Ethernet Industrial e Wireless Industrial: as
tendências nas Redes Industriais de Comunicação
Amanda P. Bride Renato S. Pereira
Departamento de Engenharia Elétrica Departamento de Engenharia Elétrica
Instituto Federal do Espírito Santo Instituto Federal do Espírito Santo
Vitória, Brasil Vitória, Brasil
amandapivetta_bride@hotmail.com renato.stop@gmail.com
Resumo—Este trabalho tem como objetivo analisar dois
tipos de comunicação que são tendência na área industrial e
que surgiram nas últimas décadas, a Ethernet Industrial e o
Wireless Industrial. Atualmente a Ethernet é considerado o
padrão mais aceito no mundo quando se trata de
intercomunicação de dados em redes. Por serem consideradas
simples de projetar e implantar, possuir rapidez e alta
capacidade de informação, além de alta velocidade de rede,
atualmente ela vem sendo amplamente empregada em redes
industriais. Além da Ethernet, outra grande tendência nas
redes industrias é a comunicação Wireless. Por serem mais
flexíveis e baratas em relação às redes cabeadas, este tipo de
comunicação vem ganhando cada vez mais espaço nas redes
industriais e estudos vem sendo realizados nesta área afim de se
definir padrões de comunicação e de se evoluir e realizar
melhorias na área. Portanto, este trabalho irá contextualizar as
principais redes industriais utilizando comunicação via
Ethernet e Wireless.
Keywords—Redes Industriais, Ethernet Industrial, Wireless
Industrial.
I. INTRODUÇÃO
A crescente demanda por automação na indústria em
outros setores está relacionada, entre diversos aspectos, à
viabilidade de aumentar a velocidade de processamento das
informações, uma vez que as demandas estão cada vez mais
complexas, necessitando de um grande número de controles
e mecanismos de regulação para permitir tomadas de decisão
mais rápidas e, deste modo, aumentar os níveis de
produtividade e/ou eficiência.
Com o advento da automação, é possível economizar
energia, força de trabalho e matérias-primas, um melhor
controle de qualidade do produto, maior utilização da planta
industrial, aumenta a produtividade e a segurança do
operador e do processo. Ou seja, a automação nas indústrias
permite elevar os níveis de continuidade e de controle global
do processo com maior eficiência, aproximar ao máximo a
produção real da capacidade nominal da planta, ao reduzir ao
mínimo possível os períodos ociosos, horas de manutenção
corretiva e a insuficiência de matéria-prima.
II. ETHERNET INDUSTRIAL
A. Introdução
O padrão Ethernet convencional foi desenvolvido na
década de 1970 e passou a ser comercializado no início da
década de 1980. O primeiro padrão reconhecido pelo IEEE
XXX-X-XXXX-XXXX-X/XX/$XX.00 ©20XX IEEE
Vinicius P. Marchesini
Departamento de Engenharia Elétrica
Instituto Federal do Espírito Santo
Vitória, Brasil
marchesinivinicius@gmail.com
data de 1985 [1]. Os precursores da Ethernet na indústria
foram as primeiras redes industriais: os Fieldbuses. Fieldbus,
é uma classificação de rede que descreve as redes digitais de
supervisão com a finalidade de substituir os antigos padrões
4-20mA existentes. [2]
O Ethernet industrial utiliza quatro camadas do modelo
OSI (aplicação, sessão, transporte, rede e dados). Existem
atualmente várias redes do tipo Fieldbus no ambiente
industrial, como o WorldFIP, o Profibus PA e o Foundation
Fieldbus. Todos podem ser usados de acordo com a
preferência e com a aplicação. O que era necessário era que
estas redes pudessem ser adaptados à tecnologia Ethernet, e
desta forma, pudessem interagir uns com os outros. [2]
Atualmente, cada fabricante já tem sua solução para o
ambiente industrial em Ethernet. Profinet da associação
Profibus, (que é uma evolução do Profibus-DP), Ethernet/IP
da ODVA (onde IP quer dizer Industrial Protocol), cuja
proposta é uma evolução do Devicenet e Controlnet, e o HSE
High Speed Ethernet da Fieldbus Foundation (que
interconecta as redes H1, do tipo Foundation Fieldbus) são
exemplos [2].
Com a existência de uma grande quantidade de soluções
para Ethernet Industrial, acabou-se por não ter a
interoperabilidade desejada. Isto ocorreu porque cada
fabricante ou grupo de desenvolvimento elaborou suas
soluções, incompatíveis com os demais [2].
A Ethernet levada ao setor industrial traz inúmeras
vantagens. Por ser um padrão já consolidado no mercado, em
redes de alto nível, não havia maiores problemas de
aceitação. A utilização dos conceitos e equipamentos já
existentes no mercado (conectores, placas, cabos, etc.) torna-
se um fator positivo aos envolvidos na manipulação desta
tecnologia [2].
A velocidade alcançada com a Ethernet na indústria
(comercialmente 10 Mbps, 100 Mbps e até 1 Gbps) é algo
novo visto, que nenhuma rede Fieldbus existente no mercado
conseguiria sequer se aproximar desta taxa.
B. Conectores
Devido ao ambiente industrial ser mais agressivo do que
os ambientes onde se situam as redes corporativas, o Ethernet
industrial precisou sofrer algumas adaptações.
Os conectores têm uma grande importância nesta
atmosfera industrial, podendo garantir, por exemplo, a
proteção contra umidade, a proteção mecânica, poeira e
outras situações comuns no chão de fábrica. Uma solução
para estes problemas é a adoção de conectores mais robustos
com necessidades de IP67 (a prova de imersão em água), por
exemplo, com um conector M12 IP67 e um RJ 45 também
IP67 [2].
Fig. 1. Conector Ethernet/IP [3]
C. A Ethernet no mercado atual
The Na sequência serão mostrados os principais
protocolos existentes no mercado e a interação que foi
realizada com IP, TCP e UDP.
1) Ethernet/IP
Ethernet Industrial Protocol (Ethernet/IP) é um padrão de
rede industrial aberto que suporta mensagem em tempo real e
troca de mensagens. O Ethernet/IP usa o chip de
comunicação Ethernet padrão e também o mesmo meio físico
(cabo Ethernet) [2]. Ethernet/IP é uma rede aberta baseada
em:
 Padrões físicos e link de dados do IEEE 802.3.
 Ethernet TCP/IP Protocol Suite (Transmission Control
Protocol/Internet Protocol), o padrão Ethernet
industrial.
 Common Industrial Protocol - CIP, protocolo de
aplicação presente nas redes ControlNet, DeviceNet e
Ethernet/IP.
2) Profinet
Profinet é um padrão aberto de rede industrial de
automação do PROFIBUS Internacional baseado em
Ethernet. Profinet suporta a integração de um simples
dispositivo de campo e aplicações de tempo crítico em
comunicações Ethernet, bem como a integração de
automação de sistemas distribuídos baseados em
componentes [2].
A arquitetura do Profinet é similar ao do Profibus DP,
incluindo a comunicação mestre-escravo. O mestre DP
corresponde ao controlador I/O no Profinet. Profinet I/O se
distingue em três tipos de dispositivo: Controlador I/O,
Dispositivo I/O e Supervisor I/O:
 Controlador I/O: controlador no qual o programa de
automatização é executado.
 Dispositivo I/O: dispositivo de campo remoto que é
designado para um controlador I/O.
 Supervisor I/O: Dispositivo programável (IHM, PLC,
PC) que comissiona e tem funções de diagnóstico.
Dependendo da topologia adotada e para a integração de
outros Fieldbuses, o Profinet tem o Proxy: ele funciona como
um gateway e assim transfere dados deste Fieldbuses para o
Profinet, onde o controle é implementado. Vale lembrar que
existe um padrão especifico para este Proxy e desta forma os
únicos existentes até o momento são para o Profibus DP e
para o Interbus [2].
O Profinet transfere dados não críticos, como parâmetros,
dados de configuração e informações de conexão em cima do
canal padrão TCP/UDP e IP. Isto satisfaz as exigências para
as conexões de níveis de automação de outras redes [2]. Para
transmissão de dados de processo em tempo críticos dentro
da planta de produção, usa-se o canal de tempo real - Soft
Real Time (SRT) [2].
Para aplicações de tempo onde é necessária
sincronização, a comunicação de Tempo Real Isócrona
(Isochronous Real-Time - IRT) está disponível permitindo
jitter acumulados de 1 μs em um ciclo de 1 ms. [2] Este
encapsulamento é feito através de um bypass na camada de
encapsulamento IP. Assim o dado será mais rapidamente
processado e enviado, pois há duas camadas a menos no
protocolo. A desvantagem deste tipo de implementação é a
necessidade de um hardware dedicado, deixando o Profinet
não totalmente compatível com os sistemas normais
Ethernet. Para a comunicação de dados e parâmetros que não
exijam tempo de resposta crítico, o Profinet usa o TCP. Para
dados com tempo de resposta de 10 ms, é usado o UDP por
ser mais rápido que o TCP. Para dados com tempo de
resposta muito pequenos, é utilizado uma comunicação
especial que é chamada isócrona.
3) HSE – High Speed Ethernet
A Fieldbus Foundation tem a solução HSE para a rede
Ethernet. A função desta rede não seria substituir as redes H1
existentes (rede convencional Foundation Fieldbus), mas
interconectá-las e liga-las a sistemas de supervisão. Esta rede
usa UDP/IP sobre as camadas de enlace Ethernet [2]. A
questão da velocidade é limitada pelo próprio limite da rede
Ethernet que pode ser de até 100 Mbps e também com a
limitação física de 100 metros do cabo. O determinismo só
pode ser alcançado pela presença do switch full-duplex. Caso
esta consideração não seja feita, a rede HSE, como as demais
redes, não conseguiria alcançar este “determinismo” [2]. O
HSE (High Speed Ethernet) é baseado na Ethernet/IP e
TCP/UDP e tem quatro tipos básicos de categorias de
dispositivos:
 F O Host Device (HD) é estação de trabalho.
 O Link Device (LD) é um nó HSE para conectar um ou
mais segmentos Fieldbus H1 à HSE.
 O Gateway Device (GD) é um nó HSE para conectar uma
ou mais redes externas à HSE.
 O Ethernet Device (ED) é um nó HSE com condições de
conexão direta às aplicações de controle e medição. [2]
Dispositivos em Redes H1 diferentes podem se
comunicar através do HSE via um Link Device (LD). [2]
O UDP se ajusta muito bem dentro do esquema
sincronizado de cliente/servidor usado no HSE. A entrega
garantida de dados é controlada pela camada de aplicação em
vez da camada de transporte. [2] Se a camada de aplicação
não está adquirindo os dados que quer, tentará novamente, e
se falha entra em uma ação segura.
O UDP é multicast. Assim, pode ser usado por vários
receptores em uma única comunicação. Este é tipicamente o
caso para automação onde um sensor de leitura é
frequentemente usado em mais de um lugar.
D. Redes TSN
Para atender aos curtos ciclos de tempo e fornecer as
garantias necessárias para a entrega de dados no tempo,
atualmente, são utilizadas tecnologias de comunicação em
tempo real, como EtherCAT, PROFINET IRT ou SERCOS
III. Estes são baseados em Ethernet convencional. No
entanto, para obter comunicação em tempo real,
infelizmente, são inclusos mecanismos técnicos adicionais,
como aprimoramentos de protocolo que são incompatíveis
entre si.
O papel do TSN TG é fornecer serviços determinísticos
por meio de redes IEEE 802, ou seja, garantia de transporte
de pacotes com latência limitada, baixa variação de atraso de
pacotes e baixa perda de pacotes. O TSN TG foi
desenvolvido a partir do antigo IEEE 802.1 Audio Video
Bridging (AVB) TG. O TSN TG inclui o antigo IEEE 802.1
Interworking TG. O trabalho original no AVB foi feito como
parte do “ Grupo de Estudo de Ethernet Residencial ” do
IEEE 802.3. [3].
1) Redes TSN e IOT do futuro
Se faz necessário instalações de produção mais flexíveis e
dinâmicas, muito além do que atualmente é possível. [4] Isso,
no entanto, só é viável quando a infraestrutura de
comunicação que une esses requisitos da IIoT for capaz de
fornecer dois serviços essenciais ao mesmo tempo na mesma
rede:
 Comunicação em tempo real rigorosa e confiável para
permitir aplicações exigentes (como controle de
movimento) em grande escala, distribuídas de forma
flexível por toda a rede de automação e
 Alta largura de banda nas redes de automação para
suportar o grande número de sensores e dados de
segundo plano, necessários para conduzir aplicativos
IIoT, como manutenção preditiva e análise de big
data.
2) Como o TSN realmente funciona?
Uma das principais funções do TSN é o Time-Aware
Scheduler, mostrado na Figura 2.
Fig. 2. Time-Aware Scheduler
Especificamente, o Time-Aware Scheduler permite
atribuir intervalos de tempo específicos ao tráfego Ethernet
de melhor esforço e alta prioridade, em que apenas um grupo
de tráfego (alta prioridade ou segundo plano) pode usar a
rede em pontos definidos no tempo.
Sem o Time-Aware Scheduler, o tráfego de baixa
prioridade poderia atrasar o tráfego de alta prioridade em
cada switch Ethernet ao longo do caminho de transmissão,
causando interrupções desnecessárias e indesejáveis. A razão
para isso é que os frames Ethernet não podem ultrapassar um
ao outro - mesmo que um quadro tenha uma prioridade maior
que outros. [4]
III. WIRELESS INDUSTRIAL
A tecnologia Wireless Industrial é baseada na tecnologia
sem fio, porém voltada para redes industriais, ou seja, ela
atende a normas específicas para ambientes industriais. Essa
tecnologia tem mostrado grande potencial para aplicações
industriais. Com aplicações na área de monitoramento e
controle de processos, as redes sem fio, em geral, têm como
objetivo obter os dados do processo, como pressão,
temperatura, nível e vazão, e transferir esses dados para o
sistema de controle do processo [2].
Apesar de ser uma tecnologia recente, ela está sendo cada
vez mais incorporada em ambientes industrias, e, portanto,
existem diversos instrumentos industriais que já possuem
esta tecnologia. Por exemplo, a figura 2 mostra alguns
dispositivos como, transmissor, repetidor e controlador,
existentes no mercado.
Fig. 2. Dispositivos industriais Wireless [3].
Portanto, neste tópico serão estudados aspectos das redes
sem fio, os protocolos mais utilizados para comunicação sem
fio, vantagens e desvantagens das redes Wireless e suas
principais aplicações, todos voltados para a área industrial.
A. Redes Sem Fio
Dispositivos que se comunicam por meio de ondas de
rádio, infravermelho ou qualquer tipo de onda
eletromagnética sem que haja conexão cabeada, fazem parte
do que são conhecidos como redes sem fio [8].
As redes sem fio industriais são recentes, comparados às
redes industriais. Em 1998, iniciou-se estudos padronizados
voltados para as redes sem fio industriais com o Bluetooth.
Em 1999, um grupo de empresas se uniu para criar a WECA
(Wireless Ethernet Compatibility Alliance) que mais tarde se
tornou a Wi-Fi Alliance, a fim de se estudar as redes sem fio.
Já em 2001 surgiu a WISA (Wireless Interface to Sensors and
Actuators). Em 2004 se iniciaram testes em ambientes
industriais com a tecnologia ZigBee. E em 2005, a ISA
(International Society of Automation) criou a ISA 100
committee a fim de estabelecer o padrão ISA SP100 voltado
para o sistema de monitoramento e controle sem fio [9].
Atualmente, na área industrial, a comunicação sem fio
vem sendo cada vez mais incorporada, dado que as redes sem
fio têm como características a disponibilidade, uma vez que
não há problemas com cabos, e, portanto, eles não precisam
ser trocados, e uma maior flexibilidade, já que não se faz
necessário mudanças na estrutura física, ou seja, na estrutura
dos cabos [1].
Sendo assim, existem diversos estudo de viabilidade e
padronização das redes industriais sem fio, sendo estas uma
solução para diversos problemas provenientes da
comunicação industrial. Portanto, serão apresentados os
principais protocolos existentes no mercado e suas
características [1].
B. Protocolos Para Comunicação Sem Fio
A comunicação de dados em uma rede industrial, seja ela
cabeada ou Wireless, possui algumas exigências básicas de
operabilidade, sendo que estas devem ser respeitadas para a
implementação da rede. Quando se trata de comunicação sem
fio, essas exigências são ainda mais elevadas. As redes
industriais devem ser confiáveis, robustas, seguras,
determinísticas, de fácil configuração, com atualização em
tempo real e com interoperabilidade com as ferramentas de
automação [1]. Sendo assim, as redes Wireless Industrial
respeitam essas exigências, porém cada tecnologia tem suas
características e se adequam a determinadas aplicações. No
entanto, todas elas são baseadas em normas padronizadas por
grupos e associações especializados na área [2]. Portanto,
serão apresentados alguns dos principais protocolos sem fio
existentes e utilizados.
1) ISA SP100
Define abbreviations and acronyms the first time they are
used in the text, even after they have been defined in the
abstract. Abbreviations such as IEEE, SI, MKS, CGS, sc, dc,
and rms do not have to be defined. Do not use abbreviations
in the title or heads unless they are unavoidable.
2) WirelessHart
Define abbreviations and acronyms the first time they are
used in the text, even after they have been defined in the
abstract. Abbreviations such as IEEE, SI, MKS, CGS, sc, dc,
and rms do not have to be defined. Do not use abbreviations
in the title or heads unless they are unavoidable.
3) ZigBee
Define abbreviations and acronyms the first time they are
used in the text, even after they have been defined in the
abstract. Abbreviations such as IEEE, SI, MKS, CGS, sc, dc,
and rms do not have to be defined. Do not use abbreviations
in the title or heads unless they are unavoidable.
4) Bluetooth
Define abbreviations and acronyms the first time they are
used in the text, even after they have been defined in the
abstract. Abbreviations such as IEEE, SI, MKS, CGS, sc, dc,
and rms do not have to be defined. Do not use abbreviations
in the title or heads unless they are unavoidable.
5) Wi-Fi
Define abbreviations and acronyms the first time they are
used in the text, even after they have been defined in the
abstract. Abbreviations such as IEEE, SI, MKS, CGS, sc, dc,
and rms do not have to be defined. Do not use abbreviations
in the title or heads unless they are unavoidable.
6) WISA
Define abbreviations and acronyms the first time they are
used in the text, even after they have been defined in the
abstract. Abbreviations such as IEEE, SI, MKS, CGS, sc, dc,
and rms do not have to be defined. Do not use abbreviations
in the title or heads unless they are unavoidable.
C. Vantagens e Desvantagens
Com o advento da Indústria 4.0 e do IoT (Internet of
Things), que prometem ser as grandes tendências do futuro, a
comunicação sem fio vem ganhando cada vez mais espaço
nas redes industriais. Porém, como qualquer tecnologia
existente, ela tem suas vantagens e desvantagens. A seguir
serão discutidas com maiores detalhes algumas das diversas
vantagens de se utilizar as redes Wireless na indústria, e
também suas desvantagens.
1) Vantagens
 Diminuição de custos de projetos e instalação: em
projetos e instalações de redes de comunicação
convencionais, se somados todos os custos envolvidos, elas
possuem custos muito mais altos do que em redes Wireless.
Por exemplo, alguns dos principais itens de uma rede
cabeada são: cabos (por exemplo, multi-cabo de par trançado
e cabo de par trançado dos instrumentos), bandejamento,
caixas de junção e acessórios, suporte dos instrumentos,
barreiras intrínsecas e cartões analógicos. Em redes sem fios,
alguns dos principais itens são: cabo serial ou ethernet
gateway, cabe de alimentação para gateway, cartão com
Serial/Ethernet/IP, suporte de gateway e suporte de
instrumentos. Se somados todos os custos dos materias mais
a mão de obra de instalação, constata-se que as redes
cabeadas são mais custosas. Além disso, em geral, o tempo
de teste de campo, os projetos mecânicos, de bandejamento e
instrumentação e a quantidade de engenheiros no projeto são
menores do que em redes cabeadas [2] [4].
 Aplicações em locais inacessíveis para redes cabeadas:
alguns processos necessitam de fazer monitoramento em
locais distantes do lugar onde se faz o supervisionamento do
processo. Neste caso, muitas vezes é inviável utilizar redes
cabeadas pelo alto custo de implantação, além das altas
chances de ocorrer falhas na comunicação, baixa qualidade
do sinal e até mesmo de ocorrer problemas com os cabos.
Para tanto, as redes sem fio sua uma boa escolha para este
tipo de aplicação, pois podem se comunicar a grandes
distâncias sem oferecer problemas na comunicação, além de
necessitarem de pouca infraestrutura [4].
 Instalação realizada em menor tempo e de forma mais
fácil: as redes sem fio não requerem estrutura prévia e podem
ser instaladas de forma rápida e fácil. Elas podem vir pré-
configurados, sendo necessário apenas instalá-los no local e o
sistema imediatamente poderá entrar em funcionamento,
sendo assim, o responsável pela instalação deverá apenas
fazer os ajustes finais necessários. Além disso, muitas
configurações do sistema podem ser feitas remotamente [2]
[4].
 Aplicações móveis: neste tipo de aplicação, o sistema de
medição pode ser muito complexo. Porém, os dispositivos
Wireless podem sem utilizados nestas aplicações de forma
mais fácil, pois eles podem se movimentar juntamente com
sistema monitorado sem que haja problemas nas medições e
no sinal [4].
 Além dessas vantagens, essas redes possuem alta
mobilidade, ou seja, é possível rearranjar os dispositivos
dentro da área de alcance do sinal de forma simples. Além
disso, muitos dispositivos Wireless podem ser alimentados
por meio de baterias por terem boa eficiência energética, o
que é de grande importância para aplicações de
monitoramento remoto.
2) Desvantagens
 Faixa de frequência: a faixa de frequência utilizada por
dispositivos de comunicação sem fio utiliza faixas liberadas,
portanto, não necessitam de licenciamento. O grande
problema disso é que dispositivos de comunicação via RF
(Rádio Frequência) operam nesta mesma faixa, por exemplo,
telefones sem fio, rádios, dispositivos Bluetooth, entre outros.
Sendo assim, em locais que possuem diversos dispositivos
Wireless em redes diferentes, pode haver interferência e até
mesmo perda de dados [2].
 Menor Banda de Transmissão: as redes sem fio,
geralmente, possuem menor banda passante e menor
velocidade de comunicação se comparadas às redes
cabeadas. Por exemplo, as redes Ethernet podem operar a
taxas de transmissão da ordem de Gbps, enquanto que as
redes sem fio contam com taxas de kbps ou poucos Mbps [2].
 Taxas de Erro: a taxa de erro de bit, conhecida como BER
(Bit Error Rate) são maiores em redes sem fio do que em
redes cabeadas. Sendo assim, é necessário monitorar
constantemente essas taxas e adotar mecanismos de controle
de colisão de dados para que o envio e recebimento dos
dados seja realizado de forma íntegra [2].
Além das desvantagens citadas, deve-se atentar para a
segurança da rede. Devem ser utilizados métodos de proteção
contra-ataques de fora da rede, como por exemplo, métodos
de autenticação e criptografia [5]. Além disso, deve-se
atentar também ao ambiente em que serão instalados os
dispositivos Wireless, pois ambientes sujeitos a condições
adversas podem afetar o funcionamento dos dispositivos e
interferir na comunicação dos dados.
D. Aplicações
As aplicações de redes sem fio na área industrial estão em
crescimento. Como visto no tópico anterior, as redes Wireless
possuem diversas vantagens em relação às redes cabeadas, e
por isso, estão sendo cada vez mais introduzidas em
ambientes industriais. Aplicações como sensoriamento de
máquinas rotativas, atuação remota, acionamento remoto de
bombas de água, controle de válvulas, monitoramento de
variáveis de processo como nível, vazão, temperatura dentre
outros, estão aderindo cada vez mais à utilização de redes
sem fio. Sendo assim, abaixo serão mostrados exemplos
práticos de redes Wireless em ambientes industriais.
1) Atuação remota via Wi-Fi
Em uma determinada indústria, não especificada,
utilizou-se uma rede Wi-Fi para controle de um cavalete
desenrolador. Esta rede conecta um painel remoto ao sistema
de controle do cavalete. Esta rede pôde ser implementada
com a máquina em operação, apenas necessitando de uma
rápida parada (minutos) para colocar o sistema em operação.
As grandes vantagens que esta rede trouxe para o sistema foi
que, antes do sistema ser implementado, eram necessários
dois operadores para operar o sistema, visto que o cavalete
operava seus dois pilares ao mesmo tempo. Porém, ao se
instalar a rede Wi-Fi conseguiu-se controlar os dois pilares
separadamente por meio do painel de controle. Além disso,
neste caso seria inviável utilizar redes cabeadas, visto que os
pilares deveriam ser controlados separadamente, seria
necessário passar os cabos pelo chão ou por cima da
estrutura. Porém, isto poderia causar problemas na
manutenção e paradas longas do sistema para a instalação da
rede. A figura 2 mostra o sistema real [2].
Fig. 3. Cavalete desenrolador com acionamento e
controle via Wi-Fi [2].
2) Controle de válvulas de uma refinaria
Em um estudo de caso realizado em uma refinaria,
utilizou-se o protocolo WirelessHart para a implementação
de uma rede de comunicações sem fio que tinha como
objetivo controlar e monitorar um sistema constituído por 50
atuadores elétricos em uma área de tanques. Porém, este
sistema precisava se comunicar com um sistema cabeado já
existente na refinaria. Sendo assim, optou-se por utilizar o
protocolo WirelessHart por satisfazer os requisitos de projeto
e por ter a possibilidade de futuramente fazer a migração
para o protocolo ISA SP100.11a, padrão comumente adotado
por fornecedores de dispositivos industriais [6].
Neste estudo de caso pôde-se constatar a eficiência do
protocolo utilizado em ambientes industriais. Observou-se
que o sistema respondeu satisfatoriamente quando, por meio
de testes, foi submetido a sinais de vibração [6].
3) Monitores de vibração Wireless
Uma das fabricantes de dispositivos voltados para o
segmento industrial, fabrica monitores de vibração Wireless.
Esses dispositivos utilizam o protocolo ISA100. Por meio de
sensores de aceleração do tipo piezoelétricos, faz-se a
medição de vibração em tempo real de máquinas como:
compressores, bombas e motores. Assim, esses dados podem
ser coletados remotamente e mostrados em painéis de
controle. Além disso, esses dispositivos podem ser instalados
em qualquer equipamento, pois são à prova de explosão. A
figura 3 mostra o dispositivo monitor de vibração [7].
Fig. 4. Monitor de vibração Wireless [7].
IV. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS

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communications" Proc. IEEE (Special Issue on Industrial
Communication Systems) vol. 93 no. 6 pp. 1102-1117 Jun. 2005.
[2] A. B. Lugli, M. M. D. Santos, e L. R. H. R. Franco Redes Ethernet
Industriais: Visão Geral. Santa Rita do Sapucaí, MG: Revista C & I:
Controle & Instrumentação, 2009
[3] Time-Sensitive Networking (TSN) Task Group. 2017. Site
especializado em projetos envolvendo TSN. Disponível em: <
https://1.ieee802.org/tsn/>. Acesso em: 20 mai. 2018.
[4] Hummen , Rene. What is TSN? A Look at Its Role in Future Ethernet
Networks. 2017. Notícia sobre TSN. Disponível em: <
https://www.belden.com/blog/industrial-ethernet/what-is-tsn-a-look-
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[5] M. Young, The Technical Writer’s Handbook. Mill Valley, CA:
University Science, 1989.