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“De que lenho brotou? Que nobre instinto da prensa fez surgir esta obra de arte. Que vive
junto a nós, sente o que sinto e vai clareando o mundo em toda a parte?” (MELO NETO,
J. C.
“Procura a ordem
que vês na pedra:
nada se gasta
mas permanece.
(Pequena ode mineral – João Cabral)
“É mineral o papel
onde escrever
o verso; o verso
que é possível não fazer.
São minerais
as flores e as plantas,
as frutas, os bichos
quando em estado de palavra.
É mineral
a linha do horizonte,
nossos nomes, essas coisas
feitas de palavras.
da palavra escrita.”
(Psicologia da composição – João Cabral)
Os poemas de seu primeiro livro Pedra do sono (1942) revelam-se como exercícios
repetitivos de uma mesma inquietação. Tudo voa (inspiração surrealista?).
Assim, não é o mero fruto de um deixar-se ir em seu contínuo fluxo o acaso da emergência
do conhecimento. É necessário ao menos um estalo, um momento de espanto, em que
alguém (quem?) se pergunta: mas como isso é possível? como esse espetáculo
maravilhoso que conhecemos por este nome “a vida” é possível? E é como se
descobríssemos que para nos colocarmos tais questões é necessário estarmos desperto.
Na segunda obra O engenheiro, a nuvem (figura onírica) transitará “da simbologia onírica
para a morfologia do sensível, onde conotará a luminosidade, a leveza e a brancura dos
fenômenos atmosféricos” (p. 39-40).
O sonho em construção
“Do voo noturno das visões imaginárias, que antes prevalecia, passamos às sugestões
visuais das coisas. São coisas dessa espécie vaporosa e diáfana as nuvens que pairam
acima do edifício, numa completa exteriorização do sonho, que perde a sua conotação
onírica para transformar-se num sonho de construção” (p. 40).
“a criação como ato de pensamento lúcido, que se completa no ato de escrever, ambos
dirigidos no sentido do controle racional dos efeitos poéticos contra as interferências do
acaso, que a inspiração e o sonho favorecem; o poeta-engenheiro, que calcula a impressão
a ser produzida pela sua obra, adquirindo esta ‘o caráter de um mecanismo destinado a
impressionar um público’”. (p. 41-42).
[A poesia (e a vida) não como expressões de uma subjetividade (emotiva) mas como
a consecução de um ato ordenado e guiado do início ao fim pela meticulosidade do
saber.]
O poema como máquina de linguagem que, para nascer, deve fazer morrer tudo o que há
na experiência subjetiva do poeta nos diversos níveis de sua experiência psicológica.
Segunda metamorfose:
“A passagem do estado poético à expressão implica, pois, numa dupla calcinação: a que
começa interiormente para terminar no verso, e a outra, do próprio verso, que sendo vivo
se mineraliza no chão consistente da escrita” (p. 44).
O acaso e a manhã
“Mas na superfície da folha em branco, exposta aos golpes do acaso mallarmeano, podem
ocorrer transmutações enganosas de uma falsa alquimia do espírito. Será preciso aguardar
que ‘a jovem manhã’ revele o poema” (p. 53). Essa manhã resulta da paciência.
Vontade de petrificar:
Nos poemas posteriores a O engenheiro, João Cabral já não se preocupa mais com a fusão
entre linguagem (morta) e experiência psicológica (vida), direcionando-se lucidamente
no sentido daquela, já que esta última se fundiu completamente numa impessoalidade que
se configura no próprio processo de sua composição poética.
Invocação de Heidegger:
“Quando vamos à fonte, quando atravessamos a floresta, nós atravessamos o nome
‘fonte’, o nome ‘floresta’, ainda que não os enunciemos e não estejamos considerando a
língua’” (Holzwege in p. 55, nota 21).
Consumação da distância
“Entre o Eu que se exprime, e o objeto da expressão, que são os seus próprios estados ou
modificações, a posição reflexiva e crítica do poeta introduziu uma distância que a
expressão lírica não comporta” (p. 62).
A partir de O cão sem plumas, inicia-se a fase da construção da poesia de Cabral, superada
a fase de crise.
[A obra de Cabral tem origem ou genealogia? A crítica genética tem mostrado que a
composição da poesia ao modo da engenharia ou da arquitetura pode recuar
indefinidamente, sem encontrar ou antever o que seria algo como uma gênese]
João Cabral sobre a atitude inerte do poeta moderno, da qual tenta se diferenciar: “Mas
esse tipo de poema não foi obtido através de nenhuma consideração acerca de sua possível
função social de comunicação. O poeta contemporâneo chegou a ele passivamente, por
inércia, simplesmente por não ter cogitado do assunto. Esse tipo de poema é a própria
ausência de construção e organização, é o simples acúmulo de material poético, rico, é
verdade, em seu tratamento do verso, da imagem e da palavra, mas atirado
desordenadamente numa caixa de depósito” (MELO NETO, J. C. “Da função moderna
da poesia”, in Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 769-770, apud p.
155-156).
No outro grupo de poetas “já o trabalho artístico não se limita ao retoque, de bom gosto
e de boa economia, ao material que o instinto fornece. O trabalho artístico é, aqui, a
origem do próprio poema. Não é o olho crítico posterior à obra. O poema é escrito pelo
olho crítico, por um crítico que elabora as experiências que antes vivera, como poeta.
Nestes poetas, geralmente, não é o poema que se impõe. Eles se impõem ao poema, e o
fazem geralmente a partir de um tema, escolhido por sua vez, a partir de um motivo
racional. A escrita neles não é jamais pletórica e jamais se dispara em discurso. É uma
escrita lacônica, a deles, lenta, avançando no terreno milímetro a milímetro. Estes poetas
jamais encaram o trabalho de criação como um mal irremediável, a ser reduzido ao
mínimo, a fim de que a experiência a ser aprisionada não fuja ou se evapore. O artista
intelectual sabe que o trabalho é a fonte da criação e que a uma maior quantidade
de trabalho corresponderá uma maior densidade de riquezas. Quanto à experiência,
ela não se traduz neles, imediatamente em poema. Não há por isso o perigo de que fuja.
Eles não são jamais os possessos de uma experiência. Jamais criam debaixo da
experiência imediata. Eles a reservam, junto com sua experiência geral da realidade,
para um momento qualquer em que talvez tenham de empregá-la. Não será de estranhar
que muitas vezes esqueçam essa experiência, como tal, e que ela, ao ressuscitar, venha
vestida de outra expressão, diversa completamente. (p.65)
“Também o trabalho nesses poetas jamais é ocasional ou repousa sobre a riqueza de
momentos melhores. Seu trabalho é a soma de todos os seus momentos, melhores e piores.
Por isso, seu poema é raramente um corte num objeto ou um aspecto particular de um
objeto visto pela luz especial de um momento. Durante seu trabalho, o poeta vira seu
objeto nos dedos, iluminando-o por todos os lados. E é ainda seu trabalho que lhe vai
permitir desligar-se do objeto criado. Este será um organismo acabado, capaz de vida
própria. É um filho, com vida independente, e não um membro que se amputa, incompleto
e incapaz de viver por si mesmo” (p. 65-66).
“Ora, apesar de ser primordialmente artista, este poeta é, antes de tudo, de seu tempo. Ele
é tão individualista quanto aqueles outros poetas que aceitam cegamente o ditado de seu
anjo ou de seu inconsciente. Da mesma forma que aqueles, este poeta-artista ao criar seu
poema cria seu gênero poético. Só que nele esse gênero não é definido pela originalidade
do homem mas pela originalidade do artista. Não é o tipo novo de morbidez que o
caracteriza mas o tipo novo de dicção que ele é capaz de criar. E é aqui que começa o
desesperado de sua situação. Porque essas leis que ele cria para o seu poema não tomam
a forma de um catecismo para uso privado, um conjunto de normas precisas que ele se
compromete a obedecer. Ao escrever, ele não tem nenhum ponto material de referência.
Tem apenas sua consciência, a consciência das dicções de outros poetas que ele quer
evitar, a consciência aguda do que nele é eco e que é preciso eliminar, a qualquer preço.
Com a ajuda que lhe poderia vir da regra preestabelecida ele não pode contar – ele não a
tem. Seu trabalho é assim uma violência dolorosa contra si mesmo, em que ele se corta
mais do que se acrescenta, em nome ele não sabe muito bem de quê.” (p. 66).
“A obra perde em importância. Passa a ser pretexto do trabalho. Todos os meios são
utilizados para que este se faça mais demorado e difícil, todas as barreiras formais o artista
procura se impor, a fim de ter mais e mais resistências a vencer. Este seria o estágio final
do caminho que a arte vem percorrendo até o suicídio da intimidade absoluta. Seria a
morte da comunicação, e nela esse tipo de poesia iria se encontrar com a outra
incomunicação, a do balbucio, que, por outros caminhos, estão também buscando os
poetas do inefável e da escrita automática” (p. 67).
A literatura é algo de moderno, antes o que hoje chamamos de literatura tinha uma função
orgânica com as sociedades:
“Houve épocas, e creio que ninguém duvida disso, em que o entendimento foi possível.
Infelizmente, o plano teórico a que me obriga o tamanho desta conversa não me permite
a descrição concreta de uma delas. Naquelas épocas, inspiração e trabalho artístico não
se opunham essencialmente. Isto é, não se repeliam como polos de uma mesma natureza.
Nessas épocas, a exigência da sociedade em relação aos autores é grande. A criação está
subordinada à comunicação. Como o importante é comunicar-se o autor usa os temas da
vida dos homens, os temas comuns aos homens, que ele escreve na linguagem comum.
Seu papel é mostrar a beleza no que todos veem e não falar de uma beleza a que somente
ele teve acesso.” (p. 69).
“Nessas épocas, a espontaneidade ganha novo sentido. Não é mais uma facilidade
extraordinária de indivíduo eleito. É o sinal de uma enorme identificação com a realidade.
Não é mais uma maneira de valorizar, indiscriminadamente, o pessoal. Nessa espécie de
espontaneidade o que se valoriza é o coletivo que se revela através daquela voz individual.
Como na poesia popular, funde-se o que é de um autor e o que ele encontrou em alguma
parte. A criação inegavelmente é individual e dificilmente poderia ser coletiva. Mas é
individual como Lope de Vega escrevendo seu teatro e seu ‘romancero’, de aldeia em
aldeia de Espanha, em viagem com seus comediantes e profundamente identificado com
seu público.” (p. 69)
“Nessas épocas, também é essencialmente diferente da que vemos hoje, a atitude do poeta
em relação ao tema imposto. Esse poeta cuja emoção se identifica com a de seu tempo,
jamais considera violentação à sua personalidade o assunto que lhe é ditado pela
necessidade da vida diária dos homens. Para o poeta de hoje essa exigência é violenta
porque em sua sensibilidade ele não dispõe senão de formas pessoais, exclusivamente
suas, de ver e de falar. Ao passo que no autor identificado com seu tempo não será difícil
encontrar a mitologia e a linguagem unânimes que lhe permitirão corresponder ao que
dele se exige” (p. 69-70).
“Nessas épocas de equilíbrio, fáceis de encontrar nas histórias literárias, não há na
composição duas fases diferentes e contraditórias – não há um ouvido que escuta a
primeira palavra do poema e uma mão que trabalha a segunda. Nessas épocas, pode-se
dizer que o trabalho de arte inclui a inspiração. Não só as dirige. Executa-as também. O
trabalho de arte deixa de ser essa atividade limitada, de aplicar a regra, posterior ao sopro
do instinto. Também não se excede nunca num exercício formal, de atletismo intelectual.
O trabalho de arte está, também, subordinado às necessidades de comunicação” (p. 70).
“As regras nessas épocas, não são obedecidas pelo desgosto da liberdade, que segundo
algumas pessoas é a condição básica do poeta. A regra não é a obediência, que nada
justifica, as maneiras de fazer defuntas, pelo gosto do anacronismo, ou as maneiras de
fazer arbitrárias, pelo gosto do malabarismo. A regra é então profundamente funcional e
visa a assegurar a existência de condições sem as quais o poema não poderia cumprir sua
utilidade. Para o poeta ela não é jamais uma mutilação mas uma identificação. Porque o
verdadeiro sentido da regra não é o de cilício para o poeta. O verdadeiro sentido da regra
está em que nela se encorpa a necessidade da época” (p. 70).
Benedito: como João Cabral tenta resolver esse problema colocado pela poesia moderna
– na medida em que ela ganha em conquistas formais, afasta-se da comunicabilidade com
o público:
“Por oposição a esse poema, que traiu Anfion, deixando-o distante da ‘nuvem civil
sonhada’, às portas da cidade onde não pôde entrar; por oposição a esse poema é que João
Cabral, numa atitude contrária ao envolvimento da expressão, que levou a tal produto
fechado e híbrido da poesia contemporânea, passa a considerar nas formas tradicionais
‘sua possível função social de comunicação’. O poeta, que não renuncia ao espírito de
pesquisa formal dominante, desvia porém as fundamentais conquistas técnicas que desse
espírito derivam, da forma típica representativa da estrutura da lírica moderna, - na qual
o dilaceramento e a clausura da linguagem poética atingiram o mais alto grau, - para
formas e gêneros relegados ao abandono, insuficientemente aproveitados, e mais
compatíveis com os meios de comunicação da sociedade de massa. Submetidos a uma
intencionalidade diferente da que lhes deu origem histórica, essas formas de verso e de
estrofe se integrarão como formas parciais, às estruturas gerais da lógica da composição,
passando a constituir, do mesmo modo que certos gêneros – a parábola e a sátira – partes
de um sistema poético aberto, que aproxima mais do que separa a prosa da poesia (p.
156).
[Miró liberta a pintura da terceira dimensão assim como João Cabral propõe
libertar a palavra de seu sentido interno, histórico, cotidiano, comum, tratando-a
como mera palavra escrita]
Sentido do “vivo”: “Na curta conversa de Miró, uma palavra existe: vivo, a meu ver
muito instrutiva. Vivo é o adjetivo que ele emprega, mais do que para julgar, para cortar
qualquer incursão ao plano do teórico, onde jamais se sente à vontade. Vivo parece valer
ora como sinônimo de novo, ora de bom. Em todo caso, expressão de qualidade. Essa
palavra a meu ver indica bem o que busca sua sensibilidade e, por ela, sua pintura. Essa
sensação de vivo é o que existe de mais oposto à sensação de harmônico ou de
equilibrado. Ela nos é dada precisamente pelo que sai desse harmônico ou desse
equilibrado, diante do qual nossa sensibilidade não se sente ferida, mas adormecida. / É
a esse vivo que parece aspirar a pintura de Miró. Isto é, a algo elaborado nessa
dolorosa atitude de luta contra o hábito e a algo que vá, por sua vez, romper, no
espectador, a dura crosta de sua sensibilidade acostumada, para atingi-la nessa
região onde se refugia o melhor de si mesma: sua capacidade de saborear o inédito,
o não-aprendido. / A descoberta desse território livre, onde a vida é instável e difícil,
onde o direito de permanecer um minuto tem de ser duramente conseguido e essa
permanência continuadamente assegurada, não tem uma importância psicológica
em si, independente do que no campo da arte ela pudesse ter produzido?” (Prosa, p.
27).
Para além de ser apenas mais um estilo, a fórmula-Miró vale porque “por debaixo do
conjunto de maneiras pessoais que constituem a fórmula-Miró, há uma luta que
transcende o limitado alcance de uma exclusiva busca de expressão original. Há uma
luta contra todo um conjunto de leis rígidas que vem estruturando a pintura posterior ao
Renascimento e que está presente, sem exceção, por debaixo das fórmulas individuais
mais contraditórias, exploradas por pintores de hoje. / A obra de Miró é, essencialmente,
uma luta para devolver ao pintor uma liberdade de composição há muito tempo perdida.
Não uma liberdade absoluta, nem uma angélica liberação de qualquer imposição de
realidade ou da necessidade de um sistema para abordar a realidade. É sim, uma luta para
libertar o pintor de um sistema determinado, de uma arquitetura que limita os
movimentos da pintura. / Essa luta dá à história do pintor Miró a continuidade de um
sistema e explica certas questões que algumas pessoas conhecidas do pintor não se podem
deixar de propor. / Explica, por exemplo, porque este homem, em cujos começos se
notava tão grande amor à realidade, e em quem se nota, ainda hoje, tão desmedido amor
por esse outro tipo de realidade – os materiais humildes de sua arte, dos quais sempre
parte – foi levado a um ponto extremo de estilização, de abstração. / De certa maneira, se
pode dizer que o abstrato está nos dois polos do trabalho de representação da realidade.
É abstrato o que apenas se balbucia, aquilo a que não se chega a dar forma, e
abstrato o que se elabora ao infinito, aquilo a que se chega a elaborar tão
absolutamente que a realidade que podia conter se faz transparente e desaparece.
No primeiro caso, a figura é abstrata por ininteligível; no segundo, por disfarçada. No
primeiro, se permanece aquém da realidade; no segundo, se nega a realidade. / O
movimento que me parece haver determinado na obra de Miró o que se poderia entender
como um desejo de dar caça à realidade, não me parece poder enquadrar-se nessas duas
formas de ódio ou desprezo. Nesse homem tão próximo ao que há de mais concreto na
natureza e em seu trabalho, nesse sólido artesão da Catalunha, é impossível seguir o rastro
de qualquer idealismo. Não há nele nenhuma intenção de expulsar o assunto. (Ele poderá,
mesmo, vos decifrar qualquer das manchas de seu quadro; ele até parece se manifestar
surpreendido de que não as possais decifrar imediatamente.) / Melhor se definirá seu caso
dizendo que, interessado em criar uma dinâmica para seu quadro – embora nem sempre
se tenha dado conta disso – Miró teve de ir simplificando, a um ponto de puros esquemas,
o assunto de seus quadros. A estilização abstrata na obra de Miró está determinada pela
luta de lograr uma mecânica diferente para a pintura; está determinada pelas exigências
desse trabalho que se poderia chamar teórico. / É esta intenção e, principalmente, os
resultados objetivos a que ela chegou, que salvam sua obra de ser um formalismo a
mais. Não é necessário que o pintor, agora seguro de sua mecânica, inicie a volta a um
assunto e a uma pintura mais largamente humana, independente de tudo o que, por
excesso de valorização do indivíduo, mantém a arte – e as artes – estagnada e sem saída
possível. Com sua nova mecânica, e com a liberdade de composição que logra em sua
obra, Miró terá aberto uma perspectiva. E a pintura, quando se lance numa nova história,
mais arejada e menos fechadamente individualista, quando empreenda a síntese dos
elementos técnicos positivos que há em tal ou qual pintura de hoje, que há nas pinturas
de hoje (não foi, na verdade a pinturas diferentes, a gêneros de pintura diferentes que nos
conduziu o formalismo atual?), saberá aproveitar o exemplo e os ensinamentos do pintor
de Barcelona.” (Prosa, p. 28-29).