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1. Conceitos
introdutórios
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1. Introdução
Micro Vs. Macro: “a casa e o mundo”: é muito fácil distingui-las do
ponto de vista puramente conceptual, mas claro que se entrelaçam
constantemente e que vivem sempre uma em função da outra
Sendo certo que a economia estuda a alocação de bens escassos à
satisfação de necessidades humanas, este problema genérico coloca
problemas do ponto de vista micro (como viram em especial na 1ª
parte da cadeira) e do ponto de vista macro: a microeconomia estuda
sobretudo o funcionamento dos mercados e a forma como esse
funcionamento afeta as empresas que nele se encontram inseridas;
mas essas empresas são, simultaneamente (sob a supervisão do
Estado), os atores principais do tecido económico global, que é o
campo de estudo e de atuação da macroeconomia.
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(Fonte:
Eurostat)
(Fonte: INE)
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A autonomização da macroeconomia
Ainda que no seu método utilize uma grande variedade de mecanismos e
instrumentos de medição e quantificação, a economia é uma ciência social,
que estuda comportamentos dos indivíduos em sociedade relacionados com
a gestão dos seus recursos e a satisfação das suas necessidades
económicas.
Essas necessidades são dos tipos mais variados, aumentam à medida que o
homem domina melhor a tecnologia e é capaz de produzir bens e serviços
cada vez mais diversificados. Inicialmente relacionavam-se apenas com as
necessidades mais básicas (abrigo, alimentação, proteção contra o frio e os
inimigos), mas lentamente foram-se multiplicando e desenvolvendo (beleza,
arte, lazer): ninguém precisa realmente de 30 paladares diferentes de café;
mas a partir do momento em que existem no mercado, passa a existir uma
necessidade de satisfação pessoal aliada a uma forte pressão social para ter
os bens ou serviços mais caros, mais recentes ou mais prestigiados. Tudo isto
se explica com o auxílio da sociologia, da antropologia e de outras ciências
sociais e humanas.
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Atenção: isto não quer dizer que não houvesse estado, nem
moeda, nem impostos; simplesmente, esses instrumentos não
eram utilizados para corrigir desequilíbrios na economia ou
promover o crescimento económico, mas sim para enriquecer a
coroa, os nobres e (mais tarde) a burguesia industrial e mercantil,
ou para financiar as guerras. Não havia controlo da massa
monetária, nem preocupações com o emprego ou o crescimento,
por duas razões essenciais:
- Acreditava-se que o mercado resolvia, por si só, esses problemas;
- De qualquer forma, e desde que a classe dominante vivesse bem, nada
disso era na verdade encarado como um verdadeiro problema, pelo que
pura e simplesmente não precisava de ser resolvido. Isto apenas mudou
com a Revolução Francesa, e com a perceção por parte dos governantes
de que de que a insatisfação do povo com as suas condições de vida
podia ter, para esses próprios governantes, consequências dramáticas.
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2. A medição da atividade
económica: PIB, IPC e
outros indicadores
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i) Por um lado, isto significa que apenas os bens finais são considerados no
cálculo do PIB. E porquê? Porque de outra forma, os bens intermédios seriam
contabilizados N vezes.
Exemplo:
- para fabricar uma mesa é necessário madeira, metal, parafusos, cola, tinta e
placas de PVC, sendo que cada um destes componentes requer, para a sua
própria produção, outras matérias primas;
- quando cada um dos componentes estiver acabado, vai ser vendido ao
fabricante do produto final;
- este vai vendê-lo provavelmente a um retalhista, que finalmente o venderá ao
consumidor final.
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ii) Por outro lado, significa que apenas serão contabilizados os bens
efetivamente produzidos no período em consideração, assim excluindo o
comércio de bens usados que sejam revendidos
Atenção: isto não significa que o serviço prestado pelo revendedor não seja
contabilizado; apenas que é necessário separar esse serviço do valor de
mercado do bem – o que pode ser extremamente difícil de calcular.
iii) Significa ainda que toda a produção e todo o consumo são contabilizados,
independentemente de o prestador ou o utilizador ser uma entidade pública
ou privada; ou seja, o consumo publico e a prestação de bens e serviços pelas
administrações públicas são contabilizados da mesma forma que o consumo e
a produção privada.
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Vejamos um exemplo:
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Retirado de Samuelson,
pág. 372.
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Note-se que esta distribuição pode e deve ser encarada numa dupla
perspetiva: nacional e transnacional.
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35 estados
65 empresas
(Dados relativos a 2016; Fontes: CIA World Factbook para os estados,
ranking Fortune Global 500 para as empresas.)
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• Principais fraquezas:
• O contraponto da ‘grande vantagem’: para poder ser de simples leitura e
compreensão, o IDH deixa de fora muitos indicadores importantes de
desenvolvimento, que mesmo não sendo ‘económicos’ na origem têm uma
influência grande sobre o bem estar, nomeadamente a liberdade, a
democracia, o combate à corrupção, o respeito pelos direitos humanos em
geral e a preservação do ambiente e do ecossistema;
• Não tem em conta as desigualdades internas;
• Parece algo arbitrário conceder um peso igual às 3 componentes:
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3. A medição do custo de
vida: o IPC
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Dentro de cada uma dessas classes, vamos depois escolher uma lista tão
representativa quanto possível de produtos (e, dentro desses, de marcas),
também ela permanentemente sujeita a revisão por parte do INE. Estas
listas são mantidas com algum secretismo pelo INE, para que os resultados
divulgados não tenham, eles próprios, o efeito de influenciar as escolhas
dos consumidores: a divulgação pública de que um produto ou uma marca
aumentou de preço poderia levar a que os consumidores, apenas por isso,
procurassem produtos e marcas alternativos
A título de exemplo, em 2018 o INE anunciou uma revisão do cabaz com
base no Inquérito à Despesa das Famílias que levou a cabo em 2015/16, e
incluiu cerca de 300 novos produtos, retirando um número equivalente
que deixou de ser representativo dos hábitos de consumo.
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“Entradas”: “Saídas”:
• Tipos especiais de arroz (basmati, • Sabão azul e branco;
thai, integral, risotto, etc.); • Varinha mágica;
• Iogurte grego; • CD-ROM graváveis;
• Robots de cozinha; • Serviços de marcenaria.
• Leggings;
• Massagens de beleza;
• Lâmpadas LED
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Mais um exemplo com cachorros e hamburgers (retirado de Mankiw, p. 515, onde está a sua
explicação detalhada):
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Portanto:
IPC = n x 100 Taxa de inflação = IPCn – IPCn* x 100
n- IPCn*
Em que: Em que
n = ano atual; IPCn = IPC no ano atual;
n- = ano de referência. IPCn* = IPC no ano anterior ao atual
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https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ipc
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• Aumenta o valor do juro que cobra aos bancos comerciais quando lhes
empresta dinheiro, e estes vão repercutir esse aumento nas operações
de empréstimo que realizam com os seus clientes.
• Note-se que estas operações de crédito entre banco central e bancos
comerciais acontecem diariamente, porque os bancos comerciais,
estando autorizados a movimentar quantidades de dinheiro várias vezes
superiores ao seu capital próprio, funcionam constantemente a crédito.
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Ora, as taxas de juro que são anunciadas pelos bancos são as TJ nominais:
uma percentagem pré-estabelecida (fixa ou não) sobre o montante de capital
cedido, que lhe serão acrescentados no termo do prazo convencionado.
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• 1,05€ a 1/1/2018;
• 1,10€ (valor arredondado) a 1/1/2019.
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Isto quer dizer que para adquirir o mesmo cabaz de bens provenientes
dos EUA (ou pagos com dólares), um europeu tem de pagar 10% a
mais em 1/1/2019, ainda que os bens não sofram qualquer alteração
de preço.
Mas suponhamos agora, para além disso, que durante o mesmo
período de tempo a inflação nos EUA foi de 7%, enquanto na zona Euro
foi de 2%; ou seja, que há um diferencial de 5% nas duas taxas de
inflação.
Neste caso, e para adquirir o mesmo cabaz, o mesmo consumidor terá
de despender, em termos reais não 10%, mas cerca de 20% a mais em
1/1/2019 do que em 1/1/2017.
Porquê? Porque para além de o valor relativo da moeda se ter alterado
em prejuízo do Euro, a 1/1/2019 o preço do cabaz aumentou mais 5%
nos EUA do que na Europa.
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3. PRODUÇÃO,
PRODUTIVIDADE E
CRESCIMENTO
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• Por que razões uns estados conseguem produzir mais do que outros?
• O que explica que algumas economias cresçam durante décadas
consecutivas e outras não consigam sair de estádios relativamente
primitivos de desenvolvimento económico?
• Que políticas devem seguir os governos para aumentarem os seus
PIBs e atingirem níveis mais elevados de bem estar económico?
• Por que razão as esmas políticas não resultam da mesma forma
quando aplicadas em países diferentes?
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https://data.worldbank.org/indicator/ny.gdp.mktp.kd.zg
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https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_real_GDP_growth_
rate#List_by_the_World_Bank
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Poupança e investimento
O primeiro e mais importante elemento de uma política económica voltada
para o crescimento é o incentivo à poupança e ao investimento: apenas
investindo na aquisição de novos fatores produtivos ou na melhoria dos
fatores existentes é que uma economia pode aspirar a crescer.
Isto implica, no entanto, que o próprio estado e os seus cidadãos prescindam
de consumir uma parte do seu rendimento, o que nem sempre é possível
porque:
• Em economias com um PIB per capita baixo, a maior parte do rendimento das
famílias não pode deixar de ser consumido por uma questão de sobrevivência;
• Políticas eleitoralistas, avessas a exigir sacrifícios aos cidadãos;
• Falta de visão estratégica dos governantes e de espírito de sacrifício dos
governados.
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Educação e saúde
Embora a educação seja sobretudo uma forma de melhorar o capital
humano, ela produz sinergias (externalidades positivas) na inovação
tecnológica: quanto mais instruída for a população, mais condições terá para
investigar, inovar e criar, assim potenciando o aparecimento de novos
produtos e processos.
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• Respeito pela autonomia privada: da mesma forma que o estado não deve
expropriar propriedade privada salvo em casos de absoluta necessidade, também
não deve interferir na gestão privada dessa propriedade, nomeadamente na
autonomia dos privados para celebrar contratos (proibindo ou impondo essa
celebração, ou interferindo no conteúdo). Isto apenas deve acontecer quando
estejam em causa interesses que não apenas os das partes no negócio, como por
exemplo:
– Proteção dos consumidores: v.g., proibição de certas cláusulas que um consumidor não deve
ser forçado a aceitar, e que apenas aceita por se encontrar em situação de dependência;
– Proteção do mercado: v.g., proibição da compra e venda de uma empresa, se isso puder criar
um monopólio que ponha em causa a liberdade de concorrência
– Proteção de terceiros: v.g., obrigatoriedade de contratar um seguro automóvel, para que os
danos que causarmos a terceiros estejam sempre cobertos;
– Proteção de valores que integrem a chamada “ordem pública”: v.g., proibição da venda livre
de armas ou de estupefacientes.
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A questão demográfica
O crescimento da população mundial, que por regra se faz sentir sobretudo
em regiões do mundo menos industrializadas (onde, por isso mesmo, as
populações têm menos acesso a planeamento familiar), levanta questões
adicionais quando às perspetivas de crescimento das economias:
• Haverá recursos suficientes (nomeadamente alimentares, e muito em especial a
água) para satisfazer a população mundial a médio/longo prazo, se esta continuar a
crescer a um ritmo aproximado ao atual?
• Para podermos aferir a produtividade dessa economia, temos de contabilizar as
unidades de capital disponíveis por trabalhador; o aumento da força de trabalho sem
um aumento correspondente dos recursos de capital levará à diluição daqueles
recursos, e por isso, necessariamente, a uma diminuição da produtividade .
• Num sentido inverso, porém, tem sido alegado, com base nos dados estatísticos
disponíveis, que uma população mais numerosa promove um maior progresso
tecnológico, uma vez que quantos mais “investigadores”, maiores probabilidades
haverá de se descobrirem novos produtos e novos processos.
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4. Poupança,
investimento e
sistema financeiro
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Este prémio adicional que paga será compensado pela maior remuneração do seu
capital, quando comparado com o que obteria junto de um banco; do lado do
vendedor, a perda daquela remuneração é compensada pela mais-valia realizada
relativamente ao preço de aquisição, e ao reembolso antecipado do capital – que
pode reinvestir imediatamente noutra aplicação (outras obrigações, ações,
depósitos a prazo, etc.).
É importante ter presente que a sociedade emitente não vai beneficiar em nada
deste aumento do valor de transação da obrigação, que reverterá inteiramente
para o subscritor (aqui, vendedor): o benefício daquela sociedade foi
integralmente realizado no momento da subscrição do empréstimo, quando
obteve o financiamento de que carecia; e a sua obrigação de pagar os juros
previamente acordado transmite-se para o adquirente do título.
As obrigações, são, portanto, títulos de dívida emitidos por sociedades comerciais
e negociáveis nos mercados de capitais.
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Num caso como este, a sociedade pode optar por fazer um aumento de
capital: emitir 500.000 novas ações (sempre com o valor unitário de
10€) num montante global de 5.000.000€, que serão colocadas junto
do público por intermediários financeiros.
O produto da venda dessas ações (5 milhões de €) passa a ser
integralmente património da sociedade, ou seja, ao contrário do que
acontece com um empréstimo obrigacionista, esse montante nunca
terá de ser devolvido aos subscritores.
Qual é o trade-off desta opção?
A necessidade de admitir novos sócios, uma vez que qualquer titular
de uma ação é, por natureza, sócio.
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Fundos de pensões
Com os sistemas de segurança social sobrecarregados, e uma
desconfiança crescente sobre o montante das reformas a que um
trabalhador terá direito no momento em que deixar de trabalhar, hoje
em dia os fundos de pensões representam um mercado importante.
A principal característica deste produto é a de funcionar sempre a
longo prazo: o investidor compromete-se a não retirar as suas
poupanças durante um período de tempo que pode durar várias
décadas. Por isso mesmo este produto é normalmente bem
remunerado em termos de juros e goza sempre de um tratamento
fiscal privilegiado.
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Fundos de investimento
Embora sejam muitas vezes incluídos na categoria de intermediários
financeiros, os Fundos são sobretudo um instrumento criado por
aqueles intermediários para convencer os pequenos investidores a
colocar as suas poupanças nos mercados de capitais com a aparência
de um menor risco.
Isto porque estes Fundos consistem num portfolio de investimentos
diversificados, que podem ser constituídos apenas por ações, apenas
por obrigações, por ambos, ou até incluir outro tipo de valores (por
exemplo, ouro e títulos da dívida pública).
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c) Os produtos derivados
O refinamento dos mercados de capitais levou, nas últimas décadas, ao surgimento
de uma infinidade de produtos financeiros que têm por objeto negócios
(passados, presentes ou futuros) sobre outros produtos, e que por isso mesmo
são designados por “produtos derivados”.
O negócio que serve de base ao produto derivado pode incidir sobre ativos
financeiros ou reias, que são por isso designados por “activo de base”, e que
podem ser, por exemplo:
• Ações;
• Obrigações;
• Contratos securatizados (v.g., empréstimos garantidos por hipotecas);
• Ativos reais: petróleo, borracha, café, gado….
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I = (R – T – C) + (T – G)
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5. A Moeda
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Funções da moeda
a) Instrumento de troca
b) Unidade de conta
c) Reserva de valor
O problema da liquidez
i. diferença entre “dinheiro” e “riqueza”; podemos ter um património
valiosíssimo e não conseguir trocá-lo por dinheiro, porque não
encontramos ninguém disposto a comprá-lo;
ii. o custo da liquidez: porque é que não temos o dinheiro em casa? Porque a
remuneração do dinheiro vivo, que não rende juros, é zero; se lhe
acrescentarmos o encargo representado pela inflação, verificamos que de
facto o dinheiro perde constantemente valor real, uma vez que a mesma
nota de 100€ não conseguirá comprar daqui a um ano o que consegue
comprar hoje.
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6. Desemprego e inflação
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Tipos de desemprego
1) Desemprego natural
Representa a taxa natural (esperada) de desemprego de uma economia, ou
seja, a quantidade de pessoas desempregadas que aquela economia terá
sempre, independentemente do momento do ciclo económico.
Resulta da combinação de alguns elementos das noções de desemprego
friccional e estrutural.
2) Desemprego friccional
É a situação das pessoas que estão entre trabalhos, e que decorre da natural
mobilidade da mão de obra: um trabalhador independente (v.g., da construção
civil) entre duas obras, pessoa que se despediu e está à procura de novo
trabalho, etc.
Está ainda associado ao desemprego sazonal, que se refere a alguns trabalhos
cuja oferta se concentra em alguns períodos do ano: especialmente importante
no trabalho agrícola.
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3) Desemprego cíclico
É o desemprego que resulta na natural sucessão dos ciclos da economia, e que
se agrava inevitavelmente em períodos de recessão.
É um tipo de desemprego que facilmente se pode tornar estrutural, sobretudo
para os desempregados com mais idade e maior dificuldade de adaptação a
novas exigências (v.g., tecnológicas).
4) Desemprego estrutural
Desempego, normalmente de longo prazo, que se prende com deficiências
estruturais de uma economia, e que normalmente resulta dos seguintes
fatores:
• Falta de preparação/qualificação da força de trabalho;
• Substituição da força de trabalho por tecnologia e maquinaria;
• Excesso da oferta de trabalho relativamente à procura.
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O impacto do desemprego
a) Impacto social: o desemprego, enquanto incapacidade de alguém
conseguir prover ao seu sustento (e ao da sua família, quando for o
caso), é uma das principais causas de exclusão social, de marginalidade
e de problemas psicológicos de tipo depressivo;
b) Impacto económico
• A nível da economia privada, o aumento do desemprego provoca uma descida do
consumo, o que significa que as empresas vão ver os seus lucros reduzirem-se ou
ter de encerrar;
Temos de ter em conta que esta relação é bilateral, uma vez que também a quebra
do PIB resultante do encerramento das empresas provoca, por sua vez, um aumento
da taxa de desemprego: a Lei de Okun demonstra que a cada 2% de quebra do PIB,
teremos um aumento de 1% da taxa de desemprego.
• A nível da economia pública, o aumento do desemprego significa ao mesmo tempo:
– Menos cobrança de impostos, porque há menos rendimento (menos IRS), menos
consumo (menos IVA), e as empresas têm lucros mais baixos (menos IRC);
– Aumento das prestações sociais, especialmente (mas não só) os encargos da segurança
social com o subsídio de desemprego.
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Tipos de inflação
• Inflação moderada, galopante e hiperinflação
• Inflação antecipada e não-antecipada: em condições normais, apenas a primeira
constitui um problema sério, uma vez que:
– Sendo a inflação antecipada, as autoridades monetárias poderão precaver-se tomando
antecipadamente medidas para diminuir os seus efeitos;
– Como regra quase universal, quando a inflação é antecipada o seu valor é moderado, não
atingindo níveis preocupantes:
• Inflação vs. deflação: apesar de os consumidores poderem vem como positiva a
descida dos preços, ela representa normalmente uma incapacidade de escoar a
produção, e dessa forma um problema estrutural da economia;
• Inflação por pressão da procura e inflação por pressão do aumento dos custos de
produção: a estagflação (inflação acompanhada de estagnação da economia) e o
dilema que coloca aos bancos centrais, que não têm forma de a combater:
reduzia a quantidade de moeda não faz os preços descerem, e agrava ainda mais
o abrandamento do crescimento;
• O caso particular da entrada em vigor do Euro: a inflação por arredondamento
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O impacto da inflação
• Perda do poder de compra: depende do aumento correspondente (ou
não) dos salários, e por isso mesmo a perceção geral deste efeito é em
regra bastante superior ao seu impacto real. No limite, se os salários
subirem na mesma proporção da taxa de inflação, este efeito pura e
simplesmente não se verifica
• Por regra, os salários mais baixos têm tendência a subir mais moderadamente do
que os mais altos, levando a uma maior degradação do poder de compra por parte
das classes sociais mais desfavorecidas
• Custos de transação (custos de “meias solas” e “de menu”): tanto os
consumidores como as empresas vão ter custos adicionais
(nomeadamente de tempo, que poderia ser utilizado em alguma função
produtiva) ao tentar colocar as suas poupanças a salvo da desvalorização
(v.g., mudando constantemente as suas poupanças de contas à ordem para
contas a prazo, com juros mais altos) e a alterar os preços dos bens e
serviços que oferecem, para que estes acompanhem a inflação.
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• Variação dos preços relativos dos bens: uma vez que a inflação não
afeta todos os bens e serviços por igual, fazendo subir alguns preços
em proporão superior a outros, isso vai alterar o seu valor monetário
relativo, induzindo confusão nos consumidores e nos investidores;
• Exemplo: num determinado momento, 1 kg de batatas custa 10, e 1 kg de
carne custa 20; um ano depois, 1 kg de batatas custa 20 e 1 kg de carne custa
50. o preço relativo do preço da batata (em termos da carne) deteriorou-se de
1/2 para 2/5, levando provavelmente a que os consumidores alterem os seus
padrões de consumo (comendo mais batatas e menos carne), e que os
investidores prefiram colocar o seu dinheiro numa plantação de batatas do
que num talho.
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