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UNIVERSIDADE AMERICANA – UA

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


EDUCACIÓN CONTINUA Y FORMACIÓN DEL DOCENTE

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA SEGUNDO


CÉLESTIN FREINET

Antonio Abdon da Silva Babosa

Asunción
2015
Antonio Abdon da Silva Babosa

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA SEGUNDO


CÉLESTIN FREINET

Monografia apresentada pelos


doutorandos Antonio Abdon da Silva
Babosa, como exigência da disciplina
Educação Continua e Formação do
Docente do doutorado em Ciências da
Educação da Universidad Americana sob a
orientação da Profa. Dra. Gloria Comas de
Álvarez
Asunción
2015
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................

1 BIBLIOGRAFIA DE CÉLESTIN FREINET........................................................

2 APORTES NA EDUCAÇÃO.................................................................................

3 FUNÇÕES DO PROFESSOR...............................................................................

4 FUNÇÕES DO ALUNO.........................................................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................

REFERÊNCIAS.....................................................................................................
INTRODUÇÃO

Célestin Freinet se diferencia da maioria dos outros pensadores e teóricos


da educação por ter sido ele mesmo um professor primário que atuou em sala de
aula por quase toda a sua vida. Toda a sua proposta pedagógica deriva
diretamente do trabalho desenvolvido com os alunos na busca de um processo
que os levasse a gostar da escola e do trabalho, que os levasse a ser cidadãos
conscientes e participantes críticos do meio social. Esta proposta que criou com
seus pares é conhecida por muitos e significativos nomes “Pedagogia Freinet”,
“Pedagogia do Trabalho e etc.” e propõe uma prática pedagógica centrada na
produção do estudante e na cooperação entre pares.
Em Celestin Freinet buscamos a ideia de que o aprendizado deve se dar a
partir de ações que sejam necessárias, pela produção de bens que sejam úteis
aos aprendizes como bens culturais - poesias, desenhos, jornais e livros escritos
e impressos pelos próprios alunos.
Freinet é um pioneiro na proposição de uma prática pedagógica centrada
na cooperação. Seu trabalho pressupõe a colaboração não só entre os estudantes
como entre os educadores. Deriva de suas ações, ainda na década de 20, a
primeira cooperativa de educadores de que se tem notícia que produzia um
boletim, circulares, revista de textos infantis. Lançou assim o que chamou de
movimento pedagógico cooperativo. Dizia que, desta forma, ele e seus
companheiros tinham "rompido o círculo do individualismo estéril." Esta proposta
pedagógica se funda na junção da cooperação no trabalho coletivo com a
valorização da produção individual.
Assim, ao mesmo tempo em que permite que cada estudante produza no
seu próprio ritmo a um só tempo, as crianças tenham uma produção individual
significativa, respeitando o ritmo de trabalho de cada uma delas e cooperam com
os colegas na produção destes.
Este trabalho propõe uma exposição das principais ideias de Freinet e suas
implicações no contexto educacional da atualidade. Para tanto, inicialmente, foi
feita uma exposição da vida do pedagogo, necessária para compreender os
motivos que o levaram a uma escola livre, comunicativa e cooperativa; em um
segundo momento, explanou-se as ideias defendidas por ele, destacando a
valorização do trabalho discente; em seguida, elencou-se as funções do docente
à luz da pedagogia de Freinet e por fim, apresentou-se a importância dada ao
aluno como centro do processo cognitivo.

1 BIOGRAFIA
Celestin Freinet nasceu em 15 de outubro de 1896 em Gars, povoado na
região da Provence, sul da França numa família de oito filhos. Sua juventude,
como a dos pequenos camponeses da época, se passa entre os trabalhadores do
campo, em uma região pobre, de clima difícil, apesar da proximidade do
Mediterrâneo. Por isso, antes de começar a cursar magistério ele foi pastor de
rebanhos.
Seus dias de escola foram profundamente desagradáveis, e afetaram seus
métodos de ensino e desejo de reforma. Recrutado pelo exército francês para a
primeira Guerra Mundial em 1914, aos 19 anos foi gravemente ferido, quando os
gases tóxicos do campo de batalha afetaram seus pulmões para o resto da vida.
Esta experiência o transformou em um pacifista convicto.
Em 1920 iniciou seu trabalho como professor de escola primária, antes
mesmo de concluir o curso normal. Em 1923 Freinet comprou um tipógrafo, para
auxiliar a atividade de ensino, já que seu ferimento do pulmão dificultava que
falasse por períodos longos.
No ano de 1925, conhece a artista plástica Élise, que começa a trabalhar
como sua ajudante, para um ano depois tornar-se sua esposa e a mulher com
quem teve uma filha, Madeleine Freinet.
Freinet também se interessava pelo desenvolvimento da sua cidade natal,
onde fundou uma cooperativa de trabalhadores para eletrificar a cidade. Para
oferecer melhores condições aos trabalhadores ele torna-se membro ativo do
sindicato e do Partido Comunista.
Ainda em 1925 se muda para a Rússia com uma delegação sindical. Ali
conhece a Krupskaia, esposa de Lenin e ministra da educação. Esta atividade,
sindical e política, teve profunda influencia sobre a concepção da pedagogia
popular.
Uma sórdida história constitui o pretexto para que as prefeituras
conseguissem exonerar aos professores que influenciavam seus alunos a
escreverem espontaneamente, críticas aos notáveis da administração pública
local. Por conta disso, Celestin Freinet foi afastado das atividades magisteriais e
mudou-se do povoado com sua família.

Em 1933 se registravam na França, Alemanha, Itália e Espanha


movimentos de extrema direita. Os Freinet tiveram que mudar-se novamente a
Bar-sur-loup, não se acomodaram, apesar da acolhida dos pais e alunos.
Passaram a dedicar todo o seu tempo a desenvolver o movimento e a Cooperativa
de Ensino Laica, que se converteu em uma verdadeira empresa de produção de
material e edição de documentos pedagógicos.

Assim nasceu a ideia de uma escola livre experimental. Em 1934 e 1935


Freinet, com o apoio do movimento, amigos políticos e a imprensa esquerdista,
consegue construir uma escola em Vence. O mesmo participa na construção, em
um lugar relativamente afastado. O terreno se encontra em uma colina sobre um
pequeno vale. O caminho não está asfaltado, os edifícios são construídos de
maneira artesanal, bem simples, de um só andar. No meio do pátio há uma piscina
com sombra para as crianças, as salas são grandes e predominam as cores verde
e branca. Os alunos são na sua maioria internos pertencentes às camadas sociais
desfavorecidas ou às famílias em apuros. E ainda na década de 1930, Freinet vê
seu sonho concretizado e sua escola é aberta oficialmente.

Quando começa a Segunda Guerra Mundial, Freinet já é um comunista


conhecido e considerado perigoso por possível atuação de sua organização. A
Rússia está aliada com os nazistas e prendem a Freinet, que fica no campo de
concentração e depois obtém a liberdade, já com sua saúde bastante debilitada.
No final da década de 1940 Freinet criou o ICEM, Cooperativa do Ensino
Leigo, em Vence, que reunia mais de 20 mil pessoas. Durante a guerra ele se une
aos maquis del Briançonnais, que posteriormente dirige e em l948, a Cooperativa
de ensino laica se transforma em “Instituto da Escola Moderna”, que se instala em
Cannes, convertendo-se em centro importante de fabricação e difusão de material
pedagógico.
Em l950, Freinet é excluído do Partido Comunista com o qual está em
desacordo, como consequência disso, se produz uma comoção no seio do
movimento, que tinha ganhado importância a nível nacional.
Os congressos se convertem em enfrentamentos pedagógicos e Freinet
morreu em 8 de outubro de 1966, em sua própria escola na cidade de Sait Paul
Del Vence. Entretanto, o movimento prossegue depois de seu falecimento através
de Elise Freinet, que mantém a memória de seu marido.

2 APORTES DE CELESTIN FREINET NA EDUCAÇÃO

Célestin Freinet se diferenciou da maioria dos pensadores e pesquisadores


em educação de sua época por vários motivos, dentro eles o fato de que ele
esteve em sala de aula como professora e orientador durante toda sua vida. Sua
proposta pedagógica está sempre direcionada aos alunos em busca de uma
metodologia que fizesse com que os alunos gostassem da escola e assim se
tornariam cidadãos conscientes e participantes críticos do meio social. Esta
proposta teve várias denominações de acordo com Tornaghi(2009).

Esta proposta que criou com seus pares é conhecida por muitos e
significativos nomes ("Pedagogia Freinet", "Pedagogia do Trabalho",
"Pedagogia do Bom Senso", "Método Natural" e "Pedagogia do
Sucesso") e propõe uma prática pedagógica centrada na produção do
estudante e na cooperação entre pares

O objetivo central de sua pedagogia era atender às necessidades vitais da


criança transformando-a em um individuo autônomo e independente. Existia a
aula-passeio na qual se observava o meio natural e humano. Sua pedagogia tinha
como principais funções desenvolver:

 o senso de responsabilidade
 o senso cooperativo
 a sociabilidade
 o julgamento pessoal
 a reflexão individual e coletiva
 a criatividade
 a expressão
 a comunicação
 o saber fazer
 os conhecimentos úteis
 a capacidade de reduzir os pontos de desigualdades socioculturais

Para Frenet o aprendizado deveria ser realizado a partir de ações que fossem
necessárias pela produção de bens materiais (geradores elétricos) e culturais
(poesias, desenhos, jornais e livros escritos e impressos por eles próprios), úteis
aos próprios alunos.

Sua prática pedagógica está direcionada na cooperação, não só entre os


estudantes como entre os educadores. Ajudou a fundar em 1920 a primeira
cooperativa de educadores editando uma revista de textos infantis (La Gerbe - O
Ramalhete), organizando uma troca de correspondências interescolares e
encontros para intercâmbio entre educadores. Era o denominado movimento
pedagógico cooperativo.

Esta proposta pedagógica é fundamentada na cooperação do trabalho


coletivo com a valorização da produção individual. Desta forma cada estudante
produzia na sua velocidade mas a produção vai se juntar ao conjunto maior, que
é sua sala de aula, sua escola.

Dentre suas inovações temos o diário escolar muito difundido no meio


familiar para comunicação com a família e principalmente a correspondência
interescolar. Frenet promoveu uma transformação radical no estudo de
matemática, pois ela tinha que ser não apenas uma ciência e sim um instrumento
de ação sobre as coisas, servindo para medir os campos, pesar os produtos,
calcular custos, preços etc.
Eram para ele indispensáveis a aprendizagem nos quatros eixos: leitura,
escrita, ortografia e cálculo. Ele tinha um interes muito grande pela aprendizagem
e pratica da leitura, e praticava a técnica da construção sintética, onde se ia dos
sons para a letra, das letras à sílaba, das sílabas à palavra e das palavras à
frase.
A cooperativa de converte num lugar de reflexão, elaboração de projetos,
tomada de decisões, de contabilidade e estimativa de possibilidades.
A Pedagogia de Freinet não é composta por regras já determinadas e sim
está formada por variantes pedagógicas que se respeitadas vão transformar a
escola em local onde se respeita a vida e o processo educativa é estimulado, onde
a criança é da mesma natureza que o adulto; o ser maior não significa
necessariamente estar acima dos outros; o comportamento escolar de uma
criança depende do seu estado fisiológico, orgânico e constitucional; local onde a
criança mais do que adulto não gosta de ser mandada autoritariamente e ambos
criança e adulto não gostam de uma disciplina rígida,quando isto significa
obedecer passivamente uma ordem externa; porque ninguém gosta de ser
obrigado a realizar determinado trabalho mesmo que,em particular,ele não o
desagrade; onde cada um gosta de escolher o seu trabalho mesmo que essa
escolha não seja a mais vantajosa; pois ninguém gosta de trabalhar sem
objetivo,atuar como máquina,sujeitando-se a rotinas nas quais não participa.
O fracasso inibe; as aquisições não são obtidas pelo estudo de regras e
leis,como as vezes se crê,mas sim pela experiência; a inteligência não é uma
faculdade específica,que funciona como um circuito fechado.A escola cultiva
apenas uma forma abstrata de inteligência,que atua fora da realidade fica fixada
na memória por meio de palavras e ideias; a criança não se cansa de um trabalho
funcional,ou seja que atende os rumos de sua vida; a criança e o adulto não
gostam de ser contrariados e receber reclamações,isso caracteriza uma ofensa .
Nas avaliações as notas e classificações constituem sempre um erro.
Deve-se falar o menos possível; a criança não gosta de sujeitar-se a um
trabalho em grandes grupos, e prefere o trabalho individual ou de equipe numa
comunidade cooperativa. A ordem e a disciplina são necessárias na aula; onde os
castigos são sempre um erro, porque são humilhantes,não conduzem ao fim
desejado e não passam de paliativo. Na nova vida da escola existe a cooperação
escolar, exercida conjuntamente pelos alunos e professores; não há a sobrecarga
das classes que sempre se constitui em um erro pedagógico.
A concepção atual dos grandes escolas conduz professores e alunos ao
anonimato, o que é sempre um erro e cria barreiras. A democracia do amanha
prepara-se na escola, com o respeito a criança e este tendo respeito aos seus
professores. Desta maneira, ela será educada dentro da dignidade, e finalmente
a realidade social e política,que manifesta uma realidade pedagógica,é uma
oposição com o qual temos que contar sem que se possa evitá-la ou modificá-la.
3 FUNÇÃO DO DOCENTE

Não foi por acaso que Freinet criou uma pedagogia do trabalho. Para ele,
a atividade é o que orienta a prática escolar e o objetivo final da educação é formar
cidadãos para o trabalho livre e criativo, capaz de dominar e transformar o meio e
emancipar quem o exerce. Um dos deveres do professor, segundo Freinet, é criar
uma atmosfera laboriosa na escola, de modo a estimular as crianças a fazer
experiências, procurar respostas para suas necessidades e inquietações,
ajudando e sendo ajudadas por seus colegas e buscando no professor alguém
que organize o trabalho.
Outra função primordial do professor, segundo Freinet, é colaborar ao
máximo para o êxito de todos os alunos. Diferentemente da maioria dos
pedagogos modernos, o educador francês não via valor didático no erro. Ele
acreditava que o fracasso desequilibra e desmotiva o aluno, por isso o professor
deve ajudá-lo a superar o erro. “Freinet descobriu que a forma mais profunda de
aprendizado é o envolvimento afetivo”, diz Rosa Sampaio.
Ao lado da pedagogia do trabalho e da pedagogia do êxito, Freinet propôs,
finalmente, uma pedagogia do bom senso, pela qual a aprendizagem resulta de
uma relação dialética entre ação e pensamento, ou teoria e prática. O professor
se pauta por uma atitude orientada tanto pela psicologia quanto pela pedagogia –
assim, o histórico pessoal do aluno interage com os conhecimentos novos e essa
relação constrói seu futuro na sociedade.
Esse aspecto muito particular que atribuía ao aprendizado de cada criança
é a razão de Freinet não ter criado um método pedagógico rígido, nem uma teoria
propriamente científica. Mesmo assim, seu entendimento sobre os mecanismos
do aprendizado mereceu elogios do biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), cuja
teoria do conhecimento se baseou em minuciosa observação científica.
Freinet dedicou a vida a elaborar técnicas de ensino que funcionam como
canais da livre expressão e da atividade cooperativa, com o objetivo de criar uma
nova educação. Lançou-se a essa tarefa por considerar a escola de seu tempo
uma instituição alienada da vida e da família, feita de dogmas e de acumulação
estéril de informação – e, além disso, em geral a serviço apenas das elites.
“Freinet colocou professor e alunos no mesmo nível de igualdade e
camaradagem”, diz Rosa Sampaio. O educador não se opunha, porém, às aulas
teóricas.
A primeira das novas técnicas didáticas desenvolvidas por Freinet foi a
aula-passeio, que nasceu justamente da observação de que as crianças para
quem lecionava, que se comportavam tão vividamente quando ao ar livre,
pareciam desinteressadas dentro da escola. Uma segunda criação célebre, a
imprensa na escola, respondeu à necessidade de eliminar a distância entre alunos
e professores e de trazer para a classe a vida “lá fora”. “É necessário fazer nossos
filhos viver em república desde a escola”, escreveu Freinet.
A pedagogia de Freinet se fundamenta em quatro eixos: a cooperação
(para construir o conhecimento comunitariamente), a comunicação (para
formalizá-lo, transmiti-lo e divulgá-lo), a documentação, com o chamado livro da
vida (para registro diário dos fatos históricos), e a afetividade (como vínculo entre
as pessoas e delas com o conhecimento).
1- Descobrir os interesses, os problemas e a personalidade de cada uma,
estimulando seus alunos a redigirem, espontaneamente, suas experiências nos
passeios, suas observações individuais, dúvidas e sentimentos. Forma o aluno
para a vida onde não tenha a se distancia do conhecimento e aprender a ter
autonomia, Apresenta uma proposta de humanização do professor como
norteador do processo sócio-educativo, construindo uma consciência crítica com
relação à manipulação política que fazem com todas as camadas sociais, mas
sobretudo com as de baixa renda. pensante, o aluno é um ser crítico e emotivo
não pode apresentar postura neutra. Deve procurar mostrar o que pensa,
indicando diferentes caminhos sem conclusões acabadas e prontas, para que o
educando construa assim a sua autonomia.
2- Contribuir para que o ser humano aprenda a conhecer-se, respeitar-se e
desenvolver o que tem de mais precioso em si mesmo, que é sua própria
personalidade e sua individualidade. A escola não deve apenas ensinar a ler e a
escrever, mas deve preocupar-se em formar a pessoa para todas as áreas da
vida. Estimulando assim o seu sentimento de compaixão humanização,
valorizando e respeitando sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos
junto à sua individualidade.
3- Nas escolas de educação infantil, o primeiro e mais urgente trabalho das
educadoras deveria ser despertar nos educandos a sede de saber e de crescer e
despertar neles a paixão pelo saber, pela descoberta, pela aquisição e construção
da cultura. quanto um determinado gesto do educador pode repercutir na vida de
um aluno (afetividade e postura) e da necessidade de reflexão sobre o assunto,
pois segundo ele ensinar exige respeito aos saberes do educando. A construção
de um conhecimento em parceria com o educando depende da relevância que o
educador dá ao contexto social. sermos seres humanos e, dessa maneira, temos
consciência de que somos inacabados, e esta consciência é que nos instiga a
pesquisar, perceber criticamente e modificar o que está condicionado, mas não
determinado, passando então a sermos sujeitos e não apenas objetos da nossa
história.
4- Se o educador for capaz de colocar-se no lugar da criança, e lembrar-se
do próprio sentimento quando era elogiado ou criticado, será possível avaliar
melhor as consequências de cada gesto e palavra, e entenderá que suas atitudes
podem estar marcando, definitivamente, a vida dos seus alunos. Acredita que a
educação é uma forma de transformação da realidade, que não é neutra e nem
indiferente mas que tanto pode destruir a ideologia dominante como mantê-la.
quanto um determinado gesto do educador pode repercutir na vida de um aluno
(afetividade e postura) e da necessidade de reflexão sobre o assunto, pois
segundo ele ensinar exige respeito aos saberes do educando. A construção de
um conhecimento em parceria com o educando depende da relevância que o
educador dá ao contexto social.
5- Sentar-se no meio das crianças, na roda da conversa, é uma forma de
fazer-se criança e procurar olhar o mundo do ponto de vista dos estudantes.
Tendo como necessidade de conhecimento e afetividade por parte do educador
para que este tenha liberdade, autoridade e competência no decorrer de sua
trajetória,
6- Oferecer às crianças, condições para que vejam e desfrutem dos
resultados do seu trabalho. Através do esforço produtivo e agradável, serão
estimuladas a ir cada vez mais longe. As crianças corresponderão ao estímulo,
pois é natural a necessidade de criar e de realizar e transformar em pensamentos
que buscam a integração do ser humano e a investigação de novos métodos,
valorizando a curiosidade dos alunos.
7- O educador deve aprender a valorizar os trabalhos mais humildes do
mais humilde de seus alunos, e estimular para que o mesmo se supere sempre,
para que vá cada vez mais longe, para que dê o melhor de si em todas as
circunstâncias. Pois respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola,
visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que "formar é
muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de exercícios".
Define essa postura como ética e defende a ideia de que o educador deve buscar
essa ética, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que
devemos lutar.

4 FUNÇÃO DO ALUNO

Na grandiosa obra do francês Célestin Freinet, percebe-se que a partir da


sua teoria um aspecto pouco abordado em sua teoria e prática pedagógica
baseadas em metodologia dinâmica: a solidariedade, cooperação e coletividade,
princípios norteadores da pedagogia popular, que fundamentalmente apresenta
seus pressupostos conceituais e condições técnicas os quais têm por objetivo
conduzir estudantes a produzir individual e coletivamente trabalhos criativos.
Nesta perspectiva freinetiana, o aluno é compreendido como o centro do
processo de ensino e aprendizagem, os problemas e os traços de sua
personalidade, utilizados para eleger a metodologia mais adequada, para Borges,
seguindo as pistas fornecidas pelas próprias crianças, o professor foi aprendendo
com elas, na prática, a melhor maneira de ensiná-las. O desejo de levar seus
alunos para onde já estavam suas atenções e interesses, deu origem às aulas-
passeio, atividade semelhante a uma simples expedição, o que tornou-se uma
prática diária, planejada cuidadosamente e organizada.
Para (BORGES, 2012) A pedagogia de Freinet, uma das funções dos
alunos é produzir textos livres, que refletiam as imprecisões das aulas-passeio e
sua contribuição na apreensão do conhecimento. “O resultado foi surpreendente,
passou a imprimir os textos infantis para que mais pessoas da comunidade
pudessem lê-los: estava introduzida a grande revolução escolar europeia – a
imprensa na sala de aula”.
Efetuar na prática os conhecimentos adquiridos, dando significado à teoria
explanada na sala de aula, conforme BORGES (2012,p.5) “É imprescindível
auxiliar os alunos a desenvolverem a atitude de caminhar em busca do
conhecimento, despertar neles a paixão pelo saber, pela descoberta, pela
aquisição e construção da cultura”.
Visando uma educação completa, que envolva tanto os conhecimentos
técnicos oferecidos pela escola, como os informais adquiridos com as aulas de
campo, através das excursões, passeios, conversas com outras pessoas, outras
leituras, metodologias positivas na aquisição de conhecimentos diversificados e
significativos.
Nessa linha de pensamento, Freinet conceitua o aluno como agente de
intecâmbio cultural, o que fica bem claro em (BORGES (2012,p.3). Os alunos
mestres passaram a trocar informações, textos, desenhos, frutas, comidas típicas
e outras curiosidades de seus bairros e cidades, num verdadeiro intercâmbio
cultural, que promove o crescimento de todos os envolvidos.
Com essas atividades, desenvolve na classe valores e conceitos novos, os
quais até então não faziam parte do espaço sala de aula, na troca de informações
os alunos passaram a vivenciar novas situações de aprendizagem colaborativa e
a coerência da solidariedade existente na pedagogia freinetiana presente nas
relações didáticas em sociedade.
Executar as atividades desenvolvidas com dignidade e preocupações com
o trabalho BORGES (2012,p.7) “ é preciso reconhecer e demonstrar o
reconhecimento desta dignidade, para que a cada momento, a criança adquira a
consciência de ter caminhado mais um passo rumo à eficiência e à beleza”.
Diante das condições técnicas e objetivas de trabalho, as atividades são
desenvolvidas sob o viés de uma gestão democrática para uma escola dinâmica,
que proporcione ao aluno, oportunidade de desenvolver potenciais de trabalho,
empreendedorismo, o que para Freinet, configurava uma forma de educar a
criança para o trabalho em atividades como se fossem as brincadeiras de hoje.
Para defender o caráter científico e pedagógico dessa teoria, Freinet fala
sobre a teoria formulada e baseada em um conhecimento experimental a partir do
trabalho de descoberta ou tateio experimental e afirma que é preciso o
reconhecimento desta dignidade, para que a cada momento, a criança adquira a
consciência de ter caminhado mais um passo rumo a eficiência e à beleza.
Conforme Freinet, a escola deve ser um canteiro de obras e não um
templo. Nela, as crianças deverão envolver-se, solidariamente, em um clima de
alegria o tempo todo, durante trabalhos criativos e desafiadores. O termo trabalho
deve incorporar seu real sentido, sem fragmentações, incluindo aspectos teóricos,
práticos e sociais.
Visto por este lado, o aprendizado cooperativo de Freinet, aponta para uma
proposta cooperativa de uma educação que vai além do acadêmico, trata-se de
uma educação para a vida, que segundo (Borges 2012), é de grande importância
a percepção humana, a diversidade de dons e talentos, a infinita sabedoria de
Deus, concretizada nas produções intelectuais de alunos e professores.
Desta forma, não existe na criança a necessidade natural de brincar, mas
sim, a necessidade de trabalho, como uma necessidade orgânica de investir o
potencial de vida em uma atividade individual ou coletiva com finalidade
compreendida dentro das possibilidades infantis, capaz de desenvolver
capacidade técnica para o trabalho e fomentar uma reflexão autônoma da
realidade.

CONSIDERAÇOES FINAIS

Muitas dos conceitos de Freinet como a correspondência entre escolas


(para que os alunos possam não apenas escrever, mas ser lidos); os jornais de
classe (mural, falado e impresso); o texto livre (nascido do estímulo para que os
alunos registrem por escrito suas ideias, vivências e histórias); o contato
frequente com os pais os planos de trabalho a cooperativa escolar (para construir
o conhecimento comunitariamente); a afetividade (como vínculo entre as pessoas
e delas com o conhecimento) e atividades escolares idealizados por ele se
tornaram tão difundidos que há educadores que os utilizam sem nunca ter ouvido
falar no autor.
Um dos exemplos dessa prática são as aulas-passeio , que nasceram
justamente da observação do que as crianças para quem lecionava, que se
comportavam muito bem quando estavam ao ar livre, e desinteressadas dentro da
escola; dos cantinhos pedagógicos e da troca de correspondência entre escolas
com a instituição da imprensa na escola, e assim poder eliminar a distância entre
alunos e professores. O pedagogo era contra ao uso de manuais e cartilhas em
sala de aula.
Ele fez parte da corrente pedagógica denominada Escola Nova, que, nas
primeiras décadas do século 20, foi em contra do ensino tradicionalista, pois
acreditava que é necessário transformar a escola por dentro, onde se manifestam
as contradições sociais. Ele iniciou uma pedagogia do trabalho cujo objetivo final
era formar cidadãos para o trabalho livre e criativo.
Um dos deveres do professor, segundo Freinet, é criar uma atmosfera de
trabalho agradável dentro da escola com a finalidade de estimular as crianças a
fazer experiências, procurar respostas para suas necessidades e
inquietações. Ele descobriu que a forma mais profunda de aprendizado é o
envolvimento afetivo.
Sendo assim, as contribuições da pedagogia de Freinet remete ao caminho
que se percorreu na apreensão do conhecimento, de forma dinâmica, construída
na relação com os alunos, com os professores e com o contexto, em um contínuo
aprimorar-se, redescobrir-se, emocionar-se e apaixonar-se pelo ser humano.

REFERÊNCIAS

-FREINET, C.Formação de professores. Disponível em:


http://es.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lestin_Freinet. Acesso em 20 jan 2015.
-Revista Nova Escola- Disponível em :
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/mestre-trabalho-bom-senso-
423309.shtml. Acesso em 20 jan 2015.
-Revista Educar para Crescer. Celestin Frenet- Disponível em:
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/celestin-freinet-
307897.shtml. Acesso em 20 jan 2015
-CÉLESTIN FREINET – Educar. Disponível em:
www.educar.org/articulos/Freinet.asp. Acesso em 20 jan 2015.
-Bibliografia y vidas -Celestin Freinet. Disponível em:
http://www.biografiasyvidas.com/biografia/f/freinet.htm. Acesso em 20 jan 2015.
-LEGRAND, L. Revista Trimestral de Educación Comparada (París, UNESCO:
Oficina Internacional de Educación), vol. XXIII, nos 1-2, 1993, págs. 425-441.
-TORNAGHI, A. Revista Educação Pública, um espaço de reflexão e interação de
educadores.2009 . Disponível em
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0028a.html. Acesso
em 21 jan 2015.
-Um passeio pelo mundo da pedagogia Freinet. Disponível em:
thttps://linguaportuguesafacil.wordpress.com/um-passeio-pelo-mundo-da-
pedagogia-freinet/. Acesso em 20 jan 2015.

- FREINET, Celestin. A educação pelo trabalho. São Paulo: Martins Fontes,


1998

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