Vous êtes sur la page 1sur 9

XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano


COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Obtenção de Superfície de ruptura de um solo residual de granito


indeformado considerando a Mecânica dos Solos não saturados
Narayana Saniele Massocco
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, nsaniele@gmail.com

Orlando Martini de Oliveira


Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, oliveira.orlando@gmail.com

Gabriel Bellina Nunes


Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, gabrielbnunes@gmail.com

Rafael Augusto dos Reis Higashi


Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, rrhigashi@gmail.com

RESUMO: Os resultados apresentados nesta pesquisa fazem parte de um estudo conduzido para
investigar a estabilidade de um talude executado em um solo residual de granito, localizado na cidade
de Florianópolis, no estado de Santa Catarina/Brazil. Este artigo apresenta como a sucção é
relacionada com os ângulos φ’ e φb no aumento da tensão cisalhante, através de resultados
experimentais determinados a partir de ensaios em campo e em laboratório. Foram utilizadas 24
amostras indeformadas moldadas com dimensões de 10x10x2cm. Para isto foram utilizados os
moldes do ensaio de cisalhamento direto. Estas amostras são representativas da profundidade de 1
(um) metro. Para se ter maior detalhe do perfil estudado, foi realizada a caracterização do perfil do
solo com amostras deformadas coletadas até uma profundidade de 2,10 m. Os 24 corpos de prova de
solo indeformado foram saturados e posteriormente secados, apresentando assim valores de sucção
variando entre 0 e 500 kPa. No equipamento de cisalhamento direto foram aplicadas tensões normais
de 50, 100, 200 e 300 kPa. Desse modo, foi possível obter a sucção inicial, com o emprego da técnica
do papel filtro, e os respectivos valores da tensão normal e tensão cisalhante de cada dos corpos de
prova no momento da ruptura. Os 24 pontos experimentais assim obtidos, representados pela sucção
inicial, tensão normal e tensão cisalhante, foram suficientes para a obtenção da superfície de ruptura.
Os resultados mostraram que a função hiperbólica apresentou um ajuste satisfatório.

PALAVRAS-CHAVE: superfície de ruptura, solos não saturados, indeformado, resistência ao


cisalhamento

1 INTRODUÇÃO condições não saturadas (NSAT), fazendo com


que ao analisar projetos a evidência do solo
O estudo da resistência não saturada é de grande saturado, ou seja, na pior condição seja na
importância para o entendimento e interpretação maioria das vezes a considerada; porém os
do comportamento mecânico do solo, estudos evidenciam que há a necessidade de
principalmente na aplicação em amplos projetos estudar o solo NSAT, pois existem regiões em
de engenharia como: estabilidade de taludes, que as evaporações excedem as precipitações;
estruturas de contenção, capacidade suporte, etc. além disso a análise em deslizamento de encosta
Isto mostra que há a necessidade de também e dimensionamento de obras temporárias são
estudar o solo no seu comportamento mais mais efetivos e econômicos quando são
realístico, e assim evitando prejuízos considerados os efeitos da sucção. Com relação
econômicos. É natural a não consideração das aos aspectos mecânicos, ou seja de resistência,
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

diferentemente do caso de solos saturados, em


que a envoltória de resistência é definida em um
gráfico bidimensional envolvendo a variável de
estado de tensão ( – uw) e a tensão cisalhante
(τ), é fundamental o uso de um espaço
tridimensional para caracterizar a superfície de
ruptura em solos não saturados. Sabe-se que o
comportamento de resistência em Solos não
Saturados na sua grande maioria é não linear
(Oliveira, 2004; Soonkie Nam et al., 2011;,
Kühn e Gitirana, 2015 e Massocco, 2017), e para
isso, cada tipo de solo merece uma atenção em
termos hidráulicos e mecânicos. Atualmente os
estudos de solos nas condições controladas e
compactadas são mais comuns, e, portanto, há
necessidade de pesquisas em solos nas
características indeformadas. Devido a
necessidade de implantar a sucção como a Figura 1. Área de estudo: Solo Residual de diabásio
terceira variável do estado de tensões, este
trabalho concentra-se em determinar uma Foram coletados 2 blocos indeformados de
superfície de ruptura e, assim a equação que dimensões de 30x30x30cm, retirados a uma
melhor se ajusta a um solo residual de granito na profundidade de 1 m. Para encontrar as
condição indeformada. Os resultados desta características do solo, coletaram-se amostras
pesquisa farão parte de um banco de dados, que deformadas ao longo de um furo executado a
podem ser utilizados para análise de encostas e trado. Nestas amostras foram realizados ensaios
taludes no Município de Florianópolis –SC. de caracterização tais como: granulometria,
umidade natural (W), limite de plasticidade
2 MATERIAIS E MÉTODOS (WL), índice de plasticidade (WP), massa
específica (ρ) e MCT. Assim, foi possível
Para alcançar o objetivo da pesquisa foram caracterizar o solo até a profundidade de 2,10m.
coletadas amostras indeformadas de solo. Após
este processo foram induzidas sucções nas 2.2 Medição da sucção
amostras, e assim, realizaram-se ensaios de
cisalhamento direto neste solo. A partir deste 2.2.1 Curva característica de retenção de água
processo foi possível obter valores de sucção, (SWCC)
tensão normal e tensão cisalhante.
O processo de obtenção da curva de retenção do
2.1 Solo estudado e propriedades solo, ocorreu através da moldagem de um corpo
de prova com dimensões cilíndricas na condição
As amostras para análise foram retiradas de um indeformada (11,51x10,68cm); após moldagem,
talude de solo residual de granito localizado na o solo foi saturado e posteriormente seco ao ar
cidade de Florianópolis-SC/Brazil, apresentando com determinação da sucção e de sua variação
coordenadas UTM (Universal Transverse volumétrica. A sucção foi determinada com a
Mercator) são 745645,67E, 6948050,28S. A técnica do papel filtro pela metodologia sugerida
Figura 1 corresponde ao local de retirada dos por Marinho (1995), sendo a mesma
blocos. representada pela média aritmética de dois
valores. Para a equação de ajuste aos pontos
experimentais assim obtidos foram aplicadas as
propostas de Fredlund e Xing (1994) e Van
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Genutchen (1980). A Figura 2 corresponde ao desse modo voltar ao item (iii). A necessidade de
corpo de prova indeformado utilizado para a se empregar esta metodologia está diretamente
obtenção da SWCC. associado ao fato de se utilizar uma técnica que
apenas mede a sucção, ou seja, não se impõe uma
sucção desejada. Em função da curva de retenção
se apresentar praticamente na horizontal, para o
intervalo de sucção de ensaio desejado, temos
que pequenas variações de umidade implicam
em grandes variações de sucção. Sendo assim se
torna adequada, ao se aplicar apenas a técnica do
(a) corpo saturado (b) Técnica do Papel filtro papel filtro, o emprego da metodologia proposta
Figura 2. Corpo de prova indeformado para obtenção da
por Massocco (2017). A Figura 3 corresponde a
SWCC
um dos solos indeformados com a aplicação do
2.2.2 Obtenção de sucção para o ensaio de papel filtro. O modelo utilizado de papel foi o da
cisalhamento direto marca Whatman n° 42.

Após saturação, os corpos de prova utilizados


nos ensaios de cisalhamento direto foram
secados de forma a que seus valores de sucção
inicial variassem dentro da faixa de 0 kPa a 500
kPa. Para a obtenção de corpos de prova com
estes valores de sucção foi empregada a técnica
do papel filtro, seguindo-se a metodologia
proposta por Massocco (2017). O princípio para Figura 3. Amostra de solo indeformada e papel filtro
obter a sucção tomou como base a curva de aplicado para obtenção da sucção no solo.
retenção de um solo, onde o corpo de prova de
2.3 Ensaio de Cisalhamento Direto
solo indeformado foi levado à saturação e
através do processo de secagem obteve-se as
A partir do momento em que a sucção desejada
sucções, com tempo determinado de equilíbrio
dos corpos de prova foi alcançada, seguiu-se
do papel filtro de 7 dias. Este método de
para o ensaio de cisalhamento direto. O
tentativas, consiste nas seguintes etapas:
procedimento do ensaio de cisalhamento direto
i. Obter a umidade inicial do solo realizado nesta pesquisa, foi baseado na norma
indeformado e massa úmida inicial; ASTM D3080-04 com alguns ajustes definidos
ii. Borrifar água nos moldes de solo, até pela metodologia de Massocco (2017) em que a
ficar próximo a saturação; velocidade de cisalhamento utilizada foi de
iii. Colocar Papel Filtro nesta amostra; 0,307 mm/min.
iv. Após 7 dias verificar a sucção; Foram realizados ensaios com tensões
v. Caso o solo indeformado obtenha a normais aplicadas de 50, 100, 150 e 300 kPa para
sucção desejada ir para o item (vi), caso o solo na condição inundada; e tensões normais
contrário ir ao item (iii); de 50, 100, 200 e 300 kPa para os ensaios na
vi. Ensaiar o solo no equipamento desejado; condição não saturada. Através destes dados
vii. Após ensaio obter a umidade amolgada. possibilitou-se analisar o comportamento do solo
com a variação da sucção para as tensões
Considerando que o papel filtro absorve um normais de 50kPa a 300 kPa.
pouco de água do corpo de prova, este processo
pode ser feito ininterruptamente, porém caso
esteja longe da sucção ideal, é necessário colocar
a amostra para secar nas condições ambientes e
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

2.4 Processo para estimar a superfície de


ruptura (u a  u w )
  c´(  u a )tg ' (4)
a  b  (u a  u w )
As coordenadas de cada um dos 24 pontos
experimentais, obtidos dos ensaios de
cisalhamento direto, dadas pela sucção inicial, Onde: c’ – Intercepto de coesão obtido do ensaio
tensão normal e tensão cisalhante nas condições inundado.
de ruptura, definem uma superfície de ruptura. A 3 RESULTADOS
definição da equação desta superfície se inicia
com a determinação das envoltórias de ruptura 3.1 Caracterização do solo
definidas para as tensões normais de 50, 100, 200
e 300 kPa. O ajuste hiperbólico do modelo A Figura 4 corresponde a caracterização do solo
proposto por Vilar (2006) se mostrou adequado. até a profundidade de 2,1m.
Neste modelo o ajuste hiperbólico é representado
pela Equação 1. Os parâmetros de forma, dados
por “a” e “b”, são obtidos pelo emprego das
Equações 2 e 3.

(u a  u w )
  c´int  (1)
a  b  (u a  u w )

1
a (2)
tg'

1
b (3)
c ult  c 'int
Figura 4. Propriedades do talude por profundidade

Onde: cint.’- intercepto coesivo do solo É possível observar na Figura 4 que a


correspondente a um determinado valor de umidade natural do talude tende a estabilizar a
tensão normal; ’ - ângulo de atrito efetivo; ( - partir de 100cm na faixa de 50%; a massa
) – sucção matricial; (σ - ) - tensão normal específica das partículas do solo (s) aumenta
aplicada; a e b – parâmetros de ajuste; cult - o com a profundidade (2,59 – 2,7 g/cm³). É
valor da máxima tensão cisalhante medida para perceptível que todas as propriedades tendem a
o intervalo de sucção estudado. estabilizar com o aumento da profundidade. Este
solo possui índices de plasticidade na faixa de 10
Para cada equação, que relaciona a resistência – 30% e somados ao WL altos tendem a possuir
ao cisalhamento com a sucção, obtida para as argila com baixa atividade. As camadas
tensões normais de 50, 100, 200 e 300 kPa, superficiais do solo possuem os efeitos de
foram definidos os valores de “a” e “b”. Para a laterização os valores encontrados de LA’(areias
representação da superfície de ruptura os valores argilosas lateríticas) e LG (solo argiloarenoso
de “a” e “b” foram determinados pela média com laterização).
aritmética dos 4 valores obtidos. A Figura 5 apresenta as frações
Desta forma, quando o ângulo de atrito granulométricas do solo em função da
efetivo permanece constante com o aumento da
profundidade, verifica-se que nas camadas
sucção, a equação da superfície é dada pela
superficiais há maior quantidade de areia grossa,
Equação 4.
enquanto que nas camadas mais profundas a
quantidade de argila passa a ser mais
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

significativa.

Figura 5. Granulometria por profundidade

3.2 Curva de Retenção (SWCC)

Na Figura 6 estão definidos os valores de sucção


obtidos para a determinação da curva de
retenção. Percebe-se que há uma redução do Figura 6. Dados experimentais obtidos para a
índice de vazios na medida em que diminui a determinação da SWCC.
umidade gravimétrica, isso ocorre devido ao
aumento da sucção que atua como um
confinamento interno aumentando a força de
atração entre as partículas do solo.
Na Figura 7 está apresentado o ajuste aos
pontos experimentais obtido pela equação
proposta por van Genutchen (1980). O melhor
ajuste foi definido e aplicado nos intervalos de
sucção até 10 kPa e maior que 10 kPa. Com
relação aos dados obtidos para a curva de
retenção, considerando ser um solo
indeformado, os dados se ajustaram bem (na
forma logarítmica). O melhor ajuste encontrado
foi através da metodologia de van Genutchen
(1980) e o início da entrada de ar já se inicia em
sucções da ordem de 10 kPa.

Figura 7. Curva de retenção de água no solo.

Como a equação de Van Genutchen (1980) se


XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

mostrou a mais adequada, verifica-se também


que a curva apresentou o aspecto bimodal. Na
Tabela 1 estão os parâmetros de ajuste obtidos.
Pode ser observado na Figura 7 que o início da
entrada de ar nos macroporos já se iniciou para
valores de sucção inferiores a 10 kPa. Durante os
procedimentos de secagem para determinação
dos pontos experimentais da curva de retenção,
se percebe que há uma redução do índice de
vazios com o aumento da sucção. Pode ser
constatado que, para o solo residual de granito, o
índice de vazios permanece praticamente
constante a partir do teor de umidade
volumétrica de 33%, que corresponde Figure 8. Resistência ao cisalhamento na condição
aproximadamente ao ponto de inflexão da curva inundada
de retenção.
3.3.2 Tensão cisalhante na condição não saturada
Tabela 1. Parâmetros de Van Genutchen para SWCC
α 1,90E-02
A Figura 9 representa os pontos experimentais
Ψ ≤ 10 kPa n 3
dos ensaios de cisalhamento direto, dados pela
Residual de m 8
sucção inicial, tensão normal e tensão cisalhante
Granito α 6,50E-05
10 ≤Ψ ≤ 1000000 na ruptura de cada um dos 24 corpos de prova.
n 1,1
kPa
m 1,2641

3.3 Resistência ao cisalhamento

Esta seção mostra os resultados do


comportamento do solo com a aplicação de
tensão normal de 50 a 300 kPa nos modos
inundados e na condição não saturada.

3.3.1 Tensão cisalhante na condição inundada

A Figura 8 corresponde ao valor de resistência


ao cisalhamento dos ensaios realizados na
condição inundada (sucção igual a zero)
submetidos a tensões normais de 50, 100, 150,
Figura 9. Representação tridimensional dos dados em
200 e 300 kPa.
análise para o solo residual de granito.
Pode-se observar na Figura 8 a reta que
representa a envoltória de ruptura para o solo
Pode ser observado, dos resultados
residual de granito na condição inundada possui
experimentais, que o ângulo de atrito efetivo se
o coeficiente angular de 0,5316 que corresponde
mantém constante com o aumento da sucção.
a um ângulo de atrito efetivo (φ’) de
Sendo assim a superfície de ruptura é
aproximadamente 28°, e uma coesão efetiva de representada pela Equação 4. Nesta equação os
20,478 kPa. valores da coesão e ângulo de atrito efetivos
foram os obtidos dos ensaios de cisalhamento
direto inundado. Os valores médios obtidos para
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

os parâmetros de forma “a” e “b” foram iguais a sucção. Pode-se perceber que há um aumento da
1,82 e 0,0231, respectivamente. Portanto, a resistência ao cisalhamento com a aumento da
superfície de ruptura é dada pela Equação 5. sucção, no entanto este aumento passa a ocorrer
com uma taxa cada vez menor, tendendo a zero
(u a  u w )
para sucções da ordem de 500 kPa. Como era de
  20, 478  (  u a )  0,5316  se esperar também se observa que, para um
1,82  0, 0231 (u a  u w )
mesmo valor de sucção há um aumento no valor
(5) da resistência ao cisalhamento na medida em que
aumento o valor da tensão normal. O ajuste
Onde: ( − ) é a tensão normal líquida dada
hiperbólico se mostrou satisfatório sendo o
pela abscissa; ( − ) é a sucção dada pela mesmo representativo dos pontos experimentais.
O valor inicial de ∅ é sempre menor que φ’,
ordenada
no entanto está fato está relacionado à pequena
quantidade de pontos experimentais para valores
Na Figura 10 está a representação gráfica da de sucção próximos do início da entrada de ar. É
superfície definida pela Equação 5. Na Figura 11 nesta região do gráfico que os valores de ’são
é apresentada uma comparação entre os pontos iguais ao de ∅ .
experimentais e as envoltórias de ruptura Por fim, foi observado que o ângulo de atrito
definidas, para os diferentes valores de tensões efetivo se mantém constante sendo o mesmo
normais aplicados nos ensaios de cisalhamento independente do valor da sucção do corpo de
direto. Nesta figura é possível verificar o prova.
comportamento do solo com o aumento da
Tensão cisalhante (kPa)

Sucção (kPa)
Tensão normal (kPa)
Figura 10. Representação tridimensional da superfície em análise para o solo residual de granito
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

300
Tensão cisalhante (kPa)

200
(σ- a) = 50 kPa

(σ- a) = 100 kPa

(σ- a) = 200 kPa


100
(σ- a)= 300 kPa

0
0 100 200 300 400 500
Sucção matricial (kPa)
Figura 11. Sucção versus tensão cisalhante da superfície polinomial

efetivo, obtido dos ensaios inundados.


CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
O solo residual de granito, extraído de uma
encosta da Ilha de Santa Catarina/SC, se Agradecer ao Professor Orlando Martini de
classifica como solo laterítico arenoso, até uma Oliveira pela disposição e orientação.
profundidade de aproximadamente 50 cm, se
classificando como solo laterítico argiloso para REFERÊNCIAS
maiores profundidades. A curva de retenção de
água, obtida seguindo-se o caminho de secagem ASTM - AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
MATERIALS. D3080-04. (2004). Standard Test
do corpo de prova, apresentou um aspecto Method for Direct Shear Test of Soils Under
bimodal representado por uma entrada de ar nos Consolidated. United States, p. 30.
macroporos para valores de sucção da ordem de Campos, L.G. 2015. Variação Sazonal do Fator de
10 kPa. O ensaio de cisalhamento direto Segurança Global da Estabilidade de um Solo
Residual de Diabásio. Trabalho de Conclusão de
convencional, apesar de suas limitações, Curso apresentado à Universidade Federal de Santa
forneceu resultados coerentes quando utilizado Catarina, p. 142.
para obtenção da superfície de ruptura do solo de Fredlund, D. G.; Xing, A. 1994. Equations for the soil-
granito indeformado. Aos 24 pontos water characteristic curve. Canadian Geotechnical
Journal. p. 521-532.
experimentais foi ajustado uma superfície Fredlund, D. G.; Morgenstern, N. R.; Widner, R. A.
hiperbólica. Pode-se perceber que há um 1978. The shear strength of unsaturated soils.
aumento da resistência ao cisalhamento com a Canadian Geotechnical journal, p. 313-321.
aumento da sucção. No entanto este aumento Gulhati, S. K.; Satija, B. S. 1981. Shear Strenght of
Partially Saturated Soils. In: 10th Int. Conf. soil
passa a ocorrer com uma taxa cada vez menor, mechanics. Anais, Stockholm.
tendendo a zero para sucções da ordem de 500 Kühn, V. O. Gitirana jr., G. F. N. 2015. Resistência ao
kPa. cisalhamento de um solo tropical considerando altas
O aumento da sucção inicial dos corpos de sucções. In: VIII Simpósio Brasileiro de Solos Não
Saturados, Fortaleza - CE. Solos não saturados: da
prova não modifica o valor do ângulo de atrito caracterização às aplicações. p. 251-258.
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Marinho, F. A. M. 2005. Os Solos não saturados:


Aspectos Teóricos, Experimentais e Aplicados. Texto
apresentado a Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. São Paulo, p. 201.
Massocco, N. S. 2017. Determinação dos parâmetros
geotécnicos de solos residuais com ênfase na
mecânica dos solos não saturados. Dissertação de
mestrado – Universidade Federal de Santa
Catarina/UFSC, 239p.
Bellina, G. N., Oliveira, O. M., Higashi, R. A. R.
; Massocco, N., S. Marinho, F.A.M. 2017.
Monitoramento da variação do perfil de sucção de
uma encosta de solo residual de granito localizado na
Ilha de Santa Catarina/Brasil. In: VII Conferência
brasileira sobre estabilidade de encostas, 2017,
Florianópolis. Anais VII Conferência brasileira sobre
estabilidade de encostas.
Oliveira, O. M. 2004. Estudo Sobre a Resistência ao
Cisalhamento de um Solo Residual Compactado Não
Saturado. Tese de doutorado - Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo/EPUSP, 330p.
Rassam, D. W.; Cook, F. 2002. Predicting the shear
strength envelope of unsaturated soils. Geotechnical
Testing Journal, v. 25, p. 215-220.
Rahardjo, H.; Chang, F. M.; Lim, T. T. 1995. Shear
Strenght in situ matric suction of residual soil. In: 1°
International conference on unsaturated soils. Proc.
of the 1 internacional conference on unsaturated soils,
Paris, France, 2, p. 637-643.
Soonkie, N. et al. 2011. Determination of the shear
strenght of unsaturated soils using the multistage
direct shear test. Engineering Geology, p. 272-280.
Vanapalli, S. K.; Fredlund, D. G.; Pufahl, D. E. 1996.
The relations between the soil-water characteristic
curve and unsaturated shear strength of a compacted
glacial till. Geotechnical Testing Journal, v. v.19(3).
Van Genuchten, M. T. 1980. A closed form equation for
predicting the hydraulic conductivity of unsaturated
soils. Soil Science Society of America Journal,
Madison. p. 892-898
Vilar. O. M. 2006. A simplified procedure to estimate the
shear strength envelope of unsaturated soils.
Canadian Geotechnical Journal, Vol 43.
Weimin Ye, Yawei Zhang, Bao Chen, Xiuhan Zhou,
Qiang Xie. 2010. Shear strength of an unsaturated
weakly expansive soil, Journal of Rock Mechanics
and Geotechnical Engineering, Volume 2, Issue 2,
Pages 155-161, ISSN 1674-7755.

Vous aimerez peut-être aussi