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INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS DECISÕES DE CONSUMO,

INVESTIMENTO E POUPANÇA: um estudo com discentes dos cursos de Ciências


Contábeis e Administração da FACIP/UFU.

Ericsson Farias dos Santos


Graduando em Ciências Contábeis
Universidade Federal de Uberlândia
ericssonfarias@yahoo.com.br

RESUMO

Uma boa educação financeira se faz cada vez mais necessária em tempos de moeda estável.
Organizações Internacionais como a ONU e OCDE recomendam a seus países membros que
desenvolvam boas práticas de educação financeira. O Brasil instituiu em 2010 o Plano Diretor
da ENEF que contempla em seu conteúdo, cenários e desafios para a educação financeira e
apresenta propostas de atuação nas escolas e para adultos. Face este panorama, este estudo
tem por objetivos, analisar o nível de educação financeira dos discentes dos cursos de
Ciências Contábeis e Administração da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da
Universidade Federal de Uberlândia, bem como verificar se há diferença nos resultados
obtidos por estes cursos. Tem ainda por objetivo, realizar uma comparação dos resultados
obtidos no presente estudo com os obtidos por Alves, Silva e Bressan (2012) em seu estudo
junto a discentes do curso de Ciências Contábeis de uma Instituição de Ensino Superior
privada na cidade do Rio de Janeiro, e, com o estudo realizado Chen e Volpe (1998) junto a
alunos de instituições de ensino superior norte-americanas, sendo que, para tanto fora
utilizado neste estudo um instrumento de pesquisa similar ao utilizado nos estudos citados. Os
resultados obtidos demonstram que os pesquisados responderam corretamente 44,94% das
questões a eles submetidas, o que demonstra um baixo nível de conhecimento financeiro.
Analisando-se a matriz curricular dos cursos pesquisados observou-se que há 14 disciplinas
relacionadas a finanças, porém, com base nos resultados obtidos, estas estão sendo
insuficientes à boa educação financeira dos discentes.

Palavras-chave: Educação financeira. Finanças pessoais. Planejamento financeiro.

ABSTRACT

A good financial literacy becomes increasingly necessary at times of steady economy.


International Organizations like ONU and OCDE recommend their member countries to
develop good financial education practices. Brazil instituted in 2010 the Directive Plan of
ENEF which includes in its contents settings and challenges to financial literacy and presents
proposals for action in schools and for adults. Face this overview, this study has for
objectives, examine the level of financial literacy of the college students of Accounting and
Administration of College of Integrated Science of Pontal from the Federal University of
Uberlandia, as well as checking whether there are differences the results obtained by these
courses. Still has the objective, to accomplish a comparison of results obtained in this study
with those obtained by Alves, Silva and Bressan (2012) in their study with college students of
Accounting of a private college in Rio de Janeiro, and, with the study conducted by Chen and
Volpe (1998) with north American college students, with this purpose was used in this study a
survey instrument similar to that used in these cited. The results obtained demonstrate that
surveyed answered correctly 44.94% of the questions submitted to them, demonstrating a low
degree of financial literacy. By analyzing the curricular structure of the courses surveyed it
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was observed that there are 14 disciplines related to finance, however, based on the results
obtained, these disciplines are been insufficient for a good financial literacy of the students.

Keywords: Financial literacy. Personal finances. Financial planning.

1 INTRODUÇÃO

O Brasil até duas décadas atrás, conviveu com altíssimos índices de inflação,
chegando a acumular entre anos de 1965 a 1994, ano da entrada em vigor do plano real, uma
inflação de 1,1 quatrilhão por cento, exatos 16 dígitos, ou, mais precisamente, um Índice que
durante o período de crescimento Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de
1.142.332.741.811.850% segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fato disfarçado
por quatro reformas monetárias no período, onde, se excluiu três dígitos de moeda em cada
um deles. Fernandes (2006, p. 4) enfatiza tal mudança ao afirmar
Apesar do grande impacto na dívida pública, o objetivo principal do Plano
real acabou sendo atingido, com a inflação medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo reduzida, desde então, de cerca
de 2.477% em 1993 e 916% em 1994, para taxas anuais sempre abaixo de
um dígito, à exceção de 1995 (22,4%) e 2002 (12,5%).
Convivendo durante anos com uma realidade econômica tão desfavorável e sem
perspectiva de melhora em curto prazo, a população brasileira de um modo geral não recebeu
e tampouco buscou uma devida educação financeira que os preparasse para a mudança que
estaria por vir, aliás, não somente a falta de uma educação financeira, mas a falta de uma
educação de um modo geral no Brasil é ressaltada por Giambiagi et al (2005) onde o mesmo
afirma que o país herdou do período forte crescimento econômico ocorrido até fins da década
de 1970 dentre outras características que o distingue dos demais países do globo, a baixa
escolaridade média da força de trabalho, comparada a países em estágio de desenvolvimento
semelhante.
A estabilidade econômica vivenciada atualmente em tempos de moeda forte aumentou
exponencialmente o acesso ao crédito, tornou viável o ato de poupar dinheiro, e, aumentou o
interesse da população em investir como forma de aumentar seus ganhos e patrimônio. Um
estudo referente à inadimplência de trabalhadores da indústria metalúrgica de São Paulo
publicado no Programa de Finanças Sociais (Social Finance Programme, 2007) da
Organização Internacional do Trabalho (International Labour Organisation) aponta que o
crédito ao consumidor no Brasil cresceu drasticamente no período entre 1995 e 2006,
passando de R$ 31,4bi em 1995 para R$ 214,3bi em 2006, representando 10,5% do PIB, bem
como o Microcrédito referente a valores entre R$ 600 (de uso irrestrito) e R$ 1.500 (com fins
produtivos) também cresceu significativamente de R$ 93,7mi em janeiro de 2004 para R$
945,9mi em fevereiro de 2006. O estudo cita ainda que o acesso da população de baixa renda
aos serviços bancários também cresceu significativamente, de acordo com dados do Banco
Central, pois o número de contas simplificadas (que requerem somente documentos de
identidade e comprovantes de residências para sua abertura) cresceu de 1.9mi em janeiro de
2004 para 6.7mi em agosto de 2006.
Desta forma, o estudo de finanças, mais especificamente a educação financeira em
cursos de graduação voltados a formar gestores e empresários se faz importante, ao passo que,
cidadãos financeiramente educados em tese possuem maior capacidade de tomar decisões
financeiramente mais acertadas. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), organização internacional de países que aceitam os princípios da
democracia representativa e da livre economia de mercado e que procura fornecer uma
plataforma para comparar políticas econômicas, solucionar problemas comuns a seus
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membros e coordenar políticas domésticas e internacionais, afirma que a educação financeira


auxilia os consumidores a orçar e gerir sua renda, a poupar e investir, e a evitar que se tornem
vítimas de fraudes, tanto que em 2010 lançou um Guia para Avaliação de Programas de
Educação Financeira (Guide to Evaluating Financial Education Programmes, 2010) dirigido
à seus países-membros com o objetivo de orientá-los no desenvolvimento de seus programas.
Com base neste panorama, este estudo buscou analisar se o estudo de matérias ligadas
à educação financeira ao longo dos cursos de Ciências Contábeis e Administração da
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia
(FACIP/UFU) influencia na capacidade dos discentes destes cursos de tomarem decisões
financeiras mais acertadas. Para tanto foi analisado se quanto maior o contato com matérias
ligadas à educação financeira, melhor o nível das decisões financeiras tomadas pelos
discentes. Foi ainda realizada uma comparação dos resultados obtidos no presente estudo com
estudos realizados anteriormente por outros autores, além de verificar se há diferença no
desempenho obtido pelos discentes do curso de Ciências Contábeis em relação às tomadas
pelos discentes do curso de Administração, sendo que, tal hipótese é levantada no estudo
realizado por Alves, Silva e Bressan (2012) junto a uma instituição de ensino superior privada
da cidade do Rio de Janeiro, onde os autores avaliaram o nível de educação financeira dos
discentes do curso de ciências contábeis, o qual foi uma das bases do presente estudo,
contudo, os citados autores não realizaram uma análise comparativa com discentes de outros
cursos correlatos, apontando tal fator como limitante para sua pesquisa. Os autores daquele
estudo aplicaram uma adaptação de um questionário utilizado por Chen e Volpe (1998) em
um estudo junto alunos de graduação de instituições de ensino superior norte-americanas, os
quais analisaram a literatura financeira de 924 instituições daquele país e sua relação com as
características de decisões financeiras de seus estudantes.
O presente estudo apresenta relevância social à medida que o mercado espera que os
egressos dos cursos analisados possuam boa noção de finanças, senão pleno domínio do tema,
vez que, em sua rotina profissional, o contador ou administrador terá que lidar constantemente
com decisões financeiras. Além disto, revela tendências de consumo e hábitos de
investimento dos pesquisados, servindo como fonte de informação a instituições fornecedoras
de crédito, associações comerciais, dentre outros. Possui ainda relevância científica ao
analisar se o tema educação financeira está sendo devidamente absorvido pelos discentes dos
cursos analisados, fato de interesse da instituição de ensino e seus docentes.
Para alcançar os objetivos citados, foi entregue a todos os discentes dos cursos de
Ciências Contábeis e Administração da FACIP/UFU presentes às salas no momento da
aplicação, um questionário baseado no instrumento de pesquisa aplicado no estudo realizado
por Alves, Silva e Bressan (2012), adaptado daquele testado e aplicado por Chen e Volpe
(1998) em seu estudo junto a alunos de instituições de ensino superior norte-americanas, com
questões que requerem conhecimento de fluxo de caixa, valor do dinheiro no tempo, custo de
oportunidade e risco, além de abordar comportamento dos respondentes, e, questões de
caracterização da amostra.
O presente trabalho está estruturado em cinco seções, sendo a primeira esta
introdução. A segunda seção abrange a fundamentação teórica que abarca educação
financeira, consumo, poupança e investimento, inflação e juros, e, por fim, planejamento
financeiro. A terceira seção aborda a metodologia da pesquisa realizada. Na quarta seção são
apresentadas a análise e interpretação dos dados. Finalizando, na quinta seção, são
apresentadas algumas considerações sobre o estudo realizado e sugestões para futuras
pesquisas.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O assunto educação financeira, no Brasil, apesar de melhora nos últimos anos, ainda é
pouco difundido à população em geral. Tal fato é evidenciado em um artigo escrito por
Jappelli (2010) denominado Economic Literacy: An Internacional Comparison sobre
conhecimentos de economia publicado no The Economic Journal no Reino Unido e nos
Estados Unidos da América onde um estudo realizado entre 1995 e 2008 comparou dados de
55 países, dentre eles o Brasil, onde analisou o nível de conhecimento econômico da
população, podendo o resultado obtido ser demonstrado na figura 1 abaixo, onde nota-se a
baixa pontuação obtida pelo Brasil:
Figura 1 – Conhecimento econômico ao redor do mundo

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Fonte: The Economic Journal, n. 120, p. 436, Nov. 2010
O estudo aponta ainda, além de outras variáveis, a relação entre o conhecimento
econômico dos habitantes dos países e os resultados obtidos por seus estudantes no Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Programme for International Student Assessment -
PISA), programa esse coordenado e desenvolvido pela OCDE e que faz uma avaliação
internacional comparada aplicada a estudantes na faixa dos 15 anos de idade, deste modo,
enfatiza as habilidades funcionais que os estudantes adquiriram ao passo em que se
aproximam do término do ensino básico obrigatório (NCES, 2014). Conforme se pode
verificar na figura 2 a seguir, o Brasil possui um dos menores índices obtidos de
conhecimento econômico, ficando muito abaixo de outros países latinos como Chile e
Argentina, e, obteve o mais baixo resultado dentre os países estudados em relação à
pontuação obtida por seus estudantes nos testes de matemática.
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Figura 2 – Conhecimento econômico e pontuação matemática obtida no teste PISA

Fonte: The Economic Journal, n. 120, p. 436, Nov. 2010


Ainda no mesmo estudo, analisando-se o conhecimento econômico e as taxas de
contribuição à seguridade social, observa-se na figura 3 que segue que há relação
inversamente proporcional entre tais fatores, de modo que, o Brasil possui uma das maiores
taxas percentuais de contribuição à seguridade social e um dos menores índices de
conhecimento econômico dentre os ali comparados.
Figura 3 – Conhecimento econômico e taxa de contribuição à seguridade social

Fonte: The Economic Journal, n. 120, p. 436, Nov. 2010


A seguir são discorridas algumas linhas sobre o tema do presente trabalho, já abordado
anteriormente por alguns autores, os quais serviram de embasamento para este estudo. O
assunto será discorrido iniciando por educação financeira de um modo geral e educação
financeira no Brasil, seguido de noções de consumo, poupança e investimento, passando então
a conceitos de inflação e juros, e, finalizando a fundamentação teórica sobre educação
financeira com o tema planejamento financeiro.
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2.1 Educação Financeira

A importância de uma educação financeira adequada, principalmente nos dias de hoje,


em face de uma economia dinâmica e globalizada, é inegável, contudo, seu ensino tem sido
negligenciado pelo governo, cabendo às pessoas buscar tal conhecimento quando precisam ou
são obrigados. Tal situação é descrita por Martins (2004, p. 56) onde cita que
A omissão da escola em relação a noções de comércio, de economia, de
impostos e de finanças tem uma consequência perversa: a maioria das
pessoas, quando adulta, continua ignorando esses assuntos e segue sem
instrução financeira e sem habilidade para manejar dinheiro.
Ao considerar o assunto educação financeira, deve-se sempre lembrar o fato de que o
ser humano é geralmente mais emotivo do que racional, o que ressalta Martins (2004, p. 48)
ao citar a importância da educação emocional em finanças onde cita que “o ser humano é
resultado mais das suas emoções do que das suas habilidades técnicas”. Afirma ainda que “a
maneira como cada um ganha, gasta e conserva dinheiro é resultado de uma combinação de
emoções e habilidades” (MARTINS, 2004, p. 49) o que ressalta o fator não racional das
escolhas realizadas por estes.
Segundo Gitman (2004, p. 4), “Podemos definir finanças como a arte e a ciência da
gestão do dinheiro”, assim sendo, pelo seu caráter de ciência, a mesma é passível de ensino
independente de afinidade com o assunto.
A relevância da educação financeira é ainda ressaltada por Gitman (2004, p. 4) onde
traz que “muitas pessoas poderão se beneficiar da compreensão do campo de finanças, pois
lhes permitirá tomar melhores decisões financeiras pessoais”. Afirmando ainda: “Entender
essa área também é essencial para as pessoas que trabalham em atividades financeiras, porque
poderão interagir eficazmente com o pessoal, os processos e os procedimentos do campo
financeiro”. (GITMAN, 2004, p. 4).
A OCDE criou em 2003 seu Projeto de Educação Financeira (Financial Education
Project) com o intuito de estudar a educação financeira e propor programas aos seus 34
países-membros e aos mais de 100 países não membros com os quais partilha seus
conhecimentos e elabora grupo de estudos conjuntos, analisando a efetividade das iniciativas
existentes nos países, desenvolvendo técnicas que permitam a comparação dos programas
existentes (OCDE, 2004).
Com base em seus estudos, a OCDE desenvolveu alguns princípios e recomendações
dirigidos aos países não membros, visando aprimorar a educação financeira aplicada nestes
países (OCDE, 2005). Tais princípios são:
• A educação financeira deve ser promovida de uma forma justa e sem vieses, ou seja, o
desenvolvimento das competências financeiras dos indivíduos precisa ser embasado
em informações e instruções apropriadas, livres de interesses particulares.
• Os programas de educação financeira devem focar as prioridades de cada país, isto é,
se adequarem à realidade nacional, podendo incluir, em seu conteúdo, aspectos
básicos de um planejamento financeiro, como as decisões de poupança, de
endividamento, de contratação de seguros, bem como conceitos elementares de
matemática e economia. Os indivíduos que estão para se aposentar devem estar cientes
da necessidade de avaliar a situação de seus planos de pensão, necessitando agir
apropriadamente para defender seus interesses.
• O processo de educação financeira deve ser considerado, pelos órgãos administrativos
e legais de um país, como um instrumento para o crescimento e a estabilidade
econômica, sendo necessário que se busque complementar o papel exercido pela
regulamentação do sistema financeiro e pelas leis de proteção ao consumidor.
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• O envolvimento das instituições financeiras no processo de educação financeira deve


ser estimulado, de tal forma que a adotem como parte integrante de suas práticas de
relacionamento com seus clientes, provendo informações financeiras que estimulem a
compreensão de suas decisões, principalmente nos negócios de longo prazo e naqueles
que comprometam expressivamente a renda atual e futura de seus consumidores.
• A educação financeira deve ser um processo contínuo, acompanhando a evolução dos
mercados e a crescente complexidade das informações que os caracterizam.
• Por meio da mídia, devem ser veiculadas campanhas nacionais de estímulo à
compreensão dos indivíduos quanto à necessidade de buscarem a capacitação
financeira, bem como o conhecimento dos riscos envolvidos nas suas decisões. Além
disso, precisam ser criados sites específicos, oferecendo informações gratuitas e de
utilidade pública.
• A educação financeira deve começar na escola. É recomendável que as pessoas se
insiram no processo precocemente.
• As instituições financeiras devem ser incentivadas a certificar que os clientes leiam e
compreendam todas as informações disponibilizadas, especificamente, quando forem
relacionadas aos negócios de longo prazo, ou aos serviços financeiros, com
consequências relevantes.
• Os programas de educação financeira devem focar, particularmente, aspectos
importantes do planejamento financeiro pessoal, como a poupança e a aposentadoria, o
endividamento e a contratação de seguros.
• Os programas devem ser orientados para a construção da competência financeira,
adequando-se a grupos específicos, e elaborados da forma mais personalizada
possível.
Nos Estados Unidos, um estudo realizado por Chen e Volpe (1998), analisou a
literatura financeira de 924 faculdades e sua relação com as características de decisões
financeiras de seus estudantes. Os resultados mostraram que os estudantes responderam
corretamente 53% das questões apresentadas, mostrou ainda que os estudantes com menor
nível de informação financeira são mais propensos a ter opiniões erradas e tomar decisões
incorretas sobre o assunto, demonstrando assim que, aqueles estudantes com menor nível de
conhecimento financeiro terão sua capacidade de tomar decisões acertadas prejudicadas.
Tal estudo apontou que há uma falha no sistema de ensino americano relativo à
educação financeira em nível universitário, o que implica na formação de estudantes com má
capacidade de tomar decisões financeiras corretas, seja no âmbito pessoal ou profissional.
Neidermeyer e Neidermeyer (2010) realizaram um estudo junto a 131 instituições de
bacharelado nos Estados Unidos onde verificaram que destas, somente três exigiam o estudo
de planejamento de finanças pessoais. Concluíram assim que aquelas instituições estão
formando uma geração de estudantes despreparados para gerenciar seus próprios assuntos
financeiros ou de outros em potencial, o que ressalta a importância da educação financeira.
Mais ainda, em um estudo realizado por Alves, Silva e Bressan (2012) junto a uma
instituição de ensino superior privada da cidade do Rio de Janeiro, os autores avaliaram o
nível de educação financeira dos discentes do curso de ciências contábeis utilizando-se da
aplicação de uma adaptação do questionário aplicado por Chen e Volpe (1998), e, por meio
deste, concluíram que o nível de educação financeira dos estudantes pesquisados pode ser
considerado baixo, pois os mesmos tiveram um aproveitamento médio de 50% no instrumento
de pesquisa.
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2.1.1 Educação Financeira no Brasil

Com a estabilização da economia brasileira ocorrida nas últimas décadas, os hábitos


financeiros dos brasileiros mudaram, ainda que pouco, passando a ser viável e interessante o
acúmulo de moeda, visando permitir um futuro financeiramente mais tranquilo.
Assaf Neto e Lima (2010, p. 7-8) ao abordarem o tema citam
No mundo de hoje e, principalmente no Brasil, com uma relativa
estabilidade da moeda, as pessoas estão aprendendo a dimensionar o valor
do dinheiro que ganham e, com isso, dar bom uso às eventuais sobras
financeiras que possuem, visando uma melhor comodidade no futuro. Gerir
de forma eficaz os ganhos e as despesas individuais de cada pessoa é o que
se conhece atualmente por finanças pessoais.
Daí infere-se a importância da educação financeira, pois, faz-se necessário saber
poupar, administrar e investir a renda passível de acúmulo, havendo, porém, uma vasta gama
de opções de investimento e também de empréstimos e financiamentos disponíveis no
mercado.
Seguindo uma tendência mundial e recomendações de organismos internacionais
como a ONU e a OCDE, o governo brasileiro, com a finalidade de melhorar o grau de
educação financeira da população brasileira constituiu em novembro de 2007, um grupo de
trabalho com representantes do Banco Central do Brasil (BACEN), da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (SPC) e da
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), para desenvolver uma proposição de
Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), prevendo a promoção de um inventário
nacional de ações e de projetos de Educação Financeira no país, além de uma pesquisa que
mapeie o grau de conhecimento financeiro da população brasileira (ENEF, 2008).
Em agosto de 2008 o governo federal lançou o site da ENEF
(www.vidaedinheiro.gov.br), visando auxiliar na execução da Estratégia, onde disponibiliza
um formulário para cadastramento de ações sobre educação financeira no Brasil com o intuito
de formação de um inventário nacional (ENEF, 2008).
O resultado foi a instituição por meio do Decreto-lei nº 7.397/2010 do Plano Diretor
da ENEF, que contempla em seu conteúdo, além de outros itens, cenários e desafios para a
educação financeira e apresenta propostas de atuação nas escolas e para adultos (ENEF,
2010), contudo, tal documento prima pela flexibilização da abordagem dos conceitos de
educação financeira, sendo completamente vago quanto à conteúdo específico a ser abordado
no ensino deste tema. Por outro lado, o anexo do Plano Diretor, apresenta o documento
Orientações para Educação Financeira nas Escolas, este sim, de modo mais criterioso,
apresenta conteúdo básico recomendado ao devido ensino da educação financeira.
Paralelamente, o BACEN possui um Programa de Educação Financeira (PEF-BC)
visando criar condições para que os indivíduos e a sociedade brasileira possam administrar
seus recursos financeiros de maneira eficiente, oferecendo através de seu site na internet
(<www.bacen.gov.br/?PEF-BC>), materiais educativos relativos a finanças (BACEN, 2014).
A Centralização de Serviços Bancários S. A. (SERASA) publica e distribui em seu
site (<http://www.serasaconsumidor.com.br/educacao-financeira/>) uma série de guias e
manuais sobre legislação, finanças, direitos e deveres dos consumidores (SERASA, 2014).
A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) também disponibiliza em seu site
(<www.bovespa.com.br>) diversos cursos de educação financeira e investimentos. Além
destes, algumas instituições bancárias como Caixa, Itaú e Santander também têm criado e
divulgado materiais de informação e conscientização da população sobre uso consciente do
crédito, importância da previdência privada e investimentos variados.
Savoia, Saito e Santana (2007, p. 1137) citam “[...], a educação financeira não foi
agregada, de maneira oficial, nas grades curriculares e, nas universidades, não se constata uma
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ação efetiva e duradoura”, ao se referirem à mudança da economia brasileira com a recente


estabilização da moeda e o déficit que há na educação financeira existente no país.
É de se reconhecer que existem falhas no processo de educação financeira no Brasil,
no entanto, não se pode permitir que isto desestimule o ensino de assunto tão relevante para a
sociedade moderna.
Em um estudo realizado pelo Instituto Data Popular (2008) para a criação da ENEF,
foi realizado um mapeamento do grau de conhecimento financeiro dos brasileiros. O estudo
concluiu que o nível de educação financeira da população brasileira é baixo, tendo observado
especialmente déficit de conhecimento da população no tocante a poupança e investimentos e,
maus hábitos quanto a consumo (ENEF, 2008).

2.2 Consumo, Poupança e Investimento

Estes três fatores, após a estabilização de nossa economia, adquiriram maior


importância ao passo que estão diretamente ligados a qualidade de vida da população, tendo,
no caso da poupança e do investimento, passado a serem viáveis a todos. Observa-se,
contudo, uma maior produção literária sobre investimentos, vez que a poupança apresenta um
baixo retorno de rendimentos em relação a outras opções de aplicação, sendo inclusive nem
sempre considerada como forma de investimento (ENEF, 2008). Por sua vez, o consumo
possui características comportamentais, sofrendo relevante influência emocional nas decisões
que o determinam. “O consumo consciente responsável e sustentável é aquele que demanda
dos consumidores as atitudes de refletir, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar, que constituem
os 5 Rs recomendados (MMA/MEC/IDEC, 2005)”.

2.2.1 Consumo

“O consumo corresponde à parcela da renda destinada à aquisição de bens e serviços


para a satisfação das necessidades dos indivíduos” (GREMAUD; VASCONCELLOS;
TONETO, 2006).
Alguns hábitos de consumo no Brasil foram enraizados na população em uma época
de altos índices de inflação, de modo que, uma adequada educação financeira em tempos de
moeda estável se faz necessária visando a controlar impulsos consumistas, evitando assim,
decisões erradas de consumo e endividamento. Segundo dados constantes do documento
Pesquisa Nacional do Grau de Educação Financeira da População Brasileira elaborado pelo
Instituto Data Popular e constante do Plano Diretor da ENEF (2008), o termo “consumo” para
a população brasileira significa inclusão, status, e, melhora na autoestima, sendo consideradas
tentações ao consumo as promoções e facilidades no pagamento.
Ainda segundo a pesquisa retro citada a maioria da população entrevistada possui boa
percepção do que é certo ou errado na hora de gastar o dinheiro, contudo, tal percepção é
prejudicada ante a pressão das necessidades e urgências cotidianas, sendo mais prejudicada
nos cidadãos das classes C e D e com menos escolaridade onde a preferência é pelo consumo
imediato, arcando-se com muitas prestações e encargos financeiros ao invés de se economizar
o dinheiro para pagamento à vista, sem os encargos (ENEF, 2008).
Um bom planejamento financeiro leva em conta os desejos e expectativas do
indivíduo, porém, deve fazê-lo enxergar a diferença entre precisar e desejar (HALLES;
SOKOLOWSKI; HILGEMBERG, 2008).
O consumo consciente seja talvez, o fator relativo à educação financeira mais difícil de
ser posto em prática, vez que é influenciado por hábitos culturais, pessoais e sociais. Os
hábitos de consumo mais racionais são ainda dificultados pelo ambiente em que o indivíduo
está inserido, pois, existem cada vez mais na sociedade moderna, pressões para que os
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indivíduos consumam itens desnecessários meramente para se igualarem àqueles que o


cercam.
O consumo, conforme citado por Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006) é
influenciado por alguns fatores como a renda, a riqueza, as taxas de juros de juros e o sistema
financeiro. A renda impacta o consumo ao passo que quanto maior a renda, maior a parcela
desta destinada ao consumo. A riqueza está ligada ao consumo pelo fato que dado um mesmo
nível de renda, tende a consumir mais quem possuir maior riqueza. A taxa de juros relaciona-
se com o consumo, pois quanto maior for a taxa de juros, mais os indivíduos vão querer
poupar hoje, reduzindo assim o consumo presente. Por fim, o sistema financeiro impacta
diretamente no consumo visto que a existência do crédito ao consumidor tende a potencializar
a demanda por bens de consumo duráveis, além do fato de que um sistema financeiro com
bom grau de desenvolvimento também afeta o nível de consumo e poupança face a
possibilidade dos indivíduos poderem transferir e/ou alocar recursos livremente, podendo
aplicar e tomar empréstimos quando quiserem (Gremaud; Vasconcellos; Toneto, 2006).

2.2.2 Poupança

Neidermeyer e Neidermeyer (2010) recomendam obter-se algum ouro para os anos de


cabelos prateados, uma bem humorada alusão à necessidade de se poupar visando à
aposentadoria. Ressaltam que quanto mais cedo se iniciar um fundo de aposentadoria,
menores podem ser as contribuições mensais vez que o poupador se beneficiará com a força
dos rendimentos, pois sua aplicação renderá juros por um prazo mais longo.
Lucci e outros colaboradores (2009, p. 10) concluíram em sua pesquisa que “em
alguns casos, como no exemplo da poupança para aposentadoria, o domínio do conceito não
implica necessariamente em sua aplicação prática, mas pelo menos em uma consciência
quanto à necessidade de prevenção”.
Conforme consta no Anexo do Plano Diretor da ENEF (2008) constatou-se que da
amostra pesquisada, 40% dos entrevistados faz algum tipo de investimento com o dinheiro
que lhes sobra, sendo que, destes, 78% escolhe a poupança como investimento, apesar de esta,
como já citado anteriormente, nem sempre ser considerada como forma de investimento por
seu baixo retorno, sendo utilizada por uma questão de segurança não para multiplicar o
patrimônio, possuindo como vantagens a liquidez e a garantia do governo.
Consta ainda do relatório citado elaborado pelo Instituto Data Popular (ENEF, 2008)
que a poupança é o investimento mais comum no Brasil, bastante popular entre as pessoas
com menor renda familiar e a preferida entre os mais idosos e os de menor escolaridade,
sendo utilizada por 68% dos integrantes das classes A e B e 84% dos integrantes das classes C
e D.
Dentre as características da poupança, são apontadas no estudo acima citado como
principais vantagens deste investimento a não cobrança de taxas, a possibilidade de utilização
deste tipo de conta como uma espécie de conta-corrente, o fornecimento de cartão de débito
que traz segurança e comodidade ao usuário, a não incidência de Imposto de Renda sobre os
rendimentos auferidos, a ausência de risco por ser investimento garantido pelo Fundo
Garantidor de Crédito até o limite de R$ 250.000,00, e, a inexistência de prazo mínimo de
permanência para sacar o dinheiro ali depositado.
A poupança apresenta índices de rendimento considerados baixos quando comparados
a outras aplicações financeiras, contudo, possui retorno garantido, não se devendo ignorar ser
melhor possuir uma reserva rendendo juros baixos do que não possuir nenhuma reserva, seja
para segurança financeira ou outros fins, tais como educação, recreação, dentre outros.
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2.2.3 Investimento

Uma vez garantido contra as incertezas futuras, deve-se desenvolver um plano de


investimentos pessoais. Para tanto o esforço é relativamente simples, deve-se decidir o que se
quer, quando se quer, o quanto custará e estabelecer os passos necessários para se atingir o
objetivo desejado, é o que sugerem Neidermeyer e Neidermeyer (2010).
Investimento é a aplicação de um recurso com a expectativa de recebimento de um
valor futuro superior ao aplicado. O objetivo de investir reside desde a expectativa de
formação de patrimônio até a criação de uma fonte de renda futura. “Poupar é bom para a
conquista da riqueza, e investir é excelente para acelerar seu crescimento” Ferreira (2006, p.
43 apud GOMES e SORATO, 2010, p. 04). Tal afirmação destaca a importância de se
investir corretamente.
Para se analisar corretamente as oportunidades de investimento, que são cada vez mais
variadas, fazem-se necessários alguns conceitos básicos, como o de valor presente que é “o
capital a valor de hoje” segundo Hoji (2009, p.74), o de valor futuro que é o montante,
produzido no futuro, resultante da soma do capital a valor presente acrescido de juros (HOJI,
2009), o de fluxo de caixa que, ainda de acordo com Hoji (2009, p. 76), “é um esquema que
representa as entradas e saídas de caixa ao longo do tempo”, o de taxa interna de retorno que
“é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos e recebimentos, que tem a função de
descontar um valor futuro ou aplicar o fator de juros sobre o valor presente, conforme o caso,
para “trazer” ou “levar” cada valor do fluxo de caixa para uma data focal” conforme conceitua
Hoji (2009, p. 77), e ainda, o de perpetuidade, que ocorre quando o valor principal de uma
operação financeira nunca é liquidado, rendendo juros indefinidamente (HOJI, 2009).
Além dos já citados, deve levar-se ainda em consideração o custo de oportunidade que
segundo Assaf Neto e Lima (2010, p. 9) “é o retorno da melhor alternativa disponível de
investimento que foi rejeitada pela decisão de aplicar os recursos em outra”.
Dentre as possibilidades de investimento, podem ser destacados o investimento em
imóveis, aplicações financeiras, renda fixa, renda variável e previdência pública e privada
como os mais conhecidos e utilizados no Brasil. Martins (2004, p. 73), agrupa as opções de
investimento em quatro grupos básicos, sendo estes: Imóveis, Títulos Públicos de Renda Fixa,
Títulos Privados de Renda Fixa, e, Ações e Derivativos.
Sendo fatores que influenciam diretamente nos investimentos, a inflação e os juros
merecem especial atenção do investidor.

2.3 Inflação e Juros

Estes dois fatores são, talvez, os mais importantes relativos à educação financeira a
serem trabalhados junto à população brasileira, haja vista que a inflação impacta diretamente
sobre o valor do dinheiro, diminuindo seu poder de compra.
É bem verdade que os índices atuais de inflação na casa de 1 dígito são muito menores
que os vivenciados há poucas décadas atrás, porém, ainda são merecedores de atenção quando
consideramos finanças. Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006, p. 116) afirmam que “o
Brasil, nas últimas duas décadas, enfrentou problemas bastante graves ligados à inflação e foi
apenas nos últimos anos que se conseguiu debelar o processo inflacionário”.
Já a correta compreensão dos juros se faz essencial a todos que queiram poupar e/ou
investir, além de influenciar diretamente no consumo, pois as taxas de juros sofrem grande
variação de acordo com o risco e capital investido. Ainda segundo Gremaud, Vasconcellos e
Toneto (2006) devido à sua grande importância enquanto variável econômica, justifica-se a
preocupação dos indivíduos com seu comportamento.
12

2.3.1 Inflação

A inflação pode ser definida, segundo Hoji (2009, p. 51), “[...], como o aumento
generalizado de preços, que provoca a redução do poder aquisitivo da moeda, isto é, com a
mesma quantidade de unidade monetária (dinheiro), passa-se a comprar menos quantidade de
produtos e serviços”.
Definição esta que corrobora o preceituado por Braga (1998, p. 343) onde cita que “a
inflação caracteriza-se por um aumento persistente dos preços em geral, resultando na
contínua perda do poder aquisitivo da moeda”.
No período entre os anos de 1990 a 1994 a inflação chegou a absurdos 764% ao ano
(PORTALBRASIL, 2012). Fato este que tornava o ato de poupar dinheiro impraticável,
fazendo com que as pessoas gastassem tudo o que ganhavam o mais rápido possível, sob pena
de seu dinheiro valer muito pouco no futuro. Logo, não havia como planejar-se
financeiramente com segurança (HALLES; SOKOLOWSKI; HILGEMBERG, 2008).
Atualmente, convivemos com índices anuais de inflação de 1 dígito, em 2013 fechou o
ano com 5,91% (IBGE, 2014), fato que só pode ser possível com a entrada em vigor do plano
real. “A redução e consolidação da inflação em níveis administráveis no Brasil foram
promovidas pelo Plano Real” (FERNANDES, 2006, p. 3). Ainda sobre o assunto, Filgueiras
(2006, p.155) afirma “com relação à inflação, o sucesso do Plano Real foi incontestável, por
qualquer índice de preços que se queira considerar [...]”.
Apesar de permanecer com índices considerados moderados (abaixo de 10% ao ano), a
inflação é uma ameaça ao valor do dinheiro, impactando diretamente sobre seu poder de
compra, merecendo assim, constante atenção. Vale, contudo, ressaltar que “um aumento do
preço de algum bem ou serviço em particular não constitui inflação, que ocorre apenas
quando há um aumento generalizado dos preços” (GREMAUD; VASCONCELLOS;
TONETO, 2006).

2.3.2 Juros

Os juros são a peça-chave em relação às finanças. Eles definem se uma compra é mais
acertada à vista ou a prazo, se o ato de poupar é ou não interessante, e, se um investimento é
mais atrativo que outro. Sua correta compreensão, logo, se faz essencial para decisões
financeiras mais acertadas.
Juro é a remuneração do capital (HOJI, 2009), ou ainda, “a remuneração paga pela
imobilização do capital por um dado período de tempo” (SOUZA, 2009, p. 21). Segundo
Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006, p. 240), “é o que se ganha pela aplicação de recursos
durante determinado período de tempo, ou, alternativamente, aquilo que se paga pela
obtenção de recursos de terceiros”.
Ele compõe a política monetária, que é “a atuação do Banco Central para definir as
condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda, nível da taxa de juros
entre outros” (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO, 2006, p. 220), deste modo, é
utilizado pelo governo como ferramenta de controle econômico e monetário visando regular o
consumo e a poupança da população.
Fernandes (2006, p. 16) ressalta que as taxas de juros prefixadas oferecidas pelos
agentes do Sistema Financeiro Nacional normalmente trazem embutidas expectativas de
inflação.
Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006) citam ainda que as taxas de juros afetam as
decisões de consumo dos indivíduos, as decisões de investimento, a magnitude do déficit
público, o fluxo de recursos externos para a economia, o valor da taxa de câmbio que impacta
13

diretamente na competitividade dos produtos nacionais frente aos estrangeiros, além de outras
variáveis.
As taxas de juros aplicadas no mercado são definidas pelo mercado financeiro com
base na demanda e oferta de capital, além do risco no retorno do capital ofertado, podendo
ainda ser fixas ou flutuantes. As diferentes taxas de juros entre os ativos diferenciam-se
devido ao risco, liquidez e prazo, segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006).
Em suma, o juro é a forma de se convencer o possuidor de um capital a imobilizá-lo
por algum tempo, podendo variar de acordo com a certeza do seu recebimento futuro,
fazendo-se, deste modo, como dito anteriormente, item de compreensão obrigatória a um
correto planejamento financeiro.

2.4 Planejamento Financeiro

Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2007, p. 589-590), “o planejamento financeiro


estabelece o método pelo qual as metas financeiras devem ser atingidas”. Vale ressaltar que
um planejamento financeiro deve sempre buscar angariar recursos para investimento,
objetivando assim um futuro com uma renda ou lastro garantidos.
A definição de metas a serem cumpridas aos doze meses, aos trinta e seis meses e aos
sessenta meses, são importantes, pois são alvos a serem perseguidos, ajudando a manter o
foco no planejamento, segundo recomendam Neidermeyer e Neidermeyer (2010).
Sugere-se economizar e/ou investir tanto quanto possível, mas no mínimo dez por
cento da renda mensal, devendo-se aumentar tal quantia sempre que o ganho progredir, é o
aconselhado em relação a planejamento financeiro por Neidermeyer e Neidermeyer (2010).
Deste modo, um correto planejamento financeiro contribui para a conquista e
mantença do patrimônio adquirido, além de visar o aumento deste, e ainda, uma possível
renda advinda do mesmo. Gomes e Sorato (2010, p. 2) cita que “é fundamental que o ser
humano além de conquistar uma boa remuneração, consiga mantê-la”.
Um item importante em educação financeira e essencial em qualquer planejamento
financeiro é o conceito de valor do dinheiro no tempo formado pelos conceitos supra descritos
em investimento.
Um conceito também importante de se considerar em planejamento financeiro é o de
equivalência de capitais, onde, segundo Hoji, (2009, p. 80) “Dois ou mais valores de datas
diferentes são equivalentes quando, descontados ou atualizados para uma data focal, à mesma
taxa e em condições idênticas, produzem valores iguais”.
Amplamente estudado nos Estudos Unidos da América, o planejamento financeiro
pessoal (Personal Financial Planning – PFP) se estabeleceu como a disciplina relativa a
finanças mais útil para os americanos de modo geral, conforme descrito no artigo elaborado
por Altfest (2004) e publicado na revista American Economist. Altfest (2004) conceitua o
planejamento financeiro pessoal como um método eficiente de preparação para futuras
necessidades financeiras familiares.
Uma atividade muito interessante realizada e sugerida a outras instituições de ensino
superior por Neidermeyer e Neidermeyer (2010) é a de se desenvolver atividades com os
estudantes de modo a fazê-los raciocinar sobre alguns potenciais obstáculos da vida. Fazendo-
os considerar esses obstáculos, os estudantes são questionados sobre como resolveriam alguns
problemas relativos à coabitação, casamento, começo de uma família, começo de um negócio,
lidar com assuntos relativos à morte dos pais e divórcio. Encenando estas situações, os
estudantes são levados a fazer uma pausa e refletir sobre abordagens disponíveis para lidar da
melhor maneira com estes obstáculos. Deste modo, a necessidade para lidar com estes
assuntos de maneira urgente deverá ser facilitada, uma vez que o indivíduo já terá analisado
tais situações com antecedência, auxiliando assim no processo de tomada de decisão.
14

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo ocupou-se em verificar a existência de relações entre algumas


variáveis, caracterizando-se assim como uma pesquisa descritiva, pois, de acordo com Gil
(2008, p. 42), “as pesquisas descritivas tem como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis”.
Já em relação aos procedimentos, este estudo pode ser classificado como uma pesquisa
bibliográfica, survey e documental, vez que foi realizado com embasamento teórico obtido em
livros e artigos científicos, além da aplicação de um questionário aos discentes dos Cursos de
Ciências Contábeis e Administração da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da
Universidade Federal de Uberlândia, e ainda, foi realizada análise das grades curriculares dos
cursos pesquisados buscando identificar o volume de disciplinas relativas a finanças
abordadas nestes cursos.
Fora direcionado a todos os 335 discentes dos cursos de Ciências Contábeis (166) e
Administração (169) da FACIP/UFU regularmente matriculados nas disciplinas onde fora
aplicado o presente instrumento de pesquisa, um questionário baseado no aplicado no estudo
realizado por Alves, Silva e Bressan (2012), este, adaptado do instrumento de pesquisa
testado e aplicado por Chen e Volpe (1998) em seu estudo junto a alunos de instituições de
ensino superior norte-americanas, com questões que requerem conhecimento de fluxo de
caixa, valor do dinheiro no tempo, custo de oportunidade e risco, além de abordar
comportamento dos respondentes, e, questões de caracterização da amostra, visando assim
permitir uma comparabilidade entre estes estudos. Com a aplicação do referido questionário,
buscou-se investigar além das características socioeconômicas dos respondentes, se os
conceitos de decisões financeiras estudadas ao longo dos cursos pesquisados influenciam na
capacidade de decisão dos mesmos sobre assuntos ligados a investimento, poupança,
empréstimos e financiamentos, e, seguridade social.
O questionário, conforme citado anteriormente, fora dirigido a toda a população de
discentes regularmente matriculados nos cursos selecionados, do primeiro ao último semestre
destes cursos, contudo, já ciente da impossibilidade de abranger todos os indivíduos daquela
população, a pesquisa realizada estará assim caracterizada como uma amostra, de acordo com
o definido por Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p. 66): “A pesquisa, porém, é feita com uma
parte representativa da população, denominada amostra, e não com a totalidade dos
indivíduos”. A população foi selecionada por conveniência devido à presença do autor dentro
daquela instituição de ensino.
A coleta de dados caracteriza-se como estruturada, não disfarçada, autoaplicada, pois
foi realizada através da entrega e coleta direta dos questionários aos pesquisados presentes à
instituição nas datas visitadas, o que, conforme preceitua Vieira (2009, p. 18), “os
questionários entregues aos respondentes para que eles mesmos os preencham são
denominados questionários de autoaplicação”. O questionário aplicado apresenta 45
perguntas, baseadas no questionário original, entretanto, apresentou algumas questões
adaptadas à realidade brasileira, abordando os assuntos já descritos anteriormente.
Para a análise estatística e processamento dos dados foi utilizado o software Microsoft
Excel®. Assim, a abordagem do problema tem caráter quantitativo, ao passo que emprega
instrumentos estatísticos tanto na coleta quanto no tratamento dos dados (BEUREN, 2006).
Devidamente processados os dados, foi realizada uma comparação entre os resultados
obtidos na aplicação do instrumento de pesquisa no presente trabalho com os resultados
obtidos por Alves, Silva e Bressan (2012) e Chen e Volpe (1998). Além disto, buscou-se
identificar se o estudo de matérias ligadas à educação financeira ao longo dos cursos
15

pesquisados influencia na capacidade dos discentes de tomarem decisões financeiras mais


acertadas. Verificou-se também, se foi apresentada diferença significante na qualidade das
decisões financeiras tomadas pelos discentes do curso de Ciências Contábeis em relação às
tomadas pelos discentes do curso de Administração no intuito de verificar se algum dos
cursos pesquisados possui discentes mais aptos a tomar melhores decisões financeiras.

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Com o objetivo de permitir uma comparação com os estudos realizados anteriormente


por Alves, Silva e Bressan (2012) e por Chen e Volpe (1998), os dados obtidos neste trabalho
serão agrupados seguindo sistemática semelhante à apresentada pelos referidos trabalhos.
Deste modo, os dados serão divididos em três partes, onde a primeira apresentará os dados
relativos à amostra pesquisada, a segunda analisará os percentuais médios obtidos por
pergunta, segmento e no questionário de modo geral, e, por fim, serão demonstrados os dados
obtidos em relação ao comportamento financeiro dos pesquisados.
Obteve-se, em função do número de alunos presentes às salas de aula no momento da
aplicação dos questionários, um percentual de respondentes de 70,45% (236 discentes, sendo
127 do curso de Ciências Contábeis (76,86%) e 109 do curso de Administração (64,19%)),
percentual este superior ao obtido por Alves, Silva e Bressan (2012) em seu estudo, onde os
mesmos obtiveram um percentual de 69,03%.
A tabela 1, a seguir, traz os dados obtidos em relação à caracterização da amostra e
informações socioeconômicas.
Observa-se que 83,47% dos respondentes da pesquisa possuem até 25 anos de idade,
número bastante superior ao encontrado por Alves, Silva e Bressan (2012) (58,7% até 25 anos
de idade) e também superior ao encontrado por Chen e Volpe (1998) (43,7% entre 18 e 22
anos de idade), porém, diferentemente do observado no estudo realizado por Alves, Silva e
Bressan (2012) onde se obteve um percentual de alunos igual a 60% nos dois primeiros anos
do curso, o percentual de discentes matriculados em todos os períodos é relativamente
equilibrado ao longo do curso na amostra aqui pesquisada, o que harmoniza com o obtido por
Chen e Volpe (1998) onde 53,7% dos pesquisados encontrava-se matriculados nos dois
últimos anos dos cursos por eles analisados.
Apesar disto, a média de remuneração auferida pelos pesquisados concentra-se
(79,24%) na faixa compreendida até 3 salários mínimos, ainda que 24,58% dos pesquisados
possua experiência profissional superior a 4 anos, dado este que harmoniza com o obtido por
Alves, Silva e Bressan (2012) onde 84% da amostra por eles pesquisada possui tal
rendimento, porém completamente oposto ao encontrado por Chen e Volpe (1998) onde
somente 21,7% dos entrevistados possui salários abaixo de US$ 10.000,00 anuais.
Nota-se uma ligeira predominância de discentes do sexo feminino, as quais superam
os do sexo masculino em 17,8%. No estudo americano essa proporção foi de 55,6% de
mulheres e 44,4% de homes, ao passo em que no estudo realizado por Alves, Silva e Bressan
(2012) o percentual obtido foi mais equilibrado com 51,5% de mulheres e 48,5% de homens.
Em consonância com o descrito por Jappelli (2010), 61,44% dos respondentes
afirmaram não possuir conhecimento em finanças anterior ao estudado na universidade, sendo
que, 89,4% autoavaliaram seu conhecimento atual sobre o tema finanças como básico ou
satisfatório.
Surpreendentemente, 11,44% dos pesquisados, alguns inclusive dos últimos períodos
dos cursos analisados, não considera relevante o conhecimento em finanças, o que demonstra
a necessidade de maior esclarecimento quanto à importância do tema aos discentes destes
cursos, diretamente relacionados com o assunto.
16

Observa-se ainda que, dos respondentes que buscam conhecimento sobre finanças em
fontes externas à universidade, sua grande maioria, 59,35% o fazem através da internet, fato
este, talvez, motivado pela grande oferta de informações sobre o assunto disponíveis na rede.
Nota-se ainda que 16,91% dos pesquisados não buscam qualquer outra fonte de informação
externa, fazendo-se necessário um maior incentivo à busca por essas informações.
Tabela 1 - Caracterização da amostra.
Participantes Percentual
1. Faixa Etária
20 anos ou menos 81 34,32%
21-25 anos 116 49,15%
26-30 anos 19 8,05%
31-35 anos 14 5,93%
36 anos ou mais 6 2,54%
2. Sexo
Masculino 97 41,10%
Feminino 139 58,90%
3. Renda bruta mensal
Até 1 salário mínimo 82 34,75%
De 1 a 3 salários mínimos 105 44,49%
De 3 a 5 salários mínimos 30 12,71%
De 5 a 7 salários mínimos 12 5,08%
Mais de 7 salários mínimos 7 2,97%
4. Estágio no curso
1º ano (1º e 2º períodos) 51 21,61%
2º ano (3º e 4º períodos) 42 17,80%
3º ano (5º e 6º períodos) 57 24,15%
4º ano (7º e 8º períodos) 37 15,68%
5º ano (9º e 10º períodos) 49 20,76%
5. Experiência profissional
Nenhuma 44 18,64%
Inferior a 1 ano 41 17,37%
Entre 1 e 2 anos 45 19,07%
Entre 2 e 4 anos 48 20,34%
Acima de 4 anos 58 24,58%
6. Já possuía conhecimento em finanças
Sim 91 38,56%
Não 145 61,44%
7. Autoavaliação do nível de conhecimento financeiro
Não possui nenhum 14 5,93%
Básico 122 51,69%
Satisfatório 89 37,71%
Avançado 8 3,39%
Domina o assunto 3 1,27%
8. Considera relevante o conhecimento em finanças
Sim 209 88,56%
Não 27 11,44%
9. Busca fontes de conhecimento externas à universidade
Livros 26 9,35%
Internet 165 59,35%
Revistas 14 5,04%
Televisão 26 9,35%
Não busca outras fontes 47 16,91%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Os percentuais médios obtidos nas questões que tratam efetivamente sobre conceitos e
conhecimentos em finanças são apresentados nas tabelas 2, 3, 4 e 5, cada uma abrangendo um
17

grupo diferente de questões, selecionadas por tema, devidamente agrupadas no questionário


aplicado.
Seguindo o padrão elaborado por Chen e Volpe (1998), as tabelas 2 a 5 foram
elaboradas agrupando-se os percentuais obtidos em três categorias, baixo (para percentuais de
acerto inferiores a 60%), médio (para percentuais de acerto entre 60% e 80%), e, alto (para
percentuais de acerto acima 80%). Para facilitar a leitura dos resultados, as questões foram
ordenadas nas respectivas tabelas em ordem decrescente, de acordo com os percentuais de
acerto.
Tabela 2 - Percentuais de acerto por perguntas e total do grupo de questões II
Nível de conhecimento de Finanças Pessoais
Baixo (<60%) Médio (60-80%) Alto (>80%)
II. Conhecimentos Gerais
Padrão de Gastos / Gastos Excessivos 80,08%
Liquidez de Ativos 77,12%
Planejamento Financeiro Pessoal (Conceito) 61,86%
Conhecimento sobre Imposto de Renda 60,17%
Cálculo do Patrimônio Líquido Pessoal 47,03%
Importância do Conhecimento de Finanças Pessoais 45,76%
Custos de Aluguel de um Imóvel 36,44%
Reconciliação de Conta Corrente 28,81%
Requisitos para Locação de um Imóvel 13,98%
Média de respostas corretas para o segmento 50,14%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Conforme se observa na tabela 2, na questão relativa a padrão de gastos / gastos
excessivos os respondentes demonstraram um alto percentual de conhecimento, resultado
semelhante ao encontrado por Alves, Silva e Bressan (2012) em seu estudo (83,52%), ambos
superiores ao obtido por Chen e Volpe (1998) de 70,89% na mesma questão.
Das três questões com média de acertos consideradas de médio resultado acima
expostas, somente a que trata do conceito de planejamento financeiro pessoal teve resultado
semelhante ao encontrado por Alves, Silva e Bressan (2012) (61,01%), já no estudo de Chen e
Volpe (1998) esta questão obteve 52,38% de acertos (baixo resultado), no estudo realizado
por estes mesmos autores a questão que trata de liquidez de ativos obteve média de acerto
consideradas de médio resultado (73,48%) e no estudo de Alves, Silva e Bressan (2012) a
média de acertos foi de 88,42% (alto resultado). Já a questão que trata do conhecimento sobre
deduções no imposto de renda sequer consta do resultado apresentado por Alves, Silva e
Bressan (2012), já no estudo de Chen e Volpe (1998) a média de acertos foi de 27,38%
(resultado baixo).
Nas demais questões apresentadas na tabela 2, os baixos resultados estão de acordo
com o encontrado nos estudos de Alves, Silva e Bressan (2012) e destoam do apurado por
Chen e Volpe (1998) nas questões que tratam dos custos e requisitos para locação de imóveis
e na questão que trata da reconciliação bancária.
A média geral obtida neste grupo de questões no presente estudo (50,14%) foi inferior
ao obtido por Alves, Silva e Bressan (2012) com 54,77%, bem como o obtido por Chen e
Volpe (1998) onde o percentual foi de 63,70%.
Na tabela 3 a seguir, estão concentrados os resultados obtidos nas questões relativas a
economias pessoais (poupança), empréstimo e financiamento. A única questão que teve média
de acertos considerada alta foi a questão relativa às consequências de ser fiador de um terceiro
com média de acertos de 88,56%, muito semelhante ao resultado obtido por Alves, Silva e
Bressan (2012) com 89,07%, também única questão do mesmo grupo de questões que obteve
18

média de acertos alta naquele trabalho, sendo que, ambos diferem do levantado por Chen e
Volpe (1998) onde tal questão obteve média de acertos entre os estudantes americanos de
44,7%.
Nas demais questões deste grupo, as principais diferenças entre os três estudos se dão
nas questões relativas ao custo do cheque especial onde no presente estudo a média de
respostas corretas ficou em 39,83% (baixo resultado), no estudo de Alves, Silva e Bressan
(2012) ficou em 45,84% (baixo resultado), já no estudo de Chen e Volpe (1998) a média de
acertos ficou em 63,64% (médio resultado) e Seguro de Depósito onde o presente estudo
obteve média de 15,68% (baixo resultado), Alves, Silva e Bressan (2012) obtiveram um
percentual de respostas acertadas de 17,46% (baixo resultado), e, Chen e Volpe (1998)
obtiveram a média de 69,16% de acertos (médio resultado).
Tabela 3 - Percentuais de acerto por perguntas e total do grupo de questões III
Nível de conhecimento de Finanças Pessoais
Baixo Médio (60- Alto
(<60%) 80%) (>80%)
III. Economias, Empréstimos e Financiamentos
Consequências ao Fiador de Aluguel 88,56%
Fonte de Informação de Inadimplência / Risco de Crédito 68,64%
Como Melhorar Perfil de Crédito 61,86%
Retirada Antecipada de Recursos de Poupança 54,24%
Custo Efetivo de Empréstimo 52,12%
Capitalização de Juros Compostos 47,88%
Retirada Excessiva em Conta / Uso do Cheque Especial 39,83%
Uso do Cartão de Crédito 27,97%
Seguro de Depósito (Conta Poupança) 15,68%
Média de respostas corretas para o segmento 50,75%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Nas questões que exigiam conhecimento sobre seguros de um modo geral, no presente
estudo e naquele conduzido por Alves, Silva e Bressan (2012), nenhuma das questões sobre
este tema obteve média de acertos consideradas alta (>80%), sendo que, no estudo de Chen e
Volpe (1998) somente a questão relativa às características de determinação do valor do
prêmio de seguro automotivo obteve média alta (86,47%).
Nota-se ao observar a tabela 4 a seguir que o assunto seguro é pouco conhecido e/ou
compreendido pelos discentes pesquisados, onde metade das questões aplicadas obteve média
baixa, com médias inferiores inclusive a 40%. Resultado que acompanha o levantado por
Alves, Silva e Bressan (2012) e por Chen e Volpe (1998) onde também, em ambos os estudos,
a maioria das questões obteve média de acertos considerada baixa.
A questão menos conhecida dos pesquisados é a que trata da resolução de conflitos
sobre seguros, a qual abarcava vários órgãos governamentais responsáveis pela solução de
conflitos relacionados ao tema e que possuía somente uma opção inválida para tal resolução,
tendo sido obtida uma média de acertos no presente estudo de 28,81%. A mesma questão
também foi a menos acertada no tema seguros no estudo conduzido por Alves, Silva e
Bressan (2012) com média de acertos de 53,34%, percentual próximo do obtido por Chen e
Volpe (1998) com 48,70%.
Vale ressaltar que a média geral obtida no grupo de questões no presente estudo ficou
consideravelmente abaixo dos demais, pois, a média obtida foi de 48,59% contra 58,97% no
estudo de Alves, Silva e Bressan (2012) e 59,24% no estudo de Chen e Volpe (1998).
19

Tabela 4 - Percentuais de acerto por perguntas e total do grupo de questões IV


Nível de conhecimento de Finanças Pessoais
Baixo (<60%) Médio (60-80%) Alto (>80%)
IV. Seguros
Determinação do Prêmio de Seguro de Carro 64,41%
Razão para Adquirir Seguro 63,14%
Características de Seguro de Vida 56,78%
Características de Seguro Residencial 39,41%
Razão para Adquirir Plano de Saúde 38,98%
Resolução de Conflitos sobre Seguros 28,81%
Média de respostas corretas para o segmento 48,59%
Fonte: Elaborada pelo autor.
No último grupo de questões do presente estudo cujas respostas podem ser avaliadas
como corretas ou incorretas, o grupo investimentos, ficou evidenciado conforme o resultado
apresentado na tabela 5 que, apesar de haver grande diversidade de fontes de informações
sobre o tema, seja em livros, revistas, internet, televisão e outros meios, o assunto não é de
domínio dos pesquisados, ainda que a pesquisa tenha sido realizada com discentes de cursos
que possuem relação com investimentos.
Todas as questões deste grupo obtiveram média de acertos consideradas baixas, com
média geral de 30,27%, resultado semelhante ao obtido por Alves, Silva e Bressan (2012)
onde o mesmo grupo de questões também obteve todas as médias de respostas consideradas
baixas, chegando-se uma média geral de 30,86%, resultados estes que se assemelham ao
encontrado por Chen e Volpe (1998) onde obtiveram uma média geral neste grupo de 40,37%,
também obtendo média de respostas corretas em todas as questões classificadas como baixa.
Tabela 5 - Percentuais de acerto por perguntas e total do grupo de questões V
Nível de conhecimento de Finanças Pessoais
Baixo Médio (60- Alto
(<60%) 80%) (>80%)
V. Investimentos
Estratégia de Custo Médio de Ações 44,07%
Perfis de Aversão ao Risco 42,80%
Retorno de Fundos de Investimento 37,71%
Mudança em Taxas de Juros e Preços de Títulos Públicos 28,81%
Taxas de Câmbio / Fundo Cambial 26,27%
Direitos / Atuação do Cotista de Fundo de Investimento 18,22%
Vantagens de um Clube de Investimento 13,98%
Média de respostas corretas para o segmento 30,27%
Fonte: Elaborada pelo autor.
O resultado geral obtido no questionário aplicado no presente estudo foi de 44,94% de
respostas corretas considerando-se a média de acertos por grupos, resultado que pode ser
considerado baixo, conforme demonstrado na tabela 6 a seguir. Este resultado foi inferior ao
obtido por Alves, Silva e Bressan (2012) onde estes obtiveram um percentual médio de
respostas corretas por grupo de questões igual a 50,12%, e, é inferior também ao obtido por
Chen e Volpe (1998) com 52,87% de respostas corretas.
20

Tabela 6 - Percentuais de acerto por Grupo de Questões e Média Geral


Média obtida por grupo
Baixo (<60%) Médio (60-80%) Alto (>80%)
Grupo de Questões
II. Conhecimentos Gerais 50,14%
III. Economias, Empréstimos e Financiamentos 50,75%
IV. Seguros 48,59%
V. Investimentos 30,27%
Média Geral obtida 44,94%
Fonte: Elaborada pelo autor.
As respostas do último grupo de questões, relativo a opiniões e decisões pessoais em
relação a finanças, podem ser analisadas como mais acertadas ou indevidas, porém, não
podem ser classificados como corretas ou incorretas por se tratarem de opiniões pessoais.
Na questão que tratava sobre qual a melhor forma de se assegurar uma reserva para
aposentadoria a ser atingida em 20 anos, a maioria dos respondentes optaria por investir seu
capital em títulos públicos de longo prazo, o que demonstra possuírem baixa aceitação de
risco e conhecimento deste tipo de aplicação. A segunda opção mais escolhida foi guardar o
dinheiro em uma poupança, reforçando a ideia de que este é o principal tipo de investimento
do brasileiro, seja por sua segurança, seja por desconhecimento de outros tipos de
investimento. Um detalhe curioso nas respostas obtidas nesta questão foi que 5,98% dos
pesquisados optariam por guardar seu dinheiro em um cofre de banco, o que demonstra
aversão a riscos de investimento, porém, demonstra também, desconhecimento sobre inflação
e os tipos de investimento e a segurança oferecida por eles, pois, se imaginarmos um
montante guardado sem qualquer tipo de correção monetária sofrendo os impactos da inflação
pelo período de 20 anos, tal montante perderá a maior parte de seu poder de compra, se não
todo.
Na questão que indagava ao pesquisado qual seria a utilização dada por ele caso
recebesse um considerável bônus em dinheiro, 87,18% optariam por investi-lo e/ou saldar
suas dívidas atuais, sendo que, somente 12,82% afirmaram que sucumbiriam às tentações do
consumo imediato, dado que revela certa maturidade financeira.
Nas questões seguintes que tratavam de registros financeiros, 21,37% dos
respondentes afirmaram não manter nenhum registro financeiro, e, 21,03% afirmaram não
fazer qualquer tipo de orçamento pessoal, decisão possivelmente relacionada com o fato de
83,47% dos pesquisados possuírem idade de no máximo 25 anos, conforme citado por Alves,
Silva e Bressan (2012) “fato que faz com muitos estejam em um estágio da vida profissional
no qual a renda é suficiente apenas para cobrir despesas pessoais e aspectos ligados a
investimentos não façam parte da rotina”.
Nas questões relativas a opiniões pessoais, a maioria dos respondentes considera
importante ou muito importante manter registros financeiros adequados, gastar menos do que
a renda obtida, planejar e implementar um programa de investimentos, manter uma cobertura
por meio de seguros, dentre outras decisões.
Analisando-se brevemente os componentes curriculares de ambos os cursos
pesquisados, pode-se observar que ambos os cursos possuem 14 matérias relacionadas ao
tema finanças, distribuídas ao longo dos 10 semestres de ambos os cursos.
Passando ao segundo objetivo deste estudo, pode-se verificar pelo gráfico 1 a seguir
que, à exceção dos discentes dos 4º períodos de ambos os cursos pesquisados, os discentes
dos demais períodos melhoram seus níveis de resposta ao instrumento de pesquisa à medida
que progridem em seus cursos.
21

Gráfico 1 – Desempenho obtido por Período e Curso

Fonte: Elaborado pelo autor.


Observa-se também no gráfico acima que os discentes dos últimos períodos de ambos
os cursos pesquisados obtiveram resultados muito semelhantes, eliminando ao longo de seus
cursos, diferenças apresentadas pelos períodos anteriores.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve por objetivos levantar a qualidade das decisões financeiras
tomadas por discentes dos cursos de Ciências Contábeis e Administração da Faculdade de
Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia, analisando seu grau de
educação financeira, além de avaliar se o nível das decisões tomadas por estes discente
melhora ao passo que os mesmos progridem em seus cursos. Além disso, buscou-se verificar
se há diferença considerável nos resultados finais obtidos por ambos os cursos. Ainda, foi
realizada uma comparação dos resultados obtidos no presente estudo com os obtidos por
Alves, Silva e Bressan (2012) em seu estudo junto a discentes do curso de Ciências Contábeis
de uma Instituição de Ensino Superior privada na cidade do Rio de Janeiro, e, com o estudo
realizado Chen e Volpe (1998) junto a alunos de instituições de ensino superior norte-
americanas, sendo que, para tanto fora utilizado neste estudo um instrumento de pesquisa
similar ao utilizado nos estudos citados.
Os resultados obtidos demonstraram que os pesquisados, de uma forma geral, possuem
conhecimento insatisfatório de finanças, vez que a pontuação média obtida nos itens
pesquisados limitou-se a pouco mais de 50%. Contudo, este resultado coaduna com o obtido
nos estudos de Alves, Silva e Bressan (2012) e Chen e Volpe (1998) onde os mesmos também
obtiveram médias semelhantes, ressaltando-se, que em todos os três estudos, o menor nível de
conhecimento dos pesquisados foi no assunto investimentos, onde, as médias nacionais
ficaram próximas a 30% e no estudo americano próxima a 40%.
Tal similaridade, no entanto, não ameniza o fato de que os discentes de ambos os
cursos demonstraram não dominar conceitos básicos de juros, inflação, poupança, seguros e
investimentos, os quais poderiam ser facilmente obtidos nos mais diversos meios de
comunicação atualmente existentes, amplamente divulgados.
Vale ressaltar que, apesar do nível de conhecimento apresentado pelos respondentes
ser inadequado, ficou demonstrado que este evolui ao passo que os mesmos têm maior
contato com matérias ligadas a finanças ao longo de seus cursos, demonstrado assim, a
importância do ensino destas disciplinas.
22

Faz-se necessário um estudo dos componentes curriculares dos cursos analisados no


intuito de verificar-se se os conceitos exigidos neste estudo constam dos mesmos e se estão
sendo devidamente ministrados aos discentes, pois, o nível de educação financeira por estes
apresentados é inadequado ao gerenciamento de finanças pessoais e mais inadequado ainda a
futuros gestores.

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