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Gabinete do vereador Fernando Holiday

“Queremos uma
sociedade onde as
pessoas sejam livres
para fazer escolhas,
cometer erros, ser
generosas e
compassivas. Isto é o
que queremos dizer com
uma sociedade moral;
não é uma sociedade
onde o Estado é
responsável por tudo, e
ninguém é responsável
pelo Estado”.
Margaret Thatcher, ex-
primeira-ministra
britânica

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Relatório

1- Introdução 3

1.1. - O que é um sistema previdenciário? 4

1.2 - Por que falamos tanto em reforma da previdência? 7

1.3. - A questão demográfica 7

1.4. - A questão brasileira - um modelo de previdência perverso 16

1.5. - A Sampaprev 21

2 - Análise dos arts. 1º a 50 22

3 - Análise da estrutura do IPREM - art. 50 ao fim. 113

4 - Argumentos apresentados por peritos na comissão e contra-argumentos 117

5 - Conclusão 121

6 - Substitutivo 125

O excelentíssimo senhor prefeito enviou a esta Câmara de Vereadores


projeto de lei que visa reformular o regime próprio de previdência social de São
Paulo. Este projeto já foi debatido em comissões e, antes de ir ao Plenário, foi
submetido à presente comissão de estudos, que me deu a honra de ser seu
relator.
O projeto suscita algumas paixões, compreensivelmente. Há diferentes
visões em jogo a respeito da previdência, do papel do Estado, da forma de
organização do serviço público, etc. Como sempre, a controvérsia é bem-vinda,
porque nos ajuda a pensar melhor e a analisar melhor os argumentos,
identificando possíveis pontos fracos e que carecem de mudança.

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Assim, antes de iniciar o relatório, quero agradecer profundamente a


todas as pessoas que foram ao meu gabinete e que foram à Comissão. A
exposição de pontos de vista diferentes foi utilíssima para a melhor
compreensão da matéria, que é, de fato, complexa.
Agradeço também aos senhores vereadores da Comissão que, em um
apertado cronograma, se dispuseram a debater por longas horas os problemas
da previdência pública municipal.
A democracia exige o bom funcionamento do parlamento, e o parlamento
bem funciona quando o debate é livre, desimpedido e plural. Acredito,
sinceramente, que o Município ganha quando debatemos e quando divergimos,
e que a maior vitória ocorre quando, através do nosso dissenso, conseguimos
chegar a um consenso que agrade a vontade geral. Somos, afinal, servos do
povo paulistano, e melhor o serviremos por meio de um debate leal, mesmo que
duro e extremamente analítico, como exige a presente matéria. E isto foi feito
pela Comissão, o que me proporciona muito orgulho de ter participado de seus
trabalhos.

1- Introdução
A comissão discute o PL nº 621/2016, na sua versão aprovada como
substitutivo pela CCJ desta Casa. Cumpre lembrar que o projeto foi
originalmente apresentado pelo ex-prefeito Fernando Haddad, mas, quando da
posse do ex-prefeito João Doria, o texto foi substituído por outro, mantendo-se a
numeração original. Este texto, do ex-prefeito João Dória, foi substituído na CCJ
pelo texto de autoria do vereador Caio Miranda.
É sobre este texto, de autoria do vereador Caio Miranda, que faremos o
nosso relatório. Eventualmente, faremos considerações aos textos anteriores.

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Antes, porém, acreditamos que seja útil tecer algumas considerações gerais
sobre previdência.

1.1. - O que é um sistema previdenciário?

A ideia da previdência social está pautada em um objetivo, que é o de


assegurar que ninguém fique desamparado por conta de uma situação adversa.
Esta situação adversa pode ser doença, morte ou idade avançada, que impeça
ou desestimule o trabalhador a continuar trabalhando.
Já o valor que sustenta a previdência social é o da solidariedade. A ideia
é que todos são responsáveis por todos, combatendo-se assim um pensamento
individualista, em que o infortúnio de outro trabalhador cause em outro a
indiferença. No caso específico da previdência, esta solidariedade se dá de
forma intergeracional, ou seja, a geração que hoje trabalha sustenta a geração
que não mais trabalha, na expectativa de ser sustentada pela geração que ainda
não nasceu quando chegar o seu momento de se aposentar.
Em linhas muito gerais, podemos entender que o que hoje entendemos
por “seguridade social” surgiu na Europa, na virada do Século XIX para o Século
XX, como um grande pacto social entre diferentes setores da sociedade
(governo, trabalhadores, empregadores, etc…), a fim de não deixar o trabalhador
exposto a situações de fragilidade financeira. Acreditava-se que a formação de
uma rede de proteção social desestimularia movimentos políticos violentos e
permitiria um convívio social pacífico.
No Século XX, destacam-se a Constituição mexicana de 1919 (que era
um documento muito problemático, mas que teve preocupação em fazer uma
rede de proteção social) e a chamada “Constituição de Weimar”, feita também
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em 1919 pela Alemanha no contexto do pós-guerra. A ideia da Constituição de


Weimar, cujo texto até hoje é bastante elogiado, era impedir que o caos
econômico advindo da perda de uma guerra pudesse reduzir os alemães à
pobreza. Para tanto, a Constituição de Weimar foi generosa em seus direitos
sociais, estabelecendo diversos deveres ao Estado. Infelizmente, isto não
impediu o ressurgimento do totalitarismo e o advento de outra guerra.
De todo o modo, a ideia de um sistema de seguridade social se
popularizou no mundo todo, como forma de garantir algum bem-estar às
pessoas. Esse sistema teve organização diferente em cada país, mas, em um
primeiro momento, vigeu a ideia de que cabia ao Estado organizar a previdência.
Posteriormente, esta ideia foi parcialmente revista; hoje admite-se formas
diferentes de organização, com destaque para o custeio individual por
capitalização, conforme veremos.
No Brasil, o atual sistema de seguridade social está baseado em um tripé:
saúde, previdência e assistência. Ao contrário do que às vezes se pensa, a
educação, apesar de ser direito social, não faz parte do sistema de seguridade.
Pois bem, o serviço de saúde é dada a todos que necessitem manter ou
restabelecer a sua saúde, gratuitamente - apesar de admitirmos a prestação de
serviço privado de saúde. A Constituição Federal de 1988 organizou o chamado
Sistema Único de Saúde, integrando os entes federativos, com bons resultados.
A assistência, por sua vez, é dada a quem estiver em situação de extrema
pobreza. O objetivo é, em termos bastante diretos, impedir que alguém morra
por causa da pobreza.
A previdência é dada aos que contribuírem, independentemente de serem
pobres ou ricos. Assim, um bilionário e um miserável terão os mesmos direitos
se tiverem contribuído de forma igual. Cumpre lembrar, entretanto, que a
Constituição prevê que a filiação ao sistema previdenciário é obrigatória, ou seja,

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todos os que trabalham devem ser filiados ao sistema. Ainda, os que não
trabalham podem se filiar ao sistema facultativamente.
Portanto:

Serviço Beneficiário Custo

gratuito, mas pode ser


Saúde Todos os que precisem pago se o usuário quiser
usar a rede particular

Assistência Pobres gratuito

É contributivo. A lei
estabelece uma forma
Previdência Contribuintes de custeio, que recai em
parte sobre os próprios
contribuintes, em parte
sobre os empregadores,
etc...

Percebe-se claramente que a previdência tem uma diferença essencial


em relação à saúde e à assistência, que é o seu caráter contributivo.

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1.2 - Por que falamos tanto em reforma da


previdência?

Quem acompanha os desdobramentos políticos e econômicos do Brasil


sabe que o tema “reforma da previdência” é perene. Ao contrário de outros
temas, ele simplesmente não sai da pauta política; no máximo, adia-se a
discussão de uma nova reforma por um curto período, por conta de situações
políticas específicas.
Em um primeiro momento, isto causa estranhamento. Por que a
sociedade não consegue simplesmente resolver a questão e cuidar de outras
pautas igualmente importantes?
A resposta é complexa, mas, basicamente, podemos apontar para dois
problemas: um que está ocorrendo no mundo todo (questão demográfica) e
outro que é tipicamente brasileiro (existência do RPPS).

1.3. - A questão demográfica

O modelo de previdência pensado no início do Século XX está em forte


crise no mundo todo. Isto ocorre porque este modelo não foi pensado tendo em
vista a atual realidade demográfica. No começo do Século XX, ainda tínhamos
uma realidade demográfica com grande número de nascimentos e expectativa
de vida mais baixa. Hoje, temos bem menos nascimentos e alta expectativa de
vida.
Isso se explica pela conjugação de vários fatores:
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● Avanço da medicina. Conforme a medicina avança, são descobertas


curas e vacinas para doenças que antes tomavam muitas vidas. Ainda, o
custo da medicina fica menor e ela se torna mais difundida e acessível. O
desenvolvimento da maioria das vacinas hoje disponíveis se deu logo
após a estruturação dos grandes sistemas previdenciários. Apenas como
exemplo, a vacina contra o pólio só se popularizou no meio da década de
50 nos Estados Unidos. Este avanço significa menos mortes e maior
tempo de vida, o que faz com que os segurados fiquem muito mais tempo
sendo beneficiados pela previdência;
● Entrada da mulher no mercado de trabalho. Esta mudança, que
ocorreu a partir da década de 30, fez com que a mulher fosse
paulatinamente deixando de cuidar apenas das tarefas domésticas e, aos
poucos, fosse assumindo posições profissionais idênticas às controladas
pelos homens. Isto gerou uma queda na natalidade (já que as mulheres
não tinham mais condições de cuidar de vários filhos) e uma maternidade
mais tardia, porque as mulheres passaram a desenvolver uma carreira
antes de engravidar. Tornou-se comum que mulheres tivessem o primeiro
filho depois dos trinta anos, por exemplo;
● Mudança nos hábitos sexuais e disponibilização de métodos
anticonceptivos. Com o advento de vários métodos anticoncepcionais, o
sexo deixou de ser diretamente relacionado à gravidez. Assim, as
pessoas puderam manter relações sexuais sem que disto decorresse uma
gravidez;
● Urbanização. O estilo de vida urbano, radicalmente diferente do rural,
contribuiu para a formação de novos núcleos familiares, que não
necessariamente favorecem a maternidade.

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O resultado foi que, no mundo todo, a população se tornou mais velha.


Com isso, ocorreram duas consequências fatais para os sistemas de
previdência:
● Menos jovens financiam o sistema por meio das suas contribuições;
● Mais idosos dependem do sistema - e por mais tempo.

Vejamos como isso se mostra na pirâmide etária brasileira:

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Esta

Esta é a pirâmide etária de 1950. Típica de países subdesenvolvidos, tem muitos


jovens e poucos idosos.
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Já em 1990, temos o começo de uma mudança. As bases já não são tão largas.

esta mudança se acentua em 2000

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E continua a mudar em 2010.

Agora, vejamos as projeções para o futuro:

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Percebe-se que a pirâmide de 2020 é radicalmente diferente da de 1970

Seguindo esse padrão, vejamos como será a pirâmide de 2050

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O país será de idosos, praticamente.

Isto se assemelha à pirâmide do Japão em 2016.

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Em suma, a configuração da população brasileira está aos poucos se


aproximando do padrão dos países desenvolvidos. Em que pese o fato disto
demonstrar avanços em diversas áreas - notadamente saúde, desenvolvimento
urbano e inserção da mulher no mercado de trabalho - ocorre também, como
consequência, o envelhecimento da população. Para o sistema previdenciário,
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esta consequência é muito negativa. De novo, o sistema foi concebido no Século


XX, em uma época em que tínhamos vários trabalhadores jovens sustentando
poucos idosos. O cenário mudou, e o sistema precisa mudar também.

1.4. - A questão brasileira - um modelo de


previdência perverso

No caso específico do sistema de previdência brasileira, há um


complicador em relação aos sistemas vistos em outros países: por motivos
históricos e políticos, optou-se por formar dois sistemas de previdência pública,
apartados: o geral e o dos servidores. Usaremos, doravante, a nomenclatura
técnica: quando falarmos do sistema geral, usaremos a sigla RGPS (Regime
Geral de Previdência Social), e quando falarmos da previdência dos servidores,
me referirei a RPPS (Regime Próprio de Previdência Social).
Não cabe aqui fazermos maiores digressões históricas, mas devemos
lembrar que o RPPS sempre foi visto como mais vantajoso, porque permitiu, por
muito tempo, a aposentadoria com salário integral. É fato que diversas
mudanças ocorridas na Constituição no final da década de 90 e início do Século
XXI tornaram o RPPS bem menos vantajoso do que era inicialmente,
assemelhando-o, em muitos pontos, ao RGPS. Uma destas mudanças, aliás,
permitiu que fosse imposto aos membros do RPPS limite (teto) igual àquele
previsto para o RGPS, desde que algumas condições fossem observadas. Tais
mudanças, porém, não afetaram o aspecto mais perverso do RPPS, que é o fato
dele ser organizado e parcialmente custeado pelo ente federativo que contrata o

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servidor. O RGPS, ao contrário, é organizado e parcialmente custeado pela


União.
Ainda, foi introduzido no Brasil o sistema de previdência por capitalização,
privada ou, em alguns casos, em consórcio com o Poder Público. Trata-se de um
sistema complementar e radicalmente diferente dos descritos anteriormente. Ele
é complementar porque o fato de alguém ter uma previdência privada não o
dispensa da filiação ao RGPS ou ao RPPS e é diferente porque não há a
incidência da solidariedade; cabe a cada indivíduo poupar parte do seu salário
para constituir um fundo que, futuramente, servirá para o seu sustento.
Na modalidade de previdência complementar privada, a matéria é
regulada pela Lei Complementar nº 109 de 2001. Ocorre que cada ente
federativo pode organizar um sistema de previdência complementar, por
capitalização, para os seus servidores estatutários estáveis (os filiados ao seu
RPPS).
Temos então:

Regime RGPS RPPS Complementar

Na modalidade de
Empregados Servidores previdência privada,
privados, estatutários aberta, quem quiser. Na
empresários, sócios que têm modalidade de previdência
Segurados de pessoas jurídicas estabilidade complementar pública, os
empresárias, ou segurados do RPPS que
autônomos, vitaliciedade assim desejarem
empregados públicos (membros de

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(que trabalhem sob a carreiras


égide das leis públicas)
trabalhistas),
servidores
estatutários em cargo
de livre provimento,
facultativos, etc.

A modalidade de
previdência privada aberta
pode ser organizada por
entidades de previdência
(em geral, instituições
Ente financeiras), nos termos
União, através de federativo que da Lei Complementar nº
Organização autarquia própria contrata o 109. Já na modalidade de
(INSS) servidor. previdência complementar
pública, cabe a cada um
dos entes federativos fazê-
lo. No âmbito federal, a
matéria é regulada pela
Lei 12.618 de 2012.

A ideia de regimes complementares de previdência é bastante útil,


porque, ao utilizar da lógica de capitalização, desestimula-se a dependência do
sistema de solidariedade intergeracional que marca o RGPS e o RPPS,

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protegendo o cidadão que adere à previdência complementar da inevitável


insolvência destes sistemas públicos.
Pois bem, diante do exposto, cumpre esclarecer alguns pontos.
Primeiramente, dissemos que o RPPS é perverso porque impõe demasiado peso
financeiros nos Estados e União. Isto ocorre porque, no RPPS, cabe a cada um
dos entes federativos que contratou o servidor organizar e custear parcialmente
a sua previdência. Isso faz com que os Estados e Municípios tenham que arcar
com o custo do RPPS dos seus servidores, o que é especialmente perverso no
arranjo federativo brasileiro, em que cabe aos Estados e Municípios a maior
parte dos serviços e a menor parte da arrecadação (que fica concentrada na
União).
Não é novidade que os Estados e Municípios têm muitas dificuldades
orçamentárias. Diversos Estados e Municípios apresentam índice de
endividamento e de comprometimento orçamentário com servidores em
patamares incompatíveis com o que predispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal
(Lei complementar 101). Há municípios que vivem exclusivamente do repasse de
verbas de outros entes federativos (felizmente, não é o caso de São Paulo).
Forçar os Estados e Municípios a organizar a custear parcialmente um sistema
fadado ao déficit sistemático é bastante perverso. Na prática, Estados e
Municípios estão se tornando fundos previdenciários falidos. Se analisarmos o
orçamento enviado à Câmara pelo Poder Executivo, veremos que boa parte da
receita é comprometida com servidores ativos e inativos. Este quadro tende a se
deteriorar bastante nos próximos anos.
Feito tal esclarecimento, cumpre lembrar que uma das principais reformas
previdenciárias feitas pelo Congresso Nacional - a saber, a Emenda à
Constituição nº 41 de 2003 - inseriu no art. 40 da Constituição Federal
(justamente o artigo que trata do RPPS) o §14 (dentre outros parágrafos), que

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determina que o ente federativo responsável pelo RPPS pode limitar os seus
benefícios ao teto do RGPS, desde que implemente sistema de aposentadoria
complementar, por capitalização e opcional.
Repetindo, de forma mais didática: a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios não pagarão aos aposentados e pensionistas dos seus RPPSs
mais do que é pago pelo RGPS, mas se - e somente se - estabelecerem um
regime de previdência complementar (RPC). Foi isto que a União fez com a
promulgação da Lei 12.618 de 2012.
Fica claro, portanto, que um dos interesses do Município em estabelecer o
RPC é limitar os rendimentos pagos pelo RPPS, tornando o sistema mais
sustentável. Imaginemos um servidor que ganha um altíssimo salário - por
exemplo, um conselheiro do TCM - e que se aposente precocemente com
rendimentos integrais (como ocorre com certa frequência no TCM…). É muito
desvantajoso para o Município pagar treze salários anuais de mais de
R$25.000,00. Porém, pagar treze salários anuais de cerca de R$5.000,00,
apesar de também ser algo financeiramente comprometedor, causa um impacto
muito menor.
Esclareça-se que o servidor também tem vantagem em aderir ao RPC,
pois passa a ter aposentadoria condizente com o que se dispôs a poupar, bem
como escapa da incerteza sobre o futuro atuarial do RPPS (que é nebuloso…).
Tal servidor pode escolher sair do RPC e aderir a uma previdência privada, em
instituição de sua confiança. É importante que isto seja dito pois instâncias
meramente corporativas (TCM, sindicatos, etc…) costumam insistir na retórica
de que os servidores estariam sendo traídos e abandonados à pobreza, o que
pode ser facilmente aferido como falacioso.
Por fim, notamos que, sem a menor sombra de dúvida, o ideal seria a
extinção por completo do RPPS, concentrando toda a população no RGPS e em

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sistemas de previdência complementar privados. Não há absolutamente nada


que justifique a manutenção do perverso RPPS, salvo os interesses corporativos
e a retórica populista que só interessa àqueles que dela se beneficiam
diretamente. Este passo - necessário, inevitável e audacioso - deve ser tomado
com coragem pelo Congresso Nacional. Enquanto isto não for feito, os Estados e
Municípios serão administradores de fundos de pensão deficitários, nada mais.

1.5. - A Sampaprev

Chegamos, então, ao projeto de lei que nos cumpre estudar. Como


afirmei na introdução, este projeto havia sido enviado originalmente pelo ex-
prefeito Haddad, mas quando da posse do ex-prefeito Dória, teve seu texto
integralmente substituído. Atualmente, esta Casa discute o substitutivo da lavra
do vereador Caio Miranda, que foi aprovado pela CCJ.
O projeto tem três objetivos:
1. Reformar o RPPS municipal;
2. Estabelecer o RPC municipal (e, por consequência, limitar o rendimento
pago pelo RPPS municipal ao teto do RGPS);
3. Criar uma fundação pública, com personalidade jurídica de direito privado,
que administre o sistema.

Diante do atual quadro, isto é, sem que o Congresso Nacional tome as


medidas necessárias para fazer as reformas previdenciárias urgentes (a saber,
extinção do RPPS), o projeto é o máximo que o Município pode fazer para
sanear as suas contas. Aprová-lo significa dar um pequeno fôlego à combalida

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Fazenda municipal, permitindo uma volta bem temporária e precária da


possibilidade de investimentos. Rejeitá-lo significa condenar o Município à
falência. Para validar tal conclusão, basta que se analise o projeto de orçamento
enviado pelo prefeito para o ano de 2019, em que consta uma boa parte do
orçamento destinado para gastos previdenciários e que a previdência tem gastos
maiores que quase todas as pastas.

2 - Análise dos arts. 1º a 50

Esta lei trata da reorganização e


capitalização do Regime Próprio de
Previdência Social – RPPS, com a
instituição de medidas voltadas ao
equilíbrio financeiro e atuarial do
regime e a definição de formas do
respectivo financiamento; da criação
do Regime de Previdência
Complementar – RPC, fixando o limite
máximo para a concessão de
aposentadorias e pensões pelo
Regime Próprio de Previdência Social;
da autorização para a criação de
Art. 1º Entidade Fechada de Previdência
Complementar no Município de São
Paulo; da Reestruturação do Instituto

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de Previdência Municipal de São


Paulo – IPREM; da criação do Quadro
dos Profissionais de Gestão
Previdenciária – QPGP e da extinção
de cargos.

Objetivos da lei: o artigo 1º deixa claro que os objetivos da lei, conforme


explicitado anteriormente neste relatório, são três: reestruturar o RPPS, criar o
RPC e criar uma entidade que administre o novo sistema.
Adequação à Lei Complementar 95: o art. 7º, caput, da Lei
Complementar 95 determina que a lei disponha, em seu primeiro artigo, sobre o
objeto. Já o §1º do art. 7º desta Lei Complementar dispõe que, excetuado o caso
de códigos, cada lei tratará de um só assunto.
É fácil perceber que o projeto atende o art. 7º, caput. Quanto ao disposto
no §1º, temos que o fato de o projeto ter três objetivos distintos não atenta contra
a regra de que cada lei tratará de um só objeto. O objeto desta lei é, na verdade,
um só: a reestruturação da previdência municipal. O modo como isso será feito é
tripartite, como dissemos.
O art. 1º é adequado.

Para os efeitos desta lei, os termos


referidos no Anexo I devem ser
compreendidos conforme as
Art. 2º definições ali contidas, sempre que

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grafados com letra maiúscula.

O art. 2º também não traz surpresas. Sempre que uma lei é


excessivamente técnica e minuciosa, como ocorre com as leis previdenciárias,
usa-se siglas e nomenclatura própria. Acreditamos, aliás, que este artigo 2º
poderia ser um parágrafo do artigo 1º, mas a atual redação é adequada.

O RPPS do Município de São Paulo


fica reorganizado na forma
estabelecida por esta lei, que dispõe
sobre as formas de financiamento e
Art. 3º institui medidas voltadas a seu
equilíbrio financeiro e atuarial,
observado o previsto no artigo 40,
bem como nos artigos 30, inciso I,
149, § 1º, e 249 da Constituição
Federal.

Apesar do art. 3º não ser problemático, ele é desnecessário. O artigo 1º já


tratou do objeto da lei. Ainda, a redação deste artigo 3º está indicando uma
reorganização em um sistema existente (“...fica reorganizado”...), quando a
técnica legislativa determina que os termos da lei devem ser gerais e feitas em
tempo presente ou futuro do presente (art. 11, I, d, da Lei Complementar 95).

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De todo o modo, a atual redação, apesar de infeliz, não gera maiores


prejuízos à matéria.

O RPPS será assegurado por meio da


arrecadação de contribuições dos
Segurados, dos Órgãos e Entidades
da Administração Pública Municipal a
Art. 4º ele vinculados e de outras receitas
que lhe forem atribuídas por lei.

Sistema contributivo: o art. 4º segue a regra geral da previdência pública


brasileira, que é contributiva, devendo o futuro beneficiário contribuir com parte
do custeio. Há uma multiplicidade de fontes de receita.
Contribuição do segurado, no caso, é a parcela que é descontada dos
vencimentos dos servidores, na fonte, para fins de financiamento do RPPS.
Contribuição dos órgãos e entidades da administração é a
contrapartida paga por quem emprega o servidor (uma “contribuição patronal”,
para usar os termos do RGPS).
Estas duas contribuições correspondem à maior parte da receita. As
“outras verbas” abrangem desde ficções (como doações ao sistema) até o
repasse orçamentário para conter déficit (o popular “rombo da previdência”) e os
frutos civis advindos da exploração de bens que serão administrados pelo
sistema.

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Art. 5º A contribuição previdenciária


dos servidores ativos vinculados ao
RPPS, destinada à manutenção desse
regime, será de 14% (quatorze por
cento) incidentes sobre a totalidade da
base de contribuição.
§ 1º Para os fins desta lei, entende-se
como base de contribuição o total dos
vencimentos ou subsídios do servidor,
compreendendo o vencimento do
cargo, acrescido das vantagens
Art. 5º pecuniárias que a ele se integram, nos
termos da lei, ou por outros atos
concessivos, bem como os adicionais
de caráter individual, e quaisquer
outras vantagens, excluídas:
I - as diárias para viagens;
II - o auxílio-transporte;
III - o salário-família;
IV - o salário-esposa;
V - o auxílio-alimentação;
VI - parcelas remuneratórias pagas
em decorrência de local de trabalho;
VII - a parcela percebida em
decorrência do exercício de cargo em
comissão ou de função de confiança;

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VIII - terço de férias;


IX - hora suplementar;
X - o abono de permanência;
XI - outras vantagens instituídas em
lei, não passíveis de incorporação aos
vencimentos ou subsídios do servidor.
§ 2º O servidor titular de cargo efetivo
poderá optar pela inclusão, na base
de contribuição, de parcelas
remuneratórias de que tratam os
incisos VI e VII do § 1° deste artigo,
na forma do regulamento.
§ 3º A inclusão das vantagens
referidas no § 2º deste artigo, para
efeito de apuração do limite previsto
no § 2º do artigo 40 da Constituição
Federal, será feita na forma
estabelecida no artigo 1º da Lei
Federal nº 10.887, de 18 de junho de
2004.

Contribuição - alíquota: o caput estabelece que a alíquota da contribuição será


de 14%. Este percentual abrange todos os servidores.

Cálculo da contribuição: para entender qual é o valor que cada servidor


pagará, é preciso aplicar estes 14% à base de cálculo, que será discriminada
posteriormente, mas, em linhas gerais, é quase o total da remuneração.
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Alíquota progressiva: a Constituição dá preferência à progressividade tributária


(art. 145, §1º da CF), que determina que os mais ricos paguem mais.
Evidentemente, os servidores que têm maior remuneração já pagarão mais em
termos totais, porque o percentual de 14% aplicado a uma remuneração maior
resulta em um valor maior. Ocorre que a progressividade da tributação se dá
também com alíquotas progressivas.
Optou-se, todavia, por uma alíquota única, o que torna o sistema mais
simples e elimina algumas distorções do sistema de alíquotas progressivas. O
projeto original tinha a previsão de uma alíquota adicional e progressiva, que
fazia com que a contribuição dos servidores mais bem remunerados fosse
maior do que 14%. Isto era útil para discriminarmos - na forma constitucional -
os servidores de base (professores da rede de educação recém-ingressos, por
exemplo) e servidores que têm altíssima remuneração (conselheiros do TCM,
por exemplo). Infelizmente, isto foi retirado do substitutivo da CCJ e a imensa
maioria dos vereadores se mostrou contrária à reinserção, motivo pelo qual
deixaremos de oferecer emenda nesse sentido.
A contribuição mínima, no entanto, deve ser 14%. Apesar de ser uma
contribuição alta, é necessária diante do quadro financeiro e atuarial do RPPS
paulistano e do caráter privilegiado do RPPS.

Jurisprudência do STF: lamentavelmente, em um primeiro momento, o STF


vedou as alíquotas progressivas de vários tributos, como o ITBI (Súmula 656).
Recentemente, porém, a jurisprudência do STF vem determinando que toda a
tributação deve observar a progressividade. Assim:

(...) todos os impostos podem e devem guardar


relação com a capacidade contributiva do sujeito
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passivo e não ser impossível aferir-se a capacidade


contributiva do sujeito passivo do ITCD [Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Bens e
Direitos]. Ao contrário, tratando-se de imposto direto,
a sua incidência poderá expressar, em diversas
circunstâncias, progressividade ou regressividade
direta. Todos os impostos, repito, estão sujeitos ao
princípio da capacidade contributiva, especialmente
os diretos, independentemente de sua classificação
como de caráter real ou pessoal; isso é
completamente irrelevante. Daí por que dou
provimento ao recurso, para declarar constitucional o
disposto no art. 18 da Lei 8.821/1989 do Estado do
Rio Grande do Sul.
[RE 562.045, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, voto do
min. Eros Grau, j. 6-2-2013, P, DJE de 27-11-2013,
Tema 21.]

Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação


Pública (COSIP). Art. 149-A da CF. LC 7/2002, do
Município de São José, Santa Catarina. (...) Lei que
restringe os contribuintes da Cosip aos consumidores
de energia elétrica do Município não ofende o
princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se
identificar e tributar todos os beneficiários do serviço
de iluminação pública. A progressividade da alíquota,
que resulta do rateio do custo da iluminação pública
entre os consumidores de energia elétrica, não
afronta o princípio da capacidade contributiva. Tributo
de caráter sui generis, que não se confunde com um
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imposto, porque sua receita se destina a finalidade


específica, nem com uma taxa, por não exigir a
contraprestação individualizada de um serviço ao
contribuinte. Exação que, ademais, se amolda aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
[RE 573.675, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 25-3-
2009, P, DJE de 22-5-2009, Tema 44.]

IPVA. Progressividade. Todos os tributos submetem-


se ao princípio da capacidade contributiva
(precedentes), ao menos em relação a um de seus
três aspectos (objetivo, subjetivo e proporcional),
independentemente de classificação extraída de
critérios puramente econômicos.
[RE 406.955 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 4-10-
2011, 2ª T, DJE de 21-10-2011.]

IPVA. Lei estadual. Alíquotas diferenciadas em razão


do tipo do veículo. Os Estados-membros estão
legitimados a editar normas gerais referentes ao
IPVA, no exercício da competência concorrente
prevista no art. 24, § 3º, da Constituição do Brasil.
Não há tributo progressivo quando as alíquotas são
diferenciadas segundo critérios que não levam em
consideração a capacidade contributiva.
[RE 414.259 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 24-6-2008, 2ª
T, DJE de 15-8-2008.]

Base de cálculo: a ideia é que a base de cálculo da contribuição seja o total da


remuneração do servidor.
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Subsídio e vencimento: o vencimento deveria ser pago em parcela única, nos


termos da Emenda Constitucional 19 (especificamente, a redação que esta
emenda deu ao art. 39 §§4º e 7º da Constituição Federal). Infelizmente, pelo que
sabemos, nem toda a carreira pública municipal adotou o regime de subsídios,
previsto na Emenda 19.

Os chamados “penduricalhos”: o que a imprensa passou a chamar de


“penduricalhos” são acréscimos no total da remuneração dos servidores, de
natureza remuneratória (e não indenizatória). Em alguns casos, estes
acréscimos faziam a remuneração dos servidores ir para níveis altíssimos. A
ideia da Emenda 19 foi justamente acabar com tal situação, impondo o regime
de remuneração em parcela única e limitando todos ao chamado “teto
constitucional”.
Infelizmente, o patrimonialismo e o corporativismo falaram mais alto e há
vários casos de burla à Emenda 19, que são rotineiramente noticiados pela
imprensa. Isto evidencia o nosso déficit civilizatório, tão ou mais grave quanto o
déficit da previdência.
O projeto acerta, todavia, ao dar a atual redação ao §1º do art. 5º. Por
esta redação, toda a remuneração do servidor serve como base de cálculo,
inclusive acréscimos remuneratórios (“penduricalhos”).

Incisos do §1º e mudanças sugeridas: os incisos do §1º do art. 5º enumeram,


de forma taxativa, parcelas que ficam excluídas da base de cálculo. Elas têm,
em sua maioria, caráter indenizatório, justificando a exclusão. Entretanto, há
algumas parcelas que não são indenizatórias e que, no meu entendimento,
devem ser incluídas na base de cálculo. Vejamos uma a uma:

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1) diárias para viagem. Trata-se de parcela indenizatória, justificando sua


exclusão da base de cálculo. Nesse sentido, citamos o STJ:

2. As diárias são verbas indenizatórias devidas pelo


Estado, uma vez que este não pode enriquecer
ilicitamente com prejuízo de seus próprios servidores,
que não são obrigados a despender recursos
pessoais para atender as circunstâncias excepcionais
no desempenho de suas atividades.
(...)
(REsp 1057865/PR, Rel. Ministro REYNALDO
SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado
em 18/08/2015, DJe 25/08/2015)

2) Auxílio-transporte: também verba indenizatória, o que justifica sua


exclusão da base de cálculo

3) o salário-família. Necessidade de exclusão do rol e inclusão na


base de cálculo: neste caso, entendemos que o texto deve ser mudado, sendo
retirada a exclusão do salário-família da base de cálculo. O salário-família não é
verba indenizatória; trata-se, na verdade, de acréscimo indenizatório previsto na
Lei municipal 8989 de 1979. Ora, o art. 89 da lei 8989 dispõe lista o salário-
família em verbas remuneratórias.

4) o salário-esposa. Necessidade de exclusão do rol e inclusão na


base de cálculo: o salário-esposa é uma excrescência que consta na Lei 8989.
Basicamente, confere-se um acréscimo remuneratório ao servidor que tiver

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esposa que não trabalhe. Ora, ao colocar um acréscimo remuneratório pelo


simples fato de o servidor ter esposa ociosa, a lei privilegia a ociosidade,
desestimulando a procura de emprego (e consequentemente a geração de renda
e tributo). Ademais, ela acaba colocando, mesmo que indiretamente, a esposa
em posição de inferioridade em relação ao marido, que passa a ganhar uma
remuneração maior para poder provê-la, o que contraria os arts. 5º, I e 226, §5º
da Constituição Federal.
Enfim, seja pela inconstitucionalidade do salário-esposa, seja pela sua
imoralidade ou pelo simples fato de que ele é parcela remuneratória,
acreditamos que a base de cálculo deve incluí-lo.

5) o auxílio-alimentação. Não acreditamos que seja indenizatória,


porque todos têm que arcar com os custos da sua alimentação, motivo pelo qual
entendemos que deve ser incluído na base de cálculo.

6) parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de


trabalho. Entendemos a lógica que motivou a inserção deste inciso; o servidor
pode ser desestimulado a ir para local de trabalho distante se o seu adicional de
local de trabalho diminuir (e a tributação o diminuiria). No entanto, acreditamos
que, por ser parcela remuneratória, deve ser incluída na base de cálculo.

7) a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em


comissão ou de função de confiança. Não há o menor motivo para excluí-la
da base de cálculo;

8) terço de férias: o STJ decidiu que o terço de férias tem natureza


indenizatória. Assim:

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(...)
4. O terço constitucional de férias possui natureza indenizatória, conforme
orientação pacífica pelo próprio STJ, todavia a vexata quaestio diz respeito à base de
cálculo de tal verba.
(...)
(AgInt no RMS 50.311/MS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 06/03/2017)

Discordamos de tal entendimento, mas, considerando a necessidade de


buscar segurança jurídica, o acatamos. Assim, recomendamos que este inciso
seja mantido.

9) hora suplementar. Recomendamos a sua manutenção, para impedir a


fragilização do trabalho humano.

10) o abono de permanência: é necessária a sua manutenção neste rol


taxativo e excludente, sob pena de acabarmos diminuindo o valor do auxílio por
conta da tributação, o que pode servir de incentivo à aposentadoria precoce.

11) outras vantagens instituídas em lei, não passíveis de


incorporação aos vencimentos ou subsídios do servidor. Esta redação é
muito genérica e pode dar margem a novas exclusões não previstas em lei. A
regra, cumpre lembrar, é a inclusão do total da remuneração na base de cálculo,
sendo a exclusão a exceção. Recomendamos, portanto, que este inciso XI seja
retirado do rol taxativo e excludente.

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Possibilidade de inclusão de algumas das verbas voluntariamente: não há


objeção.

Art. 6º Os aposentados e os
pensionistas vinculados ao RPPS
contribuirão com 14% (quatorze por
Art. 6º cento), do valor da parcela dos
proventos de aposentadoria ou
pensão que supere o limite máximo
estabelecido para os benefícios do
Regime Geral de Previdência Social -
RGPS.
§ 1º Nos casos de acumulação
remunerada de aposentadorias e/ou
pensões, considerar-se-á, para fins de
cálculo da contribuição de que trata o
“caput” deste artigo, o somatório dos
valores percebidos.
§ 2º Na hipótese do parágrafo
anterior, o limite estabelecido para os
benefícios do RGPS será deduzido
uma única vez da base de cálculo da
contribuição prevista no “caput”.
§ 3º A contribuição de que trata o
“caput” incidirá apenas sobre as

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parcelas de proventos de
aposentadoria e pensão que superem
o dobro do limite máximo estabelecido
para os benefícios do RGPS quando o
beneficiário, na forma da lei, for
portador de doença incapacitante.

Contribuição dos aposentados e pensionistas: Nas reformas da Previdência


feitas após a promulgação da Constituição Federal de 1988, muito se discutiu
sobre a possibilidade de cobrar contribuição de aposentados e pensionistas. A
cobrança acabou sendo aprovada e posteriormente teve sua constitucionalidade
confirmada pelo STF (ADIs 3105 e 3108).

Alíquota: o projeto estabelece como alíquota os mesmos 14% pagos pelos


servidores ativos.

Base de cálculo: a base de cálculo, no entanto, é diferente. No caso dos


aposentados e pensionistas, a contribuição de 14% só incide sobre a parcela
que for maior do que o teto do RGPS. Isto significa que, na prática, os
aposentados e pensionistas pagam menos do que os ativos. Imaginemos um
servidor ativo que receba R$15.000,00 por mês. Segundo a regra do art. 5º, ele
contribuirá com 14% do total, ou seja, R$2.100. Se for aposentado, a base de
cálculo será de apenas R$9.354,20 (chegou-se a tal valor subtraindo da
remuneração total de R$15.000,00 o valor do teto do GPS, que hoje é de
R$5.645,80). Sobre estes R$9.354,20, o servidor inativo pagaria 14%, ou seja
R$1.309,58. Ou seja, ao se aposentar, o servidor passa a pagar, no exemplo,
37,63% a menos.
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Avaliação de mérito: parece justo, portanto, que o servidor inativo contribua,


porque a solidariedade intergeracional também o obriga. Ademais, o fato dele ter
direito à previdência não o torna imune ao dever de custear o sistema
previdenciário. Cumpre lembrar que a contribuição dos ativos e inativos não será
igual, porque, apesar de ambos terem alíquota de 14%, a base de cálculo é
diferente.

Acumulação: se houver acumulação, o valor acumulado será considerado um


só. Este dispositivo evitar distorções que ocorreria, por exemplo, se uma pessoa
recebesse uma aposentadoria de R$5.000,00 e uma pensão de R$5.000,00 - ou
seja, R$10.000,00, valor este que resultaria em uma tributação de R$609,58
(subtrai-se o valor do teto, de R$5.645,80,. dos R$10.000,00, resultando em
R$4.354,20, que é a base de cálculo. Aplicada a alíquota de 14%, temos
R$609,58). Já se esta regra não existisse, não haveria contribuição alguma,
porque a pensão e a aposentadoria, isoladamente, não passam do teto do
RGPS.
Em suma, a regra do §1º é salutar e evita distorções, que podem
contribuir para o desequilíbrio do sistema.

Dedução única: complementando a regra do §1º, o §2º determina que haverá


apenas uma dedução em caso de cumulação de aposentadoria e pensão.

Base de cálculo diferida: o projeto de lei permite que servidores inativos que
tenham doença incapacitante terão uma base de cálculo diferida, que será o
valor que supere dobro do RGPS. Vejamos a seguinte comparação:

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Servidor Remuneração Base de Alíquota Contribuição


cálculo

Ativo R$15.000,00 R$15.000,00 14% R$2.100,00

Inativo R$15.000,00 R$9.354,20 14% R$1.309,58

Inativo com
doença R$15.000,00 R$3.708,40 14% R$519,17
incapacitante

Análise dos riscos da base de cálculo diferida: apesar da ideia de ter uma
base de cálculo diferida para proteger os incapacitados ser louvável,
acreditamos que ela pode comprometer a viabilidade do sistema. Isto porque, à
medida que os aposentados envelhecem, cresce a possibilidade deles terem
doença incapacitante, o que faria com que a contribuição deles baixasse,
gerando impacto negativo no sistema. Infelizmente, a atual situação do sistema -
bastante ruim - não permite a adoção de tal medida, motivo pelo qual
recomendamos a sua supressão.

O décimo terceiro salário será


Art. 7º considerado para fins de incidência
das contribuições de que tratam os
artigos 5º e 6º desta lei.

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Décimo terceiro: por ordem constitucional, os beneficiários recebem 13º salário.


Caso não houvesse tal vantagem, haveria disparidade muito grande entre os
ativos e inativos.

Contribuição sobre o décimo terceiro: é justo e necessário que haja


contribuição sobre o décimo terceiro. Sendo uma parcela remuneratória, não há
motivo para a não incidência. Acreditamos, porém, que este art. 7º deveria ser
um parágrafo do artigo anterior.

O abono de permanência de que trata


o §19 do artigo 40 da Constituição
Federal será concedido, na forma do
regulamento, ao servidor vinculado ao
RPPS que tenha completado as
Art. 8º exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas na alínea "a",
do inciso III, do § 1º do artigo 40 da
Constituição Federal, ou que tenha
cumprido os requisitos do § 5º do
artigo 2º, ou do § 1º do artigo 3º e do
artigo 6°, todos da Emenda
Constitucional nº 41, de 2003, bem
como do artigo 3º, da Emenda
Constitucional nº 47, de 2005, e que
opte por permanecer em atividade.

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Parágrafo único. O abono de que trata


este artigo não poderá ser incluído na
base de cálculo para efeito de fixação
do valor de qualquer benefício
previdenciário.

Abono de permanência: o abono de permanência é uma parcela remuneratória


que é acrescida aos vencimentos do servidor que, tendo direito adquirido à
aposentadoria, opta por permanecer na ativa. A ideia é que seja desestimulada a
aposentadoria precoce, mantendo-se um servidor experiente e capacitado no
cargo que ele ainda pode ocupar, pois não atingiu a idade de aposentadoria
compulsória.

Relação com o fator previdenciário: no RGPS, há o chamado “fator


previdenciário”, que incide no cálculo da aposentadoria no momento de sua
concessão, baixando significativamente o valor da aposentadoria dos que se
aposentam precocemente. Note-se que, nesse ponto, o RPPS é muito mais
generoso do que o RGPS. No RGPS, a aposentadoria precoce é penalizada em
seu valor; no RPPS, não há penalidade, mas estímulo pecuniário à permanência.

Determinação constitucional: no atual sistema constitucional, exige-se o


pagamento do abono. Não cabe maiores discussões no âmbito deste PL.
Futuramente, entendemos que o Congresso deve substituir o abono por uma
espécie de fator previdenciário.

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Exclusão do abono na base de cálculo: o parágrafo único determina que o


abono não será considerado na base de cálculo. A ideia é que o abono deixe de
ser pago quando houver a aposentadoria, o que justifica sua exclusão

A contribuição dos Órgãos e


Entidades da Administração Pública
Municipal para o custeio do RPPS de
que trata o artigo 40 da Constituição
Federal será de 28% (vinte e oito por
cento), incidente sobre a base de
contribuição dos servidores ativos,
observados os
termos desta lei.
§1° Os Órgãos e Entidades da
Administração Pública Municipal são
Art. 9º responsáveis por suplementar a
alíquota prevista no “caput” deste
artigo, visando ao equacionamento do
déficit financeiro e atuarial do Plano
Financeiro, na forma prevista nesta
Lei.
§2º O produto da arrecadação da
contribuição de que trata o “caput”
deverá ser contabilizado em conta
específica, separado da

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suplementação de que trata o


parágrafo anterior.

Contribuição de órgãos e entidades: como se sabe, o sistema previdenciário


tem múltiplas fontes de receita. Ele é, em parte, pago pelo empregado, mas
também é em parte pago pelo empregador. Ainda há a possibilidade de outras
receitas, como a suplementação orçamentária. A ideia por trás da multiplicidade
de fontes é, de novo, a solidariedade. Como a previdência faz parte da
seguridade social - faz parte da rede de proteção social que impede que as
pessoas sejam desfavorecidas por não poderem mais trabalhar - é de interesse
de toda a sociedade custeá-la, para evitar dissabores sociais.

Alíquota: percebe-se que a alíquota fixada para o município é de 28%, ou seja,


o dobro da alíquota paga pelo servidor. Esta alíquota paga pelo Município ao
RPPS é altíssima. Se um servidor ganha R$10.000,00, pagará R$1.400,00, ao
passo que o Município pagará R$2.800,00, tornando o custo do servidor quase
30% mais alto. Isto é especialmente problemático em um momento em que as
finanças municipais estão fragilizadas.

Necessidade de alíquota alta: apesar de acreditarmos que a fixação de uma


alíquota tão alta para o Município seja fiscalmente irresponsável, não vemos,
neste momento, melhor solução para o problema. O fato é que o sistema
previdenciário está fadado à falência e à substituição por sistema de
capitalização individual; enquanto isto não acontecer - e somente pode
acontecer por Emenda à Constituição Federal -, cabe ao Município contribuir
para o sistema.

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Efeito colateral de menor contratação: evidentemente, se cada servidor fica


mais caro para o Município, haverá menor disponibilidade orçamentária para
abertura de novos concursos. À medida que os ativos vão se aposentando,
haverá defasagem de pessoal, prejudicando o serviço prestado à população.

Suplementação de alíquota: o §1º prevê que a alíquota - que já é altíssima -


pode ser suplementada por uma contribuição adicional dos órgãos municipais,
cujo patamar não é especificado. Acreditamos que este parágrafo deve ser
suprimido. É impossível criar uma contribuição adicional cuja alíquota não está
especificada na lei e que não se sabe ao certo se incidirá. A ideia de equacionar
o déficit, por si só, não basta, porque há outras formas de equacionamento do
déficit previstas em lei; ademais a mudança na estrutura demográfica gerará
déficit, inevitavelmente, até que haja a tão esperada reforma constitucional que
troque o sistema por capitalização individual em entidade privada.

Conta específica: o §2º segue a tendência inaugurada pela Constituição


Federal de 1988 de contabilizar separadamente do orçamento todas as receitas
previdenciárias. Deve ser mantida tal disposição.

O RPPS passa a ser segmentado em


Plano Financeiro e Plano
Previdenciário, administrados pelo
IPREM nos termos desta lei.
§ 1° Os Planos previstos no “caput”
deste artigo serão instituídos e

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Art. 10 mantidos conforme normas gerais de


contabilidade e de atuária.
§ 2° A avaliação atuarial para a
instituição, manutenção e revisão dos
Planos previstos no “caput” deste
artigo adotará o regime financeiro
adequado à estrutura de cada Plano
de Benefícios e de Plano de Custeio.

Segmentação de massa: o art. 10 é um dos mais polêmicos do projeto, e um


dos que mais desagrada os servidores. A ideia é que haja uma segregação dos
servidores em fundos diferentes do RPPS. Em linhas muito gerais, teríamos um
fundo específico para os que já estão no serviço público quando da promulgação
da reforma e um para os que irão entrar no serviço público. Este primeiro fundo
tende a ser extinto com o texto, à medida que ocorrem óbitos.

Déficit: uma das reclamações trazidas pelos servidores é que o primeiro fundo
estaria fadado a sofrer crescentes déficits, comprometendo os pagamentos. Isto
porque, evidentemente, à medida em que os ativos vão se aposentando, o fundo
se torna mais custoso -e não haverá mais entrada de novos ativos, já que estes
serão alocados no segundo fundo. O argumento é razoável, mas temos que
levar em conta o compromisso legal do Município de cobrir os déficits com o
Tesouro.

“Canibalismo” de fundos: um dos temores apresentados pelos servidores diz


respeito a um possível “canibalismo” de fundos. Eles entendem que, quando o
primeiro fundo estiver muito deficitário e o segundo superavitário, o Município
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não bancará o primeiro com verbas públicas, mas usará o superávit do segundo
para cobrir o déficit do primeiro.
Se isto for feito, perde-se o propósito da segmentação. É de se imaginar
que o município não seja irresponsável a ponto de usar tal expediente - que, no
mais, é de duvidosa legalidade.

Critérios atuariais: os §§1º e 2º dispõem que a instituição e manejo dos fundos


observará regras atuariais para a manutenção da saúde financeira.

Segregação das massas - conclusão: entendemos plenamente os motivos que


levaram os autores do projeto a optar pela segregação de massas. Em teoria,
faz sentido. A medida, porém, foi muito atacada por entidades representativas
dos servidores, pelos especialistas ouvidos na comissão e, inclusive, por
membros do Poder Executivo.
Assim, optamos por não fazer a segmentação de massas neste momento,
apesar de sermos simpáticos à ideia.
Sem a segregação das massas, será possível oferecer um substitutivo
muito mais simples, que trate apenas da reestruturação do RPPS (alíquotas,
base de cálculo e pensão) e da instituição do RPC. O IPREM não precisa ser
reestruturado na presente reforma, porque não haverá necessidade de criar ou
gerir fundos distintos.
Assim, em que pese concordarmos com os argumentos teóricos em prol
da segregação de massas, optamos por não fazê-la neste momento, e
apresentar um substitutivo mais simples e conciso. Posteriormente - passada
esta questão urgente da reestruturação do RPPS e instituição do RPC -
poderemos fazer a reestruturação do IPREM, em sintonia com o Poder
Executivo.

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O Plano Financeiro será o sistema


estruturado pelas contribuições a
serem pagas pelos Segurados e pelos
Órgãos e Entidades da Administração
Pública Municipal e de outras receitas
que lhe forem atribuídas por lei,
conforme Plano de Custeio específico,
calculado financeira e atuarialmente.
§ 1º O regime do Plano previsto no
“caput” deste artigo será o Regime
Financeiro de Repartição Simples.
§ 2º Ficarão vinculados ao Plano de
que trata o “caput” os seguintes
Segurados:
I - servidores ativos que tenham
Art. 11 ingressado no serviço público até a
data anterior ao início da vigência
desta lei;
II - aposentados e pensionistas
decorrentes dos Segurados de que
trata o inciso anterior que tenham o
Benefício Previdenciário concedido
após a vigência desta lei;
III - aposentados e pensionistas cujos
Benefícios Previdenciários tenham

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sido concedidos até a data anterior ao


início da vigência desta lei.
§ 3º O Plano Financeiro composto
pelo grupo de segurados de que trata
o parágrafo anterior constitui-se em
grupo fechado, sendo vedado o
ingresso de novos segurados.

O plano financeiro: o art. 11 estrutura o chamado “plano financeiro”. Trata-se,


na verdade, do fundo do RPPS que vinculará os servidores ativos e inativos
quando da promulgação da lei.

Previsões genéricas: o projeto indica que o plano financeiro observará regras


atuariais e será custeado pelas contribuições e outras receitas. Porém, mesmo
com a observância de regras de equilíbrio financeiro, será muito difícil que este
fundo se mantenha saudável porque, como dissemos, um fundo que não pode
mais ter novos beneficiados está fadado à insolvência. Cumpre lembrar, porém,
que o Município se comprometeu a suplementar eventual déficit.

Vedação de novos segurados: fica vedado o ingresso de novos segurados. A


ideia do projeto é fazer com que o fundo financeiro concentre toda a previdência
atual, que é financeiramente insustentável, enquanto o novo plano concentre a
nova previdência, mais equilibrada.

Fica criado o Fundo Financeiro –

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FINAN, com a finalidade de


Art. 12 administrar e prover recursos para o
pagamento dos Benefícios
Previdenciários, destinados aos
Segurados vinculados ao Plano
Financeiro.

Finan: a lei cria o Finan, cuja finalidade é administrar e prover os recursos para o
plano financeiro. Percebe-se que o Finan administrará verbas e ativos
separadamente do fundo criado para os servidores que irão entrar após a
reforma.

O FINAN é composto por:


I - contribuições previdenciárias dos
Segurados ativos e inativos e dos
pensionistas;
II – contribuições dos Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal;
III – Suplementação da contribuição
Art. 13 pelos Órgãos e Entidades da
Administração Pública Municipal, na
forma prevista nesta lei;

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IV – recursos advindos da
amortização de financiamentos
imobiliários realizados pelo IPREM;
V – valores recebidos a título de
compensação financeira, em razão do
disposto no § 9º do artigo 201 da
Constituição Federal;
VI – receitas decorrentes de
aplicações financeiras e receitas
patrimoniais;
VII – doações, subvenções, legados e
rendas extraordinárias ou eventuais;
VIII – bens e direitos de qualquer
natureza, aportados pelos Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal, nos termos do artigo 249
da Constituição Federal;
IX – outros recursos consignados no
orçamento municipal, inclusive os
decorrentes de créditos
suplementares.

Composição do Finan: cumpre lembrar que fundos não são pessoas jurídicas,
mas sim um conjunto de bens e direitos que têm uma administração própria e
são ligados a uma pessoa jurídica. Pois bem, quais seriam os ativos do Finan?
Primeiramente, e obviamente, temos as contribuições de ativos e inativos, bem
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como a contribuição patronal do Município. Estas contribuições são destinadas


ao fundo diretamente. Ainda, a suplementação orçamentária paga pelo município
em caso de déficit também é destinada ao fundo. Fora estes casos, temos:
● Amortização imobiliária: o Iprem fazia alguns financiamentos imobiliários
que, uma vez quitados, terão os seus recursos destinados ao fundo;
● Compensação constitucional: quando alguém filiado ao RGPS entra no
serviço público e passa a ser filiado ao RPPS, há uma compensação
(repasse) referente às parcelas de contribuições vertidas ao RGPS e cujo
benefício não se verificou. Assim, se uma pessoa com dezesseis anos se
filia facultativamente ao RGPS e com 21 anos passa a trabalhar na
iniciativa privada e se torna segurado obrigatório do INSS e,
posteriormente, com 50 anos, é aprovada em concurso para uma carreira
no município, a União compensa o Município por estes 34 anos de
contribuição vertidas ao RGPS sem qualquer benefício. É justo, porque,
com pouco tempo de trabalho no Município (e de contribuição), o servidor
poderá se aposentar pelo RPPS;
● Aplicações financeiras e receitas patrimoniais: a ideia é que o fundo
aplique o dinheiro, conseguindo um bom rendimento no mercado. Como o
fundo tem capital elevado, pode ter acesso a investimentos de grande
vulto, rendosos. A questão é que isto precisa ser muito bem administrado,
porque um investimento ruinoso põe em xeque a capacidade do fundo de
cumprir suas obrigações; ademais, os investimentos devem ser
programados para dar o retorno necessário à medida em que as
despesas do fundo aumentam;
● doações, subvenções, legados e rendas extraordinárias ou eventuais:
sejamos francos...não haverá doação alguma. Quanto às heranças, o
Código Civil (art. 1822) estabelece que as heranças jacentes são

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deixadas ao Município, mas entende-se que elas são destinadas ao


tesouro municipal, e não a um fundo específico. Já legados não serão
deixados pelo mesmo motivo que não haverá doação, qual seja, a falta de
interesse;
● bens e direitos de qualquer natureza, aportados pelos Órgãos e Entidades
da Administração Pública Municipal, nos termos do artigo 249 da
Constituição Federal: a EC 20 permite que haja fundos integrados da
União, Estados e Municípios, para fins previdenciários. Se isto for possível
de ser estruturado na prática, deve ser incentivado, pelo simples motivo
de que a União tem saúde financeira bem melhor do que Estados e
Municípios;
● Ainda o fundo será composto de outros recursos, inclusive dotações
municipais. A questão é que o município já se compromete a cobrir o
déficit; seria injusto que, além disso, desse aos fundos créditos
orçamentários.

O Plano Previdenciário será um


sistema estruturado pelas
contribuições a serem pagas pelos
Segurados e pelos Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal, conforme Plano de Custeio
específico, calculado atuarialmente.
§ 1º O regime do plano previsto no
“caput” deste artigo será o Regime

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Financeiro de Acumulação de
Art. 14 Reservas, admitindo Regime de
Capitais de Cobertura.
§ 2º Ficarão vinculados ao Plano de
que trata o “caput”, na condição de
Segurados:
I - os servidores que venham a
ingressar no serviço público após o
início da vigência desta lei;
II - aposentados e pensionistas
decorrentes dos Segurados de que
trata o inciso anterior;
III – servidores optantes pelo Regime
de Previdência Complementar, na
forma do inciso II do artigo 30, desta
lei.

O Plano previdenciário: o plano previdenciário será o plano responsável pelos


novos servidores. A ideia é que ele seja mais rentável e mais financeiramente
seguro e sustentável do que o plano financeiro, que está destinado à extinção.

Fica criado o Fundo Previdenciário –


FUNPREV, com a finalidade de prover
recursos para o pagamento dos
benefícios previdenciários aos

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Segurados, no âmbito do Plano


Previdenciário.
§ 1° O FUNPREV poderá absorver
obrigações do FINAN por
transferência de Segurados do Plano
Financeiro para o Plano
Previdenciário, como contrapartida ao
aporte de bens, direitos e ativos pelos
Órgãos e Entidades da Administração
Pública Municipal ou em virtude da
apuração de superávit atuarial na data
Art. 15 da transferência.
§ 2º A transferência de Segurados a
que se refere o § 1º será decidida pelo
Conselho Deliberativo do IPREM,
mediante:
I – prévia avaliação dos bens e
direitos transferidos, a valor de
mercado, quanto à qualidade e à
liquidez, à luz do princípio da
economicidade, com o objetivo de
gerar o melhor resultado
para o FUNPREV;
II – Avaliação Atuarial Anual,
demonstrando como se dará a
transferência de segurados e as

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respectivas reservas matemáticas;


III - atendimento aos critérios de
idade, risco e tempo de contribuição,
na forma do regulamento;
IV – proposta tecnicamente
fundamentada da transferência de
segurados, demonstrando a sua
viabilidade orçamentária, financeira e
atuarial, a ser apresentada pela
Diretoria Executiva do IPREM;
V – a separação das obrigações
orçamentárias, financeiras, contábeis
e atuariais dos recursos e obrigações
correspondentes a cada grupo
transferido.
§ 3º Regulamento detalhará as
demais condições e critérios para a
transferência de segurados,
observado o calendário orçamentário
anual do Município.

Funprev: a ideia é criar um fundo que cuide do regime previdenciário - ou seja,


da previdência dos novos servidores - apartado do fundo anteriormente criado.

Transferência: o projeto prevê a possibilidade de transferência de servidores do


regime antigo para o novo. Por um lado, isto é louvável, porque permite aos
servidores antigos aderirem a um sistema novo, mais equilibrado, mais rentável
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e mais sustentável. Por outro, temos que lembrar que o excesso de


transferências não programadas pode gerar um desequilíbrio do sistema novo.
Para evitar isto, o §2º condiciona a transferência a uma série de requisitos a fim
de aferir a viabilidade financeira.

O FUNPREV é composto por:


I - contribuições previdenciárias dos
Segurados ativos e inativos e dos
pensionistas;
II - contribuições dos Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal;
III - valores recebidos a título de
compensação financeira, em razão do
disposto no § 9º do artigo 201 da
Constituição Federal;
IV - ativos imobiliários e seus
rendimentos;
V - recebíveis, valores mobiliários,
Art. 16 participações acionárias, direitos de
crédito e outros direitos a ele
transferidos a qualquer título, tais
como concessões e direitos de uso de
solo;
VI - rendimentos dos bens e direitos a

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ele transferidos, tais como os obtidos


com aplicações financeiras ou como
recebimento de contrapartida pelo uso
de seus bens;
VII - produto da alienação de seus
bens e direitos;
VIII - bens e direitos de qualquer
natureza, aportados pelos Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal, nos termos do artigo 249
da Constituição Federal;
IX - doações, subvenções, legados e
rendas extraordinárias ou eventuais;
X - recursos para cobertura de
eventuais insuficiências financeiras.
XI - outros recursos consignados no
orçamento municipal, inclusive os
decorrentes de créditos
suplementares.

Composição do Funprev: a composição dos ativos que do Funprev também é


plural. Além da contribuição paga pelos servidores e pelo Município e das
transferências constitucionais do RGPS, estão previstas outras fontes.

Rendimentos imobiliários: a ideia é que o fundo tenha bens imobiliários, que


sejam alugados e cujos frutos civis (aluguéis) ajudem a custear a previdência.

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Recebíveis, valores mobiliários, participações acionárias, direitos de


crédito e outros direitos a ele transferidos a qualquer título, tais como
concessões e direitos de uso de solo e rendimentos dos bens e direitos a
ele transferidos, tais como os obtidos com aplicações financeiras ou como
recebimento de contrapartida pelo uso de seus bens - aqui, o propósito é
que o fundo tenha bens móveis, como ações e quotas sociais, que gerem frutos.
Ainda, o projeto prevê que o fundo terá algumas concessões, tal como direito de
uso de solo, que podem ser exploradas de forma onerosa.
A ideia é boa, porque fomenta a cultura de que os fundos previdenciários
têm que ser sustentáveis e não podem depender inteiramente do Estado.
Evidentemente, é necessária uma fiscalização das aplicações, a fim de evitar o
investimento ruinoso.

Produto da alienação de seus bens e direitos: é óbvio que, se o fundo vender


algum bem, o dinheiro da venda a ele pertencerá.

Bens e direitos de qualquer natureza, aportados pelos Órgãos e Entidades


da Administração Pública Municipal, nos termos do artigo 249 da
Constituição Federal: de novo, tal e qual no fundo anterior, há a alusão ao art.
249 da CF. Tal alusão, porém, nada diz por si só. O que o art. 249 da CF
determina é que cada ente federativo poderá constituir fundo(s) previdenciário(s)
para gerir seu RPPS; tal fundo será constituído de “bens, direitos e ativos”. Ora,
o PL já trata disto quando determina que os fundos tenham alguns bens móveis
e imóveis. O art. 249 da CF assim o permite. Porém, o art. 249 da CF não
concede nenhuma verba adicional aos fundos; apenas autoriza sua existência
com base em alguns parâmetros. Portanto, equivocada a menção ao art. 249,
devendo ser suprimida.

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Doações, subvenções, legados e rendas extraordinárias ou eventuais: trata-


se de ficção jurídica, porque, na prática, ninguém doará nem deixará legado a
um fundo previdenciário público. De todo o modo, na estranha hipótese disto
ocorrer, será válido.

Recursos para cobertura de eventuais insuficiências financeiras: Esta


previsão é demasiadamente genérica. Quais recursos? De onde eles vêm?

outros recursos consignados no orçamento municipal, inclusive os


decorrentes de créditos suplementares. De novo, lembramos que o Município
já paga uma alíquota alta (20%) de contribuição patronal e ainda se compromete
a suprir eventual déficit. Querer que o Município dê mais dinheiro ao fundo por
orçamento ou crédito suplementar é onerar demais os cidadãos.

A constituição do FINAN e do
FUNPREV, com bens, direitos e ativos
de que sejam titulares os Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal, vinculados ao RPPS, nos
Art. 17 termos do artigo 249 da Constituição
Federal, observará os critérios e
preceitos constantes no artigo 6º da
Lei Federal nº 9.717/1998 e legislação
subseqüente.

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Critérios legais: o FUNPREV e o FINAM receberão bens e direitos do Município


para manterem-se saudáveis, como já vimos. Ocorre que o projeto condiciona a
estruturação destes fundos aos critérios da Lei federal 9.717, que dispõe sobre
normas de organização do RPPS em todas as unidades federativas. Vejamos
tais critérios:
● Existência de conta do fundo distinta da conta do Tesouro da unidade
federativa - isto significa que as verbas do fundo devem ficar separadas
da verba do tesouro. A ideia é não imiscuir as verbas do tesouro com as
verbas previdenciárias, seguindo, portanto, o modelo consagrado pela
Constituição Federal de 1988. O projeto prevê isto e não há maiores
problemas;
● aplicação de recursos, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário
Nacional - os recursos do fundo podem ser aplicados no mercado. Isto é
positivo porque permite que o fundo tenha rendimentos (frutos civis) e
multiplique seu dinheiro; ademais, a injeção do dinheiro dos fundos no
mercado cria empregos. O problema é que alguns fundos ficaram
famosos por terem feito investimentos absolutamente catastróficos. É
importante, então, seguir as diretrizes do conselho monetário, mas
também é preciso que haja fiscalização interna dos próprios segurados;
● vedação da utilização de recursos do fundo de bens, direitos e ativos para
empréstimos de qualquer natureza, inclusive à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, a entidades da administração indireta e
aos respectivos segurados;
● vedação à aplicação de recursos em títulos públicos, com exceção de
títulos do Governo Federal - a ideia é que os recursos do RPPS não
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sirvam para financiar a dívida do próprio município;


● avaliação de bens, direitos e ativos de qualquer natureza integrados ao
fundo, em conformidade com a Lei 4.320, de 17 de março de 1964 e
alterações subseqüentes - é necessário que o fundo saiba quanto vale
seus bens e qual é a situação deles;
● estabelecimento de limites para a taxa de administração, conforme
parâmetros gerais.

Sinceramente, os critérios são relativamente simples de serem atendidos


e já estão contemplados no projeto de lei.

Toda proposição legislativa que crie


ou amplie despesas de pessoal ativo,
aposentados ou pensionistas deverá
estar acompanhada do cálculo de
Art. 18 seus impactos no RPPS nos próximos
setenta e cinco anos e apresentar
compatibilidade e adequação
orçamentária e financeira com a Lei
Orçamentária Anual e com a Lei de
Diretrizes Orçamentárias.

Previsibilidade: a ideia da regra é trazer previsibilidade ao sistema, permitindo


que nenhuma despesa seja criada sem que se perceba o impacto que isto terá
ao longo dos anos.

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Proposição que crie ou amplie despesas: pode ser entendido como qualquer
lei ou ato normativo que: a) crie cargo; b) autorize a abertura de concurso; c)
trate de remuneração dos servidores.

Ativos e inativos: evidentemente, a criação de novos cargos ou a abertura de


concursos só pode se dar no âmbito dos ativos. No âmbito dos inativos, será
necessário fazer as previsões quando houver qualquer reajuste ou novo
benefício. A norma em si é boa, mas pode tornar mais difícil a contratação de
novos servidores para repor os que se aposentam.

Compatibilidade com a LOA e com a LRF: é necessário que a nova despesa


esteja prevista na LOA, sob pena de precipitar uma crise orçamentária e tornar
necessária a abertura de créditos suplementares. Ainda, a inobservância da LRF
pode causar sérias sanções ao município. Daí porque é importante manter a
regra. Entendemos, porém, que também deve haver compatibilidade com a
LDO e com o PPA, que são partes estruturantes do orçamento.

regra constitucional genérica: para o RGPS, isto já é previsto pelo art. 195 §5º
da Constituição Federal. Não há equivalente para o RPPS, mas o art. 40 §12 da
Constituição Federal determina que o RPPS seguirá as regras do RGPS. Este
dispositivo da Constituição fala em requisitos e critérios do RGPS; ora, sendo a
regra do art. 195 §5º (apontar a fonte de custeio de novos benefícios) um critério
do sistema, entende-se que a regra é aplicável ao RGPS.

Equilíbrio atuarial: evidentemente, o sistema precisa ser saudável a longo


prazo. A criação de novos benefícios sem apontar a fonte de custeio tem o
condão de prejudicar a saúde financeira do sistema no longo prazo. Se há novo

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benefício, deve haver nova fonte de custeio.

A segmentação do RPPS será


acompanhada pela separação
orçamentária, financeira e contábil dos
recursos e das obrigações
correspondentes a cada plano.
§ 1º As contas do FINAN e do FUNPREV
Art. 19 serão distintas da conta única do Tesouro
Municipal.
§ 2º Os ativos financeiros do FINAN e do
FUNPREV serão destinados,
exclusivamente, ao pagamento dos
benefícios previdenciários aos Segurados.

Segmentação: a ideia é que os recursos fiquem alocados e sejam


contabilizados de forma separada. Os recursos da previdência ficam separados
dos recursos do Tesouro e, no âmbito da previdência, ficam separados por
fundo. Se tomarmos por referência a lógica da segmentação, a separação faz
sentido, porque não adianta ter duas categorias de aposentados no RPPS se há
um só fundo. Porém, como dissemos, acreditamos que não deve haver
segmentação de massas.

Destinação dos ativos: a regra é que os rendimentos gerados pelos ativos


sejam destinadas ao pagamento dos benefícios. De um lado, isto é positivo, pois
impede o uso do dinheiro para pagar, por exemplo, despesas de custeio. De
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outro lado, isso pode desestimular novos investimentos por parte do fundo. É
necessário, portanto, alterar o texto, para que os rendimentos possam ser
usados para novos investimentos do próprio fundo, desde que o pagamento de
benefícios esteja em dia.

Outras operações financeiras: é importante que o dinheiro dos fundos não seja
usado em outras operações financeiras que não seja a capitalização do próprio
fundo, como por exemplo o empréstimo de dinheiro ao Município, em qualquer
modalidade. Este tipo de expediente acaba sendo ruinoso para a saúde
financeira e atuarial dos fundos. De todo o modo, esta regra está mais
especificamente contemplada no art. 55, I do projeto.

Os recursos financeiros do FINAN e


do FUNPREV serão aplicados,
diretamente ou por intermédio de
Art. 20 instituições especializadas,
observadas as diretrizes dadas pelo
Conselho Deliberativo do IPREM e as
normas emanadas do Conselho
Monetário Nacional.

Autogestão: cabe aos próprios órgãos do fundo decidir como os seus recursos
serão geridos, podendo contratar instituições especializadas.

Transparência: apesar de sermos favoráveis à autogestão, entendemos que é


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necessário que a lei preveja alguns mecanismos de transparência e gestão, a


fim de que não haja nenhuma surpresa. Sugerimos a adição do seguinte
parágrafo único:

Art. 20 (...)
Parágrafo único: O regulamento de cada fundo trará normas de transparência,
segurança e gestão, observados:
I - o envio de relatório completo sobre o estado financeiro do fundo a cada um
dos ativos, aposentados ou pensionistas, por via eletrônica, na periodicidade
máxima de seis meses;
II - a vedação de investimento em títulos que sejam considerados de pouca
confiança pelo mercado financeiro;
III - vedação de compra de dívida ativa sem garantia de qualquer ente federativo;
IV - auditoria independente, a ser realizada anualmente, com relatório público;
V - Possibilidade de um quinto dos servidores ativos, inativos ou pensionistas
convocarem reunião extraordinária, a ser realizada no prazo máximo de trinta
dias, para cancelar operação que considerem ruinosa, ficando a operação
suspensa até a realização da reunião, desde que ela seja convocada em até 10
(dez) dias da sua autorização pelo órgão gestor.

As despesas do FINAN e do
FUNPREV ficarão a cargo do IPREM
e serão consignadas na Lei
Orçamentária Anual.
§ 1º O FINAN e o FUNPREV terão

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contabilidade própria.
§ 2º A gestão e a prestação de contas
anuais do FINAN e do FUNPREV
Art. 21 obedecerão às normas legais de
controle e de administração
orçamentária e financeira adotadas
pelo Município.
§ 3º O saldo positivo do FINAN e do
FUNPREV, apurado ao final de cada
exercício financeiro, será transferido
para o exercício seguinte, a crédito
dos respectivos fundos.

Despesas dos fundos: de acordo com o projeto, quem cuida das despesas dos
fundos é o IPREM. O dinheiro dos fundos em si serve apenas para o pagamento
dos benefícios.

Normas de controle orçamentário: este dispositivo do §2º dá a entender que


as contas dos fundos serão revisadas pelo TCM e pela Câmara Municipal, além
de se sujeitarem às demais formas de controle típicas da relação de direito
público.

O IPREM receberá, mensalmente, dos


Órgãos e Entidades da Administração
Pública Municipal vinculados ao

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RPPS, Taxa de Administração para


custeio das despesas administrativas
daquele regime.
§ 1° A Taxa de Administração a que
se refere o “caput” será definida
anualmente, por ato do Prefeito,
respeitados os limites estabelecidos
Art. 22 na legislação federal.
§ 2º A Taxa de Administração será
rateada entre os Órgãos e Entidades
da Administração Pública Municipal
vinculados ao RPPS,
proporcionalmente ao total das
remunerações dos servidores ativos,
proventos dos inativos e pensões.
§ 3º A Lei de Diretrizes Orçamentárias
e a Lei Orçamentária Anual
consignarão, no orçamento dos
Órgãos e Entidades da Administração
Pública Municipal, vinculados ao
RPPS, valor para o pagamento da
Taxa de Administração a que se
refere o “caput”.

Taxa de administração: trata-se da remuneração do gestor do fundo pelo seu


trabalho administrativo.

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Inadequação do termo “taxa”: o termo “taxa” acaba sendo uma alusão à


espécie tributária prevista no art. 145, II da Constituição Federal. Obviamente,
este artigo não trata disto. Não há uma relação de direito público que autorize a
cobrança do tributo denominado “taxa”. Melhor seria mudar a terminologia, para
evitar confusões.

Inadequação da cobrança: a cobrança aqui instituída carece de lógica. Os bens


que o fundo administra verterão para os próprios servidores. O fundo existe para
gerir a previdência dos servidores. O IPREM pode ter personalidade jurídica
própria e prestar um serviço ao município (gerência do RPPS), mas é preciso
discernir corretamente a situação. Vejamos.
A chamada “taxa de administração” é cobrada nas atividades bancárias
quando uma instituição financeira administra dinheiro de outra pessoa. A
princípio, a situação pode parecer idêntica (o IPREM irá gerir o RPPS), mas na
verdade o IPREM não tem nenhum interesse salvo o de gerir os interesses
previdenciários dos servidores. Isso difere muito da situação corriqueira em que
várias pessoas contratam um banco para gerir um fundo (geralmente, aderem a
um fundo já gerido pelo banco), pois neste caso o interesse do banco é
conseguir lucro para seus acionistas. Não é um interesse antagônico ao dos
clientes, mas não é coincidente.
Já no sistema previdenciário municipal o IPREM é um ente autárquico que
existe única e exclusivamente para gerir a previdência - seu interesse é dado
pela lei da sua criação.
Não faz sentido, portanto, equiparar o IPREM a um gestor privado e
remunerá-lo com tal. Seria deveras oneroso para o Município - e para os
pagadores de impostos municipais - seguir por tal linha.

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Taxa genérica: o projeto deixa ao alvedrio do Poder Executivo a fixação da


remuneração (e não da “taxa”, conforme já explicamos). Não nos parece que isto
seja adequado a uma relação de direito público. Como a cobrança influenciará
as verbas públicas, é necessário que seu patamar esteja devidamente previsto
em lei. Entender o contrário violaria a regra da legalidade administrativa, prevista
no art. 37 da Constituição Federal. A previsão do §3º ameniza esta violação da
legalidade, mas não a resolve.

O Poder Executivo do Município de


São Paulo destinará patrimônio
imobiliário e demais bens e direitos ao
FUNPREV, até o montante total que
corresponda ao passivo atuarial do
Plano Financeiro.
§1º A transferência de bens e direitos
ao FUNPREV, nos termos deste
artigo, far-se-á em caráter
incondicional após a respectiva
Art. 23 formalização, vedada ao Município
qualquer reivindicação ou reversão
posterior do ato de cessão.
§ 2º Após a efetiva transferência e
contabilização dos bens e direitos no
patrimônio do FUNPREV, o IPREM
poderá transpor Segurados do Plano
Financeiro para o Plano

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Previdenciário, na forma do
regulamento, até o valor
correspondente às respectivas
reservas matemáticas necessárias à
cobertura dos benefícios associados a
estes Segurados, garantindo-se Índice
de Cobertura, no mínimo, de 1,02 (um
inteiro e dois centésimos).
§ 3º A destinação de bens e direitos
de que trata o “caput” será realizada
por meio de lei, ficando o IPREM, na
qualidade de gestor dos fundos,
autorizado a promover todos os atos
de gestão pertinentes a tais bens e
direitos, inclusive sua alienação a
terceiros.

Passivo atuarial: é o valor das obrigações do fundo para com os segurados, na


data da avaliação. Portanto, se perguntássemos qual é o passivo atuarial hoje,
teríamos que ver o quanto é devido a aposentados e pensionistas na data de
hoje.

Déficit: como dissemos, a atual previdência é insustentável. A ideia deste


dispositivo é que o Município ajude a suprir o déficit do plano financeiro - regime
a que ficarão vinculados os atuais servidores - por meio da doação de patrimônio
móvel e imóvel ao FUNPREV. A ideia é que essa destinação seja feita
obrigatoriamente até que haja a supressão do déficit.
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Excesso de garantia: o problema deste dispositivo é que ele ignora que o


Município já se comprometeu a suprir o déficit com recursos do Tesouro. Assim,
o dispositivo parece querer garantir - em excesso - o suprimento do déficit, que
terá que ocorrer de qualquer modo.

Transferência incondicional: o que o dispositivo determina é que não pode


haver no termo de transferência qualquer opção do Município reaver o bem.
Entende-se o intuito, que é o de dar maior garantia jurídica ao fundo e seus
beneficiados mas faz-se uma ressalva: se houver irregularidade constatada
pelos órgãos de controle na transferência, pode ser necessário anular ou
declarar nula a transferência. Hipótese remota, mas possível.

Transferência entre fundos: abre-se a hipótese de transferir servidores do


fundo antigo (fadado à inexistência) para o novo fundo. Isto é positivo porque
permite que os servidores adiram a um fundo saudável e fiquem em condições
de igualdade com os servidores que ingressarem, mas é preciso ter muita
cautela, porque se este movimento for feito em massa e em um tempo muito
curto, o resultado poderá ser o crescimento muito rápido do déficit do fundo
financeiro.
Para evitar quaisquer problemas, a transferência só poderá ser feita à
medida em que o FUNPREV é efetivamente capitalizado. Cremos, porém, que
seria mais seguro se a transferência só pudesse ser feita à medida que os bens
gerassem renda ao fundo. Isto evitaria, por exemplo, que o Município
transferisse um bem formalmente ao fundo, mas o fundo demore a rentabilizá-lo
(por exemplo, o Município transfere ao fundo um imóvel invadido e há demora na
desocupação, ou o Município transfere um crédito cuja cobrança se mostra

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difícil).
Por isto, sugerimos uma emenda para dispor que a transferência só será
feita à medida que os bens dados pelo Município ao fundo possam ser
efetivamente usufruidos.

Fica autorizada a cobrança


suplementar à alíquota prevista nos
artigos 5º e 6º desta lei, destinada a
amortização do déficit financeiro e
atuarial do Plano Financeiro, cobrada
dos Órgãos e Entidades da
Administração Pública Municipal, em
Art. 24 percentual equivalente à diferença
entre as despesas dos Benefícios do
Plano Financeiro e as receitas
provenientes das contribuições
previstas nos referidos artigos, na
forma prevista no Anexo II desta lei.
§ 1º A cobrança suplementar prevista
no “caput” deste artigo será rateada
entre os Órgãos e Entidades da
Administração Pública Municipal, de
forma proporcional aos benefícios
concedidos e a conceder.
§ 2º A Tabela de que trata do Anexo II
desta lei e a cobrança suplementar da

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alíquota prevista no “caput” deste


artigo serão revistas anualmente, de
acordo com os critérios e o calendário
orçamentário anual do Município,
incorporando o resultado do aporte de
ativos e bens de direito e a
transferência de segurados, na forma
prevista no parágrafo 1º, do artigo 15,
e apurados na respectiva reavaliação
atuarial.
§ 3º Fica vedada a cobrança de
alíquota suplementar dos servidores,
aposentados e pensionistas que
supere o percentual de 14% (quatorze
por cento) previsto nos artigos 5º e 6º.

Cobrança patronal suplementar: Basicamente, fica estabelecido que o


Município pode, usando o orçamento de seus órgãos, a fim de suprir o déficit do
plano financeiro (que cuida da previdência dos inativos e dos ativos até o
momento de promulgação da lei de reforma). Cumpre lembrar que a contribuição
patronal já é alta - 28%. Com a alíquota suplementar, ficará caríssima para o
Município. Ocorre que, contabilmente, pode ser melhor aplicar a verba como
alíquota complementar do que como supressão do déficit.

Vedação de cobrança de servidores: o dispositivo deixa claro que a alíquota


suplementar não pode ser cobrada dos servidores - que ficam limitados à
alíquota de 14%, portanto. A questão não é discutir se os servidores podem ter
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uma alíquota complementar proporcional aos seus ganhos, tal e qual constava
do projeto original - e que foi retirada da presente projeto - mas sim discutir se
cabe ao Município - que já paga 28% de alíquota - arcar com a alíquota
suplementar. Cremos que não, até porque o Município se comprometeu a saldar
eventual déficit dos fundos.

O Poder Executivo do Município de


São Paulo fica obrigado a emitir
relatórios periódicos sobre o
desempenho do passivo atuarial do
Plano Financeiro e a destinação e
Art. 25 gestão do patrimônio imobiliário, com
periodicidade máxima de 1 (um) ano,
publicados no diário oficial e em
página da internet.
Parágrafo único. A emissão dos
relatórios a que alude o “caput” deste
artigo deverá garantir acesso à base
de dados utilizada para tais cálculos,
nos termos da Lei nº 16.051, de 06 de
agosto de 2014 e da Lei Federal nº
12.527, de 18 de novembro de 2011
(Lei de Acesso à informação).

Relatórios periódicos: a ideia do art. 25 é que o desempenho do plano


financeiro (que trata dos servidores inativos e dos que estão ativos no momento
de promulgação da lei de reforma) seja constantemente avaliado, de forma
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pública e transparente. Neste ponto, nada a opor.

Veto ao PL 160/2017: infelizmente, o prefeito vetou o PL 160/2017, que


dispunha que o Município deveria fazer uma catalogação de imóveis de sua
propriedade, auditada e avaliada de forma independente e com relatório final
público e disponível na internet. Não sabemos se este art. 25 buscou inspiração
no louvável PL 160/2017, que acabou vetado por justificativa espúria, mas, se
sim, trata-se de mais um motivo para manter o art. 25 tal e qual consta do texto.

Para fins de sua capitalização, fica o


Poder Executivo autorizado a ceder
ao RPPS 50% (cinquenta por cento)
do Fluxo Livre da Dívida Ativa do
Município de São Paulo que vier a ser
recebido até 31 de dezembro de 2092.
Parágrafo único: A cessão referida
neste artigo não compreende os
Art. 26 valores referentes aos honorários
advocatícios, devidos na forma da
legislação em vigor, não afetando a
sua forma de apuração.

Cessão de dívida: a ideia do artigo é que o Município capitalize os fundos que


mantém o RPPS cedendo parte da dívida ativa.

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Falsa riqueza: o dispositivo pode causar expectativas irreais e atrapalhar os


cálculos atuariais. Se o Município cede a um fundo R$ 1 bilhão em dívida, em
um primeiro momento pode parecer que o fundo enriqueceu em R$1 bilhão.
Note-se, porém, que boa parte desta dívida não conseguirá ser arrecadada, seja
porque o devedor não tem capacidade financeira (e qualquer execução será
inútil), seja porque houve contestação julgada procedente na instância
administrativa ou judiciária, gerando seu cancelamento, ou seja porque ocorreu
um fato no decorrer do procedimento de cessão e cobrança que obsta o
recebimento (prescrição, novação, compensação, etc…).
Assim, é preciso muito cuidado para se certificar que os fundos não estão
recebendo uma chamada “dívida podre”. Sugerimos a inclusão de um
parágrafo com a seguinte redação: “Os fundos apenas contabilizarão como
entradas a dívida cedida após o seu recebimento ou se o título de dívida
tiver garantia idônea”.

Honorários: o parágrafo exclui os honorários de advogados da cessão. De fato,


pela Lei 8.906 de 1994, os honorários pertencem aos advogados.

O Prefeito poderá alterar, para menor,


a forma de cobrança suplementar da
alíquota de que trata o artigo 24,
mediante justificativa técnica contida
Art. 27 no plano de amortização, previsto
nesta lei, desde que respeitados os
limites máximos fixados no Anexo II.

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Disposição do artigo: este artigo poderia perfeitamente ser transformado em


um parágrafo do art. 24. Isto o adequaria à Lei Complementar 95 e tornaria o
texto mais organizado.

Inviabilidade: O artigo tem uma redação problemática, por trazer previsão


demasiadamente genérica. melhor seria que estivesse explicitado de forma mais
detida como o dispositivo funcionaria. Do jeito que está, pode haver contestação
judicial.

A justificativa técnica de que trata o


art. 27, elaborada pelo IPREM e
aprovada pelo Conselho Deliberativo,
conterá a descrição dos eventos
Art. 28 patrimoniais, orçamentários,
financeiros e atuariais que embasará
a proposta de alteração da
suplementação de alíquota de que
trata o artigo 24.

Disposição do artigo: também deveria ser um parágrafo do art. 24.

Fica instituído, nos termos desta lei, o


Regime de Previdência Complementar

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- RPC a que se referem os §§ 14, 15 e


16 do artigo 40 da Constituição
Federal.
Parágrafo único. O RPC, de caráter
Art. 29 facultativo, terá vigência a partir da
data de publicação do regulamento de
seu Plano de Benefícios aprovado
pela autoridade reguladora
competente.

Regime de previdência complementar: trata-se de regime apartado do RPPS,


que funciona sob sistema de capitalização, assemelhando-se à previdência
privada. Está previsto no art. 40 §14 da Constituição Federal e sua
implementação é condição para que o RPPS limite os benefícios ao teto do
RGPS.

Intuito: a ideia que permeia o RPC é, paulatinamente, migrar o sistema


previdenciário de caráter contributivo e solidário para o sistema de capitalização
individual. A mudança é necessária porque, como apontado na introdução, a
nova estrutura demográfica torna inviável a manutenção do sistema solidário.

União: no âmbito da União, o RPC foi instituído pela Lei 12.618 de 2012. O art.
12 §2º desta Lei dispõe que o valor do benefício será calculado de acordo com o
valor depositado na conta individual, o que demonstra que o sistema adotado é o
de capitalização individual.

Estado de São Paulo: no âmbito estadual, a matéria é regida pela Lei estadual
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nº 14.653 de 2011.

Sustentabilidade financeira: evidentemente, o sistema de capitalização


individual é muito mais sustentável do que o sistema solidário, porque a
mudança demográfica não é um fator influente. Cada um poupa de acordo com
sua possibilidade e responsabilidade, recebendo os benefícios da sua poupança.

Facultatividade: o RPC é facultativo. O servidor pode optar por não aderir (opt-
out) e, neste caso, só terá a contribuição do RPPS descontada. Cabe ao servidor
analisar se isto é vantajoso ou não. Nem todo servidor que opta por não aderir é
imprevidente, porque pode ser que ele tenha aderido a um plano de previdência
privada oferecido por instituição financeira.

Serão abrangidos pelo RPC, na


condição de Participantes Ativos,
quanto à parcela de sua remuneração
que supere o limite máximo
estabelecido para os benefícios do
Regime Geral de Previdência Social –
RGPS, os servidores dos Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal e conselheiros do Tribunal
de Contas do Município:
Art. 30 I - com início de exercício na
administração pública municipal a

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partir da data de início da vigência do


RPC;
II - com início de exercício na
administração pública municipal antes
da data de início da vigência do RPC,
que optem, expressa e
irrevogavelmente, por aderir ao RPC.
§ 1º Terão como teto o limite máximo
estabelecido para os benefícios do
RGPS, de que trata o artigo 201 da
Constituição Federal, as
aposentadorias e pensões a serem
concedidas pelo RPPS, aos
servidores referidos nos incisos I e II
do “caput”.
§ 2º Para os servidores dos Órgãos e
Entidades da Administração Pública
Municipal e conselheiros do Tribunal
de Contas do Município referidos nos
incisos I e II do “caput”, a base de
cálculo da contribuição, prevista no §
1º do artigo 5º, desta lei, terá como
teto o limite máximo estabelecido para
os benefícios do RGPS.

Abrangidos pelo RPC: basicamente, são os servidores estatutários estáveis,


que ingressaram no serviço público por concurso e têm inserção em carreira (há
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exceções). No entanto, somente os que ganham acima do teto do RGPS são


abrangidos pelo RPC.

Limitação da base de cálculo: a base de cálculo do RPPS fica limitada ao teto


do RGPS.

Os servidores dos Órgãos e Entidades


da Administração Pública Municipal e
conselheiros do Tribunal de Contas do
Município que ingressarem no serviço
público a partir da data de início da
vigência do RPC e cuja remuneração
supere o limite máximo estabelecido
para os benefícios do RGPS serão
automaticamente inscritos em Plano
de Benefícios do RPC, desde o início
de exercício.
§ 1º Fica assegurado aos servidores e
aos conselheiros a que se refere o
“caput” o direito de requerer, a
qualquer tempo, o cancelamento de
Art. 31 sua inscrição, nos termos do
regulamento do Plano de Benefícios.
§ 2º Fica assegurado ao Participante
Ativo o direito à restituição das
contribuições por ele vertidas, a serem

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pagas na forma do regulamento.


§ 3º Na hipótese do parágrafo
anterior, as contribuições realizadas
pelo ente público patrocinador serão
restituídas à respectiva fonte
pagadora no mesmo prazo e
condições.
§ 4º O cancelamento da inscrição,
previsto no § 1º, não constitui resgate.
§ 5º O regulamento do plano de
benefícios previdenciários
complementares estabelecerá a forma
e condições para os servidores e
conselheiros a que se refere o “caput”
requererem o cancelamento de sua
inscrição após 90 (noventa) dias.

Inscrição automática: seguindo os parâmetros da lei federal, o projeto prevê


que, sempre que um servidor ingresse ganhando mais do que o teto do RGPS,
ele será filiado ao RPC.

opt-out: cabe ao servidor, porém, optar por não ser filiado ao RPC. É possível
que um número de servidores prefira não contribuir com o RPC e acabem
aderindo à previdência privada.

A questão do resgate: quando um servidor sai do RPC, o projeto determina - e


nisso, segue a lei federal - que a saída não será considerada resgate. Isso evita
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a tributação indevida. Ainda, o servidor recebe as parcelas que contribuiu e a


remuneração patronal também volta ao entre público.

Aos servidores que ingressarem no


serviço público municipal após a data
de início da vigência do RPC e cujos
vencimentos ou subsídios sejam
inferiores ao limite máximo
estabelecido para os benefícios do
Art. 32 RGPS fica garantida a opção pela
adesão ao Plano de Benefícios, na
condição de Participantes Ativos, a
partir do momento em que seus
vencimentos venham a ultrapassar o
referido limite.

Possibilidade de adesão posterior: muitos servidores, ao ingressarem em


suas carreiras, têm os vencimentos abaixo do teto do RGPS, mas, ao
progredirem, passam do teto. Neste caso, quando passarem, poderão aderir ao
RPC.

As contribuições do Participante Ativo


e do Patrocinador ao RPC incidirão
sobre a parcela da base de
contribuição que exceder o limite
máximo estabelecido para os

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benefícios do RGPS.
§ 1º A alíquota da contribuição do
Participante Ativo ao RPC será por ele
Art. 33 definida, observado o disposto no
regulamento do Plano de Benefícios.
§ 2º A alíquota da contribuição do
Patrocinador ao RPC não poderá
exceder à do Participante Ativo,
observado o disposto no regulamento
do Plano de Benefícios, e não poderá
ultrapassar o percentual de 7,5% (sete
e meio por cento).
§ 3º Além da contribuição de que trata
o “caput” deste artigo, o regulamento
do Plano de Benefícios poderá admitir
o aporte de contribuições facultativas
pelos Participantes Ativos, sem a
contrapartida contributiva do
Patrocinador.
§ 4º Na hipótese de que trata o inciso
II, do artigo 30, o Patrocinador
aportará na conta individual do
Participante, na forma de decreto
regulamentador, o valor, devidamente
atualizado monetariamente pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor –

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INPC, correspondente às
contribuições efetivamente pagas pelo
servidor ao RPPS do Município de
São Paulo sobre as parcelas que
excederam o limite máximo
estabelecido para os benefícios do
RGPS até sua adesão ao RPC.

Base de cálculo da contribuição do RPC: em todo o caso, será a parte da


remuneração do servidor que extravase o teto do RGPS.
Por exemplo, e tomando por base o atual teto do RGPS, que é de
R$5.645,80, teríamos
1. Servidor X, tem remuneração de R$5.000,00. Não participa do RPC;
2. Servidor Y, tem remuneração de R$7.645,80. Participa do RPC, tendo
como base de cálculo para sua contribuição R$2.000,00
3. Servidor Z, que trabalha no TCM, tem remuneração de R$26.000,00.
Participa do RPC, tendo como base de cálculo para sua contribuição do
valor de R$20.354,20.

Alíquota: como se sabe, o valor nominal da contribuição será calculado ao


aplicar-se uma alíquota sobre a base de cálculo. A base de cálculo está dada
pela lei - é o valor da remuneração do servidor que ganha mais do que o teto do
RGPS, subtraído o valor do teto do RGPS.
A alíquota, por sua vez, será definida pelo servidor. Isto é possível porque
o sistema é de capitalização, e não solidário. Como um servidor não está
contribuindo para um fundo que sustenta outros, não é necessário que todos
eles tenham a mesma alíquota. Os que querem economizar mais, optam por
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uma alíquota maior.

Alíquota referente ao município: o RPC tem também uma contribuição do ente


que emprega o servidor. Esta contribuição será a mesma do servidor, mas com
dois limites. O primeiro é a própria alíquota do servidor; a alíquota do município
não pode ser maior do que a do servidor. O segundo é o limite de 7,5%.
Usando os mesmos exemplos anteriores:

1. Servidor X, tem remuneração de R$5.000,00. Não participa do RPC.


Logo, não há que se calcular alíquota do RPC.
2. Servidor Y, tem remuneração de R$7.645,80. Participa do RPC, tendo
como base de cálculo para sua contribuição R$2.000,00. logo, se optar
pela alíquota de 5%, pagará R$R$100,00 por mês, cabendo ao Município
pagar outros R$100,00. Se optar pela alíquota de 20%, pagará R$400,00
por mês, cabendo ao Município pagar 7,5% - ou seja, R$150,00.
3. Servidor Z, que trabalha no TCM, tem remuneração de R$26.000,00.
Participa do RPC, tendo como base de cálculo para sua contribuição do
valor de R$20.354,20. Logo, se optar por pagar 3%, pagará R$610,62,
cabendo ao município pagar outros R$610,62. Já se optar por pagar 12%,
pagará R$2.442,50, enquanto o Município pagará R$1.526,56 (por conta
da alíquota de 7,5%).

Contribuição facultativa: é uma contribuição adicional, feita esporadicamente,


pelo servidor. Como não há previsibilidade, o município não pode ter
coparticipação na aplicação, sob pena de comprometimento das contas públicas.

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Poderão aderir ao Plano de Benefícios


do RPC, mediante contribuições
voluntárias, sem a contrapartida
contributiva do Patrocinador:
I - servidores dos Órgãos e Entidades
da Administração Pública Municipal e
os conselheiros
do Tribunal de Contas do Município de
Art. 34 São Paulo elegíveis na forma do
artigo 30 e que optarem por não aderir
ao RPC;
II - empregados públicos da
Administração Pública Municipal
Indireta, regidos pela Consolidação
das Leis do Trabalho,
independentemente da data de
admissão;
III - agentes políticos do Município de
São Paulo, desde que não integrem
outro RPPS de qualquer ente da
Federação;
IV - agentes públicos ocupantes,
exclusivamente, de cargo em
comissão, declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, bem como
de outro cargo temporário ou de

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emprego público na administração


pública municipal.

Adesão voluntária: há algumas pessoas que têm vínculo com a Administração


mas não fazem parte do RPPS. Um exemplo são os empregados públicos (que,
em geral, estão nas empresas públicas, sociedades de economia mista,
fundações públicas com estrutura de direito privado e excepcionalmente, na
administração direta), cujo regime de contratação é o da lei trabalhista.

Poderá permanecer filiado ao Plano de


Benefícios o Participante:
I - afastado, com ou sem prejuízo de
vencimentos, subsídios ou salários, para outro
órgão público ou ente da Administração Direta e
Indireta, de quaisquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, inclusive o de São Paulo;
II - afastado ou licenciado de cargo efetivo
temporariamente, com ou sem prejuízo de
vencimentos ou subsídios;
Art. 35 III - que optar pelo Benefício Proporcional
Diferido ou pelo autopatrocínio, na forma do
regulamento do Plano de Benefícios.
§ 1º O regulamento do Plano de Benefícios
disciplinará as regras para a manutenção do

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custeio do plano, observada a legislação


aplicável.
§ 2º O Patrocinador arcará com a sua
contribuição somente quando a cessão, o
afastamento ou a licença do cargo efetivo for
concedido sem prejuízo de vencimentos,
subsídios ou salários.
§ 3º No caso de cessão, afastamento ou licença
com prejuízo de vencimentos, subsídios ou
salários, o servidor, enquanto não optar,
expressamente, pela suspensão das
contribuições, durante o respectivo prazo, arcará
com sua contribuição individual e o órgão ou
ente cessionário, se houver, arcará com a
contribuição que couber ao Patrocinador, na
forma que dispuser o Plano de Benefícios.

Afastamento: como se sabe, as leis que regem o funcionalismo público


permitem o afastamento excepcional de servidores. Isto pode se dar por vários
motivos, seja por conta do interesse do servidor (licença-médica, por exemplo)
ou da Administração (servidor que é emprestado a outro órgão). Alguns destes
afastamentos são remunerados, outros não são.
A Lei municipal 8989 de 1979 lista, em seu art. 138, oito modalidades de
afastamento. Vejamos:

1. para tratamento de saúde - remunerada;


2. por motivo de doença em pessoa da família - semirremunerada. Há
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descontos;
3. gestante - remunerada;
4. licença da funcionária casada com funcionário civil e militar em missão -
não remunerada;
5. para o cumprimento de serviço obrigatório por lei (júri, testemunha, etc…)
- remunerada;
6. Interesses particulares - não remunerada.

Ainda, a Lei 10.726 de 1989 prevê licença-paternidade, remunerada.

Manutenção da adesão ao RPC no afastamento: é necessário que o servidor


continue filiado ao RPC no período de afastamento. Isto ocorre porque, se ele
fosse temporariamente desligado enquanto afastado, o afastamento prejudicaria
a previsibilidade de sua aposentadoria, o que desestimularia servidores a se
afastarem - e, de novo, alguns desses afastamentos interessam à
Administração.

Contribuição patronal do RPC em caso de afastamento: o dispositivo do


projeto prevê duas situações distintas, a saber, a do servidor que se afasta e não
se vincula a um ente pagador diferente (caso do inciso II) e a do servidor que se
afasta para, temporariamente, trabalhar em outro ente federativo (é o caso do
inciso I).
É preciso distinguir quem pagará a contribuição patronal em cada caso. O
§2º determina que, se o afastamento for remunerado, o servidor continua tendo
direito à contribuição patronal do RPC. Faz sentido porque os afastamentos
remunerados muitas vezes são direitos do servidor; é o caso, por exemplo, da
licença-médica ou da licença-maternidade. Se, porém, o servidor se afastar sem

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remuneração (por exemplo, para cuidar de seus interesses pessoais), não fará
jus à contribuição patronal. De fato, não seria justo, porque, afastado por seu
próprio interesse e sem salário, o Município não é obrigado a arcar com a
contribuição previdenciária que, afinal, faz parte do pacote remuneratório do
servidor.

Servidor emprestado: a lei permite que o servidor seja cedido a outro órgão.
Assim, é este órgão que pagará o seu salário, devendo também arcar com a
contribuição patronal. É justo, porque o servidor estará trabalhando para o órgão
cessionário.

Na perda do vínculo funcional com o


ente patrocinador, o Participante ativo
poderá optar, conforme regulamento
do Plano de Benefícios, por:
I - resgate das contribuições;
II - portabilidade dos recursos para
outra entidade de previdência
complementar;
III - autopatrocínio, no caso de perda
Art. 36 parcial ou total da remuneração
recebida, permanecendo vinculado ao
Plano de Benefícios e arcando com as
contribuições individuais e do
Patrocinador;

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IV - Benefício Proporcional Diferido,


quando a cessação do vínculo se der
antes da aquisição do direito ao
benefício pleno programado, a ser
concedido quando cumpridos
integralmente os requisitos de
elegibilidade.
Parágrafo único: O regulamento do
Plano de Benefícios estabelecerá a
forma e as condições para que as
contribuições do Patrocinador
integrem o montante a ser levantado
pelo Participante, nas hipóteses dos
incisos I, II e IV deste artigo.

Perda do vínculo funcional: evidentemente, há situações em que o servidor


que está vinculado ao RPC não se aposenta pelo RPPS do Município. Isto pode
ocorrer porque o servidor pediu exoneração, porque foi demitido em processo
administrativo disciplinar, porque seu desligamento foi determinado pelo Poder
Judiciário ou por qualquer outro motivo. É preciso, então, que a lei preveja como
tal situação se desenvolverá. A lei dá, então, quatro opções para o ex-servidor:
1. Resgate das contribuições;
2. Portabilidade para outra previdência complementar, seja pública ou
privada;
3. Autopatrocínio, em que o ex-servidor continuaria filiado ao RPC, mas não
teria mais as contribuições patronais;
4. BPC.
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Contribuições do município: o parágrafo único dá a ideia de que o servidor


poderá levar as contribuições que foram pagas pelo Município. Entendemos que
isto é justo em alguns casos (por exemplo, quando ele se demite), mas injusto
em outros (quando é demitido em processo administrativo ou judicial).
Por exemplo, imaginemos que um servidor é acusado de crime de
corrupção, condenado pelo Poder Judiciário e, como efeito acessório da pena,
perde o cargo (art. 92, I, do Código Penal). Neste caso, acreditamos, seria
injusto que ele levasse consigo para uma previdência privada as contribuições
do RPC pagas pelo Município, sendo necessário um cálculo para distinguir do
montante capitalizado as contribuições dele e as do Município.
Pelo teor do art. 202 §4º da Constituição Federal, as contribuições do
empregador não podem ser consideradas remuneração; isto é importante pois,
se fosse remuneração, não poderia ser devolvida. Assim, ofereceremos
emenda para fazer com que a contribuição seja devolvida ao Município em
caso de demissão por processo administrativo ou judicial.

Benefício Proporcional Diferido: é uma forma simples do ex-servidor manter-


se segurado no RPC após o desligamento. Basicamente, ele para de contribuir
e, evidentemente, o Município também cessa sua contribuição. Ao se aposentar,
receberá o proporcional ao investido - que pode ser pouco, porque o RPC foi
pensado para funcionar com grande tempo de contribuição, que permite a
acumulação e os rendimentos.

Os requisitos para aquisição,

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manutenção e perda da qualidade de


Participante Ativo e de Assistido,
assim como para elegibilidade,
Art. 37 critérios de concessão, forma de
cálculo e pagamento dos benefícios,
deverão constar do regulamento do
Plano de Benefícios.
Parágrafo único. É garantida a
portabilidade de RPC, independente
da data ou da forma de adesão.

Regulamento: o projeto prevê que o regulamento trate de requisitos para perda,


aquisição e manutenção da qualidade de participante ativo. Em geral, estes
requisitos são dados pela lei, tal e qual ocorre no RGPS. Porém, como o RPC é
regime opcional de previdência complementar, não vemos problema para que o
requisito seja dado pelo regulamento. Cumpre lembrar que o servidor que não
gostar do regulamento pode ir para a previdência privada.

Portabilidade: o projeto garante a portabilidade para outra instituição. De fato, a


portabilidade - o direito de sair de uma instituição de previdência complementar e
ir para outra, levando consigo os recursos que estão na instituição atual - é um
dos direitos mais básicos e mais importantes de qualquer previdência
complementar. Ela garante a concorrência acirrada entre instituições, vital para
manter o sistema funcionando corretamente. Está prevista, por exemplo, no art.
14, II, da Lei Complementar 109, que regulamenta a previdência privada.

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A gestão e a execução do Plano de


Benefícios do RPC serão realizadas
Art. 38 por entidade fechada de previdência
complementar.

Entidade fechada: a entidade fechada é uma entidade que não é de livre


adesão por qualquer pessoa, ao contrário do que ocorre, por exemplo, com
bancos e outras financeiras. A Lei Complementar 109, que trata de previdência
privada, define as regras para operação da entidade fechada e aberta.

Auditoria independente: o art. 23 da Lei Complementar 109 determina que as


entidades fechadas submetam suas contas a auditoria independente. Regra
salutar para verificar a boa gerência dos fundos. É importante que ela seja
observada.

Entidade própria ou adesão: um dos pontos controversos do projeto é a


criação de uma estrutura própria ou a adesão a uma estrutura já existente - no
caso, a SP-PREVCOM. Conforme mostraremos adiante, acreditamos que a
opção mais vantajosa seja a adesão, o que nada muda em relação ao art. 38,
pois o RPC municipal continuaria operado por entidade fechada. A única
diferença é que tal entidade não pertenceria ao Município.

Fica o Poder Executivo autorizado a


instituir, no âmbito da Administração
Pública Municipal Indireta, entidade
fechada de previdência complementar

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Art. 39 denominada Fundação de Previdência


Complementar dos Servidores
Públicos do Município de São Paulo -
SAMPAPREV, com a finalidade de
gerir e executar o Plano de
Benefícios.
§ 1º A SAMPAPREV será estruturada
sob a forma de fundação, de natureza
pública, com personalidade jurídica de
direito privado, gozando de autonomia
administrativa, patrimonial, financeira
e gerencial, vinculada à Secretaria
Municipal de Gestão.
§ 2º A SAMPAPREV reger-se-á pelas
disposições desta lei e por seu
estatuto, que disciplinará sua estrutura
administrativa e modelo de gestão.
§ 3º A SAMPAPREV, com prazo de
duração indeterminado, sede e foro na
Cidade de São Paulo, adquirirá
personalidade jurídica a partir do
registro de seu ato constitutivo no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
§ 4º Além da sujeição às normas
gerais de direito público, a
SAMPAPREV estará sujeita às

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seguintes obrigações:
I - realização de concurso público para
a contratação de pessoal;
II - submissão à legislação sobre
licitação e contratos administrativos;
III - publicação anual, no Diário Oficial
da Cidade e em sítio eletrônico oficial
da Administração Pública Municipal,
de suas demonstrações contábeis,
atuariais, financeiras e de benefícios;
IV - fornecimento de informações aos
Participantes e Assistidos do Plano de
Benefícios e ao órgão regulador e
fiscalizador das entidades fechadas
de previdência complementar.
§ 5º Alternativamente à constituição
da entidade prevista neste artigo, o
Município poderá valer-se de entidade
fechada de previdência complementar
já existente, destinada a administrar
planos de previdência complementar
de servidores públicos, mediante
instrumento específico, a fim de
aperfeiçoar o uso de recursos,
mantendo-se a autonomia patrimonial,
de fiscalização, de gestão, de

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governança e os demais dispositivos


desta lei.
§ 6º No caso do disposto no § 5º,
deverá ser criado Comitê Gestor junto
à entidade fechada de previdência
complementar externa, constituído,
paritariamente, por representantes
indicados pelo Prefeito e por
representantes eleitos pelos
servidores, na forma do Estatuto, para
acompanhamento e fiscalização da
gestão do Plano de Benefícios
complementares do Município.
§ 7º As despesas administrativas
referentes ao funcionamento da
SAMPAPREV observarão
os seguintes limites:
I - serão custeadas na forma do
regulamento do plano de benefícios
previdenciários complementares,
observado o disposto no caput; do
artigo 7º da Lei Complementar Federal
nº 108, de 2001, e ficarão limitadas
aos valores estritamente necessários
à sustentabilidade
do funcionamento da SAMPAPREV;

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II - não poderão ultrapassar, em cada


exercício, 1% (um por cento) dos
recursos arrecadados dos
participantes, assistidos e
Patrocinadores;
III - a parte da despesa administrativa
da entidade fechada de previdência
complementar SAMPAPREV, ou da
entidade já existente que administrará
os planos de previdência
complementar municipal, a ser
custeada pelos participantes e
assistidos, não poderá ser superior a
0,5% dos recursos arrecadados;
IV - demais despesas administrativas
que ultrapassem o limite previsto no
inciso anterior serão suportadas,
exclusivamente, pelo Patrocinador,
independentemente da contribuição
do Patrocinador prevista no art. 33.
§ 8º A SAMPAPREV observará as
disposições da Lei Complementar
Federal nº 108/2001 na sua estrutura
organizacional e contará com
Conselho Deliberativo e Conselho
Fiscal, observando as normas legais

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para a composição paritária dos


representantes dos patrocinadores e
dos participantes e assistidos.
Parágrafo único. Aplicam-se como
requisitos para escolha dos
administradores que comporão o
Conselho Deliberativo, o Conselho
Fiscal e a diretoria da SAMPAPREV
os critérios previstos no art. 17 da Lei
Federal 13.303/2016. Aos membros
do Conselho Fiscal aplicam-se,
analogamente, os requisitos previstos
no art. 80, parágrafos 3º, 7º, 8º ,9º e
10º desta lei.
§ 9º As competências do Conselho
Fiscal da SAMPAPREV previstas em
estatuto social abrangerão as
competências do Conselho Fiscal do
IPREM previstas no art. 81 abaixo.
§ 10º A SAMPAPREV observará as
vedações estabelecidas no art. 55
desta lei.

Sampaprev: a Sampaprev seria uma nova entidade, criada pelo projeto, com o
intuito de ser a entidade de previdência fechada que administra o RPC.

Estrutura jurídica: a Sampaprev seria uma fundação pública, com estrutura de


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direito privado. Por conta desta estrutura de direito privado, seu pessoal seria
sujeito às leis trabalhistas, observado, é claro, a exigência constitucional de
concurso.
Como todo ente público, elas se submete às formas de controle do regime
jurídico administrativo, que derrogam, em parte, as normas do direito privado.

§§5º e 6º - Adesão: estes dois parágrafos preveem a possibilidade de o RPC ser


gerido por uma outra entidade. Pois bem, é exatamente isto que propomos: fazer
com que o RDC paulistano seja regido pela SP-PREVCOM, que é a entidade do
Estado de São Paulo de previdência complementar.
Isto tornaria desnecessária a criação da estrutura da Sampaprev, evitando
a necessidade de contratar novos servidores que, a despeito de estarem sujeitos
às leis trabalhistas, gerarão gastos para a Administração.
Acreditamos que é necessário mudar a redação deste artigo, a fim de
deixar claro que a estrutura da Sampaprev não será criada neste momento,
devendo o Município aderir à SP-Prevcom. Se, futuramente, o Município
entender que é o caso de criar sua própria estrutura, porque o volume de
segurados do RPC justificará tal medida, poderá fazê-lo por um novo projeto de
lei.

Alternativa: entendemos que é inconstitucional a redação atual, que dá ao


prefeito a alternativa de criar a Sampaprev ou aderir a outra entidade. Deixar a
opção ao prefeito significa, em última instância, burlar a regra da legalidade
administrativa. É evidente que, no plano político, as escolhas de políticas
públicas cabem ao prefeito - justamente por isso ele foi eleito. Mas, se optar por
criar uma entidade, deve mandar um projeto de lei específico.
Do jeito que o texto está, a Câmara permitiria ao prefeito escolher de

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forma livre sobre a criação do novo ente. Tamanha liberdade acaba por
contrariar o freio constitucional da legalidade. Assim, sugerimos a alteração do
dispositivo para:

Art. 39 - O Município aderirá à entidade de previdência complementar do


Estado de São Paulo, por meio dos convênios administrativos adequados,
que controlará o regime de previdência complementar paulistano
§1º - o convênio previrá que o Município manterá a autonomia patrimonial,
de fiscalização, de gestão, de governança e os demais dispositivos desta
lei.
§ 2º - O convênio previrá que a entidade contratada manterá comitê gestor
constituído, paritariamente, por representantes indicados pelo Prefeito e
por representantes eleitos pelos servidores, na forma do Estatuto, para
acompanhamento e fiscalização da gestão do Plano de Benefícios
complementares do Município.

A supervisão e a fiscalização
exercidas pelos órgãos competentes
não eximem o ente patrocinador da
responsabilidade pelo monitoramento
das atividades da entidade fechada de
previdência complementar externa,
Art. 40 conveniada na forma do § 5º, do artigo
39, no que concerne aos planos de
previdência complementar por ela

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administrados, o que deverá estar


previsto no convênio de adesão
correspondente.

Fiscalização: o dispositivo prevê que, em caso de convênio com outra entidade,


o Município participará da fiscalização, o que é louvável. Quanto mais controle e
transparência, melhor.
Note-se, no entanto, que sugerimos uma mudança radical do art. 39.
Assim, acreditamos que este art. 40 pode virar um §3º do novo art. 39.

O Plano de Benefícios será estruturado na


modalidade de Contribuição Definida, de acordo
com a regulamentação estabelecida pelo órgão
regulador e fiscalizador das entidades fechadas
de previdência complementar, financiado de
acordo com os planos de custeio definidos nos
termos do artigo 18 da Lei Complementar
Federal nº 109, observadas as demais
Art. 41 disposições da Lei Complementar Federal nº
108, ambas de 2001, e legislação subseqüente.
§ 1º Sempre que necessário, visando assegurar
o equilíbrio financeiro e atuarial permanente do
Plano de Benefícios, as contribuições para
aquele plano serão revistas, observada a
periodicidade mínima anual.

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§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 3º, do artigo


18, da Lei Complementar nº 109, de 2001, e
legislação subseqüente, o valor do benefício
programado será calculado, no momento da sua
concessão, de acordo com o montante do saldo
acumulado na conta do Participante Ativo,
devendo o valor do benefício estar
permanentemente ajustado ao referido saldo, na
forma prevista no regulamento do respectivo
Plano de Benefícios e em Nota Técnica Atuarial.
§3º As demais condições para adesão e
desligamento, que devem ser garantidos, ao
menos, uma vez ao ano, e as características do
Plano de Benefícios serão definidas em
regulamento.
§4º Os benefícios não programados serão
cobertos por seguro contratado externamente,
cujo prêmio será custeado à proporção de 50%
(cinquenta por cento) pelo Participante e 50%
(cinquenta por cento) pelo Patrocinador,
garantidas as coberturas mínimas para invalidez
e morte do Segurado.
§5º A Cobertura de Longevidade,
correspondente a um percentual do montante
capitalizado para cada Participante, será
garantida por seguro, cujo prêmio será custeado

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à proporção de, pelo menos, 50% (cinquenta


por cento) pelo Participante e até 50%
(cinquenta por cento) pelo Patrocinador,
podendo sua gestão ser contratada
externamente, nos termos do regulamento.
§ 6º A participação do Patrocinador de que
tratam os §§ 4º e 5º não ultrapassará 1% (um
por cento) da base de contribuição referida no
artigo 33.
§ 7º Os seguros de que tratam os §§ 4º e 5º
terão adesão automática para os Participantes
do RPC, ficando assegurado ao Participante
Ativo o direito de requerer, a qualquer tempo, o
cancelamento dos mencionados benefícios, nos
termos do regulamento.
§ 8º Caso o servidor deseje ter cobertura
superior à prevista no regulamento para os
benefícios de risco de que trata o § 4º, arcará
individualmente com a diferença de custo do
seguro.

Contribuição definida: nesta modalidade, sabe-se quando os participantes


pagarão, mas deixa-se para calcular o benefício ao final. Uma alternativa seria
usar um sistema em que o servidor define quanto receberá ao se aposentar, e a
contribuição é ajustada automaticamente de acordo. Porém, isto não é possível
por causa do patrocínio do Município; a variação automática do patrocínio seria
imprevisível e colocaria em risco o orçamento.
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Ajustes periódicos: o §1º garante a ocorrência de reajustes periódicos, para


manter o valor das contribuições.

Benefício imprevisto - §4º: como se sabe, o atual regime previdenciário, que


advém da Constituição Federal, visa assegurar contra qualquer grave infortúnio.
Idade avançada é apenas um deles; há outros, como acidente de trabalho,
invalidez por doença, etc.
Imaginemos o caso de um servidor que se programou para ficar no
serviço público municipal (e contribuir para o RPC) por trinta anos, mas, no 6º
ano de serviço, desenvolve doença incapacitante incurável, ficando inválido.
Neste caso, o projeto prevê que a cobertura será securitária, o que significa que
cada um dos aderentes terá que arcar, em paridade com o Município, com
seguro de morte e invalidez.
A cobertura securitária faz sentido. Enquanto a idade avançada é o curso
natural da vida de todos, a morte precoce ou a invalidez são infelizes exceções,
que afligem poucos. Estes poucos, porém, devem estar acobertados contra tais
eventos. No sistema solidário, o RPPS ou o RGPS concedem o benefício,
cabendo ao fundo solidário (ao qual todos contribuem) pagar por ele.
Esta lógica não se aplica ao sistema do RPC, que não é solidário, mas
sim de capitalização individual. A contratação do seguro, assim, garante que
haverá cobertura caso ocorra a morte ou invalidez, protegendo os servidores.
Como todos os servidores terão a cobertura em caso de morte precoce ou
invalidez, mas poucos se valerão dele (felizmente), estão criadas todas as
condições para uma boa cobertura securitária, observado, evidentemente, os
parâmetros da Susep. Ainda, a contratação de seguro para uma massa
considerável de aderentes fará com que haja certa economia de escala,

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propiciando um preço melhor.

Cobertura de longevidade: como se sabe, os avanços da medicina fazem com


que as pessoas vivam cada vez mais. Vivendo mais, recebem o benefício por
mais tempo, onerando o sistema. Assim, foi pensado um seguro de longevidade,
que transferiria a uma seguradora o risco atuarial representado pelo segurado
que acaba tendo uma longevidade maior do que a esperada. É preciso que esta
modalidade securitária seja regulamentada pela SUSEP.
A ideia é que o custo do seguro de longevidade seja repartido entre
servidor e Município, mas há uma limitação geral para a contribuição do
Município de 1% da base de contribuição do art. 33. Esta limitação é necessária
para manter a previsibilidade das contas públicas.

§8º - opção de cobertura adicional: se o servidor, no entanto, quiser ter uma


cobertura securitária maior, pode contratar o seguro por meio do RPC, arcando
sozinho com o custo, isto é, sem contrapartida do Município.

Após o cumprimento das exigências


formais do Plano de Benefícios para a
concessão do Benefício de Renda
Programada, mas antes do início do
gozo deste benefício, o Participante
Ativo, desde que atendidos os
requisitos estabelecidos no
Art. 42 regulamento, poderá exercer
quaisquer dos direitos relativos aos

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institutos previdenciários de que


tratam os artigos 14 e 15 da Lei
Complementar Federal nº 109, de
2001 e legislação subseqüente.

Direito da LC 109: evidentemente, o servidor poderá exercer os direitos


previstos na Lei Complementar 109, tais como portabilidade e resgate. O que
este dispositivo faz, na verdade, é estabelecer forma e prazo de resgate ou
portabilidade. O servidor só poderia se valer destes direitos quando adquire
direito à aposentadoria mas ainda não a exerce. Ademais, pode fazê-lo nos
termos de artigo anterior, caso seja desligado do serviço público.

A aplicação dos recursos garantidores


correspondentes às reservas técnicas,
às provisões e aos fundos do Plano
de Benefícios será feita na
Art. 43 conformidade das diretrizes e limites
prudenciais estabelecidos pelo
Conselho Monetário Nacional.

Segurança do investimento: obviamente, o RPC investe no mercado o


montante de capital por ele gerido. A ideia é que ele o faça observando as
normas do Conselho Monetário Nacional, o que é louvável mas insuficiente.
Lembremos que alguns fundos de pensão de empresas públicas quebraram
porque fizeram investimentos absolutamente ruinosos, por motivação política.
Assim, sugerimos a seguinte emenda:

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art. 43: (...)


Parágrafo único: o regulamento também estabelecerá normas de gestão
dos recursos, a fim de garantir a segurança e a solidez dos investimentos e
afastar ou minimizar o risco de escolhas de investimento motivados por
fatores alheios à saúde financeira do RPC.

O Plano de Custeio, previsto no artigo


18 da Lei Complementar Federal nº
Art. 44 109, de 2001 e legislação
subseqüente, discriminará o
percentual mínimo da contribuição do
Participante Ativo e do Patrocinador,
conforme o caso, para cada um dos
benefícios previstos no Plano de
Benefícios, observado o disposto no
artigo 6º da Lei Complementar Federal
nº 108, de 2001 e legislação
subseqüente.

Percentual mínimo: para cada benefício do RPC, corresponde um percentual


mínimo de contribuição, a fim de evitar disparates, como no hipotético caso do
servidor que recebe benefício de grande monta sem ter contribuído
adequadamente.

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As reservas técnicas constituídas em


nome do Participante Ativo deverão
conter o registro contábil das
Art. 45 contribuições por ele efetuadas, bem
como as do Patrocinador, de forma
apartada.

Contabilidade apartada: a ideia do dispositivo é fazer com que o ente que


administra o RPC saiba qual é montante do total acumulado que foi gerado pelo
servidor e qual é o montante que foi gerado pelo Município (por meio de suas
contribuições).
É importante que isso seja feito, porque, se ocorrer algum problema e for
necessário devolver as verbas, o Município precisa saber qual é a verba que lhe
cabe receber.

Os Órgãos e Entidades da
Administração Pública Municipal são
responsáveis pelo pagamento de suas
contribuições e pelo desconto das
contribuições dos Participantes Ativos,
bem como pela transferência de
ambas à entidade administradora do
Art. 46 Plano de Benefícios.
§ 1º O pagamento ou a transferência
das contribuições após o dia 10 (dez)

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do mês seguinte ao da competência a


que se referir:
I - ensejará a aplicação dos
acréscimos de mora previstos para os
tributos federais; e
II - sujeitará o responsável às sanções
penais e administrativas cabíveis.
§ 2º Os valores a serem repassados à
entidade gestora do RPC, a título de
contribuição do Patrocinador, deverão
ser pagos com recursos do orçamento
de cada um dos órgãos e entidades
indicados no “caput” deste artigo,
terão previsão obrigatória na Lei
Orçamentária Anual e não são
passíveis de contingenciamento.

Compete ao IPREM assegurar o


suporte administrativo, operacional e
de gestão das atividades correlatas ao
Art. 47 que dispõe a presente lei, necessários
à implantação e ao funcionamento do
RPC.

Dispositivos de baixa complexidade: estes dispositivos do projeto apenas


preveem que as contribuições do servidor serão repassadas diretamente pelo
Município, o que faz sentido, já que o imposto de renda e a contribuição para o

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RPPS também são feitas desta forma. Aliás, para qualquer empregado (mesmo
da iniciativa privada), o recolhimento do IR e da contribuição para o RGPS ou
RPPS é feito desta forma.
A questão é simples e dispensa maior análise.

As despesas administrativas do Plano


de Benefícios serão custeadas na
forma do regulamento do Plano de
Benefícios, observado o disposto no
art. 39 desta lei.
§ 1º O montante de recursos
Art. 48 destinados à cobertura das despesas
administrativas será revisado ao final
de cada ano, com vistas ao
atendimento do disposto neste artigo.
§ 2º Na hipótese de adesão a Planos
de Benefícios previdenciários
complementares administrados por
entidade fechada de previdência
complementar externa, deverá constar
em instrumento específico a previsão
de revisão anual da cobertura das
despesas administrativas pela
entidade conveniada.
§ 3º É proibida a cobrança de taxa de
despesa administrativa ou de natureza

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similar sobre o patrimônio acumulado


do Participante e do Assistido.

Despesas administrativas: a entidade que administra o RPC tem,


evidentemente, despesas administrativas, que devem ser custeadas na forma do
regulamento. Veda-se o custeio com dinheiro da reserva técnica, porque a
reserva técnica é patrimônio individual de cada segurado e deve manter-se
hígida; afinal, é dela que dependerá a aposentadoria do segurado.

Questão de baixa relevância: apesar de ser necessário prever o custeio


administrativo da entidade que controla o RPC, o fato é que este é um problema
menor. O drama previdenciário advém da mudança demográfica que quebra o
sistema solidário e das distorções do sistema brasileiro (a própria existência do
RPPS é uma destas distorções).

É exigida a instituição de código de


ética e de conduta, que terá ampla
divulgação, especialmente entre os
Participantes e Assistidos e as partes
Art. 49
relacionadas, cabendo aos Conselhos
do IPREM, na hipótese de adesão do
Município a uma entidade fechada de
previdência complementar existente,
assegurar o seu cumprimento.

Código de ética: as leis que tratam de RPC costumam exigir a elaboração de

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um código de ética, para evitar desvios. Tal providência é salutar, mas


insuficiente. Os desvios serão evitados com transparência, fiscalização, auditoria
e regras rígidas para o investimento, que impeçam que haja investimentos
ruinosos por conta de motivações políticas. Ainda, é importante que os membros
da entidade controladora do RPC sejam quadros técnicos, e não escolhidos por
critérios político-partidários.

3 - Análise da estrutura do IPREM - art. 50 ao fim.

A partir do art. 50, o projeto passa a tratar da estrutura do IPREM. Como


se sabe, o IPREM é autarquia municipal criado em 1980, e cuja atual
organização desagrada bastante todos os que dependem do RPPS municipal. A
reestruturação do IPREM é, então, medida importante. Entretanto, como foi
exposto, acreditamos que o melhor é fazer, neste momento, apenas a
reestruturação do RPPS (mudar alíquota e base de cálculo, bem como limitar
pensão) e instituir o RPC. A reestruturação do IPREM será feita posteriormente.
De todo o modo, comentaremos os artigos do projeto e ofereceremos
sugestões pontuais.
Ao criar nova estrutura ao IPREM, pretende-se, antes de mais nada,
impedir alguns desvios que, no passado, geraram grandes prejuízos ao RPPS
paulistano. Ainda, é necessário adaptar o IPREM à atual realidade
constitucional, já que foi criado antes da Constituição Federal de 1988. Houve, é
verdade, algumas adaptações, como a feita pela Lei municipal 10.828 de 1990,
mas elas não alteraram significativamente a estrutura administrativa do IPREM.
Daí se nota que não adianta apenas ter um novo regime de RPPS e
instituir o RPC; é preciso gerí-los de forma adequada.
O projeto mantém o IPREM como entidade autárquica, ou seja, como

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pessoa jurídica de direito público da Administração indireta, o que significa que


ela se sujeita às formas de controle e organização típicas do regime jurídico-
administrativo. Seus servidores são estatutários - logo, não se submetem às leis
trabalhistas ou à jurisdição da Justiça do Trabalho, como decidiu o STF na
apreciação da liminar da ADI 3.395 (cujo mérito pende de apreciação). Sua
finalidade é administrar o RPPS e cobrar suas contribuições, bem como fazer os
pagamentos aos aposentados e pensionistas.
O IPREM passa a ter ampla competência para manter todos os dados
referentes ao RPPS e se relacionar com os segurados, bem como para manter
relações institucionais com o restante da Administração, visando o bom
gerenciamento do sistema do RPPS.
O projeto prevê que o IPREM faça a gestão do RPPS e dê apoio
operacional ao RPC. Este apoio viria na forma de estatísticas, informações,
dados e outras formas de apoio necessárias para que os dois sistema (o RPPS,
administrado pelo IPREM e o RPC, administrado, em tese, pela Sampaprev) se
comuniquem corretamente. A questão é que, como dissemos, sugeriremos que a
Sampaprev não seja criada neste momento, pois consideramos muito mais
racional e vantajoso a adesão à entidade que administra o RPC do Estado de
São Paulo. No entanto, cremos que não há problema algum em manter a
competência do IPREM para colaborar com o RPC; basta que ele ofereça a
colaboração à entidade estadual.
O projeto determina que o IPREM observe o equilíbrio atuarial das contas
do RPPS, administrando os fundos com contabilidade correta e apartada das
demais disposições orçamentárias e observando o art. 50 da Lei de
Responsabilidade Fiscal, que trata de escrituração de contas, no que é bastante
adequado à atual realidade constitucional.
O IPREM tem algumas vedações, como emprestar dinheiro ao Município -

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o que poderia imiscuir as contas do RPPS e dos seus fundos garantidores com o
Tesouro, gerando confusão patrimonial e permitindo que credores do Município
venham a atacar as verbas que garantem o RPPS, além de gerarem enorme
confusão política. Também ao IPREM é proibido comprar títulos, salvo os da
União, o que impediria que os fundos garantidores do RPPS sejam investidos
em títulos de duvidosa liquidez, como ocorreu com a Postalis, que é a empresa
de previdência complementar dos Correios que investiu em títulos venezuelanos.
Por fim, o IPREM não pode atuar como instituição financeira, dando
garantia em operações ou fazendo qualquer das atividades privativas destas,
que são definidas pelo art. 17 da Lei federal 4.595 como “a coleta, intermediação
ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros”.
O IPREM passa a ter um conselho deliberativo formado de oito
membros, indicados por entidades diversas. Chama a atenção, porém, que
a Lei não prevê sabatina prévia e aprovação pela Câmara dos Vereadores.
Ainda, os membros do conselho devem ter curso superior, mas não há
previsão de exigências negativas, tais como não ter sido condenado em
ação de improbidade, estar no gozo da capacidade eleitoral (ou seja, não
incorrer na chamada “Lei da Ficha Limpa, etc…). Seria de todo interessante
a adição de um parágrafo ao art. 76 do projeto, dispondo requisitos
negativos para os membros do Conselho. Sugerimos a seguinte redação:

“Art. 76 (...)
(...)
§5º-A: não poderá ser membro do conselho aquele que possuir:
I - condenação criminal;
II - condenação em improbidade administrativa;

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III - condenação em ação popular;


IV - qualquer sanção que o impeça de ser eleito, nos termos da Lei
Complementar 64 de 1990 e alterações posteriores, em especial as da Lei
Complementar 135 de 2010.”

Idêntica vedação deve ser aplicada aos membros da executiva do IPREM,


aumentando o rol de vedações do art. 79 §2º, e aos membros do Conselho
Fiscal.
Os membros do comitê deliberativo, da executiva e do comitê de
investimentos terão gratificação, concedida nos termos do art 83 do projeto.
Seria interessante adicionar um parágrafo dispondo que, mesmo com a
gratificação, a remuneração não poderia ser maior do que o teto constitucional
para o Poder Executivo municipal.
É digna de destaque, por ser muito positiva para o interesse público, a
redação do art. 120 do projeto, que prevê que a administração do IPREM velará
pela economicidade e eficiência, visando diminuir os custos administrativos.
Infelizmente, o projeto não detalha como isso será feito; seria interessante a
adição de um parágrafo que exigisse a publicação de um relatório anual, público,
em que os órgãos de direção explicitem quais foram as medidas tomadas para
diminuição do custo e busca de eficiência.
Há um ponto que nos causa especial preocupação: o art. 121, VI
determina que os membros do IPREM que exerçam a administração não devem
fazer operações financeiras arriscadas com os fundos garantidores do RPPS,
devendo usar como parâmetro as práticas do mercado financeiro. Até aí,
nenhum problema. A questão é que o art. 122 determina que o Município venha
a ressarcir o IPREM de tais operações ruinosas (sem prejuízo de ação
regressiva contra o causador). Ora, parece bastante inadequado que o Município

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fique como seguradora do IPREM em operações ruinosas. O Município, afinal, já


garante a suplementação de déficits do RPPS; obrigá-lo a ressarcir de pronto o
IPREM por uma operação ruinosa feita pela sua direção (da qual participam
membros da administração, servidores ativos e aposentados, etc…) significa pôr
o contribuinte paulistano na posição de refém de maus administradores do
IPREM.
Portanto, sugerimos uma mudança no art. 122, para que o IPREM
possa contratar seguro que o ressarça contra prejuízo causado por
operação ruinosa. Isto, além de impedir que o pagador de impostos paulistano
seja obrigado a arcar com prejuízo por conta de aventuras financeiras dos
gestores do IPREM, ainda diminuiria o risco de que tais aventuras ocorressem,
porque a seguradora só faria o seguro se a gestão do IPREM estivesse hígida,
pois os seguros só são feitos com observância às normas da SUSEP, nos
termos do art. 88 do Decreto-Lei 73 de 1966.
Por fim, o último artigo não revoga expressamente a lei que criou o
IPREM, mas prevê a revogação de decretos, o que é simplesmente impossível -
lei não revoga decreto. Ainda, o último artigo trata da vacância da lei, assunto
que também é tratado no art. 132. Há desordem nas disposições transitórias.
Acredito que a lei só deveria entrar em vigor após 90 (noventa) dias; afinal, não é
uma lei de baixa complexidade, nos termos do art. 8º da Lei Complementar 95.

4 - Argumentos apresentados por peritos na


comissão e contra-argumentos

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A comissão de estudos da Câmara dos Vereadores ouviu diversos


especialistas, que muito contribuíram para o debate. Reunimos, aqui, os
argumentos dados por alguns dos especialistas, e fazemos algumas
ponderações.

Especialista: Érica Gorga


Argumentos:
1. Houve desvios nos fundos de pensão por conta de propina;
2. As regras de governabilidade do projeto não são boas;
3. O conselho fiscal não pode ser feito por ato do prefeito, porque isso
fragiliza o sistema fiscalizatório.

Quanto à questão da corrupção, devemos dizer que concordamos


inteiramente com a especialista. Fundos de pensão investiram muito mal, por
conta corrupção de seus dirigentes, entre outros fatores. Justamente por isso,
sugerimos emendas que impedem ou diminuam a chance do RPC comprar
títulos de duvidosa liquidez. Isto é tudo que pode ser feito no âmbito municipal,
porque a tipificação penal (aumentar a pena para esse tipo de corrupção) é de
competência federal.
Sobre o sistema fiscalizatório, de novo, a especialista está certa, mas há
que se considerar que o RPC se submete aos controles típicos do regime
jurídico-administrativo, aplicável à Administração (que inclusive derroga normas
de direito privado para fundações públicas de direito privado), que podem ser
usadas para buscar maior transparência e controle.

Especialista: Fernanda de Castro


Argumentos:

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1. composição do RPPS é diferente do RGPS. A prefeitura tem mais


controle porque escolhe quantos servidores entram;
2. a prefeitura não faz concurso regularmente e, por isso, o RPPS fica sem
novas contribuições, já que há menos servidores ativos;
3. A terceirização faz com que diminua contribuições pro RPPS, já que os
funcionários aposentados são substituídos por terceirizados, contratados
por convênio com a iniciativa privada. Estes terceirizados não são
funcionários públicos e contribuem para o RGPS.

Discordamos da especialista. Cremos que houve uma inversão de


premissas. O Município não faz concurso com mais regularidade porque não há
disponibilidade orçamentária, e esta falta de disponibilidade se dá justamente
porque o orçamento é asfixiado pelo RPPS. Ainda, simplesmente colocar mais
ativos no sistema não funciona, porque eles se aposentarão e virarão novo
passivo. Do jeito que a Dra. Fernanda expôs, parece que basta que o Município
contrate servidores e o problema está resolvido, quando, na verdade, a
existência do RPPS é o problema.
Por fim, sobre os terceirizados, eles são contratados nos termos da lei e,
obviamente, contribuem para o RGPS. Se não houvesse terceirizados e o
Município contratasse servidores, é possível que o déficit diminuísse no curto
prazo, mas explodiria no longo prazo - ademais, o custo da máquina iria
aumentar, porque seria necessário pagar pelos novos servidores ativos.
Enfim, como dissemos, creio que houve inversão de premissas. O
problema não é que o Município ignora a contratação de novos servidores; o
RPPS é que torna impossível esta contratação e faz com que seja necessária a
terceirização.

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Especialista: Arnaldo Lima


Argumentos:
1. A previdência complementar é desejável em alguns cenários;
2. É desnecessário que o Município crie sua própria entidade de previdência,
pois ao aderir à entidade da União ou do Estado, ganha-se em escala.

Concordo que o Município deva aderir a uma entidade já existente;


sugerimos emenda nesse sentido.

Especialista: Paulo Tafner


Argumentos:
1. O sistema previdenciário está desequilibrado por conta da mudança
demográfica. Isso não vai mudar e vai ser acentuado, pois há
envelhecimento da população;
2. O envelhecimento gera a diminuição de ativos;
3. A arrecadação tributária deveria servir só pagar pagar a contribuição
patronal do RPPS, mas o dinheiro dos impostos é usado também para
cobrir crescentes déficits;
4. Ao aumentar a tributação para cobrir crescentes déficits, prejudica-se os
mais pobres, porque a tributação não é tão progressiva quanto deveria
ser;
5. Segregação de massas não aumenta o déficit, mas o explicita;
6. Desnecessário que a Câmara de Vereadores aguarde qualquer reforma
federal para apreciar este projeto..

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Concordamos com quase todos os argumentos do Dr. Tafner. De fato, a


mudança demográfica torna o sistema solidário inviável. Isto vale para o RGPS,
mas especialmente para o RPPS, que já deveria ter sido eliminado pelo
Congresso Nacional. Ainda, não podemos continuar bancando crescentes
déficits, pois isto gera, além de aumento da carga tributária (já insuportável), o
engessamento do orçamento para investimentos e outras áreas cuja despesa é
discricionária por parte do Estado.
Discordamos, porém, quanto à segmentação de massas - tanto que
sugerimos emenda para modificá-lo. Acreditamos que não há sentido na
segmentação; ademais, ela não é uma parte vital do projeto.

5 - Conclusão

Diante de todo o exposto, entendemos que a aprovação do presente


projeto não só é necessária como urgente. No Brasil todo, as finanças públicas
municipais estão bastante deterioradas, sendo notória a falta de capacidade de
investimento dos Municípios. Aliás, em alguns casos, temos municípios à beira
da insolvência e dependendo quase que inteiramente dos repasses
constitucionais. Felizmente, não é o nosso caso, mas temos que tomar medidas
urgentes para garantir que as contas públicas não percam o equilíbrio nos
próximos anos.
Ainda, precisamos garantir às futuras administrações a tranquilidade
necessária para contratar, por meio de concurso público, os servidores em
número suficiente para atender os anseios da população. Isto só será possível

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se o Poder Executivo puder calcular o gasto previdenciário que será gerado no


futuro, pela aposentadoria destes servidores.
Em suma, não podemos nos dar ao luxo de transformar o Município em
um grande fundo previdenciário. O Município, como pessoa jurídica de direito
público, existe para ser um espaço harmonioso de convivência dos cidadãos,
cuja economia gira em torno dos serviços prestados, e cuja principal
característica seja ter um espaço urbano equilibrado e saudável. A função
primordial do Município não é bancar servidores aposentados. Esta é uma
verdade que, a muitos, é inconveniente. Mas precisa ser dita. O RPPS é um
regime previdenciário nefasto, que transforma os entes de direito público em
planos previdenciários. Estados e Municípios foram sequestrados por grupos
organizados de servidores públicos que fizeram deles um grande plano
previdenciário. Tudo isto foi possível graças a uma retórica atrasada, que visa
impedir qualquer reforma. Este é, na verdade, o reflexo do nosso
patrimonialismo - o Estado passa a existir para financiar uns poucos (os
servidores), em detrimento de muitos (o povo).
O Brasil é hoje, infelizmente, uma República corporativa. O ocaso da
política, fez com que os estamentos burocráticos do Estado ascendessem a
níveis que antes eram impensáveis. O funcionalismo público é hoje o sonho da
maioria dos jovens, por ter salários muitíssimo acima da média do mercado.
Enquanto nas principais economias do mundo os jovens sonham em montar o
próprio negócio, empreender, prosperar e gerar riqueza por meio de inovação,
no Brasil os jovens sonham com a estabilidade e altos salários trazidos por uma
carreira pública.
Urge, portanto, sermos responsáveis. Urge sermos corajosos. Urge
quebrarmos o discurso corporativista daqueles que veem o Estado como sua
propriedade e o povo como seus financiadores. Urge lutarmos contra este novo

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elitismo mesquinho dos setores burocráticos do Estado.


Para tanto, a aprovação desta reforma é um necessário e bem-vindo
primeiro passo. É certo que, enquanto existir o RPPS, não teremos o equilíbrio
orçamentário desejado. O RPPS deve ser extinto o quanto antes. Mas, enquanto
o Congresso Nacional postergar o inevitável por receio de desagradar os
interesses dos corporativistas, temos que fazer nossa parte, mesmo que o
escopo da nossa ação seja bastante limitado.
Este projeto tem pontos muito positivos. A instauração do RPC -
modalidade verdadeiramente sustentável de previdência e alheia às
consequências catastróficas da mudança demográfica - é uma excelente
medida, ainda mais porque, com isso, cumpriremos os requisitos para limitar as
futuras aposentadorias e pensões do RPPS ao teto do RGPS.
Já a reestruturação do IPREM, que hoje tem uma estrutura administrativa
defasada e que serviu para que políticos fizessem os mais variados desvios, é
medida importante, mas pode aguardar e ser feita em um segundo momento.
Isso faz ainda mais sentido quando concluímos que não deve haver
segmentação de massas, embora a ideia seja interessante.
Pensamos, portanto, que algumas mudanças são necessárias neste
projeto de lei. Além de mudanças pontuais, o projeto carece de quatro
mudanças profundas e estruturais, a saber, (I) o fim da segregação de massas
no novo regime do RPPS, (II) a remoção da reforma do IPREM, que será feita
em um segundo momento; (III) a instituição de mudanças no pagamento de
pensões, tal e qual foi feito pela Lei federal 13.135 de 2015 e (IV) a adesão
necessária a uma estrutura de RPC já existente, seja do Estado ou da União,
evitando a criação da Sampaprev, que só geraria mais cargos e mais
gastos.
A questão da segmentação das massas foi criticada pelos sindicatos,

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pelos técnicos independentes e até mesmo por alguns membros do Poder


Executivo. A formação de dois fundos distintos pode levar à futura tentação de
usar um fundo superavitário para cobrir um deficitário, minando a reforma.
Exemplos recentes de entes federativos que optaram pela segmentação de
massas mostram que ela nem sempre é uma medida que garante o equilíbrio
das contas da Previdência. Neste momento, acreditamos, o melhor é retirá-la do
texto, nem que seja para fazê-la em uma futura reforma.
Se fizermos isto - se instaurarmos o RPC, limitando as novas
aposentadorias ao teto do RGPS, e se reestruturarmos o RPPS e mudarmos a
forma de concessão das pensões - já teremos feito muito. Isto dará um fôlego às
combalidas finanças públicas enquanto aguardamos que Brasília faça o que tem
que fazer - extinguir o RPPS e trazer todos os servidores ao RGPS.
Oportuno destacar as pontuais palavras do futuro Ministro da Economia
do Brasil:
“Se eu tivesse que fazer uma única mudança, seria a reforma da
previdência”
Ante a complexidade de todo o exposto e, principalmente com a
serenidade e consciência da responsabilidade imposta, especialmente para
equalizar as contas do município e garantir os benefícios e aposentadorias dos
servidores, propomos, portanto, um substitutivo, com algumas mudanças
pontuais, além destas duas mudanças estruturais que mencionamos. Sabemos
que esta comissão não é deliberativa, ou seja, não tem o condão de alterar o
texto que foi feito pelo eminente vereador Caio Miranda e aprovado na CCJ,
mas, todavia, podemos sugerir um novo texto ao Plenário.
Para o bem do Município, esperamos que o substitutivo seja adotado.
Esperamos que os interesses públicos prevaleçam sobre os corporativos.

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6 - Substitutivo

SUBSTITUTIVO Nº AO PROJETO DE LEI Nº 0621/16.

Dispõe sobre a reorganização e capitalização do Regime Próprio de Previdência


Social – RPPS e a instituição de medidas voltadas ao equilíbrio financeiro e
atuarial do regime e a definição de formas do respectivo financiamento; a criação
do Regime de Previdência Completar – RPC, fixando o limite máximo para a
concessão de aposentadorias e pensões pelo RPPS.

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei trata da reorganização e capitalização do Regime Próprio de


Previdência Social – RPPS, com a instituição de medidas voltadas ao equilíbrio
financeiro e atuarial do regime e a definição de formas do respectivo
financiamento e da criação do Regime de Previdência Completar – RPC, fixando
o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões pelo Regime
Próprio de Previdência Social.

Art. 2° Para os efeitos desta lei, os termos referidos no Anexo I devem ser
compreendidos conforme as definições ali contidas, sempre que grafados com
letra maiúscula.
Parágrafo único: os anexos poderão conter termos não citados nesta Lei,
hipótese em que servirão como mera referência do sistema previdenciário.

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TÍTULO II
DA REORGANIZAÇÃO DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL –
RPPS

Art. 3° O RPPS do Município de São Paulo observará o equilíbrio financeiro e


atuarial, bem como o previsto no artigo 40 e artigos 30, inciso I, 149, § 1º, e 249
da Constituição Federal.

Art. 4° O RPPS será assegurado por meio da arrecadação de contribuições dos


Segurados, dos Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal a ele
vinculados e de outras receitas que lhe forem atribuídas por lei.

Art. 5º A contribuição previdenciária dos servidores ativos vinculados ao RPPS,


destinada à manutenção desse regime, será de 14% (quatorze por cento)
incidentes sobre a totalidade da base de contribuição.
§ 1º Para os fins desta lei, entende-se como base de contribuição o total dos
vencimentos ou subsídios do servidor, compreendendo o vencimento do cargo,
acrescido das vantagens pecuniárias que a ele se integram, nos termos da lei,
ou por outros atos concessivos, bem como os adicionais de caráter individual, e
quaisquer outras vantagens, excluídas:
I - as diárias para viagens;
II - o auxílio-transporte;
III - parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho;
IV - terço de férias;
V - hora suplementar;
VI - o abono de permanência;
§ 2º O servidor titular de cargo efetivo poderá optar pela inclusão, na base de

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contribuição, de parcelas remuneratórias de que tratam os incisos VI e VII do §


1° deste artigo, na forma do regulamento.
§ 3º A inclusão das vantagens referidas no § 2º deste artigo, para efeito de
apuração do limite previsto no § 2º do artigo 40 da Constituição Federal, será
feita na forma estabelecida no artigo 1º da Lei Federal nº 10.887, de 18 de junho
de 2004.

Art. 6º Os aposentados e os pensionistas vinculados ao RPPS contribuirão com


14% (quatorze por cento), do valor da parcela dos proventos de aposentadoria
ou pensão que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do
Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
§ 1º Nos casos de acumulação remunerada de aposentadorias e/ou pensões,
considerar-se-á, para fins de cálculo da contribuição de que trata o “caput” deste
artigo, o somatório dos valores percebidos.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o limite estabelecido para os benefícios
do RGPS será deduzido uma única vez da base de cálculo da contribuição
prevista no “caput”.

Art. 7º O décimo terceiro salário será considerado para fins de incidência das
contribuições de que tratam os artigos 5º e 6º desta lei.

Art. 8º O abono de permanência de que trata o § 19 do artigo 40 da Constituição


Federal será concedido, na forma do regulamento, ao servidor vinculado ao
RPPS que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária
estabelecidas na alínea "a", do inciso III, do § 1º do artigo 40 da Constituição
Federal, ou que tenha cumprido os requisitos do § 5º do artigo 2º, ou do § 1º do
artigo 3º e do artigo 6°, todos da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, bem

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como do artigo 3º, da Emenda Constitucional nº 47, de 2005, e que opte por
permanecer em atividade.
Parágrafo único. O abono de que trata este artigo não poderá ser incluído na
base de cálculo para efeito de fixação do valor de qualquer benefício
previdenciário.

Art. 9º A contribuição dos Órgãos e Entidades da Administração Pública


Municipal para o custeio do RPPS de que trata o artigo 40 da Constituição
Federal será de 28% (vinte e oito por cento), incidente sobre a base de
contribuição dos servidores ativos, observados os termos desta lei.
§1° Os Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal são
responsáveis por suplementar a alíquota prevista no “caput” deste artigo,
visando ao equacionamento do déficit financeiro e atuarial do RPPS.
§2º O produto da arrecadação da contribuição de que trata o “caput” deverá ser
contabilizado em conta específica, separado da suplementação de que trata o
parágrafo anterior.

Art. 15. Toda proposição legislativa que crie ou amplie despesas de pessoal
ativo, aposentados ou pensionistas deverá estar acompanhada do cálculo de
seus impactos no RPPS nos próximos setenta e cinco anos e apresentar
compatibilidade e adequação orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária
Anual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 16 - A pensão por morte para viúvos(as) de segurado, serão concedidas na


forma das leis municipais nº 9.157 de 1980 e nº 10.828 de 1990, observadas as
seguintes condições e limitações:
I - Necessidade de prazo mínimo de dois anos de casamento ou de união

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estável para que o cônjuge sobrevivente ou o companheiro sobrevivente receba


a pensão;
II - O recebimento do benefício será feito por prazo máximo, sem prejuízo de
outra causa que o finde precocemente, calculado da seguinte forma, de acordo
com a idade do(a) viúvo(a):
a) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;
b) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;
c) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;
d) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;
e) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de
idade;
f) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
III - também, cesse o benefício ao (à) viúvo(a) se este(a):
a) casar;
b) ingressar em união estável;
c) ter o casamento com o segurado anulado ou declarado nulo;
d) for declarado indigno da herança do segurado, nos termos da lei civil;
e) renunciar ao benefício.
Parágrafo único: a renúncia é irrevogável.

Art. 17. Fica autorizada a cobrança suplementar à alíquota prevista nos artigos
5º e 6º desta lei, destinada a amortização do déficit financeiro e atuarial do Plano
Único, cobrada dos Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal, em
percentual a ser definido em ato do Poder Executivo.
§ 1º A cobrança suplementar prevista no “caput” deste artigo será rateada entre
os Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal, de forma
proporcional aos benefícios concedidos e a conceder.

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§ 2º A Tabela de que trata do Anexo II desta lei e a cobrança suplementar da


alíquota prevista no “caput” deste artigo serão revistas anualmente, de acordo
com os critérios e o calendário orçamentário anual do Município, incorporando o
resultado do aporte de ativos e bens de direito e a transferência de segurados,
na forma prevista no parágrafo 1º, do artigo 15, e apurados na respectiva
reavaliação atuarial.
§ 3º Fica vedada a cobrança de alíquota suplementar dos servidores,
aposentados e pensionistas que supere o percentual de 14% (quatorze por
cento) previsto nos artigos 5º e 6º.
§4º O Prefeito poderá alterar, para menor, a forma de cobrança suplementar da
alíquota de que trata o artigo 24, mediante justificativa técnica contida no plano
de amortização, previsto nesta lei, desde que respeitados os limites máximos
fixados no Anexo II.

TÍTULO III
DA CRIAÇÃO DO REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Art. 18. Fica instituído, nos termos desta lei, o Regime de Previdência
Complementar - RPC a que se referem os §§ 14, 15 e 16 do artigo 40 da
Constituição Federal.
Parágrafo único. O RPC, de caráter facultativo, terá vigência a partir da data de
publicação do regulamento de seu Plano de Benefícios aprovado pela autoridade
reguladora competente.

Art. 19. Serão abrangidos pelo RPC, na condição de Participantes Ativos, quanto
à parcela de sua remuneração que supere o limite máximo estabelecido para os
benefícios do Regime Geral de Previdência Social – RGPS, os servidores dos

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Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal e conselheiros do


Tribunal de Contas do Município:
I - com início de exercício na administração pública municipal a partir da data de
início da vigência do RPC;
II - com início de exercício na administração pública municipal antes da data de
início da vigência do RPC, que optem, expressa e irrevogavelmente, por aderir
ao RPC.
§ 1º Terão como teto o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS,
de que trata o artigo 201 da Constituição Federal, as aposentadorias e pensões
a serem concedidas pelo RPPS, aos servidores referidos nos incisos I e II do
“caput”, independentemente de aderirem ao RPC.
§ 2º Para os servidores dos Órgãos e Entidades da Administração Pública
Municipal e conselheiros do Tribunal de Contas do Município referidos nos
incisos I e II do “caput”, a base de cálculo da contribuição, prevista no § 1º do
artigo 5º, desta lei, terá como teto o limite máximo estabelecido para os
benefícios do RGPS.

Art. 20. Os servidores dos Órgãos e Entidades da Administração Pública


Municipal e conselheiros do Tribunal de Contas do Município que ingressarem
no serviço público a partir da data de início da vigência do RPC e cuja
remuneração supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS
serão automaticamente inscritos em Plano de Benefícios do RPC, desde o início
de exercício.
§ 1º Fica assegurado aos servidores e aos conselheiros a que se refere o “caput”
o direito de requerer, a qualquer tempo, o cancelamento de sua inscrição, nos
termos do regulamento do Plano de Benefícios.
§ 2º Fica assegurado ao Participante Ativo o direito à restituição das

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contribuições por ele vertidas, a serem pagas na forma do regulamento.


§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, as contribuições realizadas pelo ente
público patrocinador serão restituídas à respectiva fonte pagadora no mesmo
prazo e condições.
§ 4º O cancelamento da inscrição, previsto no § 1º, não constitui resgate.
§ 5º O regulamento do plano de benefícios previdenciários complementares
estabelecerá a forma e condições para os servidores e conselheiros a que se
refere o “caput” requererem o cancelamento de sua inscrição após 90 (noventa)
dias.

Art. 21. Aos servidores que ingressarem no serviço público municipal após a
data de início da vigência do RPC e cujos vencimentos ou subsídios sejam
inferiores ao limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS fica
garantida a opção pela adesão ao Plano de Benefícios, na condição de
Participantes Ativos, a partir do momento em que seus vencimentos venham a
ultrapassar o referido limite.

Art. 22. As contribuições do Participante Ativo e do Patrocinador ao RPC


incidirão sobre a parcela da base de contribuição que exceder o limite máximo
estabelecido para os benefícios do RGPS.
§ 1º A alíquota da contribuição do Participante Ativo ao RPC será por ele
definida, observado o disposto no regulamento do Plano de Benefícios.
§ 2º A alíquota da contribuição do Patrocinador ao RPC não poderá exceder à do
Participante Ativo, observado o disposto no regulamento do Plano de Benefícios,
e não poderá ultrapassar o percentual de 7,5% (sete e meio por cento).
§ 3º Além da contribuição de que trata o “caput” deste artigo, o regulamento do
Plano de Benefícios poderá admitir o aporte de contribuições facultativas pelos

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Participantes Ativos, sem a contrapartida contributiva do Patrocinador.


§ 4º Na hipótese de que trata o inciso II, do artigo 30, o Patrocinador aportará na
conta individual do Participante, na forma de decreto regulamentador, o valor,
devidamente atualizado monetariamente pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor – INPC, correspondente às contribuições efetivamente pagas pelo
servidor ao RPPS do Município de São Paulo sobre as parcelas que excederam
o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS até sua adesão ao
RPC.

Art. 23. Poderão aderir ao Plano de Benefícios do RPC, mediante contribuições


voluntárias, sem a contrapartida contributiva do Patrocinador:
I - servidores dos Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal e os
conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo elegíveis na
forma do artigo 30 e que optarem por não aderir ao RPC;
II - empregados públicos da Administração Pública Municipal Indireta, regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho, independentemente da data de
admissão;
III - agentes políticos do Município de São Paulo, desde que não integrem outro
RPPS de qualquer ente da Federação;
IV - agentes públicos ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão,
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo
temporário ou de emprego público na administração pública municipal.

Art. 24. Poderá permanecer filiado ao Plano de Benefícios o Participante:


I - afastado, com ou sem prejuízo de vencimentos, subsídios ou salários, para
outro órgão público ou ente da Administração Direta e Indireta, de quaisquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive o

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de São Paulo;
II - afastado ou licenciado de cargo efetivo temporariamente, com ou sem
prejuízo de vencimentos ou subsídios;
III - que optar pelo Benefício Proporcional Diferido ou pelo autopatrocínio, na
forma do regulamento do Plano de Benefícios.
§ 1º O regulamento do Plano de Benefícios disciplinará as regras para a
manutenção do custeio do plano, observada a legislação aplicável.
§ 2º O Patrocinador arcará com a sua contribuição somente quando a cessão, o
afastamento ou a licença do cargo efetivo for concedido sem prejuízo de
vencimentos, subsídios ou salários.
§ 3º No caso de cessão, afastamento ou licença com prejuízo de vencimentos,
subsídios ou salários, o servidor, enquanto não optar, expressamente, pela
suspensão das contribuições, durante o respectivo prazo, arcará com sua
contribuição individual e o órgão ou ente cessionário, se houver, arcará com a
contribuição que couber ao Patrocinador, na forma que dispuser o Plano de
Benefícios.

Art. 25. Na perda do vínculo funcional com o ente patrocinador, o Participante


ativo poderá optar, conforme regulamento do Plano de Benefícios, por:
I - resgate das contribuições;
II - portabilidade dos recursos para outra entidade de previdência complementar;
III - autopatrocínio, no caso de perda parcial ou total da remuneração recebida,
permanecendo vinculado ao Plano de Benefícios e arcando com as
contribuições individuais e do Patrocinador;
IV - Benefício Proporcional Diferido, quando a cessação do vínculo se der antes
da aquisição do direito ao benefício pleno programado, a ser concedido quando
cumpridos integralmente os requisitos de elegibilidade.

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§1º. O regulamento do Plano de Benefícios estabelecerá a forma e as condições


para que as contribuições do Patrocinador integrem o montante a ser levantado
pelo Participante, nas hipóteses dos incisos I, II e IV deste artigo.
§2º - Se o servidor for demitido por conta de avaliação periódica de
desempenho, de processo administrativo judicial ou em decorrência de processo
judicial, as contribuições do empregador voltarão ao Município ou à autarquia
que fez o pagamento.

Art. 26. Os requisitos para aquisição, manutenção e perda da qualidade de


Participante Ativo e de Assistido, assim como para elegibilidade, critérios de
concessão, forma de cálculo e pagamento dos benefícios, deverão constar do
regulamento do Plano de Benefícios.
Parágrafo único. É garantida a portabilidade de RPC, independente da data ou
da forma de adesão.

Art. 27. A gestão e a execução do Plano de Benefícios do RPC serão realizadas


por entidade fechada de previdência complementar.

Art. 28. O Município aderirá à entidade de previdência complementar da União


ou do Estado de São Paulo, que controlará o regime de previdência
complementar paulistano, por meio dos convênios administrativos adequados.
§1º - O convênio terá previsão de que o Município manterá a autonomia
patrimonial, de fiscalização, de gestão, de governança e observância aos demais
dispositivos desta lei.
§ 2º - O convênio preverá que a entidade contratada manterá comitê gestor
constituído, paritariamente, por representantes indicados pelo Prefeito e por
representantes eleitos pelos servidores, na forma do Estatuto, para

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acompanhamento e fiscalização da gestão do Plano de Benefícios


complementares do Município.
§3º. As supervisões e as fiscalizações exercidas pelos órgãos competentes não
eximem o ente patrocinador da responsabilidade pelo monitoramento das
atividades da entidade fechada de previdência complementar externa, no que
concerne aos planos de previdência complementar por ela administrados, o que
deverá estar previsto no convênio de adesão correspondente.

Art. 29. O Plano de Benefícios será estruturado na modalidade de Contribuição


Definida, de acordo com a regulamentação estabelecida pelo órgão regulador e
fiscalizador das entidades fechadas de previdência complementar, financiado de
acordo com os planos de custeio definidos nos termos do artigo 18 da Lei
Complementar Federal nº 109, observadas as demais disposições da Lei
Complementar Federal nº 108, ambas de 2001, e legislação subseqüente.
§ 1º Sempre que necessário, visando assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial
permanente do Plano de Benefícios, as contribuições para aquele plano serão
revistas, observada a periodicidade mínima anual.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 3º, do artigo 18, da Lei Complementar nº 109,
de 2001, e legislação subseqüente, o valor do benefício programado será
calculado, no momento da sua concessão, de acordo com o montante do saldo
acumulado na conta do Participante Ativo, devendo o valor do benefício estar
permanentemente ajustado ao referido saldo, na forma prevista no regulamento
do respectivo Plano de Benefícios e em Nota Técnica Atuarial.
§ 3º As demais condições para adesão e desligamento, que devem ser
garantidos, ao menos, uma vez ao ano, e as características do Plano de
Benefícios serão definidas em regulamento.
§ 4º Os benefícios não programados serão cobertos por seguro contratado

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externamente, cujo prêmio será custeado à proporção de 50% (cinquenta por


cento) pelo Participante e 50% (cinquenta por cento) pelo Patrocinador,
garantidas as coberturas mínimas para invalidez e morte do Segurado.
§ 5º A Cobertura de Longevidade, correspondente a um percentual do montante
capitalizado para cada Participante, será garantida por seguro, cujo prêmio será
custeado à proporção de, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) pelo
Participante e até 50% (cinquenta por cento) pelo Patrocinador, podendo sua
gestão ser contratada externamente, nos termos do regulamento.
§ 6º A participação do Patrocinador de que tratam os §§ 4º e 5º não ultrapassará
1% (um por cento) da base de contribuição referida no artigo 33.
§ 7º Os seguros de que tratam os §§ 4º e 5º terão adesão automática para os
Participantes do RPC, ficando assegurado ao Participante Ativo o direito de
requerer, a qualquer tempo, o cancelamento dos mencionados benefícios, nos
termos do regulamento.
§ 8º Caso o servidor deseje ter cobertura superior à prevista no regulamento
para os benefícios de risco de que trata o § 4º, arcará individualmente com a
diferença de custo do seguro.

Art. 30. Após o cumprimento das exigências formais do Plano de Benefícios para
a concessão do Benefício de Renda Programada, mas antes do início do gozo
deste benefício, o Participante Ativo, desde que atendidos os requisitos
estabelecidos no regulamento, poderá exercer quaisquer dos direitos relativos
aos institutos previdenciários de que tratam os artigos 14 e 15 da Lei
Complementar Federal nº 109, de 2001 e legislação subseqüente.

Art. 31. A aplicação dos recursos garantidores correspondentes às reservas


técnicas, às provisões e aos fundos do Plano de Benefícios será feita na

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conformidade das diretrizes e limites prudenciais estabelecidos pelo Conselho


Monetário Nacional.
Parágrafo único: o regulamento também estabelecerá normas de gestão dos
recursos, a fim de garantir a segurança e a solidez dos investimentos e afastar
ou minimizar o risco de escolhas de investimento motivados por fatores alheios à
saúde financeira do RPC.

Art. 32. O Plano de Custeio, previsto no artigo 18 da Lei Complementar Federal


nº 109, de 2001 e legislação subseqüente, discriminará o percentual mínimo da
contribuição do Participante Ativo e do Patrocinador, conforme o caso, para cada
um dos benefícios previstos no Plano de Benefícios, observado o disposto no
artigo 6º da Lei Complementar Federal nº 108, de 2001 e legislação
subseqüente.

Art. 33. As reservas técnicas constituídas em nome do Participante Ativo


deverão conter o registro contábil das contribuições por ele efetuadas, bem
como as do Patrocinador, de forma apartada.

Art. 34. Os Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal são


responsáveis pelo pagamento de suas contribuições e pelo desconto das
contribuições dos Participantes Ativos, bem como pela transferência de ambas à
entidade administradora do Plano de Benefícios.
§ 1º O pagamento ou a transferência das contribuições após o dia 10 (dez) do
mês seguinte ao da competência a que se referir:
I - ensejará a aplicação dos acréscimos de mora previstos para os tributos
federais; II - sujeitará o responsável às sanções penais e administrativas
cabíveis.

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§ 2º Os valores a serem repassados à entidade gestora do RPC, a título de


contribuição do Patrocinador, deverão ser pagos com recursos do orçamento de
cada um dos órgãos e entidades indicados no “caput” deste artigo, terão
previsão obrigatória na Lei Orçamentária Anual e não são passíveis de
contingenciamento.

Art. 35. Compete ao IPREM assegurar o suporte administrativo, operacional e de


gestão das atividades correlatas ao que dispõe a presente lei, necessários à
implantação e ao funcionamento do RPC.

Art. 36. As despesas administrativas do Plano de Benefícios serão custeadas na


forma do regulamento do Plano de Benefícios, observado o disposto no art. 39
desta lei.
§ 1º O montante de recursos destinados à cobertura das despesas
administrativas será revisado ao final de cada ano, com vistas ao atendimento do
disposto neste artigo.
§ 2º Na hipótese de adesão a Planos de Benefícios previdenciários
complementares administrados por entidade fechada de previdência
complementar externa, deverá constar em instrumento específico a previsão de
revisão anual da cobertura das despesas administrativas pela entidade
conveniada.
§ 3º É proibida a cobrança de taxa de despesa administrativa ou de natureza
similar sobre o patrimônio acumulado do Participante e do Assistido.

Art. 37. É exigida a instituição de código de ética e de conduta, que terá ampla
divulgação, especialmente entre os Participantes e Assistidos e as partes
relacionadas, cabendo aos Conselhos do IPREM, na hipótese de adesão do

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Município a uma entidade fechada de previdência complementar existente,


assegurar o seu cumprimento.

TÍTULO Iv
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 38. Revoga-se a Lei nº 13.973, de 12 de maio de 2015.

Art. 39 - Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a sua publicação.

Anexo l integrante da Lei nº de de de .

Glossário de conceitos relacionados aos temas abordados nesta Lei.

ITEM
TERMO
DEFINIÇÃO PARA FINS DESTA LEI

I Assistido O participante ou o seu beneficiário em gozo de benefício de


prestação continuada;

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II Ativo do Plano Somatório de todos os bens e direitos vinculados ao


plano;

III Benefício Diferido Instituto que faculta ao participante, em razão da


cessação do seu vínculo empregatício com o patrocinador, ou associativo com o
instituidor, antes da aquisição do direito a benefício pleno programado, a
interrupção de suas contribuições para o custeio de benefícios previdenciários,
optar por receber, em tempo futuro, um benefício programado, quando do
preenchimento dos requisitos regulamentares. Nessa hipótese o participante,
classificado como remido, deixa de contribuir para o plano arcando
exclusivamente com o pagamento do custeio administrativo até a data do
recebimento do benefício.
IV Benefício Previdenciário Toda e qualquer prestação assegurada pelo
plano de benefícios aos seus participantes e respectivos beneficiários, na forma
e condições estabelecidas no regulamento.

V Benefício Previdenciário de Risco Benefício de caráter


previdenciário cuja concessão depende da ocorrência de eventos não
previsíveis, como morte, invalidez, doença e reclusão;

VI Benefício Programado Benefício de caráter previdenciário cuja


concessão decorre de eventos previsíveis, previamente planejados pelo
beneficiário, desde que estejam atendidos os requisitos previstos em Lei ou
regulamento, e cujo pagamento é realizado periodicamente;

VII Cargo Efetivo O conjunto de atribuições, deveres e

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responsabilidades específicas definidas na Lei nº 8.989, de 29 de outubro de


1979 e legislação subsequente, cometidas a um servidor aprovado por meio de
concurso público de provas ou de provas e títulos;

VIII Carreira A sucessão de cargos efetivos, estruturados em categorias e


níveis segundo sua natureza, complexidade e o grau de responsabilidade,
conforme Lei nº 8.989, de 29 de outubro de 1979 e legislação subsequente;

IX Compensação Previdenciária - COMPREV Compensação financeira


entre regimes previdenciários e o RPPS gerido pelo IPREM, para os casos de
contagem recíproca de tempo de contribuição, para efeito de aposentadoria e
pensão, nos termos da Lei Federal nº 9.796, de 05 de maio de 1999, envolvendo
o Regime Instituidor e o Regime de Origem;

X Conhecimento Previdenciário Conjunto de informações e regras de


negócios compilados a partir de normas legais, experiências práticas e
aprendizado técnico sobre previdência social e a previdência do servidor
municipal, além de ações estratégicas que valorizem a gestão, organização e
institucionalização da produção, indexação, mapeamento, sistematização,
socialização e compartilhamento do conhecimento e do fazer previdenciário,
inclusive dos normativos e dos processos de trabalho. É recurso essencial ao
trabalho de profissionais que laborem nas áreas de gestão de pessoas e
previdência, bem como ao exercício da cidadania.

XI Contribuição Previdenciária Os valores vertidos ao plano de


benefícios previdenciários complementares pelos participantes ativos e pelo
patrocinador, com o objetivo de constituir as reservas técnicas que garantam os

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benefícios contratados e custear despesas administrativas do mencionado plano


de benefícios.

XII Convênio de Adesão A formalização da condição de patrocinador de


um plano de benefício dar-se-á mediante convenio de adesão a ser celebrado
entre o patrocinador e a entidade fechada de previdência complementar, em
relação a cada plano de benefícios por esta administrada e executada, mediante
prévia autorização do órgão regulador e fiscalizador, constando direitos, deveres
e obrigações entre as partes.

XIII Custo Atuarial de Transição É o custo gerado em decorrência de


alterações nos regimes previdenciários.
Nota explicativa: Mesmo que as proposições sejam favoráveis e equacione o
modelo no longo prazo, pode haver o aumento do custo total para o Município
em determinados períodos, seja por características financeiras e atuariais, seja
por necessidades de investimentos em infraestrutura e desenvolvimento
institucional para assunção do modelo proposto. Para se obter o Custo de
Transição, projeta-se o modelo atualmente vigente no longo prazo. Depois se
projeta o modelo proposto no mesmo período e estima-se os investimentos
necessários em infraestrutura e desenvolvimento institucional para assunção do
respectivo modelo.
XIV Data da Vigência do RPC Define a data da publicação da aprovação do
regulamento de seu Plano de Benefícios pela autoridade reguladora competente
e sua disponibilização para adesão de segurados.

XV Entidade Gestora Única O IPREM, autarquia especial integrante da


estrutura da Administração Pública Municipal, passou a ser o único órgão gestor

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das aposentadorias e pensões, responsável pelo processamento dos dados,


concessão e pelo pagamento desses benefícios aos servidores ativos e inativos
e dependentes, a partir da Lei nº 13.973, de 12 de maio de 2005;

XVI Equilíbrio Atuarial A garantia de equivalência, a valor presente, entre o


fluxo das receitas estimadas e das obrigações projetadas, apuradas
atuarialmente no longo prazo;

XVII Equilíbrio Financeiro A garantia de equivalência entre as receitas


auferidas e as obrigações do RPPS em cada exercício financeiro;

XVIII Estatuto Disciplinamento da constituição e funcionamento da


entidade fechada de previdência complementar;

XIX Fundo Financeiro- FINAN Fundo destinado a administrar e prover


recursos para pagamento de Benefícios Previdenciários de segurados
integrantes do Plano Financeiro. Trata-se de fundo de natureza contábil, mas
não orçamentária.

XX Fundo Previdenciário- FUNPREV Fundo destinado a prover recursos para


o pagamento de Benefícios Previdenciários aos Segurados integrantes do Plano
Previdenciários.
Trata-se de fundo de natureza contábil, mas não orçamentária.

XXI Índice de Cobertura Relação entre o Ativo Real Líquido e a Reserva


Matemática Previdenciária calculada pelo Método do Crédito Unitário Projetado.

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XXII Órgãos e Entidades da Administração Pública Municipal Define o


Município de São Paulo, com suas Autarquias e Fundações, a Câmara Municipal
de São Paulo e o Tribunal de Contas do Município, todos vinculados ao Regime
de Próprio de Previdência Social - RPPS da cidade de São Paulo.

XXIII Participante Ativo A pessoa física, assim definida na forma do artigo 1º


desta lei, que aderir a plano de benefícios previdenciários complementares
administrado pela entidade a que se refere o artigo 5º desta lei;

XXIV Patrocinador O Município, suas autarquias, fundações, Câmara Municipal


e Tribunal de Contas da do Município de São Paulo.

XXV Plano de Benefícios Conjunto de direitos e obrigações reunidos em um


regulamento com o objetivo de pagar benefícios previdenciários a seus
participantes e beneficiários, mediante a formação de poupança advinda das
contribuições de patrocinadores e participantes e da rentabilidade dos
investimentos. Possui independência patrimonial, contábil e financeira.

XXVI Plano de Benefício Previdenciário Complementar Descritivo das


obrigações e direitos derivados das regras do regulamento, definidoras do
custeio e dos benefícios de caráter previdenciário complementar, que possui
patrimônio próprio e independência patrimonial, contábil e financeira com relação
aos demais planos de benefícios previdenciários complementares administrados
pela entidade fechada de previdência complementar (EFPC), inexistindo
solidariedade entre os planos;

XXVII Plano de Custeio Definição das fontes de recursos necessárias para o

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financiamento dos benefícios oferecidos pelo Plano de Benefícios e taxa de


administração, representadas pelas alíquotas de contribuições previdenciárias a
serem pagas pelo ente federativo, pelos servidores ativos e inativos e pelos
pensionistas ao RPPS e aportes necessários ao atingimento do equilíbrio
financeiro e atuarial, com detalhamento do custo normal e suplementar;

XXVIII Política de Investimentos Documento elaborado e aprovado no âmbito


da EFPC, com observância da legislação e de acordo com os compromissos
atuariais do Plano de Benefícios, com o intuito de definir a estratégia de
alocação dos Recursos Garantidores do Plano no horizonte de no mínimo cinco
anos, com revisões anuais.

XXIX Recursos Previdenciários As contribuições do Ente e dos servidores


ativos, inativos e pensionistas e quaisquer valores, bens, ativos e seus
rendimentos vinculados ao RPPS ou aos fundos integrados, com finalidade
previdenciária, de que trata o artigo 249 da Constituição Federal e o artigo 6º da
Lei Federal nº 9.717, de 27 de novembro 1998, inclusive a totalidade dos
créditos do ente instituidor, reconhecidos pelo regime de origem, relativos à
compensação financeira disciplinada na Lei Federal nº 9.796, de 5 de maio de
1999;

XXX Regime de Acumulação de Reservas Caracteriza-se pela acumulação


dos recursos advindos das contribuições dos participantes empregadores, além
da rentabilidade dos recursos investidos ao longo do tempo para constituição de
reservas até a integralização do valor necessário para garantir o compromisso
total dos pagamentos dos benefícios.

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XXXI Regime de Capitais de Cobertura Regime em que as contribuições


estabelecidas no plano de custeio, a serem pagas pelo ente federativo, pelos
servidores ativos e inativos e pelos pensionistas, em um determinado exercício,
sejam suficientes para a constituição das reservas matemáticas dos benefícios
iniciados por eventos que ocorram nesse mesmo exercício, admitindo-se a
constituição de fundo previdenciário para oscilação de risco;
XXXII Regime de Origem - RO O regime previdenciário ao qual o segurado ou
servidor público esteve vinculado sem que dele receba aposentadoria ou tenha
gerado pensão para seus dependentes;

XXXIII Regime Financeiro Método de financiamento do plano de benefícios.

XXXIV Regime Financeiro de Capitalização Regime em que as contribuições


estabelecidas no plano de custeio, a serem pagas, pelos servidores ativos e
inativos e pelos pensionistas, pelo ente federativo, acrescidas ao patrimônio
existente, às receitas por ele geradas e a outras espécies de aportes, sejam
suficientes para a formação dos recursos garantidores à cobertura dos
compromissos futuros do Plano de Benefícios e da taxa de administração;

XXXV Regime Financeiro de Repartição Simples Regime em que as


contribuições estabelecidas no plano de custeio, a serem pagas, pelos
servidores ativos e inativos e pelos pensionistas e pelo ente federativo em um
determinado exercício, sejam suficientes para o pagamento dos benefícios
nesse exercício, sem o propósito de acumulação de recursos, admitindo-se a
constituição de fundo previdenciário para oscilação de risco;

XXXVI Regime Instituidor - RI O regime previdenciário responsável pela

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concessão e pagamento de benefício de aposentadoria ou pensão dela


decorrente a segurado ou servidor público ou a seus dependentes com o
cômputo de tempo de contribuição no âmbito do regime de origem;

XXXVII Regime Próprio de Previdência Social - RPPS Regime Próprio de


Previdência Social do Município de São Paulo, que assegura, na forma da
legislação municipal, aos servidores públicos ativos e inativos e dependentes,
pelo menos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte, previstos no
artigo 40 da Constituição Federal;

XXXVIII Regulamento do Plano Instrumento legal contendo todas as


regras de participação, direitos, deveres e obrigações de participantes ativos,
assistidos e beneficiários de plano de benefícios previdenciários, e da
patrocinadora; institutos previdenciários; rol de benefícios; elegibilidades e
respectiva forma de concessão; dentre outros.

XXXIX Renda Corresponde ao benefício de renda mensal continuada paga


ao assistido ou seu beneficiário, conforme regras estabelecidas no regulamento
do plano de benefícios previdenciários complementares.

XL Segmentação de Massa A separação dos segurados vinculados ao


RPPS em grupos distintos que integrarão o Plano Financeiro e o Plano
Previdenciário.

XLI Segurado Define servidores ativos, aposentados e pensionistas


vinculados a Regime de Previdência.

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XLII Taxa de Administração Recurso destinado ao custeio das despesas


correntes e de capital necessário à organização e funcionamento da Entidade
Gestora Única do RPPS.

Anexo Il integrante da Lei nº , de de de .

PLANO DE EQUACIONAMENTO DO DÉFICIT FINANCEIRO E ATUARIAL DO


PLANO FINANCEIRO

ANO Suplemento à Alíquota do Município (patronal)


2018 49,22%
2019 46,14%
2020 44,12%
2021 53,97%
2022 59,29%
2023 62,80%
2024 66,56%
2025 70,33%
2026 74,06%
2027 78,20%
2028 82,38%
2029 86,35%
2030 90,56%

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2031 94,59%
2032 98,46%
2033 102,85%
2034 107,29%
2035 112,36%
2036 118,40%
2037 125,14%
2038 133,06%
2039 141,90%
2040 150,13%
2041 156,88%
2042 162,14%
2043 167,06%
2044 171,72%
2045 175,96%
2046 179,94%
2047 183,71%
2048 187,31%
2049 190,87%
2050 194,17%
2051 197,67%
2052 201,21%
2053 204,98%
2054 209,21%
2055 213,26%
2056 217,55%
2057 221,95%

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2058 226,94%
2059 232,23%
2060 237,82%
2061 243,57%
2062 249,35%
2063 255,24%
2064 261,10%
2065 266,83%
2066 272,31%
2067 277,46%
2068 282,19%
2069 286,46%
2070 290,26%
2071 293,58%
2072 296,47%
2073 298,96%
2074 301,13%
2075 303,03%
2076 304,75%
2077 306,37%
2078 308,00%
2079 309,77%
2080 311,83%
2081 314,37%
2082 317,66%
2083 322,02%
2084 327,85%

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2085 335,68%
2086 346,13%
2087 359,96%
2088 378,10%
2089 401,63%
2090 431,81%
2091 470,18%
2092 518,30%

Anexo III integrante da Lei nº de de de .

Quadro de Profissionais de Gestão Previdenciária – QPGP


Carreira de Analista de Gestão Previdenciária

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Quantidade de Cargos Denominação do Cargo Referência Forma de


Provimento
100 Analista de Gestão Previdenciária – Nível I Mediante concurso
público de provas ou de provas e títulos, exigido diploma de curso superior.
a) Categoria 1 AGP-1 Enquadramento exigida a habilitação
específica nos termos desta lei.
b) Categoria 2 AGP-2 Enquadramento mediante progressão
funcional após aprovação e homologação do estagio probatório.
c) Categoria 3 AGP-3 Enquadramento mediante progressão
funcional nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
2, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
d) Categoria 4 AGP-4 Enquadramento mediante progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
3, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria
e) Categoria 5 AGP-5 Enquadramento mediante progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
4, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.

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f) Categoria 6 AGP-6 Enquadramento mediante progressão


funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
5, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
Analista de Gestão Previdenciária – Nível II Mediante promoção,
nos termos desta Lei.
a) Categoria 1 AGP-7 Enquadramento por promoção dentre
titulares de cargos da Categoria 5, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de
efetivo exercício na Categoria, habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a promoção e título de curso de Graduação não apresentado
para provimento do cargo efetivo que titulariza, licenciatura, curso de pós
graduação compreendendo programas de especialização, ou extensão
universitária, ou mestrado, ou doutorado, ou pós doutorado reconhecidos na
forma da lei, ou créditos em atividades técnico-científicas, ou em atividade de
educação continuada realizadas ou referendadas pela Prefeitura do Município de
São Paulo, todas correlacionadas com a área de atuação, totalizando no mínimo
360 (trezentas e sessenta) horas.
b) Categoria 2 AGP-8 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
1, Nível II, com no mínimo 18 (dezoito) meses na Categoria.

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c) Categoria 3 AGP-9 Enquadramento por progressão


funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
2, Nível II, com no mínimo 18 (dezoito) meses na Categoria
d) Categoria 4 AGP-10 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
3, Nível II, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
e) Categoria 5 AGP-11 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
4, Nível II, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
Analista de Gestão Previdenciária – Nível III Mediante promoção,
nos termos desta Lei.
a) Categoria 1 AGP-12 Enquadramento dentre titulares de
cargos da Categoria 5, Nível II, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo
exercício na Categoria, habilitação em avaliação de desempenho individual
correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por cento) do
limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício considerado
para a promoção e curso de graduação que não tenha sido apresentado para
provimento do cargo efetivo que titulariza, curso de pós graduação

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compreendendo programas de especialização com no mínimo 360 (trezentos e


sessenta) horas ou mestrado ou doutorado, que não tenham sido apresentados
para promoção, correlacionados com a área de atuação.
b) Categoria 2 AGP-13 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
1, Nível III, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
c) Categoria 3 AGP-14 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
2, Nível III, com no mínimo 18 (dezoito) meses na
d) Categoria 4 AGP-15 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta Lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
3, Nível III, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.

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Anexo IV integrante da Lei nº de de


de .

Quadro de Profissionais de Gestão Previdenciária – QPGP


Carreira de Técnico de Gestão Previdenciária

Quantidade de Cargos Denominação do Cargo Referência Forma de


Provimento
75 Técnico de Gestão Previdenciária – Nível I Mediante concurso
público de provas ou de provas e títulos, exigido diploma de conclusão de nível

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médio.
a) Categoria 1 TGP-1 Enquadramento exigida a habilitação
específica, nos termos desta lei.
b) Categoria 2 TGP-2 Enquadramento mediante progressão funcional
após aprovação e homologação do estágio probatório.
c) Categoria 3 TGP-3 Enquadramento mediante progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
2, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
d) Categoria 4 TGP-4 Enquadramento mediante progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
3, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
e) Categoria 5 TGP-5 Enquadramento mediante progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
4, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
f) Categoria 6 TGP-6 Enquadramento mediante progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício

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900
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Gabinete do vereador Fernando Holiday

considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria


5, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
Técnico de Gestão Previdenciária – Nível II Mediante promoção,
nos termos desta lei.
a) Categoria 1 TGP-7 Enquadramento por promoção dentre titulares
de cargos da Categoria 6, Nível I, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo
exercício na Categoria, habilitação em avaliação de desempenho individual
correspondente amédia simples de, no mínimo, 70% (setenta por cento) do limite
máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício considerado para
a promoção e apresentação de certificados de conclusão de cursos
correlacionados com a área de atuação, que não tenham sido requisito para
provimento do cargo efetivo que titulariza, totalizando a carga horária mínima de
360 (trezentos e sessenta) horas.
b) Categoria 2 TGP-8 Enquadramento por progressão funcional, nos
termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho individual
correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por cento) do
limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício considerado
para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria 1, Nível II,
com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
c) Categoria 3 TGP-9 Enquadramento por progressão funcional, nos
termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho individual
correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por cento) do
limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício considerado
para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria 2, Nível II,
com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
d) Categoria 4 TGP-10 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho

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Gabinete do vereador Fernando Holiday

individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por


cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
3, Nível II, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
e) Categoria 5 TGP-11 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a, no mínimo, 70% (setenta por cento) do limite
máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício considerado para
a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria 4, Nível II, com
no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
Técnico de Gestão Previdenciária – Nível III Mediante promoção,
nos termos desta lei.
a) Categoria 1 TGP-12 Enquadramento dentre titulares de
cargos da Categoria 5, Nível II, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo
exercício na Categoria, habilitação em avaliação de desempenho individual
correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por cento) do
limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício considerado
para a promoção e apresentação de certificados de conclusão de cursos
correlacionados com a área de atuação, que não tenha sido apresentado para
provimento do cargo efetivo que titulariza, totalizando a carga horária mínima de
360 (trezentos e sessenta horas) horas.
b) Categoria 2 TGP-13 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
1, Nível III, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.

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c) Categoria 3 TGP-14 Enquadramento por progressão


funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a, no mínimo, 70% (setenta por cento) do limite
máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício considerado para
a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria 2, Nível III, com
no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.
d) Categoria 4 TGP-15 Enquadramento por progressão
funcional, nos termos desta lei e habilitação em avaliação de desempenho
individual correspondente a média simples de, no mínimo, 70% (setenta por
cento) do limite máximo da pontuação das avaliações realizadas no interstício
considerado para a progressão funcional, dentre titulares de cargos da Categoria
3, Nível III, com no mínimo 18 (dezoito) meses de efetivo exercício na Categoria.

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Anexo V integrante da Lei nº de de de .

Instituto de Previdência Municipal de São Paulo - IPREM


Cargos de Direção e Assessoramento – CDA (provimento em comissão)

Denominação do Cargo/ Lotação Ref. Qde Forma de Provimento


Diretor
- Diretoria de Benefícios e Relacionamento
- Diretoria de Gestão Previdenciária
- Diretoria de Administração e Finanças
- Diretoria de Investimentos CDA-1 4 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre portadores de formação em nível superior e
comprovada experiência profissional de no mínimo 5 anos nas áreas de
administração ou economia ou finanças ou planejamento ou orçamento ou direito
ou contabilidade ou atuaria ou auditoria.

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Assessor I
- Gabinete do Diretor Presidente CDA-2 2 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre portadores de formação em nível superior .
Chefe de Assessoria
- Assessoria Jurídica, do Gabinete do Diretor Presidente. CDA-2 1
Livre provimento em comissão pelo Prefeito, dentre integrantes da
Carreira de Procurador do Município, após cumprido estágio probatório.
Chefe de Assessoria

Gabinete do Diretor Presidente


- Assessoria de Planejamento e Gestão
- Assessoria de Comunicação CDA-2 3 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre portadores de formação em nível superior.
Controlador Previdenciário
- Controladoria Previdenciária CDA-2 1 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre integrantes da carreira de Auditor Municipal de
Controle Interno, após cumprido estágio probatório.
Gerente

Diretoria de Benefícios e Relacionamento


- Gerência de Benefícios
- Gerência de Relacionamento com o Segurado CDA-2 2 Livre
provimento em comissão pelo Prefeito, dentre servidores municipais com
formação em nível superior.
Assessor II
- Diretoria de Benefícios e Relacionamento
- Diretoria de Gestão Previdenciária

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- Diretoria de Administração e Finanças


- Diretoria de Investimentos CDA-3 4 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre portadores de formação em nível superior
Ouvidor
- Controladoria Previdenciária CDA-3 1 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre servidores com formação em nível superior.
Supervisor
Diretoria de Benefícios e Relacionamento
Gerência de Relacionamento com o Segurado
- Supervisão de Informações Cadastrais
- Supervisão de Atendimento

Gerência de Benefícios
- Supervisão de Análise e Concessão de Pensões
- Supervisão de Análise e Concessão de Aposentadorias
- Supervisão de Pagamentos de Benefícios
- Supervisão de Compensação Previdenciária

Diretoria de Gestão Previdenciária


- Supervisão de Receitas e Contribuições
- Supervisão de Tecnologia da Informação
- Supervisão de Desenvolvimento Profissional

Diretoria de Investimentos
- Supervisão de Operação e Planejamento
- Supervisão de Controle e Registro
- Supervisão de Conformidade de Investimento

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Diretoria de Administração e Finanças


- Supervisão Administrativa
- Supervisão de Compras e Licitações
- Supervisão de Contabilidade e Execução Orçamentária
- Supervisão de Pessoal CDA-3 16 Livre provimento em comissão
pelo Prefeito, dentre servidores municipais com formação em nível superior.
Assessor III
- Gabinete do Diretor Presidente CDA-4 7 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre portadores de formação em nível superior

Assessor III
- Gabinete do Diretor Presidente CDA-4 7
Livre provimento em comissão pelo Prefeito, dentre servidores municipais
com formação em nível superior.
Coordenador
Diretoria de Benefícios e Relacionamento
Gerência de Relacionamento com o Segurado
- Supervisão de Atendimento (5)

Diretoria de Administração e Finanças


- Supervisão Administrativa (3) CDA-4 8 Livre provimento em
comissão pelo Prefeito, dentre servidores municipais com formação em nível
superior.

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Anexo VI integrante da Lei nº de de de


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Quadro de Profissionais de Gestão Previdenciária – QPGP


Salário base

TABELA A - Analista de Gestão Previdenciária – AGP


Nível Referência Valor do Salário Base
Nível I AGP-1 R$ 6.274,43
AGP-2 R$ 6.930,36

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AGP-3 R$ 7.360,60
AGP-4 R$ 7.808,08
AGP-5 R$ 8.272,82
AGP-6 R$ 8.757,94
Nível II AGP-7 R$ 9.505,33
AGP-8 R$ 9.980,74
AGP-9 R$ 10.472,78
AGP-10 R$ 10.982,27
AGP-11 R$ 11.510,09
Nível III AGP-12 R$ 12.460,19
AGP-13 R$ 13.003,21
AGP-14 R$ 13.564,22
AGP-15 R$ 14.144,05

TABELA B - Técnico de Gestão Previdenciária – TGP


Nível Referência Valor do Salário Base
Nível I TGP-1 R$ 3.118,89
TGP-2 R$ 3.516,16
TGP-3 R$ 3.801,55
TGP-4 R$ 4.095,48
TGP-5 R$ 4.397,47
TGP-6 R$ 4.710,06
Nível II TGP-7 R$ 5.152,66
TGP-8 R$ 5.460,45
TGP-9 R$ 5.776,47
TGP-10 R$ 6.101,14
TGP-11 R$ 6.434,90

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Nível III TGP-12 R$ 6.977,49


TGP-13 R$ 7.318,78
TGP-14 R$ 7.669,00
TGP-15 R$ 8.028,53

TABELA C - Cargos de Direção e Assessoramento – CDA


Referência Valor Salário Base para Livre Provimento Valor do acréscimo
para efetivos
CDA-4 R$ 7.248,59 R$ 2.174,58
CDA-3 R$ 8.494,87 R$ 2.548,46
CDA-2 R$ 10.072,14 R$ 3.021,64
CDA -1 R$ 12.079,68 R$ 3.623,90

Anexo VII da Lei nº de de de .

Quadro de Profissionais de Gestão Previdenciária – QPGP


Valores do ponto do premio pelo alcance das metas da ADIAP

Tabela A – Analista de Gestão Previdenciária – AGP

Referência Valores do ponto


2017 2018 2019 2020
AGP-1 R$ 10,00 R$ 10,60 R$ 11,24 R$ 11,91
AGP-2 R$ 10,71 R$ 11,36 R$ 12,04 R$ 12,76
AGP-3 R$ 11,43 R$ 12,11 R$ 12,84 R$ 13,61
AGP-4 R$ 12,14 R$ 12,87 R$ 13,64 R$ 14,46

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Gabinete do vereador Fernando Holiday

AGP-5 R$ 12,86 R$ 13,63 R$ 14,45 R$ 15,31


AGP-6 R$ 13,57 R$ 14,39 R$ 15,25 R$ 16,16
AGP-7 R$ 14,29 R$ 15,14 R$ 16,05 R$ 17,01
AGP-8 R$ 15,00 R$ 15,90 R$ 16,85 R$ 17,87
AGP-9 R$ 15,71 R$ 16,66 R$ 17,66 R$ 18,72
AGP-10 R$ 16,43 R$ 17,41 R$ 18,46 R$ 19,57
AGP-11 R$ 17,14 R$ 18,17 R$ 19,26 R$ 20,42
AGP-12 R$ 17,86 R$ 18,93 R$ 20,06 R$ 21,27
AGP-13 R$ 18,57 R$ 19,69 R$ 20,87 R$ 22,12
AGP-14 R$ 19,29 R$ 20,44 R$ 21,67 R$ 22,97
AGP-15 R$ 20,00 R$ 21,20 R$ 22,47 R$ 23,82

Tabela B - Técnicos de Gestão Previdenciária - TGP

Referência Valores do ponto


2017 2018 2019 2020
TGP-1 R$ 5,00 R$ 5,30 R$ 5,62 R$ 5,96
TGP-2 R$ 5,71 R$ 6,06 R$ 6,42 R$ 6,81
TGP-3 R$ 6,43 R$ 6,81 R$ 7,22 R$ 7,66
TGP-4 R$ 7,14 R$ 7,57 R$ 8,03 R$ 8,51
TGP-5 R$ 7,86 R$ 8,33 R$ 8,83 R$ 9,36
TGP-6 R$ 8,57 R$ 9,09 R$ 9,63 R$ 10,21
TGP-7 R$ 9,29 R$ 9,84 R$ 10,43 R$ 11,06
TGP-8 R$ 10,00 R$ 10,60 R$ 11,24 R$ 11,91
TGP-9 R$ 10,71 R$ 11,36 R$ 12,04 R$ 12,76
TGP-10 R$ 11,43 R$ 12,11 R$ 12,84 R$ 13,61
TGP-11 R$ 12,14 R$ 12,87 R$ 13,64 R$ 14,46

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Gabinete do vereador Fernando Holiday

TGP-12 R$ 12,86 R$ 13,63 R$ 14,45 R$ 15,31


TGP-13 R$ 13,57 R$ 14,39 R$ 15,25 R$ 16,16
TGP-14 R$ 14,29 R$ 15,14 R$ 16,05 R$ 17,01
TGP-15 R$ 15,00 R$ 15,90 R$ 16,85 R$ 17,87

Tabela C - Técnicos de Gestão Previdenciária - TGP, exclusivo para atuantes no


atendimento aos segurados

Referência Valores do ponto


2017 2018 2019 2020
TGP-1 R$ 7,50 R$ 7,95 R$ 8,43 R$ 8,93
TGP-2 R$ 8,21 R$ 8,71 R$ 9,23 R$ 9,78
TGP-3 R$ 8,93 R$ 9,46 R$ 10,03 R$ 10,63
TGP-4 R$ 9,64 R$ 10,22 R$ 10,83 R$ 11,48
TGP-5 R$ 10,36 R$ 10,98 R$ 11,64 R$ 12,34
TGP-6 R$ 11,07 R$ 11,74 R$ 12,44 R$ 13,19
TGP-7 R$ 11,79 R$ 12,49 R$ 13,24 R$ 14,04
TGP-8 R$ 12,50 R$ 13,25 R$ 14,05 R$ 14,89
TGP-9 R$ 13,21 R$ 14,01 R$ 14,85 R$ 15,74
TGP-10 R$ 13,93 R$ 14,76 R$ 15,65 R$ 16,59
TGP-11 R$ 14,64 R$ 15,52 R$ 16,45 R$ 17,44
TGP-12 R$ 15,36 R$ 16,28 R$ 17,26 R$ 18,29
TGP-13 R$ 16,07 R$ 17,04 R$ 18,06 R$ 19,14
TGP-14 R$ 16,79 R$ 17,79 R$ 18,86 R$ 19,99
TGP-15 R$ 17,50 R$ 18,55 R$ 19,66 R$ 20,84

Tabela D - Cargos de Direção e Assessoramento – CDA

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Gabinete do vereador Fernando Holiday

Referência Valores do ponto


2017 2018 2019 2020
CDA-4 R$ 17,86 R$ 18,93 R$ 20,06 R$ 21,27
CDA-3 R$ 18,57 R$ 19,69 R$ 20,87 R$ 22,12
CDA-2 R$ 19,29 R$ 20,44 R$ 21,67 R$ 22,97
CDA -1 R$ 20,00 R$ 21,20 R$ 22,47 R$ 23,82

Tabela E - Assistentes de Gestão de Políticas Públicas - AGPP, lotados no


IPREM

Referência Valores do ponto


2017 2018 2019 2020
M-1 R$ 5,00 R$ 5,30 R$ 5,62 R$ 5,96
M-2 R$ 5,71 R$ 6,06 R$ 6,42 R$ 6,81
M-3 R$ 6,43 R$ 6,81 R$ 7,22 R$ 7,66
M-4 R$ 7,14 R$ 7,57 R$ 8,03 R$ 8,51
M-5 R$ 7,86 R$ 8,33 R$ 8,83 R$ 9,36
M-6 R$ 8,57 R$ 9,09 R$ 9,63 R$ 10,21
M-7 R$ 9,29 R$ 9,84 R$ 10,43 R$ 11,06
M-8 R$ 10,00 R$ 10,60 R$ 11,24 R$ 11,91
M-9 R$ 10,71 R$ 11,36 R$ 12,04 R$ 12,76
M-10 R$ 11,43 R$ 12,11 R$ 12,84 R$ 13,61
M-11 R$ 12,14 R$ 12,87 R$ 13,64 R$ 14,46
M-12 R$ 12,86 R$ 13,63 R$ 14,45 R$ 15,31
M-13 R$ 13,57 R$ 14,39 R$ 15,25 R$ 16,16
M-14 R$ 14,29 R$ 15,14 R$ 16,05 R$ 17,01

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_Palácio Anchieta - Viaduto do Jacareí, nº 100, sala 515, São Paulo - SP, CEP 01319-
900
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Gabinete do vereador Fernando Holiday

M-15 R$ 15,00 R$ 15,90 R$ 16,85 R$ 17,87

Tabela F - Assistentes de Gestão de Políticas Públicas - AGPP, lotados no


IPREM e exclusivo para atuantes no atendimento aos segurados

Referência Valores do ponto


2017 2018 2019 2020
M-1 R$ 7,50 R$ 7,95 R$ 8,43 R$ 8,93
M-2 R$ 8,21 R$ 8,71 R$ 9,23 R$ 9,78
M-3 R$ 8,93 R$ 9,46 R$ 10,03 R$ 10,63
M-4 R$ 9,64 R$ 10,22 R$ 10,83 R$ 11,48
M-5 R$ 10,36 R$ 10,98 R$ 11,64 R$ 12,34
M-6 R$ 11,07 R$ 11,74 R$ 12,44 R$ 13,19
M-7 R$ 11,79 R$ 12,49 R$ 13,24 R$ 14,04
M-8 R$ 12,50 R$ 13,25 R$ 14,05 R$ 14,89
M-9 R$ 13,21 R$ 14,01 R$ 14,85 R$ 15,74
M-10 R$ 13,93 R$ 14,76 R$ 15,65 R$ 16,59
M-11 R$ 14,64 R$ 15,52 R$ 16,45 R$ 17,44
M-12 R$ 15,36 R$ 16,28 R$ 17,26 R$ 18,29
M-13 R$ 16,07 R$ 17,04 R$ 18,06 R$ 19,14
M-14 R$ 16,79 R$ 17,79 R$ 18,86 R$ 19,99
M-15 R$ 17,50 R$ 18,55 R$ 19,66 R$ 20,84

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900
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Gabinete do vereador Fernando Holiday

Anexo VIII da Lei de de de .

Cargos e Funções, providos na data da Lei, transferidos dos Quadros do IPREM


para Quadros da Administração Direta.

CARGOS/FUNÇÃO ATUALMENTE PROVIDOS NO IPREM

QUADRO DESTINO NA ADMINISTRAÇÃO DIRETA


Especialista em Administração, Orçamento e Finanças Públicas

Analista de Planejamento e Desenvolvimento Organizacional Quadro de


Pessoal de nível Superior – Lei 14.591/2007

Quadro de Analistas da Administração Pública Municipal – Lei 16.119/2015


Especialista em Assistência e Desenvolvimento Social

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Gabinete do vereador Fernando Holiday

Analista em Assistência e Desenvolvimento Social Quadro de Pessoal de


nível Superior – Lei 14.591/2007

Quadro de Analistas da Administração Pública Municipal – Lei 16.119/2015


Especialista em Desenvolvimento Urbano

Analista de Ordenamento Territorial

Profissional de Engenharia, Arquitetura, Agronomia e Geologia Quadro de


Pessoal de nível Superior – Lei 14.591/2007
Quadro de Analistas da Administração Pública Municipal – Lei 16.119/2015
Quadro dos Profissionais de Engenharia, Arquitetura, Agronomia e Geologia –
Lei 16.414/2016
Especialista em Saúde

Analista de Saúde Quadro dos Profissionais da Saúde – Lei 14.713/2008


Quadro da Saúde – Lei 16.122/2015
Assistente de Suporte Técnico Quadro de Pessoal do Nível Médio – Lei
13.748/2004
Assistente de Gestão de Políticas Públicas

Auxiliar Técnico Administrativo Quadro de Pessoal do Nível Médio – Lei


13.748/2004
Quadro dos Profissionais da Administração – Lei 11.511/1994
Agente de Apoio Quadro de Pessoal do Nível Básico Lei 13.652/2003

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