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O EVANGELHO DE DEUS
D. M. Lloyd-Jones
Editora:
The Banner of Truth Trust
Copyright:
Mrs. D. M. Lloyd-Jones
Tradução do inglês:
Odayr Olivetti
Revisão:
Antonio Poccinelli
Capa:
Sérgio Luiz Menga
Permissão gentilmente concedida pela Banner of Truth Trust
para usar a sobrecapa da edição inglesa
Impressão:
Imprensa da Fé
PREFÁCIO
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que nunca o ouviram pregar obtenham algo do sabor da sua
personalidade - seu entusiasmo por sua tarefa, a clareza da sua
mente analítica, seu desprazer em ser de algum modo
imobilizado por um programa previamente anunciado, e,
acima de tudo, o seu profundo desejo de que os nossos corações
fossem aquecidos por esta grandiosa Epístola e de que Deus
fosse glorificado.
Também deixamos integralmente, no início de um dos
capítulos, o seu sumário da semana anterior. Os que o ouviram
lembrarão com que esmero, bom professor que ele era,
costumava fazer-nos recordar o que tínhamos aprendido na
ocasião anterior. Naturalmente, na forma de livro a repetição
não é tão necessária, mas às vezes achamos o sumário quase
tão emocionante como toda a preleção prévia. Portanto,
deixamos o começo do capítulo 24 como está, para que o leitor
veja e aprecie o seu método.
Somos gratos por tudo que os leitores do Dr. Lloyd-Jones
nos disseram, falando sobre como os seus livros os têm ajudado.
Gostaríamos de pedir-lhes que orem por nós, em nosso trabalho
de prepará-los para publicação, e esperamos que Deus continue
a usar estes livros em Seu serviço.
Bethan Lloyd-Jones
Ealing, agosto de 1985
6
ÍNDICE
1.............................................................................................. 11
Uma abordagem espiritual necessária - a importância desta Epístola na
história da Igreja- a conversão e a capacitação de Paulo - o falso contraste
entre dons naturais e o Espírito Santo.
2.............................................................................................. 28
Os leitores e os seus antecedentes circunstanciais - a fundação e o caráter da
igreja (em Roma) - o motivo para escrever-lhes: firmá-los na verdade -
análise da Epístola - capítulos 4-8 tratam da certeza da salvação.
3 ........................................................................................... 47
A centralidade de Cristo - o escravo, redimido e capturado por Cristo - a
verdadeira definição de um apóstolo - suas marcas e sua autoridade - Paulo
chamado pelo Senhor ressurreto.
4 ........................................................................................... 63
As qualificações apostólicas de Paulo - sua igualdade com os demais - sua
missão entre os gentios - relevância, então e agora - a “sucessão apostólica”
- separado desde o ventre da sua mãe.
5 ........................................................................................... 76
O significado da palavra “evangelho” - a maior boa nova que já ouvimos - o
evangelho de Deus em três Pessoas - a primazia do Pai - as limitações da
apologética.
6 ........................................................................................... 92
O método de argumentação de Paulo, partindo do Velho Testamento - as
promessas, as profecias e os tipos - proclamação e predição - a revelação e a
inspiração conforme Pedro - os escritos sagrados, a Palavra de Deus.
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7 .......................................................................................... 109
A demora da vinda de Cristo - o uso do Velho Testamento para provar a
continuidade do evangelho - a verdadeira natureza da Igreja Cristã e a
doutrina do remanescente - a suficiência, a autoridade, a unidade, a
necessidade e a coerência das Escrituras - a consolação do Velho Testamento.
8 .......................................................................................... 128
Cristo é o centro do evangelho - o Filho de Deus encarnado - Sua verdadeira
humanidade - o elo de ligação com a profecia e especialmente com a casa
de Davi - a relevância para hoje.
9 ......................................................................................... 145
Uma série de contrastes - feito: declarado - fraqueza: poder - carne: o
espírito de santidade - o significado da ressurreição - a instalação do Deus-
-homem como o Mediador.
10 ....................................................................................... 163
O senhorio de Jesus - Jesus Cristo, o Salvador ungido - profeta, sacerdote,
rei - a impossibilidade de separar Salvador e Senhor - a base de tudo o que
Paulo é e faz - a obediência da fé.
11 ........................................................................................ 180
Encargo e submissão - Christmas Evans e o sandemanismo - pelo nome de
Cristo - glorificando a Cristo pela palavra, pela vida e pelo testemunho.
12 ....................................................................................... 195
Pertencentes a Cristo - o fundamento, amados de Deus - vocação geral e
eficaz - separados para Deus e Seu louvor - os santos e a santidade.
13 ....................................................................................... 211
A doutrina e a prática - a graça levando à paz com Deus - experimentando
a paz de Deus - doutrinas implícitas - uma extraordinária e animadora obra
de Deus em Roma.
14 ....................................................................................... 227
O desejo de Paulo de visitar Roma - fortalecendo as crianças em Cristo -
forma e substância - a vida de oração do apóstolo - ação de graças mediante
Cristo - um grande intercessor.
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15 ....................................................................................... 242
Desejo, oração e submissão à vontade de Deus -prospero, pela bênção de
Deus - obstáculos e direção - perseverando na oração - “O homem propõe,
mas Deus dispõe”.
16 ....................................................................................... 256
A atitude de Paulo para com a sua obra - o serviço religioso - o perigo do
serviço meramente externo - métodos carnais e espirituais - zelo carnal e
paixão divina - “ilimitado amor divino”.
17 .......................................................................................271
Os limites que o apóstolo impôs a si mesmo - as riquezas do evangelho - o
poder e a autoridade do evangelho - fortalecendo mediante ensino completo.
18 .............................................................. .........................286
Modéstia genuína de Paulo - a prova real do crente - autoridade espiritual
e catolicismo - a Igreja como comunidade - o encorajamento do apóstolo,
decorrente da fé dos irmãos - o perigo dos “movimentos”.
19 ....................................................................................... 301
Na obrigação de pregar o evangelho - a capacidade de transmitir o evangelho
- a necessidade universal de todas as nações e de todos os tipos de homens
- Paulo e sua habilidade para alcançar a todos - o evangelho total para o
homem total - o constrangimento.
20 ....................................................................................... 316
Método lógico - envergonhando-sedo evangelho - o escândalo da cruz -
louco por amor de Cristo - evangelhos falsos, populares - o motivo certo
para não nos envergonharmos - poder singular para salvar.
21 ....................................................................................... 333
Boas novas gloriosas - tríplicelibertação do pecado - reconciliação e
restauração - salvação, passado, presente e futuro - o método de Deus.
22 ....................................................................................... 346
O poder de Deus para salvar - a eficácia do evangelho - a Palavra e o
Espírito - a prescrição divina - primeiro para o judeu - esperança para
todos.
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23 ...................................................................................... 363
O evangelho revelado - justiça aceitável a Deus - revestidos da justiça de
Cristo - o caráter único da fé cristã - o instrumento - Lutero e Habacuque.
24 ........................................................................................380
Sumário - a importância do trecho, del:18a3:20-a necessidade de provar-
-se o evangelho - a história e a futilidade da civilização - análise geral do
referido trecho.
25 ....................................................................................... 396
Começando com a nossa relação com Deus - as experiências e as seitas -
atitudes modernistas e incrédulas para com a ira de Deus - concepção
determinante quanto à evangelização escriturística - a comprovação do
Novo Testamento - a prática do nosso Senhor, dos apóstolos e dos grandes
evangelistas.
26 ........................................................................................414
A natureza da ira de Deus - maneiras pelas quais ela é revelada - julgamentos
na história - a ira e a cruz - a ira agora e posteriormente,
27 ....................................................................................... 429
O caráter do pecado - impiedade e injustiça - conexão e ordem - pecados e
pecado - mera moralidade e o evangelho social - religião antropocêntrica
(centralizada no homem) - evangelização verdadeira.
28 ..................................................................................... 444
A total indefensabilidade do homem - senso universal de Deus - Deus
manifesto na criação, na providência e na história - revelação geral e especial
- suprimindo a verdade - filosofia orgulhosa e iníqua.
29 ....................................................................................... 462
A rejeição de Deus - idolatria e mitologia - reverência perante o Deus da
Bíblia - loucura e sordidez - abandono judicial - a necessidade de
avivamento.
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Roma por dentro. São tais homens que Deus usa. Ele não toma
alguém que nada sabe dessas coisas, enchendo-o do Espírito e
fazendo uso dele. Não, Ele sempre preparou o homem para o
Seu serviço, e tem continuado a fazê-lo através dos séculos.
Meus caros amigos, digo-lhes que há nisso uma lição pessoal
para mim e para vocês. Vocês foram convertidos recentemente?
Bem, não deixem que o diabo os tente, levando-os a pensar que
os seus dons naturais não têm valor e são inúteis. Vocês faziam
uso da sua personalidade na velha vida - Deus quer usá-la na
nova. Vocês usavam os seus dons na sua velha vida, em seus
negócios, no seu pecado. Os mesmos dons podem ser utilizados
no seu testemunho cristão, no seu procedimento cristão. Essa é
a lição que vejo aqui. Todos nós temos dons; tratemos de
devolvê-los a Deus para que faça uso deles. Não queiramos ser
como os demais. Não fomos destinados a isso. Deixemos que
Deus use os dons que Ele nos deu, para que eu à minha maneira,
vocês à sua, e os outros às suas diferentes maneiras, possamos
ser, todos juntos, como um grande coral, cantando as diferentes
vozes num vigoroso cântico de louvor a Deus. Deus faz a
mesma coisa na natureza e na criação. Não existem duas flores
iguais, dois pássaros idênticos; cada criatura tem algo diferente
das outras, e com isso Deus manifesta a Sua glória na variedade
e no encanto da natureza.
Paulo - sim! O homem certo e necessário para lançar o
fundamento, para salvaguardar a verdade contra o judaísmo,
para apresentá-la em toda a sua glória aos gentios. Paulo, como
vimos, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, e
separado para o evangelho de Deus.
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“Paulo... a todos os que estais em Roma.” - Romanos 1:1,7
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morriam alegremente.
Mas eu pergunto quantos cristãos professos, hoje, estariam
dispostos a fazer isso - e falo não somente dos liberais e
modernistas, porém também dos evangélicos. Que pena! Uma
terrível tendência que afirma que essas coisas não importam
está se insinuando entre nós. Os mártires são homens que sabem
no que crêem. Eles compreendiam, digo eu, que a doutrina da
justificação somente pela fé é tão verdadeiramente vital e tão
amplamente importante que não se rendiam a preço nenhum,
nem mesmo ao preço das suas vidas. De igual maneira, Ridley
e Cranmer, em particular, permaneceram firmes na questão da
Ceia do Senhor. Eles diziam: “Você não receberá graça quando
comer o pão que se diz haver passado pelo processo de
transubstanciação. E mentira. Comer não transmite graça, nesse
sentido mecânico”. Por isso iam para a fogueira. Vocês vêem
como é importante saber doutrina! E que negação das Escrituras
é dizer que não importa muito o que você crê, contanto que
você diga que é cristão, em termos gerais, ou dizer que você não
precisa apegar-se a estas doutrinas como absolutas! Pois,
seguindo estas linhas, o próximo passo lógico será dizer que,
contanto que o homem pense que é cristão, bem, trabalhemos
com ele e, assim, Deus o abençoará. Não é esse o ensino da
Epístola aos Romanos e dos homens que, crendo nessa Epístola,
morreram para defendê-la. Oxalá, queira Deus dar-nos tal
conhecimento desta verdade que nós também estejamos
dispostos a resistir em sua defesa! Não acho que corremos grande
perigo de ir parar na fogueira. Vivemos numa época em que se
afirma que não importa o que cremos. E, todavia, não é preciso
ter muita imaginação para ver que bem poderá acontecer que
soframos perseguição. Não estou muito certo de que já não tenha
começado nalguns círculos, e de que provavelmente aumentará;
portanto digo: certifiquemo-nos de que conhecemos a verdade.
Isso me leva à minha próxima divisão.
Qual é o ensino da Epístola? Agora vou oferecer-lhes uma
análise dela, e vou fazê-lo deliberadamente, porquanto acredito
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introduzindo os seus três temas. Vocês verão que eles são apenas
mencionados ali, nos dez ou onze primeiros versículos. Depois,
do versículo 11 ao fim desse capítulo cinco, ele trata especial
mente da doutrina da nossa união com Cristo. Vocês se recordam
daquele argumento maravilhoso - que estávamos todos em
Adão, mas agora estamos em Cristo. Que contraste! Trata-se da
gloriosa exposição da doutrina da nossa união com Cristo. E,
todavia, vocês vêem, aquelas outras classificações dizem que
nesse ponto Paulo introduz a doutrina da santificação. Não é
disso que ele está falando; na verdade, o termo “santificação”
nem é mencionado. Não! Ele quer que saibamos da nossa
segurança absoluta por estarmos em Cristo.
Passemos agora aos capítulos seis e sete, onde ele trata de
argumentos, objeções e dificuldades quanto a este ensino. Ele o
introduz, vocês se lembram, dizendo: “Que diremos, pois?
Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?” Ele
imagina alguém que, tendo chegado ao fim do capítulo cinco,
diz: “Paulo, de repente você se tornou um antinomiano? Acaso
você não perdeu o rumo, deixando que a sua eloqüència o
desvairasse? Você não está ensinando uma doutrina que afirma
que não importa o que a pessoa faz porque quanto mais pecar
mos mais abundante será a graça?” “Não estou dizendo nada
disso”, diz o apóstolo, e nos capítulos seis e sete ele refuta essa
terrível idéia, começando com a expressão - “De modo nenhum”
(VA: “Não o permita Deus”). Não permita Deus que alguém
entenda mal a minha doutrina.
Como é que ele encara então essa acusação de
antinomianismo? Bem, ele o faz da seguinte maneira: no
capítulo seis ele trata disso de modo muito prático, com vistas à
nossa vida diária e às nossas quedas em pecado. E como se ele
imaginasse alguém dizendo: “Olhe aqui, Paulo, você exagerou
no quadro. O fato é que os homens ainda caem em pecado, e
você não lhes está dizendo que vivam de conformidade com a
lei para que possam dominar o pecado”. “A resposta”, diz Paulo,
“é que estamos unidos a Cristo. Fomos crucificados com Ele,
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“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo,
separado para o evangelho de Deus. ” - Romanos 1:1
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para o evangelho de Deus. ” - Romanos 1:1
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diz: “Sóstenes e eu”?* Pois bem, vocês vêem que não temos aí
mera questão de etiqueta; é questão de falar com autoridade
recebida de Deus, e Paulo sabia que era um apóstolo do Senhor
Jesus Cristo, e que Sóstenes, por excelente homem que fosse, e
santo, não era apóstolo; logo - “e o irmão Sóstenes”.
Deixem-me, porém, dar-lhes outro exemplo; no primeiro
versículo da Epístola aos Colossenses temos: “Paulo, apóstolo
de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo”. Ora,
é mais que óbvio que Timóteo era um grande favorito do
apóstolo. Contudo não era apóstolo. Ele também é “nosso irmão”
(VA). E o apóstolo não pode elevá-lo acima disso; ele não pode
dispor-se a fazer apóstolos. Ele não diz: “Pois bem, Timóteo é o
homem que virá após mim; ele vai ser apóstolo, e assim haverá
sucessão através dos séculos”. Não, absolutamente! “Paulo,
apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão
Timóteo.” Especialmente quando contrastamos isso com o
primeiro versículo da Epístola aos Filipenses, onde vemos isto:
“Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos...”.
Vocês vêem, quando Paulo se descreve como “servo” de Jesus
Cristo, ele e Timóteo são iguais. Timóteo é servo de Jesus Cristo,
tanto quanto o apóstolo Paulo. Por isso, quando a questão é de
“servo”, ambos estão juntos; não, porém, quando ele emprega
o designativo “apóstolo” - então há uma diferença. Timóteo é
servo, mas não é apóstolo.
Agora, pois, vocês vêem a importância de que sejam
examinadas estas frases uma por uma. “Paulo, servo de Jesus
Cristo” - “chamado para apóstolo”. A singularidade desta grande
posição! Não pode ser repetida. Desde aqueles primeiros tempos
não houve mais apóstolos, e toda pretensão de apostolado vai
diretamente contra o ensino do Novo Testamento acerca do
sentido do termo. Não preciso desenvolver esse ponto, mas é
preciso assinalar que, se todos nós tivermos que entrar numa
* Essas formas têm que ver com o gênio da língua. Dizer em português “Eu e
Fulano”, não nos leva a pensar em egoísmo. Como tampouco nos leva a pensar
em egoísmo o uso de maiúscula para dizer “eu” em inglês. A presente nota não
enfraquece em absoluto a argumentação do autor. Nota do tradutor.
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Deus eterno. E algo que foi posto em execução pelo Filho e por
meio do Filho. O Pai enviou o Filho para fazê-lo, mas é “o
evangelho de Deus acerca do seu Filho Jesus Cristo, nosso
Senhor”. Foi Deus que O enviou para fazê-lo. E assim o Filho
vem nesse segundo lugar, e o evangelho em terceiro, como o
apóstolo nos lembra nesta passagem, algo que nos é aplicado
pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo revestiu o Filho de poder. Vocês recordam
que o Espírito veio sobre Ele quando foi batizado no Jordão
por João. O Espírito desceu sobre Ele em forma de pomba. E o
Evangelho Segundo João afirma que “não lhe dá Deus o Espírito
por medida”(3:34). Ele O encheu do Seu Espírito, e assim o
Filho foi habilitado a realizar a Sua obra mediante o Espírito
dessa maneira. Assim é que as três pessoas da santa e bendita
Trindade estão necessariamente envolvidas, e, no momento em
que o apóstolo menciona a palavra “evangelho”, ele pensa nas
três pessoas da santa e bendita Trindade. O evangelho é, então,
a poderosa ação de Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito,
pela qual somos salvos. E provisão de Deus para nós em nossa
necessidade e condição de desespero. E algo que fora
mencionado na dispensação do Velho Testamento; já aconteceu,
afirma Paulo. Por isso lhe chamo “boas novas”, e vou dizer-
-lhes exatamente o que aconteceu.
Outra vez devemos fazer uma pausa neste ponto, para
mostrar que aqui o apóstolo faz uma coisa que é característica
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“O qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas
Escrituras.” - Romanos 1:2
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algo que nunca tivesse sido sugerido antes. Diz ele que esta
mensagem não é nova nesse sentido.
Permitam-me oferecer-lhes algumas outras ilustrações que
mostram como o apóstolo faz isso. Se vocês examinarem o
capítulo treze de Atos, verão uma longa narrativa sobre o
ministério do apóstolo numa localidade chamada Antioquia,
na Pisídia. Ele e os seus companheiros entraram na sinagoga de
lá, como era seu costume, e as autoridades, reconhecendo-os
como estrangeiros, perguntaram-lhes se tinham algo para dizer.
Assim Paulo começou a falar e a pregar, e proferiu ali aquele
extraordinário sermão, que é de importância vital para
entendermos o método histórico de evangelização. Entre outras
coisas, lemos isto no versículo 23: “Da descendência deste”
(referindo-se a Davi), “conforme a promessa, levantou Deus a
Jesus para Salvador de Israel”. Agora observem como ele se
expressa - “Da descendência deste, levantou Deus a Jesus para
Salvador de Israel” - mas Paulo não ficou nisso; ele teve que
acrescentar: “...conforme a promessa”. Deus tinha prometido
isso. O apóstolo tem muito interesse em dizê-lo.
Ou vejam o capítulo dezessete de Atos, onde nos é dado
um relato da primeira pregação de Paulo em Tessalônica. Lemos
ali que ele entrou na sinagoga judaica - nesse ponto do seu
ministério era onde ele sempre começava - e nos é dito no
versículo dois: “E Paulo, como tinha por costume, foi ter com
eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras,
expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse
e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia
ele, é o Cristo”. Agora, o que desejo acentuar é que o costume
dele não somente era ir aos judeus nas sinagogas, porém durante
três dias ele disputou com eles sobre as Escrituras. Isso é muito
significativo, e há outros exemplos do mesmo fato; mais adiante
vamos referir-nos a alguns deles. Mas o que é significativo é
que foi isso que Paulo sempre fez. Assim é que, mesmo aqui,
quando ele está escrevendo a uma igreja predominantemente
gentílica e que nunca o tinha visto, ao apresentar o evangelho,
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Escrituras.” - Romanos 1:2
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dizendo isso. Pois bem, Deus lhes deu a lei, e, contudo, como
vocês vêem, elas não conseguem cumpri-la - a fraqueza da carne
as incapacitou. Foi assim com a história da longa passagem
desses séculos no caso dos filhos de Israel, uma nação especial
criada por Deus, abençoada por Deus, à qual foram dados os
registros e a plena revelação por Deus, sendo que tudo isso nos
mostra que eles ainda não puderam guardar a lei, mas se
desviaram, afastando-se de Deus. Agora está estabelecida a sua
condenação; a incapacidade do homem é absolutamente
verdadeira.
Finalmente, porém, penso que há mais uma resposta ainda
- que talvez Deus tenha agido assim para mostrar a Sua
soberania sobre todos, para mostrar que Ele exerce controle
absoluto, para mostrar a Sua autoridade final. Noutras palavras,
tomando a história do Velho Testamento, vocês verão que, em
resumo, ela pode ser dividida em duas partes: as ações de Deus,
e as permissões de Deus. Há nela relatos da tremenda atividade
de Deus, quando Ele, por assim dizer, irrompeu na cena humana
e realizou feitos - o Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra,
a travessia do Mar Vermelho feita por Israel, a entrada de Israel
em Canaã, as águas do Jordão divididas, e assim por diante - os
poderosos atos de Deus. Ah, sim; mas houve longos períodos
em que Deus parecia não estar fazendo nada e deixando que
acontecesse todo tipo de coisas. As pessoas perguntavam: “Onde
está o seu Deus?” Então Deus agia, e finalmente agiu enviando
Seu Filho. Assim vocês vêem que a própria demora, digamos
(não deveríamos empregar o vocábulo, mas do nosso ponto de
vista humano não há outro melhor) - essa tremenda extensão
de tempo entre a queda do homem e a vinda do Filho demons
tra e estabelece todos esses fatos. De uma coisa estou certo, e é
que, finalmente, o propósito supremo dessa longa espera, esse
grande intervalo, foi silenciar a boca do diabo - o diabo, o grande
antagonista de Deus, que está sempre pronto para sugerir que
Deus trata a humanidade com injustiça. Deus deu à humani
dade plena oportunidade para salvar-se a si mesma, para pôr
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não devo crer em nada que não esteja claramente exposto nas
Escrituras, ou que não possa ser fundamentalmente deduzido
das Escrituras. E, se o ponto em questão não puder cumprir
nem uma nem outra dessas condições, devo rejeitá-lo como algo
que não faz parte da verdade de Deus. Não tenho outra
autoridade que não esta. As Escrituras são a minha autoridade,
e jamais devo sair delas. Nada lhes devo acrescentar, jamais;
nada devo retirar delas, nunca. As Escrituras são a completa
revelação de Deus ao homem, e elas constituem a única
autoridade.
O terceiro ponto é o seguinte: a Bíblia é um só livro. Embora
consista do Velho Testamento e do Novo Testamento, é um só
livro. Repudio
✓
a idéia de que é uma “biblioteca”! Claro que
não é! E um só livro. Não se trata nem mesmo de dois livros. O
Velho Testamento e o Novo Testamento são um só; é a mesma
verdade fundamental acerca do Deus que salva e do Seu grande
propósito. O Velho Testamento e o Novo são partes do mesmo
livro.
Agora o ponto número quatro: o Velho Testamento é, pois,
obviamente essencial. Não podemos dispensar o Velho
Testamento porque somos cristãos e estamos vivendo no que
chamamos a dispensação do Novo Testamento. Na Igreja
Primitiva havia certos hereges que pensavam que podiam; eles
diziam: “Claro que não precisamos do Velho Testamento; essa
era a religião dos judeus”. Isso revela uma total incompreensão
do assunto. E completamente falso, segundo o ensino que
estamos considerando. Como cristãos, necessitamos do Velho
Testamento hoje como sempre, por causa da unidade a que nos
referimos e das coisas que mostraremos a seguir. Estaríamos
todos bem nesse ponto? Vocês leem regularmente o Velho
Testamento todos os anos, como fazem com o Novo Testamento?
Vocês lêem o Velho Testamento completo pelo menos uma vez
por ano? Devem fazê-lo. E como vocês lêem o Velho
Testamento? Conheço cristãos que só usam o Velho Testamento
“devocionalmente”, como eles dizem; lêem os Salmos, e talvez
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fez algo. E Deus que faz reviver Sua obra. Eu e vocês temos a
tendência de ficar ansiosos, exageradamente ansiosos, pela obra,
não é? Como aquele pobre Uzá, nós estendemos a mão para
segurar a arca, esquccendo-nos de que ele foi morto por tentar
fazer isso. E há muitos hoje que parecem pensar que têm que
fazer alguma coisa para salvaguardarem a causa de Deus. Meu
caro amigo, você não precisa ficar preocupado; Deus revivifica
a Sua obra, mas em Seu tempo, segundo o Seu método, e com a
pessoa ou com as pessoas que Ele escolhe. A história do Velho
Testamento é maravilhosa nesse aspecto.
Portanto, não nos esqueçamos de que não há nada mais
consolador e encorajador para o cristão do que conhecer bem
as Escrituras do Velho Testamento. Paulo, como vocês vêem,
diz o seguinte, nesta mesma Epístola, no versículo 4 do
capítulo 15: “Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso
ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das
Escrituras tenhamos esperança”. Está alguém deprimido e
desanimado? Volte às Escrituras do Velho Testamento, leia-as,
estude-as, aprenda-as de cor. Veja o método de Deus. Nada nos
anima e nos ensina a exercitar a paciência como o Velho
Testamento. Todo o capítulo onze de Hebreus usa esse método,
vocês se lembram.
O meu derradeiro ponto é, pois, o seguinte: eu e vocês
devemos aprender a sujeitar-nos completa e absolutamente aos
métodos de Deus, sem jamais questioná-los. Sou pregador,
declara Paulo, de boas novas maravilhosas. Ah, sim, mas Deus
tinha dito anteriormente que isso ia acontecer, que isso viria;
entretanto todos os séculos passaram e parece que nada disso
aconteceu. Qual será a lição? Simplesmente esta - coloque-se, e
coloque tudo quanto é do seu interesse, inteiramente nas mãos
de Deus. Seus métodos podem parecer estranhos. Vocês se
lembram de que Ele nos diz por intermédio de Isaías: “Como
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O Evangelho de Deus
os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos
mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos
mais altos do que os vossos pensamentos” (55:9). Ponha a sua
causa nas mãos de Deus. Há um problema pessoal em sua vida?
Deixe-o lá. Você está preocupado com a conversão de algum
dos seus entes queridos? Você tem orado durante anos, e parece
que nada acontece, e você está a ponto de desistir, e diz: que
é que adianta? Se você se sente mais ou menos assim, volte ao
Velho Testamento e procure compreender que, depois que
Deus
/ fez a promessa sobre a semente da mulher no Jardim do
Eden, quatro mil longos anos se passaram antes que se
concretizasse a vinda da semente da mulher e nascesse em Belém
como uma criança. Não desista. Esse é o método de Deus. São
esses os caminhos de Deus. Eu não os entendo, mas esse é o
ensino do Velho Testamento. E isso que eu deduzo deste breve
versículo que na Versão Autorizada vem entre parênteses.
Ou estaria você preocupado com o estado em que se acha a
Igreja, com o enfraquecimento das igrejas locais, com as pressões
do mundo, com o poder do mundo, com a organização do
mundo, e todas essas coisas? Ah, digo eu, vá de volta ao Velho
Testamento e apegue-se ao fortalecimento e à consolação das
Escrituras. Ou você está inquieto por algo que aconteceu no
mundo nos dias atuais? Pois bem, coloque isso no contexto do
Velho Testamento. Eu nunca me preocupei, nem um segundo,
com Hitler; bastava-me ler o Salmo 37, onde leio sobre um
homem como ele, que se espalhou como o cedro do Líbano,
um tipo de colosso galopando pela terra toda. Mas, continuando
a ler, aprendo que chegou o dia em que alguém quis vê-lo e
falar com ele, e não pôde encontrá-lo. Procurou-o por toda parte
e não achou nem rastro dele; desapareceu! Por quê? Deus o
varrera com o Seu sopro. E o Velho Testamento está cheio de
exemplos como esse. Portanto, à luz disso tudo, que é que
podemos dizer? Nada tenho a dizer, senão isto: “O profundidade
das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus
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“Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo
a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de
santificação, pela ressurreição dos mortos -Jesus Cristo nosso Senhor. ”
-Romanos 1:3,4
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Pessoa realizou. Não é apenas que Ele faz parte de uma grande
série de profetas e de mestres levantados por Deus. Não! Há
uma singularidade absoluta aqui - Ele, Ele mesmo. E Ele é
absolutamente vital, e deve ser sempre central e estar sempre
na posição mais proeminente.
Ora, é isso que constitui a plena singularidade do evangelho
cristão. Examinem qualquer religião que quiserem; geralmente
encontrarão um nome associado a ela; mas em nenhuma delas
se pode dizer que esse homem em particular é absolutamente
essencial. Vocês têm aí o budismo, mas podem ter budismo
sem Buda. Vocês têm o confucionismo, mas podem ter
confucionismo sem Confúcio. E mais ou menos acidental que
um homem propague o ensino, mas o homem mesmo não é
essencial ao ensino; o que é vital em todas essas religiões é o
ensino particular. No entanto aqui, quando chegamos ao
domínio da fé cristã, toda a situação é absolutamente diferente.
Tiremos a Pessoa, e não haverá mensagem alguma. Não haverá
ensino. Não haverá nada. Noutras palavras, a ligação entre o
nosso Senhor, como Pessoa, e o cristianismo é obviamente algo
que é de significação central.
Permitam-me oferecer-lhes outro contraste. Vejam a lei que
foi dada aos filhos de Israel por intermédio de Moisés no Velho
Testamento. Ora, Moisés não era essencial à lei; Deus poderia
ter outorgado a lei por meio de José ou de qualquer outro. Ele
escolheu Moisés para intermediário. Mas Moisés, como pessoa,
não é parte vital da lei; pode-se ter a lei sem ele. Aqui, porém,
estamos numa situação inteiramene diferente - a mensagem,
em sua totalidade, é acerca desta Pessoa. Ora, estou dando ênfase
a isso por uma boa e suficiente razão; é que, embora seja quase
incrível, não obstante o caso é que ainda existem pessoas que
são capazes de considerar-se cristãs e de ensinar o que elas
consideram cristianismo, sem sequer mencionarem o nome
desta Pessoa bendita. Essas pessoas ainda acham que o
cristianismo é uma relação específica com Deus, e que
cristianismo consiste apenas em viver uma espécie particular
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- Deus conosco!
Pois bem, essa é a doutrina que o apóstolo coloca diante de
nós na passagem em foco. Pergunto se há alguém que acha que
eu não precisava gastar todo esse tempo dando ênfase a isso tudo.
Haverá alguém tão tolo que chegue a dizer: “Olhe aqui; não
estou interessado na doutrina cristã; não entendo nada disso, e
não tenho tempo para ficar ouvindo o ensino sobre a encarnação
e a ênfase que você dá ao fato de que não era um corpo tipo
fantasma. Não posso ficar me aborrecendo com isso tudo”? Ah!
meu caro amigo, seja cauteloso. Os três ou quatro primeiros
séculos em grande parte foram tomados pela Igreja infante na
luta por essa mesma verdade! Surgiram heresias que negavam,
ou a humanidade do nosso Senhor, ou a Sua deidade; ou
negavam que Ele veio verdadeiramente na carne, ou que
realmente sofreu. E os “pais” da Igreja com muita razão viram
que, se se perdessem essas verdades, o evangelho seria perdido,
e não haveria nem salvação nem evangelho para pregar.
E isso não vale somente para os primeiros séculos; vale para
hoje. Posso ler para vocês algo que li ainda hoje à tarde num
semanário religioso publicado ontem? Ouçam: o título é: “Os
Judeus e os Cristãos”. Diz o escritor (e ele é ex-diretor de uma
faculdade teológica): “O primeiro livro do Dr. Martin Buber
(grande erudito judeu) que me veio às mãos foi a famosa obra
Eu e Tu. Já tinha avançado muito na leitura dele quando
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segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito
de santificação, pela ressurreição dos mortos - Jesus Cristo nosso
Senhor- Romanos 1:3,4
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Ah, sim, naquela manjedoura Ele estava velado pela carne; mas
o que o apóstolo diz é que na ressurreição Ele é “declarado o
Filho de Deus com poder”. É aí que percebemos quão poderoso
Ele é.
Ora, essa declaração é feita noutros lugares das Escrituras,
é claro. Por exemplo, se vocês forem à oração sacerdotal,
em João 17:2, vê-lo-ão dizendo: “Assim como lhe deste poder
sobre toda a carne”. Mas ainda mais extraordinariamente o
verão em Mateus 28:18, onde o nosso Senhor está falando com
os Seus discípulos nos últimos momentos com eles, quando
Ele está para deixá-los. Diz Ele: “E-me dado todo o poder
no céu e na terra. Portanto ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
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este paroleiro? Que nova doutrina é essa de que fala? Que espécie
de deus ele está tentando descrever-nos?” Isso porque, diz Lucas,
ele pregava Jesus e a ressurreição. Essa era a primeira prega
ção. Eles estavam em toda parte e pregavam o fato de que Jesus,
o carpinteiro de Nazaré, tinha ressuscitado dentre os mortos,
e com isso ficou provado que Ele é o Filho de Deus e o
Messias.
Paulo, pois, coloca essa verdade aqui nesta sinopse de
doutrina no início da Epístola aos Romanos. Diz ele,
praticamente: sobre o quê vou escrever? Vou escrever sobre o
seguinte: o Filho de Deus, que Se tornou o Filho do homem, e
que foi crucificado em fraqueza, foi depois ressuscitado e
declarado Filho de Deus com poder pela ressurreição dentre os
mortos. Por que isso é importante? Sugiro que por duas razões;
a primeira é que a ressurreição consubstancia todas as
reivindicações feitas por Ele. Ele Se declarou Filho de Deus; a
ressurreição o comprova. Não somente isso. A ressurreição
cumpre as profecias feitas por Ele a Seu próprio respeito. No
capítulo dois do Evangelho de João lemos que um dia, em
resposta ao pedido que os judeus fizeram de um sinal, disse
Ele: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei”. E
zombaram dEle. Diziam: “Imaginem só! Eis aqui um homem
que afirma que, se vocês destruírem este templo (apontando
para o templo de Jerusalém) , Ele poderá levantá-lo em três
dias!” Que afirmação ridícula! Quantos anos levou para ser
construído este templo, e este sujeito diz que o construirá em
três dias! Ah, foi a cegueira espiritual deles que os levou a
entendê-10 mal! Como o próprio João diz: “ele falava do templo
do seu corpo”. Ele estava dizendo que, se eles O matassem, Ele
ressuscitaria no terceiro dia. E foi o que fez.
Vejam os quatro Evangelhos completos. Leiam-nos e
observem que toda vez que Ele chamava os Seus discípulos de
lado e lhes profetizava Sua morte, nunca o fazia sem acrescentar
que iria ressuscitar. Eles não captaram isso, nunca; não o enten
diam. Ficavam tão horrorizados com a idéia da Sua morte que
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“Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi,
segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito
de santificação, pela ressurreição dos mortos - Jesus Cristo nosso
Senhor, pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência
da fé entre todas as gentes pelo seu nome. ” - Romanos 1:3-5
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* Ver pp.122,123
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dizer que a sua crença é vã. Você não pode tomá-10 somente
como Salvador, porque Ele o salva adquirindo-o ao preço do
Seu precioso sangue. E se você crê nisso, deve saber de imediato
que Ele é o seu Senhor.
Aí é onde entra o perigo, não é? - o perigo do qual já falamos
ao dizer que você pode ser justificado sem ser santificado. Não
pode. Não poderá estar em relação com o Senhor Jesus Cristo, a
não ser que Ele seja o seu Senhor. A nossa compreensão disso
pode variar de tempos em tempos, é claro, porém ensinar
especificamente que se pode ter Cristo como Salvador
✓ sem O
ter como Senhor, não passa de pura heresia. E dividir a Pessoa
de um modo totalmente proibido por esta pequena palavra
“nosso”.
Portanto reitero, sejamos cautelosos; examinemo-nos. Terei
eu, talvez, até agora só pensado nEle como alguém que comprou
para mim o perdão dos pecados e a libertação do inferno, e
nada mais? Se for assim, melhor será que eu retroceda e me
assegure de que realmente creio nEle, porque, se eu de fato creio
no ensino do Novo Testamento sobre pecado, significa isto -
que estou condenado e que não há esperança para mim. Cristo
é o Salvador. Que quer dizer isso? Bem, não simplesmente que
Ele me salva do inferno, porém que Ele “salvará o seu povo dos
pecados deles”. Por que foi que Ele morreu por nós? Pois
perguntemos ao apóstolo Paulo. Escrevendo aTito,ele diz: “O
qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a
iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso
de boas obras” (2:14). Aí está o senhorio soberano. Você não
poderá crer de fato nEle, se Ele não for o seu Senhor, como
também Jesus, que o salva, e o Cristo que realizou esta obra
por você. Tratemos, então, de seguir o exemplo apostólico; não
nos deixemos levar pelo hábito de falar sobre Ele unicamente
como Jesus, ou Cristo, ou mesmo Senhor, embora, se tiver que
usar uma palavra só, prefira a última - Senhor. Mas, repito,
sigamos o modelo e exemplo apostólico, e, quando falarmos
dEle e pensarmos nEle, façamo-lo nestes termos: o Senhor Jesus
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segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o
Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos -Jesus Cristo
nosso Senhor, pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a
obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome. ”
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entregues”. E como o apóstolo descreve a conversão de uma
pessoa, e como ele nos fala de alguém que vem a crer no
Senhor Jesus Cristo. Ele diz, como vocês podem observar:
“Obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes
entregues”. Ou permitam que lhes torne a lembrar que no
capítulo dez, versículo 10, ele faz esta colocação: “Com o coração
se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação”. Como vocês vêem, o homem está integralmente nisso,
porquanto “o coração”, como a expressão é empregada ali, e
como é geralmente empregada nas Escrituras, não se refere
somente às emoções; refere-se ao centro da personalidade.
Quando alguém crê, declara Paulo, crê com a totalidade da sua
personalidade e confessa com a boca. Por isso digo e reitero
que a palavra “obediência” assinala a idéia de entrega e
submissão.
Noutras palavras, crer no evangelho, crer no Senhor Jesus
Cristo, não é uma espécie de “fideísmo”, que tem feito tanto
estrago na Igreja. Este é, seguramente, um assunto vital, que
devemos ter em mente o tempo todo. Vejam aquele versículo
que já citei: “Com o coração se crê... e com a boca se faz confissão
para a salvação”. Houve uma terrível heresia há cerca de cento
e setenta anos chamada sandemanismo. Atualmente não se ouve
falar muito a respeito; creio que só resta uma igreja sandemanista
na Inglaterra, embora tenha sido outrora um movimento de
vulto. Essa heresia ensinava que tudo o que a pessoa tem que
fazer é dizer que crê no Senhor Jesus Cristo, e tudo mais está
bem. Sentir ou não sentir algo, não importa. Sua maneira de
viver não importa, contanto que diga que crê no Senhor Jesus
Cristo - “Confissão se faz com a boca para a salvação”. Esse era
o grande texto bíblico para os sandemanistas. E uma espécie de
“fideísmo”e, como eu disse, causou terrível estrago na Igreja.
Houve um famoso pregador batista, chamado Christmas Evans,
que tinha sido grandemente usado por Deus, mas que se tornou
vítima da heresia sandemanista. Ele desenvolveu uma terrível
sequidão de alma, permanecendo assim durante anos, com um
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porque nesta altura ele está fazendo uma declaração geral acerca
do evangelho propriamente dito. Isso fica bem claro quando
ele começa a falar particularmente acerca da igreja em Roma.
Este versículo cinco conclui a introdução geral da Epístola; a
introdução particular referente aos romanos começa no ver
sículo 6, e vai até por volta do versículo 16. Assim, aí está a
segunda razão.
No entanto, há razões ainda mais fortes. Se vocês lerem a
narrativa do chamamento feito pelo Senhor Jesus Cristo ao
apóstolo no caminho de Damasco (vocês o encontrarão em
Atos, capítulo 26), verão que o Senhor lhe disse especificamente
que O estava enviando aos judeus - seu povo - e “também aos
gentios”. Não somente aos gentios, mas primeiro aos judeus;
e o apóstolo Paulo, como nos diz o registro em Atos, de fato
pregou aos judeus antes de começar a pregar aos gentios. Na
passagem que estamos estudando ele se põe com os outros
apóstolos, “por quem (nós) - que pertencemos ao colégio
apostólico - “recebemos a graça e o apostolado”. E os apóstolos
foram enviados aos judeus primeiro, e também aos gentios;
eles deveriam começar em Jerusalém, indo depois para Sama-
ria, e depois até os confins da terra. Assim é que, ao que me
parece, aí está outro forte argumento pró “nações” e contra
“gentios”.
O próximo é que, afinal de contas, este é um dos grandes
temas da Epístola aos Romanos; é um dos fatos pelos quais o
apóstolo mais se regozija. Ouçam-no no versículo 16 - ele não
consegue passar adiante sem o dar a público - “Não me
envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus
para salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, e
também do grego”. E disso que ele se ufana, e essa é a razão
pela qual ele exulta nesse fato; é por isso que, para tornar a usar
as suas palavras, ele não se envergonha do evangelho, “pois é o
poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro
do judeu, e também (eis aí esse espantoso “também”) do grego”.
Aí está o fato surpreendente; não mais os judeus somente, mas
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“Entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus
Cristo. A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados
santos: graça epaz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”
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entram; vocês são uma destas “nações”. Sem dúvida ele estava
pensando em particular nos gentios nesta altura, pois, como já
vimos, conquanto a igreja em Roma tivesse certo número de
judeus, é óbvio que era uma igreja essencialmente gentílica,
porque, afinal de contas, Roma era a grande metrópole do
Império Romano e o centro de todos os povos gentílicos. Assim
o apóstolo, desta maneira muito natural, se dirige a estes
membros particulares da igreja em Roma, e imediatamente
começa a dizer-nos algumas coisas sobre eles. Nestes dois
versículos temos primeiro uma descrição dos cristãos, e, em
segundo lugar, vemos o apóstolo expressar os seus desejos e
votos com relação a eles.
Evidentemente, estas questões são também da maior
importância; o apóstolo não se satisfaz em meramente descrever-
-se; também sente a necessidade de descrevê-los. Na verdade,
um dos seus grandes propósitos ao escrever-lhes é que venham
a compreender claramente o que eles são como cristãos, e por
essa razão, ele parte logo para a sua descrição. Esta, parece-me,
pode ser dividida em duas partes principais; primeiro ele os
descreve em geral, depois em particular. Ora vejam vocês que a
descrição geral que ele faz deles é que eles são “os chamados de
Jesus Cristo” (VA). Esta é uma declaração muito significativa.
A Versão Revista Padrão (“RSV”) a traduz acertadamente, creio
eu - pelo menos nos dá o sentido certo neste ponto - quando
diz: “chamados para pertencerdes a Jesus Cristo” (cf. Almeida);
“os chamados de Jesus Cristo” - genitivo - ou “chamados para
serdes o povo de Jesus Cristo”, se vocês preferirem.
Há alguns que acham que a preposição “de” equivale a
“por”, e que a expressão significa “chamados por Jesus Cristo”.
Ora, esse ponto não é muito importante, mas me parece que
não está certo, porque em toda parte nas Escrituras o “chamado”
dos cristãos é atribuído a Deus o Pai. E Deus que nos chama
por Sua graça. Vejam, por exemplo, a maneira pela qual este
mesmo apóstolo se expressa ao escrever aos efésios, no capítulo
dois; ele os descreve como tendo estado “mortos em ofensas e
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isso eles são o que são. Notem que ele coloca isso em primeiro
lugar; ele não lhe acrescenta nada. Não diz que eles são amados
de Deus porque são gente boa, ou porque sempre tiveram vida
virtuosa, ou porque tenham realizado algo maravilhoso. Nada
disso! Eles estão onde estão “em Cristo”, primeiramente graças
ao amor de Deus.
Isso, torno a dizê-lo, é deveras fundamental, do ponto de
vista da doutrina cristã. Já me referi ao capítulo dois da Epístola
aos Efésios; devo fazê-lo de novo. Lá eles estavam “mortos em
ofensas e pecados”, andando “segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora
opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós
também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a
vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza
filhos da ira, como os outros também”. Por que não continuamos
lá? Há somente uma resposta - “Mas Deus”! “Mas Deus, que é
riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos
amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou
juntamente com Cristo.” Vejam, observem que é desse modo
que ele se expressa sobre isso; que é desse modo que ele o
expressa em toda parte. O que nos faz sair do mundo e do
domínio do mal é sempre o amor de Deus. Essa é a primeira
coisa. Não nos tornamos amados de Deus por algo que fazemos.
Somos o que somos porque primeiro Ele nos amou. E o Seu
amor que inicia o movimento que nos tira desse terrível estado
e condição em que nos achamos em conseqüência do pecado.
Pois bem, isso é estupendo! Aqueles pequenos grupos de cristãos
em Roma se reúnem da maneira que descrevi. Por quê? Porque
o Deus eterno pôs sobre eles o Seu amor! Não há outra
explicação; eles são objetos do Seu amor especial e peculiar.
Amados de Deus. Vocês vêem a importância de observar a
ordem? Esse é o primeiro passo.
Mas, na verdade, se é que vamos captar a plena significação,
o pleno sentido disso, devemos compreender que o apóstolo
usa a mesma declaração com respeito a nós, como a Bíblia a
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“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados
santos; graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de
vós todos, porque em todo o mundo ê anunciada a vossa fé. ”
- Romanos 1:7,8
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cristão. Você pode fazer muita coisa boa, sem ser cristão. Você
pode ser muito idealista, sem ser cristão. A característica peculiar
do cristão é, pois, que todas as suas ações estão diretamente
ligadas à sua doutrina, à sua crença. Assim é que, mesmo que
Paulo esteja escrevendo de maneira puramente pastoral e
pessoal, não procurando esboçar nenhuma doutrina, mas falando
diretamente às pessoas, o tempo todo ele é obrigado a fazê-lo
em termos de doutrina.
Pois bem, é exatamente isso que o apóstolo faz neste ponto.
Mais adiante ele vai delinear estas tremendas doutrinas, porém
aqui ele diz: “Eu gostaria que vocês soubessem exatamente o
que eu sinto acerca de vocês. Tenho esperado durante anos vir a
vê-los. Não passa um dia em que eu não ore por vocês. Até aqui
não me foi permitido vê-los, mas ainda espero que os verei, e
logo, porque os tenho em meu coração, e quero visitá-los por
vários motivos”. Isso é o que ele diz realmente, todavia vocês
podem observar como ele o diz e como ele se expressa. Aí está,
então, digo eu, algo que certamente deve ser uma lição para
todos nós. Todas as nossas ações, como cristãos, sempre devem
ser praticadas em termos daquilo em que nós cremos.
Realmente não deveríamos ser capazes de pensar, senão em
termos dos artigos de fé que subscrevemos e nos quais cremos
sincera e profundamente.
Passemos então a ver todo o desenrolar disso na prática.
Vejamos a extensa declaração que vai do meio do versículo sete
ao fim do versículo quinze. Defrontamo-nos com duas
possibilidades quanto ao exame desta passagem. Uma é que
podemos tomar declaração por declaração, indo do versículo 7
ao versículo 8 e fazendo comentário, depois indo ao versículo
9, e assim por diante. Correto; é um procedimento legítimo.
Mas me parece que nos será muito mais proveitoso se, em vez
disso, fizermos o seguinte: há, obviamente, duas coisas
principais que o apóstolo está dizendo aqui. Primeiro, ele diz
algo sobre os romanos e, em segundo lugar, ele diz algo sobre si
mesmo. Vocês verão, penso eu, que cada declaração individual,
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você não deve tê-lo. Há algo de errado com você nalgum ponto,
se você tem algum tipo de oculta objeção a Deus, ou a algo que
Ele fez a você ou a outrem. Se há algum questionamento ou
contestação, você não está gozando paz. Estar em paz com Deus
deve significar que não há nada interferindo. O nosso coração,
a nossa mente, todo o nosso ser está aberto e fruímos Deus. “O
fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-10 para
sempre.” Paz com Deus. Ah, a graça de Deus leva a isso. Essa
a razão pela qual Paulo quer que eles experimentem a graça,
para que possam gozar esta paz.
Muito bem, vejam que não é somente paz com Deus, é
também paz interior. Cada uma dessas espécies de paz daria
um sermão, não daria? O tema pode ser expandido, e eu espero
que quaisquer pregadores que haja entre nós o façam. Por causa
do tempo, estou fazendo o que posso para evitar isso!* Paz,
repito, não somente com Deus, mas também dentro de nós. E
que é que isso significa? Bem, significa ausência de inquietação
no ser interior. Quão inquietos somos por natureza! Quão
inquietos, em conseqüência do pecado! Vejam nossas testas
enrugadas, nossos semblantes carregados! Observem o rosto dos
homens e das mulheres, cheios de ansiedade! Vivem ansiosos,
perturbados, aflitos; andam inquietos, inseguros e infelizes. Não
é o que acontece? Que haverá, se não se realizar tal coisa? Que
acontecerá comigo? Isso é inquietação. Não estamos em paz com
nós mesmos. Como diz Agostinho: “Nosso coração está
inquieto, enquanto não encontra repouso em Ti”. Mas, quando
experimentamos a graça, é-nos dada esta paz interior. Acaba a
guerra. Não que a ansiedade seja eliminada cabalmente,
porém, em todo caso, vemos as coisas de maneira diferente, e
há um descansar no Senhor. Paulo, escrevendo aos filipenses,
diz, naquelas frases memoráveis: “Posso todas as coisas
naquele que me fortalece”. “Aprendi a viver contente em toda
e qualquer situação” (4:11, ARA). Esse é um homem que está
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“Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca
de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé. Porque
Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é
testemunha de como incessantemente faço menção de vós, pedindo
sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de Deus,
se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco. Porque desejo ver-vos,
para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais
confortados.” - Romanos 1:8-11
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Cristo e para Deus, não é que primeiro ele seja belo; é que seja
verdadeiro - a verdade primeiro. E se esquecemos a verdade
por amor da beleza da forma, ou algo parecido, estamos
cometendo grave pecado, penso eu. Não, este homem não estava
preso à forma; ele gozava de grande liberdade do espírito. E
deixa pontas soltas.
Se vocês lerem a história dos grandes avivamentos, verão
que sempre foi assim. Alguns dos arquitetos-construtores de
há trezentos anos eram estilistas atrozes. Jonathan Edwards era
um deles; ah, como Deus o usou na pregação, no avivamento e
na salvação de multidões! Somos tão ajustados e tão formais
hoje em dia! Não somente temos os nossos pontos, divisões e
números, mas também insistimos em ter aliteração, quando
quase forçamos a verdade a enquadrar-se em nosso sistema de
cinco letras pês, cinco esses, ou lá o que seja. A forma é tão
maravilhosa, e nós dizemos: “Que clareza, como é belo, quão
maravilhoso, que polidez!” E às vezes me parece pouco menos
que a polidez da morte. A falta de vida da mera forma destituída
de substância viva! “Primeiro”, diz este homem Paulo, e então
esquece o que disse, e nunca passa ao segundo e ao terceiro. O
significado disso, repito, é que ele vivia na esfera do espírito.
Ele não se deixa amarrar por pequenas formas, nem por
qualquer outra coisa.
Fico a perguntar se o maior problema da Igreja Cristã hoje
(e o digo com temor e tremor, mesmo entre os cristãos) não é
que somos escravos do decoro. Somos por demais polidos. Por
demais dignos. Por demais finos! Parece que temos muito medo
de que, de repente, o Espírito Santo desça sobre nós, e que alguns
de nós nos tornamos atarantados - porque esse tipo de coisa
acontece nos avivamentos, vocês sabem. Os programas são
esquecidos. A reunião não pára no momento exato. Quando o
Espírito Santo entra, a reunião pode atravessar a noite, e
deixamos de estar cônscios do tempo. Estejamos alerta, cristãos,
pois se dermos exagerada atenção à forma, a igreja moderna
morrerá de dignidade, por assim dizer, e deixará de ser
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não sem sangue, sangue que ele oferecia por si e pelos pecados
do povo! Deus continua sendo o mesmo Deus, e é somente o
sumo sacerdote, Jesus, e todos os que vão através dEle e por
meio dEle, que podem entrar e comparecer à presença de Deus
- no santo dos santos - com confiança e com certeza, e encontrar
toda a misericórdia e a graça de que necessitam em todas as
ocasiões e em todas as situações.
A última coisa que desejo anotar acerca da vida de oração
de Paulo é esta: a sua magnífica intercessão por outros. Ele passa
logo a dizer: “Porque Deus, a quem sirvo cm meu espírito, no
evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessante
mente faço menção de vós, pedindo sempre em minhas
orações...”. E ele repete isso. Como ele se preocupava com os
outros! Não dá para supor que o mundo tenha conhecido alguém
mais ocupado que este apóstolo. Ele fala algures do “cuidado
de todas as igrejas” (2 Coríntios 11:28) que pesava sobre ele.
Ele trabalhava com as próprias mãos como fabricante de tendas,
para não dever favores a pessoas como os coríntios e outros. Ei
do, pois, trabalhando dia e noite, e ainda acha tempo para orar
por estas pessoas. Ele nunca tinha visto estes cristãos romanos.
Não os conhece. Mas está sempre orando por eles. Ele os tem
no coração. Vocês devem ter notado como ele ora pelos filipenses,
apesar de ser um homem velho, agora prestes a morrer numa
prisão, pode-se dizer, esperando ser levado à morte a qualquer
momento por um imperador cruel. Pensando neles, lá em
Filipos, ele diz: não posso tirar Evódia e Síntique da cabeça;
estou orando por elas. Elas estavam em seu coração. Intercessão!
E eu suponho que não existe prova mais delicada e mais sutil
do nosso crescimento na graça, e da nossa verdadeira
espiritualidade, do que justamente esta: quanto do seu tempo
você passa orando por você? Quanto do seu tempo você passa
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“Pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela
vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco.
Porque desejo ver-vos... Não quero porém, irmãos, que ignoreis que
muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido
impedido)...” -Romanos 1:10,11,13
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favor dos santos, e eis o que ele diz: “No primeiro dia da semana
cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a
sua prosperidade...” (VA: “conforme Deus o favoreceu...”),
precisamente a mesma palavra. Vós deveis guardar conforme
Deus vos favoreceu, ou vos fez prosperar, “para que se não façam
as coletas quando eu chegar”. E a palavra é empregada também
na Terceira Epístola de João, no versículo dois: “Amado, desejo
que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim
como bem vai à tua alma”.
Muito bem, pois, o sentido aqui é perfeitamente claro: o
que o apóstolo está esperando é que Deus lhe possibilite fazer
boa viagem - “favorecê-lo” de modo que, afinal, ele possa fazer
essa viagem a Roma. Embora seja esse o seu desejo intenso,
embora tenha em mente o plano de ir à Espanha, e interromper
a sua viagem em Roma, ele não dará nem um passo enquanto
não estiver certo de que essa é a vontade de Deus. Pois bem,
isso é algo tremendo, e essencial para que se possa entender a
vida e o ministério deste homem. Ele sabe que nada irá bem, a
menos que seja sob a bênção de Deus, e não importa quais sejam
as suas idéias pessoais, nem quão intensos sejam os seus desejos,
ele não se moverá quanto a esta questão enquanto não estiver
claro para ele que é da vontade de Deus que ele o faça. Assim,
apesar de toda a intensidade, ele diz aos cristãos romanos que
está “pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo,
pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter
convosco”. Noutras palavras, como digo, ele se submete, e
submete as suas propostas, absoluta e completamente à vontade
de Deus.
Mais interessante ainda - e este é o terceiro ponto de que
trato sob este título - ele aceita os obstáculos; ele é sensível à
vontade de Deus manifesta nos obstáculos. Ele nos fala disso
no versículo treze, onde diz: “Não quero porém, irmãos, que
ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco”, e então, entre
parênteses, (“mas até agora tenho sido impedido”). E,
naturalmente, ali ele nos mostra como entraram obstáculos em
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sua vida, e como Deus os utilizou para guiar o Seu servo. Isso
constitui uma parte vital da doutrina da orientação, porque às
vezes Deus nos mostra o que Ele quer que façamos, ou que não
façamos, por meio de obstáculos, e eu desejo mostrar a vocês
como esta doutrina surge na vida deste apóstolo no Novo
Testamento.
Agora a questão é: como aparecem os obstáculos? Como
eles são postos no caminho do cristão? Pressinto que há uma
sugestão muito útil, quanto a esta questão, no capítulo quinze
de Romanos, versículos 22 e 23: “Pelo que também muitas vezes
tenho sido impedido de ir ter convosco. Mas agora, que não
tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande
desejo de ir ter convosco, quando partir para a Espanha irei ter
convosco”. A que será que ele se refere quando diz: “Pelo que
também muitas vezes tenho sido impedido...”? Ele tinha dito
aos cristãos romanos que estava certo de que fora chamado para
pregar o evangelho de Cristo a pessoas que nunca o tinham
ouvido. Diz ele: “Não ousaria dizer coisa alguma, que Cristo
por mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por
palavra e por obras; pelo poder de sinais e prodígios”, etc. “E
desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde
Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre
fundamento alheio.”
Noutras palavras, Paulo foi chamado para evangelizar áreas
que até então não tinham sido evangelizadas. Por isso ele diz:
“Pelo que também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter
convosco” - o que significa que na área em que ele se encontrava
- na Ásia Menor, noutros lugares, e eventualmente em certas
partes da Europa - havia tanta coisa para ele fazer nos campos
não evangelizados que ele não conseguia achar tempo para ir a
Roma. Esse era um dos obstáculos. Fora impedido de ir a Roma
pela obra que tinha que realizar bem perto de onde ele estava.
Ele dizia: não posso deixar este campo enquanto não pregar o
evangelho; quando eu tiver feito isso, irei ter convosco. E, de
fato, vocês podem notar nesse capítulo quinze, versículo 23,
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O Evangelho de Deus
que ele diz: “Mas agora, que não tenho mais demora nestes
sítios...”. Ele tinha completado a sua obra ali; ele tinha pregado
o evangelho, tinha dado o seu testemunho. Agora já não há
obstáculo, e ele está livre para fazer a sua viagem a Roma. Assim
é que podem surgir obstáculos no caminho do cristão, e
certamente foi isso que aconteceu no caso deste apóstolo. Deus
o reteve; Deus lhe mostrou que ainda havia o que fazer onde
ele estava, e assim ele foi impedido de ir a Roma, apesar do seu
forte desejo de ir para lá, e de o ter planejado.
Contudo, havia um outro obstáculo - e vocês o verão noutros
pontos da sua vida: às vezes ele era impedido pela enfermidade.
No capítulo primeiro da Segunda Epístola aos Coríntios vemos
mencionada a enfermidade. Ele estivera doente, “perto da
morte”. Alguns dos seus inimigos certamente diziam: “Este
homem, Paulo, vocês não podem confiar nele. Ele diz que vem,
mas não aparece”. “Estive doente”, diz o apóstolo. Comigo a
questão não é de sim e não ao mesmo tempo; é que eu estava
doente, “até da vida desesperamos, e eu não pude ir”. Os
obstáculos podem chegar via circunstâncias: doença, acidente,
ou vários outros acontecimentos que escapam ao nosso controle.
E não há por que duvidar de que Deus faça uso das circunstân
cias desta maneira, a fim de refrear-nos, de pospor os nossos
planos e projetos. Deus pode interferir numa variedade de
maneiras e levantar uma barreira que não somos capazes de
transpor, por assim dizer.
Mas também vocês poderão ver noutro lugar que o apóstolo
ensina especificamente que às vezes satanás nos impede e barra
o nosso caminho. Verão isso em 1 Tessalonicenses, capítulo dois,
versículo 18: “Pelo que bem quisemos uma e outra vez ir ter
convosco, pelo menos eu, Paulo, mas satanás no-lo impediu”.
Declaração muito interessante. Outra tradução deixa claro o
sentido: “Eu gostaria de ter ido estar convosco, sim, eu, Paulo,
uma e outra vez, mas satanás cavou uma trincheira para impedir-
-me”. Vocês se lembram de que, durante a última guerra, quando
houve ameaça de invasão e nós achávamos que os alemães
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Asia.
* E óbvio que Paulo tinha planejado pregar a Palavra na
Asia, e se propusera a fazê-lo. Na verdade, no presente caso
podemos ir mais longe e dizer que ele até havia tentado ir para
a Ásia, porém se vira proibido pelo Espírito Santo. Depois vem
a segunda declaração: “E, quando chegaram a Mísia,intentavam
ir para Bitínia, mas o Espírito Santo (ou, como diz a tradução
da Versão Revista, inglesa (e a de Almeida, Revista e Corrigida),
o Espírito de Jesus) não lho permitiu”. A palavra traduzida pelo
verbo intentar significa “provar” ou “fazer uma tentativa, uma
experiência”. Noutras palavras, é óbvio que nesta altura o
apóstolo tinha certas idéias em mente. Deveria ir pregar na Ásia?
Bem, sim, ele achava que deveria. Proibido? Que dizer então
de Bitínia, que ficava logo adiante? Não lhe foi permitido ir
para a Ásia; bem, talvez Deus o esteja dirigindo para Bitínia, e
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anos. As vezes podem ter sentido que, por fim, estavam perto
de ser atendidos, e então a bênção não veio. Vocês ficaram
aflitos? Irritaram-se? Começaram a achar que Deus estava contra
vocês? Vocês disseram que não adianta orar? Ah, observemos
este vigoroso homem de Deus, e vejamos que, apesar de
impedido, apesar de ser retido, continuou levando as suas
súplicas à presença de Deus, expressando o desejo do seu
coração. Sempre dizendo, “Se for da Tua vontade”, mas
continuou orando. Para mim esse foi o segredo máximo da
vida deste homem e da sua grande utilidade para o Reino de
Deus.
Notemos agora uma coisa muito interessante. Foi de
maneira parecida que Deus levou o Seu servo a algumas das
experiências mais grandiosas da sua carreira. Vejam de novo
aquele exemplo de Atos, capítulo 16, quando Deus o proibiu
de pregar na Ásia e não lhe permitiu entrar em Bitínia. Acaso
vocês se lembram do motivo pelo qual Deus fez isso com o
apóstolo? Lembram-se da razão pela qual Deus não o deixou
pregar na Ásia e em Bitínia? A resposta é que era da vontade de
Deus que ele pregasse o evangelho na Europa, e foram enviados
obstáculos a outros lugares para que aquele propósito fosse
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“Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de
seu Filho, me é testemunha... ” - Romanos 1:9
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Esse é o motivo!
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“Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de
seu Filho, me é testemunha... Porque desejo ver-vos, para vos
comunicar algum dom espiritual, afim de que sejais confortados. ”
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ele fez em seu discurso em Atenas. Ele podia ter falado sobre
outros assuntos, porém, disse ele, “nada me propus saber entre
vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado”. Noutras palavras,
ele delimitou deliberadamente os assuntos de que tratava, e aqui,
de novo, ele escreve enfaticamente a estes cristãos romanos que,
se bem que muitos outros assuntos podem ser perfeitamente
válidos e legítimos em si mesmos, ele, como servo de Deus e
servo de Jesus Cristo, evita-os deliberadamente.
Dou ênfase a isso porque certamente é algo que devemos
ter em mente. Na apresentação geral desta parte do capítulo, eu
disse que veríamos que, conquanto o apóstolo não exponha
explicitamente nenhuma grande doutrina, não obstante, toda a
seção está cheia de doutrina, e aqui está uma ilustração desse
fato. Isso levanta a questão da doutrina que trata da Igreja Cristã
e do que compete à ela fazer. A declaração de Paulo, de que
ele limita as suas atividades ao “evangelho do Filho de Deus”,
isto é, a “Jesus Cristo, e este crucificado”, lembra-nos que à
Igreja sempre cabe realizar essa obra. A Igreja não é uma
instituição cultural geral. Não faz parte da ocupação da Igreja
ensinar aos homens literatura ou filosofia ou sociologia, ou
qualquer dos assuntos semelhantes a esses. Agora, tratemos de
entender bem isso. Não estou dizendo que esses outros assuntos
não têm valor - podem ter, e muito. O que insisto em defender
é que não faz parte do dever da Igreja Cristã ensiná-los ou pregá-
-los. Tampouco ensinar música ou arte ou quejandos. Todas
essas coisas são legítimas no lugar certo, mas, específica e
peculiarmente, o dever da Igreja é pregar Jesus Cristo, e Este
crucificado. A Igreja, como Paulo, nada deverá propor-se
saber, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado.
Insisto nisso porque cada vez me convenço mais de que o
fracasso da Igreja, nos fins do século passado e no começo deste,
foi não compreender essa verdade, e isso explica, em grande
parte, as condições atuais. Estou plenamente convencido de que,
em acréscimo à apostasia no ensino, isso é grandemente
responsável pelo estado em que se vê a presente realidade. As
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mal, ou vai pensar que eu estou dizendo que não deveria haver
nenhuma evangelização? Estou dizendo exatamente o oposto.
Tudo o que eu estou dizendo é que a atividade da Igreja não
deve ser unicamente evangelística. Penso que nos dias atuais há
o real perigo de que a ênfase à evangelização se torne uma ênfase
exclusiva, com a Igreja evangelizando sempre, e ficando nisso.
Esse caminho leva à ruína. Não! O evangelho do Filho de Deus
começa com a mensagem evangelística, mas não pára aí. Vai
adiante, e ensina - na verdade, o ensino é parte integrante da
evangelização. De fato, deixem-me fazer esta colocação - todas
as profundas doutrinas da Epístola aos Romanos podem vir sob
o título, “o evangelho de seu Filho”. Tudo são as boas novas, do
começo ao fim, e nada deve ser deixado fora.
Paulo diz também aos coríntios o seguinte: “Jesus Cristo, o
qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e
santificação, e redenção” (1 Coríntios 1:30). O evangelho é isso.
A doutrina faz tão igualmente parte do evangelho de Deus
quanto a justificação. A glorificação também faz parte. Devemos
tomá-las todas em consideração. Pois bem, a Igreja precisa
lembrar-se disso sempre. E se ela não estiver pregando “todo
o conselho de Deus”, se ela não estiver pregando todas as
grandes e gloriosas doutrinas das Escrituras, ela não está ser
vindo fielmente a Deus. Não está servindo a Deus como o
apóstolo desejava tanto fazer, e como inegavelmente o fez. Ele
diz isso em muitos lugares diferentes. Por exemplo, na Epístola
aos Colossenses, capítulo primeiro, versículo 28, referindo-se
ao Senhor Jesus Cristo, ele escreve: “O qual nós anunciamos,
advertindo a todo homem, e ensinando a todo homem em toda
a sabedoria; a fim de que apresentemos todo homem perfeito
em Cristo” (ARA). Ou ainda ele o diz na forma de uma exorta
ção a Timóteo, em 2 Timóteo, capítulo quatro, versículo 2:
“(Conjuro-te) que pregues a palavra, instes a tempo e fora de
tempo, redarguas, repreendas, exortes,
✓ com toda a
longanimidade e doutrina”. E isso que o apóstolo quer dizer
com as palavras: “Deus, a quem sirvo em meu espírito, no
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mútua, assim vossa como minha.” - Romanos 1:12
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somente na medida em que não quer que eles pensem que, por
assim dizer, ele está se colocando sobre um pedestal, e que os
está inferiorizando, como se dissesse: claro, sou um grande
homem, um grande apóstolo, e vocês são simples membros
comuns de igreja, e, portanto, eu tenho muita coisa para dar-
-lhes. Para que ninguém pensasse isso, ele passa a dizer logo:
“Isto é...”. Não me entendam mal, diz o apóstolo, não é esse o
espírito nem o modo como lhes estou escrevendo. Não! Estou
desejoso de ir, a fim de que eu seja “animado”, como também
vocês. Agora, a palavra que temos nesta passagem na Versão
Autorizada (inglesa), “confortado” (como as que temos em
Almeida, ARA e ARC) é um tanto enganosa. Não teria sido
assim quando da publicação da VA em 1611, porém agora é
porque temos a tendência de atribuir à palavra “conforto” um
só sentido. Por isso talvez seja melhor considerá-la como
“animado”. O apóstolo tenciona animá-los, porém se apressa a
dizer que ele está certo de que também vai ser animado por
eles. Ele compreende que tem muito para dar-lhes, mas quer
que eles também saibam que têm muita coisa para dar-lhe, e
que haverá uma espécie de intercâmbio; de ambos os lados
haverá encorajamento.
Noutras palavras, Paulo está retratando aqui o que bem se
pode chamar “a comunhão dos santos”, e ele está assegurando
aos crentes em Roma que eles serão um grande incentivo para
ele, como ele o será para eles. E essa comunicação de ânimo é
algo que afetará toda a sua personalidade; afetará a sua mente, o
seu coração e a sua fé - de fato, a totalidade do seu ser. E isso
que ele está dizendo na passagem que estamos estudando. Ele
realmente espera passar bom tempo entre estes cristãos em
Roma. Ele sabe muito bem que, como resultado dessa
comunhão, o seu coração será aquecido, ele se sentirá estimulado
em seu trabalho e animado a continuar com ele; estará mais
seguro que nunca da sua fé cristã, e assim por diante. Paulo está
dizendo tudo isso com aquelas duas palavras simples, “Isto é”.
Obviamente, é muito importante que compreendamos que,
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nos outros? Que é que nos causa maior prazer encontrar e ver
nos outros? Que é que nós pomos em primeiro lugar? Não
há maneira mais profunda de nos testarmos a nós mesmos do
que essa.
Deixem-me, porém, passar à segunda declaração. O apóstolo
não somente procurava isso nos outros, mas também, quando o
encontrava, desfrutava-o grandemente, e se beneficiava disso.
E, naturalmente, o que eu quero ressaltar nesta altura é que,
não importa quão simples ou de quão humilde condição certos
cristãos fossem, Paulo colhia algo deles. Ele gostava de conversar
com eles e de observá-los. Eles faziam o seu coração vibrar. Eles
eram um incentivo para ele. E isso também é algo que vale
quanto a todas as partes do Novo Testamento, como também
quanto à história da Igreja entre os santos de todos os séculos.
Gostamos da companhia de todos os cristãos, ou terão que ser
de um tipo especial? Terão que ser muito inteligentes, ou que
estar vestidos de maneira especial, ou que ter a aparência de
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também têm fé. João escreve de igual maneira. Por que escrevo
esta Epístola? - pergunta ele. Por esta razão: “para que também
tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e
com seu Filho Jesus Cristo”. Sim, mas eles tinham que entrar
na mesma comunhão; eles tinham que tomar parte nesse grande
intercâmbio.
Toda a concepção que o Novo Testamento tem da Igreja é,
então, em termos dessa comunhão, em que a ênfase recai
evidentemente na fé que tanto os membros individuais da igreja
como o pregador têm. Como se evidencia essa fé? - pois é óbvio
que o faz. Como o apóstolo seria dessa forma encorajado e
confortado pelos cristãos romanos? Bem, sua fé deveria
demonstrar-se em sua maneira de viver, e foi o que se deu. Era
óbvio para as outras pessoas que acontecera algo com eles; já
não faziam as coisas que costumavam fazer; houve uma mudança
na vida deles. Isso era uma demonstração da sua fé. E, apesar
dos seus grandes labores e do seu grande sucesso em seus labores,
o apóstolo animava-se ao ver esse tipo de evidência. Ele nunca
tinha estado em Roma; ele esperava pelo dia em que veria
aqueles pequenos grupos reunindo-se nas casas uns dos outros.
Dessas pessoas a graça de Deus se apossara, e a elas fora dado o
dom da fé. Lá em Roma Paulo esperava gozar da sua companhia.
É o que se deve ver na vida das pessoas.
A fé pode ser vista também no conhecimento dos cristãos.
Que seria mais animador para um apóstolo do que ver homens
e mulheres que não tinham tido nenhuma vantagem
educacional, muitos deles sendo escravos que serviam na casa
de César, e, contudo, mostrando espantoso entendimento das
Escrituras, e das doutrinas das Escrituras? Eram iluminados
em matéria de fé, capazes de falar dessas coisas, de discuti-las,
de regozijar-se nelas. A fé se mostra no conhecimento e no
entendimento, e também na experiência. Haverá algo que dê
mais calor ao coração do que ouvir outros cristãos contando
suas experiências espirituais? Não conheço nada - sei que já
disse isso antes - que seja melhor tônico para mim, na vida
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como a ignorantes.” - Romanos 1:14
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ele sente é forte assim. E isso que eu sou, diz ele. Esse é o meu
trabalho. Essa é a minha vida. Vou pelo mundo pregando este
evangelho, e o faço pela razão que expus.
Que será então, o que exatamente ele nos está dizendo
aqui? Pergunto isso porque, como eu disse, ele não está falando
só sobre si próprio; ele está falando sobre algo de que todos nós
devemos estar cientes, nalgum sentido e nalguma medida. E
eu dou ênfase à questão porque acredito - como todos nós
devemos acreditar - que este homem de Deus foi, de maneira
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pode dar isso a todos. “Eu sou devedor”, diz ele, tanto a gregos
como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.” Isso não é
mera repetição; não é tautologia. “Gregos e bárbaros”: é o
mundo inteiro. O mundo, a humanidade toda, era dividida pelos
gregos em gregos e bárbaros. As pessoas estavam nesta ou
naquela categoria. E vocês podem notar que aqui, com vistas à
classificação, os romanos eram considerados gregos, porque,
na época em que Paulo viveu, a filosofia grega e a cultura
grega tinham ido para Roma, como também para todas as partes
civilizadas do mundo. Há um sentido, pois, em que ele estava
certo em considerá-los pertencentes à cultura grega. Embora
Roma tenha de fato conquistado a Grécia, culturalmente foi a
Grécia que conquistou Roma. Do mesmo modo, os judeus estão
incluídos entre os bárbaros, e assim, Paulo está dizendo aqui
que ele pode transmitir esse precioso conhecimento, esse
conhecimento inapreciável, a homens e mulheres de todas as
nacionalidades.
Depois disso ele acrescenta outra classificação - “tanto a
sábios como a ignorantes”. Pode-se classificar a humanidade
não somente pelo critério de nacionalidade, pode-se classificá-
-la também de acordo com a capacidade e com o entendimento,
ou com a falta disso. Noutras palavras, ele está dizendo: “Estou
pronto e capacitado para transmitir este conhecimento, tanto
aos professores como aos alunos, realmente tanto aos grandes e
poderosos gigantes no intelecto como aos que nunca tiveram
nenhuma vantagem cultural”. Ah, este ponto é absolutamente
vital para nós! Juntos veremos, querendo Deus, conforme
avançarmos no estudo desta Epístola, que Paulo diz isso muitas
e muitas vezes, e veremos que esse é o tema desta Epístola, do
versículo dezoito deste capítulo ao fim do capítulo três, tema
que se resume com estas palavras: “Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus” (3:23); “Não há um justo,
nem um sequer” (3:10); “para que toda a boca esteja fechada e
todo o mundo seja condenável diante de Deus” (3:19). E assim
que ele o resume no capítulo três, mas na passagem que estamos
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eu não atuar como ator durante três meses. Que sugestão mais
monstruosa! Mas é o que se diz hoje em dia, e às vezes até cristãos
evangélicos dizem isso, o que indica que não temos entendido
o fato de que o pregador não precisa saber coisa alguma sobre
os seus ouvintes dessa maneira, porque já sabe a única coisa
que precisa saber; sabe que, como ele próprio, eles são pecadores,
e que, sem a graça de Deus, estão perdidos e condenados. Oh,
não, a pregação não precisa de todas essas outras coisas.
Naturalmente, é preciso considerar se a forma e a apresentação
concretas não poderiam variar ligeiramente, mas isso é mais ou
menos insignificante, porque este homem, sem ter tido essas
variadas experiências, mas sob o poder, a influência e a direção
do Espírito Santo, é capaz de pregar a todos.
Permitam que me expresse a vocês doutra maneira. Bem
recentemente, estive presente a uma discussão muito
interessante, na qual foi levantada a questão - “Por que será
que nós, cristãos, e principalmente nós, evangélicos, parece que
só podemos atrair certo tipo de gente? Por que será”, continuou
o interrogante, “que em nossas igrejas é verdade que a imensa
maioria das pessoas presentes são mulheres, e que há grande
escassez de homens? E por que será que nos dias atuais a igreja
não está conseguindo sensibilizar as classes trabalhadoras (assim
chamadas) quase inteiramente? Por que será que, ao que parece,
só estamos atraindo pessoas que vivem nos subúrbios? (esse foi
o termo empregado)* Por que será que o cristão hoje parece ser
pouco mais que uma pessoa amável, bondosa e respeitável?”
Certo, ele concedeu, é claro, que os referidos cristãos tinham
experimentado conversão verdadeira. A questão levantada por
ele foi: por que não estamos sensibilizando os outros? Por que
os homens não estão sendo atraídos? Muito boa questão. Eis aí
algo que todos nós, na qualidade de cristãos, deveríamos
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“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o
poder de Deus para salvação de toda aquele que crê; primeiro do
judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus
de fé em fé, como está escrito: mas o justo viverá da fé. ”
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dizendo que, como estava pronto para pregar aos gregos e aos
bárbaros, e aos sábios e aos ignorantes, exatamente da mesma
maneira está pronto para pregá-lo em Roma. E ele prossegue e
diz por que está pronto para pregar em Roma. E, naturalmente,
ao fazê-lo, incidentalmente lhes diz, por meio deles nos diz, diz
a todos os cristãos de toda parte, qual é, afinal de contas, o
grande tema de que ele trata constantemente. Se ele pudesse
estar lá em pessoa, pregaria para eles sobre este tema, mas, desde
que não pode ir pessoalmente, vai escrever-lhes. Ele vai dar-
-lhes os títulos, o roteiro. Portanto, nestes dois versículos
maravilhosos - os versículos 16 e 17 - ele nos dá, por assim
dizer, exposto sumariamente, da maneira mais sucinta
imaginável, o que indubitavelmente constitui o grande tema
da pregação apostólica - o grande tema, em particular, desta
Epístola aos Romanos.
Há uma diferença entre os versículos 16 e 17, e desta
maneira: no versículo 16 o apóstolo declara o seu tema; no
versículo 17 ele faz uma exposição geral do tema. E vocês podem
notar outra vez a repetição do vocábulo “pois” ou seu
equivalente. “Não me envergonho do evangelho de Cristo, pois
é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro
do judeu, e também do grego .Porque nele se descobre a justiça
de Deus de fé em fé.”E mesmo depois, no versículo 18, “Porque
do céu se manifesta a ira de Deus...”.
Agora, é interessanate observar aqui o estilo e o método de
Paulo; notem como ele é lógico, observem como ele vai
raciocinando passo a passo. Ele não é do tipo que lança
brilhantes pensamentos ao léu e a esmo. Não, o seu método
essencial é o do raciocínio. Já notamos, e tivemos ocasião de
salientar, que às vezes ele se empolga tanto e é tão impelido
pelo assunto de que está falando, que se esquece de manter em
ordem os seus pensamentos, mas a sua mente era essencialmente
lógica, mente capaz de pensar e de raciocinar com clareza. E o
tremendo poder da verdade que ocasionalmente o domina e o
leva a louvar ou a condescender em alguma vigorosa apóstrofe
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São essas as coisas que vez por outra fazem com que cristãos
verdadeiros sintam certa vergonha, especialmente quando falam
dessas coisas na presença de pessoas ditas instruídas, cultas e de
mentalidade filosófica. E depois disso tudo, acresce, natural
mente, que o apóstolo estava escrevendo para cristãos de Roma
- a senhora do mundo, a capital imperial, a sede do governo,
para onde sempre iam os poderosos. Pensem nisso. Em meio à
pompa e ao cerimonial daqueles imperadores romanos e da
corte romana, vinha um homem dizendo que o Salvador do
mundo era um carpinteiro de Nazaré, e Paulo imagina o ridículo
e os risos da corte e das pessoas de grande vulto. A piada mais
nova - chegou um homem que diz literalmente que um
carpinteiro de Nazaré, da terra dos judeus, é o Filho de Deus e
o Salvador do mundo, e que Ele salva o mundo morrendo numa
cruz, sem inspirar esperança alguma! E brincadeira! Que
divertido! Essa é a reação dos círculos cultos.
Ora, o apóstolo Paulo era homem dotado de vigoroso
intelecto. Era um homem capaz, e não era coisa nem fácil nem
simples para um homem como esse, dotado como era, suportar
esse ridículo, esse sarcasmo, essa zombaria, esse escárnio. Vocês
poderão ver a sua principal exposição destas questões nos três
primeiros capítulos da Primeira Epístola aos Coríntios, e não
há a menor dúvida de que ele sentia agudamente o problema.
Ali estava ele, com todo o seu preparo, com os seus antecedentes
e com a sua capacidade, simplesmente pregando - e de um
modo como qualquer pessoa poderia pregar, no que se refere ao
assunto - e quando ele falava sabia o que os seus ouvintes
estavam dizendo, e os via olharem uns para os outros enquanto
lhes falava. Por isso ele afirma deliberadamente que se fez louco
por amor de Cristo, e diz mais: “...se alguém dentre vós se tem
por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio”. Noutras
palavras, ele diz: vocês se interessam pela sabedoria e nos
consideram loucos, mas eu lhes digo: se vocês realmente querem
ser sábios, seria melhor que se tornassem loucos juntamente
conosco, e então vocês teriam a sabedoria de Deus.
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envergonharem do evangelho.
Deixem que lhes dê uma ilustração. Uma vez ouvi um
homem dar o seu testemunho, e aqui vai a sua colocação. Ele
disse: “Tomei a minha decisão por Cristo há vinte anos, e nunca
me arrependi!” Pois bem, ele não estava envergonhado do
evangelho; ele o disse. Mas vocês notam o motivo? “Tomei a
minha decisão por Cristo há vinte anos, e nunca me arrependi.”
Essa era a única razão, a única explicação que ele sempre dava.
O que, naturalmente, ele queria dizer com isso é que o evangelho
de Cristo o tinha feito feliz e o tinha libertado em certos aspectos.
Entretanto tudo em seu motivo, vocês vêem, era puramente
subjetivo. Não é o que o apóstolo nos dá. Pergunto-me se
entendemos claramente essa questão. A nossa razão para não
nos envergonharmos do evangelho deve ser sempre peculiar ao
evangelho. Deve ser sempre singular, o que significa, necessaria
mente, que não deve simplesmente terminar em nós e no que
aconteceu conosco. “Não me envergonho do evangelho de
Cristo.” Por quê? Porque “é o poder de Deus para salvação...
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé...”.
Singular, não é?
Se você der a resposta de maneira pessoal, subjetiva, percebe
logo a que se exporá? Se você se levantar e disser: “Creio em
Cristo, já faz algum tempo; não me envergonho disso, nunca
me arrependi - e vou lhe dizer o porquê - tenho sido muito
mais feliz desde quando cri; durmo melhor, não brigo como
brigava, as pessoas dizem que me acham mais alegre e mais
feliz; não faço certas coisas que costumava fazer; essa é a razão
pela qual não me envergonho do evangelho; ele fez tudo isso
por mim” - que reação você receberá?
Muito bem, pois; ouvindo isso como se eu fosse incrédulo,
digo: muito interessante! Amanhã à noite eu vou à Primeira
Igreja da Ciência Cristã, porque ouvi dizer que ali as pessoas
também podem dar testemunhos maravilhosos, e assim eu vou
ouvir a mesma coisa na Ciência Cristã. “O melhor dia da minha
vida foi quando, estando eu em dificuldade, um amigo me levou
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Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o
poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro do
judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus
de fé em fé, como está escrito: mas o justo viverá da fé.”
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fazê-lo. Ele não se procupava com quem iria ouvi-lo. Ele nunca
se envergonhava do evangelho, e o seu primeiro motivo para
não se envergonhar era, naturalmente, a própria palavra
“evangelho”. A palavra “evangelho” significa “boas novas”, “boa
notícia”. São alegres novas. E, de longe, a mensagem mais
maravilhosa e mais assombrosa que o homem pode ouvir.
As palavras “de Cristo” não se encontram em todos os
manuscritos. Isso não faz diferença; é ainda do “evangelho de
Cristo” que ele está falando, embora tenha realmente dito, “Pois
não me envergonho do evangelho”, porque ele já deixara claro
para nós que evangelho é. No versículo primeiro ele dissera
que se trata do “evangelho de Deus” - de modo que, quando
ele volta a dizer “evangelho”, nós nos lembramos de que é o
“evangelho de Deus”. E no versículo 9 ele diz: “Porque Deus,
a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho...”.
Aí está, muito especificamente; é o evangelho do Filho de Deus
eterno. Essa é a mensagem de Paulo. Essas são as boas novas da
eternidade. De modo que ele não se envergonha porque é arauto
da mensagem mais gloriosa, mais majestosa e mais emocionante
que a humanidade já ouviu.
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo.” Por
quê? “Pois” (porque - o motivo) é um meio de salvação - “é o
poder de Deus
_ para salvação.” Pois bem, salvação é a palavra
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primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a
justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: mas o justo viverá da
fé.” - Romanos 1:16,17
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bem. Você se julga salvo, mas ainda tem que viver neste mundo,
e há inimigos que vão atacá-lo, ainda há a lei, e ainda há o diabo.”
“Certo”, responde Paulo; “vou dizer-lhe.” “Quem nos separará
do amor de Cristo? A tribulação?” Quão terrível a tribulação,
coisa que abala as pessoas. Temos visto muitos iniciarem a vida
cristã brilhantemente, e logo caírem ao chegarem as provas e
as tribulações. Você ainda diz que é seguro e certo? Digo. “A
tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a
nudez, ou o perigo, ou a espada... Mas em todas estas coisas
somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” E
absolutamente certo.
E depois a grande e magnífica declaração final: “Porque
estou certo (estou persuadido, estou absolutameante certo) de
que, nem a morte, nem a vida, nem os principados, nem as
potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a
profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar
do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”. Nada
nos pode separar! A nossa salvação em Cristo é absolutamente
certa. Cristo mesmo disse (a respeito das Suas ovelhas):
“ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:28). E isso
que o apóstolo está dizendo. O evangelho é isso. É o poder de
Deus, e visto que é o poder de Deus, é absolutamente certo. Ele
nos salva totalmente - até que por fim sejamos completamente
glorificados e estejamos sem mácula nem ruga nem coisa
semelhante. E é isso que o apóstolo está dizendo neste versículo
16 do primeiro capítulo. Não é algo contingente. Não é algo
que pode funcionar ou não. Ele assevera que essa obra é realizada
por Deus e que quando essa obra começa numa pessoa, nada
pode detê-la. Seu fim na glorificação está garantido. Mas os
passos intermediários também estão garantidos, e nada nem
ninguém, seja do céu ou do inferno, poderá separar tal pessoa
do “amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor”. O
evangelho é o poder de Deus. Não depende de mim e de minha
fidelidade. Se dependesse, todos estaríamos perdidos. E o
poder de Deus para nos salvar, guardar, justificar, santificar e
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produzidas pela Palavra. Assim, ele quer dizer tudo isso quando
afirma que o evangelho é, ele próprio, o poder de Deus.
E, todavia, devemos ser cuidadosos. O apóstolo não quer
apenas referir-se à “letra” da Palavra. Ora, isso é muito impor
tante. Não se refere meramente à letra mecânica, porque ele diz
em 2 Coríntios 3:6: “O qual nos fez também capazes de ser
ministros dum novo testamento, não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata, e o espírito vivifica”. Vocês sabem que
podem dizer as coisas certas, sendo que o que vocês dizem está
morto e não leva a nada. Pode-se pregar pura letra do evangelho;
isso não é o poder de Deus. Assim, não é meramente letra. Ou
de novo, como Paulo o expressa em 1 Tessalonicenses 1:5:
“Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras”
- foi em palavras, mas não somente em palavras - “mas também
em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza”. Assim é
que, embora digamos que o poder está na Palavra, não está
meramente na letra. E, portanto, apenas dar às pessoas um
exemplar das Escrituras não necessariamente as salva. Um
homem pode estar lendo a verdade, e nada acontece. A salvação
não é mecânica.
E também notamos que em vários lugares Paulo nos diz
que Cristo é que é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. E no
capítulo dois da Primeira Epístola aos Coríntios ele parece dizer
que é o Espírito Santo que é o poder. Diz ele que não tinha
vindo pregar-lhes o evangelho com “palavras persuasivas de
sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de
poder” (VA e ARA: “do Espírito...”). Como, então, conciliar
essas variadas afirmações? Bem, podemos, penso eu, fazer algo
como o seguinte: tudo o que Deus fez no Senhor Jesus Cristo e
por meio dEle por nós, todas as riquezas da graça de Deus em
Cristo, vêm a nós pelo poder do Espírito Santo mediante a
palavra do evangelho. E assim que Deus o faz.
Vamos aventurar-nos a uma ilustração? “Não me
envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus
para salvação.” Já foi demonstrado que no original - em grego
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traz esperança para todos. E não há outra coisa que faz isso. Há
muitos que o mundo considera sem esperança; para o evangelho
não há ninguém sem esperança. Por quê? Por causa do poder
de Deus! “Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas
manchas?” (Jeremias 13:23) Não! Contudo, “para Deus nada é
impossível” (Lucas 1:37). Ninguém, em função unicamente do
pecado, está fora da salvação. Isso de ser grande pecador demais
para poder ser salvo não existe. O número dos seus pecados não
entra na questão, de modo nenhum. O caráter ou a natureza dos
seus pecados não importa nem um pouco. Diante de Deus não
há diferença entre o assassino e a pessoa mais confiante em sua
justiça própria - absolutamente nenhuma! Ambos estão
igualmente perdidos.
E nisso está a glória do evangelho - há tanta esperança para
o pecador mais desesperado, mais violento e mais sombrio
como para a pessoa mais fina e mais respeitável. Por quê? Porque
em ambos os casos o que vale é o poder de Deus, e para Deus
não há absolutamente diferença nenhuma. Ah, que conforto!
Que consolo! Será de admirar que o apóstolo não se
envergonhasse do evangelho? Ele podia ir para Roma sabendo
que o mais perdido malfeitor dos clubes noturnos de Roma
poderia ser salvo por este evangelho. Não importava a que
profundeza a pessoa poderia ter afundado, ou com quanta vileza
pudesse ter pecado, a ponto de quase estourar os miolos, ou
que se perdesse todo o resquício de bom caráter entre os homens.
Nada disso importava.
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escrito: mas o justo viverá da fé.” -Romanos 1:17
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e injustiça dos homens...” - Romanos 1:18
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justiça que vale é a que Deus dá. Vocês vêem, o oposto das
obras não é a fé. Não! A justiça de Cristo é que é o oposto das
obras, e esta justiça nos vem mediante a fé.
E a seguir, de igual modo é importante que nunca digamos
que a fé é o oposto da lei. Pois bem, há várias declarações que
parecem quase dizer isso - como, na verdade, há declarações
que parecem colocar a fé e as obras como opostas entre si.
Contudo é muito importante que nos lembremos do seguinte:
às vezes, quando o apóstolo emprega a palavra/é, não se refere
somente à faculdade da fé. Refere-se à plena posição da fé.
Ele quer dizer, a justiça de Deus pela fé. Pois bem, vocês verão
muitas ilustrações disso, e, invariavelmente, o contexto mostrará
com clareza que uso ele está fazendo em cada ocasião dada.
Mas, às vezes, quando ele diz “fé”, está incluindo tudo, e não
simplesmente a fé como o instrumento pelo qual recebemos
esta justiça.
Estou dizendo isso a fim de mostrar-lhes que, assim como
a fé não é o oposto das obras, tampouco é o oposto da lei. Não!
Uma vez mais, estas não constituem antíteses, porque quando
recebemos esta justiça de Deus pela fé, estamos cumprindo a
lei. A lei foi cumprida a nosso favor por Cristo, e essa é a justiça
que nos é dada. Vocês vêem o perigo que há de colocar estas
coisas como antíteses! Isso leva as pessoas a dizerem que a lei se
tornou completamente obsoleta - entretanto é claro que não se
tornou. O que Paulo diz é que dessa maneira a justiça da lei se
cumpre em nós. E no fim do capítulo 3 ele diz: “Não anulamos
a lei; antes estabelecemos a lei”. Portanto, devemos ser
cuidadosos na interpretação e no uso da palavra “fé”.
Tendo proferido essas palavras de cautela, dou ênfase a que
é importante que nos lembremos do conteúdo da palavra “fé”.
Fé éum grande termo. Abrange vários conceitos. Não significa
apenas crença; não significa apenas assentimento intelectual.
Significa isso, mas também muito mais que isso. Certamente
não há melhor definição de fé que a que vemos no capítulo
onze da Epístola aos Hebreus, e ali as três qualidades essenciais
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desta maneira, não é difícil ver por que Paulo disse: “Não me
envergonho do evangelho de Cristo...”. Imperadores e reis,
cônsules e procônsules, prelados, senadores, militares em geral
e comandantes - todo o mundo é culpado diante de Deus. Ele
tem a única mensagem que pode salvar toda e qualquer pessoa.
É a mensagem acerca da justiça que o próprio Deus provê em
Jesus Cristo, e que é oferecida igualmente aos judeus e aos
gentios.
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e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. ”
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fazer esse tipo de coisa cem anos atrás, mas atualmente não pode;
você precisa tornar o evangelho atraente para as pessoas.” Assim
é que eles fazem o que eu vi num grande cartaz que estava no
lado de fora de um grande templo por onde passei faz dois ou
três meses, o qual dizia: “Venha juntar-se a nós no culto
vespertino do próximo domingo. Venha passar uns bons
momentos conosco - música alegre, mensagem animada. Venha
juntar-se a nós”.
Agora vocês vêem, meus amigos, como é importante
encarar estas questões. Não basta dizer: “Ah, sim; a ira de Deus”,
e depois passar ao próximo texto ou ao versículo seguinte. A
questão é: aceitamos de fato este ensino? Ele nos governa? Ele
dirige a nossa evangelização como dirige o nosso pensamento?
Ele nos governa na prática bem como na teoria? Há muitos que
negam esta doutrina na prática e oferecem Cristo às pessoas
como um amigo ou um ajudador ou solidário, como alguém
que as pode compreender, como alguém que estará com elas.
Tudo isso é absolutamente verdadeiro, mas não se começa daí.
Isso não está no contexto da ira de Deus. Não é de onde Paulo
parte. Isto eles passam por alto, e mudam para outra coisa. E,
todavia, quero dar ênfase ao fato de que este grande apóstolo
começa daí.
Agora deixem-me esclarecer bem este assunto, para que
ninguém tenha dificuldade com ele. Vocês vêem como é fácil,
embora creiamos no evangelho, começar a pensar imediata
mente em termos da sabedoria humana e da estratégia humana.
A tragédia é que não cremos no poder do Espírito Santo como
o apóstolo Paulo cria. Paulo não se detinha para perguntar: “Será
que os romanos gostam desta doutrina? Pergunto-me se, quando
eles virem que a minha mensagem é esta, eles não se afastarão!”
Paulo sabia que tudo dependia do poder do Espírito Santo. Ele
exortaria os homens, não Paulo; o evangelho é que é o poder. E
seja o que for que os homens façam ou digam, o nosso dever é
pregar a verdade, sendo que é o Espírito Santo que a aplica.
Permitam-me provar isso tudo. Vocês já perceberam,
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e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.”
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pecado. E preciso que Deus mostre seu ódio a ele. Faz parte da
Sua santidade e da Sua grandeza e glória que Ele proceda assim.
E há diversos outros argumentos que se poderia aduzir a fim de
mostrar como isto é essencial, mas, como eu disse, não vou
mencioná-los por esta razão - que aqui nos é dito que “do céu é
revelada (foi revelada) a ira de Deus contra toda a impiedade e
injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça” (VA).
Este é um ponto muito importante. Não podemos provar a
veracidade da ira de Deus por meio de argumentos comuns
como também não podemos provar a veracidade do evangelho
da graça redentora de Deus em nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo. Não se pode provar que o evangelho é verdadeiro. Se
alguém insiste numa prova matemática, você não lhe pode dar,
não pode dar provas em prol do evangelho, de modo nenhum.
Exatamente da mesma maneira, você não pode provar a
veracidade da ira de Deus. Mas é bom notar que Paulo usa a
mesma expressão com relação a ambos. No versículo dezessete
ele nos dissera que a glória do evangelho está em que “nele a
justiça de Deus é revelada de fé em fé” (VA). Bem, agora,
exatamente da mesma maneira, diz o apóstolo que a ira de Deus
também foi revelada; vocês vêem, então, que temos aí um
paralelo perfeito. Assim, se vocês aceitam a declaração do
versículo dezessete, devem, para serem lógicos e coerentes,
aceitar também a declaração do versículo dezoito.
Claro, o incrédulo rejeita ambas; ele não crê, não aceita, a
declaração de que a justiça de Deus pela fé foi revelada. Não
está interessado nisso. Ele nem sequer gosta do termo “justo”;
não vê a necessidade dele. Por isso o rejeita. E, naturalmente,
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que Deus proclamou ali, isso mostrará que você não gosta da
idéia da ira de Deus, e que você não crê nas Escrituras. Veja
você, tão importante é isso que nós temos que considerar estas
coisas em detalhe. Aí você tem então o ensino, evidente no caso
de Adão e Eva, expulsos do Jardim, e nas outras conseqüências
do pecado que se seguiram, e que hão de seguir-se, até que
finalmente o pecado termine. Quão facilmente podemos ser
incoerentes às vezes, como cristãos, por não darmos atenção aos
detalhes!
Continuemos agora, e vejamos o caso de Caim. Vocês podem
ver todas estas coisas registradas com muita clareza nos
primeiros capítulos de Gênesis; é por isso que eles são tão
importantes para toda a posição cristã, e jamais os devemos
perder de vista. Deus pôs um sinal em Caim e o puniu da
maneira ali descrita. Vem depois o desnorteante fato do Dilúvio,
constantemente mencionado nas Escrituras, até mesmo pelo
nosso Senhor. “Como foi nos dias de Noé”, diz Ele, “assim
será...” - e o Dilúvio, é claro, nada foi senão Deus punindo o
pecado da humanidade, e derramando a Sua ira sobre ela da
maneira mais terrível e aterradora. A torre de Babel é outro
exemplo da mesma verdade; leiam sobre ela no capítulo onze
de Gênesis. Passem ao capítulo dezenove e leiam a respeito da
destruição de Sodoma e Gomorra. Lá está a história que narra
como Deus destruiu as cidades da planície. O nosso Senhor
refere-Se a isso também; e eu bem poderia contar-lhes toda a
grandiosa história bíblica.
Depois, naturalmente, vocês vêem a ira de Deus nos casos
de inumeráveis indivíduos. Vejam como Saul, o primeiro rei
de Israel, teve que sofrer por causa do pecado que cometeu. Ah,
como ele experimentou a ira de Deus contra o pecado! E vejam
Davi; embora grandemente amado por Deus, notem como Deus
o tratou em seu pecado. Davi não tinha dúvida acerca da ira de
Deus contra o pecado, pois quando foi despertado para a
percepção do que fizera, disse: “Contra ti, contra ti somente,
pequei, e fiz o que a teus olhos parece mal” (Salmo 51:4). Leiam
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Sidom e de outras nações, e verão que Deus fez algo com elas
tambéiji - de fato, isso constitui uma parte importante do nosso
entendimento do Velho Testamento. O Velho Testamento é
primariamente a história dos filhos de Israel; mas lembrem-se
de que Deus de fato nos diz algo sobre as outras nações também.
Portanto, quando vocês lerem em Isaías, ou num dos outros
profetas ou escritores, a respeito da proclamação da ira de Deus
sobre as nações, não passem por alto, não o julguem irrelevante.
E muito importante. Temos aí a chave para isso, e vocês podem
ver como é importante num tempo como este. Deus parece
permitir que essas outras nações vão longe assim; permite que
elas persigam o Seu povo; permite que elas se tornem grandes e
poderosas, e que tenham sucesso. Mas quando elas se levantam
contra a Sua autoridade suprema, Ele as põe abaixo. Que consolo
isso deveria ter sido para todos os cristãos durante a última
guerra! Deveríamos saber com certeza que Deus só permitira
que um homem como Hitler tivesse sucesso até certo ponto,
pois quando os homens ultrapassam certo ponto, vão abaixo;
Deus os fere. A Sua ira se revela contra toda a impiedade e
injustiça dos homens. Não há maior consolação final para o
povo de Deus em tempos de perseguição do que essa doutrina
particular.
E ainda, por certo, nesta mesma parte da qual estamos
tratando temos esta declaração muito significativa do apóstolo
repetida três vezes, quando ele diz que Deus os entregou ou os
abandonou a uma mente reprovada, ou a algo semelhante.
Espero tratar disso em detalhe mais adiante. Menciono isso agora
a fim de completar a parte que estamos estudando. Não
esqueçamos, porém, que, em parte, um modo como Deus
derrama a Sua ira sobre o pecado é simplesmente deixar que as
pessoas vivam como querem durante algum tempo, e depois
colham as conseqüências. E eu creio profundamente que isso
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“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade
e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.”
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Deus espera de nós. E não viver dessa maneira é ser ímpio. Seja
qual for o grau, seja qual for a forma, não importa, o que se
espera de nós é que amemos a Deus com todo o nosso ser, e não
amá-10 assim é pecado. Devemos desejar conhecer a Deus, e
considerar como o supremo objetivo da nossa vida neste mundo
conhecê-lO. Devemos desejar a Sua glória e, portanto, devemos
desejar viver para a Sua glória. Devemos procurar a Sua vontade;
devemos desejar conhecer a Sua vontade. E o nosso maior
empenho deverá sempre ser o de fazer a Sua vontade em todas
as coisas e em todos os aspectos, sejam quais forem as conse-
qüências. Isso é piedade.
E o que se vê na vida do nosso bendito Senhor e Salvador.
Seu único interesse enquanto esteve neste mundo era glorificar
o Pai. No fim Ele pôde dizer: “Eu te glorifiquei na terra, consu
mando a obra que me confiaste para fazer” (João 17:4, ARA).
Ele não veio a este mundo para fazer a Sua própria vontade,
mas a do Pai, que O enviara. E vocês podem notar quantas vezes
se lê nos Evangelhos que, quando Ele realizava um milagre, as
pessoas “glorificavam a Deus” ou “louvavam a Deus”. Toda a
Sua vida Ele a viveu intensa e unicamente para a glória de Deus.
Diz Ele: “Não busco a minha glória, mas a daquele que me
enviou”. Aí está a perfeição da piedade!
Pois bem, a Bíblia nos ensina que o homem foi feito por
Deus para esse fim. “Qual é o fim principal do homem?” é a
primeira pergunta do Breve Catecismo (de Westminster), e a
resposta é: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e
gozá-10 para sempre”. Esse é o principal fim do homem. E
ficar aquém disso em qualquer aspecto é fazer-se culpado de
impiedade, é ter culpa de pecado. Vocês vêem por que isso deve
vir em primeiro lugar, por que deve ser essa a primeira coisa, e
não a questão de embriaguez ou de adultério ou disso ou
daquilo? Não, a resposta é a nossa relação com Deus, e o conceito
de que o homem é feito para glorificar a Deus. O nosso Senhor
deixou bem claro e simples que esse ponto é o primeiro, o
principal, o maior.
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temos uma horrível lista deles no fim deste capítulo. Ah, sim,
mas há pessoas que podem ler essa lista, ou a de 1 Coríntios 6:9,
e dizer que elas mesmas estão completamente sem culpa; não
são “sodomitas” nem “efeminados” nem “bêbados” nem
“maldizentes”, nem nenhuma dessas coisas, e, naturalmente,
elas acham que não são pecadoras. E quase incrível, mas estou
certo de que todos nós já encontramos alguém nessa situação.
Muitas vezes ouvi gente que me disse algo como o seguinte:
“Você sabe, tenho que ser sincero; se eu dissesse que me sinto
pecador, não estaria falando a verdade. Sabe, eu não acho que
sou pecador”.
O que essas pessoas querem dizer, é claro, é que, visto que
nunca foram culpadas dessas ações particulares, visto que nunca
foram culpadas de nenhuma das coisas que constam em sua
pequena lista particular, não se acham pecadoras. Nunca
sentiram necessidade de clamar por misericórdia e perdão, e
até acham que as pessoas das quais lemos na Bíblia e nas
biografias, pessoas que clamavam a Deus rogando que tivesse
misericórdia delas, talvez fossem um tanto anormais, ou talvez
fizessem fantasia poética e tivessem a tendência de exagerar ou
de dramatizar demais. Não as entendem. Dizem: “Sabe, eu
nunca me senti pecador à vista de Deus”!
E, naturalmente, a espécie de pessoa que diz isso, está de
fato dizendo que nunca encarou a questão da piedade e o terrível
pecado da impiedade; nunca viu que o primeiro pecado - a
essência do pecado - é a impiedade. Não há maior pecado do
que você pensar que, como você é, e sem ajuda, está apto para
ficar na presença de Deus, porque significa que você não tem
idéia da glória, da majestade e da santidade de Deus, e isso é,
em si mesmo, pecado ao rubro. Significa que você tem um
pequeno deus de sua própria fabricação, que você mesmo
imaginou, um deus que é mais ou menos parecido com você.
Se você simplesmente tivesse alguma noção do Deus que se
revelou na Bíblia e em Jesus Cristo, desde logo estaria cônscio
da sua indignidade e da sua impureza. Quantos dias se passaram
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sem que você pensasse nEle, sem que Lhe desse graças, tendo
você tudo como coisa líquida e certa? Você vive cada instante
para a Sua glória?
Permitam-me repeti-lo: “Amarás... ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, e de todas as tuas forças”. Não fazer isso é deixar
de glorificar a Deus, e, portanto, é um pecado terrível. Vocês
vêem como é importante colocar a impiedade antes da injustiça.
Não há nada que seja tão fatal do que deixar de lado a impiedade
e só pensar em termos da injustiça. Essa é a razão pela qual
tantos há que chegam à conclusão de que não são pecadores;
mas no momento em que você se deparar com a piedade, não
terá dificuldade em entender por que Paulo pôde dizer, no
capítulo três desta grande Epístola: “Não há um justo, nem um
sequer... Porque todos pecaram e” - que mais? - “destituídos
estão da glória de Deus” (versículos 10 e 23). E dessa maneira
que ele nos convence a todos. Assim é “para que se cale toda
boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus” (versículo
19, ARA). Não porque fizeram isto ou aquilo, porém porque
“destituídos estão da glória de Deus” (VA: “têm falta da glória
de Deus”) - e não temos direito de ficar aquém da glória de
Deus ou sem ela. Trata-se de uma exigência de Deus, e falhar
nisso é ser culpado de pecado terrível.
Deixem-me prosseguir, porém, e expressar-me doutro
modo; é um pecado e um insulto a Deus acreditar que a morali
dade ou a justiça é possível sem Ele. E colocar a justiça antes da
piedade implica isso. Faz pensar que se pode ter moralidade
independentemente de Deus. Diga-se de passagem, como lhes
vou demonstrar num momento, que não se pode ter isso, pois
isso não pode acontecer jamais. Contudo, mesmo acreditar que
isso pode acontecer é pecado, porque, como já lhes mostrei,
estas coisas são tão inter-relacionadas que unicamente a piedade
pode levar à justiça. E, portanto, sugerir que se pode ter justiça,
moralidade ou ética sem Deus, e o poder que só Ele pode dar, é
detrair a glória de Deus e pecar contra Ele.
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“...que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de
Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho
manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do
mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem,
e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles
fiquem inescusáveis.” - Romanos 1:18-20
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ele nao pode querer dizer isso, porque homem nenhum é capaz
de conhecer toda a verdade a respeito de Deus. Deus é
incompreensível para todos os homens, até mesmo para os
cristãos. Não sabemos tudo sobre Deus, pois Deus é eterno em
todos os Seus atributos e em Seu glorioso Ser. Portanto, Paulo
não quer dizer que, literalmente, tudo o que diz respeito a Deus
foi revelado por aqueles meios. Não pode significar isso.
Mas tampouco significa que por aqueles meios a verdade
acerca da salvação foi revelada, e é muito importante que
entendamos bem isso. Paulo não está dizendo que na natureza,
na providência e na história vocês podem descobrir toda a
verdade acerca da salvação. Ele não diz isso, porque ele mesmo
não crê nisso. Este mesmo apóstolo, nesta mesma Epístola, e
mais claramente ainda no capítulo dois da Primeira Epístola
aos Coríntios, mostra que, sem a iluminação dada unicamente
pelo Espírito Santo, as coisas pertencentes à salvação não são
conhecidas e não podem ser conhecidas por ninguém, “...o
homem natural”, diz ele, “não compreende as coisas do Espírito
de Deus... e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente” (versículo 14). Logo, o homem natural é cego
e incapaz de ver estas coisas espirituais. Aqui, porém, o apóstolo
afirma que as coisas invisíveis de Deus, desde a criação do
mundo, se vêem claramente, e, assim, é óbvio que ele não se
refere à salvação aqui. O homem - o homem natural - em
pecado, pelo estudo da Criação, da providência e da história
jamais chegará ao conhecimento da salvação. Noutras palavras,
a revelação geral não nos salva; precisamos de uma revelação
especial a fim de salvar-nos, e Deus no-la deu.
Que será, então, que o apóstolo está dizendo aqui? Afortu
nadamente para nós, ele mesmo dá uma explicação completa:
“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo” -
(quais?) - “tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se
entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas”
(versículo 20). Assim é que, quando ele fala das “coisas invisíveis
de Deus”, está se referindo ao eterno poder e à Deidade de Deus,
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“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como
Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram,
e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tomaram-
se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança
da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de
répteis. Pelo que também Deus os entregou... Os quais, conhecendo a
justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam),
não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.”
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A exposição da Epístola aos Romanos pelo Dr. Lloyd-Jones, a obra
maior do seu ministério durante o meio da semana em Londres, o
ocupou desde 1955 até 1968. Ao longo desses anos, nenhum outro
evento no calendário dos evangélicos foi comparável ao de sexta-feira
à noite na Capela de Westminster. No entanto, a publicação de uma
tão maciça série de sermões não foi projetada quando os sermões
sobre o capítulo 3 foram publicados em 1970. Desde então, contudo,
um interesse na exposição desta Epístola - a principal do apóstolo
Paulo - tem surgido num número de pessoas bem maior do que o dos
ouvintes originais.