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Márcio Joffily – Setembro/2009

Semântica neoliberal :
o respeito as “diferenças” ou mascaramento das
contradições?

“O senhor...mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto:


que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas
-mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade
maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”

Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas

A cada manhã, para ganhar meu pão


Vou ao mercado onde mentiras são compradas.
Esperançoso
Tomo lugar entre os vendedores.
Bertolt Brecht – Hollywood

Introdução

Ao conteúdo das propostas neoliberais, especialmente no âmbito da produção de bens


simbólicos, sobretudo no Brasil, país em que a elite intelectual foi e é hábil em conciliar o
inconciliável, haja vista a “harmonização” entre trabalho escravo ( infração ) e Iluminismo (
norma ), corresponde uma semântica enganosa que lhe dá suporte, ideologicamente
legitimando-o.
À parte o discurso da inclusão, cujo propósito é o de excluir por dentro, e outros que tais,
destaca-se o discurso do respeito às “diferenças”, universo em que todos os gatos são
pardos, pois o problema que se busca “resolver”, produto de uma contradição imanente ou
não ao agenciador, ao encobrir contradições, as naturaliza, jogando-as na vala comum das
diferenças.
Afora a condição biológica, genética ou não, caracterizada por algum comprometimento
intelectual, todas as demais, uma vez postas nos indivíduos que interagem socialmente, são
passíveis de, em graus variados e em determinados momentos da história, em razão da
projeção de tais condições sobre os papéis sociais desempenhados por seus agenciadores,
constituir argumentos que supostamente justificam variadas formas de segregacionismo.
Neste caso, a segregação se refere ao indivíduo que, não portador de comprometimento
intelectual, é passível de inserção, de forma precária ou não, no mercado de trabalho;
exemplo mais significativo das variadas formas de relações sociais.
O fato de um portador de síndrome de down, por exemplo, independente da gravidade do
comprometimento intelectual cuja condição biológica não é passível de projeção no âmbito
social não significa que ele não sofra discriminação, muito pelo contrário, talvez, neste
caso, seja a maior, pois as oportunidades de interação social são mínimas para ele,
especialmente no mercado de trabalho.
Deste modo, estar dentro, “incluído”, é pressuposto para que a discriminação, no sentido
de nossa abordagem, se manifeste com mais evidência, embora, como já dito, os de fora
( pessoas especiais, detentos, idosos, doentes etc ) já sejam discriminados na raiz.
Projeção da condição biológica de um indivíduo no papel social desempenhado por ele se
refere à interferência, resultante de um juízo de valor social, que tal condição exerça sobre
as relações sociais estabelecidas entre o referido indivíduo e os demais. Por exemplo, no
mercado de trabalho, espaço privilegiado de relações sociais, as condições biológicas de
pessoas negras e mulheres as fazem sofrer variadas formas de discriminação.
Ora, as diferenças de ordem genética ou acidente biológico ( pessoas especiais e não-
especiais ), de orientação sexual, de gênero, étnica, classe social etc, não podem ser postas
no mesmo saco e tratadas como meras diferenças, como pretende a semântica da ordem
vigente, pois, embora nem toda diferença encerre uma contradição, algumas delas têm
como substrato uma contradição, são constitutivamente contradições que, aos olhos do
observador ingênuo, manifestam-se apenas como diferenças, como querem os ideólogos
neoliberais.
Entre sujeitos portadores e não portadores de autismo, heterossexuais e homossexuais, por
exemplo, há apenas diferenças biológicas. Mas entre mulheres e homens, empresários e/ou
banqueiros e trabalhadores, brancos e negros, na ordem vigente, capitalista, muito além das
diferenças biológicas que de fato ocorrem, existem as contradições resultantes do processo
histórico da organização econômica e social, especialmente em nosso país.
Tais contradições são matizadas por via da menor ou maior aproximação entre o aspecto
biológico e o social. Se, por um lado, a condição biológica de gênero ou étnica, conectada
ao papel socioeconômico de determinados sujeitos manifestam determinadas contradições;
por outro lado, a matriz de tais contradições, a relação entre capital e trabalho, não se
relaciona de forma alguma com o aspecto biológico, uma vez que é puramente histórica.
Resta saber, nos vários matizes, quais são as contradições antagônicas e as não antagônicas.
A ladainha do respeito às “diferenças” supostamente se propõe a “resolver” o problema
da discriminação ao “diferente”, mas na realidade tem como propósito eternizar a
contradição maior, a relação entre capital e trabalho, cujo desenvolvimento histórico, em
algumas fases, fundamentou-se no aspecto biológico. Embora falsa, a justificativa para a
sujeição da mulher, índio e negro, com o propósito mascarado de implementar a ordem
econômica burguesa, teve como fundamento o aspecto biológico. É certo que se tratou de
uma biologização matizada.

História

A sujeição de gênero serviu à família patriarcal burguesa, de índios e negros à


implementação produtiva direta. Como se dizia, se, por um lado, o índio não tinha fé, lei e
nem rei; por outro, o negro, como mercadoria, não era dotado de humanidade alguma.
Desta forma, se algo há de verdadeiro em toda essa falácia, é o fato de que o preconceito
odioso que campeia socialmente, de todos os tipos e em todos os estratos sociais, além de
dificultar a convivência, de certa forma, atrapalha o próprio processo produtivo. Aí está a
razão pela qual a elite se mobiliza na luta pelo respeito às “diferenças”, mas não se faz
menção alguma sobre o fato de que toda essa gama de preconceitos tem como origem a
forma de organização inicial do capitalismo em seus vários momentos, ao menos no Brasil.
O capitalista contemporâneo não precisa mais da senzala e até contrata mulheres, mas o
tipo de relação de seus ascendentes com as mulheres e negros, ficou impregnado na
consciência social. O próprio trabalho como atividade manual e intelectual, em prejuízo do
primeiro, foi e é alvo de discriminação. Segundo Sérgio Buarque de Holanda, em “Raízes
do Brasil”: Estereotipada por longos anos de vida rural, a mentalidade de casa-grande
invadiu assim as cidades e conquistou todas as profissões, sem exclusão das mais
humildes. É bem típico o caso testemunhado por um John Luccock, no Rio de Janeiro, do
simples oficial de carpintaria que se vestia à maneira de um fidalgo, com tricórnio e
sapatos de fivela, e se recusava a usar das próprias mãos para carregar as ferramentas de
seu ofício, preferindo entregá-las a um preto. E mais, conforme Ítalo de Aquino, em
“Cadernos Sudoeste Nº 1(APEOESP – São Paulo – Agosto 2008)”, cuja matéria tem como
título “Apontamentos sobre a História do Café em São Paulo: das origens a 1930”: Quando
a população negra libertou-se da opressão escravocrata e pela primeira vez pôde
desfrutar um dia livre ao sol, a burguesia e sua historiografia reforçaram um falso
condicionamento étnico de incapacidade para o trabalho. Isto, segundo o historiador, para
reforçar a idéia de inferioridade acerca do negro.Assim, o mal do qual padecemos hoje tem
paternidade, não surgiu como que num abracadabra. Devemos, sim, lutar contra toda esta
situação, mas sem embarcarmos em falácias.
A condição de gênero ou étnica, por si só, não explica absolutamente nada acerca da
discriminação das “diferenças”. É à luz do papel desempenhado no processo produtivo
pelos agentes destas condições que devemos buscar a origem do que superficialmente se
chama “diferença”. Para tanto, há que se separar diferença de contradição, aspecto
biológico de aspecto histórico-social. Do contrário, legitimamos a semântica neoliberal e
não entendemos as possibilidades e limitações de uma luta conseqüente por uma real
transformação. Não é por outro motivo, senão pela desconsideração dessas questões, que
falsas esperanças são alimentadas, haja vista as confusas interpretações acerca da, antes,
possibilidade e, posteriormente, eleição de Barack Obama.

Definições necessárias

Como dito acima, com o propósito de alcançar maior precisão na interpretação e


aplicação de certos conceitos, uma vez que ambos são o instrumental com o qual operamos
para a discussão do que está em pauta, “diferenças”, a seguir estão mostradas algumas
definições retiradas do dicionário cujo autor é Sérgio Buarque de Holanda Ferreira. Dos
verbetes mencionados, estão citadas as acepções mais essenciais para o que nos interessa.

*relação.[ Do lat. relatione ] S. f. 4. Parecença, semelhança, analogia. 5. Referência,


ligação, vinculação. 6. Comparação entre duas quantidades mensuráveis. 8. Filos. Uma das
categorias fundamentais do pensamento: caráter de dois ou mais objetos de pensamento que
são concebidos como sendo ou podendo ser compreendidos num único ato intelectual de
natureza determinada, como identidade, coexistência, sucessão, correspondência etc. [Cf.,
nesta acepção, quantidade e qualidade.]

*diferença. [ Do lat. differentia.] S. f. 1. Qualidade de diferente. 2. Falta de semelhança ou


igualdade; dessemelhança; dissimilitude; ...
*paradoxo. ( cs ) [ Do gr. parádoxon; pelo lat. paradoxon.] S. m. 1. Conceito que é ou
parece contrário ao comum; contra-senso, absurdo, disparate. 2. Contradição, pelo menos
na aparência. Filos. Afirmação que vai de encontro a sistemas ou pressupostos que se
impuseram, como incontestáveis ao pensamento.[Cf., aporia e antinomia.].

*contradição.[ Do lat. contradictione.] S. f. 1. Incoerência entre afirmação ou afirmações


atuais e anteriores, entre palavras e ações, desacordo. 2. Contestação, impugnação,
contradita. 4. Filos. Caráter essencial de tudo o que é real: aquele que revela que cada coisa
que é só se compreende pela negação de algo que a precede, negação que se perfaz pela
posição da coisa mesma, i. e., pela negação daquela negação. É a categoria fundamental da
lógica dialética. [ Cf., nesta acepção, negatividade ]. 5. Lóg. Oposição entre proposições
contraditórias.

Sonho...

A professora Maria Aparecida, por exemplo, em “Cadernos Sudoeste Nº 1 ( APEOESP -


São Paulo-Agosto 2008 )”, em matéria intitulada “Obama-um sonho possível?, embora
relativizando muito bem as possibilidades de uma prática transformadora do então
candidato, hoje presidente Obama, em certa medida resvala para posições meio românticas
e, de certa forma, também estereotipadas.
É certo que Obama não deva ser endeusado ou demonizado, mas simplesmente ser
avaliado pelo o que ele representa, como demonstra a Professora em seu texto. Todavia,
disto não deriva necessariamente que o Presidente americano possibilite “mundialização
para o bem”. Tal análise é maniqueísta e bem ao gosto do próprio discurso americano dos
super-heróis. Discurso que tem servido de engodo para mascarar a dominação que exercem,
tanto culturalmente como de forma bélica, sobre os povos, no intuito de satisfazer a sanha
de consumo de uma classe média perdulária e os insaciáveis cofres dos capitalistas
americanos.
É incompreensível o “novo mundo” que a Professora vislumbra com Obama, muito
menos a reabilitação dos americanos, pois, o que é normal, a característica constitutiva do
capital, ainda mais do Império, como é o americano, é a de reproduzir-se e concentrar-se
cada vez mais.
Tais possibilidades vislumbradas pela colega derivam do fato de que o Presidente é negro,
no entanto, do ponto de vista de maiores transformações, isto nada significa e não demorará
para que tais expectativas sejam frustradas.
Logo veremos que a condição biológica do presidente afrodescendente em nada interferirá
no eixo essencial da política beligerante americana, ainda que se atenue em um ou outro
aspecto secundário, o que já vem acontecendo em razão da grave crise econômica mundial
cujo núcleo é o sistema financeiro americano de agiotagem. Surgirão os impasses e
simultaneamente as falsas esperanças se esfumaçarão acompanhadas, esperamos, de
reflexões de jovens e adultos do mundo inteiro. Este, sim, será um fato positivo que nos
trará maturidade fazendo-nos perceber que a erradicação de todo e qualquer preconceito,
inclusive o racial, está condicionada ao fim da contradição entre capital e trabalho.
Realismo

Não por mera coincidência, se na atualidade ( séc. XXI ) alimentamos certos sonhos
como o citado acima, a mais de cem anos atrás ( séc. XIX ), Machado de Assis, interpretado
por alguns como amargo e pessimista, já punha o dedo na ferida, pois, ainda no auge das
relações escravocratas no Brasil, o escritor realista apontou, em seu “Memórias Póstumas
de Brás Cubas”, uma aparente contradição ( ver quadro de definições ), quando o narrador-
personagem, Brás Cubas, diz no capítulo LXVIII ( O vergalho ):

Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aquele Valongo fora,
logo depois de ver e ajustar a casa. Interrompeu-mas um ajuntamento;era
um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir;
gemia somente estas únicas palavras:-“Não, perdão, meu senhor; meu
senhor, perdão!” Mas o primeiro não fazia caso, e, a cada súplica, respondia
com uma vergalhada nova.
- Toma, diabo! Dizia ele; toma mais perdão, bêbado!
- Meu senhor! Gemia o outro.
- Cala boca, besta! Replicava o vergalho.
Parei, olhei...justos céus! Quem havia de ser o do vergalho? Nada menos
que o meu moleque Prudêncio, - o que meu pai libertara alguns anos antes.
Cheguei-me; ele deteve-se logo e pediu-me a benção; perguntei-lhe se aquele
preto era escravo dele.
-É, sim, nhonhô.
-Fez-te alguma coisa?
-É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na
quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para
ir na venda beber.
-Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
-Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado!
Saí do grupo, que me olhava espantado e cochichava as suas conjeturas.
Segui caminho, a desfiar uma infinidade de reflexões, que sinto haver
inteiramente perdido; aliás, seria matéria para um bom capítulo, e talvez
alegre. Eu gosto dos capítulos alegres; é o meu fraco. Exteriormente, era
torvo o episódio do Valongo; mas só exteriormente. Logo que meti mais
dentro a faca do raciocínio achei-lhe um miolo gaiato, fino, e até profundo.
Era um modo que o Prudêncio tinha de se desfazer das pancadas recebidas,
- transmitindo-as a outro. Eu, em criança, montava-o, punha-lhe um freio
na boca, e desancava-o sem compaixão; ele gemia e sofria. Agora, porém,
que era livre, dispunha de si mesmo, dos braços, das pernas, podia trabalhar,
folgar, dormir, desagrilhoado da antigo condição, agora é que ele se
desbancava: comprou um escravo, e ia-lhe pagando, com alto juro, as
quantias que de mim recebera. Vejam as sutilezas do maroto!

A contradição é aparente, pois, como está dito acima, a condição de identidade biológica
entre sujeitos não impede que entre ambos se instaurem relações de poder e exploração. O
realismo machadiano não deixou de perceber tal fato e o ilustrou com pormenores. A
desfaçatez de Brás Cubas, por exemplo, o demonstra. Como bom representante da elite,
cônscio de sua posição, Cubas relativiza a atitude de Prudêncio, seu ex-escravo. Porém,
velhaco e patife é o próprio Brás Cubas em sua análise, pois Prudêncio nada mais fez do
que refletir a forma de organização das relações econômico-sociais prevalecentes. Da
mesma forma, como aparente contradição, mas já a mostrar a ausência de fronteiras
do descaramento da elite brasileira, conforme citado por Caio Prado Júnior, em “História
Econômica do Brasil”, ao comentar acerca da guerra do Paraguai: Encontraram-se as
maiores dificuldades no recrutamento de tropas, e foi-se obrigado a recorrer a escravos,
desapropriando-os de seus senhores e concedendo-lhes alforria. Velhaca como Cubas, pois
que dele descende, hoje, a elite travestida de modernosa nos propõe
cinicamente a abolição das “diferenças”.

Academia

Contudo, o determinismo biológico não é privilégio das interpretações ingênuas. Aí, não
passa de reflexo. Como orientação ideológica mais elaborada, o determinismo biológico
tem sua matriz localizada no seio da intelectualidade acadêmica e migra para o senso
comum.
No campo psicopedagógico, por exemplo, Vigotski, ao comentar a concepção piagetiana,
conforme citado pelo professor Newton Duarte em “Vigotski e o Aprender a Aprender”, diz
o seguinte:
Em essência, essa tentativa de justificar o egocentrismo no desenvolvimento tardio do instinto
social e no egoísmo biológico da natureza infantil é inerente à própria definição piagetiana do
pensamento egocêntrico, considerado como pensamento individual em contraposição ao
pensamento socializado que, para Piaget, coincide com o pensamento racional ou realista.

Uma vez que os comentários de Vigotski se referem ao jovem Piaget, mesmo porque o
primeiro morreu muito jovem e Piaget continuou suas pesquisas, o professor Newton
Duarte destina o sexto capítulo de sua obra para verificar se a ênfase ao aspecto biológico
das obras iniciais de Piaget permaneceu nas obras posteriores. Neste capítulo, “A psicologia
de Piaget é sociointeracionista”, dentre várias obras, do autor, o Professor cita “Biologia e
Conhecimento” [ Piaget, 1969, p. 332 ]. No fragmento mostrado, destaca-se a afirmação de
que, se a verdade é uma organização do real, a questão prévia é compreender quem e
como se organiza uma organização e essa é uma questão biológica. Em outros termos,
sendo o problema epistemológico saber como é possível a ciência, convêm, antes de
recorrer a uma organização transcendental, esgotar os recursos da organização
imanente. Segundo o professor Newton Duarte, no que está certo, com base no fragmento
por ele mencionado, a epistemologia piagetiana não foca a questão da existência da
conexão entre o conhecimento e a realidade objetiva. Ora, não há transcendentalidade e
nem tampouco imanência. Que relevância pode adquirir o aspecto biológico, como
imanência, na estruturação de atividades cerebrais superiores, sendo que as mesmas são
produto do desenvolvimento histórico do ser e da espécie?
Também este caso, da influência da biologização a partir da elaboração acadêmica,
Machado de Assis, o Bruxo do Cosme Velho, mostrou em sua obra, tanto em “MPBC”
como em “Quincas Borba”, com o mesmo tom utilizado ao apresentar a relação entre Brás
Cubas e Prudêncio, o ex-escravo. Não é por mera coincidência que o mestre ou guru de
Cubas, o patife, seja Quincas Borba, cuja filosofia, o Humanitismo, tem como lema “AO
VENCEDOR AS BATATAS”. Segundo tal filosofia, à moda do darwinismo social, guerras
e pestes têm seus aspectos positivos, uma vez que depuram a espécie e conservam
Humanitas, o princípio.
Não é `a toa que Carlos Drummond de Andrade diz, referindo-se a Machado de Assis,
em“A um Bruxo, Com Amor”: Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro.

Possibilidades de diferenças

Do ponto de vista dialético, a referida idéia de diferença biológica, afora sua projeção no
social, não diz nada e, quando muito, redunda em “igualdade”. Não se trata da igualdade
como identidade, mas de uma igualdade que, ao desconsiderar relações dinâmicas entre um
“em-si” e um “para-si” num mesmo objeto e/ou entre objetos, relações de oposição ou
funcionais, se fixa em aspectos de forma e/ou conteúdo sob uma ótica estática, uma simples
comparação.
Contudo, não se pode negar a importância e eficácia de outro conceito comum de
diferença, o utilizado em nosso dia-a-dia, pois a todo momento fazemos comparações e
constatamos diferenças a partir das quais estabelecemos juízos de valor que norteiam a
nossa existência prática. Por exemplo, na aquisição de qualquer bem, a constatação de
diferenças implica na valoração negativa ou positiva que determina se o bem deve ou não
ser adquirido.
Na área de linguagem, o conceito de diferença adquiriu maior elaboração. O que importa
à fonologia, por exemplo, é o estudo da função diferenciadora. Na língua portuguesa, “p” e
“b” são fonemas diferentes por causa desta função, pelo fato de que esta oposição permite a
distinção entre conceitos, como por exemplo: “pote” / “bote”, “bilha” / “pilha”; daí deriva a
relação de rendimento funcional da oposição fonológica p/b ( ou, mais geralmente, da
oposição surda/sonora, pois ambos são oclusivos e labiais ). Da mesma forma, tanto na
frase como na representação numérica, os valores de palavras e números variam em
decorrência das posições que ambos ocupam, as quais expressam relações contrastivas
lastreadas nas diferenças.
Destas ocorrências relevantes do conceito de diferença não deriva que toda e qualquer
diferença tenha importância, especialmente a “diferença” proposta pela semântica
neoliberal. Aliás, tal “diferença”, como dito acima, encaixa-se muito bem no comentário
feito por Hegel, em “Temas Filosóficos - Ontologia e Lógica / Isto, algo e o outro”, quando
diz:

1- Algo e outro são ambos, em primeiro lugar, entes determinados ( Daseiende )


ou algos ( Etwas ).
Em segundo lugar, cada um deles é também um outro. É indiferente qual
deles é primeiro, e, simplesmente, por tal motivo, chamado outro; ( ... ) Se
chamamos A a um termo determinado, e B a outro, então B é imediatamente
como o outro. Mas igualmente A é o outro de B. Ambos são, da mesma maneira,
outros. Para fixar a diferença e o algo a ser tomado como afirmativo, serve a
palavra isto. Porém este exprime exatamente que o diferençar e destacar um de
algo é uma designação subjetiva, que cai fora do próprio algo ( ausserhalb des
Etwas selbst fallendes Bezeichnen). ( ... )
Os dois são determinados como algo e também como outro; por conseqüência
são o mesmo, e, portanto, nenhuma diferença neles se apresenta. Essa mesmidade
( Dieselbigkeit ) das determinações, entretanto, cai apenas na reflexão exterior,
na comparação de ambos; todavia, como o outro é posto imediatamente, o
mesmo está por si em relação com o algo, mas também lhe é exterior.

Como podemos perceber, segundo Hegel, onde vemos diferença não há senão
“mesmidade” que se desfaz na “comparação”. Em nosso caso, uma comparação descabida
que toma o aspecto biológico como justificativa da existência econômico-social.
Ainda na representação da linguagem, fora das determinações relacionais, esboços de
relações contraditórias, os termos incidem na “mesmidade” mencionada por Hegel : o pai é
algo também por si, ainda fora da relação com o filho; mas então não é mais o pai, sim um
homem em geral; do mesmo modo acima e abaixo, direita e esquerda são também algo
refletido em si, fora da relação, mas apenas são lugares em geral.

Diferença e Relação

À parte questões relativas à propriedade constitutiva deste ou daquele fato, se é de


natureza biológica e/ou histórico-social etc, ainda que muito importante, importa saber,
para que a discussão fique mais completa, o tipo de relação posta em jogo.
Ora, a considerarmos que perceber diferença e/ou contradição corresponde ao ato de
estabelecer relações entre objetos, somente uma abordagem dialética nos propicia a
percepção mais completa do real sentido do que comumente chamamos de diferente e/ou
contraditório. Esta forma de abordagem, das relações, mostra a fragilidade e inconsistência
do discurso falacioso que nos é proposto.
Segundo Marx, nos “manuscritos Econômico-Filosóficos-Terceiro Manuscrito/Crítica da
dialética e da filosofia de Hegel”:

“Um ser, que não tenha objeto fora de si, não é nenhum ser objetivo. Um ser que
não seja ele próprio objeto para um terceiro ser, não tem existência para o respectivo
objeto, quer dizer, não possui relação objetiva, o seu ser não é objetivo.
[ XXVII ] Um ser não objetivo é um não-ser. ( ... )
Mas o homem não é exclusivamente um ser natural; é um ser natural humano; ou
melhor, um ser para si mesmo, por conseqüência, um ser genérico, e como tal tem de
legitimar-se expressar-se no ser como no pensamento”.

Como percebemos, em Marx, além do movimento, não apenas o de deslocamento


espacial, a relação também é condição de existência. Uma das grandes dificuldades que
temos é a de não percebermos um vasto emaranhado de possibilidades relacionais e dentre
as quais a que se refere e funda a contradição. A todo momento pedimos aos alunos que
estabeleçam relações, mas muitos de nós não têm claro a problemática do que seja perceber
relações. As relações banais do cotidiano saltam à vista, mas as que podem descortinar a
vida plena de vitalidade permanecem soterradas, ainda que estejam tão próximas de nós e
direcionando nossas vidas. Do contrário teríamos claro, de pronto, o engodo que representa
a falácia do discurso do respeito às “diferenças”. O que não ocorre. Para percebermos tal
equívoco devemos ir além do raciocínio dito formal e que repulsa a contradição, embora
reconheçamos sua eficácia em muitos aspectos, especialmente nos da vida rotineira. Mas,
em se tratando da necessidade de observações mais apuradas do desenvolvimento histórico-
social, o raciocínio lógico-formal nada resolve, pois ele nega a transformação e percebe a
vida em momentos compartimentados e isenta de relações.

Raciocínio formal e Raciocínio dialético

Ao afirmarmos que determinado objeto é igual a ele mesmo ( A = A ), subentende-se que


ele não pode ser simultaneamente ele e outro, pois é ele ou outro ( A ou B ); como também
fica subentendido que, se o objeto pode apenas ser ele mesmo ou outro, não há uma terceira
alternativa ( terceiro excluído ).
Nesse sentido, o objeto ou ser é, sempre foi e o será. Portanto, não há começo nem fim,
nem tampouco relação, história e/ou processo.
No entanto, como mencionado acima, relação é condição de existência entre objetos e de
cada objeto consigo mesmo, tanto é que Marx, como mostrado antes, diz que o homem,
como ser natural humano, um ser para si mesmo, legitima-se e expressa-se tanto no ser
como no pensamento.
Desta forma, a relação fundante da contradição que impulsiona a vida, tanto biológica
como histórico-social, segundo Hegel, em “A Essência-O fenômeno / Propedêutica
Filosófica”:

...é uma referência recíproca de dois termos, que em parte têm uma existência
indiferente, mas em parte cada um é apenas por meio do outro e na unidade do
ser determinado”.

Os dois termos postos em relação, no ser determinado, são a imediatidade ( ser posto ou
o que está ) e o não-ser ( o que será, possibilidade ). Na semente da árvore, por exemplo, já
se encontram implicadas todas as determinações da árvore futura, assim como no embrião
humano já estão postos como possibilidades, as determinações da criança, adolescente etc.
E Hegel, em “O SER-A Qualidade / Propedêutica Filosófica”, complementa:

“Qualidade-Parágrafo 8
A qualidade é a determinidade imediata, cuja alteração é o passar para algo
oposto.

A - Ser, Nada, Devir


O ser é a simples imediatidade sem conteúdo que tem o seu oposto no puro nada,
e cuja união é o devir: enquanto passagem do nada para o ser é o nascer,
inversamente, o perecer.
( O são entendimento humano, como a si mesmo muitas vezes se denomina a
abstração unilateral, nega a união de ser e nada. Ou o ser é ou não é; não
existe nenhum terceiro. O que é não começa; o que não é também não. Por
conseguinte, afirma a impossibilidade do começo. )
( ... )
B - Ser Determinado
O ser determinado é ser evolvido, especificado, um ser que tem ao mesmo
tempo relação com outro, portanto, com o não-ser”.

No devir, no movimento, a polaridade genérica ser / nada manifesta-se na polaridade


imediatidade ( ser posto ou o que está ) / não-ser ( latência ou possibilidade ).

Quadro Resumo: relação e contradição


objeto 1 objeto 2 objeto 3
humano planta sol

Relação entre objetos


Reciprocamente, cada um dos objetos (1, 2 e 3) tem outros dois como objetos, portanto, são três seres
objetivos porque têm objetos fora de si. Disto deriva a relação como condição de existência dos objetos.
Relação na contradição
Referência recíproca entre dois termos cujas existências são simultaneamente indiferentes e condicionadas
entre si em um ser determinado ( imediatidade versus não-ser ).

POLARIDADE GENÉRICA POLARIDADE CONCRETA


DEVIR DEVIR
SER/NADA IMEDIATIDADE/NÃO-SER ( ser determinado)
nascer nascer

perecer perecer

Exemplo 1: Fenômeno biológico / cultural ( humano ou não-humano )


IMEDIATIDADE versus NÃO-SER = SER EM SI

( negação ) ( negação da negação) ( negação... )


criança adolescente adulto
criança pequena / criança criança / adolescente adolescente / adulto

Exemplo 2: Fenômeno cognitivo / reflexo objetivo da realidade


( humano versus humano ou não-humano )

A partir do conhecimento mais elementar acerca de um objeto ( pereira ), o concreto como imediato, cada
grau de conhecimento é ampliado de modo a possibilitar o conhecimento mais completo do referido objeto,
sua real concreticidade. Disto deriva, como diz Marx: O concreto é concreto por ser a síntese de múltiplas
determinações, logo, unidade na diversidade.

IMEDIATIDADE versus NÃO-SER = SER PARA SI

HUMANO NÃO-HUMANO
eu pereira
ser para si ser em si

Conhecimento 1 ( negação ) conhecimento 2 ( negação da negação ) conhecimento 3...( negação...)


ÁRVORE VEGETAL ORGÂNICO
pereira / árvore árvore / vegetal vegetal / orgânico
valor de uso valor de troca mercadoria dinheiro
trab. assal./valor de uso valor de uso/valor de troca valor de troca/mercadoria mercadoria/dinheiro

substantivo classe de palavra função sintática sintagma


trabalho/substantivo subst./classe de palavra cl. de palavra/função sintática função sint./sintagma

força produtiva relação de produção modo de produção capitalismo


trabalho/força produtiva força prod./relação de prod. rel. de prod./modo prod. modo prod./capit.

Vida e Dialética

Assim, é desta forma que o mundo orgânico, a vida, se manifesta. E o homem, como ser
natural humano, além de biologicamente manifestar-se deste modo, no seu ser, manifesta-
se também como ser para si por via do pensamento, desde que raciocine dialeticamente.
Embora, em termos gerais, ser para si possa significar forjar sentidos novos, produzir
cultura, transformar a realidade; um ser para si conseqüente não faz o que os ideólogos
neoliberais propõem com base nesta semântica enganosa. Muito pelo contrário, um ser para
si verdadeiro, conectado com as necessidades históricas de transformações radicais e com
base no aguçamento das contradições insolucionáveis, almeja e luta pelo fim da contradição
maior, a relação contraditória de exploração entre capital e trabalho. Neste sentido, antes de
tudo, ser para si é apropriar-se da forma dialética de compreensão da vida, tanto biológica
como histórico-social; como também apropriar-se do conhecimento acumulado por via do
processo de transformação exercido pelo homem sobre a natureza e si próprio através da
prática social. Aliás, sem perder de vista a relação necessária entre conhecimento e
realidade objetiva que aponta necessidade de transformação, pois o resto é adaptação ao
meio, teorização do comportamento, biologização da vida prenhe de dialética, que a todo
momento nos convida a sair da caverna para percebermos que A é, sim, B. Devemos
almejar mais do que uma simples inteligência prática. Como diz Agnes Heller, a
essencialidade da nossa existência não se resolve por via de uma consciência caricatural e
fetichizada. Esta, quando muito, nos propicia a capacidade de podermos decidir aos vinte
anos o que se poderá ganhar em determinado emprego quinze anos mais tarde, quando será
conveniente casar, quantos filhos convirá ter etc. Isto não é nada mais do que
espontaneidade do homem que tudo aceita, sem preocupações além das comezinhas, do
modo como lhe aparece na vida. Trata-se do homem que age conforme o princípio do “seja
o que deus quiser” ou, como diz a música, “o acaso vai me proteger enquanto eu andar
distraído”, sem nenhuma perspectiva que transcenda o dia-a-dia.
Em suma e sem mais delongas, mesmo porque o propósito deste texto não é o de
concentrar-se no materialismo dialético, empreitada que demandaria muito mais estudos e
alongaria demais o trabalho, sob pena de perdermos o eixo central da discussão proposta,
um pequeno exemplo da semântica neoliberal; o ser para si é o que capta, por via do
fenômeno, a essência dos objetos e fatos para si e para nós.
Desta forma, cai por terra a concepção de que exista alguma coisa em si, inacessível.
Nesse sentido, Lênin, em “Materialismo e Empiriocriticismo”, diz o seguinte:
“Qualquer diferença misteriosa, engenhosa e subtil entre o fenômeno e a coisa
em si é um completo disparate filosófico. Na realidade cada homem já observou
milhões de vezes a transformação simples e evidente da coisa em si em
fenômeno, em coisa para nós. Esta transformação é precisamente o conhecimento”.

Consideração final

Como pudemos verificar, o discurso politicamente correto neoliberal do respeito às


“diferenças” não tem consistência alguma, ainda que cative multidões.
Ao finalizar, como a discussão proposta trata da questão relativa ao significado e/ou
sentido atribuído ao termo “diferença” num certo discurso, o quadrado semiótico,
instrumento bastante utilizado em lingüística para a análise do discurso, é de grande
importância para mostrarmos com maior evidência o afirmado ao longo deste trabalho.
Em se tratando de discurso, o objeto de análise é o dizer-verdadeiro cuja verificação
decorre de certos critérios de verdade, especialmente relativos à realidade, e instaura a
oposição entre o que é de fato (esquema de imanência) e o que parece ser (esquema de
manifestação), considerando-se que só se tem acesso à imanência pela manifestação. O
cruzamento desses dois esquemas no quadrado semiótico (mostrado abaixo) apresenta uma
série de outros termos (segredo, verdade, mentira, falsidade) que demonstram que um
critério de verdade depende da articulação de cada um dos termos dos pares de termos do
quadrado semiótico.

QRADRADO SEMIÓTICO

VERDADE

SER PARECER

SEGREDO MENTIRA

NÃO - PARECER NÃO - SER

FALSIDADE

Segundo o critério de verdade mostrado no quadrado semiótico, algo será verdadeiro


quando puder, ao mesmo tempo, ser e parecer; será mentira quando apresentar a
composição parecer e não-ser; constituirá um segredo se articular simultaneamente ser e
não-parecer; e constituirá uma falsidade quando apresentar a composição não-parecer e
não-ser. No âmbito da narrativa, a figura do herói é passível de transferência da esfera do
segredo para a esfera da verdade; a figura do vilão, da esfera da mentira para a esfera da
falsidade.
Em nosso caso, acerca da “diferença”, as evidências mostram, sobretudo as confusões
originadas sobre o conceito de “diferença” e o apagamento de fatos históricos
comprometidos ideologicamente, que o discurso de respeito às “diferenças” parece
verdade, mas não é; trata-se de uma mentira.
Produto da ideologia hegemônica da ordem vigente, a influência de tal discurso não
poderia ser outra.
O fato é que, como eles propõem, será que as diferenças biológicas podem ser
simplesmente transpostas para o âmbito do papel social que cada agente desempenha, e
serem “respeitadas” como meras “diferenças”?
Entre um professor ( a ), a despeito de ser negro ( a ) ou branco ( a ) e um banqueiro ou
empresário existem singelas diferenças ou contradições de classes?
Desta forma, fica a proposta de discussão: “diferenças” biológicas versus contradições
entre classes sociais, cuja chave para compreensão não é outra senão o materialismo
dialético aliado à ação, materialismo histórico. Não a repetição enfadonha e rotineira das
leis da dialética, baseada em manuais que na maioria das vezes proporcionam apenas
memorização e não compreensão. Mas o estudo constante, disciplinado e aliado à ação, das
categorias instauradoras da dialética num único ser, cujo ponto de partida está na lógica
grega. Do contrário, como podemos perceber, por exemplo, as mutações históricas pelas
quais passaram o valor de uso até sua consolidação em coexistência dialética com o valor
de troca na mercadoria, além das relações desta com o trabalho, lucro, mais-valia, alienação
etc?
Não nos enganemos, o nosso conceito de concreto tem sido uma pseudoconcreticidade
lastreada puramente nas sensações, especialmente na visão, tato e, ligeiramente, numa
representação mental fugaz.
Como diz Marx, ao comentar acerca do método na economia política, em “Contribuição à
Crítica da Economia Política”:

“O concreto é concreto por ser a síntese de múltiplas determinações, logo,


unidade na diversidade”.

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