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Advocacia Criminal

Sidnei Prestes Junior


OAB/PR 33055

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA


CRIMINAL DE FOZ DO IGUAÇU – ESTADO DO PARANÁ

Autos nº: 2013.7387-0

FERNANDO ALVES CONRADO, LUCAS FERNANDO FERREIRA ROCHA e


MARCOS ANTONIO DIAS, já qualificados nos autos em epígrafe que lhe move
a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem,
respeitosamente, a ilustre presença de Vossa Excelência, apresentar suas

ALEGAÇÕES FINAIS

O fazendo nos seguintes termos:

Av José Maria de Brito, n° 711– Centro, Foz do Iguaçu, CEP:85864-320, Tel: (45) 3025-1355 (45) 9826-1919
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I – SÍNTESE PROCESSUAL

Os acusados estão sendo processados, pela prática, em


tese, do delito tipificado no artigo 288, §U, art. 147, caput, ambos do Código
Penal, e art. 16, caput, da Lei nº 10.826/03, pois, segundo a denúncia:

Fato 01- DA FORMACAO DE QUADRILHA

“No mês de novembro de 2013, em dia não


especificado, os denunciados FERNANDO ALVES
CONRADO, LUCAS FERNANDO FERREIRA ROCHA,
MARCOS ANTONIO DIAS e o individuo identificado
como LUCAS, vulgo “Peti”, associaram-se em
quadrilha armada, de forma estável e permanente,
com o fim de praticar crimes.

Em virtude da associação delitiva, os denunciados


LUCAS FERNANDO FERREIRA ROCHA e MARCOS
ANTONIO DIAS, executaram diretamente o crime.

Já o denunciado FERNANDO ALVES CONRADO, por


sua vez, ficou incumbido de promover a fuga dos
executores diretos do crime, da residência das
vitimas, utilizando-se o veiculo VW/SANTANA, placas
JOQ03238.

E por fim, o individuo conhecido como LUCAS, vulgo


“Peti”, ficou na função de dar cobertura."

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Fato 02- DO DELITO DE AMEACA

“No dia 05 de novembro de 2013, por volta das


20h00min, na residência situada na Rua Lageado
Mirim, nº 325, no Jardim Vale do Sol, nesta cidade
e comarca de Foz do Iguaçu/PR, os denunciados
LUCAS FERNANDO FERREIRA ROCHA, MARCOS
ANTONIO DIAS, FERNANDO ALVES CONRADO e o
individuo identificado como LUCAS, vulgo “Peti”,
livres e conscientes da ilicitude das suas condutas,
previamente ajustados, um aderindo a conduta do
outro, todos com intenção de intimidar, ameaçaram
as vitimas Rozelda Lucas Benites, Rafaelli Cristina
de Oliveira e Cleiton da Rosa, mediante emprego de
arma de fogo, sendo que o primeiro denunciado,
portava uma pistola automática, calibre 45 e, o
segundo denunciado, portava um revolver, calibre
357, de causar-lhes mal injusto e grave, no sentido
que iriam matar todas as pessoas que ali se
encontravam, bem como a pessoa de “Wellington
Rudivan de Oliveira” (filho da ofendida Rozelda) e,
ainda o denunciado MARCOS ANTONIO DIAS,
colocou a arma de fogo na cabeça de uma criança,
de apenas 05 (cinco) anos de idade, conforme termo
de declaração e representação (fls. 10/18)”.

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Fato 03- DO DELITO DE PORTE ILEGAL DE ARMA


DE FOGO

Em ato continuo, já nas proximidades, num bar,


nesta cidade e comarca, os denunciados
FERNANDO ALVES CONRADO, LUCAS FERNANDO
FERREIRA ROCHA e MARCOS ANTONIO DIAS,
ocultavam, armas de fogo, sendo 01 (uma) pistola
automática hafdasa, calibre 45, sem numero de
serie aparente, com carregador, com 6 (seis)
munições intactas, bem como 01 (um) revolver
calibre 357, marca Taurus, numero de serie:
PG413478, com 06 (seis) munições intactas, ambos
de uso restrito, sem autorização e em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, conforme
auto de exibição e apreensão (fls. 35/36).”

A denúncia foi recebida em 11 de dezembro de 2013 (fls.


133).

Os acusados foram citados e apresentaram resposta à


acusação por intermédio de defensor.

Durante a instrução criminal, foram inquiridas as


testemunhas arroladas na denúncia e os réus foram interrogados.

Já foram ofertadas razões finais pelo órgão ministerial (fls.


215-238), onde o Parquet pugnou pela condenação dos acusados.

É o breve relato do feito.

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II- DO DIREITO

II.1- DO CRIME DE ASSOCIACAO CRIMINOSA

É imprescindível a prova segura e judicializada acerca


do animus associativoduradouro e estável, o que não ocorreu nos autos.

Do interrogatório dos réus se afere que Lucas Fernando e


Marcos somente foram à casa de Wellington para saber o porquê este teria
atirado em direção ao carro em que Marcos estava e no carro da frente em que
o réu Lucas estava, mesmo que sua intenção fosse realmente atingir Rogerio,
não há garantias que por acidente não viesse a atingir o Lucas ou Marcos.

Portanto, conclui-se que os dois réus supramencionados


foram perguntar por Wellington na sua residência para defender a própria
integridade física, pois Wellington poderia tê-los atingido ao disparar contra
Rogêrio.

Sem mencionar que a vitima Rafaelli Cristina de


Oliveira atestou que todos os réus e seu irmão, Wellington, andavam
juntos para usar drogas, sendo que desconhece o fato deles praticarem
crimes como roubo. Insta salientar que todos os réus são primários.

Da instrução processual, conclui-se que, os réus Lucas


Fernando e Marcos somente foram juntos ate a casa de Wellington afim de
“tirar satisfação”, e não que os três réus eram associados estavelmente com
o fim de praticar reiteradamente crimes, da mesma espécie ou não.

Neste sentido,

Demonstrada a reunião depessoas para a realização deapenas


um assalto, embora degrande porte, impõe-se aabsolvição
quanto ao crime dequadrilha ou bando [hoje,associação
criminosa]” (ApCrim2001.38.02.001572-0-MG, 4.ª T.,rel. p/
Ac. Des. Mário César Ribeiro,05.05.2009, m.v.).

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APELAÇÃO CRIMINAL. FORMAÇÃO DE QUADRILHA.


AUSÊNCIA DE PROVAS QUANTO À ESTABILIDADE E
PERMANÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO PARA A EXECUÇÃO DE
DIVERSOS CRIMES. ABSOLVIÇÃO. VIABILIDADE. EXTORSÃO
QUALIFICADA. TENTATIVA. INOCORRÊNCIA.
DESNECESSIDADE DE OBTENÇÃO DA VANTAGEM INDEVIDA.
ROUBO MAJORADO. ABSORÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DADO
PARCIAL PROVIMENTO AO PRIMEIRO, SEXTO E SÉTIMO
RECURSOS E DADO PROVIMENTO AO SEGUNDO, QUARTO E
QUINTO RECURSOS, COM EXTENSÃO DOS EFEITOS DO
JULGAMENTO A CORRÉU. 1. Não configurados os elementos
caracterizadores do crime de formação de quadrilha, não há
que se falar em condenação dos agentes quanto ao referido
delito. 2. Comprovada a autoria e materialidade do delito de
extorsão, não há que se falar em absolvição dos agentes por
insuficiência de provas. 3. A participação da acusada que,
sendo a principal interlocutora dos comandantes do crime,
recebe os meliantes, fornece local para que pernoitem e lhes
mostra onde fica a residência da vítima, não é de menor
importância, sendo fundamental para a consumação do
delito. 4. Inviável o reconhecimento do perdão judicial pela
delação premiada se as assertivas do réu não tiveram o
condão de efetivamente auxiliar a investigação e o processo
criminal. 5. O crime de extorsão consuma-se
independentemente da obtenção da vantagem indevida. 6.
Comprovada a prática do delito de roubo em continuidade
com o crime de extorsão qualificada, não há que se falar em
absorção se há desígnios autônomos, vítimas e patrimônios
distintos, sendo a consumação de um delito absolutamente
independente da do outro. 7. Dado parcial provimento ao
primeiro, sexto e sétimo e recursos, dado provimento ao
segundo, quarto e quinto recursos e estendidos os efeitos do
julgamento para corréu. V.V.P. O crime de quadrilha ou
bando tem classificação jurídica de delito autônomo, de
perigo abstrato e permanente, não exigindo, para a sua
consumação, nenhum resultado naturalístico, tampouco a
ocorrênc ia da prática de outro delito. - O crime de formação
de quadrilha resta caracterizado quando o elementos dos
autos demonstram que os agentes associaram-se, reuniram-
se, agruparam-se, alinharam-se, com a finalidade de praticar
crimes. - Restando suficientemente provado que o crime se

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deu com emprego de arma de fogo, não há como se afastar a


majorante prevista no artigo 157, § 2º, I, do Código Penal.

(TJ-MG, Relator: Marcílio Eustáquio Santos, Data de


Julgamento: 17/07/2014, Câmaras Criminais / 7ª CÂMARA
CRIMINAL)

Diante dos fatos dos réus serem primários, não havendo


provas nos autos da associação estável e permanente para a pratica de crimes,
a absolvição dos réus quanto ao crime de quadrilha ou bando é imperiosa
medida de justiça.

II.2 –DO CRIME DE AMEACA

Da análise da prova colhida durante a instrução criminal,


percebe-se que a denúncia formulada contra os réus é improcedente.

Os réus negam a pratica do crime de ameaça, sendo que


Lucas e Marcos alegam ter pedido carona a Fernando, sendo que este de nada
sabia sobre as armas muito menos para a casa de quem estava levando-os,
para ir ate a casa de Wellington, a fim de conversar sobre o que acabara de
ocorrer. Chegaram lá e a mãe de Wellington informou-lhes que este não estava,
ao obterem esta resposta voltaram ao referido bar. Portanto, negaram a
pratica do crime de ameaça, pelo simples fato de não terem ameaçado
ninguém na casa.

Ademais, a suposta vitima Rafaelli Cristina de Olivera


pôs-se na condição de inimiga dos réus, ademais sustentou que os réus, em
conjunto com seu irmão Wellington usavam drogas juntos. Bem como que a
ameaça seria fruto de uma suposta tentativa de homicídio cometida contra
Rogêrio que era um traficante para o qual seu irmão, Wellington devia
dinheiro.

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Ora, Excelência, fica claro que a suposta vitima, bem


como seu marido, somente representaram contra os réus a fim de não só
afastar seu irmão desse meio, bem como para, caso ele esteja mesmo em
debito com a pessoa de Rogerio, ajuda-lo a não mais ser achado.

No mais, o conjunto probatório é insuficiente,


demonstrando incerteza quanto à materialidade do delito e, nesses casos, a
observância de um dos princípios fundamentais do Processo Penal se faz
necessário, qual seja, o princípio do “in dúbio pro réu”.

O PRINCÍPIO DA NÃO-CULPABILIDADE PREVISTO NA


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E O PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA
ESTABELECIDO NAS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS CONFEREM AO
ACUSADO SEGURANÇA PROCESSUAL.

Ao contrário do que alega a Ilustre representante do


Ministério Público, não restou provado nos autos a materialidade do crime de
ameaça, desta feita, não pode ser atribuída aos réus uma condenação por
meras conjecturas, pois que a “certeza” subjetiva extraída da prova oral e
limitada ao depoimento das vítimas, não são suficientes para sustentar o
decreto condenatório por crime de ameaça.

Neste diapasão, havendo dúvida a respeito do animus


dos réus e inexistindo qualquer outro indício incriminador de sua conduta
naquele dia dos fatos, a questão só pode ser resolvida em favor deste.

Sobre o tema, pertinente a lição de Adalberto José Q. T.


de Camargo Aranha: “A condenação criminal somente pode surgir diante de
uma certeza quanto à existência do fato punível, da autoria e da culpabilidade
do acusado. Uma prova deficiente, incompleta ou contraditória, gera a dúvida

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e com ela a obrigatoriedade da absolvição, pois milita em favor do acionado


criminalmente uma presunção relativa de inocência”. (Da prova no processo
penal, São Paulo, Saraiva, 1983, p. 46). (grifos nossos).

Tal entendimento é deveras pacífico em nossa


jurisprudência:

AMEAÇA - ÂNIMO EXALTADO - IDONEIDADE DA OFENSA -


DOLO ESPECÍFICO – PROVAS – PENAL - CRIME DE AMEAÇA -
ÂNIMO EXALTADO - AUSÊNCIA DE IDONEIDADE DA OFENSA E
DO DOLO ESPECÍFICO DE INFUNDIR TEMOR À VÍTIMA -
PROVAS CONTRADITÓRIAS E INSUFICIENTES -
DESPROVIMENTO DO RECURSO.
Em razão do ânimo exaltado do agressor e da ausência de
idoneidade da ofensa por ele proferida e, ainda,
CONSIDERANDO QUE NÃO HOUVE DOLO ESPECÍFICO DE
INFUNDIR TEMOR À VÍTIMA E QUE AS PROVAS SÃO
CONTRADITÓRIAS, TORNA-SE IMPERIOSO A PREVALÊNCIA
DA DECISÃO ABSOLUTÓRIA. (2ª Turma Recursal de Betim -
Autos nº 83010-9/06 - Rel. Gilson Soares Lemes).Boletim nº93 .
(grifos nossos).

AMEAÇA - MERA DISCUSSÃO – PROVAS - CRIME DE AMEAÇA -


MERA DISCUSSÃO ENTRE OS ENVOLVIDOS - INSUFICIÊNCIA
DE PROVAS – NÃO PROVIMENTO AO RECURSO.
Em razão de ausência de provas para comprovar a ameaça e,
ainda, considerando que entre as partes houve apenas discussão,
não se lembrando a vítima do tipo de ameaça que teria sofrido,
torna-se imperioso a prevalência da decisão absolutória. (2ª
Turma Recursal de Betim - Rec. nº 91528-0 - Rel. Juiz Gilson
Soares Lemes).Boletim nº94. (grifos nossos).

CRIME DE AMEAÇA - DENUNCIA - FALTA DE JUSTA CAUSA -


FATO ATÍPICO - REJEIÇÃO - DECISÃO MANTIDA – Para o

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recebimento da denúncia se exige que a acusação esteja


escorada em algum início de prova, não podendo aquela peça
decorrer de mera presunção da autoridade policial. A doutrina
apenas diverge em colocar a justa causa como quarta condição
da ação ou no contexto da demonstração do interesse de agir. O
que não se controverte é que a instauração da ação penal contra
terceira pessoa, por si só, atinge a dignidade do acusado, daí a
indispensabilidade que a inicial acusatória venha acompanhada
de suporte mínimo de prova. Na hipótese, além da denúncia
apenas se escorar no que foi dito pela vítima, não sendo ouvida
qualquer testemunha apesar da pessoa ameaçada ter dito que o
fato fora visto por outras pessoas, a conduta imputada não
tipifica o delito de ameaça imputado quando, para a sua
concretização, se espera um comportamento da vítima, não se
reconhecendo a ameaça sob condição. (Processo Nº
2008.051.00117 de Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro -
Primeira Camara Criminal, de 29 Abril 2008). (grifos nossos).

Os interrogatórios dos réus foram uníssonos ao atestar


que o réu Fernando não praticou ameaça, bem como somente deu carona aos
réus Lucas Fernando e Marcos, tendo voltado ao bar em que Rogerio estava
baleado.

Diante do fraco conjunto probatório produzido pela


acusação e não haverem provas seguras para condenação a Absolvição é
medida Justa. A propósito, jurisprudência já ensina que em processo penal, a
prova da alegação incumbirá a quem a fizer. O acusador deve provar a
realização do fato. Portanto, cabe a prova àquele que alega, não ao que nega –
fatos não comprovados pelo órgão acusador.

Assim, não deve Vossa Excelência se influenciar sobre o


instinto acusatório que paira sobre os Membros do Ministério Público em geral,

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sendo a absolvição dos acusados nos termos do artigo 386, VII do Código de
Processo Penal a medida justa, visto não existirem provas suficientes e
robustas para a condenação dos acusados, bem como não existirem provas de
ter o mesmo concorrido para a infração penal.

Diante do exposto, em homenagem ao princípio in dubio


pro reo, é de rigor a absolvição dosacusados, em razão da insuficiência de
provas para a condenação, nos termos do art. 386, inciso VII, do Código de
Processo Penal, quanto ao crime de tráfico, previsto no art. 33, caput, c/c
artigo 40, incisos I e III, da Lei nº 11.343/06.

II.3- DO CRIME DE PORTE DE ARMA

Pois bem, no compulsar dos autos desde a fase do


inquérito policial, percebe-se que a verdade dos fatos é no sentido de que a
conduta imposta a Fernando não se compatibiliza com a figura típica do delito
acima, posto que o mesmo não é proprietário de arma de fogo, bem como,
pelo fato de que com ele não foi encontrado nada.

Observa-se também que a presente acusação é


temerária uma vez que os fatos se passaram no período noturno, sendo que
as vitimas alegam ter reconhecido o réu como sendo quem dirigia o carro, que
supostamente seria usado para a fuga, e que este segurava uma arma com
uma mão e com a outra segurava o volante.

Se não bastasse o fato de não ter sido encontrada


nenhuma arma com Fernando, somente as supostas vitimas alegam ter
visto o referido denunciado portando uma arma. Aduzem que ele
supostamente ficou em frente a casa, A NOITE, A UMA DISTÂNCIA

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CONSIDERAVEL, segurando a referida arma, DENTRO DO CARRO que


dirigiria e serviria para a fuga de seus comparsas.

Ressalta-se o fato das armas terem sido encontradas


próximas onde os réus estavam, especificamente na grama, parados do lado
de fora do bar em que Rogerio foi levado após ser baleado.

Diante do exposto, a absolvição do réu Fernando das


imputações previstas no art. 16 da lei 10826 é medida imperiosa de
justiça.

Porém se Vossa Excelência entender pela condenação


do réu Fernando de qualquer das imputações que lhe pesam, requer sejam
observados os seguintes pontos:

IV-DA APLICACAO DA PENA AO RÉU FERNANDO

IV.1- DA PRIMARIEDADE E DOS BONS


ANTECEDENTES E DA APLICAÇÃO DA PENA-BASE NO MÍNIMO LEGAL

Em virtudede o réu ser primário e de bons antecedentes,


faz-se necessária a aplicação da pena-base no mínimo legal. Não tem sido
outro o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme se
demonstra.

HC 29147/SP; Relatora Ministra Laurita Vaz; Quinta


Turma, DJ de 16.02.2004, p.280

“Na esteira dos precedentes que informam a


jurisprudência desta Corte, fixada a pena-base no mínimo legal,
porquanto reconhecidas as circunstâncias judiciais favoráveis ao réu
primário e de bons antecedentes, não é cabível inflingir regime prisional
mais gravoso apenas com base na gravidade genérica do delito.
Inteligência do art. 33,§2º e 3º, c/c art. 59, ambos do Código Penal.”

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Portanto, a pena devera ser fixada no mínimo legal,


não havendo impedimento para a substituição de pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos, conforme o art. 44 do CP.

V- DA APLICACAO DA PENA AOS REUS LUCAS


FERNANDO E MARCOS

Os réus Lucas e Fernando confessaram a prática do


crime de porte de arma, sendo que este ponto deverá ser analisado como
circunstancia atenuante da pena, conforme o art. 65, III, “d” do CP.

Bem como o fato do réu Lucas ser menor de 21 anos na


data dos fatos.

Ademais, todos os réus Lucas e Fernando são primários.

Em virtude de serem primários e de bons antecedentes,


faz-se necessária a aplicação da pena-base no mínimo legal. Não tem sido
outro o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme se
demonstra.

HC 29147/SP; Relatora Ministra Laurita Vaz; Quinta


Turma, DJ de 16.02.2004, p.280

“Na esteira dos precedentes que informam a


jurisprudência desta Corte, fixada a pena-base no mínimo legal,
porquanto reconhecidas as circunstâncias judiciais favoráveis ao réu
primário e de bons antecedentes, não é cabível inflingir regime prisional
mais gravoso apenas com base na gravidade genérica do delito.
Inteligência do art. 33,§2º e 3º, c/c art. 59, ambos do Código Penal.”

Tendo em vista pelo fato dos réus serem primário, a


pena devera ser fixada no mínimo legal, sendo que a pena mínima

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prevista para o crime de porte de arma ser de três anos, eo regime de


cumprimento da pena devera ser o aberto, bem como fazem jusa
substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,
conforme o art. 44 do CP.

VI – DOS PEDIDOS.

Em razão de todo o exposto, requer-se à


Vossa Excelência:

-o recebimento da presente, em todos os seus


termos;

-que o réu Fernando seja absolvido do delito


do art. 16 da Lei 10.826/03, bem como que os réus Lucas, Marcos e Fernando
sejam absolvidos do delito de ameaça ante a ausência de provas, e absolvidos
do crime de associação criminosa pelas razões já explanadas, como pedido
principal;

- caso o réu Fernando seja condenado por


qualquer dos delitos constantes na denuncia, que sejam observados os pontos
do tópico IV, como pedido subsidiário,

-que sejam observados os pontos


especificados no tópico V quando da aplicação da pena aos réus Lucas e
Marcos.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Foz do Iguaçu, 28 de julho de 2014.

SIDNEI PRESTES JUNIOR

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