [(6,12)2 + 905,11] = 24,58 cm
III = 20x24,583 / 3 + 9,86x12,06x(76 - 24,58)2 + 8,86x0,39x(24,58 - 4)2 = 414872 cm4
Ic = 20x803 / 12 = 853333 cm4 III = 0,49 Ic
EIeq = 2129 [0,3843x853333 + (1 - 0,3843)x414872] = 2129x439699 ≈ EcsIII
EIeq = 9,36x108 kNcm2
ρ’ = 0,39 / (20x76) = 2,57x10-4 f = 1,46 / (1 + 50x2,57x10-4) = 1,44
p = (1 + f) pi = (1 + αf)(g + 2 q) = (1 + 1,44)(20 + 0,3x10) = 56,12 kN/m
p = 0,56 kN/cm

A flecha máxima para uma viga biapoiada com carga uniformemente distribuída
p é dada por fmax = 5p4 / 384EI. Portanto a flecha máxima no tempo infinito fica:

f = 5x0,56x8004 / (384x9,36x108) = 3,19 cm < fadm = 800 / 250 = 3,20 cm  OK!

Supondo armadura constante em toda a viga, As = 12,06 cm2 e A’s = 0,39 cm2,
a rigidez efetiva da viga será constante e igual a EIII = 2129x414872 = 8,83x108 kNcm2.
Nesse caso a flecha no tempo infinito será:

9.20
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f = 5x0,56x8004 / (384x8,83x108) = 3,38 cm ≈ fadm = 800 / 250 = 3,20 cm  OK!

Para efeito da avaliação da flecha, tendo em vista a variabilidade dos parâme-


tros envolvidos, os dois valores são equivalentes e aceitáveis (flecha praticamente
igual à admissível). Entretanto, o valor da flecha calculada com a rigidez da seção
fissurada para a armadura constante e igual à máxima no centro do vão, deu maior
que a flecha quando se considerou a rigidez equivalente de Branson, valor que leva
em conta tanto a rigidez da seção bruta, quanto da seção fissurada de concreto.

Isso se deve porque a relação entre os momentos de fissuração e de serviço


foi pequena (Mr / Ma) = 0,384, resultando certa prevalência da rigidez da seção bruta
de concreto em relação a rigidez da seção fissurada. Dessa forma, adota-se para efei-
tos práticos, a rigidez da seção fissurada, EIII, quando (Mr / Ma) ≤ 0,50.

Calculando-se essa viga pelo processo aproximado (algoritmo), como feito na


seção 9.3 (tabela 9.2), chegou-se a uma flecha máxima igual a fmax = 5,04 p4 / 384EI,
mostrando a eficiência e precisão da integração numérica em substituição à integra-
ção analítica.

9.7.2 – Exemplo 2

Calcular a flecha máxima na extremidade do balanço da viga abaixo (fig. 9.3).

DADOS: Concreto fck = 25 MPa (brita calcaria) Aço CA 50

Seção: 20/60 cm2 (vão) 20/60 a 20/40 (balanço)

Mostra-se na figura 9.3 uma viga sobre dois apoios com um balanço à direita
do apoio B. O vão AB tem seção transversal constante de 20/60 cm2 e foi dividido,
para efeito da integração numérica (algoritmo), em 8 elementos de comprimento  =
70 cm. O balanço tem altura variável desde 60 cm em B, até 50 cm na sua extremidade
e foi dividido em dois elementos, também de comprimento  = 70 cm. Como o foco
do exemplo é a cálculo da flecha, a viga será apenas calculada e detalhada à flexão.

9.21
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Figura 9.3 – Viga do exemplo 2

a) Dimensionamento à flexão
fc = 1,518 kN/cm2 d = 56 cm

X = 15960 kNcm K = 0,235 < KL = 0,295 As = As1 = 10,61 cm2


Adotar 6 16mm (2 na 2a camada) Ase = 12,06 cm2
M = 1890 kNcm K = 0,028 < KL = 0,295 As = As1 = 1,10 cm2
As,min = 0,15%x20x60 = 1,80 cm2 Ase = 2,36 cm2 (3 10mm)

b) Ancoragem
b = 37,67 (boa aderência) b = 37,67 / 0,7 = 53,81 (má aderência)

Apoio (momento negativo - má aderência)


b,nec = 53,81x1,6x(10,61 / 12,06) = 76 cm
[(a/d) = VSd,max/2(VSd,max - Vc) = 84,5x1,4/2(84,5x1,4 - 0,0769x20x56) = 1,84 > 1]
a = d = 56 cm*

9.22
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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Vão (momento positivo - boa aderência)


b,nec = 37,67x1,0x(1,10 / 2,36) = 18 cm > b,min = 0,3 b = 16 cm
a = d = 56 cm*
c) Detalhamento
De acordo a figura 9.4 as seções 0, 1, 2 e 3 estão na região de momentos
positivos (tração na parte inferior da viga) e as demais na de momentos negativos
(tração na parte superior da viga). Nas primeiras a armadura As = 2,36 cm2 (3 10mm)
e A’s = 4,02 cm2 (2 16mm), conforme figura 9.4. A armadura A’s não foi necessária
no cálculo à flexão, mas pelo detalhamento, a posição N1 foi prolongada até o apoio
da esquerda.

A seção 4 já se encontra no trecho de momentos negativos e pelo


detalhamento, a armadura As = 8,04 cm2 (4 16mm) e a armadura A’s = 2,36 cm2 (3
10mm). As seções 5 a 8 ainda têm seção transversal 20/60 cm 2, mas a armdura As =
12,06 cm2 (6 16mm) e a armadura A’s = 2,36 cm2 (3 10mm).

Figura 9.4 – Detalhamento à flexão da viga do exemplo 1

9.23
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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A seção transversal 9 tem as dimensões 20/50 cm2, armadura As = 12,06 cm2


(616mm) e armadura A’s = 1,57 cm2 (2 10mm). A seção transversal 10 tem as di-
mensões 20/40 cm2, armadura As = 8,04 cm2 (4 16mm) e armadura A’s = 1,57 cm2
(2 10mm). Como a posição N3 foi interrompida na seção 10, sem a dobra vertical,
não foi considerada sua contribuição para a armadura As dessa seção.

d) Cálculo da rigidez EIII das seções


Ecs = 0,9x[0,8 + 0,2x(25/80)]x5600x(25)1/2 = 21735 MPa = 2174 kN/cm2
n = 21000 / 2174 = 9,66 n’ = 8,66

Seções 1* a 3 (As = 2,36 cm2 A’s = 4,02 cm2)


A = (9,66x2,36 + 8,66x4,02) / 20 = 2,88
B = (56x9,66x2,36 + 4x8,66x4,02)x2 / 20 = 141,59
xII = - 2,88 + (2,882 + 141,59)1/2 = 9,36 cm
III = 20x9,363 / 3 + 9,66x2,36x(56 - 9,36)2 + 8,66x4,02x(9,36 - 4)2 = 56058 cm4
Ic = 20x603 / 12 = 360000 cm4 (III = 0,16 Ic)
EIII = 2174x56058 = 1,218x108 kNcm2

(*) A rigor, deveria ser calculada a rigidez efetiva da seção “0” onde As = 2,36 cm2
e A’s = 0. Como M0 = 0 e portanto, m0 = M0/EI = 0, o valor dessa rigidez não
altera os resultados, uma vez que o produto (m0/2) = 0 (ver tabela 9.5).

Seção 4 (As = 8,04 cm2 A’s = 2,36 cm2)


A = (9,66x8,04 + 8,66x2,36) / 20 = 4,91
B = (56x9,66x8,04 + 4x8,66x2,36)x2 / 20 = 443,11
xII = - 4,91 + (4,912 + 443,11)1/2 = 16,71 cm
III = 20x16,713 / 3+9,66x8,04x(56 - 16,71)2+8,66x2,36x(16,71 - 4)2 = 154301 cm4
Ic = 20x603 / 12 = 360000 cm4 (III = 0,43 Ic)
EIII = 2174x154301 = 3,354x108 kNcm2

Seções 5 a 8 (As = 12,06 cm2 A’s = 2,36 cm2)


A = (9,66x12,06 + 8,66x2,36) / 20 = 6,85
B = (56x9,66x12,06 + 4x8,66x2,36)x2 / 20 = 660,57
9.24
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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xII = - 6,85 + (6,852 + 660,57)1/2 = 19,75 cm


III = 20x19,753/3+9,66x12,06x(56 - 19,75)2+8,66x2,36x(19,75 - 4)2 = 209516 cm4
Ic = 20x603 / 12 = 360000 cm4 (III = 0,58 Ic)
EIII = 2174x209516 = 4,454x108 kNcm2

Seção 9 (20/50) (As = 12,06 cm2 A’s = 1,57 cm2)


A = (9,66x12,06 + 8,66x1,57) / 20 = 6,50
B = (46x9,66x12,06 + 4x8,66x1,57)x2 / 20 = 541,34
xII = - 6,50 + (6,502 + 541,34)1/2 = 17,65 cm
III = 20x17,653/3+9,66x12,06x(46 - 17,65)2+8,66x1,57x(17,65 - 4)2 = 132822 cm4
Ic = 20x503 / 12 = 208333 cm4 (III = 0,64 Ic)
EIII = 2174x132822 = 2,887x108 kNcm2

Seção 10 (20/40) (As = 8,04 cm2 A’s = 1,57 cm2)


A = (9,66x8,04 + 8,66x1,57) / 20 = 4,56
B = (36x9,66x8,04 + 4x8,66x1,57)x2 / 20 = 285,04
xII = - 4,56 + (4,562 + 285,04)1/2 = 12,93 cm
III = 20x12,933/3+9,66x8,04x(36 - 12,93)2+8,66x1,57x(12,93 - 4)2 = 56832 cm4
Ic = 20x403 / 12 = 106667 cm4 (III = 0,53 Ic)
EIII = 2174x56832 = 1,235x108 kNcm2

e) Algoritmo
Analisando a tabela abaixo encontra-se a flecha na extremidade do balanço,
y10 = 0,735 cm, calculada com a rigidez da seção fissurada e com a carga nominal,
sem considerar a situação de serviço em que se usa a combinação quase perma-
nente, para avaliação no ELS-W.

Como não foram fornecidas as parcelas permanente e variável do carrega-


mento, pode-se arbitrar 70% das cargas para a parcela permanente e 30% para a
parcela variável. Assim a flecha nominal y10 fica dividida em yg,10 = 0,7x0,735 = 0,515
cm e yq,10 = 0,3x0,735 = 0,220 cm. A flecha imediata para a combinação quase per-
manente é dada por:
yi,10=yg,10+0,3yq,10=0,515+0,3x0,220=0,581 cm, f=1,46/[1+50x(1,57/20x56)]=1,36

9.25
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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y,10 = (1 + 1,36) yi,10 = 2,36x0,581 = 1,37 cm > yadm = 140 / 125 = 1,12 cm

Considerando uma contra-flecha de 0,3 cm, menor que a admissível ( / 350) =


0,4 cm, a flecha final no tempo infinito na seção 10 resulta no valor aceitável igual a
1,07 cm.

Tabela 9.5 - Algoritmo do exemplo 2

EI(x108) y
M m=M/EI I,j i
Seção cm
kNcm kNcm2 (x10-5cm-1) (x10-3) (x10-3) rd

0 0 - 0 0
0 1,411
1 1435 1,218 1,178 0,099
0,825 0,586
2 1890 1,218 1,552 0,140
1,911 -0,500
3 1365 1,218 1,121 0,105
2,696 -1,285
4 -140 3,354 -0,042 0,015
2,666 -1,255
5 -2625 4,454 -0,589 -0,073
2,254 -0,843
6 -6090 4,454 -1,367 -0,132
1,297 0,144
7 -10535 4,454 -2,365 -0,122
-0,358 1,769
8 -15960 4,454 -3,583 0,002
-2,867 4,278
9 -7890 2,887 -2,733 0,301
-4,780 6,191
10 0 1,235 0 0,735

9.26
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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f) Avaliação aproximada da flecha

Nesse caso de verificação da flecha no balanço a rigidez equivalente de Branson,


deve ser calculada para o valor do momento de serviço Mserv = Ma do apoio, para a
combinação quase permanente de serviço. Assim:

Mserv = Ma = 0,7x15960 + 0,3x(0,3x15960) = 12608 kNcm

Mr = 0,0075 b h2 (fck)2/3 = 0,0075x20x602x252/3 = 4619 kNcm < Mr

(Mr / Ma) = 4619 / 12608 = 0,366

EIeq = 2174 [0,3663x360000 + (1 - 0,3663)x209516] = 2174x216915


EIeq = 4,715x108 kNcm2 = 4,715x104 kNm2

A flecha imediata na extremidade do balanço, considerando a inércia constante


e integrando-se analiticamente vale y10 = 313,3 / EI (cm). Considerando a rigidez equi-
valente resulta y10 = 313,3 / 4,715x104 = 6,6x10-3 m = 0,66 cm. A flecha no tempo
infinito será:

y,10=(1+1,36)yi,10=2,36x[(0,7x0,66)+0,3x(0,3x0,66)]=1,23 cm > yadm=140/125=1,12 cm

Considerando a rigidez equivalente ponderada, levando-se em conta EIc =


2174x360000 = 7,285x108 kNcm2 no trecho do vão (5,6 - 2,85) = 2,75 m e EIeq =
4,715x108 kNcm2 no restante do vão e no balanço:

EIeq,pond = [7,285x108x2,75 + 4,715x108x(2,85 + 1,40)] / 7 = 5,725x108 kNcm2

y10 = 313,3 / 5,725x104 = 5,5x10-3 m = 0,55 cm

y,10=(1+1,36)yi,10=2,36x[(0,7x0,55)+0,3x(0,3x0,55)]=1,03 cm < yadm=140/125=1,12 cm

9.27
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9.7.3 – Exemplo 3

Calcular a flecha máxima no tempo infinito na seção (nó) 6 das barras superio-
res 14 e 15, do pórtico abaixo.

Figura 9.5 – Pórtico do exemplo 3

DADOS:

Concreto fck = 20 MPa (brita gnaisse) Aço CA 50

Barras 1 a 5 seção (20/20 cm2) Barras 6 a 9 seção (15/40 cm2)

Barras 10 a 13 seção (12/50 cm2) Barras 14,15 seção (12/60 cm2)

Laje forro h = 8 cm Espaçamento entre pórticos = 3,20 m

9.28
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Figura 9.6 – Diagramas de V e M

A flecha no nó 6, calculada com a rigidez da seção bruta e com o módulo de


elasticidade do concreto, (E = 1600 kN/cm2), valor adotado e fornecido para análise
no programa PPLANO (pórtico plano) do DEEs (Departamento de Engenharia de Es-
truturas), foi de y6 = 4,22 cm. Essa flecha obtida com o carregamento nominal, sem
levar em conta a combinação quase permanente de serviço, é maior que a flecha
admissível ( /250) = 1000 / 250 = 4 cm.

9.29
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Deformações
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Essa flecha deverá ser corrigida para levar em conta a carga de serviço, a inér-
cia da seção fissurada (seção T, mesa de 8 cm comprimida) e parcela diferida decor-
rente do efeito da fluência do concreto.

a) Dimensionamento à flexão das barras 14 e 15

De acordo a figura 9.5, o nó 6 está a 500 cm do nó 3 e pela figura 9.6a o dia-


grama de força cortante passa por um ponto nulo a 0,2 cm do nó 6, portanto na barra
15. Portanto o valor do momento máximo, que ocorre nesse ponto, vale:

Mmax,barra 15 = [(V6)2 / 2 p - (-145,34)] = [(V13)2 / 2 p - 45,35]

Mmax,barra 15 = [0,112 / (2x15,30) +145,34] = [76,392 / (2x15,30) - 45,35]

Mmax,13 = 145,35 kNcm

Como a mesa está comprimida a viga formada pelas barras 14 e 15 pode ser
dimensionada como viga T. A distância entre eixos dos pórticos é de 3,20 m. Portanto,
a distância livre entre duas vigas superiores vale b2 = 320 - 12 = 308 cm. A distância
entre pontos de momentos nulos vale a = 1000 - 65 -63 = 872 cm (retirado do diagrama
de M), portanto o valor da largura colaborante bf deve ser calculada com bf = bw + 2
b1, onde b1 é o menor dos dois valores:

b1 ≤ 0,10 a = 0,10x872 = 87 cm
b1 = 87 cm  bf = 12 + 2x87 = 186 cm
b1 ≤ 0,5 b2 = 0,5x308 = 154 cm

MRef = 1,214x186x8x(56 - 8/2) = 93934 kNcm > Md = 1,4x14535 = 20349 kNcm

Portanto o dimensionamento deve ser feito com seção retangular 186/60 cm2.

K = 20349 / (1,214x186x562) = 0,029 < KL = 0,295

As = As1 = 1,214x186x56x[1 - (1 - 2x0,029)1/2] / 43,5 = 8,48 cm2

Adotando 5 16mm  Ase = 10,06 cm2

9.30
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A’s = 0 Adotar 2 5mm  A’se = 0,39 cm2

b) Momento de inércia da seção fissurada

Ecs = 1,0x[0,8 + 0,2x(20/80)]x5600x(20)1/2 = 21287 MPa = 2129 kN/cm2


n = 21000 / 2129 = 9,87 n’ = 8,87
A = (1/12)x[9,87x10,06 + 8,87x0,39 + (186 - 12)x8] = 124,56
B = (2/12)x[56x9,87x10,06 + 4x8,87x0,39 + 0,5x (186 -12)x82] = 1871,53
XII = -124,56 + (124,562 + 1871,53)1/2 = 7,30 cm

III = [186x7,303-(186-12)(7,30-8)3] / 3 + 9,87x10,06x(56-7,30)2 + 8,87x0,39x(7,30-4)2

III = 259666 cm4 Ic = 12x603/12 = 216000 cm4

c) Valor corrigido da flecha no nó 6

p14 = p15 = 15,30 = 13,44 (g) + 1,86 (q) (valores fornecidos)

pi,14 = pi,15 = 13,44 + 0,3x1,86 = 14,00 kN/m

f = 1,46 / [1 + (50x0,39) / (12x56)] = 1,42

p,12 = p,13 = (1 + 1,42)x14,00 = 33,88 kN/m

y6,corr = y6 (p / p) (Eadotado / Ecs) (Ic / III)

y6,corr = 4,22x(33,88/15,30)x(1600/2129)x(216000/259666) = 5,81 cm > yadm = 4 cm

Adotando-se uma contra-flecha de 2 cm < cfmax =  / 350 = 2,86 cm

y6,final = 5,81 – 2 = 3,81 cm < yadm = 4 cm OK!

9.31

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