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Março 2018
9.1 – Introdução
d2y M
2
- (9.1)
dx EI
Onde
y - é a equação da linha elástica, função da variável x, eixo da viga;
M - equação de momento fletor, função de x;
E - módulo de elasticidade longitudinal do concreto (secante);
I - momento de inércia da seção transversal de concreto, que é função da
sua geometria e do detalhamento das armaduras;
EI - rigidez à flexão
De uma maneira geral tanto o momento fletor quanto a rigidez à flexão são fun-
ções da posição da seção, definida pela abscissa x. A equação do momento normal-
mente é uma função contínua em x, a não ser quando se aplica momento concentrado,
situação pouco comum em vigas. Embora o valor de E seja constante, o momento de
inércia I, que é uma propriedade geométrica da seção transversal considerada, de-
pende do detalhamento dessa seção de concreto (número e disposição das barras).
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Mesmo para vigas prismáticas (seção transversal constante), caso mais sim-
ples de aplicação da equação (9.1), pode-se ainda ter o momento de inércia I variável,
portanto o algoritmo desenvolvido a seguir envolve duas integrações numéricas inde-
finidas (sem limites de integração). Para tanto a viga será dividida em trechos (ele-
mentos) iguais (não necessariamente) de comprimento (x = / n), onde é o com-
primento da viga e n é número de elementos, conforme figura 9.1.
9.2
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dy
θ mdx C mx C (9.2)
dx
Na equação (9.2) a integral analítica mdx foi substituída pelo somatório mx,
9.3
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θ1 θ 0 m 0
2
θ2 θ0 m0 m1
2
m j1
θ j θ 0 0 m k θ 0 θ i, j (9.4a)
2
k 1
m j1
θ i, j Δ 0 m k (9.4b)
2
k 1
j j
y j y 0 Δ θ i y 0 Δ θ 0 θ i, j (9.5b)
i 1 i 1
9.4
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y k y 0 Δ θ i y 0 Δ θ 0 θ i,k y 0 Δ kθ 0 θ i,k
k k k
(9.6)
i 1 i 1 i 1
1 y k y 0 k
θ0
k Δ
i,k
θ (9.7)
i 1
1 n
θ0 θ i, j (9.8)
n j1
9.5
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0 m0 y0
i,1= m0(/2) 1=0-i,1
1 m1 y1=y0+1
i,2=i,1+m1 2=0-i,2
2 m2 y2=y1+2
. . i,3=i,2+m2 3=0-i,3
. . .
. . .
. . i,k=i,k-1+mk-1 k=0-i,k
K mk yk=yk-1+k
. .
. .
. .
. . i,9=i,8+m8 9=0-i,9
9 m9 y9=y8+9
i,10=i,9+m9 10=0-i,10
10 m10 y10=y9+10
i,j
9.6
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pl 3 j1
θ i, j k n k
2000EI k 1
(9.9)
0 0 0
0 82,5
1 9 82,5
9 73,5
2 16 156
25 57,5
3 21 213,5
46 36,5
4 24 250
70 12,5
5 25 262,5
95 -12,5
6 24 250
119 -36,5
7 21 213,5
140 -57,5
8 16 156
156 -73,5
9 9 82,5
165 -82,5
10 0 0
i,j=825
9.7
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O caso geral para uma viga genérica de seção T está apresentado na figura
9.2, com todas as características geométricas definidas no capítulo 2, submetida à
9.8
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flexão normal composta (N e M). Segundo a NBR 6118:2014, adota-se como hipótese
básica, o diagrama linear de deformação, como mostrado na figura 9.2. Na verificação
do estado limite de utilização correspondente à deformação plástica excessiva (ELS-
W), em função das cargas de serviço, o diagrama de tensão no concreto é linear na
compressão e nulo na tração (linha tracejada na figura 9.2), ou seja, solicitação no
Estádio II.
9.9
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σc σ Es 1
εc εs s σs σc nσc σc σs (9.10)
Ec Es Ec n
σc σh σ'c σ /n σ's /n
s (9.11)
x II x II h f x II d' d x II x II d'
9.10
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σcbf XII σc XII hf bf bw XII hf σ nd XII σ n' XII d'
N As c A's c
2 XII 2 XII XII
(9.16)
A equação do segundo grau em XII (9.16), depois das simplificações fica:
2 hf2
nAs n' A's bf bw hf XII dnA s d' n' A's bf bw 0
bw XII N
2 σc 2
(9.17)
Resolvendo-se a equação (9.17) chega-se ao valor de XII:
XII A A 2 B (9.18)
9.11
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Onde
b f b w h f
1 N
A nA s n' A' s (9.19)
bw σc
2 bf b w 2
B dnA s d' n' A' s hf (9.20)
bw 2
1
Mn bf XII
3
3
σ
bf b w XII hf 3 nA s d XII 2 n' A's XII d' 2 c
XII
(9.21)
Mn
σc x II (9.22)
In
In I II
1
3
3
bf XII
bf bw XII hf 3 nA s d XII 2 n' A's XII d'2 (9.23)
9.12
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XII A A 2 B (9.18)*
Com
A
1
nA s n' A's (9.24)
bw
B
2
dnA s d' n' A's (9.25)
bw
3
nA s d XII 2 n' A's XII d'2
bf XII
In III (9.26)
3
Onde:
Md, ser - é o valor de cálculo do momento para combinações de serviço;
9.13
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αfct I c
Mr (9.28)
yt
Com:
= 1,2 para seções T ou duplo T;
= 1,3 para seções I ou T invertido;
= 1,5 para seções retangulares;
Onde:
α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na
flexão com a resistência à tração direta;
yt é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
fct é a resistência à tração direta do concreto, conforme 8.2.5 da NBR 6118:
2014, com o quantil apropriado a cada verificação particular.
1,5x0,3fck 2/3 bh 2
Mr 0,0075bh2 fck 2/3 (kNcm) fck ≤ 50 MPa (9.29)
6x10
Nas equações (9.29) e (9.30) deve-se usar MPa como unidade para a resistên-
cia fck, obtendo-se o momento de fissuração Mr em kNcm.
9.14
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Quando os esforços não superam aqueles que dão início à fissuração (Md,serv
≤ Mr), o modelo de comportamento da estrutura pode admitir o concreto e o aço como
materiais de comportamento elástico e linear, de modo que as seções ao longo do
elemento estrutural possam ter as deformações específicas determinadas no Estádio
I (seção não fissurada). Em caso contrário, deve-se considerar o Estádio II (seção
fissurada).
9.15
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Para uma avaliação aproximada da flecha imediata nas vigas, pode-se usar a
expressão da rigidez equivalente, já definida anteriormente nas equações (3.18), ob-
tidas pela formulação de Branson (1966):
M
3 M
3
I II E cs I c
Estádio II - EIeq,t0 E cs r I c 1 r (9.32)
M a Ma
Onde:
Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto;
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
I II é o momento de inércia da seção fissurada de concreto no está-
dio II, calculada com a relação entre os módulos (n = Es / Ecs);
Ma é o momento fletor na seção crítica do vão considerado, momento
máximo no vão para vigas biapoiadas ou contínuas e momento no apoio
para balanços, para a combinação de ações considerada nessa avalia-
ção (Ma = Md,serv para ELS-W);
Mr é o momento de fissuração do elemento estrutural;
t0 é a idade em meses relativa à data de aplicação da carga de longa
duração.
Para uma relação (Mr / Ma) = 0,5 e supondo que III = (0,4 a 0,6)Ic (situação
comum em vigas de concreto armado), nota-se pela equação (9.32), que o momento
de inércia Ieq (termo entre chaves) dá praticamente o valor do momento de inércia da
seção fissurada, III. Dessa forma para relações (Mr / Ma) < 0,5, adota-se EIeq = EIII.
9.16
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Δξ
αf (9.33)
1 50ρ '
Onde:
A 's
ρ' (9.34)
bd
No caso das parcelas das cargas de longa duração serem aplicadas em idades
diferentes, pode-se tomar para t0 o valor ponderado a seguir:
Pi t 0i
t0 (9.38)
Pi
Onde Pi representa a parcela de carga “i” e t0i é a idade em que se aplicou essa
parcela, em meses.
9.17
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Tempo (t)
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 70
- meses-
Coefici-
ente 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2
(t)
9.18
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9.7 – Exemplos
9.7.1 – Exemplo 1
Calcular a flecha máxima (no tempo infinito) em uma viga biapoiada com os
seguintes dados:
a) Cálculo à flexão
M = Mg + Mq = (g 2 / 8) + (q 2 / 8) = 160 + 80 = 240 kNm = 24000 kNcm,
fc = 1,214 kN/cm2 K = 24000x1,4 / (1,214x20x762) = 0,240 < KL = 0,295
9.19
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A flecha máxima para uma viga biapoiada com carga uniformemente distribuída
p é dada por fmax = 5p4 / 384EI. Portanto a flecha máxima no tempo infinito fica:
Supondo armadura constante em toda a viga, As = 12,06 cm2 e A’s = 0,39 cm2,
a rigidez efetiva da viga será constante e igual a EIII = 2129x414872 = 8,83x108 kNcm2.
Nesse caso a flecha no tempo infinito será:
9.20
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9.7.2 – Exemplo 2
Mostra-se na figura 9.3 uma viga sobre dois apoios com um balanço à direita
do apoio B. O vão AB tem seção transversal constante de 20/60 cm2 e foi dividido,
para efeito da integração numérica (algoritmo), em 8 elementos de comprimento =
70 cm. O balanço tem altura variável desde 60 cm em B, até 50 cm na sua extremidade
e foi dividido em dois elementos, também de comprimento = 70 cm. Como o foco
do exemplo é a cálculo da flecha, a viga será apenas calculada e detalhada à flexão.
9.21
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a) Dimensionamento à flexão
fc = 1,518 kN/cm2 d = 56 cm
b) Ancoragem
b = 37,67 (boa aderência) b = 37,67 / 0,7 = 53,81 (má aderência)
9.22
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9.23
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(*) A rigor, deveria ser calculada a rigidez efetiva da seção “0” onde As = 2,36 cm2
e A’s = 0. Como M0 = 0 e portanto, m0 = M0/EI = 0, o valor dessa rigidez não
altera os resultados, uma vez que o produto (m0/2) = 0 (ver tabela 9.5).
e) Algoritmo
Analisando a tabela abaixo encontra-se a flecha na extremidade do balanço,
y10 = 0,735 cm, calculada com a rigidez da seção fissurada e com a carga nominal,
sem considerar a situação de serviço em que se usa a combinação quase perma-
nente, para avaliação no ELS-W.
9.25
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y,10 = (1 + 1,36) yi,10 = 2,36x0,581 = 1,37 cm > yadm = 140 / 125 = 1,12 cm
EI(x108) y
M m=M/EI I,j i
Seção cm
kNcm kNcm2 (x10-5cm-1) (x10-3) (x10-3) rd
0 0 - 0 0
0 1,411
1 1435 1,218 1,178 0,099
0,825 0,586
2 1890 1,218 1,552 0,140
1,911 -0,500
3 1365 1,218 1,121 0,105
2,696 -1,285
4 -140 3,354 -0,042 0,015
2,666 -1,255
5 -2625 4,454 -0,589 -0,073
2,254 -0,843
6 -6090 4,454 -1,367 -0,132
1,297 0,144
7 -10535 4,454 -2,365 -0,122
-0,358 1,769
8 -15960 4,454 -3,583 0,002
-2,867 4,278
9 -7890 2,887 -2,733 0,301
-4,780 6,191
10 0 1,235 0 0,735
9.26
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9.27
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9.7.3 – Exemplo 3
Calcular a flecha máxima no tempo infinito na seção (nó) 6 das barras superio-
res 14 e 15, do pórtico abaixo.
DADOS:
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9.29
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Essa flecha deverá ser corrigida para levar em conta a carga de serviço, a inér-
cia da seção fissurada (seção T, mesa de 8 cm comprimida) e parcela diferida decor-
rente do efeito da fluência do concreto.
Como a mesa está comprimida a viga formada pelas barras 14 e 15 pode ser
dimensionada como viga T. A distância entre eixos dos pórticos é de 3,20 m. Portanto,
a distância livre entre duas vigas superiores vale b2 = 320 - 12 = 308 cm. A distância
entre pontos de momentos nulos vale a = 1000 - 65 -63 = 872 cm (retirado do diagrama
de M), portanto o valor da largura colaborante bf deve ser calculada com bf = bw + 2
b1, onde b1 é o menor dos dois valores:
b1 ≤ 0,10 a = 0,10x872 = 87 cm
b1 = 87 cm bf = 12 + 2x87 = 186 cm
b1 ≤ 0,5 b2 = 0,5x308 = 154 cm
Portanto o dimensionamento deve ser feito com seção retangular 186/60 cm2.
9.30
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