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A robótica, segundo Souza (2016), encontra-se definida como a ciência que estuda os
robôs e que tem como objetivo explorar a capacidade de dispositivos autónomos de
realizarem tarefas humanas com eficiência e precisão. A robótica envolve conhecimentos
de diversas áreas, inclusivamente a área da eletrónica, a área mecânica onde se encontra
o planeamento da estrutura e logicamente a área da programação e computação.
A robótica encontra-se nos dias atuais a cruzar uma nova fronteira. Devido ao facto de
ser aplicada virtualmente em todos os aspetos da nossa vida, a robótica tornou-se uma
presença constante no dia-a-dia das pessoas em geral. Como por exemplo, surgiram
recentemente aspiradores de pó que trabalham sozinhos. De referir também, os
automóveis que dispensam motoristas!
Outra das áreas onde a robótica tem atualmente grande aplicabilidade é, segundo
investigadores como Silva & Barros (2017), a área da saúde. Atualmente vigoram
projetos que visam o auxílio de idosos através da utilização de robôs, bem como surgem
projetos onde figura a utilização de pernas biónicas, que prometem devolver a capacidade
de mobilização a pessoas com diversos tipos de paralisia.
Por estes motivos, há que fazer uma ligação entre a ética e a evolução e vantagens da
robótica para que a Humanidade, como a conhecemos atualmente, não seja destruída. Não
será que os seres humanos, ao desenvolver estas novas tecnologias não estarão de certa
forma, a pôr em risco a sua própria soberania e a sua liberdade?
A invasão da robótica nas aplicações diárias levanta uma panóplia bastante alargada de
questões éticas, incluindo a autonomia dos robôs, como referido anteriormente e a
soberania e liberdade humana, que constituem fatores essenciais ao ser humano,
atualmente.
Para se construir um robô que não seja meramente uma máquina que executa
repetitivamente ações de grande precisão numa linha de montagem, mas que seja capaz
de reagir a situações imprevistas e interagir naturalmente com humanos, de acordo com
Lima (2014), os investigadores modernos da robótica procuram estabelecer relações
interdisciplinares com muitos outros colegas, como os biólogos, os psicólogos, os
economistas e os filósofos.
A relação da robótica com a Filosofia é a mais direta. Cada vez mais se levantam
problemas de ética, especificamente em robôs autónomos. Esta complicação surge não só
porque estes robôs têm a capacidade de substituir a força humana na área do trabalho,
como também, os robôs acabam por ser utilizados para fins militares. Também como já
descrito anteriormente, existem atualmente robôs capazes de desenvolver, na sua total
funcionalidade, o papel de cuidadores em lares e infantários, cuidando dos idosos ou das
crianças.
A ética e o impacto sobre o emprego, são temas atualmente discutidos não só por
filósofos, como também por empresários e cientistas, inclusivamente foram preocupações
do cientista Stephen Hawking, enquanto este se encontrava a desenvolver o seu trabalho.
André Barata, renomeado filósofo, refere que o ser humano utiliza a tecnologia no seu
dia a dia desde à muito tempo, tal como constatado anteriormente. O mesmo, refere ainda
que as máquinas podem complementar aquilo que o Homem faz e até ampliar as
competências humanas. Exemplifica ainda e diz que é impossível um humano analisar
milhões de dados simultaneamente. No entanto, e com o auxílio da robótica, a análise de
dados é feita mais rápida e eficazmente, constituindo um meio de acelerar a resolução de
problemas.
A análise feita por este filósofo permite-nos constatar que, apesar de existirem questões
éticas associadas ao uso constante e progressivo da robótica, existem também, inúmeras
vantagens.
O magnata da tecnologia Elon Musk defende que, o facto de que a robótica ou inteligência
artificial conseguir processar a informação de uma forma muito mais rápida do que o
cérebro humano, poderá vir a constituir no futuro, um grande benefício.
“É provável que o mau funcionamento de robôs sofisticados de hoje possa causar danos
significativos para um grande número de seres humanos (por exemplo, robôs militares
armados ou carros robóticos autônomos fora de controle)”, informa André Barata. “A
questão é, portanto, não somente se a equipa responsável pelo desenvolvimento do robô,
deve respeitar certas normas éticas. A principal preocupação reside na urgente
necessidade de programação de certas normas éticas nos próprios robôs”.
O filósofo sueco Nick Bostrom, no artigo “The Ethics of Artificial Intelligence” (2011),
recusa conceder aos atuais sistemas de inteligência artificial, o valor moral. O mesmo
autor acrescenta que “podemos alterar, copiar, encerrar, apagar ou utilizar programas de
computador tanto quanto nos agradar. As restrições morais a que estamos sujeitos nas
nossas relações com a robótica e a inteligência artificial são todas baseadas nas nossas
responsabilidades para com as outras espécies”.
Dado os factos abordados anteriormente, conclui-se que para que haja uma perfeita
harmonia entre a vertente da ética, da filosofia e da utilização vantajosa da robótica, uma
das medidas sugeridas assenta na construção de um código de conduta ética que convide
todos os investigadores e criadores de inteligência artificial, a agir de forma responsável
e com consideração absoluta pela necessidade de respeitar a dignidade, a privacidade e a
segurança da espécie humana.
Bibliografia/ Cibergrafia
-https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/os-robos-sao-pessoas-eletronicas-e-estao-a-
transformar-a-vida-dos-humanos-123698, consultado a 05/12/2018.