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Ensino à Distância

Apostila do Curso
Nutrição em Cirurgia Bariátrica

Apostila do Curso de Nutrição em Cirurgia Bariátrica


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Obesidade

A obesidade é uma doença crônica, heterogênea, multifatorial e


caracterizada pelo excesso de gordura corporal.

Segundo a OMS, 1,6 bilhões de adultos apresentavam sobrepeso e pelo menos


400 milhões eram obesos no mundo em 2005. No Brasil, entre 1974 e 2003, ocorreu
um aumento de 255% na prevalência da obesidade mórbida, com uma estimativa de
606000 brasileiros adultos obesos mórbidos em 2003.

A obesidade também é acompanhada de alto risco para desenvolvimento de


diversas doenças ou complicações, as quais poderão ser observadas na figura abaixo:

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O tratamento da obesidade é realizado, basicamente, utilizando-se da ciência
da Nutrição, Educação Física e Psicologia. A associação destas três especialidades
tornam o tratamento mais eficaz, principalmente em longo prazo.

Controle da ingestão alimentar

O controle da ingestão alimentar não é definido por dietas restritivas, mas sim
pela reeducação do comportamento alimentar, através de uma dieta balanceada e
mudança da relação do indivíduo com o alimento.

Atividade física

É também de competência do profissional nutricionista mostrar ao indivíduo a


importância da realização de atividade física, paralelamente à dieta, para o tratamento
e controle da obesidade. É fundamental destacar a necessidade de acompanhamento
de um educador físico neste processo, formando assim uma equipe de tratamento
multidisciplinar em prol da saúde do indivíduo.

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Tratamento farmacológico

O tratamento farmacológico mostra-se como uma ferramenta a ser utilizada no


tratamento da obesidade, sempre com base em indicação e prescrição médica.
Lembrando que o tratamento farmacológico, quando utilizado isoladamente, não se
apresenta como uma ferramenta eficaz a longo prazo, devendo estar associado à uma
dieta equilibrada e atividade física.

Cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica mostra-se como última escolha no tratamento da


obesidade, principalmente quando todas as opções de tratamento anteriormente
citadas já tiverem sido experimentadas (preferencialmente em conjunto) sem
atingimento do objetivo almejado. Esta modalidade de cirurgia iniciou com foco no
tratamento de cânceres gátricos, no qual foi observado consequente emagrecimento
dos indivíduos submetidos à cirurgia, acarretando na disseminação desta prática com
foco, a partir de então, na perda de peso.

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Cirurgia Bariátrica

O tratamento cirúrgico da obesidade justifica- se quando o risco de permanecer


obeso exceder os ricos, a curto e longo prazo, da cirurgia bariátrica.

É importante ressaltar ao paciente que esta cirurgia não se trata de uma


cirurgia estética, envolvendo importantes riscos. Portanto, o Ministério da Saúde criou
a Portaria 424, de 19 de março de 2013, definindo os critérios para indicação cirúrgica,
a seguir:

IMC Comorbidades

>40kg/m² Independente da presença de comorbidades

35 e 40kg/m² Com presença de comorbidades

30 e 35kg/m² Doença com classificação GRAVE

Faixa Etária Restrições

18 e 109 anos Sem restrições

16 anos Idade miníma

110 anos Idade máxima

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Dentre as principais comorbidades associadas aos indivíduos candidatos à
cirurgia bariátrica, encontram-se:

 Diabetes mellitus
 Síndrome Metabolica
 Intolerância a Glicose
 Glicemia de jejum alterada
 Dislipidemias
 Hiperuricemia
 Esteatose hepática
 Hipertensão arterial sistemica
 Doença arterial coronariana
 Síndrome dos ovários policísticos
 Oligomenorreia e/ou anovulação
 Apnéia obstrutiva do sono
 Índice de apnéia – hipopnéia

É importante que um médico especialista realize o dignóstico e gravidade de tais


comorbidades, a fim de avaliar se o indivíduo atende ou não aos critérios para indicação
cirúrgica.

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Após a realização da cirurgia bariátrica, diversos parâmetros e comorbidades
apresentam melhorias, tais como:

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Contra-indicações

Alguns indivíduos possuem contra-indicação para a reallização da cirurgia bariátrica,


principalmente quando relacionados às condições clínicas abaixo:

 Limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar


adequado;

 Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou


drogas ilícitas;

 Doença cardiopulmonar grave e descompensada que influenciem a relação


risco-benefício;

 Hipertensão portal, com varizes esofagogástricas;

 Síndrome de Cushing decorrente de hiperplasia na suprarrenal não tratada e


tumores endócrinos.

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Tipos de Cirurgia

A escolha do tipo de cirurgia bariátrica é determina pelo médico cirurgião, de


acordo com sua habilidade e da necessidade do paciente. Os tipos mais conhecidos e
usados são:

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Para escolha do tipo de cirurgia, alguns itens são considerados:

 Via de acesso:

A cirurgia pode ser realizada por via de acesso convencional ou por


videolaparoscopia. A via de acesso convencional trata-se de uma cirurgia aberta, com
uma incisão iniciada na parte superior do abdômem, finalizando próximo ao umbigo.

Já a videolaparoscopia é uma técnica cirurgia moderna que não deixa marcas,


sendo menos invasiva e mais confortável para o paciente. Na videolaparoscopia o
médico cirurgião realiza de 3 a 5 pequenos furos na região a ser tratada e introduz os
instrumentos necessários e uma microcâmera, ligada a um monitor que permite a
visualização da estrutura a ser operada. Esta técnica apresenta algumas vantagens com
relação à convencional, tais como: menor tempo de recuperação e de internação
hospitalar, diminuição do risco de infecção, surgimento de hérnica e de dificuldade na
cicatrização, menos dor pós-operatória, breve retorno às atividades normais e menor
taxa de mortalidade.

Ainda, esta técnina está ganhando cada vez mais espaço e sendo mais utilizada,
visto sua abrangência pelos planos de saúde.

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 Condição clinica atual do paciente;
 Quantidade de peso a ser eliminado: Diferentes tipos de cirurgia podem
acarretar em menor ou maior perda de peso. Deste modo, a escolha do tipo de
cirurgia dependerá também da quantidade de peso que o indivíduo precisa
eliminar.
 Controle metabolico;
 Atividades sociais do paciente: Neste sentido, deve-se considerar a atividade
social do indivíduo para escolha da cirurgia a ser realizada, visto que cada
modalidade acarreta em diferentes sintomas e necessidades pós-cirúrgicas,
como mastigação muito minuciosa ou não, liberação de gases, etc.
 Hábitos alimentares;
 Situação emocional.

Cirurgias Puramente Restritivas

Nestas cirurgias toda a intervenção cirurgica é realizada no estômago,


mantendo a integridade do intestino. Tais técnicas são consideradas as mais simples e
seguras, sendo, portanto, as mais utilizadas:

Gastrectomia Vertical em Manga (Sleeve)

É uma das cirurgias preferidas e mais indicadas pelos médicos cirurgiões. Neste
tipo de cirurgia, todo o fundo gástrico é retirado, ocasionando um afinamento deste
órgão. Tal retirada é realizada com uso de um aparelho que realiza o corte e a
cauterização, instantâneamente. Esta técnica acarreta em baixa ocorrência de
desnutrição, e pode ser utilizada para indivíduos jovens e idosos.

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Banda Gástrica Ajustável

Trata-se de um anel posicionado no ápice do estômago, o qual pode ser inflado


ou desinflado através de um dispositivo subcutâneo. Quando o mesmo é inflado,
ocorre o estrangulamento da porção inicial do estômago, permitindo entrada de
menor quantidade de alimentos. Esta regulagem pode ser alterada conforme
necessidade e desejo do paciente, e por isto tal técnica exige uma situação emocional
saudável e controlada por parte do indivíduo, assim como alta responsabilidade sobre
seu tratamento, visto que o mesmo poderá atuar ativamente, interferindo nos
resultados. Abaixo, imagens que ilustram esta técnica:

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Balão Puramente Restritivo

Sua utilização é reconhecida como método terapêutico auxiliar para preparo


pré-operatório.

O balão é introduzido no estômago desinflado, por via de endoscopia, e


quando posicionado no espaço intragástrico, o mesmo é inflado com azul dimetileno,
reduzindo o espaço interno do estômago. A utilização do balão pode gerar vômitos e
sensação de desconforto, podendo ser utilizado durante um período máximo de 6
meses.

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A utilização do balão muitas vezes não surte o efeito desejado pelo paciente,
principalmente quando o mesmo não apresenta-se fortemente comprometido com o
tratamento, já que o balão pode se deslocar no espaço intragástrico, permitindo a
passagem de alimentos muito calóricos de baixo volume, como leite condensado,
sorvetes, sucos, refrigerantes, etc.

Cirurgia Predominantemente Restritiva ou Mista

Bypass Gástrico em Y Roux / Fobi-Capella

O bypass gastrojejunal em Y-de-Roux, que produz restrição alimentar e má


absorção relativa, é considerada a cirurgia mais eficaz nessa proposição, sendo a mais
utilizada nos Estados Unidos da América, país em que é realizado o maior número de
cirurgias no mundo.

Há variações na técnica de realização dessa cirurgia, no tipo de reservatório


gástrico (horizontal ou vertical), na colocação ou não de um anteparo inelástico
(Silastic ou Marlex) na bolsa gástrica, tentando diminuir a velocidade do esvaziamento
gástrico e aumentar o tempo de saciedade, e em relação à medida do comprimento
das alças aferente (bíliopancreática) e eferente (alimentar).

Os procedimentos cirúrgicos denominados de bypass distal, ou derivação


bíliopancreática distal com bypass gastroejunal ou gastroileal podem ser divididos
conforme as proposições de Fobi, Brolin ou a gastrojejunoileal distal (tipo Scopinaro).

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Gastroplastia com bypass gastrojejunal distal tipo Fobi

Nesse método, após a cirurgia do bypass gastrojejunal, em que a alça aferente


tem 30 cm e a alça alimentar 90 cm, é desfeita a êntero-êntero anastomose, a seguir
refeita distalmente na metade do comprimento do intestino delgado, que é
novamente medido a partir do ângulo de Treitz. Dessa forma, o canal comum e o canal
alimentar ficam com 3 a 3,5 m, permanecendo este último com 90 cm.

Gastroplastia com bypass gastrojejunal distal tipo Brolin

Nessa técnica, após a cirurgia do bypass gastrojejunal inicial em que a alça


aferente tem 30 cm e a alça alimentar 75 cm, é desfeita a êntero-êntero anastomose,
que é refeita distalmente, a 75 cm da válvula íleocecal, ficando, então, o canal comum
com 75 cm de comprimento, e além da alça biliopancreática excluída, com 30 cm, o
restante do intestino delgado permanece como canal alimentar. Aqui também a soma
do canal alimentar e comum é, geralmente, maior do que 350 cm.

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Bypass distal gastrojejunoileal distal (tipo Scopinaro)

Nesse procedimento, é desfeita a êntero-êntero anastomose que é refeita com


alça aferente jejunal e a alça ileal a 100 cm da válvula ileocecal. Faz-se uma ressecção
da parte jejunal da alça alimentar, é refeita uma êntero-êntero anastomose entre o
íleo (220 cm) e o restante da alça jejunal, em média 20 cm, que está anastomosada à
bolsa gástrica. Dessa forma, tem-se um canal alimentar composto em média de 20 cm
de jejuno e 220-230 cm de íleo. O canal alimentar é composto praticamente de íleo, à
semelhança de técnica de Scopinaro e o canal comum permanece com 100 cm.

Neste tipo de cirurgia, o paciente perde grande porção de superficie absortiva,


incluindo o jejuno, e os diversos nutrientes que são absorvidos neste local. Por este
motivo, ainda, indivíduos submetidos a este tipo de cirurgia apresentam alto risco de
ocorrência de diarréia osmótica e desnutrição.

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Segundo Herrera et al., a cirurgia bariátrica feita pela técnica de Capella leva a
uma perda total de 75% do excesso de peso no decorrer de um ano e é de extrema
importância no tratamento da obesidade mórbida.

Vantagens e Desvantagens das Técnicas Cirúrgicas

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Pré-operatório

Tendo em vista a abordagem multidisciplinar que é requisitada aos indivíduos


submetidos à cirurgia bariátrica, a equipe deve ser composta por diversos profissionais,
incluindo:

 Médico cirurgião;
 Médico clínico ou endocrinologista;
 Nutricionista devidamente capacitado para a atuação em cirurgia bariátrica;
 Psicólogo;
 Cardiologista;
 Pneumologista;
 Quando necessário psiquiatra, angiologista, gastroenterologista e ginecologista.

As reuniões do grupo multiprofissional, a serem realizadas mensalmente, devem


enfatizar a mudança de hábitos com objetivo de informar, orientar e educar para
mudanças de hábitos.

Ainda, é fundamental praticar a empatia com o paciente, procurando colocar-se no


lugar do mesmo e entender suas dificuldades e aspirações.

A educação da família do paciente a ser operado também é de extrema importância, a


fim de prepará-la para receber aquele indivíduo, posteriormente à cirurgia, com todas as
suas particularidades. Deste modo, pode-se convidar os familiares a participarem das
reuniões do grupo multiprofissional, mostrando-se pertinente atuar de forma a provocar
melhorias nos hábitos alimentares e de vida da familia como um todo.

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Avaliação Nutricional

A avaliação nutricional do paciente a ser submetido à cirurgia bariátrica é extensa, e


deve abranger os seguintes itens:

História da
doença atual

História da
Histórico
doença
social
pregressa

História de
doença Exames
familiar bioquímicos
Avaliação
Nutricional

Outros
Exame físico
exames

Avaliação
consumo Antropometria
alimentar

Após avaliação de todos os itens, deve ser elaboração o laudo do nutricionista, o qual
deverá descrever brevemente os principais resultados da avaliação nutricional e percepções
do profissional com relação ao paciente. Tal documento deverá ser assinado e carimbado pelo
nutricionista.

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Avaliação Antropométrica

Para realização da avaliação antropométrica adequada, mostra-se necessário a


realização, atenção e cuidado com os seguintes itens:

 Aferição do Peso, com equipamento adequado (balança com capacidade para


mais de 150kg):

A fim de determinar o excesso de peso, e sua porcentagem, utiliza-se as fórmulas


abaixo:

 Excesso de peso (EP) = peso atual – peso ideal.


 Porcentagem do excesso de peso (EP) = excesso de peso x 100 / peso ideal.

Ainda, é importante determinar:

 Estatura;
 IMC;
 Circunferência abdominal ;
 Bioimpedância;
 DEXA;

Exame Físico

O momento de exame físico é um momento valioso ao nutricionista, que


poderá tocar, escutar e aproximar-se do paciente. Ainda, neste exame devem ser
observados os seguintes itens: cabelos, pele, unhas, edemas, mucosas e dentição.

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Exames Bioquímicos

O profissional nutricionista deve ter conhecimento dos exames bioquimicos,


suas implicações e resultados, a fim demonitorar da maneira mais rigorosa possível a
nutrição do indivíduo. Neste sentido, pode-se inclusive iniciar suplementação
nutricional anteriormente à realização do procedimento cirúrgico, com vistas a
melhorar o estado nutricional atual do indivíduo, assim como prevenir desnutrição no
período pós-cirurgico.

Os principais exames indicados para o acompanhamento do estado de saúde e


nutrição do paciente são:

 Hemograma
 Eletrólitos
 Gasometria arterial
 Tipagem sanguínea
 Coagulograma
 Glicemia
 Perfil lipídico
 Enzimas hepáticas
 Uréia e creatinina
 Insulinemia
 Ácido úrico
 Albumina
 Ácido fólico
 Vitamina B12
 Ferro

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 Ferritina
 TSH
 T4 livre
 PTH
 25 (OH) vitamina D3
 Cálcio urinário 24 horas
 Sorologias para hepatite B,C e HIV
 Beta-HCG para mulheres em idade fértil

Ainda, para indivíduos com IMC 50 kg/m² recomenda-se perda ponderal de 10


a 20% do sobrepeso no pré-operatório. Para os demais grupos a recomendação e a perda
ponderal de 5 à 10%, para o melhor resultado cardiometabolico. Para obtenção destes
objetivos, devem ser realizadas consultas semanais com o nutricionista e o psicólogo.

A avaliação do consumo alimentar pode ser realizada através de diário


alimentar, que é um método indicado nesta situação. A utilização deste instrumento
permite a avaliação da quantidade e da qualidade da dieta, assim como observar os
sentimentos do indivíduo com relação à alimentação.

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O diário alimentar já deve ser solicitado na primeia consulta. Neste primeiro
momento, deve ser realizada também a anamnese clínica detalhada.

Modelo de Diário alimentar:

Nível de
Data Hora Local Alimento Quantidade Sentimento
fome 0 a 3

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A formação de uma rede de apoio ao paciente é muito importante para a
adequada aderência ao plano alimentar e hábitos indicados no pré, assim como no
pós-operatório. Esta rede deve contar inclusive com pacientes previamente operados,
que podem prestar apoio, incentivar e compartilhar suas experiências.

Familiares

psicólogo Nutricionista

Paciente

Paciente já
Médico
operados

Os principais objetivos do aconselhamento nutricional são: Melhorar a mastigação


do indivíduo, estabelecer horários fixos para realização das refeições, fracionar
adequadamente as refeições, promover a ingestão de vegetais e frutas e, ainda,
reduzir do consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares simples.

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E para que os objetivos sejam efetivamente alcançados, algumas mudanças
comportamentais também são indicadas, tais como:

 Estipular meta de perda de peso 5% a 10 %;


 Evitar fazer as “despedidas” de alimentos ou preparações;
 Iniciar a pratica de atividade física;
 Conscientizar-se as alterações orgânicas pós cirúrgicas;
 Ingerir líquidos em pequenos goles;
 Ingerir no mínimo 2 litros de água ao dia;
 Evitar líquidos junto às refeições;
 Evitar refrigerante, bebidas gaseificadas e álcool;
 Evitar açúcar, doces e alimentos ricos em gordura;
 Controlar ingestão de café, chá preto, mate, verde, branco, vermelho e
chocolate.

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Pós Operatório

Logo após a realização da cirurgia, quando o paciente encontra-se internado,


ocorre a primeira fase do pós operatório. Neste período, a dieta deve ser líquida
restrita, destacando que a dieta está intimamente relacionda a técnica cirurgica
utilizada.

As refeições são realizadas a cada 2 horas, conforme exemplo abaixo:

Dieta Líquida

Quando o paciente retorna ao lar, ainda deve levar consigo as orientações da


nutricionista que o acompanhou até o momento, preferencialmente. No primeiro
momento, deve-se priorizar a dieta líquida, a ser seguida entre 7 e 15 dias,
obedecendo os seguintes critérios:

 Intervalo entre as refeições – 1 hora e meia à 2 horas;


 Volume: 50ml;
 Mastigação – “mastigar os líquidos”;

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 Preparo – liquidificado e coado;
 Previsão de perda de peso – 10% do peso inicial;
 Quantidade por refeição: 50 ml “copinho de café”;
 Lembre-se de ingerir os líquidos o mais lentamente possível em pequenos goles
ou se preferir pode ter o auxílio de uma colher pequena;
 Água: 15 em 15 minutos (Preferir água gelada), aproximadamente 1 litro e
meio ao dia;
 Não usar mel, melado, açúcar mascavo, açúcar light e açúcar comum;
 Fazer ingestão apenas de adoçante na substituição do açúcar;
 Não usar café e nenhuma bebida que contenha cafeína (ex: chá verde, chá
branco, chá vermelho, chá preto, chá mate, chocolate, guaraná natural);
 Não fazer a ingestão de refrigerante ou qualquer outra bebida que contenha
gás em sua composição;
 Não fazer uso de bebidas alcoólicas;
 Ao fazer o uso da gelatina diet, a mesma deverá ser dissolvida na boca antes de
ser ingerida;
 Não fazer ingestão de sucos artificiais (ex: caixa, lata, pó, garrafa);
 Iogurtes devem ser peneirados (peneira fina);
 Usar iogurtes que sejam 0% de açúcar e gordura
 A vitamina deve ser batida (liquidificador ou mixer) e peneirada (peneira fina);
 Não substituir o leite desnatado de origem animal por leite de soja (somente
com orientação nutricional);
 Lembre-se de que a dieta é liquida! Os líquidos não devem ser espessos
“grossos”.

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Exemplo de cardápio de dieta líquida

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Orientações para o preparo de Sopas

 Sopas e vitaminas devem ser batidas (liquidificador ou mixer) e peneiradas


(peneira fina);

 Não usar sopas industrializadas;

 Não utilizar: óleo, azeite, temperos prontos (caldo knorr, sazon, fondor),
leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico), cereais (arroz, batatas,
inhame, aipim, farinhas e macarrão) e pimentas;

 Preferir: legumes (cenoura, beterraba, abóbora madura, abóbora moranga,


chuchu, abobrinha verde, vagem), frango (peito ou contra coxa), carne
(músculo, patinho, alcatra, fraldinha), ovo (cozido e batido), temperos naturais
(alho, cebola, salsinha, cebolinha, orégano, alecrim);

 Pode ser utilizado vegetal folhoso na sopa, exemplo: couve, agrião, espinafre,
brócolis, entre outros;

 Exemplo de sopa: Abóbora + Chuchu + Músculo + Couve;

 Exemplo de sopa 2: Cenoura + Abobrinha verde + Frango + Espinafre;

 A sopa poderá ser armazenada na geladeira por até 2 dias e no congelador por
até 15 dias.

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Dieta Pastosa

Após o período de dieta líquida (7-15 dias), inicia-se a dieta pastosa. Esta dieta
pode ser realizada durante 15 a 30 dias, com intervalo entre as refeições de 1 hora e
meia à 2 horas. Deve-se recomendar a mastigação exaustiva, e os alimentos deverão
ser cozidos e amassados. E ainda:

 Quantidade dos líquidos: 75 ml na primeira semana / 100 ml na segunda


semana;

 Opção de queijo branco (minas, ricota, polenguinho light) no desjejum, lanche


da tarde ou ceia, o mesmo deverá ser amassado;

 As frutas deverão ser raspadas ou amassadas(ex: ½ maçã raspada, ½ pêra


raspada, ½ banana amassada ou ¼ mamão amassado);

 As vitaminas deverão ser batidas, não é mais necessário peneirar;

 Não é mais necessário peneirar os iogurtes;

 Lembrar de ingerir água entre as refeições;

 Quantidade de carne: 1 colher de sopa na primeira semana / 2 colheres de


sopa na segunda semana;

 O ovo deverá ser cozido e amassado;

 Priorizar a ingestão de carnes vermelhas mais vezes na semana;

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Exemplo de dieta pastosa

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As refeições devem sempre iniciar pela proteína, visto que este é o alimento prioritário
no pós cirúrgico de cirurgia bariátrica, procurando seguir as proporções indicadas no esquema
a seguir.

Carboidratos
Leguminosas
Vegetais
Proteína

Orientações para o preparo de carnes:

 O frango deverá ser cozido, assado ou ensopado, em seguida desfiado (preferir


peito ou contra-coxa);

 O peixe deverá ser cozido, assado ou ensopado, em seguida amassado ou


desfiado;

 A carne deverá ser moída ou desfiada (preferir músculo, patinho, fraldinha ou


filé migon);

 O ovo deverá ser cozido e amassado.

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Dieta sólida

• Tempo – 7 à 30 dias;
• Intervalo entre as refeições – 3 horas ;
• Mastigação – exaustiva;
• Execlusão dos alimentos permitidos;
• Volume de líquido – 150ml ;

Exemplo de Dieta Sólida

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Proporção dos alimentos na refeição:

Carboidratos
Leguminosas
Vegetais
Proteína

Dieta Sólida Crua

Esta é a última etapa da evolução dietoterápica, devendo seguir as recomendações


abaixo:

 Intervalo entre as refeições – 3 horas;


 Mastigação – exaustiva;
 Introdução dos alimentos crus;
 Volume de líquido – 200ml;
 Carne – 3 a 4 colheres de sopa.

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Proporção de alimentos na refeição:

Carboidratos
Leguminosas
Vegetais
Proteína

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Esquema de Consultas de Acompanhamento no
Período Pós Operatório e Exames

 Entre 15 a 30 dias (1º mês): Consulta com cirurgião e nutricionista.

 No 2º mês: Consulta com cirurgião, nutricionista e psicólogo. Exames pós-


operatórios.

 No 3º mês: Consulta com clínico, psicólogo e nutricionista.

 No 4º mês: Consulta com clínico, nutricionista e psicólogo.

 No 6º mês: Consulta com cirurgião, nutricionista e psicólogo. Exames pós-


operatórios.

 No 9º mês: Consulta com clínico/endocrinologista, nutricionista e psicólogo.


Exames pós-operatórios.

 Entre 12º e 15º meses:

 Consulta com cirurgião, clínico/endocrinologista, nutricionista e psicólogo. Exames


pós-operatórios.

 18º mês: Consulta com cirurgião, clinico/endocrinologista, nutricionista e psicólogo.


Exames pós-operatórios.

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Principais complicações no Pós-Operatório

Síndrome de Dumping

A crise de dumping típica aparece ainda enquanto o paciente se alimenta, ou


dentro dos primeiros 30 minutos após a ingestão. Inicia-se com uma sensação de
plenitude, é acompanhada por calor e transpiração na parte superior do tórax, e em
alguns casos, pode envolver todo o corpo. Segue-se intenso estado de prostração,
astenia e mal estar, chegando o paciente a um estado de fraqueza tamanho que é
compelido a deitar-se – nos casos mais graves, de meia a uma hora ou mais.

São queixas que aumentam a insegurança desses pacientes em relação ao tipo


de alimento que podem ingerir, suscitando inclusive medo de se alimentar, podendo
evoluir com distúrbios nutricionais. Em certos casos, a síndrome de dumping é tão
grave, com sintomas tão incapacitantes, que obriga a procedimento operatório
complementar ou reparatório.

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Deficiência de Proteína

Estudos mostram que, após um ano de cirurgia bariátrica realiada com


dieferentes técnicas, há redução de 24,8% de massa muscular determinadas pela
pesagem hidrostática.

Para tratamento, utiliza-se:

 Dieta Hiperproteíca;
 Ingestão mímima de 60 g de proteína /dia;
 1,5g de proteína/ kg (peso ideal).

Exemplo de porções de alimentos fontes de proteínas:

Total : 68 g ptn/ dia.

Deficiência de Ferro

A anemia ferropriva é frequente em pacientes submetidos à ressecção gástrica


para tratamento de úlcera péptica ou câncer gástrico, e à cirurgia bariátrica, para o
tratamento de obesidade.

As cirurgias bariátricas podem ter como consequência a restrição do estômago,


sem necessariamente ressecção gástrica, ou ressecção gástrica associada ou não a

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ressecção intestinal. As causas da deficiência de ferro nestes pacientes são
multifatoriais e incluem: (1) baixa ingestão de ferro oral por intolerância a alimentos
ricos em ferro; (2) redução da acidez gástrica pela perda de células parietais,
dificultando a conversão do ferro férrico para a forma ferrosa; (3) exclusão do
duodeno com consequente exclusão do principal sítio de absorção do ferro e restrição
da ação das enzimas pancreáticas na liberação do ferro ligado ao heme.

Suplementação:

 Os polivitaminicos devem conter no mínimo 45 a 60mg de ferro.


 Ferro com suplemento adicional.

650 mg (sulfato ferroso) ou 100-200 mg Fe elementar

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Deficiência de Vitamina B12

As principais causas de deficiência de vitamina B12 são: o estoque hepático baixo, menor
consumo de alimentos fontes desta vitamina, redução do fator intrínseco e redução do ácido
clorídrico.

Deficiência de àcido Fólico e Tiamina

Para tratamento destas deficiências, recomenda-se a suplementação nutricional nas


quantidades referidas nos quadros abaixo:

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Deficiência de Cálcio e Vitamina D

Reganho de Peso

Para evitar esta situação, o paciente deve estar sempre muito bem informado
sobre as chances do reganho de peso, a fim de aderir à dieta para o resto da vida.
Porém, caso esta situação ocorra, é necessário o acompanhamento multidiscplinar do
mesmo, a fim de tentar minimizar os danos nutricionais (provenientes da cirurgia) e do
reganho de peso.

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Gastronomia na cirurgia bariátrica

Sopa fria de cenoura com gengibre e laranja

Ingredientes:
 2 cenouras picada
 ½ cebola picada
 1 collher de sopa de requeijão light
 ½ colher de chá de gengibre
 1 laranja
 Sal, pimenta do reino
 Azeite de oliva

Modo de fazer:
1- Refogar a cebola com uma col de sobremesa de azeite.
2- Adicionar a cenoura. Cozinhar durante 5 minutos.
3- Acrescentar meio litro de agua e cozinhar até que a cenoura esteja macia
4- Adicionar o gengibre, triturar, coar se necessário e resfriar.
5- Servir frio com gotas ou gomos limpos de laranja.

Purê de mandioca e chia com quenelle de linguado

Ingredientes:
 1 file de linguado ou outro peixe branco sem espinhas
 Coentro fresco com raiz
 200g de Mandioca cozida
 Cream cheese light
 Sementes de chia

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 Sal
 Pimenta
 Azeite de oliva
 1 beterraba em lascas

Modo de fazer:
1- Doure o peixe no azeite e passe no triturador.
2- Acrescente um pouco de cream cheese somente para dar liga e molde com 2
colheres.
3- Bata a mandioca cozida com requeijão light e corrija os temperos.
4- Sirva com sementes de chia e lascas de beterraba assada.

Suco de fruta do conde e água de coco

Ingredientes:
 1 fruta do conde
 200ml de água de coco

Modo de fazer:
1- Bata os ingredientes no liquidificador. Sirva imediatamente.

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Referências bibliográficas

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que suplementar. Rev Assoc Med Bras. 2011; 57(1):113-120.

 Junior ABG. Cirurgia em Obesos Mórbidos-Experiência Pessoal. Arq Bras


Endocrinol Metab. 2000; 44(1): 106-110.

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síndrome de dumping em pacientes obesos mórbidos submetidos à
operação de bypass gástrico com reconstrução em Y de Roux. Rev. Col. Bras.
Cir. 2009; 36(5): 413-419.

 Pareja JC, Pilla VF, Callejas-Neto F, Coelho-Neto JS, Chaim EA, Magro DO.
GASTROPLASTIA REDUTORA COM BYPASS GASTROJEJUNAL EM Y-DE-ROUX:
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 Carvalho IR, Loscalzo IT, Freitas MFB, Jordão RE, Friano TC. Incidência da
Deficiência de Vitamina B12 em Pacientes Submetidos à Cirurgia Bariátrica pela
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 Rocha JCG; Deficiência de Vitamina B12 no pós-operatório de Cirurgia Bariátrica.


International Journal of Nutrology, 2012; 5(2): 82-89.

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