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Escola de Engenharia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
Porto Alegre
2009
David Eduardo Lourenço
Porto Alegre
2009
DAVID EDUARDO LOURENÇO
Esta dissertação de mestrado foi julgada adequada para a obtenção do título de MESTRE EM
ENGENHARIA, Geotecnia, e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul.
BANCA EXAMINADORA
Ao professor José Alfeu Sá Marques que sugeriu o Brasil para realizar intercâmbio
académico;
Ao professor Jorge Nuno Almeida e Sousa que acreditou nas minhas competências e me
recomendou;
Ao professor Fernando Schnaid, meu orientador, cuja função desempenhou com primor e pela
sua amizade, consideração e grande sentido de humor demonstrados ao longo deste período
académico. Não posso deixar de referir a sua disponibilidade, que embora sendo muito
ocupado esteve sempre quando necessário. Obrigado;
Ao professor Marcelo Rocha, meu orientador, pela sua disponibilidade, dedicação e empenho
ao transmitir-me conhecimentos em especial de Matlab, sem os quais seria mais difícil
realizar a dissertação;
Ao Rui e ao Vítor pale amizade e camaradagem com que vivemos estes magníficos seis meses
de intercâmbio no Brasil;
Ao Santiago e Andrea;
À minha mãe e irmã que suportaram este período da minha ausência e me deram toda a força
possível;
A primeira e a melhor das vitórias é a conquista de si mesmo.
Platão.
RESUMO
Numerical simulations of the excavation process of retaining walls are presented in this work
Two different and complementary approaches have been used: Finite Elements Method
(FEM) and the Winkler spring model (WSM). The FEM simulation serves as the basis for the
prediction of displacements and maximum bending moment, values that are later used to
validate the analysis with the WSM. Plaxis was used for run the FEM analysis considering the
retaining wall as linear elastic and the soil as elastic-perfectly plastic with the Mohr-Coulomb
failure criterion. The WSM analysis was implemented in MATLAB to achieve a practical and
expeditious calculation of retaining wall displacements and bending moments. In this program
the soil is represented as elastic-plastic spring elements using the Winkler model, while the
retaining wall is set to finite element beam with linear elastic behavior.
The soil parameters used in the analysis have been chosen to represent the range of variability
of sand parameters, trying to evaluate the retaining performance through parametric analysis.
The Plaxis values in the first analysis were designed to evaluate the influence of friction angle
(φ´), cohesion (c) and modulus of elasticity (E) and were later kept for comparisons with the
MATLAB analysis and for springs stiffness calibration. In both models the concrete stiffness
of the retaining wall was tested for different values of thickness, respectively 40 and 60 cm.
The displacements are strongly influenced in the first approach by soil Young modulus and
friction angle, while the second approach behavior is dominated by the Winkler springs
stiffness model and the friction angle. In conclusion, the work produces a series of
recommendations for determining the stiffness coefficients of the Winkler's model used in
MATLAB which are consider to produce displacements and bending moments that are
comparable to those estimated from a finite element model. This type of analysis produces a
straightforward way of accessing the performance of retaining wall bridging the gab of
geotechnical and structural analyses adopted in design.
Key-words: finite element method; Winkler spring model; maximum displacements; bending
moments; PLAXIS; MATLAB.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................15
1.1 APRESENTAÇÃO........................................................................................................15
3 MODELAÇÃO NO PLAXIS................................................................................................28
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .....................................................................................28
3.3.2 Resultados...................................................................................................................32
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................70
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Experiências de Terzaghi associadas aos estados passivo e ativo, Fernandes
(1995). ......................................................................................................................................22
Figura 2.2 – Estados de equilíbrio limite ativo e passivo: a) circunferências de Mohr
representativas do estados limite e de repouso e direções das superfícies de cedência; b)
dedução das expressões de Ka e Kp, Fernandes (1995). ..........................................................24
Figura 3.1 – Esquema da geometria no PLAXIS para uma análise do estado plano de
deformações..............................................................................................................................29
Figura 3.2 – A geometria definida no plaxis pelo utilizador. ...................................................30
Figura 3.3 – Modelo geométrico do cálculo no plaxis. ............................................................31
Figura 3.4 – Malha deformada com os pontos de cálculo de tensões após a escavação. .........33
Figura 3.5 – Deslocamento vetorial do maciço geotécnico e da cortina após a escavação......33
Figura 3.6 – Pontos de plastificação do maciço geotécnico após a escavação.........................34
Figura 3.7 – Deslocamentos da cortina após a escavação:a) totais; b) horizontais. .................35
Figura 3.8 – Esfoços atuantes na cortina após a escavação: a) esforço axial; b) esforço
cortante; c) momento fletor. .....................................................................................................36
Figura 4.1 – Formas de representar de uma escavação: a)situação real; b) modelo de Winkler.
..................................................................................................................................................40
Figura 4.2 – Elemento viga com quatro graus de liberdade, Rocha (2009). ............................40
Figura 4.3 – Janela do programa MATLAB onde são fornecidos após o cálculo os resultados
que o utilizador pretende de imediato. .....................................................................................44
Figura 4.4 – Diagramas das tensões que atuam ao longo da cortina de concreto. ...................44
Figura 4.5 – Representação da rigidez do solo ao ongo da cortina de concreto.......................45
Figura 4.6 – Diagramas ao longo da cortina de concreto de a) deslocamentos; b) momento
fletor; c) esforço cortante..........................................................................................................46
Figura 4.7 – Diagramas de tensões atuantes nos elementos solo ao longo da cortina de
concreto. ...................................................................................................................................47
Figura 4.8 – Deslocamentos para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 30˚...................................................................50
Figura 4.9 – Deslocamentos para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de34˚....................................................................50
Figura 4.10 – Deslocamentos para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 38˚...................................................................51
Figura 4.11 – Deslocamentos para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 42˚...................................................................51
Figura 4.12 – Momentos fletores para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 30˚...................................................................52
Figura 4.13 – Momentos fletores para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 34˚...................................................................52
Figura 4.14 – Momentos fletores para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 38˚...................................................................53
Figura 4.15 – Momentos fletores para as três fases de escavação com duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 42˚...................................................................53
Figura 4.16 – Evolução do coeficiente de empuxo ativo calculado pela expessão de Rankine
comparado com a evolução do empuxo ativo resultante do ajuste manual no modelo
implementado no Matlab. .........................................................................................................54
Figura 4.17 – Evolução do quociente de KwA por Ka em função do quociente da altura de
escavação pela altura da cortina. ..............................................................................................54
Figura 4.18 – Evolução do coeficiente de empuxo passivo calculado pela expessão de
Rankine comparado com a evolução do empuxo passivo resultante do ajuste manual no
modelo implementado no Matlab. ............................................................................................55
Figura 4.19 – Evolução do quociente de KwP por Kp em função do quociente da altura de
escavação pela altura da cortina. ..............................................................................................55
Figura 4.20 – Evolução do quociente de KwA(ajuste) por KwA(função) em função do quociente
da altura de escavação pela altura da cortina............................................................................56
Figura 4.21 – Evolução do quociente de KwP(ajuste) por KwP(função) em função do quociente
da altura de escavação pela altura da cortina............................................................................57
Figura 5.1 – Deslocamentos para todas as fases de escavação com as duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 30˚...................................................................64
Figura 5.2 – Deslocamentos para todas as fases de escavação com as duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 34˚...................................................................64
Figura 5.3 – Deslocamentos para todas as fases de escavação com as duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 38˚...................................................................65
Figura 5.4 – Deslocamentos para todas as fases de escavação com as duas rigidezes de parede
consideradas da areia com ângulo de atrito de 42˚...................................................................65
Figura 5.5 – Momentos fletores para todas as fases de escavação com duas rigidezes de
parede consideradas da areia com ângulo de atrito de 30˚. ......................................................66
Figura 5.6 – Momentos fletores para todas as fases de escavação com duas rigidezes de
parede consideradas da areia com ângulo de atrito de 34˚. ......................................................66
Figura 5.7 – Momentos fletores para todas as fases de escavação com duas rigidezes de
parede consideradas da areia com ângulo de atrito de 38˚. ......................................................67
Figura 5.8 – Momentos fletores para todas as fases de escavação com duas rigidezes de
parede consideradas da areia com ângulo de atrito de 42˚. ......................................................67
LISTA DE TABELAS
EI : rigidez à flexão
f: ficha da cortina
G: módulo de distorção
b : espessura da cortina
M: momento fletor
1 INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
16
O programa de cálculo numérico PLAXIS tem por base o Método de Elementos Finitos,
sendo específico para análises de deformações e estabilidade de projetos geotécnicos. Nas
simulações utilizam-se diferentes modelos constitutivos com tensão/deformação linear,
incluindo fenômenos reológicos que possibilitam avaliar diferentes trajetórias de tensões.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Esta trata dos principais pontos teóricos relacionados com suporte de escavações por
estruturas de contenção em concreto armado, bem como os métodos numéricos empregues em
algumas análises e compreensão dos mecanismos de interação solo estrutura presentes nas
mesmas. Relativamente às estruras de contenção é dada especial atenção às cortinas flutuantes
por ser objeto de estudo nesta dissertação de mestrado. Outros métodos numéricos são
referidos, mas com maior aprofundamento os que empregam os elementos finitos com o
modelo de molas de Winkler na representação do solo.
Cortina, é um tipo de contenção podendo esta ser flutuante, ancorada ou apoiada noutra
estrutura a fim de limitar fortemente os deslocamentos. Geralmente é constituída por pranchas
demadeira, perfis de aço ou concreto armado.
Tardoz ou Parede, é a parte da cortina que contata diretamente com a massa de solo a ser
contida.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
20
Trabalhos recentes tornam claro que a relação tensão-deformação é não linear inclusive para
deformações pequenas, ao contrário da linearidade nesta relação que foi aceite durante muitos
anos.
Burland et al. (1979) sugerem que os alívio de tensões verticais e horizontais são responsáveis
pelos movimentos do solo e sua grandeza não depende exclusivamente do estado de tensões,
contribuindo também para isso a rigidez do solo.
2.2.2 Deslocamentos
horizontais que podem ser suficientes para provocar danos em edificações, infraestruturas ou
equipamentos localizados nas proximidades da escavação.
A figura 2.1 resulta das experiências de Terzeghi a propósito das deformações de paredes
associadas aos estados limite ativo e passivo onde se representa o deslocamento que é
necessário que ocorra para que sejam mobilizados os respetivos empuxos. Os deslocamentos
oscilam entre os 5 a 20% e 0,1 a 0,2% da altura do paramento, para que ocorra instalação do
estado limite passivo e ativo, respetivamente, Fernandes (1995).
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Os mais conhecidos são os de Rankine e Coulomb cujas teorias permitem, com base em
parâmetros geotécnicos vulgares, o cálculo de empuxos ativos e passivos. Estes métodos de
fácil interpretação e simples continuam sendo aplicados a pequenos e médios projetos de
obras, podendo também ser usados para anteprojetos de grandes obras. São métodos de
dimensionamento directo, ou seja, como resultado obtém-se as dimensões da estrutura e
baseiam-se nos parâmetros de resistência ao corte, ângulo de atrito, coesão e massa específica.
É feita referência a um dos mais conhecidos.
Torna possível o cálculo de empuxo ativo para solos com atrito e coesão sobre um paramento
supondo que o maciço está em estado de equilíbrio limite e cujas fórmulas podem ser
deduzidas a partir do círculo de Mohr. Fernandes (1995) refere que método de Rankine
assenta nos seguintes princípios:
σ′hz=Kσ′vz=Kγggggz
que resulta num diagrama de pressões triangular e em que o coeficiente de impulso (ativo ou
passivo) é K cujas expressões são as deduzidas da figura 2.2.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
24
A resultante das pressões atuantes num maciço homogéneo até uma determinada
profundidade, h, designa-se por impulso (ativo ou passivo) e resulta da integração, das
mesmas, entre a superfície e a profundidade h:
O método dos elementos finitos (MEF) é uma forma de resolução numérica de um sistema de
equações diferenciais parciais e cuja região de análise é dividida em elementos discretos e
cada um tem pontos nodais comuns com outros elementos. No seu interior encontram-se
pontos de cálculo de tensão que estão relacionados com os delocamentos nos nós, Clayton et
al.(1993). No caso de escavações de contenções é usado normalmente para calcular, através
dos pontos de integração dentro dos elementos, o momento fletor, esforço de corte e
deslocamentos da estrutura de contenção e deslocamentos e pontos de plastificação do maciço
de solo, considerando o solo contínuo com comportamento isotrópico linear. Segundo Lim e
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
26
Briaud (1996) o MEF simula o modo de deformação e determina a ação de vários fatores na
deflexão da cortina, que incluem o embutimento da ficha e a rigidez da mesma. A análise
através deste método é feita no estado plano de deformação (plano bidimensional), apesar da
realidade ser tridimensional cuja modelação é difícil e complexa de ser realizada. A
distribuição final de tensões na cortina não é uniforme devido à variação de tensões impostas
pelo carregamento em cada fase de escavação, resultando o arqueamento da cortina de
contenção, Ng et al. (1995). É importante definir corretamente a localização dos limites de
contorno da simulação para que sua influência seja mínima nos resultados.
Também conhecido como o modelo do módulo de reação das molas, considera a cortina como
uma viga vertical, muitas vezes com a rigidez constante com a profundidade e pode usar uma
aproximação para a equação da viga pelo método das diferenças finitas ou elementos finitos,
no qual os materiais são representados por zonas numa grelha de pontos em que o utilizador
define a geometria do solo e da parede a ser modelado, descrevendo em cada zona um
comportamento padrão de tensão-deformação e os pontos da grelha servem para calcular
deslocamentos, forças, esforços e deformações. Clayton et al.(1993) referem que as cargas são
aplicadas na viga em diversos níveis de discretização através de molas que caracterizam o
comportamento do solo. Tendo como fim chegar a uma boa solução a viga é discretizada num
grande número de segmentos. Para caraterizar o solo como sendo homogeneo e com
comportamento istotrópico elástico linear contínuo são necessários no mínimo dois
parâmetros (Es e νs ou G e K) para o definir completamente. O modelo de Winkler através de
um parâmetro, K(módulo de reação da mola), não consegue capturar completamente o
comportamento do solo. No modelo a rigidez do solo é caraterizada pela reação da mola e é
geralmente expressa em termos de força/área/deslocamento ou pressão/deslocamento que é a
constante da mola e a sua magnitude é limitada pelos seus valores ativo e passivo nos
diferentes níveis da cortina, isto para que a carga não seja distribuida só pela sua rigidez, mas
também pela cedência das molas. Terzaghi (1955) escreveu que não há relação direta entre o
módulo de young do solo e o módulo de reação da mola, e refere ainda que o módulo de
reação da mola deve ser obtido a partir da experiência. O cálculo da deformada é um
processo iterativo com rápida convergência, considerando a redistribuição de tensões no solo
na medida em que os limites de plastificação das molas são atingidos.
Um número de pessoas não gosta de usar o conceito do módulo de reação, prefere usar o Es
em análises pelo métodos dos elementos finitos. A experiência de autores usando ambos, o
método o dos elementos finitos e o conceito do módulo de reação, é que, até que o estado de
arte melhore de modo que os valores exatos do Es possam ser obtidos, o método do módulo
de reação é preferido pela sua maior facilidade de utilização e pela poupança no tempo de
cálculo, Bowles (1998).
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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3 MODELAÇÃO NO PLAXIS
Tendo por base o esquema da figura anterior foram simulados 24 casos no Plaxis, sendo doze
para uma rigidez à flexão da cortina de 1,600E+05 KNm2/m, com b=0,4m, e outros doze
rigidez de 5,400E+05 KNm2/m, com b=0,6m. Para cada um dos dois conjuntos de casos
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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referidos foram usados quatro ângulos de atrito (φ´) da areia, correspondendo a 30˚, 34˚,38˚ e
42˚. Para cada ângulo de atrito, variou-se o módulo de Young (Es) com valores de 4MPa,
20MPa e 40MPa. O módulo de Young do concreto (E) é adotado como 30GPa.
As propriedades dos materiais que constituem o modelo geométrico são apresentadas nas
Tabelas 3.1 e 3.2.
Na Figura 3.3 é apresentado o modelo geométrico composto pela malha de elementos finitos
triangulares, pelos nós representados por cruzes vermelhas, pelos pontos de tensão a roxo e
pelo elemento pronto que representa a cortina. Também se podem ver os cinco níveis de
escavação que se encontram delimitados na horizontal por segmentos de reta azuis.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Os deslocamentos horizontais do topo da cortina para as fases IV, V e VI, assim como os
momentos fletores máximos actuantes, serão posteriormente comparados aos estimados pelo
modelo de Winkler.
Depois de rodados os casos no PLAXIS que resultaram das várias combinações dos
parâmetros geotécnicos, são apresentados em seguida exemplos da malha deformada após a
escavação, dos deslocamentos do sistema solo-cortina, dos pontos de plastificação do solo e
dos diagramas de deslocamentos totais, horizontais e de momentos fletores da cortina. Foi
escolhido o caso em que a areia tem um ângulo de atrito de 30˚ e um módulo de Young de
4GPa, para uma espessura da parede de 40cm.
3.3.2 Resultados
A malha de elementos finitos deformada após a execução da escavação aparece na Figura 3.4.
Verifica-se que ocorreram deslocamentos da cortina e da massa de solo. No rodapé da figura
o programa indica o deslocamento máximo da malha de elementos e número de vezes que a
malha foi aumentada para melhor visualizar.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Os resultados obtidos através do programa PLAXIS e mantidos para calibração da rigidez das
molas do modelo de winkler no MATLAB foram os valores de deslocamentos horizontais no
topo da cortina (D) e os momentos fletores máximos (M) para os três últimos níveis de
escavação, correspondendo aos três, quatro e cinco metros de profundidade, respectivamente.
O número de casos a ser rodado no MATLAB são 72, compatíveis com os 24 casos do
PLAXIS para cada um dos três diferentes níveis de escavação.
Como a rigidez do solo pode diminuir, o processo de cálculo no MATLAB é iterativo até ser
obtida convergência. Se esta não se verificar, significa que existe instabilidade no sistema e
que é necessário proceder a alterações do projeto. O campo de tensões final corresponde ao de
uma abordagem híbrida, no qual o modelo de Winkler restringe-se apenas às regiões não
plastificadas. Num correto dimensionamento, a maior parte do solo deve atingir as tensões
limite ativa e passiva, minimizando a importância de uma estimativa precisa dos parâmetros
de rigidez, os quais apresentam um maior grau de incerteza.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Alonso (2003) refere que o modelo de Winkler é o que tem sido mais usado no estudo de
deslocamentos e esforços, tendo sido interpretados e publicados maior número de trabalhos do
que, como exemplo, o método de elementos finitos. A mesma opinião é sustentada por
Bowles (1998), que embora reconheça as vantagens do uso de MEF re-intera a dificuldade de
obter valores de Módulo de Young E (e Coeficientes de Poisson) de projeto capazes de
reproduzir os padrões de deformações observados in loco.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Exemplo de entrada de parâmetros para uma areia de 30˚, de peso específico 16 KN/m3, com
espessura de parede de 40cm e para uma escavação de 5m de profundidade e com K0, KwA e
KwP correspondentes ao solo rodado no PLAXIS com módulo de Young de 4GPa.
%=================================================================
=======
%=================================================================
=======
% ANALISE DE UMA PAREDE DIAFRAGMA FLUTUANTE - Memoria de Calculo
%
% ***** OBRA *****
%=================================================================
=======
%=================================================================
=======
clear; clc;
%=================================================================
=======
% 1. Dados gerais sobre a parede
%------------------------------------------------------------------------
ep = 0.400; % Espessura da parede (m)
hp = 10.00; % Altura total da parede (m)
Dz = 0.050; % Comprimento de discretizacao (m)
Ec = 30.00; % Modulo de Young do concreto (GPa)
q0 = 0.000; % Sobrecarga na cota zero (tf/m2)
%=================================================================
=======
%=================================================================
=======
% 3. Fases de escavacao
%------------------------------------------------------------------------
OUT = zeros(12,11);
zei = [ 5 ];
%------------------------------------------------------------------------
% Fases
%------------------------------------------------------------------------
for kk = 1:1,
disp(['Fase ' num2str(kk)]);
zesc = zei(kk); % cota da escavacao (m)
end
O script de entrada transcrito supracitado foi rodado no MATLAB e os seus resultados são
apresentados a seguir.
Foi programado no script de cálculo que quando este rodasse, os primeiros valores a aparecer
na tela de ecran para o caso da areia em análise no MATLAB sejam o deslocamento máximo
em primeiro lugar e o momento fletor máximo de seguida, em valores absolutos, como ilustra
a figura 4.3.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Como resultado do cálculo são apresentados os valores da rigidez do solo e o modo como
variam ao longo do comprimento da estrutura de contenção. Note-se na Figura 4.5 a rápida
convergência no processo de cálculo da rigidez do solo nos dois lados do paramento, que
converge para os limites representados na linha cheia para as zonas de concentração de linhas
a tracejado.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
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Pode-se comprovar pela leitura da tabela que os resultados obtidos pelo modelo no MATLAB
são próximos aos do PLAXIS, o que sugere um adequado ajuste dos parâmetros. Todos os
números dos casos aqui abaixo indicados têm o mesmo número na modelação do PLAXIS.
PLAXIS MATLAB
Caso Nº OUTPUT INPUT OUTPUT
3
D (m) M (KN.m/m) KwA KwP K0 (MN/m ) D (m) M (KN.m/m)
37 0,022 36,480 0,123 3 1,6 0,024 36,776
38 0,020 36,690 0,123 3 1,6 0,021 37,017
39 0,007 35,130 0,123 3 8,0 0,008 35,846
40 0,005 36,440 0,123 3 8,0 0,005 36,626
41 0,005 35,470 0,123 3 24,0 0,005 34,828
42 0,003 35,860 0,123 3 24,0 0,002 35,938
43 0,017 27,650 0,098 3 1,6 0,019 28,284
44 0,016 27,840 0,098 3 1,6 0,017 28,523
45 0,005 27,460 0,098 3 8,0 0,006 27,394
46 0,004 27,500 0,098 3 8,0 0,004 28,137
47 0,003 27,670 0,098 3 24,0 0,004 26,500
48 0,002 27,240 0,098 3 24,0 0,002 27,482
49 0,015 27,508 0,170 2 1,5 0,018 28,519
50 0,014 28,240 0,170 2 1,5 0,016 29,059
51 0,004 25,270 0,170 2 7,0 0,006 26,999
52 0,003 27,140 0,170 2 7,0 0,004 28,275
53 0,003 24,310 0,170 2 23,0 0,003 25,919
54 0,002 26,190 0,170 2 23,0 0,002 27,030
55 0,011 20,430 0,138 2 1,5 0,014 22,237
56 0,011 20,850 0,138 2 1,5 0,013 22,766
57 0,003 19,110 0,138 2 7,0 0,004 20,721
58 0,002 20,170 0,138 2 7,0 0,003 21,996
59 0,002 18,320 0,138 2 23,0 0,002 19,612
60 0,001 19,630 0,138 2 23,0 0,001 20,750
61 0,008 14,880 0,107 2 1,5 0,012 16,792
62 0,008 15,100 0,107 2 1,5 0,011 17,301
63 0,002 14,160 0,107 2 7,0 0,003 15,327
64 0,002 14,770 0,107 2 7,0 0,003 16,562
65 0,001 13,600 0,107 2 23,0 0,002 14,205
66 0,001 14,480 0,107 2 23,0 0,001 15,358
67 0,006 11,270 0,087 2 1,5 0,010 13,393
68 0,006 11,320 0,087 2 1,5 0,009 13,841
69 0,001 10,800 0,087 2 7,0 0,003 12,084
70 0,001 11,090 0,087 2 7,0 0,002 13,188
71 0,001 10,280 0,087 2 23,0 0,001 11,058
72 0,001 11,030 0,087 2 23,0 0,001 12,110
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
50
Deslocamento areia 30
0.120
0.060 Esc4Kmenor
0.040 Esc3Kmenor
Esc5KMAIOR
0.020
Esc4KMAIOR
0.000
0.000 0.050 0.100 0.150 Esc3KMAIOR
Deslocamentos Plaxis(m)
Deslocamento areia 34
0.080
Deslocamentos Matlab (m)
0.070
0.060
Esc5Kmenor
0.050
0.040 Esc4Kmenor
0.030 Esc3Kmenor
0.020 Esc5KMAIOR
0.010 Esc4KMAIOR
0.000
Esc3KMAIOR
0.000 0.020 0.040 0.060 0.080
Deslocamentos Plaxis(m)
Deslocamento areia 38
0.060
0.030 Esc4Kmenor
Esc3Kmenor
0.020
Esc5KMAIOR
0.010
Esc4KMAIOR
0.000
Esc3KMAIOR
0.000 0.020 0.040 0.060
Deslocamentos Plaxis(m)
Deslocamento areia 42
0.040
Deslocamentos Matlab (m)
0.035
0.030
Esc5Kmenor
0.025
0.020 Esc4Kmenor
0.015 Esc3Kmenor
0.010 Esc5KMAIOR
0.005 Esc4KMAIOR
0.000
Esc3KMAIOR
0.000 0.010 0.020 0.030 0.040 0.050
Deslocamentos Plaxis(m)
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
52
Momentos areia 30
140.000
Momentos Matlab (KN.m/m)
120.000
Esc5Kmenor
100.000
Esc4Kmenor
80.000
60.000 Esc3Kmenor
40.000 Esc5KMAIO
20.000 R
Esc4KMAIO
0.000
R
0.000 50.000 100.000 150.000
Momentos Plaxis(KN.m/m)
Momentos areia 34
120.000
Momentos Matlab (KN.m/m)
100.000 Esc5Kmenor
80.000
Esc4Kmenor
60.000
Esc3Kmenor
40.000
Esc5KMAIO
20.000 R
0.000 Esc4KMAIO
R
0.000 50.000 100.000 150.000
Momentos Plaxis(KN.m/m)
Momentos areia 38
80.000
Momentos areia 42
70.000
Momentos Matlab (KN.m/m)
60.000
50.000 Esc5Kmenor
40.000 Esc4Kmenor
30.000
Esc3Kmenor
20.000
10.000 Esc5KMAIOR
0.000 Esc4KMAIOR
0.000 20.000 40.000 60.000 80.000 Esc3KMAIOR
Momentos Plaxis(KN.m/m)
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
54
solo, como o coeficiente de empuxo ativo de Rankine (Ka). A Figura 4.17 mostra também que
depende da relação entre a altura de escavação (H) e da altura total da cortina (Htotal). Na
Figura 2.2 já estão referidas e deduzidas as expressões de Rankine para o cálculo de Ka e Kp.
O coeficiente Kwi (ajuste) foi o introduzido diretamente no programa pelo utilizador com o
objetivo de aproximar o mais possível os valores de deslocamentos e momentos do MATLAB
com os do PLAXIS e o coeficiente Kwi (função) foi o obtido das equações mais adiante
indicadas.
Ka e KwA (ajuste)
Ka TEÓRICO
0.400
KwA(ajuste) e Ka
0.350
0.300
0.250 KwA Esc 5m
0.200
0.150
0.100
0.050 KwA Esc 4m
0.000
25 30 35 40 45
Ângulo de atrito KwA Esc 3m
KwA(ajuste) e Ka Areia 30
0.800 y = 0.78x + 0.275
0.700 Areia 34
KwA(ajuste)/KA
Kp e KwP(ajuste)
Kp TEÓRICO
6.000
KwP(ajustte) e Kp
5.000
KwP Esc 5m
4.000
3.000
2.000
KwP Esc 4m
1.000
0.000
25 30 35 40 45 KwP Esc 3m
Ângulo de atrito
KwP(ajuste) e Kp
Areia 30
1.600 y = 3.333x - 0.333
1.400
1.200 Areia 34
y = 2.827x - 0.282
1.000
KwP/Kp
0.800 Areia 38
y = 2.378x - 0.237
0.600
0.400 Areia 42
y = 1.982x - 0.198
0.200
0.000
0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Hesc/Htotal
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
56
Da análise dos gráficos das Figuras 4.16 e 4.17 e dos dados de output do MATLAB foi
possível estabelecer uma equação que permite definir KwA em função do ângulo de atrito e da
relação Hesc/Htotal. O objetivo foi aproximar da unidade a relação KwA(ajuste)/KwA(função).
A equação estabelecida que melhor carateriza o coeficiente ativo de Winkler é dada por
KwA(função)=tan(π4−1,2∗φ′2)2∗(HescHtot+0,35).
O gráfico da Figura 4.20 elucida que para as várias areias e diferentes níveis de escavação a
relação KwA(ajuste)/KwA(função) varia pouco e é próxima da unidade.
y = -0.007x + 1.007
1.150
1.100 Areia
1.050 34
1.000 y = 0.043x + 0.989
0.950
0.900 Areia
38
0.850
y = 0.073x + 0.962
0.800
0.0 0.2 0.4 0.6 Areia
Hesc/Htotal 42
y = 0.101x + 0.990
Figura 4.20 – Evolução do quociente de KwA(ajuste) por KwA(função)
em função do quociente da altura de escavação pela altura da cortina.
Do mesmo modo, KwP foi obtido a partir da leitura e interpretação da Figura 4.19 e dos dados
que lhe deram origem. A equação que define o coeficiente passivo no modelo de Winkler é
KwP(função)=10∗HescHtot−1
e a figura 4.21 torna claro que a relação KwP(ajuste)/KwP(função) é igual à unidade, definindo
perfeitamente o coeficiente passivo de Winkler, não sendo este dependente do ângulo de
atrito.
Areia
1.100 30
KwP(ajuste)/KwP(função)
Da exclusiva observação dos dados de K0 no MATLAB, verificou-se que este varia na mesma
ordem de grandeza que varia o módulo de Young do solo (Es) e que é afetado pela altura de
escavação. Em consequência disso, foi estabelecida a seguinte equação que determina o seu
valor para input no MATLAB é
K0=3∗EsHesc.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
58
No capítulo seguinte será testada a validade das equações determinadas para KwA, KwP e K0,
usando-as para obter os parâmetros de entrada no programa MATLAB, para depois comparar
os valores de deslocamentos e momentos fletores máximos com os obtidos no PLAXIS.
No capítulo anterior foram definidas três equações com a finalidade de permitir a entrada de
dados no modelo híbrido (modelo de Winkler com plastificação) no cálculo das tensões em
um maciço cuja escavação é contida por uma cortina de concreto.
K =tan(π4−1,2∗φ′2)2∗(HescHtot+0,35). adimensional
=10∗ −1 adimensional
K0=3∗EsHesc MN/m3
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
60
Com base nas propriedades do solo e da cortina foram rodados os casos, sendo apresentado a
seguir uma síntese com os seus valores e os respetivos resultados do programa (Tabela 5.4).
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
62
Matlab Plaxis
CASO Nº
KwA KwP K0 D (m) M (KN.m/m) D (m) M (KN.m/m)
26 0,195 3,000 3 0,021 65,026 0,035 64,991
27 0,195 3,000 15 0,010 63,011 0,012 62,550
28 0,195 3,000 15 0,006 64,289 0,008 63,540
29 0,195 3,000 30 0,008 62,188 0,009 62,310
30 0,195 3,000 30 0,004 63,628 0,005 62,630
31 0,157 3,000 3 0,019 49,139 0,029 47,830
32 0,157 3,000 3 0,016 49,087 0,026 48,510
33 0,157 3,000 15 0,008 47,747 0,009 46,260
34 0,157 3,000 15 0,004 48,891 0,006 47,550
35 0,157 3,000 30 0,006 46,964 0,006 46,130
36 0,157 3,000 30 0,003 48,301 0,004 46,860
37 0,125 3,000 3 0,015 37,253 0,022 36,480
38 0,125 3,000 3 0,012 37,663 0,020 36,690
39 0,125 3,000 15 0,006 36,005 0,007 35,130
40 0,125 3,000 15 0,003 37,019 0,005 36,440
41 0,125 3,000 30 0,004 35,314 0,005 35,470
42 0,125 3,000 30 0,002 36,492 0,003 35,860
43 0,097 3,000 3 0,011 27,694 0,017 27,650
44 0,097 3,000 3 0,009 28,094 0,016 27,840
45 0,097 3,000 15 0,004 26,552 0,005 27,460
46 0,097 3,000 15 0,003 27,473 0,004 27,500
47 0,097 3,000 30 0,003 25,975 0,003 27,670
48 0,097 3,000 30 0,002 26,977 0,002 27,240
49 0,169 2,000 4 0,008 27,436 0,015 27,508
50 0,169 2,000 4 0,006 28,473 0,014 28,240
51 0,169 2,000 20 0,003 25,801 0,004 25,270
52 0,169 2,000 20 0,002 26,984 0,003 27,140
53 0,169 2,000 40 0,002 25,426 0,003 24,310
54 0,169 2,000 40 0,001 26,230 0,002 26,190
55 0,136 2,000 4 0,006 21,015 0,011 20,430
56 0,136 2,000 4 0,005 22,050 0,011 20,850
57 0,136 2,000 20 0,002 19,335 0,003 19,110
58 0,136 2,000 20 0,001 20,561 0,002 20,170
59 0,136 2,000 40 0,002 18,946 0,002 18,320
Matlab Plaxis
CASO Nº
KwA KwP K0 D (m) M (KN.m/m) D (m) M (KN.m/m)
60 0,136 2,000 40 0,001 19,785 0,001 19,630
61 0,108 2,000 4 0,005 16,100 0,008 14,880
62 0,108 2,000 4 0,004 17,037 0,008 15,100
63 0,108 2,000 20 0,002 14,465 0,002 14,160
64 0,108 2,000 20 0,001 15,670 0,002 14,770
65 0,108 2,000 40 0,001 14,069 0,001 13,600
66 0,108 2,000 40 0,001 14,918 0,001 14,480
67 0,084 2,000 4 0,004 12,243 0,006 11,270
68 0,084 2,000 4 0,004 13,129 0,006 11,320
69 0,084 2,000 20 0,001 10,717 0,001 10,800
70 0,084 2,000 20 0,001 11,847 0,001 11,090
Com os dados da tabela anterior foi possível plotar gráficos que permitem uma visualização
comparativa, para cada ângulo de atrito da areia, dos deslocamentos e dos momentos fletores.
As retas das aproximações lineares são também apresentadas com o respetivo R2 para uma
melhor interpretação. Para plotar cada gráfico foram usados dezoito pontos a fim de obter
resultados mais precisos.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
64
Deslocamentos areia 30
Todos os dados
referentes a areia 30º
0.150 Linear(Todos os
Deslocamentos Matlab (m)
dados referentes a
areia 30º)
0.100
y = 0.980x - 0.002
0.050
R² = 0.979
0.000
0.000 0.050 0.100 0.150
Deslocamentos Plaxis(m)
Deslocamentos areia 34
Todos os dados
referentes à areia 34
0.080 Linear(Todos os
Deslocamentos Matlab (m)
dados referentes à
0.060 areia 34)
0.000
0.000 0.020 0.040 0.060 0.080
Deslocamentos Plaxis(m)
Deslocamentos areia 38
Todos os dados
referentes à areia 38
0.060 Linear(Todos os
Deslocamentos Matlab (m)
dados referentes à
areia 38)
0.040
y = 0.944x - 0.001
0.020 R² = 0.973
0.000
0.000 0.020 0.040 0.060
Deslocamentos Plaxis(m)
Deslocamentos areia 42
Todos os dados
referentes à areia 42
0.040 Linear(Todos os
Deslocamentos Matlab (m)
dados referentes à
areia 42)
0.000
0.000 0.020 0.040 0.060
Deslocamentos Plaxis(m)
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
66
Momentos areia 30
Todos os dados
140.000 referentes à
Momentos Matlab (KN.m/m)
120.000 areia 30
100.000
80.000
60.000
40.000 y = 0.974x + 1.419
20.000 R² = 0.999
0.000
0.000 50.000 100.000 150.000
Momentos Plaxis(KN.m/m)
Momentos areia 34
Todos os dados
referentes à
areia 34
120.000 Linear(Todos os
Momentos Matlab (KN.m/m)
100.000 dados
80.000 referentes à
60.000 areia 34)
40.000 y = 0.961x + 1.980
20.000 R² = 0.999
0.000
0.000 50.000 100.000 150.000
Momentos Plaxis(KN.m/m)
Momentos areia 38
Todos os dados
90.000 referentes à
Momentos Matlab (KN.m/m)
80.000 areia 38
70.000
60.000
50.000
40.000 y = 0.999x + 0.79
30.000 R² = 0.998
20.000
10.000
0.000
0.000 20.000 40.000 60.000 80.000
Momentos Plaxis(KN.m/m)
Momentos areia 42
Todos os dados
60.000 referentes à
Momentos Matlab (KN.m/m)
50.000 areia 42
40.000
30.000
20.000 y = 0.946x + 1.169
10.000 R² = 0.999
0.000
0.000 20.000 40.000 60.000 80.000
Momentos Plaxis(KN.m/m)
Desta análise comparativa é possível afirmar que os resultados - tanto dos momentos como
dos deslocamentos - são similares nas análises de Elementos Finitos e no Modelo de Winkler.
As retas de aproximação linear de cada gráfico apresentam um valor de R2 na faixa entre
0,973 e 0,999, comprovando a acurácia na comparação entre os métodos.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÕES
Da análise dos dados recolhidos das simulações numéricas das várias fases de escavação,
obtidas pelos programas computacionais PLAXIS e MATLAB e de uma análise comparativa
entre elas, foi possível estabelecer as seguintes conclusões:
4. Existe uma relação física entre o módulo de Young (E) do solo e a rigidez por área
(K0) que é um parâmetro de entrada do modelo de Winkler no MATLAB;
Algumas sugestões propositadas são referidas no seguimento desta dissertação e são elas:
4. Comparar o caso de uma obra real com uma simulação recorrendo ao modelo de
Winkler no MATLAB.
Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
70
REFERÊNCIAS
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Simulação Numérica de uma Escavação: Comparação entre o Método Elementos Finitos e o Modelo de Winkler
72