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INTRODUÇÃO E BASE BÍBLICA PARA AS

CÉLULAS – SPG
INTRODUÇÃO E BASE BÍBLICA PARA AS CÉLULAS
Existem vários nomes que podem ser dados a eles, mas os “os pequenos grupos
nos lares” (que nós vamos chamar de Células) estão conquistando o mundo!
Sabemos que a Bíblia diz que a igreja primitiva congregava em reuniões grandes e
nos lares ( Atos 2. 46). Esta prática aos poucos foi sendo sufocada, mas da década
de 1980 para cá temos visto um renovado interesse mundial pelas Células.

Uma das primeiras igrejas que chamou atenção mundial para as Células foi a Igreja
do Evangelho Pleno de Yoido, pastoreada por David Yonggi Cho. Esta igreja
atualmente tem 700.000 membros e é a maior do mundo. Ralph Neighbor é outro
especialista em Células e os seus ensinos e materiais escritos têm abençoado
muitos pastores e igrejas ao redor do mundo. Ultimamente muitas igrejas estão
implantando um método que se chama de G 12 (grupos de discipulado de 12
pessoas) que tem tido um sucesso impressionante na igreja evangélica “Missão
Carismática Internacional” de Bogotá, Colômbia.

Um modelo ainda mais recente que tem surgido é o ADM ( Apostolic Discipleship
Method), que em português é MDA (Modelo de Discipulado Apostólico). Este
modelo combina as Células com um sistema de micro-células, onde todos os
membros da igreja são cuidados e treinados um a um.

Com tantas opções diferentes, muitos pastores e líderes evangélicos têm ficado
confusos. Eles crêem que talvez devem adotar algum sistema de Célula na sua
igreja local, mas estão duvidosos de exatamente como fazer isso. Por outro lado,
existem aqueles pastores que têm implantado as Células nas suas igrejas, mas os
resultados estão muito aquém daquilo que eles esperavam. Será que as Células é
algo que era só para a igreja primitiva e não necessariamente para os dias de hoje?
Existem muitos modismos no meio evangélico, será que este interesse nas Células
não é só mais uma onda que depois vai passar? Se o princípio das Células é Bíblico,
então qual é a forma Bíblica de praticá-lo? Estas e muitas outras questões são
abordadas nesta apostila, mas primeiramente vamos mencionar algumas verdades
básicas:

 Modelos de igrejas que cresceram em qualidade e quantidade são bons, mas não são
necessariamente transferíveis.
 Princípios Bíblicos de crescimento de qualidade e quantidade – estes sim – são
transferíveis e funcionarão em qualquer igreja local no contexto de qualquer cultura.
 Devemos valorizar todos os bons modelos de igrejas, porém, temos que estudar e
praticar os princípios Bíblicos que estas igrejas usaram. Além disso, muitas vezes Deus
nos guiará a pegarmos boas idéias de outras igrejas na implantação dos princípios
Bíblicos. Por isso, é extremamente importante sermos humildes e sempre abertos a
aprender com todo o corpo de Cristo.
 O Espírito Santo é criativo e Ele vai ajudar você a ser criativo ao aplicar os princípios
Bíblicos na igreja local que você pastoreia.
 A igreja local que você pastoreia deve ser diferente de qualquer outra igreja local no
planeta.
 Na medida que você, pastor, sinceramente busca a ajuda do Sumo – Pastor Jesus, Ele
vai lhe mostrar o plano específico que Ele tem para sua igreja local.
Antes de falarmos sobre a Biblicidade das Células e os princípios Bíblicos de como
praticá-las, quero abordar a base Bíblica para o crescimento da igreja.

Queremos que a igreja cresça em qualidade ou em quantidade? Todos dois!! A


qualidade gera a quantidade. Quando algum pastor diz que ele não está
interessado em quantidade – só qualidade, mas, se sua igreja não crescer em
quantidade, é duvidoso que ele tenha tanta qualidade assim. Quantidade é possível
sem muita qualidade, mas até essa quantidade vai ser comprometida mais cedo ou
mais tarde se não tiver qualidade. É óbvio, então, que a qualidade é a mais
importante; mas sendo a qualidade verdadeira vai sempre produzir muita
quantidade. Temos que abrir os nossos corações e nossas mentes para pensarmos
tambémem quantidade. Arazão primordial, porém, que temos que pensar em
muitos números é por causa do coração de Deus.

A Palavra de Deus diz que Ele não quer “que nenhum pereça, senão que todos
cheguem ao arrependimento”(II Pedro 3.9); que o desejo de Deus é “que todos os
homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”( I Timóteo 2.
4). Deus está muito interessado em números, porque cada número representa uma
pessoa que vai viver eternamente no céu ou no inferno. Isso é extremamente sério.
Por isso, Ele faz questão de registrar números e mencionar o crescimento em
quantidade da igreja primitiva na Sua Palavra: Atos 2. 41; 2. 47; 4.4; 5.14; 6.1; 9.31.

Já que é Bíblico crescermos, como podemos ver nossas igrejas crescerem em


qualidade e quantidade? Em outras palavras, como podemos atrair mais pessoas a
um verdadeiro compromisso com Jesus e com a igreja local, e como poderemos
discipular, pastorear e treinar eficientemente todos esses novos cristãos?

A solução da Palavra de Deus se encontra sintetizado de uma forma muito preciosa


em Efésios 4. 11-12. Aprendemos neste texto que os pastores e líderes cristãos
devem concentrar em aperfeiçoar os santos para que eles (os santos) efetuem o
ministério. Em outras palavras, o papel do pastor é ensinar, treinar, equipar os
cristãos e permitir que o ministério esteja nas mãos deles!! O papel do pastor não é
gerar novas ovelhas. O papel do pastor é cuidar bem das ovelhas para que elas
sejam sadias. Uma ovelha sadia sempre vai dar cria! E depois de nascer o
cordeirinho, quem cuida dele? O pastor? Não! A ovelha mãe que gerou o
cordeirinho tem a responsabilidade de cuidar do cordeirinho dando-lhe leite e
ensinando-lhe os primeiros passos. O pastor tem que colocar o ministério na mão
do povo.

O maligno infelizmente convenceu uma grande parte da Igreja do Senhor Jesus de


não colocar o ministério na mão do povo. O clericalismo tomou conta. O povo de
Deus, o Corpo Vivo do Senhor Jesus, se tornou espectador enquanto alguns poucos
“profissionais de púlpito” faziam – ou tentavam fazer – o trabalho que era para a
Igreja toda fazer: “Discípulos de todas as nações”! Aonde estava aquela poderosa
“Igreja do Caminho” que vemos em Atos que pelo poder do Espírito Santo sacudia
as nações? Onde estava aquela Igreja que reunia em grandes reuniões mas também
diariamente nas casas, onde cada cristão era uma tocha de fogo, pregando e
fazendo discípulos? É triste admitir, mais o Maligno convenceu uma grande parte
da Igreja para ficar isolada em “templos”, enquanto ele roubou a idéia de Deus.
Como que o diabo roubou a idéia de Deus? O diabo roubou a idéia de Deus
colocando seu “ministério diabólico” na mão do povo – espalhando ao redor do
mundo através dos “seus leigos” o espiritismo, nova era, terreiros de macumba e o
misticismoem geral. Umterreiro de macumba é um perfeito exemplo de uma
“Célula” do Maligno.

A igreja primitiva reunia nos lares! Sim, ela reunia no templo em Jerusalém, ou em
sinagogas emprestadas dos judeus, ou em escolas alugadas – “A Grande
Congregação”; mas ela sempre também reunia nas casas!!

Veja só tantos exemplos Bíblicos:

“… de casa em casa , …” Atos 2. 46

“… a igreja que se reúne na casa …” Romanos 16. 5

“… os da casa de Aristóbulo …” Romanos 16. 10

“… os da casa de Narciso, …” Romanos 16. 11

“… e aos irmãos que se reúnem com eles.” Romanos 16.14

“… os santos que se reúnem com eles.” Romanos 16. 15

“… , a igreja que está na casa deles.” I Coríntios 16. 19

“… a igreja que ela hospeda em sua casa.” Colossenses 4. 15

“… e à igreja que está em tua casa:” Filemom v. 2

A Bíblia ensina que os Apóstolos organizavam as igrejas em grande reuniões com


as multidões (a grande congregação) e nos lares dos irmãos (a pequena
congregação). Cremos, então, que é espiritualmente importante e sadio todo
cristão congregar fielmente na grande congregação (Culto de Celebração) e na
pequena congregação (Célula). É interessante notar que psicólogos e sociólogos
hoje em dia afirmam que é importante para o ser humano estar envolvido com
esses dois tipos de grupos: 1) Algo grande que envolve muitas pessoas e faz com
que ele se sinta parte de um projeto maior com significância. 2) Um grupo
pequeno de pessoas com quem ele poderá se relacionar e não sentir-se um mero
número. Os psicólogos e sociólogos simplesmente descobriram algo que Deus já
sabia há muito tempo. Aliás, foi Ele quem nos criou com essa dupla necessidade.
Por isso, Ele também determinou que Sua Igreja tivesse o Culto de Celebração e a
Célula. Aí Ele disse: “Não deixai-vos de congregar”( Hb 10. 25) !!

as Escrituras

IGREJA EM CÉLULAS: ORGANIZAÇÃO DA IGREJA SEGUNDO


AS ESCRITURAS
Texto Básico: Efésios 4.1-16
Leitura Diária
Domingo: At 4.32-37 – Era um o coração e a alma
Segunda: At 20.17-35 – Chamou os presbíteros da igreja
Terça: 1Tm 3.1-7 – Não seja neófito
Quarta: Mt 18.15-20 – Dize-o à igreja
Quinta: 1Co 12.12-27 – Membros desse Corpo
Sexta: At 10.24-48 – Na casa de Cornélio
Sábado: Êx 18.13-24 – Dividindo o trabalho
Introdução
Algumas igrejas consideram a possibilidade de implantar grupos pequenos, familiares
ou células, mas a explosão de movimentos heterodoxos divide opiniões. Além disso, a
implementação desses grupos é relativamente simples em igrejas pequenas, mas
complexo em igrejas com estruturas consolidadas. Seriam os grupos pequenos uma
estratégica bíblica ou mero modismo?

I. Igreja com células e igreja em células


Há uma diferença entre igrejas com células e igrejas em células. No primeiro caso,
os grupos pequenos são estabelecidos como uma opção de ministério que funciona
conjuntamente com os outros departamentos, ou seja, continuam existindo as
sociedades internas e a escola dominical, por exemplo.
Nas igrejas em células as estruturas fundamentais da igreja passam a ser a reunião da
grande congregação (o culto dominical) e as células. Em alguns casos, isso leva ao
desmonte das forças de integração, departamentos e escola dominical.

II. Algumas objeções ao trabalho com células


O trabalho com células é às vezes rejeitado por causa de sua ênfase pragmática; pela
possibilidade de descentralização indevida do ministério da Palavra e
dos sacramentos; pela probabilidade de liderança imatura e, finalmente, pelo perigo
de desmonte das forças de integração e departamentos da igreja.
A. O perigo do pragmatismo
Ao assumir um trabalho com células, as igrejas precisam cuidar para não abraçar uma
estratégia mais empresarial do que bíblica. Isso acontece quando os grupos são
focados no alcance de metas numéricas de crescimento.

Exige-se e verifica-se a produtividade de cada grupo. Os crentes são motivados a


cumprir sua cota no crescimento da igreja e a multiplicação de “discípulos” é
encaminhada de maneira muito similar aos alvos de expansão de vendas de uma
empresa. Além disso, estabelecem-se cronogramas: uma célula tem de alcançar
determinado número de membros em certo número de meses; se ela não crescer
segundo as expectativas, deve ser reorganizada ou deixar de existir.

O fundamento de todo trabalho cristão deve ser genuinamente bíblico. Infelizmente,


por detrás da argumentação pretensamente comprometida com a simplicidade e o
cumprimento da missão de Jesus de alguns modelos de igreja em células, há um
paradigma mais empresarial do que cristão.

B. O perigo da descentralização excessiva do governo da


Palavra
Em algumas igrejas em células, o ideal de aplicação da doutrina do sacerdócio
universal é levado a extremos. Não apenas a administração da Palavra e dos
sacramentos, mas até a prática da disciplina eclesiástica ocorre, não mais na reunião
geral da igreja, e sim no âmbito das células. Há modelos em que cada líder de célula
é imbuído de autoridade pastoral.

Essa prática fere o ensino da Bíblia. No livro de Atos, ainda que a igreja se reunisse
nas casas, o ministério da Palavra e dos sacramentos, bem como a aplicação pública
da disciplina, ocorriam sob a liderança dos apóstolos e sob as vistas da assembleia
reunida (At 4.33; 5.5,10-11; 6.3-4). O governo da igreja pela Palavra foi dado aos
oficiais devidamente instituídos por Deus para o pastoreio dos crentes (Ef 4.11-16; At
20.17-35; 1Tm 3.1-7 e Tt 1.5-9). Esse ensino carrega três implicações:
• A doutrinação formal dos crentes é uma responsabilidade dos pastores e presbíteros.
• Os sacramentos são unidos ao ministério da Palavra e, por conseguinte, sua
administração é restrita aos pastores ordenados.
• A administração da disciplina eclesiástica, pelo menos a partir de seu terceiro
estágio (Mt 18.15-17), é atribuição exclusiva do Conselho da igreja.
E não apenas isso; determinados modelos de igrejas em células pecam pela abertura
ao exercício imaturo de liderança.

C. O perigo da liderança imatura


Em algumas igrejas em células, pessoas assumem a liderança de grupos com pouco
tempo de conversão, sem sequer conhecerem as doutrinas fundamentais do
cristianismo.

O modelo verdadeiramente bíblico dos “doze” ensina o contrário. O Senhor Jesus só


liberou seus discípulos para liderar a igreja após três anos de treinamento profundo e
intenso. Um novo convertido não está pronto para liderar o trabalho de Deus (1Tm
3.6). Líderes devem ser conhecedores da doutrina e previamente testados e aprovados
no caráter, na vida familiar e no serviço cristão (1Tm 3.8-13).

Considerando que o governo da igreja foi dado por Cristo aos pastores e mestres, o
ideal é que os grupos familiares sejam dirigidos pelos presbíteros docentes e regentes,
auxiliados por irmãos cujo conhecimento doutrinário, maturidade e testemunho sejam
conhecidos e aprovados pelo Conselho.

III. Uma base adequada para o trabalho com células


Para a implantação correta de células, grupos familiares ou grupos pequenos,
apresentamos quatro blocos de informações da Escritura Sagrada.

A. A igreja é mais do que uma instituição formal


A igreja é, ao mesmo tempo, “família de Deus” e “corpo de Cristo” (Ef 2.19; Rm 12.4-
5). Isso aponta para dois fatos importantes. Primeiro, apesar do cuidado legítimo com
a igreja não pode ser identificada
estruturas físicas e organizacionais,
meramente com um prédio ou instituição jurídica. Como grupo
social organizado, ela possui personalidade jurídica, um patrimônio e lugar no qual se
reúne para articular os serviços orientados pela Escritura. No entanto, todas essas
coisas não são propriamente “a igreja”. A palavra grega mais usada no Novo
Testamento e traduzida por “igreja” significa, literalmente, uma assembleia
convocada, um grupo de pessoas agregadas para adorar, testemunhar e servir.
Em segundo lugar, os cristãos se integram à igreja para servir no poder do
Espírito Santo. A igreja cresce ao se esforçar pela unidade, reconhecendo o
oficialato como dom de Cristo para o exercício do governo pela Palavra,
amadurecendo pelo desfrute da sã doutrina, seguindo a verdade em amor, com cada
crente desempenhando seu serviço para o benefício dos demais (Ef 4.1-16).
B. Deus dispensa graça na comunhão cristã
A verdadeira igreja de Cristo possui três marcas inconfundíveis:
• Pregação e ensino fiéis das Escrituras.
• Administração correta dos sacramentos.
• Exercício bíblico da disciplina.

A disciplina capacita para a obediência ao Senhor e compreende toda admoestação,


exortação (estímulo) e ação corretiva em amor. Ela é administrada num contexto de
pessoalidade leiga, antes de ser levada à liderança da igreja (Mt 18.15-20). Trata-se
de uma função de manutenção cotidiana da saúde de um organismo vivo e não apenas
um procedimento de penalização daqueles que infringem regras sociais ou religiosas.

Isso é chamado de reciprocidade ou mutualidade do corpo. Os cristãos são


responsáveis uns pelos
outros e devem se amar, acolher-se, perdoar-se e cuidar-se mutuamente (Mt 28.20; Jo
15.7, 14; Rm 15.7; Gl 5.15,22-23, 6.1-2; Ef 4.25–5-2; Fp 2.1-8; Cl 3.12-17; Hb 10.23-
25, 12.4-13). Existem, no Novo Testamento, dezenas de mandamentos de
reciprocidade. A expressão “uns aos outros” ocorre 53 vezes na versão Almeida
Revista e Atualizada (ARA). A intenção do Senhor é estabelecer
uma comunidade de ministração mútua. Igreja, então, é uma
família que se relaciona (Jo 17.21-23).
Sobre a união dos irmãos, Deus ordena “a sua bênção e a vida para sempre” (Sl
133.3). Assim sendo, a prática da mutualidade produz uma malha de relacionamentos
fraternos permeada pela graça de Deus, que inspira e capacita os cristãos a darem de
si mesmos em favor uns dos outros. Dito de outro modo:
• A igreja é assumida como comunidade graciosa, cuja característica mais
proeminente é o amor de Cristo demonstrado nos relacionamentos (Jo 13.35).
• Os cristãos assumem responsabilidade pelo bem-estar mútuo (Gn 4.9-10; Gl 6.1-2;
Hb 10.24-25), entendendo que precisam uns dos outros (1Co 12.12-27).
• A vida da igreja proporciona provisão para o atendimento das necessidades integrais
de seus membros e frequentadores (At 4.32-35). A prática da mutualidade, conforme
descrevemos, implica nas seguintes mudanças:
• De igreja centrada no clérigo para igreja centrada no sacerdócio universal (Êx 19.5-
6; 1Pe 2.9-10, 4.10; Ap 1.6).
• De igreja centrada em programas para igreja centrada em relacionamentos.
• De igreja de clientes ou expectadores de desempenhos para família de discípulos.
• De igreja impessoal para corpo de voluntários para auxiliar na restauração e cura.
• De igreja voltada para o encontro dominical descompromissado para igreja voltada
para o envolvimento diário com Deus e o próximo. Em suma, o Novo Testamento
convoca os crentes a desfrutar da comunhão da igreja como um meio de graça
subjetivo, para glória de Deus.

C. A igreja apostólica reunia-se em grupos pequenos


Pelo menos até o período em que os discípulos eram considerados um segmento do
judaísmo, eles se reuniam no templo de Jerusalém e nas
sinagogas (At 2.46; 3.1). Depois os judeus perseguiram os crentes em Jesus,
expulsando-os dos locais de adoração pública (At 8.1-3; 18.1,4,6; 21.27-34).
Os primeiros cristãos também se reuniam em residências (At 2.42-47;
5.42; 10.24-48; 12.12; 20.7-12; Rm 16.3-5,14-15). Mesmo antes das perseguições, eles
alternavam entre as reuniões maiores e os grupos menores. Não encontramos, porém,
nenhum mandamento para a organização da igreja local em grupos pequenos,
tal como sugerem os defensores das igrejas em células. Não podemos dizer, com base
nas Escrituras, que é vontade absoluta do Senhor que as igrejas desmontem suas
estruturas tradicionais e assumam o modelo em células. É possível, orientados pela
Bíblia, afirmar que os cristãos se reuniam tanto no templo quanto nos lares. Dizer
mais do que isso é forçar as evidências.
D. Igrejas maiores exigem pastoreio compartilhado
O trabalho com células pode se beneficiar da prática de pastoreio registrada em
Êxodo 18.13-27.Moisés não conseguia atender a todas as demandas de pastoreio dos
israelitas. A multidão sob seus cuidados era enorme (Êx 12.37). A centralização do
pastoreio esgotou tanto ele quanto o povo. Sendo assim, Moisés dividiu o trabalho (Êx
18.21-22). Isso permitiu que muito mais fosse feito com menos esforço, liberando-o
para a intercessão e o ensino (Êx 18.17-20,23).

IV. Algumas razões para trabalhar com células ou grupos


familiares
Há igrejas que fazem bom uso do trabalho com células como canais para
aprofundamento da comunhão e prática da mutualidade e evangelização. Isso se
aplica especialmente às igrejas inseridas em cidades maiores. Nas comunidades
rurais, um pastor cuida dos crentes sem muitos atropelos. Em uma comunidade
urbana, as realidades são mais complexas. Há menos tempo para diálogos calmos,
mais demandas de toda ordem e maior pressão na vida profissional e acadêmica. O
trabalho com células ou grupos pequenos permite aos crentes amar, testemunhar e
servir de forma diferenciada.
Nas células, cada membro pode ser acompanhado ao mesmo tempo em que cuida de
outros. Imaginemos que um jovem chega a uma igreja com a vida totalmente
pulverizada. É importante que alguém vá até ele para compartilhar o evangelho e,
caso ocorra conversão, acompanhe-o no discipulado. Isso pode ocorrer em um grupo
pequeno.

Pensemos ainda no Conselho de uma igreja de médio porte, composto por um


presbítero docente e seis regentes, que descobre que setenta pessoas precisam
urgentemente de visita. Cada oficial assume a responsabilidade de visitar dez pessoas,
três pessoas por semana. Essa iniciativa, se levada a efeito sem interrupções, levaria
um pouco mais de vinte e um dias. Uma vez que os presbíteros são responsáveis
também por toda a gerência da igreja, é possível que, ao cabo dessas semanas, nem
todas as pessoas seriam bem pastoreadas e daí, surgiria murmuração com o
consequentemente esgotamento da liderança. Um bom trabalho de grupos familiares
ou células permitiria distribuir a visitação entre os membros dos grupos, contatando
todas as pessoas rapidamente. A liderança se concentraria nas visitas recomendadas
pelos voluntários, lidando com uma carga menor de trabalho, com menos desgaste
para a vida da igreja.

Repetindo, as células podem prover atendimento efetivo de necessidades com menor


esforço. Elas abrem oportunidades para o pastoreio mútuo, permitindo acompanhar
com mais zelo cada membro da igreja por meio de uma estrutura de pastoreio
descentralizado.

V. Não há nada novo debaixo do sol


O sábio nos ensina que não há novidades “debaixo do sol” (Ec 1.9-10). Isso se aplica
uma igreja não precisa
ao trabalho com células. O fato é que
necessariamente do trabalho com células para aprofundar
comunhão e praticar a mutualidade ou evangelização. Igrejas
com sociedades internas, por exemplo, podem suprir essas demandas se organizando
em departamentos.
O desafio se encontra muito mais em fazer com que a igreja entenda seu chamado
como família e corpo de Cristo, o modo com Deus dispensa graça por meio da
comunhão cristã e o exemplo da igreja se reunindo em lares. Em seguida, devemos
organizar nossas práticas à luz desta compreensão.

Conclusão
Seria o trabalho com células uma estratégica bíblica ou mero modismo? Sim, há base
na Bíblia para esse trabalho. Os grupos podem contribuir para o desenvolvimento
eclesiástico equilibrado. Isso deve ser feito compreendendo que tal modelo não
garante crescimento automático. Plantamos e regamos a semente do evangelho,
certos de que o crescimento numérico ocorre ou não, segundo a vontade do Senhor
(1Co 3.6-7).

Além disso, cada igreja é única. O pastor ou líder que deseja copiar um modelo de
outra igreja certamente se frustrará, porque cada líder e comunidade são singulares.

Os grupos pequenos resgatam a igreja simples. Eles permitem o entrelaçamento


pessoal e a possibilidade de os membros se visitarem e aprofundarem a experiência de
comunhão. Participar desses grupos pode significar se encontrar com os irmãos,
conhecê-los por seus nomes, tomar conhecimento de suas alegrias e tristezas, enfim,
manter acesa uma chama de amizade condizente com a proposta do evangelho.

Aplicação
Quais benefícios uma igreja com grupos de células pode trazer? O que é essencial para
a organização da igreja? Você conhece a estrutura de sua igreja?

Boa leitura!
Em Avante, soldados de Cristo, John MacArthur, Joel Beek, RC Sprou, e
outros autores fazem uma reafirmação bíblica da igreja. Já em A igreja discipuladora,
Cláudio Marra apresenta orientações da Bíblia e da História para o cumprimento de
nossa missão. Vale a pena conferir estas obras, publicadas pela Editora Cultura Cristã.
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão,
2013. Usado com permissão.

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