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- ANATOMIA DA PELE
- Epiderme
É a camada mais superficial, será formada por um tecido epitelial estratificado pavimentoso
queratinizado e vai se dividir em várias camadas, da parte mais interna até a superfície teremos as
seguintes camadas: - Basal; - Espinhosa; - Granulosa; - Lúcida; -Córnea.
As camadas são formadas por tecido epitelial e a principal célula, a que tem maior quantidade é a célula
epitelial que chamamos de Queratinócitos, porém nesta mesma pele vão aparecer outras células com
funções diferentes (Melanócitos, Células de Langerhans, Células de Merkel).
□ Estrato Lúcido: é uma camada existente na parte palmar e plantar, localizada entre a
camada granulosa e camada córnea, por isto percebemos que a pele nestas regiões é
mais grossa.
A hipoderme seria o tecido celular subcutâneo com função básica de amortecimento e controle
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A hipoderme seria o tecido celular subcutâneo com função básica de amortecimento e controle
térmico.
A atividade melanocítica é controlada por alguns fatores: Radiação UV, FGF produzido pelos
queratinócitos, MSH e hormônios Sexuais, Mediadores da inflamação e Vitamina D3.
□ Radiação UV: fica claro seu envolvimento quando a pessoa se expõe ao sol. Onde
inicialmente fica vermelha (vasodilatação) e depois começa a ficar bronzeada,
significando um aumento na produção melânica. Se esta exposição for muito
repetitiva o organismo pode começar a produzir pigmentação descontrolada que são
as doenças da pigmentação (melanoses).
A melanina ajuda a proteger o DNA da célula. Quando a pele é muito clara, com pouca
produção de melanina, a absorção da radiação UV fica prejudicada, podendo atingir o
DNA causando o câncer de pele.
A radiação UV ainda pode ultrapassar a camada basal e atingir a derme, onde existe
uma estrutura formada basicamente por colágeno, responsável pela sustentação,
provocando o envelhecimento precoce.
Assim, a pessoa que tem a pele machucada pelo sol poderá apresentar mancha
escura, mancha clara, rugas mais profundas e câncer de pele.
□ Mediadores da inflamação: em uma lesão de acne, onde após a cicatrização pode ficar
uma mancha escura, havendo uma hiperpigmentação pós-inflamatória, que
geralmente é transitória, mas se é freqüente, pode ficar permanente.
□ Vitamina D3:
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MELANÓCITO
MELANINA
MELANÓCITO
- Adesão Intercelular
Cada queratinócito é preso DESMOSSOMOS
uns aos outros pelos
Desmossomos, que são
microfilamentos que ligam
uma célula a outra (estrutura
de adesão).
Quando o queratinócito é
basal fica preso na
membrana basal pelo
Hemidesmossomos.
- Anexos Cutâneos
São estruturas que surgem de modificações da epiderme ainda na vida embrionária, sendo
extremamente importantes na pele. Dentre estes anexos temos:
○ Glândulas sudoríparas
Écrinas
Apócrinas
○ Aparelho pilossebáceo
Glândulas sebáceas
Pêlos
Músculo Eretor do Pêlo
○ Unhas
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odor característico dessas regiões. Sua porção secretora desemboca no folículo piloso logo acima
do ducto da glândula sebácea.
PORO EXCRETOR
GLÂNDULA
APÓCRINA
GLÂNDULA ÉCRINA
○ FOLÍCULO PILOSSEBÁCEO
É composto de Folículo Piloso, Pêlo, Glândula Sebácea e Músculo Eretor do Pêlo, é sempre provido
de terminações nervosas; em algumas regiões (axilas, púbis, mama, etc.) desembocam no folículo
as glândulas sudoríparas apócrinas.
Glândulas sebáceas: Esta estrutura é sede de doenças como acne, foliculites, etc. A secreção
sebácea é estimulada principalmente por andrógenos, neste caso uma criança não tem
produção de glândula sebácea, não aparentam odor, oleosidade, a glândula existe, mas está
inativa. Quando chega a puberdade, o andrógeno começa a ser produzido, passando a ter
oleosidade no couro cabeludo, acnes, caspa. Está localizada principalmente em face, couro
cabeludo, nas costas.
□ Presentes em toda a pele, exceto palmas e plantas
□ Desembocam no folículo, com ou sem pelo
□ O tamanho é inversamente proporcional ao tamanho do pelo
□ Grânulos de Fordyce: heterotópicas
□ Ativadas por andrógenos
PÊLOS
São estruturas importantes no controle da
temperatura, mas não tão importantes quanto
na época das cavernas, que atuava na
proteção da pele. Seu crescimento e sua
quantidade é padronizado e geneticamente
PÊLO
determinado, mas se renova continuamente.
GLÂNDULA
SEBÁCEA O ciclo de crescimento do pêlo passa por fases
e sempre é contínuo:
Anágena: fase de crescimento
MÚSCULO Cetágena: fase de repouso
ERETOR
DO PELO Telógena: fase de queda.
Fibroblastos, histiócitos, células dendríticas e mastócitos são suas células residentes, enquanto
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Fibroblastos, histiócitos, células dendríticas e mastócitos são suas células residentes, enquanto
linfócitos, plasmócitos e outros elementos celulares do sangue são encontrados em número variável e
de forma transitória.
Substância Fundamental
Fibras
Vasos e Nervos
Células Imunológicas
Tecido
Adiposo
A Hipoderme ou Panículo Adiposo é a camada mais profunda da pele, constituída de lóbulos de lipócitos
delimitados por septos de colágeno com vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Além de ser um depósito
de calorias, protege o organismo de traumas e do calor (é um isolante térmico), modela o corpo e
permite a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes.
- Funções da Pele
○ Proteção física, mecânica e imunológica: há intensa produção de células inflamatórias na derme,
impedindo a instalação de infecções.
○ Termorregulação: através do suor e da secreção sudorípara.
○ Percepção: os sentidos de tato, propriocepção, os órgãos responsáveis pelos sentidos da pele
estão localizados na derme.
○ Secreção:
○ Absorção e difusão da radiação ultravioleta: como tem função de absorção, alguns medicamentos
podem ser aplicados na pele (tópica).
- Semiologia da Pele
A semiologia dermatológica se expressa na inspeção, vendo e reconhecendo as alterações que ocorrem
ao nível do tegumento (pele e mucosas externas). Segue-se em alguns casos, a palpação, método pelo
qual se constata a consistência do elemento eruptivo, se amolecida, endurecida ou pétrea, bem como
temperatura, mobilidade, extensão e profundidade de seus limites e se é doloroso ou não.
○ Técnicas Semióticas:
○ Exames Complementares:
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Aula 10/02/2014
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
17:46 Dermatologi
a - 10-02-2...
- DERMATOVIROSES
- Conceito de Vírus:
Os vírus são organismos intracelulares obrigatórios e caracterizam-se por apresentarem um só tipo de
ácido nucléico (DNA ou RNA), ao contrário de todos os outros organismos, que apresentam ambos. A
partícula infectante, vírion, é constituída pelo ácido nucléico envolto em uma cápsula protéica, o
capsídeo, que, por sua vez é constituída de subunidades chamadas capsômeros. O conjunto de ácido
nucléico + capsídeo tem o nome de nucleocapsídeo; este, dependendo do vírus, pode ser ou não
envolvido por um envelope lipoproteico. Apresentam tamanho ente 10 e 300nm. São resistentes aos
antibióticos, porém inibidos pelo interferon; é crescente o número de antivirais eficazes.
Por serem estruturas relativamente simples, dependem inteiramente do metabolismo celular para sua
multiplicação. A duplicação do DNA-viral ocorre no núcleo e a síntese dos elementos protéicos é feita no
citoplasma da célula parasitada, enquanto a síntese do RNA-viral e de todos os componentes virais se dá
diretamente no citoplasma.
Já o RNA-vírus a taxa de mutação é mais elevada, dificultando a síntese de vacinas e da resposta imune
no organismo. Existem ainda os vírus RNA (HIV e HTLV) que tem a enzima transcriptase reversa, que
transforma uma cadeia de RNA em DNA.
○ DNA ○ RNA
Genoma estável Genoma instável
Produção de anticorpos Mutação espontânea
Produção de vacinas Inibe resposta imune
Cepas oncogênicas Retrovírus (HIV e HTLV)
Infecção quiescente
A diferença básica reside na instabilidade do genoma viral, onde o DNA-vírus é mais estável do que o
RNA-vírus.
- Patogenia:
Para que aconteça a infecção viral é necessário receptores na superfície das células para receber o vírus.
Uma vez dentro da célula começa a modificar o metabolismo celular de várias formas.
- Classificação:
As infecções virais podem ser:
○ Citolíticas (herpes): o vírus penetra na célula, replica-se e provoca a morte celular precoce
liberando mais vírus.
○ Infecção Permanentes (Verruga): o vírus quase não altera o metabolismo e a multiplicação da
célula, podendo ser lento ou rápido o processo da sua replicação, é eliminado por meio de
brotamento de superfície da própria célula, e assim penetra em outra célula.
○ Infecção Integrada (Epstein-Barr): o vírus ou parte dele se integra ao DNA celular, mudando as
características da célula infectada ou mesmo induzindo a transformação neoplásica.
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- Localização das infecções viróticas:
- DNA Vírus:
Os vírus de maior interesse aos dermatologistas são os DNA-vírus, dentre estes destacam-se três
famílias:
○ Papilomaviridae (Papova): 40 55nm produzindo verrugas e papilomas.
○ Herpesviridae (Herpes): 180 a 250nm produz o herpes simples (HSV), varicela zoster (VZ),
citomegalovírus (CMV), sarcoma de Kaposi (SK) e Mononucleose.
○ Poxvirideae (POX): 300nm produz Varíola, Alastrim, Vaccínia, Nódulos dos Ordenhadores e
Molusco Contagioso
- Verrugas:
As verrugas são proliferações epidérmicas infecciosas benignas. O papilomavírus humanos (HPV) é o
grupo de vírus que provocam as verrugas. Estima-se que 10% de adultos jovens e crianças estejam
infectados, onde o pico de incidência ocorre em entre 12 e 16 anos de idade. Há uma alta incidência de
infecção por HPV em pessoas com deficiência da imunidade celular, em torno de 75% dos
transplantados renais mostram verrugas 5 anos após o transplante.
A transmissão de HPV ocorre pelo contato íntimo ou através de queratinócitos descamados e por
objetos contaminados. Pequenas soluções de continuidade na pele (arranhão) são necessárias para a
inoculação do HPV, explicando as verrugas em áreas de trauma e o fenômeno de Koebner. A auto-
inoculação é possível .
Pode haver involução espontânea em crianças em 2 anos (2/3), onde a própria imunidade se encarrega
de eliminar o vírus da pele.
- Verruga Vulgar:
A verruga vulgar é o tipo mais comum, situada em qualquer região do corpo, mas
aparecem especialmente nas áreas expostas a maior atrito, como dorso das
mãos, dedos, cotovelos, joelhos e ao redor das unhas (verrugas periungueais),
isoladamente ou em placas. Apesar de a infecção ocorrer em qualquer idade, é
prevalente (70%) na infância e na adolescência, em torno de 12 a 16 anos.
As verrugas causadas pelo HPV 1, 4 e 7 são mais encontradas nas mãos e dedos de manipuladores de
carne.
- Verruga Plana:
Diferem das verrugas vulgar (mais grosseira), a verruga plana tem uma
superfície plana e lisa, com menos de 5mm de diâmetro, muito numerosas,
localizadas em geral na face e dorso da mão de adolescentes. Apresentam
despigmentação, quando em regressão mostram sinais clínicos de inflamação
e tornam-se pruriginosas, eritematosas e edematosas.
- Verruga Filiforme:
Página 7 de Dermatologia
- Verruga Filiforme:
Trata-se de elementos filiformes muito ceratósicos, em geral isolados, pouco numerosos, com maior
frequência na face de pessoas adultas. A verruga digitiforme é uma variedade da filiforme e constitui a
reunião de várias lesões, dando o aspecto de dígitos.
- Verruga Plantar:
São pápulas (HPV 1, 2 e 4) que, devido sua localização, crescem para dentro,
são dolorosas e impedem a marcha normal. Mostram superfície ceratótica
grosseira, com pontos negros correspondendo a capilares trombosados no topo
das papilas, e um anel periférico de espessamento da pele. Conhecido
popularmente como "Olho-de-peixe".
○ Verruga Plantar em Mosaico: quando múltiplas, superficiais e que
coalescem formando placas.
○ Verruga Plantar Mirmécia: lesões isoladas profundas e endofíticas.
O diagnostico diferencial é realizado com as calosidades, sob pressão vertical, doem menos que os calos
verdadeiros, sendo a pressão lateral mais dolorosas.
- Verruga Genital:
Verruga causada por um vírus DNA, não-cultivável, pertencente ao grupo do papovavírus. O HPV -6 e 11
são os que mais se relaciona às lesões genitais (transmissão venérea).
São lesões vegetantes , úmidas, isoladas ou agrupadas, com aspecto de couve-flor (condiloma
acuminado), pápulas sésseis e ceratóticas (na rafe peniana), verruga vulgar-símile e, às vezes,
proporções gigantescas. Conhecidas popularmente como "crista-de-galo". Localizam-se na área genital e
perigenital, geralmente de pessoas adultas, com aspecto róseo.Pode acometer mucosa uretral, retal ou
vaginal.
- Tratamento:
○ Soluções com Ácido Salicílico e Ácido Lático (1ª escolha): mais acessíveis.
○ Podofilina 10 a 30% (lesões genitais recentes): aplicação deve ser feita em consultório.
○ Imiquimod creme a 5%
○ ATA (Ácido Tricloroacético) 50 a 70%, ANF (Ácido Nítrico Fumegante) a 66%
○ Crioterapia: congelamento da lesão realizado por nitrogênio líquido.
○ Laser de CO2: este tratamento lança fumaça e partículas virais, sendo um risco de contaminação
para o médico.
Cirurgia: a orientação é realizar só em risco de Malignidade
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○ Cirurgia: a orientação é realizar só em risco de Malignidade
○ Eletrocirurgia: se for uma lesão única é recomendado, não é recomendado em verruga plantar
pois demora na cicatrização.
○ 5FU tópico e intralesional
○ Interferon Beta Gel intralesional
○ Injeções subcutâneas com Imunoparvum: indicado quando o paciente tem múltiplas verrugas e
não responde ao tratamento convencional (ácidos).
Indicadas para meninas a partir dos 9 anos de idade, pelo risco de câncer de colo uterino, mesmo a
mulher vacinada o exame de Papanicolau não deve ser descartado.
○ Os herpes vírus produzem um grande número de enzimas, capazes de agir no metabolismo dos
ácidos nucléicos e no processamento protéico celular.
Embora cada um prepondere em uma região do corpo, não quer dizer que não infectam outras
partes.
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HHV-7).
CMV: acometimento multissistêmico, latente nas glândulas secretórias e tecido linfóide.
HHV-6: tropismo por linfócito B, causando exantema súbito em lactentes e distúrbios
linfoproliferativos em imunocomprometidos.
HHV-7: acomete tecido linfóide, com tropismo por linfócitos T CD4+.
Algumas pessoas que desenvolvem a doença passarão pela Herpes Simples Recidivante. Outros
fatores como exposição solar prolongada, febre, ansiedade, estresse, menstruação, trauma local,
chocolate, etc., desencadeiam a recidiva herpética.
A lesão caraterística do herpes é a presença de vesículas agrupadas, que após poucos dias, se
tornam necrosadas, exulceradas e crostosas, quando então ocorre reparação tecidual. Ao involuir,
a lesão não deixa cicatriz; por vezes, há hipercromia ou hipocromia residual, sobretudo após a
priminfecção. Pode ser precedida por sensação de fisgada, parestesia ou ardor, que pode se
intensificar, passando a ser dolorosa.
○ Complicações:
Infecção Herpética no Imunodeprimido: geralmente no herpes simples não há
complicações, mas podem aparecer em pacientes imunodeprimido, inclusive com
generalização do processo.
Herpes Simples Congênito
Meningoencafalite Herpética
Herpes Simples Sistêmico
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Herpes Simples Sistêmico
Erupção Variceliforme de Kaposi
○ Tratamento: fazer apenas higiene local. O aciclovir é a droga de escolha e sua eficácia é superior
quando administrada por via venosa.
Higiene local: com água e sabão
Antibióticos tópicos nas recorrências
Aciclovir 200mg 4/4hs (5 comprimidos ao dia, durante 5 dias)
Aciclovir tópico - inibe a eliminação viral
Aciclovir Venoso => Herpes Neonatal, Lesões Crônicas, Erupção Variceliforme de Kaposi e
Priminfecção com toxemia.
Foscarnte - Pacientes Imunodeprimidos
Valaciclovir - Derivado do aciclovir
Faniclovir - bons resultados
Abordagem psicológica
Xilocaína à 5% nas lesões dolorosas
○ Profilaxia: DST. Quando a paciente, com herpes genital, estiver gestante, não pode realizar parto
normal, pelo risco de contaminação no canal de parto, deve ser realizado a Cesariana. Lembrando
que o vírus fica latente e pode ser passado para criança no momento do parto normal.
- Varicela (Catapora):
A varicela faz parte da família Alphaherpesvirinae, provocada pelo Vírus Varicela-Zoster (VZV) ou
herpesvírus humano tipo 3 (HHV-3), que é o causador da varicela e do herpes zoster. A infecção se dá
inicialmente com a varicela e depois, tempos mais tarde, com o herpes zoster, pois é exatamente o
mesmo vírus.
Após a primeira infecção o vírus fica latente nos gânglios paravertebrais, se houver uma baixa da
imunidade pode aparecer o herpes zoster.
○ Profilaxia pode ser realizada por vacinas que protegem 97% até 13 anos (VarilRix e VarilVAx), mas
mesmo vacinado o paciente ainda pode ter a varicela. Resultados semelhantes são obtidos em
adultos quando imunizados com duas doses da vacina. A vacina é contra-indicada em gestantes,
pré-maturos e imunodeficientes, nos quais pode ser indicado o uso da imunoglobulina específica
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pré-maturos e imunodeficientes, nos quais pode ser indicado o uso da imunoglobulina específica
para varicela (VZIG). Esta vacina não faz parte do calendário vacinal do SUS.
- Herpes Zoster:
O herpes zoster aparece com reativação do vírus VZV (ou HHV-3), tendo incidência no adulto depois da
5º década, mas pode acontecer no jovem. É doença benigna, autolimitada, durando cerca de duas
semanas, exceto em imunossuprimidos que é mais duradouro.
O vírus encontra-se latente nos gânglios paravertebrais e por invasão dos nervos correspondentes,
chega à pele, onde se formam vesículas agrupadas e em disposição metamérica, podendo, entretanto,
haver vesículas erráticas. Há casos descritos de adultos com zoster transmitindo varicela para a criança e
vice-versa.
○ Complicações:
Nervo Trigêmeo: se afetar o trigêmeo (oftálmico, maxilar e mandibular), pode haver dano
ocular (ulcera de córnea) quando comprometer o ramo oftálmico; se comprometer o ramo
maxilar produz vesículas na úvula e área tonsilar, quando compromete o ramo mandibular
produz vesículas na língua, assoalho da boca e mucosa bucal. No zoster orofacial pode haver
dor de dente.
Outros nervos: o envolvimento dos sacrais pode levar a complicações motoras como bexiga
neurogênica e alteração na defecação. O acometimento do nervo laríngeo provoca disfagia
e o dos nervos torácicos, hérnia abdominal.
○ Tratamento:
Compressas com anti-sépticos para evitar infecção secundária.
Analgésicos: se necessário para retirar a dor.
Corticoterapia sistêmica Oral: (prednisona) para pacientes com mais de 50 anos.
Aciclovir oral: é o padrão ouro no tratamento, mas em altas doses (4x mais do que no zoster
simples). 800mg 4/4h por 7 a 10 dias.
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simples). 800mg 4/4h por 7 a 10 dias.
Aciclovir venoso: quando for paciente com AIDS e acometimento ocular
- HHV4 e HHV5:
Estão mais associados com as imunodeficiências, podem ocasionar Epstein-Barr (HHV4) e CMV (HHV5).
Se houver uso de antibioticoterapia (ampicilina, amoxilina) pode haver quadros de erupção cutânea tipo
exantema viral.
- Sarampo:
É uma doença causada por um Paramixovírus (RNA-vírus) do gênero morbiliforme. Comum na infância,
altamente contagioso, com morbimortalidade importantes. A transmissão é realizada por via
respiratória ou por contato, com período de incubação de 10 a 12 dias.
A viremia inicia a fase prodrômica da doença, que se caracteriza como se fosse um quadro gripal com
febre alta, tosse, coriza e lacrimejamento, depois é que aparece o exantema viral.
Na mucosa oral, na altura dos molares, há o aparecimento do Sinal de Koplik, sinal que confirma o
sarampo.
Embora exista vacina com vírus atenuado muito eficiente, há ocorrências de focos isolados da doença.
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Aula 17/02/2014
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
21:45 Dermatolo...
- DERMATITE DE CONTATO
Embora, teoricamente, existam diferenças conceituais, na prática os termos "eczema" e "dermatite"
podem ser utilizados como sinônimos. (Dermatite = Eczema)
De acordo com a predominância dessas lesões, o quadro pode ser classificado em agudo (presença de
eritema, edema e vesículas), subagudo (presença de crostas) e crônico (presença de descamação e
liquenificação).
A alteração cutânea da dermatite de contato são causadas por agentes externos com etiologia variada e
mecanismos patogênicos diversos. Acometem igualmente ambos os sexos e todas as raças, em qualquer
época da vida, prevalecendo alguns subtipos em relação a idade. Há relatos que a cor branca seja mais
sensível para dermatite. Nas doenças ocupacionais, relacionadas ao trabalho profissional, a dermatite
de contato é a mais frequente.
A presença de outras dermatoses é fator de risco para estabelecer uma dermatite de contato, pois há
uma quebra da barreira cutânea, ficando mais fácil da substância penetrar.
- Classificação:
○ Dermatite de Contato por Irritação Primária (DCIP): contato direto da substância na pele
○ Dermatite Alérgica de Contato (DAC): por mecanismos imunológicos
○ Dermatite de Contato Fototóxica: contato direto da substância na pele, mas é necessário a
presença de luz para ocorrer a reação
○ Dermatite de Contato Fotoalérgica: por mecanismos imunológicos, sendo necessária a presença
de luz.
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○ Limpadores (sabões, detergentes, shampoos)
○ Limpadores industriais (solventes, etc.)
○ Álcool
○ Ácidos
○ Óleos, Plantas
○ Pesticidas
○ Agentes Redutores
○ DCIP Absoluto: provocada por substâncias como Ácido e substâncias alcalinas, que provocam
dermatite de contato em todas as pessoas que tiverem contato, como uma queimadura por
agente químico. Basta apenas um contato único para que exista um dano tecidual intenso e
imediato, o prurido pode não existir, mas teremos presença de ardor e queimação, com presença
de eczema agudo (edema, vesículas, eritema).
○ DCIP Absoluto de Efeito Retardado: algumas substâncias como Antralina e Podofilina provocam
reações em todas as pessoas que entram em contato, mas suas reações são tardias, com
manifestações de 12 a 24 horas depois do contato.
○ DCIP Relativo: é a mais frequente no dia-a-dia, principalmente nas pessoas atópicas, aparecendo
naquelas pessoas que trabalham com substâncias químicas, como dona de casa, cabeleireira. É
uma dermatite tempo e periodicidade dependente, ou seja, não acontecem no primeiro contato,
há um efeito cumulativo (irritação progressiva), e seu eczema é crônico, não sendo agudo como os
anteriores. Neste tipo de dermatite de contato relativo a resolução é lenta, ou seja, demora 2 a 3
meses para ter a restauração da pele provocada pelo dano da substância irritante. Normalmente,
é um eczema crônico, descamativo, com presença de edema, eritema e prurido.
○ Xerose / Eczemátide: acomete aquelas pessoas com pele mais seca, como os Atópicos, Idosos,
pessoas que tomam apenas Banhos quentes, associado ao uso excessivo de sabonetes e buchas,
começam a aparecer pequenas manchas brancas na pele, podendo descamar um pouco. Algumas
vezes é confundida com a presença de Giardia.
○ Dermatite de Contato Irritante Obstrutiva: faz parte das dermatites de contato, mas tem um
padrão clínico diferente dos eczemas. Neste tipo de dermatite de contato não é o habitual
(eritema, edema, crosta, prurido, descamação), apresenta um padrão clínico muito mais parecido
com uma acne, sendo Acneiforme e pustulosa. É frequente nos trabalhadores que utilizam graxas,
óleos, fibra de vidro, metais. Estas substâncias provocam oclusão dos folículos, provocando uma
reação irritativa na pele.
○ Dermatite de Contato Subjetiva: acomete as pessoas com pele sensível, relatando que tudo que
utiliza na pele provoca vermelhidão, provocando uma irritação da pele.
O tempo desse processo será de poucos dias para alérgenos com alto poder sensibilizante, podendo
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O tempo desse processo será de poucos dias para alérgenos com alto poder sensibilizante, podendo
levar anos para outros antígenos. Portanto, é esperado, na anamnese, que o paciente questione, de
certo modo, o diagnóstico, visto que sempre usou determinado produto e que nunca tece eczema. Em
geral, a hipersensibilidade adquirida persiste por toda a vida, embora, eventualmente, ocorra o
desenvolvimento de tolerância com a exposição continuada, havendo então a cura.
A substância em contato com a pele, provoca uma fase de Indução, onde ao penetrar na pele é
detectada pelas células de Langerhans, que vai fagocitá-la e levá-la ao linfonodo mais próximo,
permanecendo latente neste linfonodo por períodos variáveis. Como a reação não foi imediata, a pessoa
continua a utilizar a substância, sem que apareça qualquer tipo de quadro clínico. Com a continuidade
do uso, começa a fase de Elicitação, onde os Linfócitos T ativarão as interleucinas, TNF e todas as
substâncias inflamatórias da pele, momento em que aparece os eczemas.
Algumas substâncias tem maior tendência a provocar a dermatite alérgica de contato, ou seja, são mais
sensibilizantes, como o Sulfato de Níquel, que é um dos principais agentes desencadeantes da DAC.
Algumas medicações, também, são sensibilizantes, por isto o médico deve ter cuidado ao prescrever,
devendo conhecer as substâncias e quais seus efeitos.
Geralmente a reação da DAC é no local da exposição, mas como envolve o sistema imunológico, onde há
migração de linfócitos, a reação pode aparecer em outras partes do corpo, como também, pode ocorrer
por disseminação do alérgeno pelas mãos do paciente ao se coçar.
A DAC pode se apresentar de três formas, sempre com muito prurido: aguda (eritema, vesículas,
exsudação e crostas); Subagudas (eritema, pápulas, escamas e crostas); crônica (liquenificação).
Uma das principais substâncias que provocam a fotoalérgica são os anti-histamínicos tópicos (Ex.: uso de
Fenergan ou Prometazina ). Os antiinflamatórios tópicos (diclofenaco), perfumes e antimicóticos tópicos
(Vodol), também podem promover dermatite fotoalérgica
- Diagnóstico:
○ História Clínica:
○ Quadro Clínico:
Lesão sugestiva: Eczema agudo (eritema, edema, vesículas, prurido), subagudo (eitema,
pápulas, escamas e crostas) ou crônico (liquenificação);
Localização: é muito importante nas dermatites de contato, acontecendo nas áreas que
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Localização: é muito importante nas dermatites de contato, acontecendo nas áreas que
foram expostas e nas áreas Fotoexpostas.
Morfotopografia: é de grande ajuda no diagnóstico pois sugere o tipo de substância
utilizada. Uma lesão arredondada (morfologia) no dorso do punho esquerdo (topografia)
sugere DAC a algum constituinte da liga metálica do relógio, nos lóbulos auriculares, a
componentes dos brincos (níquel), nos seios os componentes do sutiã.
○ Teste de Contato: são úteis na identificação de substâncias às quais o indivíduo é alérgico. O teste
consiste na permanência do alérgeno suspeito durante 48 horas em contato com a apele do
paciente, quando então se avalia a reação provocada: nenhuma(negativo), eritema leve
(duvidoso), eritema (+), edema e/ou vesículas (++), reação intensa (+++) e reação por irritante
primário. Em caso negativo, recomenda-se a exposição à luz, pois esta pode potencializar algumas
das reações da DAC.
- Tratamento e Prevenção:
A primeira providência é afastar o agente causal e priorizar o tratamento de infecções secundárias
eventuais.
○ Evitar Contato
Encontrar o agente desencadeante
Resolução rápida na DCIP Absoluto
Resolução lenta na DCIP Relativo
Eczema agudo (vesículas, bolhas, crostas) pode-se utilizar compressas adstringentes
○ Ciclosporina
○ Metrotexato
○ Fototerapia
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Aula 24/02/2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
14:46 Dermatolo...
- TUMORES CUTÂNEOS
A maioria dos tumores malignos são provocados pela radiação solar.
- Radiação Solar
A luz solar é a principal fonte de radiação que nos envolve. Dentre seu espectro eletromagnético
encontramos a faixa da radiação ultravioleta (UV). Na radiação UV entramos os raios UVA, UVB e UVC.
Normalmente só escutamos falar nas radiação UVA e UVB, mas a UVC existe, sendo que a camada de
ozônio (O3) impede a chegada da radiação UVC, pois a vida é incompatível com a presença de UVC.
Página 18 de Dermatologia
○ Altitude: quanto mais alto, maior a radiação UV, porque há menos atmosfera para absorvê-la.
○ Poluição atmosférica: as nuvens diminuem muito pouco a radiação UV.
O comprimento de onda da radiação UVB é mais curta, por isto penetra pouco na pele, já o
comprimento de onda da radiação UVA é mais longo, o que permite uma maior penetração na camada
da pele.
- Lesões Pré-Malignas:
○ Queratose Solar ou Actínica
É a mais frequente das alterações pré-malignas, decorrente de uma proliferação de queratinócitos
aberrantes. Clinicamente se manifesta por pequenas máculas ou pápulas ceratósicas, duras e
ásperas, de coloração amarelada ou cor da pele. São mais percebidas quando se passa a mão
sobre elas, sentindo o local afetado como áspero. Estas lesões só aparecem em áreas expostas ao
sol. Os Lábios podem ser acometidos, principalmente naquelas pessoas tabagistas, formando uma
área branca, mais no lábio inferior (tem maior exposição ao sol), aumentando as chances de
neoplasias, sendo chamada de Queilite Actínica. A queratose actínica tem um risco 1/1000/1 ano
de evoluir para um Carcinoma Espinocelular (CEC).
Página 19 de Dermatologia
O Imiquimod é um imunomodulador que provoca uma exulceração da pele, conseguindo
destruir os queratinócitos aberrantes, mas atinge algumas células sadias, provocando
feridas, o que pode trazer receio ao paciente em utilizar a medicação. Para que isto não
ocorra o paciente deve ser bem orientado dos efeitos.
○ Doença de Bowen - DB
É outra patologia considerada pré-maligna, pode ser considerada um CEC intraepidérmico, ou
seja, já é um carcinoma espinocelular, sendo que se encontra na epiderme, não invadindo o tecido
dérmico.
É um carcinoma mais agressivo que os derivados de QA, geralmente é uma única lesão, sendo que
a lesão é maior do tipo eritematose, escamo-crostosa. Pode surgir em áreas não expostas a luz
solar, ou seja, não é exclusivamente causada pela luz solar.
Tratamento:
A evolução da DB para carcinoma espinocelular é mais frequente, cerca de 5% dos casos,
sendo o tratamento obrigatório quando diagnosticado, pois pode evoluir para o CEC.
○ Epidemiologia:
É a neoplasia mais frequente dentre os tumores epiteliais, 75% destas neoplasias são CBC.
Acomete mais pessoas de pele clara, raramente no negro, devido à proteção do pigmento quanto
à radiação solar, geralmente em adultos acima dos 40 anos, mas na literatura já se evidencia o
surgimento cada vez mais cedo, devido a grande exposição solar. Pode estar relacionado a outras
situações, como radioterapia (RxT) e compostos arsênicos. Mas o principal fator desencadeante
do CBC é a exposição solar.
○ Origem:
O CBC se origina das células da camada basal, por isto recebe o nome de basocelular. Devido a
uma agressão (radiação solar, RxT, arsênico) a célula da camada basal perde da capacidade de
diferenciação e queratinização para formar as demais camadas, crescendo de forma desordenada.
Página 20 de Dermatologia
diferenciação e queratinização para formar as demais camadas, crescendo de forma desordenada.
○ Comportamento:
Dentre as neoplasias de pele o CBC é o menos agressivo, pois tem capacidade de invasão local,
porém destrutiva, onde a metástase é rara ou inexistente. A ausência de metástase no CBC é a
regra, mas quando ocorre, se faz para os linfonodos, pulmão e ossos.
○ Manifestações Clínicas:
A localização se dá preferencialmente nos 2/3 superiores da face, sendo menos comum em tronco
e membros, não ocorre nas palmas, plantas e mucosas.
○ Tipos Clínicos:
Nódulo-Ulcerativo:
Trata-se de um nódulo, que com a progressão
ulcerou, sendo o tipo mais comum. Geralmente a
lesão inicial é uma Pápula (até 1cm) rósea perolada
que evolui para nódulo (1-3cm) e se não tratada,
evolui para uma ulceração.
Plano-Cicatricial:
Devido a seu aspecto plano, lembra uma cicatrização. É
relativamente superficial e cresce centrifugamente, de
modo que a parte central apresenta um aspecto cicatricial
e a periferia é sempre perolada. Ou seja, sua progressão é
em superfície, de forma centrífuga, dando um aspecto de
cicatrização central. Este tipo de lesão faz diagnóstico
diferencial com a Doença de Bowen (pré-maligna)
Vegetante:
Esclerodermiforme:
Também conhecido por Fibrosante ou Morféia-símile. Forma uma
placa escleroatrófica, endurecida, assemelhando-se a uma placa de
esclerodermia, com bordos mal definidos, a superfície é lisa e
brilhante, de cor amarelada. A palpação, sente-se certo grau de
dureza devido à fibrose. É uma forma rara, de limites pouco
definidos e infiltrativa. É altamente recidivante. Sendo uma lesão
que nunca ulcera.
Página 21 de Dermatologia
Superficial ou Pagetóide:
A lesão é uma placa eritêmato-escamosa, que algumas vezes se
confunde com o plano-cicatricial, mas neste visualiza-se
escamas, seus bordos são irregulares. É mais frequente no
tronco. É a apresentação do CBC própria dos pacientes
submetidos a RxT. Também faz diagnóstico diferencial com a
Doença de Bowen.
Pigmentado:
Trata-se de uma lesão papulosa, globosa ou
ulcerada, ou seja, geralmente a lesão é do tipo
nódulo-ulcerado, com grande quantidade de
melanina, tendo uma pigmentação variável, o que
permite certa confusão com Melanoma
(Diagnóstico diferencial). É mais comum em negros.
○ Diagnóstico Diferencial:
O diagnóstico diferencial, obviamente, depende da forma clínica, onde ao olhar a lesão tentar
verificar com que tipo de lesão se parece.
○ Tratamento do CBC:
Há vários métodos terapêuticos, vai depender do tamanho, localização e profundidade.
Geralmente o tratamento de escolha é retirar o tumor, só não fazendo se existir outro motivo,
como em um paciente muito idoso, com presença de outras comorbidades.
Curetagem + eletro: se a lesão for até 1,5 cm
Crioterapia: CBC superficial ou em cartilagens
Cirurgia micrográfica de Mohs: para CBC esclerodermiforme, se retira a lesão de forma
parcial, verificando microscopicamente se toda lesão foi retirada, caso ainda tenha algum
traço de lesão, se faz mais um corte de espessura micrográfica, verificando novamente, até
que não exista mais nenhuma lesão no tecido.
Excisão e sutura: tumores maiores
Outras opções:
□ Imiquimod: em lesões primárias, pequenas e superficiais
□ Radioterapia: não mais usada
○ Prognóstico do CBC:
Excelente
Reservado nos casos de longa duração e em imunodepressão
Página 22 de Dermatologia
- Carcinoma Espinocelular (CEC)
Pode ser chamado de Epidermóide ou de Células Escamosas. É uma neoplasia maligna, com capacidade
de invasão local e de metastatizar, originária das células epiteliais do tegumento (pele e mucosa), com
certo grau, maior ou menor, de diferenciação no sentido da ceratinização, são exceções a este último
aspecto os CEC altamente indiferenciados.
Este tumor é originado de proliferação atípica de células supra-basais (camada espinhosas), muitas
vezes devido a uma exposição solar cumulativa. Representa 15% das neoplasias cutâneas, sua
freqüência é menor do que o CBC, mais comuns em homens, e geralmente acima dos 50 anos (mais
tardio do que CBC).
Pode surgir em pele normal, mas frequentemente surge a partir de lesões percussoras, que pode ser:
○ Queratose Actínica ou leucoplasia
○ Doença de Bowen
○ Úlceras crônicas
○ Cicatrizes de queimadura
Que se instale em pele são, quer em pele previamente comprometida, a lesão inicial surge como uma
pequena pápula com certo grau de ceratose. Seu crescimento é mais rápido do que nos CBCs. Como
resultado, aparecem lesões ulceradas de crescimento contínuo, ulcerovegetantes, vegetações
verrucosas (secas) ou condilomatosas (úmidas), infiltrações e, menos frequente, nódulos.
○ Manifestações Clínicas:
Locais mais frequentes: são as áreas mais expostas ao sol, sobretudo face (1/3 inferior) e
dorso das mãos. Aparecendo em:
□ Lábio inferior
□ Orelhas
□ Face
□ Dorso das mãos
□ Genitália externa
Mucosas:
□ Leucoplasia que infiltra
□ Lesão vegetante
Em geral e com certo valor prático, verifica-se que os carcinomas acima de uma linha que vai da
comissura labial ao lóbulo da orelha são CBCs, enquanto os baixo são CEC; ao contrário dos CBCs,
os CECs localizam-se, com certa freqüência, em mucosas e semimucosas (boca, lábio inferior,
glande e vulva).
○ Carcinoma Verrucoso
Há um subtipo especial de CEC, chamado de Carcinoma Verrucoso. Trata-se de um CEC de baixa
malignidade capaz de causar raramente metástases para linfonodos regionais. É de evolução
lenta, inicialmente exofítico, verrucoso, que acaba por invadir em profundidade os tecidos
subjacentes.
Variante de CEC de baixo grau
Evolução lenta
Aspecto Anatomopatológico relativamente benigno
Página 23 de Dermatologia
Aspecto Anatomopatológico relativamente benigno
Localizações: Planta do pé, região genital e cavidade oral.
□ Planta do Pé (chamado de Epitelioma cuniculatum)
□ Genital (Condiloma Acuminado Gigante de Buschke-Leowenstein): mais frequente na
região peniana, mas pode ocorrer em outras regiões genitais.
□ Cavidade oral (Papilomatose oral florida): ocorre mais na mucosa geniana, mas
também na laringe, faringe, etc.
○ Evolução:
A evolução do CEC é lenta, porém bem mais rápida que a do CBC. Seu prognóstico é mais grave
que do CBC, em virtude de possibilidade, mais cedo ou mais tarde, de metastatização.
A Metástase surge em 0,5-6% dos casos, sendo mais frequentes em mucosas, orelhas, dorso das
mãos e cicatrizes de queimadura. São raras quando o CEC surge de Queratose Actínica.
○ Diagnóstico Diferencial:
CBC
DB
Ceratoacantoma
Melanoma amelanótico (não pigmentado): lesão grande e
vegetante
- Melanoma:
O Melanoma é um tumor maligno originário dos melanócitos, em geral de sítio primário cutâneo, porém
podendo, eventualmente, surgir em outras áreas (mucosa, olho, coróide, etc). Caracterizam-se pelo seu
potencial metastático e conseqüente letalidade.
Apesar de ser mais raro, é o mais agressivo dos tumores cutâneos, se originam dos melanócitos (o CBC e
Página 24 de Dermatologia
Apesar de ser mais raro, é o mais agressivo dos tumores cutâneos, se originam dos melanócitos (o CBC e
CEC são originários dos queratinócitos), é altamente letal, tem baixa incidência, mas pode acontecer em
pessoas jovens (20-50 anos). Mais comum em fenótipo claro, sendo raro em negros (nestes, a
localização frequente é palmoplantar).
○ Etiopatogenia:
Diferente do que ocorre com o outros tipos de carcinoma, que tem relação com a exposição solar
cumulativa e crônica. O melanoma se relaciona com as exposição agudas e intermitentes. Ou seja,
a exposição solar exagerada (Raios UV), com queimadura, sobretudo a intermitente, é fator
importante.
Tem fatores genéticos com freqüência de até 5x para parentes de 1º grau. É um tumor que pode
surgir a partir de um sinal (Síndrome do Nevo Displásico), na histologia, em cerca de 30% dos
melanomas, há características névicas remanescentes.
○ Formas Clínico-Patológicas:
O melanoma pode advir de lesão preexistente ou surgir inicialmente em pele sadia. Há 4 tipos de
melanoma: Lentigo Maligno; Melanoma Extensivo Superficial; Melanoma nodular; Melanoma
Acral.
Página 25 de Dermatologia
muito mais difícil.
○ Diagnóstico:
São pontos importantes: (1) aparecimento, ab initio, de manchas ou nódulos de crescimento
rápido; (2) alterações de cor e tamanho de nevos preexistentes; (3) presença de sintomatologia.
Página 26 de Dermatologia
Breslow informa a espessura (profundidade) do tumor
○ Diagnóstico Diferencial:
CBC Pigmentado
Nevos melanocíticos
Queratose seborréica
Granuloma piogênico
Melanoníquia estriada
Hematoma subungueal
○ Metástases:
A evolução do melanoma pode ser arrastada, como no melanoma do lentigo maligno, ou rápida,
como no nodular. A metástase é extremamente comum, geralmente, no diagnóstico já existe
metástase. Podendo ser classificada em alguns tipos:
Local: até 2 cm da cicatriz
Em Trânsito: a partir de 2 cm da cicatriz em direção ao linfonodo mais próximo
Regional: acometimento do linfonodo
Sistêmica: pele, pulmão, cérebro ou SNC, fígado e ossos
○ Tratamento:
Toda abordagem terapêutica do melanoma cutâneo é baseada no seu estadiamento.
Ressecção cirúrgica com margem
Linfonodo sentinela: a pesquisa do linfonodo sentinela é uma importante ferramenta para o
estadiamento do melanoma, porém não há comprovação de aumento na sobrevida do
paciente, mas há melhora na qualidade de vida do paciente. A drenagem do linfonodo
sentinela deverá ser feita quando:
□ Breslow ≥ 0,76 mm, Clark IV/V ou índice de mitose diferente de zero
□ Se positivo - retirar
Terapia adjuvante
○ Prognóstico: o prognóstico é tanto pior quanto mais demorado for o início da terapêutica, devido
à precocidade de metástase.
Fatores de mau prognóstico
□ Idade avançada
□ Breslow Avançado
□ Localização axial
□ Sexo masculino
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Aula 10/03/2014
segunda-feira, 10 de março de 2014
22:28 Dermatologi
a - 10-03-2...
- MICOSES SUPERFICIAIS
- Conceito:
São doenças provocadas por fungos localizados na epiderme e anexos (pêlos, unhas e mucosas),
podendo ser invasivo. Nos pacientes imunocompetentes tem comportamento de micose superficiais,
pois só atingem as camadas mais superficiais da pele, principalmente a epiderme, ficando as vezes,
apenas na camada córnea (mais superficial). Aparecem com mais frequência nos ambulatórios de
dermatologia.
- Classificação:
○ Ceratofitoses: são as mais superficiais de todas as micoses, não acometendo nenhum anexo da
pele, exceto os pêlos.
○ Dermatofitoses: pode acometer pele e anexos, um pouco mais aprofundada.
○ Candidíase: além da pele e anexos, pode acometer as mucosas.
- Ceratofitoses:
É considerada um Protótipo das micoses superficiais pois são causadas por fungos comensais que se
alimentam de resto de pele, sendo mais comum em adolescentes e adultos jovens, pelo aparecimento
de sebo, e menos frequente em crianças e idosos.
Sem fenômenos de hipersensibilidade por conta da adaptação dos fungos como comensais. Como é
uma micose superficial a ação fúngica ocorre na camada córnea e nos pêlos.
É causada por fungos do gênero Malassesia, a M. furfur é considerada o agente etiológico da PV,
ou seja, é a que vai causar a doença. Tem elevada frequência na Pele glabra (sem pêlos e rica em
glândulas sebáceas) e couro cabeludo.
A M.furfur é uma levedura oportunista, pois se aproveita da oleosidade da pele e dos restos de
pele existentes para parasitar de forma lenta, em certa harmonia com o hospedeiro.
Clínica:
□ Lesões inicialmente arredondadas, bem delimitadas, em geral hipocrômicas e
descamativas, mas pode ser hipercrômicas ou eritematosas, daí o nome versicolor
(pode ser hipo, hipercrômica ou eritematosas).
□ Prurido após exposição solar quando eritematosas.
□ Localiza-se mais na metade superior do tronco e braços por existir mais glândulas
sebáceas, mas pode ocorrer em outras áreas.
Página 28 de Dermatologia
□ Exame Direto: pode-se fazer uma manobra chamada de Sinal da Unha e Sinal de
Zileri, onde se estica a lesão e passa a unha, aparecem escamas furfuráceas, quando a
pele está seca.
Pode-se retirar um pedaço da lesão, com um fita durex, e colocar em uma lâmina,
onde vai apresentar uma imagem dos fungos que se assemelha a "Espaguete com
Almôndegas".
Tratamento:
□ Tópicos: para formas localizadas
Shampoos com Sulfeto de Selênio a 2,5%, soluções ou loções com Cetoconazol
a 2% e outros derivados de imidazólicos à 1%. Tratamento varia de 3 a 4
semanas (1 mês), podendo apresentar hipocromia residual.
Uso de buchas de banho é eficaz para eliminar o fungo.
Realizar novo tratamento em 2 meses para evitar recidivas.
○ Tinha Nigra:
Ceratofitose rara, ocorre mais em crianças do sexo feminino, nas zonas tropicais e
subtropicais.
□ Fungo filamentoso preto - Phaeoannellomyces werrneckii
Clínica:
□ Mancha preta, de pequenas dimensões, localizadas na região palmar, plantar ou
bordas dos dedos.
Envolvida com a Hiper-hidrose
Hifas prestas septadas
Diagnóstico Diferencial com melanoma, que é mais escuro.
Tratamento com Antifúngicos tópicos com cura em poucos dias.
- Dermatofitoses:
São Parasitas da queratina da pele, pêlos, cabelos e unhas, se aprofunda um pouco mais que a
Ceratofitose. São fungos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton. Dentre estes
gêneros existem várias espécies, porém apenas 12 espécies infectando o homem. São fungos que
transmitem a doença na forma assexuada.
Tem distribuição universal, sendo mais prevalente nos locais de clima quente e úmido. Tem
envolvimento da Imunidade celular e humoral, contra esse fungos.
Gênero:
Página 29 de Dermatologia
○ Gênero:
Microsporum: localização preferencial no couro cabeludo e pele glabra, raramente acomete
unhas.
Trichophyton: produz quase todos os quadros clínicos de dermatofitoses, com resistência a
certos tratamentos.
Epidermophyton: só tem espécie patogênica para o homem. O E. floccosum tem preferência
pelas dobras e pés, unhas e tronco, porém, nunca o couro cabeludo e barba.
○ Fontes de infecção: o homem, determinados animais (cão, gato, porco, gado, etc.) e o solo.
○ Possuem a queratinase que a invasão da camada córnea, mas lá ficariam restritos por um
bloqueio devido à presença de fatores naturais fungistáticos séricos que impedem a sua
penetração no organismo.
Fatores naturais fungistáticos:
□ a2-macroglobulina e
□ transferrina insaturada
○ Clínica:
A exuberância das lesões depende do grau de sensibilidade individual e do tipo de dermatófito em
questão, neste sentido, os dermatófitos foram divididos em três grupos conforme seu habitat
natural:
Antropofílicos: adaptados ao homem, produzem pouca ou nenhuma hipersensibilidade.
Geofílicos: provoca quadros inflamatórios e exuberantes, tendendo a cura espontânea.
Zoofílicos: provoca quadros inflamatórios e exuberantes, tendendo a cura espontânea.
Quérion
Página 30 de Dermatologia
○ Tinha cruris: é uma dermatofitose marginada,
caracterizado por lesão eritematoescamosa, a partir
da prega inguinal, avançando sobre a coxa, com
nitidez de borda (daí o nome marginada), pode
invadir o períneo, nádegas e região pubiana. É muito
pruriginosa e a liquenificação é frequente.
○ Tinha da barba: acomete a barba em pacientes adultos do sexo masculino, faz diagnóstico
diferencial com a dermatite seborréica.
○ Tinha da Face: tem asapecto peculiar e, às vezes, de difícil diagnóstico. São lesões
eritematoescamosas de crescimento centrífugo, as vezes com disposição em asa de borboleta,
lembrando o lúpus e a dermatite seborréica. Em geral o prurido é discreto. Faz diagnóstico
diferencial com dermatite de contato, dermatite atópica, hanseníase.
○ Tratamento: a conduta terapêutica varia com a forma clínica. Processos inflamatórios mais
intensos são devidos a espécies zoofílicas e geofílicas, e são de fácil tratamento, podendo haver
mesmo cura espontânea, ao contrário das infecções causadas pelos fungos Antroporfílicos, que
podem ser crônicas e recorrentes.
a) Tratamento Tópico:
□ Terbinafina à 1% e imidazólicos tópicos 1 a 2x ao dia creme ou loções 6 a 8 semanas
□ Amorofilina à 0,025% (droga de escolha até mesmo em crianças acima de 10Kg) e
□ Ciclopiroxolamina à 8% em esmaltes 1 a 2x por semana
Página 31 de Dermatologia
□ Ciclopiroxolamina à 8% em esmaltes 1 a 2x por semana
b) Sistêmico: não dispensa o tratamento tópico. Obrigatório nos casos de tinea capitis, tinea
corporis exntensa, tinea pedis crônica e onicomicoses com acometimento maior que 50% da
superfície ungueal. O tempo de tratamento varia conforme o tipo e a extensão da tinea.
□ Griseofulvina 15 a 20mg/kg/dia tinha microspórica do couro cabeludo 6-12 sem.
□ Terbinafina 250mg/dia(>10kg)
□ Fluconazol 150mg/semana(> 6m de vida)
□ Itraconazol 100mg/dia
- Candidíase:
Micose produzida pela Cândida albican, sendo um fungo oportunista. Compromete a pele, mucosa e
unhas, isolada ou conjuntamente.
Mais comum em recém-natos, idosos e imunodeprimidos. Pode ocorrer em certas profissões que lidam
com água (domésticos, lavadeiras, cozinheiros, enfermeiros, lavadores de pratos). A candidíase é
definidora de AIDS se acometer a mucosa esofagiana e vias aéreas superiores.
Em condições normais, o Fator sérico natural anticândida dificulta a invasão do fungo da cândida.
Lembrando que a Candida albicans existe normalmente com saprófita no tubo gastrointestinal e na
mucosa vaginal.
○ Clínica:
• Candidíase Intertriginosa: atinge as dobas Balanite e Vulvaginite: são lesões erosivas
naturais (axilares, mamárias, interdigital), esbranquiçadas, úmidas e pruriginosas, na
com lesões erosivas, fissurais, úmidas, vagina e sulco balanoprepucial. Corrimento
pruriginosa, até mesmo com pústulas esbranquiçado vaginal é característico; não
abacterianas. ocorre em circuncidados. Podem ser
adquiridas por contato sexual.
Dermatite de Fraldas:
○ Diagnóstico: é clínico
Exame direto: é fundamental o achado de hifas finas ou pseudo-hifas para confirmação
diagnóstica. A simples presença de blastosporos (esporos arredondados) significa apenas
Página 32 de Dermatologia
diagnóstica. A simples presença de blastosporos (esporos arredondados) significa apenas
colonização, não sendo necessário tratar.
Página 33 de Dermatologia
Aula 17/03/2014
terça-feira, 18 de março de 2014
08:51 Dermatolo...
- DERMATITE ATÓPICA
- Atopia
Histórico Pessoal %
DA 30,7
Alergias Respiratórias Concomitantes 69,3
DA + Rinite 34,7
DA + Asma 9,5
DA + Asma + Rinite 25,5
- Aumento da incidência:
Entre 10-15% das crianças são atópicas, e cerca de 1% das consultas pediátricas estão relacionadas a
atopia. Nos dias atuais há maior número de atópicos não só pelo aumento deste tipo de enfermidade,
mas também pelo diagnóstico mais preciso e precoce, sendo um dos fatores mais importantes na vida
moderna com mais presença de poluição, estresse emocional, dieta, conservantes, dentre outros
fatores que contribuem para o aumento das atopias podemos citar o excesso de higiene, a maior
permanência em ambientes fechados e um menor tempo de aleitamento materno.
Crianças que vivem em zonas rurais, onde há uma maior tolerância em relação a limpeza, existe uma
menor incidência de atopias, ao contrario do que ocorre na zona urbana, onde a incidência aumenta.
As dermatites atópicas são umas das poucas patologias que estão mais presente nas classes sociais mais
elevadas, provavelmente pelo já relatado acima, havendo mais preocupação com a higiene, o estresse,
alimentação industrializada e outros.
Durante a infância a dermatite atópica é mais frequente no sexo masculino, porém, na vida adulta o
sexo feminino fica mais predominante.
○ Masculino > Feminino - infância
○ Feminino > Masculino - vida adulta
O frio é um fator importante para o aumento na incidência da dermatite atópica. Nota-se que todas as
atopias pioram com o frio, pois faz um maior ressecamento da pele, que é um dos motivos da
etiopatogenia da dermatite atópica. Não se pode esquecer que os casos de atopias alteram a qualidade
de vida do paciente juntamente com toda sua família, tendo influência no sono, no rendimento escolar,
altera a parte social, pois há presença de feridas no corpo.
Página 34 de Dermatologia
- Etiopatogenia:
A DA é multifatorial, não sabendo ao certo porque a pessoa é atópica. Múltiplos fatores parecem fazer
parte de um complexo mecanismo.
Nenhum dos pais com DA
○ Fatores Genéticos: os fatores genéticos são muito
importantes. A ocorrência de história familiar de
atopia em até 70% dos casos de DA assegura o Probabilidade de DA: 19%
caráter hereditário, sendo provavelmente de
herança poligênica. Um dos pais com DA
Herança complexa e poligênica
Concordância em gêmeos homozigotos -
86% Probabilidade de DA: 56%
Estudos com gêmeos univitelínicos e transplante de medula têm confirmado a importância dos
fatores genéticos na etiopatogenia da DA.
Página 35 de Dermatologia
Xerose: caracterizada por uma diminuição da secreção sebácea com redução do número e
tamanho das glândulas sebáceas.
Alguns pacientes apresentam aumento de IgG, específica para β-Lactoglobulina, e diminuições nos
níveis de IgA sérica no início da vida.
Assim, um indivíduo que tem predisposição genética para DA, com alteração na função da barreira
epidérmica associada a disfunção imune tem maior tendência a apresentar DA.
- Infecções Cutâneas: O atópico é mais sensível a apresentar infecções cutâneas virais, fúngicas e
bacterianas.
○ Virais:
Molusco Contagioso: é o exemplo clássico da infecção cutânea no atópico, sendo muito
frequente.
Herpes Simples: apresenta-se como superantígeno
Verrugas:
Bacterianas: os atópicos tem exacerbação das lesões cutâneas associadas com infecção pelo S.
Página 36 de Dermatologia
○ Bacterianas: os atópicos tem exacerbação das lesões cutâneas associadas com infecção pelo S.
aureus (superantígeno). A colonização da pele por esta bactéria foi encontrada em 93% das lesões
ativas, o que provoca um processo inflamatório iniciado pela ativação dos linfócitos T, agravando
o processo eczematoso inicial.
- Quadro Clínico:
A DA é uma dermatose crônica de evolução flutuante, podendo ocorrer em qualquer idade a partir do
3º mês de vida. O prurido é intenso e está sempre presente. Sua morfologia e distribuição variam com a
idade, tendendo a ser mais exsudativa na primeira infância e liquenificada nas faixas etárias mais
avançadas. Ou seja, na DA apresentará Prurido Intenso + Xerose Cutânea + Lesões Eczematosas.
Tende-se a dividir a DA nas seguintes fases, com apresentações típicas de cada fase:
○ Eczema Infantil: em Lactentes (< 2 anos), apresenta áreas eritematocrostosas, inicialmente nas
regiões malares, disseminando-se para o couro cabeludo, pescoço, fronte, punhos, extensão dos
membros e área de fraldas. Sendo mais frequente na Face e extensões dos membros.
○ Eczema Pré-Puberal / Infância: Infância (> 2 anos), há resolução espontânea em alguns casos,
havendo um acometimento da Face em menor grau, começando a aparecer mais nas partes das
Flexuras.
- Diagnóstico: é basicamente clínico, corroborado por uma história pessoal e familiar de atopia
(eosinofilia, elevação de IgE sérica). Os critérios de Hanifin e Rajka permite definir o diagnóstico de DA,
devendo ter 3 ou mais critérios maiores e 3 ou mais critérios menores.
Página 37 de Dermatologia
- Tratamento: o principal objetivo no tratamento é evitar a coçadura, a xerodermia e afastar os fatores
agravantes ou desencadeantes.
○ Cuidados Gerais:
Orientação: esclarecer que é uma enfermidade que não tem cura, mas tem controle pelo
correto tratamento, onde as lesões podem voltar.
□ Banhos: de preferência frio, os banhos quentes devem ser evitados, quando
necessários devem ser rápidos. O sabonete deve ser neutro e hidratante. Não utilizar
buchas.
□ Vestuário: a roupa deve ser de algodão e folgada, sem serigrafia ou pinturas. Não
lavar com amaciantes.
□ Ambiente: ventilado e limpo, evitando o suor, não pode ser frio para não ressecar a
pele.
□ Alimentos: as dietas restritivas só devem ser inseridas quando menores de 2 anos de
idade.
□ Apoio Psicológico:
○ Restaurar Barreira Cutânea (Hidratação): deve ser realizada a hidratação da pele com emolientes
ou umectantes, sem cheiros ou conservantes. Os umectantes são mais poderosos para reter a
água na pele, mas podem causar mais irritações na pele. Já os emolientes são mais gostosos de se
passar na pele, mas nem sempre são tão eficazes como os umectantes. Assim, o hidratante deve
ser um produto equilibrado que contenha umectantes e emolientes.
○ Combate a Inflamação:
Corticosteróides tópicos: como a DA é uma doença imunomediada, os corticóides, que são
imunossupressores, são os mais utilizados para diminuir o quadro inflamatório. Devendo ter
o devido cuidado com os efeitos colaterais. O tipo de corticóide depende da:
□ Potência □ Local na pele
□ Idade □ Desmame
Imunomoduladores tópicos: são medicamentos caros, não sendo muito acessíveis as classes
mais pobres. Atuam de maneira semelhante aos corticóides, tendo ação antiinflamatória e
Página 38 de Dermatologia
mais pobres. Atuam de maneira semelhante aos corticóides, tendo ação antiinflamatória e
inibindo a liberação de interleucinas de maneira mais seletiva e sem os efeitos colaterais dos
corticóides.
□ Tacrolimus
□ Pimecrolimus
Alcatrões:
○ Adjuvantes:
Antibióticos: utiliza-se para evitar infecção pelos S.aureus. Pode-se utilizar antibióticos
tópicos e sistêmicos.
Anti-histamínicos: para um maior controle do prurido. São úteis por sua ação periférica e
ação sedativa central, especialmente a noite, por isto o anti-histamínico escolhido deve ser
o de 1ª geração. A Prometazina deve ser evitada por ter elevado efeito sedativo.
○ Casos Refratários:
Fototerapia: UVB é mais indicada
Imunomoduladores Sistêmicos: os corticóides sistêmicos devem ser evitados, pois pode
haver o efeito rebote.
□ Talidomida
□ IFN-γ
□ IVIG
Imunossupressores:
□ Ciclosporina
□ Metotrexato (MTX)
□ Micofenolato Mofetil
□ Corticóides sistêmicos
Internação: para os casos mais graves.
- Diagnósticos Diferenciais:
○ Dermatite Seborreica
○ Dermatite de Contato
○ Eczema Numular
○ Escabiose
○ Psoríase (principalmente palmoplantar)
○ Dermatite Herpetiforme
○ Doença de Darier
Página 39 de Dermatologia
Aula 24/03/2014
terça-feira, 25 de março de 2014
07:10 Dermatolo...
- HANSENÍASE
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, atingindo
preferencialmente pele e/ou nervos periféricos. A doença pode atingir praticamente todos os órgãos e
sistemas onde haja macrófagos, exceto o sistema nervoso central. Evolui de forma crônica, podendo
apresentar períodos de agudização denominados "reações".
Em 1985 existiam 19 casos para cada 10 mil habitantes, em 2005 houve uma redução significativa onde
este número caiu para 4,68 casos a cada 10 mil habitantes. Esta redução se deve a um diagnóstico mais
precoce e a evolução das drogas para tratamento, mas a hanseníase continua sendo um problema de
saúde pública no Brasil.
O perfil epidemiológico da hanseníase mostra que praticamente não há predileção por sexo (55%
homens e 45% mulheres) e a incidência é maior entre 20-29 anos e 40-49 anos.
O objetivo epidemiológico em todos os municípios é que o número de casos fique menor que 1 por 10
mil habitantes em 2010, praticamente erradicando a hanseníase, mas ainda não se conseguiu atingir
esta meta, onde a média nacional é de 1,56 casos / 10 mil habitantes. Na Paraíba em 2010 surgiram
2.795 novos casos.
- Etiologia:
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, um bacilo álcool
ácido resistente (BAAR), da mesma família do micobacterium
tuberculosis. O M.leprae é um parasita intracelular obrigatório de
macrófagos e apresenta tropismo pelas células de Schwann. Os
bacilos podem ser observados isolado ou em Globias (aderidos uns
aos outros por uma substância denominada gléia).
A transmissão se dá principalmente pelas vias aéreas, mas alguns casos podem ser por erosões na pele
(não é consenso). Assim a transmissão se faz pelo contágio direto, embora haja a possibilidade de se
processar por método indireto (objetos contaminados, vetores).
O período de incubação é muito longo, cerca de 2 a 7 anos, tornando mais difícil o controle
epidemiológico. Tendendo a forma Tuberculóide ser mais precoce, pois as manifestações clínicas são
decorrentes da imunidade celular ativa.
- Imunologia:
Existe uma correlação entre a imunidade específica e as formas clínicas que o paciente pode apresentar.
Quando a imunidade celular está preservada o paciente desenvolve a forma benigna; se a imunidade
celular estiver deprimida com exaltação da imunidade humoral o paciente desenvolve a forma grave da
doença. Lembrar que esta imunidade celular é específica contra o bacilo M.leprae, e não imunidade
celular geral. Ou seja, deverá haver uma imunossucetibilidade específica para o bacilo.
Página 40 de Dermatologia
celular geral. Ou seja, deverá haver uma imunossucetibilidade específica para o bacilo.
○ Imunidade celular preservada = forma benigna
○ Imunidade celular deprimida com exaltação da imunidade humoral = forma grave
O desenvolvimento ou não da doença se deve a resistência natural, chamada de Fator N, devendo ter
uma predisposição genética. Cerca de 80-95% tem uma resistência natural contra o bacilo e não
desenvolvem a doença. A capacidade de resistência à infecção baseia-se na capacidade de os
macrófagos lisar ou não o bacilo.
Após atravessar a barreira tegumentar os bacilos são fagocitados pelos macrófagos. Estes macrófagos
ativados produzem IL-1, IL-12 e TNF, que atuam nos linfócitos CD4+.
Se a subpopulação estimulada for de perfil Th1, vai haver a produção de IL2 e INF-γ, que estimulam a
produção de TNF-α, desenvolvendo a forma benigna, chamada de Hanseníase Tuberculóide (HT). Mas se
for estimulada a subpopulação de perfil Th2, haverá produção de IL4 e inibição do INF-γ, não
estimulando o TNF-α, impedindo a efetividade macrofágica do paciente, além disso, haverá um
aumento de IL-10, fazendo com que haja um aumento dos Linfócitos B, desenvolvendo a forma da
Hanseníase Virchowiana (HV). A genética é quem vai determinar uma maior estimulação do Th1 ou do
Th2, por isto que a resistência é natural.
○ Tuberculóide
Th1 = IL2, IL-12 e INF-γ >> TNF-α
○ Virchowiano
Th2 = IL4, IL-6 - inibe INF-γ >> TNF-α
IL10 - ativa linfócitos B
Naqueles pacientes imunologicamente mais instáveis pode se desenvolver uma outra forma clínica, a
Hanseníase Dimorfa ou Boderline (HD).
A Imunidade humoral não tem muita importância específica para Hanseníase, pois os anticorpos
desenvolvidos não tem capacidade de matar o bacilo. Mas o paciente apresenta anticorpos específicos
contra o M.leprae, como o anti-PGL-1, e um quadro reacional inespecífico é demonstrado pela presença
de anticorpos como antilipídicos, fator reumatóide, antiestreptolisina O, fator antinucleares, dentre
outros.
○ Específica: anti-PGL-1 (Lípideo da Parede Celular)
Tuberculóide: títulos baixos de anti-PGL-1
Virchowiano: títulos altos de anti-PGL-1
○ Inespecífica: VDRL, FR, ASO, FAN e níveis elevados de Imunoglobulinas
Se o paciente apresenta altos níveis de anti-PGL-1 é sinal que tem múltiplos bacilos, onde a doença é
mais agressiva (HV).
- Patogenia:
Após a infecção pelo bacilo M.leprae
INFECÇÃO PELO BH DOENÇA
da Hanseníase, a maioria dos SUBCLÍNICA
indíviduos cursam para uma cura
espontânea, onde o sistema
macrofágico é efetivo, conseguindo MHI
destruir o bacilo. Uma outra parte vai CURA
apresentar uma doença subclínica, ESPONTÂNEA
70%
destes a maioria também evolui para
cura espontânea, uma pequena parte CURA
30%
vai desenvolver a doença do Mal de ESPONTÂNEA
Página 41 de Dermatologia
- Formas Clínicas / Manifestações Cutâneas:
Na hanseníase predomina lesões na pele e/ou nervos periféricos. No entanto, a doença é sistêmica e
pode acometer vários outros órgãos.
○ Hanseníase Indeterminada (HI): é o tipo mais comum e mais conhecido, onde o paciente
apresenta manchas hipocrômicas ou eritêmato-hipocrômicas, de formato circular ou ovalar, com
bordas bem ou mal definidas, com presença de Hipoestesia, que pode evoluir para anestésica.
Além da mancha e da hipoestesia o paciente pode aparesentar alopecia parcial ou total na área
acometida e redução da sudorese. Normalmente são poucas lesões. Não tem localização
prefeencial, mas em crianças é comum na face e MMII.
O principal diagnóstico diferencial deve ser feito com as Tinhas, onde estas apresentam pruridos e
descamações.
○ Hanseníase Dimorfa ou Boderline (HD ou HB): são lesões intermediárias (entre a Tuberculóide e a
Virchowiana), as lesões são infiltradas, eritêmato-acastanhadas (varia do eritema à ferrugínea),
com formatos anulares e com a borda interna nítida e a externa apagada (em “queijo suiço”),
chamada de Fóvea. Tem um comprometimento assimétrico dos nervos. E a instabilidade
imunológica faz com que as Reações sejam mais frequentes.
ESPESSAMENTO FÓVEA
MHBT NEURAL
Página 42 de Dermatologia
○ Hanseníase Virchowiana ou Lepromatosa (HV): apresentam lesões eritêmato-infiltradas com
limites externos pouco nítidos. As lesões podem ser com freqüência do tipo Tubérculos e nódulos
(Hansenomas), em geral são lesões simétricas e difusas (por todo corpo). Na face, as infiltrações
produzem a chamada “Fácies leonina ”, Os pavilhões auriculares, sobretudo os lóbulos,
apresentam-se infiltrados, com presença de Madarose (queda dos 1/3 externo dos supercílios)
bilateral. A anestesia é bilateral, mais tardia e mais intensa, sendo mais localizada dita “em luva”
ou “em bota”. É comum a polineurite simétrica (vários nervos simétricos). As mucosas nasal,
orofaríngea e ocular apresentam-se infiltradas. Pode haver adenopatia e comprometimento de
outros órgãos (laringe, testículos, baço, fígado, etc.).
HANSENOMAS
HV NA PLANTA MADAROSE
Lepra é um termo derivado da palavra leão, pois a face do paciente se apresenta com uma forma
assemelhada a face leonina, com sobrancelhas e rosto inchado. O termo lepra traz muito estigma
ao paciente, devendo ser evitado.
- Reações Hansênicas:
As reações são fenômenos agudos que interrompem a evolução de doença crônica e refletem o
processo inflamatório imunomediado, envolvendo distintos mecanismos de hipersensibilidade. Estes
eventos reacionais podem incidir em qualquer uma das formas clínicas, exceto na hanseníase
indeterminada. As reações podem ocorrer devido a uma alteração na imunidade humoral (reação tipo 2)
ou a um súbito aumento da imunidade mediada por células (reação tipo 1).
Se for perguntado qual a forma que mais acontece reações hansênicas dizer que é a Difusa ou
Boderline.
Pode aparecer sintomas e manifestações extracutâneas como febre, artralgias, edema nas mãos e
Página 43 de Dermatologia
Pode aparecer sintomas e manifestações extracutâneas como febre, artralgias, edema nas mãos e
pés, dor e espessamento neural. Pode haver necrose tecidual e trombose com vasculite.
O acometimento neurológico ocorre em qualquer das formas clínicas da hanseníase, mas na forma
indeterminada não é observado distúrbios motores e tróficos, que constituem as alterações mais tardias
da doença.
GARRA MEDIANO –
ULNAR OU CUBITAL GARRA CUBITAL MEDIANO CUBITAL
○ Nervo Radial: lesado a posteriori, há perda da ○ Nervo Ciático Poplíteo Externo (CPE):
força na mão e no punho e a falta de compromete a musculatura dorsoflexora do
sustentação da mão (mão caída). pé (pé tambante-marcha escarvane).
○ Nervo Tibial Posterior: ocasiona a garra dos ○ Nervo Auricular e Facial: há espessamento
pododáctilos (dedos em martelo) e o do nervo auricular, no n. facial ocorre
consequente aparecimento de ulcerações nas lagoftalmo e diminuição de sensibilidade da
áreas de pressão (mal perfurante). córnea e da conjuntiva.
Página 44 de Dermatologia
- Diagnóstico:
O diagnóstico da hanseníase é eminentemente clínico determinando a doença e a forma clínica. Para a
definição da forma clínica os parâmetros utilizados são: estudo pormenorizado das lesões cutâneas, do
acometimento neurológico (pesquisa da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil), da baciloscopia (pauci
ou multibacilares), auxiliado pelo teste de Mitsuda (sem valor diagnóstico), a histopatologia da lesão
cutânea, o Teste da Histamina.
○ Teste da Histamina: realizado quando se tem dúvida nos outros testes, como o teste de
sensibilidade na criança, ou quando o paciente não tem o discernimento correto, pessoas com
comprometimento auditivo.
Indicações:
□ Testes de sensibilidade: crianças, psicopatias, simulação
□ Investigação de hanseníase na ausência de lesões cutâneas, em áreas cutâneas com
distúrbio das sensibilidades. Como na presença apenas da forma neural da
hanseníase.
Ações na Pele: a histamina na pele provoca a tríplice reação de Lewis, com as seguintes
reações:
□ Eritema circunscrito ao local da puntura: reação vascular direta dos vasos de pequeno
calibre.
Execução: deposita uma gota da solução de fosfato de histamina a 1.5% na área suspeita e
uma gota na área aparentemente normal. Faz uma puntura com agulha esterilizada e
descartável, através da gota, evitando sangramento.
O tratamento é dividido em dois grupos, baseado no número de lesões. Esta classificação de caráter
operacional foi estabelecida, procurando atender a maioria dos países endêmicos, onde os pacientes
são controlados por enfermeiros ou paramédicos.
Página 45 de Dermatologia
○ Paucibacilares (Menos de 5 lesões): 2 drogas ○ Multibacilares (5 ou mais lesões): 3 drogas
(Rifampicina e Dapsona) (rifampicina, Dapsona e Clofazimina)
DAPSONA
AUTO-ADMINISTRADA DAPSONA / CLOFAZIMINA
AUTO-ADMINISTRADAS
A primeira dose é supervisionada, utilizando-se a Rifampicina, pois é a única droga capaz de matar o
bacilo M.leprae. Só não é feito apenas a Rifampicina porque há resistência, as outras drogas associadas
diminuem a chance de resistência.
Cuidado com as pegadinhas, no esquema multibacilar são 12 doses que se administra e não 12 meses de
administração de drogas.
Novas drogas e novos esquemas terapêuticos mostraram eficácia na ação contra o M.leprae:
○ Quinolonas (Ofloxacina), Macrolídeos (Claritromicina) e Tetraciclinas (Minociclina).
Para efeitos de tratamento é importante identificar aqueles casos em que existe dor de caráter
neuropático, utilizando-se carbamazepina ou amitriptilina em seu manejo.
- Controle e Profilaxia:
○ Diagnóstico e tratamento precoce para diminuir a incidência e prevalência da hanseníase.
○ Busca ativa dos contactantes (familiares), pois tem maiores chances de estarem acometidos,
havendo contato direto e com a mesma genética.
○ Exames dermatológicos por demanda espontânea
○ Informações para a população
○ BCG intradérmica como profilático.
Se o paciente não tem cicatriz de BCG deve-se fazer 2 doses intradérmicas da vacina BCG
com intervalo de 6 meses nos contatos intradomiciliares, independente de o caso ser pauci
ou multibacilar. Caso o paciente tenha a cicatriz realizar apenas 1 dose.
○ Vacinação: Contatos intradomiciliares, sem sinais e sintomas da doença, Independentemente de
serem PB ou MB. Depende da historia vacinal:
Sem cicatriz – uma dose
Com uma cicatriz – uma dose
Com duas cicatrizes – não prescrever
Página 46 de Dermatologia
Aula 07/04/2014
segunda-feira, 7 de abril de 2014
21:25 Dermatolo...
- SÍFILIS
Tem relatos da sífilis desde o contato com as Américas e que perdura até os dias atuais. Com a
descoberta das penicilinas a sífilis foi quase erradica, mas no decurso dos anos, por diversos fatores,
como alterações no comportamento sexual (uso de anticoncepcional) e menor uso de penicilina,
ocorreu o recrudescimento da moléstia. Com o surgimento da AIDS (década de 80) a sífilis tomou um
novo aspecto, com alteração do quadro clínico e na evolução da doença ocasionando formas atípicas.
É considerada uma doença autóctone (originário da região) na América e que surgiu na Europa levada
pelos marinheiros de Colombo, após a descoberta da América.
A Sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica produzida pelo Treponema pallidum, que determina
lesões cutâneas polimorfas e pode comprometer outros tecidos, particularmente os sistemas
cardiovascular e nervoso.
A transmissão da sífilis adquirida é sexual (genital e anal), o contágio extragenital é raro. Há relatos de
contágio por agulhas contaminadas e transfusões sanguíneas. A sífilis congênita e por via
transplacentária a partir das primeiras semanas da gravidez.
- Etiologia:
O T.pallidum é uma espiroqueta que tem uma proteína de membrana, a adesina, que se fixa a um
receptor, presente na superfície da célula hospedeira,a fibronectina. O treponema secreta
hialuronidase que degrada a ligação célula-célula possibilitando a sua penetração. É uma bactéria não
cultivável e exclusiva do ser humano.
Tem este nome porque é uma bactéria que não se cora (pallidum). A propriedade de aderência, pela
adesina, distingue o T.pallidum de treponemas não patogênicos.
O início da doença é mais infectante pelo fato de não ter imunidade natural
contra a sífilis, após a inoculação se desencadeia uma resposta humoral e
celular, havendo produção de anticorpos. O anticorpo antitreponêmico IgM
é o primeiro a aparecer, depois o IgG e em seguida os anticorpos não
treponêmicos. A imunidade celular surge posteriormente o que explica a
disseminação da infecção. O macrófago é a célula efetora na eliminação
bacteriana. Na lesão da sífilis primária há predominância de Linfócitos CD4+
e nas lesões da sífilis secundária estão presentes Linfócitos CD8+.
O período de incubação da sífilis adquirida pode durar até 40 dias, desde a infecção até o aparecimento
da primeira lesão, demoninada a primária da sífilis, com aparecimento do cancro duro ou
protossifiloma.
- Patogenia:
Passado algumas horas após o contato do T.pallidum com a mucosa ou submucosa, a bactéria já estará
presente no sangue e na linfa. Em média, após 21 dias inicia a fase primária da sífilis, onde aparece a
primeira lesão, o cancro duro, podendo haver resolução espontânea da lesão em 3 a 4 semanas. Após 2
a 3 meses, depois do aparecimento do cancro duro, inicia a fase da sífilis secundária, com disseminação
de treponemas pelo organismo, com lesões generalizadas muitas vezes acompanhada de mal-estar,
dores articulares, cefaléia e polimicroadenopatia cervical e epitrocleana. Essas manifestações regridem
mesmo sem tratamento, observando-se o silêncio clínico, um período de latência que pode durar anos,
pois o organismo desenvolve uma imunidade relativa. Após 1 ano de evolução a sífilis é considerada
tardia, ocorrendo naqueles doentes que não receberam terapêutica adequada, aparecendo lesões
circunscritas.
Deve-se destacar que as lesões primárias e secundárias contêm treponemas, sendo, portanto,
Página 47 de Dermatologia
Deve-se destacar que as lesões primárias e secundárias contêm treponemas, sendo, portanto,
contagiantes. Os testes sorológicos são positivos, podendo estar negativos em imunodeprimidos e co-
infectados pelo HIV.
Silêncio clínico
2 a 3m Anos
LESÕES LESÕES
GENERALIZADAS CIRCUNSCRITAS
- Classificação:
A sífilis adquirida é classificada em:
○ Recente: aquela que apresenta menos de 1 ano de duração, abrangendo sífilis primária, sífilis
secundária e a sífilis recente recidivante.
S1, S2 e SRR (Sífilis Recente)
○ Tardia: aquela que apresenta mais de 1 ano de duração, abrangendo a sífilis terciária.
S3 (Sífilis Tardia)
Desta forma, a sífilis adquirida recente é classificada em sífilis primária (S1), sífilis secundária (S2) e em
sífilis recente recidivante (SRR), uma exacerbação da sífilis secundária. Após um ano de doença é
classificada como sífilis tardia (S3).
Entre estas fase pode ocorrer períodos de silêncio clínico, apenas com reações sorológicas positivas,
chamadas de sífilis latente
SL
>1 ANO
ST S3 SLT
REAÇÕES SOROLÓGICAS+ >1 ano
- Imunologia:
Como dito anteriormente, não há imunidade natural contra a sífilis. A imunidade humoral é a primeira a
aparecer após a primeira semana da infecção e dura por toda a vida. O primeiro anticorpo a surgir é o
antitreponêmico IgM e depois o IgG.
A imunidade celular é mais tardia, surgindo posteriormente com 3 a 4 semanas da doença, explicando a
disseminação da infecção. Em 60% dos casos de pacientes imunocompetentes e que adquiriram sífilis,
podem ficar curados pela atuação da imunidade celular, não apresentando a sífilis tardia. Apenas um
pequeno percentual, que não tem uma imunidade celular efetiva é que vai apresentar as seqüelas da
sífilis tardia, com acometimento cardiológico, neurológico, dentre outros.
○ Imunidade Celular: ○ Imunidade Humoral:
Aumenta hipersensibilidade celular 1a semana da infecção
Cura 60% Toda vida
3a semana da infecção
Na fase primária da sífilis (S1) aparece o cancro duro, um fenômeno tipo vasculite. Na fase secundária da
sífilis (S2) aparecem lesões generalizadas, típicas de imunocomplexos. Na sífilis terciária ou tardia (S3)
acontecem os fenômenos de hipersensibilidade celular tardia.
○ S1 => Cancro => Vasculite
○ S2 => Imunocomplexos (Lesões Generalizadas)
S3 => Hipersensibilidade Celular Tardia (Não Contagiantes)
Página 48 de Dermatologia
○ S3 => Hipersensibilidade Celular Tardia (Não Contagiantes)
- Clínica S1:
Apresenta-se como lesão única, o
CANCRO DURO, erosivo, com
infiltração na base e exulceração, seus
bordos são duros em rampa e de
fundo limpo. O paciente após 15 do
surgimento do cancro duro, pode
apresentar micropoliadenopatia
regional, bilateral, indolor, múltipla e CANCRO Genital
aflegmásica. O cancro duro pode ter
involução espontânea.
Deve ser diferenciado do cancróide, que é ulcerativo e múltiplo, e de outras lesões genitais como herpes
genital.
A lesão mais precoce é constituída por exantema morbiliforme não-pruginoso, a Roséola Sifilítica,
muitas vezes acompanhada de mal-estar, dores articulares, cefaléia, com Micropoliadenopatia
generalizada.
O paciente com sifílis secundária ainda pode apresentar Condiloma plano-sifílides papuloerosivas ou
tuberoerosivas, Sifílide elegante (lesões desenhadas), “Colar de Vênus”
- Clínica SRR:
É como se fosse a sífilis secundária se repetindo, mas dentro do período de 1 ano (ocorre antes do
terciarismo e depois do secundarismo). O paciente apresenta lesões recidivantes, em pequeno número
Página 49 de Dermatologia
terciarismo e depois do secundarismo). O paciente apresenta lesões recidivantes, em pequeno número
que tendem à circunscrição.
- Clínica S3:
Ocorre em 37% dos pacientes com sífilis primária, a sífilis é considerada tardia após o primeiro ano de
evolução, onde as lesões podem surgir depois de um período de latência, compreendendo formas
cutâneas (Gomas, Tubero-Circinadas, Nódulos Justa-articulares), óssea, cardiovascular, nervosa (neuro
sífilis) e outras. As lesões são destrutivas e não contagiosas. As reações sorológicas são reagentes (TSS
reagente).
○ Sífilis Cardiovascular:
O comprometimento cardiovascular, em apenas 10% dos pacientes, ocorre em geral 10 a 40 anos
após o início da infecção, raramente ocorrendo antes de 5 anos, exceto em portadores do HIV. É
mais comum em homens e em negros. Aproximadamente 70-80% dos quadros evoluem para
Aortite sifilítica, determinando uma insuficiência aórtica.
- Sífilis Congênita:
Transmissão Mãe-Feto através da placenta ocorre desde o início da gestação, ou seja, a sífilis congênita
pode acontecer em qualquer fase da gestação, embora na fase de embrião seja mais difícil devido a
existência na placenta das células de Langhans, que impediriam a passagem dos treponemas, já na fase
fetal há diminuição destas células.
Página 50 de Dermatologia
Um fato interessante é que a sífilis não é transmitida pelo leite materno. A profilaxia é realizada pelo
VDRL em pré-natal, sua ocorrência demonstra uma falha no programa de controle de DST e na atenção
pré-natal.
○ ESTIGMAS: Tríade de Hutchinson: 1 - dentes incisivos menores, cônicos e com entalhe semilunar;
2 - Ceratite; 3 - Surdez. Fronte olímpica, fundo de olho “sal e pimenta” são outros estigmas.
- Diagnóstico:
O diagnóstico da sífilis congênita depende da combinação dos critérios clínico, sorológico, radiológico e
da microscopia direta.
O diagnóstico laboratorial da sífilis e a escolha dos exames mais adequados deverão considerar a fase
evolutiva da doença.
Reações treponêmicas: são mais específicas e sensíveis, positivando mais cedo, pois a
Página 51 de Dermatologia
Reações treponêmicas: são mais específicas e sensíveis, positivando mais cedo, pois a
imunidade humoral é a primeira que se manifesta através da IgM. Compreendem:
□ FTA-ABS IgM (15-20d): apresenta rápida execução e baixo custo, mas necessita de um
microscópio fluorescente. É o primeiro a positivar, demonstrando uma infecção
recente.
□ FTA-ABS-IgG (30-40d): cicatriz sorológica
□ Pesquisa do T.pallidum (Microscopia em Campo Escuro):
S3 => há uma queda do VDRL em 70%, o FTA-ABS-IgG fica persistente por toda a vida
- Tratamento:
A penicilina é a droga de escolha para todas as formas de sífilis, especialmente quando há evidências de
invasão do SNC.
○ Sífilis Recente (< 1 ano): primária (S1), secundária (S2) e latente (SL)
Penicilina G benzatina: 2 doses de 2.400.000 unidades (IM), aplicadas com intervalo de uma
semana.
○ Sífilis Tardia (> 1 ano): latente, cutânea, cardiovascular e outras, exceto neurosífilis.
Penicilina G benzatina: 3 a 4 doses de 2.400.000 unidades (IM), aplicadas com intervalo de
uma semana.
○ Neurosífilis:
Penicilina G cristalina: 24 milhões unidades (IV) por dia, durante 10-14 dias.
Penicilina G procaína: 2,4 milhões unidades (IM) por dia, durante 14 dias, associada com
probenecida (500mg - VO) 4 vezes ao dia.
Em casos de pessoas alérgicas a penicilina recomenda-se associar com corticóides ou utilizar outras
medicações como Tetraciclina, Eritromicina, Doxiciclina. A tetraciclina ou Doxiciclina somente podem ser
administradas a maiores de 8 anos. Na gestante alérgica a alternativa é a Eritromicina como Estearato
ou Etilsuccinato, não pode ser utilizado como Estolato, pois há risco de causar icterícia colestásica em
gestantes, as tetraciclinas são contra indicadas na gravidez.
- Controle de Cura:
A cura bacteriológica processa-se antes da cura clínica, cerca de 24 horas após administrar penicilina.
Realizar VDRL aos 3, 6 e 12 meses após o término do tratamento. Títulos baixos (1:2 e 1:4) podem
persistir por vários meses ou indefinidamente. Não implicam novo tratamento e são denominadas
“cicatrizes sorológicas".
- Retratamento:
Deve ser considerado quando houver persistência ou recorrência de sinais clínicos, aumento de 4x dos
títulos de VDRL ou quando não houver queda dos mesmos no período de 1 ano. Possibilidades de
infecção ou de falha terapêutica devem ser pensadas e retratamento considerado.
- Prevenção:
Informação sobre formas de contágio e uso de preservativos, objetivando a interrupção da cadeia de
transmissão e a prevenção de novos casos.
Página 52 de Dermatologia
Aula 14-04-2014
terça-feira, 15 de abril de 2014
08:35 Dermatolo...
- LEISHMANIOSES TEGUMENTARES
Infecção parasitária (protozoários), não contagiosa, crônica, ocasionada por espécies de protozoários
intracelulares obrigatórios do gênero Leishmania e transmitida de animais infectados para o homem por
fêmeas de flebotomínios.
- Epidemiologia:
A leishmaniose é um problema de saúde pública tendo uma prevalência de 12 milhões infectados no
mundo. Dos 88 países onde é registrada, 76 estão em desenvolvimento e apenas 32 realizam notificação
compulsória, inviabilizando programas de ações de tratamento e profilaxia da doença.
Nas Américas tem registro de casos desde o sul dos EUA até norte da Argentina. No Brasil está em
franca expansão, atingindo todas as regiões, sendo registrado 35.000 novos casos / ano.
Não há predileção por sexo ou idade. Há dois tipos fundamentais de transmissão: Silvestre e Urbana.
Página 53 de Dermatologia
espécie da Leishmania, e migram para a região proboscídea do vetor. O inseto ao realizar outra picadura
repassa os promastigotas, completando o ciclo.
- Ciclos Biológicos:
A Leishmania sempre ocorreu nas matas (ciclo Natural) onde os mamíferos infectados não desenvolvem
a doença. Quando o homem e os animais domésticos começaram a adentrar na mata iniciou a
contaminação com desenvolvimento da doença.
○ Natural: Animal Silvestre => Flebótomo Fêmea => Animal Silvestre sadio
○ Silvestre: Animal Silvestre Reservatório => Flebótomo Fêmea Infectado => Homem
○ Urbano: Homem / Cão Doente => Flebótomo Fêmea Infectado => Homem
- Patogenia:
A maior ou menor quantidade de parasitas em determinada lesão vai depender, em última análise, do
Estado Imunológico do Hospedeiro, do tipo de Cepa de Leishmania e da Predisposição Genética do
indivíduo infectado.
Se o indivíduo infectado tiver uma imunidade eficaz pode desenvolver uma resposta cutânea, que é
auto-limitada, manifestando-se como uma úlcera cutânea com involução espontânea. Quando o
indivíduo tiver uma resposta imunológica exacerbada, passa a apresentar a forma cutânea mucosa, com
resposta inflamatória intensa, com quadro clínico mais agressivo. Quando o sistema imunológico não é
capaz de se defender corretamente, pode apresentar a forma cutânea anérgica, pois haverá um
parasitismo intenso com pouca inflamação, assim como a forma visceral, tendo o indivíduo uma
resposta imune deficiente.
Cutânea: Imunidade Eficaz
Cutânea Mucosa: Resposta Inflamátoria Intensa
Cutânea Anérgica: Parasitismo Intenso com pouca inflamação
Visceral: Resposta Imune deficiente
- Leishmaniose Tegumentares:
○ Cutânea Ulcerada e Mucosa: há uma forte resposta imune-celular, o organismo é capaz de reagir
diante da leishmania, por isto aparecem poucas lesões, com produção de citocinas do tipo Th1, os
macrófagos serão ativados, mas apresentará um intenso dano tecidual, devido a intensa resposta
inflamatória. Raramente o parasita é encontrado nas lesões.
○ Cutânea Difusa: o organismo tem ausência da imunidade celular para o protozoário da leishmania,
derivando múltiplas lesões que são ricas em parasitas (parasitismo intenso), decorrente de uma
deficiência seletiva do linfócito T e inativação de macrófagos.
O tipo mais frequente no Brasil é a L.Tegumentar Americana, a L.Tegumentar Difusa (mais rara) e a
L.Visceral Americana (Calazar).
Página 54 de Dermatologia
L.Visceral Americana (Calazar).
O período de incubação é em torno de 1 a 4 semanas, mas existem relatos de casos com incubação de
meses. O local de Inoculação é muito importante, no Brasil os locais mais comuns são nos membros
inferiores ( 42%) e nos membros superiores ( 39%), nas áreas mais expostas. Nas culturas onde as
vestimentas são mais longas, como nas mulçumanas, os locais de inoculação podem ser na face. Há
relatos de lesão típica no pênis.
Havendo a picada do inseto, haverá a inoculação do parasita. No local da inoculação teremos uma
reação do tipo pápula eritematosa, como toda picada de inseto, sendo que a reação é mais prolongada,
com aumento da lesão, passando a ficar pápulo-ulcerada, com disseminação e aparecimento de lesões
satélites, mais tarde, no local passa a formar a úlcera, de apresentação típica da leishmaniose. Nos
estados iniciais o paciente pode apresentar quadros febris, linfangite e adenopatias. A úlcera formada
pode ter remissão total sem retorno, mas pode ter uma remissão e passar por um período de latência,
voltando com uma disseminação hematogênica.
Pápula ou Remissão
Pápulo-vesiculoso
Nódulo Latência
Pápulo-pustuloso
Linfangite Ùlcera
Pápulo-crostoso Disseminação
Adenopatia Hematogênica
○ Úlcera:
A úlcera da leishmaniose é típica, tem contorno circular
com Bordas elevadas (moldura), o fundo pode se
apresentar com granulações, de aspecto grosseiros e
vermelho, presença de exsudato seroso
/seropurulento. Em nosso meio o local mais frequente é
nos MMII.
○ Cicatriz:
Após remissão a leishmaniose pode deixar uma cicatriz típica, atrófica, com
pigmentação periférica e radiada (tipo aro de bicicleta). Mesmo que já
exista disseminação hematogênica, a cicatriz pode estar presente em algum
lugar, devendo o médico ficar atento durante o exame físico do paciente.
Página 55 de Dermatologia
Assim, se o indivíduo tiver um sistema imune capaz e eficiente, a leishmaniose pode entrar em remissão
é nunca mais aparecer, ou pode entrar num período de latência e depois apresentando uma
redisseminação hematogênica (não é linfática). Após a disseminação hematogênica podem aparecer
diversas outras lesões cutâneas (novas úlceras, impetigóide, sarcoídica, verrucosa, disseminada,
liquenóide) e mucosas discretas até destrutivas (eritema, infiltração, vegetação, ulceração, ulcero-
infiltrante, terebrante e fagedênica).
Remissão
Latência
Redisseminação
Hematogênica
○ Cutâneas: ○ Mucosa:
- Diagnóstico:
As bases para o diagnóstico inicia pela procedência do doente, aspectos clínicos das lesões cutâneas
tórpidas e das lesões mucocutâneas indolores com mínimos sinais de infiltração (ausência de exsudato
purulento), ou cicatriz típica.
○ Clínico:
Inquérito epidemiológico: procedência do doente
Aspecto da lesão (úlceras típicas) e/ou Lesões cicatriciais
Cultura ( NNN): é feita no meio NNN, raramente é positiva, sendo utilizada mais em centros
de estudos da leishmaniose, não sendo muito utilizada para rotina diagnóstica.
Reação de Montenegro: é uma reação imunológica (imunidade celular), se faz uma aplicação
Página 56 de Dermatologia
○ Reação de Montenegro: é uma reação imunológica (imunidade celular), se faz uma aplicação
intra-dérmica de solução fenolada de leptomonas, verificando uma resposta positiva após leitura
com 48-72 hs. Uma pápula maior que 5mm a reação se diz positiva. O teste é de alta sensibilidade
e especificidade. Se for realizado em uma fase inicial, pode dar negativo, pois o organismo ainda
não teve tempo de organizar uma resposta celular adequada. É um teste que está disponível no
SUS. O resultado negativo não constitui justificativa isolada para excluir o diagnóstico.
Reação Negativa:
□ 1º e 2º mês (início da doença)
□ Imunodeprimidos
□ L.T. Difusa e Visceral: os pacientes não desenvolve
imunidade celular contra o protozoário.
Reação Positiva:
□ Depois do 3º mês de doença
□ Imunocompetentes
□ Após a cura
○ Sorologia: A pesquisa de anticorpos específicos tem muito valor no diagnóstico da LV, quando há
indução de resposta humoral e pouca utilidade no diagnóstico da LT, quando há insuficiência de
resposta humoral e maior indução da resposta celular.
Atualmente é feito pelo método ELISA, a titulação 1:80 é muito importante, sendo mais utilizado
para seguir a cura do paciente. Apenas a sorologia ELISA não é suficiente para definir o diagnóstico
de leishmaniose tegumentar.
- Diagnóstico Diferencial:
○ Lesão Ulcerada:
Úlceras de MMIIS: hipertensivas, resistência vascular periféricas, varicosas, infecções
secundárias.
Sífilis Cutânea tardia
CEC
○ Lesão Mucosa:
Granuloma Maligno Médio Facial
Rinoescleroma
Carcinomas
Perfuração Septal pela cocaína
Paracoccidiodomicose
- Tratamento: é disponível no SUS, devendo ser precoce a fim de evitar as deformidades que ocorrem
quando, eventualmente, há acometimento mucoso.
○ Antimoniais:
N-metilglucamina (Glucantime): medicamento de eleição e o mais utilizado, padrão-ouro no
tratamento. Tem efeitos colaterais importantes, devendo realizar o monitoramento do
paciente. Administração IM ou IV.
○ Pentamidina (IV): é a droga de segunda escolha, muito utilizada na região norte, com boas
respostas.
Página 57 de Dermatologia
respostas.
○ Miltefosine: é uma medicação oral, testada em outros países, com início dos teste no Brasil.
○ Cirurgias Corretivas: para casos onde há acometimento mucoso que deixam seqüelas.
- Profilaxia:
○ Forma domiciliar e peri-domiciliar
Inseticidas antiflebótomos
Telas
Eliminação de reservatórios
○ Vacinação: já existe vacinação para o meio veterinário, mas no humano está em fase
experimental. Tem sido usada uma vacina composta de suspensão de formas promastigotas e BCG
(leishvacin, MS), com resultados profiláticos e terapêuticos apreciáveis.
O hospedeiro tem que ter um defeito imunológico genético, com incapacidade de produzir Interferon-γ,
tendo uma inativação dos macrófagos.
○ Manifestações Clínicas:
Inicialmente aparece uma mácula, pápula,
que se disseminam e formam lesões
eritemato-papulosas, evoluindo para
tubérculos, nódulos e infiltrações difusas,
tendo um aspecto queloideano, lembrando
o aspecto da Hanseníase Virchowiana
disseminada. Pode acontecer infiltração e
ulceração na mucosa nasal, sendo que não é
tão intensa como na leishmaniose
tegumentar americana. Tem predileção por
certos locais como Face, nariz, região malar,
lábio e orelhas, no membros nas superfícies
de extensão, poupa couro cabeludo, axilas e
região inguino-crural.
○ Diagnóstico Diferencial:
Hanseníase Virchowiana (HV)
Micose Fungóide
Sarcoidose
Lobomicose
Xantomatoses
Paciente com HV
Página 58 de Dermatologia
○ Diagnóstico:
É realizado pela suspeita clínica e por exames laboratoriais. Lembre que na forma leishmaniose
tegumentar difusa há um hiperparasitismo, pois não existe imunidade celular para inibir o
parasita, havendo grande número de parasitas, onde o diagnóstico é mais fácil, pois nas lesões há
sempre protozoários presentes, estando presente no teste de lâmina como no histopatológico,
mas na Reação de Montenegro é negativa, pois o paciente não tem sistema imunológico capaz de
provocar uma reação, não apresentando uma imunidade celular.
Laboratorial:
□ Exame direto do esfregaço + coloração
□ Exame histopatológico
□ Reação de Montenegro - negativa
○ Tratamento: geralmente os tratamentos são mais difíceis e mais longos, pois o paciente não tem
uma resposta celular eficiente.
N-metilglucamina (Glucantime): também é a medicação de primeira escolha (padrão-ouro).
Anfotericina B
Pentamidina
Associação de antimônio + vacina de promastigotas + BCG
Associação de antimônio + Interferon-Y
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Aula 05/05/2014 - Seminários
terça-feira, 6 de maio de 2014
08:39 Dermatolo...
- SEMINÁRIOS
- ESCABIOSE:
○ Definição: A escabiose é uma dermatose comum, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei .
○ Histórico: é uma doença milenar, existindo relatos que afeta os humanos a mais de 2500 anos.
Alguns historiadores relatam que durante a Idade Média a grande maioria da população eram
acometidos por esta doença, e que após as décadas 1950-60 houve uma diminuição da incidência
provavelmente pelo uso de agrotóxicos como DDT e BHC.
○ Transmissão: a transmissão é feita pelo contato pessoal, mas é importante salientar que objetos e
materiais podem alojar o agente infeccioso (Fômites) como vestimenta, roupa de cama, toalhas.
Os hábitos de vida e de higiene precários, também, estão associados a transmissão da doença.
○ Parasita: a doença é provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, a fêmea (0,3-0,4 mm) é um pouco
maior que o macho, que mede a metade do tamanho da fêmea. O macho não tem a capacidade
de invadir a pele, morrendo logo após cópula. A fêmea penetra camada córnea escava túnel e
deposita os ovos (3 a 4 ovos por dia), ocorrendo mais no período noturno, por isto que há um
maior intensidade no prurido neste período.
○ Manifestações Clínicas:
Prurido intenso: principalmente no
período da noite. Três elementos devem
ser considerados:
1) Sulco escavado pelo parasita:
saliência linear com uma das
extremidades apresentando uma
vesico-pápula perlácea ;
Página 60 de Dermatologia
○ Tratamento Tópico: através de loções.
Permetrina (Nedax): passar em todo corpo, deixa agir por 10-12 h, toma banho e reaplica
após 24 h.
Monosulfiram (Tetmosol): empregado diluído em H2O (adulto 2:1 e criança 3:1), evitar
bebida alcoólica.
Enxofre precipitado: empregado a 5% em vaselina
Benzoato de benzila: loção 25% usa em todo corpo 1x dia por 3 dias (desuso por causar
dermatites).
Lindano (hexaclorogamabenzeno): não autorizado no Brasil.
O Paederus é um inseto, mas conhecido em nosso meio como Potó. O primeiro registro de acidente por
Paederus ocorreu em 1901 na Indonésia, no Brasil foi em 1912 na região Nordeste (Bahia). Existem mais
de 80 espécies de Paederus pelo mundo, no Brasil a espécie predominante é a Paederus brasilienses.
Geralmente são encontrados em vegetações rasteiras, margens de rios e lagos, podendo ser
encontrados em qualquer parte do dia, mas são mais ativos durante à noite, onde são atraídos pela
iluminação das residências.
Quando se sentem ameaçados ou são esmagados, liberam uma substância cáustica, chamada pederina,
que provocam uma lesão de arrasto, tem ação irritante e vesicante, semelhante a cantaridina (utilizada
na dermatologia para tratar verrugas e molusco). Costumam afeta mais as áreas expostas como as
flexoras, pescoço e face.
○ Clínica e Diagnóstico:
Quando o inseto libera a pederina, seu contato com a pele causa ardor e/ou prurido, que
posteriormente evolui para eritema, vesículas, vesiculopústulas e crostas. Quando acomete a
região periorbital, podem ocorrer blefarite, conjuntivite, irites e até úlceras córneas. O quadro
sintomatológico pode regredir de 7 a 12 dias, exceto nos casos onde há uma infecção bacteriana
secundária, onde o quadro tendem a se estender.
○ Tratamento: não existe tratamento específico para dermatite vesicante por Paederus,
dependendo da fase em que se encontra a lesão. Na fase aguda recomenda-se banhos e lavagem
do local, utilizar tintura e iodo (permaganato de potássio), compressas úmidas (água boricada ou
soro fisiológico), pomada com corticóide (ajuda na inflamação) e antibiótico (ajuda a prevenir
infecções secundárias). Caso haja complicações com infecção bacteriana a antibioticoterapia pode
ser oral ou parenteral. Na presença de lesões oftalmológicas recomenda-se a lavagem abundante
do local, compressas e colírio com corticóide, se o quadro for mais grave deve-se procurar o
oftalmologista.
Página 61 de Dermatologia
oftalmologista.
A sarna crostosa também é chamada de Sarna Norueguesa por ter sido descoberta primeiramente na
Noruega. Se apresenta como uma doença contagiosa com prurido noturno. O parasita e o ciclo biológico
é o mesmo da escabiose (explicado anteriormente).
○ Definição: é uma variante rara e grave de escabiose, tendo como agente etiológico principal o
Sarcoptes sacabiei variedade hominis. É altamente contagiosa e presente, principalmente, em
indivíduos imunocomprometidos (AIDS, neoplasias), que não cuidam da higiene e com baixo nível
socioeconômicos.
○ Apresentação Clínica das Lesões: diferencia-se da escabiose comum, por apresentar lesões
crostosas, espessadas, acinzentadas, descamativas e pruriginosas (predominantemente noturno).
Geralmente localizadas nas eminências ósseas, podendo comprometer unhas, face, couro
cabeludo e regiões palmoplantares.
○ Diagnóstico: realizado basicamente pela clínica do paciente através das lesões e do prurido
intenso, principalmente no período noturno.
Exame dermatoscópio (monitoramento da terapia): estrutura diplópoda símile (sinal do
gongolo), sulcos escabióticos e estrutura acastanhada em asa-delta.
Sistêmico: Ivermectina (não utilizar em crianças com menos de 15Kg). Como é um quadro
mais grave o tratamento sistêmico geralmente deve ser instituído.
○ Perguntas:
1) Roger tem 4 anos, é filho da advogada Luiza, e fica em creche desde os 3 meses. Na
avaliação semanal pelo pediatra da creche, ele identifica que Roger está choroso, irritado,
esfregando os pés um no outro. Há lesões papulocrostosas no tronco e nos membros, lesões
vesicocrostosas nas plantas dos pés. Leilane, cuidadora da creche, tem lesões
papulocrostosas e pruriginosas nas mamas, axilas e entre os dedos das mãos. O tratamento
recomendado para Roger é com?
Hipótese diagnóstica: quadro típico de escabiose
a) Dexametasona
b) Ivermectina (não uilizar em crianças abaixo de 15kg)
c) Permetrina (mas indicado)
d) Lindane
Comentário: a escabiose tem como lesões mais comuns pápulas e algumas escoriações
encimadas por crostículas, localizadas nos interdígitos palmares, punhos, face de flexão dos
antebraços e braços, axilas, abdome, coxas e nádegas. No lactente, o quadro é mais
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antebraços e braços, axilas, abdome, coxas e nádegas. No lactente, o quadro é mais
disseminado, com acometimento da face, do couro cabeludo e das regiões palmoplantares,
poupando, de maneira característica, a região das fraldas. A eczematização e
impetiginização são mais comuns.
a) Sarna Norueguesa
b) Escabiose
c) Psoríase
d) Micose fungóide
e) Líquen plano
Comentários: Esta doença é o Líquen plano, é uma doença idiopática inflamatória crônica da
pele e das mucosas oral e genital. Manifesta-se com lesões simétricas distribuídas nas
extremidades e tronco, poussuindo morfologia típica e dianóstica: múltiplas lesões
poligonais eritêmato-violáceas com estrias de Wickham (estrias brancas entrelaçadas,
observadas facilmente à dermatoscopia com lupa).
- TUNGÍASE (Bicho-de-pé):
○ Transmissão: Os seus hospedeiros habituais são o homem e os suínos. Estas pulgas são
hematófagas, porém, o macho, após se alimentar, abandona o hospedeiro, enquanto a fêmea
fecundada penetra na pele, introduzindo a cabeça e o tórax na epiderme. Alimentando-se do
sangue do hospedeiro, os ovos se desenvolvem e o abdome dilata-se enormemente, podendo
alcançar a dimensão de uma ervilha. Expelidos os ovos, o parasita completa o ciclo de vida.
Em casos mais graves o paciente pode apresentar dificuldades no caminhar, deformação e perda
das unhas, até perda dos dedos. A lesão provocada pela pulga pode ser porta de entrada para
outras infecções secundárias, podendo evoluir para sepse e óbito.
○ Tratamento: consiste na enucleação (retirada) da pulga com agulha estéril e desinfecção com
tintura de iodo. É possível destruí-las com Eletrocautério ou eletrocirurgia após anestesia tópica.
Se houver infecção secundária, administração, p.o., de antibiótico. Em casos de infestações
intensas utilizar Ivermectina (dose única) ou Tiabendazol (25mg/kg de peso p.o. duas vezes por
dia, por 3-5 dias).
○ Profilaxia: uso de calçados em áreas suspeitas e eliminação das fontes de infestação com DDT,
BHC ou fogo.
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- LARVA MIGRANS (Dermatite Linear Sepiginosa):
Por definição é uma dermatose pruriginosa, com prurido moderado a intenso, que causa uma
lesão eritematosa na pele devida a inoculação de larvas de nematelmintos. É mais comum na
idade escolar e nas regiões tropicais e subtropicais.
A larva não penetra a derme humana, pois ela precisa de uma colagenose específica, por isto não
cai na corrente sanguínea.
A apresentação típica é nas nádegas, nas mãos e nos pés, com apresentação linear, serpiginosa e
eritematosa. Podem apresentar escoriações devido ao prurido. Podem apresentar algumas formas
atípicas, que são raras, no couro cabeludo e na cavidade oral.
O prognóstico é bom, pois é uma doença limitada, resolvendo-se em pouco tempo. Algumas
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O prognóstico é bom, pois é uma doença limitada, resolvendo-se em pouco tempo. Algumas
complicações podem acontecer, como infecções secundárias e eczematização, nos casos de
infestações múltiplas.
Tratamento:
□ Infestação mínima (1 ou 2 larvas): pomada de Tiabendazol 5% por até 2 semanas.
□ Congelamento da larva: que encontra-se no final do trajeto, com neve carbônica,
nitrogênio líquido ou gás carbônico.
□ Lesões numerosas:
Tiabendazol oral: 30-50mg/kg em dose única antes de dormir ou fracionada.
Albenzadol: 400mg/dose única. Repetir o medicamento após 24 a 48hrs, se
infecção insistente ou intensa.
Ivermectina: 200 µg/kg em dose única, se necessátio repetir após uma semana.
□ Tratamento Sintomático:
Corticóide em pomada por 1-5 dias
Anti-histamínicos sistêmicos em casos de prurido.
Como profilaxia, deve-se evitar áreas arenosas sombreadas ou úmidas e principalmente, proteger
tanques de areias de parques e escolas contra dejetos de cães e gatos.
Pode atingir outros sistemas, inclusive o SNC, formando abscessos (mieloencefalite eosinofílica).
O quadro clínico pode ser variável, tendo manifestações como tosse, febre, dor abdominal,
hepatomegalia e lesões da pele. Quando as infecções são graves podem ocasionar grave
comprometimento respiratório, cardiovascular e neurológico. A infecção ocular pode resultar em
amaurose.
As lesões cutâneas nestes pacientes geralmente não estão presentes, quando estão presentes
podem ser polimórficas e inespecíficas. Uma características destas lesões cutâneas é a ausência
das larvas nas lesões. Podem se apresentar como: lesões urticadas, papulosas e papulovesiculosas.
Com ausência de larvas nas lesões e predomínio de infiltrado eosinofílico à histopatologia.
- FILARIOSE:
A filariose ou filaríase, popularmente conhecida como Elefantíase. É uma doença causada por
nematóides denominados filárias.
A doença é transmitida por mosquitos infectados pelos parasitas Nematóides, onde os tipos principais
são:
○ Whuchereria bancrofti: responsável por 90% dos casos
○ Brugia malayi: responsável por 10% dos casos
Estes parasitas vivem nos sistemas sanguíneos e linfáticos, mas eventualmente, podem ser encontradas
nos rins, epidídimo, pele e em outras localizações. Normalmente não provocam grandes alterações no
sangue do paciente, exceto pelo fato de que o parasita pode atingir o pulmão gerando uma eosinofilia
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sangue do paciente, exceto pelo fato de que o parasita pode atingir o pulmão gerando uma eosinofilia
pulmonar tropical, que é uma das complicações graves da doença.
A filaríase é uma doença endêmica em várias regiões tropicais (Américas, Leste do Mediterrâneo,
Sudeste Asiático, África e Ilhas do Pacífico). No Brasil a doença continua com focos em regiões do Norte
e Nordeste, principalmente nas cidades de Maceió, Recife e Belém.
○ Ciclo Biológico:
O principal transmissor que provocará a filaríase é o Culex fatigans, um inseto hematófago
(culicídeos) que gosta de águas sujas.
O mosquito que tem um hábito hematófago, introduz a forma infectante do parasita (larva)
através da picada, uma vez na circulação a larva passa para o sistema linfático, onde se transforma
no verme adulto, que permanece no sistema linfático por um período de um anosem provocar
alterações para o hospedeiro, até que a fêmea libera seus embriões (microfilárias), caindo na
corrente sanguínea. Este é principal momento da realização do diagnóstico laboratorial, que é
realizado pelo exame da gota espessa do sangue, onde se verifica a presença das microfilárias, e o
homem passa a ser uma forma de contaminação para o inseto, iniciando um novo ciclo biológico.
○ Aspectos Clínicos:
A filariose tem um período de incubação em torno de 1 ano, coincidindo com o período que a
fêmea fica no sistema linfático sem provocar sintomatologia. Quando o paciente infectado
começa a apresentar sintomas o quadro clínico é variável e de acordo com a intensidade da
infestação, podendo inicialmente ser assintomático, ou apresentar febres mensais pela reação do
sistema imunológico, passando a ter Linfagite. Posteriormente pode desenvolver Adenopatias,
Linfoestase, Linfoectasias, Linfo e quilorragias e a Elefantíase.
O paciente infectado ainda pode apresentar Lesões eritemato-edematosas, urtica e prurido, sendo
o principal quadro dermatológico da doença.
○ Elefantíase:
A elefantíase pode acometer qualquer parte do corpo, mas nas mulheres é mais encontrada nos
membros Inferiores e nos homens é na genitália, podendo atingir dimensões enormes.
Anteriormente se pensava que a elefantíase era provocada apenas pela reação imunológica do
hospedeiro ao parasita final, mas hoje, estudos mostram que não é apenas pela reação
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hospedeiro ao parasita final, mas hoje, estudos mostram que não é apenas pela reação
imunológica, mas a participação de infecções estreptocócias recidivantes. Ou seja, para o seu
desenvolvimento, há participação de infecções bacterianas recidivantes.
O fato do paciente não conseguir fazer uma higienização adequada, permite que o paciente tenha
infecções recidivantes, sendo aconselhável o uso de antibiótico tópico nestes locais, evitando que
o paciente desenvolva as infecções por estreptococos.
○ Diagnóstico:
O diagnóstico é realizado pelo quadro clinico da doença, principalmente, pelas características da
elefantíase, onde se percebe nitidamente o acometimento do sistema linfático, pela procedência
do doente (regiões endêmicas). Laboratorialmente pela identificação da microfilária no sangue em
gota espessa e pela Biópsia dos linfonodos.
A fêmea tem uma característica de liberar seus ovos no início da madrugada (0h as 2hs da
madrugada), sendo o momento ideal para se fazer a coleta do sangue do paciente para o exame
da gota espessa.
○ Tratamento:
Etilcarbamazina ( DEC-Hetrazan): 6 mg/kg/dia por 12 dias
Ivermectina + Albendazol: a ivermectina só tem ação sobre a microfilária, por isto deve-se
associar o albendazol que tem ação sobre as macrofilárias (forma adulta).
○ Profilaxia:
Uma das principais formas de profilaxia é o combate ao mosquito, saneamento básico adequado e
o tratamento adequado das pessoas contaminadas, evitando que possa contaminar novos insetos,
prescrição de antibióticos tópicos, evitando que o paciente tenha infecções recidivantes.
- PEDICULOSE (Piolho):
A pediculose é mais conhecida por presença de piolho, que são parasitas da subordem Anaplura,
composto por cerca de 500 espécies, porém, apenas as espécies abaixo acometem os humanos:
○ Pediculus humanus capitus
○ Pediculus humanus corporis e
○ Pthirus pubis (conhecido por Chato e adquirido por contato sexual)
Atacam principalmente o couro cabeludo e corpo, podendo medir cerca de 2,1 a 3,6 mm.
A transmissão pode ocorrer pelo contato direto, contato com objetos (bonés) e por contato sexual
(Pthirus pubis). O principal fator de risco é a falta de higiene.
Os locais mais comuns com presença do parasita é na região dorsal e posterior ao pavilhão
auricular, por ser um local mais quente.
○ Pediculose de Corpo:
Tem como queixa principal o prurido de intensidade variada e urticárias no corpo. Para diferenciar
o tipo de parasita, durante a inspeção, se verifica a presença de ovos depositados nas costuras das
roupas, na pele aparecem lesões do tipo pápulas vermelhas com base eritematosa. Pela presença
do prurido intenso pode levar a uma infecção secundária, principalmente pelo estafilococos
aureos.
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Nos casos de cronicidade a lesão pode apresentar espessamento e hiperpigmentação cutâneo. Os
locais mais comuns da pediculose de corpo inclui a área interescapular, ombro, axilas e nádegas.
○ Pediculose Pubiana:
É popularmente conhecida por Chato, pois tem um corpo mais achatado do que os anteriores. O
paciente apresenta prurido, escoriações e eczematizações e a presença da mácula cerúlea
(mancha violácea). A pediculose pubiana pode ter um período de incubação com até 30 dias sem
sintomas. Pode acometer região pubiana, pêlos perianais, axilares, tronco, coxas e sobrancelhas.
Durante a palpação pode ser verificado adenopatia na virilha por conta da presença do parasita.
○ Tratamento:
Higiene corporal (também para prevenção) e um dos medicamentos abaixo, diluídos em água
(1:3), de aplicação única, deixando agir por 12 horas:
Deltametrina 0,02%
Permetrina 1%
Monossulfiram 1%
○ Prevenção:
Boa higiene corporal e do couro cabeludo, afastar do convívio em locais com presença de
pediculose.
- MIÍASES:
Miíases são doenças produzidas por larvas de moscas. Acontece predominantemente nos trópicos, em
locais de baixo nível socioeconômico e em áreas rurais. Não há predileção por idade, sexo ou raça.
3. Agentes acidentais: são os que causam a Miíase intestinal. As moscas depositam seus ovos em
alimentos que serão ingeridos pelo homem, uma vez no TGI começa a provocar as lesões
intestinais.
Miíase Cavitária:
Página 68 de Dermatologia
Provocada por moscas não obrigatoriamente parasitas. Seus ovos
são depositados em cavidades. A miíase pode ser ocular,
auricular, nasal, vaginal e retal.
Miíase Intestinal:
Ocorre pela ingestão de alimentos contaminados por ovos de moscas, cujas larvas
produzirão lesões do tubo gastrointestinal.
Miíase Migrante:
Causada pela deposição de ovos de certas moscas na pele do homem. Ocorrem erupção
pruriginosa, linear, serpeante, túneis finos.
○ Tratamento:
Miíase Furunculóide: (único orifício)
Introdução de algodão com éter pelo orifício, para matar por asfixia a larva, ou pode atrair a
larva por um toucinho. O esparadrapo também pode ser utilizado para vedar a saída da
larva, impedindo que saia para respirar, morrendo por asfixia. Após 24hs a larva morre e a
pressão no nódulo provocado empurra facilmente a larva para fora.
○ Caso Clínico:
JTS, 59 anos, pardo, viúvo, admitido no Hospital de Trauma de Campina Grande com queixa de dor
e sangramento ao defecar há 1 mês. Impressão diagnóstica da triagem: Doença hemorroidária. Ao
Exame Físico: Presença de Miíases e Tumoração ulcerada em borda anal. Procedimento: Retirada
das larvas e realização de biópsia da tumoração. Resultado: Paciente aguarda resultado do
Histopatológico;
Página 69 de Dermatologia
Aula 12/05/2014
terça-feira, 13 de maio de 2014
08:32 Dermatolo...
- FARMACODERMIAS
- Conceito:
As farmacodermias são doenças tegumentares (pele e/ou mucosa) e/ou sistêmicas produzidas, direta ou
indiretamente, pelo uso de remédios que as desencadeiam, pelos mais variados mecanismos. Mas
podem ser designadas como reações medicamentosas adversas (RMA).
- Incidência:
É difícil precisar a verdadeira incidência das reações medicamentosas adversas, mas as estatísticas se
modificaram com o advento da AIDS, pela maior quantidade e tempo no uso de medicamentos.
A SSJ é reservada para os casos com menos de 10% de pele desnudada, já a NET para os casos mais
graves com mais de 30% de pele desnudada. Os pacientes intermediários (10-30%) são referidos como
overlap SSJ-NET.
Até 10% => SSJ de 20-30% => OVERLAP > 30% => NET
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extensas e muito sintomáticas. Necessitando o acometimento de duas ou mais mucosas
(oral, ocular e genital).
○ Mecanismos:
O mecanismo ainda não está bem estabelecido, mas provavelmente está ligado ao Defeito na
metabolização das drogas, associado ao Efeito citotóxico direto.
A NET é sempre causada por medicações, mas a SSJ pode ser causada por medicamentos e por
agentes infecciosos (Micoplasma).
Tratamento:
□ Hospitalização
□ Controle e suporte hidroeletrolítico: guiada pelos sinais vitais, hematócrito e
eletrólitos séricos. Reposição volêmica para grandes queimados não se aplica a
SSJ/NET.
□ Assepsia das lesões (debridamento da pele necrótica)
□ Corticóides: uso controverso, pois devido a supressão imunológica, piora o
prognóstico, por agravarem as infecções, mas ajudam a melhorar o quadro.
□ Evitar outras medicações
□ Antibioticoterapia profilática não é indicada, mas ao menor sinal de infecção deve
iniciar a antibioticoterapia.
Ou seja, trata-se de quadro grave, caracterizado por erupção generalizada, com bolhas extensas
rasas e vastas áreas de necrose epidérmica, lembrando o grande queimado; o estado geral é
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rasas e vastas áreas de necrose epidérmica, lembrando o grande queimado; o estado geral é
grave, podendo ir a óbito.
Tratamento:
□ Hospitalização em UTI
□ Controle hidroeletrolítico
□ Antibioticoterapia profilática não está indicada
□ Ciclosporina / ciclofosfamida
□ Imunoglobulina humana
- EP X SSJ X NET:
O Eritema Polimorfo (EP) também é uma farmacodermia, assim como a SSJ e NET, todos provocando
lesões cutâneas, mas com descolamento, gravidade, extensões e acometimento de mucosas
diferenciados.
A maior relação com as reações medicamentosas adversas se dá do EP, seguindo para a SSJ e depois
para NET. As lesões em Alvos Típicos (formato discóide) ocorrem no sentindo inverso aos das reações
com medicamentos, ou seja, são mais presentes no EP.
<--------------------------------------------------------------------------
Alvos Típicos
- NET X SSSS:
Geralmente a NET é referida ao quadro clínico no adulto, por ser este quase sempre decorrente do uso
de remédios, enquanto o quadro da criança tem sua etiologia na toxina estafilocócica, compondo a
Síndrome dos 4S (Staphylococcal Scalded Skin Syndrome - SSSS), não se tratando de uma
farmacodermia, mas de uma piodermite. A síndrome dos 4S faz parte do diagnóstico diferencial da NET.
O sinal de Nikolsky é um fenômeno da pele no qual as camadas externas da pele se descolam das
camadas internas quando esfregadas levemente. Ocorre pela leve fricção com um dedo em pele
perilesional , provocando um deslocamento fácil de parte ou de toda a epiderme.
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- Caso Clínico 02:
A lesão involui e deixa uma área arrendondada pigmentar que volta a exacerbar-se com nova ingestão
do fármaco. Ou seja, tem o nome de eritema fixo porque reaparece sempre no mesmo local. O
diagnóstico é confirmado quando surge a mesma lesão, exatamente nos mesmos locais das lesões
prévias, após nova exposição à droga.
- Exantema Agudo:
É uma erupção eritematosa maculopapular de distribuição simétrica, geralmente pruriginosa, que surge
principalmente no tronco e nas áreas de pressão em pacientes acamados. O Rash cutâneo aparece em
tempo variável ( + 2 semanas) após início da droga ou após a sua suspensão, pode ser do tipo
Morbiliforme ou Escarlatiniforme (semelhantes a infecção virais - sarampo, rubéola).
Podem ocorrer sintomas gerais (febre, artralgias e cefaléias). As drogas mais frequentes são: sulfas,
diuréticos, hipoglicemiantes, antibióticos. Ampicilina é a principal causa de exantema morbiliforme,
ocorrendo em cerca de 85% dos pacientes com Mononucleose infecciosa ou quando concomitante ao
uso do alopurinol.
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- Caso Clínico 04:
- Eritema Multiforme:
O Eritema Multiforme Minor deve ser diferenciado do Eritema Multiforme Major (ou Síndrome de
Stevens-Johnson - SSJ). Embora possa se apresentar como farmacodermia, é mais comum pela infecção
do vírus Herpes simples.
HALO PÁLIDO
ERITEMA PERIFÉRICO
- Urticária:
Tanto na forma aguda ou crônica, inclusive com sintomatologia sistêmica, pode ser
produzida por medicamentos como a penicilina, estreptomicina, tetraciclina,
fenotiazinas, nitrofuronas, brometos, barbitúricos e outros.
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A maior característica da urticária é a fugacidade, durando pouco tempo. Se os casos de urticária
tiverem menos que 6 semanas é definida como aguda, se for com mais de 6 semanas é definida como
crônica. As drogas podem causar urticária aguda ou crônica.
○ Mecanismos:
Imunológicos: reações tipo I (IgE dependente) e tipo III (complexos imunes circulantes)
Não-imunológicos: ação direta nos mastócitos, a droga produz uma degranulação direta do
mastócito.
○ Drogas:
Penicilinas, sulfas, analgésicos
AAS, morfina, codeína (causam ação direta nos mastócitos - não imunológicos). O AAS
exacerba 20-40% das urticárias crônicas.
O Fenergan é uma utilização muito conhecida, utilizada como sedante, mas é um anti-histamínico,
sendo que é uma medicação que pode dar fotossensibilização.
- Reações de Fotossensibilidade:
As reações de fotodermatoses podem ser por dois tipos:
1. Erupções fototóxicas: o fármaco se distribui pela pele e aumenta a sua sensibilidade física à
radiação ultravioleta tipo UVA. O paciente evolui tal como uma queimadura de sol intensa, de
primeiro ou segundo grau (bolhosa), em áreas fotoexpostas, sem ter tido a exposição intensa ao
sol. As drogas mais envolvidas são: tetraciclinas, AINES, fenotiazinas, amiodarona e psoraleno.
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- Lúpus Induzido por Drogas:
Algumas drogas desencadeiam quadros clínicos idênticos ao do LES. No entanto, as manifestações
neurológicas e o envolvimento renal não existem. Células LE e FAN estão sempre positivas. Ao contrário
do que ocorre no LES, o anticorpo antiduplo DNA é sempre negativo. É causado principalmente pela
hidralazina em doses acima de 200mg/dia.
O paciente desenvolve um rash cutâneo lúpus-smile, com fotodermatose, rash malar, rash discóide,
erupção eritematosa maculopapular difusa, além de lesões orais, artrite, serosite e alterações
hematológicas (citopenias). A doença desaparece em algumas semanas com a suspensão da droga.
No LES há uma maior prevalência nas mulheres (M9:H1), no lúpus induzido por drogas os homens e
mulheres igualmente acometidos. Este quadro pode causar ou exacerbar doença pré-existente. As
alterações clínicas e laboratoriais tendem a normalizar.
- Hiperpigmentação:
Existem vários padrões de hiperpigmentação, muitas vezes confundido com melasma. Mas as manchas
tem um coloração mais acinzentada.
○ Principais Drogas:
Amiodarona: face
Clorpromazina: áreas expostas
ACO e Hidantoína: melasma
Difusa: quimioterápicos
HIDANTOÍNA
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Aula 19/05/2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
15:30 Dermatologi
a - 19-05-2...
Por ter relação com a prostituição e com a região genital a denominação doença venérea tinha
conotação estigmatizante e vergonhoso, onde muitos pacientes fugiam do tratamento. Por isto hoje são
chamadas de DSTs.
Vários são os motivos para transmissão e propagação das DSTs. Com o advento da descoberta dos
antibióticos houve uma tendência negativa, mas depois houve um recrudescimento. O aumento da
liberdade sexual, das pílulas anticoncepcionais, a homossexualidade foram fatores para maior
propagação das doenças. Existe uma relação entre as drogas potencializadoras sexuais com o
incremento no número de casos em homens adultos e idosos.
A gonorréia era considerada a segunda doença infecciosa mais frequente (1a era a gripe), mas nos países
industrializados já mostram mudança com as Uretrites e Vaginites não-gonocócicas substituindo o lugar
da gonorréia.
Com o advento da AIDS houve mudança nas doenças sexualmente transmissíveis, inicialmente com uma
diminuição, mas quando a AIDS passou a ter controle (início da década de 90) as pessoas começaram a
se descuidar novamente, aumentando o número de casos de DSTs. Além de que a AIDS abre o sistema
imunológico para outros tipos de DSTs, assim como as DSTs são porta de entrada para o vírus da AIDS.
Ao contrário do que muitos pensam, as DSTs podem causar doenças graves, podendo causar problemas
sexuais, esterilidade, aborto, nascimento de bebês prematuros, deficiência física ou mental nos bebês
de grávidas contaminadas e alguns tipos de câncer. Além disso, quando uma pessoa apresenta uma DST
tem uma chance maior de pegar outra DST, inclusive a AIDS. Segundo dados da OMS, em 1999 existiam
cerca de 340 milhões de casos de DST no mundo.
- Classificação:
As doenças de transmissão sexual podem ser classificadas de várias maneiras:
○ Clínica:
Com lesões de Inoculação: cancro
Com predominância de exsudatos: gonocócicas ou não-gonocócicas
Com manifestações clínicas diversas
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Com manifestações clínicas diversas
○ Etiológica:
Bacteriana: Neisseria gonorrhoeae, Haemophilus ducreyi, Donovania granulomatis,
Gardnerella vaginalis, Moraxella.
Viral: Herpes tipo 1 e 2, Hepatites A, B C, Citomegalovírus.
Fúngica: Candida albicans, Epidermophyton, Trichophyton
Parasitária: Protozoários (Trichomonas vaginalis, Entamoeba histolytica), helmintos
(Enterobium vermicularis), ácaros (Sarcopte scabiei e Phthirus pubis)
Não classificados: Chlamydia, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis.
○ Diagnóstico:
A suspeita clínica é o elemento chave para o diagnóstico, já que os exames complementares
apresentam baixa sensibilidade.
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apresentam baixa sensibilidade.
O exame bacterioscópico inicia com uma limpeza da lesão, coletando o material com uma
raspagem, colocado na lâmina usando coloração pelo Gram. Pode-se fazer cultura, mas não é
muito utilizada. É sempre bom pesquisar para T.pallidum para pesquisar sobre sífilis (VDRL após 7
dias). Em todo doente com DST, deve-se proceder com a sorologia para HIV (esperar janela
imunológica). Pode solicitar o teste para herpes simples e hepatites.
O histopatológico tem finalidade de afastar outros diagnósticos, uma vez que não são específicos
e não são recomendados.
○ Tratamento:
Azitromicina – 1 gr VO dose única
Cefratiaxona – 250 mg IM dose única
Ciprofloxacina – 500 mg 2x dia -3dias
Eritromicina -500mg 4x dia – 7 dias
Tiafenicol – 5 gr dose única
Doxiciclina – 100mg 2x di -7-10 dias
A Eritromicina, exceto com estolato, é um medicamento efetivo e isento de risco para gestantes.
○ Diagnóstico:
O diagnóstico é feito com a suspeita clínica e confirmado através da demonstração da bactéria na
lesão, com exame direto visualizando o corpúsculos de Donovan, apenas na lesão nova. Se a lesão
for antiga não se encontra o corpúsculo de Donovan, devendo realizar o esfregaço da biopsia
(coloração Wright ou Giemsa). A Cultura é raramente utilizada para o diagnóstico de donovanose.
Os meios empregados são saco vitelino de embrião de pinto ou meios artificiais contendo gema
embrionada.
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○ Estágio primário (inoculação): logo após o período de incubação surge uma pápula ou úlcera
indolor, autolimitada, que cicatriza em poucos dias sem deixar seqüelas, passando despercebida.
○ Estágio secundário: é a fase de disseminação linfática regional, dura cerca de 2-6 semanas após a
lesão inicial, sendo geralmente unilateral e constituindo o principal motivo de consulta.
Devido a diferença na drenagem linfática, a doença evolui de maneira distinta nos dois sexos.
Na mulher e homens homossexuais (sexo anal) a adenite se localiza nos linfonodos ilíacos
profundos ou pararretais, com diagnóstico mais tardio. Além da adenite pode ocorrer
vulvovaginite, exocervicite, uretrite, proctite aguda (dor no ato evacuatório), retite,
abscessos, ulcerações, fístulas, vegetações e elefantíase, que podem trazer seqüelas futuras.
○ Estágio terciário: fase das seqüelas, período mais prolongado, perdura por cerca de 1- 20 anos. As
seqüelas ocorrem mais freqüente na mulher e homossexuais masculinos, devido ao acometimento
do reto. A obstrução linfática crônica leva à elefantíase genital, que na mulher é denominada
estiômene. Podem ocorrer fístulas retais, vaginais, vesicais e estenose retal.
Síndrome Genitoanorretal de Gersild:
acometendo mulheres e homens
homossexuais, constituída por: -
proctocolite, - fístulas anais e retovaginais, -
estenose retal, - linforréias.
Estiômeno: representa ulceração vulvar,
acompanhada ou não de esclerose e
hipertrofia tecidual.
É causa de Pelve congelada e Infertilidade
○ Diagnóstico:
O diagnóstico deve ser considerado em todos os casos de adenite inguinal, elefantíase genital,
estenose uretral ou retal.
○ Exames complementares:
Exame Bacteriológico Direto: realizado pela punção das secreções ou aspirado de bubão,
utilizando a coloração Giemsa ou imunufluorescência. Lembrar que no Linfogranuloma não
há lesão genital, diferenciando-se do cancro mole.
Cultura: para a cultura se utiliza as células de McCoy (fibroblastos de ratos) ou sacos
vitelinos de ovos.
Teste de Frei: tem valor apenas histórico, quase não é realizado.
Teste com amplificação de ácido nucléico (PCR): muito utilizado
Sorologia:
□ Teste de Fixação do complemento: teste mais empregado, apresentando alta
sensibilidade e baixa especificidade.
□ Microimuflurescência: nem sempre está acessível. É capaz de detectar no soro e em
outras secreções, a presença de anticorpos específicos aos diferentes sorotipos de
Chlamydia trachomatis.
Histologia: caso reste dúvida, para diferenciar de outra adenopatias, linfomas,d entre outras
doenças.
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Doxiciclina – 100mg 2x dia (21 dias )
Eritromicina – 500mg 4x dia ( 21 dias )
Azitromicina – 1 g 1x semana ( 3 semanas)
SMZ/TMT -800/160 mg 2x dia ( 14 dias )
Tiafenicol- 500 mg 3x dia ( 14 dias)
Aspirações dos bubões
Correção cirúrgica das seqüelas
- GONORRÉIA:
É a DST mais frequente, conhecida como blenorragia, transmitida essencialmente pelo contato sexual,
sendo mais predominante em homens (18-35 anos), as mulheres podem ser assintomáticas constituindo
o principal fator de propagação da doença.
○ Diagnóstico:
A anamnese e o exame clínico fornecem elementos para o diagnóstico, que deverão ser
confirmados pelos exames laboratoriais.
Exame direto: coleta da secreção purulenta (swab), com coloração Gram. É barato e
acessível, confirmando o diagnóstico.
Cultura:
Detecção de produtos bacterianos:
□ Teste com Hibridização
□ Teste com amplificação de ácido nucleico
□ PCR
○ Tratamento: o tratamento não é 100% eficaz, havendo necessidade de retorno com 3 a 7 dias
após a medicação, para verificação. A reação sorológica para sífilis deve ser realizada 1 mês após o
tratamento.
Ofloxacina – 400 mg vo dose única
Cefixima – 400 mg vo dose única
Ciprofloxacina – 500 mg vo dose única
Cefatriaxone – 250 mg IM dose única
Tiafenicol – 2,5 g vo dose única
- URETRITES NÃO-GONOCÓCICAS:
As uretrites não-gonocócicas (UNG) constituem um grupo heterogêneo de afecções transmitidas
sexualmente que apresentam em comum o acometimento da uretra e etiologia que não pode ser
atribuída à N.gonorrhoeae.
São causadas por inúmeros patógenos, onde o mais frequente é a Chlamydia trachomatis (50 %), é uma
bactéria, obrigatoriamente intracelular, que também causa o tracoma, a conjuntivite por inclusão no
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bactéria, obrigatoriamente intracelular, que também causa o tracoma, a conjuntivite por inclusão no
recém-nascido e o linfogranuloma venéreo.
Tem período de incubação de 1-3 semanas, manifestando-se de forma gradual na maioria das vezes. As
manifestações clínicas são discretas (ao contrário da uretrite gonocócica). Caracterizam-se por:
○ Secreção uretral (moderada ou escassa, ○ Prurido no meato
mais evidente pela manhã) ○ Adenopatia inguinal (indicativo de Herpes
○ Disúria simples, estando ausente nas demais UNG)
○ Diagnóstico:
A bacterioscopias pela coloração de Gram e/ou cultura são negativas para o gonococo.
Exame direto / Gram Cultura de secreção uretral
Exame direto / Giemsa Sorologia
Exame a fresco (para trichomonas vaginalis) PCR
○ Tratamento: (Prova)
Azitromicina - 1 gr vo dose única
Doxiciclina – 100 mg vo 2x dia, 7 dias
Eritromicina – 500 mg vo 4x dia – 7
dias.
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○ Verrugas Ano-Genitais: ○ Herpes Simples Genital:
O principal agente é o Papilomavírus humano, Ocorre em aproximadamente 30% dos
tem importância pelo poder oncogênico na pacientes masculinos, quando da
sua presença, como carcinoma de colo uterino priminfecção e 10% nas recorrências. É a
e carcinoma de região genital masculina. única UNG que produz adenopatia satélite.
Assim, na avaliação da síndrome das DSTs deve-se fazer os testes diagnósticos, na avaliação do risco
para DST se faz os testes de triagem. Estabelecido o diagnóstico, inicia-se o tratamento, incluindo os 5
"C":
1. Contato => oferecer tratamento
2. Continuar o tratamento até o final
3. Camisinhas
4. Conselho => HIV / DST e se possíel Hepatite B e C
5. Contracepção – informar métodos e oferecer
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