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JASSIRA MENDES BORGES
Aprovado em ___/___/______
JÚRI DE APROVAÇÃO
_____________________________________________________________
Prof. Mestre. … (Orientador)
Universidade de Santiago (US)
_______________________________________________________________
Prof. Mestre… (Arguente)
Universidade de Santiago (US)
_______________________________________________________________
Prof. Mestre … (Presidente)
Universidade de Santiago (US)
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DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
Agradeço o apoio do meu professor António Gonçalves, que me orientou durante este
percurso com seus preciosos ensinamentos e sua delicadeza, nos quais seguirão comigo
na minha jornada profissional.
A todos…
O Meu Muito obrigada…
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“O homem que por sua covardia desperta o amor de uma mulher
e não tem a força de amá-la nunca obterá o seu maior valor, por
mais que sejas bem-sucedido em outras coisas”.
Georges Mendes, (2007)
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RESUMO
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ABSTRACT
In the present work we seek, firstly, to conceptualize the family, and from a
theoretical debate several concepts subsidized the study. Considering that the
phenomenon of female monoparentality has had a greater relevance in the last decades
in several studies of the social sciences, we try with the present study to know how is
the experience of these women without the presence of the man, analyzing their
perceptions from their reports to their socio-economic situations (in the case of Chão
Bom). For that, the initial question was initially defined: What is the socioeconomic
situation of female-headed households in the town of Chão Bom? From the
methodological point of view, this work is a case study in the locality of Chão Bom,
favoring a mixed approach: qualitative and quantitative materialized by the
bibliographical and documentary research and in the field, we applied the techniques of
the survey by questionnaires and interviews. After an exhaustive analysis, we conclude
that despite the efforts made by the authorities (political actors), in the face of women
heads of household in the locality, there is still much to be done in this class, especially
formal employment.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
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Tabela VIII - Distribuição dos dados da amostra em relação ao Grau de Satisfação em
relações às políticas públicas…………………………………………………………...72
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LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS
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ÍNDICE
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CAPÍTULO III: PARTE PRÁTICA-SITUAÇÃO SOCIOECONÓMICA DAS
FAMILIAS CHEFIADAS POR MULHERES NO CONCELHO DO TARRAFAL
DE SANTIAGO- O CASO DE CHÃO BOM............................................................. 48
3. Localização e caracterização da área do estudo ........................................... 48
3.1. Situação socioeconómica das famílias chefiadas por mulheres no concelho
do Tarrafal de Santiago - O caso de Chão Bom: ........................................................ 52
3.2. Apresentação, análise e discussão de dados ................................................. 55
CONCLUSÃO............................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 75
Documentos Electrónicos ............................................................................................... 81
Legislação Consultada................................................................................................................. 83
APÊNDICE ................................................................................................................... 84
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INTRODUÇÃO
“A partir do momento que tu foste mãe, tu não tens mais que ser cuidada, tu
tens que cuidar, cuidar de ti, dos teus filhos e dar conta de tudo [...] uma carga
muito maior, é redobrada, a mulher é cuidadora por excelência, tu já és
intitulada cuidadora, só que tens que ter quem te cuide também, eu não me
sinto cuidada, mas é a vida” (Cássia Eller).
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chefiada por mulheres fosse uma anomalia” (Carvalho, 1998, p.77), já que não se faz esta
distinção quando o homem está presente.
De acordo com Brito (2008), a família chefiada por mulheres se constroem muitas
vezes devido a separação do casal e a figura masculina não participa da criação dos
filhos, nem ao menos de forma financeira.
Vitale (2002) apud Brito (2008), destaca dois lados em relação as famílias
chefiadas por mulheres onde a pobreza acaba por construir um estigma onde as mulheres
não são tão capazes quanto os homens de cuidar das famílias, mas por outro lado as
mulheres tendem maior independência e são capazes de administrar a família.
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Em Análise de Discurso, o dispositivo analítico vai se construindo no processo de
desenvolvimento da pesquisa: um processo que vai da teoria para a prática de análise dos
primeiros materiais analisados, retornando à teoria que nos leva a selecção, às vezes, de
novos dados, face a uma questão norteadora. No caso, o que nos inquieta é: Qual é a
situação socioeconómica das famílias chefiadas por mulheres na localidade de Chão
Bom?
Justificativa da Investigação
Uma investigação tem sempre origem numa situação que causa preocupação,
dúvidas, ou uma certa inquietação, exigindo, portanto, uma explicação ou melhor
compreensão do fenómeno observado. Quando se diz que todo o trabalho de investigação
tem início com algum tipo de problema, torna-se conveniente esclarecer o significado
deste termo (CAMPOS, 2004).
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Em Cabo Verde a sobrecarga dos papéis assumidos pelas mulheres frente as
dificuldades sociais, económicos e de evidências experimentadas por elas expos uma face
perversa da condição feminina sobressaindo, por um lado, a baixa auto-estima, as
frustrações os medos e anseios e, por outro, a coragem e a perseverança na luta pela
sobrevivência.
Quiçá, este estudo após ser realizado será uma mais-valia para o mundo
académico, uma vez que, existe défice ou carência do estudo desse género, sendo assim
os alunos e não só, poderão ter material de apoio na realização de estudos futuros desse
género, não precisando partir do zero sendo que encontrarão pronto estudo realizado que
será, certamente, de enorme contribuição para o mundo académico.
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Ciente das nossas limitações, esperamos que este trabalho contribua para a
continuação e fortificação do debate em matéria da chefia feminina no país e abra o
caminho para posteriores estudos sociais na supracitada localidade e não só.
Problemática
Até que ponto a situação socioeconómica das famílias chefiadas por mulheres em
Chão Bom no Concelho do Tarrafal, colabora para reforçar o fenómeno denominado
feminização da pobreza?
Será que uma mulher chefe da família monoparental, que actua sozinha, a partir
de diversificados papéis (mãe e pai, criar e cuidar dos filhos), colocando os filhos na
escola, provendo a educação, o sustento e o amor que necessitam, não acaba por
experimentar um conjunto de constrangimentos que passam pela falta de meios materiais
e financeiros que lhes permitam responder, cabalmente, a normal demanda da família?
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Vitale (2002), propugna que a mulher chefe de família monoparental, enfrenta
jornadas árduas de trabalho extra e intrafamiliar. E nós notamos ainda que a sociedade
contemporânea vê a mulher ainda como sexo frágil, mesmo a par de tantas conquistas,
liberdade e direitos de expressão as desigualdades deixarem de existir
Questão de Investigação
Ora, ainda conforme esses autores, a pergunta de partida servirá de primeiro fio
condutor da investigação e será norteada pela procura de respostas a uma determinada
questão. Deste modo, diante do exposto (problemática), o presente estudo tem por base a
seguinte pergunta de partida:
Hipótese
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Tendo em consideração a problemática e a pergunta de partida apresentamos a
seguinte hipótese:
Objectivos de Investigação
Objectivo geral
Objetivos específicos
Analisar a percepção das mulheres chefes de família a partir dos seus relatos
vulnerabilidade socioeconómica;
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METODOLOGIA
Por tudo já visto, conclui-se que o conhecimento científico não é obtido ao acaso; ela
necessita de um caminho, um roteiro, ou seja, um método que permite achar respostas
aceites, para que sejam comprovadas como verdade, (MICHEL, 2005).
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O método enquanto construção, resultante de um processo por meio do qual o
homem procura conhecer a natureza e a sociedade, deve ser compreendido e explicado
como resultado de relações entre homens em contextos históricos particulares e
singulares.
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percentagem, media, desvio padrão, moda, mediana, coeficiente de correlação, análise de
regressão e entre outras.
Sobe estas perspetivas, as duas abordagens não são percebidas como opostas, mas
sim como complementares. Assim sendo, optamos por fazer uma integração entre
pesquisa qualitativa e quantitativa. Pois, quanto ao estudo de caso, os dados recolhidos
podem ser de natureza qualitativa, quantitativa ou ambas.
Amostra
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elementos naturais e geográficos, isso sem considerar a complexidade inerente ao ser
humano, e a dinâmica constante da mudança social.
O espaço de estudo agrega zonas de Chão Bom com cerca de 5166 habitantes,
contudo, em termos da proximidade geográfica são muito próximas (INE, CENSO 2010).
Sujeitos do estudo
Nesta pesquisa, como não há possibilidade de se listar todas as que são chefes de
família no campo de estudo (localidade de Chão Bom – Tarrafal de Santiago), a
amostragem não probabilística toma-se a única opção viável.
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A amostragem não probabilística, segundo, (Mattar, 2005, p. 271) é "aquela em
que a selecção dos elementos da população para compor a amostra depende, ao menos em
parte, do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo."
Estrutura do Trabalho
E, por último, o capítulo III onde enfocamos sobre a caracterização geral da área
de estudo destacando os aspectos físicos, demográficos e socioeconómicos, e o caso
prático: “Caso de Chão Bom”.
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CAPITULO I: ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Por efeito, ainda na visão de Fortin (1996), sustentando o quadro teórico indica a
perspectiva sob a qual o estudo foi realizado. O quadro teórico pode conter proposições,
enunciados que indicam como os conceitos estão ligados entre si. Muitas vezes, a revisão
da literatura e o quadro conceptual podem ser combinados num todo, se bem que seja
preferível tratá-los separadamente.
1. Família
A família é uma sociedade natural formada por indivíduos, unidos por laço de sangue ou
de afinidade. Os laços de sangue resultam da descendência. A afinidade se dá com a
entrada dos cônjuges e seus parentes que se agregam à entidade familiar pelo casamento.
(NOGUEIRA, 2007).
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um conceito plural, em que a sociedade de hoje reconhece as uniões estáveis e as
comunidades formadas por qualquer um dos pais e seus descendentes.
Ressalta a OMS (1991), que ela é o grupo de pessoas de casa que tem certo grau
de parentesco por sangue, adopção ou casamento, limitado em geral pelo chefe de
família, esposa e filhos solteiros que convivem com eles (World Health Organization,
1991).
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regiões de França e em Portugal, predominava a família-tronco (o filho mais
velho ficava a viver em casa dos pais, após o casamento) (GUERREIRO,
2011).
Portanto fazem parte da família” elementos não ligados por traços biológicos, mas
que são elementos significativos (amigos, professores, vizinhos, etc.) no contexto
relacional do indivíduo, ou indivíduos, que solicitam intervenção (SAMPAIO e
GAMEIRO, 1985).
Nessa perspectiva Welter, (2004, p. 14) afirma que: “O marido era considerado o
chefe, o administrador e o representante da sociedade conjugal”.
Sob essa óptica, o chefe da família exercia autoridade sobre os filhos, sobre a
esposa e seus escravos, podendo fazer o que quisesse com estes. A instituição familiar era
uma unidade económica, religiosa, política e jurisdicional.
A expressão “família” nem sempre foi a dos dias atuais, pois em sua origem,
entre os romanos, não se aplicava sequer ao casal de cônjuges e aos seus filhos,
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mas apenas aos escravos. “Famulus” significa escravo doméstico e família era
o conjunto de escravos pertencentes ao mesmo homem.
Partindo para Babilónia, o que se pode observar é que a base da família fundava-
se do casamento monogâmico, mas o direito sob forte influência dos judaicos permitia a
possibilidade de uma segunda esposa, porém só era permitido se a primeira estivesse com
alguma doença grave ou não pudesse ter filhos.
Na idade média a família era regida com exclusividade pelo direito canónico, este
regulava as relações dos homens entre si e até mesmo o Estado, nesta época apenas o
casamento religioso era conhecido, entretanto a influência das normas romanas era
exercida nas relações patrimoniais entre os cônjuges no que se refere ao pátrio poder.
A respeito desta moderna espécie de família expõe Chagas (2007), que nessa nova
organização as famílias passam a receber o “marido da mãe”, os filhos do “marido da
mãe”, os filhos da nova esposa do pai, as famílias de origem de cada um dos novos pares,
cada um trazendo para o núcleo familiar sua própria cultura.
Foi uma das áreas que mais sofreu modificações ao longo da evolução das
relações políticas, económicas e sociais, apesar de constituir uma das instituições mais
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antigas do mundo. A família tem seu conceito reformulado de acordo com as mudanças,
costumes, valores e ideias da sociedade.
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Em meados da década de 70, surge a designação famílias monoparentais, isto é, as
famílias formadas por um dos genitores e a prole. O primeiro país a tratar deste tema, foi
a Itália, em 1960, tratando-as como “one-parent families” ou “lone-parent families”, nos
seus levantamentos estatísticos.
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privilegiar mais o indivíduo, com seus valores e capacidades do que sua posição social,
género ou idade.
Foi pelo trabalho que a mulher cobriu em grande parte a distância que a separava
do homem; só o trabalho pode assegurar-lhe uma liberdade concreta. Desde que ela deixa
de ser uma parasita, o sistema baseado em sua dependência desmorona; entre o universo e
ela não há mais necessidade de um mediador masculino (BEAUVOIR, 1970, p. 449).
Diante disso a historiadora Eni de Mesquita Samara (2002), afirma que desde o
período colonial, especificamente no século XVII, “mulheres exerciam actividades
económicas fora do âmbito doméstico e as solteiras com prole natural chefiavam famílias.
Deste ponto de vista, é importante lembrar que mesmo nos países com elevada
taxa de instabilidade conjugal, o número de crianças que experimenta a
interrupção do relacionamento dos pais antes de se tornar adulto, entrando
numa família monoparental, é menor do que há um século. Os motivos, que
levam a essa situação é que todavia mudaram radicalmente; assim já não é a
morte, mas a separação e o divórcio (ou o nascimento fora de uma convivência
de casal). E o progenitor que já não convive (ou nunca conviveu), continua
vivo, e potencial ou afectivamente, continua a fazer parte da rede de
relacionamento dos filhos. É precisamente, por estar vivo que sua ausência
“pesa” mais (MESQUITA, 2002).
Antigamente, a maioria destas famílias era formada por viúvas e seus filhos ou
por mães solteiras e seus filhos, destacando-se assim a característica que sempre foi
marcante nesse tipo familiar: a imposição de uma situação, em que a mulher era sempre a
vítima das circunstâncias. As mulheres não optavam por criarem seus filhos sozinhas,
eram, na verdade, abandonadas por seus maridos ou, após a morte destes, ficavam sós
com a prole.
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Para Talavera, (2000, p.176):
Ora, para muitos autores como, Aguera, Cavalli e Oliveira, (2001), novas formas
de organização familiar estão intimamente relacionadas ao processo de destituição do
poder familiar, uma vez que faltam acções direccionadas ao atendimento das novas
configurações da família contemporânea. Nas famílias pobres a questão torna-se mais
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grave devido ao estigma que sofrem por serem muitas vezes culpabilizadas pelo fracasso
de seus membros.
Strey (1997), salienta que, devido ao seu papel de reprodução da vida, presume-se
que as mulheres possuem determinadas capacidades e habilidades inatas para cuidar da
prole.
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instalada a suposta superioridade masculina. Nessa travessia, carregamos a
“boa nova” de que ela passou a ser muito mais o espaço para o
desenvolvimento do companheirismo, do amor e, acima de tudo, embora
sempre tenha sido assim, e será, o núcleo formador da pessoa e fundante do
sujeito. (PEREIRA, 2003, pp. 235-236)
Neste contexto percebe-se que, embora haja actualmente uma demanda de que os
homens se tornem mais participativos no âmbito doméstico, a maternidade continua
sendo cercada por uma série de mitos, deveres, funções e prerrogativas, e ainda parece
assumir uma função maior de grandeza se comparada à paternidade (REIS, 2010).
Verifica-se que, actualmente, coabita-se cada vez mais. Sem vinculação formal, as
rupturas das uniões tendem a ser mais comuns, o que eleva o número de famílias
monoparentais. Constata-se ainda, o crescimento do número de separações e divórcios
nos últimos anos, o que acaba por gerar famílias monoparentais.
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1.4. Chefia feminina versos monoparentalidade feminina
O conceito de chefia feminina para Carvalho (1998), tem suas origens nas leis que
regiam a família em sociedades antigas. Era normalmente empregado para designar a um
único membro, normalmente o homem mais velho, poder sobre os demais membros do
domicílio.
Esta prática foi sendo, ao longo da história, incorporada aos códigos e leis das
nações Europeias e transmitidas, posteriormente, através de leis e normas, às Colónias.
A autora por seu turno ressalta que os dois principais pressupostos do conceito
são: “(i) que esposas, filhas e mães são dependentes económicas do provedor masculino e
(ii) a existência de um núcleo conjugal como a base do domicílio” (CARVALHO, 1998,
p.9).
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como no caso de viúvas, mães solteiras e mulheres separadas ou divorciadas com
dependentes. De fato, a família chefiada por mulher continua tendo como ponto central
para sua identificação a ausência de um companheiro, ou seja, da figura masculina, e é
considerada uma variante do tipo familiar burguês considerado padrão nas sociedades
ocidentais.
Propugna Berquó (2002), que o termo “chefia feminina” pode se referir aos
seguintes grupos de mulheres:
Como é óbvio, o que Berquó propõe é que que a mulher chefe de família não é só mulher
solteira, podendo ser qualquer um a que sustenta sozinha a sua família.
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É interessante notar que para as mesmas, assumir esta responsabilidade se
justifica pelo fato de que carinho, responsabilidade são atributos femininos e o homem ou
pai é frequentemente visto como irresponsável.
De acordo com Brito (2008), a família chefiada por mulheres se constroem muitas
vezes devido a separação do casal e a figura masculina não participa da criação dos
filhos, nem ao menos de forma financeira.
Vitale (2002) apud Brito (2008), destaca dois lados em relação as famílias
chefiadas por mulheres onde a pobreza acaba por construir um estigma onde as mulheres
não são tão capazes quanto os homens de cuidar das famílias, mas por outro lado as
mulheres tendem maior independência e são capazes de administrar a família.
Estabelece-se também uma rígida divisão sexual dos papéis e atribuições; o isolamento
da mulher no espaço doméstico-familiar, com a socialização do trabalho dos homens e a
domesticação do trabalho das mulheres. As mulheres vão ingressar na produção social,
mas continuam responsáveis pela esfera doméstica.
O conceito de família monoparental refere-se a uma mãe ou um pai que vive sem
cônjuge e com filhos dependentes. As famílias monoparentais de mães sozinhas com
filhos são mais “vulneráveis” no plano económico, no provimento de víveres e dos
cuidados prestados aos filhos.
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um dos membros da família, responsável pelo sustento sozinho da casa, bem como pelo
domínio sobre outros integrantes.
Cabe também apontar situações cada vez mais comuns, como por exemplo, o de
mãe solteira, por opção ou não, que provém o sustento da casa, ou como os casos de
adultos que optam por adopção, mesmo sendo solteiros. Por questões relativas ao
entendimento da definição de família monoparental utilizada em diferentes estudos é
pertinente referir que, família monoparental em estudos de sociologia da família e de
política social alude a, um/a pai/mãe a coabitar com filhos dependentes e sem cônjuge.
Quando nos referimos às famílias monoparentais femininas consideramos que elas podem
ser compostas de três seguintes formas:
A par disso Pinto et al., (2011), afirma que a família monoparental pode ser
definida como um arranjo familiar composto pelo pai ou pela mãe - que podem estar na
condição de solteiro, separado, divorciado ou viúvo - e seus filhos.
Como dito algures, a família monoparental sempre existiu, mas teve um considerável
aumento nos últimos anos.
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Estamos vivendo uma época distinta dos contestadores anos das décadas de 1960
e 1970. Em tal período, a família consistia no alvo de ataque de especialistas e de pessoas
comuns, pois a estrutura patriarcal simbolizava o conservadorismo e as resistências, de
múltiplas ordens, às mudanças sociais, culturais e políticas, nas quais a emergência de
novos modelos e papéis sexuais era acompanhada por fortes transformações nos lugares e
papéis sociais.
Pode-se, porém, apontar alguns factores que se destacam como determinantes para
o surgimento da família monoparental na sociedade, bem como para sua propagação.
Essa tendência que, nos dias atuais, se mostra cada dia mais reforçada, tem como
justificativa o entendimento da sociedade contemporânea de que na dissolução do
casamento é acontecimento completamente normal e até previsível para alguns, assim
como a ideia de que não é necessário o casamento para que o homem ou a mulher se
realize afectivamente e seja feliz.
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As famílias monoparentais advindas do divórcio e separação judicial, como
quaisquer outras, podem ser formadas por homens ou mulheres separados ou divorciados
cuidando de seus filhos.
Entretanto, apesar de saber que alguns homens tendem a buscar efectivar sua
função paterna, ainda predomina, na sociedade, a ideia de que a criança ou o adolescente
permanece melhor com a mãe, o que significa dizer que a maioria das famílias
monoparentais consecutivas ao divórcio ou separação judicial são formadas por
“mulheres chefes de família” (LEITE, 1997, pp. 40 - 41).
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Com base no exposto, se conclui que a monoparentalidade advém de várias causas
e essa diversidade permite, inclusive, estabelecer categorias de famílias monoparentais,
havendo necessidade, porém, de se destacar que, além dos factores aqui citados, há outros
tantos de natureza socioeconómica que interferiram significativamente para o aumento de
famílias monoparentais.
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Uma mulher chefe da família monoparental, atua sozinha, a partir de
diversificados papéis (mãe e pai, criar e cuidar dos filhos), colocando os filhos na escola,
provendo a educação, o sustento e o amor que necessitam.
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separação, na maioria dos casos os filhos ficam à guarda da mãe, e o pai deve
contribuir através do pagamento de uma pensão pecuniária de periodicidade
mensal, bem como efectuar visitas regulares aos filhos. Ou seja, nestas
circunstâncias dá-se a ruptura do laço conjugal mas não a do parental-filial.
(LEANDRO, M., 2001, P. 273).
A situação de pobreza e miséria é um dos factores que faz vir à tona a chefia
feminina no tocante à provisão financeira feminina, o que não necessariamente está
associada a uma questão de emancipação ou autonomia feminina, embora não signifique
dizer que esta não esteja presente nesses casos.
Por tudo já visto, a mulher nem sempre está preparada para sustentar sozinha os
seus filhos e vê-se na necessidade de resolver problemas financeiros imediatos, mas
também na necessidade de administrar os seu futuro financeiro e o dos seus filhos.
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1.7. Vulnerabilidade social
A par da vulnerabilidade social a que estão expostas, pode-se constatar que elas
também apresentam alto grau de vulnerabilidade emocional, seja pelo sentimento de
abandono, seja pela violência e exploração a que foram submetidas, seja pela fragilização
a que estão expostas cotidianamente na busca de estratégias para a sobrevivência de seu
núcleo familiar.
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materna da criança, que se disponibilize a cuidar do menor enquanto ela trabalha, têm de
arcar com despesas extras, isto é, um local apropriado para o cuidado de crianças,
especialmente quando o (s) filho (s) possui idades de 0 a 2 anos.
Assim, constata-se que a vulnerabilidade não possui uma única definição, pois ela
é determinada por várias circunstâncias e, por isso, ao analisar este fenómeno deve-se ter
em conta as várias dificuldades que tornam uma pessoa ou grupo “vulnerável”.
A pobreza não é algo natural, mas sim produzida e cultivada socialmente. Ser
pobre não é apenas não ter as mínimas condições de vida, mas, sobretudo, ser impedido
de tê-las, o que é uma ameaça constante à dignidade humana (DEMO, 2003).
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portanto, à maior ou menor capacidade de um indivíduo, família ou grupos sociais
“controlar as forças que afectam seu bem-estar, ou seja, a posse ou controlo de activos
que constituem os recursos requeridos para o aproveitamento das oportunidades
propiciadas pelo Estado, mercado ou sociedade.”
Portanto as mulheres das camadas mais pobres, além de possuírem um baixo nível
educacional e qualificação, estão inseridas em grande parte no mercado informal, em
péssimas condições de trabalho e salários. O número de filhos é outro indicador que
compõe a situação de vulnerabilidade.
A mulher não só assume as funções do lar e o cuidado dos filhos, mas também
passa a ser a provedora do sustento familiar, situação que muitas vezes as vinculam a
trabalhos mal remunerados, em tempo parcial ou em períodos intermitentes (CARLOTO,
2005; NOVELLINO & BELCHIOR, 2008).
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De fato, os núcleos domésticos-familiares chefiados por mulheres estão em
desvantagem, para tal Guimarães (1998), realça que não somente em relação à renda
familiar, mas também em termos de acesso aos serviços públicos básicos, inclusive o de
seus filhos à educação.
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Por outras palavras, conforme Caldas, et al, (2008, p. 15), as políticas públicas
“são um conjunto de acções e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de
problemas da sociedade”, ou seja, “as Políticas Públicas são a totalidade de acções, metas
e planos que os governos traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse
público”.
Neste ponto, podemos afirmar que a utilização das expressões políticas públicas
servem para designar não a política do Estado2, mas a política do público, de todos e para
todos. Reforçando Massa-Arzabe, (2006, p. 53) “trata-se da política voltada a fazer
avançar os objectivos colectivos de aprimoramento da comunidade e da coesão ou da
interdependência social”.
Neste enquadramento, importa também referir que, elaborar uma política pública
significa definir quem decide o quê, quando, com que consequências e para quem,
(TEIXEIRA, 2002).
A elaboração de políticas públicas é uma tarefa complexa. Levar até o fim uma
determinada reforma de política é um processo que envolve muitos atores ao longo de
várias fases do processo de formação de políticas.
1
Não fazer nada em relação a um problema também é uma forma de política pública.
2
A palavra Estado é um conceito político que designa uma forma de organização social soberana e
coercitiva. Desta forma, o Estado é o conjunto das instituições que possuem a autoridade e a potestade para
regular o funcionamento da sociedade dentro de um determinado território. Em www.scielo.br
Página 37
Outrossim, alertou o autor que, não existe uma lista universal de políticas públicas
“corretas”. As políticas são respostas contingentes à situação de um país/região. O que
pode funcionar em dado momento da história, em um determinado país, pode não dar
certo em outro lugar, ou no mesmo lugar em outro momento.
Kliksberg, (1999), apud in Salla e Rosa, (2008), chama atenção para actores
políticos que, os públicos-alvo das suas políticas são também considerados parte do
processo, dado que, a participação implica em ser transparente, em mostrar a
comunidade-alvo que é possível ser feito, e torná-la parceira de todo o processo de
desenvolvimento. A participação, como descreve o citado autor, engradece as pessoas, dá
a elas condições de fazer proposições inovadoras, que a estrutura hierárquica asfixia.
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Gender Equality, analisa o papel das políticas públicas na redução das desigualdades de
género, propondo, explicitamente, a focalização nas mulheres, das políticas de educação,
saúde, serviços de extensão rural, infra-estrutura rural e urbana, e em áreas como
segurança e geração de emprego e renda.
Página 39
CAPITULO II: CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DE
CABO VERDE
2. Situação demográfica
De acordo com os dados do último Censo, entre os anos de 2000 e 2010 registou-
se uma taxa de crescimento médio anual de 1,2%. Entretanto, notou-se uma diminuição
da proporção da população com menos de 15 (quinze) anos (42% em 2000 contra 31% em
2010) e um crescimento da população pertencente a faixa etária entre 15 (quinze) e 64
(sessenta e quatro) anos (51% em 2000 contra 61,9% em 2010), o que irá contribuir para
um aumento gradual da população idosa. A população com a idade igual ou superior a 60
anos cresceu em termos absolutos, passando de 37.116 (em 2000) para 37.815 (em 2010),
representando 7,7% da população total residente. A população na faixa etária de 60 a 79
anos é mais representativa no universo da população idosa, com predominância das
mulheres.
Página 40
seus filhos e as populações continuam a emigrar por diversos motivos, embora num ritmo
muito lento.
Por outro lado, Cabo Verde apresenta uma população bastante jovem. A idade
média é de 26,8 anos, e 50% da população tem menos de 22 anos. Cerca de 32% da sua
população encontra-se no grupo dos zero aos catorze anos, e 62% tem entre os quinze e
os sessenta e quatro anos. De acordo com o INECV (2010), a população activa Cabo-
verdiana é representada por 56% de indivíduos do sexo masculino e 44% de sexo
feminino e no que diz respeito à inactividade é o sexo feminino que apresenta valores
mais elevados (61%) em comparação com o sexo masculino (39%).
Página 41
Verde possui uma área cultivada inferior a 25% do seu território e um clima caracterizado
por prolongados períodos de secas. A precipitação média anual não excede os 300 mm,
concentrada em poucos dias o que origina uma precipitação de tipo torrencial, que leva a
que em algumas ilhas (Santo Antão, Santiago, Maio, São Vicente e São Nicolau) o
balanço hidrológico seja negativo. O recurso terra foi desde sempre, a seguir ao recurso
água, o factor que mais limita o desenvolvimento da agricultura em Cabo Verde. A
enorme pressão sobre a terra cultivável torna-se mais extrema nos anos em que chove
muito, em que há recarga dos lençóis freáticos e a existência de águas superficiais durante
uma boa parte do ano, que estimulam a prática da agricultura irrigada. Uma vez que
apenas 10% das necessidades alimentares do país em cereais, raízes e tubérculos são
cobertos pela produção nacional, o país depende fortemente das importações
(FERNANDES, 2011).
Página 42
insuficiência de infra-estruturas de apoio e insipiência das indústrias. A insularidade de
Cabo Verde, associado ao forte crescimento demográfico, a fragilidade em termos de
recursos naturais, a inexistência de recursos minerais, o desequilíbrio populacional entre
as ilhas e algumas fragilidades em termos económicos, configuram problemas e desafios
de desenvolvimento para Cabo Verde no sentido de encontrar maior coesão económica,
social e territorial.
Página 43
2.1 O caso de Cabo Verde em matéria da chefia feminina
Os números do QUIBB (2007), apontam que 37,6% das famílias em Cabo Verde
são monoparentais, isto é, tem apenas um dos progenitores em casa, sendo que em 67,5%
destas famílias a mulher é a principal responsável pelas condições sociais e económicas
do agregado. No meio rural, 68,4% das famílias monoparentais são chefiadas por
mulheres; no meio urbano a proporção é de 66,8%.
Isso surge quando a grande maioria destas famílias não tem a estrutura económica
suficiente, nem o apoio suficiente, seja por parte dos seus membros ou responsáveis
fisicamente ausentes ou por parte do Estado.
A fonte mostra que em Cabo Verde a pobreza tem um cunho feminino, uma vez
que ela atinge as mulheres em (33%), contra (21,3%), dos homens. No tocante às famílias
pobres 56,3% desses agregados são chefiados por mulheres, contra 43,7% por homens.
(CENSO 2010)3
3
CENSO 2010 – INE – www.ine.cv
Página 44
Aliás, numa breve análise ao percurso histórico do Cabo Verde, percebe-se que a
mulher sempre teve um papel importante na sociedade cabo-verdiana, desde a sua génese
até os dias de hoje, apesar de tendência para a ignorar nos relatos e factos históricos. Da
mulher escrava que constituía uma reserva reprodutora da força de trabalho, às mulheres
como mentoras das grandes revoltas sociais, às combatentes da liberdade da pátria ou
ainda às mulheres “rabidantes“ que vivem do comércio informal, de onde advêm o único
sustento para toda a família.
Para Monteiro (2010), não existe um estudo definitivo sobre as causas desta
configuração familiar em Cabo Verde. As explicações para este fenómeno passam:
i) Pela herança histórica da escravidão que assolou o país por anos e que tinha
como princípio a não-existência de laços familiares, e a consequente visão da mulher
como procriadora;
ii) Por factores económicos que fizeram com que grande número de homens –
pais principalmente – tivessem que buscar o sustento no exterior;
Página 45
reais, ao gozo e exercício pleno dos direitos e das liberdades fundamentais nos domínios
económico, político, social, e cultural.
No dizer de Andrade, (1995), (…) “os que emigram são (apesar da importância
da emigração feminina) maioritariamente do sexo masculino que, na maior
parte das vezes, deixam as suas famílias no país. Em vista disso, as mulheres
são obrigadas, por um lado, a assegurar a educação dos filhos e, por outro, a
vender, frequentemente, a sua força de trabalho nas obras públicas, para
poderem garantir a subsistência da família, para além das tarefas que lhes
cabem tradicionalmente, no quadro da produção agrícola”.
Página 46
Na ausencia de recursos economicos ela tambem procura de trabalhar para um
rendimento, a menos que consiga trabalhar nas “frentes” ou como empregada domestica.
Página 47
CAPÍTULO III: PARTE PRÁTICA-SITUAÇÃO
SOCIOECONÓMICA DAS FAMILIAS CHEFIADAS POR
MULHERES NO CONCELHO DO TARRAFAL DE SANTIAGO- O
CASO DE CHÃO BOM.
Página 48
Mas, com a investida de população gritando palavras de ordem revolucionárias, a
sorte de Tarrafal mudou para sempre. Hoje, conhecido como “o melhor dos melhores
lugares da melhor ilha”, (GOMES, 1989, 10).
Página 49
E ainda, no plano urbano, nos últimos anos, Chão Bom conhece uma grande
expansão, o movimento de construções urbanas vem aumentando de ano para ano,
conforme se pode verificar na análise do seguinte quadro de licença de construção.
Deste modo, devido ao êxodo rural e investidas dos emigrantes, Chão Bom
verifica-se uma grande mancha de edifícios, em vertical, de blocos de betões,
apresentando um especto semi-rural e pouco ordenados. Esse fato vem aumentando num
ritmo bastante acelerado.
4
Para compreender o processo de expansão do Crescimento Urbano de Chão Bom de 1970 a 2010
recorreu-se a PDM 060_ LIC_URB_REl_ 1.4 versão I (pág. 50 e 51) do Municipio do Tarrafal.
Página 50
residentes. Como consequência, tem se a má ou uma falta de qualidade de vida urbana
com edificações existentes e o meio em que se encerem com aspectos pouco agradáveis.
No que diz respeito à população activa, são poucas as mulheres que exercem
actividades fora de casa. Os chefes dos agregados familiares são maioritariamente
femininos. As mulheres chefes de famílias, na sua maioria, as suas actividades são
desenvolvidas em casa como função de doméstica, vendedeiras ambulantes e em outras
actividades, mas com um vencimento muito precário. Os chefes de agregados familiares
masculinos exercem na sua maioria profissões ligadas ao sector primário e alguns
motoristas. Referindo-se ainda aos dados do Censo 2010, dos 5166 habitantes que
corresponde1,9% da população total da ilha de Santiago, 2411 indivíduos são do sexo
masculino, o que corresponde 46,7% da população da área e 2755 são do sexo feminino
correspondente a 53,3% da população total, facto que podemos constatar que a população
é maioritariamente feminina e está distribuída por 1089 agregados familiares.
Página 51
É bom mencionar que, Associação Cívica Chão Bom, na década de 90 (data da
sua criação) recebeu o troféu da melhor Associação de Cabo Verde; „‟Chão Bom em
Movimento” é o nome que se dá, a festa local realizada todos os anos, visto como um
património Cultural Imaterial. Reforçando, o grupo (Fidjo de Santo Amaro) de Cabeça
Carreira de Chão Bom, engrandeceu o nome do Município no concurso de batuque,
recentemente realizado no capital do país, com o prémio de primeiro lugar,
demonstrando, deste modo, o nível e a valorização do batuque em particular e, cultura em
geral no Município, na ilha de Santiago.
O conceito de família monoparental refere-se a uma mãe ou um pai que vive sem
cônjuge e com filhos dependentes. As famílias monoparentais de mães sozinhas com
filhos são mais “vulneráveis” no plano económico, no provimento de víveres e dos
cuidados prestados aos filhos.
Página 52
Quanto à localidade de Chão Bom- Tarrafal de Santiago, segundo várias fontes
(…), podemos constatar que a maioria das famílias é chefiada por mulheres, e existe uma
proporção muito grande de mães solteiras, desempenhando um papel fundamental na
família, pois mesmo que o homem esteja presente, ela que sempre tem procurado forma
de sustentar o lar e os filhos, praticando qualquer tipo de trabalho (informal) mesmo que
seja precários (extracção de inertes no mar, piroclasto, vendedeira…) e que não gera
lucros significativos.
Apesar do esforço feito pela autarquia local, a situação em que essas mulheres
vivem ainda é precária, e a maioria delas não estão no mercado de trabalho e com
condições financeiras péssimas (Questionário aplicado as mulheres que chefiam a família
a outubro, 2017).
Página 53
nem sempre conseguem trazer soluções satisfatórias que garantam a sobrevivência e a
manutenção da família. A mulher tem, então, que se dividir em “mil pedaços” para
conseguir conciliar, muitas vezes, o não conciliável – trabalho, família, sobrevivência
sem perder a dignidade.
Uma outra estratégia, também adoptada por estas famílias para lidar, no caso, com
a pauperização e obter um rendimento mínimo necessário para o sustento da família, é o
engajamento de vários de seus membros- mulheres de todas as idades, crianças,
estudantes, idosos no mercado de trabalho.
Diante desta situação, a participação da mulher chefe de família se dá, com maior
frequência, nos trabalhos informais, instáveis, de menor qualificação e com os salários
mais baixos do mercado, como, por exemplo, os serviços domésticos, pois, estes
permitem ou facilitam a conciliação de suas múltiplas funções (FUNDAÇÃO SEADE,
1998).
Ouvindo um representante da Autarquia Local que por seu turno apela (entrevista
aplicada Outubro de 2017): “a maior preocupação é trabalhar no sentido de fazer face a
edução e formação dessas mulheres e dos filhos porque o mercado não oferece muitas
oportunidades para as que não têm qualquer tipo de formação, portanto atribuímos apoios
de subsídios e transportes escolares, formações profissionais, para que tenham acesso ao
emprego formal e diminuir a pobreza nessa classe”.
Página 54
3.2. Apresentação, análise e discussão de dados
Sexo
Para tal o Censo 2010 revela que em Chão Bom 29,5% são chefiados por
mulheres e 3,3% por homens, ou seja nessa localidade existem mais mulheres chefes de
famílias, cerca de (29,5%) do que chefiados por homens. Os dados existentes sobre a
pobreza mostram que este fenómeno atinge de forma particular as famílias chefiadas por
mulheres, especialmente aquelas que se encontram em situação de desemprego.
Idade
Página 55
Verifica-se que a maioria dos elememtos abordadads ou inquiridas da amostra,
33% , estão entre 44 e 54 anos de idade; de seguida 25% das munícipes estão entre os 34
e 44 anos de idade; 22% entre 24 e 34 anos de idade agrupando a camada mais jovem, e
apenas 20% estão entre 54 e 64 anos de idade.
Portanto as mulheres entre 44 a 54 anos, (33%) são as que mais chefiam a familia
nessa localidade.
Estado Cívil
Página 56
opção ou necessidade; uniões consensuais onde os casais não formalizam sua união;
casais sem filhos por opção, entre outras.
Entretanto, apesar de saber que alguns homens tendem a buscar efectivar sua
função paterna, ainda predomina, na sociedade, a ideia de que a criança ou o adolescente
permanece melhor com a mãe, o que significa dizer que a maioria das famílias
monoparentais consecutivas ao divórcio ou separação judicial são formadas por
“mulheres chefes de família” (LEITE, 1997, pp. 40 - 41).
Estes dados vão de encontro com a teoria acima referido, e é nessa perspectiva
que propugna Berquó (2002), que o termo “chefia feminina” pode se referir aos seguintes
grupos de mulheres:
1 – “Uma mulher solteira, separada ou viúva, com filhos, tendo ou não parentes
e/ou agregados”;
Como é óbvio, o que Berquó propõe é que que a mulher chefe de família não é só
mulher solteira, podendo ser qualquer um que sustenta sonsinha a sua família.
Página 57
Número de Filhos
De uma maneira geral, a mulher nem sempre está preparada para sustentar sozinha
os seus filhos e vê-se na necessidade de resolver problemas financeiros imediatos, mas
também na necessidade de administrar o seu futuro financeiro e o dos seus filhos.
Página 58
superior/profissional por falta de condições financeiras. Portanto nessa localidade existe a
ideia de que muitos filhos são órfãos de pai vivo.5
Habilitação Literária
5
Órfãos de pai vivo- são filhos que nascem e que mesmo tendo o registo do pai, ele nunca preocupa em
educá-lo, sustentá-lo, ou amá-lo, deixando toda a responsabilidade e cuidados sobre a mãe.
Página 59
Portanto as mulheres das camadas mais pobres, além de possuírem um baixo nível
educacional e qualificação, estão inseridas, em grande parte, no mercado informal, em
péssimas condições de trabalho e salários.
Porque é solteira
Variáveis Inqueridas Percentagem Percentagem Percentagem
válida acumulativa
Por opção 17 28,3 28,3 28,3
Por abandono 32 53,3 53,3 81,7
Válido
Por injúrias 11 18,3 18,3 100,0
Tabela I- Distribuição dos dados relativos ao conhecimento das inquiridas acerca da rasão de ser solteira.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados de Questionários
Entretanto as injúrias (35%) por parte dos homens também tendem a ser uma das
escolhas de muitas mulheres a viverem sozinhas, pois, as mulheres que já sofreram VBG
6
Em Cabo Verde não é permitido oficialmente a poligamia, entretanto, verifica-se que os homens mantem-
se o relacionamento sexual com várias mulheres. Deste modo, utilizo esse termo genérico.
7
Mulheres que compartilham o mesmo homem.
Página 60
ou outros conflitos, pelo parceiro demostraram não ter mais coragem em constituir outra
relação conjugal.
Uma causa da violência baseada nas relações de género em Chão Bom, está
implícita nos ditados populares: “dos boi ka ta pila na mesmu trapitchi” ou “dos galu ka
ta kanta na mesmu pulero.”8 (observação participante, Setembro de 2017).
Citando Soares (2001) a separação dos papéis sexuais parentais contribui para
a formação de padrões de comportamentos ideológicos a serem
desempenhados pelo homem e pela mulher. A masculinidade se expressa na
agressividade, na racionalidade e na actividade; a feminilidade, por sua vez, se
restringe à capacidade de expressar emoções, de passividade e de
irracionalidade (p.62).
Brito (2008), tinha dito anteriormente que a família chefiada por mulheres se
constroem muitas vezes devido a separação do casal e a figura masculina não participa da
criação dos filhos, nem ao menos de forma financeira.
8
Dois bois não moem a cana (cana sacarina) no mesmo trapiche ou dois galos não catam no mesmo
poleiro.
Página 61
“stressadas”) com a multiplicidade de obrigações e dificuldades que têm de enfrentar, o
que gera perda de amizades, de possibilidades de relações sociais e distracções muito
limitadas e isolamentos social.
Tabela II -Distribuição dos dados relativos ao conhecimento das inquiridas sobre o cotidiano das mães
solteiras.
Fonte: Elaboração própria
Este grande número de famílias sem pai é motivo de preocupação social, porque
as mulheres sem cônjuge e seus filhos estão sujeitos a sofrer tensão emocional,
dificuldades financeiras e desvantagens sociais.
Página 62
relação afectiva não é fácil. É preciso encontrar uma pessoa de bem que as ame de
verdade e isso não é de todo fácil”.
Isso surge quando a grande maioria destas famílias não tem a estrutura económica
suficiente, nem o apoio suficiente, seja por parte dos seus membros ou responsáveis
fisicamente ausentes ou por parte do Estado.
Página 63
de obrigações e dificuldades que têm de enfrentar, o que gera perda de amizades, de
possibilidades de relações sociais e distracções muito limitadas e isolamentos social.
Situação Financeira
Variáveis Inqueridas Percentagem Percentagem Percentagem
válida acumulativa
Muito bom 2 3,3 3,3 3,3
Boa 3 5,0 5,0 8,3
Tabela III Distribuição dos dados relativos ao conhecimento das inquiridas sobre a situação financeira
Fonte: Elaboração própria
De acordo com esses dados, podemos considerar que em termos gerais a maioria
dessas famílias não tem um rendimento favorável, pois vivem em péssimas condições
financeiras, dificultando muitas vezes ter uma vida digna.
A situação de pobreza e miséria é um dos factores que faz em vir à tona a chefia
feminina no tocante à provisão financeira feminina, o que não necessariamente está
associada a uma questão de emancipação ou autonomia feminina, embora não signifique
dizer que esta não esteja presente nesses casos.
Página 64
A mulher nem sempre está preparada para sustentar sozinhas os seus filhos e vê-se
na necessidade de resolver problemas financeiros imediatos, mas também na necessidade
de administrar o seu futuro financeiro e o dos seus filhos.
Assim concordamos com Silva, M. (2001, p. 92), “ que nas famílias de progenitor
sozinho – na maioria assumidas pela mulher – três problemas se inter-relacionam, a
dominar a sua vida: a sobrevivência económica, a paternidade (entendida aqui como
função parental) e os relacionamentos sociais.”
Página 65
Encontra no mercado de Trabalho
Variáveis Inqueridas Percentagem Percentagem Percentagem
válida acumulativa
Sim 20 33,3 33,3 33,3
Tabela IV- Distribuição dos dados relativos ao conhecimento das inqueridas sobre o mercado de emprego
Fonte: Elaboração própria
Tabela IV - Distribuição dos dados relativos ao conhecimento das inquiridas relativo à classificação da
habitação.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados de Questionários
Página 67
No que tange a esta questão, em que inculcávamos indagar relativo a forma como
“classifica as suas habitações sociais” as réplicas foram o seguinte: para a minoria, 4
mulheres, 6,6% a classificação é muito boa, seguido a estas 7 mulheres, 11,7% classifica-
a de boa; enquanto que para as 21 mulheres, 35%, a situação é razoável, mas do ponto de
vista contrária a estas, sustenta a maioria, 28 mulheres, 46,7% classifica-a de péssima.
Página 68
Ouvindo o representante da Autarquia Local que, por seu turno, afirma, “existem
experiências pontuais de promoção de habitação social através de Cooperativas e ONG,
citamos a título de exemplo a Citi-Habitat (sediada na Praia) uma ONG que tem
promovido acções de requalificação urbana e construção de habitação para as camadas
mais vulneráveis principalmente as que vêm de zonas rurais. O Município também
constitui um parceiro natural no apoio à construção social, na cedência de terrenos,
plantas modelo, ajuda com materiais de construção. ” (entrevista, Novembro, 2017).
Apoio Financeiro
Página 69
Costumas criar o seu auto-emprego
A mulher nem sempre está preparada para sustentar sozinha os seus filhos e vê-se
na necessidade de resolver problemas financeiros imediatos, mas também na necessidade
de administrar os seu futuro financeiro e o dos seus filhos.
9
Txiquila- em Cabo Verde significa quando, muitas pessoas se organizam em jogar dinheiro numa pessoa
responsável da txiquila, pagando todos os dias, semanas, meses, ou até anos, e a cada tempo um elemento
recebi de acordo com aquilo que ela tem pagado.
Página 70
As políticas com foco nas necessidades básica das mulheres chefes de família
Variáveis Inqueridas Percentagem Percentagem Percentagem
válida acumulativa
Sim 26 43,3 43,3 43,3
Tabela VIII - Distribuição dos dados da amostra em relação ao Grau de Satisfação em relações às políticas
públicas.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados de Questionários
Para o autor supra citado, não existe uma lista universal de políticas públicas
“corretas”. As políticas são respostas contingentes à situação de uma Região/País. O que
pode funcionar em dado momento da história, em um determinado Pegião/País, pode não
dar certo em outro lugar, ou no mesmo lugar em outro momento.
Por meio de observação participante, verificamos que, muitas vezes, são feitas
propostas que nunca se concretizam, e que, os resultados efectivos englobam vantagem e
privilégios só para algumas pessoas.
É neste contexto que o autor Kliksberg, (1999), apud Salles e Rosa, (2008), chama
atenção para atores políticos que, os públicos-alvo das suas políticas são também
considerados parte do processo, dado que, a participação implica em ser transparente, em
Página 71
mostrar a comunidade-alvo que é possível ser feito, e torná-la parceira de todo o processo
de desenvolvimento. A participação, como descreve o citado autor, engradece as pessoas,
dá a elas condições de fazer proposições inovadoras, que a estrutura hierárquica asfixia.
Página 72
CONCLUSÃO
Constata-se que as decisões são tomadas por uns poucos (estrutura hierárquica),
subestimando desse modo, a competência da comunidade-alvo. Na verdade, as mulheres
que chefiam suas famílias podem não ser pessoas qualificadas e de formações escolares
sólidas, mas, tem capital social: tem conhecimentos representados por seus valores, suas
culturas e tradições, como também, suas redes de acção e solidariedade. Isso tudo precisa
ser valorizado.
Página 73
Após uma rigorosa análise dos resultados deste estudo, concluímos que,
relativamente à Situação socioeconómica das famílias chefiadas por mulheres em Chão
Bom, não é muito boa. No entanto verificamos que essas famílias estão tendo inúmeras
dificuldades, e o que faz vir a tona as dificuldades financeira, corroborando com a falta de
meios para o sustento do lar e a renda familiar. Apesar do esforço feito pela Autarquia
Local, ainda a realidade que essas famílias vivem é precária. Constata-se que a maioria
dessas famílias está em situação de vulnerabilidade social, possuindo o baixo nível de
escolaridades, habitação e empregos precários.
Em suma, concorda-se que a solução adequada face a essa problemática seria que
os atores políticos locais abrissem mais postos de trabalhos femininos na referida
localidade, ou empreender essas famílias com a criação do auto-emprego, já que não
possuem condições suficientes para empregar formalmente todas essas camadas. Segundo
Derani (2006) é a esta que, as políticas se destinam, deste modo não há como falar neste
tema sem pensar também no cidadão.
Página 74
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Página 82
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Legislação Consultada
Plano Director Municipal (PDM) do Tarrafal de Santiago, volume ii, Setembro de 2010.
Página 83
APÊNDICE
UNIVERSIDADE DE SANTIAGO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS
Guião de Entrevistas
Entrevista Estruturada ou Padronizada
1. Da minha observação notei que a maioria das mulheres chefes de família nessa
localidade não está no mercado do trabalho formal. A que se deve?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Página 84
2. Quais são as políticas presentes nesta camara que visa o empoderamento dessas
mulheres chefes de família?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
4. Quais são as políticas de educação que essa mesma camara implementa para
fazer face a educação dos filhos dessas mulheres?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
5. Que soluções de emprego são criadas pela Câmara que visam minimizar e
atenuar os problemas enfrentadas por essas mulheres?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Página 85
Apêndice B: Guião de Entrevistas
UNIVERSIDADE DE SANTIAGO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS
Guião de Entrevistas
Entrevista Estruturada ou Padronizada
2. Trabalhando no âmbito social, que trabalho a associação tem feito para corrigir
as demandas sociais principalmente as que vem na família mais vulnerável?
Página 86
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Página 87
Apêndice C: Formulário de Inquérito
UNIVERSIDADE DE SANTIAGO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS
Formulário de Inquérito
Dados pessoas:
1.1 Sexo
1) Feminino_____
2) Masculino_____
Página 88
1.2 Idade
1) 24____34
2) 34____44
3) 44____54
4) 54____64
2. Porquê é solteira?
1) Por opção _____
2) Por abandono _____
3) Por injurias_____.
Página 89
4. Classifica sua situação habitacional?
1) Muito boa _____
2) Boa _____
3) Razoável _____
4) Péssima _____
5) .Situação económica
5. Está no mercado do trabalho?
1) Sim _____
2) Não _____.
6. Alguns dos seus filhos trabalham para lhe ajudar a custear as despesas na
família?
1) Sim _____
2) 2) Não _____.
9. Recebe algum tipo de apoio que lhe ajude nas despesas familiares?
1) Sim _____
2) Não _____,
Página 90
11. Já recebeu algumas vezes alguns tipos de apoio/formação por parte de algumas
instituições que lhe ajude a criar seu auto emprego?
1) sim _____
2) Não _____.
13. No seu ponto de vista, como reage a sociedade perante uma família cujo
cuidador é a mãe?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Página 91