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12/11/2018 Comparação entre resultado e desempenho é avanço para o Brasil - 09/12/2018 - Tostão - Folha

Tostão (/colunas/tostao/)

Comparação entre resultado e desempenho é


avanço para o Brasil
Parafraseando Tom Jobim, o futebol e o mundo não são mais para principiantes

Técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, durante partida contra o Vasco, em que equipe
alviverde garantiu título do Brasileiro - Ricardo Moraes - 25.nov.2018/Reuters

9.dez.2018 às 2h00

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12/11/2018 Comparação entre resultado e desempenho é avanço para o Brasil - 09/12/2018 - Tostão - Folha

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2018/12/09/)

A onda no Brasil é comparar resultado e desempenho. É um avanço, pois até


pouco tempo atrás quase só se falava no resultado. Os técnicos começaram a
ficar incomodados.

Outra dicotomia bastante discutida, sem sentido, é a de separar os técnicos


entre os jovens (https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/11/na-reta-final-do-brasileiro-clubes-trocam-
tecnicos-novatos-por-experientes.shtml), que estudam e entendem de modernas táticas,

mas que não entendem de gestão de grupos, e os mais veteranos, que


entendem de gestão de grupo, mas não acompanham a evolução técnica e
tática.

A maioria dos técnicos fala muito em desempenho, mas quase só age pelo
resultado.

Felipão é exceção. Diz que é e sempre foi um apaixonado pelo resultado,


embora mostre, pela expressão corporal, gostar demais de um jogo bem
jogado e de um lance bonito

Já Guardiola fica transtornado quando o time ganha e joga mal ou quando


perde e atua bem. Perfeccionista e amante do futebol, quer as duas coisas.

Há várias maneiras de ganhar e de perder. Guardiola tem a convicção de que,


para ser mais eficiente, é preciso ter o domínio da bola e do jogo, pressionar
e passar a maior a parte do tempo no campo do adversário.

Já Mourinho, Felipão e a maioria dos treinadores preferem atuar com mais


segurança, marcar muito e contra-atacar rapidamente.

Algumas grandes equipes que não foram campeãs continuam presentes na


história e na memória, como a seleção brasileira de 1982, a holandesa de
1974 e outras, enquanto alguns times campeões são mais lembrados pelas
estatísticas. Não despertaram fantasia. A vida é sonho. O restante é
passagem.

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12/11/2018 Comparação entre resultado e desempenho é avanço para o Brasil - 09/12/2018 - Tostão - Folha

O futebol caminha para que as grandes equipes, em um mesmo jogo, tenham


mais de um estilo, de acordo com o momento. Isso acabará com a chata e
frequente discussão entre propor o jogo e ser reativo.

Os times brasileiros aprenderam a recompor rapidamente, a fechar os


espaços, mas, quando recuperam a bola, não conseguem chegar à frente,
trocando passes e com vários jogadores. Apelam para os chutões e as bolas
longas. Faltam mais qualidade e ousadia, para tentar fazer coisas melhores.

Os grandes times da história foram diferentes. O Santos de Pelé trocava


muitos passes, cadenciava o jogo e, de repente, acelerava em direção ao gol,
com dribles, tabelas, passes e penetrações na área. Era parecido com o
Barcelona, dirigido por Guardiola. Quem era melhor? Não sei.

Já a seleção brasileira de 1970 parecia um time atual, pois, quando perdia a


bola, recuava, fechava os espaços e contra-atacava com troca rápida de
passes.

Obviamente, a intensidade e a velocidade são bem distintas em cada época.

A antiga máxima de que um técnico deveria usar a estratégia de acordo com


as características dos jogadores continua atual.

São os atletas especiais que determinam o estilo de um time, com a


orientação e o comando dos técnicos. A seleção de 1970 usava muito o
contra-ataque e o passe longo, preciso, porque tinha Gérson, Jairzinho e Pelé.

O Grêmio se tornou o time brasileiro que melhor trata a bola, porque tinha
Arthur, Maicon e Luan, próximos um do outro.

O futebol e o mundo mudaram muito nos últimos tempos. Diferentemente


de épocas passadas, quando eram necessárias umas três gerações para uma
transformação no comportamento social, o mundo hoje gira com muita
velocidade.

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12/11/2018 Comparação entre resultado e desempenho é avanço para o Brasil - 09/12/2018 - Tostão - Folha

A vida atual é um espanto e não será a mesma em pouco tempo. Adaptar-se a


tantas novidades não é fácil. Parafraseando Tom Jobim, o futebol e o mundo
não são mais para principiantes.

Tostão
Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em
medicina.

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