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Floresta virgem?

O longo passado humano da bacia do Tapajós1


Bruna Cigaran da Rocha
e Vinícius Honorato de Oliveira

1. Agradecemos
aos beiradeiros de
Montanha e Mangabal
e aos Munduruku de
Sawre Muybu pela
hospitalidade, ajuda

A
e ensinamentos.
Agradecemos a
arqueologia é, por natureza, ao longo do trecho encachoeirado Francisco Noelli,
Fernando Almeida e
um dos campos de investiga- do rio Tapajós e seus tributários,
Francisco Pugliese pelas
ção mais profícuos para estu- como os rios Rato e Jamanxim, e cuidadosas leituras,
darmos o passado, particularmente seus formadores, os rios Juruena sugestões e críticas.
Erros são de nossa
de sociedades ágrafas; no Brasil, ela e Teles Pires, a partir dos registros responsabilidade.
também nos fornece indícios para existentes2. Além da arqueologia, Agradecemos à
Coordenação de
contemplar interações de diversos fontes históricas e a memória oral
Aperfeiçoamento
tipos entre sociedades ameríndias nos informam sobre o passado – fre- de Pessoal de Nível
e as maneiras como esses povos al- quentemente turbulento – da bacia Superior (Capes) por
apoiar a pesquisa
teraram a paisagem, imbuindo-a de do Tapajós após a conquista portu- doutoral de Bruna
significados e tornando o ambiente guesa (Menéndez, 1981/1982, 2006 Cigaran da Rocha.

mais produtivo. A ideia de que a [1992]). Também nos fornecem indi-


2. N.E. Ver também,
Amazônia é modificada pela ação cações sobre a possível localização neste volume,
humana há milênios – e de que a de sítios arqueológicos: a partir de “Sobre sítios
arqueológicos e lugares
noção de floresta virgem não passa levantamento de fontes históricas e significativos: impactos
de um mito – tem prevalecido em arqueológicas, Alexandre Robazzi- socioambientais e
violações dos direitos
debates sobre o assunto, ao ponto ni (2013) compilou uma tabela não
culturais dos povos
de estudiosos já assumirem esse exaustiva na qual constam 423 sítios indígenas e tradicionais
pressuposto como ponto de partida arqueológicos na bacia do Tapajós. pelos projetos de usinas
hidrelétricas (UHEs) na
(e.g. Balée, 1989; Denevan, 1992a; Não obstante o baixo volume de bacia do rio Tapajós”,
Heckenberger et al., 1999, 2003). pesquisas arqueológicas de campo de Francisco Antonio
Pugliese Jr. e Raoni
Neste artigo, nosso foco recairá realizadas na região onde o governo Bernardo Maranhão
sobre o patrimônio arqueológico pretende construir o complexo hi- Valle.

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3. Ver, por exemplo, drelétrico do Tapajós (CHT) – e con- povoamento ameríndio das áreas
Abdala (2012), em que
trastando com a ideia promovida de interflúvio na bacia. Antigas ocu-
Maurício Tolmasquin,
presidente da Empresa pelo discurso oficial, de que a área pações ceramistas foram identifica-
de Pesquisa Energética em questão é vazia e sem história3 –, das em Parauá, uma área de terra
(EPE), defende o
conceito de usinas-
apresentamos aqui evidências que firme localizada a oeste da margem
plataforma para o apontam para a riqueza e a singula- esquerda do baixo curso do rio (Go-
Tapajós como uma
ridade do patrimônio arqueológico mes, 2008). Isso chama a atenção
alternativa verde para a
área, “onde não há ali existente. Longe de se situarem ao fato de que, além dos vestígios
ocupação humana. em uma floresta virgem, o Tapajós de ocupações ao longo da calha
‘Praticamente
não tem impacto e seus afluentes banham uma área dos rios, existem centenas de sítios
ambiental porque vai antropizada há milhares de anos. arqueológicos nas áreas de terra
se reflorestar tudo
As pesquisas arqueológicas no firme, algo que também tem sido
em volta e vai ficar a
hidrelétrica no meio da rio Tapajós têm se concentrado no comprovado a leste do rio Tapajós
floresta. A ideia é não baixo curso do rio (e.g. Gomes, 2001; (Martins, 2012; Stenborg et al. 2012;
ter cidades em volta.
Temos que criar essas Guapindaia, 1993; Kroeber, 1942; Perota, 1979, 1982).
inovações para usar MacDonald, 1972; Palmatary, 1960;
nossos recursos’, disse”
(grifo nosso).
Roosevelt et al., 1991); artefatos cerâ- Primeiros habitantes
micos típicos da área hoje se encon- Os primeiros grupos humanos na
tram espalhados em museus do Bra- região viveram em um ambiente
4. O etnólogo, linguista sil e exterior4. Em parte, isso se deve mais semelhante às matas de cerra-
e arqueólogo Curt
à maior facilidade de acesso ao baixo do atuais que à floresta amazônica
Nimuendajú (1953,
2004) foi o primeiro Tapajós, que é facilmente navegável. (Rossetti et al., 2004). Esses grupos
a compreender a Todavia, lembramos a observação de nômades, de tamanho reduzido,
magnitude dos
sítios arqueológicos Almeida, segundo o qual, iniciaram processos de modificação
depositados no do ambiente com o uso do fogo e
local e adjacências,
As cachoeiras são áreas-chave para geraram “ilhas de recursos”, fei-
e relacioná-los com
os Tapajó, que então a compreensão do período pré-co- ções fitogeográficas resultantes de
dominavam boa parte lonial da Amazônia. Tratam-se de restos vegetais e de sementes con-
da região.
lugares que durante milênios foram centradas em seus acampamentos e
ocupados de maneira persistente trilhas, a exemplo do que foi veri-
por grupos indígenas, que transfor- ficado entre os caçadores-coletores
maram tais lugares (entre outros) Nukak, na Amazônia colombiana
em entroncamentos de redes de (Politis, 1996).
contato (2013: 354). É possível que tenham sido es-
ses primeiros habitantes que nos
Nesse sentido, há ainda dados legaram a arte rupestre encontra-
que apontam para a antiguidade do da no Tapajós, em seus afluentes e

396 Rocha e Honorato de Oliveira


nas áreas de interflúvio. Originado fecção distintas (picoteamento em 5. Em 2009, Fábio
Mozzer passou em
no Planalto Central Brasileiro, o Ta- traços largos e raspamento em sul-
frente às pinturas
pajós é um rio geologicamente an- cos finos), com representações de do Cantagalo
tigo, com águas cristalinas e solos figuras geométricas, zoomorfas e e as registrou,
disponibilizando-as
arenosos criados por processos ero- antropomorfas (Pardi, 1995-1996: no seguinte endereço
sivos (Morais, 2008); tais caracterís- 3). Na comunidade de São Luiz do online: <http://www.
panoramio.com/
ticas geológicas resultam em uma Tapajós, ameaçada pela usina hidre- photo/25481247>
abundância de suportes para a arte létrica (UHE) de mesmo nome, re- (acesso: 4 fev. 2014).
Edithe Pereira percebeu
rupestre. Além de seu valor científi- gistraram-se figuras antropomorfas
que a foto retrata
co e artístico para a sociedade bra- e zoomorfas em matacões rochosos o registro feito por
sileira em geral, esse patrimônio (Camargo Corrêa et al., 2008, v.19- Tocantins (com. pess., 22
jan. 2013).
possui significados simbólicos de 22: 354, 355). Porém, ainda estamos
grande relevância para os povos longe de conhecer o conjunto de re- 6. Ver carta redigida
pelos Munduruku ao
ameríndios que vivem hoje na re- presentações rupestres ao longo do
governo em junho de
gião, sendo assim indissociável das alto Tapajós e seus afluentes. 2013. Considerado “o pai
paisagens nas quais está inserido. Outro problema a ser encarado é da escrita”, Muraycoko
teria deixado sua
É o caso das pinturas rupestres em que a região que o governo federal história registrada para
um paredão rochoso no Cantagalo, pretende atingir pela construção as gerações do povo
Munduruku que o
situado na margem esquerda do do CHT é uma das mais promis-
sucederiam.
alto Tapajós, oito metros de altura soras para o estudo dos primeiros
acima do nível máximo do rio nas milênios de ocupação da Amazô- 7. As pinturas podem ser
cheias (Tocantins, 1877), no qual es- nia8. As características geológicas observadas no seguinte
endereço online (ver as
tão representadas, em tons de ver- supracitadas resultam em uma fotos nº29 e 31): <http://
melho ocre, figuras antropomorfas, abundância de matéria-prima para www.forestcom.com.
br/blog/juruena-
zoomorfas e de outras formas5. As a fabricação de artefatos líticos; livre/?fb_action_ids=
pinturas do Cantagalo são chama- sofisticados e belos, esses artefa- 430743910387797&fb_
action_types=og.likes>
das, pelos Munduruku, de “escrita tos estão entre as ferramentas não
(acesso: 4 fev. 2014).
do Muraycoko”6. No rio Juruena, perecíveis mais antigas feitas pelo
outras pinturas rupestres de figuras homem no continente americano.
aparentemente abstratas, também Diversas pontas de projétil e outros 8. É interessante
observar que, entre
em vermelho ocre, foram fotografa- artefatos de pedra lascada já foram as 13 pontas de
das recentemente7. encontrados em diferentes pontos projétil citadas para
Sabemos ainda de gravuras ru- do Tapajós. Esses instrumentos não a Amazônia brasileira
por Klaus Hilbert no II
pestres na região: na ilha do Cal- são tão frequentes na Amazônia; Simpósio Internacional
deirão, no rio Teles Pires, aproxi- portanto, são fundamentais para o sobre o Povoamento
das Américas, oito são
madamente 30 blocos rochosos estudo dos processos mais antigos oriundas da bacia do rio
apresentam duas técnicas de con- de ocupação da região. Em frente à Tapajós (Hilbert, 2008).

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sede do município de Itaituba, uma Embora ainda não tenhamos da-
ponta de projétil de ágata foi loca- tações para essas ocupações no Ta-
lizada ainda no século XIX (Rodri- pajós, é razoável assumir que ocor-
gues, 1876). Outra ponta de projétil reram entre o final do Pleistoceno e
feita de quartzo hialino foi encon- o início do Holoceno, se tomarmos
trada próximo à cachoeira do Cha- a Gruta do Gavião, na Serra dos Ca-
corão (Simões, 1976), onde se prevê rajás, ou o Abrigo do Sol, na Serra
a construção da terceira barragem dos Parecis – ambos localizados na
no rio Tapajós, a hidrelétrica Cha- Amazônia meridional –, como bali-
corão. Na região de interflúvio e ca- zas. No Abrigo do Sol, as primeiras
beceira dos rios Curuá e Jamanxim, ocupações humanas foram datadas
sabemos de outras oito pontas de a partir de 14.700 ± 195AP (Miller,
projétil, uma das quais está sob a 1987: 61), enquanto as mais antigas
guarda do Museu Aracy-Paraguaçu, datações para a Gruta do Gavião re-
de Itaituba (Roosevelt et al., 2009; montam a 8.140AP ± 130AP (Silveira,
Honorato de Oliveira & Rocha, 1995). Há ainda a Caverna da Pedra
2013). Atividades garimpeiras arte- Pintada, em Monte Alegre, situada
sanais frequentemente resultam ao norte do rio Amazonas, cujas ocu-
em achados fortuitos. Uma ponta pações foram datadas entre cerca
de projétil de sílex, hoje abrigada de 11.200AP e 10.000AP (Roosevelt et
pelo Museu Paraense Emílio Goel- al., 1996, 380). Essas datas antigas ao
di, foi resgatada em um garimpo redor do rio Tapajós, aliadas a carac-
de cassiterita chamado Grota do terísticas tecnológicas dos artefatos
Caçaba, nas cabeceiras do igarapé líticos encontrados na região do
Tucano, afluente do igarapé Mu- alto Tapajós, reforçam que a região
tum, que adentra o rio Tapajós em possivelmente foi ocupada ainda no
sua margem direita (Simões, 1976). Pleistoceno tardio. Do sambaqui de
Mais recentemente, uma ponta de Taperinha, situado a leste de Santa-
lança lítica, de argilito silicificado, rém, no baixo Amazonas, provêm
foi encontrada pelo filho de Gei- os exemplares cerâmicos mais anti-
zy Ribeiro do Azevedo, enquanto gos conhecidos nas Américas, data-
brincava entre as pedras no porto dos em aproximadamente 8.000AP
da comunidade Pimental, também (Roosevelt et al., 1991).
ameaçada pela construção da bar-
ragem de São Luiz do Tapajós. No Indícios de intensificação
local ainda identificamos outros ar- Há cerca de 4.600AP, a umidade da
tefatos líticos (Rocha, 2012). região já era maior e a vegetação

398 Rocha e Honorato de Oliveira


muito mais parecida com o que en- de processos de ocupação intensi-
contramos na região nos dias atuais vos, denotando maior grau de se-
(Rossetti et al., 2004). A seguir, sele- dentarização, além de evidenciar
cionamos algumas das evidências substancial alteração humana do
arqueológicas registradas que deno- ambiente (e.g. Arroyo-Kalin, 2010;
tam processos de aumento popula- Petersen et al., 2001). As terras pre-
cional e domesticação do ambiente tas são um importante recurso
na região. Testemunhos desses pro- agrícola até hoje e constituem um
cessos podem incluir terras pretas legado deixado pelos povos amerín-
de índio, machados de pedra polida dios do passado (Idem). Há diversos
e vestígios cerâmicos. locais próximos a Itaituba que apre-
Sítios arqueológicos contendo sentam manchas de terra preta na
terras pretas de índio são conheci- margem ocidental do Tapajós, tanto
dos por toda a Amazônia (Neves et a jusante (e.g. Hartt, 1885: 14; Pero-
al., 2003); a bacia do Tapajós não é ta, 1979: 5; Simões, 1983), quanto a
exceção (e.g. Kern et al., 2003; Smith, montante, como no Parque Nacio-
Imagem 1. À esq., ponta
1879; Woods & McCann, 1999). Por nal (Parna) da Amazônia (Oliveira et de projétil acanalada
definição, áreas de terras pretas al., 2010) e nas localidades de Mon- de sílex encontrada
por garimpeiros e
constituem sítios arqueológicos. tanha e Mangabal – onde, dentre os
atualmente abrigada
Hoje em dia, há consenso geral 24 sítios arqueológicos registrados, pelo Museu Aracy
entre arqueólogos e pedólogos de os seis situados em áreas planas Paraguaçu, Itaituba.
Desenho de Vinícius
que terras pretas são decorrentes mais extensas e livres de inunda- Honorato de Oliveira.
À dir., ponta de lança
lítica (sua extremidade
proximal está
quebrada) encontrada
pelo filho de Geizy
Ribeiro Azevedo no
porto da comunidade
Pimental, na margem
direita do Tapajós,
próximo à cachoeira
de São Luiz do Tapajós.
A ponta foi doada
aos autores, que
a encaminharam
para o Laboratório
de Arqueologia Curt
Nimuendaju da
Universidade Federal do
Oeste do Pará (Ufopa).
Desenho de Claide de
Paula Moraes.

Floresta virgem? 399


9. Além do material ção apresentam terra preta (Rocha Teles Pires, quanto no Juruena (Par-
cerâmico e lítico, os
& Honorato de Oliveira, 2011). No di, 1995-1996; Perota, 1982; Stuchi,
autores encontraram
no local artefatos em lado oriental do rio, pouco pros- 2010).
madeira – propulsores, pectado, sabemos de outros sítios: Machados de pedra eram uti-
borduna, lança e uma
peça antropomorfa. o Pajaú, nas cercanias da comuni- lizados anteriormente à introdu-
dade Pimental (Rocha, 2012); o sí- ção de ferramentas de metal, para
10. Datadas a partir tio arqueológico de Sawre Muybu, limpar áreas que seriam utilizadas
de 3.800-3.600AP,
situado sob a aldeia munduruku para plantio ou no manejo de áreas
as cerâmicas de
Parauá podem estar homônima, próximo à foz do rio Ja- usadas para a horticultura. Ainda
correlacionadas com manxim; e o sítio Piririma (PA-IT-28) hoje, machados de pedra são encon-
o período de adoção
da agricultura na – que possui uma “mancha de ter- trados por toda a bacia do Tapajós.
Amazônia (Gomes, ra preta de vários hectares” (Lisboa Eles eram fabricados através de um
2008).
& Coirolo, 1995: 9)9 –, localizado a processo de polimento nos pedrais
11. Entretanto, boa dois quilômetros da confluência do localizados às margens do rio, como
parte desses vestígios igarapé do Rato com o rio Tapajós. é possível constatar nas proximida-
foi destruída, inclusive
pela abertura da pista Lembramos também dos diversos des do porto do Buburé (Oliveira et
de pouso do aeroporto sítios arqueológicos com terra preta al., 2010; Rodrigues, 1875).
local (Perota, 1979: 8).
na área de interflúvio (e.g. Gomes, Por fim, a prática de enterra-
2008; Martins, 2012; Stenborg et al., mento em urnas cerâmicas está
Imagem 2. Exemplo 2012)10. Outro local com terra preta associada a esse momento de in-
do motivo de losangos
encontrado na conhecido é a Missão São Francisco tensificação do uso do ambiente.
cerâmica do sítio Terra do Cururu (Hilbert, 1957). Subindo Tais enterramentos são comuns na
Preta do Mangabal,
com arte de Marcos
em direção aos formadores do Tapa- região, sendo encontrados em di-
Brito Castro. jós, o quadro se repete, tanto no rio versos pontos, por leigos e especia-
listas. Na própria cidade de Itaituba
– que, assim como Santarém, está
assentada sobre um sítio arqueoló-
gico –, na década de 1920, urnas fo-
ram encontradas em frente à então
intendência da cidade (Nimuenda-
jú, 2004)11. A jusante (Hartt, 1885) e a
montante (Hilbert, 1957; Martins et
al., 2010) de Itaituba, urnas já foram
identificadas e escavadas.
O que aconteceu com essas ocu-
pações ameríndias que antes popu-
lavam densamente a região?

400 Rocha e Honorato de Oliveira


A colonização portuguesa e seus trados por viajantes do século XIX, 12 A descoberta de
muiraquitãs em
impactos falantes de línguas Aruak, Karib,
Guarantã do Norte
Os primeiros europeus a passarem Tupi e Jê, apontam para uma situa- levou Méndes (2003)
pela boca do rio Tapajós, em 1542, ção de mosaico linguístico13. a sugerir que essas
redes de interação se
avistaram “a três léguas do rio pela Embora os Tapajó tenham resisti- estenderiam muito
terra adentro… grandes populações do ferrenhamente aos europeus em mais ao sul.

que branqueavam” (Carvajal [1546] seus primeiros encontros, o efeito


apud Porro, 2007: 92). A atual cidade da presença e colonização europeia 13. O predomínio de
falantes de línguas
de Santarém constituía um grande seria nefasto para os povos amerín-
Tupi-Guarani e da
centro ameríndio, conectado com dios da Amazônia. É estimado que língua Munduruku
áreas longínquas por redes de troca. cerca de 90% da população amerín- ao longo do Tapajós
parece ter ocorrido
A existência de tais rotas na região dia nas Américas tenha sido dizima- após a conquista,
é comprovada pela similaridade de da nos primeiros 150 anos após o nos séculos XVII-
XVIII. Similarmente,
certos padrões decorativos que po- contato (Denevan, 1992b: xxix). Essa
a chegada de grupos
dem ser observados nas cerâmicas mortandade, sem precedentes na Jê está associada às
encontradas em diversos pontos do história da humanidade, teria sido mudanças territoriais
ocasionadas direta
rio Tapajós (Gomes, 2008; Martins, primeiramente causada por doen- ou indiretamente
2012; Rocha, 2012; Stenborg et al., ças contagiosas (Crosby, 1976; Dene- pela chegada dos
portugueses, após o
2012) e na bacia dos rios Nhamundá- van, 1992a). Relatos missionários da
século XVII (Francisco
-Trombetas (Guapindaia, 2008; Hil- época mencionam repetidamente a Noelli, com. pess., 16 abr.
desolação causada pela varíola, gri- 2014).
bert, 1955; Hilbert & Hilbert, 1980),
nos permitindo inferir a existência pe, sarampo e tuberculose14. A fal- 14. Ver Betendorff
(1910 [1693-1699]).
de redes de interação entre os povos ta de imunidade aos contágios foi
Antigamente, os
que as produziram12. No rio Orino- agravada por uma série de fatores, portugueses referiam-
co, na atual Venezuela, cerâmicas como o desconhecimento de formas se às diferentes formas
de varíola como
dessa tradição, conhecida no Bra- de tratamento e a morte dos mem- “bexigas”, por causa
sil como Inciso-Ponteada (Meggers bros produtivos das sociedades, das pústulas que se
formavam na pele. Os
& Evans, 1961), foram associadas a levando-as à fome (Crosby, 1976). O
que sobreviviam às
falantes de línguas do tronco Karib alastramento de doenças sequer ne- formas mais brandas
(Cruxent & Rouse, 1958; Lathrap, cessitava de contato interpessoal, já ficavam com o “rosto
bexiguento”, por causa
1970; Zucchi, 1985). Porém acredita- que artefatos (como penas deixadas das cicatrizes; porém,
mos que, diferente do que aponta o em varas seladas com cera de abe- frequentemente, a
doença era letal.
mapa elaborado por Eriksen (2011: lha em locais pré-combinados, por
72), no século XVI havia grande di- exemplo) poderiam facilmente hos-
versidade linguística e cultural ao pedar agentes transmissores, como
longo da bacia do rio Tapajós. Os piolhos, bactérias ou vírus, como o
distintos grupos ameríndios encon- ocorrido com os Gorotire Kayapó da

Floresta virgem? 401


parecido nas décadas seguintes. No
século XVII, Santarém se tornou o
centro das operações jesuíticas na
Amazônia. Outras missões seriam
estabelecidas no baixo rio Tapajós e
na região entre os rios Madeira e Ta-
pajós (Leite, 1943). Os descimentos
efetuados pelos missionários leva-
ram a novos processos de desterrito-
rialização, selando o esvaziamento
demográfico e o enfraquecimento
político das sociedades ameríndias
que viviam na região. Esse processo
é indicado pela rápida mudança de
etnônimos registrados por clérigos
da época (Menéndez, 1981/1982; Ro-
bazzini, 2013).

Fontes históricas
Devido ao embargo à navegação do
rio Tapajós pela Coroa portuguesa
até meados do século XVIII – sendo
que, pelo Tratado de Tordesilhas,
boa parte do curso do rio ainda per-
Imagens 3 e 4. Amazônia no período pós-conquista tencia à Espanha –, possuímos pou-
Aquarelas do pintor
francês Hércules
(Posey, 1987). As enfermidades fo- cos registros escritos para a região15
Florence retratando ram facilmente propagadas através anteriores ao Tratado de Madri, assi-
índios Munduruku
das antigas rotas comerciais ame- nado em 1750, que deslocou as fron-
em 1828. Fonte: Centro
Cultural Banco do Brasil ríndias (Myers, 1988). teiras luso-castelhanas para o oeste.
(2010). Situados próximo à margem di- Isso resultou em um desconheci-
reita do rio Amazonas, entre os rios mento quase total acerca dos povos
15. Uma das exceções Tapajós e Madeira, os Tupinambá – ameríndios que até então viviam
notáveis é a “Relação”
que até então se encontravam em na região. Com a instalação do Di-
de Jacinto de Carvalho,
de 1719 (apud Porro, pleno processo de expansão – dei- retório Pombalino, as fontes escri-
2012). xaram de ser referidos como etnia tas passaram a ser produzidas pri-
já em 1690 (Menéndez, 1981/1982). meiramente por administradores
Os Tapajó encontrariam destino ou militares (Porro, 2006); mesmo

402 Rocha e Honorato de Oliveira


religiosos encontravam-se subor-
dinados à administração colonial.
Naquela época, inicia-se um tráfego
pelo rio – ainda que intermitente –
de membros da sociedade colonial,
cujos interesses centravam-se na
busca pelo ouro e na abertura de
uma rota comercial entre Belém e
Cuiabá (Menéndez, 1981/1982).
Em 1768, José Monteiro de Noro-
nha (2006 [1768]), o vigário-geral da
província do Rio Negro, registrou
que no trecho encachoeirado do
Tapajós

as suas terras ainda são povoadas de


muitas nações de índios infiéis, das
quais as mais conhecidas são: Tapa-
kurá, Cararí, Maué, Jacaretapiya, Sa-
pupé, Hiauahim, Urupá, Suarirana,
Piriquita, Uarapiranga.

Noronha ainda fez menção aos


“Maturucu”, nas cercanias do rio
Maués (Ibid.: 40) – Horton (1948: 272)
interpreta esta como a primeira so de conquista e colonização –, que
menção escrita aos Munduruku. se aprofundavam com a pressão
Com a abertura dos portos, de- exercida por frentes de expansão
cretada por dom João VI, em 1808, que se aproximavam com a inau-
os relatos tornam-se mais numero- guração de minas de ouro em Mato
sos, em razão do advento de expe- Grosso na década de 1740 (Menén-
dições naturalistas. Contudo, esses dez, 1981/1982) e pelas “missões de
cientistas não se deram conta de resgate”, eufemismo para descrever
que as sociedades ameríndias com expedições bandeirantes em busca
as quais entravam em contato ha- de indígenas para serem escraviza-
viam sobrevivido a profundas trans- dos. Influenciados por ideias evolu-
formações – decorrentes do proces- cionistas (Noelli & Ferreira, 2007), os

Floresta virgem? 403


observadores novecentistas recém- Mauhés ahi, porque, perseguidos
-chegados frequentemente retrata- outr’ora pelos Mundurucus, refugia-
riam as sociedades ameríndias com ram-se para o interior, entretanto
as quais entravam em contato de além de algumas familias dispersas,
forma pejorativa, como se fossem encontram-se as malocas: Boia-açú,
engessadas no tempo, gerando es- Urubutu, e Acará. Póde-se calcular
16. Ver, por exemplo, tereótipos que persistem até hoje16. a população ahi dos primeiros em
Agassiz & Agassiz Paralelamente, sentenciavam o ine- 1.200 almas e a dos segundos em 500
(1869); Bates (2005
[1864]); Martius (1907 vitável desaparecimento dessas so- [sic]”17 (1875: 124, grifo nosso).
[1832]); Spix & Martius ciedades (e.g. Coudreau, 1977 [1897]),
(1981 [1831]).
fornecendo assim uma justificativa Escavações arqueológicas em
acadêmica para o seu extermínio Mangabal encontraram cerâmicas
(Cunha, 2006 [1992]: 134). que associamos aos Munduruku
17. Há relatos de Maués A despeito dessa ressalva, essas (Rocha, 2012: 49-50), devido ao seu
não contatados nas padrão decorativo em losangos, que
fontes nos fornecem diversas indi-
cercanias de Mangabal
em tempos atuais. cações sobre aldeias indígenas do muito se assemelha às pinturas cor-
período pós-conquista que ainda porais por eles praticadas. Esta in-
precisam ser investigadas para es- terpretação é fortalecida pela obser-
tudarmos a história indígena da vação feita por Hércules Florence,
região, diretamente vinculada aos aquarelista da expedição Langsdorff,
seus atuais ocupantes. Barbosa Ro- ao passar pelo Tapajós, em 1828:
drigues, por exemplo, observou
que: Nessa viagem pode o homem curio-
so ou de ciência observar mudanças
Contam-se entre os [Munduruku]… notáveis nos ornamentos cerâmicos
as seguintes malocas, por ordem de que usam os indígenas. Os dos
geographica: Cury, Santa Cruz, Uxi- apiacás são constantemente feitos
tuba (nestas os indios estão semi-ci- em ângulo reto; em losangos os dos
vilizados), Boburé, duas na cachoeira mundurucus, ao passo que em ou-
da Montanha, Igapó, na cabeceira da tros lugares são irregulares no de-
Mangabal, Bacabal, Boa-Vista (abai- senho, embora sempre de mais ou
xo do Pacú), Chacorão, Capoeiras menos gosto. Aparecem nos potes,
e as do Iri. A mais populosa destas vasilhas e tubos de cachimbo (Flo-
é a do Baccabal, havendo algumas rence, 2007 [1876]: 272).
extinctas, como a da embocadura do
Juanxim, e a do meio da cachoeira Man- Em relação ao rio Jamanxim,
gabal. Poucas malocas contam os mencionado por Barbosa Rodrigues

404 Rocha e Honorato de Oliveira


acima como “Juanxim”, o Padre rio Jamanxim, onde se planeja cons-
João Daniel (2004 [1722-1766]: 364) truir outra barragem]. Ali, foram
fez referência a um ataque dos in- eles atacados há uns três ou quatro
dígenas Jaguaim contra os Gurupá, anos; os civilizados fizeram um ver-
após os últimos terem abandonado dadeiro massacre, mas os índios se
a missão São José dos Maitapus. Se- bateram com muita bravura.
gundo Porro (2007: 54), os Jaguaim Antigamente, eles desciam mais
também foram referidos como Ia- abaixo, mesmo até à foz.
guain e Yauain. O Bispo João de São […]
José mencionara o “Rio dos Javains” Os mundurucus do Crepori excur-
(1847 [1763]: 97). Acreditamos que sionam frequentemente, através dos
o nome “Jamanxim” pode ser uma campos, até o Tocantins [afluente do
corruptela derivada desse etnôni- Jamanxim] bem perto do qual estão
mo. Portanto, embora não encontre- hoje suas malocas. Vão lá para caçar,
mos sítios arqueológicos registrados e talvez já se tenham aí instalado de
no Instituto de Patrimônio Histórico maneira permanente.
e Artístico Nacional (Iphan) para a Ao que parece, é nas cabeceiras do
região do rio Jamanxim, quaisquer Jamanxim, do Crepori, do Rio das
alegações de que a área não possui Tropas e do Cadariri que vivem os
caráter arqueológico são questio- índios. Durante o verão, viajam em
náveis a partir das menções acima busca de caça e aventuras; chegando
indicadas e do próprio nome do rio. o inverno, retornam às suas flores-
Outras referências acerca das tas, entre o Tapajós e o Xingu – acre-
ocupações ameríndias pretéritas dita-se, todavia, que pertençam an-
no rio Jamanxim podem ser encon- tes à bacia do primeiro (Ibid.: 30-31).
tradas em Coudreau (1977 [1897]).
O viajante constatou o processo de Palimpsestos
expropriação territorial desenca- Embora esses constituam apenas
deado pela economia da borracha, alguns poucos exemplos dentre
resultando em novos deslocamen- muitos outros disponíveis, fica de-
tos de grupos ameríndios, que se- monstrado como estamos lidando
riam obrigados a se refugiar cada com palimpsestos em termos de
vez mais em direção às cabeceiras ocupação do espaço – algo já cons-
dos rios: tatado por Stuchi (2010) em sua pes-
quisa colaborativa entre os Kayabi
Os parintintins, atualmente, não no baixo Teles Pires, onde outros
descem além de Caí [cachoeira no 34 sítios arqueológicos foram re-

Floresta virgem? 405


gistrados pelo autor. As paisagens foram expropriados com o avanço
humanizadas da bacia do Tapajós da economia da borracha na região.
representam camadas de ocupação Parece-nos provável que a menção
e memória. supracitada de Barbosa Rodrigues a
Constatamos isso recentemente, uma aldeia munduruku abandona-
quando visitamos os Munduruku de da nas cercanias do rio Jamanxim
Sawre Muybu, que vivem sobre um pode dizer respeito a esse exato lo-
sítio arqueológico com terra preta cal – que ainda não foi oficialmente
de índio. Essa estratégia segue um reconhecido pelo Estado. Os Mun-
padrão histórico de ocupação do duruku de Sawre Muybu aguardam
espaço, referido já no século XIX a demarcação dessa área há anos,
(Hartt, 1885). Há diversas menções espera que acarreta diversos obstá-
diretas e indiretas à preferência dos culos a seu exercício da cidadania.
Munduruku por áreas de terra pre-
ta (Frikel, 1959; Hilbert, 1957 e Melo Considerações finais
& Villanueva, 2008). De fato, os Nesta breve síntese, esperamos ter
Munduruku possuem uma palavra demonstrado que o baixo número
18. Juarez Saw
para terra preta: katomb. Em Sawre de sítios arqueológicos registrados
Munduruku, com. pess., Muybu, o cacique Juarez Saw Mun- na bacia do Tapajós não pode ser
12 mar. 2014.
duruku explicou-nos que a escolha interpretado como baixa relevância
daquele local foi motivada pela pre- patrimonial, e sim como um vazio
19. Ainda são poucos sença de katomb, pois lugares com de informações19. É importante res-
os sítios arqueológicos
katomb são fartos – trata-se de um saltar que levaremos muitos anos
que constam no
Cadastro Nacional de critério que leva em conta o bem- para ter um conhecimento aprofun-
Sítios Arqueológicos -estar das próximas gerações que dado do patrimônio arqueológico
do Iphan para a região
ameaçada pelo CHT
viverão ali18. A escolha do local, as- dessa vasta região. Nesse sentido,
e pelas barragens sim, não foi aleatória: baseou-se no propostas que resultariam na flexi-
em seus formadores,
conhecimento acerca do ambiente bilização da proteção ao patrimô-
os rios Teles Pires e
Juruena (fazer busca na herdado das gerações anteriores. nio arqueológico nos processos de
página <http://portal. Outrossim, em Sawre Muybu, frag- licenciamento ambiental são preo-
iphan.gov.br/portal/
montaPaginaSGPA.do>). mentos cerâmicos arqueológicos cupantes, já que áreas de grande
contendo o padrão em losangos, es- valor histórico – que não foram pre-
palhados pela superfície da aldeia, viamente registradas – ficarão ain-
foram-nos apresentados, sugerindo da mais expostas à degradação pelo
que os Munduruku já haviam esco- desamparo do poder público.
lhido esse mesmo território para As comunidades tradicionais
viver no passado; possivelmente, e povos indígenas – dentre eles,

406 Rocha e Honorato de Oliveira


Munduruku, ribeirinhos, beiradei- são historicamente desrespeitados
ros – que hoje vivem sobre os sítios pelo Estado.
arqueológicos da bacia do Tapajós,
ou próximos a eles, compõem o [artigo concluído em julho de 2014]
vasto palimpsesto de ocupações
humanas na bacia. Uma reflexão Referências bibliográficas
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região. Não fossem eles, o valor do noticia/2012-05-08/hidreletricas-
conhecimento produzido acerca -plataforma-da-amazonia-devem-
dos registros arqueológicos men- -ser-licitadas-ate-2014> (acesso: 7
cionados acima seria muito redu- abr. 2014).
zido, e a possibilidade de que se Agassiz, Louis; Agassiz, Elizabeth
conheça melhor a arqueologia da C.C. 1869. A journey in Brazil. Bos-
região seria perdida. ton, Ticknor and Fields.
A retirada do material arqueoló- Almeida, Fernando O. 2013. A tradi-
gico em operações de “resgate” ou ção polícroma no Alto Rio Madeira.
“salvamento” arqueológico, asso- Tese de doutorado (Arqueologia).
ciadas ao processo de licenciamen- São Paulo, Universidade de São
to ambiental, não solucionará o Paulo.
problema da preservação dos sítios. Arroyo-Kalin, Manuel. 2010. “The
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