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O Método Suzuki e o Ensino Coletivo

Breve Biografia de Suzuki

Shinichi Suzuki nasceu na cidade de Nagoya, no Japão, em 1898. Durante toda a


sua infância trabalhou com seu pai na oficina de violino do mesmo. Seu interesse pelo
estudo do instrumento veio aos 17 anos, quando ouviu uma gravação do violinista
ucraniano Mischa Elman. Sem acesso a aulas de violino, Suzuki começou a escutar
gravações variadas e tentar reproduzir o que ele ouvia nas mesmas. Aos 22 anos, Suzuki
foi estudar violino na Alemanha com o professor Karl Kingler, graças ao seu amigo, o
Marquês Tokugawa.

Sua relação com o ensino começou depois que a fábrica de violinos de seu pai foi
atacada durante a Segunda Guerra Mundial. Suzuki decidiu se mudar para uma cidade
próxima de Nagoya, e trabalhar como marceneiro, fabricando peças de madeira para
aviões. Diante da situação de pobreza extrema que estava diante de seus olhos, Suzuki
decidiu dar aulas de violino para as crianças órfãs da cidade em que estava morando.
Após adotar Koji, um de seus alunos, Suzuki começou a desenvolver algumas práticas
pedagógicas, combinando as práticas de ensino com a tradicional filosofia asiática.

Suzuki faleceu enquanto dormia, na sua casa em Matsumoto, no dia 26 de janeiro


de 1998, com 99 anos.

Metodologia Suzuki

A metodologia de Suzuki, chamada também de Método da Educação do Talento


ou ainda Método da Língua Mãe, se baseia em três pontos principais: uma filosofia de
ensino baseada na tríade professor-pais-estudante, um currículo sistematizado e
professores capacitados. Suzuki parte de um pressuposto bastante importante nos dias de
hoje, principalmente na Academia, que diz que qualquer pessoa, em especial as crianças,
pode aprender música. Segundo Ying, “o ensino foi baseado no conceito de que todos os
homens nasceram com grande potencial para se desenvolverem” (Ying, 2007). Para ele,
quanto mais cedo a criança começar a aprender um instrumento musical, melhor será o
seu desenvolvimento.
Algo que Suzuki notou é que qualquer criança, seja brasileira, chinesa ou russa,
consegue aprender a sua língua mãe sem dificuldades. Por mais complicado que essa
língua mãe seja, as crianças a aprendem com naturalidade e fluidez, criando fluência na
língua logo nos primeiros anos de vida. Parando para pensar sobre esse processo de
aprendizagem da língua materna, principalmente agora em que tenho uma prima recém-
nascida, de tanto ouvirmos as mesmas palavras sendo faladas por nossos pais ou pessoas
próximas, acabamos por internalizar elas, e como consequência, começamos a reproduzir
essas palavras que estão internalizadas. Nesse ponto, ele traz um paralelo com a
metodologia de Kodály, que também trata a língua mãe com bastante importância. Para
Suzuki, a música é uma linguagem e funciona da mesma forma que uma língua falada.
Por meio da repetição e internalização, as crianças conseguiam aprender música com a
mesma fluidez e naturalidade.

Suzuki propõe que a música faça parte do meio da criança desde pequena, como
ocorre com a língua materna, assim, ela a aprenderá naturalmente; segundo ele,
todo ser humano tem, potencialmente, o mesmo talento para falar e fazer música.
Mas para que esse potencial se desenvolva, é preciso que a criança seja exposta
a um meio favorável desde muito cedo. A música tem que ser parte importante
desse meio e os agentes da musicalização serão seus próprios pais.
(FONTERRADA, 2008, p. 167)

Na metodologia de Suzuki, os pais têm fundamental importância no aprendizado


da criança. Além de criarem o “ambiente perfeito” para a musicalização dos seus filhos,
eles devem comparecer às aulas e, nos demais momentos, devem estimular os filhos a
estudarem não só com palavras, mas se possível, devem tocar junto com as crianças. Todo
esse processo deve ser uma atividade lúdica para a criança, afim de favorecer o seu
aprendizado. Assim como os pais estimulam os filhos no processo da fala, também
deveriam estimular os filhos no aprendizado musical. Tudo isso era feito sob a orientação
de Suzuki. Nesse ponto, a metodologia se torna bem abrangente, tratando não só do
aprendizado das crianças, mas também do comportamento dos pais em relação a esse
aprendizado e a importância que eles desempenham no processo. Em relação a outros
métodos, temos aqui um pioneirismo de Suzuki. No site da Associação Musical Suzuki
do Brasil, é citado que “é fundamental que os adultos quotidianamente envolvidos na
formação da criança compreendam os princípios básicos que permitem a criança
desenvolver suas habilidades. Por isso, a formação dos pais é uma tarefa constante e
regular, e trata do próprio método e do desenvolvimento dos seus filhos”.
É importante também que as crianças, antes de começarem a ler música em
partitura, toquem o instrumento e consigam ganhar certa familiaridade com o mesmo. O
processo para aprender uma música parte da escuta de gravações e repetição dessa
gravação. O ouvido é bastante estimulado no processo. Além disso é importante frisar a
questão da exploração dos sons no instrumento. Nesse quesito, Suzuki se aproxima de
Koellreutter quando age mais como um mediador do que um professor, estimulando os
seus alunos a buscarem o conhecimento por si próprios, com o professor como guia. Após
o processo de escuta, busca do som e repetição, a criança já terá conseguido “dominar sua
concentração, podendo se dedicar à afinação e à qualidade sonora sem perder a habilidade
de execução” (FONTERRADA, 2008, p. 171), com isso, estará apta a tocar com a
partitura, que no caso servirá como um guia. O ouvido musical será educado desde cedo.

O Método Suzuki é dividido em dez livros, com músicas em nível progressivo de


dificuldade. No primeiro nível do método original para violino, é dado atenção especial
ao que o próprio Suzuki denomina de “Stop Form”, ou modo parado em tradução livre.
É trabalhado os sons separados, tendo como objetivo principal que a criança consiga
cortar o som do instrumento fazendo uso apenas do arco. Além disso, tanto o instrumento
em si, como o arco são marcados com fitas, afim de facilitar a visualização das regiões
em que deve se tocar. Outro ponto importante de frisar é a importância da manutenção de
uma postura correta para tocar, como fala Ying:

Antes de tocar qualquer lição, a preparação é o mais importante. Essa preparação


inclui a correção da postura corporal, do alinhamento do queixo, da voluta do
violino, e ponta do pé esquerdo em abertura com ângulo de 45°, deixando o arco
posicionado na corda e os dedos da mão esquerda preparados na corda lá. O
hábito da preparação, se bem desenvolvido desde o início, irá moldar a mão e
treinar os dedos a encontrar a posição correta nas cordas. (YING, 2007, p. 105-
106)

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