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E S C O L A

d O s
s o n h o s

1
E S C O L A
d O s
Este documento descreve e clarifica
o processo de desenvolvimento do
s o n h o s
projeto de arquitetura colaborativa para
a escola primária do povoado de Pedra
Furada, localizado em Santa Luzia do
Itanhy, zona litorânea de Sergipe.
SANTA LUZIA DO ITANHY, sergipe
O projeto foi idealizado pelo IPTI -
Instituto de Pesquisa em Tecnologia
e Inovação - coordenado por Saulo POVOADO DE PEDRA FURADA
Barretto e desenvolvido por uma equipe
composta pelo Coletivo de Arquitetos
(Guile Amadeu, Rodrigo Lacerda,
Robenildo Araújo e Gustavo Fontes) e
pela CUAC (Sofia Croso Mazzucco).

CUAC
2 3
colaborações

Equipe Arquitetura criação de oficinas IPTI


Sofia Croso Mazzucco Rodrigo Carvalho Lacerda Guile Canhisares Amadeu Robernildo Araújo

Arquiteta e facilitadora. Arquiteto, fundador do Coletivo Arquiteto, fundador do Coletivo Arquiteto, Coletivo de Arquitetos.
COLETIVO DE ARQUITETOS Sofia Croso Mazzucco Saulo Barretto Fundadora da CUAC. de Arquitetos. de Arquitetos.
Rodrigo Carvalho Lacerda Raquel Sobral
Rodrigo Carvalho Lacerda Antony Propria São Paulo Aracaju São Paulo São Paulo
Guile Canhisares Amadeu Tatiana Silvestre
Robernildo Araújo
Gustavo Fontes ALUNOS ARQUITETURA
UNIT

CUAC Annare Almeida


Matheus dos Santos
Sofia Croso Mazzucco Andresa Oliveira escola WALDORF
ARACAJU
Gustavo Fontes Annare Almeida Andresa Oliveira Matheus dos Santos
Cida Dias
Arquiteto, Coletivo de Arquitetos. Estudante de arquitetura, UNIT. Estudante de arquitetura, UNIT. Estudante de arquitetura, UNIT.
Paulo do Eirado

Aracaju Aracaju Aracaju Aracaju

4 5
SUMÁRIO

METODOLOGIA & visão COLABORATIVA 10 - 17

CONTEXTO - SANTA LUZIA DO ITANHY E ESCOLA ATUAL 18 - 33

oficina 1 - 17/05/2018 34 - 63

oficina 2 - 18/05/2018 64 - 119

oficina 3 - 16/08/2018 120 - 207

6 7
“... só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem

metodologia
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar

& visão
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias
inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver. ”

Carlos Drummond de Andrade


8 9
metodologia

IDEALIZAR
CO-DESENHAR DESENVOLVER
O PROJETO CO-GERIR

CO-SONHAR
ELABORAR
CONECTAR CO-CONSTRUIR
A VISÃO

maio - dez 2018

maio - dez 2018


jan - dez 2018

2020 - ...
jan - ago 2018

2019 - 2020
2017 -2019
2017

1>co-desenho 2 > co -construção


10 11
visão COLABORATIVA comuns urbanos

Acreditamos que o desenvolvimento A ideia de que o espaço concebido Comuns Urbanos são oportunidades
integrado e holístico do povoado de de forma colaborativa é uma forma de para que o homem ‘comum‘ se
Pedra Furada e da região como um acelerar o desenvolvimento integrado reaproprie dos espaços aonde convive,
todo depende do envolvimento total de comunidades e cidades já é algo e passe a tomar decisões (lado a lado
da comunidade no processo de criação, bastante explorado tanto na prática à sua comunidade) sobre este de
intervenção e melhoria local, desde a quanto na teoria acadêmica. forma consciente devido a um novo
micro até a macro escala. sentimento de pertencimento ao lugar
Essa forma de fazer que orquestra os coletivamente criado.
O processo colaborativo pode, além de diferentes conhecimentos necessários
potencializar a sensação de pertencimento para a criação de lugares prósperos Esta perspectiva permite que
ao lugar, possibilitar novos aprendizados é chamada de Comuns Urbanos as atividades necessárias para o
durante o processo criativo de concepção (Urban Commons). Comuns urbanos desenvolvimento humano, como
de diversos projetos e o estreitamento dos são espaços elaborados, construídos aprendizado, saúde, produção Collaborative City, Londres
laços sociais locais, todos aptos a gerar e geridos coletivamente que são de alimentos, trocas sociais, etc., Imagem: http://
maior qualidade de vida e resiliência local. capazes de acelerar o desenvolvimento aconteçam de forma mais autêntica
holístico (social, econômico e ecológico) e conectada às reais necessidades
do território. Sua força se deve ao de dada comunidade. Isso gera
fato de que o território e o espaço também maior autonomia pois,
físico se desenvolvem mutuamente com a comunidade capacitada a se
ao afeto criado entre os que criam desenvolver com recursos locais, a
coletivamente. distância entre produção e consumo
de serviços e produtos diminui
consideravelmente, influenciando a
resiliência local.

Workshop Arquitetura - escola colaborativa em Hariharpur, India Parkhuis de Zwyger, Amsterdam


Imagem: http://wrkshp.org/ Imagem: http://

12 13
o papel do arquiteto metodologia COLABORATIVA

Projeto Tradicional Projeto Colaborativo Uma série de oficinas foram estruturadas Etapa 1 - Desenho Colaborativo Etapa 2 - Construção Colaborativa
para sonhar e criar junto à comunidade.
O treinamento do arquiteto nas O processo de desenvolvimento Interação estruturada com a comunidade Esta etapa visa estabelecer uma
últimas décadas tem se baseado numa da Escola dos Sonhos reverte o O arquiteto com a sua noção técnica local a fim de compreender suas metodologia para a construção
visão de autoria e fragmentação; processo de fragmentação presente do desenho e a comunidade com a sua necessidades e traduzi-las na Arquitetura colaborativa do projeto arquitetônico
logo, o desenvolvimento do projeto na arquitetura tradicional. vivência empírica do local juntos podem da nova Escola. A Etapa 1 visa investigar definido em etapa anterior de Co-Design
de arquitetura, desde o desenho criar um projeto muito mais realista e quais espaços e atividades podem (seguindo o projeto final revisado pela
até a sua construção, passa por Nessa inversão, a comunidade conectado à realidade do que o que potencializar o desenvolvimento da equipe técnica de arquitetura). Toda a
várias fases e por diferentes equipes para a qual a escola se destina poderia resultar do trabalho separado dos comunidade local. O processo de Design comunidade de Santa Luzia do Itanhy
multidisciplinares até chegar ao é capacitada a desenhar junto e dois. Logo, foi esse o caminho escolhido Colaborativo / Co-Design resultará no é convidada a participar da construção
usuário final - o arquiteto desenha, o influenciar a tomada de decisão - trabalhar em conjunto na concepção do primeiro esboço arquitetônico – que da nova Escola, se comprometendo na
construtor constrói e o consumidor do desenho; assim, os ‘arquitetos’ projeto. será traduzido num estudo preliminar medida individual possível para cada
final ocupa. de formação desempenham um de arquitetura e servirá de base para o membro da comunidade.
papel horizontal e podem, com desenvolvimento do projeto de arquitetura
Esse processo permeia a nossa cultura o seu conhecimento de técnicas da nova Escola.
desde a microescala da arquitetura especializadas, traduzir as intenções
até a macro escala da cidade, fazendo colocadas pela comunidade
com que o desenho, como ferramenta quando esta esgota a sua gama de
de concepção do espaço, se distancie expressão.
de questões sociais pertinentes
ao usuário final e impeça o seu
sentimento de pertencimento.

Imagens: http://wrkshp.org/

14 15
Etapa 1:Oficinas Desenho Colaborativo Etapa 2 : Oficinas Construção Colaborativa

CONSTRUIR COM A
COMPREENDER COMO
COMUNIDADE ESSE
SERIA A ESCOLA
SONHO, TIJOLO
DOS SONHOS DA
POR TIJOLO, COM
COMUNIDADE, E COMO
TODOS TROCANDO
CONTRIBUIR PARA A
EXPERIÊNCIA E
CONSTRUÇÃO COLETIVA
APRENDENDO JUNTOS
DESSE SONHO
A CADA PASSO

Q u a n d o: (17.05), (18.05), (16.08.2018) Q u a n d o: em 2019

16 17
localização e história

Santa Luzia do Itanhy está localizada cerca História “No começo do século 19 houve
de 76 quilômetros de distância da capital crescimento acelerado dos engenhos
sergipana e é vizinha dos municípios de Santa Luzia do Itanhy é uma cidade no estado e a concentração do maior
Estância, Indiaroba e Arauá, quase no localizada ao sul do estado de Sergipe. O número de escravizados até então,
extremo sul do Sergipe. ano datado da sua fundação é de 1575, 1/3 da população de Sergipe. Esses
período em que ocorreram as primeiras trabalhadores foram explorados,
Área: 329,496 km² tentativas de colonização do solo sobretudo, para o cultivo da cana e a
Altitude: 37 metros sergipano, sendo considerada a povoação produção do açúcar. Na segunda metade
Clima: litorâneo mais antiga do estado. do século XIX, Santa Luzia do Itanhy
Fuso Horário: UTC-3 chegou a ter mais de 60 engenhos,
População: 13.914 hab Destacou-se na economia sergipana além de lavouras e pecuária, baseados
Densidade: 42,23 hab./km² no século XVI como a maior produtora no trabalho escravo. Esse contexto
de farinha de mandioca da província, originou as condições para a formação
atividade que é exercida ainda hoje em do território quilombola luziense: lugar

CONTEXTO
menores proporções. de resistências e criatividades próprias de
uma comunidade que reconhece a história
da escravidão como história de seus
FONTES:  IBGE  CIDADES;  CAFÉ  COM  DADOS;  FLORA  DE  SERGIPE  (ANUÁRIO  UFS);   ancestrais, e que luta pela reparação dessa
e de outras injustiças históricas.” (INCRA,
2016)

SANTA LUZIA DO ITANHY


 

18 19
localização E ECONOMIA

Santa Luzia contribui com 0,46% do total produção agropecuária


do PIB Sergipano, somando o total de R$ Côco
174.047,36. Dentre as principais formas de
alagoas Laranja
trabalho estão a agricultura e a pecuária,
ficando atrás somente do setor de Mandioca
serviços.
Outro

Na agricultura destaca-se a plantação do Camarão


Coco-da-baía, laranja e mandioca, além
Bovino
de outros cultivos. A pecuária resume-se
na criação de Camarão, Bovinos e seus Leite de vaca
bahia derivados.
Ovino

Fonte: elaboração própria com base em dados fornecidos pelo IBGE.

oceano
atlântico

Serviços

Agropecuária

Indústria
PIB SERGIPANO
Fonte: elaboração própria com base em dados
sERGIPE, BRASIL SANTA LUZIA DO ITANHY, sERGIPE fornecidos pelo IBGE.
20 21
população

Santa Luzia do Itanhy é considerada estatísticas de educação local


uma cidade pequena, com a ocupação quantidade de matrículas - educação básica número de matrículas
predominante em zonas rurais, o que Estatística Dado Unidade
justifica suas principais formas de trabalho
e participações no PIB do estado serem de Expectativade anos de estudo 8,54 anos
oriundos do campo. Taxa de analfabetismo - 18 anos ou mais 36,6 %

A população de Santa Luzia é composta Escolas - ensino pré-escolar 18 Escolas


por cerca de 14 mil habitantes, cuja Escolas - ensino fundamental 19 Escolas
predominância é de crianças entre 10 a 14
anos de idade. Escolas - ensino médio 1 Escola

Fonte: anuário da UFS, com base em dados do IBGE e CNES.


Apenas 6,2% da população é empregada,
e a renda mensal é de aproximadamente
2 salários mínimos. Apresenta índice de Fonte: elaboração própria com base em dados fornecidos pelo IBGE. Fonte: elaboração própria com base em dados fornecidos pelo IBGE.
desenvolvimento humano considerado
médio; porém, o enorme agravante é a
educação. Isso é evidenciado pelas taxas
quantidade de estabelecimentos - educação básica
de analfabetismo em maiores de 18 anos, Os gráficos mostram que a provisão da educação em Santa
fazendo com que o município ocupe o Luzia do Itanhy decaiu nos últimos anos, o que acentua a
sexto lugar no ranking estadual. necessidade de investimento e melhorias nessa área.

Outra questão agravante é a escassez de instituições


0-14 anos oferecendo educação do ensino médio, sendo que
atualmente existe somente uma escola no município que
15-29 anos oferece esse nível de educação à população local.
30-59 anos

população por faixa etária acima 60 anos

Fonte: elaboração própria com base em dados


Fonte: elaboração própria com base em dados fornecidos pelo IBGE.
fornecidos pelo IBGE.

22 23
fauna e flora
pesca DE ARATU CARACTERIZAÇÃO SOLO SANTA LUZIA DO ITANHY

Produção de Aratu (toneladas)


Santa Luzia é caracterizada pelo bioma da
Mata Atlântica, destacando-se a Mata do
Castro como a maior reserva atlântica do
estado de Sergipe. Além disso, possui uma
grande extensão de manguezal presente
ao decorrer da faixa ribeira, que abriga
espécies de crustáceos como o caranguejo
e o aratu, cuja pesca auxilia na economia
do município.

Aracajú
Barra dos Coqueiros
Brejo Grande
Estância
Indiaroba
Itaporanga dAjuda
Pacatuba
Pirambu
Sta. Luzia do Itanhy
São Crisóvão
Conde
Jandaira
De acordo com o levantamento da
Estatística Pesqueira da Costa do Estado
de Sergipe e Extremo Norte da Bahia,
realizado em 2011, Santa Luzia do Itanhy/
SE foi o terceiro maior produtor de
pescados da região analisada. (SOUZA et
al., 2012)
Fonte: Elaboração própria com base em mapas disponibilizados pelo IBGE.
Fonte: BRANDÃO, Bárbara de Oliveira; SANTOS, João Antonio Belmino
Dos. A valorização dos produtos tradicionais através da indicação
geográfica: o potencial do aratu de Santa Luzia do Itanhy.

A presença do Aratu na fauna de Santa Luzia do Itanhy A maior parte do território de Santa Luzia do Itanhy é
é um elemento muito rico para a biodiversidade local, caracterizado pelo solo de cultura permanente, porém
além de complementar a economia local através de conta também com uma forte presença da diversidade
sua pesca. A pesca do aratu é também quase que ambiental contando com espaços de Pastagem, Campo,
um ritual para as mulheres, que são quem atraem o Floresta, e Corpos d’Água.
animal através de seu canto - enriquecendo, assim, não
somente a economia mas também a cultura local.

24 25
arquitetura

A Arquitetura predominante é a colonial


e a vernacular. A primeira é encontrada
nos engenhos, heranças do período
açucareiro; a segunda é encontrada nas
residências construídas pelos próprios
moradores com conhecimentos passados
de geração em geração, como a utilização
da técnica da Taipa de Mão e o uso da
palha de coqueiro.

“Toda região do Crasto, Pedra Furada


e Rua da Palha, bem como do Bode,
Cajazeiras e proximidades, tem na
produção do coco uma atividade
complementar para algumas famílias. (...)
A relação que os luzienses estabeleceram
com essas plantas ultrapassa a da
produção econômica. As palhas do
coqueiro ainda servem para fazer telhados
das casas, alpendres, cestos e outros
artefatos de pesca.” (INCRA, 2016)

Técnica da taipa de mão. Fonte: cidadeecultura. Engenho Sâo Félix, Santa Luzia do Itanhy. Fonte: Sirleila Povoado do Crasto, Santa Luzia do Itanhy. Fonte: sergipeemfotos.

26 27
povoado de pedra furada

Pedra Furada é um dos povoados de Santa


Luzia do Itanhy, ao leste do município e
inserido numa região caracterizada pela
forte presença de rios e manguezal.

Contando com uma população de 519


habitantes, o povoado ocupa uma área
de território quilombola, embora apenas
uma pequena parcela das propriedades
pertença a famílias oriundas de quilombos.

Suas casas são quase em sua maioria


autoconstruídas pela população local, com
exceção de alguns edifícios institucionais.

Imagens: Povoado de Pedra Furada.

28 29
escola primária de pedra furada

A Escola Municipal de ensino fundamental


Vereador Paulo Fernando Ribeiro Soutelo
atende uma média de 100 crianças de
faixa etária entre 6 a 11 anos e conta com
um total de 12 funcionários.

A escola é caracterizada por duas salas de


aula, laboratório de informática, cozinha,
refeitório e um banheiro localizado no
jardim posterior ao edifício.

A escola e a creche atendem a seguinte


quantidade de crianças e alunos:
- 13, na creche;
- 11, na pré-escola;
- 38, da 1a a 5a série;
- 45, jovens e adultos;
- 3, educação especial.

Os alunos sofrem de uma taxa de 35% de


desnutrição e 19% de anemia, problemas
nos quais o IPTI tem focado na resolução.

Imagens: Escola atual do povoado de Pedra Furada

30 31
32 33
17.08.2018

OFICINA 1
34 35
DINÂMICAs & Expectativas

A Oficina 1 para a elaboração da Escola dos - Breve apresentação da equipe de - Apresentação detalhada para a
Sonhos (EDS) de Pedra Furada aconteceu arquitetos, alunos de arquitetura da comunidade englobando metodologia
no dia 17 de Maio de 2018, uma quarta-feira equipe de apoio, equipe do IPTI, e colaborativa e seus benefícios, seguida
nublada em Santa Luzia do Itanhy, em uma professores da escola Waldorf de Aracajú; por estudos de caso;
das salas da escola atual. As expressões
inicialmente confusas, congeladas e curiosas - Breve explicação sobre a metodologia - Dinâmica de perguntas e respostas
de todos os que estavam presentes e se colaborativa intendida; visando o direcionamento do projeto
perguntavam o que traria aquele momento de arquitetura (a ser desenvolvido por
foram se transformando em afirmação, - Explicação sobre a visão da Escola equipe de arquitetura) com base nas
movimento e entusiasmo ao longo da oficina. Waldorf e metodologia antroposófica; respostas da comunidade;

O sonho de construir uma nova escola foi - Dinâmica de abertura (feedback escrito - Classificação das respostas em
ficando cada vez mais evidente ao longo das do sentimento de cada um na sua categorias;
3 horas que permitiram à comunidade, ali chegada);
parcialmente presente, expressar os seus mais - Dinâmica de fechamento (feedback
sinceros anseios. - Apresentação pessoal da comunidade escrito do sentimento de cada um na sua
e presentes e expectativas individuais do saída).
A oficina foi organizada da seguinte maneira: projeto;

Vista em frente à escola atual em Pedra Furada.

36 37
jogo do barbante

O jogo do barbante foi uma maneira das


pessoas se apresentarem e se conectarem
- tanto de forma abstrata como de forma
concreta.

Cada um se apresentou e compartilhou


as suas expectativas sobre o projeto da
EDS. A primeira pessoa a se apresentar,
segurou uma ponta do fio do rolo de lã
e o jogou para outra pessoa na roda que
foi convidada a falar por esse gesto. A
próxima pessoa fez o mesmo, e pouco a
pouco foi tecido um desenho pelo rolo
de lã. Quando todos se apresentaram e
seguravam a sua ponta do fio, foi sugerido
que todos puxassem a sua ponta do fio
e observasse a influência deste gesto
individual no todo; claro que cada puxão
influenciava o desenho maior do fio, e
assim percebeu-se que cada um naquela
roda tinha um papel fundamental dentro
da dinâmica do grupo.

Assim seria durante todo o processo


de construção da Escola dos Sonhos, e
tomou-se consciência.

Imagens: jogo colaborativo do barbante.

38 39
sentimentos pessoais chegando
i da!
o e v
li z a d r d
r e a u ga e
pos n o s o ! l t i z
1 8 a n h r e
Depois de conhecer a comunidade e itiv h o de s o nc
a so n a o c o
apresentar a nossa ideia de arquitetura
r o ar s e
colaborativa ficamos curiosos em saber d e ve a r p
v a
at i va m l n o
como tod@s estavam se sentindo
p e ct é u a
em relação à essa ideia; estariam
a ex l a o l
o sc o sc
entusiasmad@s ou confus@s com a nossa
o s a e a e
visão?
s i ! u m d
a n h o r n ho i o s a
Foi a partir desta intenção de acolher o me l so an s
que estavam sentindo que decidimos n d o e o
m u q u
distribuir um pedaço de papel para cada m o .
pessoa ali presente e pedir para que d eu e rt feliz
. anim
registrassem o que estavam sentindo, n ça ê c ada.
e ra d com
genuinamente, naquele momento.
sp o fome
ae t ud
u e
As respostas que recebemos foram
e q curiosa e
variadas e todas positivas - estavam ali
a d confiant
desde entusiasmados, até nervosos,
t i v e de que
ta o tudo vai
esperançosos...
ec s f dar cert
p o e liz o
Através destas respostas, confiamos
ex n ç da v
que a nossa mensagem e intenção fora r a ida
transmitida e acolhida da forma que p e com
e s espe
gostaríamos: positivamente.
s o ran
i o a ça d
u r a d e m e qu
c s a s pol e tu
ço p e gad do p
n o ossa
ra dar
p e nerv cert
e s o sa o
40 41
perguntas guia

As perguntas-guia desempenharam o papel


de bússola para direcionamento e elaboração
do programa de atividades e projeto de
arquitetura da Escola dos Sonhos.

A nossa intenção como arquitetos e


facilitadores nesta etapa foi estimular a
comunidade a absorver ideias inovadoras
implementadas em escolas ao redor do
mundo - apresentadas através de diferentes
estudos de caso - e compreender tanto
as necessidades quanto as possibilidades
da comunidade a qual se destina o nosso
projeto.

As perguntas guias foram a chave para


transformar o processo de criação da
arquitetura tradicional, onde o arquiteto tem
total autonomia no desenho do projeto, em
algo colaborativo e decidido pela voz do
coletivo.

Imagens: grupo refletindo sobre as perguntas-guia.

42 43
r e f e r ê n c i a s / novas habilidade em escolas pelo mundo afora

1 PERGUNTA
Quais matérias, atividades
e habilidades seriam
interessantes de aprender
se você pudesse escolher
as aulas a serem cursadas
nessa nova escola?

TaMaLaCá Escola pública Mind UP


Itália Japão Reino Unido

Alunos aprendendo a se apropriar Aprendizado de cidadania, cooperação, Aulas de meditação todos os dias
e a moldar o espaço público da sua trabalho em grupo. Os alunos são para crianças e adolescentes no
Como isso ajudaria cidade através de jogos e brincadeiras. responsáveis pela gestão da escola. horário escolar.
no seu futuro
desenvolvimento?

44 45
RESPOSTAS DA COMUNIDADE

- Cuidar de
- Meditação pequenos
- Robótica animais, para
- Artes cênicas - Yoga
fortalecer as
- Pintura ...para acalmar - Tecnologia forças vitais da - Aulas de como
trabalhar com - Atividades que
- Artesanato os alunos e - Astronomia - Informática criança
casa de farinha distraiam as crianças
- Desenho não prejudicar
- Marcenaria e as tirem da rua
Profissionais para os outros
ajudar pais, alunos e
professores a lidar
com a situação de - Permacultura
álcool e drogas na - Aulas de
adolescência - Canto espanhol
- Culinária - Dança - Culinária empreendedora
- Aulas de
- Música - Técnicas e especialidades? agricultura, como
Aulas de libra e - Ballet - Administração lidar com a terra: - Atletismo
braile, para que - Empreendedorismo plantar, colher e
seja um escola comercializar o
inclusiva plantio

-ARTE/CORPO/MENTE/ESPíRITO - - CURSOS TéCNICOS - -EDUCAÇãO AMBIENTAL- -ATIVIDADES FÍSICAS-


46 47
r e f e r ê n c i a s / escola do século 21

2 PERGUNTA
Pensando no trabalho
do IPTI, como seria uma
escola do século 21
e quais tecnologias e
atividades poderiam ser
ensinadas nela?

Ciência naval Psicultura Agricultura Hidropônica

Tecnologias que permitem Tecnologias que auxiliem na pesca. Tecnologias que permitam produção de
melhores equipamentos navais. alimentos de forma mais eficiente.
Por que isso seria
importante para você e
a sua comunidades?

48 49
RESPOSTAS DA COMUNIDADE

- Agricultura
Uma escola voltada - Horta
- Eletricista para atividades que - Cultivo de legumes
- Tecnologia - Encanador tragam oportunidades
emocional - Pintor e ao mesmo tempo
- Pedreiro condições para o jovem
permanecer na região

Retirar as crianças Baixo impacto Alimentação saudável,


- Artesanato
da rua, e obter ambiental, sem agrotóxicos;
perseverança e formação escolar
valor imaterial de - Desenho plena ...especialização
conquistar o mundo industrial gastronômica utilizando
por si mesmo; Valorização da dos recursos locais
Afastar da fonte de renda ...aumento
criminalidade local, através da da renda
- Aquicultura formação técnica; familiar local - Sustentabilidade
- Ciência Cursos dentro - Criação do aratu
contemplativa da realidade da - Criação de abelhas
- Mecânica comunidade

- CORPO / MENTE / ESPíRITO - - CURSOS TéCNICOS - - EDUCAÇãO AMBIENTAL -


50 51
r e f e r ê n c i a s / tempo de aprendizado

3 PERGUNTA
Quanto tempo no dia-
a-dia seria ideal para
desenvolver as habilidades
que você sugeriu
como importantes para
aprender?

Centro para Mulheres Centro de Aprendizagem Casa da Criança Indígena


Africa Sri Lanka Mexico

Cultivo de hortas de maneira Espaço central para a prática de Os alunos da escola pintaram os
colaborativa pelas frequentadoras diferentes esportas, rodeado por azulejos que foram colocados na
Por quê isso seria do centro. salas de aula. fachada da escola.
importante?

52 53
RESPOSTAS DA COMUNIDADE

MANHÃ:
desenvolvimento
Pensando nas
escolar Os pais atividades que
trabalhariam atendam toda a
mais tranquilos comunidade e
sabendo que os levando em conta
filhos estão na que algumas
TARDE:
escola pessoas trabalham
atividades em outro turno Para atividades
artísticas inclusivas, como braile
e libras, pois daria
Algumas atividades tempo da criança
aos sábados para aprender a parte
atender as pessoas pedagógica durante
que trabalham o outro período de
durante a semana e estudo
NOITE: não tem como estar
integração familiar em um dos turnos

- PERÍODO INTEGRAL - -MEIO PERÍODO-


54 55
referências / horizontalidade

4 PERGUNTA
Se todos dessa
comunidade fossem
convidados a ensinar
algum talento pessoal na
nova escola, o que você
poderia ensinar?

R-Urban Urbanismo Tático Escola Waldorf Aitiara


França Estados Unidos Botucatú
Se você pudesse
juntar um grupo da
comunidade para Horta urbana e espaço aonde Regeneração do espaço público Professores ensinam alunos, e
ensinar algo na escola, materiais recicláveis são com vizinhos colaborando, com alunos ensinam alunos mais novos
transformados em objetos para o cada pessoa utilizando uma de o que aprenderam. Todos os que
que atividade você
dia-a-dia pelos moradores do bairro. suas habilidades para melhorar a trabalham na escola ensinam algo
acredita que seria cidade. uns aos outros.
interessante ensinar?

56 57
RESPOSTAS DA COMUNIDADE

Dança

Como usar
materiais Aulas de pintura
Valorização da
recicláveis
mulher

Como cuidar da Criar cadernos e


escola Costura e
livros artesanais
Aulas de manicure bordado Objetos artesanais
com EVA

Alfabetizar
os adultos

- Cozinhar uma
feijoada Aulas de direitos Aulas de desenho Artesanato
- Doces Como cuidar da humanos básicos
- Salgados terra (adubar,
- Bolo plantar e colher)

- PRÁTICa - - TEoria- - ARTÍSTICO -


58 59
60 61
visão coletiva despedida

feli
z
Ao final da Oficina 1 grande parte das
t e j e to
aspirações da comunidade de Pedra Furada
ia n e p ro
já estavam claras. Pouco a pouco, todos ali nf a nte me ss
presentes foram se integrando mais e mais e co n f i z co
encontrando um ponto de equilíbrio entre o
s c o
o f eli
ai ui t
sonho e a expressividade.
m m
Algumas coisas foram ditas; outras, a feliz
silenciosas, pareciam tomar o pensamento animad feliz
e o coração de todos aos que a escola dos alegre iz
sonhos se destina. De repente, aquele grupo f e l
parecia ter se dado conta de que mais pode
v e

nte
ser criado com a força do coletivo. le a
t i v
a ta

fia
O sonho, naquele momento, parecia já
d p ec l iz
a ex i s f e
tangível...o tempo tornou-se somente um
v de ma

n
fator maleável - e a realização da escola,
t i i a 1 pa
che

co
uma questão de paciência, confiança, o sso
envolvimento e ação. . m rea
i z l iza
Nascia assim, a visão coletiva, ainda e l do
desconexa, mas já ali presente. f re e co
t e eg n fia
n f ia n al nte
c o ca
ns otimista
ad
o n f i a nt e a
calma e c

62 63
18.05.2018

OFICINA 2
64 65
DINÂMICAs & Expectativas chegando

A Oficina 2 para a elaboração da Escola dos A oficina foi organizada da seguinte - Dinâmica de perguntas e respostas
alegre
Sonhos de Pedra Furada aconteceu no dia 18 maneira: visando o direcionamento do projeto
i z ! ansiosa
de Maio de 2018, uma quinta-feira ensolarada de arquitetura (a ser desenvolvido por
fe l
em Santa Luzia do Itanhy, na mesma sala - Breve apresentação da equipe de equipe de arquitetura) com base nas
i n to
da oficina do dia anterior. Ao entrarmos na arquitetos, alunos de arquitetura da respostas da comunidade; bem me s
sala encontramos quase todas as cadeiras equipe de apoio, equipe do IPTI, e re ! eu
ocupadas e um silêncio preenchendo a sala professores da escola Waldorf de Aracajú; - Compartilhamento do programa definido
to aleg
junto aos olhares esperançosos de todos na Oficina 1; si n
u me
ali presentes, mostrando o quão abert@s - Breve explicação sobre a metodologia
e m !e
estavam todas para continuar o processo colaborativa intendida; - Comunidade como arquitet@os. Dinâmica
to b confia
de elaboração colaborativa da escola que de concepção em grupo de projetos de si n n te
havíamos iniciado no dia anterior. - Dinâmica de abertura (feedback escrito arquitetura possíveis, utilizando blocos eu me
oso empolgada
do sentimento de cada um na sua de lego de madeira (cada cor significando
ra nç
Um novo dia e uma nova oficina, um passo
mais perto de concretizar o sonho.
chegada); uma função no programa) para organizar o
programa definido; e spe
- Breve aula de arquitetura, explicando
qual o papel do arquiteto no - Dinâmica de fechamento (feedback
e feliz
desenvolvimento de um projeto, e escrito do sentimento de cada um na sua
n f iant
focando em soluções arquitetônicas para saída).
e co
o contexto nordestino;
gre
al e
sa
ço
n
e ra emp
o no es
p esto olg
s u fe ado
m liz
co

66 67
o papel do arquiteto

Projeto Tradicional Projeto Colaborativo

O treinamento do arquiteto nas últimas O processo de desenvolvimento da


décadas tem se baseado numa visão Escola dos Sonhos reverte o processo de
de autoria e fragmentação; logo, o fragmentação presente na arquitetura
desenvolvimento do projeto de arquitetura, tradicional.
desde o desenho até a sua construção, passa
por várias fases e por diferentes equipes Nessa inversão, a comunidade para a qual
multidisciplinares até chegar ao usuário final - a escola se destina é capacitada a desenhar
o arquiteto desenha, o construtor constrói, e junto e influenciar a tomada de decisão do
o consumidor final ocupa. desenho; assim, os ‘arquitetos’ de formação
desempenham um papel horizontal e
Esse processo permeia a nossa cultura podem, com o seu conhecimento de
desde a microescala da arquitetura até a técnicas especializadas, traduzir as intenções
macroescala da cidade, fazendo com que o colocadas pela comunidade quando está
desenho, como ferramenta de concepção esgota a sua gama de expressão.
do espaço, se distancie de questões sociais
pertinentes ao usuário final e impeça o seu
sentimento de pertencimento ao processo e
ao espaço.

Imagens: Rodrigo e Sofia explicando o processo


de colaboração na concepção da EDS; um convite
valioso à comunidade.

68 69
arquiteto arquiteto

engenheiro
orçamentos platéia
(cliente)

engenheiro
instalações
arquiteto
projetista

Arquitetura como Música

Fazer arquitetura é como fazer música; uma combinação de responsável


diversos instrumentos que, juntos, compõem algo maior do que a
financiamento
soma das partes. O arquiteto é o maestro que compreende como
o diálogo entre instrumentos pode alcançar o resultado almejado, de obras
porém, mesmo com esse conhecimento crucial, não poderia
sozinho criar arquitetura.

Logo, quanto melhor a afinação dos instrumentos e a afinidade


engenheiro
entre o arquiteto/maestro e a orquestra/complementares, melhor a estrutural
arquitetura/música.

construtor

70 71
Arquitetura como Sonho Coletivo

Da mesma forma em que cada instrumento complementa a


arquiteto composição arquitetônica, cada pessoa - independendo da sua arquitetos
formação profissional - possui diversos instrumentos sutis passíveis a
informar o caráter de um lugar. Estes podem ser tão variados quanto:
histórias, memórias, relações afetivas, compreensão espacial, e
sentimentos relacionados a um lugar; todos estes podem, e devem
auxiliar na criação de uma arquitetura que faça sentido.

O conhecimento técnico do arquiteto e a sua habilidade de


orquestrar diversos conhecimentos complementares se torna mais
válido na medida em que se aproxima da realidade empírica do locus
do projeto - que só pode ser narrada e sentida genuinamente pela
comunidade que ali vive.

72 73
uma breve aula de arquitetura nordestina 1. criar uma sombra 2. recuar as paredes

A nossa missão agora era familiarizar a


comunidade sobre como pensar a arquitetura
e o que levar em conta ao desenhar o espaço.

Para tal missão, optamos pelo apoio do


‘Roteiro para Construir no Nordeste’, um
manual que leva em conta como projetar para
o clima nordestino garantindo o máximo de
conforto ao usuário.

A comunidade acompanhou atentamente


a apresentação dos conceitos que
apresentamos e se entusiasmou com o 3. vazar os muros
entendimento do processo criativo do
arquiteto e a multiplicidade dos fatores
levados em conta.

O espírito criativo da comunidade ali se


tornara ainda mais cultivado, e os sonhos mais
palpáveis quando conectados a possibilidade
de desenhar um espaço sensível a este.

74 75
4. proteger as janelas 5. abrir as portas 8. conviver com a natureza 9. construir frondoso

6. continuar os espaços 7. construir com pouco

“Trabalhemos no sentido de uma arquitetura livre e espontânea,


que seja uma clara expressão de nossa cultura e revele uma sensível
apropriação do nosso espaço...”

- Roteiro para Construir no Nordesde, p.43

76 77
perguntas-guia

As ‘perguntas guia’ da Oficina 2


desempenharam o papel de bússola para
direcionamento e elaboração do desenho
arquitetônico da Escola dos Sonhos.

A nossa intenção como arquitetos e


facilitadores nesta etapa foi, após estimular
a comunidade a compreender o processo
criativo do arquiteto e quais são os
elementos que devem ser considerados
no projeto, estimular a capacidade criativa
da comunidade no sentido de que tod@s
trabalhassem como arquitet@as do projeto
em si colaborativo.

Assim, através das perguntas colocadas, a


visão e o sonho foram se tornando um passo
mais palpável.

Imagens: comunidade discutindo sobre as


perguntas-guia.

78 79
referências / qualidades arquitetôNICAS

1 PERGUNTA
Quais qualidades
arquitetônicas (materiais,
cores, formas, etc) seriam
interessantes para o
projeto da nova Escola?

Escola Infantil Escolas Waldorf Casa da Criança Indígena


Africa pelo mundo México

Uso de tijolos nas paredes e A escola, seguindo os preceitos Tijolos nas paredes e gravetos na
abertura central no telhado da arquitetura antroposófica, não cobertura.
Por que essas de madeira. possui nenhum ângulo de 90
qualidades seriam graus entre as paredes e o teto
importantes? dos espaços internos.

80 81
RESPOSTAS DA COMUNIDADE

- Plantas e frutas
- Retangular - Jardim bonito
- Concreto reciclável - Redonda - Sombra de biriba
- Muito verde
- Arejada - Cerâmica
- Áreas de Lazer - Madeira
- Com circulação - Palha

-FORMA- -paisAgismo-

- Tijolinho
- Parede perfurada
- Azulejo
- Pouco vidro - Taipa de mão
- Coleta seletiva - Piso de cimento - Com águas
- Verde - Cores sóbrias - Laje
- Branca (barro) - Teto Verde
- Forro esteira
- Cores claras - Azul

- características - - materiais- - cores - - cobertura -


82 83
referências / espaços que estimulam o aprendizado

2 PERGUNTA
Quais espaços são
necessários na nova
escola para apoiar o
desenvolvimento da
comunidade de Santa Luzia
do Itanhy, com base na
visão do grupo?
Waldorf Rudolf Steiner Cantiere Barca R-Urban
São Paulo Itália França

Auditório onde acontecem Aulas de marcenaria para a Horta urbana e espaço aonde
apresentações de teatro, comunidade de Cantiere criar materiais recicláveis são
Por que esses espaços dança, e coral dos alunos da objetos que sirvam para jogos tranformados em objetos para o dia-
são importantes? escola. e encontros sociais dentro do a-dia pelos moradores do bairro.
bairro.

84 85
RESPOSTAS DA COMUNIDADE

Cozinha

Biblioteca Salas de aula amplas


Salas de
Espaço para coleta acompanhamento
de alimentos psicólogico ao
Teatro/Auditório
aluno

Área de plantio
Sala de informática
(horta, pomar, jardim)

Espaço cultural e Sala de Artes


áreas de exposição (desenho, pintura, Área de esportes
Área de lazer
artesanato) infantil

86 87
referências / reciclagem

3
PERGUNTA
Quais materias que
você considera
como lixo poderiam
ser reutilizados na
construção da escola?

Centro Comunitário Centro Comunitário Escola Primária


Estados Unidos Estados Unidos Holanda

Troncos utilizados como Caixas de papelão formam Galinhas alimentadas com restos de
material das paredes uma parede e o muro deste alimentos.
Onde se pode externas. centro comunitário.
encontrar estes
materiais?

88 89
RESPOSTAS DA COMUNIDADE

Latinha Palha e esteira Casca de maçunim

Garrafa PET Casco de Ostra

Barro Escama de peixe

Madeira
Vidro
Casco de Aratu

Caixa de papelão
Galhos secos do
mangue

- industrial - - flora - - fauna -


90 91
92 93
perguntas-guia moldando a visão coletiva

As respostas das perguntas guias relacionadas


ao programa da escola relacionado a um
espaço arquitetônico deixaram claros a visão
geral para o projeto;

A Escola dos Sonhos consiste, então, num


programa multidisciplinar com bastante arte
e ciências holísticas (como yoga, meditação),
visando tanto a capacitação do raciocínio
lógico e dos aspectos etéricos e mais
sensíveis do aluno.

A sua arquitetura valoriza a cultura do povo


local e os recursos regionais da fauna e flora,
além de valorizar a sustentabilidade e o
frescor dos espaços.

Visão estabelecida parcialmente; o próximo


passo era então visualizar como os espaços
sonhados poderiam se entrelaçar numa
composição arquitetônico. E lá fomos nós...

Imagem: comunidade respondendo às


perguntas-guia.

94 95
96 97
ARQUITETURAS possíveis

Para a última atividade da Oficina 2, o grupo As crianças, que estavam tímidas e espiando
grande fora dividido em três grupos menores. através das janelas do lado de fora da sala de
Agora que já tínhamos definidos juntos o aula, pouco a pouco começaram a adentrar e
programa dos sonhos, era a hora de definir a a se envolverem na atividade à sua maneira,
arquitetura dos sonhos. criando o seu próprio lego livre de qualquer
metodologia sugerida na atividade.
Hora de brincar de lego; a proposta foi que
cada grupo, de 4 ou 5 pessoas, organizasse o No seu próprio silêncio e sua linguagem as
programa definido através de blocos de lego crianças se entenderam rapidamente na sua
de madeira - cada cor se referia a uma parte brincadeira, que mostrou a possibilidade de
do programa, definido da seguinte maneira: congregar todos, independente de idade ou
qualquer diferença, na construção coletiva do
sonho comum: uma nova escola para Pedra
Verde - áreas verdes Furada; a Escola dos Sonhos.
Azul - salas de aula
Vermelho - espaços artísticos
Amarelo - lazer
Marrom - outros

Imagem: crianças participando da construção coletiva da EDS.

98 99
Imagens: desenvolvimento coletivo do projeto.
Imagem: lego utilizado para concepção coletiva do projeto da EDS.

100 101
ilha verde

O projeto para a escola denominado “Ilha


Verde” baseia-se na idéia de integrar ADMINISTRAÇÃO
os espaços construídos às áreas verdes
sugeridas. Três jardins permeiam a
construção, permitindo que as salas de aula
e o refeitório tenham uma vista agradável da
vegetação.
BANHO
Uma horta generosa cultivada e, frente à
cozinha e o refeitório sugere o estímulo do HORTA

RECEPÇÃO
AULA

QUADRA
consumo da produção local de alimentos.

SALAS TÉCNICAS
Integrantes do grupo:
JARDIM

COZINHA
JARDIM

REFEITÓRIO
RECREAÇÃO
- Taísa
- Ana Paula JARDIM
ARTES
- Adriane AULA
- Adenilson
- Neide
BANHO

ENTRADA

Imagem: reprodução de modelo criado por um dos grupos da comunidade, sugerindo a implantação da Escola dos Sonhos.

102 103
Imagens: processo de discussão sobre a implantação da Escola dos Sonhos, e desenvolvimento do trabalho em grupo.

104 105
escola do futuro
POMAR

BIBLIOTECA
A “Escola do Futuro” se baseia numa visão
onde diversos blocos separados por áreas de ARTES
circulação ao ar livre permitem o trajeto entre PARQUINHO HORTA
eles, sugerindo passeios.

A proposta engloba um pomar para cultivo de


espécies locais, como a laranja, a banana, e a
manga, além de uma área de recreação anexa
a uma das hortas sugeridas.

DIREÇÃO / COORDENAÇÃO
LAZER
Integrantes do grupo:
TÉCNICO

REFEITÓRIO

ENTRADA
AULA
- Maria Fernanda

BANHO
AULA
- Rosângela

AULA
- Jocicleide TÉCNICO
- Fernanda
- Cristina Carlos
TÉCNICO

COZINHA

HORTA
ACESSO 2

Imagem: reprodução de modelo criado por um dos grupos da comunidade, sugerindo a implantação da Escola dos Sonhos.

106 107
Imagens: processo de discussão sobre a implantação da Escola dos Sonhos, e desenvolvimento do trabalho em grupo.

108 109
escola dos sonhos

INFORMÁTICA
BIBLIOTECA

REFEITóRIO

COZINHA
AULA
O projeto da “Escola dos Sonhos” sugere o
jardim como elemento principal que recebe
os alunos logo na entrada, integrado à uma
área para o desenvolvimento de habilidades
artísticas.

Sua organização espacial segue uma lógica


de separação entre áreas de lazer e esporte
(acompanhas por um vestiário), e áreas de
estudo e silêncio - como a biblioteca e as

ACESSO

JARDIM

ARTES
salas de aula.

Integrantes do grupo:

- Marileide Santos
- Nailze da Cruz
- Maria Lonilza
- Rafael Salvador

QUADRA

BANHO

HORTA
LAZER

LAZER
Imagem: reprodução de modelo criado por um dos grupos da comunidade, sugerindo a implantação da Escola dos Sonhos.

110 111
Imagens: processo de discussão sobre a implantação da Escola dos Sonhos, e desenvolvimento do trabalho em grupo.

112 113
despedida

feliz realizada
el iz
m f
be
confia
nte
muito confiante

cont
e nte
alegre
e conf
iante.
sentin
do a s
egund
ae tapa r
ealizad
a

t usi asm a da
en
alegre

114 115
116 117
tateando o futuro

As Oficinas 1 e 2 foram estruturadas como A Escola dos Sonhos é uma escola inovadora
uma oportunidade de conectar-se com a tanto nas questões sociais, quantos nas
comunidade local e empatizar com os seus ambientais e tecnológicas; uma escola atenta
sonhos e sentimento. ao desenvolvimento integrado das crianças e
da população local, oferecendo um programa
De volta ao ambiente escritório e pesquisa, variado que responde à educação infantil e
as informações coletadas durante os dois dias capacitação profissional de jovens e adultos.
de oficina foram organizadas pela equipe de Uma escola de baixo impacto ambiental, que
arquitetos para indicar o caminho do projeto valoriza a abundância local e potencializa os
de arquitetura; cada minuto de interação fora recursos locais.
levado em conta. Com o programa definido
pela comunidade em mãos e as indicações Uma escola atenta ao desenvolvimento
para o desenvolvimento do desenho, parte holístico, considerando aspectos intelectuais,
do caminho já havia sido caminhada; restava físicos, emocionais, e etéricos; um ensino
agora a outra parte. referência que visa capacitar pessoas na
transformação local levando em conta
A abertura para que a comunidade refletisse também questões globais.
e expressasse os seus sonhos e expectativas
nas oficinas permitiu reformular o programa Não um sonho, mas uma realidade já possível
prévio que havia sido criado a priori das que se materializa através do projeto e da
oficinas para a escola. Um programa novo e força colaborativa.
extremamente inovador fora criado para a
EDS.

118 119
16.08.2018

OFICINA 3
120 121
propósito e dinâmicas do dia

De volta à Santa Luzia do Itanhy; era um dia


- Breve pincelada sobre a intenção da - Organização da comunidade em frentes
de sol destinado a apresentar o projeto de
Escola dos Sonhos; de trabalho para desenvolvimento coletivo
arquitetura à comunidade, e organizar grupos
do projeto;
para manterem-se ativos na co-criação da
- Criação de crachás criativos para
Escola dos Sonhos.
apresentação pessoal (inicialmente um a - Celebração do dia e compartilhamento
um e num segundo momento ao grupo do sentimento pessoal de cada pessoa
Mas o dia não foi organizado como algo
todo); presente em relação ao projeto e ao que
passivo, onde a comunidade de Pedra Furada
fora vivido durante a oficina 3.
somente escutaria o que a equipe de projeto
- Desenvolvimento de contrato criativo,
tinha para dizer, e depois voltaria à sua
estabelecendo métodos para co-criação
vida do dia-a-dia (esperando que o projeto
do projeto;
finalmente chegasse a ser construído para
eles, quando tudo se alinhasse).
- Registro das inquietações e dúvidas
advindas da comunidade sobre o projeto;
Pelo contrário, a Oficina 3 fora extremamente
ativa e produtiva, com a apresentação do
- Jogo cooperativo;
projeto combinada a dinâmicas de grupo
que estimularam colaboração dentro da
- Apresentação detalhada sobre o projeto
comunidade, lado- a-lado a co-criação de
de arquitetura da Escola dos Sonhos;
frentes de trabalho para a EDS.

A oficina aconteceu com muita dedicação,


alegria e leveza do grupo, da seguinte forma:

Área em frente à escola atual de Pedra Furada, com construções em taipa.

122 123
Centro da roda energizado, e o bastão da fala.
124 125
chegância e crachás criativos

Muitas pessoas que estiveram presente A dinâmica aconteceu da seguinte maneira: Num segundo momento, todos se juntaram
nas Oficinas 1 e 2 voltaram animadas para cada pessoa fez um crachá pessoal e registrou numa roda e compartilharam o seu super-
a Oficina 3, e felizmente, pessoas novas um momento marcante, uma habilidade, um poder. Muitas surpresas surgiram e a força de
também estavam ali compartilhando mais um sonho, algo a melhorar, e por último, um pessoal de todos foi se tornando cada vez
passo na construção da Escola dos Sonhos. super-poder próprio. mais evidente.

Todos queriam se conhecer melhor. Logo, a Inicialmente, as pessoas se juntaram em pares


primeira dinâmica do dia consistiu no cuidado e um de cada vez se apresentou contando
de nos conectarmos para saber mais de quais um pouco da sua história (por três vezes
sonhos, memórias e histórias consistia cada consecutivas).
pessoa presente.

Imagens: Centro da roda; desenvolvimento


de crachás criativos.

126 127
contrato de convivência As cláusulas definidas foram:

Cláusula 1ª. Participação e boa vontade de todos no


envolvimento;

Cláusula 2ª. Disponibilidade;

Cláusula 3ª. Companheirismo e força de vontade de


Desenhar juntos a EDS fora sempre intendido O contrato criativo se materializou pela Assim, o contrato fora assinado: com a fala toda equipe;
como algo leve, apesar da grande dedicação própria comunidade no desenho e na coletiva de que para que um corpo funcione
de todos os envolvidos. colagem de um corpo humano que foi bem e seja saudável, todas as suas partes Cláusula 4ª. Animação;
subdividido por membros (desenhos de são necessárias e cada uma têm a sua função
Para garantir que a cada passo no pernas, braços, cabeça, etc) em várias folhas única. Cláusula 5ª. Fé que tudo dará certo;
desenvolvimento da escola (a longo prazo) de papel.
todos se sentissem confortáveis e cuidados, No processo de criação do contrato, Cláusula 6ª. Constância no processo;
foi proposta a criação de um contrato Enquanto a comunidade narrava o seu a comunidade se percebeu assim -
de convivência do grupo. Claro que não entendimento de que todos ali presentes interdependente e una. Cláusula 7ª. Sonhar grande;
aquele contrato pesado e difícil de ler, mas formavam um corpo maior, interligado e
Cláusula 8ª. Engajamento da comunidade e
sim um contrato divertido e pautado nas aonde cada pessoa compõe uma parte
funcionários da escola;
necessidades reais do grupo como um todo, integrante, as folhas foram sendo coladas na
considerando cada um de seus indivíduos. parede uma ao lado da outra, formando um Cláusula 9ª. Preservar a escola, mantendo-a viva.
corpo inteiro. Cuidar do espaço, do bem e principalmente do
Assim, as cláusulas foram criadas de forma outro, tanto no processo de execução quanto no
coletiva e espontânea com cada pessoa funcionamento;
tendo o seu momento de fala e contribuindo
para o conjunto de metas a serem cumpridas. Cláusula 10ª. União e força de vontade de todos os
envolvidos;

Cláusula 11ª. Sinceridade. Se algo incomodar, sempre


comunicar;

Cláusula 12ª. Dar seu melhor, entendendo que cada


indivíduo ajuda como pode dentro de sua capacidade;

Cláusula 13ª. Confiança na equipe e no projeto.


Sempre estar alinhado com o grupo;
Imagens (pág. ao lado):
- Colagem representando o contrato co-criado. Cláusula 14ª. Respeito com o outro. Que o senso
- Momento da junção das partes do contrato pela comunidade. coletivo prevaleça acima de tudo.

128 129
inquietações As perguntas que surgiram foram:

Grupo 1
- Será que a escola vai vim?
- Quando vai ser construída?
- Vai ter parquinho?
- Vai ter guarda?
Planejar um projeto inovador como o da Neste momento da oficina 3 - o tempo das Acreditando que o projeto só pode realmente - Vai ter sino?
Escola dos Sonhos é muito animador, porém inquietações - cada um teve a oportunidade tomar forma e força quando todos os - Qual objetivo do IPTI?
traz também uma série de dúvidas sobre o de expor as suas dúvidas sobre a EDS. O envolvidos estão caminhando no mesmo - Qual será o nome da escola?
processo de colaboração e qual o papel de grupo maior foi dividido em três grupos passo e com clareza, as dúvidas expostas pela - Vai ter aula de canto?
cada ator dentro dele. menores e cada pessoa integrante colocou de comunidade foram recebidas pela equipe de - Vai ter aula até que série?
uma a duas de suas dúvidas numa cartolina; projeto como um presente valioso. - Vai ter horta?
Projetos colaborativos, de um modo geral, num segundo momento, essas dúvidas foram
trazem consigo muitas perguntas pois expostas para todos o grupo presente.
desafiam a maneira na qual a oportunidade Grupo 2
- Quando começa a construção do
de desenvolvimento pessoal e comunitário é Essas dúvidas, mesmo sendo colocadas
prédio?
colocada para a sociedade - a comunidade como perguntas, ajudaram a entender alguns
- Como será a Escola dos Sonhos?
passa de receptora a protagonista de pontos de cuidado e a compreender melhor a - Quem será responsável pela parte dos
sua história, algo maravilhoso, e também estrutura do pensamento do grupo, além da cursos técnicos?
desafiador pois exige tanto estrutura quanto cultura do Povoado de Pedra Furada. - A escola nova atenderá um público
flexibilidade. Imagens (abaixo e pág. ao lado): maior (ou seja, o fundamental, do 6º ao
- Diferentes grupos definindo suas inquietações. 9º ano)?
- Iniciaremos próximo ano na Escola dos
Sonhos?

Grupo 3
- Na escola terá uma sala para atender
crianças com necessidades especiais?
- Quando a escola ficará pronta?
- A escola vai ser aberta para a
comunidade?
- A escola vai ser em tempo integral?
- A escola vai oferecer alguns tipos de
cursos?
- Na escola vai ter uma quadra de
esportes para as crianças?

130 131
jogo cooperativo

O jogo cooperativo foi uma maneira de Dentre caixas que se perdiam no meio do
aprender brincando como é complexo e rico caminho, outras que se multiplicavam nas
trabalhar em grupo. mãos de alguns, e ritmos da música que se
desencontravam, o que pareceu simples (ou
Para o jogo o grupo se sentou num círculo e não...) se tornou muito complexo.
cada pessoa recebeu uma caixa de fósforos.
O desafio colocado foi muito simples, ou Depois de muitas tentativas, pouco a pouco,
pelo menos, parecia simples: cantar a música e com muito esforço, o grupo começou a se
Amigos de Jó (bastante conhecida pelo alinhar e a entender quais as mudanças que
povo brasileiro) e refletir na caixa de fósforos eram necessárias para que todos entrassem
o ritmo da música - por vezes passando numa sintonia em comum e alcançassem
a caixa para a pessoa ao lado, por vezes juntos a meta de terminar a música com todos
levantando-a, e outras deixando-a parada. segurando uma caixa de fósforos na mão -
não mais que uma, não menos que uma.
O segundo passo do desafio foi cumprir
isso com cinco variações da música (uma em O processo provocou a reflexão de que
seguida da outra, sem parar) da seguinte uma tarefa executada a muitas mãos exige
maneira: alinhamento e cuidado mútuo. Além disso, o
grupo reconheceu que é sempre interessante
1 - música em tom normal; definir estratégias e esclarecer dúvidas antes
2 - lá lá lá; de mergulhar no processo - além de estar
3 - murmurando; pronto para agir, testar e errar para ver o que
4 - em silêncio; precisa ser mudado para que a tarefa tenha
5 - rápido. êxito.

Imagens:
- Diferentes momentos do jogo cooperativo.

132 133
o projeto de arquitetura

A apresentação do projeto de - Capacitação profissional: previsão construtivas, e festas tradicionais, além


arquitetura era um momento esperado de aulas que estimulem a inserção do de habilidades pessoais e coletivas);
por todos. A comunidade imaginava povo local no mercado de trabalho, (idealizado através da escolha de técnicas
desde o encontro das oficinas 1 e 2 o possivelmente criando também economias locais para construção e do processo
locais; (idealizado através de aulas e cursos colaborativo com a comunidade envolvida
que aconteceria com todo o material
técnicos a serem oferecidos, além do na construção da escola)
produzido coletivamente para sonhar a
processo de produção local de materiais
EDS. Assim, três meses depois, nasce - Inovação: olhar não somente para o
construtivos)
o projeto de arquitetura, levando em passado e a tradição mas também para
consideração os seguintes cuidados: - Diversidade, flexibilidade e criatividade: o futuro e as necessidades que precisam
acolher o maior número de pessoas ser atendidas para que o desenvolvimento
- Colaboração e comunidade: idealizar e possível. O projeto da EDS inclui espaços local seja inovador; (atendido através de
construir uma escola coletivamente, aonde adaptáveis a necessidades pessoais, pedagógia escolar inovadora)
todos trabalham juntos para materializar e espaços para a criatividade coletiva;
e cuidar do sonho; (refletido no processo (idealizado através do programa de aulas - Tecnologia: a exemplo do IPTI, usar
colaborativo) flexível que acolhe diversos interesses da tecnologia como ferramenta de
e faixas etárias, além de salas para uso desenvolvimento integrado do território;
- Sustentabilidade: cuidar dos recursos flexível) (atendido através das aulas de tecnologia
naturais, diminuindo ao máximo o uso integradas ao uso de outros meios
de energia elétrica e a produção de - Diversão e leveza: fazer do estudar tecnológicos para aprendizado)
lixo; (idealizado na definição de técnicas algo leve e divertido, com atividades
construtivas sustentáveis) que atendam necessidades individuais - Autonomia do indivíduo: permitir que
e coletivas; (idealizado através da cada pessoa decida o melhor caminho
- Saúde e bem-estar: cuidar da integridade combinação da pedagogia Waldorf com a
pessoal e da alimentação saudável com para o seu desenvolvimento pessoal e
tecnologia social do IPTI, e atividades livres
atividades atentas ao corpo, mente e o seu lugar dentro do grupo (idealizado
a serem guiadas pela comunidade escolar) Rodrigo introduzindo o projeto de arquitetura desenvolvido com base nas Oficinas 1 e 2.
através da liberdade de escolha do
espírito; (idealizado através de aulas de
lugar de cada um durante o processo de
yoga, meditação e acompanhamento - Tradição, cultura, e riqueza local: idealização e construção da EDS).
psicológico, além de hortas e pomares) maximizar os recursos locais (flora, técnicas
134 135
Foto aérea do local de intervenção. Foto aérea do local de intervenção.
Foto aérea do local de intervenção. Foto aérea do local de intervenção.
PRÉ EXISTÊNCIAS - Terreno em sua situação original. PRÉ EXISTÊNCIAS - Eixos de circulação de pedestres existentes de conexão entre a rua do povoado e o campo de futebol.
PRÉ EXISTÊNCIAS - Áreas sombreadas pelas árvores já existentes no terreno: árvore da direita corresponde a uma Mangueira (Mangifera indica). PRÉ EXISTÊNCIAS - Representação da ventilação predominante da zona litorânea de Sergipe: sentidos Leste - Oeste e Sudeste - Nordeste.
PRÉ EXISTÊNCIAS - Eixos visuais principais: (a) para arvoreta externa ao terreno; (b) para mangueira; (c) para campo de futebol e coqueirais. PROPOSTA - Volumetria da escola trata de arrematar os muros de fundo do Posto de Saúde, evitando a presença residual desse objeto construído. Creche é demolida para criação de acesso.
PROPOSTA - Organização do programa da escola e as suas disposições estratégicas no terreno. PROPOSTA - Edificações possuem fechamentos laterais com significativa solidez (prioritariamente cobogós) permitindo o uso de um fechamento leve no perímetro do terreno (alambrado).
Vista aérea com a organização dos blocos no
terreno. Destaque para a integração entre as
áreas livres e a paisagem envoltória existente,
a criação de pátios descobertos - como um
quintal aos fundos para as diversões - e a
área coberta multifuncional, onde reuniões,
palestras, apresentações de teatro, projeções de
cinema podem acontecer de forma protegida.

O eixo de trânsito público de pedestres pode,


estrategicamente, permitir a conexão entre o
espaço da Escola e o Centro Comunitário.

Pavimento superior do bloco com dois


pavimentos configura um grande avarandado
coberto e protegido lateralmente por brises de
Biriba. Esse pavimento pode abrigar as aulas
especiais: arte, dança, teatro, cursos técnicos,
PROPOSTA - Áreas ajarrdinadas (A) roxo - canteiros bio-sépticos - tanque de bananeiras; (B) azul escuro - horta; (C) azul claro - pomar; (D) verde - jardim recluso das salas de aula. entre outros requisitados pela comunidade.
O Bloco Administrativo é disposto em trecho As Salas de aula possuem aberturas para o
do terreno alongado que separa o Posto de Leste de maneira a aproveitar a ventilação
Saúde e o Centro Comunitário. É criado um eixo predominante que vem dessa face; não há
de circulação público entre o fechamento de aberturas entre as salas de aula e a galeria de
cobogós do Administrativo e o alambrado do circulação, evitando assim a interferência dessa
Centro Comunitário, preservando-se, assim, o última na concentração dos alunos em sala de
eixo de circulação de pedestres já consolidado. aula. As salas se abrem para um jardim recluso,
oferecendo uma micro paisagem para esses
ambientes e ainda garantindo a ventilação
cruzada.
Sala de Informática e Biblioteca se encontram
próximas, com grande potencial de interação
programática. A Biblioteca, envidraçada nas
faces leste e oeste, permite a visualização da
mangueira a partir da galeria de circulação.

A área sob mangueira pode acolher atividades


de leitura isoladas ou em grupo; há a ainda
a possibilidade dessa árvore acolher um
Redário sob a sua sombra, como um mobiliário
complementar àquele existente no interior da
Biblioteca.

Cobertura transversa demarca uma sombra na


área livre aos fundos do terreno. Essa área pode
abrigar, como já explicitado anteriormente,
atividades diversas sob a proteção da cobertura
alta. O fechamento vertical na face leste garante
a proteção contra as chuvas de vento típicas
dessa zona litorânea em Sergipe.
Área sob a Mangueira pode receber atividades
de descanso, lazer, leitura ou mesmo servir
como mais um espaço para apresentações
culturais. Há o desenho de um jogo de planos -
patamares de escada - que podem servir como
uma arquibancada voltada para essa árvore.

Integrada com esses planos em desnível, são


alocados canteiros para a horta que dará apoio à
cozinha da escola. A horta, em conjunto com os
jardins e os tanques de bananeiras, compõem o
trato paisagístico das áreas livres da escola.

Os Canteiros Bio Sépticos - tanques de bananeiras


- terão a atribuição de tratar os efluentes (águas
cinzas e negras) da escola, função importante
inclusive em função do povoado não possuir
rede de esgotos. São previstos dois núcleos
com esse sistema - um que atende a cozinha e
os banheiros de alunos - e um outro que será
responsável pelo tratamento do esgoto da ala
administrativa.

Esses canteiros são planejados para que fiquem


à vista, evidenciando simbolicamente a sua
importância bem como servindo como um
elemento de cunho pedagógico. Os moradores
das cercanias poderão aprender a construir
esse barato sistema de esgoto nas suas casas,
ajudando a preservar a qualidade da água do
lençol freático dessa região e do manguezal.
O bloco com dois pavimentos acolhe, no térreo,
a Cozinha e a Casa de Farinha, ambas podendo
ser utilizadas para cursos de culinária além das
atividades normais de preparo de alimentos
para as refeições da escola. Enconttramos
nesse pavimento, ainda, o Refeitório e a Creche.
No pavimento superior está alocado um
avarandado linear subdividido em três áreas
que possui a versatilidade de acolher atividades
diversas.

O pavimento superior é envelopado com brises


de Biriba, protegendo a edificação da insolação
nos solstícios de verão e de inverno.

Cercas em gravetado de Biriba: solução que pode ser utilizada como elemento de sombremento para proteção da arquitetura preservando a ventilação permanente.
A construção da Escola se valerá do uso de
materiais orgânicos de forma a se adaptar à
paisagem rural circundante; traz ainda uma
relação com a identidade cultural construtiva
dessa região litorânea de Sergipe.

Há a intenção de se deixar um legado para a


comunidade da Pedra Furada: boa parte dos
materiais utilizados poderão ser produzidos
pela própria população local, que aprenderão
as tecnologias da produção contemporânea
da Taipa de Mão (que não craquela e não serve
como abrigo para o inseto Barbeiro), Ladrilhos
Hidráulicos, Tijolos de Adobe e Tintas Ecológicas.

Além do conhecimento adquirido, a própria


comunidade poderá gerar renda com a
produção desses materiais de construção bem
como poderá ser habilitada a fazer determinadas
manutenções da escola ao longo do tempo.
(A) ilustração de casa com a trama da Taipa de Mão (B) Tijolo de Adobe; (C)Ladrilhoes Hidráulicos; (D) trama da Taipa de Mão; (E) exemplo da Taipa de Mão conjugada a pilar de concreto.
Planta Pavimento Térreo Planta Pavimento Superior
DIAGRAMA CONSTRUTIVO - Terreno original. DIAGRAMA CONSTRUTIVO - Construção de platô elevado.

GSPublisherVersion 0.43.100.1
GSPublisherVersion 0.43.100.1
DIAGRAMA CONSTRUTIVO - Estrutura mista de concreto e madeira construída sobre platô. DIAGRAMA CONSTRUTIVO - Construção da estrutura principal de madeira da cobertura.

GSPublisherVersion 0.43.100.1 GSPublisherVersion 0.43.100.1


DIAGRAMA CONSTRUTIVO - Engradamento para apoio das telhas e aplicação dos Brises em Biriba no bloco de dois pavimentos. DIAGRAMA CONSTRUTIVO - Execução da cobertura em Telhas Metálicas Sanduíche (com isolamento termo-acústico).

GSPublisherVersion 0.43.100.1 GSPublisherVersion 0.43.100.1


Vista superior do conjunto edificado. Vista a partir da rua em direção ao acesso de alunos.
Vista a partir de um dos pátios descobertos: à esquerda edificação com dois pavimentos e à direita o pátio coberto. Vista a partir da Mangueira em direção ao Pátio Coberto, bloco de Salas de Aula e Biblioteca.
Vista da entrada, na passagem aonde a rampa pode ser acessada. Vista com destaque para a área prevista para apresentações e eventos culturais.
174 175
Maquete volumétrica da Escola dos Sonhos. Vista da entrada principal. Maquete volumétrica da Escola dos Sonhos. Vista da área direcionada ao campo de futebol.

176 177
frentes de atuação

A apresentação do projeto de arquitetura - Horta e Compostagem, cuidado com O Mapa da Evolução consistiu dos seguintes Uma vez subdivididos os grupos, alguns
reforçou o valor de tudo o que foi vivivo na a produção local de alimentos tanto na temas a serem refletidos encima do tema de consistiam de muitas pessoas enquanto
Oficina 1 e 2 pois mostrou claramente como horta quanto no pomar previstos para a cada frente de atuação: outros de uma única pessoa. Logo, aquelas
a comunidade, em conjunto e desde o início, EDS, e acompanhamento do processo de seriam as pessoas que poderiam convidar
moldou as premissas e o desenho da EDS. compostagem das sobras alimentares; - Sonhos do grupo; outros (que não estavam presentes) a
participar da contrução coletiva da EDS.
Com o projeto apresentado e uma clara - Aulas Extracurriculares, com a comunidade - Talentos e Histórias, vividas ou lembradas
visão das suas partes complementares a identificando talentos locais que possam se pelo grupo; Muitas idéias emergiram durante as
comunidade foi convidada a se dividir em responsabilizar por lecionar algumas das aulas quase duas horas aonde a equipe de
frentes de trabalho para cuidar das diferentes almejadas pelo grupo, definidas nas oficinas 1 - Investigações e Estratégias, a serem projeto auxiliava na construção de sonhos
áreas do projeto e fortalecê-las, à sua e 2, além de sugerir outras aulas e atividades resolvidas com perguntas e estratégias para e estratégias através desse material
maneira. As frentes de atuação definidas possíveis; solução definidas pelo grupo; complementar (o Mapa da Evolução chamava
foram: os sonhos para um nível mais concreto de
- Gestão, cuidado na manutenção e - Cronograma de Ação, com o grupo realização). Isso foi apenas o começo; com
- Mobilização, consistindo na arte de fazer processos diversos dentro da escola, com a definindo metas desde Agosto 2018 até essa chama acesa ainda havia muito o que
convites irresistíves para que mais e mais comunidade orquestrando as várias atividades Janeiro 2019 para avançar a concretização de discutir e escrever no Mapa da Evolução.
pessoas sejam estimuladas a participar da e necessidades do dia-a-dia para manter um idéias dentro do tema escolhido;
concepção do projeto; alto nível de educação e coesão social na Uma semana depois, a comunidade se reuniu
EDS. - Estímulo e Foco, com o grupo definindo as para finalizar o Mapa da Evolução, com
- Construção, a habilidade da comunidade táticas que podem auxiliar a manter o foco perguntas e soluções que uma vez colocadas
se envolver na construção da escola através Assim que todos responderam ao seu individual e coletivo na construção da dada no papel parecem mais fáceis de serem
da produção de materiais construtivos locais chamado interior de contribuir dentro de uma frente de trabalho da EDS; resolvidas.
como taipa de mão, tijolo de adobe, painéis frente de atuação, os grupos receberam um
de “biriba” (conjunto de gravetos) e outras Mapa da Evolução estimulando a criação de Sofia Mazzucco explicando o próposito do Mapa da Evolução. - Tempo de Dedicação possível para cada As idéias que surgiram da comunidade foram
possibilidades visualizadas - como fabricação novas idéias (e a sua estruturação em etapas). indivíduo do grupo, e possibilidades muitas, descritas a seguir.
local de ladrilho hidráulico e pintura de de encontro em grupo para avançar na
azulejos; elaboração de dada frente de atuação.

180 181
Guile Amadeu relembrando a comunidade sobre o contrato criado e assinado pelo grupo para desenvolvimento da escola; estímulo na participação ativa.

Iniciar esta atividade foi um tanto desafiador, Os diferentes grupos de trabalho foram
pois o convite à comunidade de se almejados como as sementes de cada frente
apropriar destas frentes de trabalho pareceu de atuação da escola, para que o movimento
assustar alguns devido ao seu nível de de sua construção começasse a tomar forma
comprometimento. de uma maneira mais concreta no coração, na
mente, e nas mãos da própria comunidade.
Esse bloqueio inicial da comunidade foi
cuidado com o Guile Amadeu (arquiteto), Planejar, colocar no papel e conversar sobre
relendo em voz alto o contrato que haviam os temas diversos foi um grande degrau para
assinado algumas horas antes, no qual se a construção desse sonho em comum (que
comprometiam a participar ativamente de tomará forma amanhã com base no que for
todas as atividades relacionadas à construção sonhado hoje).
da EDS. Esse relembrar fora essencial para
que tomassem coragem de ir um passo Ainda há muito trabalho a ser feito, porém
adiante. com clareza e método tudo se torna mais
fluido. Essa é a intenção.

182 183
Sonhos - I. Como criar um grupo de whatsapp Dezembro/18 - Pedir patrocínio nas lojas.
- Que toda a comunidade reconheça a envolvendo pessoas da comunidade? Sair em grupo levando ofício explicando o
importância desse projeto e participe; - E. Reunir as pessoas e explicar a finalidade objetivo do projeto e perguntar se podem
- Ver nossos filhos estudando nessa escola; e escolher um membro do grupo como contribuir.
- Escola de tempo integral; responsável para adicionar aqueles que
- Queremos ver a escola dos sonhos queiram participar. Janeiro/19 - Colocar projeto em prática.
construída.
- I. Como promover palestras?
MOBILIZAÇÃO
- E. Convidar pessoas do IPTI que possam Estímulo e Foco
Talentos e Histórias expor o assunto. Foco Individual - Saber que no futuro teremos
Esta frente de atuação teve um grande
- Cristina: ser professora. “Comecei a dar a escola dos sonhos para nossos alunos.
desafio levantado logo por todos os
aulas contratada pelo município, depois - I. Como conseguir patrocínio? Foco Coletivo - Estimular outras
presentes na Oficina 3: convidar mais e
prestei concurso público e passei; continuo - E. Mobilizar o grupo para sair em busca de comunidades.
mais pessoas a se envolverem no processo
até hoje.” ajuda nas lojas de materiais de construção.
de construção da escola. Como fazer
- Andreia: artesã. Aprendeu a fazer tapete
isso? Responder a essa pergunta e definir
pela internet e quer passar para outras Tempo de Dedicação
estratégias para tal se tornou a grande missão
pessoas. Cronograma de Ação 2a feira. Cristina (tarde)
do grupo, composto por:
- Neilze: costureira. Neilze não sabia costurar Metas e Atividades 3a feira. Neilze (tarde)
e aprendeu através de um convite feito pelo 4a feira. Rosangela (tarde)
- Neilze
pastor da igreja para fazer um curso de corte Agosto/18 - Sairmos convidando as pessoas 5a feira. Andreia (manhã)
- Rosângela
e costura. da comunidade, indo de casa em casa. 6a feira. Suely
- Cristina
- Rosângela: doceira e marisqueira. Rosângela Sábado. Edriana
- Andrea
aprendeu a fazer doces e salgados com a Setembro/18 - Reunir as pessoas para falar do Domingo. Maria José
comadre. projeto. Informar as pessoas um dia antes da
A missão absorvida pelo grupo como sonho
reunião que será realizada na escola para falar
foi colocada como sendo “que toda a
sobre o projeto.
comunidade reconheça a importância deste
Investigações e Estratégias
projeto e participe”.
- I. Qual é a melhor forma de reunir os Outubro/18 - Criar um grupo de whatsapp;
professores? a pessoa responsável pelo grupo irá pegar o
- E. Por meio de conversas; explicar a contato de cada um para adicionar no grupo.
finalidade do projeto.
Novembro/18 - Visitar as pessoas que
- I. Onde podemos encontrar os materiais, o irão disponibilizar os materiais. Explicar o
barro e a areia? objetivo do projeto e que eles entendam a
- E. Pedindo ajuda de algumas pessoas da importância de ter uma escola de qualidade
comunidade para que disponibilizem esse na comunidade para seus filhos e netos.
tipo de material.
Gustavo Fontes auxiliando o time de Mobilização a co-criar o Mapa da Evolução.
184 185
Guile conversando com o Raimundo sobre
possibilidades para a frente de construção.

CONSTRUÇÃO Sonhos Investigações e Estratégias Estímulo e Foco


- Azulejo. - I. Energia solar. Foco Individual - Futuro da família e dos
O grupo da construção será responsável pela - Espaços ventilados para alfabetização. - E. Falar com amigos da Bahia; contar com netos; não sair perdendo frente a outras
construção parcial da EDS, com a intenção de - Profissionais capacitados para construção. ajuda dos arquitetos. comunidades.
que cada um de seus integrantes traga o seu - Participação da comunidade na construção. Foco Coletivo - Criar exemplo para outras
conhecimento de construção para o projeto e - I. Sistema de esgoto. comunidades.
agregue a cultura construtiva local ao espaço. - E. Descobrir como foi feito o do Centro
Talentos e Histórias Comunitário.
Num primeiro momento, a única pessoa que - “Sou exigente.Gosto de ver as coisas bem Tempo de Dedicação
se sentiu convidada a participar deste grupo feitas.” - I. Taipa de mão. Não definido.
foi o Raimundo, pedreiro experiente que - Executa bem alvenaria. Pintor, eletricista e - E. Engenheiro especializado
muito têm a contribuir e ficou intrigado com carpinteiro.
a idéia de incluir a comunidade na construção - Taxista; vai contar sobre a escola para os
da escola. Muito estimulado com o projeto, seus passageiros. Cronograma de Ação
mesmo sozinho, tomou dianteira na definição - Raimundo ajudou na construção do centro Metas e Atividades
das metas do grupo, com a ajuda do Guile. comunitário. História feliz.
- Raimundo trabalhou na construção do posto Agosto/18 e Setembro/18
de saúde. História de frustração: obra parou e - Criar um grupo com pelo menos 6 pessoas.
construtora abandonou a obra. - Tentar viabilizar fabriqueta de tijolo adobe;
fazer teste de parede para Saulo mostrar em
N.Y.

186 187
Sonhos Cronograma de Ação Tempo de Dedicação
- Laranja e acerola. Batata e macaxeira. Metas e Atividades 2a feira. Jaisa (1 hora)
Pimentão. Couve e repolho. Coentro. Quiabo. 3a feira. José da Paixão (2 horas)
Graviola. Mamão. Pimenta de charme. Tomate Agosto/18 - Encontrar os materiais; nas 4a feira. Clarici (1 hora)
e alface. Cenoura. Cebolinha. oficinas da prefeitura e falar com os taxistas 5a feira. Maria Lenilza (1 hora)
da região. 6a feira. Lucicleide (1 hora)
Sábado. Ana Lucia (2 horas)
Talentos e Histórias Setembro/18 - Fazer o levantamento dos
HORTA E COMPOSTAGEM
- Plantações de mudas inicialmente feitas em materiais; cobrar a Rodrigo.
morrinhos de areia. Clarice, José e Lenilza
O grupo da horta e compostagem atraiu
podem depois replantar as mudas para Outubro/18 - Coletar sementes. Preparação
muitas pessoas que se sentiram convidadas
crescerem melhor. das sementes, secagem.
a cuidar da alimentação saudável e de
- Interesse em cultivar hortas dentro de pneus.
produção local de alimentos. Todos os
Novembro/18 - Fazer o teste da terra. Plantar
integrantes trouxeram muitas idéias, como
algumas sementes para ver se a terra (do
por exemplo, o cultivo de alimentos em
Investigações e Estratégias terreno da EDS) é adequada.
pneus ou em espaços com areia.
- I. Onde encontra pneu?
- E. Ir atrás nas borracharias e pedir aos Dezembro/18 - Produzir os adubos. Juntar
As idéias foram formuladas por:
taxistas nas oficinas da prefeitura (trazer para aquilo que for necessário para o adubo: casca
- José da Paixão
Pedra Furada dentro de ônibus). de ovo e casca de alimentos.
- Clarice
- Maria Lenilza
- I. Quanto de cada material seria necessário Janeiro/19 - Esperar o local. Plantar e cuidar.
- Taisa
para cultivar hortas?
- Jocicleide
- E. Rodrigo (e equipe de arquitetura) ainda
- Ana Lucia
vai dar a resposta da metragem. Estímulo e Foco
Foco Individual - Saber que no futuro teremos
- I. Tipos de areia. a escola dos sonhos dos nossos filhos e netos.
- E. Visitar o local para ver se é adequado. Foco Coletivo - Que a escola dos sonhos seja
exemplo para todo município.
- I. Encontrar as sementes.
- E. Se dividir em partes (o grupo) para
encontrar sementes e mudas.

- I. Adubagem com casca de ovo e de


verduras.
- E. Divisão do grupo: três pela manhã e três
pela tarde.
Sofia apoiando o time de Horta e Compostagem
no desenvolvimento do Mapa da Evolução.
188 189
AULAS EXTRA- CURRICULARES Sonhos - I. Fazer com que a comunidade contribua Tempo de Dedicação
- Yoga. Inglês. Dança. Corte e costura. com esses sonhos. 3a feira. Ana Paula (2 horas, tarde)
Esporte. Culinária. Artesanato. Música. - E. Apresentar o projeto para que eles 6a feira. Cristina (1 hora, tarde)
Religião. Pesca. Teatro. Informática. se convençam de que é o melhor para a
Com muitas idéias de aulas definidas Conectando os pontos, se deram conta Outro ponto de atenção levantado pelo comunidade.
nas oficinas 1 e 2, Ana Paula e Cristina já de que muitas pessoas que moram nas grupo foi de definir quais seriam os materiais
começaram a definir estratégias de como redondezas, ou contatos de pessoas necessários para oferecer as diversas aulas, Talentos e Histórias
iriam encontrar as pessoas certas para lecionar conhecidas, poderiam ajudar nessa missão ou além de definir estratégias para encontrá-los. - Pesca. Como pescar: com linha, vara, balde, Cronograma de Ação
as aulas inovadoras da EDS. lecionar por si. barco para chegar ao lugar da pesca. Metas e Atividades
- Religião. Aprender a ser centrado e
responsável para tomar decisões sabendo o Setembro/18 - Descobrir se pessoas que
que se está fazendo. sabem dessas coisas podem ensinar.

Outubro/18 - Encontrar pessoas que possam


Investigações e Estratégias dar outras aulas.
- I. Descobrir se pessoas que sabem dessas
coisas possam ensinar. Novembro/18 - Conseguir material didático.
- E. Ir nas casas das pessoas verificando se
elas querem participar das aulas ensinando. Dezembro/18 - Encontrar materiais e
equipamentos para informática, esportes,
- I. Encontrar pessoas que possam dar outras corte e costura, e culinária.
aulas.
- E. Ativando nossa rede de contatos, Janeiro/19 - Fazer com que a comunidade
divulgando o projeto e indo até as pessoas. contribua com esses sonhos.

- I. Conseguir material didático.


- E. Buscando apoio do IPTI, Secretaria de Estímulo e Foco
Educação, Secretaria de Ação Social, SENAC, Foco Individual - Saber que no futuro
Igreja, Secretaria da Saúde. teremos uma escola dos sonhos para toda a
comunidade.
- I. Encontrar materiais e equipamentos para Foco Coletivo - Que nossa escola dê exemplo
informática, esportes, corte e costura, e para outros municípios.
culinária.
- E. Ir em busca de doadores.

O time-dupla Ana Paula e Cristina planejando as Aulas Extracurriculares da Escola dos Sonhos.

190 191
Sonhos - I. Procurar saber a função que cada Novembro/18 - Estipular o tempo disponível
- Convidar pessoas que possam fazer a voluntário pode exercer na escola. de cada um; perguntar a cada um qual o
manutenção futura da escola. - E. Em uma reunião com os voluntários, seu tempo para a escola, e cada um será
- Criar um grupo para ser responsável por pesquisar o que cada um pode ou sabe fazer responsável pelo seu dia e horário
trazer outros cursos técnicos, estudando para a manutenção da escola.
possibilidades de melhoria da comunidade. Dezembro/18 - Criar grupo responsável
- Fazer uma pesquisa na comunidade sobre os - I. Adequar a disponibilidade dos voluntários. pelos voluntários na manutenção da escola.
profissionais que temos (eletricista, pedreiro, - E. Perguntar aos voluntários que tempo Conversar com os voluntários sobre a
GESTÃO E MANUTENÇÃO
etc). livre eles têm e se podem assumir esse importância de ter pessoas responsáveis em
- Manter a escola sempre limpa e organizada. compromisso. manter o grupo ativo.
Desde a elaboração, até a construção e
- Responsabilizar os alunos e pais de alunos
gestão da EDS, em todo o ciclo é prevista a
pelos danos causados na escola (quebrou, - I. Criar um grupo responsável por destinar as Janeiro/19 - Envolver os alunos na
participação da comunidade.
pagou). funções e horários das atividades propostas. organização e manutenção da escola. Fazer
- Criar um grupo e eleger representantes para - E. Convidar um voluntário para ficar como um evento na escola no período de férias,
As pessoas que se sentiram chamadas a
cada função. responsável por manter o grupo em ação. criativo e empolgante para estimular os alunos
cuidar da gestão sonham em criar uma
- Realização de palestras e mobilizações com a manter a escola
gestão participativa incluindo também as
temáticas como drogas, aborto, etc. - I. Criar um grupo de alunos para ajudar na
crianças, além de reunir todas as pessoas
- Orientar a importância dos filhos se manutenção da escola, mantendo a escola Estímulo e Foco
da comunidade para conscientizá-las da
comportarem na escola. limpa e organizada. Foco Individual
importância de manter a escola sempre limpa
- Fazer mensalmente uma troca de função e - E. Convidar os alunos nas salas de aula para - Saber que no futuro teremos uma escola
e organizada.
horário entre os voluntários. fazerem parte de uma equipe organizadora adequada para filhos e netos.
- Criar possibilidades para que as crianças de alunos para ajudar na manutenção da - Que a Escola dos Sonhos possa ser
Estas são algumas das intenções do grupo
possam fazer parte da manutenção. escola. construída o mais breve possível, pois acredito
definido por:
- Recompensar os alunos que melhor que mudará a vida educacional e social dos
contribuírem para a manutenção da escola. Cronograma de Ação alunos e moradores deste povoado
- Marileide
- Realizar reuniões mensais para debater a Metas e Atividades Foco Coletivo
- Adenilson
importância de manter a escola sempre limpa - Que a comunidade possa valorizar,
- Clenilson
e organizada. Setembro/18 - Fazer o convite individual aos trabalhando e envolvendo todos nas
- Mirian
moradores da comunidade; ir de casa em atividades pedagógicas e técnicas sociais,
Talentos e Histórias casa, explicando sobre a escola dos sonhos e para que assim possamos apresentar a escola
- Cuidar do jardim; cuido de plantas no meu estimulando a participação. como modelo em outras comunidades e
quintal, ou seja, lido com a terra. cidades.
Outubro/18 - Conhecer as funções da cada
Investigações e Estratégias voluntário; Perguntando com o que cada Tempo de Dedicação
- I. Convidar pessoas para serem voluntárias um pode nos ajudar, e ajudar na escola 2a feira. Adenilson (tarde)
na escola (na manutenção). (eletricista, pedreiro, jardinagem, etc). 3a feira. Miriam (tarde)
- E. Visitas individuais na comunidade, Sábado. Marileide (manhã)
Rodrigo Lacerda apoiando o time de Gestão e Manutenção. explicando nossos objetivos com a escola. Domingo. Clenilson (manhã)
192 193
As informações apresentadas sobre cada
frente de trabalho foram desenvolvidas com
base no Mapa da Evolução (apresentado no
apêndice deste mesmo documento).

Depois da Oficina 3 a comunidade se


encontrou mais uma vez (por vontade e
organização própria) para refletir e finalizar
o Mapa da Evolução, acrescentando
informações suficientes para seguir
adiante no desenvolvimento das diferentes
frentes da EDS - e visando anda com suas
próprias pernas, estimuladas pela equipe
de organização do projeto (arquitetos,
facilitadores, e IPTI).

O material desenvolvido pela comunidade


irá estruturar os próximos passos de ação
comunitária e gerar um “solo fértil” para
criação e gestão da escola.

Mãos à obra!

194 195
celebração

Ao final da Oficina 3 - que não queria chegar


ao fim devido à grande empolgação do grupo
ao explorar possibilidades e definir metas
para cada frente de atuação - parecia que
tudo estava apenas começando.

Um dia inteiro de reflexão, ação e trabalho e


todos ainda mais animados para continuar a
sonhar e agir.

Cada frente de atuação estava entusiasmada


para agregar mais pessoas e sonhar cada vez
maior. Na despedida, a celebração acontecia
dentro de cada coração presente, acreditando
que a Escola dos Sonhos nunca foi apenas um
sonho; tornava-se cada vez mais real através
do envolvimento de cada pessoa que ali
criava aquele corpo maior e uno.

Olhando para o centro da roda e para tudo


o que foi feito pelo grupo em um único dia,
o entendimento de que tudo era possível
através da colaboração se instaurou ainda
mais fortemente no grupo; tudo aquilo em
um dia...imaginemos então o que pode ser
feito em 1 mês, 3 meses, 1 ano!

Com essa percepção e coragem, a estrada foi


aberta para a evolução da Escola dos Sonhos.
(Imagens: Centro da roda e o material produzido
durante a oficina; Roda de fechamento do dia.

196 197
apêndice

(m a p a d a e v o l u ç ã o)

198 199
talentos e histórias
ESCOLA DOS SONHOS
O que identifico de talentos e recursos (como habilidades, conhecimentos,
e interesses) em mim, dentro dessa comunidade, e no mundo, que podem
contribuir para tornar estes sonhos e idéias uma nova realidade?
IDÉIAS
Sonhando grande, de que forma
podemos contribuir para fazer da Escola
dos Sonhos ES-PE-TA-CU-LAR?

Escrevam na árvore dos sonhos todos os


sonhos e as idéias que vocês tem para
explorar o tema escolhido pelo grupo
- sonhos e idéias que podemos realizar
todos juntos!

Lembrem-se: todos os sonhos são


grandes e merecem ser compartilhados.

GRUPO: (Nome e Logo/ ou Frase)


histórias
talentos

Participantes: (Nome e Contato)

1-
2-
3-
4-
5-
6- sonhos

200
.1 201
a investigar... CRONOGRAMA de ação GRUPO:

investigação investigação investigação investigação investigação mÊS 1 mÊS 2 mÊS 3 mÊS 4 mÊS 5 mÊS 6
1 2 3 4 5 A G O S T O (2018) SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO J A N E I R O (2019)

META META META META META META

estratégia estratégia estratégia estratégia estratégia LISTA DE LISTA DE LISTA DE LISTA DE LISTA DE LISTA DE
1 2 3 4 5 ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADES

Agora, imaginem que vocês são


um grupo de detetives.

Dentro de tudo o que foi


conversado e sonhado, o que
vocês sentem que ainda precisa
ser investigado (dentro do tema
deste grupo) para ter respostas e
definições muito claras sobre como
tornar o sonho realidade?

Quais são as estratégias mais


extraordinárias que vocês
conseguem pensar para encontrar
estas respostas?

Hora de colocar a criatividade em


ação!

.3 .4
202 203
ESTÍMULO E FOCO GRUPO: tempo de dedicação

Todos tem os seus compromissos do dia-a-dia, mas sempre conseguimos reservar um tempo para dedicar às coisas que nos fazem felizes. Pensando no grupo e Quantas horas por dia vocês
individualmente (cada integrante deste grupo) o que ajudaria vocês a manterem o foco na construção coletiva da Escola dos Sonhos? Escrevam ou desenhem, como preferir! conseguiriam dedicar construção segunda terça quarta quinta sexta sábado domingo
deste sonho, individualmente e em
grupo?

foco foco
individual coletivo
Participantes ome uanto tempo de dedicação
e ecessidade scola dos onhos te dei aria eli
e con ort vel?

a ta ela ao lado, colo ue

o seu nome
a disponi ilidade de tempo
ue teria a cada dia da semana
individualmente so inh , na sua
casa ou ual uer outro lugar , e
para se reunir em grupo

.5 .6
204 205
206 207
E S C O L A
d O s
s o n h o s
em processo de evolução...

208 209

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