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RECURSO INOMINADO
PROCESSO n° 0117367-42.2014.8.05.0001
EMENTA
RELATÓRIO
Trata-se de recurso inominado interposto por VIA BAHIA, em face da r. sentença prolatada
nos autos do processo em epígrafe, no qual litiga com CINTIA LORENA CASTELO BRANCO DE
ANDRADE.
Preparados e sorteados coube-me a função de Relatar, cujo voto ora apresento, fundamen -
tando-o de forma sucinta, conforme a regra legal acima referida.
VOTO
Versam os autos sobre pedido de indenização por danos morais e materiais, ao fundamento
de que devido a dano causado no veículo da autora que se chocou com a cancela de pedágio
mantido pela ré. O choque foi ocasionado por falha no dispositivo eletrônico que autoriza os veículos
conveniados a passarem pelos guichês sem parar, vez que a cobrança é realizada eletronicamente e
enviada posteriormente ao consumidor.
COJE – COORDENAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS
4ª TURMA RECURSAL CÍVEL E CRIMINAL
Sustentou a ré sua ilegitimidade passiva, vez que tal sistema eletrônico seria de responsabili-
dade de terceira empresa. Entretanto, mesmo reconhecendo-se que o contrato de cobrança de valo -
res é, de fato, firmado com outra empresa, há de se observar a solidariedade da ré para o caso,
vez que participante da cadeia de consumo, sendo remunerada indiretamente pela empresa direta -
mente exploradora do serviço eletrônico.
Não bastante, a estrutura física da praça de pedágio é mantida pela ré, bem como a co-
mercialização do serviço é realizada ostensivamente na praça de pedágio, não podendo querer a
acionada receber apenas os “bônus” da contratação que incentivou o consumidor a realizar, mas
também deve ser responsabilizada quando existir defeito no serviço, como no caso dos autos. Por
isso, mantenho afastada a preliminar.
Nesse sentido, os artigos 186 e 927 do Código Civil dispõem que aquele que violar direito e
causar dano a outrem, seja por ação ou omissão, negligência ou imprudência, comete ato ilícito,
cabendo a ele a obrigação de reparação dos danos causados.
Assim, quanto ao dano moral, em que pese os argumentos trazidos em sede de defesa, en-
tendo que a situação narrada nos autos configura incômodo sofrido pelo autor, ultrapassando os limi -
tes comuns no enfrentamento de problemas da vida do cotidiano.
Viável, portanto, a concessão da indenização vindicada, uma vez que os fatos narrados na
inicial geraram constrangimentos e transtornos para além dos meros dissabores ou aborrecimentos co-
tidianos. Desta forma, configurado o dano de natureza moral.
É importante observar que o dano moral decorre da prestação defeituosa do serviço, não
ocorrendo causa excludente nos autos e presentes os requisitos ensejadores da reparação.
Sendo assim o valor estipulado, a título de indenização por danos morais, deve considerar os
critérios pertinentes recomendados pela doutrina e jurisprudência, não merecendo censura o valor de
R$ 3.000,00 (três mil reais) pelos danos morais.
COJE – COORDENAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS
4ª TURMA RECURSAL CÍVEL E CRIMINAL
Ante o quanto exposto, por vislumbrar que não merece reforma a decisão vergastada, VOTO
NO SENTIDO DE CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto. Custas e honorários,
pela recorrente, que fixo em 20% sobre o valor da condenação.
É como voto.
RECURSO INOMINADO
PROCESSO n° 0117367-42.2014.8.05.0001
EMENTA
ACÓRDÃO