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XVIII Sim pósio Nacional de Ensino de Física – SNEF 2009 – Vitória, ES 1

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA PARA


MAGNETIZAÇÃO DE MATERIAIS EM LABORATÓRIO DE ENSINO
DE FÍSICA

Edgar Zeno Paul Jr. 1, Rodrigo Ricetti 2, Pedro Sergio Baldessar 3,


Arandi Ginane Bezerra Jr. 4
1
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, edgarzpj@hotmail.com
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, rodrigo.ricetti@gmail.com
3
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, baldessar@utfpr.edu.br
4
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, arandi@utfpr.edu.br

Resumo

Neste trabalho, mostramos os detalhes de como construir um sistema


relativamente simples e de baixo custo que permite magnetizar materiais
ferromagnéticos como pregos, imãs e bússolas, que pode ser utilizado em aulas
de laboratório de física . O sistema consiste num circuito RLC no qual o n
i dutor é
uma bobina em cujo interior é posto o material a ser magnetizado. Optou-se pela
simplicidade na montagem do conjunto e por garantir a segurança na sua
utilização. Nossos cálculos preliminares indicam que , para o sistema aqui
desenvolvido, obtêm-se descargas de corrente com picos da ordem de 200A, em
intervalos de tempo de 200µs gerando -se, assim, campos magnéticos bastante
intensos. Estes campos possibilitam a magnetização de materiais e o
conseqüente estudo , ainda que introdutório, de propriedades magnéticas da
matéria. No desenvolvimento do sistema e nas experiências que podem ser com
ele realizadas são colocados em prática vários conceitos do eletromagnetismo
importantes no processo de ensino-aprendizagem. Até o momento, foram
produzidos alguns kits para uso em laboratórios didáticos do Departamento de
Física da UTFPR. Foram também construídas caixas que permitem uma
manipulação mais segura dos kits. Na seqüência, pretende -se desenvolver
roteiros de aulas em que tal experimento seja explorado para estudar a
magnetização de materiais em função do campo magnético a eles aplicado, de
forma quantitativa . Notamos que, ao manipular os kits, surgem diversas dúvidas
e perguntas por parte dos estudantes, que provocam interessantes discussões.
Os estudantes também mostram-se curiosos e instigados, o que serve de
estímulo para que os capítulos finais dos livros de eletromagnetismo sejam
abordados e estudados com mais empenho.

Palavras-chave : ensino de eletromagnetismo, magnetização de materiais;


laboratório de magnetismo.

INTRODUÇÃO
Os primeiros contatos com o magnetismo ocorreram há milhares de anos
(YOUNG & FREEDMAN, 2004), porém, uma das primeiras aplicações de materiais
que apresentam características magnéticas deve-se, provavelmente, aos chineses

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que empregaram -nos na navegação: a bússola (RIBEIRO, 2000). Atualmente, a


utilização de materiais com propriedades magnétic as é de grande escala em todo o
mundo, nas mais diversas áreas. Entre elas podemos citar: instrumentos científicos,
sistemas eletrônicos, transformadores, motores, alto-falantes, dispositivos médicos
como marcapasso, aparelhos de ressonância magnética e outros tantos. Mais
recentemente: levitação magnética, efeito magnetocalórico gigante e
magnetorres istência gigante aparecem como fundamentos de tecnologias que têm
forte apelo na divulgação científica. Recentemente, por exemplo, o prêmio Nobel de
Física foi concedido a pesquisadores da área (NOBELPRIZE, 2008).
O estudo de materiais magnéticos, incluindo as origens do campo magnético
e as propriedades magnéticas da matéria, é assunto presente nos livros canônicos
de física básica (vide, por exemplo, NUSSENZVEIG, 1997 e YOUNG & FREEDMAN,
2004). O tratamento clássico geralmente empregado é útil para uma discussão
fenomenológica e também serve de introdução a abordagens que se valem da teoria
quântica, esta mais usual em textos mais avançados (vide, por exemplo, REZENDE,
1996). Com respeito ao ensino do magnetismo, uma característica interessante é
que, muitas vezes, este tópico está presente nos capítulos finais dos livros, ou
corresponde à parte final das ementas das disciplinas de física básica. Desta forma,
também é comum que o tema seja pouco explorado, problema que se estende às
atividades de laboratório. Destarte, dada a importância, tanto do ponto de vista
teórico quanto das aplicações dos materiais magnéticos, cabe uma pergunta
fundamental quando se ensina Eletromagnetismo: como obter esses materiais tão
preciosos? Pode-s e procurar na natureza por materiais que possuem uma
magnetização espontânea forte, os imãs permanentes. Outra opção é utilizar-s e de
campos magnéticos externos - usualmente gerados por correntes elétricas - para
orientar os momentos magnéticos microscópicos de determinados materiais,
magnetizando-os .

A PROPOSTA
Alguns tipos de materiais como o ferro, o níquel e o cobalto apresentam
propriedades ferromagnéticas. Isso quer dizer que seus momentos magnéticos se
alinham fortemente na direção de um campo magnético externo (NUSSENZVEIG,
1997; YOUNG & FREEDMAN, 2004).
Na grande maioria das vezes , materiais ferromagnéticos (e ferrimagnéticos
também) apresentam magnetização resultante nula, fato este proveniente de
diversos balanços internos de energia relativamente complexos. Entretanto, ao
aplicar um campo magnético externo, estes materiais começam a apresentar uma
magnetização na mesma orientação e sentido do campo externo aplicado.
Dependendo da intensidade do campo magnético externo, a magnetização do
material pode ou não voltar ao seu valor inicial.
A idéia do sistema aqui proposto é gerar um campo magnético a partir de
corrente elétrica contínua - fenômeno que pode ser compreendido com o uso da lei
de Ampère - para magnetizar materiais ferromagnéticos. Haja vista a necessidade
de um campo bastante intenso, a corrente elétrica que vai gerá-lo deve também ser
intensa. No entanto, correntes elétricas contínuas e intensas não podem ser
diretamente geradas pelas fontes de alimentação usualmente disponíveis em
laboratórios de ensino de física básica. Para a obtenção de tais correntes, é mais
conveniente utilizar-se da descarga de capacitores. Propomos, então, a construção
de um circuito RLC com componentes de baixo custo e de fácil aquisição,
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dimensionado de forma a obter correntes elétricas intensas o suficiente para


magnetizar, em sala de aula, materiais magnéticos simples como pregos e bússolas.
O circuito também permite demonstrar que determinados materiais não são
magnetizáveis, como a madeira e o alumínio, por exemplo. Entendemos que a
realização de experimentos deste tipo pode servir de estímulo aos estudantes a que
se interessem pelo assunto e busquem aprofundar seus conhecimentos.

O CIRCUITO RLC
Num primeiro momento, poderia surgir a tentadora indagação: porque não
utilizar diretamente a rede elétrica disponível nas tomadas dos laboratórios? Assim,
não haveria problema para se obter altas correntes , haja vista que as companhias
de distribuição elétrica garantem potências relativamente elevadas em suas redes. O
empecilho para isso encontra-se no fato que as tomadas fornecem corrente
alternada, ou seja, o campo magnético mudaria seu sentido de acordo com a
corrente. Dessa maneira não conseguiríamos magnetizar materiais adequadamente.
Um circuito RLC convenientemente projetado fornecerá uma corrente
contínua e intensa o suficiente para, no interior da bobina (indutor), gerar um campo
magnético uniforme e intenso. Os materiais a serem magnetizados devem ser
colocados no interior do indutor. Um esquema com a idéia básica do circuito é
apresentado na Figura 1.

Figura 1: Idéia básica do circuito de magnetização proposto


(V1=200Vdc, C1=2200µF, L1=55µH, R1=0,7? , R2=100?).

O funcionamento do sistema é relativamente simples: a chave A (a partir do


ponto 1), ao ser ligada no ponto 2, com o circuito conectado a uma fonte de tensão
contínua de 200V, permite carregar o capacitor C1 e, algum tempo depois , quando
conectada ao ponto 3, permite descarregá-lo, gerando assim uma corrente elevada
no indutor L1. O material a ser magnetizado deve ser colocado no interior deste
indutor. O resistor R1 representa a resistência ôhmica do circuito RLC devida
principalmente ao enrolamento da bobina. A utilização do resistor R2 faz-se
necessária para não ocorrer curto -circuito da fonte no instante inicial de carga do
capacitor.
Baseados em conhecimentos de análise de circuitos elétricos, obtêm-se as
equações de carga e descarga do capacitor. Nosso projeto do circuito leva em
consideração as condições para que o sistema seja superamortecido, portanto, não-
periódico (YOUNG & FREEDMAN, 2004). Esta condição é tal que:

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2
 R1  1
  >
 2 L1  L1 C1
De acord o com nossos cálculos, a partir da equação diferencial que
corresponde ao circuito (vide, por exemplo, IRWIN, 2000), a corrente elétrica i(t) é
dada por:
i ( t ) = 353 ( e − 11 , 4 × 10 − e − 1 , 2 × 10 t ) ,
3 3
t

que é a corrente, em Ampères, que percorre a bobina quando acontece a descarga


do capacitor C1. Derivando-se esta equação em relação ao tempo, para determinar
os extremos da função, obtém-se a corrente máxima que passa pela bobina L1 e o
intervalo de tempo em que isso ocorre. Os resultados dessa análise indicam um pico
de corrente de aproximadamente 243A, 220µs após o início da descarga de C1.
Calcula-se, assim, que a corrente que passa pela bobina realmente tem um
valor elevado, possibilitando um campo magnético de alta intensidade, o qual,
conforme mencionado anteriormente, faz -s e necessário para bem magnetizar
materiais.

MONTAGEM DO CIRCUITO RLC


Materiais Necessários
Para o projeto do circuito foram utilizados componentes que são facilmente
encontrados no comércio de materiais eletrônicos e similares:
• 1 Capacitor eletrolítico 20µF/350V ou 2 capacitores 47µF/200V;
• 4 diodos 1N4007;
• 2 Resistores 1,2M? 1/4W ;
• 1 capacitor eletrolítico 1100µF/200V ou 2 capacitores eletrolíticos 2200µF/
100V;
• 2 Resistores 10k? , 5W;
• 1 Resistor 10k? , 10W;
• 1 bobina (“fio enrolado” - diâmetro: 4cm, comprimento : 26cm, número de
espiras: 100, seç ão reta: 2mm - indutância de aproximadamente 55µH, com
“núcleo de ar”);
• 2 bournes;
• 2 pinos banana;
• Cabo de força;
• Placa de cobre perfurada (100mm x 100mm);
• Ferro de solda;
• Estanho para solda;
• Alicate de corte;
• 1m fio flexível encapado cor preta (2mm de diâmetro);
• 1m fio flexível encapado cor vermelha (2mm de diâmetro);
• 1/2m fio de cobre rígido encapado (4mm de diâmetro);
• Furadeira;
• Brocas 1,5mm;
• Fita isolante.

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Fonte de alimentação

Uma questão importante a ser observada neste circuito é se há a


disponibilidade de uma fonte de alimentação de 200V DC (vide Figura 1). Essa fonte
já pronta simplifica muito o trabalho, e também o circuito. Porém, muitas vezes tal
fonte não é facilmente acessível. Objetivando superar esse possível problema, é
proposto também um circuito que servirá como fonte alternativa de alimentação,
baseado e m uma rede elétrica de 220V AC.
O primeiro passo é construir um retificador de onda completa. No contexto
deste circuito, será projetado um retificador em ponte, o qual se utiliza de quatro
diodos em uma ligação combinada (vide Figura 2). É utilizado, ainda, um capacitor
na saída da ponte, como filtro capacitivo (vide, por exemplo, Millman, 1981), que
servirá para diminuir o ripple , ou ondulação, na saída.
Devem-se atentar cuidadosamente para as características de cada
componente. No caso do capacitor, jamais se deve exceder a tensão máxima de
operação, nem inverter a polaridade do capacitor eletrolítico, sob o risco de danificar,
ou até explodir, o componente. Com relação aos diodos , é necessário observar
principalmente a tensão máxima de pico reversa e a máxima corrente direta a que o
componente estará submetido.

Figura 2: Esquema da fonte alternativa de alimentação


(V1=220Vrms, D1=1N4007, C1=20µF).

Analisando o circuito da Figura 2, constata-se que a tensão máxima sobre o


capacitor é a tensão de pico da rede, ou seja, 311V. Ora, o capacitor solicitado deve
ter tensão de operação acima de tal valor. No entanto, um capacitor com tais
características não é facilmente encontrado no mercado. Para contornar a s ituação
são utilizados dois capacitores 47µF/200V em série. Para garantir a segurança,
colocam-se resistores de igual valor (1,2M?) em paralelo com cada capacitor (vide
Figura 3).
Com essa configuração, a tensão máxima sobre cada capacitor é a metade
do valor de pico da rede, ou seja, aproximadamente 155V. Portanto, agora podem
ser utilizado capacitores com tensão de operação de até 200V garantindo, assim, a
segurança. Foi utilizada uma capacitância maior (47µF) porque quando se associam
dois capacitores, de iguais capacitâncias, em série, a capacitância equivalente é a
metade da capacitância de um dos capacitores , ou seja, um valor próximo de 20µF.

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Figura 3: Circuito final para a fonte alternativa de alimentação


(V1=220Vrms, D1=1N4007, R1=R2=1,2M?, C1=C2=47µF).

A tensão de saída do circuito da Figura 3 é de aproximadamente 311V DC.


Utilizando um divisor de tensão resistivo , obtém-se uma tensão de saída de
aproximadamente 200V (vide Figura 4), a qual será utilizada para alimentar o
capacitor do circuito RLC.

Circuito de magnetização
O objetivo do circuito da figura 4 é submeter um capacitor de 1100µF a uma
tensão de 200V e, posteriormente, descarregá-lo em uma bobina.

Figura 4: Circuito de magnetização com fonte de alimentação e apenas um


capacitor (V1=311Vdc, R1=R2=R3=10K?, R4=0,7?, C1=1100µF, L1=55µH).
Nota: aqui, V1 representa o circuito da Figura 3.

Note-se que a Chave A encontra-se em posição diferente, na Figura 4, em


relação à Figura 1. A Figura 1 serve apenas para o propósito didático de explicar o
processo de carga e descarga, que conduz às altas correntes e, conseqüentemente,
aos grandes campos magnéticos. A Figura 4 (e subseqüentes) é mais próxima do
circuito real.
Há certa dificuldade em encontrar comercialmente um capacitor com as
características (1100µF/200V) sugeridas na Figura 4. Novamente será utilizada a
associação de dois capacitores (2200µF/100V) em série para facilitar o projeto (vide
Figura 5).

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Figura 5: Circuito de magnetização com fonte de alimentação e dois capacitores


(V1=311Vdc, R1=R2=R3=10K?, R4=0,7?, C1=C2=2200µF, L1=55µH). Nota: aqui, V1
representa o circuito da Figura 3.

A utilização de um divisor resistivo para obter 200V sobre os capacitores


resulta também numa maior segurança para a manipulação do sistema. O resistores
em paralelo garantem 100V em cada um dos capacitores, independente mente de o
capacitor apresentar defeito ou não. Soma-se a isso o fato que, quando a fonte de
energia é desligada, os capacitores são logo descarregados pelo circuito fechado
contendo R2 e R3, o que torna o circuito mais seguro.

Circuito completo
Na Figura 6 é apresentado o diagrama esquemático do circuito completo,
contendo a fonte de alimentação e o circuito de magnetização. Com exceção da
bobina, todos os demais componentes são montados em uma placa de cobre
perfurada. Para garantir a segurança durante sua manipulação , o sistema foi
colocado em caixas de madeira. Algumas fotos do componentes e do produto final
são apresentadas nas Figuras 7, 8 e 9.

Figura 6: Esquema final do circuito RLC proposto para o experimento de


magnetização de materiais (V1=220Vrms, D1=1N4007, R1=R2=1,2M? ,
C1=C2=47µF, R3=R4=R5=10K?, C3=C4=2200µF, R6=0,7? , L1=55µH).
Chamamos a atenção para que a chave (Chave A, nas figuras 4, 5 e 6) foi
construída com um fio rígido de cobre, visto que as chaves encontradas no comércio
não suportavam correntes elevadas. Ligamos uma extremidade do fio rígido ao
capacitor e, quando queremos descarregá-lo, tocamos a outra extremidade do fio
com o pino banana da bobina (indutor). Neste processo, utilizamos um alicate com
cabo de segurança para fazer o contato do pino banana com o fio de cobre. Deve-se
alertar os estudantes para que o equipamento seja manuseado com extremo
cuidado.

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Figura 7: Alguns componentes utilizados no circuito: (a) diodos 1N4007 e resistores


1,2M? 1/4W. (b) placa de cobre perfurada 100x100mm. (c) resistores 10k? , 5W.

Figura 8: (a) Capacitores de descarga. (b)Capacitores de filtro. (c) Bobina (indutor).

Figura 9: (a) Circuito montado na placa de cobre. (b) Caixa de madeira para
acomodar o circuito.

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DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS


Foram confeccionados diversos conjuntos, conforme o projeto exposto
anteriormente, para serem utilizados em disciplinas ofertadas pelo Departamento de
Física da UTFPR. Nossa proposta inicial é dividir as turmas de estudantes em
pequenos grupos. Cada grupo, então, dispõe de um kit para magnetização de
materiais. Desta forma, atividades com enfoque investigativo podem ser
realizadas .(SILVA, 2002; AZEVEDO, 2004). É interessante notar que os kits
atendem a aulas e demonstrações para os diversos níveis de ensino (médio,
tecnológico e superior). Além disso, possibilitam experimentos adaptáveis ao tempo
didático das aulas. Assim, o professor e os estudantes dispõem de uma ferramenta
importante no processo de Transposição Didática (ALVES FILHO et al., 2005).
De uma maneira geral, este trabalho está inserido em um projeto mais amplo
que pretende elaborar experimentos adaptáveis a disciplinas e aulas de laboratório
nos diversos níveis de ensino e que possibilitem aos professores realizar melhor a
transposição didática em física (vide, por exemplo, BEZERRA-JR et al, 2007a,
2007b, 2008; PAUL-JR et al, 2008).
O sistema projetado já foi utilizado, com êxito, em aulas de laboratório de
disciplinas de física na UTFPR . Foram magnetizados os ímãs e bússolas dos
laboratórios de ensino do Departamento de Física. Estas aulas permitiram, a partir
dos resultados experimentais, discussões significativas sobre materiais magnéticos e
as propriedades magnéticas da matéria, servindo também de estímulo para que os
capítulos finais dos livros de eletromagnetismo fossem abordados e estudados com
mais empenho. Os estudantes mostram-se curiosos e instigados. Diversas dúvidas,
perguntas e discussões surgem a partir do manuseio dos kits. Ora, o sistema
envolve um circuito RLC, conteúdo importante das disciplinas de eletromagnetismo;
envolve altas correntes e tempos curtos, assuntos que interessam aos alunos; e as
explicações sobre tipos de materiais magnéticos, domínios magnéticos e outras que
envolvem modelos microscópicos encontram um apoio experimental. Apoio este que
também permite ao professor abordar aspectos quânticos associados ao
magnetismo.
Em trabalhos futuros, pretendemos desenvolver experimentos em que os kits
sejam melhor explorados, por exemplo, para estudar a magnetização de materiais
em função do campo magnético a eles aplicado, de forma quantitativa.

Referências

ALVES FILHO, J.P.; PINHEIRO, T.F.; PIETROCOLA, M.A. Eletrostática como


exemplo de Transposição Didática. In: PIETROCOLA, M. (org.). Ensino de Física.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2005. P. 76-99.
AZEVEDO, M. C. P. S. Ensino por Investigação: Problematizando as Atividades em
Sala de Aula. In: CARVALHO, A. M. P. (org.). Ensino de Ciências. São Paulo:
Thomson, 2004. P. 19-33.
BEZERRA-JR, A. G.; FREITAS, M. S. T.; RODBARD, M. G.; RICETTI, R.; BUKTA,
H. Demonstrações em Física Experimental com Instrumentos de Baixo Custo. In
XVII SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, oficina 4. São Luis, 2007-a.

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BEZERRA-JR, A. G.; FREITAS, M. S. T.; RODBARD, M. G.; RICETTI, R.; BUKTA, H.


Ensino de Física através de Kits Experimentais. In XVII SIMPÓSIO NACIONAL DE
ENSINO DE FÍSICA, Oficina 1. São Luis, 2007-b.
BEZERRA-JR, A. G.; PAUL-JR, E. Z., FREITAS, M. S. T. Uma abordagem
construtivista ao ensino de eletromagnetismo em cursos de engenharia - resultados
preliminares. In: XI ENCONTRO DE PESQUISAEM ENSINO DE FÍSICA, Curitiba,
2008 – trabalho aceito.
IRWIN, J. D. Análise de Circuitos Elétricos em Engenharia. São Paulo: Pearson
Makron Books, 2000.
MILLMAN, J. Eletrônica: dispositivos e circuitos. v.1. São Paulo: McGraw -Hill do
Brasil, 1981.
PAUL-JR, E. Z.; RICETTI, R.; BEZERRA-JR., A. G. Desenvolvimento de
experimentos de eletromagnetismo compatíveis com as aulas de laboratório de física
para cursos de tecnologia e engenharia. In: II JORNADA DA PRODUÇÃO
CIENTÍFICA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DA REGIÃO
SUL. Pelotas, 2008.
NOBELPRIZE. Nobelprize. Disponível em: <http://nobelprize.org/nobel_prizes/
physics/laureates/2007/press.html> Acesso em: 05 de outubro de 2008.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. v.3. São Paulo: Edgar Blücher,
1997.
REZENDE, S. M. Física de Mate riais e Dispositivos Eletrônicos. Recife: Editora
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RIBEIRO, G. A. P. As Propriedades Magnéticas da Matéria: um Primeiro Contato.
Revista Brasileira de Ensino de Física, v.22, n.3, p. 299–305, 2000.
SILVA , J. H. D. da. Algumas Considerações Sobre Ensino e Aprendizagem na
Disciplina Laboratório de Eletromagnetismo. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v.24, n.4, p. 471-476, 2002.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física III Eletromagnetismo . São Paulo:
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