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Anais do V Congresso da ANPTECRE

“Religião, Direitos Humanos e Laicidade”


ISSN:2175-9685

Licenciado sob uma Licença


Creative Commons

KIERKEGAARD: UM MÍTICO NA ANGÚSTIA


José Rodrigo Gomes de Sousa
Graduado em Filosofia
Universidade Federal da Paraíba
gomez20souza@gmail.com

ST 13 – RELIGIÃO, MÍSTICA E POÉTICA

Resumo: A mística pode ser entendida como uma forma superior que o indivíduo se encontra numa “experiência
transracional”, que o eleva ao mais alto nível de conhecimento. Em um sentido geral, como uma procura do indivíduo
que tenta superar o estado no qual se encontra, é uma forma que os espíritos solitários se utilizam para ter um
encontro com o ser divino. Ainda consta que, os místicos têm a sensação de sentir Deus, sem que haja nenhuma
intermediação. O seu contato com a divindade é único e imediato, e a experiência mística do sujeito é particular, não
pode ser partilhada. Sören Kierkegaard por ter tido uma formação cristã protestante rígida, sem dúvidas, essa
formação o marcou profundamente ao longo de sua vida, procurou em certo sentido se manter cada vez mais
próximo de seu Deus, o que fez com que o mesmo tivesse divergências com o cristianismo protestante de sua
época. Para Kierkegaard, Deus seria um amo que ele não é e também seria um estribilho celestial que se faz
apaziguar. Kierkegaard entende que Deus pode ser encontrado no indivíduo e não na multidão, a multidão seria uma
mentira com vista a um plano terreno. E para se chegar a Deus é necessário que alguém guie o caminho, mas o guia
tem por dever saber mais do que aquele que é guiado, senão, o mestre apenas atrapalha o crescimento espiritual
daquele que já está em um estado mais avançado, neste sentido, o mestre quando percebe que o discípulo não
precisa mais de suas orientações deve deixá-lo que o mesmo siga o próprio caminho. Ao fazer uma leitura da obra
kierkegaardiana é possível identificar nos textos certos traços de misticismo no pensamento do presente autor.
Assim, o objetivo da presente pesquisa consiste em analisar e expor que Kierkegaard tem uma percepção mística
acerca da religião. O método que é empregado consiste numa abordagem teórico-bibliográfica acerca do
pensamento do filósofo dinamarquês, em especial, no que concerne a possibilidade de uma leitura mística dos seus
textos. Com a análise feita em relação ao pensamento de Kierkegaard se pode perceber que o mesmo possui uma
mística que está imbrincada em seu pensamento. Ao analisar a conjectura da obra kierkegaardiana, fica em
evidência que nelas existe uma expressão mística. A angústia toma boa parte de sua obra, ela é o pano de fundo. É
na angústia que Kierkegaard traz à luz respostas a seus questionamentos e é na angústia que se dá o salto
qualitativo, o salto para a fé.

Palavras-chave: Mística. Angústia. Salto Qualitativo. Religião.

Anais do Congresso ANPTECRE, v. 05, 2015, p. ST1307


A mística em seu sentido original significa uma experiência que o indivíduo tem
em nível superior, num elevado em relação às várias experiências que se tem no
cotidiano de característica religiosa. A experiência mística se configura como algo que
está “no plano transracional” (VAZ, 2009, p. 10), algo que está para além da razão que
leva o indivíduo a uma realidade transcendente. Assim, a experiência mística se dá a
partir de quando se cessa o discurso racional e o mesmo converge para uma
experiência com o Absoluto. O ser místico constitui, de certa forma, um encontrar-se
com um outro absoluto e nesse encontrar há o que pode se chamar de experiência com
o Sagrado.
O heroísmo de Kierkegaard se constitui a partir de que o mesmo tenta criar as
diversas formas de se viver, tendo a vida como a criadora dessas formas de viver a vida
e, por conseguinte, ele levou até o fim o seu modo de existir. E sua tragédia pessoal
fora talvez ter desejado algo que não pudesse vivenciar. Dessa tragédia pessoal pode
surgir o que se pode chamar de angústia.
Desde pequeno sofrera influência considerável do pai no que diz respeito a uma
devoção extremamente pietista. Kierkegaard ao ir contra o sistema hegeliano, que tinha
influência até dentro da teologia protestante e como também em uma boa parcela da
sociedade intelectual da Dinamarca, entra em conflito com o protestantismo de sua
época. Ele entende que o sistema hegeliano ignora a existência concreta do indivíduo,
a subjetividade. “A filosofia de Hegel opunha-se ao desejo intelectual mais profundo de
Kierkegaard: ‘uma verdade que seja verdadeira para mim’ ou ‘a ideia pela qual eu
posso viver e morrer. Kierkegaard sentia que a Igreja luterana estava por demais
burocratizada e afastada da religiosidade interior, que considerava essencial para o
verdadeiro cristão”. (KIERKEGAARD, 1979, p. 11-12).

Kierkegaard, porém, não pensava no Hegel de 1807 (data da


publicação da Fenomenologia do Espírito), mas no Hegel do fim
da vida, aquele que tratava a história como desenvolvimento
visível de uma lógica, na qual a experiência individual da vida
humana subordina-se à vida das próprias ideias. Assim,
Kierkegaard combateu a filosofia hegeliana como um sistema que
escraviza a existência humana de todo o caráter concreto,

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dissolvendo-a em puros conceitos racionais. (KIERKEGAARD,
1979, p. 16).

Deste modo, a perspectiva de Kierkegaard é de que seja qualquer “esquema


particular de conceitos constitui apenas uma possibilidade entre outras, cuja,
concretização não depende dos próprios conceitos, mas do indivíduo” (KIERKEGAARD,
1979, p. 16). Assim, o filósofo dinamarquês faz a afirmativa pelo particular, pelo
indivíduo. Ao fazer uma análise do ético e do estético, Kierkegaard identifica que o ser
estético está na busca de novidades, o que implica em atingir o estado de desespero,
que, necessariamente, é a última instância que se consegue chegar. Desse desespero
que é gerado pela angústia o indivíduo tem duas possibilidades, a de saltar para a
morte ou a de saltar para fé. Isso fica bem claro na narrativa da história de Abraão e
Isaac, na qual ele se utiliza para demonstrar a questão do salto qualitativo.

Mas Abraão acreditou sem jamais duvidar. Acreditou no absurdo.


Se tivesse duvidado, agiria de outro modo, teria mesmo realizado
um ato magnífico. Acaso poderia ter feito outra coisa? Dirigir-se-ia
à montanha de Morija; partido a lenha, teria acendido a pira,
puxado da faca e gritado assim a Deus: não menosprezes este
meu sacrifício; de todos os meus bens não é este o mais precioso,
bem o sei; que significa de fato a vida de um velho em
comparação com a do filho da promessa? Mas é o melhor que lhe
posso oferecer-te. Faze com que Isaac nunca de tal se aperceba
para que a juventude o conforte. Depois enterraria a faca no
próprio peito. O mundo tê-lo-ia admirado e nunca o seu nome
seria esquecido; mas uma coisa é suscita justa admiração e outra
ser a estrela que guia e salva o angustiado. Mas Abraão acreditou.
(KIERKEGAARD, 1979, p. 120).

Abraão fica angustiado diante dá prova de fé que Deus faz perante ele e o
mesmo tem duas possibilidade, ele decide acreditar e saltar, e salta para a fé. Portanto,
Abraão passa da conduta ética para a religiosa, pois o mesmo em vias de cometer um
crime acredita e aceita a exigência divina de sacrificar o seu único filho. Neste caso, se
diz que Abraão saltou para fé.

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Nesta perspectiva, fica claro que para Kierkegaard é preciso que se tenha uma
vivência autêntica e profunda do cristianismo que está pautada na certeza da fé. Por
outro lado, essa certeza é incerteza no que constitui a objetividade, pois a mesma pode
dá um ar tanto de paradoxo como de extremo absurdo. A fé diante do caráter ético se
torna absurda e incompreensível, neste caráter absurdo a razão é posta de lado que,
por seguinte, dá “lugar à suplica e até mesmo à imprecação” (KIERKEGAARD, 1979, p.
22).
De certa forma, Kierkegaard fora angustiado desde que começou a compreender
o sentido de existir. A angústia ao longo de sua vida se torna um tema que é levado a
sério em suas obras e a mesma, por assim dizer, se torna como que um pano de fundo,
é a partir da angústia que o filósofo dinamarquês pode ser considerado como um
místico, não um místico na forma de Mestre Eckhart, porém um místico na angústia.
Mas quem é Deus e de que forma Ele se apresenta? Kierkegaard o identifica da
seguinte maneira:

Substancialmente, tenho vivido como um escrevente em seu


escritório. Desde o princípio tenho sido como se estivesse preso e
em cada instante tenho percebi que não era eu quem interpretava
o papel de amo, senão que outro era o Amo. Tenho percebido
esse fato com medo e tremor, quando Ele me tem feito sentir Sua
onipotência e minha nulidade; o tenho percebido com indescritível
felicidade quando tenho me voltado para Ele e tenho feito meu
trabalho com obediência incondicional. (KIERKEGAARD, 1972,
89).

Assim, Deus se apresenta para Kierkegaard como um amo do qual sente medo,
mas esse medo que ele sente consistiria mais precisamente em um espanto, um
espanto que o indivíduo sente diante da estranheza de perceber a sua nulidade, a sua
finitude. Assim, Deus é esse amo que Kierkegaard reconhece não ser. Ao reconhecer a
sua nulidade Kierkegaard se coloca em seu lugar de origem, coloca-se na condição de
servo. Neste caso, ao se pôr nessa condição o filósofo dinamarquês entende o seu
caráter de finitude.
Deus também se apresenta para o filósofo de Copenhague como um Estribilho

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celestial, que tem a capacidade de aquietar o coração, Ele é uma brisa suave que tudo
apazigua, é o sopro que ao se dirigir a partir do carvalho ruma a eterna morada.

O critério ei-lo: a Deus tudo é possível. Verdade de sempre,


portanto de qualquer instante. É um estribilho cotidiano, e que
todos usam sem pensar no que significa, mas a expressão só é
decisiva para o homem que esgotou todas as possibilidades, e
quando nenhum outro possível humano subsiste.
(KIERKEGAARD, 2010, p. 55).

Tomando a perspectiva de que Kierkegaard identifica Deus como um Amo e


também como um Estribilho, uma suave brisa que apazigua, faz-se necessário
identificar onde se encontra Deus. Para o filósofo dinamarquês Deus está
indubitavelmente no indivíduo. Desse modo, é na categoria do indivíduo, do individual
que Deus está e não na multidão. A multidão se configura numa mentira.

Portanto, onde há uma multidão, uma multidão, ou onde o


significado decisivo está unido ao fato de que há uma multidão, é
certo que ali ninguém está trabalhando, vivendo, esforçando-se,
para alcançar a mais alta meta, mas somente por uma ou outra
meta terrena, já que só é possível trabalhar a meta eterna e
decisiva onde há um, e se este uno que todos podemos ser é
permitir a Deus que nos ajude; a “multidão” é a mentira. Uma
multidão – não esta ou aquela multidão, a multidão que vive agora
ou faz tempo que murmurou, uma multidão de gente humilde ou
de gente superior, de ricos ou de pobres, etc. –, uma multidão é,
em seu mesmo conceito, a mentira, porque faz o indivíduo
completamente impotente e irresponsável ao reduzi-lo a uma
fração. (KIERKEGAARD, 1972, p. 128-129).

Ao identificar o homem como espírito Kierkegaard afirma que o eu é o espírito.


Assim, o eu consiste em uma relação que não pode ser estabelecida com qualquer
coisa fora de si, mas dentro de si. É a partir desse eu que o sujeito pode se dirigir,
seguir para uma relação com a própria interioridade. Essa relação do eu com si próprio
é um voltar a si, conhecer a si mesmo na sua interioridade.
“O individual é a categoria através da qual, no que diz respeita a religião, toda a
história, a raça humana em seu conjunto, deve passar” (KIERKEGAARD, 1972, p. 142).
Neste sentido, é na categoria do indivíduo que Kierkegaard vê a possibilidade dos
homens se converterem, da mesma forma que Sócrates utilizou a categoria do

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indivíduo para dissolver o paganismo, Kierkegaard entende que é por aí que se passa
todo aporte que o indivíduo necessita para encontra a Deus e a si mesmo.
Observando que Deus pode ser encontrado no indivíduo na concepção
kierkegaardiana surge uma outra questão: De que forma se pode chegar a Deus?
Assim, na visão do filósofo dinamarquês, ele afirma que a arte para ajudar os demais
consiste em não ser empecilho para o outro. A medida que um mestre se propõe a
ajudar o seu discípulo este tem que ser humilde, pois a partir de que o discípulo se
eleva a um grau maior que o mestre, ele deve deixar o mesmo seguir o seu próprio
caminho, do contrário, ele age de forma egoísta “é perfeitamente certo (por mencionar o
mais alto exemplo) que a Verdade mesma, Jesus Cristo, teve discípulos; e (por
mencionar um exemplo humano) que Sócrates teve discípulos” (KIERKEGAARD, 1972,
p. 150). Neste sentido, uma hora dedica, vivida para a eternidade é uma forma de
também se chegar a Deus. Portanto, para se chegar a Deus é necessário seguir um
caminho reto, e o mestre não pode ser empecilho para o discípulo.
De forma simplista, é inegável que dentro da perspectiva do pensamento
kierkegaardiano há um certo teor de mística no mesmo. A partir de que se pode verificar
a possibilidade de identificar dentro do pensamento do pensador de Copenhague
algumas alusões a respeito de Deus, fica impossível de não ter uma leitura mística de
suas obras.
Todo o pensamento de Kierkegaard possui um pano de fundo, no qual se pode
constatar o seu pensamento místico. A angústia perpassa todas as suas obras, é nela
que ele entende a perspectiva da existência. Na sua obra O desespero humano,
Kierkegaard se questiona se “o desespero será uma vantagem ou uma imperefeição?”
(KIERKEGAARD, 2010, p. 27), nas palavras do autor sofrer do desespero seria uma
vantagem pois “sofrer um mal destes coloca-nos acima do animal, progresso que nos
distingue muito mais do que caminhar em pé, sinal da nossa verticalidade infinita ou
nossa espiritualidade sublime” (KIERKEGAARD, 2010, p. 27).
Em O conceito de angústia, Kierkegaard define a angústia em um primeiro
momento como gerada pelo pecado original, neste caso, Adão teria se angustiado
diante de sua queda, diante de seu pecado, a desobediência. Já em outro momento ele
identifica que a angústia seria “o último estado psicológico do qual brota o pecado com
o salto qualitativo” (KIERKEGAARD, 1982, p. 116).
Na obra Temor e Tremor, Kierkegaard faz um longo elogio à Abraão, pois o
mesmo teria dado um salto para fé e não para a morte. Abraão tinha duas
possibilidades, mas resolveu acreditar mesmo que tudo parece absurdo, angustiou-se
como a proposta feita por seu Deus. Poderia ter se negado a fazer o sacrifício, porém,
acreditou demasiadamente, não contestou nenhuma palavra, apenas consentiu,
obedeceu e segui para o monte Morija. Abraão possuía uma intima relação com Deus
não precisou de intermediadores, por isso pode acreditar, pode confiar nas palavras

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que lhes foram proferidas. Contudo, pode-se imaginar que o interior de Abraão se
despedaçava, ele se angustiou, por um momento teria ele se desesperado? Talvez sim,
no entanto, teve fé.

Assim, a fé é o ardor íntimo totalmente irredutível a uma crença


que vai desfiando seus complemento de objetos diretos
destinados à exterioridade onde o espírito permanece estranho a
si mesmo. A certeza interior, certeza existencial, não objetiva, é
própria da fé que é precompreensão não conceitual da própria lei
do devir da criatura. A fé é paixão perseverante da existência no
tempo. (FARAGO, 2009, p. 173).

Abraão não enxergou a Deus como os olhos humanos, mas com os olhos da fé.
Se por um instante ele tivesse enxergado Deus com os olhos da carne, ele teria
duvidado de sua condição e teria recuado diante das palavras que lhe foram
pronunciadas. Assim, a fé pode ser considerada como uma forma pela qual o indivíduo
tende a conhecer o absoluto, mas esse absoluto não consta fora, pelo contrário, está
“no coração da consciência do infinito” (FARAGO, 2009, p. 159).
De certa maneira, é possível identificar Kierkegaard como um místico, contudo,
um místico na angústia, pois ao vê na angústia um modo pelo qual o homem pode se
auto identificar consigo mesmo. A angústia revela assim a condição na qual o homem
se encontra, a de finitude e por meio dessa finitude procura atingir o infinito. Heidegger
não estaria menos certo em afirmar que o homem é um ser-aí, um ser jogado no
mundo, porém, em Kierkagaard esse homem tem uma saída, saltar, fazer o salto
qualitativo.

O desespero condensa-se à proporção da consciência do eu; mas


o eu condensa-se à proporção da sua medida, e, quanto esta
medida é Deus, infinitamente. O eu aumenta com a ideia de Deus,
e reciprocamente a ideia de Deus aumenta com o eu. Só a
consciência estar perante Deus faz nosso eu concreto, individual,
um eu infinito. (KIERKEGAARD, 2009, p. 105).

Nesta perspectiva, Kierkegaard identifica que o eu, o indivíduo como


subjetividade possui de certa forma uma inter-relação com Deus. Assim, ao propor que
o desespero em sua condensação é capaz de indicar ao indivíduo tanto uma
consciência de si mesmo quanto de Deus é possível assim identificar um traço místico
na ótica kierkegaardiana. Desse modo, Kierkegaard não é um místico da estirpe de
João da Cruz, Tereza D’ Ávila ou um mestre Eckhart, ou mesmo como os místicos
ascetas que viviam no deserto.

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Por outro lado, é possível sim identificar nas suas obras uma mística que está
arraigada à existência. A mística que pode ser identificada em Kierkegaard está sob um
caráter crucial da vivência humana. O homem que se angustia está propenso a voltar
para o interior de si mesmo e nesse voltar a si na perspectiva kierkegaardiana ele tende
a encontrar Deus. “O seu próprio crescimento de intensidade aproxima, em certo
sentido, este desespero da salvação. Porque a sua própria profundidade o salva do
esquecimento; não se cicatrizando, ele salvaguarda a cada instante uma possibilidade
de salvação” (KIERKEGAARD, 2009, p. 84). Assim, é na angústia, no desespero que
há possibilidade de salvação. Desse modo, Kierkegaard dá uma vertente, um caminho
pelo qual se pode seguir e atingir a Deus, por meio da angústia. E é por meio dela que
se dá o salto qualitativo, salta-se para a fé.

Referenciais

FARAGO, France. Compreender Kierkegaard. Tradução Ephraim F. Alves. Petrópolis:


Vozes, 2009.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Tradução de Marcia Sá Calvacante Schuback. 15.


ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

KIERKEGAARD, Soren. Mi pounto de vista. Tradução de José Miguel Veloso. Buenos


Aires: Aguilar, 1972.

______. El conncepto de la angustia. 2. ed. Madrid: Espasa-Calpes, 1982.

______. O desespero humano. Tradução de Adolfo Casais Monteiro. São Paulo:


Unesp, 2010.

______ Temor e tremor. Tradução de Maria José Marinho. São Paulo: Abril Cultural,
1979.

VAZ, Henrique C. de Lima. Experiência mística e filosofia na tradição ocidental. 2.ed.


São Paulo: Loyola, 2009.

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