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APENSADOS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

AUTOR: N° DE ORIGEM:

~________~(~D~O~P~O~D=E=R-=EX==E=CU==T=IV~O~)____~ II L ____ ~M~S~C~4~8~6+/~9~9----------------~

EMENTA:
Altera a acresce dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº 1.079, de 10
de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de
1967, e dá outras providências.

......_. DESPACHO:
13/04/99 - (A COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA E DE
....
' REDAÇAO)

ENCAMINHAMENTO INICIAL:

A COM. DE CONSTo E JUST. E DE REDAÇAO, EM ~f / t7~/ q9

REGIME DE TRAMITAÇÃO PRAZO DE EMENDAS


PRIORIDADE COMISSÃO INfclO TÉRMINO
COMISSAO DATAlENTRADA I I I I
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A(o) Sr(a). Deputado(a): Presidente:
Comissão de: Em: I I
A(o) Sr(a) . Deputado(a): Presidente:
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A(o) Sr(a). Deputado(a): Presidente :

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DCM 3.17.07.003-7 (NOV/97)
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CÂMARA DOS DEPUTADOS 4t
PROJETO DE LEI Nº 621, DE 1999 ''" o ."
(DO PODER EXECUTIVO)
MENSAGEM Nº 486/99

Altera a acresce dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de


dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº 1.079, de 10 de abril
de 1950, e ao Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, e
dá outras providências.

(À COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA E DE REDAÇAO)


PROJETO DE LEI

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848,


de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº
l.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nº 201 ,
de 27 de fevereiro de 1967, e dá mitras providências.

.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º O Capítulo II, do Título XI do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940,


passa a vigorar acrescido do seguinte dispositivo:

INVESTIGAÇÃO SEM CAUSA.


"Art. 337-A. Dar causa à instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou
ação penal pela prática de crime de responsabilidade, de que o requerente ou denunciante sabe ser o
acusado inocente.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos." (NR)

Art. 2º O Título XI do Decreto-Lei nº 2.848, de 1940, passa a vIgorar acrescido do


seguinte capítulo e artigos:

"CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PUBLICAS"

" CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO .

\
• Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou promover a realização de operação de crédito, interno
ou externo:
I - sem prévia autorização legislativa;

11 - com inobservància de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em


resolução do Senado Federal;

III - quando o montante da dívida consolidada ou da despesa relativa a pessoal ultrapassar


os respectivos limites máximos na forma da lei;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos .

Parágrafo único . Na mesma pena Incorre quem receber transferência voluntária na


hipóteses previstas no inciso m." (NR)

"INSCRIçÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A PAGAR.


Art. 359 - B. Promover, ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa
que não tenha sido previamente empenhada ou liquidada ou que exceda limite estabelecido em lei .
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos ."(NR)

. •,
,
"ASSUNÇÃO DE OBRlGAÇÃO NO ULTIMO ANO DO MANDATO OU
LEGISLATURA.
Art. 359-C. Promover, ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, no último ano do
mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso
reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"NÃO DIVULGAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE GESTÃO FISCAL RESPONSÁVEL.


Art. 359-D. Deixar de divulgar ou de enviar ao tribunal ou conselho de contas, no prazo de
até trinta dias, a contar do final do trimestre e do ano civis, a declaração de gestão fiscal
responsável, com as informações exigidas em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)

"ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA.


Art. 359-E. Ordenar despesa não autorizada por lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"PREST AÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA


Art. 359-F. Prestar garantias em operações de crédito sem que tenham sido constituídas,
na forma da lei, contragarantias em valor igualou superior ao valor da garantia prestada.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano."(NR)

"NÃO REDUÇÃO DE DESPESA RELA TIV A A PESSOAL.


Art. 359-G. Deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução
de medida para a redução do montante da despesa relativa a pessoal que houver excedido o limite
maXlmo.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR.


Art. 359 - H. Deixar de ordenar, autorizar ou de promover o cancelamento do montante de
restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)
,
"AUMENTO DE DESPESA RELATIVA A PESSOAL NO ULTIMO ANO DO
MANDATO OU LEGISLATURA.
Art. 359-1. Expedir ato que acarrete aumento de despesa relativa a pessoal, nos cento e
oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO.


Art. 359-1. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

Art.3º A Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as seguintes alterações :

., Art. lO-A. São, também, crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:


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-
I - deixar de ordenar a redução do . montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;

11 - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos


pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;

111 - deixar de promover ou de ordenar a anulação dos efeitos de operação de crédito


realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei;

IV - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei;

v - deixar de expedir ato determinando o corte automático de despesa, nos casos e


condições estabelecidas em lei;

VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por


antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
décimo quinto dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro ;

VII - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais
entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;

VIII - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para


finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou." (NR)

" Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do Supremo


Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as condutas previstas no
art. 1O-A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único . O disposto neste artigo aplica-se:

I - aos Presidentes e respectivos substitutos quando no exercI CIO da Presidência, dos


Tribunais Superiores, dos Tribunais e Conselhos de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do
Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do Distrito Federal, e aos
Juízes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de jurisdição.

II - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões


administrativas nos Tribunais, cujos votos tenham sido favoráveis à decisão que constitui o crime
de responsabilidade." (NR)

" Art . 40-A. Constituem. também, crimes de responsabilidade do Procurador-Geral da


República ou de seu substituto quando no exercício da chefia do Ministério Público da União, as
condutas previstas no art. I O-A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único . O disposto neste artigo aplica-se:

I - ao Advogado-Geral da União;
H - aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito
Federal, e aos membros dos Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da
União, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de
chefia das unidades regionais ou locais das respectivas instituições.

IH - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões nas
instituições a que se refere este artigo, cujos votos tenham sido favoráveis à decisão que constitui
o crime de responsabilidade." (NR)

"Art. 41- A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às autoridades a que se referem o
parágrafo único do art. 39-A e o inciso H do parágrafo único do art. 40-A, as ações penais contra
elas ajuizadas pela prática dos crimes de responsabilidades previstos no art. 10-A desta Lei serão
processadas e julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei nQ 8.038, de 28 de maio de 1990,
permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia." (NR)

Art . 4 Q O Decreto-Lei nQ 201 , de 27 de fevereiro de 1967 passa a vigorar acrescido do


seguinte dispositivo :

" Art. 4 Q-A. Constituem crimes de responsabilidade dos Prereitos Municipais as condutas a
seguir definidas, que atentam contra as leis de finanças públicas :

I - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos


estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;

H - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos


pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;

IH - deixar de promover ou de ordenar a anulação dos efeitos de operação de crédito


realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei;

IV - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei ;

V - deixar de expedir ato determinando o corte automático de despesa, nos casos e


condições estabelecidas em lei:

VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por


antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
décimo quinto dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro ;

VII - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais
entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta. ainda que na forma de
novação. refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;

VIII - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para


finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou .
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Parágrafo único . Os crimes previsto~ neste artigo são julgados pela Câmara dos
Vereadores, e punidos com a pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o
exercício de qualquer função pública. "

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação .

Brasília,

I'I.-CRI\IES FISCAJS(J)

,

E.M. nº 110 /99

Em 13 de abril de 1999.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Temos a honra de submeter à elevada consideração de Vossa Excelência o


incluso Projeto de Lei que altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, que define os crimes
de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento, e ao Decreto-Lei nº 201 , de 27
de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores.

Inspirado nas normas que constam do Projeto de Lei Complementar que regula
os arts. 163, incisos I, TI, ITI e IV, e o art. 169 da Constituição, o Prvjeto de Lei ora submetido à
consideração de Vossa Excelência objetiva dotar o ordenamento de preceitos necessários à
efetiva e permanente observância dos princípios fundamentais que norteiam o regime de gestão
fiscal responsável prestes a ser instituído, mediante a previsão de condutas que tipificam novos
crimes comuns e de responsabilidade contra as finanças públicas e a lei orçamentária .. •

Como justificativa da instituição desses novos tipos penais, basta assinalar que a
gestão fiscal responsável, caracterizada pelo austero controle e ampla transparência na utilização
dos recursos públicos, constitui instrumento indispensável para a manutenção da estabilidade da
moeda e para o desenvolvimento nacional, merecendo, portanto, em virtude de sua magnitude e
relevância, tutela e salvaguarda por meio de modernas normas de natureza penal, voltadas para a
repressão de condutas que atentam contra as finanças públicas e a lei orçamentária.

Assim, legitimado pelos fins a que se destina, pode-se afirmar ainda, em prol da
aprovação do presente Projeto de Lei, que, além de aprimorar o ordenamento em vigor, suas
normas ditam preceitos de relevante interesse público, na medida em que contribuem para o
atendimento de um dos mais legítimos anseios da sociedade, consistente na manutenção da
estabilidade da moeda.

São estas, Senhor Presidente, as razões que recomendam a aprovação deste


Projeto de Lei.

Respeitosamente,
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J
-

PEDRO SAMP AlO MALAN PEDRO PUL NTE


Ministro de Estado da Fazenda Ministro de Estado do Orçamento
V {.L': ~~GestãO
RENfN CALHEIRO
Ministro '-de Estado da Justiça
WALDEC~ A
Ministro de Estado da Previdência
e Assistência Social

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Aviso nº 485 - C. Civil.

Em 13 de abril de 1999.

Senhor Primeiro Secretário,

Encaminho a essa Secretaria Mensagem do Excelentíssimo Senhor Presidente da


República relativa a projeto de lei que "Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nº
201 , de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providências".

Atenciosamente,

c__~_c ~1 U ..L-,
CLOVIS DE BARROS CARVALHO
Chefe da Casa Civil
da Presidência da República

,(PRIMEiRA SEÇRET ARIA


\ O S h
I ! Emj3..... /.'OY..I
·19,T...... . Ao en ar
i Secretário-Geral da jj[.l~.r.-

. Depu;odo UMTAN R
Primeiro Secretario

A Sua Excelência o Senhor


Deputado UBIRATAN AGUIAR
Primeit;o Secretário da Câmara dos Deputados
BRASILIA-DF.
, ., . ,
'

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.

J
Ú
e- /.

;)

Mensagem nO 486

Senhores Membros do Congresso Nacional,

Nos termos do artigo 61 da Constituição Federal. submeto à elevada deliberação de


Vossas Excelências o texto do projeto de lei que "Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nQ
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao
Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providências".

Brasília, 13 de abril de 1999.


"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

CONSTITUIÇAO -
DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
1988
......•...........•....•..•••..•.•.................... ....... ......................... ••.....•........••..• ............. .
~

TÍTULO IV
Da Organização dos Poderes

CAPÍTULO I
Do Poder Legislativo
..........................................................................................................................
SEÇÃO VIII
Do Processo Legislativo
..........................................................................................................................
SUBSEÇÃO IH
Das Leis

Art. 61 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição.
§ 10 São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fIxem ou modifIquem os efetivos das Forças Armadas;
H - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento
de cargos, estabilidade e aposentadoria;
* Alínea "c " com redação dada pela Emenda Constitucional nO18, de 05/02/ 1998.
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios ;
"
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA ~ ~ .~ )
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI" °0 Co ·-ç?..,~"'~1

e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administI' ~


pública;
f) militares das F orças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
promoções, estabilidade, remuneração, refonna e transferência para a reserva.
* Alínea ''f' acrescida p ela Emenda Constitucional nO18, de 05/02/ 1998.
§ 2° A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles .
..........................................................................................................................
TÍTULO VI
Da Tributação e do Orçamento
..........................................................................................................................

CAPÍTULO II
Das Finanças Públicas
..........................................................................................................................

SEÇÃO I
Nonnas Gerais

Art. 163 - Lei complementar disporá sobre:


I - fmanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e
demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
..........................................................................................................................
SEÇÃO II
Dos Orçamentos
.......................................... ..................................•. •... •............. ..........................

Art. 169 - A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
comp lementar.
* Artigo, "caput" com redação dada p ela Emenda Constitucional n° 19, de 0-1/06/ 1998.
§ 1° A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação
de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a
admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
I. , - 4{
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA ~ .j
- COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI" " "- f/'
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo podsr-;~
público, só poderão ser feitas :
* § l ° com redação dada p ela Emenda Constitucional n 019, de 04/06/ 1998.
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções
de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes ~
* Inciso 1 com redação dada p ela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
* Inciso 11 com redação dada pela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
§ 2° Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo
para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os
repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios que não observarem os referidos limites.
* § ]O acrescido p ela Emenda Constitucional n 019, de 04/06/ 1998.
§ 3° Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar referida no "caput", a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
* § 3° acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança ~
* Inciso 1 acrescido pela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
II - exoneração dos servidores não estáveis.
* Inciso 11 acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 0-1/06/ 1998.
§ 4° Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou
unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
* § 4° acrescido p ela Emenda Constitucional n° 19, de 04/06/ 1998.
§ 5° O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
* § SO acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
§ 6° O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições
iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
* § 6° acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
. § 7° Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na
efetivação do disposto no § 4°.
* § 7° acrescido p ela Emenda Constitucional n°19, de 04/06/ 1998.
........................... ................................................................................................
.... ...... ..................... .... .... .... ..... .. .... ... ........ .... ........ ....... ..... ...... ..... ...... ....... ........ .
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE E-STUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

DECRETO-LEI N° 2.848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940

CÓDIGO PENAL

•.........................................................................................................................

PARTE ESPECIAL
..........................................................................................................................
TÍTULO XI
Dos Crimes Contra a Administração Pública
..........................................................................................................................

CAPÍTULO II
Dos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral
..........................................................................................................................
- Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo
ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de oficio, ou de particular
em serviço público:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
.
maIS grave.

CAPÍTULO In
Dos Crimes Contra a Administração da Justiça

- Reingresso de estrangeiro expulso


Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuízo de nova expulsão
após o cumprimento da pena.
..........................................................................................................................

- Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito


Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI" ~

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a existência,


a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego da economia
popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de responsabilidade do Presidente
da República e dos Governadores ou Interventores, e os crimes militares, revogam-se
as disposições em contrário .
... ..... .... ..... ...... ..... ...... ... ... ... ... ....... ... .. .... ... .. .. ... .... ... ... .. .. ...... ... ...... ... ... .... ........ ...
... .... ... ... .... .. ...... ....... ... .... .. ...... ... ... ....... .. ... ... .. ... ... .. ..... .... ..... ... ... ............. ... .. .. ....
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"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI" \
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LEI N° 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950

DEFINE OS CRIMES DE RESPONSABILIDADE E


REGULA O RESPECTIVO PROCESSO DE
JULGAMENTO.

PARTE PRIMEIRA

TÍTULO I
..........................................................................................................................
,
CAPITULO VI
Dos Crimes contra a Lei Orçamentária

Art. 10 - São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:


1 - não apresentar ao Congresso Nacional a proposta do orçamento da
República dentro dos primeiros dois m~ses de cada sessão legislativa;
2 - exceder ou transportar, sem autorização legal, as verbas do orçamento;
3 - realizar o estorno de verbas;
4 - infringir, patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei
orçamentária.

CAPÍTULO VII
Dos Crimes contra a Guarda e Legal Emprego dos Dinheiros Públicos

Art. 11 - São crimes de responsabilidade contra a guarda e o legal emprego dos


dinheiros públicos:
1 - ordenar despesas não autorizadas por lei ou sem observância das
prescrições legais relativas às mesmas;
2 - abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais;
3 - contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar
operação de crédito sem autorização legal;
4 - alienar imóveis nacionais ou empenhar rendas públicas sem autorização em
lei',
5- negligenciar a arrecadação das rendas, impostos e taxas, bem como a
conservação do patrimônio nacional.
..........................................................................................................................

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PARTE TERCEIRA

TÍTULO I

CAPÍTULO I
Dos Ministros do Supremo Tribunal Federal

Art. 39 - São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal


Federal:
1 - alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já
proferido em sessão do tribunal ;
2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
3 - exercer atividade político-partidária;
4 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;
5 - proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas
funções.

CAPÍTULO II
Do Procurador-Geral da República

Art. 40 - São crimes de responsabilidade do procurador-geral da República:


1 - emitir parecer, quando, por lei, seja suspeito na causa;
2 - recusar-se à prática de ato que lhe incumba;
3 - ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições;
4 - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.

CAPÍTULO I
Da Denúncia

Art. 41 - É permitido a todo cidadão denunciar, perante o Senado Federal, os


ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República, pelos
crimes de responsabilidade que cometerem (art.39 e 40).

Art. 42 - A denúncia só poderá ser recebida se o denunciado não tiver, por


qualquer motivo deixado definitivamente o cargo .
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LEI N° 8.038, DE 28 DE MAIO DE 1990 I
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INSTITUI NORMAS PROCEDIMENTAIS


P ARA OS PROCESSOS QUE ESPECIFICA,
PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE
mSTIçA E O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL,

TÍTULO I
Processos de Competência Originária

CAPÍTULO I
Ação Penal Originária

Art, 10 - Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o prazo de
15 (quinze) dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou das
peças informativas.
§ 10 Diligências complementáres poderão ser deferidas pelo relator, com
interrupção do prazo deste artigo.
§ 2° Se o indiciado estiver preso:
a) o prazo para oferecimento da denúncia será de 5 (cinco) dias ;
b) as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o relator,
ao deferi-las, determinar o relaxamento da prisão .
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"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"
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DECRETO-LEI N° 201, DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967

DISPÕE SOBRE A RESPONSABILIDADE


DOS PREFEITOS E VEREADORES, E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS .

..........................................................................................................................

Art. 4° - São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais


sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do
mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da Câmara.
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que
devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços
municipais, por comissão de investigação da Câmara ou auditoria, regularmente
instituída.
liI - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de
informações da Câmara, quando efeitos a tempo e em forma regular.
IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa
formalidade.
V - Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a
proposta orçamentária.
VI - Descumprir o orçamento aprovado para o exercício fmanceiro.
VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou
omitir-se na sua prática.
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Município, sujeitos à administração da Prefeitura.
IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou
afastar-se da Prefeitura, sem autorização da Câmara dos Vereadores.
X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
Art. 5° - O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por
infrações defmidas no artigo anterior, obedecerá ao seguinte rito, se outro não for
estabelecido pela legislação do Estado respectivo:
I - A denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor, com a
exposição dos fatos e a indicação das provas. Se o denunciante for Vereador, ficará
impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a Comissão processante, podendo,
todavia, praticar todos os atos de acusação. Se o denunciante for o Presidente da
Câmara, passará a Presidência ao substituto legal, para os atos do processo, e só votará
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se necessano para completar o quorum de Julgamento. Sera convocado o suplen 0~/
Vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a Comissão processante.
II - De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão,
determinará sua leitura e consultará a Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o
recebimento, pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão será constituída a
Comissão processante, com três Vereadores sorteados entre os .desimpedidos, os quais
elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.
III - Recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará os trabalhos,
dentro em cinco dias, notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e
documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez dias, apresente defesa prévia,
por escrito, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até o
máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a notificação far-se-á por edital,
publicado duas vezes, no órgão oficial, com intervalo de três dias, pelo menos, contado
o prazo da primeira publicação. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante
emitirá parecer dentro em cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento
da denúncia, o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo
prosseguimento, o Presidente designará, desde logo, o início da instrução, e
determinará os atos, diligências e audiências que se fizerem necessários, para o
depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.
IV - O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo,
pessoalmente, ou na pessoa de seu procurador, com a antecedência, pelo menos, de
vinte e quatro horas, sendo-lhe permitido assistir às diligências e audiências, bem
como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de
interesse da defesa.
V - Concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para
razões escritas, no prazo de cinco dias, e, após, a Comissão processante emitirá parecer
fmal, pela procedência ou improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da
Câmara a convocação de sessão para julgamento. Na sessão de julgamento, o processo
será lido, integralmente, e, a seguir, os Vereadores que o desejarem poderão
manifestar -se verbalmente, pelo tempo máximo de quinze minutos cada um, e, ao
fmal, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de duas horas, para
produzir sua defesa oral.
VI - Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais quantas
forem as infrações articuladas na denúncia. Considerar-se-á afastado, defmitivamente,
do cargo, o denunciado que for declarado, pelo voto de dois terços pelo menos, dos
membros da Câmara, incurso em qualquer das infrações especificadas na denúncia .
. Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara proclamará imediatamente o
resultado e fará lavrar ata que consigne a votação nominal sobre cada infração, e, se
houver condenação, expedirá o competente decreto legislativo de cassação do mandato
de Prefeito. Se o resultado da votação for absolutório, o presidente determinará o
arquivamento do processo. Em qualquer dos casos, o Presidente da Câmara
comunicará à Justiça Eleitoral o resultado.

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COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI" ~00 "'''~/ I
VII - O processo, a que se refere este artigo, deverá estar concluído dentro . s, I
noventa dias, contados da data em que se efetivar a notificação do acusado. I
Transcorrido o prazo sem o julgamento, o processo será arquivado, sem prejuízo de
nova denúncia ainda que sobre os mesmos fatos .
..........................................................................................................................
..........................................................................................................................
CÂM ARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Suprima-se o § 1°, do artigo 339, do art. IOdo Substitutivo ao Proje


621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

A supressão se faz necessária para extirpar do estatuto Penal medida que com ele
não se compatibiliza, ao tempo em que também visa garantir a independente e plena
atuação do Ministério Público e dos cidadãos no controle da legalidade e moralidade na
Administração Pública.
Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos
atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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CÂMA R A D OS DEPUTADO S

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 2(dois ) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-A, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3 .1723.004-2 (MAI /98)


CÂMAR A D O S DEPUTADO S

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 6(seis) a 2(dois ) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-B, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3 .17 .23004-2 (MAI /98)


CÂMA RA D OS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-C, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIV A

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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CÂM ARA D O S DEPUTADO S

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

• Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-D, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98)


CÂMA RA D OS DEPUTADO S

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

• Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 3(três) meses a l(um) ano."


para "Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-E, do
art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão etemos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas altemativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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CÂ M A R A DO S DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Suprima-se o artigo 359-F, do art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de


1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3.1 7. 23 .004-2 (MA I/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

• Suprima-se o artigo 359-G, do art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621 ,


de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3.17.23 004-2 (MA/ 198)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 6(seis) meses a 2(dois ) anos ."


para "Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-G, do
art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 317 .23 .004-2 (MA I/98)


CÂMA RA DOS DEPU T A DOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

• Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de 1(um) a 4( quatro) anos." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-H, do art. 20
do Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3.1723.004-2 (MA I/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-1, do art. 2° do
Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - s~m
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3 .17.23.004-2 (MAI /98)


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LIDERANÇA DO PARTIDO POPULAR SOCIALISTA - PPS

EMENDA ADITIVA

PROJETO DE LEI N° 621/99


(do Poder Executivo)

Acrescente-se , onde couber, o seguinte artigo no Substitutivo da CCJR.

• "Art .... Comprovada , pelo Tribunal de Contas da União, pelo Tribunal de


Contas do Estado e, onde houver, pelo TrilJunal de Contas dos Municípios, a
inobservância, da parte do Governador e ou do Prefeito, das disposições
legais que exigem respeito aos gastos públicos, ao nível de endividamento do
Estado e/ou Município, e aos gastos com pessoal , o cidadão poderá , junto ao
Ministério Público, dar início a ação criminal que condene o prefeito e ou o
governador.

§ 1° A petição inicial desse processo terá de ser informada por


procuração que contenha, no mínimo, 1% (um por cento) de
assinaturas dos votantes do Município ou, se o caso, do
Estado.

§ 2° Toda condenação daí resultante terá que definir.


obrigatoriamente, a devolução, se o caso, dos recursos
públicos desviados, a demissão dos irregularmente nomeados
e a inelegibilidade dos réus. "

Sala das Comissões ,Jt de abril de 2000.

/
/ K'7= r!!--!
Pelo PPS
-r:

CF R 3 17 23 004 ") IJUN/991


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999.

"Altera e acresce dispositivos ao DL nO


2.848/40, à Lei 1.079/50, e ao DL 201 /67,
e dá outras providências."

EMENDA
-

Nos termos regimentais, inclua-se onde couber no Substitutivo adotado


pela CCJR ao PL 621 /99, a seguinte disposição:

Art. Em caso de situação de excepcionalidade determinada pelo interesse


público que determine o descumprimento do disposto na Lei Complementar n°
101 , de 4 de maio de 2000, na Lei nO8.429, de 1993, no Decreto-Lei n° 2.848,
de 1940, e no Decreto-Lei n° 201 , de 1967, havendo a prévia aprovação pelo
eleitorado da respectiva circunscrição, em plebiscito especialmente convocado
para este fun, fica extinta a punibilidade do agente público responsável pela
rática dos atos de gestão.
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GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98 )

JUSTIFICATIVA

Ao incluir no Código Penal capítulo sobre "crimes contra as finanças


públicas", intenta-se criminalizar conduta administrativa que não atenda aos
parâmetros estabelecidos pela "Lei de Responsabilidade Fiscal". Nesse intuito,
opta-se pela alteração legislativa na esfera penal, que, caso vingue, trará ao
nosso ordenamento jurídico excrescência comparável aos atos institucionais
do Regime Militar!
Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política
dos atuais mandatários do Executivo Federal - que, certamente, não serão
eternos - sem adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para
o maior interessado, que é o cidadão, é ato de abominável autoritarismo. O
anacronismo da iniciativa chega a tal ponto, que várias das punições previstas
naquela lei que subsidia essa em questão, se referem a corte total das
transferências voluntárias ou a proibição de contratação de qualquer operação
de crédito, esquecendo-se da necessidade de manutenção de gastos em
determinadas áreas ou mesmo de despesas emergenciais, bem como prevê a
absurda situação em que, caso a receita suba por efeito do aumento do PIS,
não será permitido aumentar salários nem gastos com a previdência, por
exemplo.
A invasão na competência constitucional de Estados e Municípios é
flagrante, interferindo na auto-organização dos Estados-Membros (artigo 25
da CF) e no interesse local (artigo 30, I da CF), atentando contra a Forma
Federati va.
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Finalmente, o abuso na imputação de penas de reclusão para coibir


práticas que contrariem a vontade do "Poder Central", não atende à gradação
inscrita no artigo 5°, XL VI, da CF (cláusula pétrea), nem à compreensão mais
que consolidada na comunidade jurídica, segundo a qual o que inibe o ato
ilícito não é a gravidade da pena, mas a certeza da punição.
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CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E DE REDAÇÃO

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999


(Mensagem n° 486/99)

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-


Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal, à Lei n° 1.079, de 10 de
abril de 1950, e ao Decreto-Lei n° 201 , de
27 de fevereiro de 1967, e dá outras
providências.

Autor: PODER EXECUTIVO


Relator: Deputado NELSON OTOCH

I - RELATÓRIO

O Projeto em apreço altera os Diplomas legais que dispõem


sobre os crimes de responsabilidade e seu processo e julgamento, bem como
acerca da responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores.

Entre os aspectos tratados, destacamos:

- punição ao denunciante de irregularidade administrativa,


quando feita de má-fé;

- tipificação da contratação de operação de crédito feita sem


obediência à Lei;

GER 3.17 .23.004-2 (MAI /98)


,
CÂMARA DOS D E PUTADOS

- punição da inscrição de despesas não empenhadas em restos


a pagar;

- apenamento do agente público que assumir obrigação no


último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no
mesmo exercício financeiro;

- punição a quem deixar de divulgar relatório de gestão fiscal ;

- tipificação da conduta consistente em ordenar despesa não


autorizada;

- cominação de pena pela prestação de garantia graciosa;

- responsabilidade penal do administrador que não reduzir


despesa com pessoal, que aumentar essas despesas no último ano do mandato ou
legislatura ou que não cancelar restos a pagar;

- punição pela oferta pública ou colocação de títulos no


mercado, em desacordo com a Lei.

Em sua justificativa, argumenta-se que a gestão fiscal


responsável, caracterizada pelo austero controle e ampla transparência na
utilização dos recursos públicos, constitui instrumento indispensável para a
manutenção da estabilidade da moeda e para o desenvolvimento nacional,
merecendo, portanto, em virtude de sua magnitude e relevância, tutela e
salvaguarda por meio de modernas normas de natureza penal, voltadas para a
repressão de condutas que atentam contra as finanças públicas e a lei
orçamentária.

Com a aprovação na Comissão Especial que tratou do Projeto


de Lei Complementar que definiu a gestão fiscal responsável, foi necessário
realizar algumas alterações no presente Projeto de Lei, com o objetivo de
adequá-lo às modificações introduzidas pelo Substitutivo ao Projeto de Lei
Complementar n° 18 de 1999, aprovado na Comissão Especial da Câmara.

São as seguintes:

- A expressão "e dá outras providências" da ementa foi suprimida.

GER 3.1723.004-2 (MAI /98 )


CÂMARA DOS D E PUTADOS

- Substituição, em todo o texto da referência a "despesa relativa a


pessoal", por despesa total com pessoal e a sua repartição por Poder. No texto do
Projeto de Lei Complementar n° 18 de 1999, a despesa e a sua repartição por
Poder constavam de um único artigo; a divisão em dois artigos introduzida pelo
Substitutivo poderia suscitar dúvidas na Lei de Crimes quanto ao fato de a
punição prevista ser aplicável à transgressão do limite aplicado à repartição ou
apenas ao limite da despesa total.
Divisão do inciso IH do Art. 359-A, introduzido no Decreto-Lei n° 2.848, de
1940, com o objetivo de adequação ao mecanismo de ajuste proposto pelo
Substitutivo ao Projeto de Lei Complementar n° 18 de 1999. No caso da despesa
total com pessoal, a vedação de realização de operação de crédito não se impõe
quando o limite máximo é ultrapassado, mas sim quando, uma vez ultrapassado,
não for alcançada a redução na forma e prazo estabelecidos em lei. No Projeto
de Lei Complementar n° 18 de 1999 essa distinção não existia.

- No Art. 359-C, introduzido no Decreto-Lei n° 2.848, de 1940, a sanção


deve referir-se à ação praticada nos dois últimos quadrimestres do último ano do
mandato ou legislatura, em consonância com o Substitutivo ao Projeto de Lei
Complementar n° 18 de 1999.

- No Art. 359-D, introduzido no Decreto-Lei n° 2.848, de 1940, a


denominação de "Declaração de Gestão Fiscal Responsável" deve ser alterada
para "Relatório de Gestão Fiscal" e a periodicidade do mesmo é quadrimestra1.

- Todas as referências a Conselho de Contas foram suprimidas.

- No inciso V do art. 1o-A, introduzido na Lei n° 1.079, de 1950, e no


inciso V do art. 4°-A, introduzido no Decreto-Lei n° 201 , de 1967, a
denominação de "corte automático de despesa" deve ser substituída por
"limitação de empenho e movimentação financeira".

- No inciso VI do art. 10-A, introduzido na Lei nO 1.079, de 1950, e no


inciso VI do art. 4°-A, introduzido no Decreto-Lei n° 201 , de 1967, o prazo é o
décimo dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro, e não o décimo
quinto dia.

GER 31723.004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS D EP UTADO S

Não tendo havido a apresentação de emendas, passa-se à


apreciação da constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e do mérito
da proposição.
,
E o relatório.

n - VOTO no RELATOR

o
Projeto ora em exame atende aos pressupostos de
constitucionalidade formal, relativos à competência da União (art. 22 da CF), ao
processo legislativo (art. 59 da CF) e à legitimidade de iniciativa (art. 61 da CF).

Não há reparos a fazer quanto à juridicidade e, quanto a


técnica legislativa, é de se retirar a expressão "e dá outras providências" da
ementa do Projeto, em adequação aos termos da Lei Complementar n° 95/98 .

Passamos ao exame do mérito.

A proposição atende ao interesse público, à medida que


regula a atividade financeira do Estado, impondo sanções aos agentes que
atuarem em desconformidade com a Lei.

As finanças públicas giram em torno de três elementos


importantíssimos: despesa pública, receita pública e orçamento.

o
desequilíbrio na condução desses aspectos pode causar
danos consideráveis à coletividade, que, em última análise, é o patrocinador e o
destinatário dessa atividade pública. O Estado não gere interesses próprios; ao
contrário, administra patrimônio do povo e, como tal, deve atuar estritamente
dentro dos parâmetros traçados pelo ordenamento jurídico e pelos princípios
gerais de direito. Trata-se do princípio da legalidade estrita, imposta à
administração pública pelo art. 37 da nossa Constituição.

GER 3.17.23.004-2 (MA/ 198)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

No âmbito das finanças públicas, a despesa só pode ser


concretizada, quando houver prévia autorização legal, nos termos do que
dispõem os arts. 165, § 8°, e 167, incisos I a X, da Constituição Federal.

Excluem-se desta regra as despesas extraordinárias, por


serem urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção interna
ou calamidade pública (art. 167, § 3°, da CF).

Neste sentido, o Projeto busca resguardar a obediência ao


princípio constitucional da legalidade, punindo o agente público que inscrever
despesas não empenhadas em restos a pagar, que ordenar despesa não autorizada
por lei ou que aumentar irregularmente despesa relativa a pessoal, entre outras
hipóteses.

A violação da legalidade na despesa pública implica o crime


de responsabilidade do Presidente da República, dos Ministros de Estado, dos
Governadores, dos Secretários e dQs Prefeitos, em conseqüência do disposto no
art. 85 da Constituição, na Lei n° 1.079/50 e no Decreto-Lei n° 201 /67 .

o Projeto vem ao encontro dessa finalidade pública, atualizando esses displomas


legais e garantindo o rigor no trato da coisa pública.

o
mesmo se diga em relação à receita pública. O
administrador, na busca de entrada de capitais para os cofres públicos, deve agir
igualmente dentro dos limites impostos pela Lei, não criando sacrificios
desmedidos à população nem assumindo obrigações temerárias à estabilidade
das instituições democráticas.

Desse modo, o projeto prevê, por exemplo a responsabilidade


penal de quem ordenar, autorizar ou promover operações de crédito, interno ou
externo, sem prévia autorização legislativa, com inobservância de lei ou de
resolução do Senado Federal, ou extrapolando os limites máximos legais da
dívida consolidada.

O orçamento, visto como lei formal que rege a admini stração


das finanças públicas, é de tal importância que já constava do texto da Carta
Magna imposta ao Príncipe João, no ano de 1215, na Inglaterra.

GE R 3.17.23.004-2 (MAI /98 )


CÂMARA DOS D E PUTADOS

Mais uma vez, o Projeto visa a garantir a obediência ao


princípio da reserva legal na execução do orçamento. Exemplo disto é a pena
prevista para quem inscrever despesas não empenhadas, O empenho é uma fase
da execução, consistente em ato da autoridade competente para criar a obrigação
do Estado de efetuar pagamento pendente de implemento de condição. O
empenho é conditio sine qua non para a realização da despesa. O vício formal ,
neste caso, de acordo com a proposição passará a ser considerado crime contra
as finanças públicas.

Outro aspecto importante do Projeto diz respeito aos restos a


pagar, que são valores empenhados durante um exercício, cujo pagamento é
transferido para o exercício seguinte. Nesta hipótese, quando o agente deixar de
promover, autorizar ou promover o cancelamento do montante de restos a pagar
inscrito em valor superior a permitido em lei, estará sujeito à reclusão, de um a
quatro anos.

Destacamos, ainda, a questão da fiscalização, de grande


importância política e financeira, pois permite verificar se o agente público está
cumprindo a lei orçamentária e evitar lesões ao patrimônio público.

Neste ponto, prevê o Projeto a pena de detenção, de seis


meses a dois anos para aquele que deixar de divulgar ou de enviar ao tribunal de
contas, no prazo de 30 dias, a contar do final de cada quadrimestre e do ano
civil, o relatório de gestão fiscal, com as infonnações exigidas em lei.

O Projeto é, portanto, oportuno e conveniente do ponto de vista do seu mérito.

Assim, votamos pela constitucionalidade, juridicidade e boa


técnica legislativa, na forma do substitutivo que apresento, e no mérito, somos
pela sua aprovação.

Sala da Comissã em ~~ d ~,-Q.,- 1\...0 de 2000.

Deputado NE SON OTOCH


Relator

GER 317.23.004-2 (MAI/98)


.. ,

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

(Mensagem n° 488/99)

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei n° 2.848, de 7


de dezembro de 1940 - Código Penal , à Lei n° 1.079, de
10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei n° 201, de 27 de
fevereiro de 1967.

• O CONGRESSO NACIO~AL decreta:

Art. 10 O art. 339 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa a vigorar com a
segujnte redação

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA.

" An. 339 .. ..... ........ .. ... ..... .. .... .... .. ...... .... .... .......... ... ........ ..... .... .... .. .. ..... ....... .

§ 1° Incorre na mesma pena aquele que der causa, por má fé , à instauração de


investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa.

§ 2° A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome


suposto .

§ 3° A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção." (NR)

• An. 2° O Titulo Xl do Decreto-Lei n° 2.848 , de 1940, passa a vigorar acrescido do segujnte


capírulo e artigos :

"CAPITULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS"

"CONTRA T AÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO.


Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem
pré\ia autorização legislativa:
Pena - recI usão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de
crédito, interno ou externo:
I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em
resolução do Senado Federal;
TI - quando o montante da dívida consolidada ultrapasse o limite máximo autorizado po .
lei ." (NR)
, •

./

"INSCRIÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A PAGAR


Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição, em restos a pagar, de despesa que não
tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)

"ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU


LEGISLATURA.
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no
mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não
tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA.


Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei.
Pena - reclusão, de 1 (um ) a 4 (quatro) anos."(NR)

"PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA


An 359-E. Prestar garantias em operações de crédito sem que tenham sido constituídas
contragarantias em valor igualou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei.
Pena - detenção, de 3 (três ) meses a 1 (um) ano ."(~"R )

"NÃO REDUÇÃO DE DESPESA RELA TIV A A PESSOAL.


Art. 359-F. Deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei , a execução
de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a
repartição por Poder do limite máximo.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

• "NÃO CANCELAlv1ENTO DE RESTOS A PAGAR .


Art. 359 - G. Deixar de ordenar, autorizar ou de promover o cancelamento do montante
de restos a pagar inscrito em valor superior ao pennindo em lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"AU1vIENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ULTIMO ANO DO


MANDATO OU LEGISLATURA.
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total
com pessoal , nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO.


Art. 359-I. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da divida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. "(NR)

Art. 3° A Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. lO-A. São, também, crimes de responsabilidade contra a lei orçamentári;l '
I - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;
II - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;
III - deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou
a constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com
inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ;
IV - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei ;
V - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação
financeira, nos casos e condições estabelecidas em lei ;

• VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por


antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
décimo dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro ;
VII - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos
demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na
forma de novação, refinanciamento ou postergação de divida contraída anteriormente;
VII1 - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo
fato gerador ainda não tenha ocorrido;
IX - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou.
X - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em Lei ." (1'<'R)

" Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do Supremo


Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as condutas previstas
no ano IO-A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

• Parágrafo único. O disposto neste anigo aplica-se:


I - aos Presidentes e respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos
Tribunais Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho
e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do Distrito Federal, e aos
Juizes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de jurisdição;
II - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões
administrativas nos Tribunais, cujos votos tenham sido favoráveis à decisão que constitui o
crime de responsabilidade." (NR)

"Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Procurador-Geral da


República ou de seu substiruto quando no exercício da chefia do 1v1inistério Público da União,
as condutas previstas no art. 10-A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se :


I - ao Advogado-Geral da União;
II - aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito
Federal, e aos membros do Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral
União, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de
chefia das unidades regjonais ou locais das respectivas instituições;
III - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões nas
instituições a que se refere este anigo, cujos votos tenham sido favoráveis à decisão que
constitui o crime de responsabilidade." (NR)

" Art. 41-A Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às autoridades a que se
referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso II do parágrafo único do art. 40-A, as ações
penais contra elas ajuizadas pela prática dos crimes de responsabilidades previstos no art. 10-A
desta Lei serão processadas e julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei n° 8.038 , de 28
de maio de 1990, permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia." (NR)

Art. 4° O Decreto-Lei n° 201 , de 27 de fevereiro de 1967, passa a vigorar acrescido do seguinte


• dispositivo :

" Art. 4°_ A. Constituem crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais as condutas
a seguir definidas, que atentam contra as leis de finanças públicas:
I - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei , quanto o montante ultrapassar o \"alor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;
rI - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal ;
III - deixar de promover ou de ordenar a anulação dos efeitos de operação de crédito
realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei :
N - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei ;
V - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação
financeira, nos casos e condições estabelecidas em lei ;
VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demai s encargos, até o
décimo dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro ;
VII - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos
demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na
forma de novação, refmanciarnento ou postergação de divida contraida anteriormente:
VIII - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo
fato gerador ainda não tenha ocorrido;
IX - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou.
X - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em Lei ." (NR)

Parágrafo único. Os crimes previstos neste artigo são julgados pela Câmara dos
Vereadores, e punidos com a pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o
exercício de qualquer função pública."

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas deixar de divulgar
ou de enviar ao tribunal ou conselho de contas, no prazo de até trinta dias, a contar do final d0
quadrimestre e do ano civis, o relatório de gestão fiscal , com as informações exigidas em Lei.
§ 1° A infração prevista neste artigo é punida com multa de 30% (trinta por cento) dos
vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade
pessoal.

§ 2° A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo Tribunal de Contas ou
pela Câmara Municipal a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa
jurídica de direito público envolvida.

Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Comissões, ~ de c.o de 2000.


)
- - - - - - - - -- -- - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - -

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E mSTlçA E DE REDAÇÃO

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

PARECER REFORMULADO

Acatando sugestões feitas durante a apreciação do Projeto


,
de Lei n° 621/99, em reunião realizada neste Orgão Técnico, reformulo meu
parecer apresentando as alterações propostas na forma do substitutivo em
anexo.

Sala da Comissão, em 12 de abril de 2000

Deputado LSON OTOCH


Relator

GER 3.17.23.004-2 (MA/198)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

IH - PARECER DA COMISSÃO

A Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, em


reunião ordinária realizada hoje, opinou, contra os votos dos Deputados
Antônio Carlos Biscaia, Geraldo Magela, José Genoíno, Marcelo Déda,
Ibrahim Abi-Ackel, Osvaldo Sobrinho, José Antônio Almeida, Sérgio
Miranda e Jair Bolsonaro, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica
legislativa e, no mérito, pela aprovação, com substitutivo, do Projeto de Lei n°
621/99, nos tennos do parecer reformulado do Relator, Deputado Nelson
Otoch. Os Deputados José Genoíno, José Dirceu, Antônio Carlos Biscaia,
Marcelo Déda, Waldir Pires, Ricardo Fiúza, apresentaram votos em
separado e os Deputados Sérgio Miranda e José Antônio Almeida, com
complementação de voto.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:

Ronaldo Cézar Coelho - Presidente, lnaldo Leitão, lédio


Rosa e Ary Kara - Vice-Presidentes, André Benassi, Fernando Gonçalves,
Jutahy Júnior, Léo Alcântara, Nelson Otoch, Vicente Arruda, Zenaldo
Coutinho, Coriolano Sales, Geovan Freitas, Mendes Ribeiro Filho, Osmar
Serraglio, Renato Vianna, Antônio Carlos Konder Reis, Ciro Nogueira, Darci
Coelho, Ney Lopes, Ricardo Fiúza, Antônio Carlos Biscaia, Geraldo Magela,
José Genoíno, Marcelo Déda, Augusto Farias, Ibrahim Abi-Ackel, Osvaldo
Sobrinho, Fernando Coruja, José Antônio Almeida, Sérgio Miranda, Luciano
Bivar, Anivaldo Vale, Bonifácio de Andrada, Luiz Antônio Fleury, Marcus
Vicente, ThemístoclerR ., Maluly Netto e Jair Bolsonaro.

Sal da Co issão, em 12 de abril de 2000

~-
Dep tado RONALDO CE
Presiden e

GER 31723.004-2 (MA I/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

SUBSTITUTIVO ADOTADO - CCJR

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei


nO 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal , à lei n° 1.079, de 10 de abril

• de 1950, e ao Decreto-lei nO 201 , de 27 de


fevereiro de 1967.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1° O art. 339 do Decreto-lei nO 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa


a vigorar com a seguinte redação:

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA.

"Art. 339. Dar causa a instauração de investigação policial, de


processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil
ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime
de que o sabe inocente:
Pena - reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 10 A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto.
§ 2° A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção." (NR)

Art. 2° O Título XI do Decreto-lei n° 2.848, de 1940, passa a vigorar


acrescido do seguinte capítulo e artigos:

"CAPíTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS"

"CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO.


Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno
ou externo, sem prévia autorização legislativa:
Pena - reclusão , de 01 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena , autoriza ou


realiza operação de crédito, interno ou externo:

GER 3.17.23.004-2 (MAI /9B)


"
CÂMARA DOS DEPUTADOS

I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em


lei ou em resolução do Senado Federal ;

11 - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite


máximo autorizado por lei." (NR)

"INSCRiÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A


PAGAR.
Art. 359-B . Ordenar ou autorizar a inscrição, em restos a pagar, de
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)

"ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU


LEGISLATURA.
Art. 359-C . Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste
parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA.


Art. 359-0. Ordenar despesa não autorizada por lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA


Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha
sido constituída contragarantia em valor igualou superior ao valor da
garantia prestada, na forma da lei.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano."(NR)

"NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR.


Art. 359 - F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao
permitido em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)

"AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO


DO MANDATO OU LEGISLATURA.
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento
de despesa total com pessoal , nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura.
Pena - reclusão , de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

GER 3.17.23.004-2 (MAI/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

"OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TíTULOS NO MERCADO.


Art. 359-H . Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a
colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que

tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado
de liquidação e de custódia.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

Art. 3° A Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

"Art. 10 ...... .... .... ......... ..... ....... ....... ...... ..... ...... .. .......... ............. .

5 - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada ,


nos prazos estabelecidos em lei , quanto o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal ;
6 - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal , sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição
legal;
7 - deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento,
a amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de
operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou
montante estabelecido em lei;
8 - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação
de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos
juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro ;

9 - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei , a realização de


operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;
10 - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
11 - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou ;
12 - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei." (NR)

"Art. 39-A. Constituem , também, crimes de responsabilidade do


Presidente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no
exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando
por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes e


respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais
Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do

GER 3.17 .23 .004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do


Distrito Federal , e aos Juizes Diretores de Foro ou função equivalente no
primeiro grau de jurisdição." (NR)

"Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do


Procurador-Geral da República ou de seu substituto quando no exercício da
chefia do Ministério Público da União, as condutas previstas no art. 10 desta
Lei , quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:


I - ao Advogado-Geral da União;
11 - aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal , aos
Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal , e aos membros do
Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União,
das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal , quando no exercício de
função de chefia das unidades regionais ou locais das respectivas
instituições." (NR)

"Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às


autoridades a que se referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso 11 do
parágrafo único do art. 40-A, as ações penais contra elas ajuizadas pela
prática dos crimes de responsabilidades previstos no art. 10 desta Lei serão
processadas e julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei nO 8.038, de
28 de maio de 1990, permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia."
(NR)

Art. 4° O art. 1° do Decreto-Lei nO 201 , de 27 de fevereiro de 1967, passa a


vigorar com a seguinte redação:

"Art. 10 ................................... . ................................................ . .

XVI - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada,


nos prazos estabelecidos em lei , quanto o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal ;
XVII - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição
legal;
XVIII - deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o
cancelamento, a amortização ou a constituição de reserva para anular os
efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite,
condição ou montante estabelecido em lei ;
XIX - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de
operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os

GER 3.17.23.004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercício


financeiro;
XX - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,

inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de


novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;
XXI - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
XXII - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;
XXIII - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei .
....... .... ...... ... .... ..... .............. ..... .............. .... ..... ........... .. .................. .." (NR)

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:

I - deixar de divulgar ou de enviar ao Tribunal de Contas o relatório de gestão


fiscal , nos prazos e condições estabelecidos em lei;
11 - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas
fiscais na forma da lei;
111 - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
movimentação financeira , nos casos e condições estabelecidos em lei.
IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei , a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que
houver excedido a repartição por Poder do limite máximo.

§ 1° A infração prevista neste artigo é punida com multa de 30% (trinta por
cento) dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da
multa de sua responsabilidade pessoal.

§ 2° A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo


Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil , financeira e orçamentária
da pessoa jurídica de direito público envolvida.

ra em vigor na data de sua publicação.

issão, 12 de abril de 20

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De uta o RONALDO
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GER 317.23.004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO

PROJETO DE LEI n° 621 , DE 1999

"Altera e acresce dispositivos ao DL nO


2.848/40, à Lei 1.079/50, e ao DL 201 /67, e
dá outras providências."

• Autor: PODER EXECUTIVO


Relator: Deputado NELSON OTOCH

VOTO EM SEPARADO DA BANCADA DO PT

O Projeto em apreço intenta criminalizar conduta administrativa que


não atenda aos parâmetros estabelecidos por legislação, ainda tramitando no
Congresso Nacional, portanto sujeita a alterações, que pretende cortar
despesas em todas as esferas, limitando-as por meio de metas rígidas, para
gerar superávit primário nos entes federados.

Para além da inadequação política de engessamento meramente


contábil da administração pública, posto que em nenhum momento se atenta
para a qualidade ou o conteúdo dos gastos, a tal ponto que várias das
punições previstas naquela lei que subsidia essa em questão, se referem a
corte total das transferências voluntárias ou a proibição de contratação de
qualquer operação de crédito, esquecendo-se da necessidade de manutenção
de gastos em detenninadas áreas ou mesmo de despesas emergenciais, bem

GER 3 .17.23.004-2 (MA I/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

como prevê a absurda situação em que, caso a receita suba por efeito do
aumento do PIB, não será permitido aumentar salários nem gastos com a
previdência, por exemplo, incorre também a proposição em inadequação
econômica, pois o setor público não tem que, necessariamente gerar superávit
em todas as esferas e em todos os exercícios (aliás, nem as grandes empresas
atuam dessa forma). Ao contrário, ele tem que ter a capacidade de gerar
déficits financiáveis para dinamizar a economia ou melhorar a área social,
preservando sua capacidade de atuação anti cí clica.

Outrossim, sabemos que o objetivo maior do projeto não é só gerar


superávits primários e sim usá-los para pagar os juros e encargos das dívidas
públicas, consubstanciando mero aceno ao capital estrangeiro. O preço é
cortar todo o resto: investimento, pessoal, previdência, gastos sociais, etc.

Nesse intuito, o Governo propõe o Projeto de Lei ora em comento que,


caso vingue, trará ao nosso ordenamento juridico excrescência comparável
aos atos institucionais do Regime Militar!

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica politica


• dos atuais mandatários do Executivo Federal - que, certamente, não serão
eternos - sem adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para
o maior interessado, que é o cidadão, é ato de abominável autoritarismo.

A invasão na competência constitucional de Estados e Municípios é


flagrante, interferindo na auto-organização dos Estados-Membros (artigo 25
da CF) e no interesse local (artigo 30, 1 da CF), atentando contra a Forma
Federativa.

GER 3.17.23 .004-2 (MA I/98)


· .

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Finalmente, o abuso na imputação de penas de reclusão para coibir


práticas que contrariem a vontade do "Poder Central", não atende à gradação
inscrita no artigo 5°, XLVI, da CF (cláusula pétrea), nem à compreensão mais
que consolidada na comunidade jurídica, segundo a qual o que inibe o ato
ilícito não é a gravidade da pena, mas a certeza da punição.

o Poder Executivo vai na contramão da tendência de aplicação de


penas alternativas ao prever detenção contra administrador que, por exemplo,
recuse sacrificar seu funcionalismo para atender aos interesses de credores
(artigo 359-F, do projeto), ainda que saibamos que o magistrado dispõe do
arbítrio da conversão da pena.

Por essas razões, a Bancada do Partido dos Trabalhadores encaminha


voto pela INCONSTITUCIONALIDADE do PL 621 /99.

- Depu do JOSt GENOtNO


/]~ I)
- De tado J ~IRCEU

- Deputado ANTONIO CARLOS BISCAIA


<
----~~~~
- Deputado MARCELO DtDA
~

W~e <-~
- Deputado WALDIR PIRES

GE R 3.17.23 .004-2 (MAI /98)


COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO

PROJETO DE LEI N.o 621, DE 1999

Altera e acresce dispositivos ao


Decreto-Lei n. Q 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, à Lei n. Q 1.079, de
10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei n. Q
201, de 27 de fevereiro de 1967 .

• Autor: PODER EXECUTIVO


Relator: Deputado NELSON OTOCH

VOTO EM SEPARADO
(Dep. Sérgio Miranda)
(Dep. JOSr ANTONIO ALMEIDA)

I - RELATÓRIO

Trata-se de Projeto de Lei que altera o Código Penal,


a Lei de Improbidade administrativa e a Lei de Crimes de
Responsabilidade, para cominar penas pela gestão em
desacordo com o definido na Lei de Responsabilidade Fiscal.

A proposta veio ao exame desta Comissão, para


análise de sua constitucionalidade, juridicidade, regi mentalidade
boa técnica legislativa e mérito, sendo designado o Deputado
NELSON OTOCH como Relator.

Em seu Parecer, o ilustre relator vota pela aprovação


do Projeto, nos termos de substitutivo que apresenta.
2

li-VOTO

A proposição em pauta altera o núcleo mais recôndito


e fundamental do Direito, as suas normas penais.

A moderna teoria das normas identifica, em relação a


estas, a existência de sucessivos círculos concêntricos, que
regulam os mais diversos aspectos da vida em sociedade em
consonância com os valores que esta adota. Assim, o círculo


mais externo e mais amplo seria constituído pelas normas de
bom relacionamento social, ou Etiqueta, seguido pelos círculos
mais estreito da Ética e do Direito, sendo os dois primeiros
sancionados pela opinião pública, com reflexos na reputação
dos infratores, e o último passível de sanção organizada e
imposta pelo Estado.

No círculo do Direito, inscrevem-se, por sua vez,


círculos de menor diâmetro, normas supletivas da vontade,
organizadoras e repressivas, em que o Direito Penal ocupa o
círculo mais restrito, constituindo-se na ultima ratio legis,
protegendo aqueles valores reputados pela sociedade em um
determinado momento como os mais valiosos e necessários à
paz social, em torno dos quais se erigem as barreiras mais
formidáveis, visando impedir a sua violação .

• Nessa hierarquia de valores, mesmo no perímetro do


Direito Penal, continuam a sub-inscrever-se círculos cada vez
menores, o das contravenções e o dos crimes, e entre estes, os
de menor potencial ofensivo, os apenados com multa, para irem
se restringindo ainda mais nos crimes para os quais são
cominadas penas de detenção e, por fim, de reclusão.

Não é, pois, de se tratar com ligeireza um projeto de


lei no qual avultam penas de reclusão, algumas das quais por
períodos consideráveis de tempo.
3

Apresenta-se, este projeto, com uma feição singular:


é, confessadamente, o corolário de outro projeto, a saber, a Lei
Complementar de Responsabilidade Fiscal, e nesta encontra as
definições da conduta proibida, que algumas vezes repete e em
outras meramente remete àquele projeto.

Assim, é preciso retroceder um pouco e começar a


análise pela Lei de Responsabilidade Fiscal, recentemente
aprovada nesta Câmara e sob exame do Plenário do Senado.

Trata-se de Lei que critiquei veementemente quando


de sua tramitação na Comissão Especial e no Plenário desta
• Casa, por entendê-Ia inquinada de inconstitucionalidade, em
especial por regular apenas parcialmente o art. 163 da
Constituição Federal, deixando de lado os incisos IV e V
daquele artigo, embora o caput e os incisos de um artigo façam
parte de um todo orgânico e indivisível, como bem o demonstra
o art. 30 da Emenda Constitucional n. Q 19, que exigiu a
regulamentação in totum de tal artigo, e como já tem firmado
jurisprudência, em casos semelhantes, o Supremo Tribunal
Federal.

A sua inconstitucionalidade decorre também da


violação de cláusulas pétreas constitucionais, como a que
assegura a independência e harmonia dos Poderes, ao
estabelecer a hegemonia do Executivo sobre os demais
Poderes, permitindo inclusive a intervenção daquele sobre

• estes; e a relativa ao princípio federativo, à medida em que


restringe a capacidade de autogoverno dos Estados, Distrito
Federal e Municípios, colocados sob a tutela da União no que
tange à gestão fiscal.

Tendo como base uma Lei inconstitucional, não


merece prosperar um projeto que é mero suplemento daquela,
atingido pelos seus vícios.

Ademais, a injuridicidade do projeto de lei ficou


patenteada na sua própria tramitação.
4

Como proposta de fixar penas para condutas que


tinham como base a violação às proibições e obrigações
estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, esse projeto
deveria ter esperado o fim da tramitação daquela lei, a sua
promulgação, para só então analisar-se a questão das penas a
serem atribuídas por sua violação, com base no texto definitivo,
quando já não houvesse o perigo de alterações. Por esta razão,
apresentei questão de ordem nesta Comissão, a qual foi
indeferida, embora logo depois tenha sido retirada de pauta a
proposição, sustando-se a sua discussão, mesmo após a
aprovação de sua urgência pelo Plenário, o que dá a nítida
impressão de que, embora denegada, reconheceu-se a sua
procedência, ainda que de forma oblíqua.

Após cumprido esse tortuoso trajeto, simbólico do


que existe de obscuro e esdrúxulo nesse projeto, chegamos a
esse momento em que se discute o seu mérito e a sua
constitucionalidade, juridicidade, regimentalidade e técnica
legislativa.

Em primeiro lugar, é preciso frisar que esse é um


projeto sui generis. Trata-se de projeto de lei que comina
sanções penais a quem não se alinhar com uma determinada
política econômica, de um governo específico. Ou seja, insere-
se entre as normas penais, que são a expressão de valores
mais permanentes da sociedade, outras que são a expressão
de um fenômeno transitório como o é a política econômica de
um governo.

Talvez por isso, a nova alteração da lei penal se


mostre tão contraditória, com tantas imperfeições técnicas
como se apresenta aqui.

Observe-se que os crimes contra as finanças


públicas têm penas mais severas, nesse projeto que
examinamos, do que os que são consignados contra o
patrimônio público. Isso reflete uma concepção ou uma
percepção subjetiva de que é mais grave não pagar dívidas do
que roubar.
5

Por outro lado, muitas das condutas descritas por


essa nova Lei são contrafações de condutas já tipificadas, com
muito melhor técnica legal, em outros diplomas legais, como se
pode ver dos quadros abaixo, a título de exemplificação:

Substitutivo Decreto-lei 201/67 Lei 8.429/92


(Improbidade
Administrativa)
Art. 359-C Ordenar ou Art. 1º São crimes de Art. 11. Constitui ato de
autorizar a assunção responsabilidade dos improbidade
de obrigação, nos prefeitos municipais, administrativa a que
dois últimos sujeitos ao julgamento atenta contra os
quadrimestres do do Poder Judiciários, princípio da
último ano do independentemente administração pública
mandato ou do pronunciamento da qualquer ação ou
legislatura, cuja Câmara dos omissão que viole os
despesa não possa Vereadores : deveres de honestidade,
ser paga no mesmo imparcialidade,
exercício financeiro V - ordenar ou legalidade e lealdade às
ou, caso reste parcela efetuar despesas instituições.
a ser paga no não autorizadas por
exercício Seguinte, lei, ou realizá-Ias em Art. 12.
que não tenha desacordo com as Independentemente das
contrapartida normas financeiras sanções penais, civis e
suficiente de pertinentes; administrativas previstas
disponibilidade de § 1º Os crimes na legislação específica,
caixa. definidos neste artigo está o responsável pelo
são de ordem pública, ato de improbidade
Pena - reclusão, de punidos os dos itens I sujeito às seguintes
1 (um) a 4 (quatro) e II com a pena de cominações:
anos. reclusão de 2 (dois)
anos a 12 (anos), e os II - na hipótese do art.
demais, com a pena 11 , ressarcimento
de detenção de 3 integral do dano, se
(três) meses a 3 houver, perda da
(três) anos. função pública,
suspensão dos direitos
§2º A condenação políticos de três a
definitiva em qualquer cinco anos, pagamento
dos crimes definidos de multa civil de até
neste artigo acarreta cem vezes a
a perda do cargo e a remuneração
inabilitação, pelo percebida pelo agente e
prazo de 5 (cinco) proibição de contratar
anos, para o exercício com o Poder Público ou
de cargo ou função receber benefícios ou
pública, eletivo ou de incentivos fiscais ou
nomeação, sem creditícios, direta ou
prejuízo da reparação indiretamente, ainda que
civil do dano causado por intermédio de
ao patrimônio público pessoa jurídica da qual
ou particular. seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.

L -___________________________ ________________________________ ___ _ _ __


r----------------~~~~~~- -.-----.---.- -- -

Substitutivo Decreto-lei 201167 lei 8.429/92 (Improbidade


Administrativa)
Art. 359-C Ordenar ou Art. 1Q São cnmes de Art. 11 . Constitui ato de
autorizar a assunção de responsabilidade dos improbidade administrativa a
obrigação, nos dois últimosprefeitos municipais, sujeitos que atenta contra os princípio
quadrimestres do último anoao julgamento do Poder da administração pública
do mandato ou legislatura, Judiciários, qualquer ação ou omissão que
cuja despesa não possa ser independentemente do viole os deveres de
paga no mesmo exercício pronunciamento da Câmara honestidade, imparcialidade,
financeiro ou , caso reste dos Vereadores: legalidade e lealdade às
parcela a ser paga no ... instituições.
exercício Seguinte, que nãoV - ordenar ou efetuar
tenha contrapartida
despesas não autorizadas Art. 12. Independentemente
suficiente de disponibilidade
por lei, ou realizá-Ias em das sanções penais, CIVIS e
de caixa. desacordo com as normas administrativas previstas na
financeiras pertinentes; legislação específica, está o
Pena - reclusão, de 1 (um) § 1Q Os cnmes definidos responsável pelo ato de
a 4 (quatro) anos. neste artigo são de ordem improbidade sujeito às
pública, punidos os dos itens seguintes cominações:
I e II com a pena de reclusão
de 2 (dois) anos a 12 (anos) , 11 - na hipótese do art. 11 ,
e os demais, com a pena de ressarcimento integral do dano,
detenção de 3 (três) meses se houver, perda da função
a 3 (três) anos . pública, suspensão dos
direitos políticos de três a
§2 Q A condenação definitiva cinco anos, pagamento de
em qualquer dos crimes multa civil de até cem vezes
definidos neste artigo a remuneração percebida
acarreta a perda do cargo e pelo agente e proibição de
a inabilitação, pelo prazo de contratar com o Poder Público
5 (cinco) anos, para o ou receber benefícios ou
exercício de cargo ou função incentivos fiscais ou creditícios ,
pública, eletivo ou de direta ou indiretamente, ainda
nomeação, sem prejuízo da que por intermédio de pessoa
reparação civil do dano jurídica da qual seja sócio
causado ao patrimônio majoritário, pelo prazo de três
público ou particular. anos.

o
fato de que esses crimes já são tipificados em
outros textos legais, que o projeto não revoga, levará,
certamente a que, na convivência de normas que
regulamentam a mesma conduta, aquelas que aplicam penas
menores sejam aplicadas, tornando inócuas as outras
7

Ademais, chama a atenção o fato de que muitas das


vedações e obrigações estabelecidas na Lei de
Responsabilidade Fiscal não encontram aconchego no projeto
de lei que estabelece penas para o seu descumprimento.

Por exemplo, poderíamos citar uma série de outros


itens, compreendidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, que
poderiam ser objeto de sanções penais, e não o são:

1. Aproveitando a redação da Proposta de Emenda


Constitucional 625/98 ("constitui crime de responsabilidade
do Prefeito municipal efetuar repasse que supere os limites
definidos neste artigo, não enviar o repasse até o dia 20 de
cada mês ou enviá-lo a menor em relação à proposta fixada
na Lei Orçamentária"), tipificar essas condutas também
como cnmes de responsabilidade de governadores e do
Presidente.

2. Tipificar como crime de responsabilidade contra as finanças


públicas, efetivar limitação de empenho e movimentação
financeira em desacordo com a lei ou com critérios
definidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

3. Apenar, da mesma forma, aquele que ordenar ou autorizar a


efetivação da limitação de empenho em situações não
previstas em lei gentendendo-se que a limitação só pode ser
proposta nas hipóteses previstas no art. 4°, lI, "b"; art. 9° e
art. 31, § 1°, lI, da LRF).

4. Tipificar como crime contra as finanças públicas "propor


Lei Orçamentária consignando dotação para investimento
com duração superior a um exercício financeiro, que não
esteja previsto no Plano Plurianual ou em lei específica (art.
5°, § 5° da LRF).

5. Tipificar também como crime contra as finanças públicas a


destinação de recursos vinculados a finalidade específica
para atender a outras despesas, ainda que em exercício
diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
r

6. Declarar como crime de responsabilidade "propor Lei de


Diretrizes Orçamentárias sem o estabelecimento de critérios
para a alocação de recursos ao atendimento de despesas
relativas a projetos em andamento, à conservação do
patrimônio público e a novos projetos" (art. 45 LRF)

7. Tipificar como crime contra as finanças públicas "propor


em Lei Orçamentária Anual a inclusão de novos projetos
sem que estejam atendidos os em andamento e
contempladas as despesas com a preservação do patrimônio
público, segundo critérios estabelecidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias" (art. 45 LRF)

8. Tipificar como crime contra as finanças públicas não


disponibilizar, durante todo o exercício, as contas, para
apreciação e consulta.

9. Tipificar como crimes contra as finanças públicas não


ordenar ou deixar de promover a identificação dos
beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio
de sistema de contabilidade e administração financeira (art.
10 LRF).

10. Tipificar a conduta de "não propor a inclusão, na Lei


Orçamentária Anual, de despesa de execução obrigatória
criada por lei", dando conseqüência à vontade legislativa,
que poderia ser desvirtuada caso recursos orçamentários
não sejam alocados para lhes dar cumprimento.

Observa-se também que foram excluídos os crimes


de responsabilidade referentes aos membros do Poder
Legislativo.

Porque foram selecionadas algumas das condutas


para serem apenadas, e descartadas outras como não
merecendo a salvaguarda penal, é impossível se entender, a
não ser que se admita que a escolha tinha como objetivo não
imputar ao Presidente da República e aos agentes da União os
crimes que são imputados aos agentes dos demais entes
federativos, ou que foi uma escolha aleatória, diversionista.
9

Isso porque uma, e apenas uma, conduta


apresentada nesse projeto corresponde integralmente às
finalidades previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal: a
redação dada ao art. 359-F do Código Penal pelo projeto, em
que se comina pena de prisão para o administrador que não
determinar a redução do pessoal, quando superado o limite de
gastos estabelecidos naquela lei. Esse é o centro do projeto, a
sua questão crucial, e a que melhor desvenda os objetivos
perseguidos por ele, e merece ser analisado com maior
detenimento.

Esse artigo pode ser visto como um paradigma.


Contém, de saída, pelo menos três erros técnicos. Primeiro, usa
a expressão "limite máximo", que era a expressão empregada
na Mensagem original do Executivo, em contraposição a "limite
prudencial", mas que desapareceu no substitutivo aprovado
nesta Casa.

Segundo, o substitutivo da Lei de Responsabilidade


Fiscal determina, em seu art. 22, prazo para que o percentual
excedente em relação ao limite fixado para o montante de
despesa total com pessoal seja eliminado. Percentual, frise-se,
e não o "montante da despesa total com pessoal".

Terceiro, a Lei de Responsabilidade Fiscal define não


somente a repartição por Poder desse limite, mas também por
órgãos. O § 1º do art. 20 da lei de Responsabilidade Fiscal diz
que esses limites

"serão repartidos entre seus órgãos de forma


proporcional à média das despesas com pessoal, em
percentual da receita corrente líquida, verificadas
nos três exercicios financeiros imediatamente
anteriores ao da publicação desta Lei
Complementar" .
r - - - - - - - - -- - -- - -- - - --------

10

Mas o aspecto mais incongruente desse artigo está


em que a Lei de Responsabilidade Fiscal apresenta duas
alternativas ao administrador que houver excedido os limites
com despesa de pessoal. A primeira é a redução dos gastos
com pessoal. A segunda é o aumento da receita. A lei penal
elimina uma dessas alternativas, deixando apenas a opção de
redução dos gastos, sob pena de prisão. Dito de outro modo: se
o administrador optar pela segunda alternativa, a de aumentar a
receita, embora esteja exercendo uma faculdade que a lei lhe
confere, nem assim escapará da prisão.

Vale a pena examinar pontualmente outros artigos


desse mal-ajambrado projeto.

Em seu art. 1Q , acrescenta três parágrafos ao art. 339


do Código Penal, equiparando à denunciação caluniosa o ato
"que der causa, por má fé, à instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa" .

Dessa forma, com a utilização de uma expressão


vaga, que pode ter as mais diversas interpretações - "má fé" -
ele exerce um efeito intimidatório sobre aqueles que pretendam
exercer uma fiscalização mais constante dos administradores.
Os parlamentares, por exemplo, que denunciarem da tribuna
desta Casa irregularidades ou ilícitos de que tenham notícia e
que, apurados em investigação administrativa, inquérito civil ou
ação de improbidade administrativa, não resultem provados,
estarão incursos nas penas cominadas neste artigo. A atividade
fiscalizadora, uma das mais idôneas atividades parlamentares,
fica assim sujeita a mais esse constrangimento. De te tabula
narratur. A fábula diz respeito de muito próximo a nós próprios.

Do art. 3Q, que define alterações na Lei dos Crimes


de Responsabilidade, entre muitas outras contrafações,
destaque-se a redação que dá ao inciso VII do art. 1O-A
daquela lei:
r--------------------- ~--------

"

\I

"Art. lO-A. São, também, crimes de


responsabilidade contra a lei orçamentária:

.....................................................................................
VII - ordenar ou autorizar a realização de operação
de crédito com qualquer um dos demais entes da
Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma de novação,
refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente;

"

Esse artigo quebra a solidariedade que deve existir


entre os entes federativos. Impede toda e qualquer
renegociação de dívidas entre a União e os demais membros
da Federação, punindo-as como crime de responsabilidade. Um
pouco mais e estaremos instituindo a falência como condição
jurídica aplicável aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, e tudo isso em função de uma obrigação de
conseguirmos um superávit primário, que nos foi imposta pelo
FMI, em detrimento da soberania, dos interesses nacionais e do
povo brasileiro.

Mas o mais grave é que esse artigo, tal como consta


do projeto, não prevê as exceções que estão consignadas no §
1Q do art. 35 da Lei de Responsabilidade Fiscal, chegando
assim a um resultado absurdo. Dessa forma, embora a Lei de
Responsabilidade Fiscal excetue da vedação de realização
desse tipo de operação, a que ocorrer entre instituições
financeiras estatais e outro ente da Federação, nos casos que
prevê, a norma penal pune com prisão a sua realização.

O art. 4Q desse projeto insere, na redação que dá ao


inciso VII do art. 4Q-A do Decreto-Lei n. Q 201/67, entre os crimes
de responsabilidade dos Prefeitos municipais, norma
semelhante à supracitada, cominando penas para a
renegociação de dívidas.
r - - - - - -- - - - - - -- - - -- --
,

12

o art.
5-º torna infração administrativa contra a lei de
finanças públicas "deixar de divulgar ou enviar ao tribunal ou
conselho de contas, no prazo de 30 dias, a contar do final do
quadrimestre e do ano civis, o relatório de gestão fiscal, com as
informações exigidas em Let".

Também aqui o projeto se baseou na Mensagem


original do Executivo da Lei de Responsabilidade Fiscal , pois
essa exigência de apresentar tal relatório ao tribunal de contas
foi suprimido do substitutivo aprovado nesta Casa,
permanecendo apenas a obrigação de divulgação pública.

Esses são alguns exemplos, colhidos nos diferentes


artigos desse projeto, que mostram a teratologia jurídica em
que ele se constitui.

Se observarmos o conjunto desses artigos,


encontramos em todos eles erros técnicos, em especial o fato
de que se reportam à Mensagem original do Executivo da Lei
de Responsabilidade Fiscal, e não ao que resultou da
discussão nesta Casa. Esse erro se prende à questão de ordem
que anteriormente levantei, evidencia que estava correto o
nosso entendimento de somente iniciar a discussão das normas
penais após a conclusão da tramitação daquela lei
complementar, o que evitaria tais escolhos.

Observa-se também a superposição de normas,


tipificando condutas que já são tratadas em outros diplomas
legais, tornando-as inaplicáveis. Por outro lado, o que se vê é
uma escolha aleatória de quais condutas, dentre as que são
vedadas ou constituem obrigações determinadas pela Lei de
Responsabilidade Fiscal, serão abrigadas entre as normas
penais, e quais as que serão relegadas ao esquecimento.

Observe-se, quanto à técnica legislativa, que a


tipificação não pode fazer referência genérica a uma lei, como
acontece por demasiadas vezes nesse projeto. A norma penal ,
por sua natureza, tem de ser o mais precisa e explícita possível ,
e esse é o escopo da tipificação penal.

13

Por tudo isso, somos pela injuridicidade e má técnica


legislativa do projeto, e, no mérito, pela sua rejeição.

Sala da comissão , 05 de abril de 2000,

Deputado SÉR la MIRA A

ado JOSÉ ANTÔNIO


, .

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO

PROJETO DE LEI N. o 621, DE 1999

COMPLEMENTAÇÃO DE VOTO EM SEPARADO


(Deputado Sérgio Miranda)
(Deputado JOSr ANTONIO ALMEIDA)

INTRODUÇÃO

o PL 621/99 é um exemplo representativo do retrocesso


político e jurídico característico de nosso tempo.

A política e o direito foram colocados sob a égide da


economia, no pior sentido. Não se trata aqui, evidentemente, da
teoria marxista da infra-estrutura material e suas repercussões
superestruturais. Trata-se de que as definições políticas, mesmo
aquelas de mais larga repercussão no tempo e no espaço, são
tomadas exclusivamente em função dos interesses econõmicos
mais imediatos, e o direito deixa de ser um elemento que rege
• relações sociais de forma mais duradoura, para se tornar uma
biruta ao sabor dos ventos daqueles interesses econõmicos.

Na verdade, é melhor dizer-se que a nossa época se


caracteriza por um predomínio do mercado sobre a sociedade.
Todas as manifestações sociais, todas as instituições, são
moldadas para servir ao mercado. E nem sequer se trata de
predomínio do mercado como um todo, mas de um setor do
mercado, o setor financeiro, que impõe suas receitas e seus
interesses ao restante.
2

o PL 621/99 é exatamente um exemplo de como a


necessidade de dar uma satisfação ao setor financeiro atropela a
elaboração de normas jurídicas. Sua função é sinalizar para esse
setor que a relação entre a dívida pública e o PIB será mantida em
patamar satisfatório, e dar garantias quanto à capacidade do
estado brasileiro de honrar sua dívida, de que não haverá
sobressaltos quanto à remuneração do capital financeiro, através
da adoção de mecanismos de gestão fiscal que assegurem a
obtenção de um superávit primário a ser utilizado com essa
finalidade. É esse o fulcro da Lei de Responsabilidade Fiscal e do
PL 621/99 .

• acentuar
É isso que explica o viés tomado pelo PL 621/99, de
e apenar tipificações de condutas que atingem
interesses do setor financeiro. Não pagar a dívida é pior do que
roubar, o inadimplente é pior do que o corrupto, eis o recado
explícito desse projeto.

Chama a atenção a pressão exercida sobre o Congresso


para a aprovação desse projeto. A grande imprensa tenta
desqualificar pessoalmente os que a ele se opõem, insinuando que
representariam um lobby dos parlamentares que são candidatos a
prefeito ou apoiadores de candidatos nas eleições municipais
deste ano. Essa tática de desqualificação do adversário, que se
utiliza do argumento ad personam, em vez de responder e
contraditar os seus argumentos é uma tática da mais grosseira
má fé.

A pressão também se explicita na divulgação de que os


opositores à Lei de Responsabilidade Fiscal e ao PL 621/99
seriam defensores da irresponsabilidade administrativa. Também
aqui o argumento é de má fé. Na verdade, as medidas adotadas
nesses diplomas legislativos nada tem a ver com o combate à
corrupção, nem com a farra dos dinheiros públicos. Não impedem
e nem sequer tentam impedir o uso de dinheiros públicos para
favorecer determinados candidatos. Até porque a principal razão
para esse abuso está na permissão que foi dada para que os
atuais prefeitos sejam candidatos à reeleição, essa sim um convite
à manipulação e à corrupção eleitoral.
3

o debate em torno do PL 621/99 têm sido memorável,


pela profundidade e agudeza dos dados e argumentos que foram
trazidos a esta Comissão.

Procuramos, neste documento, rememorar e sintetizar as


razões pelas quais diversos parlamentares, das mais diversas
correntes políticas e das mais diversas formações, buscaram
demonstrar a necessidade de rejeitar essa proposição.

RAZÕES CONSTITUCIONAIS

o PL 621/99 é o corolário da Lei de Responsabilidade


Fiscal, recentemente aprovada no Plenário do Senado Federal e
remetida à sanção do Presidente da República.

A Lei Complementar de Responsabilidade Fiscal, matriz


e nutriz ideológica e jurídica desse projeto, no entanto, está
inquinada de inconstitucionalidades as mais diversas, entre as
quais destacamos o fato de que regulamenta apenas parcialmente
o art. 163 da Constituição Federal, abrangendo apenas os incisos
I a IV desse artigo e deixando de fora os demais, quebrando assim
a organicidade de um texto que, pelo fato de constituir um artigo
único, só pode ser regulamentado em sua totalidade. Os incisos
de um artigo são parte integrante e indivisíveis desse artigo. O
STF já decidiu que nem sequer os parágrafos de um artigo da

• Constituição Federal podem ser regulamentados em leis


complementares separadas, pois constituem uma estrutura que
não pode ser desmembrada e tratada de per si.

Ademais disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal infringe


de forma evidente cláusulas pétreas, seja por atentar contra a
separação de poderes, à medida em que possibilita ao Poder
Executivo o controle sobre o gerenciamento financeiro e
orçamentário dos demais Poderes, em especial o Poder Judiciário,
permitindo-lhe chegar até a intervenção nesses Poderes; seja ao
atentar contra o princípio federativo, reduzindo substancialmente
a autonomia e a capacidade de autogoverno dos demais entes da
4

Federação, colocando os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios sob a tutela da União, no que se refere à gestão fiscal.

o PL 621/99, seguindo na mesma bitola de sua fonte,


discrimina os Estados, Municípios e Distrito Federal, ao
selecionar condutas que deverão ser apenadas, que atingem os
representantes daqueles entes, e deixando de fora as condutas
que, com base na mesma Lei de Responsabilidade Fiscal, levariam
à cominação de penas ao Presidente da República e demais
próceres da União. Chega a ser acintoso, quando salvaguarda os
membros do Congresso Nacional das penas que são endereçadas
a Prefeitos, Vereadores e a corpos colegiados do Judiciário.

Ademais, pairam sobre sua tramitação indícios de


irregularidade, ferindo a lógica processual ao ser discutido antes
da aprovação das normas contidas na Lei de Responsabilidade
Fiscal, sendo, como é, um projeto suplementar àquele. É de se
salientar que o STF já decidiu, em outros casos, que o devido
processo legislativo não é assunto interna corporis, mas requisito
constitucional de validade das leis, que não pode ser atropelado
pelos legisladores.

RAZÕES JURÍDICAS

o PL 621 padece de insanáveis vícios de juridicidade.

A norma penal é o último bastião de defesa da sociedade,


aquele que protege os valores considerados, em determinado
momento histórico, como os mais valiosos bens sociais. Por isso,
essa norma demanda requisitos mais exigentes para sua
elaboração.

As normas apresentadas, quer na Mensagem original do


Executivo, quer nos substitutivos trazidos à apreciação desta
Comissão trazem, pelo contrário, o selo da aleatoriedade, da
imprecisão, da erraticidade e, principalmente, da
desproporcionalidade ..
5

As condutas escolhidas para serem tipificadas o foram


aleatoriamente. Elegeu-se algumas das vedações e obrigações
contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, em detrimento de
outras, sem que se saiba ou tenha sido informado o critério da
seleção. Em intervenções anteriores apontei já várias outras
obrigações e proibições daquela lei complementar que poderiam
ser acolhidas no campo penal, a título tão bom ou melhor dos que
as que figuram na Mensagem original ou substitutivos
apresentados ao PL 621/99.

Isso, para não falar nas disposições constitucionais que


tratam do tema da gestão fiscal, ou da necessidade patente de
atualização da Lei dos Crimes de Responsabilidade, na parte que
se refere aos Crimes Contra a Lei Orçamentária, a exigir evidente
atualização para adaptá-la aos novos procedimentos e à
experiência acumulada, em especial desde a CPI do Orçamento.
Perdeu -se a oportunidade de fazer uma lei que tratasse em
profundidade o tema, e não ficasse na superficialidade de uma
proposta que tem como principal objetivo ser uma peça de
marketing político de duvidosa qualidade.

Poderia citar aqui novamente inúmeros exemplos de


normas que caberiam, a todos os títulos, em uma Lei sobre a
gestão fiscal, mas, como apresento em anexo uma série de
sugestões nesse sentido, dispenso-me de fazê -lo aqui.

Em segundo lugar, destaca-se a erraticidade das


normas, que vagueiam estonteadas por diversos diplomas legais, o
Código Penal, a Lei dos Crimes de Responsabilidade, A Lei da
Improbidade Administrativa, a Lei de Responsabilidade de
Prefeitos e Vereadores, não se encaixando satisfatoriamente em
nenhum deles. Não se entende porque condutas que são definidas
como criminosas quando praticadas por Prefeitos e Vereadores
não o seriam quando praticadas pelo Presidente da República. As
normas não se conciliam entre si, não são revogadas normas
anteriores que versam sobre o mesmo tempo, deixando que
convivam promiscuamente entre si condutas tipificadas de forma
igual mas com penas diferenciadas.
6

Entendemos que as normas aqui apreciadas deveriam


formar, pelo menos, dois blocos distintos: um que tratasse da
alteração do Código Penal e outro em que se incluíssem as
inovações relacionadas com a Lei dos Crimes de
Responsabilidade, Lei da Responsabilidade de Prefeitos e
Vereadores e Lei da Improbidade Administrativa, que guardam
maior semelhança entre si do que com aquele código.

A INJURIDICIDADE DAS ALTERAÇÕES DO CÓDIGO PENAL

Como bem assinalou o eminente deputado e jurista


IBRAHIM ABI-ACKEL, a característica principal da lei penal é a
tipificação da conduta criminosa. Essa tipificação deve prezar
acima de tudo pela clareza, pela definição irretocável, que permita
ao juiz fazer o seu cotejamento com a conduta no caso concreto.

Da forma como estão apresentadas, ao contrário, as


normas contidas no PL 621 não são aplicáveis, pois deixam
espaço à perplexidade, abrem brechas a interpretações díspares,
não podem ser recoladas à vida real. Em diversos momentos, por
exemplo, onde a Lei de Responsabilidade Fiscal apresenta
alternativas, a Lei Penal fecha a porta de uma das opções,
oferecendo o paradoxo de uma conduta permitida por lei se tornar
um crime em outra.

Chama a atenção, em especial, do ângulo da


injuridicidade, a desproporcionalidade das normas penais em
relação às condutas que se quer incriminar.

A proporcionalidade ou razoabilidade é requisito


indispensável a qualquer diploma legal entendendo-se como tal
que as medidas que se adotam devam, primeiro, constituir meios
adequados à solução dos problemas que pretendem resolver;
segundo, que sejam a opção menos gravosa aos cidadãos; e,
terceiro, que guardem uma relação proporcionada entre o onus
que acarretam e os beneficios que se espera extrair delas.

I
l
, .

Não se pode esperar proporcionalidade numa lei que tem


como escopo apenar quem se opuser a uma política econômica
determinada, datada e necessariamente temporária, de um
governo específico, passível de ser substituído por outrem no jogo
normal da vida democrática.

Dessa forma, observa-se que as alterações do Código


Penal aqui tratadas criam uma situação em que os crimes contra
o patrimônio público são sancionados com penas menores do que
as condutas daqueles que deixem de pagar a dívida pública.

É evidente que o tamanho da pena reflete a percepção


subjetiva do legislador sobre a importância dos valores sociais que
são defendidos pela lei penal. Observa-se aqui, portanto, uma
inversão total de valores: roubar dinheiro e bens públicos passa a
ser mais aceitável do que a inadimplência dos administradores.

A Lei de Responsabilidade Fiscal já traz, em seu bojo, a


previsão de sanções administrativas contra os que violarem as
suas disposições. Parece-nos que essas são punições que se
mostram mais adequadas ao tema ali tratado, em consonância
com a manifestação expressa nesta Comissão pelo eminente
deputado e jurista José Roberto Batochio, que aqui defendeu a
moderna doutrina do minimalismo penal, que vê na norma penal
a ultima ratio ju ris , a barreira mais formidável ao ilícito, a que
defende os valores mais profundos e mais arraigados da sociedade
e que, por isso mesmo, não pode ser usada a torto e a direito,
intempestivamente, porque existe um ônus social em sua
utilização.

O que fica visível aqui é a redundância. A Lei da


Improbidade Administrativa consigna em seu art. 11, assim como
o Decreto-Lei 201/67 em seu art. 1 º, V, o princípio da legalidade,
e as sanções a sua violação, sendo desnecessário que se repita,
como aqui, diversas vezes, condutas tipificadas simplesmente pela
violação da legalidade, consubstanciada na Lei de
Responsabilidade Fiscal, e a elas se imputem sanções penais.
8

Quando se examina essa lei desproporcional, imprecisa,


errática e aleatória, tem-se a nítida impressão de que não foi feita
para viger de verdade, que se espera que - exatamente em razão
de seus defeitos - não tenha aplicabilidade, pois prevalecerá a
sensatez dos juízes, que já deram manifestação, de outras vezes,
de que sabem discernir o joio do trigo e se recusaram, por
exemplo, a aplicar os artigos mais draconianos da Lei de
Segurança Nacional da ditadura militar.

Reporto-me aqui a uma magistral passagem de


ANTÔNIO HESPANHA, quando observa:

"Se olharmos desmistificadamente o fenômeno legislativo dos


nossos dias, a primeira constatação é de que a lei serve funções
muito diversas, algumas das quais nada têm a ver com as
clássicas funções regulavas. Muito freqüentemente a lei é
utilizada para enunciar de forma solene e propagandística as
intenções do poder, um pouco independentemente de tais
intenções serem realmente praticáveis ou de o poder tencionar
levá-las à prática. Este 'uso simbólico' da lei não é,
evidentemente, de hoje, mas verifica-se muito mais
freqüentemente na atualidade, tanto nos regimes autoritários
como nos democráticos parlamentares. Nos primeiros, a
estatuição legal de certos princípios (por exemplo, a garantia
dos direitos individuais) constitui a cobertura, interna e
externa, da sua violação prática. Nos demais, o valor simbólico
das leis é diversamente interligado: serve para proclamar
intenções que se sabe de antemão não se poderem levar a cabo,
para anunciar solenemente intenções e captar votos, para
satisfazer e limitá-las ou gerir combinações políticas. I

A INJURIDICIDADE DAS INOVAÇÕES DOS DEMAIS DIPLOMAS


LEGAIS

ICitado por CELSO D. de ALB UQUERQUE MELLO, in Curso de Direito Internacional Público, 12" ecl. , Ec! . Renovar,
2000, pág. 807.
· .

Um problema levantado com muita felicidade pelo


ilustre deputado JOSÉ ANTÔNIO, e em boa hora acatado pelo
eminente Relator, é a transposição do julgamento dos crimes de
responsabilidade previstos nessa lei , quando praticados por
Prefeitos Municipais, da órbita do Judiciário para o âmbito da
Câmara de Vereadores.

Resultaria, assim, numa nova modalidade de


impeachment, que tende a produzir efeitos exatamente contrários
aos propalados objetivos moralizadores da Lei. Com essa
disposição legal, coloca-se o mandato dos prefeitos nas mãos da
Câmara. O Prefeito que perder a maioria naquela Casa está
inapelavelmente cassado. O significado disso para a moralidade
pública fica evidente para quem tenha refletido, minimamente que
seja, sobre os acontecimentos recentes na cidade de São Paulo,
em especial os que se deram em torno do impedimento do prefeito
paulistano.

Ademais, é bom que se ressalte que o foco da atenção da


Câmara estará voltado para a relação entre a própria Câmara e o
Executivo, para os repasses dos duodécimos, por exemplo, o que
certamente pautará esses julgamentos.

DA INCONSTITUCIONALIDADE E INJURIDICIDADE DA
REPARTIÇÃO POR PODER DOS LIMITES DE GASTOS COM
PESSOAL

O alteração do art. 359-F do Código Penal, feita pelo art.


2 º do PL 621/99, resume e concentra os defeitos desse projeto.

Aqui está o coração negro do projeto. É a principal


inovação penal que propõe. O que dispõe é que, aqueles que se
recusarem a demitir servidores para evitar ultrapassar "a
repartição por Poder do limite máximo" disposto na Lei de
Responsabilidade Fiscal, serão apenados com prisão .
• •

10

Em primeiro lugar, a análise combinada dos arts. 169;


51, IV; 52, XIII; 99 e 127 §§ 2º e 3º, da CF, indica a
inconstitucionalidade da repartição desses limites por disposição
da Lei de Responsabilidade Fiscal, e conduz ao entendimento de
que o texto constitucional permite apenas a fIxação de limite para
o ente federativo, cabendo à lei de diretrizes orçamentárias
estabelecer parãmetros para os Poderes e o Ministério Público.

Em segundo lugar, esses limites foram fIxados, naquela


Lei Complementar, de acordo com uma média, o que é uma
simplifIcação inadequada que leva, necessariamente, a
inviabilidade do ajustamento em muitos Estados e Municípios.

No Estado do Acre, por exemplo, a repartição, estatuída


atualmente pela LDO, é de 5,3°IÓ para o Legislativo, 3,6% para o
Judiciário, 55,10/0 para o Executivo e 1,6% para o Ministério
Público. Com o cálculo pela média, como preconiza a Lei de
Responsabilidade Fiscal, a repartição deveria ser ajustada para
3% para o Legislativo, 6% para o Judiciário, 49% para o Executivo
e 20/0 para o Ministério Público.

Assim, o Legislativo deveria reduzir sua despesa com


pessoal em 43°IÓ (de 5,3°IÓ para 3%); o Executivo, em 11 % (de
55,1 % para 49%); o Judiciário e o Ministério Público, que se
encontram abaixo da média, poderiam elevar suas despesas em
até 10%, pela regra transitória que vigerá até o ano 2003. Cria-se
assim, de um lado, a inviabilidade de ajustamento de alguns
Poderes, pois como se esperar que o Legislativo daquele Estado
reduza de imediato suas despesas em 430/0? E, de outro lado, cria-
se até uma expectativa irreal de aumento dessas despesa nos
Poderes que estão abaixo da média.

A repartição pela média não leva em conta parãmetros


mais pertinentes e realistas, como o tamanho da população, o
número de Municípios, o número de comarcas, etc., que são
indicadores das tarefas a serem desempenhadas por cada Poder e,
portanto, norteadores mais seguros de suas necessidades e da
repartição de limites que deve ser feita entre eles.
• •

1I

CONCLUSÃO

Os argumentos aqui transcritos, expendidos por mim e


por diversos outros deputados no decorrer dos debates ,
demonstram cabalmente que o PL 621/99, em sua forma atual,
deve ser inteiramente rejeitado, por estar eivado de
inconstitucionalidades, por ser injurídico e por não ter a melhor
técnica legislativa.

Entendemos, em primeiro lugar, que tal Projeto deveria


ser desdobrado em pelo menos dois outros: um que tratasse
exclusivamente das alterações do Código Penal, e outro que
englobasse os demais dispositivos que modifica.

Na elaboração desses novos projetos, deveriam ser


escoimadas as inconstitucionalidades e injuridicidades aqui
apontadas, em especial pela seleção criteriosa das condutas que
serão objeto de sanção, sem o viés aleatório e discriminatório em
relação aos demais entes da Federação, que se observa nesse
projeto.

As condutas deverão ser tipificadas, nesses novos


projetos, com precisão, e atendendo aos ditames da melhor
técnica penalista, que traz para essa órbita apenas aquelas
condutas que afetam os valores mais duradouros da sociedade,
obedecido o princípio do minimalismo penal.

Por tudo isso, em conclusão, somos pela rejeição do PL


621/99.

Sala das Sessões, em 12 de abril de 2000,

~~ "
Deputado SÉR 10 MIRANDA
PCdoB-MG

Deputado ANTONIO ALMEIDA


PSB-MA
CÂMARA DOS DEPUTADOS

1
rONSIDERAÇOES SOBRE O PROJETO 6211
VOTO EM 5 EPAR ADO DO DEPUTADO R I CARDO F I aZA AO
PROJETO DE LEI Nº 621/99

I. Deve-se recordar inicialmente, que o texto constituc:lonal utiliza o


J

vocábulo "crime" para caracterizar duas figuras inconfundíveis: de um lado,


os crimes insusceptfveis de qualquer quaHficação ndjcional que altere sua
conceituaçlo genérica. (CF. art. 5°, incisos XXXIX, XLJ]~ LIX; rui. 53, §§
1n ~ 3°), às vezes também denominados "crimes comuns" (CF, art. 108,
inciso 1, aBnea "a") ou mesmo "infrações penais comuns" (CF, art, 102,
inciso 1. aUnca ub"; art. lOS, inciso t, Ha"); ~ de outro lado os chamados
• "crimes de re~ponsabmdadc" (CF, art. 52, incisos I e 11: art. H5j art. 86, art.
102, jnciso J, alines "c~'), que às vezes aparecem, na legis)açlo
infraconstitucional com a denominação mais apropriada de "infrações
politico-adtninistrativas U (Decreto-Lei nO 201 de 27/02/67. art. 4°).

2. É desnecessário registrar as diferenças fundamentais entre essas duas


categorias. Basta lembrar que os crimes propriamente ditol; são julgados
pelo Poder Judiciário, acarretando sançÕes que rocebcnl a donominaçAo de
"penas", algumas delas permitidas e algumas outras vedadas pOl' preceitos
constitucionais (CF~ art. 5°, incisos XLVI C XLVII). Já os chamados crimes
de responsabilidade, maJgrado sua denominação, n!() pertenl;em ao Direito
Penal: suas características são nitidamente poHticas, cem apuraç!o e
julgamento afetos aos órgãos do Poder Legislativo e tendo, como sanção
principal, a perda do I~argo .

• 3. O Projeto de Lei nO 621/99 abrange tanto a matéria estritamente


penal, através da inserção de normas incriminadoras no te'xto do Código
Penal, quanto a matéria polftlco-administl'ativB1 ampliando, n,este c~C''"'~ o
elenco dos chamados crimes de responsabilidade previstos na Lei n° 1.079,
de 10/04/50, e no Dccreto~Lei nO 201, de 27/02/67. No que di7. respeit.o aos
acréscimos incidentes sobre o Código Penal (arts. 10 e 2°),
independentemente d.a análise da sua conveniência e oportLmidadc. devem
ser destacados alguns aspectos que podem, eventualmente, J'(,~fletir-se na
apreciação do Projeto.

4. O art. 1 incide sobre o art. 339 do Código Penal, qu" tipifica o crime
('I

de denunçjaçAo caluniosa - consist0nto~ como se sabe, em lidar causa a


instauração de investigação policial ou ~" processo judicial conlrn alguém,
imputando-lhe crime de que o sobe .uocente", acarretando urna pena de
... -... _. ... ..... _.... .- ... ~ ..... -.... -..... -.. ..... _ ..~. -" _. -'" .... -..... -.. -. -... _.. -.... .
....... :::-.---- :-=--• ..:• . _- .. .
.. . . ,. , .• _ ..• •-.••• . ••• • •••• •• • ;: .........-... .--: _....... .... . .........
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L.~\: CÂM ARA DOS DEP UTA DOS
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"'1: • °

2
"reclusão. de '2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa" - acroscentando .. lhe mai
s
um palagrafo com manutenção dos dois outros restantes. O novo paJ'ágrafo,
numerado como paeágrafo primeiro, com renumoração dos demais,
estabelece que "incorre na mesma pena aquele que der causa, por má fd,
a
;nslauraçl1o de Investigação administrativa, inquérito civil ou aç~o de
improbidade admlni$lrativa". Registre-se que a aprovação do Proj
eto
importa em derrogaç!o, subsequente ao início de vigência da lei, do art.
19
a
da Lei nO 8.429, de 02/06/92, nos termos do qual Hconutitul crime
represenfaçl10 por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
heneflcid"Io quando () autor da denúncia o sabe inocente" ~ a que
• corresponde a pona d~ "detençOo de 6 (.vei~~ a JO (de~) meses e multa".
Neste ponto, o projeto merece irrestrita aprovação.
)

S. O art. 2" do Prc)jcto consiste no acréscimo de um Cap ítulo IV (00 9


a
Crimes contra as Fina nça s Públicas) a.o Titu lo IX (Dos Crim es contra
Adm inis traç ão Púb lka) da Part e Esp ecia l do Cód igo Penal.
Pod e·se
à
inicialmente di~cutlr sua inclusão, no texto do Código Penal. face
alternativa de se inser'ido, com o mesmo dest aqu e, dentro da Lei nO 4.32
0,
de 17/0 3/64 , que estatui, na conformidade da respectiva emlmta
, Normas
e
GerAi!\ de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos
Balanços da Uni 11o, dos Estados. dos MWlicípios e do Distrito Federal.
A
vantagem decorreria do fato dos tipos penais contido :, no Projeto
constituirem normais panai~' em branco, quando menos, nOl'mas
ias
incriminadoras que, na maioria das vezes, servem de reforço a exigênc
,
ou proibições de natureza i1nanceira e orçamentária . Como se sabe
lU'omals penaij em branco constituem aquelas que dependem da
existOncia
de outl'as normas - ~:t~jam elas legais. sejam elas regulam~ ~l1tares
- cujo
conteúdo passa a integrar os tipos penais, Por outro lado, mesmo nue
Re

identifiquem, no Projeto, normas penais completas ou íntegr'as, é inegável


que elas se avizinham das regras da legislação orçamentária, estando melhor
situadas num mesmo contexto, quando menos para ml~lhor efei
to
pedagógico e interpretativo.

6. É de conRiderar, ainda, que boa parte das normas incriminadoras do


Projeto tipHicam crimes omissivos - consistentes em não~fazer
_.
revelando-se, em muitos casos, parcialmente incompletas, vhto como nem
sempro se estabelece éI modalidade técnica do fazer, l10tadamElnte quando se
\ Alià~. c31~ última norn'\ft inc"im;!1údoTIi , quanto à " .mnull1~O, t(l; obj eto de 1\.II1dndl\5 crfticas dC' 1JIl/

flOUCU cutlhooit.lu, pOTóm (;ijlijicnte pmnllqf'A pCl'JlIUlIlJUÇllllO, em artJgo acolhIdo p~IB Revista do Tribuna'
de Contas da Unlln,
CÂMARA DOS DEPUTADOS

3
trata daque!w,) hipóteses de normas em branco. Além disso, não há, nem
poderia haver, incriminação a, titulo de culpa em senso estrito, no
tradicional sentido do imprud~ncia, imperícia ou negllg~ncia, que iria
caractorizar apenas a incompetência funcional do Administrador.

7. Tomemos como exemplo de dificuJd~des ocorrentes O tipo penal


dedicado à Assunç80 de Obrigaçé1o no Ulllmo Ano do Mandato ou
Legislatura:

"A,.t. 359·C - Ordenar ou autorizar a a.\'sunçlJo de


ob";gaçtlo, nos dois últimos quadrimestres do último ano
do mandato ou legislatura, cuja despe.~a fIa0 possa ser
paga no mesmo exerclcio financeiro ou, caso reste
parcela a ser paga no exorclcio seguinte, que nlJo tenha
contrapartida .'iuflçiente de disponibilidade de caixa.
Pena - redu.\'lIo di! J (um) a 4 (quatro) anos!'

8. Esse tipo penal, que aparentem~nte dispensa a existência de outras


leis ou normas infr31c~gais (norma penal em branoo), traz em si algumas
imperfeições fa,cilmente identíticáveis. Vejamos: (a) - Pode o responsável
fazer tudo isso alguns dias antes do inicio do penúltimo quadrimcste do
último ano de mandnlo, (! aí não haveria crime a considerar; (b) ,~ HÁ
obrigações impostos por causas imprevisíveis, a c~cmpl0 de (:alamldades, a
exigir, no. aplicaçfto da norma, um esforço interpretativo e livre do Órgão
Julgador. para caracteriza,r ou nlo o e.ttadOade-necessldade, ou au~louM'
outro, inclusive a "prociaçâo da, oportunidade para assunção da obtlgaçao
que, protelada, aCQ1'retaria muito maior dispêndio futuro; (c) - O "mesmo
exerclcio financeiro" pode nao coincidir com o "último ano do mandato li,

enfaquecendo a finalidade . ,da norma propost~. (d) - A "disponibilidade de


'

caixa" é conceito que carece de significado preciso, tend(l-st' em vil'ta,


inclusive, as destina~ões orçamentárias e extra ..orçamentárias, além de
outras contingências ocorrentes; (e) Falta u previsão da aplicnçtfo
M ft

cumulativa da pena de multa. como um regra acontece com os crimes


ligados a vantagens ou prejuí:tos financeiros no Código Penal e, na
legislação especia1. (f) .. A norma tnelhor se compijtibiHzaria com a
legislação eleitoral, onde já existe sistema próprio de controle legal de
u

CJ ER 3, 17 . 2 ~ nOtl,-7 I.JLJNI9m
.--- - --_. '-_
..- ' . -----. __ ----
.

CÂM ARA DOS DEP UTA DOS

4
à
atividades administrativar; no período que antecede imediatamente I
realização dos pleitos.

9. finülmente, padece o Projeto, em termos de política criminal, de


a~,
algum excesso no sentido de criminaHzação e penaJizaçfto - somente otic
ou possivelmente eficaz, após a prática do fato incriminado - em
detrImento de medjdsH preventivas~ do natureza fiscalizadora c impeditivas
de atoR crJminosos. Sabo-se, nesse particular, que o C6digo Penal, em sua
redação, é extremam~tlte benévolo no que diz respeito às pCtlIl", admitind
o.
ivas)
por exemp]o, a conversão em penas restritiva de direitos (penas alternat
a. reclus!o ou a detenção que não excedam a 4 (quatro) anos (Cl>, at1. 44).
da
A soma dns circunstâncias, até agora indicadas, aconselha o re-estudo
d~
questtlo, tendo·se em vista, inclusivo, a exist.ência de um Anteprojeto
C6digo Penal, em fase de elaboração.

RICA DO FIOZA
CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621-A, DE 1999


(DO PODER EXECUTIVO)
MENSAGEM Nº 486/99

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -


Código Penal , à Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nº 201, de 27
de fevereiro de 1967, e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de
Constituição e Justiça e de Redação pela constitucionalidade, juridicidade, técnica
legislativa e, no mérito, pela aprovação, com substitutivo, contra os votos dos
Deputados Antônio Carlos Biscaia, Geraldo Magela, José Genoíno, Marcelo Déda ,
Ibrahim Abi-Ackel, Osvaldo Sobrinho, José Antônio Almeida, Sérgio Miranda e Jair
Bolsonaro, com votos em separado dos Deputados José Genoíno, José Dirceu,
Antônio Carlos Biscaia, Marcelo Déda, Waldir Pires, Ricardo Fiúza, Sérgio Miranda e
José Antônio Almeida (relator: DEP. NELSON OTOCH).

(À COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO)

,
SUMARIO

I - Projeto Inicial

II - Na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação:


- parecer do Relator
- 1º substitutivo oferecido pelo Relator
- parecer reformulado
- 2º substitutivo oferecido pelo Relator
- parecer da Comissão
- substitutivo adotado pela Comissão
- votos em separado
CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621-8, DE 1999


(DO PODER EXECUTIVO)
MENSAGEM N° 486/99

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nQ 2.848 , de 7 de dezembro de 1940 -


Código Penal , à Lei nQ 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nQ 201 , de 27
de fevereiro de 1967, e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de
Constituição e Justiça e de Redação pela constitucionalidade , juridicidade , técnica
legislativa e, no mérito , pela aprovação , com substitutivo, contra os votos dos
Deputados Antônio Carlos Biscaia, Geraldo Magela, José Genoíno , Marcelo Déda ,
Ibrahim Abi-Ackel, Osvaldo Sobrinho , José Antônio Almeida, Sérgio Miranda e Jair
Bolsonaro, com votos em separado dos Deputados José Genoíno, José Dirceu ,
Antônio Carlos Biscaia , Marcelo Déda , Waldir Pires, Ricardo Fiúza , Sérgio Miranda e
José Antônio Almeida (relator: DEP. NELSON OTOCH). EMENDAS DE PLENÁRIO:
Pendentes de parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação .

• (À COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO)

SUMÁRIO

I - Projeto Inicial

II - Na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação:


- parecer do Relator
- 1Q substitutivo oferecido pelo Relator
- parecer reformulado
- 2 Q substitutivo oferecido pelo Relator
- parecer da Comissão
- substitutivo adotado pela Comissão
- votos em separado

III - Emendas apresentadas em Plenário (13)


*PROJETO DE LEI N° 621-8, DE 1999
(DO PODER EXECUTIVO)
MENSAGEM Nº 486/99

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nº 2.848 , de 7 de dezembro de 1940 -


Código Penal , à Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nº 201 , de 27
de fevereiro de 1967, e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de
Constituição e Justiça e de Redação pela constitucionalidade , juridicidade , técnica
legislativa e, no mérito , pela aprovação , com Substitutivo , contra os votos dos
Deputados Antônio Carlos Biscaia, Geraldo Magela, José Genoíno , Marcelo Déda ,
Ibrahim Abi-Ackel , Osvaldo Sobrinho , José Antônio Almeida , Sérgio Miranda e Jair
Bolsonaro, com votos em separado dos Deputados José Genoíno , José Dirceu ,
Antônio Carlos Biscaia, Marcelo Déda, Waldir Pires , Ricardo Fiúza , Sérgio Miranda e
José Antônio Almeida (relator: DEP. NELSON OTOCH).

(À COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO)

*Projeto inicial publicado no OCO de 24 04 99

PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE


REDAÇÃO

,
SUMARIO

- parecer do Relator
1º substitutivo oferecido pelo Relator

• parecer reformulado
2º substitutivo oferecido pelo Relator
parecer da Comissão
substitutivo adotado pela Comissão
votos em separado

EMENDAS APRESENTADAS EM PLENÁRIO


CÂMARA DOS DEPUTADOS

SECRETARIA-GERAL DA MESA
PROJ ETO DE LEI N° 621, de 1999

APROVADOS:
- o Substitutivo adotado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação,
ressalvados os Destaques;
- o Requerimento de Srs. Dep. Arnaldo Madeira (Governo) e Dep. Romel Anísio (PPB)
solicitando votação em globo dos Destaques Simples;
- a Emenda de Redação nO 1.


MANTIDOS:
- o art. 1° do Substitutivo, objeto de Destaque de Bancada (PT);
- o art. 2° do Substitutivo, objeto de Destaque de Bancada (PT).

REJEITADOS:

- . -=-_. ~-
- o Requerimento do Sr. Dep. Walter Pinheiro (PT) solicitando a retirada de pauta do
Projeto;
- as Emendas de Plenário nOs 2 a 13, com parecer pela rejeição;
- os Requerimentos de Destaques Simples (votação em globo);
- a Emenda de Plenário nO 13, objeto de Destaque de Bancada (PT);
- a Emenda de Plenário nO 12, objeto de Destaque de Bancada (PPS).


RETIRADA:
- a Emenda de Plenário nO 1

PREJUDICADOS:
- o Projeto Inicial;
- o Destaque de Bancada (PDT) apresentado ao Projeto Inicial;
- o Destaque de Bancada (PSB/PC do B) para votação do art. 1° do Substitutivo.
A MATÉRIA VAI AO SENADO FEDERAL.
Em 17.05.00

GFR 3 1723 004- 2 (JUN /99)


Projeto de Lei n° 621-A, de 1999

Emenda .MJ.....

Dê-se ao inciso I do art. 5° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 6') l-A,


de 1999, a seguinte redação :

~O
Art • ...... • o • ••• ••••••• • •• • • •• • •••

I - Deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal


de Contas o relatório de gestão fiscaL nos prazos e condições estabelecidas em
lei·,

Justificação

Apesar do fato de o Tribunal de Contas ser defmido como órgão


auxiliar do Poder Legislativo, conforme o que dispõe o art. 71 da Constituição
Federal, é importante a referência específica, no que conceme a necessidade
de divulgação e envio do relatório de gestão fiscal a este Poder, no amparo e
com o propósito de estabelecer claramente a punibilidade pelo não envio desse
relatório também ao Legislativo, nos três níveis de governo.

Sala das sessões, em 17 de Maio de 2000


·\Ã"\s\oD

"-
CAMARA DOS DEPUTADOS
PROJETO DE LEI
N° 621-B, DE 1999
(Do Poder Executivo)
MENSAGEM N2 486/99

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nQ 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -


Código Penal, à Lei nQ 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nº 201, de 27
de fevereiro de 1967, e dá outras providências; tendo parecer da Comissão de
Constituição e Justiça e de Redação pela constitucionalidade, juridicidade, técnica
legislativa e, no mérito, pela aprovação, [com substitutivo, l contra os votos dos
Deputados Antôn io Carlos Biscaia, Geraldo Magela, José Genoíno, Marcelo Déda,
Ibrahim Abi-Ackel , Osvaldo Sobrinho, José Antônio Almeida, Sérgio Miranda e Jair
Bolsonaro, com votos em separado dos Deputados José Genoíno, José Dirceu,
Antônio Carlos Biscaia, Marcelo Déda, Waldir Pires, Ricardo Fiúza, Sérgio Miranda e
José Antônio Alme ida (relator: DEP. NELSON OTOCH). EMENDAS DE PLENÁRIO:
Pendentes de parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação .

(À COMISSÃO DE CO NSTITU iÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO)

SUMÁRIO

I - Projeto Inicial

11 - Na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação:


- parecer do Relator
- 1Q substitutivo oferecido pelo Relator
- parecer refo rm ulado
- 22 substitutivo oferecido pelo Relator '
I
- arecer da omissão
- ub titutiv dotado pela Comissão - - - - - - -
- votos em separado ro· 33
III-\~men~apr~ntadas em Plenário (13)
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o CONGRESSO NACIONAL decreta:
M. li O Capítulo n, do Título XI do Decreto-Lei n2 2.848, de 7 de deZembro de 1940,
,
~.... ayi.~ :w.~do do seguinte dispositivo:
!...J
,3D..
INVESTIGAÇÃO SEM CAUSA.
. "AR.. 337-A Dar causa à instauração de investigação administrativa, inquérito civil ·ou
açIo pénal pela prática de crime de responsabilidade, de que o requerente ou denunciante sabe ser o
lQJ..doi~e.
,
, ~ p
,: Pena.-
I,
recluslo, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos." (NR)
,
, ,

. ~' 'Art. 21 O Título XI do Decreto-Lei n2 2.848, de 1940, passa a vigorar acrescido do


sepinte Capitulo

e artigos:
'..cO,, :;
. ~ ", '

. ' "CAPÍTULO IV
,
••• , DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS"
. '

"CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO.


M. 359-,A. Ordenar, autorizar ou promover a realização de operação de crédito, interno
ou extemo: ' , ,
I - sem prévia autorização legislativa;

11 - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em


resolu* do Senado Federal;

UI - quando o montante da divida consolidada ou da despesa relativa a pessoal ultrapassar


os respectivos limites máximos na forma da lei;
, Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único, Na mesma pena mcorre quem receber transferência voluntária na


hiPóteses'previstas no inciso 111." (NR)


,

.
"INSCRlçÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A PAGAR .
..Art. 359 - B. Promover, ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa
que nlo tenha, ,ido previamente empenhada ou liquidada ou que exceda limite estabelecido em lei.
Pena'- detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,"(NR)

. "ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ULTIMO ANO DO MANDATO OU


LEGISLAJURA.
,'. . .
Art. 359-C. Promover, ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, no último ano do
mandato..~~ legislatura. cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso
.. , r~e;: p,arQeIJ.. a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa,
Pe~ ,.. reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,"(NR)

1.: .' . ," ~N~<;> DIVULGAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE GESTÃO FISCAL RESPONSÁVEL.


".'/.. , ~" 359-0. Deixar de divulgar ou de enviar ao tribunal ou conselho de contas, no prazo de
até ' trin~a .dias, a contar do final do trimestre e do ano civis, a declaração de gestão fiscal
respOnsável. com ás informações exigidas em lei.
. Pena

detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)
c

.., . ,

,
,
.3
"ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA.
Art. 359-E. Ordenar despesa não autorizada por lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA


Art. 359-F. Prestar garantias ·em operações de crédito sem que tenham sido constituídas,
na forma da lei, contragarantias em valor igualou superior ao valor da garantia prestada.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano."(NR)

"NÃO REDUÇÃO DE DESPESA RELATIVA A PESSOAL.


Art.359-G. Deixar de ordel}ar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução
de medida para a redução do montante da despesa relativa a pessoal que houver excedido o limite
máximo.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR.


Art. 359 - H. Deixar de ordenar, autorizar ou de promover o cancelamellto do montante de
restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei .
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"AUMENTO DE DESPESA RELATIVA A PESSOAL NO ÚLTIMO ANO DO


MANDATO OU LEGISLATURA.
Art. 359-1. Expedir ato que acarrete aumento de despesa relativa a pessoal, nos cento e
oitt;nta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura.
Pena -reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"OFERT A PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO.

Art. 359-1. Ordenar, autorizar ou promover a ofena pública ou a colocação no mercado


financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado.de liquidação e de custódia.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

Art. 39 A Lei ri!! 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"An. lO-A. São, também, crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:

I - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos


estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;

11 - ordenar ou autorizar a abenura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos


pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal ;

In - deixar de promover ou de ordenar a anulação dos efeitos de operação de crédito


realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em l~i;

IV - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei;
4 __________________________________________________
v - deixar de expedir ato detenninando o corte automático de despesa.,· nos casos e
condições estabelecidas em lei;

VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por


antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
décimo quinto dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro;

vn - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais


entes da Federação, inclusive suas entidades -da administração indireta, ainda que na fonna de
novação, refinanciamento ou postergaçãó de dívida çontraída anterionnente;

VITI - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para


finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou." (NR)

"Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do Supremo


Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência., as condutas previstas no
art. 100A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:

I - aos Presidentes e respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos


Tribunais Superiores, dos Tribunais e Conselhos de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do
Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do Distrito Federal, e aos
Juizes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de jurisdição.
co
N

.
i.;
·ii
11 - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões
o administrativas nos Tribunais, cujos votos tenham sido favoráve is à deci são que constitui o crime
cn
cn
cn
de responsabilidade." (NR)
:!:N
NO) "Art. 40-A. Constituem. também. crimes de responsab ilidade do Procurador-Geral da
co
",0 República ou de seu substituto quando no exercicio da chefia do Ministério Público da União. as
.. z condutas previstas no an. 100A desta Lei. quando por eles ordenadas ou pratic~das .
i...J
.30..
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:

I - ao Advogado-Geral da União;

n - aos Procuradores-Gerais do Trabalh9, Eleitoral e Militar, aos Procuradores.. Gerais de


Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados c do Distn.o
Federal, e ao, membros dos Ministério .Público da União e dos Estados, da Advocacia-Gemi da
Unila, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de
chefia das unidades regionais ou locais das respectivas instituições.

m - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões nas
instituições a que se refere este artigo, cujos votos tenham sido favoráveis à decisão que constitui
o crime de responsabilidade." (NR)

"Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às autoridades a que se referem o
parigraro único do art. 39-A e o inciso 11 do parágrafo único do art. 4 0~A, as ações pena.is contra
elas ajuizadas pela prática dos crimes de responsabilidades previstos no art 10-A desta Lei serão
processadas e julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei n2 8.038, de 28 de maio de 1990,
permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia." (NR)
5
Art. 49 O Decreto-Lei n9 201, de 27 de fevereiro de 1967 passa a vigorar acrescido do
seguinte dispositivo:

.. Art. 411_A. Constituem crimes de responsabilidade dos Pret~itos Municipais as condutas a


seguir definidas, que atentam contra as leis de finanças públicas:
I - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quanto o montanté ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;

D - ordenar ou autorizar a abenura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos


pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;

m - deixar
de promover ou de ordenar a anulação -dos efeitos de operação de crédito
realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei~

IV - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei ~

V - deixar de expedir ato determinando o corte automático de despesa, nos casos e


condições estabelecidas em lei~

VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por


antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
décimo quinto dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro;

VII - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais
entes da Federação. inclusive suas entidades da administração indireta. ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de divida contraída anteriormente;

. VIII - ordenar ou a4torizar a destin~ção de recursos provenientes da emissão de titulos pàfF


finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou,

Parágrafo único. Os crimes prcvisto~ neste artigo sIo julgados pela Clmara dos
Vereadores, e punidos com a pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o
exercício de qualquer função pública."

Art. 511 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília,

"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA


COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

CONSTITUIÇÃO
DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
1988
, ,.
••••••••• •••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
6
TíTULO IV
Da Organização dos Poderes

CAPÍTULO I
Do Poder Legislativo
• ••••••••• • •••••• • ••••• • ••••• • ••••••• • •••••• • ••• • •••••••••• • •••• •• •••• • • • •• •• • ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

SEÇÃO VIU
Do Processo Legislativo
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• • •••••••• • •••••••••••• • • • • •• • ••••••••••••••••••••••••••••••••••••• • ••

SUBSEÇÃO IH
Das Leis

Art. 61 - A iniciativa das leis ·complementares.·-e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, .ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição.
§ 10 São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas~
11 - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos p(1blicos na administração direta e
autárquica ou aumento 'de sua remuneração~ .
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da,administração dos Território~~
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento
de cargos, estabilidade e aposentadoria~
• Alínea "c" com redação dada pela Emenda Constitucional n° 18, de 05/02// 998.
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criaç'lo, estruturaçlo e atribuições dos Ministénõs e órgios da admjnistra~
pública~
t) militares das Forças Annadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
i promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
• Alínea 'f' acrescida pela Emenda Constitucional n° /8, de 05/021/998.
§ 20 A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
'"
N
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorad('
:
.;;;
u nacionQl distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décirnl1.
cn
cn
cn
por cento dos eleitores de cada um deles.
~M
,.'
•••••••••••••••••••••••••••••• • ••••••••••••••••••••• • ••••• • • •• •••••••• • • • • •• • •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• • •
~cn
co
o
~Z
~...J
.30.
7
TÍTULO VI
Da Tributação e do Orçamento
. •.•.••....•••••..... ..............................................................•............••••••••••••••••••••••••••
~

CAPÍTULO II , \

Das Finanças Públicas


' .... \. .
••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

SEÇÃO I . '

Normas Gerais
,
Art. 163 - Lei complementar disporá sobre:
,

I - finanças públicas;
11 - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias" fundeç6es r.
demais entidades controladas pelo Poder Público; ..
UI - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
...••....................................•...•.•............................................•.•••••••••••••••••••~~ .......
SEÇÃO II " , "
Dos Orçamentos
...•••••••..............•.•.•....•............•.........•..................•.........•.......•.•.•••••••••, ~ ...' ~~.~~~.~ .....
, I

Art. 169 - A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos' EStados: ~
Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabeleeidos em lei
complementar.
• Artigo, "capul" com redação dada pela Emenda Constitucional nO 19, de lUI06II998.
§ 10 A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remWleraçlo, a criaçlo
Q •

de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, betn como a


admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração drreta ou índire.ta, rnclusfve fundações instituídas e mantidas 'pelo potA;r:1
público, só poderão ser feitas: ''
• § 1° c()m redação dada pela Emenda Constitucional nO/9, de 04/0611998.
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender és proj,eç6es
de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; . .
• Inciso! com redação dada pela Emenda Constitucional nO/9, de 04/06;199,~.
11 - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentíri.,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
• Inciso 11 com redação dada pela J~'menda Constitucional n U l9, de o4;iJ6.,i99H. • • ~ 4
'
§ 20 Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste anigo
para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os
... 1.\ "
8
repasses d~ verbas federais ou -estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios que não observarem os referidos limites.
• § 2° acrescido pela Emenda Constitucional n019. de 04/0611998.
§ 3° P~a O
cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar referida no "caput", a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
• § 3° acrescido pela Emenda Constitucional n019. de 04/0611998. . ' ..
I - redução em pelo menos vinte por cento ·das' despesas com cargos em
comissão e funções de confiança~
• Inciso I acrescido pela Emenda Constitucional n019. de 04/0611998.
II - exoneração dos servidores não estâveis.
• Inciso 1/ acrescido pela Emenda Constitucional n019. de 04/0611998.
§ 4° Se as medidas adotadas com base no parâgrafo anterior nlo forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determÍ11ação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estâvel poderâ perder o cargo, desde que ato normativo
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgIo ou
unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
• § 4° acrescido pela Emenda Constitucional nO /9. de 04/061/998.
<D
N
§ 5° O servidor que perder o cargo -na forma do parâgrafo anterior fará jus a
IV
.!!
IV
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de seI;Viço.
(.)
• § 5° acresçido pela Emenda Constitucional nO/9. de 04/061/998.
§ 6° O cargo objeto da redução prevista nos parâgrafos anteriores sed
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atnbuiç6es
"'0
iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
.... Z
• § 6° acrescido pela Emenda Con.ftitucional nO/9. de 04/06//998.
§ 7' Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas DI
efetivação do disposto no § 4°.
• § 7° acrescido pela Emenda Con.vtitucional n019. de 04/061/998.
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••• ! •••••••••••••••••••••••••••••••••••••
9
DECRETO-LEI N° 2.848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940

CÓDIGO PENAL

••••••••••• • •• •• • ••••••• • •• • • • • •••••• • •••••••••••••• • •• • •••••••••• • ••••• •• ••••• • • •• •• • ••••••• • ••• •• • •• •••• •• •••• • •••••••••

PARTE ESPECIAL
••••••••..••••••.••••... .. ... ........•...... .• ... ....... ... ... ..•... ...... .........•.......•.......•.........••...•..•••.
~

TíTULO Xl
Dos Crimes Contra a Administração Pública
••••••• • •••• • • •••• • ••••• ••• •• • • ••••••• • • • • • •••• •••••• ••••• • • • •• •• ••• •• • • • •• • •• ••• ••••• • ••••••• •••••••••••••••••• • •••••••• •

CAPÍTULO II
Dos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral
••••••••••• •• • ••••••••••••••••• •• • ••• •• • ••• ••• ••• ••• • • • • • •• • • ••••••• • •••• • ••••••••••••••• • •••••• • •• • •• • ••••• • ••• •••• •• ••••

- Subtração ou inutilização de livro ou documento


Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, pr' · "
ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de oficio, ou de panlcu .....
em serviço público:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime

mais grave.

CAPÍTIJLO IH
Dos Crimes Contra a Administração da Justiça

- Reingresso de estrangeiro expulso


Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de I (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuízo de nova expulsão
após o cumprimento da pena.
•••••••••••••••• ••••••••••••••••• ••• ••••••••• •••• •••••••• ••• ••••••• •• ••••••••••• •• ••• •••••••••••••• •• ••• •••••• •• ••••••••••

- Desobediência a decisão judicial,sobre perda ou suspensão de direito


Art. 359 - Exercer função, ' atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a existência,


a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego da economia
10
popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de responsabilidade do Presidente
' .. ~epública e dos Governadores ou Interventores, e os crimes militares, revogam-se
.1S u.~posições em contrário .

........... ( •.............................................•......••.....•........... ..• .....•...•.••...•••••••••••••


••••••••••••• • ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• • ••••• • • •••••••••••••••••••••••••••••

LEI N° 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950

DEFINE OS CRIMES DE RESPONSABILIDADE E


REGULA O RESPECTIVO PROCESSO DE
JULGAMENTO.
PARTE PRIMEIRA

TÍTULO I
........................................... ,...... ..................................•.•...........•.....•••....•..........

CAPÍTULO VI
Dos Crimes contra a Lei Orçamentária

Art. 10 - São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:


I - não apresentar ao Congresso Nacional. a proposta do orçamento da
República dentro dos primeiros dois meses de cada sessão legislativa;
2 -,exceder ou transportar, sem autorização 'lesaI, as verbas do orçamento;
3 - realizar o estorno de verbas; .
4 - infringir, patentémente, e de qualquer modo, ' dispositivo da , lei
orçamentária.

CAPÍTULo VII
Dos Crimes contra a Guarda e Legal Emprego dos Dinheiros Públicos

Art. 11 - São crimes de responsabilidade contra a guarda e o legal emprégo dos


dinheiros públicos:
l-ordenar despesas não autorizadas por lei ou sem observância das
prescrições legais relativas às mesmas;
<D
N
:2 - abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais;
'"
)(
'i;
.3 - contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar
U
CJ)
operação de crédito sem autorização legal;
CJ)
CJ) 4 - alienar imóveis nacionais ou empenhar rendas públicas sem autorização em
:!::&t)
.... 0)
N
lei·,
<D
.. 0
.... Z
~...J
.:la..
11
5- negligenciar a arrecadação das rendas, impostos e taxas, bem como a
conservação do patrimônio nacional.
••••• • ••••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

PARTE TERCEIRA

TÍTULO I

CAPÍTULO I
Dos Ministros do Supremo Tribunal Federal
Art. 39 - São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal
Federa::
1 - alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já
proferijo em sessão do tribunal~
2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa~
3 - exercer atividade político-partidâria~
4 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo~ I

5 - proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas


funções.

.I
CAPÍTULO II
Do Procurador-Geral da República

Art. 40 - São crimes de responsabilidade do procurador-geral da República:


1 - emitir parecer, quando, por lei, seja suspeito na causa;
2 - recusar-se à prática de ato que lhe incumba~
3 - ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições~
4 - proceder de modo incompativel com a dignidade e o decóro do cargo.

CAPÍTULO I
Da Denúncia

Art. 41 - E permitido a todo cidadão denunciar, perante o Senado Federal, os
ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República, pelos
crimes de responsabilidade que cometerem (art.39 e 40).

Art. 42 - A denúncia só poderá ser recebida se o denunciado nlo tiver, por


qualquer motivo deixado definitivamente o cargo.
·.
h.····~······ ..............................................................................................................
•••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
12
LEI N° 8.038, DE 28 DE MAIO DE 1990

INSTITIJI NORMAS PROCEDIMENTAIS


PARA OS PROCESSOS QUE ESPECIFICA,
PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE
,JUSTIÇA E O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL.
,

TtTIJLO I
" ,
Processos de Competência Originária _ I
,
CAPITULO I
Ação Penal Originária
, r

Art. 10 - Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o prazo de
15 (quinze) dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou das
'"c,;
N
peças informativas. " ,':,' ,
'i '" § 10 Diligências complementares ' poderão ' set deferidas pelo relator, com
U
cn interrupção do prazo deste artigo.
cn
cn § 20 Se o indiciado estiver preso:
!:(D
NO) a) o prazo para oferecimento da denúncia serâ de 5 (cinco) dias~
(O
o b) as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o relator,
~z
i...J ao deferi-las, determinar o relaxamento da prisão.
.3c..
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
....•....••...••••...•..................•.........•..............•.............••.................. ,...........••••.......

DECRETO-LEI N° 201, DE.27 DE FEVEREIRO DE 1967

DISPÕE SOBRE A RESPONSABILIDADE


DOS PREFEITOS E VEREADORES, E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS .

•............................•.......•...................................................................•..•.•.••..... ~ ..
Art. 40 - São infrações polftico-administrativas dos Prefeitos Municipais
sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do
. mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da Câmara.
13
11 - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que
devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços
municipais, por comissão de investigação da Câmara ou auditoria, regularmente
instituída. '
UI - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de
informações da Câmara, quando efeitos a tempo e em f~rma regular.
IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa
formalidade. .
V - Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a
proposta orçamentária.
VI - Descumprir o orçam<;nto aprovado para o exercício financeirO. ,
VIl - Praticar, contra expressa- disposição de lei, ato de sua competência ou
omitir-se na sua prática. , , ,
VIU - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Município, sujeitos à administr~ção da Prefeitura. ,
IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou
afastar-se da Prefeitura, sem autorização da Câmara dos Vereadores.
X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro' do cargo.
Art. 5° - O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por
infrações definidas no artigo anterior, obedecerá ao seguinte rito, se outro não for
estabelecido pela legislação do Estado respectivo:
I - A denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor, com a
exposição dos fatos e a indicação das provas. Se o denunciante for Vereador, ficar~
impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a Comissão processante, podendo,
todavia, praticar todos os atos de acusação. Se o denunciante for o Presidente da
Câmara, passará a Presidência ao substituto legal, para os atos do processo, e só votará
se necessário para completar o quonnn de julgamento. Será convocado o suplente. 110'
Vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a Comissão processante.
, 11 - De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão,

determinará sua leitura e consultará a Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o
recebimento, pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão será constituída a
Comissão processante, com três Vereadores sorteados entre os desimpedidos, os quais
elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.
111 - Recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará os trabalhos,
dentro em cinco dias, notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e
documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez di,as, .apresente defesa prévia,
-_:. ~ ... .- por escrito, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até o
, ,
máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a notificação far-se-á por edital,
publicado duas vezes, no órgão oficial, com intervalo de três dias, pelo menos, contado
o prazo da pnmeira publicação. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processanli!
emitirá parecer dentro em cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou ar.qu!vamento
da denúncia, o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo
prosseguimento, o Presidente designará, desde ' logo, o início da instrução, e
14
detenninará os atos, diligências e audiências que se fizerem nec~ssários, para o
depoimento do denunciado e inquirição <tSlS testemunhas.
IV - O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo,
ryessoalru.ente, ou na pessoa de seu procurador, com a antecedência, pelo menos, de.
. Jfite e quatro horas, sendo-lhe pennitido assistir às diligências e audiências, berr
como fonnular perguntas e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de
interesse da defesa.
V - Concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para
razões escritas, no prazo de cinco dias, e, após, a Comissão processante emitirá parecer
final, pela procedência ou improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da
Câmara a convocação de sessão para julgamento. Na sessão de julgamento, o processo
será lido, integralinente, e, a seguir, os Vereadores que o desejarem poderão
manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de quinze minutos cada um, e, ao
final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de duas horas, para
produzir sua defesa oral.
VI - Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais quantas
forem as infrações articuladas na denúncia. Considerar-se-á afastado, defmitivamente,
do cargo, o denunciado que for declarado, pelo voto de dois terços pelo menos, dos
membros da Câmara, incurso em qualquer das infrações especificadas na denúncia.
Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara proclamará imediatamente o
resultado e fará lavrar ata que consigne a votação nominal sobre cada infração, e, se
houver condenação, expedirá o competente decreto legislativo de cassação do mandato
de Prefeito. Se o resultado da votação for absolutório, o presidente detenninará o
arquivamento do processo. Em qualquer dos casos, o Presidente da Câmara
comunicará à Justiça Eleitoral o resultado.
vrr - O processo, a que se refere este artigo, deverá estar concluído dentro dB
noventa dias, contados da data em que se efetivar a notificação do acusado.
Transcorrido o prazo sem o julgamento, o' processo será arquivado, sem prejuízo de
nova denúncia ainda que sobre os mesmos fatos .
•••• •• •••••• ••• ••• ••••••••••• •• •• ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••• •••••••••••••• ••••• •• ••••• •••••
••••• ••••• ••• ••• •••••••••• •••• ••••• •••••••••••••••••••••• ••••••••••••••••••••••••••• •••• ••••••••••••••••••• •••••• ••••• ••••

Senhores Membros do Congresso Naciona~

Nos termos do artigo 61 da Constituição Federa~ submeto , elevada deb"beração de


Vossas Excelencias o texto do projeto de }ei que" Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei rf
15
2.g.u, de 7 de dezembro de 1940 - Código Pena~ à Lei ~ 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao

Decreto-Lei ~ 201, de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providênc~".

Brasília. 13 de abril de 1999.

E.M. n2 110 /99

Em 13 de abril de 199~.

Excelentíssimo Senhor Presiderite da República,

Temos a honra de submeter à elevada consideração de Vossa Excelência o


incluso Projeto de Lei que áltera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei n2 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei n2 1.079, de 10 de abril de 1950, que define os crimes
de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento, e ao Decreto-Lei n2 201, de 27
de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores.

Inspirado nas normas que constam do Projeto de Lei Complementar que regula
os arts. 163, incisos I, 11, m e IV, e o art . 169 da Constituição, o Prt;jeto de Lei ora submetido à
consideração de Vossa Excelência objetiva dotar. o ordenamento de preceitos necessários à
efetiva e permanente observância dos principios fundamentais que norteiam o regime de gestão
fiscal responsável prestes a ser instituído" mediante a previsão de condutas que tipificam novos
crimes comuns e de responsabilidade contra as finanças públicas e a lei orçamentária.. ,

Como justificativa da instituição desses novos tipos penais, basta assinalar que a
gestlo fiscal responsável, caracterizada pelo austero controle e ampla transparência na utilização
dos recursos públicos, constitui instrumento indispensável para a manutenção da estabilidade da
moeda e para o desenvolvimento nacional, merecendo, portanto, em virtude de sua magnitude e
relevincia, tutela e salvaguarda por meio de modernas normas de natureza penal, voltadas para a
represslo de condutas que atentam contra as finanças públicas e a lei orçamentária.

Assim, legitimado pelos fins a que se destina, pode-se afirmar ainda, em prol da
aprovaçi~ do presente Projeto de Lei, que, além de aprimorar o ordenamento em vigor. suas
no~ ditam preceitos de relevante interesse público, na medida em que contribuem para o
atcrubmento de um dos mais legítimos anseios da sociedade, consistente na manutenção da
<>:stabilidade da moeda.
16
Slo estas, Senhor Presidente, as razões que recomendam a aprovação deste
Projeto de Lei..

Respeitosamente,

PEDRO SAMPAIO MALAN


Ministro de Estado da Fazcnda

REN
t
CALHEIR
Ministro e Estado da JuStiça

Aviso ni 485 -C. Civil

Em 13 de abril ~e 1999.
Senhor Primeiro Secretário,

Eocaminho a essa Secretaria Mensagem do Excelentfssimo Senhor Presid':Dle da


República relativa a projeto de lei que" Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei r} 2.84·8, .de 1
de 4ezembro de 1940 - Código Penal, à Lei r} t019, de lO de abril de 1950, e ao Decreto-Lei ~
201, de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providências".

Atenciosamente,

CLOVIS DE BARROS CARVALHO


.Chefe da Casa Civil
da PrcsKlancia da República

A Sua Exccleocia o Senhor


Deputado UBIRATAN AGUIAR
Primeqo Secretúio da CAmara dos Deputados
BRASILIA-DF. .
17
COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO

,
1- RELA TORIO

o Projeto em apreço altera os Diplomas legais que dispõem


t;obre os crimes de responsabilidade e seu processo e julgamento, bem como
.. ~rca da responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores.

Entre os aspectos tratados, destacamos:

- punição ao denunciante de irregularidade administrativa,


quando feita de má-fé~

- tipificação da contratação de operação de crédito feita sem


obediência à Lei;
- punição da inscrição de despesas não empenhadas em restos
a pagar;

- apenamento do agente público que assumir obrigação no


último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no
mesmo exercício financeiro;

- punição a quem deixar de divulgar relatório de gestão fiscal;

- tipificação da conduta consistente em ordenar despesa não


autorizada;

- cominação de pena pela prestação de garantia graciosa;

- responsabilidade penal do administrador que não reduzir


.. . :; om pessoal, que aumentar essas despesas no último ano do mandato ou
legtslatura ou que não cancelar restos a pagar;

- punição pela oferta pública ou colocação de títulos no


mercado~ em desacordo com a Lei.
18
Em sua justificativa, argumenta-se que a gestão fiscal
responsável, caracterizada pelo austero controle e ampla transparência na
utilização dos recursos públicos, constitui instrumento indispensável para a
manutenção da estabilidade da moeda e para o desenvolvimento nacional,
merecendo, portanto, em virtude de sua magnitude e relevância, tutela e
:, 'rmarda por meio de modernas normas de natureza penal, voltadas para a
~s ão de condutas que atentam contra as finanças públicas e a lei
_o . . .

orçamentária.

Com a aprovação na Comissão Especial que tratou do Projeto


de Lei Complementar que defmiu a gestão fiscal responsável, foi necessário
realizar algumas alterações no presente Projeto de Lei, com o objetivo de
adequá-lo às modificações introduzidas pelo Substitutivo ao Projeto de Lei
Complementar nO 18 de 1999, aprovado na Comissão Especial da Câmara.

São as seguintes:

- A expressão "e dá outras providências" da ementa foi suprimida. j) ~


- Substituição, em todo o texto da referência a "despesa relativa a
pessoal", por despesa total com pessoal e a sua repartição por Poder. No texto do
Projeto de Lei Complementar n° 18 de 1999, a despesa e a sua repartição por
Poder constavam de um único artigo; a divisão em dois artigos introduzida pelo
Substitutivo poderia suscitar dúvidas na Lei de Crimes quanto ao fato de a
punição prevista ser aplicável à transgressão do limite aplicado à repartição ou
ap~nas ao limite da despesa total.
Divisão do inciso 111 do Art. 359-A, introduzido no Decreto-Lei nO 2.848, de
",1.0, com o objetivo de adequação ao mecanismo de ajuste proposto pelo
~ubstitutivo ao Projeto de Lei Complementar nO 18 de 1999. No caso da despesa
total com pessoal, a vedação de realização de operação de crédito não se impõe
quando o limite máximo é ultrapassado, mas sim quando, uma vez ultrapassado,
não for alcançada a redução na forma e prazo estabelecidos em lei. No Projeto
de Lei Complementar nO 18 de 1999 essa distinção não existia. .

- No Art. 359-C, introduzido no Decreto-Lei nO2.848, de 1940, a sanção


~ deve referir-se à ação praticada nos dois últimos quadrimestres do último ano do

j mandato ou legislatura, em consonância com o Substitutivo ao Projeto de Lei
~ Complementar n° 18 de 1999.
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19
- No Art. 359-D, introduzido no Decreto-Lei na 2.848, de 1940, a
denominação de "Declaração de Gestão Fiscal Responsável" deve ser alterada
para "Relatório~ de Gestão Fiscal" e a periodicidade do mesmo é quadrimestral.

- Todas as referências a Conselho de Contas foram suprimidas.

- No inciso V do art. lO-A, introduzido na Lei na 1.079, de 1950, e no


inciso V do art. 4°-A, introduzido no Decreto-Lei na 201, de 1967, a
denominação de "corte automático de despesa" deve ser substituída por
"limitação de empenho e movimentação financeira".

- No inciso VI do art. lO-A, introduzido na Lei na 1.079, de 1950, e no


inciso VI do art. 4°-A, introduzido no Decreto-Lei na 201, de 1967, o prazo é o
décimo dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro, e não o décimo
quinto dia. ~

Não tendo havido a apresentação de emendas, passa-se à


apreciação da constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e do mérito
da proposição.

É o relatório.

11 - VOTO DO RELATOR

o Projeto ora em exame atende aos pressupostos de


'.:onstitucionalidade formal, relativos à competência da União (art. 22 da CF), ao
processo legislativo (art. 59 da CF) e à legitimidade de iniciativa (art. 61 da CF).

Não há reparos a fazer quanto à juridicidade e, quanto a


técnica legislativa, é de se retirar a expressão "e dá outras providências" da
ementa do Projeto, em adequação aos termos da Lei Complementar na 95/98.

Passamos ao exame do mérito.

A proposição atende ao interesse público, à medida que


regula a atividade financeira do Estado, impondo sanções aos agentes que
atuarem em desconformidade com a Lei.

.. , . - -
-,-----"
20
As finanças públicas giram em tomo de três elementos
importantíssimos: despesa públic~ receita pública e orçamento.

o desequilíbrio na condução desses aspectos pode causar


danos consideráveis à coletividade, que, em última análise, é o patrocinador e o
destinatário dessa atividade pública. O Estado não gere interesses próprios; ao
contrário, administra patrimônio do povo e, como tal, deve atuar estritamente
dentro dos parâmetros traçados pelo ordenamento jurídico e pelos princípios
gerais de direito. Trata-se do princípio da legalidade estrit~ imposta à
administração pública pelo art. 37 da nossa Constituição.

No âmbito das finanças públicas, a despesa só pode ser


concretizada, quando houver prévia autorização legal, nos termos do que
dispõem os arts. 165, § 8°, e 167, incisos I a X, da Constituição Federal.

Excluem-se desta regra as despesas extraordinárias, por


serem urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção interna
ou calamidade pública (art. 167, § 3°, da CF).

Q)
Q)
Neste sentido, o Projeto busca resguardar a obediência ao
Q)
~o princípio constitucional da legalidade, punindo o agente público que inscrever
"""o
N't""
co despesas não .empenhadas em restos apagar, que ordenar-despesa não autorizada
....00°Z por lei ou que aumentar irregularmente despesa relativa a: pessoal, entre outras
i!i ...J
.3'l. hipóteses .

A violação da legalidade na despesa pública implica o crime


de responsabilidade do Presidente da República, dos Ministros de Estado, dos
Governadores, dos Secretários e dQs Prefeitos, em conseqüência do disposto no
art. 85 da Constituição, na Lei n° 1.079/50 e no Decreto-Lei n° 201167.

o Projeto vem ao encontro dessa fmalidade públic~ atualizando esses displomas


legais e garantindo o rigor no trato da coisa pública.

O mesmo se diga em relação à receita pública. O


administrador, na busca de entrada de capitais para os cofres públicos, deve agir
igualmente dentro dos limites impostos pela Lei, não criando sacrificios
iesmedidos à população nem assumindo obrigações temerárias à estabilidade
das instituições democráticas.
21
Desse modo, o projeto prevê, por exemplo a responsabilidade .
penal de quem ordenar, autorizar ou promover operações de crédito, interno ou
externo, sem prévia autorização legislativa, com inobservância de lei ou de
resolução do Senado Federal, ou extrapolando os limites máximos legais da
dívida consolidada.

o orçamento, visto como lei formal que rege a administração


das finanças públicas, é de tal importância que já constava do texto da Carta
Magna imposta ao Príncipe João, no ano de 1215, na Inglaterra.

Mais uma vez, o Projeto visa a garantir a obediência ao


princípio da reserva legal na execução do orçamento. Exemplo disto é a pena
. prevista para quem inscrever despesas não empenhadas, O empenho é uma fase
da execução, consistente em ato da autoridade competente para criar a. obrigação
do Estado de efetuar pagamento pendente de implemento de condição. O
empenho é conditio sine qua non para a realização da despesa. O vício formal,
neste caso, de acordo com a proposição passará a ser considerado crime contra
as finanças públicas.

Outro aspecto importante do Projeto diz respeito aos restos a


pagar, que são valores empenhados durante um exercício, cujo pagamento é
transferido para o exercício seguinte. Nesta hipótese, quando o agente deixar de
promover, autorizar ou promover o cancelamento do montante de restos a pagar
inscrito em valor superior a permitido em lei, estará sujeito à reclusão, de um a
quatro anos.

Destacamos, ainda, a questão da fiscalização, de grande


importância política e financeira, pois permite verificar se o agente público está
cumprindo a lei orçamentária e evitar lesões ao patrimônio público.

Neste ponto, prevê o Projeto a pena de detenção, de seis


,t!ses a dois anos para aquele que deixar de divulgar ou de enviar ao tribunal de
contas, no prazo de 30 dias, a contar do final de cada quadrimestre e do ano
civil, o relatório de gestão fiscal, com as informações exigidas em lei.

O Projeto é, portanto, oportuno e conveniente do ponto de vista do seu mérito.


22
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Assim, votamos pela constitucionalidade, juridicidade e boa
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técnica legislativa, na forma do substitutivo que apresento, e no mérito, somos
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<O pela sua aprovação.
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Sala da Comissã em ~~ d ~(~ de 2000.

Deputado NE SON OTOCH


Relator

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N' 621, DE 1999

. (Mensagem n° 488/99)

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nO 2.848, de 7


de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nO 1.079, de
10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nO 201, de 27 de
fevereiro de 1967.

o CONGRESSO NACIO~AL decreta:


Art. 1° O art. 339 do Decreto-Lei nO 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa a vigorar com a -
segujnte redação:

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA.

UArt. 339. .................................................................................................... .


•••••.•••••••••....•••.........••........••..••••..••...•....•....•....•.....••..•............................••..•.••

§ 1° Incorre na mesma pena aquele que der causa., por má fé, à instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa.

§ 2° A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome


suposto.

§ 3° A pena é diminuída de metade, se a impUf:ação é de prática de contravenção." (NR)


23
An. 2° O Título XI do Decreto-Lei nO 2.848, de 1940, passa a vigorar acrescido do seguinte
capítulo e artigos:

"CAPÍTULo IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS"

"CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE cRÉDITO.


Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem
pré\;a autorização legislativa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de
crédiW.. jQ.t.ClIle:ou externo:
. :. t: ~· ;eom~ inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em
resolução·do .Senado Federal~
II - quando o montante da dívida consolidada ultrapasse o limite máximo autorizado poh
lei." (NR) ;'Y1\

"INSCRIçÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A PAGAR.


Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição, em restos a pagar, de despesa que não
tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)

"ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU


LEGISLAnJRA.
Art. 359-C. Ordenar ou autprizar a assunção de obrigação, nos dois últimos
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no
mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não
tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa
Pena - reclusão, de 1 (wn) a 4 (quatro) anos."(NR)

"ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA.


Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA


An. 359-E. Prestar garantias em operações de crédito sem que tenham sido constituída~,
contragarantias em valor igualou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano . "(N~)

"NÃO REDUÇÃO DE DESPESA RELAnVA A PESSOAL.


An. 359-F. Deixar de ordenar ou de proinover, na forma e nos prazos da lei, a execução
de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a
repartição por Poder do limite má.'<Ímo.
Pena - reclusão, de 1 (wn) a 4 (quatro) anos."(NR)
24
"NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR.
Art. 359 - G. Deixar de ordenar, autorizar ou de promover o cancelamento do montante
de restos a pagar inscrito em valor superior ao pennitido em lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

'"AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO DO


MANDATO OU LEGISLATURA.
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total
-
com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da lemslatura.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO.


Art. 359-1. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da divida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam
e
registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

Art. 3° A Lei nO 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as seguintes alterações:
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"Art. lO-A. São, também, crimes de responsabilidade contra a lei orçamentári~ ·
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estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
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máximo fixado pelo Senado Federal;
;::0 II - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos
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pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
.... Z inobservância de prescrição legal;
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.30. III - deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou
a constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizáda com
inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei;
IV - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na _
forma da lei;
V - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação
financeira, nos casos e condições estabelecidas em lei;
VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
décimo dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro;
VII - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos
demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na
forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;'
VIII - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo
fato Qerador ainda não tenha ocorrido;
- IX - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou.
X - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em Lei." (NR)
25
'~Art.
39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do Supremo
Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as condutas previstas
no art. 10-A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:


I - aos Presidentes e respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos
Tribunais Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho
e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do Distrito Federal, e aos
Juizes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de jurisdição;
II - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões
administrativas nos Tnbunais, cujos votos tenham sido favoráveis à decisão que constitui o
crime de responsabilidade." (NR)

"Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Procurador-Geral da


República ou de seu substituto quando no exercício da chefia do Ministério Público da União,
as condutas previstas no art. 10-A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:


I - ao Advogado-Geral da União;
II - aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito
Federal, e aos membros do Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral d1\
União, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de
chefia das unidades regionais ou locais das respectivas instituições;
III - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a tomada de decisões nas
instituições a que se refere este artigo, cujós votos tenham sido favoráveis à decisão que
constitui o crime de responsabilidade." (NR)

"Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às autoridades a que se


referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso II do parágrafo único do art. 40-A, as ações
penais contra elas ajujzadas pela prática dos crimes de responsabilidades previstos no art. 10-A
desta Lei serão processadas e julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei nO 8.038, de 28
de maio de 1990, permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia." (NR)

Art. 4° O Decreto-Lei n° 20 1, de 27 de fevereiro de 1967, passa a vigorar acrescido do seguinte


dispositivo:

"Art. 4°_ A. Constituem crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais as condutas


a seguir definidas, que atentam contra as leis de finanças públicas:
I - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;
II - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;
26
III - deixar de promover ou de ordenar a anulação dos efeitos de operação de crédito
realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei;
IV - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei;
V - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação
financeira, nos casos e condições estabelecidas em lei;
VI - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o
décimo dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro ~
VII - ordenar ou autorizar a realização de operação de crédito com qualquer um dos
demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na
forma de novação, refmanciamento ou postergação de divida contraída anteriormente; ..
VIII - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo"
fato gerador ainda não tenha ocorrido;
IX - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou.
X - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em Lei." (NR)

Parágrafo único. Os crimes previstos neste artigo são julgados pela Câmara dos
Vereadores, e punidos com a pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o
exercício de qualquer função pública."

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas deixar de divu~gar
ou de enviar ao tribunal ou conselho de contas, no prazo de até trinta dias, a contar do final dC'
quadrimestre e do ano civis, o relatório de gestão fiscal, com as infonnações exigidas em Lei.

§ l° A infração prevista neste artigo é punida com multa de 30% (trinta por cento) dos
vencimentos anuaís do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade _
pessoal.

§ 2° A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo Tribunal de Contas ou
pela Câmara Municipal a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa
juridica de direito público envolvida.

Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Comissões, W de de 2000.

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PARECERREFORMULADO

Acatando sugestões feitâs durante a apreciaçào 00 Projeto


,
de Lei nO 621/99, em reunião realizada neste Orgão Técnico, reformulo meu
parecer apresentando as alterações propostas na forma do substitutivo em
anexo.

Sala da Comissão, em 12 de abril de 2000

Deputado LSON OTOCH


Relator

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

(Mensagem nO 488/99)

Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei


nO 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal, à Lei nO 1.Ó79, de 10 de abril
de 1950, e ao DJ;!creto-Lei nO 201, de 27 de
fevereiro de 1967.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1° O art. 339 do Decreto-Lei nO 2.848, de 7 de dezembro de 194Q, passa


a vigorar com a seguinte redação:

DENUNCIAÇÃÓ CALUNIOSA.

-Art. 339. Dar causa a instauração de investigação policial, de


processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil
ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime
de que o sabe inocente:
28
Pena - reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1° A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto.
§ 2° A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção." (NR)

Art. 2° O Título XI do Decreto-Lei nO 2.848, · de 1940, passa a vigorar


acrescido do seguinte capítulo e artigos:

"CAPíTULO IV_
DOS CRIMES CONTRA AS FINA~ÇAS PÚBLICAS"

"CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO.


Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno
ou .externo, sem prévia autorização legislativa:
Pena - reclusão, de 01 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou


~
realiza operação de ~rédito, interno ou externo:
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I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em
()
lei ou em resolução do Senado Federal;
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PAGAR.
Art. 359-8. Ordenar ou autorizar a inscrição, em restos a pagar, de
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos:(NR)

"ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU


LEGISLATURA.
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último · ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste
parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa.
Pena- reclurão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA.


Art. 359-0. Ordenar despesa não autorizada por lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)
29
·PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha
sido constituída contragarantia em valor igualou superior ao valor da
garantia prestada, na forma da lei.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. "(NR)

-NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR.


Art. 359 - F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao
permitido em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)

"AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚlTIMO ANO


DO MANDATO OU lEGISLATURA.
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento
de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."{NR)

·OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TiTUlOS NO MERCADO.


Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a
colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que
tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado
de liquidação e de custódia.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."{NR)

Art. 30 A lei nO 1.079, de 10 de abril de 1950, passà a vigorar com as


seguintes alterações:

-Art. 10 ..................................................................................... .

5 - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada,


nos prazos estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal;
6 - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição
legal;
7 - deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento,
a amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de
operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou
montante estabelecido em lei;
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de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos
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CD juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro;
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.3 e. 9 - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;
10 - ~ptar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
11 - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;
12 - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei." (NR)

"Art. 39-A. Constituem, também, crimes ~ de responsabilidade do


o

Presidente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no


, exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando
por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes e


respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais
Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do
Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do
Distrito Federal, e aos Juizes Diretores de Foro ou função equivalente no
primeiro grau de jurisdição." (NR)

"Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do


Procurador-Geral da República ou de seu substituto quando no exercício da
chefia do Ministério Público da União, as condutas previstas no art. 10 desta
Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:


I - ao Advogado-Geral da União;
11 - aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e~ do Distrito Federal, aos
Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos membros do
Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da .União,
das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de
função de chefia das unidades regionais ou locais das respectivas
instituições." (NR)

"Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às


autoridades a que se referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso \I do
parágrafo único do art. 40-A, as ações penais contra elas ajuizadas pela
-- - -- - - -- -- - -
31
prática dos crimes de responsabilidades previstos no art. 10 desta Lei serão
processadas e julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei nO 8.038, de
28 de maio de 1990, permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia."
(NR)

Art. 4° O art. 1° do Decreto-Lei nO201, de 27 de fevereiro de 1967, passa a


vigorar com a seguinte redação:

u Art. 1o ..... ... ...... .. . .. .... .... ..... . .... . ..

XVI - deixar de ordenar a redl.lç8o dú montante da dívida consolidada,


nos prazos estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máxinlo fL<ado pelo Senado Federal;
XVII - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento ' na lei
orçamentária ou na de crédito adicionai ou com if)observância de prescrição
legal;
XVIII - deixar de promover ou de ordenai na forma da lei, o
cancelamento, a amortização ou a constituição de reserva para anular os
efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite,
condição ou montante estabelecido em lei;
XIX - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de
operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os
respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercício
financeiro;
XX - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;
XXI - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
XXII - ordenar ou autorizar a destJnaçao de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;
XXIII - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei.
........ ..................................... ..... ............................................ ....... " (NR)

Art. 50 Constitui infração admil1lstratlva contr a as leis. de finanças públicas:

I - deixar de divulgar ou de enviar ao Tribul1al de Contas o relatório de gestão


fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;
11 - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas
fiscais na forma da lei;
111 - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei.
32

IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos
da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com
pessoal que
houver excedido a repartição por Poder do limite máximo.

§ 1° A infração prevista neste artigo é punida com multa de 30% (trin


ta por
cento) dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo
o pagamento da
multa de sua responsabilidade pessoal.

§ 2° A infração a que se refere este artigo será processada e julgada


pelo
Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira
e orçamentária
da pessoa jurídica de direito público envolvida.

Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Comissões, I~ de de 2000.

Relator

In - PAR ECE R DA COMISSÃO

A Com issã o de Constituição e Just iça e de Redação, em


reunião ord inár ia realizada hoje, opinou, con tra os voto s dos
Dep utad os
Antônio Car los Biscaia, Geraldo Mag ela, José Gen oíno , Mar celo
Déd a,
lbra him . Abi -Ac kel, Osv aldo Sobrinho, José Ant ônio Almeida
, Sérg io
Mir and a e Jair Bol son aro, pela constitucionalidade, juri dici dad
e, técn ica
legislativa e, no mérito, pela aprovação, com substitutivo, do Pro jeto
de Lei na
621 /99, nos term os do pare cer reformulado do Rel ator , Dep utad
o Nel son
Otoch. Os Dep utad os José Genoíno, José Dirceu, Ant ônio Car los
Biscaia,
Mar celo Déd a, Wa ldir Pires, Ricardo Fiúza, apre sent aram
votos em
separado e os Dep utad os Sérgio Mir and a e José Antônio Alm
eida, com
com plem enta ção de voto.

Estiveram presentes os Senhores Dep utad os:

Ronaldo Céz ar Coe lho - Presidente, Inal do Leitão, Iédio


Ros a e Ary Kar a - Vice-Presidentes, André Benassi, Fer nan do
Gonçalves,
33
.'.
Jutahy Júnior, Léo Alcântara, Nelson Otoch, Vicente Arrud~ Zenaldo
Coutinho, Coriolano Sales, Geovan Freitas, Mendes Ribeiro Filho, Osmar
Serraglio, Renato Vianna, Antônio Carlos Konder Reis, Ciro Nogueira, Darci
Coelho, Ney Lopes, Ricardo Fiúza, Antônio Carlos Biscaia, Geraldo Magel~
José Genoíno, Marcelo Déda, Augusto Farias, Ibrahim Abi-Ackel, Osvaldo
Sobrinho, Fernando Coruj~ José Antônio Almeida, Sérgio Miranda, Luciano
Bivar, Anivaldo Vale, Bonifácio de Andrada, Luiz Antônio Fleury, Marcus
Vicente, Themístocles . , Maluly Netto e Jair Bolsonaro.
, \

Sal . da Co issão, em 12 de abril de 2000

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

SUBSTITUTIVO ADOTADO - CCJR

1_
,
I
I Altera e acresce dispositivos ao Decreto-Le
nO 2.848, de 7 de dezembro de 1940 .
Código Penal, à Lei nO 1.079, de 10 de abri,
de 1950, e ao Decreto-Lei nO 201 , de 27 de
fevereiro de 1967.

o CONGRESSO NACIONAL decreta:


Art. 1° o art. 339 do Decreto-Lei n° 2 .848, de 7 de dezembro de 1940, passa
a vigorar com a seguinte redação:

DENUNCIAÇÃO CALUN IOSA.

"Art. 3~9. Dar causa a instauração de investigação policial, de


processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil
ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime
de que o sabe inocente:
34
Pena - reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1° A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto.
§ 2° A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção" (NR) .

Art. 2° O Título XI do Decreto-Lei nO 2.848, de 1940, passa a vigorar


acrescido do seguinte capítulo e artigos·

"CAPíTULO IV
DOS CRIMES CON RA AS FINANÇAS PÚBLICAS"

"CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO.


Art. 359-A Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno
ou externo, sem prévia autorização legislativa:
Pena - reclusão, de 01 ( m) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou


realiza operação de crédito, interno ou externo:
I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em
lei ou em resolução do SAnado Federal;

11 - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite


máximo autorizado pOI lei." (NR)

"INSCRiÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A


PAGAR. .
Art. 359-B. Ordenar DlI autorizar a inscrição, em restos a pagar, de
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei
Pena - detenção, A 6 (seis) meses a 2 (dois) anos:(NR)

"ASSUNÇÃO DE OBRIG çÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU


LEGISLATURA.
Art. 359-C. Ordenar OI autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste
parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa.
Pena reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA.


Art. 359-D. Ordenar de pesa não autorizada por lei.
Pena - re l,Isã ,de I ( 111) a 4 (quatro) anos."(NR)
35
"PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha
sido constituída contragarantia em valor igualou superior ao valor da
garantia prestada, na forma da lei.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano."(NR)

"NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR.


Art. 359 - F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao
permitido em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."(NR)

"AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚlTIMO ANO


DO MANDATO OU lEGISLATURA.
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento
de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

"OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TiTUlOS NO MERCADO.


Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a
colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que

tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado
de liquidação e de custódia.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."(NR)

Art. 3° A l ei nO 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

"Art. 10 ............. .. ...... .... .. ...... ... ............. ... .. .................. ............ .

5 - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada,


nos prazos estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal;
6 - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição
legal;
7 - deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento,
a amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de
operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou
montante estabelecido em lei:
36
8 - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação
de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos
juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro;

9 - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de


operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, r0financiamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;
o 10 - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
11 - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da I
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;
12 - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei." (NR)
e
li Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do
Presidente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no
exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando
por eles ordenadas ou praticadas. •

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes e


respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais
:El
."
o;;
Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do
(.)
Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do
O')
O')
O')
Distrito Federal, e aos Juizes Diretores de Foro ou função equivalente no
..... co primeiro grau de jurisdição." (NR)
;:0
N~
CD
o
~Z
E..J
li Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do
.3Q.. Procurador-Geral da República ou de seu substituto quando no exercício da
chefia do Ministério Público da União, as condutas previstas no art. 10 desta
Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:


1- ao Advogado-Geral da União;
11 - aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos
Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos membros do o

Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União,


das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de
função de chefia das unidades regionais ou locais das respectivas
instituições." ( NR)

"Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste as


autoridades a Que se referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso 11 do
37
parágrafo único do art. 40-A, as ações penais contra elas ajuizadas pela
prática dos crimes de responsabilidades previstos no art. 10 desta lei serão
processadas e julgadas de acordo com o rito instituído pela lei nO 8.038, de
28 de maio de 1990, permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia."
(NR)

Art. 4° O art. 1° do Decreto-Lei n° 201 , de 27 de fevereiro de 1967, passa a


vigorar com a seguinte redação:

U~rt. 10 ................................... .................................................. .

XVI - deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada,


nos prazos estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal;
XVII - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição
legal;
XVIII - deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o
cancelamento, a amortização ou a constituição de reserva para anular os
efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite,
condição ou montante estabelecido em lei;
XIX - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de
operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, indusive os
respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercício
financeiro;
XX - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,

indusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de


novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente;
XXI - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
XXII - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;
XXIII - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei.
........................................................................................................• (i'l~)

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:


~ " )f A?V\' ktú;,; -f-; C«7
I - deixar de divulgar ou de enviar elatório de gestão
I
I fi,scal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;
,
i I 11 - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas
fisCais na forma da lei;
l!l
. 8
"
'i;
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O)
O)
O)
111 - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
.... 0)
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movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei .
N~
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IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
O
....co Z execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que
.& ...J houver excedido a repartição por Poder do limite máximo.
.3 a.

§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com multa de 30% (trinta por
cento) dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da
multa de sua responsabilidade pessoal.

§ 20 A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo


Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária
da pessoa jurídica de direito público envolvida .

.....-=;:::r::-:--'~'ra em vigor na data de sua publicação.

Sal ' da Co issão, 12 de abril de 20

~L~ \1
De uta o RONAL~O EZAR COEL
, Pre í nte
\

VOTO EM SEPARADO DA BANCADA DO PT

o Projeto em apreço intenta criminalizar conduta administrativa que


não atenda aos parâmetros estabelecidos por legislação, ainda tramitando no
Congresso Nacional, portanto sujeita a alterações, que pretende cortar
despesas em todas as esferas, limitando-as por meio de metas rígidas, para
gerar superávit primário nos entes federados.

Para além da inadequação política de engessamento meramente


contábil da administração pública, posto que em nenhwn momento se atenta
para a qualidade ou o conteúdo dos gastos, a tal ponto que várias das
punições previstas naquela lei que subsidia essa em questão, se referem a
39
corte total das transferências volootárias ou a proibição de cJntratação de
qualquer operação de crédito, esquecendo-se da necessidade de manutenção
de gastos em detenninadas áreas ou mesmo de despesas emergenciais, bem
como prevê a absurda situação em que, caso a receita suba por efeito do
aumento do PIB, não será pennitido aumentar salários nem gastos com a
previdência, por exemplo, incorre também a proposição em inadequação
econômica, pois o setor público não tem que, necessariamente gerar superávit
em todas as esferas e em todos os exercícios (aliás, nem as grandes empresas
atuam dessa forma). Ao contrário, ele tem que ter a capacidade de gerar
déficits [manciáveis para dinamizar a economia ou melhorar a área social,
preservando sua capacidade de atuação anticíclica.

Outrossim, sabemos que o objetivo maior do projeto não é só gerar


superávits primários e sim usá-los para pagar os juros e encargos das dívidas
públicas, consubstançiando mero aceno ao capital estrangeiro. O preço é
cortar todo o resto: investimento. pessoal. previdência gastos sociais. etc.

Nesse intuito, o Governo propõe o Projeto de Lei ora em comento que,


caso vingue, trará ao nosso ordenamento jurídico excrescência comparável
aos atos institucionais do Regime Militar!

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política


dos atuais mandatários do Executivo Federal - que, certamente, não serão
eternos - sem adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para
o maior interessado, que é o cidadão, é ato de abominável autoritarismo.

A invasão na competência constitucional de Estados e Mooicípios é


flagrante, interferindo na auto-organização dos Estados-Membros (artigo 25
\ \
40
da CF) e no interesse local (artigo 30, I da CF), atentando contra a Fonna
Federativa.
Finalmente, o abuso na imputação de penas de reclusão para coibir
práticas que contraI iem a vontade do "Poder Central", não atende à gradação
inscrita no artigo 5°, XLVI, da CF (cláusula pétrea), nem à compreensão mais
que consolidada na comunidade jurídica, segundo a qual o que inibe o ato
ilícito não é a gravidade da pena, mas a certeza da punição.

o Poder Executivo vai na contramão da tendência de aplicação de


penas alternativas ao prever detenção contra administrador que, por exemplo,
recuse sacrificar seu funcionalismo para atender aos interesses de credores
lO
N
(artigo 359-F, do projeto), ainda que saibamos que o magistrado dispõe do
'"
)(

J arbítrio da conversão da pena.


cn
cn
cn
!:O
.... 't"'"
Por essas razões, a Bancada do Partido dos Trabalhadores encaminha
N't"'"
(O
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voto pela INCONSTITUCIONALIDADE do PL 621 /99.
.!...J
.30..

e
- Depu do JOSE ~!NOj
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- De tado Jb~IRCEU
\ ,
k'o,O--...

M Deputado ANTONIO CARLOS SISCAIA
_ --'-':'_ _ _'-"-"........
_~~...: f?

- Deputado MARCELO DEDA

W~~,~----V
--
- Deputado WALDIR PIRES
41
voT o EM 5 EP ARADO DO DEPUTADO R I CARDO F I OZ A AO
PROJETO DE LEI Ng 621/99

I. Deve·se recordar, inicialmente, que o texto constitucional utiliza o


vocábulo "crime" para caraoterizar dual figuras inconfundíveis: de um lado,
os crimes insusceptfveis de qualquer qualificaçlo adicional que altere sua
conceituaçl o genérica, (CF, art. 5°, incisos XXXIX, XLI], LIX; art. 53, §§
ln e 3°), às vezes talnb~m denominados "crimes comuns" (CF, art. 108,
inciso I, alínea 44a ou mesmo "infraçOes penais comuns" (CF, art. 102,
tt
)

inciso I, aUnea ub"; art. lOS, inciso r, "a"); c de outro lado os chamados
"crimes de Te!iponsabilidadc" (CF, art. 52, incisos 1 e 1I~ art. 85; art. 86,. art.
. ""' inciso l, aIinea "c"), que à. vezes aparecem, na lesislaçlo
...constitucional c()m a denomina910 majs apropriada de "infraç~es
politico-admlnistrativas" (Decreto.Lei nO 201 de 27/02/67, art. 4°).

2. É desnecessário registrar as diferenças fundamentais entre essas duas


categorias. Basta le\Tlbrar que os crimes propriamente ditoll slo julgado.
pelo Poder Judiciário, acarretando sançôes que rec~bcm a dcmominaçlo de
"penas", algumas delas p~rmitidas e algumas outras vedadas pOl' preceitos
constitucionais (CF, art. 5°, incisos XLVI c XLVII). Já os chamados crimes
de responsabilidade, malgrado sua denomina.ção, nlo pertencem ao Direito
Penal: suas características são nitidamento poHticas. cem apuraçlo e
julgamento afetos 8 ()S órgãos do Poder Legislativo e tendo, como sançAo
principal, a perda do I:argo.

3. O Projeto de Lei nO 621/99 abrange tanto a mat~ria estritamente


penal, através da inserção de normas incriminadoras no te'do dCl Código
Penal, quanto a matéria político-administrativa, ampliando, lleste C~""~ . o
elenco dos chamados crImes de responsabilidade previstos na Lei n° 1.079,
de 10/04/50, e no Dccreto·Lei nO 201, de 27/02/67. No que di7: respeito aos
acróscimos incidentes sobre o Código Penal (arts. 10 e 2°).
independentemente da análise da sua conveniência e oportunidado, devem
ser destacados algunB aspectos qU0 podem, eventualmente. refletir-se na
apreciaç!o do Projeto.

4. O art. 1(1 incide sobre o art. 339 do C6digo Penal, qu~ tlpifica o crime
de dODunciaçAo calunlosll - consistento, oomo se sabe, em "dar causa a
lnstauraç! o de investlgaçAo policial ou ~" processo judicial contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe .noeente"~ acarretando uma pena de
42
"reclusão. de '2 (dois ) a 8 (oito) anos. e multa" - acroscentando·Jhe mais
um paHigrafo COln manutenção dos dois outros restantes, O novo pal'Ób'l'afo,
numerado como parágrafo primeiro, com renumeração dos demais,
estabelece que "incorre na mesma 1,ena aquele que der causa, por má fd. a
instauraçlIo de Investigação administrativa, Inquérito civil 011 aç~o de
Improbidade admlnlsIrativa", Registre-se que a aprovaç!o do Projeto
importa em derrogaç!o, subsequente ao inicio de vigência da lei, do art. 19
da Lei nO 8.429~ de 02/06/92, nos tcnnos do qual "comil/tul crime a
representaç~o por ato de Improbidade contra agente públko ou terceiro
heneficiárlo quando () autor da denúncia o sabe inocente", a que
corresponde a pona dI! "detençlIo de 6 (.vei~~ a 10 (dez) mesel' e multa",1
Neste ponto, o projeto merece irrestrita aprovação.

s. O art, 2° do l'rcljcto consiste no acréscimo de um Capítulo IV (Dos


Crimes contra as Finanças Públicas) ao Titulo IX (Dos Crimes contra a
AdministraçAo Pública) da Parte Especial do Código Penal. Pode.. se
inicialn~ente diAcutir sua inclusão, no texto do Código Penal, fac~ à
alternativa de se Inserido, com o mesmo destaque, dentro da Lei nO 4.320,
de 17/03/64, que estatui, 1\a conformidade da respectiva eml:nta, Normas
GerRh\ de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos e
Balanços da UniAo, dos Bstados, dos Municípios e do Distrito Federal. A o

vantagem decorreria do fato dos tipos penais contido:; no Projeto


constituirem narmai.~: pcmail' em branco, quando menos, normas
incriminadoras que, na maioria das vezes, servem de reforç() a exigências
ou proibições de natureza financeira e orçamentária . Ct)mo se sabe,
nromals penai9 em branco constituem aquelas que dependem da existOncia
de outl'SS normas - sejam elas legais. sejam elas regulam~~l'ltares - cujo
conteúdo passa a fnte:grar os tipos penais. Por outro lado, mesmo flue ~e
identifiquem, no Projeto, normas penai8 completas ou íntegras, é inegável
que elas se avizinham das regras da leglslaçl10 orçamentária, estando melhor
situadas num mesmo .contexto, quando menos para ml,lhor efeito
pedagógico e interpretativo,

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.
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cn IAli69, csl" \Illlma norma jnc:r;minadCJrI I quanto. " ••rmulaçlo, foi objew de fundodRS ÇrltiCllB d~ um
cn puulm cunhuoidu. poróm óilillcntc pennU.ttt pe:ulIJlloucano. em artJQo acolhIdo p~Ia Rcviala do Trlbunlll
-
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de Cnntal da Un'lo.
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43
6. É de conRlderar, ainda. que boa parte das normas incriminadoraa do
Projeto tipUicam crimes omissivos - consistentes em não·la:er --
revelando-se, em muitos casos, parcialmente incompletas, vbto como nem
sempre se estabelece a modalidade técnica do fazer, notadamfmte quando se
trata daque: .." hip6teses de normas em branco. Além disso. nào há, nem
poderia haver. incrimina910 a titulo de culpa em ~'ens() estrito, no
tradicional sentido do imprud~ncia, imperlcia ou neglig4ncla, que iria
caracterizar apenas li incompetência funcional do Administrador.

7, Tomemos como exemplo de dificuldades ocorrentes o tipo penal


dedicado à AssunçlIo de Obrigaç{Jo 110 Ultimo Ano do Mandato ou
Legislatura:

"A,-t. 359-C - Ordenar ou autorizar a a,v.vunç80 de


obrfgaçtlo. no~' doi' últimos quadrlmestres do último ano
do mandato ou legislatura, cuja despe.va nUa possa ser
paga no mesmo exerclcio financeiro ou, caso reste
parcela a ser paga no exarelclo seguinte, que n60 tenha
contrapartida suficiente de di.!Jponibllldad~ de caixa.
Pana - reclu,~I1(} di! J (um) a 4 (quatro) anos."

8. Esse tipo penal, que aparentemente dispensa a existência de outras


leis ou normas infraJc:gais (norma penal em branco), traz em si algumas
imperfeições facilmente identificáveis. Vejamos: (a) - P~ldc o responsável
fazer tudo isso alguns dias ante.\' do inicio do penúltimo quadrhnestc do
último ano de mandlllo, c ai nlo haveria crime a considerar; (b) - Há
obrisações impostos por caU8aa imprevisíveis. a exemplo de (~alamidades, a
exigir. na aplicaçfto da norma, um esforço interpretativo c livre do órglo
Julgador. para caracterizar ou nlo O ,.,tado-de-nrtc(Js$ldade, ou a\JA1Clll~'
nutro, inclusive a ~precia910 da oportunldadfl para asaunçlo da obttgaçao
que, protelada, aca1'retaria muito maior dispêndio futuro~ (c) ~ O "m'esmo
exercido financeiro" pode nlo eohtcldJr com o "último ano do mandato",
,.
enfaquecendo a tlnalidade.,da norma propost&i. (d) - A "disponibilidade de
caixa" é conceito que carece de significado preciso, tendu-sG em vista,
inclusive. as destinações orçamentárias e extra..orçame ntári as, Rl~m de
outra!l contingências ocorrentes; (e) •• Falta a previsão da aplicaçfto
cumulativa da pena de multa. como um regra acontece com os crimes
44
Usados a vantagens ou prejufz.o& financeiros no C6digo Penal e. na
legislação especial. (1) - A norma_melhor se compatibil~zaria · com a
leglslaçlo eleitoral, onde já existe sistema próprio do controle 1.pl de
atividades administrativas no perfodo que antecede imedlatamcnto 1
realizaçlo dos pleitos.

9. Fimllmente, padece o Projeto, em termos dopoUtica criminal, de


algum excesso no sentido do criminaJizaç40 e pcnaJizaç40 - somente oftOlI,
ou possivelmente etlcaz. após a prática do fato incriminado - em
detrimento de medidas preventivas, do natureza fiscalizadora c impcditivu
de atos crlnl1nosos. Sabe.se, nesse panicular, que o Código Penal, em lua
redaç!o, é extreman~Ctlte benévolo no que diz respeito às pCntlR, admitindo.
e
por exemplo, a conversão em penas restritiva de direitos (penas alternativaa) I
a recluslo ou a detenção que nAo excedam a 4 (quatro) anos (C». art. 44).
A soma das circunstâncias, até agora indicadas, aconselha o re-estudo da
qUl:stlo, tendo·se em vista, inclusive, a existência de um Anteprojeto do
C6digo Pena~ em fase de elaboração. /
I

Il f

RICARDO FIOZA

VOTO EM SEPARADO
(Dep. Sérgio Miranda)
(Dep. JOSE ANTONIO ALMEIDA)

I - RELATÓRIO

Trata-se de Projeto de Lei que altera o Código P~nal,


a Lei de Improbidade administrativa e a Lei de Crimes de
Responsabilidade, para cominar penas pela gestão em
desacordo com o definido na Lei de Responsabilidade Fiscal.

A tlroposta veio ao exame desta Comissão, para


análise de sua constitucionalidade, juridicidade, regi mentalidade
45
boa técnica legislativa .e mérito, sendo designado o Deputado
NELSON OTOCH como Relator.

Em seu Parecer, o ilustre relator vota pela aprovação


do Projeto, nos termos de substitutivo que apresenta.

li-VOTO

A proposição em pauta altera o núcleo mais recôndito


e fundamental do Direito, as suas normas penais.

A mo'derna teoria das normas identifica, em relação a


estas, a existência de sucessivos círculos concêntricos, que
'"regulam os mais diversos aspectos da vida em sociedade em
consonância com os valores que esta adota. Assim, o cfrculo
mais externo e mais amplo seria constituído pelas normas de
bom relacionamento social, ou Etiqueta, seguido pelos cfrculos
mais estreito da Ética e do Direito, sendo os dois primelroa
sancionados pela opinião pública, com reflexos na reputaçlo
dos infratores, e o último passível de sançAo organizada e
imposta pelo Estado.

No círculo do Direito, inscrevem-se, por sua vez,


círculos de menor diâmetro, normas supletivas d~ vontade,
organizadoras e repressivas, em que o Direito Penal ocupa o
círculo mais restrito, constituindo-se na ultima retio legis,
protegendo aqueles valores reputados pela sociedade em um
determinado momento como os mais valiosos e necessários à
paz social, em torno dos quais se erigem as barreiras mais
formidáveis, visando impedir a sua violação.

Nessa hierarquia de valores, mesmo no perímetro do


Direito Penal, continuam a sub-inscrever-se círculos cada vez
menores, o das contravençOes e o dos crimes, e entre estes, os
de menor potencial ofensivo, os apenados com multa, para irem
se restringindo ainda mais nos crimes para os quais 810
cominadas penas de detenção e, por fim, de reclusão.
" ,
'":!
46
Não é, pois, de se tratar com ligeireza um projeto de
lei no qual avultam penas de reclusão, algumas das quais por
<D

.
N
, períodos consideráveis de tempo.
)C
';;;
u
Apresenta-se, este projeto, com uma feição singular:
é, confessadamente, o corolário de outro projeto, a saber, a Lei
Complementar de Responsabilidade Fiscal, e nesta encontra as
definições da conduta proibida, que algumas vezes repete e em
outras meramente remete àquele projeto. '

Assim, é preciso retroceder um pouco e começar a


análise pela Lei de Responsabilidade Fiscal, recentemente
aprovada nesta Câmara e sob exame do Plenário do Senado.

Trata-se de Lei que critiquei veementemente quando


de sua tramitação na Comissão Especial e no Plenário desta
Casa, por entendê-Ia inquinada de inconstitucionalidade, em
especial por r~gular apenas parcialmente o art. 163 da
Constituição Federal, deixando de lado os incisos IV e V
daquele artigo, embora o caput e os incisos de um artigo façam
parte de um todo orgânico e indivisível, como bem o demonstra
o art. 30 da Emenda Constitucional n. Q 19, que exigiu a
regulamentação in totum de tal artigo, e como já tem firmado
jurisprudência, em casos semelhantes, o Supremo Tribunal
Federal.

A sua inconstitucionalidade decorre também da


violação de cláusulas pétreas constitucionais, como a que
assegura a independência e harmonia dos Poderes, ao
estabelecer a hegemonia do Executivo sobre os demais
Poderes, permitindo inclusive a intervenção daquele sobre
estes; e a relativa ao princípio federativo, à medida em que
restringe a capacidade de autogoverno dos Estados, Distrito
Federal e Municípios, colocados sob a tutela da União no que
tange à gestão fiscal.

Tendo como base uma Lei inconstitucional, não


merece prosperar um projeto que é mero suplemento daquela,
atingido pelos seus vícios.

Ademais, a injuridicidade do projeto de lei ficou


patenteada na sua própria tramitação.
47
Como proposta de fixar penas para condutas que
tinham como base a violação às proibições e obrigações
estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, esse projeto
deveria ter esperado o fim da tramitação daquela lei, a sua
promulgação, para só então analisar-se a questão das penas a
serem atribuídas por sua violação, com base no texto definitivo,
quando já não houvesse o perigo de alterações. Por esta razão,
apresentei questão de ordem nesta Comissão, a qual foi
indeferida, embora logo depois tenha sido retirada de pauta a
proposição, sustando-se a sua discussão, mesmo após a
aprovação de sua urgência pelo Plenário, o que dá a nftida
impressão de que, embora denegada, reconheceu-se a sua
procedência, ainda que de forma oblíqua.

Após cumprido esse tortuoso trajeto, simbólico do


que existe de obscuro e esdrúxulo nesse projeto, chegamos a
esse momento em que se discute o seu mérito e a sua
constitucionalidade, juridicidade, regimental idade e técnica
legislativa.

Em primeiro lugar, é preciso frisar que esse é um


projeto sui generis. Trata-se de projeto de lei que comina
sanções penais a quem não se alinhar com uma determinada
politica econômica, de um governo específico. Ou seja, insere-
se entre as normas penais, que são a expressão de valores
mais permanentes da sociedade, outras que são a expressão
de um fenômeno transitório como o é a política econômica de
um governo.

Talvez por isso, a nova alteração da lei penal se


mostre tão contraditória, com tantas imperfeições técnicas
como se apresenta aqui.

Observe-se que os crimes contra as finanças


públicas têm penas mais severas, nesse projeto que
examinamos, do que os que são consignados contra o
patrimônio público. Isso reflete uma concepção ou uma
percepção subjetiva de que é mais grave não pagar dividas do
que roubar.
48
Por outro lado, muitas das condutas descritas por
essa nova Lei são contrafações de condutas já tipificadas, com
muito melhor técnica legal, em outros diplomas legais, como se
pode ver dos quadros abaixo, a titulo de exemplificação:
Su..tltutJvo Decreto-lei 201/67 Lei 8.429192
(Improbidade
Administrativa)
Art. 359-C Ordenar ou Art. 151 São crimes de Art. 11. Constitui ato de
autorizar a assunção responsabilidade dos improbidade
de obrigação, nos prefeitos municipais, administrativa a que
dois últimos sujeitos ao julgamento atenta contra os
quadrimestres do do Poder Judiciários, principio da
último ano do independentemente administração pública
mandato ou do pronunciamento da qualquer ação ou
legislatura, cuja Câmara dos omissão que viole os
despesa nAo possa Vereadores: deveres de honestidade,
ser paga no mesmo imparcialidade,
exercido financeiro V - ordenar ou legalidade e lealdade às
,"
ou, caso .if'8ste parcela efetuar d..pesa. instituições.
a ser paga no nlo autorizada. por
exerclcio Seguinte, lei, ou realizá-Ias em Art. 12.
que nAo tenha d..acordo com a. Independentemente das
contrapartida noma. financeira. sanções penais, civis e
suficiente de pertlnent..; administrativas previstas
<D disponibilidade de § 151 Os crimes na legislação especifica,
.
N

)(
'ji
caixa. definidos neste artigo está o responsável pelo
() sAo de ordem pública, ato de improbidade
O') Pena - reclu.lo, d. punidos os dos itens I sujeito às seguintes
O')
1 (um) a 4 (quatro)
-
O')
..... ~
..... "l"'"
N"l"'"
co
anos.
e 11 com a pena de
reclusAo de 2 (dois)
anos a 12 (anos), e os
demais, com a pena
cominações:

11 - na hipótese do· art.


11 , ressarcimento
I
",0
.... Z
~-J
:l a.. (trta) m.... a
d. detençio de 3

(trta) anos .
3
integral do dano, se
houver,
funçlo
perda da
pública,
e
§2 51 A condenação
definitiva em qualquer
t....
.u.pendo dos direitos
polltlcos d.
cinco anos, pagamento
a

dos crimes definidos de multa civil d. até


neste artigo acarreta cem vezes ,a
a perda do cargo e a remuneraçlo
inabilitação, pelo percebida pelo agente e
prazo de 5 (cinco) proibição de contratar
anos, para o exerclcio com o Poder Público ou
de cargo ou função receber beneficios. ou
pública, eletivo ou de incentivos fiscais ou
nomeação, sem creditlcios, direta ou
prejulzo da reparação indiretamente, alnda que
cMI do dano causado por intermédio de
ao patrlmOnio público pessoa jurldlca da qual
ou particular. seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.
49
Substitutivo Decreto-lei 201/67 lei 8.429/92 (Improbidade
Administrativa)
Art. 359-C Ordenar ou Art. 12 São crimes de Art. 11. Constitui ato de
autorizar a assunção de responsabilidade dos improbidade administrativa a
obrigação, nos dois últimos prefeitos municipais, sujeitos que atenta contra os principio
quadrimestres do último ano ao julgamento do Poder da administração pública
do mandato ou legislatura, Judiciários, qualquer ação ou omissão que
cuja despesa não possa ser independentemente do viole os deveres de
paga no mesmo exercício pronunciamento da Câmara honestidade, imparcialidade,
financeiro ou, caso reste dos Vereadores: legalidade e lealdade às
parcela a ser paga no... instituições.
exercício Seguinte, que não V - ordenar ou efetuar
tenha contrapartida despesas nlo autorizadas Art. 12. Independentemente
suficiente de disponibilidade por lei, ou realizá-Ias em das sanções penais, civis e
de caixa. desacordo com as normas administrativas previstas na
financeiras pertinentes; legislação específica, está o
Pena - reclusão, de 1 (um) § 12 Os crimes definidos responsável pelo ato de
a 4 (quatro) anos. neste artigo são de ordem improbidade sujeito às
pública, punidos os dos itens seguintes cominações:
I e 11 com a pena de reclusão
de 2 (dois) anos a 12 (anos), 11 - na hipótese do art. 11,
e os demais, com a pena de ressarcimento integral do dano,
detençlo de 3 (três) meses se houver, perda da função
a 3 (três) anos. pública, suspensão dos
direitos poUticos de três a
§2 2 A condenação definitiva cinco anos, pagamento de
em qualquer dos crimes multa civil de até cem vezes
definidos neste artigo a remuneração percebida
acarreta a perda do cargo e pelo agente e proibição de
a inabilitação, pelo prazo de contratar com o Poder Público
5 (cinco) anos, para o ou receber beneficios ou
exercício de cargo ou função incentivos fiscais ou creditícios,
pública, eletivo ou de direta ou indiretamente, ainda
nomeação, sem prejuízo da que por intermédio de pessoa
reparação civil do dano jurídica da qual seja sócio
causado ao patrimônio majoritário, pelo prazo de três
público ou particular. anos.

o
fato de que esses crimes já são tipificados em
outros textos legais, que o projeto não revoga, levará,
certamente a que, na convivência de normas que
regulamentam a mesma conduta, aquelas que aplicam penas
menores sejam aplicadas, tornando inócuas as outras

Ademais, chama a atenção o fato de que muitas das


vedações e obrigações estabelecidas na Lei de
50
Responsabilidade Fiscal não encontram aconchego no projeto
de lei que estabelece penas para o seu descumprimento.
Por exemplo, poderíamos citar uma série de outros
itens, compreendidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, que
poderiam ser objeto de sanções penais, e não o são:
1. Aproveitando a redação da Proposta de Emenda
Constitucional 625/98 ("constitui crime de responsabilidade
do Prefeito municipal efetuar repasse que supere os limites
definidos neste artigo, não enviar o repasse até o dia 20 de
cada mês ou enviá-lo a menor em relação à proposta fixada
na Lei Orçamentária"), tipificar essas condutas também
como crimes de responsabilidade de governadores e do
Presidente.

2. Tipificar como crime de responsabilidade contra as [manças


públicas, efetivar limitação de empenho e movimentação
financeira em desacordo com a lei ou com critérios
definidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

3. Apenar, da mesma forma, aquele que ordenar ou autorizar a


efetivação da limitação de empenho em situações não
previstas em lei gentendendo-se que a limitação só pode ser
proposta nas hipóteses previstas no art. 4°, 11, "b"; art. ~ e
art. 31, § 1°, 11, da LRF).

4. Tipificar como crime contra as [manças públicas "propor


Lei Orçamentária consignando dotação para investimento
com duração superior a um exercício fmanceiro, que não
esteja previsto no Plano Plurianual ou em lei específica (art.
5°, § 5° da LRF).

5. Tipificar também como crime contra as finanças públicas a


destinação de recursos vinculados a fmalidade específica
para atender a outras despesas, ainda que em exercício
diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

6. Declarar como crime de responsabilidade "propor Lei de


:e Diretrizes Orçamentárias sem o estabelecimento de critérios
.
)(
';;; para a alocação de recursos ao atendimento de despesas
u
cn
cn relativas a projetos em andamento, à conservação do
cn
:!::U') patrimônio público e a novos projetos" (art. 45 LRF)
.....
N,,""
(O
"""
O
....co Z
.!..J
.3a..
51
7. Tipificar como crime contra as fmanças públicas "propor
em Lei Orçamentária Anual a inclusão de novos projetos
sem que estejam atendidos os em andamento e
contempladas as despesas com a preservação do patrimônio
público, segundo critérios estabelecidos na .Lei de
Diretrizes Or-çamentárias" (art. 45 LRF)
8. Tipificar como crime contra as fmanças públicas não
disponibilizar, durante todo o exercício, as contas, para
apreciação e consult,..._
9. Tipificar como crimes contra as, finanças públicas não
ordenar ou deixar de promover a identificação dos
beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio
de -sistema de contabilidade e admi~istração financeira (art.
10 LRF).
10. Tipificar a conduta de "não propor a inclusão, na Lei
Orçamentária Anual, de despesa de execução obrigatória
criada por lei", dando conseqüência à vontade legislativa,
que poderia ser desvirtuada caso recursos orçamentários
não sejam alocados para lhes dar cumprimento.

Observa-se também que foram exclufdos os crimes


de responsabilidade referentes aos membros do Poder
Legislativo.

Porque foram selecionadas algumas das condutas


para serem apenadas, e descartadas outras como não
merecendo a salvaguarda penal, é impossível se entender, a
não ser que se admita que a escolha tinha como objetivo não
imputar ao Presidente da República e aos agentes da União os
crimes que são imputados aos agentes dos demais entes
federativos, ou que foi uma escolha aleatória, diversionista.

Isso porque uma, e apenas uma, conduta


apresentada nesse projeto corresponde integralmente às
finalidades previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal: a
redação dada ao art. 359-F do Código Penal pelo projeto, em
que se comina pena de prisão para o administrador que não
52
determinar a redução do pessoal, quando superado o limite de
gastos estabelecidos naquela lei. Esse é o centro do projeto, a
sua questão crucial, e a que melhor desvenda os objetivos
perseguidos por ele, e merece ser analisado com maior
detenimento. . ..
Esse artigo pode ser visto como . um paradigma.
Contém, de saída, pelo menos três erros técnicos. Primeiro, usa
a expressão "limite máximo", que era a expressão empregada
na Mensagem original do Executivo, em contraposição a "limite
prudencial", mas que desapareceu no substitutivo aprovado e
nesta Casa. '
Segundo, o substitutivo da Lei de , Responsabilidade
Fiscal determina, em seu art. 22, prazo para que o percentual
excedente em relação ao limite fixado para o montante de
despesa total com pessoal seja eliminado. Percentual, frise-se,
e não o "mont~nte da despesa total com pessoal".
<D
N
;,;
Terceiro, a Lei de Responsabilidade Fiscal define não
)(
'ii
()
somente a repartição por Poder desse limite, .mas também por
órgãos. O §1 2 do art. 20 da lei de Responsabilidade Fiscal diz
que esses limites
"serão repartidos entre seus ., órgãos de forma
proporcional à média das despes.as com pessoal. em
percentual da receita corrente líquida. verificadas
nos três exercicios financeiros imediatamente
anteriores ao da publicação desta Lei
Complementar" .

Mas, o aspecto mais incongruente desse artigo está


em que a Lei de Responsabilidade Fiscal apresenta duas
alternativas ao administrador que houver excedido os limites
com despesa de pessoal. A primeira é a redução dos gastos
com pessoal. A segunda é o aumento da receita. A lei penal
elim~na uma dessas alternativas, deixando apenas a opção de
redução dos gastos, sob pena de prisão. Dito de outro modo: se
o administrador optar pela segunda alternativa, a de aumentar a
receita, embora esteja exercendo uma faculdade que a lei lhe
confere, nem assim escapará da pr~são. ., ,.15
53
Vale a pena examinar pontualmente outros artigos
desse mal-ajambrado projeto.
Em seu art. 12 , acrescenta três parágrafos ao art. 339
do Código Penal, equiparando à denunciação caluniosa o ato
"que der causa, por má fé, à instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa".

Dessa forma, com a utilização de uma expressão


vaga, que pode ter as mais diversas interpretações - "má fé" -
ele exerce um efeito intimidatório sobre aqueles que pretendam
exercer uma fiscalização mais constante dos administradores.
Os parlamentares, por exemplo, que denunciarem da tribuna
desta Casa irregularidades ou iHcitos de que tenham notfcia e
que, apurados em investigação administrativa, inquérito civil ou
ação de improbidade administrativa, não resultem provados,
estarão incursos nas penas cominadas neste artigo. A atividade
fiscalizadora, uma das mais idÔneas atividades parlamentares,
fica assim sujeita a mais esse constrangimento. De te fabula
narratur. A fábula diz respeito de muito próximo a nós próprios.

Do art. 32 , que define alterações na Lei dos Crimes


de Responsabilidade, entre muitas outras contrafações,
destaque-se a redação que dá ao inciso VII do art. 10-A
daquela lei:

"Art. lO-A. São, também, crimes de


responsabilidade contra a lei orçamentária:

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

VII - ordenar ou autorizar a realização de operação


de crédito com qualquer um dos demais entes da
Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma . de novação,
refmanciamento ou postergação de divida contrafda
anteriormente;

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• "
Esse artigo quebra a solidariedade que deve existir
entre os entes federativos. Imoede toda e qualquer
54
renegociação de dividas entre a União e os demais membros
da Federação, punindo-as como crime de responsabilidade. Um
pouco mais e estaremos instituindo a falência como condição
juridica aplicável aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municipios, e tudo isso em função de uma obrigação de
conseguirmos um superávit primário, que nos foi imposta pelo
FMI, em detrimento da soberania, dos interesses nacionais e do
povo brasileiro.
Mas o mais grave é que esse artigo, tal como consta
do projeto, não prevê as exceções que estão consignadas no §
12 do art. 35 da Lei de Responsabilidade Fiscal, chegando
assim a um resultado absurdo. Dessa forma, embora a Lei de
Responsabilidade Fiscal excetue da vedação de realização
desse tipo de operação, a que ocorrer entre instituições
financeiras estatais e outro ente da Federação, nos casos que
prevê, a norma penal pune com prisão a sua realização.
O art. 42 desse projeto insere, na redação que dá ao
inciso VII do art. 42-A do Decreto-Lei n. 2 201/67, entre os crimes
de responsabilidade dos Prefeitos municipais, norma
semelhante à supracitada, cominando penas para a
renegociação de dividas.
O art. 52 torna infração administrativa contra a lei de
finanças públicas "deixar de divulgar ou enviar ao tribunal ou
conselho de contas, no prazo de 30 dias, a contar do final do
quadrimestre e do ano civis, o relatório de gestão fiscal, com as
informações exigidas em LeI'.
Também aqui o projeto se baseou na Mensagem
original do Executivo da Lei de Responsabilidade Fiscal, pois
essa exigência de apresentar tal relatório ao tribunal de contas
foi suprimido do substitutivo · aprovado nesta Casa,
permanecendo apenas a obrigação de divulgação pública. •
Esses são alguns exemplos, colhidos nos diferentes
artigos desse projeto, que mostram a teratologia juridica em
que ele se constitui.
Se observarmos o conjunto desses artigos,
encontramos em todos eles erros técnicos, em especial o fato
55
de que se reportam à Mensagem original do Executivo da Lei
de Responsabilidade Fiscal, e não ao que resultou da
discussão nesta Casa. Esse erro se prende à questã6'de ordem
que anteriormente levantei, evidencia que estava correto o
nosso entendimento de somente iniciar a discussão das normas
penais após a conclusão da tramitação daquela lei
complementar, o que evitaria tais escolhos.
Observa-se também a superposição de normas,
tipificando condutas que já são tratadas em outros diplomas
legais, tornando-as inaplicáveis. Por outro lado, o que se vê é
uma escolha aleatória de quais condutas, dentre as qU6 são
vedadas ou constituem obrigações determinadas pela Lei de
Responsabilidade Fiscal, serão abrigadas entre as normas
penais, e quais as que serão relegadas ao esquecimento.
4

Observe-se, quanto :à técnica legislativa, que a


tipificação não pode fazer referência genérica a uma lei, como
acontece por demasiadas vezes nesse projeto. A norma penal,
por sua natureza, tem de ser o mais precisa e explícita possível,
e esse é o escopo da tipificação penal.

Por tudo isso, somos pela injuridicidade e má técnica


legislativa do projeto, e, no mérito, pela sua rejeição.

Sala da comissão, 05 de abril de 2000,

~-V'\ lL-1
Deputado SÉRdJO MIRA A

ado JOSÉ ANTÔNIO


56
COMPLEMENTAÇÃO DE VOTO EM SEPARADO
(Deputado Sérgio Miranda)
(DeputadO JOSE ANTONIO ALMEIDA)

nRODuçÃO

o PL 621/99 é um exemplo representativo do retrocesso


político ejuridico caracteristico de nosso tempo.

A política e o direito foram colocados sob a égide da


economia, no pior sentido. Não se trata aqui, evidentemente, da
teoria marxista da infra-estrutura material e suas repercussões
superestruturais. Trata-se de que as definições políticas, mesmo
aquelas de mais larga repercussão no tempo e no espaço, são
tomadas exclusivamente em função dos interesses econômicos
mais imediatos, e o direito deixa de ser um elemento que rege
~ relações sociais de forma mais duradoura, para se tomar uma
j'" biruta ao sabor dos ventos daqueles interesses econômicos.
cn
cn
ê.... 00
~
Na verdade, é melhor dizer-se que a nossa época se
~ ~ caracteriza por um predomínio do mercado sobre a sociedade.
~
~...J
z Todas as manifestações sociais, todas as instituições, são
.3 o.. moldadas para seIVir ao mercado. E nem sequer se trata de
predomínio do mercado como um todo, mas de um setor do
mercado, o setor financeiro, que impõe suas receitas e seus
interesses ao restante.

o PL 621/99 é e-,xatamente um exemplo de como a


necessidade de dar uma satisfação ao setor financeiro atropela a
elaboração de normas juridicas. Sua função é sinalizar para esse
setor que a relação entre a dívida pública e o PIB será mantida em
patamar satisfatório, e dar garantias quanto à capacidade do
estado brasileiro de honrar sua dívida, de que não haverá
sobressaltos quanto à remuneração do capital financeiro, através
da adoção de mecanismos de gestão fiscal que assegurem a
obtenção de um superávit primário a ser utilizado com essa
finalidade. É esse o fulcro da Lei de Responsabilidade Fiscal e do
PL 621/99.
57
É isso que explica o viés tomado pelo PL 621/99, de
acentuar e apenar tipificações de condutas que atingem
Interesses do setor financeiro. Não pagar a dívida é pior do que
roubar, o inadimplente é pior do que o COrnlpto. eis o recado
expHc1to desse projeto.
Chama a atenção a pressão exercida sobre o Congresso
ilara a aprovação desse projeto. A grande imprensa tenta
desqual1ftcar pessoalmente os que a ele se opõem, insinuando que
representariam um lobby dos parlamentares que são candidatos a
prefeito ou apoiadores de candidatos nas eleições municipais
deste ano. Essa tática de desqualiftcação do adversário, que se
uttuza do argumento ad personam, em vez de responder e
contraditar os seus argumentos é uma tática da mais grosseira
má fé.
A pressão também se explicita na divulgação de que os
opositores à Lei de Responsabilidade Fiscal e ao PL 621/99
seriam defensores da irresponsabilidade administrativa. Também
aqui o argumento é de .má fé. Na verdade, as medidas adotadas
nesses diplomas legislativos nada tem a ver com o combate à
corrupção, nem com a farra dos dinheiros públicos. Não impedem
e nem sequer tentam impedir o uso de dinheiros públicos para
favorecer determinados candidatos. Até porque a principal razão
para esse abuso está na permissão que foi dada para que os
atuais prefeitos sejam candidatos à reeleição. essa sim um convite
à manipulação e à cOrnlpção eleitoral.
O debate em tomo do PL 621/99 têm sidó memorável,
pela profundidade e agudeza dos dados e argumentos que foram
trazidos a esta Comissão.

Procuramos. neste documento. rememorar e sintetizar as


razões pelas quais diversos parlamentares. das mais diversas
coJTentes políticas e das mais diversas formações. buscaram
''3monstrar a necessidade de rejeitar essa proposição .

.....wa CONSTITUCIONAIS
O PL 621/99 é o corolário da Lei de Responsabilidade
Fiscal, recentemente aprovada no Plenário do Senado Federal e
letlletida à sanção do Presidente da República.
<D

..
N

)(
'
U 58
" '

A Lei Complementar de Responsabilidade Fiscal. matriz


e nutriz ideológica e jurídica desse projeto. no entanto. está
inquinada de inconstitucionalidades as mais diversas. entre as
quais destacamos o fato de que regulamenta apenas parcialmente
o art. 163 da Constituição Federal. abrangendo apenas os incisos
I a IV desse artigo e deixando de fora os demais. quebrando assim
a organicida~e de um texto que. pelo fato de constituir um artigo
único, só pode ser regulamentado em sua totalidade. Os incisos
de um artigo são parte integrante e indivisíveis desse artigo. O
STF já decidiu que nem sequer os parágrafos de um artigo da
Constituição Federal podem ser regulamentados em leis
complementares separadas. pois constituem uma estrutura que
não pode ser desmembrada e tratada de per si.

Ademais disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal infringe


de forma evidente cláusulas pétreas. seja por atentar contra a
separação de poderes, à medida em que possibilita ao Poder
~xecutivo o controle sobre o gerenciamento financeiro e
orçamentário dos demais Poderes, em especial o Poder Judiciário,
pennitlndo-Ihe chegar até a inteIVenção nesses Poderes; seja ao
atentar contra o princípio federativo, reduzindo substancialmente
a autonomia e a capacidade de autogoverno dos demais entes da
Federação, colocando os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios sob a tutela da União, no que se refere à gestão fiscal.

O PL 621/99, seguindo na mesma bitola de sua fonte,


discrimina os Estados, Municípios e Distrito Federal, ao
selecionar condutas que deverão ser apenadas, que atingem os
representantes daqueles entes, e deixando de fora as condutas
que, com base na mesma Lei de Responsabilidade Fiscal, levariam
à cominação de penas ao Presidente da República e demais
próceres da União. Chega a ser ,acintoso, quando salvaguarda os
membros do Congresso Nacional das penas que são endereçadas
a Prefeitos, Vereadores e a corpos colegiados do Judiciário.

Ademais, pairam sobre sua tramitação indícios de


irregularidade, ferindo a lógica processual ao ser discutido antes
da aprovação das normas contidas na Lei de Responsabilidade
Fiscal, sendo, como é, um projeto suplementar àquele. É de se
salientar que o SI'F' já decidiu, em outros casos, que o devido
59
- -
processo legislativo não é assunto interna corporis, mas requisito
constitucional de validade das leis, que não pode ser atropelado
pelos legisladores.

RAZÕES JUlÚDICAS

o PL 621 padece de insanáveis vícios de jurtdicidade.


A norma penal é o último bastião de defesa da sociedade,
aquele que protege os valores considerados, em determinado
momento histórico. como os mais valiosos bens sociais. Por isso.
essa norma demanda requisitos mais exigentes para sua
elaboração.

As normas apresentadas, quer na Mensagem original do


Executivo, quer nos substitutivos trazidos à apreciação desta
Comissão trazem, pelo contrário, o selo da aleatoriedade, da
imprecisão. da erraticidade e, . principalmente, da
desproporcionalidade ..

As condutas escolhidas para serem tipificadas o foram


aleatoriamente. Elegeu-se algumas das vedações e obrigações
contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal, em detrimento de
outras, sem que se saiba ou tenha sido infonnado o critério da
seleção. Em intervenções anteriores apontei já várias outras
obrigações e proibições daquela lei complementar que poderiam
ser acolhidas no campo penal, a título tão bom ou melhor dos que
as que figuram na Mensagem original ou substitutivos
apresentados ao PL 621/99.

Isso, para não falar nas disposições constitucionais que


tratam do tema da gestão fiscal, ou da necessidade patente de
atualização da Lei dos Crimes de Responsab1l1dade, na parte que
se refere aos Crimes Contra a Lei Orçamentâria, a exigir evidente
atualização para adaptá-la aos novos procedimentos e à
experiência acumulada, em especial desde a CPI do Orçamento.
Perdeu -se a oportunidade de fazer uma lei que tratasse em
profundidade o tema, e não ficasse na superficialidade de uma
proposta que tem como principal objetivo ser uma peça de
marketlng político de duvidosa qualidade.
--~-----------------------------

.60
Poderia citar aqui novamente inúmeros exemplos de
nonnas que caberiam, a todos os titulos, em uma Lei sobre a
gestão fiscal, mas, como apresento em anexo uma série de
sugestões nesse sentido, dispenso-me de fazê-lo aqui.

Em segundo lugar, destaca-se a erraticidade das


nonnas, que vagueiam estonteadas por diversos diplomas legais, o
Código Penal, a Lei dos Crimes de Responsabilidade, A Lei da
Improbidade Administrativa, a Lei de Responsabilidade de
Prefeitos e Vereadores, não se encaixando satisfatoriamente em
nenhum deles. Não se entende porque condutas que são deftnida s
como criminosas quando praticadas por Prefeitos e Vereadores
não o seriam quando praticadas pelo Presidente da República. As
nonnas não se conciliam entre si, não são revogadas nonnas
anteriores que versam sobre o mesmo tempo, deixando que
convivam promiscuamente entre si condutas tipificadas de fonna
igual mas com penas diferenciadas.

Entendemos que as nonnas aqui apreciadas deveriam


cn
cn fonnar, pelo menos, dois blocos distintos: um que tratasse da
cn
..... 0
;::N alteração do Código Penal e outro em que se incluíssem as
N """
<D inovações relacionadas com a Lei dos Crimes de
o
~Z Responsabilidade, Lei da Responsabilidade de Prefeitos. e
.!..J
30.. Vereadores e Lei da Improbidade Administrativa, que guardam
maior semelhança entre si do que com aquele código.

A INJURIDICIDADE DAS ALTERAÇÕES DO CÓDIGO PENAL

Como bem assinalou o eminente deputado e jurista


IBRAHIM ABI-ACKEL, a característica principal da lei penal é a
tipUlcação da conduta crtminosa. Essa tipificação deve prezar
acima de tudo pela clareza, pela definição irretocável. que penntta
ao juiz fazer o seu cotejamento com a conduta no caso concreto.

·Da fonna como estão apresentadas, ao contrário, as


nonnas contidas no PL 621 .não são aplicáveis, pois deixam
espaço à perplexidade, abrem brechas a interpretações díspares,
não pOQem ser recoladas à vida real. Em diversos momentos, por
exemplo, onde a Lei de Responsabilidade Fiscal apresenta

I _~, '
61
alternativas. a Lei Penal fecha a porta de uma das opções,
oferecendo o paradoxo de uma conduta pennitida por lei se tornar
um crime em outra.

Chama a atenção. em especial. do ângulo .da


injuridicidade. a desproporcionalidade das normas penais em
relação às condutas que se quer incriminar.

A proporcionalidade ou razoabilidade é requisito


indispensável a qualquer diploma legal entendendo-se como tal
. que as medidas que se adotam devam. primeiro. constituir meios
adequados à solução dos problemas que pretendem ,resolver.
segundo. que sejam a opção menos gravosa aos cidadãos: e,
terceiro. que guardem uma relação proporcionada entre o ônus
que acarretam e os beneficios que se espera extrair delas.

Não se pode esperar proporcionalidade numa lei que tem


como escopo apenar quem se opuser a uma ·política econômica
determinada, datada e necessariamente temporária, de um
governo específico. passível de ser substituído por outIeJll no jogo
normal da vida democrática.

Dessa forma. obseIVa-se que 88 alteraçOea do Código


Penal aqui tratadas criam uma situação em que os crimes contra
o patrimônio público são sancionados com penas menores do que
as 'condutas daqueles que deixem de pagar a dlvtda públtca..

É evidente que o tamanho da pena reflete a percepção


subjetiva do legislador sobre a importância dos valores soc1a1s que
são defendidos pela lei penal. Observa-se aqui. portanto, uma
tnveralo total de valores: roubar dinheiro e bens públicos passa a
ser mais aceitâvel do que a inadimplência dos administradores.

A Lei de Responsabilidade Fiscal já traz. em seu bojo, a


previsão de sanções administrativas contra os que violarem as
suas disposições. Parece-nos que essas são punições que se
mostram mais adequadas ao tema ali tratado. em consonância
com a manifestação expressa nesta Comissão pelo eminente
deputado e ·jurista José Roberto Batochio. que aqui defendeu a
. modema doutrina do minlmal1smo penal. que vê na norma penal
62
a ultima ratio juris. a barreira mais fonnidável ao ilícito, a que
defende os valores mais profundos e mais arraigados da sociedade
e que. por isso mesmo. não pode ser usada a torto e a direito.
intempestivamente. porque existe um ônus social em sua
utilização.

o que fica visível aqu~ é a redundância. A Lei da


Improbidade Administrativa consigna em seu art. 11. assim como
o Decreto-Lei 201/67 em seu art. p~. V, o princípio da legalidade.
e as sanções a sua violação. sendo desnecessário que se repita,
como aqui. diversas vezes, condutas tipificadas simplesmente pela
violação da legalidade. consubstanciada na Lei de
Responsabilidade Fiscal, e a elas se imputem sanções penais.

Quando se examina essa lei desproporcional. imprecisa,


errática e aleatória, tem-se a nítida impressão de que não foi feita
para viger de verdade, que se espera que - exatamente em razão
de seus defeitos - não tenha aplicabilidade. pois prevalecerá 'a
sensatez dos juízes. que já deram manifestação. de outras vezes,
de que sabem discernir o joio do trigo e se recusaram, por
exemplo. a aplicar os artigos mais draconianos da Lei de
Segurança Nacional da ditadura militar.

Reporto-me aqui a uma magistral passagem de


ANTONIO HESPANHA. quando obseIVa:

"Se olharmos desmistificadamente o fenômeno legislativo dos


nossos dias, a primeira constatação é de que a lei serve funções
muito diversas, algumas das quais nada têm a ver com as
clássicas funções regulavas. Muito freqüentemente a lei é
utilizada para enunciar de forma solene e propagandística as
intenções do poder, um pouco independentemente de tais
intenções serem realmente praticáveis ou de o poder tencionar
levá-las à prática. Este 'uso simbólico' da lei não é,
evidentemente, de hoje, mas verifica-se muito mais
lE:
freqüentemente na atualidade, tanto nos regimes autoritários
~ como nos democráticos parlamentares. Nos primeiros, a
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cn estatuição legal de certos princípios (por exemplo, a garantia
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dos direitos individuais) constitui a cobertura, interna e
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63
externa, da sua violação prática. Nos demais, o valor simbólico
das leis é diversamente interligado: serve para proclamar
intenções que se sabe de antemão não se poderem levar a cabo,
para anunciar solenemente intenções e captar votos, para
satisfazer e limitá-las ou gerir combinações políticas. l

A INJURIDICIDADE DAS INOVAÇÚES DOS DEMAIS DIPLOMAS


LEGAIS

Um problema levantado com muita felicidade pelo


ilustre deputado J OSÉ ANTONIO, e em boa hora acatado pelo
eminente Relator, ,é a transposição do julgamento dos crimes de
responsabilidade previstos nessa lei , quando praticados por
Prefeitos Municipais , da órbita do Judiciário para o âmbito da
Câmara de Vereadores.

Resultaria. assim, numa nova modalidade de


impeachment, que tende a produzir efeitos exatamente contrários
aos propalados objetivos moralizadores da Lei. Com essa
disposição legal. coloca-se o mandato dos prefeitos nas mãos da
Câmara. O Prefeito que perder a maioria naquela Casa está
inapelavelmente cassado. O significado disso para a moralidade
pública fica evidente para quem tenha refletido, minimamente que
seja, sobre os acontecimentos recentes na cidade ele São Paulo,
em especial os que se deram em tomo do impedimento do prefeito
paulistano.

Ademais, é bom que se ressalte que o foco da atenção da


Câmara estará voltado para a relação entre a própria Câmara e o
Executivo, para os repasses dos duodécimos, por exemplo, o que
certamente pautará esses julgamentos.

1 Citadopor CELSO D. de ALBUQUERQUE MELLO, in Curso de Direito Internacional Público, 128 ed., Ed. Renovar.
2000. pág. 807.
64
DA INCONSTITUCIONAUDADE E INJURIDICIDADE DA
REPARI1ÇAO POR PODER DOS LIMn'ES DE GASfOS COM
PESSOAL

{) alteração do art. 359-F do Código Penal, feita pelo art.


2° do PL 621/99, resume e concentra os defeitos desse projeto.

Aqui está o coração negro do projeto. É a principal


in ~ação penal que propõe. O que dispõe é que, aqueles que se
recusarem a demitir seIVidores para evitar ultrapassar "a
repartição por Poder do limite máximo" disposto na Lei de e
Responsabilidade Fiscal, serão apenados com prisão.

Em primeiro lugar, a análise combinada dos arts. 169;


51, IV; 52, XIII; 99 e 127 §§ 2° e 3°, da CF, indica a
inconstitucionalidade da repartição desses limites por disposição
da Lei de Responsabilidade Fiscal, e conduz ao entendimento de
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que o texto constitucional pennite apenas a fixação de limite para
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inviabilidade do ajustamento em muitos Estados e Municípios.

No Estado do Acre, por exemplo, a repartição, estatuída


atualmente pela LDO, é de 5,3% para o Legislativo, 3,6% para o
Judiciário, 55,1% para o Executivo e 1,6% para o Ministério
Público. Com o cálculo pela média, como preconiza a Lei de
Responsabilidade Fiscal, a repartição deveria ser ajustada para
30/0 para o Legislativo, 6% para o Judiciário, 49% para o Executivo
e 2% para o Ministério Público.

Assim, o Legislativo deveria reduzir sua despesa com


pessoal em 43% (de 5,3% para 3%); o Executivo, em 11% (de
55,1% para 49%); o Judiciário e o Ministério Público, que se
encontram abaixo da média, poderiam elevar suas despesas em
até 10%, pela regra transitória que vigerá até o ano 2003. Cria-se
assim, de um lado, a inviabilidade de ajustamento de alguns
65
,
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Poderes, ,pois como se esperar que o Legislativo daquele Estado
reduza de imediato suas despesas em 430/0? E, de outro lado, cria-
se até uma expectativa irreal de aumento dessas despesa nos
Poderes que estão abaixo da média. .

A repartição pela média não leva em conta parâmetros


mais pertinentes e realistas, como o tamanho da população, o
número de Municípios, o número de comarcas, etc., que são
indicadores das tarefas a serem desempenhadas por cada Poder e,
~ portanto, norteadores mais seguros de suas necessidades e da
ê repartição de limites que deve ser feita entre eles.

CONCLUSÃO

Os argumentos aqui transcritos, expendidos por mim e


por diversos outros deputados no decorrer dos debates,
denl0nstram cabalmente que o PL 621/99, em sua forma atual,
deve ser inteiramente rejeitado, por estar eivado de
inconstitucionalidades, por ser injuridico e por não ter a melhor
técnica legislativa.

Entendemos, em primeiro lugar, que tal Projeto deveria


ser desdobrado em pelo men,os dois outros: um que tratasse
exclusivamente das alterações do Código Penal, e outro que
englobasse os demais dispositivos que modifica.

Na elaboração desses novos projetos, deveriam ser


escoimadas as inconstitucionalidades e injuridicidades aqui
apontadas, em especial pela seleção criteriosa das condutas que
serão objeto de sanção, sem o viés aleatório e discriminatório em
relação aos demais entes da Federação, que se obselVa nesse
projeto.

As condutas deverão ser tipificadas, nesses novos


projetos. com precisão, e atendendo aos ditames da melhor
técnica penalista, que traz para essa órbita apenas aquelas
condutas que afetam os valores mais duradouros da sociedade,
?bedecido o princípio do minimalismo penal.
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.30.. Sala das Sessões, em 12 de abril de 2000,

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Deputado SÊR$IO MIRANDA
PCdoB-MG

Deputado ANTONIO ALMEIDA


PSB-MA

EMENDAS APRESENTADAS
,
EM
PLENARIO

EMENDA N° 1 - RETIRADA
67
PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENARlO

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de I (um) a 2( dois ) anos :' para


"Pena - detenção. de 6(seis) meses a l(um) ano". constante do artigo 359-A. do ano 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 62 L de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, ~ ato abominável autoritarismo.
O prcieto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo. recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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68
PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENARIO

Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 6( seis) a 2( dois ) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano". constante do artigo 359-B, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621 , de 1999.

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69
PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRlO N °4

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l( um) a 4( quatro) anos ." para


"Pena - detenção. de 6(seis) meses a l(uml ano". constante do anigo 359-C. Jo ano 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n V 621, de 1999.

JUSTIFICATIV A

Criminalizar atos de administração pública que invena a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente. não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão. é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
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PROJETO DE LEI N° 621. DE 1999

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Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de 1(um) a 4( quatro) anos ." para
"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-0, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIV A

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão. é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENARIO

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para "Pena - detenção. de 6(seis) meses a [(um) ano", constante do artigo 359-E, do
_ an . .2° jo Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

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atuais mandatários do executivo Federal -- que, certamente, não serão eternos - sem
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é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
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PROJETO DE LEI N° 621. DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO

Suprima-se o artigo 359-F, do art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de


1999.
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PIlOIETO DE LEI N- 621, DE I'"

EMENDA DE PLENÁRIO

Suprima-se o anigo 359-0. do ano 2- do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621,


de 1999.

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alUIis mandAlários do executivo Federal ·- que, eenamente, nào Seria eternos - sem
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EMENDA DE PLENÁRIO

Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 6(seis) meses a 2(dois ) anos ."


para "Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do anigo 359-G, do
art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621 , de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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PROJETO DE LEI N° 621 , DE 1999

EMENDA DE PLENARlO

Y1odifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l (um) a 4(quatro) anos." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-H. do art. 2°
do Substirutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIV A

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente. não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
func ionalismo para atender aos interesses de credores.

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76
PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de 1(um) a 4( quatro) anos." para


"Pena - detenção. de 6(seis) meses a 1(um) ano", constante do artigo 359-1, do art. 2° do
Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente. não serão eternos - san
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77

EMENDA ADITIVA

PROJETO DE LEI N° 621/99


(do Poder Executivo)

Acrescente-se, onde couber, o seguinte artigo no Substitutivo da CCJR.

"Art . ... Comprovada. pelo Tribunal de Contas da União,' pelo Tribunal de


Contas do Estado e, onde houver, pelo TrilJunal de Contas dos Municípios, a
inobservância, da parte do Governador e ou do Prefeito, das disposições
legais que exigem respeito aos gastos públicos, ao nível de endividamento do
Estado e/ou Município, e aos gastos com pessoal , o cidadão poderá, junto ao
Ministério Público, dar início a ação criminal que condene o prefeito e ou o
governador.

§ 1° A petição inicial desse processo terá de ser informada por


procuração que contenha, no mínimo, 1% (um por cento) de
assinaturas dos votantes do Município ou, se o caso, do
Estado.

§ 2° Toda cond€nação daí resultante terá que definir,:;..


obrigatoriamente, a devolução, se o caso, dos recursos
públicos desviados, a demissão dos irregularmente nomeados
e a inelegibilidade dos réus. J1

Sala das ComissõesJ g de abril de 2000.

:E-r- -.~--(-' ;"


Pelo PPS
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78
PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999.

"Altera e acresce dispositivos ao DL nO


2.848/40, à Lei 1.079/50, e ao DL 201/67,
e dá outras providências."

EMENDA N° 13
Nos termos regimentais, inclua-se onde couber no Substitutivo adotado
pela CCJR ao PL 621/99, a seguinte disposição:

Art. Em caso de situação de excepcionalidade determinada pelo interesse


público que determine o descumprimento do disposto na Lei Complementar n°
101, de 4 de maio de 2000, na Lei nO 8.429, de 1993, no Decreto-Lei n° 2.848,
de 1940, e no Decreto-Lei n° 20 1, de 1967, havendo a prévia aprovação pelo
eleitorado da respectiva circunscrição, em plebiscito especialmente convocado
para este fIm, fIca extinta a punibilidade do agente público responsável pela
ºr~tiça dos atos de gestão.

JUSTIFICA TIV A

Ao incluir no Código Penal capítulo sobre "crimes contra as fmanças


públicas·', intenta-se criminalizar conduta administrativa que não atenda aos
parâmetros estabelecidos pela "Lei de Responsabilidade Fiscal". Nesse intuito,
opta-se pela alteração legislativa na esfera penal, que, caso vingue, trará ao
nosso ordenamento jurídico excrescência comparável aos atos institucionais
do Regime Militar!
Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política
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eternos - sem adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para
o maior interessado. que é o cidadão. é ato de abominável autoritarismo. O
79
anacronismo da iniciativa chega a tal ponto, que várias das punições previstas
naquela lei que subsidia essa em questão, se referem a corte total das
transferência:i voluntárias ou a proibição de contratação de qualquer operação
de crédito. esquecendo-se da necessidade de manutenção de gastos em
detenninadas áreas ou mesmo de despesas emergenciais. bem como prevê a
absurda situação em que, caso a receita suba por efeito do aumento do PIB,
não será pennitido aumentar salários nem gastos com a previdência, por
exemplo.
A invasão na competência constitucional de Estados c Municípios é
flagrante. interferindo na auto-organização dos Estados-Membros (artigo 25
da CF) e no interesse local (artigo 30, I da CF), atentando contra a Forma
Federati va.

Finalmente. o abuso na imputação de penas de reclusão para coibir


práticas que contrariem a vontade do "Poder Central". não atendE ~: gradação
inscrita no artigo 5°, XL VI, da CF (cláusula pétrea), nem à compreensão mais
que consolidada na comunidade jurídica, segundo a qual o que inibe o ato
ilícito não é a gravidade da pena mas a certeza da punição.
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Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal - Brasília - DF


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PROJETO DE LEI N° 621-8, DE 1999
(DO PODER EXECUTIVO)

VOTAÇÃO, EM TURNO ÚNICO, DO PROJ ETO DE LEI N° 62 1-


A, DE 1999, QU E ALTERA E ACRESCE DISPOSITIVOS AO
DECRETO-LEI N° 2.848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940 - CÓDIGO
PENAL, A LEI 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950, E AO DECRETO-LEI
201 , DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS. TENDO PARECER DA COMISSÃO DE
CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PELA
CONSTITUCIONALIDADE, JURIDICIDADE, TÉCNICA
LEGISLATIVA E, NO MÉRITO, PELA APROVAÇÃO, ÇOM
SUBSTITUTIVO, CONTRA OS VOTOS DOS DEPUTADOS :
ANTÔNIO CÁRLOS BISCAIA, GERALDO MAGELA, JOS É
GENOÍNO, MARCELO DÉDA, IBRAHIM ABI-ACKEL, OSVALDO
SOBRINHO, JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA, SERGIO MIRANDA E JAIR
BOLSONARO, COM VOTOS EM SEPARADO DOS DEPUTADOS:
JOSÉ GENOíNO, JOSÉ DIRCEU, ANTÔNIO CARLOS BISCAIA,
MARCELO DÉDA, WALDIR PIRES, RICARDO FIÚZA, SÉRGIO
- MIRANDA E JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA (RELATOR: SR. NELSON
OTOCH). PENDENTE DE PARECER DA COMISSÃO DE
-- CONSTITUIÇÃO
,
PLENARIO.
E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO AS EMENDAS DE
,

~ ~{/'J- c.. h J. 'D. (4 r.A ~


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O PROJETO FOI EMENDADO


CAM.ARA DOS D EPUTADOS

REQUERIME1\ TO

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Sen110r P eSldenr ..:'.

Reque remos a , 'ossa Excelência. nos termos reglmenrai s. a retirada do


VRPdt-/o })c Jt;l u.o 6JJB,h 2 . constante da pauta da presente Sessão.

Sala das Ses ' . em ) t. O). 02uoo

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GER 317 23 .004-2 (MAI /98 )


o PROJETO FOI EMENDADO

• PARA OFERECER PARECER ÀS EMENDAS , EM SUBSTITUIÇÃO À


COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO,
CONCEDO A PALAVRA AO DEPUTADO NELSON OTOCH ... .. ........ .


PASSA-SE À VOTAÇÃO.
CÂMARA DOS DEPUTADOS

Emendas de nOs. 1 a 13

Emenda retirada - n° I

Emendas Incorretas:

N° 9 - que solicita modificações baseado em dados que não são os constantes do


Substitutivo aprovado pela CC].
Artigo 359 G - detenção de 6 meses a 2 anos - incorreto
Detenção de 1 a 4 anos - correto.
N° II - artigo 359 l: Não existe este artigo no Substitutivo.

Diminuição de Penas:

N° 2 - artigo 359 A: Contratação de operação de crédito


N° 3 - artigo 359 B: Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar.
N° 4 - artigo 359 C: Assunção de obrigação no último ano do Mandato ou Legislatura
N° 5 - artigo 359 D: Ordenação de despesa não autorizada
N° 10- artigo 359 H: Não cancelamento de restos a pagar.

Acréscimo de pena:

N° 6 - artigo 359 E: Prestação de garantia graciosa.


Aumento de pena de 3 meses a I ano para 6 meses e 1 ano.

Eliminação de Sanção:

N° 7 - artigo 359 F: Não cancelamento de restos a pagar.

N° 8 - artigo 359 G: Aumento de despesa total com pessoal no último ano do


Mandato ou Legislatura.

Emenda N° 12: Não cabe no corpo do Substitutivo aprovado, sendo ainda


inconstitucional, e de mérito indevido.
Prevê que o Ministério Público só poderá intentar qualquer ação
com procuração de 1% do eleitorado.

Emenda N° 13: Não cabe no corpo do Substitutivo aprovado, sendo ainda


inconstitucional, e de mérito indevido.

Ap ovação pelo eleitorado, extinguindo a punibilidade ao agente público


infrator. '\
\

GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98)


- - - - -------- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- -------,

FOLHA DE INSCRIÇÃO PARA ENCAMINHAMENTO DO


PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999
(RESPONSABILIDADE FISCAL)

RELAÇÃO DE INSCRIÇÃO DOS ORADORES CONTRÁRIOS À MATÉRIA

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RELAÇÃO DE INSCRIÇÃO DOS ORADORES A FAVOR DA MATÉR1A

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9 ................................... ... ............... ...... ............................................................. .............. .

L...-.-_ _ _ _ _ __ _ _ _ ___ _
EM VOTAÇÃO O SUBSTfTUTIVO ADOTADO PELA COMISSÃO DE
CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO, RESSAL VAD05 05
DESTAQUE ?

(ver fichas do sistema eletrônico de votação)

(SE APROVADO) - FICA PREJUDICADO O PROJETO PRINCIPAL ,


EM VOTAÇÃO AS EMENDAS DE PLENÁRIO NoS ..... ~ ..4~ .... Z3. .................. ... ....... .
0
•• • • •• •••• • • , ••• •• •••• • ••• • •••••••••••• • •• • ••••• • • 0 . • •• • • • •••• -. - , 0 .0 • •• • •• 0 . 0 ••• • •••••••••• • •• • •••••• 0.0 •• • •• " ••• • ••• 0. 0. 0 .0 ••••• 0 '0 0. 0 ' •• • ••••••••••• 0.0
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.. .... ... ... ......... ..... .. .................... .... ............................. ..... ....... . ... .... .. COM PARECER FA$'@M y EL
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AQUELES QUE FOREM PELA APROVAÇÃO PE
ÇAM COMO SE ACHAM.

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EM vOTAÇAO AS EMENDAS DE PLENARIO N0S ... ....... .. .............. ..................... .. ...... .. ..... .. ...... ..
••• •• • ••• •• •• • •• • • 0. 0 ••••••• • •• • •• • •• 0' 0 •••••••••• - •• • ••••••• • • 0.0 0' 0 .' •••••• • ••• •• •• • •••• • , •••• • ••••••••• 0.0 •• ' 0' 0 •••• • •••••••••••• • ••• 0.0 ••• _ •••••••• • ••••••

... ...... .. .... .. ............. .... ......... ......... .... .............. ... ... ... ......... .. ............. , COM PARECER CONl"RARlO.

AQUELES QUE FOREM PELA APROVAÇÃO PERMANEÇAM COMO SE ACHAM

.
CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO
I ':r !; o-J
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputad .............. r\,( . ~ 1--A~1
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Requeremos, nos termos do Art. 162, XIV, do Regimento I o,
a votação em globo dos destaques simples apresentados ao Projeto de Lei (t />!{)J
nO 621-A/99 , do Poder Executivo.

Sala das Sessões, em de maio de 2000 .

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GER 31723004-2 IJUN/99)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161 , 11, destaque para


votação da emenda n° OJ.., , apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

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Deputado A oizio Mercada te


Lí er do PT

GER 3 17 23 004-2 (JU N/99)


,

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de 1(um) a 2(dois ) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a 1(um) ano", constante do artigo 359-A, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

Sala das :2 () / O '1 I ..z. o 0 0

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GER 3.17.23.004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161 , 11, destaqu e par a


votação da emenda n° O,:) , apresentada em Plenário ao Pr oj eto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

(l.-C\ ~ . ~
Deputado A oizio Mercad nte
Lí er do PT

GER 3 17 23 004-2 IJ UN/991


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

,
EMENDA DE PLENARIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 6( seis) a 2( dois ) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a 1(um) ano", constante do artigo 359-B, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

Sala das Ses - s, m J 5 /ú 4 / ;toD O

GER 3.17.23 .004-2 (MAI/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161 , 11, destaque para


votação da emenda n° O~ , apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

~~
Deputado nte
Líder do PT

GER 3 1723 004-2 {JUN/99 1


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-C, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621, de 1999.

JUSTIFICATIV A

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo .
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

Sala das 2. tj / O 4I .2000

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GER 3.17 .23.004-2 (MAI /98)


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CÂMARA D OS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161, 11, destaque para


votação da emenda n° O5 ,apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

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Deputado A oizio Mercad
Lí e · do PT

GER 3 17 23 004-2 I.JUN /99)


1

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

• Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos ." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-D, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3.17.23.004-2 (MAI /98)
CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161, 11, destaque para


votação da emenda n° Olo ,apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
nO 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

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Deputado A oizio Mercad nte
Lí er do PT

GER 3 1723004-2 (JUN/99)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 3(três) meses a l(um) ano. "


para "Pena - detenção, de 6(seis) meses a l(um) ano", constante do artigo 359-E, do
art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621 , de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

Sala das Ses -

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GER 3.17 .23.004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161 , 11, dest:1q ue para


votação da emenda n° O 'f- ,apresentada em Plenário ao Proj eto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

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Deputado loizib Merc (jante
Líder do PT

S ER 3 1723004- 2 IJUN/99)
CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRlO N°

Suprima-se o artigo 359-F, do art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621, de


1999.

JUSTIFICATIV A

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98)


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CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161, 11, destaque para


votação da emenda n° O t
,apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
n° 621-B, de 1999.

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Deputado 10iziQ Merc

• Líder do PT

GER 3 1723004-2 (JU N/99 )



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CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Suprima-se o artigo 359-G, do art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621,


de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

Sala das Sessões, em

ri

GER 3.17.23.004-2 (MAI / 98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

equeremos, nos termos do artigo 161, 11, destaque para


votação da emenda n° O~ , apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

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Deputado 10izio~ Merc da nte

• L der do PT

GER 3 17.23 004-2 IJU N/991


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - detenção, de 6(seis) meses a 2(dois ) anos ."


para "Pena - detenção, de 6(seis) meses a 1(um) ano", constante do 'artigo 359-G, do
art. 2° do Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

Sala das Sessões, e

GER 3.17.23.004-2 (MAI /98)


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CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161, lI, destaque para


votação da emenda n° lO , apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

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• Deputado A oizio Mercad nte
Lí er do PT

GER 3 17 23 004- 2 (JUN/99)


I

I•

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a 1(um) ano", constante do artigo 359-H, do art. 2°
do Substitutivo ao Projeto de Lei nO 621, de 1999.

JUSTIFICATIVA

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra administrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

GER 3.1723 .004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

• Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161, 11, destaque para


votação da emenda n° j J ,apresentada em Plenário ao Proj eto de Lei
nU 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

(Lll ) ~ /{;
Deputado loizio Merca
Líder do PT

GER 3 17 23 004-2 (J UN/991


CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999

EMENDA DE PLENÁRIO N°

Modifique-se a expressão "Pena - reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos." para


"Pena - detenção, de 6(seis) meses a 1(um) ano", constante do artigo 359-1, do art. 2° do
Substitutivo ao Projeto de Lei n° 621, de 1999.

JUSTIFICATIV A

Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica política dos


atuais mandatários do executivo Federal - que, certamente, não serão eternos - sem
adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para o maior interessado, que
é o cidadão, é ato abominável autoritarismo.
O projeto vai na contramão da tendência de aplicação de penas alternativas ao
prever detenção contra açiministrar que, por exemplo, recuse sacrificar seu
funcionalismo para atender aos interesses de credores.

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GER 3.17.23.004-2 (MAI /9B)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161, 11, destaque para


votação da emenda n° j 3 ,apresentada em Plenário ao Projeto de Lei
n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

(ct I r

Deputado 10izif Merca


Líder do PT

G ER 3 1723004-2 IJUN /99)


PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999.

"Altera e acresce disp ·tivos ao DL


n° 2.848/40, à Lei 1. 9/50, e ao DL
201/67, e dá outras providências."

DESTAQUE DE BANCADA

Nos tennos do § 2° do artigo 161 do Regimento Interno, requer-se a


votação em separado para supressão do artigo 1° do Substitutivo adotado na
CCJR ao PL 621/99 .


Sala das Ses - s, }v de maio de 2000.

JUSTIFICATIVA

Ao incluir em disposição do Código Penal sobre "denunciação


caluniosa" (artigo 339) a expressão "... instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa ... ",
nada mais se intenta do que inibir, constranger a atividade do Ministério
Público e dos agentes sociais que fiscalizam os atos dos agentes públicos.
Ressalte-se que, na hipótese de conduta incompatível dos membros
do Ministério Público, ou na verificação de ação temerária, já prevê,
adequadamente, nosso ordenamento as sanções aplicáveis.
Criminalizar iniciativa de provocação do aparato judicial que visa a
observância de princípios constitucionais e gerais do Direito, face a
presunção de que possa incomodar os atuais "donos do poder", é ato de
abominável autoritarismo .


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I{J~SULTADO DI~ -
VOTAÇAO:
I
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PAINEL RETIFICAÇOES IlESlJLTAUO FINAL

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PROJETO DE LEI N° 621-A, DE 1999

DESTAQUE DA BANCADA DO BLOCO PS

Requeiro, nos termos do § 2° do art. 161 do Regimento Interno, destaque para


votação em separado do Art. lOdo Substitutivo Adotado Pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Redação, que dá nova redação ao Artigo 339 do Decreto-
Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940.

Sala das Sessões, em JOde maio de 2000


1-/1", ) I d---I
DEPUTAbo SÉRGIO MIRANDA
t/Líder do bloco PSB/PCdoB


.. .,/

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999.

"Altera e acresce dispositivos ao DL


n° 2.848/40, à Lei 1.079/50, e ao DL
201/67, e dá outras providên~i;i; O

-
DESTAQUE DE BANCADA

Nos termos do § 2° do artigo 161 do Regimento Interno, requer-se a


votação em separado para supressão do artigo 2° do Substitutivo adotado na
CCJR ao PL 621 /99 .


Sala das Ses - s, J de maio de 2000.
• •

JUSTIFICATIVA

Ao incluir no Código Penal capítulo sobre "crimes contra as finanças


públicas", intenta-se criminalizar conduta administrativa que não atenda aos
parâmetros estabelecidos pela "Lei de Responsabilidade Fiscal". Nesse
intuito, opta-se pela alteração legislativa na esfera penal, que, caso vingue,
trará ao nosso ordenamento jurídico excrescência comparável aos atos
institucionais do Regime Militar!
Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica
política dos atuais mandatários do Executivo Federal - que, certamente, não
serão eternos - sem adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão
tenha para o maior interessado, que é o cidadão, é ato de abominável
autoritarismo. O anacronismo da iniciativa chega a tal ponto, que várias das
punições previstas naquela lei que subsidia essa em questão, se referem a
corte total das transferências voluntárias ou a proibição de contratação de
qualquer operação de crédito, esquecendo-se da necessidade de manutenção
de gastos em determinadas áreas ou mesmo de despesas emergenciais, bem
como prevê a absurda situação em que, caso a receita suba por efeito do

• aumento do PIB, não será permitido aumentar salários nem gastos com a
previdência, por exemplo.
A invasão na competência constitucional de Estados e Municípios é
flagrante, interferindo na auto-organização dos Estados-Membros (artigo 25
da CF) e no interesse local (artigo 30, I da CF), atentando contra a Forma
Federativa.
Finalmente, o abuso na imputação de penas de reclusão para coibir
práticas que contrariem a vontade do "Poder Central", não atende à gradação
inscrita no artigo 5°, XLVI, da CF (cláusula pétrea), nem à compreensão
mais que consolidada na comunidade jurídica, segundo a qual o que inibe o
ato ilícito não é a gravidade da pena, mas a certeza da punição .


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO DE DESTAQUE
(BANCADA DO PT)

Senhor Presidente

Requeremos, nos termos do artigo 161, I, e § 2°, destaque


para votação da emenda nO 1.3 , apresentada em Plenário ao Projeto de
Lei n° 621-B, de 1999.

Sala das Sessões, em

),-'.) AJl/~----
,

• Deputado :Aloizio Merc~dante


Líder do PT

GER 3 17.23 004-2 (JUN/99)


--------

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999.

"Altera e acresce dispositivos ao DL nO


2.848/40, à Lei 1.079/50, e ao DL 201/67,
e dá outras providências."

o-
-
EMENDA

Nos termos regimentais, inclua-se onde couber no Substitutivo adotado


pela CCJR ao PL 621/99, a seguinte disposição:

Art. Em caso de situação de excepcionalidade determinada pelo interesse


público que determine o descumprimento do disposto na Lei Complementar n°
101, de 4 de maio de 2000, na Lei nO 8.429, de 1993, no Decreto-Lei nO 2.848,
de 1940, e no Decreto-Lei n° 201, de 1967, havendo a prévia aprovação pelo
eleitorado da respectiva circunscrição, em plebiscito especialmente convocado
para este fIm, fIca extinta a punibilidade do agente público responsável pela
rática
.. dos atos de gestão .

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Sala das Sessões, ) Ode maio de 2000. '. tI~
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GER 3.17.23 .004-2 (MAII98)
L-___________________________________________ -
JUSTIFICA TIV A

Ao incluir no Código Penal capítulo sobre "crimes contra as finanças


públicas", intenta-se criminalizar conduta administrativa que não aten
da aos
parâmetros estabelecidos pela "Lei de Responsabilidade Fiscal". Nes
se intuito,
opta-se pela alteração legislativa na esfera penal, que, caso vingue,
trará ao
nosso ordenamento jurídico excrescência comparável aos atos inst
itucionais
do Regime Militar!
Criminalizar atos de administração pública que inverta a lógica polí
tica
dos atuais mandatários do Executivo Federal - que , certamente,
não serão
eternos - sem adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão
tenha para
o maior interessado , que é o cidadão , é ato de abominável autoritar
ismo. O
anacronismo da iniciativa chega a tal ponto, que várias das punições
previstas
naquela lei que subsidia essa em questão , se referem a corte
total das
transferências voluntárias ou a proibição de contratação de qualquer
operação
de crédito, esquecendo-se da necessidade de manutenção de gast
os em
determinadas áreas ou mesmo de despesas emergenciais, bem com
o prevê a
absurda situação em que , caso a receita suba por efeito do aumento
do PIB ,
não será permitido aumentar salários nem gastos com a previdên
cia, por
exemplo.
A invasão na competência constitucional de Estados e Municípios
é
flagrante, interferindo na auto-organização dos Estados-Membros
(artigo 25
da CF) e no interesse local (artigo 30, I da CF) , atentando contra
a Forma
Federativa.
Finalmente, o abuso na imputação de penas de reclusão para coib
ir
práticas que contrariem a vontade do "Poder Central", não atende à
gradação
inscrita no artigo 5°, XLVI, da CF (cláusula pétrea), nem à compreensão
mais
que consolidada na comunidade jurídica, segundo a qual o que inib
e o ato
ilícito não é a gravidade da pena, mas a certeza da punição .


/

DESTAQUE SUPRESSIVO
DA BANCADA DO PARTIDO DEMOCRÁTICO ABALHISTA - PDT

Suprima-se o § Único do art. 4° do PL 621-A/99.

JUSTIFICATIVA

A Constituição Federal assegura o monopólio de jurisdição aos


Juízes e Tribunais , como membros do Poder Judiciário.

A este compete julgar, de ordinário, os delitos e a aplicar as penas,


ressalvados os delitos de responsabilidade , em alguns casos .

Não se aceite que a Câmara de Vereadores possa , ao julgar crime


de responsabilidade de prefeitos, além de cassar-lhes o mandato,
aplicar-lhes pena de inabilitação para o exercício de qualquer função
pública.

Sala das Sesssões, 10 de maio de 2000


Deput~~_ _ , ?~í/Ç /.
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77

EMENDA ADITIVA

PROJETO DE LEI N° 621/99


(do Poder Executivo)

Acrescente-se , onde couber, o seguinte artigo no Substitutivo da CCJR.

"Art .... Comprovada. pelo Tribunal de Contas da União , pelo Tribunal de


Contas do Estado e, onde houver, pelo Trioonal de Contas dos Municípios, a
inobservância, da parte do Governador e ou do Prefeito, das disposições
legais que exigem respeito aos gastos públicos, ao nível de endividamento do
Estado e/ou Município. e aos gastos com pessoal , o cidadão poderá, junto ao
Ministério Público, dar início a ação criminal que condene o prefeito e ou o
governador.

§ 10 A petição inicial desse processo terá de ser informada por


procuração que contenha, no mínimo, 1% (um por cento) de
assinaturas dos votantes do Município ou, se o caso, do
Estado.

§ 20 Toda condenação daí resultante terá que defimr,~


obrigatoriamente, a devolução, se o caso, dos recursos
públicos desviados, a demissão dos irregularmente nomeados
e a inelegibilidade dos réus. "

D de abril de 2000 .
• Sala das ComissõesJ

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Pelo PPS

. , ...

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78
"
PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999.

"Altera e acresce disp, sitivos ao DL n°


2.848/40, à Lei 1.079/5 , e ao DL 201/67.
e dá outras providênci

Nos termos regimentais, inclua-se onde coube no Substitutivo adotado


pela CCJR ao PL 621/99, a seguinte disposição:

Art. Em caso de situação de excepcionalidad determinada pelo interesse


público que determine o descumprimento do di osto na Lei Complementar nO
101, de 4 de maio de 2000, na Lei n° 8.429, de 1993, no Decreto-Lei n° 2.848,
de 1940, e no Decreto-Lei n° 20 1, de I 67, vendo a prévia aprovação pelo
eleitorado da respectiva circunscrição, e pl iscito especialmente convocado
para este fim, fica extinta a ptmibilidade agente público responsável pela
Qrªtiça dos atos de gestão.

JUSTIFIC T

Ao incluir no Código Penal capí lo s re "crimes contra as fmanças


públicas", intenta-se criminalizar con ta adm. istrativa que não atenda aos
parâmetros estabelecidos pela " Lei de esponsabi 'dade Fiscal". Nesse intuito,
opta-se pela alteração legislativa na esfera penal, ue, caso vingue, trará ao
nosso ordenamento jurídico excres ência comparáv 1 aos atos institucionais
do Regime Militar~

Crimmalizar atos de admini tração pública que in erta a lógica política


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~ eternos - sem adentrar o mérito do efeito prático que essa inversão tenha para
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Projeto de Lei n° 621-A, de 1999

Emenda lW'4~

Dê-se ao inciso I do art. 5° do Substitutivo ao Projeto de Lei nO621-A,


de 1999, a seguinte redação:

"0
Art . - . .. ........ ..... ....... .

I - Deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal


de Contas o relatório de gestão fiscal , nos prazos e condições estabelecidas em
lei',

Justificação

Apesar do fato de o Tribunal de Contas ser definido como órgão


auxiliar do Poder Legislativo, conforme o que dispõe o art. 71 da Constituição
Federal, é importante a referência específica, no que conceme a necessidade
de divulgação e envio do relatório de gestão fiscal a este Poder, no amparo e
com o propósito de estabelecer claramente a punibilidade pelo não envio desse
• relatório também ao Legislativo, nos três níveis de governo.

Sala das sessões, em 17 de Maio de 2000


EM VOTAÇÃO A RED çÃO FINAL.

AQUELES QUE FORE PELA APROVAÇÃO PERMANEÇAM COMO SE ACHAM . •

,
A MA TERIA VAI AO SENADO FEDERAL
CÂMARA DOS DEPUTADOS

Projeto de Lei n° 621-A, de 1999


//1
Emenda ~ Ite t:CC ~c,,-O
-
Dê-se ao inciso I do art. 5° do Substitutivo ao Projeto de Lei nO621-A,
de 1999, a seguinte redação:

Art. 5°. .......... .. ... ... .... .

I - Deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal


de Contas o relatório de gestão fiscal , nos prazos e condições estabelecidas em
lei',

Justificação

Apesar do fato de o Tribunal de Contas ser definido como órgão


auxiliar do Poder Legislativo, conforme o que dispõe o art. 71 da Constituição
Federal, é importante a referência específica, no que concerne a necessidade
de divulgação e envio do relatório de gestão fiscal a este Poder, no amparo e
com o propósito de estabelecer claramente a punibilidade pelo não envio desse
relatório também ao Legislativo, nos três níveis de governo.

Sala das sessões, em 17 de Maio de 2000

o Nelson Otoch

GER 3.17 .23 .004-2 (MAI /98)


(S.t ~fje\lADo o S\J~ST,TU\\\J0
EM VOTAÇÃO O PROJETO.

AQUELES QUE FOREM PELA APROVAÇÃO PERMANEÇAM COMO SE ACHAM .


.
~ Submeta-se ao Plenário .

CÂMARA DOS DEPUTADOS Em / /2000 Presidente

REQUERIMENTO

('q
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados :

Requeremos, nos termos do Art. 155 do Regimento Interno,


urgência para apreciação do Projeto de lei nO 621-A/99, do Poder
Executivo, que "altera e acresce dispositivos ao Decreto-lei nO 2.848,
de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal, a lei 1079, de 10 de abril

• de 1950, e ao Decreto lei nO 201, de 27 de fevereiro de 1967, e dá


outras providências".

Sala das Sessões, em 3 de maio de 2000.

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GER 3 1723004-2 IJUN /99)



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C ÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

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Senhor Presidente,

• Requeremos a Vossa Excelência, nos termos regimentais, a retirada


do Projeto de Lei n° 621, de 1999, que "altera e acresce dispositivos ao
Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal, a lei
1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei 201, de 27 de fevereiro de
1967, e dá outras providências", constante da pauta da presente Sessão.

Sala das Sessões, em 25 de abril de 2000.

{tL \ -.-: M/~


Deputado oizib Mer(adante

• Líder do PT

GER 3.17 .23004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,

Requeremos, nos termos dos artigos 117, inciso X e 177, do


Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o adiamento da discussão,
por 1O( dez) sessões, do Projeto de Lei n° 621, de 1999, que "altera e
acresce dispositivos ao Decreto-Lei nO 2.848, de 07 de dezembro de 1940
- Código Penal, a lei 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei 201 ,
de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providências".

Sala das Sessões, em 25 de abril de 2000.

(Lt) .J

Deputado 1\loizlO Mer adante


Líder do PT

GER 3.1723004-2 (MA I/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,

Requeremos, nos termos dos artigos 117, inciso X e 193, do


Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o adiamento da votação
por 05( cinco) sessões, do Projeto de Lei n° 621, de 1999, que "altera e
acresce dispositivos ao Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de dezembro de 1940
- Código Penal, a lei 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei 201 ,
de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providências".

Sala das Sessões, em 25 de abril de 2000.

{lÁ- \ ~ 1;tJj~
Deputado loizio Merc/dante
Líder do PT

GER 3 .1723.004-2 (MA I/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,

• Requeremos a Vossa Excelência, nos termos regimentais, a retirada


do Projeto de Lei n° 621, de 1999, que "altera e acresce dispositivos ao
Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal, a lei
1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei 201, de 27 de fevereiro de
1967, e dá outras providências", constante da pauta da presente Sessão.

Sala das Sessões, em O'; I D 5 / c:J<otd::>

A~\).):j 1/lf
• Deputado 10izi6 Mercaáante
Líder do PT

GER 3.17.23004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

• Senhor Presidente,

Requeremos, nos termos dos artigos 117, inciso X e 177, do


Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o adiamento da discussão,
por 1O( dez) sessões, do Proj eto de Lei nO 621, de 1999, que "altera e
acresce dispositivos ao Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de dezembro de 1940
- Código Penal, a lei 1.079, de 10 de abril de 1950, e aoDecreto-Lei 201,
de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providências".

Sala das Sessões, f) 3 / o tí / c2 OOD

• [tL~ l J
Deputado loizlO Me cadante
11 ~. .
V\.

Líder do PT

GER 3.17.23004-2 (MAI / 98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

• Senhor Presidente,

Requeremos, nos termos dos artigos 117, inciso X e 193, do


Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o adiamento da votação
por 05( cinco) sessões, do Projeto de Lei n° 621, de 1999, que "altera e
acresce dispositivos ao Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de dezembro de 1940
- Código Penal, a lei 1.079, de 10 de abril de 1950, e aoDecreto-Lei 201,
de 27 de fevereiro de 1967, e dá outras providências".

Sala das Sessões, em 1/] I {)., ) .2 &0-)


)(""l ô AI
DeputadoAloizlO M cadante
Líder do PT

GER 3.17.23004-2 (MAI /98)


,..
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\
I
CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados:

Requeremos, nos termos regimentais, a retirada de pauta do Projeto


de Lei nO 621-A/99, do Poder Executivo .

• Sala das Sessões, em de maio de 2000.

GER 31723004-2 IJUN/99\


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,

Requeremos nos termos regimentais, o adiamento da votação do


P L (;.2.J ~ A 9 '1I
--------------------------- , constante da pauta da presente Sessão por
( OZ-) sessões.

Sala das Sessões, em Jo / u ) ) .,z..o,;,,-ú

GER 3.1723.004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

• Senhor Presidente,

Requeremos a Vossa Excelência, nos termos regimentais, a retirada do


_ P_ L-----.:b'-----l_j_ - f.._ / _'1_._~_ _ _ _ _ , constante da pauta da presente Sessão.

Sala das Sessões, em J 0/ o..,-! .2.. ~L..J

.---
c f I

GER 317 .23 .004-2 (MAI /98)


CÂMARA DOS D EPUT A DOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,

Requeremos nos termos regimentais, o adiamento da votação do


~ l 0.) J .- (l I c, () , constante da pauta da presente Sessão por
( 0 2.. ) sessões.

Sala das Sessões. em Jj Jc '> / .J \..'L ~)

~- P,~ . Jo~l::\~
\J~ ~ __~~ Jvo p1
GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98 )
·' CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,

Requeremos a Vossa Excelência, nos termos regimentais, a retirada do


~ L (,.2 J - ft. I q "\ , constante da pauta da presente Sessão.

~ P~ - ~~D~
lhÚ - L~ olvPI

GER 31723 .004-2 (MAI /98)


SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CO Data: 10/05/00

Sr. Presidente, a Câmara dos Deputados, como V.Exa. mesmo propôs ,

deveria instalar uma Comissão não para as emergências , mas para enfrentar de

forma transparente essa questão. O Líder do PSDB, Deputado Aécio Neves, tem

feito alguns esforços nesse sentido, mas não vi nenhuma atitude concreta do

Governo que demonstre que ele está querendo resolver o problema.

Não podemos, Sr. Presidente, daqui a dois, três dias, novamente, estar em

situação de emergência e acusar de violento esse homem que não tem emprego,

não tem o que comer e não tem esperança. Violência é o Governo não apresentar


uma proposta concreta de financiamento agrário para este País, capaz de resolver

a situação.

Em nome do Bloco, fazemos um apelo ao Sr. Presidente da República: ou

ele se posiciona de forma clara e concreta, como quem quer resolver a questão, ou

será responsável pelas atitudes de violência que possam haver neste País.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Item 1.

Projeto de Lei nO 621-A, de 1999.

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nO 621, de

• 1999, que altera e acresce dispositivos ao Decreto-Lei nO

2.848, de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nO

1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-Lei nO 201, de 27

de fevereiro de 1967, e dá outras providências.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa requerimento de

retirada do Projeto de Lei nO 621-A, de 1999, da pauta da presente sessão.

Assina o nobre Líder Aloizio Mercadante.

d09052000
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Para encaminhar a favor, concedo a

palavra ao Deputado José Antonio Almeida .

O SR. JOSÉ ANTONIO ALMEIDA (Bloco/PSB-MA. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente , Sras. e Srs. Deputados , o Projeto de Lei nO 621, de 1999, tipifica

delitos com base em condutas vedadas, proscritas pela chamada Lei de

Responsabilidade Fiscal , que só nos últimos dias virou lei.

Portanto, esse projeto tramitou nesta Casa sem que a lei a que ele se referia

- a lei principal - já houvesse sido sancionada pelo Presidente da República.

Mas, de alguma maneira, isso foi superado pela sanção.

A questão principal é que esse projeto é claramente inconstitucional, porque

viola o princípio milenar da reserva legal em Direito Penal nullum crimen, nulla

poena sine lege, essa é a expressão. Ou seja, não há crime sem lei anterior que o

defina e não há pena sem prévia cominação legal. Dito assim, pode-se dizer que,

uma vez transformado em lei este projeto, haverá uma lei anterior definindo o crime

e a pena.

Mas, Sr. Presidente, em matéria penal, nao basta haver uma lei anterior

definindo o crime e a pena. É preciso que o tipo seja corretamente estabelecido, de

• maneira clara , precisa e indiscutível. Se assim não o for, ou seja, se não se

estabelecer essa norma, que é chamada norma primária em Direito Penal, não se

pode cogitar a aplicação da pena, que é norma secundária.

Ao comentar o inciso XXXIX do art. 5° da Constituição Federal, que dispõe

justamente que "não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia

cominação legal", o eminente penalista e Ministro Francisco de Assis Toledo cita

quatro características da Lei Penal, entre as quais a necessidade de ser prévia e

d09052000
SEM SUPERVISÃO
. CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00

escrita. Ou seja, não pode haver crime sem lei positiva anterior em vigor. Por isso,

por exemplo, não se pode cogitar de medida provisória para prever um tipo penal.

O tipo penal tem que ser objetivamente declarado em lei. Não se pode

cogitar - é o caso concreto desse projeto de lei - que determinada conduta é

crime, se não for obedecida outra norma que não se sabe qual é. Por exemplo,

essa lei diz que comete crime quem aplicar os recursos públicos em desacordo com

a lei. Em desacordo com que lei, Sras. e Srs. Deputados? Não se esclarece a que

lei se refere o dispositivo, então deixa o tipo penal a ser aplicado para definição por

uma lei extrapenal.

Sr. Presidente, por esses motivos, este projeto é claramente

inconstitucional, não obedecendo à garantia constitucional contida no art. 5°, item

XXXVI, da Constituição Federal.

Justifica-se, nesse sentido, que este projeto não seja votado agora e, por

ISSO, encaminhamos a favor do requerimento de sua retirada, para que seja

discutido mais amplamente, com opiniões abalizadas, e que se faça até audiência

pública sobre o assunto, no sentido de que possamos votar uma lei correta, legal,

constitucional.

• Obrigado a V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Como votam os Srs. Líderes?

Como vota o PSC?

Como vota o Partido Humanista?

O SR. WALTER PINHEIRO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

d09052000
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00

O SR. WAL TER PINHEIRO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, há proposta dos Líderes da base do Governo no sentido de que

fiquemos no processo de discussão desta matéria.

Como é do conhecimento de V.Exa ., havíamos feito a sugestão para que,

nesta hora, abreviássemos a sessão da Câmara e iniciássemos a sessão do

Congresso, na perspectiva de votar logo o salário mínimo, o que, lamentavelmente,

não foi aceito pelo Líder do Governo - não sei as razões para tal negativa.

Mas, já que nossa sugestão não foi aceita e também há proposição no

sentido do encerramento da discussão deste projeto, propomos a retirada desse

requerimento e que permaneçamos na sessão discutindo esta matéria. Como V.

Exa. tem até as 19 horas para encerrar a sessão, aceitaríamos o acordo realizado

com a Liderança do Governo e deixaríamos livre a discussão da matéria , retirando

o requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Os Srs. Líderes estão de acordo?

O SR. ARNALDO MADEIRA (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Deputado Walter Pinheiro expressou bem o entendimento existente

entre os Líderes da base e da Oposição no sentido de iniciarmos a discussão deste

importante item, procurando fazê-lo o máximo possível , deixando a votação para

outro dia, até porque haverá emendas. Hoje, faríamos a discussão e a levaríamos

até o fim . Com isso, teremos tempo para publicar as emendas, votando, então , na

próxima sessão.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Retirado o requerimento.

Vamos encerrar a discussão hoje? Vamos só discutir.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem .

d09052000
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL-PE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, peço que V.Exa. fixe um limite para essa discussão,

porque existe uma PEC para ser votada em segundo turno. Poderíamos iniciar sua

votação às 18 horas e resolveríamos esse assunto definitivamente. Essa matéria já

foi votada em primeiro turno e no Senado Federal. Precisa ser votada na Câmara

dos Deputados e está na pauta de hoje. Poderíamos iniciar a discussão da matéria

por uma hora, não a encerraríamos e depois votaríamos a matéria incluída na pauta

de votação.

Sr. Presidente, é essa a proposta que faço a V. Exa .

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Quero apenas ponderar que, para a

PEC nO 7, há um número muito grande de inscritos. Não sei se há desejo de votar

essa proposta de emenda constitucional hoje e não sei se podemos inverter a

pauta. Os Srs. Líderes não querem verificar isso?

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA - Então, Sr. Presidente, se há muitos inscritos

para discutir a PEC, é importante que a discussão seja realizada em outro dia para

não atrapalhar a sessão do Congresso Nacional, que está marcada para às 19 h.

Retiro minha proposta.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pois não. Então, vamos à discussão.

O SR. MILTON TEMER (PT-RJ) - Sr. Presidente, peço a palavra pela

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. MILTON TEMER (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, recorro mais uma vez a V.Exa.

d09052000
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00

Temos na pauta de hoje um recurso contra a derrota de um projeto de

resolução, de minha autoria, na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação,

com respeito à instalação da CPI do Sistema Financeiro Privado e suas relações

promíscuas com o Banco Central.

Sr. Presidente, manchete do O Globo de hoje: "Venda do Bozano, Simonsen

foi fechada sexta-feira". E um trecho da matéria é explícito: "Devido a

irregularidades, o Banco Central ainda está avaliando a operaçao de compra ,

embora já tenha antecipado que essa operação seja irreversível". Ou seja, o Banco

Central, depois que o gato fugiu da toca, está considerando a irreversibilidade,

havendo irregularidade da ordem de um bilhão de reais. Isso vale no dia em que

discutimos a questão do salário mínimo, com respeito ao Banco Bozano Simonsen.

Consulto V.Exa. a respeito de quando esta Casa vai pronunciar-se sobre a

conveniência, oportunidade ou não, da instalação da CPI que investigará a relação

promíscua, corrompida, do Banco Central com o sistema financeiro privado.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sr. Deputado, trarei muito brevemente

ao Plenário o recurso de V.Exa.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa . a palavra.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO (Bloco/PSB-RJ. Pela ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, peço apenas um esclarecimento.

Parece-me que estamos fazendo a discussão da Lei de Responsabilidade

Fiscal. E a pauta seguinte seria uma PEC, que, evidentemente, não será votada.

Esse é o entendimento?

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Pelo que entendi, os Líderes assim

acertaram. De modo que estou retirando da votação da Ordem do Dia de hoje a

PEC nO 7.

O SR. ALEXANDRE CARDOSO - Então, a PEC n° 7 está retirada e vamos

apenas discutir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Sérgio Miranda para encaminhar contra.

O SR. SÉRGIO MIRANDA (Bloco/PCdoB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o projeto que está em pauta hoje, e está sendo

discutido, dá conseqüência à chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele define

os crimes de responsabilidade fiscal; altera o Código Penal, a Lei da Improbidade

Administrativa, a Lei dos Crimes de Responsabilidade e a Lei de Responsabilidade

de Prefeitos e Vereadores.

Foi vendida uma imagem para a sociedade, por meio da grande imprensa e

de pronunciamentos de Parlamentares, que essa é uma lei de moralização da

administração pública. Grande mentira! A lei não trata da moralização da

administração pública, mas criminaliza a gestão pública do ponto de vista dos

objetivos da responsabilidade fiscal, que são basicamente a garantia absoluta ao

credor financeiro, a geração de superávits primários e a contenção de gastos

não-financeiros. A lei engloba essas questões.

Caso V.Exas. se dêem ao trabalho de ler a lei, poderão verificar que

nenhum crime de corrupção é penalizado. Pelo contrário, a lei é como se fosse um

acordo em que se dissesse para o administrador: "Você pode roubar à vontade,

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contanto que pague suas dívidas e cumpra seus compromissos com o setor

financeiro". A lei não trata de moralizar.

Quando há a veiculação pela Imprensa de, por exemplo, uma grande

denúncia de corrupção e de desmandos com o dinheiro público, apresentam esta

lei como antídoto. Estão enganando a sociedade, mentindo para a sociedade! Esta

lei não é para moralizar, mas para punir o Prefeito que não se enquadra no limite

da Lei Camata e não demite servidor e que não faz limitação de empenho quando

os juros superam o limite. Esta lei é para punir o administrador que não limita o

empenho quando o objetivo fiscal não é alcançado, porque a arrecadação não se

deu conforme se previa.

Os pontos da lei, meus caros Deputados - atentem para eles -, tratam de

combate à corrupção? Não. Tratam de contratação de operação de crédito, de

inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar, de assunção de

obrigação no último ano do mandato, e por aí vão. Este é o primeiro argumento que

apresento a V.Exas. contra esta lei.

Chamo a atenção para o fato de que a lei padece de grave injuridicidade.

Além disso, é errática, trata de vários temas.

Num momento em que se encontra no Ministério da Justiça uma comissão de

alto nível para discutir a reforma do Código Penal; quando se discutem, no âmbito

dessa comissão, novas normas de punição e um novo conceito de pena; quando se

apresenta uma série de alterações ao Código Penal para enquadrar de forma rígida

o administrador, a lei, meus caros Deputados, é aleatória: pune alguns crimes de

responsabilidade fiscal e não pune outros.

A lei, por último, é discriminatória: pune os chamados crimes de Prefeitos e

Governadores e libera o Presidente da República.

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o próprio Governo não cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Enviou

-nos dois projetos em regime de urgência urgentíssima, um deles, o Projeto de Lei

nO 2.904, cujos dois primeiros artigos ferem frontalmente a Lei de Responsabilidade

Fiscal. Eles determinam que a ELETROBRAS participe como sócia minoritária de

empresas privadas e conceda aval a essas empresas. Fere o § 6° do art. 40. Isso é

garantia graciosa. Aval é um tipo de garantia. A lei quer que o Fundo conhecido

como RGR, Reserva Geral de Reversão , possa financiar as empresas privadas , o

que fere concretamente a lei.

Então, vamos ter uma Lei de Responsabilidade Fiscal aplicada

seletivamente, para prender Prefeitos e Governadores, para enquadrá-los na

política econômica do Governo Federal. Aí sim teremos rigor absoluto. E para o

Governo Federal, que não cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal no envio da

LDO, que não cumpriu várias exigências da lei no que diz respeito a informações e

à forma como a LDO deveria ter sido enviada para o Congresso Nacional decidir?

Então , Sr. Presidente, Srs. Deputados, chamo a atenção de V.Exas. para o

fato de que estamos tratando de um monstrengo que se viabilizou perante a opinião

pública pela articulação dos interesses do grande capital financeiro com o Governo,

que ocupou páginas de jornais com declarações de Parlamentares iludidos ou de

má-fé, que falam de moralidade. A lei não trata de moralidade. Só se for a

moralidade de Shylock, o agiota de Veneza , que exige a libra de carne do povo

brasileiro, que é o pagamento de juros. Essa é a lei da proteção da usura , da

proteção da agiotagem, que manda prender quem não paga as suas dívidas.

Então, Sr. Presidente, Srs. Deputados, encerro aqui a minha intervenção

rejeitando esse tipo de coisa.

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O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sras. e Srs. Deputados, antes de dar

prosseguimento à sessão, dou conhecimento ao Plenário do seguinte Ato da

Presidência:

Nos termos do § 1° do art. 33 combinado com o art. 38

do Regimento Interno, esta Presidência decide criar Comissão

Externa destinada a, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias,

"esclarecer em que circunstâncias ocorreu a morte do

ex-Presidente João Goulart, em 6 de dezembro de 1976, em

• instância de sua propriedade, na Província de Corrientes, na

Argentina", a requerimento do Sr. Deputado Miro Teixeira,

constituída de 11 (onze) membros, acrescidos de mais um,

destinado ao rodízio entre os partidos não contemplados.

o SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.


O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra .

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem . Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, cumprimento V.Exa. pela iniciativa de constituir essa Comissão Externa


a requerimento nosso para investigar as circunstâncias da morte do ex-Presidente

João Goulart.

Neste momento, V.Exa . pratica ato que dignifica a Câmara dos Deputados .

V.Exa. nos dá orgulho ao presidir esta Casa , assumindo a postura de desvendar em

que circunstância morreu um ex-Presidente da República cujo corpo não foi sequer

autopsiado, ou seja, foi enterrado sem autópsia , algo que não se entende como

legítimo para o cidadão comum .

o ex-Presidente João Goulart pode ter sido vítima de um Crime, e nao

podemos ficar com essa indagação: terá sido ou não?


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Como bem disse V.Exa. no ato que acabou de ler, a Comissão pretende

investigar as circunstâncias. Ela não parte da premissa de qualquer coisa, quer

apenas investigar. Porém, mesmo assim, numa hora em que as pessoas fogem à

responsabilidade, o que poderia ser uma atitude normal, V.Exa. traz a si a

determinação de instalar a Comissão.

Portanto cumprimento V.Exa. e digo que sinto muito orgulho de estar nesta

Câmara, ora presidida por V.Exa .

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Muito obrigado pelas palavras de

V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Para falar a favor, concedo a palavra

o nobre Deputado Nelson Otoch, Relator da matéria .

O SR. NELSON OTOCH (Bloco/PSDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há muito a sociedade brasileira reclama uma

Lei de Responsabilidade Fiscal que enquadre os administradores da gestão

pública, sob o ponto de vista da moralidade e da ética.


Em maio do ano passado, o Governo encaminhou o Projeto de Lei

Complementar n° 18 a esta Casa, e durante oito meses foi designada uma

Comissão que estudou detalhadamente esse projeto, aprovando-o por

unanimidade , tendo trazido, já este ano, para o Plenário desta Casa, resultando

numa expressiva votação , com apenas 74 votos contra.

Daqui esse projeto foi para o Senado Federal, onde foi aprovado, por

unanimidade, nas três Comissões. No plenário, foi aprovado com apenas 10 votos

contrários.

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É pois, Srs. Deputados, a sintonia do Parlamento, a sintonia dos

Parlamentares indo ao encontro dos anseios populares, dessa população que está

cansada de ver desbaratados seus parcos recursos. Não é possível continuarmos

vendo administradores públicos cometendo atos contra a sociedade brasileira, que

impedem o ingresso de recursos para a saúde, a educação, a segurança pública .

Então urgia que essa lei, a lei da moralidade pública, viesse a ser implantada pelo

Congresso Nacional.

No último dia 5 de maio, S.Exa. o Presidente da República a sancionou, e

• ela entrou em vigor.

Todos aqui acompanharam pela mídia a pressa que o Senado Federal teve

em aprovar, no dia 5, retardando a sanção presidencial prevista inicialmente para

11 h, depois para as 16h, para poder rolar dívidas de Municípios e de Estados

inadimplentes. Assim foram roladas as dívidas de São Paulo e de vários

Municípios, num total de quase 20 bilhões de reais. São 20 bilhões de reais

subtraídos dos movimentos SOCiaiS, do saneamento das cOisas públicas. Esse

projeto de lei complementar só pode ter eficácia com a aprovação do projeto de lei

ordinária que hoje está em discussão e aprovação .

• o que é o Projeto de Lei nO 621? É o projeto que altera e acresce

dispositivos ao Decreto-Lei nO 2.848, o nosso Código Penal, que vem desde o ano

de 1940. É o que altera e acresce dispositivos à Lei nO 1.079, de 1950, e ao

Decreto-Lei nO 201, de fevereiro de 1967, que já trata de sanções para crimes de

responsabilidade fiscal.

Lamentavelmente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, nossa cultura ainda nos

permite, toda vez que se trata de uma nova lei e para que obedeçamos à sua

eficácia, perguntar: e se não obedecermos, o que acontecerá? Se não acontecer

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nada , sabemos o que ocorre. As coisas são feitas contra a lei , com desfaçatez, e

ninguém se responsabiliza .

Esse projeto, que é a lei de moralidade pública, que é a lei que tipifica os

ilícitos da Lei de Responsabilidade Fiscal , hoje já em vigor, comina as penas . Sim ,

penas! Há penas que vão de um a quatro anos de cadeia para administradores da

gestão pública que subtraiam dinheiro, cometam ações desonestas e onerem seu

Tesouro, sem condições de pagar.

Srs. Deputados, por que essa grita? Quem tem medo de Código Penal senão

• o marginal? Só o marginal tem medo de sanção de Código Penal.

Companheiros, o projeto trata de vários dispositivos do Código Penal e de

outros diplomas legais que não preocupam a quase totalidade dos Deputados desta

Casa , porque Código Penal foi feito para alguém que comete ilícito e que , portanto,

tem de ser apenado. É hora de enfrentarmos com seriedade e combatividade aquilo

que realmente interessa à Nação. Não é o ano eleitoral que nos fará desviar da rota

que a sociedade brasileira exige e o Governo Fernando Henrique Cardoso vem

imprimindo desde o seu primeiro ano de mandato. Muito há ainda por fazer, mas já

fizemos muito, Srs. Deputados . E este projeto de lei é o que vai dar exeqüibilidade

• à Lei de Responsabilidade Fiscal , já vigente .

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Com a palavra o nobre Deputado

José Genoíno. S.Exa. dispõe de cinco minutos, para encaminhar contra à matéria .

O SR. JOSÉ GENOíNO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras . e Srs . Deputados, chamo a atenção do Plenário para uma reflexão , inclusive ,

sobre o discurso que o Deputado Nelson Otoch acabou de proferir, no que diz

respeito aos encargos financeiros das dívidas de Estados e Municípios, aos


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precatórios que foram negociados , cUJo exemplo mais gritante é o caso da

Prefeitura de São Paulo. Quando a lei foi sancionada, o seu efeito e a sua validade

se tornaram nulos, porque as negociações do Executivo , com o aval do Senado, já

consagraram os refinanciamentos , as negociações e o tratamento em relação às

dívidas desses encargos financeiros .

Portanto, Sr. Presidente, trata-se de um discurso para desviar a atenção da

Casa. O Governo não está , com essa lei que estabelece penalidades para o que

ele chamou irresponsabilidade fiscal , criminalizando o corrupto , aquele que pode

• ser enquadrado na chamada Lei do Colarinho Branco , que comete crimes contra a

probidade administrativa - não é isso! -, porque , em relação a Lei de

Responsabilidade Fiscal, a base do Governo ampliou o foro especial para denúncia

e julgamento de tais autoridades. Em relação ao crime do colarinho branco, o

Governo, nas emendas da reforma do Judiciário, buscou também proteger esses

administradores nos limites do foro especial.

O Governo faz um discurso que não corresponde à verdade. O que o

Governo quer, com essa lei, é criminalizar a atitude de governantes que tenham


postura programática diferente das ordens do Poder central. Por exemplo, se um

governante não demite pessoal , não cumpre as metas da Previdência , não produz

superávit primário e não arruma a contabilidade da administração , aí , sim , o

Governo brada o discurso do rigor e da pena . É um discurso fariseu , porque o que

realmente é corrupção, improbidade e impunidade, o Governo protege .

Mas o que o Governo quer criminalizar com esse projeto? Programas , na

maneira de gerenciar a máquina do Estado. O que o Governo quer criminalizar?

Visões diferentes sobre déficit primário. O que o Governo quer criminalizar? Se o

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governante demite, ou não, servidor público. O que o Governo quer criminalizar?

Se o Prefeito tem, ou não, maioria na Câmara Municipal.

Esse é um discurso para enganar, que atira numa direção, mas, na verdade,

está olhando para outra. É uma lei, Sr. Presidente, que dentro da visão

ultrapassada do Estado centralizado da União, com decisões verticais, de cima

para baixa, quer enquadrar administradores dentro da mesma concepção

administrativa. Nesse sentido, é uma lei autoritária, é um retrocesso, porque

transforma em questão de Código Penal aquilo que é visão programática diferente,

• visão administrativa diferente, concepção de gestão da coisa pública diferente da

do Poder Central. Isso fere a Federação e fere a autonomia de Estados e

Municípios, porque, Deputado Nelson Otoch, atos de quem não rezar pela cartilha

do ajuste do Palácio do Planalto com o FMI passam a ser criminalizados. Isso é

grave! É autoritarismo! É o AI-5 contra Prefeitos e Governadores! V.Exa. sabe que,

pela Lei de Responsabilidade Fiscal - que é a lei da irresponsabilidade para com

as dívidas - , os encargos das dívidas podem estourar as previsões orçamentárias,

quando esses forem conseqüência do aumento da taxa de juros.


Sr. Presidente, nós temos de discutir aqui algumas questões. O discurso do

Governo não é verdadeiro. É um discurso para a opinião pública, para dizer que

essa lei vai resolver o problema da impunidade, da irresponsabilidade. Vai não! O

que resolve o problema da irresponsabilidade e da corrupção é o combate à

improbidade administrativa, que os senhores estão protegendo com foro especial.

Essa lei é o garrote, para que todos os governantes rezem pela cartilha do ajuste .

Isso não pode ser assunto de Código Penal, não pode ser assunto de pena, até

porque na esfera da pena hoje se trabalha com penas alternativas. Mas aqui, não!

Da ótica do ajuste do modelo, Deputado, se V.Exa. quisesse punir a impunidade,

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iria querer mexer na imunidade parlamentar desta Casa, e não ficar fazendo o

discurso de que quem gasta mais com pessoal está cometendo crime. Isso e

enganaçao. Não é verdadeiro! Nós temos de mexer é na impunidade, na

improbidade, e não transformar a Lei de Responsabilidade Fiscal em salvação da

Pátria. Não é!

Sr. Presidente, não queremos tratar a questão do ajuste das contas públicas

na esfera criminal. Ou essa lei vai transformar o Estado em centralizado, como foi

no passado, ou não vai servir para nada, porque ela é inexeqüível.

Nesse sentido, encaminhamos contra essa lei, contra a maneira de tratar

problemas reais com pena, com criminalização. A nossa posição é contrária e

coerente com a adotada na Comissão de Justiça e de Redação, quando

contestamos o parecer do Deputado Nelson Otoch .

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para encaminha a favor, concedo a

palavra ao Sr. Deputado Ayrton Xerêz.

O SR. AYRTON XERÊZ (PPS-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, o PPS vem a esta tribuna hoje para dizer que vai apoiar a


aprovação do Projeto de Lei nO 621 e aproveita para dizer que não comunga nem

com a posição ufanista do PSDB do Deputado Nelson Otoch, nem com a posição

um tanto quanto enraivecida do Deputado José Genoíno, do PT.

A rigor, a lei que vamos examinar e aprovar não surge como uma panacéia.

Ela não vai resolver a maioria dos problemas do País e muito menos será a

salvaguarda da moralidade, como aqui procurou defender nosso dileto colega

Deputado Nelson Otoch.

Aliás, é bom que se deixe claro que o Direito e a moral não se confundem. O

Direito e a moral poderiam ser entendidos como dois círculos concêntricos em que
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o Direito ocupa o círculo de menor diâmetro e a moral, o círculo de maior diâmetro.

Assim, tudo que é moral pode estar regulado pelo Direito, mas nem tudo que é

Direito deve ser regulado pela moral, porque a moral é autônoma, incoercitiva,

individual, e trazer para o plano do prático aquilo que é moral, só posso atribuir a

um Governo que, em vez de zelar pelas preocupações maiores do homem simples

do povo, quais sejam o direito à sua casa, o direito à água tratada, o direito ao

esgotamento sanitário dos dejetos , o direito a um transporte efetivo, o direito a um

emprego, fica cuidando da produção de leis que, embora importantes do ponto de

vista do ordenamento jurídico, não devem ter o nível de importância que aqui se

procurou atribuir, sobretudo pelo representante do PSDB, o Deputado Nelson

Otoch.

o PPS vai apoiar esse projeto porque, a rigor, toda lei tem que ter sanção.

Lei sem sanção, diletos companheiros, é como fogo que não queima, é como

chama que não arde, é como sino sem badalo.

Já que foi votada e aprovada uma lei dita de responsabilidade fiscal,

necessidade havia de se tipificar algumas condutas como criminosas e de se

estabelecer penas, porque também tem que se atentar para o princípio da reserva

legal: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação

legal.

Muitos poderão argüir: Mas esses tipos penais são importantes? Devem ser,

portanto, tipificados? Devem ingressar na nossa legislação penal? Diz a sociedade

brasileira que sim . A sociedade brasileira já não agüenta mais o nível de

despreparo, de roubalheira, de desrespeito a ela sociedade brasileira. Por isso, ela ,

que está indefesa , que não tem como se defender do administrador público

corrupto, despreparado, mal intencionado, às vezes, precisa de uma lei como essa ,

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que não é a lei que o PPS quena , mas é a lei possível para coibir algumas

arbitrariedades cometidas pelos detentores do poder contra os interesses da

população.

Ordenar operação de crédito sem autorização legislativa é agora tipificado

como crime , e o indivíduo que vier a incorrer nesse tipo penal poderá sofrer pena

de reclusão de até 2 anos. Ordenar a assunção de obrigação nos últimos

quadrimestres do último ano do mandato também é passível de penalização, e a

pena é reclusão de 1 a 4 anos.

Exemplos como esses , Sr. Presidente, poderiam ser extraídos e comentados

aqui em plenário. Voltaremos ao assunto. Antecipo apenas que o PPS votará "sim"

em relação a essa matéria e pede a atenção dos nobres pares para esse tema.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para encaminhar contra , tem a

palavra o Sr. Deputado Nelson Pellegrino.

O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs . Deputados, inicialmente , gostaria de aproveitar este

espaço para registrar que a Nação inteira espera que este Congresso Nacional hoje

aprove o salário mínimo de 100 dólares. Essa é a nossa expectativa e é para isso

que estaremos trabalhando neste plenário, juntamente com a bancada do Partido

dos Trabalhadores .

A Nação inteira está de olho nessa votação.

Gostaria de registrar também que hoje completa 2 anos o assassinato do

Vereador do Município de Candeias Pedro Carlos.

Sr. Presidente, queria registrar que o PT não é contra estabelecermos limites

à administração pública, seja em que esfera for. Não somos contrários a coibir os
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abusos. Mais ainda, não somos contrários que se criminalize condutas lesivas à

administração pública. Pelo contrário, nossos Vereadores, Deputados Estaduais ,

Deputados Federais e Senadores têm sido pontas-de-Iança, vanguardas na luta

contra a corrupção no Poder Público em todas as suas esferas, têm sido

Parlamentares exímios na fiscalização da administração pública, no desvio dos

gastos. O que não podemos aceitar é que o Governo Federal encaminhe a esta

Casa uma proposta de lei de responsabilidade fiscal cuja única preocupação é

satisfazer os ditames do Fundo Monetário Internacional, que monitora já há algum

tempo, junto com outros órgãos internacionais de crédito, a economia do nosso

País e quer que o Estado brasileiro tenha instrumentos para enquadrar aqueles

Prefeitos que se querem insubordinar de forma soberana e legítima, porque o voto

popular lhes autorizou, a esse esquema montado pelo Governo Federal, que

sinaliza para adequar a administração pública a gerar sucessivos superávits fiscais

não para melhorar a qualidade de vida do nosso povo, e, sim, para continuar

pagando religiosamente os juros da dívida interna e da dívida externa.

Portanto, este é o objetivo principal dessa lei: dar ao Governo o instrumento

de coerção sobre o administrador público não para controlar a administração

pública, não para fazer com que o Prefeito invista corretamente os recursos

públicos, e, sim, para fazer com que o Prefeito fique amarrado a um esquema de

fiscalização que o impeça efetivamente de se insurgir contra esse modelo fiscal,

esse figurino gerado pelo Fundo Monetário Internacional, que só tem uma única

preocupação: fazer com que os banqueiros recebam em dia os juros da sua dívida .

É isto o que está no pano de fundo dessa Proposta de Lei de Responsabilidade

Fiscal, porque objetiva cortar despesas sem a preocupação com a qualidade do

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serviço público. A qualidade do serviço público será prejudicada caso essa lei seja

aprovada.

É uma lei que impõe um figurino segundo o qual, caso haja um aumento do

Produto Interno Bruto e um aumento de Despesa, em muitos casos não poderá ser

esse incremento utilizado. Ele não poderá ser utilizado para pagar melhor os

servidores ou para conceder melhores benefícios previdenciários, porque o objetivo

último dessa lei é gerar superávit para pagar a dívida dos banqueiros.

Trata-se de uma lei que fiscaliza o Prefeito se ele não paga em dia os juros

dos banqueiros, mas ela não estabelece qualquer tipo de fiscalização sobre aquele

Prefeito que não gasta o mínimo estabelecido para a educação e para a saúde ou

aquele Prefeito que não faz o gasto público que deveria fazer na área social. Esta

lei não dotou a legislação brasileira de mecanismos eficazes para obrigar o gestor

público a fazer os investimentos, tão necessários, na área social. A lei não foi

elaborada com essa preocupação.

Nós, do Partido dos Trabalhadores, somos contrários a essa lei. Queremos,

sim, mecanismos eficazes de controle de fiscalização que obriguem o gestor

público a conduzir a sua gestão dentro dos parâmetros legais. Mas não vamos

aprovar uma lei que foi elaborada tendo como único objetivo enquadrar os

gestores num figurino ditado pelo Fundo Monetário Internacional, obrigando-os a

administrar papagaio de dívida de banqueiro.

Somos contrários a essa lei e estamos apresentando alternativas .

Esperamos que esta Casa não aprove esse absurdo ditado pelo Fundo Monetário

Internacional.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Com a palavra o Deputado Ricardo

Barros para encaminhar a favor da matéria.


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o SR. RICARDO BARROS (PPB-PR. Para encaminhar. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, nobres companheiros, a Lei de Responsabilidade Fiscal,

na verdade, já foi votada e aprovada por esta Casa, votada no Senado Federal e

sancionada pelo Presidente da República na quinta-feira da semana passada .

Portanto, os efeitos da lei em si já estão consolidados.

Estamos votando agora a tipificação dos crimes que serão caracterizados

para o enquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal. Devemos tratar de que

ações praticadas pelos administradores públicos devem ser caracterizadas e as

penas cabíveis para cada ação dessas.

Didaticamente falando, por exemplo: contratação de operação de crédito. O

Prefeito, o Governador, o Presidente, não poderão ordenar ou autorizar a

realização de operação de crédito interno ou externo sem a prévia autorização

legislativa.

Evidentemente, existem limites para o endividamento, que estão definidos

nas resoluções do Senado Federal que autorizam o endividamento dos Estados e

Municípios. Portanto, devemos considerar que o Prefeito não pode exceder esses

limites. Deve tomar cuidado, especialmente, no último ano de mandato, para

cumprir essa legislação com absoluta segurança. Isso visa a preservar os futuros

administradores. Temos aqui um item que fala sobre a inscrição de Despesas Não

Empenhadas em Restos a Pagar. Então, não é possível inscrever despesas que

não estejam empenhadas - até porque, sem o empenho a despesa não pode ser

reconhecida na lista de Restos a Pagar.

Também há a questão do cancelamento dos Restos a Pagar. Vejamos: o

Prefeito eleito assume o mandato. Se houver Restos a Pagar acima da

disponibilidade financeira do Municipio,ele é obrigado a cancelar o empenho do


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Restos a Pagar e assume , então, o mandato novo em condições novas . Ele vai

poder exercer o seu mandato sem arrastar a irresponsabilidade do seu antecessor.

É obrigado a cancelar o Restos a Pagar. Aquele fornecedor que, desavisadamente,

forneceu para a Prefeitura e nada vai receber terá de ingressar na Justiça comum

para fazer valer o seu crédito. O valor a receber vai-se transformar em precatório e

será recebido depois, conforme a lei que votamos aqui , nos dez anos que estão

previstos . Por quê? Porque, evidentemente , agora vai caber à sociedade, como um

todo, vigiar essa situação. E ao fornecedor caberá saber se pode ou não fornecer

para a Prefeitura. Afinal de contas, a lei também obriga a cada dois meses que se

faça um Balanço das contas públicas e, nelas não havendo equilíbrio, obriga-se o

administrador a reduzir a sua previsão de despesas dos meses subseqüentes de

modo que não exceda, ao final do ano, os valores que estão definidos na lei .

A questão do aumento de Despesa com Pessoal. Não permite a lei que o

administrador exceda o limite de 60% - no caso dos Municípios- da folha de

arrecadação com a folha de pagamento. Se já existir o excesso, esse administrador

tem dois anos para regularizar a situação. A punição é grave: se ele não cumprir o

enquadramento do Município , vai para a cadeia. Ora , se se propõe a detenção do

mandatário que não enquadra seu Município no processo de equilíbrio das contas

públicas, ele tem , inclusive, a justificativa política necessária para as demissões

que tem de fazer. Evidentemente, ninguém vai demitir a esmo ou por entusiasmo .

Demite-se por necessidade legal de enquadramento.

A lei, ao penalizar o excesso de pessoal , dá ao administrador público a

motivação política para justificar a demissão dos servidores públicos, que já

saberão antecipadamente, porque os sindicatos, certamente - até para julgar os

administradores que estão no exercício do poder-, farão as contas e a divulgação

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à base dos servidores. A demissão sera um ato de necessidade política do

administrador que se elege.

Quanto ao aumento de Despesa de Pessoal nos últimos meses de mandato,

é evidente que não é possível uma pessoa que está saindo do seu mandato querer

dar aumento aos funcionários para que o próximo eleito pague. A lei impede esse

tipo de demagogia, esse tipo de armadilha do administrador que, na iminência de

ser derrotado, arma uma cama de gato para o seu sucessor. Ele pretende, ao dar

aumento para o funcionalismo público no último período de seis meses de seu

mandato, fazer, ainda, uma média com esses servidores para , eventualmente,

conseguir votos.

Portanto , é uma lei extremamente adequada e que irá colocar o País,

certamente , nos trilhos , minimizando os temidos efeitos do uso da máquina na

reeleição .

Muito obrigado, Sr. Presidente.

o SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para encaminhar contra, concedo a


palavra ao Deputado Avenzoar Arruda .

O SR. AVENZOAR ARRUDA (PT-PB . Sem revlsao do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o sentido geral da lei em questão e

transformar em lei o Programa do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Imaginem V.Exas . se cada Governo quiser agora transformar em lei o seu

programa! Ou seja , um Governo com mentalidade diferente da financista , que hoje

impera no Palácio do Planalto , consideraria que cometeu crime , por exemplo, o

governante que fez privatização financiada com dinheiro público. Isso passaria a

ser crime de responsabilidade fisca l, já que, pela ótica do governante, seu

programa teria de ser cumprido , transformando-se uma questão de Governo numa


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questão de Estado. É preciso separar o que é Governo do que é Estado. O Estado

diz respeito ao ente federado, com vários Governos, com contradições e diversos

problemas a serem enfrentados politicamente e não criminalmente.

Portanto, a questão central parece-me ser exatamente a vontade que tem

Fernando Henrique Cardoso de ser ele mesmo o Estado, de poder dizer que ele é o

Estado, que ele resolve todas as questões a partir da lei e não da compreensão

política e da aplicação do seu programa.

Considero essa questão a mais importante, mas outras precisam também ser

postas à luz do dia nesta Casa. Primeiro, o colega que me antecedeu, Deputado

Ricardo Barros, citou o exemplo emblemático do fornecedor que, de boa-fé, tenha

feito compromissos com a administração pública e que, para receber, terá de

ingressar com uma ação na Justiça, a qual se transformará em precatório. Ora,

trata-se de questão protelatória, a menos que, mais tarde, outro Governo considere

precatório problema de responsabilidade fiscal, criminalizando também quem pagar

precatórios. Não existe saída.

O fato é que os restos a pagar terão de ser pagos, a não ser que se institua

também o enriquecimento ilícito da Fazenda Pública, outro problema muito grave. O

Estado tem todos os poderes perante o cidadão, que não tem nenhum poder

perante o Estado. Também estaria muito bem enquadrado esse raciocínio dentro do

que pensa o Governo de Fernando Henrique Cardoso.

Ora, essa lei é, na verdade, a aplicação daquilo que se chama acordo

mundial de investimento, ou seja, proteção para o capital. O exemplo do fornecedor

de mercadorias e de dinheiro, citado pelo Deputado Ricardo Barros, poderia ser

generalizado. O fornecedor de mercadorias terá de esperar por um precatório; o

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fornecedor de dinheiro terá seu pagamento garantido. É, portanto, uma lei de

proteção do capital e do investidor.

É assim que se pensa hoje, no mundo, em relação a um dos maiores crimes

contra as nações . Já se começa a preparar o terreno neste País para a lógica de

que para quem fornece dinheiro à administração pública há proteção legal , mas

para quem fornece outros produtos não há proteção nenhuma. É esse o raciocínio .

Insisto que não é possível tolerar que cada Governo queira transformar o

seu programa em lei e dizer que suas questões atinentes à política podem ser

transformadas em razão de Estado. É isso que ele quer dizer. Insisto: se o Governo

pensasse no social e na população como prioridade, adotaria certamente outros

critérios. Para nós , o bom governante não é aquele que agrada os fornecedores

financeiros e os banqueiros, mas aquele que agrada a sua população. Essa é a

questão central.

o que seria um bom Governo na ótica de um Governo democrático e

popular? Seria exatamente aquele que, em vez de garantir o pagamento para os

credores e a chamada responsabilidade fiscal , segundo a ótica do Governo

Fernando Henrique Cardoso, garantisse saúde, educação e o funcionamento dos

serviços públicos. Esse, sim , seria um bom Governo, mas não é essa a ótica do

Governo Fernando Henrique Cardoso. É admissível , do ponto de vista da

democracia , que S.Exa. tenha suas razões, mas não é admissível que queira

transformar em lei o que um é programa de Governo, por sinal um desastre para

este País.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para encaminhar favoravelmente à

matéria, concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos Hauly.

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O SR. LUIZ CARLOS HAULY (Bloco/PSDB-PR. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, temos de distinguir os crimes comuns ,

praticados por administradores públicos no Brasil - Prefeitos, Governadores ,

Presidente da República e funcionários públicos dos cnmes de

responsabilidade.

Para os crimes de roubo e apropnaçao existem legislações no Brasil ,

começando pelo Código Penal, a Lei dos Crimes de Responsabilidade, a Lei nO

8.038, que institui normas e procedimentos de processo, o Decreto-Lei n° 201 ,

específico dos crimes de responsabilidade de Prefeitos e Vereadores , a Lei de

Ação Civil Pública, por improbidade administrativa .

Há um arcabouço, uma estrutura jurídica legal suficiente para enquadrar o

administrador corrupto que desvia dinheiro público, no caso de cassação ou

impeachment de Prefeitos , Governadores , Vereadores , Deputados e até do

Presidente da República. No Brasil , há uma estrutura de legislação suficiente para

fazer o impedimento de um mau administrador ou de um administrador corrupto e

até colocá-lo na cadeia.

Estamos tratando aqui dos crimes de responsabilidade fiscal. O que é pior: o

administrador corrupto , que rouba , como o Prefeito Antônio Belinati(ok) , de

Londrina , ou o que comete crime de responsabilidade fiscal? Qual dos dois crimes

é pior? Os dois. No Brasil , o setor público gasta mais do que arrecada

constantemente. Arrecadamos , em média , 30% do PIB e gastamos 35% , na soma

dos três níveis de Governo - União, Estados e Municípios -, significando que o

gasto de 5% a mais do que é arrecadado transforma-se em dívida , que, por sua

vez, impacta toda a sociedade, por meio da formação das elevadas taxas de juros,

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que, por sua vez, somadas à sonegação, à elisão e aos incentivos fiscais, fazem a

concentração da renda no Brasil.

Então, o mau administrador é tão culpado quanto o corrupto, porque nao

pode e não deve gastar mais do que arrecada, segundo o princípio da

responsabilidade fiscal. É por isso que sou favorável, mesmo sendo político e

candidato a Prefeito, a uma legislação punitiva, severa, para os crimes de

responsabilidade, porque, para os crimes de corrupção, já existe legislação

suficiente. Em Londrina, o Ministério Público já enquadrou o Prefeito nos crimes de

corrupção e a Câmara de Vereadores abriu Comissão Processante. Então, há

legislação na justiça comum e também na Câmara de Vereadores.

Se já tivéssemos essa legislação da responsabilidade fiscal há muitos anos

aprovada no Brasil, a tipificação e a penalização dos crimes, que são objeto deste

projeto de lei, teríamos evitado o surgimento dos Belinati (OK) e dos Pitta da vida

neste País, da impunidade, da irresponsabilidade, do gasto excessivo no País, que

faz com que a população brasileira sofra.

Se o Estado apropria-se de 30% que o povo brasileiro produz, significa que

no preço dos produtos, das mercadorias e dos serviços consumidos pela população

há uma carga tributária de 50%, o que diminui o poder de compra do povo

brasileiro, principalmente dos pobres e dos trabalhadores deste País.

Por outro lado, na medida em que os Governos Federal, Estadual e

Municipal gastam mais do que arrecadam, aumenta a dívida , que hoje já chega a

quase 50% do PIB, a uma taxa de 5% ao ano de déficit público. A cada dez anos ,

tem-se meio BIP; a cada vinte anos, um BIP cuja despesa é maior do que a

arrecadação, fazendo com que o Brasil se inviabilize totalmente, porque no volume

do endividamento do setor público está a definição de taxa de juros. Na capacidade

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de o Estado pagar a dívida do Município do Estado e da União, define-se a taxa de

juros , que é escorchante, na medida em que o endividamento é grande e

continuadamente maior a cada ano. Por isso, a legislação, ora em discussão, e

fundamental para o Brasil que não tem responsabilidade fiscal. Que essa

responsabilidade exista, a partir da sanção da Lei de Responsabilidade Fiscal e da

aprovação dos crimes de responsabilidade fiscal; que dê prisão, perda de

mandato, etc. , para o mau administrador, porque para o corrupto já há legislação

suficiente no Brasil.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Heráclito Fortes) - Para encaminhar contra a matéria ,

concedo a palavra ao Sr. Deputado José Antonio Almeida. (Pausa.) Ausente.

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Babá.

O SR. BABÁ (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs .

Deputados, companheiros trabalhadores , antes de mais nada, destaco que os

companheiros que fazem a limpeza da Câmara dos Deputados encontram-se em

greve, porque seus salários estão atrasados . É necessário que a Presidência da

Casa esteja atenta para esse problema, porque as leis feitas na Câmara dos

Deputados não podem aqui mesmo ser desrespeitadas. Por isso nos solidarizamos

com os companheiros da limpeza .

Em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, gostaria de dizer que, se o

Presidente Fernando Henrique Cardoso agisse realmente com seriedade, teria

incluído o Presidente da República nesta lei. O General Fernando Henrique

Cardoso agora atua como verdadeiro militar e invoca a Lei de Segurança Nacional

e defende a Lei de Responsabilidade Fiscal para punir de Governador para baixo.

Esta Lei não se aplica ao Presidente da República , porque S.Exa . sabe que ,
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durante seu Governo, beneficiou seus amigos banqueiros através do PROER com

mais de 20 bilhões de reais.

Depois , injetou no Banco do Brasil 8 bilhões de rea is, dinheiro público, para

pagar a dívida que seus amigos , donos de usinas de cana-de-açúcar de

Pernambuco, tinham e ainda têm com o mesmo banco. Usou tal artifício para este

Banco não quebrar e seus amigos não terem de pagar a dívida.

E ele não se inclui nessa lei!

Se realmente quisessem punir, corruptos é o que não falta neste País . Aliás ,


não haveria cadeia para Prefeitos, Governadores e alguns Deputados desta Casa

que sofreram impeachment.

Outros compram fazendas no valor de milhões de reais. Não se sabe como .

Para esses, não há punição. Portanto, o objetivo desta lei é negar o aumento para o

funcionalismo público.

Fernando Henrique quer obrigar Governadores e Prefeitos a nao darem

aumento para seus funcionários e economizar dinheiro do Erário, para pagar juros

das absurdas dívidas interna e externa. Este é o centro da questão. Como disse o

companheiro Avenzoar Arruda, se for um fornecedor da Prefeitura , pode esperar

• dez, quinze anos com precatórios, um atrás do outro, para ver se recebe. Já , se for

banqueiro, tem de ser cortado dinheiro do funcionalismo público para pagar os juros

da dívida . É o que Fernando Henrique em última instância vem fazendo: corte nos

gastos sociais e nos gastos com o funcionalismo público . (Daí , a greve hoje do

funcionalismo público federal que também merece todo o nosso apoio.) Para quê?

Para economizar dinheiro e pagar juros de bilhões de reais aos banqueiros

internacionais .

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Assim, a origem desta lei nao está no Palácio do Planalto, mas nos

gabinetes do Fundo Monetário Internacional. Queremos discutir a Lei de

Responsabilidade Fiscal, porém o Governo, na verdade, não quer responsabilidade

dos seus apaniguados, dos que lhe apóiam. Para estes há as benesses da lei. Ele

quer atingir os Governadores que fazem oposição à sua política e que, apesar dela ,

conseguem melhorar os seus Estados, inclusive, transferindo parte desses ganhos

para o funcionalismo estadual , o que é lógico.

Mas, não. A política neoliberal dita que não se pode deixar banqueiros a ver


navios. A favor desses tem-se que economizar de qualquer maneira para pagar os

juros absurdos da dívida. É o que infelizmente está-se debatendo hoje: se se

aumenta o salário mínimo de 151 reais para 177 reais. Como se 177 reais fossem

resolver o problema. Não resolvem, mas ajudariam e apoiariam milhões de

aposentados. São apenas 26 reais a mais para milhões de aposentados. Mas o

General Fernando Henrique Cardoso, do Palácio do Planalto ameaça: "Os que

votarem favoravelmente ao salário mínimo de 177 reais, perderão os seus cargos".

Ora, vejam, o fisiologismo explícito do General Fernando Henrique Cardoso

que aplica a Lei de Segurança Nacional ao Movimento dos Trabalhadores Sem

• Terra. E mais: o novo Alfredo Buzaid, Andrea Matarazzo, faz censura ao

companheiro João Pedro Stedile. O mesmo Fernando Henrique Cardoso, o

General, faz chantagem com os Srs. Deputados. Vamos ver depois se essa

chantagem os intimidará. A intenção é punir Prefeitos e Governadores e deixar o

Presidente solto, sem nenhum problema para resolver.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Concedo a palavra ao Deputado

Henrique Fontana, para encaminhar contra.

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O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS.Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há pouco ouvi o encaminhamento e a defesa

de algumas Lideranças do Governo.

o Deputado Luiz Carlos Hauly, por exemplo, dizia que precisamos aprovar

esta lei porque é necessário que o País seja responsável , do ponto de vista fiscal.

Nós, do Partido dos Trabalhadores, fazemos oposição a este Governo e queremos

dizer que, nos Estados e Municípios em que governamos, implantamos de fato a

responsabilidade fiscal.

Mas também somos a favor de um país que tenha responsabilidade social.

• Não podemos continuar com um Brasil, onde existe irresponsabilidade social, sem

que haja punições para esse comportamento; um país em que se continue cortando

recursos dos já escassos orçamentos da área de saúde, educação, assistência

social e tantas outras e não haja nenhum tipo de punição para isso.

Na verdade, esta lei tenta criminalizar os Prefeitos que têm sensibilidade

social e que atendem a uma justa demanda e a uma justa pressão da população

para ampliar os serviços de saúde nos seus Municípios. Se aprovada a proposição

que ora discutimos, tais Prefeitos irão para a cadeia, Deputado Bispo Rodrigues .

Só que o Presidente da República não age conforme os preceitos dessa lei. Eu

peço atenção para os dados que mostrarei, a fim de V.Exas. verem o tamanho da

irresponsabilidade fiscal do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, o

Presidente Fernando Henrique Cardoso autorizou o gasto de 73 bilhões de reais

para pagar juros e encargos da dívida para os banqueiros . Em 1999, ele elevou, de

maneira generosa, essa destinação do Orçamento para 110 bilhões de reais e,

neste ano, ele mandou a esta Casa o Orçamento, que foi aprovado, elevando para

143 bilhões, mais generosamente ainda, ou seja, em dois anos foram liberados 70

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bilhões de reais a mais para sustentar essa irresponsabilidade econômica que este

País está vivendo. E vem aqui falar em responsabilidade fiscal? E essa

irreponsabilidade fiscal?

Queremos, sim, responsabilidade fiscal e também responsabilidade social.

Este País não podemos mais suportar, este País não agüenta mais essa política

econômica falida. Mentiram para o povo brasileiro que um real valeria um dólar.

Endividaram o Brasil em função dessa mentira. Hoje, pagamos 143 bilhões de

reais para sustentar essa mentira. E querem cortar gastos, cortando recursos do

salário do servidor da saúde e da educação. Há seis anos o servidor federal não

tem nenhum centavo de reajuste, e a dívida brasileira é cada vez maior. Há seis

anos as políticas sociais são cortadas, ano após ano, e a dívida é cada vez maior.

Mas não! Os capitais que cobram juros estratosféricos são tratados a

pão-de-ló, esses são recebidos com tapete vermelho. O Brasil está entre os três

países que aplicam as maiores taxas de juros para remunerar esses capitais.

Alguns me dizem que se não pagarem essa taxa de juros, os capitais vão fugir. E

eu pergunto: "Por que é que só o Brasil tem de pagar a maior taxa de juros do

mundo? Por que o Presidente da República não tem um pouco mais de

responsabilidade e não diz nas mesas de negociação que para defender o

interesse dos brasileiros tem de diminuir a taxa de juros para que a atividade

econômica se amplie, para que mais impostos sejam arrecadados e para que o

orçamento público seja equilibrado.

Aliás, nesse sentido, cito como exemplo a gestão do Município de Porto

Alegre. Reajustamos bimestralmente o salário dos servidores daquela Cidade .

Acreditem que com essa lei aprovada, se o Prefeito Raul Pont mantiver o

reajuste bimestral de salários, ele poderá ir para a cadeia. Ele seria obrigado por

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essa lei a cortar o reajuste bimestral de salários , mesmo estando, como estão , as

contas equilibradas.

Entretanto, queríamos uma lei que, no mínimo também determinasse ao

Presidente da República o risco de ser preso nas mesmas circunstâncias , uma lei

que fiscalizasse os gastos relacionados aos juros, no caso de quebra do equilíbrio

orçamentário.

Concluo este pronunciamento dizendo que o povo brasileiro está cansado

dessa cantilena do Governo que, ano após ano, diz que o problema está em

equilibrar as contas públicas e para isso tem de baixar o salário mínimo, diminuir o

gasto com saúde, diminuir o salário dos servidores públicos. Contudo , gasta cada

vez mais para sustentar a política de juros que asfixia a atividade econômica e as

contas públicas.

Então, de uma vez por todas , vamos ter responsabilidade social ,

responsabilidade fiscal , vamos mudar a política econômica brasileira, porque

ninguém agüenta mais. Vamos aprovar logo mais o salário de R$177,OO, o mínimo

de dignidade que o povo brasileiro exige.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Concedo a palavra ao Deputado

• Virgílio Guimarães.

o SR. VIRGíLIO GUIMARÃES (PT-MG. Sem revlsao do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os oradores que me antecederam já mostraram

muito bem como essa lei é prejudicial ao povo brasileiro, sobretudo, às populações

dos Municípios e às administrações de nossas Prefeituras.

Lamentavelmente temos muitos administradores públicos irresponsáveis ,

que tratam as finanças públicas sem o devido cuidado , sem a honestidade que é

requerida , fazendo demagogia com as finanças .


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Essa lei procura enquadrar, de maneira burocrática , os administradores aos

critérios impostos ao Brasil pelo Fundo Monetário Internacional. Essa lei obriga

todos a se transformarem em monetaristas, obriga a todos a fazerem com cada

Município, com cada Estado o que infelizmente o Presidente da República tem feito

com o País: o arrocho para obras sociais e toda a prioridade para pagar altos juros

aos banqueiros, obediência aos ditames monetaristas impostos por essas

desumanas autoridades , que têm levado o Brasil praticamente ao caos.

Sr. Presidente, ao lado da responsabilidade fiscal requerida e da

responsabilidade que obrigatoriamente é devida à coisa pública, também já se

lembrou aqui da responsabilidade social e democrática.

Em várias circunstâncias, um Prefeito pode preferir pagar mais aos seus

servidores, antecipar reajustes em períodos nao determinados pela legislação

autoritária , garantir assistência social à população , garantir nível de endividamento

um pouco maior do que o imposto pelo Governo Federal. Isso pode ser feito como

demagogia em véspera de eleição, pode ser feito para inviabilizar futuras

administrações, mas também pode corresponder ao desejo da população, que , em

última instância, é a senhora absoluta dos recursos do seu Município ou do seu

Estado.

Sr. Presidente, estou apresentando à Casa emenda estabelecendo que, em

casos excepcionais , o administrador público poderá submeter a plebiscito popular

- que é aquela que deve, essa sim , ser a senhora absoluta dos recursos públicos

- a sua decisão, para se certificar se ela está ou não correta .

Além dessa novidade , trago também a responsabilidade democrática, porque

é a maneira exata de distinguir se alguém quer fazer demagogia com recursos

públicos ou comprometer futuras administrações contra aquele que efetivamente

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trata sua comunidade com responsabilidade social. A população é que vai decidir

isso. Evidentemente, aquele que for mero demagogo, que estiver esbanjando

recursos públicos, dilapidando as condições de administração do Município, sequer

terá coragem nem ousadia de levar esse assunto à discussão transparente e

pública para ser plebiscitada , mas o que a população aprovar, que seja feito . Que o

Prefeito compartilhe com seus concidadãos decisão de gravidade. Temos de

aceitar que deve haver certos limites com gastos, mas, sobretudo, que o dono dos

recursos é o povo. É o povo que deve dar a última palavra .

Trago aqui , portanto, Sr. Presidente , o texto dessa emenda que espero ver

acolhida neste plenário:

Em caso de situação de excepcionalidade determinada

pelo interesse público que determine o descumprimento do

disposto na Lei Complementar nO 105, da Lei n° 8.429, do

Decreto 2.848, do Decreto 201 , havendo a prévia aprovação

pelo eleitorado à respectiva circunscrição, em plebiscito

especialmente convocado para esse fim, fica extinta a

punibilidade do agente público responsável pela prática dos

atos de gestão.

Assim , Sr. Presidente , não só trazemos contribuição para que haja critério

prático da distinção entre aquilo que é socialmente justo e necessário , daquilo que

é simplesmente transgressão , tendo a população como árbitro final daquilo que é

seu , que é o próprio patrimônio público. Teremos assim não só uma flexibilização

desejável na lei , mas, sobretudo, salutar prática de democracia.

Muito obrigado.

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O SR. JOSÉ ROBERTO BATOCHIO (PDT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Projeto de Lei nO 621-A, de 1999, segue a

linha dogmática que tem dominado a tarefa legislativa em nosso País nos últimos

tempos, sobretudo quando se trata de tutelar interesses ou bens jurídicos que o

Governo reputa como essenciais, não para a sociedade brasileira em si, ou para o

próprio Estado, mas interesses dele, Governo.

Quando o Governo estabelece metas, princípios ou objetivos a serem

alcançados e quando há possibil idade de a sociedade resistir a essa proposta,

apela-se logo para a lei penal, incriminando-se condutas. Porque, sem dúvida

nenhuma, no arsenal jurídico, o elemento mais eficaz de dissuasão é a pena. E a

pena privativa de liberdade é, no caso, a preferencialmente escolhida.

Esse projeto de lei quer incriminar condutas de administradores públicos.

Dir-se-á que a corrupção no Brasil tem ocorrido fundamentalmente no setor público,

na gestão da coisa pública, dos negócios coletivos. É verdade, Sr. Presidente.

Cabe, porém, perguntar se o País tem necessidade de um novo diploma legal

desse teor, com essa estruturação técnico-jurídica, que possa merecer o

acolhimento desta Casa, que tem a responsabilidade de elaborar atos normativos

compatíveis com a cultura jurídica da Nação e que não destoem do sistema

democrático e libertário albergado na Constituição da República Federativa do

Brasil.

Se um administrador público confunde o público com o privado e lança mão

de recursos do Tesouro, deveria ele ficar impune? Claro que não. Mas para isso

não precisamos de nova lei, porque já temos no Código Penal previsões para o

crime de peculato e, na legislação penal extravagante, outras modalidades

específicas de incriminação do ladrão que age na Administração Pública.


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Se o administrador público for um pouco mais sofisticado na sua ação

criminosa e utilizar-se de complexas manobras, complexos artifícios de falsificação

e maquiagem de orçamentos, também há previsão legal para apená-lo, inclusive

com privação de liberdade, no atual sistema jurídico brasileiro.

Estamos querendo fazer nascer no ordenamento jurídico brasileiro diploma

legal que não tem o menor sentido e não faz justiça à tradição jurídico-cultural do

nosso País. Estamos aqui a examinar texto legal que é teratológico, um verdadeiro

absurdo, uma barbaridade. Estamos estabelecendo como criminosas condutas

administrativas para os Prefeitos, Governadores, gestores da coisa pública que não

se afinam, não se adaptam, não se amoldam às metas estabelecidas pelo Governo

Federal em matéria de administração pública e sistema financeiro na Administração

Pública.

Vale dizer, em miúdos, que quem traça as diretrizes e as metas fiscais não é

o Governo Federal - todos sabemos. No nosso País, em matéria de metas

financeiras, o gerente não é o Sr. Fernando Henrique Cardoso. O gerente aqui se

chama Fundo Monetário Internacional; o gerente aqui não é Fernando Henrique

Cardoso, mas o Banco Mundial. São esses dois órgãos que estabelecem as metas

fiscais, dizendo-nos para pagar os juros e os serviços da dívida, para que o

programa de combate à inflação e estabilização da moeda possa receber o seu

apoio, o seu respaldo, a sua ajuda e o seu financiamento. São eles que dizem que

a educação não pode receber mais do que "x" milhões de reais e que o Brasil está

gastando muito em educação.

Somos todos aqui, Sr. Presidente, cientistas, literatos, técnicos, enfim ,

cidadãos preparados e não precisamos investir em educação. Se não fosse trágico ,

seria cômico. Vêm o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial e dizem que

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não podemos gastar muito em infra-estrutura e saneamento básico, que não

podemos gastar muito em saúde pública, porque temos de cumprir as metas fiscais

estabelecidas pelo todo todo-poderoso Tio Sam, no caso, por eles representado.

Alguns Prefeitos, porém, não têm compromisso com esse sistema financeiro

perverso, que condena ao subdesenvolvimento os subdesenvolvidos e que

condena à afluência e à benesse permanente os países que já são ricos. E esses

Prefeitos ou administradores públicos comprometidos com a resolução dos

problemas sociais do povo brasileiro - a fome, a miséria, a falta de recursos na

educação, a falta de recursos na saúde, a calamidade no saneamento básico, as

epidemias de doenças já erradicadas que renascem em nosso País - se rebelam

contra tais metas fiscais. Entretanto, esses que priorizam o social, descumprem as

ordens dos organismos internacionais que querem tutelar o nosso País, não mais

vão poder fazer fazer isso, Sr. Presidente.

As crianças não mais poderão ter escola se o Prefeito não aceitar pagar os

juros exigidos pelo Fundo Monetário Internacional, porque, se aprovarmos essa lei,

o prefeito que assim agir vai para a cadeia. A pena é de prisão. Está aqui. É crime,

segundo a lei que estamos examinando, o administrador público descumprir as

metas fiscais para direcionar recursos à educação, à saúde e ao saneamento

básico. É isso que estamos querendo aprovar aqui, Sr. Presidente.

E entre as heresias, anoto mais uma para finalizar a minha manifestação:

estamos alterando o Decreto Lei n° 201, que versa sobre os crimes de

responsabilidade dos prefeitos pa ra instituir, como foro para julgá-los, as Câmaras

Municipais. Vamos transformar os prefeitos em reféns dos interesses de alguns

vereadores em Câmaras Municipais. E sabe V.Exa., Sr. Presidente, qual é a pena

que o texto prevê para os prefeitos que serão julgados pelas Câmaras de

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Vereadores? Não é só a cassação do mandato, não. A Câmara Municipal poderá ,

de acordo com o parágrafo único do art. 4° desse texto, cassar o mandato do

Prefeito e aplicar-lhe a pena de inabilitação para o exercício de qualquer função

pública por até cinco anos.

Sr. Presidente, este projeto deveria ter como destino a cesta do lixo.

Muito obrigado.

O SR. IÉDIO ROSA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem .

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. IÉDIO ROSA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem . Sem revisão do orador. ) -

Sr. Presidente, quero apenas dar conhecimento à Casa de que apresentei proposta

de emenda à Constituição , em que insiro inciso que preceitua a preservação da

qualidade ambiental , agregando-o aos princípios que regem a República brasileira

nas suas relações internacionais.

Em tempo, agradeço aos colegas signatários dessa nossa emenda.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Concedo a palavra ao nobre Deputado

Alexandre Cardoso. (Pausa .)

Ausente S.Exa., concedo a palavra ao nobre Deputado Professor Luizinho.

(Pausa.)

Ausente S.Exa., concedo a palavra ao nobre Deputado Geraldo Simões, que

disporá de 5 minutos na tribuna .

O SR. GERALDO SIMÕES (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente ,

Sras. e Srs. Deputados, a bancada do Partido dos Trabalhadores votou contra a Lei

de Responsabilidade Fiscal. E ficou demonstrado que essa lei visava adequar

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Municípios e Estados ao plano temporário de governo do Presidente Fernando

Henrique Cardoso.

A lei foi aprovada e agora há a lei da criminalização da responsabilidade

fiscal. Se assim não fosse, a lei aprovada não surtiria resultado nenhum.

Os financistas internacionais, no âmbito do Governo central, já resolveram

seus problemas: indicaram dois homens de sua confiança e colocaram um na

Presidência do Banco Central e o outro à frente do Ministério da Fazenda.

Chegou-se ao ponto de o País, que supostamente não tem dinheiro para as

causas sociais, antecipar ao FMI e a bancos japoneses um pagamento de 10

bilhões de dólares, tal como vimos acontecer há poucos dias.

Como é difícil os agentes financeiros internacionais ter um representante em

cada uma das 5 mil e 500 Prefeituras, elaboram-se leis como a da responsabilidade

fiscal e a de criminalização.

Em razão disso, fico pensando qual deveria ser a pena do Presidente da

República, Sr. Fernando Henrique Cardoso, que, para enganar a população

dizendo que um real valia um dólar e que o Brasil tinha uma moeda forte segurou,

de maneira irresponsável, a paridade entre uma moeda e outra, até passar as

e eleições, o que resultou num prejuízo de 40 bilhões de dólares para o País? Qual

deveria ser, no caso, a punição para um Presidente candidato que de uma hora

para outra dá um prejuízo para o Brasil de 40 bilhões de dólares?

Eu perguntaria também, em cima dessa política de juros altos para agradar

aos financistas internacionais ... - e há aquele dinheiro que chega, mas nao se

investe em nada.

Quando Fernando Henrique assumiu o governo em 1994, a dívida interna

era de 61 bilhões e 700 milhões de reais e hoje é de 438 bilhões e 800 milhões de

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reais . Qual deveria ser a pumçao para esse administrador do Brasil? Todos os

indicadores sociais mostram que o Brasil vai mal nessa parte. Ele pega o País com

uma dívida de 61 bilhões e em seis anos essa dívida está em 438 bilhões. Qual

deveria ser a punição para este Presidente?

Em 1994 a dívida externa era de 148 bilhões e 300 milhões de reais e hoje é

de 241 bilhões e 600 milhões de dólares, melhor dizendo, Sr. Presidente. E o que é

pior: de 1994 a 2000 pagou-se 210 bilhões e 800 milhões de dólares. Qual deveria

ser a punição para um Presidente que comete uma irresponsabilidade dessa , um

Presidente que está governando para atender às demandas daqueles com os

quais tem responsabilidade, que são o Fundo Monetário Internacional e os bancos

internacionais?

Gostaria de estar debatendo uma lei nesse sentido - e o Presidente está

longe disso, suas responsabilidades são outras, suas relações são outras , seus

compromissos são outros.

Por que esta Casa não debate um plano para o Brasil que dê saneamento

básico, infra-estrutura a todos os domicílios e matricule todas as nossas crianças

na escola?

Por que não se discute uma punição para os administradores públicos , que

dentro do seu período de governo não atinjam a essas metas sociais, ou seja, as

metas de responsabilidade para com a população, metas para tirar o Brasil dessa

situação vergonhosa de hoje?

Relatório do BID demonstra que a América Latina - o Brasil dentro do seu

peso - e a África se distanciaram dos indicativos sociais das demais regiões do

mundo, inclusive das da Ásia. Vamos debater isso!

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Agora, querer enquadrar Prefeitos e Governadores para que abandonem as

demandas da sua população e o que sobrar em seus caixas pagar agiotas e

agentes financeiros? Vamos votar contra essa lei!

Chamo a atenção desta Casa para isso, porque sua responsabilidade não é

com os agentes externos, mas com o povo brasileiro.

Esta Casa precisa abrir os olhos para o que está acontecendo

externamente: desemprego, pobreza e doenças já erradicadas. Essa e a

responsabilidade da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional.

Se o Presidente da República já tem vínculos tão explícitos com o capital

internacional e com o FMI, cabe aos representantes da população não aprovar lei

como esta, que é a lei de ter Prefeitos enquadrados na contabilidade para sobrar

dinheiro a fim de pagar agentes financeiros internacionais .

Era o que tinha dizer.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Com a palavra o Deputado Professor

Luizinho.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quando participamos do debate sobre a Lei de

Responsabilidade Fiscal, deixamos claro que se a lei viesse, de fato, com o objetivo

propagado, cantado em verso e prosa para o País como um todo , até que não

teríamos por que não votar favoravelmente.

Tanto isso é verdade que elaboramos um substitutivo. Os Deputados João

Fassarella e Sérgio Miranda nos acompanharam e nos orientaram nessa discussão.

Em nenhum momento nós nos negamos a discutir regras claras para a definição

dos gastos públicos, comprometimento de receita , malversação do dinheiro público,


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a irresponsabilidade de obras faraônicas ou de gastos astronômicos em períodos

pré-eleitorais e contratações irresponsáveis. Não nos negamos a discutir nenhum

desses tópicos.

Quem se negou a discutir conosco foi a maiOria, porque a punlçao, a

inviabilidade, a proibição e a irresponsabilidade administrativa estavam contidos em

nosso substitutivo. Nosso substitutivo apresentava as alternativas, apontava os

caminhos.

Comprometer as finanças para o Prefeito vindouro ter de assumir, contratar

ou conceder reajuste salarial em véspera eleitoral para o novo Governo pagar, tudo

isso admitíamos e apresentávamos propostas duras.

Mas apresentávamos uma questão fundamental: o déficit no serviço público

e na iniciativa privada também não é esse monstro inaceitável com o qual não se

possa trabalhar e com o qual não exista a lógica de não se trabalhar.

Os Estados Unidos têm um dos maiores déficits interno na história da

humanidade. Trabalha há décadas, há séculos, com a lógica do déficit interno. E

está neste momento discutindo o aumento de juros para frear o contínuo

crescimento ano a ano, mês a mês. Essa tem sido a lógica dos Estados Unidos.

Sras. e Srs. Deputados, imaginem e também todos os que estejam

dispostos a debater o assunto - que os Estados Unidos, grande potência

econômica, com um crescimento econômico contínuo, trabalham a lógica dos

déficits.

No Brasil há um profundo déficit social em todas as áreas. O déficit social

brasileiro é astronômico, a situação de crise brasileira é das mais profundas e a

concentração de renda é uma das mais indignas. A concentração de renda é uma

prostituição no País.

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A Folha de S.Paulo publicou manchete na semana retrasada informando

que 1% da população brasileira - cerca de quatrocentas mil famílias deste País -,

possui renda superior à de 50% da população. Um por cento dos brasileiros têm

mais riqueza do que a riqueza somada de 80 milhões de brasileiras e brasileiros.

Como um País nessas condições trata a responsabilidade fiscal como meio

de frear o atendimento social , as ações sociais? Porque o que a Lei de

Responsabilidade Fiscal impõe é isso. Há tetos para gastos nas áreas sociais e

limites para gastos com o funcionalismo, mesmo que a vida financeira do Município

esteja em perfeita ordem ou haja aumento de receita.

Em caso de aumento da arrecadação, não se pode usar esse dinheiro na

area social - para a contratação de médicos e professores, por exemplo.

Entretanto, para pagar o decantado déficit público, a dívida , pode. Não há nenhum

limite para isso. Tudo pode se for para pagar a dívida . Como querem vender a idéia

de estar moralizando a coisa pública com este projeto?

Não bastasse isso, querem agora apenar com perda do mandato e até com

prisão os Prefeitos que não cumpram essa lei, reduzindo o atendimento à saúde e à

educação no seu Município e deixando de oferecer infra-estrutura básica, água e

esgoto para a sua população. Isso é uma irresponsabilidade, ainda mais se

considerarmos que neste plenário aprovou-se foro privilegiado para crimes de

improbidade administrativa, crimes que envolvem o mau uso do dinheiro público.

É por isso, Sras. e Srs. Deputados, que consideramos inaceitável esse

projeto e pedimos o voto "não".

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Concedo a palavra ao Deputado

Wellington Dias .

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O SR. WELLlNGTON DIAS (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente ,

Sras. e Srs. Parlamentares, em vários pontos deste País , nas manchetes de jornais ,

rádio e televisão , provocando a indignação de muitos brasileiros, surgem a cada dia

denúncias de corrupção em várias áreas, tanto de Municípios quanto de Estados e

da União. De repente , apresenta-se ao País a Lei de Responsabilidade Fiscal

recém-aprovada por esta Casa e o projeto que estaremos votando daqui a pouco

como a grande solução do Governo para essa problemática. Essa é a mentira que

precisa ser esclarecida para o povo brasileiro, porque não há um único artigo, um

único parágrafo ou mesmo um único inciso nessa lei que esteja efetivamente

tratando disso.

Em verdade, como já foi dito aqui por vários Parlamentares, temos uma lei de

proteção ao capital e à agiotagem , uma lei que tem por objetivo priorizar

exatamente aquilo que foi contratado por Estados e Municípios, mesmo em

situações irregulares ou com juros inaceitáveis , e que impõe a Prefeitos e

Governadores o tratamento desses contratos como prioridade.

Devo dizer, em primeiro lugar, que tem meu integral apoio qualquer medida

que venha a fazer com que haja punições de verdade para aqueles que praticam

corrupção neste País. Já apresentamos proposta nesse sentido.

É bom lembrar que tramita na Casa um projeto de mudança no Código

Penal. Por que não tratamos aqui de pontos já levantados sobre o Código Penal?

Por que essa pressa de trabalhar um projeto em separado? Por que o projeto não

tem a abrangência que deveria ter? Por que esse projeto não contempla os três

níveis de Governo - Município, Estado e União - em todos os seus aspectos?

Porque, na verdade, temos aqui uma priorização, como já disse, do pagamento dos

serviços da dívida, impedindo Municípios e Estados de contrair novos empréstimos ,

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mesmo que seja para investimentos sociais e mesmo que haja alguma possibilidade

de pagamento . Ainda assim não se pode contrair.

Aliás, em vários artigos, está muito claro que o Governo Municipal ou

Estadual que, por exemplo, conceder reajuste aos seus servidores, mesmo que

tenha aumentado a sua arrecadação e mesmo que esse aumento de receita tenha

ocorrido de forma real, ainda assim, será apenado, inclusive com cadeia. E aquele

que, por alguma necessidade - uma emergência, por exemplo -, tiver de gastar

mais que o previsto com Saúde ou Educação também será apenado.

De outro lado, há uma abertura total para privilegiar a agiotagem. Ou seja, se

o Município ou o Estado precisar até mesmo contrair empréstimo para garantir o

pagamento de prestações ou serviços da dívida, não há problema. O Governo está

autorizado, pelo que está previsto aqui como normal, a fazer uma operação como

essa. É o que está na lei.

Apresentamos, nas Comissões Técnicas, várias emendas, que nao foram

consideradas. Como foi dito pelo Deputado Virgílio Guimarães, não se permitiu na

lei nem mesmo a possibilidade de um plebiscito para que o Município, através de

seus eleitores, decidisse como gastar suas receitas.

Por isso estamos hoje nos posicionando favoravelmente a qualquer mudança

que venha a garantir responsabilidade em todos os sentidos e para todos os níveis

de Governo, mas ao mesmo tempo não nos posicionando contra esse

monitoramento, contra essa intervenção branca que se pretende fazer, aumentando

ainda mais o poder da União sobre Estados e Municípios.

Era o que tinha a dizer.

o SR. PRESIDENTE (Deputado Nelson Trad) - Para falar a favor do projeto


de responsabilidade fiscal , com a palavra o Deputado Arnaldo Faria de Sá .
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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PPB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, qualquer legislação que vise imputar

responsabilidade fiscal aos governantes tem de ter a concordância desta Casa e de

maneira bastante rápida, até porque ninguém é obrigado a ser Prefeito, Governador

ou Presidente. A pessoa só chega à condição de titular do cargo Executivo porque

manifesta a sua vontade, apresentando o seu nome à opinião pública, aos eleitores

da sua cidade e Estado, com o intuito de galgar o posto de Comandante Máximo.

Em sendo Comandante Máximo dessa ou daquela unidade da Federação,

desse ou daquele Municipio, ele tem de se sujeitar a todo o tipo de controle, para

que as verbas públicas do Município, do Estado e da União sejam efetivamentes

preservadas.

Mas, Sr. Presidente, um detalhe me deixa preocupado, que é a tramitação

desta matéria de maneira solitária na tarde de hoje, na clara tentativa de se

preencher a Ordem do Dia. Por que não se cancelou esta sessão e não se realizou

a sessão do Congresso na tarde de hoje? Por que ficamos aqui a tarde inteira

apenas na discussão desta matéria, deixando a sessão do Congresso para às 19

horas?

Sabemos que vários representantes de entidades de aposentados estão em

Brasília para acompanhar o resu ltado da sessão do Congresso, que deve

prolongar-se por muitas horas em razão de questões regimentais, e somente

deveremos votar a matéria depois da meia-noite. Parece que é algo feito de

propósito. Isso também deveria ser enquadrado na chamada responsabilidade

parlamentar, porque não devíamos ter permitido que a sessão da Câmara tivesse

sido convocada para hoje e, sim, como já ocorreu há 15 dias, a tarde deveria ter

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sido reservada ao Congresso Nacional para discutirmos questão que também é

importante e está enquadrada no que entendemos ser matéria de responsabilidade.

Já que não adianta reclamar agora, porque o fato já está consumado, o leite

já foi derramado, como lembra o Deputado Haroldo Lima, da Bahia, quero, pelo

menos, fazer o registro e dizer que, estranhamente, tivemos uma sessão nesta

tarde de mera discussão regimental, que poderia ter sido deixada para outro dia. A

tarde de hoje poderia ter sido aproveitada para a discussão do valor do salário

mínimo, matéria extremamente importante que será votada hoje em sessão do

Congresso Nacional.

o que está acontecendo? A sessão da Câmara dos Deputados realiza-se por


questão meramente regimental. O painel simplesmente registra presenças; não foi

utilizado para nenhum tipo de votação. E ficamos discutindo o Projeto de Lei n°

621/99 - sem dúvida nenhuma extremamente importante -, que trata da

responsabilidade fiscal. Na verdade, essa matéria nem precisaria ser discutida, pois

a responsabilidade deveria ser inerente aos detentores de cargos públicos

executivos. Contudo, infelizmente, temos visto constantes maus exemplos e há

necessidade de, por meio da redação da legislação, buscar condições que

obriguem o cumprimento de certas posturas que deveriam ser naturais e

automáticas.

Ainda que nossa poslçao seja no sentido de que há necessidade de se

adaptar a legislação para o Poder Executivo dos dias atuais, não deixo de registrar

que lamento não estarmos discutindo a questão do salário mínimo em vez de

estarmos atuando de forma meramente regimental em projeto que poderia ser

votado hoje, amanhã ou em qualquer outro dia, quando já se decidira que no dia de

hoje votaríamos o novo valor do salário mínimo.

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Muitas pessoas estão preocupadas e ansiosas pela definição do novo valor

do salário mínimo . Algumas até vieram iludidas a esta Casa , porque essa questão

diz respeito apenas aos trabalhadores da ativa - e não aos aposentados e

pensionistas - e àqueles que ganham apenas um salário mínimo; os que ganham

mais de um salário mínimo não são contemplados pela medida provisória . Quanto à

medida provisória que definirá o aumento de aposentados e pensionistas , cuja data

base, por outra maldita medida provisória, foi mudada para o mês de junho , com

pagamento só em julho, não se sabe qual será o percentual.

Alguns aposentados estão ansiosamente aguardando a votação do salário

mínimo, achando que esta votação lhes trará algum benefício. Lamentavelmente,

essa questão não repercutirá em seus próximos proventos.

É lamentável o pouco caso que uma parcela desta Casa faz dos

aposentados e pensionistas.

Obrigado, Sr. Presidente.

o SR. PROFESSOR LUIZINHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem .


O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP . Pela ordem . Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, nesta tarde, em Brasília, o movimento da CONTAG

realizou ato público e neste momento ocupa as galerias para acompanhar a

votação do salário mínimo.

Saudamos o Grito da Terra , que se espalhou pelo nosso País. Hoje, está em

Brasília e, neste momento, em nossas galerias.

Obrigado, Sr. Presidente .

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O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Concedo a palavra ao último orador da

sessão de hoje, para encaminhar contra a matéria , ficando os outros colegas

Deputados inscritos para amanhã, quando continuaremos esta discussão.

Com a palavra o Deputado João Magno.

O SR. JOÃO MAGNO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente ,

Sras. e Srs. Deputados, fica claro para a sociedade brasileira , com este debate

relativo à Lei de Responsabilidade Fiscal que hoje se realiza aqui , que o povo

brasileiro tem recebido algumas punições, pois amarga talvez um dos piores

índices de desemprego e um dos mais baixos salários mínimos da América Latina.

É interessante lembrar que esse povo mora em Municípios e é lá que tem

criatividade para poder viver num País tão injusto como este. O que fazem as elites

e a classe dominante contra os trabalhadores e os marginalizados é algo sem

limites.

Portanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal vem , na verdade , mutilar uma

esfera de organização do poder neste País , que é o Município, e só vem trazer

mais sofrimentos, mais dificuldades para toda a população brasileira . Todo o

discurso sustentado pelo Governo é demagógico, falso . Dizem que essa lei tem

vários objetivos , dentre eles, punir os que vão gastar excesso de recursos ou os

oportunistas que vão, na frente, dar aumento para servidores sem ter caixa para

pagar. A realidade de maus Prefeitos, no País, sempre existiu, mas não é o

verdadeiro motivo . Não há necessidade de mais leis para poder garantir a eficiência

ou a decência, na prática , do uso da coisa pública pelos Prefeitos. Já há excesso

de leis no Pa ís.

Na verdade , quer-se arranca r, das finanças municipais, o pouco que Ja

existe, para poder repassá-lo aos interesses dos agiotas internacionais. O País tem
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O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Concedo a palavra ao último orador da

sessão de hoje, para encaminhar contra a matéria, ficando os outros colegas

Deputados inscritos para amanhã, quando continuaremos esta discussão.

Com a palavra o Deputado João Magno.

o SR. JOÃO MAGNO (PT-MG . Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, fica claro para a sociedade brasileira, com este debate

relativo à Lei de Responsabilidade Fiscal que hoje se realiza aqui, que o povo

brasileiro tem recebido algumas punições, pois amarga talvez um dos piores

índices de desemprego e um dos mais baixos salários mínimos da América Latina.

É interessante lembrar que esse povo mora em Municípios e é lá que tem

criatividade para poder viver num País tão injusto como este. O que fazem as elites

e a classe dominante contra os trabalhadores e os marginalizados é algo sem

limites.

Portanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal vem, na verdade, mutilar uma

esfera de organização do poder neste País, que é o Município, e só vem trazer

mais sofrimentos, mais dificuldades para toda a população brasileira. Todo o

discurso sustentado pelo Governo é demagógico, falso. Dizem que essa lei tem

• vários objetivos, dentre eles, punir os que vão gastar excesso de recursos ou os

oportunistas que vão, na frente, dar aumento para servidores sem ter caixa para

pagar. A realidade de maus Prefeitos, no País, sempre existiu, mas não é o

verdadeiro motivo. Não há necessidade de mais leis para poder garantir a eficiência

ou a decência, na prática, do uso da coisa pública pelos Prefeitos. Já há excesso

de leis no País.

Na verdade, quer-se arrancar, das finanças municipais, o pouco que já

existe, para poder repassá-lo aos interesses dos agiotas internacionais. O País tem
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inúmeros Municípios que sofrem brutais impactos das corruptas privatizações.

Foram pedidas CPls, no Congresso Nacional, mas o Governo não teve a moral

para permitir que esta Casa as criasse. Alguns Municípios estão sofrendo com

inúmeras demissões, como o caso da ACESITA, em Timóteo, Minas Gerais,

empresa que tinha 8 mil trabalhadores, mas hoje tem 2 mil e 800 trabalhadores, em

apenas três anos de privatização. É apenas um exemplo a demonstrar.

Portanto, Sr. Presidente, a Lei de Responsabilidade Fiscal deveria existir,

única e exclusivamente, para este Governo, para o Sr. Presidente da República.

Paradoxalmente, para S.Exa., não há punição alguma.

Neste momento o Congresso Nacional, conforme relatório do próprio BIO,

amarga uma rejeição da sociedade brasileira. Apenas 20% do povo reconhecem

esta Casa. Tal situação é pior do que a do Congresso do Paraguai, país que

passou por inúmeras destruições, como a da chamada Guerra do Paraguai, mas já

se reconstituiu moral e politicamente diante do seu povo.

Este Congresso está desgastado não só por votar coisas que nada têm a ver

com o interesse do povo, mas de tanto mentir para a população brasileira. Tem de

haver um limite para o jogo de cena e o descobrimento de palavras. Isso haverá de

ter um fim, porque a sociedade já se mobiliza de forma muito mais forte do que os

detentores desse poder possam imaginar para dar um basta a esse tipo de

exploração e abuso contra os direitos mínimos de dignidade humana.

Concluindo, Sr. Presidente, digo mais uma vez que não tenho ilusão alguma:

não será aprovado o salário mínimo de R$ 177,00; vai passar a tal lei para prender

Prefeitos que cuidam dos interesses do seu povo nas cidades, como centenas de

leis que prejudicam a sociedade brasileira são aprovadas aqui dentro.

Mas espero que, quem sabe um dia, não muito tarde, isso possa ter um fim.

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O SR. ANTONIO PALOCCI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ANTONIO PALOCCI (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, agradeço a todos os membros da Comissão de Educação da Casa,

que no dia de hoje deram o voto unânime a um projeto que apresentamos para a

criação do Sistema Nacional do Primeiro Emprego. Essa questão fez parte do

programa de todos os candidatos a Presidente da República, inclusive do

Presidente Fernando Henrique Cardoso. O projeto foi aprovado pela unanimidade

dos membros da Comissão de Educação, presidida pelo Deputado Pedro Wilson, e

foi relatado pelo Deputado Professor Luizinho.

Cumprimento as representações da CONTAG, do Sindicato dos

Trabalhadores Rurais, da CUT e de diversos sindicatos , presentes à Casa e que

fizeram uma belíssima manifestação cívica hoje na cidade de Brasília.

O SR. FERNANDO CORUJA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Tem V.Exa. a palavra .

O SR. FERNANDO CORUJA (PDT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, encaminho três proposições: um projeto de lei que modifica o

• Código Florestal e dois requerimentos de informações dirigidos respectivamente à

ANEEL e à ANATEL, solicitando informações sobre quais as providências tomadas

pelas agências para coibir os abusos que estão acontecendo, quais foram as

empresas penalizadas pelas agências, quais as penalidades aplicadas e quais os

aumentos de tarifas autorizados por essas agências para o serviço público.

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Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Apresentação de proposições.

Os Srs. Deputados que tenham proposições a apresentar queiram fazê-lo .

APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SENHORES:


WELLlNGTON DIAS
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Fazenda sobre estudos efetuados
pela Caixa Econômica Federal a respeito do reajustamento de saldos devedores de
financiamentos efetuados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação - SFH ,
utilizando-se Taxa Referencial- TR.
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Saúde sobre o Convênio nO
341.335, de 1997 (917/97), firmado entre o Fundo Nacional de Saúde e a Prefeitura
Municipal de Pedro 11, Estado do Piauí.
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Saúde sobre o Convênio n°
342.499, de 1997 (1206/97), firmado entre o Fundo Nacional de Saúde e a
Prefeitura Municipal de Pedro 11, Estado do Piauí.
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Saúde sobre o Convênio nO
350.236, de 1998 (1176/98 CR/PI), firmado entre o Fundo Nacional de Saúde e a
Prefeitura Municipal de Pedro 11, Estado do Piauí.
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Educação sobre o Convênio nO
336.236, de 1997 (115/97), firmado entre a Secretaria de Educação Média e
Tecnológica e a Prefeitura Municipal de Pedro 11, Estado do Piauí.
Requerimento de informações ao Sr. Ministro do Meio Ambiente sobre o Convênio
nO 357.647, de 1998 (334/98) , firmado entre a Secretaria de Recursos Hídricos e a
Prefeitura Municipal de Pedro 11 , Estado do Piauí.
LUIZ SÉRGIO
Projeto de lei que dispõe sobre prestação de informações a respeito da
manutenção de aeronaves comerciais.
SÉRGIO CARVALHO
Projeto de lei que obriga a contratação de médico veterinário no período de
vacinação contra a febre aftosa.
MARÇAL FILHO
Indicação ao Sr. Ministro da Saúde de extensão da campanha de vacinação contra

• a gripe a toda a população brasileira .


Indicação ao Sr. Ministro da Justiça de inclusão dos servidores integrantes da
carreira de Policial Rodoviária Federal no rol de beneficiários da gratificação
assegurada pela Medida Provisória n° 2.009-2, de 2000.
INOCÊNCIO OLIVEIRA
Projeto de decreto legislativo que estabelece consulta plebiscitária sobre temas de
relevante interesse nacional.
DR. BENEDITO DIAS E OUTROS
Projeto de resolução que cria Comissão Parlamentar de Inquérito, com a finalidade
de investigar as denúncias de irregularidades na composição de alimentos e na
aplicação de recursos destinados à merenda escalar.
AIRTON CASCAVEL
Projeto de lei que concede benefícios fiscais aos deficientes físicos.
ROBSON TUMA

d09052000
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00
Projeto de lei que dá nova redação ao art. 289 do Código Penal (Decreto-Lei nO
2.848, de 1940), acrescentando a modalidade de falsificação da moeda de
polímero.
ROBSON TUMA E OUTROS
Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de urgência para a
apreciação do projeto de resolução que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito
destinada a investigar a lavagem de dinheiro no Brasil.
Projeto de resolução que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a
investigar a lavagem de dinheiro no Brasil, com fundamento no arts. 35, § 4, e 109,
111, "c", do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
RONALDO VASCONCELLOS
Projeto de resolução que disciplina a atuação dos grupos de pressão, lobby e
assemelhados, na Câmara dos Deputados .
Projeto de lei que altera a Lei nO 8.213, de 1991, acrescentando § 4° ao art. 55,
para permitir a averbação de tempo de atividade rural nos casos que especifica.
EDISON ANDRINO
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Cultura sobre os investimentos
nos Municípios do Estado de Santa Catarina nos anos de 1997, 1998, 1999 e 2000.
PEDRO WILSON E OUTROS
Recurso ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados para deliberação pelo
Plenário do Projeto de Lei nO 3.844, de 1997, que dispõe sobre a educação em
direitos humanos e institui a Política Nacional de Educação em Direitos Humanos
para o ensino fundamental e médio.
GERALDO MAGELA
Projeto de lei que dispõe sobre a profissão de Técnico em Nutrição e Dietética,
regula o seu exercício, e dá outras providências.
Projeto de lei que dispõe sobre viagens aéreas realizadas por servidores públicos
em serviços.
Projeto de lei que dispõe sobre os crimes praticados contra jornalista em
decorrência do exercício da profissão.
Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de convocação de
sessão solene em homenagem ao lançamento da Campanha da Fraternidade do
ano 2001, que terá como tema" A Fraternidade e as Drogas" e como lema "Vida
Sim - Droga Não".

• ROBERTO ARGENTA
Projeto de lei que acrescenta § 3° ao art. 1° da Lei nO 4.090, de 1962, que institui a
gratificação de Natal para os trabalhadores, a fim de permitir o pagamento
parcelado do décimo terceiro salário; e altera dispositivos da Lei nO 8.036, de 1990,
que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e dá outras
providências, para permitir o pagamento direto ao empregado.
PEDRO FERNANDES
Indicação ao Sr. Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão de envio de projeto
de lei versando sobre plano de carreira para médicos do interior.
Indicação ao Sr. Ministro da Saúde de envio de projeto de lei versando sobre plano
de carreira para médicos do interior.
Projeto de lei que denomina "Avenida Engenheiro Emiliano Macieira" o trecho da
BR-135, compreendido entre o quilômetro zero e a Ponte da Estiva, e dá outras
providências.
JOSÉ DIRCEU

d09052000
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Fazenda sobre contratação da
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis Atuariais e Financeiras - FIPECAFI.
RUBENS BUENO
Indicação ao Sr. Ministro das Comunicações de contratação de recursos humanos
(carteiro) para a agência de correios do Município de Antonina , Estado do Paraná .
IÉDIO ROSA E OUTROS
Proposta de emenda à Constituição que inclui inciso no art. 4°.
JORGE PINHEIRO
Projeto de lei que dispõe sobre o horário de permanência de menores de 16 anos
nas ruas, e dá outras providências.
ROBERTO PESSOA
Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de inclusão nos Anais
desta Casa do editorial intitulado "Algodão sem bicudo", publicado no jornal Diário
do Nordeste.
JOSÉ CARLOS COUTINHO
Projeto de lei que obriga condomínios de edifícios comerciais e residenciais a
adaptarem áreas comuns para o trânsito de portadores de deficiência física , e dá
outras providências.
Projeto de lei que permite isenção do Imposto de Importação para os
medicamentos e equipamentos adquiridos por pessoas portadoras de deficiência
física, e dá outras providências.
EDUARDO CAMPOS
Indicação ao Sr. Ministro dos Transportes de recuperação da BR-11 O que liga os
Municípios de São José do Egito, Estado de Pernambuco, a Teixeira , Estado da
Paraíba .
EUNíCIO OLIVEIRA
Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados para registro nos Anais
da Casa de voto de louvor pelo artigo publicado no Correio Braziliense, "A
retomada do Desenvolvimento", de autoria do eminente Presidente da
Confederação Nacional do Comércio - CNC, Dr. Antônio de Oliveira Santos.
JAIME MARTINS
Projeto de lei que altera a Lei n° 8.706 , de 1993, com vistas a vincular os
ferroviários e metroviários ao sistema SEST - Serviço Social de Transporte e
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte .
HUGO BIEHL E OUTROS
Proposta de emenda à Constituição que acrescenta inciso ao art. 22.
AGNELO QUEIROZ
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Fazenda sobre o cumprimento do
disposto nos arts. 42, 43 e 44 do Decreto nO 2.574, de 1998, por parte do Banco
Central do Brasil.
INÁCIO ARRUDA
Projeto de decreto legislativo que susta a Portaria nO 77 , de 2000 , editada pelo
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que trata da suspensão de
pagamentos oriundos de decisões judiciais concernentes a planos econômicos .
ALEX CANZIANI
Indicação ao Sr. Ministro da Fazenda de restabelecimento da obrigatoriedade de
aplicação em financiamentos imobiliários de 70% dos recursos captados em
depósitos de poupança .
EDINHO ARAÚJO

d09052000
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 076.2.51.0
Tipo: ORDINÁRIA - CD Data: 10/05/00
Projeto de lei que denomina "Ponte Rodoferroviária de Integração Nacional
Deputado Roberto Rollemberg" a ponte sobre o Rio Paraná que liga os Municípios
de Rubinéia, Estado de São Paulo, e Aparecida do Taboado, Estado do Mato
Grosso do Sul.
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Fazenda sobre a terceirização na
Caixa Econômica Federal.
EUJÁCIO SIMÕES
Requerimento de informações ao Sr. Ministro da Previdência e Assistência Social,
no âmbito da PREVI, sobre as atividades na empresa SAUIPE S.A.
DR. ROSINHA
Requerimento ao Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de retirada do Projeto
de Lei n° 1.596, de 1999.
FERNANDO CORUJA
Requerimento de informações ao Sr. Ministro de Minas e Energia sobre as medidas
que estão sendo adotadas pela ANEEL, tendo em vista inúmeras reclamações de
usuários, para coibir abusos por parte das empresas, quais já foram penalizadas e
as penalidades aplicadas, e quais os aumentos de tarifas autorizados pela agência .
Requerimento de informações ao Sr. Ministro das Comunicações sobre as medidas
que estão sendo adotadas pela ANEEL, tendo em vista inúmeras reclamações de
usuários, para coibir abusos por parte das empresas, quais já foram penalizadas e
as penalidades aplicadas, e quais os aumentos de tarifas autorizados pela agência.
Projeto de lei que dá nova redação ao parágrafo único do art. 2°, da Lei n° 4.771,
de 1965, que institui o novo Código Florestal, suprimindo o trecho "respeitados os
princípios e limites a que se refere este artigo" (parágrafo acrescentado pela Lei nO
7.803, de 1989).
VII-ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Lembro aos Srs. Deputados que

amanhã, às 16h, haverá sessão solene em homenagem ao programa A Voz do

Brasil.

Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a presente sessão, antes

convocando para amanhã, às 9h, sessão ordinária da Câmara dos Deputados com

a seguinte

ORDEM DO DIA

O SR. PRESIDENTE (Nelson Trad) - Está encerrada a sessão.

(Levanta-se a sessão às 19h04min.)

d09052000
"
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 077.2.51.0
Tipo: EXTRAORDINÁRIA - CO Data: 11/05/00

investir na área de refino, associando-se ao grupo Peixoto de Castro, proprietário

da refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro.

No que tange ao gás natural, o grande interesse da Argentina em participar

do mercado brasileiro desse combustível, que tende a expandir-se rapidamente , em

razão do programa prioritário de geração termelétrica recentemente lançado pelo

Brasil, pode ser verificado pelo início da construção do gasoduto que ligará as

regiões produtoras de gás do norte da Argentina ao Rio Grande do Sul , passando

por Uruguaiana e chegando até Porto Alegre.

Ademais, há também o convên io de cooperação recentemente firmado entre

os órgãos reguladores do setor petrolífero do Brasil e da Argentina - a ANP e a

Enargas , no sentido de se alcançar a regulamentação e a fiscalização comum

entre os dois países no que diz respeito ao gás natural , ao petróleo e seus

derivados líquidos.

Acreditamos firmemente que essa integração das redes físicas , nas áreas de

energia elétrica e gás natural entre os países membros do Mercosul, e a

uniformização das normas regulamentadoras desses setores poderão servir como

• base não apenas para um mercado comum de energia do Mercosul, como também ,

dentro de pouco tempo , de toda a América Latina , e permitindo a todos os países

desse continente alcançar maior prosperidade e qualidade de vida para seus povos

e, finalmente , um merecido lugar entre as nações mais desenvolvidas do mundo.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Item 1 da Pauta .

Projeto de Lei n° 621-A, de 1999.

http://www.camara.gov.br 557
SEM SUPERVISÃO
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Número Sessão: 077.2.51.0
Tipo: EXTRAORDINÁRIA - CO Data: 11/05/00

Discussão, em turno único, do aludido projeto de lei, que altera e acresce

dispositivos ao Decreto-Lei nO 2.848, de 07 de dezembro de 1940 - Código Penal.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa requerimento. (Pausa.)

Foi retirado o requerimento .

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Em discussão.

Não há mais oradores inscritos.

Declaro encerrada a discussão.

Entretanto, há acordo, de modo que retiro, de ofício, desta pauta o presente

• projeto de lei. De igual maneira faço com o Item 2 da pauta, a Proposta de Emenda

Constitucional nO 7-0, de 1999, que dá nova redação ao inciso XXIX do art. 7° e

revoga o art. 233 da Constituição Federal.

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Sobre a mesa requerimento de

urgência para votação do Projeto de Lei n° 2.868(ok), de 2000, que acrescenta o

inciso VI ao art. 323 do Decreto-Lei 3.689(ok), de 3 de outubro de 1941 - Código

de Processo Penal. Assinado pelo Deputado Ubiratan Aguiar e todos os líderes

partidários .

• O SR. PROFESSOR LUIZINHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem .

O SR. PRESIDENTE (Michel Temer) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PROFESSOR LUIZINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, primeiramente, parabenizo o nobre Deputado Ubiratan Aguiar pela

iniciativa. Numa audiência da Comissão de Educação e Economia, com relação à

merenda escolar, o projeto do nobre Deputado foi muito bem lembrado. Portanto, é

uma honra poder votar a urgência no dia de hoje.

http://www.camara.gov.br 558
Página da W 1 de 3
I

I
documento 1 de 1

Identificação: PL. (PROJETO DE LEI (CD)) 00621 de 1999

ID. Origem: MSC 00486 de 1999

Autor(es):

EXECUTIVO FEDERAL (EF)

Origem: EX

Ementa:

ALTERA E ACRESCE DISPOSITIVOS AO DECRETO-LEI 2848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940 -


CODIGO PENAL, A LEI \079, DE \O DE ABRIL DE 1950, E AO DECRETO-LEI 201, DE 27 DE
FEVEREIRO DE 1967, E DA OUTRAS PROVIDENCIAS .

• Explicação da Ementa:

°
INSTITUINDO REGIME DE GESTÃO FISCAL RESPONSA VEL, MEDIANTE A PREVISÃO DE
CONDUTAS QUE TIPIFICAM NOVOS CRIMES COMUNS E DE RESPONSABILIDADE FISCAL CONTRA
AS FINANÇAS PUBLICAS E A LEI ORÇAMENT ARIA.

Indexação:

ALTERAÇÃO, CODIGO PENAL, INCLUSÃO, CRIME COMUM, PENA DE DETENÇÃO, PENA DE


RECLUSÃO, INSTAURAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, F ALTA ADM1NISTRA TIV A, INQUERITO CIVIL, A( ÃO
PENAL, INEXISTENCTA, JUSTA CAUSA, IRREGULARIDADE, CONTRATAÇÃO, AUTORIZAÇÃO,
ORDENAÇÃO, OPERAÇÃO FINANCEIRA, CREDITO EXTERNO, AUSENCIA, APROVAÇÃO,
LEGISLATIVO, CREDITOS, INOBSERVANCIA, LIMITES OPERACIONAIS, LEIS, RESOLUÇÃO,
SENADO, EXCESSO, DIVIDA CONSOLIDADA, DESPESA, PESSOAL, TRANSFERENCIA FINANCEIRA,
INSCRIçÃO, RESTOS A PAGAR, FALTA, EMPENHO, ACEITAÇÃO, OBRIGAÇÃO, CONCLUSÃO,
MANDATO ELETIVO, LEGISLATURA, DIVULGAÇÃO, DECLARAÇÃO, TRlBUNAL DE CONTAS,
GEST ÃO, NATUREZA FISCAL, ORDENADOR DE DESPESA, GARANTIA, JURISDIÇÃO VOLUNT ARIA,
EXECUÇÃO, REDUÇÃO, AUMENTO, GASTOS PESSOAIS , OFERTA, COLOCAÇÃO, TITULO,


MERCADO FINANCEIRO, LEI FEDERAL, DECRETO LEI FEDERAL, CRIME DE RESPONSABILIDADE,
ILICITO FISCAL, INFRAÇÃO, ORÇAMENTO, FINANÇAS PUBLICAS, PRESIDENTE, (STF), TRIBUNAIS
SUPERIORES, (TRF), (TRE), TRlBUNAL DE JUSTIçA, PROCURADOR GERAL DA REPUBLlCA,
ADVOGADO GERAL DA UNlÃO, PROCURADOR GERAL, PREFEITO, VEREADOR, AÇÃO PENAL,
CABIMENTO, DENUNCIA, CIDADÃO, PROCESSO, JULGAMENTO, PERDA DE FUNÇÃO PUBLICA,
INABlLIT AÇÃO, AUTORIDADE .

Poder Conclusivo: NÃO

Legislação Citada:

DEL 000201 de 1967


DEL 002848 de 1940
LEI 001079 de 1950

Despacho Atual:

.. ./nph-brs.exe?s 1=PL.0062 11999&d=PROH&S2=&SECT3= PLURON&SECT2=THESOFF&\ 08/05/00


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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO (CCJR)

Última Ação:

PTORD - PRONTO PARA A ORDEM DO DlA


03 05 2000 - PLEN - PLENÁRIO
DISCUSSÃO EM TURNO UNICO. ADIADA A DISCUSSÃO, EM FACE DO ENCERRAMENTO DA
SESSÃO

Regime de Tramitação:

O RDrN ÁRlA

Tramitação:

19041999 - PLENÁRIO (PLEN)


DESPACHO INICIAL A CCJR.

• 1904 1999 - PLENÁRIO (PLEN)


LEITURA E PUBLICAÇÃO DA MATERIA. OCO 24 04 99 PAG 17524 COL 02

19041999 - COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP)


ENCAMINHADO A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO.

15051999 - COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO (CCJR)


RELATOR DEP NELSON OTOCH .

19012000 - COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO (CCJR)


PARECER DO RELATOR, DEP NELSON OTOCH, PELA CONSTITUCIONALIDADE, JURIDICIDAD E,
TECNICA LEGISLATIVA E, NO MERITO PELA APROVAÇÃO, NOS TERMOS DO SUBSTITUTIVO

12 04 2000 - COMISSÃO DE CONSTlTUlÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO (CCJR)


APROVAÇÃO DO PARECER ORA REFORMULADO DO RELATOR, DEP NELSON OTOCH, PELA
CO STlTUCIONALIDADE, JURJDIClDADE, TÉCNICA LEGISLATIVA E, NO MÉRITO, PELA
APROV AÇÃO, COM SUBSTITUTIVO, CONTRA OS VOTOS DOS DEP ANTONIO CARLOS BISC AIA,
GERALDO MAGELA, JOSÉ GENOÍNO, MARCELO DEDA, IBRAHIM ABI-ACKEL, OSVALDO
SOBRINHO, JOSÉ ANTONIO ALMEIDA E SERGIO MIRANDA.

• 17042000 - PLENÁRIO (PLEN)


LEITURA E PUBLICAÇÃO DO PARECER DA CCJR. PRONTO PARA ORDEM DO DIA . PL. 621-N99

18042000 - PLENÁRIO (PLEN)


DISCUSSÃO EM TURNO UNICO ADIADA A DISCUSSÃO POR FALTA DE "QUORUM"

25 04 2000 - PLENÁRJO (PLEN)


DISCUSSÃO EM TURNO UNICO ADIADA A DISCUSSÃO, EM FACE DO ENCERRAMENTO DA
SESSÃO.

02052000 - PLENÁRIO (PLEN)


DISCUSSÃO EM TURNO UNICO. DISCUSSÃO NÃO REALiZADA POR FALTA DE "QUORUM" .

03052000 - PLENÁRIO (PLEN)


APRESENTAÇÃO DE REQUERIMENTO PELOS DEP AR ALDO MADEIRA, LIDER DO GOVERNO,
INOCENClO OLIVEIRA, LIDER DO PFL; MENDES RIBEIRO FILHO, NA QUALIDADE DE DO BLOCO
PMDBIPSTIPT ; ODELMO LEÃO, LIDER DO PPB E AECIO NEVES, LIDER DO BLOCO PSDB/PTB ,
SOLICITANDO, NOS TERMOS DO ARTIGO ISS DO RI , URGENCIA PARA ESTE PROJETO .

.../nph-brs.exe?s l =PL.006211999&d= PROH&S2=&SECT3=PLURON&SECT2=THESOFF&1 08/05/00


1
• CAMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LE I N\! 6 2 I
S eção d. S inop •• de 19 99 AUTOR
E ME TA
Altera e a cresce di s po s tiv os ao De cr e t o -L e 'i n.0 2 . 8 48 , d e 07 d e d eze mb r o de 19 4 O - Cod
- i go
PODER EXECU TI VO
Pen a l, à Lei n'? 1.079, de 10 de abrl' l de 195 0 , e ao De cret o - L' e l n '? 201, de 27 de feve r e i ro de
(~\ SC N'? 486/99)
1 9 67 , e dá ou t ra s provi dê nc i as . ( Insti t uindo o r e g i me de gestão fi s cal responsá ve ~ med iant e a
p r ev isão de c onduta que t~ p if ~cam novos crime s comu n s e de respo n sabil i dade contra a s finanças
plJ h J j cas e a l e i o r cãmen t a rial.
AND AM ENT O Sancionado ou prom uloado

Public ado no Dlano O fic ia i de

MESA
De s pac ho : A Com i ssão de Constit ui ção e Jus ti ça e de Re dação.
Vetado

PL ENARI O
Raz oes do v eto· publlcadas no
19. 04. 9 9 t. I i d o e vai a i mp r i m i r. em J!:/ ! fI.Y /I!33 , f>ág.fl~tj <lO' ~ o~ :;
RKV DCD_-º.'j /~Ç;.I..9.3 , p cí Cl 1~.5fp, (01..0 1
CO ORD ENAÇ ÃO DE CO MI SSÕ ES PERMANEN TE S
19. 04. 99 En c am inh a do à Comi s são de Co n sti tui ção e J u st i ça e d e Redação .

C (I~I ISSÃO DE CO NS-TITUICÃO B JUSTICA E DE ' REDAÇÃO


1 5. 05 . 99 Djs tri bui do a o r e l a t o r, Dep . NELSON OT OC H.

COMIS S~ O DE CONSTITUIÇÃO E J USTIÇA E DE REDAÇÃO


19. 01 .00 Pa recer do relator, Dep. NELSON OTOCH, pela Con s ti tuc iona lidade , Juridicidade ,
T~c nic a Le g isl a ti va e , no m~r ito , pe l a ap r ovaçao , com su b s t i tuti vo .

COMIssãO DB CONSTIT UIÇAo E J US TIÇ A E DE REn~çÂO


12.0 4 .00 Ap rovado o parecer o r a reforrnulado do r e lator, De p. ~E LSO N OTOC E , pe l a con s titu-
cionalidade, juridic idadé, t~cnica legislati va e , n o m~rito, pela aprovaçao,
c o m substitutivo, contra os votos dos De~s; Antonio Ca~lQs B~sçaia,'Ge~a1do Magela,
J o sé Genoíno, Marcelo Déd~, Ibrahim abi-Ackel, Osvaldo SObrinho, José Antonio
Almeida, S~rgio Miranda,

VIDE 'J E P. S O
cor 3 .21 .01 .040- 0 (AG0I98 )

-
- - -----

~~ 621/99 (Verso da folha nº 01)

PRONTO PARA A ORDEM DO DIA

17. 04 .00 t lido e vai a imprimir, tendo parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, pela constitucionali

dade, ju ri dicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação, com substitutivo, contra os votos dos

Deps. An tôn io Carlos Biscaia, Geraldo Magela, José Geno fno, Marcelo Déda, I brah i m Abi-Ackel, Osvaldo Sobrinho,

José Ant ô nio Almeida, Sérgio Miranda e Jair Bolsonaro, com votos em separado dos Deps. José Genofno, José Dir

ceu, Ant ô nio Carlos Biscaia, Marcelo Déda, Waldir Pir es , Ricardo Fiúza, Sérgio Miranda e José Antônio Almeida.
(PL 62l-A/99).

PLENÁRIO
l8. 04 .00 Discussã o em Turno Único.
Adiada a discussão por falta de "quorum".

PLENÁRIO
25.04.00 Discussã o em Turno Único.
Adiada a discussão, em face do e nc e rramento da Sessão.

PLENÁRIO
02.05.00 Discussão em Turno Único.
Discussão não realizada por falta de "quorum".

PLENÁRIO
03.05.00 Discussão em Turno Único.
Adiada a discussão, em face do encerramento da sessão.

PLENÁRIO
03.05.00 Apresentação de Requerimento pelos Dep.,Arnaldo Madeira, Líder_do G~verno; Inocênc~o.Oliveira, ~íder do PFLi
Mendes Ribeiro Filho, na qualidade de Llder do PMDB; Ode Imo Leao, Llder do PPB e Aeclo Neves, Llder do Bloco
PSDB/PTB, solicitando, nos termos do artigo 155 do RI , URGÊNCIA para este projeto .

)
Continua .. .. . . . .. . . . (Fls. 02).
CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO N° PL. 621/99 Continuação (Folha 02).
.. •
CEL · S4çõo d. Siaop ••

ANDAMENTO

r 09.05.00
PLENÁRIO
Discussão em Turno Único.
Aprovado requerimento dos Dep. Arnaldo Madeira, Líder do Governoi Inocêncio Oliveira, Líder do PFLi Mendes
Ribeiro Filho, na qualidade de Líder do Bloco PMDB/PST/PTNi Odelmo Leão, Líder do PPB e Aécio Neves, Líder
do Bloco PSDB/PTB, apresentado no dia 03.05.00~ solicitando, nos termos do Art. 155 do RI, URG~NCIA para
este projetoi SIM-290, NÃO-lO, ABST-Ol, TOTAL-jOl.
Retirado da pauta do Ordem do Dia, de ofício.

PLENÁRIO
10.05.00 Discussão em Turno Único.
Retirado o requerimento do Dep. Aloizio Mercadante, Líder do PT, solicitando a retirada da pauta da Ordem
do Dia, deste projeto.
Discussão do projeto p e los Dep. Sérgio Miranda, Ne lson Otoch, José Genoino, Ayrton Xerêz, Nelson Pellegrino,
Ricardo Barros, Avenzoar Arruda, Luiz Carlos Hauly, Babá, Henrique Fontana, Virgílio Guimarães, José Roberto
Batochio, Geraldo Simões, Professor Luizinho, Wellington Dias,Arnaldo Faria de sá, João Magno.
Encerrada a discussão e m face do encerramento da sessão.

PLENÁRIO
11.05.00 Continuação da discussão em Turno Único.
Retirado da Pauta da Ordem do Dia, de ofício.

-
CUI J 2 1 1 1 l' 11 ti rl\I .~('~\H
· .... _-------------------~

J )

FOLHA DE INSCRIÇÃO PARA DISCUSSÃO, EM TURNO ÚNICO, DO


PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999
(RESPONSABILIDADE FISCAL)

RELAÇÃO DE INSCRIÇÃO DOS ORADORES CONTRÁRIOS A MATÉRIA

9 ..... .. . . . ................... ............................................. ... ........ .

11 ................. 9 ~
...... ................. k.~. . ~\~ . . . . 1... ~.1.I .~. . ~..rj.~.. y......QK
12 ..... ~ . /fffl.d~ H ÇyatCh~ H ..

• 14 J/!~jt)JJr\~
15 .. .... .. .. ;;A . . ~~ . ,0f;k.. . .H . . . . . . . . . . . . ... ..
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FOLHA DE INSCRiÇÃO PARA DISCUSSÃO, EM TURNO ÚNICO, DO
PROJETO DE LEI N° 621, DE 1999
(RESPONSABILIDADE FISCAL)

RELAÇÃrO DE INSCRIÇÃOtOS ORADORES A FAVOR DA MATÉRI A


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18 .................................................................................... .... .... ........................................... ....................... .


DISCUSSÃO, EM TURNO ÚNICO, DO PROJETO DE LEI N° 621-A/99
SESSÃO DO DIA 10-05-2000

DEPUTADOS QUE DISCUTIRAM O PROJETO

1. SÉRGIO MIRANDA
2. NELSON OTOCH
3. JOSÉ GENOÍNO
4. AIRTON XÊREZ
5. NELSON PELLEGRINO
• 6. RICARDO BARROS
7. AVENZOAR ARRUDA
8. LUIZ CARLOS HAULY
9. BABÁ
10.HENRIQUE FONTANA
l1.VIRGÍLIO GUIMARÃES
12.JOSÉ ROBERTO BATOCHIO
13.GERALDO SIMÕES
14.PROFESSOR LUIZINHO
15.WELLINGTON DIAS
16.ARNALDO FARIA DE SÁ
17.JOÃO MAGNO


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO \

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados:

• Requeremos, nos termos regimentais, o encerramento da discussão


do Projeto de Lei nO 621-A/99, do Poder Executivo.

s Sessões, em

. 'P?6

GER 3 17.23004-2 IJUN/99)


CÂMARA D OS D EPUTADOS

REQUERIMENTO

Senhor Preside

Requeremos a Vossa Excelência, nos termos regimentais, a retirada do


P~odt'm c2t- jt;j )/0 bel 1/33 , constante da pauta da presente Sessão.

Sala das Sessões, em ) {;, 05 , (000

GER 3.17.23004-2 (MAI/98)


CÂMARA DOS DEPUTADOS

REDAÇÃO FINAL
PROJETO DE LEI N° 621-C, DE 1999

Altera o Decreto-Lei nO 2.848, de 7 de


dezembro de 1940 - Código Penal, a Lei
nO 1.079, de 10 de abril de 1950, e o
Decreto Lei nO 201, de 27 de fevereiro
de 1967.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1 ° O art. 339 do Decreto-Lei 2.848, de 7 de


dezembro de 1940, passa a v1gorar com a seguinte redação:

"Denunciação Caluniosa
,
Art. 339. Dar causa a instauração de
investigação policial, de processo judicial,
instauração de investigação administrativa,
inquérito civil ou ação de improbidade

• administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de


que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oi to anos, e
multa.
§ 1 ° A pena é aumentada de sexta parte, se
o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2 ° A pena é diminuída de metade, se a
imputação é de prática de contravenção."(NR)
Art . 2 ° O Título XI do Decreto-Lei nO 2.848, de 7 de
dezembro de 1940, passa a v1gorar acrescido do seguinte
capítulo e artigos:

GER 3.17.23.004-2 (MAI /98)


1

CÂMARA DOS DEPUTADOS

"TÍTULO XI
,
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇAO PUBLICA
.. ..... ... . .. . .. . . . .. . . . . . . .. .......... ... . . . . . . . . . . .
,
CAPITULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS

Contratação de operação de crédito


Art. 359A. Ordenar, autorizar ou realizar
, .
operação de crédito, interno ou externo, sem prev~a

autorização legislativa:
Pena - reclusão, de um a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem
ordena, autoriza ou realiza operação de crédito,
interno ou externo:
I - com inobservância de limi te, condição
ou montante estabelecido em lei ou em resolução do
Senado Federal;
II quando o montante da dívida
consolidada ultrapassa o limite
, .
max~mo autorizado

• por lei.
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a
pagar
Art. 359B. Ordenar ou autorizar a
inscrição em restos a pagar, de despesa que nao
tenha sido previamente empenhada ou que exceda
limite estabelecido em lei:
Pena detenção, de se~s meses a dois
anos.

GER 3 .17.23.004-2 (MAI /98 )


3

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou


legislatura
Art. 359C. Ordenar ou autorizar a assunção
de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou,
caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte,
que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de ca~xa:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.


Ordenação de despesa não autorizada
Art. 3590. Ordenar despesa não autorizada
por lei:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Prestação de garantia graciosa
Art. 359E. Prestar garantia em operação de
crédito sem que tenha sido constituída
contragarantia em valor igual ou super~or ao valor
da garantia prestada, na forma da lei:

• Pena - detenção, de três meses a um ano.


Não cancelamento de restos a pagar
Art. 359F. Deixar de ordenar, de autorizar
ou de promover o cancelamento do montante de restos
a pagar inseri to em valor superior ao permitido em
lei:
Pena detenção, de se~s meses a dois
anos.

GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98)


4

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Aumento de despesa total com pessoal no último ano


do mandato ou legislatura
Art. 359G. Ordenar, autorizar ou executar
ato que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
final do mandato ou da legislatura:
Pena reclusão, de um a quatro anos.
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Art. 359H. Ordenar, autorizar ou promover
a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da dívida pública sem que
tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado de liquidação e
de custódia:
Pena - reclusão de um a quatro anos." (NR)
Art. 3° A Lei nO 1.079, de 10 de abril de 1950,
passa a v~gorar com as seguintes alterações:
"Art. 10. . . .. . . . . . . . .. .. .. .. ... . . ... . . . .. . .. . .. . .
.. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . . . . . . . . . . . . .. .. .. .. .. ..

• montante
5
da
deixar
dívida
de
consolidada,
ordenar a redução
nos prazos
do

estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar


, .
o valor resultante da aplicação do limite max~mo
fixado pelo Senado Federal;
6 ordenar ou autorizar a abertura de
crédi to em desacordo com os limites estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal ;

GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98 )


5

CÂMARA DOS DEPUTADOS

7 deixar de promover ou de ordenar na


forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a
consti tuição de reserva para anular os efeitos de
operação de crédito realizada com inobservância de
limite, condição ou montante estabelecido em lei;
8 deixar de promover ou de ordenar a
liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os
respectivos Juros e demais encargos, até o
encerramento do exercício financeiro;
. 9 - ordenar ou autorizar, em desacordo com
a lei, a realização de operaçao de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive
suas entidades da administração indireta, ainda que
na forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente;
10 captar recursos a título de
antecipação de receita de tributo ou contribuição
cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;

• recursos
11 - ordenar ou autorizar a destinação de
provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a
autorizou;
12 realizar ou receber transferência
voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em lei." (NR)
"Art. 39A. Constituem, também, crimes de
responsabilidade do Presidente do Supremo Tribunal
Federal ou de seu substituto quando no exercício da

GER 3 .17.23 .004-2 (MAI /98 )


6

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta


Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo
aplica-se aos Presidentes, e respectivos substitutos
, .
quando no exercJ..cJ..o da Presidência, dos Tribunais
Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais
Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais, dos
Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do
Distrito Federal, e aos Juízes Diretores de Foro ou
função equivalente no primeiro grau de jurisdição."
"Art. 40A. Constituem, também, crJ..mes de
responsabilidade do Procurador-Geral da República,
ou de seu substituto quando no exercício da chefia
do Ministério Público da União, as condutas
previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles
ordenadas ou praticadas .
Parágrafo único. O disposto neste artigo
aplica-se:
I - ao Advogado-Geral da União;

• Eleitoral
II

e
- aos Procuradores-Gerais do Trabalho,
Militar, aos Procuradores-Gerais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos
Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito
Federal, e aos membros do Ministério público da
União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União,
das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal,
quando no exercício de função de chefia das unidades
regionais ou locais das respectivas instituições . "
"Art. 41A. Respeitada a prerroga ti va de
foro que assiste às autoridades a que se referem o

GER 3.17.23 .004-2 (MAI /98)


7

CÂMARA DOS DEPUTADOS

, . . .
parágrafo un~co do art. 39A e o ~nc~so II do
parágrafo único do art. 40A, as ações penais contra
elas ajuizadas pela prática dos cr~mes de
responsabilidade previstos no art. 10 desta Lei
serão processadas e julgadas de acordo com o ri to
instituído pela Lei nO 8.038, de 28 de maio de 1990,
permitido, a todo cidadão, o oferecimento da
denúncia."
Art. 4o O art. lOdo Decreto-Lei nO 201, de 27 de
fevereiro de 1967, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 10
. . ...... ........ . . . . .. . . . . . . . . .. .. ........ .. . . .
XVI deixar de ordenar a redução do
montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar
, .
o valor resultante da aplicação do limite max~mo

fixado pelo Senado Federal;


XVII - ordenar ou autorizar a abertura de
crédi to em desacordo com os limites estabelecidos

• pelo
orçamentária
Senado
ou
Federal,
na de
sem
crédito
fundamento
adicional
na
ou
lei
com
inobservância de prescrição legal;
XVI I I - deixar de promover ou de ordenar,
na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a
consti tuição de reserva para anular os efeitos de
operaçao de crédito realizada com inobservância de
limite, condição ou montante estabelecido em lei;
XIX - deixar de promover ou de ordenar a
liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os

GER 3 .17.23.004-2 (MA I/98)


8

CÂMARA DOS DEPUTADOS

respectivos Juros e demais encargos, até o


encerramento do exercício financeiro;
XX ordenar ou autorizar, em desacordo
com a lei, a realização de operação de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive
suas entidades da administração indireta, ainda que
na forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente;
XXI captar recursos a tí tulo de
antecipação de receita de tributo ou contribuição
cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
XXII ordenar ou autorizar a destinação
de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a
autorizou;
XXIII realizar ou receber transferência
voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em lei.
. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .. .. . .............................................. . " (NR)

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as


leis de finanças públicas:
I deixar de. divulgar ou de enV1ar ao Poder
Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão
fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;
II propor lei de diretrizes orçamentárias anual
que nao contenha as metas fiscais na forma da lei;
III - deixar de expedir ato determinando limitação
de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições
estabelecidos em lei;

GER 3.17.23 .004-2 (MA I/98 )


9 l
CÂMARA DOS DEPUTADOS

IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e


nos prazos da lei, a execução de medida para a redução do
montante da despesa total com pessoal que houver excedido a
repartição por Poder do limite máximo.
§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com
multa de trinta por cento dos vencimentos anua1S do agente que
lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua
responsabilidade pessoal.
,
§ 2o A infração a que se refere este artigo sera
processada e julgada pelo Tribunal de Contas a que competir a
fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa
jurídica de direito público envolvida.
Art. 60 Esta Lei entra em v1gor na data de sua

publicação.
Sala das Sessões, em 17 de ma10 de 2000

-
Relator
{}éP. ..)I:fl'~ BOk,SOrvARD

GER 3 .17.23.004-2 (MAI /98 )


PS-GSEI j iG 100 Brasília, ~ de ~ de 2000

Senhor Secretário,

Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser

• submetido à consideração do Senado Federal, nos termos do art .


134 do Regimento Comum,
1999, do Poder Executivo,
o incluso Projeto de Lei nO
o qual "Altera o
621,
Decreto-Lei
de
nO

2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, a Lei nO

1.079, de 10 de abril de 1950, e o Decreto Lei nO 201, de 27


de fevereiro de 1967" , de acordo com o caput do art. 65 da
Constituição Federal.

Atenciosamente,

/

-
Dep~õ UBIRATAN AGUI
Primeiro-Secretário

A Sua Excelência o Senhor


Senador RONALDO CUNHA LIMA
Primeiro-Secretário do Senado Federal
N E S T A
Altera o Decreto-Lei nO 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, a Lei
nO 1.079, de 10 de abril de 1950, e o
Decreto Lei nO 201, de 27 de fevereiro
de 1967 .

• o

Art.
CONGRESSO NACIONAL decreta:

1° O art. 339 do Decreto-Lei 2.848, de 7 de


dezembro de 1940, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Denunciação Caluniosa
,
Art. 339. Dar causa a instauração de
investigação policial, de processo judicial,
instauração de investigação administrativa,
inquérito civil ou açao de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de

• que o sabe inocente:

multa.
Pena - reclusão, de dois a oi to anos, e

§ 1° A pena é aumentada de sexta parte, se


o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2 ° A pena é diminuída de metade, se a
imputação é de prática de contravenção." (NR)
Art. 2° O Título XI do Decreto-Lei nO 2.848, de 7 de
dezembro de 1940, passa a v1gorar acrescido do seguinte
capítulo e artigos:
2

"TÍTULO XI
,
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇAO PUBLICA
.. ... . . . . . . . . . . . ... . . . .. ........ .. . . ... . . .. . . .. . . . . .
,
CAPITULO IV
,
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PUBLICAS

Contratação de operaçao de crédito


Art. 359A. Ordenar, autorizar ou realizar
operaçao de crédito, interno ou externo, sem prévia
autorização legislativa:
Pena - reclusão, de um a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem
ordena, autoriza ou realiza operação de crédito,
interno ou externo:
I - com inobservância de limite, condição
ou montante estabelecido em lei ou em resolução do
Senado Federal;
II quando o montante da dívida
, .
consolidada ultrapassa o limite max~mo autorizado

• por lei .
Inscrição
pagar
de despesas não empenhadas em restos a

Art. 359B. Ordenar ou autorizar a


inscrição em restos a pagar, de despesa que nao
tenha sido previamente empenhada ou que exceda
limite estabelecido em lei:
Pena detenção, de se~s meses a dois
anos.
l
3

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou


legislatura
Art. 359C. Ordenar ou autorizar a assunçao
de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou,
caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte,
que não tenha contrapartida suficiente de

• disponibilidade de ca1xa:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Ordenação de despesa não autorizada
Art. 3590. Ordenar despesa nao autorizada
por lei:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Prestação de garantia graciosa
Art. 359E. Prestar garantia em operaçao de
crédito sem que tenha sido constituída
contragarantia em valor igualou super10r ao valor
da garantia prestada, na forma da lei:

• Pena - detenção, de três meses a um ano .


Não cancelamento de restos a pagar
Art. 359F. Deixar de ordenar, de autorizar
ou de promover o cancelamento do montante de restos
a pagar inseri to em valor superior ao permitido em
lei:
Pena detenção, de se1S meses a dois
anos.
4

Aumento de despesa total com pessoal no último ano


do mandato ou legislatura
Art. 359G. Ordenar, autorizar ou executar
ato que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
final do mandato ou da legislatura:
Pena reclusão, de um a quatro anos.
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado

• a oferta
Art. 359H.
pública
Ordenar,
ou a
autorizar ou promover
colocação no mercado
financeiro de títulos da dívida pública sem que
tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado de liquidação e
de custódia:
Pena - reclusão de um a quatro anos." (NR)
Art. 3° A Lei nO 1.079, de 10 de abril de 1950,
passa a v1gorar com as seguintes alterações:
"Art. 10. .. . . .. . . . . ... . . . .... ..... .. . . . . .
........ ..... ... .... . . . . .. . . ......

• montante
5
da
estabelecidos em lei,
deixar
dívida
de ordenar
consolidada,
quando o montante ultrapassar
a redução
nos prazos
do

valor , .
o resultante da aplicação do limite maX1mo
fixado pelo Senado Federal;
6 ordenar ou autorizar a abertura de
crédi to em desacordo com os limites estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;
5

7 deixar de promover ou de ordenar na


forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a
consti tuição de reserva para anular os efeitos de
operação de crédito realizada com inobservância de
limite, condição ou montante estabelecido em lei;
8 deixar de promover ou de ordenar a
liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os
respectivos Juros e demais encargos, até o
encerramento do exercício financeiro;
9 - ordenar ou autorizar, em desacordo com
a lei, a realização de operaçao de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive
suas entidades da administração indireta, ainda que
na forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente;
10 captar recursos a título de
antecipação de receita de tributo ou contribuição
cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;

• recursos
finalidade
11 - ordenar ou autorizar a destinação de
provenientes
diversa da
da emissão
prevista
de
na
títulos
lei que
para
a
autorizou;
12 realizar ou receber transferência
voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em lei."(NR)
"Art. 39A. Constituem, também, cr~mes de
responsabilidade do Presidente do Supremo Tribunal
Federal ou de seu substituto quando no exercício da
6

Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta


Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.
, .
Parágrafo unl.co. o disposto neste artigo
aplica-se aos Presidentes, e respectivos substitutos
quando no exercício da Presidência, dos Tribunais
Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais
Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais, dos
Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do
Distrito Federal, e aos Juízes Diretores de Foro ou
função equivalente no primeiro grau de jurisdição . "
"Art. 40A. Constituem, também, crl.mes de
responsabilidade do Procurador-Geral da República,
ou de seu substituto quando no exercício da chefia
do Ministério Público da União, as condutas
previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles
ordenadas ou praticadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo
aplica-se:
I - ao Advogado-Geral da União ;

• Eleitoral
Justiça dos
II

e
- aos Procuradores-Gerais do Trabalho,
Militar,
Estados e
aos
do
Procuradores - Gerais
Distrito Federal,
de
aos
Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito
Federal, e aos membros do Ministério Público da
União e dos Estados , da Advocacia-Geral da União,
das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal,
quando no exercício de função de chefia das unidades
regionais ou locais das respectivas instituições."
7

"Art. 41A. Respeitada a prerrogativa de


,
foro que assiste as autoridades a que se referem o
parágrafo ' .
unl.CO do art . 39A e o
. .
l.ncl.SO II do
,
parágrafo unl.CO do art. 40A, as açoes penal.S contra
elas ajuizadas pela prática dos crl.mes de
responsabilidade previstos no art. 10 desta Lei
serão processadas e julgadas de acordo com o ri to
instituído pela Lei nO 8.038, de 28 de maio de 1990,

• permitido,
denúncia."
a todo cidadão, o oferecimento da

Art. 4° O art. 1° do Decreto-Lei nO 201, de 27 de


fevereiro de 1967, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1 ° .. . . ... . . . ...... . . . .. . .. ..... ... .
... . . . .. . . . . . .... .... .......... . . . . .. ... . . . ... . . .
XVI deixar de ordenar a redução do
montante da dívida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar
o valor resultante da aplicação do limite máximo
fixado pelo Senado Federal;
XVII - ordenar ou autorizar a abertura de
crédi to em desacordo com os limites estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;
XVIII - deixar de promover ou de ordenar,
na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a
consti tuição de reserva para anular os efeitos de
operação de crédito realizada com inobservância de
limite, condição ou montante estabelecido em lei;

Vt1 l
8

XIX - deixar de promover ou de ordenar a


liquidação integral de operação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os
respectivos Juros e demais encargos, até o
encerramento do exercício financeiro;
XX ordenar ou autorizar, em desacordo
com a lei, a realização de operação de crédito com
qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive
suas entidades da administração indireta, ainda que
na forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente;
XXI captar recursos a tí tulo de
antecipação de receita de tributo ou contribuição
cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;
XXII ordenar ou autorizar a destinação
de recursos provenientes da emissão de títulos para
finalidade diversa da prevista na lei que a
autorizou;
XXIII - realizar ou receber transferência
voluntária em desacordo com limite ou condição
estabelecida em lei.
....... .. .. .... . . . .... . .... . .. .... . .. . . . . . . . " (NR)

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as


leis de finanças públicas:
I deixar de divulgar ou de env~ar ao Poder
Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão
fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei;
II propor lei de diretrizes orçamentárias anual
que nao contenha as metas fiscais na forma da lei;

fl;t-L \
9

III - deixar de expedir ato determinando limitação


de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições
estabelecidos em lei;
IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e
nos prazos da lei, a execução de medida para a redução do
montante da despesa total com pessoal que houver excedido a
repartição por Poder do limite máximo.
§ 10 A infração prevista neste artigo é punida com
multa de trinta por cento dos vencimentos anua1S do agente que
lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua
responsabilidade pessoal.
,
§ 2o A infração a que se refere este artigo sera
processada e julgada pelo Tribunal de Contas a que competir a
fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa
jurídica de direito público envolvida.
Art . 60 Esta Lei entra em v1gor na data de sua
publicação.
:2~ de
~

CAMARA DOS DEPUTADOS, de 2000


~.çao a. ;:"nop ••

EMENTA
Altera e acresce dispos
• a
s ao Decreto-lei n? 2.848, de 07 de d ~ mbro de 1940 - Código
PODER EXECUTIVO
Penal, a lei n? 1.079, de 10 de abril de 1950, e ao Decreto-lei n? 201, de 27 de fevereiro de
1967. e dá outras providências. (Instituindo o regime de gestão fiscal responsáve~ mediante a (MS C N? ' 486/99)
previsão de c?nduta que tipif~cam novos crimes comuns e de responsabilidade contra as finanças
n,;hl ;,..",,,, I'> '" lI'>; (")r/"';~o ltáriaJ
ANDAMENTO Sancionado ou promulgado •,

'.'

Publicado no Diário Oficial de

MESA
Despacho: A Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.
Vetado

PlENARIO
Razões do veto-publicadas no
19.04.99 E I i d o e vai eco jjjJ/Y{f33--, pág.f752.-tf <!DL OJ.. ~
a i mp r i mi r .

RRp: DCD-º-5..J~~J,93h' póg~5pp, col.D í


COORDENAÇÃv DE COMISSOES PERMANENTES
19.04.99 Encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.

COMISSÃO DE CON~TiTUICAO B JUSTICAEDE 'RED~ÇÃO


15.05.99 Di s tribuido ao relator, Dep. Nc L~ O N OTOCH. •

COMISS~O DE CONsTITUIÇAOEJUSTIÇAE DE REDAÇAo


19.01.00 Parecer do relator, Dep. NELSON OTOCH, pela Constitucionalidade, Juridicidade,
T~cnica Legislativa e, no m~rito, pela aprovaçao, com subst i tutivo. ' .

COMISsão O~ CONSTITUIÇ~O E JUSTlÇA E DE REDAÇAo


12.04.00 Aprovado o parecer ora reformulado do relator, Dep. NELSON OTOCE, pela constitu-
cionalidade, juridicidade, t~cnica legislativa e , no mérito, pela aprovação, ~

com substitutivo, contra os votos dos D~~s; Antonto Carlos B~scai~,'Ge~aldo M~gela,
- ~ ... - .
Jose GenoLno, Marcelo Deaà, Ibrahim abi-Ackel, Osvaldo Sobrinho, José Antonio
Almeida, Sérgio Miranda,

VI DE \J E ~, SO . . . . . . . . . . ..
COI 3 , 21 .01 .040· 0 IAG0/98 1

ANDAMENTO

~~ 621/99 (Verso da folha n Q Dl)

PRONTO PARA A ORDEM DO DIA

17.04.00 t lido e vai a imprimir, tendo parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, pela constitucional.!..

dade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação, com substitutivo, contra os votos dos

Deps. Antônio Carlos Biscaia, Geraldo Magela, José Genoíno, Marcelo Déda, Ibrahi m Abi-Ackel, Osvaldo Sobrinho,

José Antônio Almeida, Sérgio Miranda e Jair Bolsonaro, com votos em separado dos Deps. José Genoíno, José Dir

ceu, Antônio Carlos Biscaia, Marcelo Déda, Waldir Pires, Ricardo Fiúza, Sérgio Miranda e Jo s é Antônio Al meida.
(PL 621-A/99).

PLENÁRIO
18.04.00 Discussão em Turno Único.
Adiada a discussão por falta de "quorum".

PLENÁRIO
25.04.00 Discussão em Turno Único.
Adiada a discussão, em face do encerramento da Sessão.

PLENÁRIO
02.05.00 Discussão em Turno Único.
Discussão não realizada por falta de "quorum".

PLENÁRIO
03.05.00 Discussão em Turno Único.
Adiada a discussão, em face do encerramento da Sessão.

PLENÁRIO
Apresentação de Requerimento pelos Dep. Arnaldo Madeira, Líder do Governo; Inocêncio Oliveira, Líder do PFL;
Mendes Ribeiro Filho, na qualidade de Líder do PMDB; Ode1mo Leão, Líder do PPB e Aécio Neves, Líder do Bloco
PSDB/PTB, solicitando, nos termos do artigo 155 do RI, URG~NCIA para este projeto.

Continua ••••••.....• (F1s. 02).

GLZ
666~ /~ Z9 oN l d
8L :alo1
,
. \.,J.\."'Hnl-\ lJU~ Llt:.ru 'I"\LlV,o:, r'HUJC lU I\j V PL. 621/99 GOnllnUaçao (Folha 02).
CEL· S.ção d. Sinop ••

ANDAMENTO

PLENÁRIO
09.05.00 Discussão em Turno Único.
Aprovado requerimento dos Dep. Arnaldo Madeira, Líder do Governo; Inocêncio Oliveira, Líder do PFL; Mendes
Ribeiro Filho, na qualidade de Líder do Bloco PMDB/PST/PTN; Ode Imo Leão, Líder do PPB e Aécio Neves, Líder
do Bloco PSDB/PTB, apresentado no dia 03.05.00~ solicitando, nos termos do Art. 155 do RI, URGftNCIA para
este projeto; SIM-290, NÃO-lO, ABST-Ol, TOTAL-jOl.
Retirado da pauta do Ordem do Dia, de ofício.

PLENÁRIO
10.05.00 Discussão em Turno Único.
Retirado o requerimento do Dep. Aloizi o Mercadante, Líder do PT, solicitando a retirada da pauta da Ordem
do Dia, deste projeto.
Discussão do projeto pelos Dep. Sérgio Miranda, Nelson Otoch, José Genoino, Ayrton Xerêz, Nelson Pellegrino,
Ricardo Barros, Avenzoar Arruda, Luiz Carlos Hauly, Babá, Henrique Fontana, Virgílio Guimarães, José Roberto
Batochio, Geraldo Simões, Professor Luizinho, Wellington Dias,Arnaldo Faria de sá, João Magno.
Encerrada a discussão em face do en~erramento da sessão.

PLENÁRIO
11.05.00 Continuação d~ discussão em Turno Únic o .
fncerrada a discus~ão.
Apres e ntação de 13 Emendas de Plenário, assim distribuidas: emenda 01 (retirada, deixa de ser publicada);
emendas 02 a 06; 09 a 11, pelo Dep. Walter Pinheiro; emenda 12, pelo Dep. Regis Cavalcante e emenda 13,
pelo Dep. Dr. Hélio.
Adiada a votação, de ofício.

PRONTO PARA A ORDEM DO DIA

I I . 05 . OO t lid o e vai a i mpri mir, t e ndo par ece r da Co m is s ã o de Constituição e Ju s tiça e de Redação, pela constitucion~
lidad e , juridicidade, têcnica le 9 i s lativa e, no mêrito, pel a ap rova ç ã o , co m substitutivo, contra os votos dos
De ps. Ant6nio Carlos Biscaia, Geraldo Magela, Josê Genofno, Marcel o Dêda, Ibrahim Abi-Ackel, nsvaldo Sobrinho,
J osê Ant6ni o Al me ida, Sêr g io Miranda e Jair Bo I sonaro, c om vot o s e m sep ara d o d os De ps . Josê Genofno, Josê Di r

ceu, Ant6nio Carlos Biscaia, Marcelo Dê da, Waldir Pires, Ricardo Fiúza, Sêrgio Miranda e Josê Antônio de AI
meida. EMENDAS DE PLENARIO: Pendentes de parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.

(PL 621-B/99).

(vide verso).

C DI .1 ;' 1 1)10 11 1 H I\ (JO ""1R


,

• •

CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO Nº PL. 621/99 Continuação (verso fI. 02).
CEL - &.çõo d. Si.op ••

ANDAMENTO
PLENAAIO
16.05.00 Votação em Turno Único.
Adiado, para o dia 17.05.00.

PLENAAIO
17.05.00 Votação em Turno Único.
Rejeitado o requerimento do Dep. Walter Pinheiro, na qualidade de Líder do PT, solicitando a retirada da
pauta da Ordem do Dia deste projeto.
Designação do Relator, Dep. Nelson Otoch, para proferir parecer às Emendas de plenário, em substituição
a CCJR; que conclui pela inconstitucionalidade, com emenda de redação.
Encaminhamento da votação pelos Dep. Fernando Coruja, Ricardo Barros, José Genoino e Pauderney Avelino.
Em votação o substitutivo da CCJR, ressalvados os destaques: Aprovado.
Em votação as Emendas de plenário de 01 a 13, com pareceres contrários, ressalvados os destaques: Rejei-
tadas.
Aprovado o requerimento do Dep. Arnaldo Madeira, Líder do Governo, solicitando a votação , em globo, dos
destaques simples.
Em votação, em globo, dos destaques simples: Rejeitados.
Em votação a supressão do artigo lQ do substitutivo do relator da CCJR, objeto de DVS do Dep. Walter
Pinheiro: Mantido no texto.
Verificação de Votação, solicitada pelo Dep. Professor Luizinho: SIM-316; Não-lOO; Abst-Ol; TOTAL-417:
Mantido no texto.
Em votaçao a supressão do artigo 2Q do substitutivo do relator da CCJR, objeto de DVS do Dep. Walter
Pinheiro : Mantido no texto.
Em votação a Emenda de plenário n Q 13, objeto de DVS do Dep. Aloízio Mercadante: Rejeitada.
Em votação a Emenda de plenário n Q 12, objeto de DVS d.o Dep. Regis Cavalcante: Rejeitada.
Em votação a Emenda de redação do relator da CCJR: Aprovada.
Prejudicado o projeto inicial e demais destaques.
Em votação a Redação Final, oferecida pelo Relator, Dep. : APROVADA
Vai ao Senado Federal.
(PL. 621-C/99).

MESA
REMESSA AO SENADO FEDERAL, ATRAVÉS DO OF.

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COI 3 . 21 .01 .041 -8 IAG0/98 J


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SL :a101
,
PARECERES AS
EMENDAS
OFERECIDAS
,
EM
PLENARIOAO
PROJETO DE LEI
N° 621-B, 1999

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DET AQ
Sessão: 084.2.51.0 Sessão Ordinária CD Data: 17/05/00

PARECER DO RELATOR DESIGNADO PELA MESA, EM SUBSTITUiÇÃO À

COMISSÃO DE CONSTITUiÇÃO E JUSTiÇA E DE REDAÇÃO, ÀS EMENDAS

OFERECIDAS EM PLENÁRIO AO PROJETO DE LEI N° 621-B, DE 1999.

O SR. NELSON OTOCH (Bloco/PSDB-CE. Para emitir parecer. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Projeto de Lei nO 621-B, de

1999, deu entrada nesta Casa em maio de 1999.

Durante cerca de oito meses, tive oportunidade de acompanhar os trabalhos

da Comissão Especial designada para estudar o Projeto de Lei Completar nO 18,

sobre responsabilidade fiscal, hoje lei já vigente. Nesse período, a Casa debateu

• intensamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, na Comissão Especial, tendo sido

aprovado o relatório por maioria quase absoluta.

Adequado o Projeto de Lei Ordinária nO 621, de 1999, àquilo que

preceituava o projeto de lei complementar, tivemos oportunidade de constituir

Comissão Suprapartidária dentro da Comissão de Constituição e Justiça e de

Redação, composta de alguns Deputados de maior experiência na área penal,

como Luiz Antonio Fleury, Mendes Ribeiro Filho, Arnaldo Madeira, José Carlos

Aleluia e Gerson Peres, além da Assessoria Ministerial. E, durante sessenta dias,

• discutimos exaustivamente o substitutivo, porque o projeto que veio do Executivo,

no nosso entendimento, caracterizava alguns ilícitos que acreditávamos não

deveriam ser penais.

O substitutivo aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de

Redação, em abril, e que ora vem ao plenário é bem mais modificado que o projeto

oriundo do Executivo, que deu entrada aqui em maio de 1999. Existiam medidas

que previam até a cassação de mandatos de Prefeitos, mas que foram retiradas.

1
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DET AQ
Sessão: 084.2.51.0 Sessão Ordinária CD Data: 17/05/00

Hoje há sanções administrativas a essas autoridades, com penas pecuniárias,

relacionadas aos seus vencimentos. O que ocorre? Realmente foram mantidos

alguns artigos, abrandadas as penas de ilícito penal.

Srs. Deputados, às vezes não entendo por que um ou outro Parlamentar se

posiciona contra esse Projeto de Lei nO 621, de 1999, com argumentos que nada

têm a ver com o problema. Esse projeto de lei ordinária vai dar condição para que a

Lei de Responsabilidade Fiscal seja executada; vai dizer o que obrigatoriamente os

gestores da administração pública têm de fazer e expressamente o que não podem

fazer sob nenhum pretexto .

• Apresentada essa explicação da tramitação demorada de um ano desta

matéria, na Casa, quando foi discutida exaustivamente na Comissão de

Constituição e Justiça e de Redação e aprovada por ampla maioria, dos aspectos

tratados, destacamos como de maior relevo: tipificação da contratação de operação

de crédito feita sem obediência à lei; punição da inscrição de despesas não

empenhadas em restos a pagar; apenamento do agente público que assumiu a

obrigação no último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser

paga no mesmo exercício financeiro; punição a quem deixar de divulgar relatório de

• gestão fiscal; tipificação da conduta consistente em ordenar despesa não

autorizada; cominação de pena pela prestação de garantia graciosa;

responsabilidade penal do administrador que não reduzir despesa com pessoal que

aumentar essas despesas no último ano do mandato ou legislatura ou que não

cancelar restos a pagar.

Chamo atenção especial dos companheiros Parlamentares para o fato de

que a sociedade brasileira está cansada de ver se exaunrem recursos que

2
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DET AQ
Sessão: 084.2.51.0 Sessão Ordinária CD Data: 17/05/00

deveriam ir para segurança, saúde e educação, e que sao oferecidos ,

graciosamente, por Prefeitos, gestores da administração pública, que, não tendo

eleito seus correligionários, agravam a situação do Município, que fica sem

condições financeiras de saldar os compromissos .

Com penas de detenção e reclusão que variam de acordo com sua

gravidade - de seis meses a dois anos e de um a quatro anos, para os novos tipos

do Código Penal - também criamos, neste substitutivo, adendo de redação ao art.

339 do Código Penal, que trata da denunciação caluniosa, exatamente para

proteger os Prefeitos dos 5 mil e 500 Municípios brasileiros que, embora realizando

um trabalho administrativo ético e producente , em obediência à Lei de

Responsabilidade Fiscal, possam ter, por futrica ou inimizade política, por interesse

menor, denúncia graciosa de má fé. Caracterizada essa denúncia - e aí eu chamo

a atenção de V.Exas. para o fato de que esse dispositivo significa proteção para os

gestores honestos - a pena é de dois a oito anos de detenção. Então, não

podemos argumentar que existem penalidades duras para aqueles que a

infringirem.

Sr. Presidente, Sras . e Srs. Deputados, Código Penal foi feito para marginal;

tem que ser temido por infrator de legislação. Os homens de bem, os

administradores públicos honestos não têm que temê-lo . No entanto, se cometem

ilícito penal, têm que responder por aquele ilícito cometido.

Eu traria, só para não voltar ao passado, apenas dois casos recentes que

ocupam a mídia nacional. Na cidade de São Paulo, o Prefeito Celso Pitta , que está

sendo acusado de uma série de ações, além da improbidade administrativa, que é

sanção penal diferente da de responsabilidade fiscal, incorreria, nesta lei, se ela já

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Ofício n° , VV B (SF) Brasília, em I:; de outubro de 2000,

Senhor Primeiro-Secretário,

Comunico a Vossa Excelência que, aprovado sem alterações pelo


Senado Federal, em revisão, foi encaminhado ao Excelentíssimo Senhor Presidente da
República, para os fins constantes do art. 66 da Constituição Federal, o Projeto de Lei da
Câmara nO 21 , de 2000 (PL nO 621 , de 1999, nessa Casa), que "altera o Decreto-Lei
n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, a Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950,
e o Decreto-Lei n° 201 , de 27 de fevereiro de 1967" .
Por oportuno, informo a Vossa Excelência que o texto do projeto
aprovado pelo Senado Federal, foi adequado à Lei Complementar n° 95, de 26 de fevereiro
de 1998.

Atenciosamente,

Senador Nabor Júnior


Primeiro-Secretário, em exercício

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Em,-i9J 4..a / ~U,
SECR ~ T ,~ RIA
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Ao Senhor
Secretá l i ~ (1 . U (! I · ~ sa .

_ -- -f'WVJ!
A Sua Excelência o Senhor -üepú tad 'L: i
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AIA J AGUIAR
Deputado Ubiratan Aguiar Primeiro S4ic(lltál ~0
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Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados . . " oi" , . -" .,'

Ess/PlcOO-021 AR UIVE-S
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Oficio n° /.[P.f (SF) Brasília, em JJ(/ de outubro de 2000,

Senhor Primeiro-Secretário,


Encaminho a Vossa Excelência, para os devidos fins, o incluso
autógrafo do Projeto de Lei da Câmara n° 2 L de 2000 (PL n° 621, de 1999, nessa Casa),
sancionado pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República e transformado na
Lei n° 10.028, de 19 de outubro de 2000, que "altera o Decreto-Lei nO 2.848. de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, a Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, e o
Decreto-Lei nO201, de 27 de fevereiro de 1967".
\

Atenciosamente,

• Senador Carlos Patroclnio


Primeiro-Secretãrio, em exerclcio

PRIMEIRA SECR ~ TARIA


~~~~-------------

Anf)UIVE.
Em, .$!.rp! I f).fY...u. -lo Ao Se nhol
Secrctál i') G:::rui elo esa.
W\.
DepUfado UBI RAT AN UIAR
Secret Hio - C; Primeiro Secretário

A Sua Ex elência o Senhor


Deputado Ubiratan Aguiar
Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados
faa/plcOO-21
",'
.'

Altera o Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de


1940 - Código Penal, a Lei nO1.079, de 10 de abril
de 1950, e o Decreto-Lei nO201 , de 27 de fevereiro
de 1967.

o Congresso Nacional decreta:


Art. 1° O art. 339 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa a
vigorar com a seguinte redação:
" Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
,
• sabe inocente:" (NR)
"Pena - ................... .... ....... .... ....... .... ........ ........... .... .... .... .... ................... "
" §1 ° ..... ............. ... ................. .... ... .......................................................... "
"§ 20 .... .. ........ ............. ................................................. .... .... ......... ..... .... ."
Art. r O Título XI do Decreto-Lei n° 2.848, de 1940, passa a vigorar acrescido
do seguinte capítulo e artigos:

"CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS" (AC)*

"Contratação de operação de crédito" (AC)


"Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno
ou externo, sem prévia autorização legislativa: " (AC)
"Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos." (AC)
"Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou
realiza operação de crédito, interno ou externo:" (AC)
"I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido
em lei ou em resolução do Senado Federal ;" (AC)
"lI - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite
máximo autorizado por lei." (AC)
"Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar" (AC)
"Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei: " (AC)

• AC = Acréscimo.
2

"Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos." (AC)


"Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura" (AC)
"Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a
ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa: " (AC)
"Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos." (AC)
"Ordenação de despesa não autorizada" (AC)
"Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:" (AC)
"Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos." (AC)
"Prestação de garantia graciosa" (AC)
"Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igualou superior ao valor da garantia
, prestada, na fonna da lei: " (AC)
"Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano." (AC)
"Não cancelamento de restos a pagar" (AC)

"Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao
pennitido em lei:" (AC)
"Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos." (AC)
"Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou
legislatura" (AC)

• "Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de


despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: " (AC)
"Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos." (AC)
"Oferta pública ou colocação de títulos no mercado" (AC)
"Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a
colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que
tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema
centralizado de liquidação e de custódia: " (AC)
"Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos." (AC)
Art. 3° A Lei n° 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
"Art. 1O... .... ............................................................................................. .. ..
"
"5) deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada,
nos prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor
resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal ;" (AC)
3

"6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os


limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição
legal ;" (AC)
"7) deixar de promover ou de ordenar na forma da lei , o cancelamento,
a amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de operação
de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ;" (AC)
" 8) deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação
de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos
juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro ;" (AC)
"9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei , a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente;" (AC)
"10) captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou

contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;" (AC)
" 11) ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;"
(AC)
" 12) realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei." (AC)

• "Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do


Presidente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no
exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando
por eles ordenadas ou praticadas." (AC)
"Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e
respectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais
Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do
Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do
Distrito Federal, e aos Juízes Diretores de Foro ou função equivalente no
primeiro grau de jurisdição." (AC)
"Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do
Procurador-Geral da República, ou de seu substituto quando no exercício da
chefia do Ministério Público da União, as condutas previstas no art. 10 desta
Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas." (AC)
"Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se: (AC)
"I - ao Advogado-Geral da União;" (AC)
4

"lI - aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos


Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos
Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos membros do
Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União,
das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de
função de chefia das unidades regionais ou locais das respectivas
instituições." (AC)
"Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às autoridades a

• que se referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso 11 do parágrafo


único do art. 40-A, as ações penais contra elas ajuizadas pela prática dos
crimes de responsabilidade previstos no art. 10 desta Lei serão processadas e
julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei n° 8.038, de 28 de maio de
1990, permitido, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia." (AC)
Art. 4° O art. 1° do Decreto-Lei n° 201 , de 27 de fevereiro de 1967, passa a

vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1° .... ......... ...... ..... ............. ... .................................................. .... ......... ..

"XVI - deixar de ordenar a redução do montante da dívida


consolidada, nos prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar
o valor resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado
Federal;" (AC)
"XVII - ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com
os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei

• orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição


legal;" (AC)
"XVIII - deixar de promover ou de ordenar, na fOnlla da lei, o
cancelamento, a amortização ou a constituição de reserva para anular os
efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite,
condição ou montante estabelecido em lei;" (AC)
"XIX - deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de
operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os
respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercício
financeiro ;" (AC)
"XX - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação,
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente;" (AC)
"XXI - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;" (AC)
5

"XXII - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da


emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou ;"
(AC)
"XXIII - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo
com limite ou condição estabelecida em lei." (AC)

Art. 5° Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:


I - deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de
Contas o relatório de gestão fiscal , nos prazos e condições estabelecidos em lei;
II - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas
fiscais na forma da lei;
III - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e
movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;
IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a
execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver
excedido a repartição por Poder do limite máximo.
§ 1° A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento

dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua
• responsabilidade pessoal.
§ 2° A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo
Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da
pessoa jurídica de direito público envolvida.
Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em /1 de outubro de 2000

Senador

Ess/PlcOO-021
Aviso nº 1.794- C. Civil.

Em 19 de outubro de 2000.

• Senhor Primeiro Secretário,

Encaminho a essa Secretaria Mensagem com a qual o ExcelenlÍssimo Senhor


Presidente da República restitui dois autógrafos do texto aprovado do Projeto de Lei nº 21. de 2000
J (nº 621199 na Câmara dos Deputados) , que se converteu na Lei nº 10. 02 8 , de 19 de ou t u-
bro de 2000.
I
Atenciosamente.

• /
/

( PEDRO PARENTE
Chefe da Casa Civil
da Presidência da República

A Sua Excelência o Senhor


Senador RONALDO CUNHA LIMA
Primeiro Secretário do Senado Federal
BRASÍLIA-DF.
Mensagem I r 1.476
l
II

Senhores Membros do Congresso NacionaL

Nos termos do artigo 66 da Constituição FederaL comunico a Vossas Excelências


que acabo de sancionar o projeto de lei que "Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal, a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, e o Decreto-Lei nº 20 L de 27 de
fevereiro de 1967". Para o arquivo do Congresso Nacional. restituo, nesta oportunidade. dois
autógrafosdotextooraconvertidonaLeinº 10.028, de 19 de outubro de 2000.

Brasília, 19 de outubro de 2000.


LEI Nº 10. O2 8 , DE 19 DE OUTUBRO DE 2000.

Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de


dezembro de 1940 - Código Penal. a Lei n~
1.079, de 10 de abril de 1950, e o DecreLo-
Lei nº 20 L de 27 de fevereiro de 1967.

,
O PRESIDENTE DA REPUBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancIono a segUll1Le
Lei:

Art. I º O ar!. 339 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa a


vigorar com a seguinte redação:

"Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial.


instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:" (NR)

"Pena - ........... ................ ... ............... ............................... ... ... .... ..... ... .. ..... ... ...... ..... .... .. "

"§ 1º ..................... .................................................. ... ......... .. ........... .... ... ..... .... ..... ... ...... ,

,,§ 2º ....... .............. ..................... ....... ...... ....... .. .. ... ...... ............. ........ ... ... ...... ...... .... ...... ."

Art. 2º O Título XI do Decreto-Lei nº 2.848, de 1940, passa a vigorar acrescido do


seguinte capítulo e artigos:

"CAPÍTULO IV
,
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PUBLICAS" (AC)
.
"Contratação de operação de crédito" (AC)

"Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito. interno ou externo,


sem prévia autorização legislativa:" (AC)

"Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos." (AC)

"Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação
de crédito, interno ou externo:" (AC)

"I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em


resolução do Senado Federal;" (AC)
FI. 2 da Lei nº 10. O2 8, de 19. 10 . 2 OOO .

"1I - quan do o mon tante da dívida cons olida da ultrapassa o


auto rizad o por lei." (AC ) limite maXIn10

"Ins criçã o de desp esas não emp enha das em restos a paga r" (AC )

"Art. 359- B. Orde nar ou autorizar a inscrição em restos a pagar,


de despesa que não
tenha sido prev iame nte emp enha da ou que exce da limi te estab elec
ido em lei:" (AC)
"Pen a - dete nção , de 6 (seis) mese s a 2 (dois) anos ." (AC )

"Ass unçã o de obri gaçã o no último ano do man dato ou legislatura"


(AC)
·'Art. 359- C. Orde nar ou auto rizar a assu nção de obrigação.
nos dois últimos
quad rime stres do último ano do mandato ou legislatura. cuja desp
esa não possa ser paga no
mesm o exer cício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exer
cício seguinte. que não
tenha cont rapa rtida suficiente de disp onib ilida de de caix a:" (AC )

"Pen a - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos ." (AC )

"Ord enaç ão de desp esa não auto rizad a" (AC)

"Art . 359- D. Orde nar desp esa não auto rizad a por lei:" (AC )

"Pen a - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos ." (AC )

"Pre staçã o de garantia grac iosa " (AC )

"Art . 359- E. Pres tar gara ntia em oper ação de crédito sem que tenh
a sido cons tituí da
cont raga ranti a em valo r igua lou supe rior ao valo r da gara ntia pres
tada, na forma da lei:"
(AC)
"Pen a - dete nção , de 3 (três) mese s a 1 (um) ano. " (AC )

"Nã o canc elam ento de restos a paga r" (AC)

"Art . 359- F. Deix ar de ordenar, de auto rizar ou de prom over


o cancelamento do
mon tante de restos a pagar inscrito em valo r superior ao perm itido
em lei:" (AC)
"Pen a - dete nção , de 6 (seis) mese s a 2 (dois) anos ." (AC )

"Au men to de desp esa total com pessoal no últim o ano do man dato
ou legislatura"
(AC )

"Art . 359- G. Ordenar, auto rizar ou exec utar ato que acarrete aum
ento de desp esa
total com pessoaL nos cento e oiten ta dias anteriores ao final do man
dato ou da legislatura:"
(AC )

"Pen a - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos ." (AC )

"Ofe rta públ ica ou colo caçã o de títulos no merc ado" (AC )

FI. 3 da Lei nU 10. 02 8, de 19. 10 . 2 OOO .

"Art. 359-H. Ordenar. autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no


mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem
que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia:" (AC)

"Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos." (AC)

Art. 3º A Lei nº 1.079. de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as seguintes


ai terações:

··Art. 10 .................................... .............. ................................................. .... .... .... ........... .

"5) deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada. nos prazos


estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;" (AC)

"6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites


estabelecidos pelo Senado Federal. sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito
adicional ou com inobservância de prescrição legal ;" (AC)

"7) deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento, a amortização


ou a constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com
inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ;" (AC)

"8) deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito


por antecipação de receita orçamentária. inclusive os respectivos juros e demais encargos.
até o encerramento do exercício financeiro;" (AC)

"9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito


com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente;" (AC)

"10) captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo


fato gerador ainda não tenha ocorrido;" (AC)

"11) ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos


para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;" (AC)

"12) realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou


condição estabelecida em lei." (AC)

"Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do


Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as
condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas." (AC)

"Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e respectivos


substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais de
F!. 4 da Lei nº 10. 028 , de 19. 10 . 2 OOO .

Contas. dos Trib unai s Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais


. dos Tribunais de Justiça
e de Alçada dos Estados e do Distrito Federal, e aos Juíz es Dire
tores de Foro ou função
equivalente no primeiro grau de juris diçã o." (AC)

"Art. 40-A . Constituem. também. crimes de resp onsa bilid ade do Proc
urador-Geral da
República, ou de seu substituto quando no exercício da chef ia
do Ministério Público da
União, as cond utas previstas no art. 10 dest a Lei. quan do por eles
ordenadas ou praticadas."
(AC)

"Par ágra fo único. O disposto neste artigo aplic a-se :" (AC)

"1 - ao Adv ogad o-Ge ral da Uniã o;" (AC)

"II - aos Proc urad ores -Ger ais do Trabalho, Eleitoral e Militar.
aos Procuradores-
Gerais de Justi ça dos Estados e do Distrito Federal, aos Proc urad
ores -Ger ais dos Estados e
do Distrito Federal, e aos mem bros do Ministério Públ ico da
União e dos Estados. da
Adv ocac ia-G eral da União, das Procuradorias dos Esta dos e do Dist
rito Federal. quando no
exercício de função de chefia das unidades regionais ou locais das
respectivas instituições."
(AC)

"Art. 41-A. Resp eitad a a prer roga tiva de foro que assiste às auto
ridades a que se
referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso II do parágrafo únic
o do art. 40-A, as ações
pena is cont ra elas ajuizadas pela práti ca dos crimes de resp onsa bilid
ade previstos no art. 10
desta Lei serão proc essa das e julga das de acordo com o rito instituído
pela Lei nº 8.038. de
28 de maio de 1990, permitido, a todo cidadão, o ofer ecim ento da denú
ncia ." (AC)
Art. 4º O art. Iº do Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967
com a seguinte redação: , passa a vigorar

"Art. 1º ..................................................................................................
.............. .......... .
"
"XV I - deix ar de orde nar a redução do mon tante da dívid a consolida
da. nos prazos
estab elec idos em lei, quando o mon tante ultrapassar o valo r resultant
e da aplicação do limite
máx imo fixado pelo Sena do Federal;" (A C)

"XV II - orde nar ou autorizar a abertura de crédito em desacord


o com os limites
estabelecidos pelo Sena do Federal, sem fundamento na lei orça men
tária ou na de crédito
adicional ou com inob serv ânci a de prescrição legal;" (AC )

"XVIII - deix ar de prom over ou de ordenar, na forma da lei,


o cancelamento. a
amo rtiza ção ou a constituição de reserva para anular os efeitos
de operação de crédito
realizada com inob serv ânci a de limite, condição ou mon tante estab
elec ido em lei;" (AC)
"XIX - deix ar de prom over ou de orde nar a liquidação integral
de operação de
crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os resp
ectivos juro s e demais
encargos, até o ence rram ento do exercício financeiro;" (AC )
FI. 5 da Lei nº 10. O2 8, de 19. 10 . 2 OOO .

"XX - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de


crédito com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da
administração indireta, ainda que na forma de novação , refinanciamento ou postergação de
dívida contraída anteriormente; " (AC)

"XXI - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição


cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;" (AC)

"XXII - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão dc


títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; " (AC)

"XXIII - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou


condição estabelecida em lei. " (AC)

" ... ...................................... ..... .. ... ................................................... ...... ....... ... .. .... ...... .. .,

Art. 5º Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas:

I - deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o


relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei ;

li - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na
forma da lei;

UI - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação


financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;

IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei , a execução de


medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição
por Poder do limite máximo.

§ 1º A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento dos
vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua
responsabilidade pessoal.

§ 2º A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo Tribunal de
Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de
direito público envolvida.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

*AC = Acréscimo

Brasília, 19 de outubro de 2000; 179º da Independência e 112º da República.


Aviso n" 1.794- C. Civil.

Em 19 de outubro de 2000.

Senhor Primeiro Secretário,

Encaminho a essa Secretaria Mensagem com a qual o Excelentíssimo Senhor


Presidente da República restitui dois autógrafos do texto aprovado do Projeto de Lei nº 21. dc 2000
(nº 621/99 na Câmara dos Deputados), que se converteu na Lei nº 10.028, de 19 de outu-
bro de 2000.

Atenciosamente.

/
/

( PEDRO PARENTE
Chefe da Casa Civil
da Presidência da República

A Sua Excelência o Senhor


Senador RONALDO CUNHA LIMA
Primeiro Secretário do Senado Federal
BRASILIA-DF.
e, Vlensagem
A l)
n- 1. 476

Senhores Membros do Congresso Nacional,

Nos termos do artigo 66 da Constituição FederaL comunico a Vossas Excelências


que acabo de sancionar o projeto de lei que "Altera o Decreto-Lei nº 2.848. de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal, a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, e o Decreto-Lei nº 20 L de 27 de
fevereiro de 1967". Para o arquivo do Congresso Nacional, restituo, nesta oportunidade. dois
autógrafos do texto ora convertido na Lei nº la. O2 8, de 19 de outubro de 2000. ~

Brasília, 19 de outubro de 2000.


LEI Nº 10. 028 , DE 19 DE OUTUBRO DE 2000.

Altera o Decreto-Lei nº 2.848. de 7 de


dezembro de 1940 - Cód igo Pcnal. a Lei n"
1.079. de 1O de abril de 1950. e o DecrcLo-
Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967.

O PRESIDENTE DA
REPUBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
Lei: sanCIOno asco UIl1 Le ~

Art. I º O art. 339 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. passa a


vigorar com a seguinte redação:

"Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial , de processo judiciaL


instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:" (NR)

"Pena - .... ............................. ..... .............. ........ ........... .............................. ............. ........ ,

"§ 1º ...... .. .... ... ......................... ... ......... .... ... ...... .... .. .... ........ ...... ................ ..................... ,

,,§ 2º ........................................................................................................ .. ........ ........... "

Art. 2º O Título XI do Decreto-Lei nº 2.848, de 1940, passa a vigorar acrescido do


seguinte capítulo e artigos:

"CAPÍTULO IV
DOS CRlMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS" (AC)°

"Contratação de operação de crédito" (AC)

"Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito , interno ou externo,


sem prévia autorização legislativa:" (AC)

"Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos." (AC)

"Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena. autoriza ou realiza operação
de crédito, interno ou externo:" (AC)

"I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em


resolução do Senado Federal;" (AC)
FI. 2 da Lei nº 10. O2 8, de 19. 10 . 2 OOO .

"lI - quan do o mon tante da dívid a cons olida da ultra pass a o limit
e máx imo
auto rizad o por lei." (AC )

"Ins criçã o de desp esas não emp enha das em resto s a pagar" (AC )

"Art . 359- B. Orde nar ou auto rizar a inscrição em resto s a pagar.


dc desp esa que não
tenh a sido prev iame nte emp enha da ou que exce da limit e estab elec
ido em lei:" (AC )

• "Pen a - dete nção . de 6 (seis) mese s a 2 (dois) anos ." (AC )

"Ass unçã o de obri gaçã o no últim o ano do man dato ou legis latur a"
(AC )
·'Art. 359- C. Orde nar ou auto rizar a assu nção de obri gaçà o.
nos dois últim os
quad rime stres do últim o ano do man dato ou legislatura. cuja desp
esa nào poss a ser paga no
mesm o exer cício finan ceiro ou, caso reste parc ela a ser paga no
exer cício seguinte. que não
tenh a cont rapa rtida sufic iente de disp onib ilida de de caix a:" (AC )

"Pen a - reclu são, de 1 (um) a 4 (qua tro) anos ." (AC )

"Ord enaç ão de desp esa não auto rizad a" (AC )

"Art . 359- D. Orde nar desp esa não auto rizad a por lei:" (AC )

"Pen a - reclu são, de 1 (um) a 4 (qua tro) anos ." (AC )

"Pre staç ão de gara ntia grac iosa " (AC )

"Art . 359- E. Pres tar gara ntia em oper ação de créd ito sem que tenh
a sido cons tituí da
cont raga ranti a em valo r igua lou supe rior ao valo r da gara ntia
pres tada . na forma da lei:"
(AC )
"Pen a - dete nção , de 3 (três) mese s a 1 (um) ano. " (AC )

"Nã o canc elam ento de restos a paga r" (AC )

"Art . 359- F. Deix ar de orde nar, de auto rizar ou de prom over


o canc elam ento do
mon tante de restos a paga r inscrito em valo r supe rior ao perm itido
em lei:" (AC )
"Pen a - dete nção , de 6 (seis) mese s a 2 (dois) anos ." (AC )

"Au men to de desp esa total com pess oal no últim o ano do man
dato ou legis latur a"
(AC )

"Art . 359- G. Orde nar, auto rizar ou exec utar ato que acar rete aum
ento de desp esa
total com pessoaL nos cent o e oiten ta dias ante riore s ao final do
man dato ou da legislatura:"
(AC )

"Pen a - reclu são, de 1 (um) a 4 (qua tro) anos ." (AC )

"Ofe rta públ ica ou colo caçã o de títul os no merc ado" (AC )
FI. 3 da Lei nº 10. O2 8, de 19. 10 • 2 OOO .

" Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no


mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem
que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia:" (AC)

" Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. " (AC)

Art. 3º A Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, passa a vigorar com as seguintes


aI terações:

·'Art. 1O..... ........... .. ..... .... .......... ... ..... .. ....... .. .... .......................................... .. ............... ....

'(5) deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada. nos prazos


estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;" (AC)

'(6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites


estabelecidos pelo Senado Federal. sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito
adicional ou com inobservância de prescrição legal;" (AC)

'(7) deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento, a amortização


ou a constituição de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com
• inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei;" (AC)

'(8) deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito


por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos.
até o encerramento do exercício financeiro;" (AC)

'(9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito


com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
anteriormente;" (AC)

"10) captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo


fato gerador ainda não tenha ocorrido;" (AC)

"11) ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos


para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;" (AC)

'(12) realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou


condição estabelecida em lei." (AC)

"Art. 39-A. Constituem, também , crimes de responsabilidade do Presidente do


Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as
condutas previstas no art. 10 desta Lei , quando por eles ordenadas ou praticadas." (AC)

" Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e respectivos
substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais de

FI. 4 da Lei nº 10. 02 8, de 19. 10 . 2 OOO .

Con tas, dos Trib unai s Regi onai s Fede rais, do Trab alho e Eleitorais
, dos Trib unai s de Justi ça
e de Alça da dos Esta dos e do Distrito Federal. e aos Juíz es Dire
tores de Foro ou função
equi vale nte no prim eiro grau de juris diçã o." (AC)

"Art . 40-A. Con stitu em. tamb ém, crim es de resp onsa bilid ade do Proc
urador-Geral da
Repú blica , ou de seu subs titut o quan do no exer cício da chef ia
do Min istér io Público da
União, as cond utas prev istas no art. 10 dest a Lei, quan do por eles
orde nada s ou praticadas."'
(AC )

"Par ágra fo único. O disp osto neste artigo aplic a-se :" (AC )

"1 - ao Adv ogad o-Ge ral da União:" (AC)

"lI - aos Proc urad ores -Ger ais do Trab alho . Eleit oral e Militar.
aos Proc urad ores -
Gera is de Justi ça dos Esta dos e do Distrito Fede ral, aos Proc urad
ores -Ger ais dos Estados e
do Dist rito Fede ral, e aos mem bros do Min istér io Públ ico da
União e dos Estados. da
Adv ocac ia-G eral da União, das Proc urad orias dos Esta dos e do Dist
rito Federal. quando no
exer cício de funç ão de chef ia das unid ades regionais ou locais das
respectivas insti tuiçõ es."
(AC )

"Art . 41-A. Resp eitad a a prer roga tiva de foro que assis te às auto
ridad es a que se
refer em o pará graf o únic o do art. 39-A e o inciso II do pará graf o únic
o do art. 40-A, as açõe s
penais cont ra elas ajuiz adas pela práti ca dos crim es de resp onsa bilid
ade previstos no art. 10
dest a Lei serão proc essa das e julga das de acor do com o rito insti
tuído pela Lei nº 8.038, de
28 de maio de 1990, perm itido , a todo cida dão, o ofer ecim ento da
denú ncia ." (AC )
Art. 4º O art. lº do Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967
com a seguinte redação: , pass a a vigorar

"Art . I º ..................................................................................................
.............. .......... .
"
"XVI - deix ar de orde nar a redução do mon tante da dívid a cons olida
da. nos prazos
estab elec idos em lei, quan do o mon tante ultra pass ar o valo r resu ltant
e da aplic ação do limite
máx imo fixado pelo Sena do Fede ral;" (AC)

"XVII - orde nar ou auto rizar a aber tura de créd ito em desa cord o
com os limites
estab elec idos pelo Sena do Federal, sem fund ame nto na lei orça
men tária ou na de crédito
adicional ou com inob serv ânci a de pres criçã o lega l;" (AC )

"XVIII - deix ar de prom over ou de ordenar, na form a da lei, o


canc elam ento . a
amo rtiza ção ou a cons titui ção de rese rva para anul ar os efeit os
de oper ação de crédito
reali zada com inob serv ânci a de limite, cond ição ou mon tante estab
elec ido em lei;" (AC)
"XIX - deix ar de prom over ou de orde nar a liqui daçã o integral
de oper ação de
crédito por ante cipa ção de rece ita orça men tária , inclu sive os resp
ectiv os juro s e dem ais
encargos, até o ence rram ento do exer cício finan ceiro ;" (A C)
-

FI. 5 da Lei nº 10. 02 8, de 19. 10 . 2 OOO .

"XX - ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização


crédito com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive de operação de
suas entidades da
administração indireta, ainda que na forma de novação, refinanciame
nto ou postergação de
dívida contraída anteriormente;" (AC)

"XXI - captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou


cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido;" (AC) contribuição

"XXII - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes


títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;" (AC) da emissão de

"XXIII - realizar ou receber transferência voluntária em desacordo


condição estabelecida em lei." (AC) com limite ou

.,
Art. sº Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públ
icas:
I - deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal
relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei; de Contas o

II - propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as meta


forma da lei; s fiscais na

III - deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e


financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei; movimentação

IV - deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei.


medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que a execução de
houver excedido a repartição
por Poder do limite máximo.

§ 1º A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta


vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o paga por cento dos
mento da multa de sua
responsabilidade pessoal.

§ 2º A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo


Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamen Tribunal de
tária da pessoa jurídica de
direito público envolvida.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

*AC = Acrés cimo

Brasília, 19 de outubro de 2000; 179º da Independência e 112º da


República.

L-_________________________________________________ -
I

ISSN 141 5-1Sr

Diário REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASil


ficial
IMPRENSA NACIONAL
"~OPOOE SER VENDIDO
Ano CXXXVIII N~ 203-E Brasília - DF , sex t a-feira, 20 d e o utubro de 2000 R$ 1,2 0 SEPARADAMENTE

An I! o an ~)l) do Decrelo-Lcl n! ~ . ~ . Ht de 7 de "An 15t) I) Onl~n:lr dc'rx~,.1 11,1\1 .HlIClrIl~ldil ,,"Ir

Aviso dClcmhro de 19-W. pa"'''';t ,I \ lporar com li 'CguIO IC rcdaç:io Irl" fAL I

Esta edlçilo c compos!;! de um 100al de I::!R pagina ... "An l'W Dar Glu,a a m<aaur.Jç50 de IIl\Csug.ac;lo n:chl .... IO. 1.11.' I 1L1l1l ) .1 -l illlJ.llrPl .1111 1-
Incl uindo o Caderno Eletrônll'o com IO ~ pagino'" c o Comen - policiaI. de proCt' ......ll ludlC1:J1. 1n\luuraçào dl' ln\'e"lI~ar:l(J
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clonal com 20 aomlnlqrall\ a. IIlquern\\ CJ\ il ou açao d1..' IInrrohtdadc ad
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,all<.: IIHK'CIlII' " (NR I

" ,\rt 154 i Pn:,t;.lr ~;lr;IIHI;t t'lI\ 0rwr.u.;.uI de l'I l'

JuP '('111 qll~ lenha "'Ido l..·on"'llIuld;1 l..'tllHr.H!:U.II11I.1 L'II I \.tI,11


Sumário I!!UOII 011 ",uJ',,:nor ao \ ;dor lLl !!Jr;IIlII.1 prl· ... l.ul.l n.1 lorm.' ,\,.
.. ~ " kl '" (AC •
"P~n.. dl'ICn~'.ln_ lk " IIrl· ... ) IlIl· ... l ·.... 1 I IIInH "11 "
Ar1 ::0. O -Illul(l XI d(l Lkcrel(l , LL'1 na
0
~X-l~ , (k (AC ,
19-10. p:l ...... :I a \ I!!orar atTC"'ClcJO do !oo('gulIll to: capllulo to: anlgo ...

A"e~er
do
AIO\
LeglSlo",o
Congrcs",o "'acionai
DOS CRI~lES
"CAPITULO 1\
COr\TR ,\ AS FINANÇAS PLlHLlCAS'· ('\C ,'
"An 15'1 I ' I kl\.dr dl' ()rd\.' II.lr li\.' ;Hll,ln/;1I IIU li,
AIo ... do Poder Exccutl\ {I "Contr:Jta~'üo de operação dt' credlln" (AC ) pronlO\L'r Ii r;lIll..·dOlnu:1H1l dn IlHlIlI.IIlIL· dtO rL· ... \lI ... ,I p,I ~',H

Prc"'ldênCl:.\ da Rcpubil<.: ... 1& 1I1"'I..TIIO em \ ;l1or ",ur~.'nor ,Jt) rcnlllllJo ('111 Il'l' ,\(

Mml ... leno d3 JuslU;a 17 "An ~5tJ · A Ordenar. aUlOn/,ar ou rcalll. ... r opcraçful
dL' cred llo. IIl1Crn{l ou externo. !oocm prc\ la "ulofl/açiio k "Pl'n,1
M1nI!lICnO da ~at c nd ,1 19 gl'" 1.11 1\ a " f A( ' 1 ;tnO\' (A( ' )
Mml ... l eno do" Transporll.' ... 25
Mlnl \lr.:flO d ... Educ ... çrto 25
"AUIIlr.:nlo tk dc"'pc"';1 IOtOlI COIJI pl· ...... P;!I rHI U1l11111 1
Mlnlsteno da C ultur... li>
anil Jo mand.l1o ou Iq! .... I;l1ur;l· IAC )
MIIl1SIl.:no do Trabalho c l::.mprc~{) 21> "Par<l~ralo lIn1CO Inndc 11;1 nlc ... rt1a pt·n.1 4ur.:f1\ or
Mmlo;;leno da Pre\ Idêncra e AS~ll,lênCl.1 ,)0("1:11 dl'llJ. JulOn/,J (lU rr.:<lILl,1 opcraç;JO dL' l'f~dl1l). mll'mo o u "An YW (i Onlcna.r . ;lUtofl/.lr ou l'\L'UJI.1I .110 <IU l'
Mml l,leno da Sdúde .. .. ..... .. .. ('''lemo:'' fACI ..ICIITl'Ir.: aumento dl' dc ... JX· ... a 100al I.,·(llll IlC ...... O.11. nu ... t"l'llhl l'
M'nl o;; leno do De~cn\olvllnento. Indu\lna l' Comcn.:lll Ollenla dl;\'" antenort· ... ao 11Il;d (hl mand.uo ou d.L !cC\'"
'" com moh\cnãnnJ dr IImltl' . condl~'::ro ou lIlon
i:.xtcnor .. ...................... . 4h t<l1l1C c ... tahel ccldu cm leI ou C!lI rc~ohJ~'J() Jo ')l'nado h' latura" (ACI
Mmt\t eN) de MlIla ~ C Energia .................... " ... 41> dcr;.!!:" (ACI
MlnlSlen o do Planejamento . Orçamento c Ge'lão 54 "Pr.:na
MmlMen o das Comumcaçôc~ ... .... .. .. . 62 "li ~ quando (I montantl' da dl\ Ida t:on ...olllbda ui (AC,
Irapa ...... ;J o IIITHlt' rna'i.IITlO aUlofl/ado ror ]cl " (AC I
Mlm "teno da Clénclil c Tccnologm ...... . ...... .. 63
T nbunal de Conta ... da Unrão ...... . .............. . . .. 1>4 "Oterra puhlrt-.1 OU U1IIX.I\.UI de luulo... no 1Il1'1
" 'n ...Ulç;-IO dr.: dc ... pc ... ;.' IMO cmrcnh'ld,J~ C!1l rr.:l,ltl.., .1
Podcr Judlcláno % pagar" ('\C, cado" (ACI

Indlce 9'
"An Yil) B Ordcn;lr ou .IlI, on/ar ;1 tn ... cn~';I() em "An 359 II OrdcnJr. •l!UOfl/,lr (lU pn11ll0\rr..l (lll' r
rl'qm a pa!!ar. dt' dc ... JX· .... L que n'lo lcnhd \ Ido pr('\ lam L'Ill ~' 1;1 puhlrca ou ;1 r()loca~'atl IHI 1Il1'11..';ldo lIn;lIlt'L'lfII dl' tllu h"
l'mpenhada ClII qu~' cxceda 111 11 11 l' r.:~tahckcIJ() l'm lei' da dl\lda puhllt'a ... em que tenham .... d,\ cflalh) ... IlIll kl (HI
(AC,
<;CII1 que r.:Qe l:lIl1 re!!, ... l r.IJII ... elll ....... 'l'III;1 l..'l·rllr,lh /.ld ll (k I,

Atos do Poder Legislativo ;Ull h '


"PrnJ
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qUIJaçtlo l' dt' ":U"'IlKh.1 " 1 .\( I

·-A ...... un~.Hl til' nhflf!a~';Jo no UItIl1I1I ;Ino do mand.11 1I ( ,\(' I


ou k~l ... I.lIur.1 r AC I

e LEI N' I O(}~8, DE 19 De OUTUBRO DI 2IKK ' . ArI 359·C Ordenar ou aulOll/ar ;1 ........ unçào dl'
Ar! ~" ,\ lei 11" t 0'\1. tlt' 10 dL' .Ionl dl' 1'1~O. 1', .... '.1
ohnf!;J<;;lo. no ... do .... ultllllll" quadnmc~lrc ... tio UltllllO ano do :J \ If!orar co m a...... L'f!lI I1Hl· ... alt l'ra~· ol' ...
Altera o Dccrct(l·LcI n" 2X-lR. (k 7 dt: Jl' mand,,!\) ou It·f!I ... b.lur;1 CUIa de ... pc . . a nfio pu ...... :. ...cr p"'f!a 110
Icmhro de 19.10 - CnJ Ij.!o Pl'll;d. ;1 LL'I n' lTle"'1110 c\cn: luo hn.lIllClnl (lU. C,J"'O rc..... ll' parl·r.:!;l ;J "'L'r P,Jf!.1 "An 10
1.079. de 10 de ahnllll' 1950. L' o ()ccrCln 110 exef("clo "'l·f!UHlIr.:. quc n~() Ir.:nha cOlllraranlJ;J ... uficlr.:I1IL'

LeI n! 201. dr "27 dt' InerClro lk 196 ~ dt: d .... pomhdldadc dr.: cal"a" (ACI

i :·, "Pen,1
d1\ Id a
",,) dr.:I""r dl' ordl'll;lr ;J rt'thlt'.lll di' l1Iont,lIl1L' d. 1
con ...o hJaJ.1. !lIh pr,j/(l ... l, ... t.II'l'll'l'Idp, L'IH kl, tju,llId\
(l mOIl1:ttl!e ullrap;I, ... ar (I \.Ih'r rl· ... ull.IIIlÇ tI,l aphCI~;h\ d"
IllllIIl' lllaX1I1H I /I""d ,' 1"11-'111 ~'H'n,Hh, h'dcl,r! 1.\( I

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· -;··< .< 2 # Seção 1 Diário' Ofi<i:ial ', nO203-[. sexta-feira. 20 de outubro de 2000
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ISSN 1415· 1537
f i ••

"6, ordenar ou aUlOnzar a abertura de crédito em " I - ao Advo~ado- Gera1 da União;" (ACI
desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado FederdJ .
sem fundamento na lei orçamenlána ou na de crédno adl - "11 - aos Procumdorcs-Gerals do Trdbalho . Elelloral
clonaJ ou com inobservância de prescnção le~aL" (AC, e Militar. ao, Pmcumdore.,-(;eral ... de Justtça dos l::..stadm e
do DIMnlo rOOcrJI. uos Procur..!dorcl>-(icral'" do ... l::stadm e Atos do Congresso Nacional
do DIStnlO Feder..!!. c ao!> membros do MlnlMen O Públtco da
"7) deuar de promover ou de ordenar na f onn3 d;J União e dos Estado!-J, da Advocacla-GeraJ da Unaão. da.,
lei. o cancelamento, a amortizaçãO ou a constllulção de re - Procuradona..'i do ... Estado... e do Dlstnto Fedcral. quando no
serva para anular os efeitos de openlção de crédito realt7..ada exercício de função de c hefia das unl dadc!- re~lonals ou
com inobservânCia de limlle. cond ição ou mOnLanle esta- loc;us da.'; respcctlvlb 1n~lltuIÇõe S . " (AC)
!--aço saber que o Congresso Nacional aprovnu. c eu . AntoniO
belecido em lei," (ACl
"Art -lI -A . Respcuada <1 prerro!!atl\ li de foro qu\'" Carlos Ma!!alhãe~, Presldenle do Senado !--eder... !. nos Icmm, do an
"81 deix.ar de promover ou de ordenar a 114U1d<tÇ[HI a'''ISle às aUlondade~ a que se refcrem () par:l!!rafo ÚntCO d(l 4M . lI em 28. do Rcgmlcnto Inlcrno. pro01ul!!o () \Cg.UIllIe.'
;m JI.j-A e o Inct<;u 11 do paragrafo Ufll CO do art 40-A. a,
Inlc~ral
de operação de Créd ito por anl cc lpaçall de rccClIa
J~'õc, penal.!, contra el<1~ iIJUlzada..., pela prállca do~ c nmc!. dI.'
orçamenlâna. mcluslve 0<" re~pccll\' O~ Juro .. c dcmal\ cn - DECRETO LEGISLAT1VO
rc!.ponsabihdade prCVIMO., no art . 10 desta lei serão pro-
car!!os. até o encerramento do cxercfclo fmancelro:' (AC) cc... sada.\ e Julgada... de acordo ":001 o rito mSlltuído pel<1 Lei N' 189. DE 2UOO
n! 8.038. de 28 de mlllO de 1990. permItido, a todo Cldadao,
"9) ordenar ou autonzar. em desacordo com a leI. ;1 o ofen.,"Clment o da denum:i..... (Ar ) Apmv~1 o aIO q ue fCnOV;1 a C(lllcc~,àll 011 -

rc.a1l7..ação de operação de crédito com qualquer um dm lorgada a "Rád iO Dll u,ora S:IO Pal nClU 1.1
demal~ entes da Fedemção. Inclusive sua .. cntldadc~ dój ad - Art . 4! o
ar1 . J! do l>ccreto-Lci n! 201. de '27 de da ." para e~plorar ~Crv I Ç(l dt' radHxllfu ...àll
mlnl straçào IndlfCta . a mda que na fomla de novação . rc - fe .... efClro de 1967. pa... sa a vigorar com a segumlC redação
!-Jonora em onda média na c ld;Jdr de Ccre ...
flnanclruncnlo ou postergação de diVida conlrd ída anlenor- ··Art. I' E:...'lado de GO la ...
menlc,·· (ACI

"10) captar recur-.os a titulo de antecipação de re -


o Congres!-o Nacumal dccrc(;I
"XVI - deixar de o rdenar a redução do montante d<1
CC Il ~1 de tributo ou contnbUlção cujo falO ~erddor mnda não
An 1° l:. aprO\ado () aIo a que se referc o J)CCr1'IO Vllo, dl'::! 4
diVida consolidada. no~ prazo... estabe l ecldo~ em ICI, quando
tenha ocorrido:" (Ar) () montanle uh.r .tpa, ... ar () valor resuhantc d;J ;Jpltcaçfto do de Ju lho de 1991. lJue renova por dc/ ano' . a panlr de 5 de 11IIho dl'
1101111..' má.Xlmo fixado pelo Senado Fedcral:" (ACI I QK6, a {;onee ... s;lo oUlor!!ad,1 a "R5dlo Dllu.\Clr..1 S;jo Palnelo Lld.1 ..
" 11) ordenar ou autonzar a destinação de recurso, para explor... r. ~CI1l d ireito de t.:).clU'1\ Id ... de. ~ef\ I ~' O dI." radHKlJlu,;1t1
pr(wemcnte~ da emissão de títul os par..! finalld'ldc dlvcr!>it da "XVII - ordenar 011 auton/.ar a abertura de C1"edtlo
em de,acordo com OI, 1111111('). e"tabclec ldo' relo ~cnitdo h '- ...onora t.:11I onda média na Cidade de eerc,. i:!~tad{l de (101;1 ...
pre\I\13 na lei que a aUlonzou~" IAC,
deral . ,em fund:lIllt.·nl o na lei orçamenlana ou na de Credll<l Art 2° E... tc Decrelo 1.ÁJ!I,lall\o entra CIII \ I~or n.. U.II,J dl'
adiCionai ou com lOoh.,crvãncJa de prescnção legal;" fAC ) !.ua publicação
"121 realizar ou receber lrJnsferê ncl3 voluntária em
dc'acordo com IImne ou condição estabelecida em le i " "XVIII deixar de prornO\er ou de ordenar. n ~
~nado l-edl'r.li . cm 19 dt.' outuhrn de 200(1
IAC I fonna da leI. o c,ancelalllcnlo. a amonlzação ou a COI1'-
IlIuição de re~erva para anular 0' efello", de opcralY;j() dI." Se n"dor ANTONIO CARLOS MAGALlIÃI,~
"Art. 39-A. ConsULuem . lambé01. c nme, de re!>- credllo realizada com Ifl oh~crváncla de limit e. COnd IÇi-10 ou Prc'ldellll.'
'lhllldade do Presidente do Supremo Tnbunal.l-cderal ou mo ntante estabelec ido em lei:' fAC)

1I I substi tuto quando no exercícIO da PreSIdência. a,


c , uta!> prev istas no ano 10 desLa lei. quando por elc!\
ordenadas ou praticadas." (AC)
"XIX - deixar de promover ou de ordenar li li -
qUidação Intcgr..!1 de operação de Créd ito por anleclpação de
rc(:cIW orçamemana. mcJu'Jvc os respectivo .. JUro.. c dcmal'
I-:j~'O ~al"lcr que o Congrc"o N;Jcumal aprovou . c eu . AntOniO
Carh\, Ma g.alhãe~. Prc.. lde ntc do Senado rcdcral. no, Icnnm do ;Irt
~h . lIel1l 2~ , do Rcgunenlo Interno, promul!!() (l \eguml\,.'
cncargo!\, ate o encerramento do exercíCIO fmancelro ;"
" Parágrafo úmco . O disposto neste artigo aplica-se IAC1 DECRETO LEGISLATIVO
aos PresidenLcs, c respectivo ... subSUlUIO~ quando no exer-
cíCIO da Presidência, dos Tribunai S Supenores. dm Tnbunal'" "XX - ordenar ou auton7.ar, em desacordo com a N' 190. DE 2U()()
de Co nta ~, dos Tribunajs Regionais Fedemi~. do Tm.balho e lei. a rea li zação de opemção de crédito co m qualqu er um
Elel1oral~. dos Tribunais de Jusll ça e de Alçada do ... Estado~ do~ dcmal ... enlC~ da Federação. mclu slve suas e ntidades da AprO\;1 o <llo que rcnO\ li a renJll ... ~::l() ou
administração indireta. amda que na fomla de novação. fI': - lorgada a "Rcd\'" Mineira de: RádiO e 1t.'
e do DisuilO Feder.J.1. e aos J Uí7..eS DH"'ClOre ~ de Foro ou
I'\nanc lamenlO ou postergação de díVida contraída anlenor-
função equivalente no pnmelIo grelu de Juns(lIçào:' (AC) Ir\ Isão Lida ... para explorar !ler\ I ~' O dl' ra
mente :" IAC)
dH)(ilfusão M>nora em freqüéncl:I modubd.1
"An. 4O-A . Constituem. também . comes de re.,- "XXI - captar recurso!. a título de antcnpação de na cld..de de Uherlândla. I:::.slado de.' Mma..'
ponsabilidade do Procurador-Geral da República. ou de seu rccella de tributo ou contnhui ção cUJo fala !!cmdor ainda Gc ra"
SubSUIU lO quando no exercício da chefia do Mlfllsténo Pu - não tenha ocoITIdo ;" (ACI
blico da Uni ão. as conduta~ previstas ~art . 10 desta lei. o Congresso NaCIOnal decreta :
quando por eles ordenadas ou pratlcad..itt>.:: I Ar) "XXII - o rdenar ou autonzar a desltnação ,k n' -
c urs o~proventenlc .. da eml~~o de titulo.. par:1 finalldlilk An . 1° l:. aprovado o alo J que !>C refere a Ponana n· 996.,k
diversa da prevista na lei que a autorizou;" (AC) 30 de julho de 1993. que renova por deI ano~. a partir de 17 de maio
"Parágrafo úniCO . O disposto neste anl!!O aplica -
sc." (AO de 19R6 . a permissão outorgada a "Rede Mme lra de RádiO ~ Te
"XX11J - rca117..ar ou receber lfanslcrêncla volun -
tária em dC!.acordo com IImll e ou condição estabelecida em levlsão LIda .. para explorar. sem direito de e~cluslvldad(:. serviÇO de
Ie,:· (AO radlo<hfu.,ão ...onora em freqüênCia modulada na Cidade d(: Ubcr .
CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA lândla. E~tado de Mmas Geral ...
Imprensa Nacional An ~ ble Occrctn 1....c!! lslall\ (l enlra em \ I!!Of nJ dal.1 U\·
An. . 5- Constllul mfr..!ção admlfll~lrallva contrJ oJ' .,ua puhltcaç::lo
hllp"//www.in;gov.br e-mail: in@in.gov.br leiS de linança" púhilc<1Y
SlG, Quadra 6, lote 800, CB> 70610-460, BrasIlia - DF ~cnad(l I-cder..tl CIII 19 de ouluhro dt.: 2000
CGQ'MF: 00394494tOO16-12 I - deixar de dl .... ulg.ar ou de em lar 110 Poder I.t.' Scn"d." ANTOt-olO CARI.OS MA(;~I IIAI \
p:1,laIJ\O e ao Tnhun<11 tIr Conta' n rel:Hono de g.c,tJO ii.,l JI. nm
Fone: 08Q0.619900
pra/ll' (' condlçtlC' cslahclccldO\ em 1..: 1..

11 propor IrJ clt.' diTem/c, on;illIlcnlan.I\ anu.1I quc I-:I~' II ,aht.-r qUl' (1 ( · on ~ rl·" ( .l\a I,.' H.n,,1 .lpfll\\11I l' I.'U , I\nl~lIlH I
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO n::lu L'ontenh;J ~l!- meta' lt\Cal\ na lorrn.J dJ lei .
",residente da República C ,rl o.' MJ!!.llhac ,. Prc'ldclltl.' do ~cll.ldu I'cder;d . no., tr.;nlltl ' du ,In
111 - dCI'(ar dt.: cXJX'dlr aiO delcnmnanclo 11I1lIl:l~' ;-ltl -lH. Ilelll 2R . do RC!!lIllcn({1 Intcrno . pmmlll~CI o 'C~UlIll l'
• PEDRO PARENTE dl~empenho e IJlOVllllcntaçao finanl:clra. 110\ ca~O\ c ('ond lço\:' e . .
Chefe da Casa Civil labclecldo~ em leI. DECREl11 LI ,GISI.ATI\'O
N' 1~1. DE 2(XXI
CARLOS ALBERTO GUIMARÃES BATISTA DA SILVA IV - dClxar de ordenar (lU de prommer. na fOml;J e
Diretor-Geral no., pra7n~ da ICI. a execução dc medida para II redução do 1ll0nlanlC
da despe,a tOlal com pc .. ~()al quc hou\er ext'e<hdo a repartl~' ão por Apm\a () 31(1 t!ue rcn{)\ ~1 ;J C (JnCC"~1I1 d I.'
Podcr do limite maXllllO " KadHI Dmânw':'1 dI." Salll;1 h Lld.l· · p.tr:1
c'(plor..t.r \{'r.I~· ~\ dl' r..t.dH)(hhl'<w 'OIHlf;1 \,.'II!
DIÁRIO OFICIAL - SEÇÃO 1 *
I! A mlra~"iio prevl,la nc'tc ar1J,!!o e runld:! (' 0111
multa de IrInta por ccnlO um \CnCII1lt.'nIO, anUJI\ do a!!cnt\,.· yUt.: lhe
{Ind:.t nll'dl ,l li.! l"ld,hk dr ~allla h' dll ~lJ l
Publicação de atos normativos dcr cau!\:..J , ~nJIl () pa!!<1I11Cl1lO da Illulta dc .. ua rc"pol1sahdll.1adc rx" 1:'ladll dr ~.I(l Paull l
ISSN 1415-1537 ,oal
o (on,!!rc"o Naclllfl:J1 de~· rl.'u
5 2" .-\ Ifllra~" ;-I(l a qu e \(" rcfen' e't t.: :l11l!! O 't'f.1 An 1° I aprovado II Jh) ;J 4ue ,t.: rela\,.' o J:À'l"rI.'\(1 ..Jn°. dt.: ::!O
MAURICIO AUGUSTO COElHO procl.'" ... d,J e )ul~oJda r".:ln 1 nnun;J1 (11.' COnlJ' ;1 qlll' compelir a 11 ,
1.Íl' ,1 k!o ' lo Ik IINh . qu r reno\a Pl-Ir dl.' l ..t.IHI:-,. ;J ran1r lk X d\,.· 111,111' lll-
calt/.,H;..t1l cont..!hll . financclr;1 \,. nfÇament..tna d.1 JlC"o.J lundl("";1 lil
Coordenador de Produção Industrial dlrello punllco cfl\ol\lda '{N5 . ... conn'"õlo dtO " Radlo Dmãllllt.' .. dI.' ~ant;1 h ' I IlI.I ·· par.1
r\plor,u . ,\'111 dlrclhl 111..' C\r.:Iu'l\ldadl'. ,('r.1 ~·{ 1 til' r;HIIOI.blu,.1O ,nnor;1
CATARINA AClOll DE FIGUEIREDO
CI1l ond,l lllt.:dl;J na cldadl.' J e .).1IIIa h ' Ju Sul. t', 'lallll de ~,IO !';l U
Editora-Chefe da Divisão de jorrÍais Oficiais
Reg. Profissional n" 1 .160107/23/DF I..
Hra.\íl1,l . I I) dt.· outuhro de 20tXJ, 171.) " d.1 In dcJ1l'1I An ~ " r. 'lt' J)eCrl."\(l 1..c~I\I,III\O c ntra l'11I \I ~ (l r n.1 d,t1a dt'
dl'nl' l;! l' li:!! da KepuhiJ ("";1 "'U.I puhll c a~' ;J1 1

F"RN~NIX) Hf-.NRIQL ' I· CARDOSO


~enad \l h~ dcr;J 1 l'TIl 14 dt' oulunrp dI.' .:!OOO
lo\{' (,rt'l' (lr,
~cnadm AN"T()I': IO CARlOS MACiAI II AI ~
Pr\""ldcllI l"
Publiqu e-se. \

CÂMARA DOS DEPUTADOS Em II / /2000

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO

OF. N° ] 82-P/2000 - CCJR Brasília, em 13 de abril de 2000

Senhor Presidente,

Encaminho a Vossa Excelência, para as providências ,


regimentais cabíveis, o Projeto de Lei n° 621/99, apreciado por este Orgão
Técnico em 1) de abril do corrente.

Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Excelência


protestos de elevada estima e distint nsideração.

Deputado
Presidente

A Sua Excelência o Senhor


Deputado M1CHEL TEMER
DD. Presidente da Câmara dos Deputados
NESTA

GER 3.1723.004-2 (MAI /98)


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PROJETO DE LEI

Altera e acresce dispositivos ao De


creto-Lei nº 2.848 ,
de 7 de dezembro de 1940 - Códig
o Penal, à Lei nº
1.079, de 10 de abril de 1950, e ao
Decreto-Lei nº 201 ,
de 27 de fevereiro de 1967, e dá outra
s providências.

O CONGRESSO NACIONAL de
creta:
Art. 1º O Capítulo II, do Título XI
passa a vigorar acrescido do seguinte do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de de
dispositivo : zembro de 1940 ,

INVESTIGAÇÃO SEM CAUSA.


"Art. 337-A. Dar causa à instauraç
ação penal pela prática de crime de ão de investigação administrativa,
responsabilidade , de que o requeren inquérito civil ou
acusado inocente. te ou denunciante sabe ser o
~. :
Pena - reclusão , de 2 (dois) a 4 (quatro
) anos ." (NR)
Art. 2º O Título XI do Decreto-Le
seguinte capítulo e artigos: i nº 2.848 , de 1940, passa a VIgo
rar acrescido do
,
"CAPITULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇ ,
AS PUBLICAS"
"CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO
DE CRÉDITO .
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou pr
ou externo : omover a realização de operação de
crédito, interno
I - sem prévia autorização legislativa
;
II - com inobservância de limite,
resolução do Senado Federal; condição ou montante estabelecid
o em lei ou em

III - quando o montante da dívida cons


os respectivos limites máximos na for olidada ou da despesa relativa a pesso
ma da lei; al ultrapassar
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
) anos .
Parágrafo único . Na mesma pena
hipóteses previstas no inciso III ." (N mcorre quem receber transferência
R) voluntária na

"INSCRlçÃO DE DESPESAS NÃO


ENIPENHADAS EM RESTOS A PA
Art. 359 - B. Promover, ordenar ou GAR.
que não tenha sido previamente empe autorizar a ins crição em restos a pagar, de despes
nhada ou liquidada ou que exceda lim a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a ite estabelecido em lei .
2 (dois) anos ." (N R)
\
I
I
I
,

, ,
." ,
l

, \

"A SS UN ÇÃ O DE OBRIGAÇÃ . \I
O NO ULTIMO ANO DO
LEGISLATURA. M AN DA TO OU
Art. 359-C. Promover, ordenar ou
mandato ou legislatura, cuja despes autorizar a assunção de obrigação,
a não possa ser paga no mesmo exerc no último ano do
reste parcela a ser paga no exerc ício financeiro ou, caso
ício seguinte, que não tenha contr
disponibilidade de caixa. apartida suficiente de
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
) anos."(NR)
"N ÃO DI VU LG AÇ ÃO DE DE CL
AR AÇ ÃO DE GESTÃO FISCAL
Art. 359-D. Deixar de divulgar ou RESPONSÁVEL.
de enviar ao tribunal ou conselho de co
até trinta dias, a contar do final ntas, no prazo de
do trimestre e do ano civis, a de
responsável, com as informações ex claração de gestão fiscal
igidas em lei.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a
2 (dois) anos."(NR)
"O RD EN AÇ ÃO DE DE SP ES A NÃ
O AUTORIZADA.
Art. 359-E. Ordenar despesa não
autorizada por lei.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
) anos."(NR)
"P RE ST AÇ ÃO DE GARANTIA
GR AC IO SA
Art. 359-F. Prestar garantias em
op erações de crédito sem que tenham
na forma da lei, contragarantias em va sido constituídas,
lor ig ua lo u superior ao valor da garan
Pena - detenção, de 3 (tr ês ) meses a tia prestada.
1 'um ) ano."(NR)
"N ÃO RE DU ÇÃ O DE DE SP ES A
RE LA TI VA A PESSOAL.
Ar t. 359-G. Deixar de ordenar ou
de medida para a redução do monta de promover, na forma e nos prazos da
lei, a execução
. .
maXlmo.
nte da despesa relativa a pessoal que
houver excedido o limite
Pena - reclusão , de 1 (um) a 4 (quatro
) anos ."(NR)
"NÃO CA NC EL AM EN TO DE RE
ST OS A PAGAR.
Ar t. 359 - H. Deixar de ordenar,
autorizar ou de promover o cancelame
restos a pagar inscrito em valor supe nto do montante de
rior ao permitido em lei .
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
) anos ."(NR)
"A UM EN TO DE DESPESA RE
LA TI VA A PESSOAL NO UL .
MANDATO OU LEGISLATURA. TIMO ANO DO
Ar t. 359-1. Expedir ato que acarr
oitenta dias anteriores ao final do ma ete aumento de despesa relativa a pe
ndato ou da legislatura . ssoal, nos cento e
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
) anos ."(NR)
"O FE RT A PÚ BL IC A OU CO LO CA
ÇÃ O DE TÍTULOS NO MERCADO
Art. 359-J. Ordenar, autorizar ou .
promover a oferta pública ou a coloc
financeiro de títulos da dívida públi ação no mercado
ca sem que tenham sido criados po
registrados em sistema centralizado r lei ou sem que estejam
de liquidação e de custódia .
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro
) anos."(NR)
Art. 3º A Lei nº 1.079, de 10 de ab
ril de 1950, passa a vigorar com as se
guintes alterações:
"A rt. 1O-A. São, também, crimes
de responsabi !idade contra a lei orça
mentária :
I
II
I
I
I - deix ar de orde nar a redução do . montante da dívida cons
olidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resu
ltante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;
'--~
..
. II - orde nar ou autorizar a aber tura de crédito em desacordo com
os limites estabelecidos
pelo Senado Fede ral, sem fundamento na lei orçamentária -ou na
de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal ;

III - deixar de promover ou de ordenar a anulação dos efeitos de oper


ação de crédito
realizada com inob serv ânci a de limite, condição ou montante estabelecido em
lei;
c IV - prop or lei de diretrizes orçamentárias anual que não cont enha
as metas fiscais na
forma ~da lei;

v - deixar
de expedir ato determinando o corte automático de despesa, nos
casos e
condições esta bele cida s em lei;

VI - deix ar de promover ou de ordenar a liquidação integral de oper


ação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juro
s e demais enca rgos , até o
décimo quinto dia útil anterior ao encerramento do exercício financeiro
;
VII - orde nar ou autoriZar a realização de oper ação de crédito com
qualquer um dos demais
entes da Fede raçã o, inclusive suas entid ades -da administração indir
eta, ainda que na forma de
novação, refin anci ame nto ou postergaçãó de dívida cont raida anteriorm
ente ;
VIII - orde nar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para
finalidade dive rsa da prevista na lei que a autorizou ." (NR)

"Art . 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do


Presidente do Supremo
Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exer cício da Presidên
cia, as condutas previstas no
art. lO-A desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.

Parágrafo único . O disposto neste artigo aplica-se :

I - aos Pres iden tes e respectivos substitutos quando no exercício


da Presidência, dos
Tribunais Supe riore s, dos Tribunais e Conselhos de Con tas, dos Trib
unais Regionais Federais, do
Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Esta
dos e do Distrito Federal, e aos
Juízes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de
jurisdição.
II - aos mem bros dos órgãos colegiados competentes para a
tomada de decisões
administrativas nos Tribunais, cujos votos tenham sido favoráveis
à decisão que constitui o crime
de responsabilidade." (NR)

"Art . 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do


Procurador-Geral da
República ou de seu substituto quando no exercício da chefia do Min
istério Público da União, as
condutas previstas no art. lO-A desta Lei, quando por eles ordenada
s ou praticadas.
Parágrafo único . O disposto neste artigo aplica-se :

I - ao Adv ogad o-Ge ral da União;


II - aos Procuradores-Gerais do TrabalhÇ), Eleitoral e Militar, aos Procurad
ores-Gerais de
Justiça dos Esta dos e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Esta
dos e do Distrito
Federal, e aos mem bros dos Ministério Público da União e dos Esta
dos, da Advocacia-Geral da
União, das Proc urad oria s dos Estados e do Distrito Federal, quan
do no exercício de função de
chefia das unid ades regionais ou locais das respectivas instituições.

III - aos membros dos órgãos colegiados competentes para a toma da


de decisões nas
instituições a que se refere este artigo, cujos votos tenham sido favo
ráveis à decisão que constitui
o crime de resp onsa bilid ade." (NR)

"Art. 41-A. Resp eitad a a prerrogativa de foro que assiste às autoridad


es a que se referem o
parágrafo único do art. 39-A e o inciso II do parágrafo único do art.
40-A, as açõe s penais contra
elas ajuizadas pela práti ca dos crimes de responsabilidades previstos
no art. 10-A desta Lei serão
processadas e julg adas de acordo com o rito instituído pela Lei nº
8.038, de 28 de maio de 1990,
permitida, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia." (NR)

Art. 4º O Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967 passa


a vigo rar acrescido do
seguinte dispositivo:

"Art . 4º-A. Con stitu em crimes de responsabilidade dos PreI~itos Mun


icipais as condutas a
seguir definidas, que atentam contra as leis de finanças públicas :

I - deix ar de orde nar a redução do - montante da dívida cons


olidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quanto o montante ultrapassar o valor resu
ltante da aplicação do limite
máximo fixado pelo Senado Federal;

II - orde nar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limi


tes estabelecidos
pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na
de crédito adicional ou com
inobservância de prescrição legal;

In - deixar de promover ou de ordenar a anulação dos efeitos de operação


de crédito
realizada com inob serv ânci a de limite, condição ou montante estabelecido em lei;

IV - prop or lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha


as metas fiscais na
forma da lei;
,
V - deixar de expe dir ato determinando o corte automático de
despesa, nos casos e
condições estabelecidas em lei;

V1 - deixar de prom over ou de orde nar a liquidação integral de oper


ação de crédito por
antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juro
s e demais encargos, até o
décimo quinto dia útil ante rior ao encerramento do exercício financeiro
;
V11 - orde nar ou autorizar a realização de operação de crédito com qual
quer um dos demais
entes da Federação, inclusive suas entid ades da administração indir
eta. ainda que na forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriorm
ente;
V1II - ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para
finalidade diversa da prev ista na lei que a autorizou.
Parágrafo único. Os crimes previsto~ neste artigo são julgados
pela Câmara dos
Vereadores, e punidos com a pena de perd a do cargo, com inabilitaç
ão, até cinco anos , para o
exercício de qualquer função pública."

Art. SQ Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação .

Brasília,

••

.,

1'1.'{'·RI\!ES FISCA IS())

.' ,,•,
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

CONSTITUIÇÃO
DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
1988
.................................................... _....................................................................
TÍTULO IV
Da Organização dos Poderes

CAPÍTULO I
Do Poder Legislativo
..........................................................................................................................
SEÇÃO Vill
Do Processo Legislativo
..........................................................................................................................
SUBSEÇÃOllI
-Das Leis

Art. 61 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição.
§ 10 São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
l-fIxem ou modifIquem os efetivos das Forças Armadas ;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento
de cargos, estabilidade e aposentadoria;
* Alínea "c" com redação dada pela Emenda Constitucional n° 18, de 05/02/ 1998.
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem
como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI'"
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração
pública;
t) militares das F orças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
* Alínea 'r' acrescida p ela Emenda Constitucional n° 18, de 05/02/ 1998.
§ 2° A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos dê três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.
·........................................................................................................................ .
TÍTULO VI -
Da Tributação e do Orçamento
...••••.••....................•. •..•..•..•.••.•..•.......•.•......•..........•..•........................•.........•......

CAPÍTULO H
Das Finanças Públicas
·........................................................................................................................ .
SEÇ~O I
Normas
, Gerais

Art. 163 - Lei complemeutar disporá sobre:


I - [manças públicas;
H - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e
demais entidades controladas pelo Poder Público;
IH - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
·.........................................................................................................................
SEÇÃO Il
Dos Orçamentos
.•.••.•.........•..•....••••.••..••..••................•....•.••.•.•.•.•.•••....•........................ .................

Art. 169 - A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.
* Artigo, "caput" com redação dada p ela Emenda Constitucional n O19, de 0-1106/ 1998.
§ 10 A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação
de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a
admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, só poderão ser feitas:
* § l ° com redação dada p ela Emenda Constitucional n 019, de 04/06/ 1998.
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções
de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes ;
* Inciso 1 com redação dada p ela Emenda Constitucional n019, .de 04/06/ 1998.
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
* Inciso 11 com redação dada p ela Emenda Constitucional n 019, de 04/06/ 1998.
§ 2° Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo
para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os
repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios que não observarem os referidos limites.
*§ r acrescido p ela Emenda Constitucional n 019, de 0-1/06/ 1998.
§ 3° Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar referida no "caput", a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
* § 3° acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;
* Inciso 1 acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 04/06/ 1998.
II - exoneração dos servidores não estáveis.
* Inciso 11 acrescido pela Emenda Constitucional n019, de 0-1/06/ 1998.
§ 4° Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou
unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
* § 4° acrescido p ela Emenda Constitucional n° 19, de 0-1/06/ 1998.
§ 5° O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
* § 5° acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 0-1/06/ 1998.
§ 6° O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições
iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos .
* § 6° acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 0-1/ 06/ 1998.
§ 7° Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na
efetivação do disposto no § 4°.
* § r acrescido p ela Emenda Constitucional n019, de 0-1/06/ 1998.
. .. .... ...... . . ...... .. ........ . . . .. .. ..... ..... ............. . ...... .. .. . .... .. .. .. .. .... . .. .. ... .. .. . .. .. .. . ..... .. .. .. ...... .. .. .. . . ... .. ........ ...... ..
. .. ... .... .. ... . . ... ........ .... ... ... ..... . . . ...... ..... .............. ...... ... ..... ... ............ . ... .... ...... ...... . .... ......... "" ................................................ .
" "
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

DECRETO-LEI N° 2.848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940

CÓDIGO PENAL

..........................................................................................................................
PARTE ESPECIAL
..........................................................................................................................

TÍTULO XI
Dos Crimes Contra a Administração Pública
..........................................................................................................................

CAPÍTULO II
Dos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral
..........................................................................................................................
-
- Subtração ou inutilização de livro ou .documento
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo
ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de oficio, ou de particular
em serviço público:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
.
maIS grave.

CAPÍTULO IH
Dos Crimes Contra a Administração da Justiça

- Reingresso de estrangeiro expulso


Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuízo de nova expulsão
após o cumprimento da pena.
......................................... ... ..•••.............................••......•..•.......•................ .. ......

- Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito


Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi
suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a existência,


a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego da economia
popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de responsabilidade do Presidente
da República e dos Governadores ou Interventores, e os crimes militares, revogam-se
as disposições em contrário .
..........................................................................................................................
..........................................................................................................................
1
I
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

LEI N° 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950

DEFINE OS CRIMES DE RESPONSABILIDADE E


REGULA O RESPECTIVO PROCESSO DE
JULGAMENTO.

PARTE PRIMEIRA

TÍTULO I
..........................................................................................................................
CAPÍTULO VI
Dos Crimes contra a Lei Orçamentária

Art. 10 - São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:


1 - não apresentar ao Congresso Nacional a proposta do orçamento da
República dentro dos primeiros dois m~ses de cada sessão legislativa;
2 - exceder ou transportar, sem autorização legal, as verbas do orçamento;
3 - realizar o estorno de verbas;
4 - infringir, patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei
orçamentária.

CAPÍTULO VII
Dos Crimes contra a Guarda e Legal Emprego dos Dinheiros Públicos

Art. 11 - São crimes de responsabilidade contra a guarda e o legal emprego dos


dinheiros públicos:
1 - ordenar despesas não autorizadas por lei ou sem observância das
prescrições legais relativas às mesmas;
2 - abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais;
3 - contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar
operação de crédito sem autorização legal;
4 - alienar imóveis nacionais ou empenhar rendas públicas sem autorização em
lei·,
5- negligenciar a arrecadação das rendas, impostos e taxas, bem como a
conservação do patrimônio nacional.
..........................................................................................................................
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

PARTE TERCEIRA

TÍTULO I

CAPÍTULO I
Dos Ministros do Supremo Tribunal Federal

Art. 39 - São crimes de r~sponsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal


Federal:
1 - alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já
proferido em sessão do tribunal ;
2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
3 - exercer atividade político-partidária;
4 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;
5 - proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas
funções.

CAPÍTULO li
Do Procurador-Geral da República

Art. 40 - São crimes de responsabilidade do procurador-geral da República:


1 - emitir parecer, quando, por lei, seja suspeito na causa;
2 - recusar -se à prática de ato que lhe incumba;
3 - ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições;
4 - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.

CAPÍTULO I
Da Denúncia

Art. 41 - É permitido a todo cidadão denunciar, perante o Senado Federal, os


ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República, pelos
crimes de responsabilidade que cometerem (art.39 e 40).

Art. 42 - A denúncia só poderá ser recebida se o denunciado não tiver, por


qualquer motivo deixado defmitivamente o cargo .
... .... .. .. .... ... .... ....... ... ..... .. .. .... ... .. .... .... ..... ... ..... .. ... ..... .. .. ... ..... ... ... .. ... ........... ... ....
.... .... ... .. ... ... ........ ..... ..... .. .. ... ... .. .... ...... .... ... ..... .... ... ...... .. ... ............. .. ..... ... ...... ... .
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

LEI N° 8.038, DE 28 DE MAIO DE 1990

INSTITUI NORMAS PROCEDIMENTAIS


PARA OS PROCESSOS QUE ESPECIFICA,
PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA E O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL.

TÍTULO I
Processos de Competência Originária

CAPÍTULO I
Ação Penal Originária

Art. 1° - Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o prazo de
15 (quinze) dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou das
peças infonnativas. -
§ 1° Diligências complementares poderão ser deferidas pelo relator, com
interrupção do prazo deste artigo.
§ 2° Se o indiciado estiver preso:
a) o prazo para oferecimento da denúncia será de 5 (cinco) dias ;
b) as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o relator,
ao deferi-las, detenninar o relaxamento da prisão .
... ... ... ... .. ...... ... ....... .. .............. .... ... ...... ... .. ..... ... ........ .... ........ ........... ..... ... ...... .... .
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"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"

DECRETO-LEI N° 201, DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967

DISPÕE SOBRE A RESPONSABILIDADE


DOS PREFEITOS E VEREADORES, E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIA-S .

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Art. 4° - São infrações político-açlministrativas dos Prefeitos Municipais


sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do
mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da Câmara.
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que
devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços
municipais, por comissão de investigação da Câmara ou auditoria, regularmente
instituída.
III - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de
informações da Câmara, quando efeitos a tempo e em forma regular.
IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa
formalidade.
V - Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a
proposta orçamentária.
VI - Descumprir o orçamento aprovado para o exercício fmanceiro.
VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou
omitir-se na sua prática.
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Município, sujeitos à administração da Prefeitura.
IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou
afastar-se da Prefeitura, sem autorização da Câmara dos Vereadores.
X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
Art. 5° - O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por
infrações defmidas no artigo anterior, obedecerá ao seguinte rito, se outro não for
estabelecido pela legislação do Estado respectivo:
I - A denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor, com a
exposição dos fatos e a indicação das provas. Se o denunciante for Vereador, ficará
impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a Comissão processante, podendo,
todavia, praticar todos os atos de acusação. Se o denunciante for o Presidente da
Câmara, passará a Presidência ao substituto legal, para os atos do processo, e só votará
"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"
se necessário para completar o ·quorum de julgamento. Será convocado o suplente do
Vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a Comissão processante.
II - De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão,
determinará sua leitura e consultará a Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o
recebimento, pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão será constituída a
Comissão processante, com três Vereadores sorteados entre os desimpedidos, os quais
elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.
I
III - Recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará os trabalhos,
dentro em cinco dias, notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e I

documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez dias, apresente defesa prévia, I
por escrito, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até o I
máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a notificação far-se-á por edital, I
publicado duas vezes, no órgão oficial, com intervalo de três dias, pelo menos, contado I
o prazo da primeira publicação. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante
emitirá parecer dentro em cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento I
da denúncia, o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo
prosseguimento, o Presidente designará, desde logo, o início da instrução, e I
determinará os atos, diligências e audiências que se fizerem necessários, para o I
depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.
I
IV - O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo,
I
pessoalmente, ou na pessoa de seu procurador, com a antecedência, pelo menos, de
vinte e quatro horas, sendo-lhe permitido assistir às diligências e audiências, bem I

como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de I


interesse da defesa. I
V - Concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para I
razões escritas, no prazo de cinco dias, e, após, a Comissão processante emitirá parecer
fmal, pela procedência ou improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da
Câmara a convocação de sessão para julgamento. Na sessão de julgamento, o processo
será lido, integralmente, e, a seguir, os Vereadores que o desejarem poderão
manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de quinze minutos cada um, e, ao
fmal, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de duas horas, para
produzir sua defesa oral.
VI - Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais quantas
forem as infrações articuladas na denúncia. Considerar-se-á afastado, defmitivamente,
do cargo, o denunciado que for declarado, pelo voto de dois terços pelo menos, dos
membros da Câmara, incurso em qualquer das infrações especificadas na denúncia.
Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara proclamará imediatamente o
resultado e fará lavrar ata que consigne a votação nominal sobre cada infração, e, se
houver condenação, expedirá o competente decreto legislativo de cassação do mandato
de Prefeito. Se o resultado da votação for absolutório, o presidente determinará o
arquivamento do processo. Em qualquer dos casos, o Presidente da Câmara
comunicará à Justiça Eíeitoral o resultado.
1

"LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA



COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CeDI"
VII - O processo, a que se refere este artigo, deverá estar concluído dentro em
noventa dias, contados da data em que se efetivar a notificação do acusado .
Transcorrido o prazo sem o julgamento, o processo será arquivado, sem prejuízo de
nova denúncia ainda que sobre os mesmos fatos .
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Mensagem n° 486

Senhores Membros do Congresso Nacional,

Nos termos do artigo 61 da Constituição Federal, submeto à elevada


deliberação de
Vossas Excelências o texto do projeto de ..lei que "Altera e acresce
dispositivos ao Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº 1.079,
de 10 de abril de 1950, e ao
Decreto-Lei nº 201 , de 27 de fevereiro de 1967 , e dá outras providências"
.

Brasília, 13 de abril de 1999 .


-' -".-


1I
,
II

I
I
I
,
,
,

E.M. nº 110 /99

Em 13 de abril de 1999-.

Excelentíssimo Senh or Presidente da República,

Tem os a honra de submeter à elevada consideração de Vos sa


Excelência o
incluso Projeto de Lei que altera e acresce dispositivos ao Dec
reto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº 1.079, de 10 de abril de
1950, que define os crimes
de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento, e
ao Decreto-Lei nº 201 , de 27
de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos
e Vere ador es.
Inspirado nas normas que constam do Projeto de Lei Com plem enta
r que regula
os arts. 163, incisos I, lI, m e IV, e o art. 169 da Constituição , o P[(..i
jeto de Lei ora submetido à
consideração de Vossa Excelência objetiva dotar o ordenamento
de preceitos necessários à
efetiva e permanente observância dos princípio.s fundamentais que
norteiam o regime de gest ão
fiscal responsável prestes a ser instituído, ' mediante a previsão de cond
utas que tipificam novos
crimes comuns e de responsabilidade cont ra as finanças públicas e a
lei orça men tária .. .
Com o justificativa da instituição desses novos tipos penais, bast a assin
alar que a
gestão fiscal responsável, caracterizada pelo austero controle e amp
la transparência na utilização
dos recursos públicos, constitui instrumento indispensável para a man
uten ção da estabilidade da
moeda e para o desenvolvimento nacional , merecendo, portanto, em
virtu de de sua magnitude e
relevância, tutela e salvaguarda por meio de modernas normas de natu
reza penal, voltadas para a
repressão de condutas que atentam cont ra as finanças públicas e a lei
orça men tária .
Assi m, legitimado pelos fins a que se destina, pode-se afirmar aind
a, em prol da
aprovação do pres ente Proj eto de Lei, que, além de aprimorar o
orde nam ento em vigor, suas
normas ditam prec eitos de relevante interesse público, na medida
em que cont ribu em para o
atendimento de um dos mais legítimos anseios da sociedade , cons
istente na manutenção da
estabilidade da moe da.

São estas , Senhor Presidente, as razões que recomendam a apro


vaçã o deste
Projeto de Lei.

Respeitosamente,

PED RO SAM PAI O MA LAN


Ministro de Esta do da Fazenda
PED ROP UL NTE
Ministro de Esta do do Orça men to

V (L ) vtD~Gestão
REN~ CALHEIRO
Ministro ~e Esta do da Justiça
WALDEC~ A
Ministro de Esta do da Prev idên cia
e Assistência Social
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ál\llioatu;a ponta

· n-o
AVISO 485 - C. Civil.

Em 13 de abril de 1999.
-,

Senh or Primeiro Secretário,

Enca minh o a essa Secretaria Men sage m do Excelentíssimo Senh or


Presidente da
República relativa a projeto de lei que "Altera e acresce dispositivos
ao Decreto- Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, à Lei nº .L07 9, de 10 de abril
de 1950, e ao Decreto-Lei nº
201 , de 27 de fevereiro de 1967 , e dá outr as providências".

Atenciosamente,

CLOVIS DE BAR ROS CAR VAL HO


Che fe da Casa Civil
da Pres idên cia da República

tRIMEIRA SEÇ RETARIA


/' Em.J3.. . j ..O~{..1
19.9 ....... · Ao Senhor
!
, Secretário-Gerol do JY.1~:n--
tI

Dep utad o U RATA~


Primeiro Secretario

A Sua Excelência o Senhor


Deputado UBI RAT AN AGU IAR
PrimeiI;o Secretário da Câm ara dos Deputados
BRASILIA-DF.

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