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17º Concurso Falcão Bauer

PROJETO: CONSTRUÇÃO DE BLOQUETES ECOLÓGICOS


SEXTAVADOS DE CONCRETO COM A UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS
INDUSTRIAIS

1 Introdução

Este trabalho tem como objetivo o estudo do reaproveitamento de alguns resíduos


siderúrgicos classe II-A e II-B (escória do forno elétrico, terra de Shredder* e escória
de Alto-Forno), gerados na produção de aço,
na fabricação de bloquetes ecológicos sextavados para pavimentação, em
substituição total à brita e à areia comumente utilizadas neste tipo de produto. O
projeto foi desenvolvido pela área de Meio Ambiente da empresa, com o objetivo de
produzir um bloquete mais barato do que o convencional e economizar recursos
naturais, neste caso, a areia e a brita, transformando-o em um produto
economicamente viável, ambientalmente correto, inserindo-o nos projetos de
responsabilidade social, conforme o conceito de sustentabilidade que a empresa
promove e participa. Os resultados apresentados podem ser considerados e
validados conforme testes feitos em laboratório, seguindo as normas ambientais e
de elaboração de artefatos de pavimentação.

* Terra de Shredder - Resíduo gerado a partir do processamento e limpeza de


sucatas metálicas.

2 Memorial descritivo

2.1 Processo de fabricação dos bloquetes ecológicos sextavados

Visando o reaproveitamento de resíduos sólidos gerados no processo de fabricação


do aço, além de encontrar uma destinação ambientalmente correta para a terra de
Shredder, que ainda não tinha aplicação, a empresa fabricou quatro amostras
constituídas de diferentes misturas para a produção de bloquetes confeccionados
com as seguintes especificações: 10 cm de espessura, 30 cm de largura e 30 cm de
comprimento.

FIGURA 1. Bloquetes Ecológicos

Depois de prontas, as amostras maturaram por um período de 20 dias. Após este


período, seguiram para o laboratório do Colégio Técnico Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora, Coordenação de Construções Civis, para
avaliação da resistência média (MPa), também conhecida como grau de dureza, que
é capaz de aferir suas propriedades físico-químicas e sua possível utilização em
obras de pavimentação.

Após a análise de resistência à compressão, que seguiu as normas da NBR 9780,


os resultados foram insatisfatórios, pois não se alcançou o grau de dureza desejado.
O maior valor encontrado nas amostras foi 14,61 MPa e o menor 13,35 MPa,
demonstrando a inviabilidade de tais amostras, pois o valor ideal para este tipo de
artefato de pavimentação é 27 MPa.
Foram levantadas as variáveis que levaram o projeto do bloquete a ter baixa
resistência, chegando à conclusão que a terra de Shredder utilizada nos primeiros
testes continha um grau elevado de impurezas, tais como frações de borracha e
partes metálicas. Além disso, foi reavaliada a quantidade de cimento e água utilizada
para se alcançar a resistência média ideal para o produto em estudo.

Assim sendo, a terra de Shredder passou por mais uma fase de peneiramento, com
menor granulometria e também por outro eletroímã, denominado Sapporo,
normalmente utilizado para a escória, melhorando a qualidade da terra tornando-a
possível de reaproveitamento.
Neste novo processo, também foi incorporada a escória de Alto-Forno, resíduo não
utilizado nos primeiros testes.

Posteriormente, pesquisou e elaborou uma nova série de misturas, dentre elas o


grupo controle, conforme quadro abaixo:

Grupo Controle

QUADRO 1. Propostas de misturas para fabricação dos bloquetes ecológicos


sextavados

Após a fabricação dos bloquetes ecológicos sextavados com as misturas acima,


foram maturação por 20 dias e posteriormente as amostras foram enviadas
novamente ao laboratório do Colégio Técnico Universitário da Universidade Federal
de Juiz de Fora, onde passaram por novas análises.
Os ensaios (amostras) foram analisados e foram obtidos os seguintes resultados:
QUADRO 2. Determinação da resistência dos bloquetes ecológicos sextavados

A amostra “D” foi a escolhida para a fabricação dos bloquetes por apresentar um
grau de dureza satisfatório e também por utilizar todos os resíduos. Na mistura
escolhida, o resíduo escória do Alto-Forno é usado em menor quantidade na
mistura, pois o mesmo tem um valor comercial elevado, ao passo que os resíduos
da terra de Shredder e escória da Aciaria são utilizados em maior quantidade.

O bloquete da mistura “D” foi submetido a análises químicas através de


espectrometria de raios x e os resultados encontrados estão expressos em
porcentagem no quadro 3. O alto teor de ferro encontrado na amostra diferencia o
bloquete convencional daquele que utiliza agregados alternativos.
QUADRO 3. Composição química do bloquete

2.2 Testes Ambientais

Foram fabricados 10 bloquetes utilizando a amostra escolhida (D), após a


maturação, os bloquetes seguiram para um laboratório para execução dos testes
ambientais. Os laudos de caracterização e classificação dos resíduos constituintes
da mistura do bloquete foram avaliados e definidos quais os elementos poderiam
causar impacto ambiental. Após a definição, os bloquetes foram submetidos à
metodologia de solubilização e lixiviação.

O teste de solubilização fixa as condições exigidas para diferenciar os resíduos


Classe I e II, de acordo com a NBR 10.006:2004. O processo constitui na mistura de
um fragmento do bloquete com água deionizada, originando o extrato solubilizado e
que tem por finalidade demonstrar que, uma vez em contato com a água, o resíduo
não modificará a qualidade dos padrões de potabilidade da água (ABNT:2004).

O ensaio de solubilização constituiu de: ensaio em solução neutra (pH 7,0) em


duplicata, cada um com 100g; agitação inicial e repouso por sete dias e ao final, a
solução foi diluída até 400 mL com água deionizada.

Já o teste de lixiviação é realizado para caracterizar a periculosidade ou não de um


resíduo (NBR 10.005:2004). Este procedimento simula condições ácidas que
favorecem a lixiviação de alguns contaminantes, e que podem ocorrer devido à
decomposição de matéria orgânica presente nos resíduos orgânicos ao serem
misturados com resíduos industriais.
O ensaio de lixiviação constituiu de: ensaio em meio ácido “natural”, usando-se o
ácido acético 0,5 N, agitação contínua de 50g da amostra em pH 5,0
+/- 0,2, por um período mínimo de 25 h, a acidez foi mantida com novas adições de
ácido acético e ao final, a solução foi diluída até 800 mL com água deionizada.
Após preparação dos extratos de lixiviação e solubilização, teor dos elementos em
solução na forma de extratos foram medidos. Também foi enviado um bloquete para
análise de amostra bruta. Os resultados obtidos são apresentados no quadro 4,
demonstrando que a pavimentação utilizando os bloquetes ecológicos não causa
impacto significativo ao meio ambiente.

QUADRO 4. Testes ambientais no bloquete ecológico

2.3 Projeto Piloto

Pelos testes realizados, foi observado que a fabricação dos bloquetes ecológicos
sextavados, utilizando os resíduos gerados nos processos produtivos, não causa
danos ao meio ambiente. A partir disso, a empresa fabricou 1.500 unidades desses
bloquetes, perfazendo um total de 131 m², que foram assentados em uma área
situada no entorno de uma das instalações produtivas. A partir daí, realizou-se
avaliação do comportamento dos bloquetes frente aos fatores físicos (tais como a
compressão pelo tráfego de veículos pesados no local), climáticos (temperatura,
chuva) e ambientais (solubilização,lixiviação). A área foi escolhida em virtude de não
ser pavimentada e pelo fato do calçamento evitar poeira causada pela circulação de
caminhões pesados. Seguem abaixo as figuras do projeto piloto:
FIGURA 2. Fabricação dos bloquetes FIGURA 3. Maturação dos bloquetes

FIGURA 4. Preparação da base e sub-base FIGURA 5. Assentamento dos bloquetes

FIGURA 6. Término do assentamento FIGURA 7. Rejunte betuminoso


dos bloquetes ecológicos

FIGURA 8. Finalização da FIGURA 9. Transito de equipamentos


pavimentação

3 Inovação

3.1 Inovação

Os bloquetes ecológicos são blocos pré-moldados de concreto utilizados na


pavimentação. Consistem na junção da tecnologia do concreto como matéria-prima
e no conceito dos antigos calçamentos de paralelepípedos. A fabricação dos
bloquetes ecológicos é mais uma alternativa para as empresas do ramo siderúrgico,
transformarem seus resíduos, gerados no processo produtivos, em coprodutos.
Desta forma, possibilita a reutilização e reciclagem, diminuindo assim, a
possibilidade de geração de passivos ambientais.

3.2 Modernização do processo construtivo


Os bloquetes ecológicos possuem grande resistência à compressão, à abrasão e à
ação de agentes agressivos, além de apresentarem as características de ser
flexível, permeável e antiderrapante.
Eles se diferenciam do asfalto no que tange a sua permeabilidade, possibilitando
uma maior infiltração das águas de chuva no solo, evitando assim enchentes,
eventos cada vez mais recorrentes e preocupantes nos meios urbanos. Neste
quesito, pode-se dizer que são ambientalmente corretos e economicamente viáveis,
por se tratarem de uma pavimentação mais barata que a cobertura asfáltica.

3.3 Aumento de produtividade

Os bloquetes ecológicos poderão ser utilizados na pavimentação das ruas de


diversas cidades com menor custo quando comparado com outros tipos de
pavimentação. Além disso, o calçamento reduz a poeira causada pela circulação de
veículos em áreas não pavimentadas e ainda melhora as condições de saneamento
básico. Tais medidas possibilita ainda a diminuição de doenças respiratórias e
parasitárias causadas por geo-helmintos, respectivamente. Ademais, a
pavimentação melhora a qualidade de vida e aumenta a produtividade da população
beneficiada, em função da melhoria no trânsito.

3.4 Redução de custos

Os bloquetes ecológicos utilizados para pavimentação apresentam menor custo


quando comparado com outros tipos de pavimentação.
* Não considerando o preparo de sub-base e a base

Pode-se observar no quadro acima que a fabricação dos bloquetes ecológicos é


viável, uma vez que apresenta, além das vantagens ambientais, uma economia em
seu custo de produção em relação ao mesmo produto fabricado com areia e brita
convencional.

3.5 Redução custos homem hora/ m2

Há uma redução dos custos homem/hora, quando se compara a fabricação de


bloquetes ecológicos com os bloquetes convencionais, pois na cadeia produtiva do
último utilizam-se recursos naturais, como a areia e brita. Sabe-se que para a
fabricação de brita e a retirada de areia dos rios, alem de gerar impactos ambientais,
são necessários recursos humanos, que elevam-se os custos de fabricação dos
bloquetes convencionais.

3.6 Redução de custos de materiais

No aspecto econômico, o uso de resíduo, transformados em coprodutos, em


substituição da matéria-prima comumente utilizada no processo de fabricação do
bloquete possibilita uma redução de até 22% no custo de produção. Já no aspecto
ambiental, contribui ao não utilizar a areia, que é retirada dos rios, e a brita, extraída
das pedreiras.

3.7 Redução do desperdício


O bloquete ecológico, por ser fabricado por meio da utilização de resíduos
siderúrgicos, poupa a utilização de recursos naturais e, consequentemente, promove
a reutilização e reduz o desperdício.

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