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APOSTILA
PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL
X) PROCESSOS COMBINADOS
• Planta de gás de San Alberto - Bolívia
• Unidade de processamento de gás da UEGA – Araucária PR
ANEXOS:
Introdução:
No Brasil, embora o consumo venha se expandindo, este energético possui uma participação
ainda limitada na matriz energética do país. Porém, as recentes descobertas de gás
realizadas no Brasil, principalmente na Bacia de Santos, litoral da Bahia e do Espírito Santo,
abrem uma nova dimensão mais otimista para o gás natural no cenário nacional. Tais
descobertas têm grande potencial para atrair capital estrangeiro e ampliar toda a área de
infra-estrutura de processamento, transporte e distribuição de gás, fortalecendo a
participação do gás no desenvolvimento da indústria brasileira e fomentando
significativamente o nosso emergente mercado de gás natural.
Embora o gás natural tenha ainda uma participação modesta na matriz energética nacional,
contribuindo com cerca 9% apenas, a demanda tem aumentado a um ritmo de mais de 20%
ao ano, evidenciando que, se houver gás suficiente para suprir o mercado no futuro, essa
participação será o dobro já nos primeiros anos da próxima década. É fato que a indústria
nacional tem hoje um potencial para consumir cerca de 100 milhões de metros cúbicos por
dia.
Definições usuais:
- Gás natural: Conforme a definição estabelecida na Lei nº 9.478/97, gás natural é a porção
do petróleo que existe na fase gasosa ou em solução no óleo, nas condições originais do
reservatório, e que permanece no estado gasoso nas condições atmosféricas de pressão e
temperatura.
- Gás associado: É considerado gás associado, todo gás natural existente nos reservatórios,
em que o plano de explotação prevê a produção de óleo como principal energético,
reservatórios estes considerados como produtores de óleo.
- Gás não associado: É considerado não associado, todo gás natural existente nos
reservatórios, em que o plano de explotação prevê a produção de gás como principal
energético, reservatórios estes, considerados como produtores de gás.
Esta é a função da química orgânica cujos componentes são formados por moléculas
compostas unicamente por átomos de carbono e hidrogênio. Podem possuir moléculas de
cadeias abertas ou fechadas, saturadas ou insaturadas. A função é dividida em famílias, as
quais apresentam características bem definidas que identificam seus componentes.
Dentre as famílias de hidrocarboneto existentes, sem dúvida a mais importante para o estudo
e compreensão do gás natural é a família dos alcanos. Todos os componentes
representativos do gás natural pertencem a esta família.
O gás natural é constituído por moléculas de baixa massa molar da função hidrocarboneto,
basicamente pertencentes à família dos alcanos. É comum identificarmos até o icosano (C20)
na cromatografia de um gás natural típico.
A fase de não hidrocarbonetos (contaminantes) pode ser classificada segundo três tipos
básicos:
- Inertes: Possuem como características principais o fato de não apresentarem
reatividade química com os compostos e materiais da unidade, como o composto
Nitrogênio;
- Vapor d’água: A sua presença deve ser limitada no gás exportado, uma vez que
teores elevados contribuem para a ocorrência de formação de hidratos e corrosão;
- Gases ácidos: Assim são chamados, por formarem uma solução de características
ácidas quando na presença de água, como o gás carbônico, gás sulfídrico e demais
compostos de enxofre (sulfeto de carbonila e dissulfeto de carbono).
• Gás natural possui energia, apresentando poder calorífico superior a 9400 kcal/m 3;
• Gás natural apresenta estabilidade de chama, tornando-se inflamável entre os
limites de 5 a 15 % de gás em mistura com ar atmosférico;
• Possui temperatura de ignição entre 593 e 704 ºC, portanto bem acima da
temperatura ambiente;
• Gás natural é mais leve que o ar, por isso se dispersa rapidamente quando
liberado;
• Isento de enxofre, vanádio e sódio, garante a ausência de processo corrosivo
proporcionado por tais compostos;
• Maior relação hidrogênio/carbono (4:1), implicando numa queima limpa e com baixo
índice de emissões de poluentes;
• Excepcional característica anti-detonante (aceita elevadas taxas de compressão, da
ordem de 16:1);
• Menor formação de depósitos, maior duração do lubrificante, troca de filtros com
menor frequência e menor desgaste dos componentes do motor;
• Odorizado com produtos do tipo mercaptans para fins de comercialização.
Cabe à ANP a definição das características técnicas do gás natural e definição dos principais
ensaios a serem utilizados na determinação da qualidade do gás referidos aos seus
respectivos significados e propriedades de desempenho:
Dessa forma, é válido dizer que o poder calorífico superior difere do poder calorífico inferior
pela entalpia de condensação da água.
- Densidade Relativa (d): Quociente entre a massa do gás contida em um volume arbitrário
e a massa de ar seco com composição padronizada pela ISO 6976 que deve ocupar o
mesmo volume sob condições normais de temperatura e pressão.
- Índice de Wobbe (IW): Quociente entre o poder calorífico e a raiz quadrada da densidade
relativa sob as mesmas condições de temperatura e pressão de referência.
IW = PCS / √ d
IW – índice de Wobbe
PCs – poder calorífico superior
d – densidade relativa
Dois gases que apresentem composições distintas, mas com o mesmo índice de Wobbe
disponibilizarão à mesma quantidade de energia através de um orifício injetor à mesma
pressão.
- Número de Metano (NM): No intuito de obter uma melhor representação do poder anti-
detonante dos combustíveis gasosos, desenvolveu-se a nova escala denominada “número
de metano – NM” que utiliza como referências o metano puro (NM = 100) e o hidrogênio (NM
= 0). É empregado o procedimento disposto na Norma ISO 15403 para o cálculo do número
de metano a partir da composição do gás.
- Enxofre Total: É o somatório dos compostos de enxofre presentes no gás natural. Alguns
- Gás Sulfídrico: Sua presença depende da origem bem como do próprio processo
empregado no tratamento do gás e pode acarretar problemas nas tubulações e nas
aplicações finais do gás natural. O gás sulfídrico na presença de oxigênio pode causar
corrosão sob tensão, especialmente em cobre, podendo ser nocivo aos sistemas de
transporte e utilização do gás natural.
- Inertes: Os principais compostos inertes presentes no gás natural são o dióxido de carbono
(CO2) e o nitrogênio (N2).
Sua presença em misturas gasosas reduz o poder calorífico, além de aumentar a resistência
à detonação no caso do uso veicular e, portanto, o número de metano. A presença do dióxido
de carbono se deve à técnica de extração do gás natural ou à ocorrência natural na origem
do produto. O dióxido de carbono tem ação corrosiva quando na presença de água.
Equivalência energética:
A comparação do gás natural com outros combustíveis líquidos nos permite definir uma
equivalência energética entre os mesmos. A tabela abaixo apresenta quantos metros cúbicos
de gás são necessários queimar para obtermos a mesma quantidade de energia de um
metro cúbico de combustível líquido.
PRIORIDADE DE UTILIZAÇÃO:
A participação do gás natural na Matriz Energética Mundial é de 21%, havendo países como
a Argentina que já superou a casa dos 30%. No Brasil a participação em 1995 atingia 2,7% e
em 2002 atingiu 3,0%, um valor considerado muito pouco expressivo.
Atualmente 50% da produção bruta nacional destina-se à venda, enquanto que, em outros
países (média mundial), atinge 83%. A expectativa é que nos próximos anos, o gás natural
passe a representar cerca de 10 a 12% da demanda de energia primária no País
(participação de 10 a 12% na Matriz Energética Brasileira).
O gás natural apresenta diversas aplicações, podendo ser usado como combustível para
fornecimento de calor, geração e cogeração de energia, como matéria-prima nas indústrias
siderúrgica, química, petroquímica e de fertilizantes.
As principais áreas de utilização do gás natural atualmente no Brasil podem ser assim
definidas:
- Indústrias de petróleo: Utilizado para injeção nos reservatórios para aumentar o fator de
recuperação do petróleo, utilizado como combustível para geração de energia térmica em
caldeiras, fornalhas e refervedores, muito utilizado em turbo-geradores para a geração de
energia elétrica em plataformas e unidades de produção em terra e também para alimentar
motores para acionamento de turbo compressores utilizados no escoamento do gás natural
produzido.
- Combustível industrial e comercial: O gás natural vem sendo utilizado como combustível
na substituição de uma variedade de outros combustíveis alternativos, como: a madeira,
carvão, óleo combustível, diesel, GLP, nafta e energia elétrica, tanto em indústrias, como em
comércios.
Proporciona uma combustão limpa, isenta de agentes poluidores, sendo ideal para processos
que exigem a queima em contato direto com o produto final, como, por exemplo, a indústria
de cerâmica e a fabricação de vidro e cimento.
Introdução
Condicionamento de gás natural é um termo genérico que abrange vários processos unitários
(físicos, químicos e mecânicos) pertencentes a um sistema global de tratamento primário da
produção de óleo e gás.
Tais processos têm a função de transformar a matéria prima produzida nos campos de
produção (óleo bruto) em correntes especificadas de acordo com padrões técnicos, que
permitam o transporte dos produtos gerados para as unidades de processamento de óleo e
gás natural ou o descarte no mar, no caso da água produzida.
Após a etapa de separação a corrente gasosa entra na etapa de depuração e filtração, que
tem como finalidade a remoção de gotículas de óleo de pequeno tamanho. O gás depurado e
filtrado se dirige ao módulo de dessulfurização de gás, quando necessário.
Diagrama de blocos
Dessulfurização
Remoção de CO2
Injeção de
produtos
químicos
Consumo
interno Exportação
Condicionamento do Gás
Reservatório Processamento
(UPGN)
Gás
especificado
Fig: Diagrama de blocos do condicionamento
Separação primária
Óleo
bruto
óleo
Água oleosa
Fig: vaso separador primário de produção
Gás depurado
Seção
Eliminador de névoa crescimento
Seção
entrada
Seção
Gás úmido precipitação
Placa defletora
Seção
drenagem
líquido
São utilizados no interior dos vasos depuradores, com o objetivo de reter partículas bem
pequenas de líquidos, na forma de gotículas arrastadas do processo primário de separação.
Estas gotículas se acumulam e crescem em seu tamanho, até que possam sobrepujar a
força do fluxo do vapor e a tensão superficial caindo livremente (fenômeno denominado de
coalescência).
Por causa do momentum das gotículas de densidade maior, estas tendem a moverem em
linhas mais retilíneas que o gás. Em toda a mudança na direção do gás, algumas gotículas
chocam-se e aderem na superfície. O gás escoando em volta de uma curva gera uma força
centrífuga que lança as gotículas para fora. As gotículas capturadas coalescem sobre as
palhetas, formando gotas maiores com peso suficiente para gotejar (escorrer).
O processo de dessulfurização de gás natural tem três principais objetivos dentro do conjunto
de operações do processamento primário de gás natural, quais sejam:
• Segurança operacional;
• Especificação do gás para venda;
• Recuperação de gases ácidos para comercialização.
Os gases ácidos encontrados no gás natural são basicamente componentes do tipo: H2S
(gás sulfídrico), CO2 (gás carbônico), mercaptans (RSH, onde R é um radical
hidrocarboneto), COS (sulfeto de carbonila) e CS2 (dissulfeto de carbono).
Compostos de enxofre como COS e CS2 não são removidos facilmente por processo de
dessulfurização baseado em absorção com MEA (monoetanolamina). Esses compostos
promovem reações de degradação da MEA circulante e, apesar de não apresentarem
características corrosivas, podem sofrer hidrólise durante o transporte, propiciando a
formação de H2S e CO2.
O gás natural típico apresenta teores insignificantes de mercaptans, dessa forma, esta classe
de contaminante não requer nenhum processo de purificação, diferentemente do gás de
refinaria, onde a corrente gasosa é uma mistura de hidrocarbonetos de composições
variadas oriunda de diversas unidades de processo. Neste caso, é inevitável a utilização de
tratamento cáustico ou outro semelhante para a eliminação dos mercaptans e especificação
das correntes de produtos gerados.
A segurança operacional está vinculada aos teores máximos de H2S permitidos no gás para
a garantia da manipulação segura. O H2S é quase duas vezes mais tóxico que o monóxido
de carbono (CO) e quase tão tóxico quanto o gás cianídrico (HCN). As conseqüências de
exposição ao H2S, em teores variáveis são descritos na tabela abaixo:
Como a MEA forma compostos não regeneráveis ao reagir com o COS e CS2, o seu uso não
é recomendado no tratamento de gases com altos teores dos mesmos, como é o caso de
gás de refinaria.
Gás doce
Solução de MEA
regenerada
Vapores de
H2S e CO2 recheio
Regeneração
calor
da MEA
calor Gás ácido
H2S CO2
MEA + prod.
neutralizados
A função da desidratação do gás natural é especificar o teor de umidade do gás tratado para
fins de escoamento para terra, gás lift e gás combustível, evitando a formação de hidratos
nestes sistemas.
O gás natural oriundo de qualquer formação encontra-se saturado com vapor d’água.
Conforme o gás vai se aproximando da superfície dentro da linha de produção do poço,
começa a ocorrer formação de água livre.
- Agente desidratante:
O poder higroscópio das soluções de glicol é diretamente afetado pelo teor do mesmo na
solução com água, sendo tanto maior quanto maior for a participação do glicol na mistura. A
quantidade de água removida da corrente gasosa aumenta à proporção que aumenta o teor
de glicol na solução.
- Descrição do processo:
O processo de desidratação de gás que utiliza absorção com glicol é um processo que
promove o contato íntimo entre duas fases, uma gasosa (gás natural) e outra líquida (a
solução de glicol).
O gás natural úmido, com elevado ponto de orvalho, entra na torre contactora (também
chamada de torre absorvedora) e recebe em contracorrente a solução de glicol proveniente
do sistema de regeneração. O contato entre o gás e a solução de glicol se dá intimamente
através do leito recheado (constituído por recheio tipo sela intalox de aço inox, ou recheio
estruturado, também de aço inox), e à medida que esta solução desce pela torre, absorve a
umidade do gás natural.
O glicol que absorve a umidade do gás sai pelo fundo da torre passa por filtros para remoção
de contaminantes e escoa para o sistema de regeneração de glicol para retirada da água
absorvida.
Gás seco
Solução de TEG
regenerada
Vapores
de H2O recheio
Regeneração
do TEG calor
A etapa de compressão do gás natural é necessária para que o mesmo tenha condições de
escoar do centro produtor até o centro processador destino, garantindo assim, a
especificação do produto para posterior venda.
Parte do gás comprimido é utilizada para suprimento do anel de gás combustível do centro
produtor (uma plataforma ou uma base terrestre) para consumo interno.
Pode existir uma rede secundária de gás de baixa pressão que coleta o gás separado no
segundo estágio de separação da produção. Este gás de baixa pressão é comprimido em um
compressor booster tipo parafuso ou alternativo e alinhado para a sucção do sistema de
compressão principal.
Gás lift e
Injeção
Exportação
Sistema de gás
Consumo
1o. 2o. interno
água água
Sistema de
Separação de óleo Óleo para o
tratador
Reservatório
eletrostástico
Introdução:
A crescente demanda de gás natural, principalmente verificada nos mercados emergentes,
tem requerido a definição de regras básicas que garantam o abastecimento dos mercados
consumidores de gás natural em quantidades e qualidade requeridas e, simultaneamente, os
interesses econômicos dos produtores, carregadores, processadores, transportadores,
distribuidores e investidores em geral.
Objetivo:
O objetivo da regulação do mercado de gás natural é a definição de regras básicas e claras
que garantam a estabilidade do relacionamento entre os atores integrantes da cadeia do gás
natural no Brasil.
A regulamentação do mercado visa fomentar o mercado e os negócios em torno do gás
natural, através da definição de regras consistentes e coerentes e também da garantia de
direitos formalizados em contratos padrões de compra, venda, transporte, produção e
industrialização do gás natural.
Estas regras de mercado fundamentalmente, garantem o acesso da matéria prima aos
consumidores, o preço justo cobrado em cada etapa da cadeia de gás, o abastecimento a
longo prazo dos mercados e, dessa forma, o retorno dos investimentos necessários.
Neste sentido, a Agencia Nacional do Petróleo (ANP) tem buscado regular este setor, através
de Portarias que definem exatamente o papel de cada ator que participa deste importante e
crescente mercado de gás natural.
A figura abaixo traduz a movimentação macro do gás, desde os campos produtores até os
centros consumidores:
Gasodutos
- Art. 1º. Estabelece a especificação do gás natural, de origem nacional ou importada, a ser
comercializada em todo o território nacional, consoante as disposições contidas no
Regulamento Técnico da ANP.
- Art. 3º. Define os papeis dos atores integrantes da cadeia de gás natural:
Produtor: Pessoa jurídica que possui a concessão do Estado para exploração para
produzir gás natural em um campo produtor;
Processador: Pessoa jurídica autorizada pela ANP a processar o gás natural, a fim
de garantir a especificação do gás natural para venda;
Distribuidor: Pessoa jurídica que tem a concessão do Estado para comercializar gás
natural junto aos consumidores finais.
- Art. 5º. Estabelece as análises e especificações de gás natural necessárias, assim como os
métodos a serem empregados pelos participantes da cadeia de gás natural.
- Art. 10. Define a obrigatoriedade da odoração do gás natural no transporte, de acordo com
as exigências previstas durante o processo de licenciamento ambiental.
Agente
comercializador ANP
Carregador Agencia
Dono dos contratos
federal
transferência
Produtor Processador
Gás condicionado opciona
transporte
obrigatório
Transportador
Gás especificado
p/ venda
Concessão
federal
Distribuidor
Redes de Agencias
Reservatório distribuição estaduais
Consumidor final
Tabela:
Características
técnicas do gás
natural
especificado
para venda
Nestas UPGN's, ocorre a separação das frações mais leves do gás natural (metano e etano),
e obtêm-se o gás natural seco, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP formado por propano e
butano) e a gasolina natural (pentano e mais pesados).
- Fase do Transporte: Das UPGN's, o gás seco pode ser transportado até os pontos de
entrega para as companhias distribuidoras ou, eventualmente, diretamente a um grande
consumidor. O transporte do gás natural pode ser feito por meio de dutos, que é a forma
convencional; através de cilindros de alta pressão, como o gás natural comprimido (CNC) ou
no estado líquido, como gás natural liquefeito (GNL).
Na fase líquida, pode ser transportado por meio de navios, barcaças e caminhões
criogênicos, a -160ºC. Nesta forma líquida, seu volume é reduzido em cerca de 600 vezes,
facilitando o armazenamento. Também nesse caso, para ser utilizado, o gás deve ser
revaporizado em equipamentos apropriados.
- Fase de Distribuição: A partir do transporte do gás natural, seja por quaisquer meios
existentes, este combustível pode ser comprado pelas Concessionárias de Distribuição
Estaduais e então vendido para os consumidores finais através dos ramais de distribuição.
O gás natural pode ser utilizado de diversas formas. Desde a produção de calor e frio para o
consumo industrial e residencial até a geração de eletricidade em Usinas Termoelétricas e a
utilização como matéria-prima pela indústria de transformação.
Introdução
A formação de hidratos seja nos dutos de transporte, seja nos equipamentos de uma planta
de processamento de gás natural, determina a parada geral do sistema causando grandes
perdas de recursos, lucro cessante, tempo e aumento de risco operacional. Evitar a formação
de hidratos nestes sistemas é de fundamental importância para o efetivo aproveitamento do
gás natural produzido nos campos de produção.
A causa básica da formação de hidratos é a presença de água, seja esta na forma de água
livre (fase líquida) ou em equilíbrio com o gás na fase vapor. Com a utilização de
temperaturas cada vez mais baixas nas unidades de processamento de gás natural, o
problema se torna bastante crítico, podendo ocasionar tamponamento dos dutos e
equipamentos da unidade, causando paralisação do sistema, danos aos equipamentos e
válvulas e interrupções no fornecimento dos produtos gerados.
Definição de hidrato
É uma solução sólida, visualmente similar ao gelo, de composição mal definida entre
moléculas de hidrocarbonetos de baixa massa molar e água.
Gases com elevados teores de H2S e CO2 apresentam maior tendência a formarem hidratos,
pois estes contaminantes são bastante solúveis em água.
Pontos de acúmulo de água como curvas em tubulações, conexões e válvulas, são locais
prováveis de ocorrência de hidratos, quando as condições básicas de formação estão
presentes.
Uma vez tamponada a linha de gás, ocorre aumento da pressão à montante da formação de
hidrato, e queda na pressão à jusante da mesma. O acompanhamento desta variável,
através da leitura de indicadores de pressão, possibilita a identificação prévia de problemas,
antes dos mesmos se tornarem significativos.
Depósitos de hidratos
Reservas de gás natural na forma de hidrato, localizadas no fundo do mar, ainda não
exploráveis comercialmente. Ocorre como resultado de erupções vulcânicas submarinas por
pequenas fissuras no fundo do mar. O metano liberado das fendas a altas pressões encontra
as baixas temperaturas do fundo do mar e tem como resultado a formação de grandes
depósitos de hidratos submarinos.
Quando a formação de hidratos torna-se um fato, algumas técnicas para sua remoção podem
ser utilizadas, tais como: descompressão, aquecimento e injeção de inibidores de hidrato.
Injeção de inibidores
A forma mais segura de se evitar a formação de hidratos é processar apenas gás seco, com
seu ponto de orvalho especificado para as condições operacionais do sistema (ponto de
orvalho abaixo da menor temperatura que o gás será submetido na unidade). Porém ocorrem
muitas vezes desequilíbrios momentâneos na unidade que levam ao aumento do teor de
água do gás e conseqüentemente, a possibilidade de formação de hidratos. Neste instante, a
injeção de inibidores de forma preventiva pode evitar perdas de produção por paradas
operacionais.
E TANO L
BICO ASPERSOR
NEBULIZADOR
CANETA REMOVÍVEL
TUBULAÇÃO
GÁS
C O N E C H E IO
A eficiência do inibidor está relacionada a uma boa nebulização do líquido na massa gasosa,
provocando uma maior homogeneização da mistura álcool-gás. Os bicos nebulizadores
pulverizam o álcool, formando névoas, dispersando-se na massa gasosa e aumentando
conseqüentemente o contato com a mesma. Com a utilização destes bicos, obtém-se uma
redução de cerca de 40% do consumo de álcool em relação ao sistema de injeção sem bico
nebulizador.
Introdução:
Sistemas industriais são projetados e construídos para permitir o tratamento do gás natural
produzido em um campo e, dessa forma, garantir a especificação do gás comercializado.
Cada campo produtor vai requerer características específicas das suas instalações de
processamento de gás natural, em função da qualidade e quantidade dos componentes
presentes neste gás. Cabe ao processador dimensionar os equipamentos das instalações
industriais de processamento de forma a garantir a adequação do gás comercializado às
especificações definidas nas normas vigentes.
Objetivo:
Basicamente, o processamento do gás natural gera gás especificado e pronto para consumo
em qualquer equipamento térmico industrial, motor a combustão a gás ou uso domiciliar,
conforme especificação contida na Resolução n°16 da A NP. Normalmente este gás fornecido
é chamado no âmbito industrial de gás combustível, gás seco, gás processado, gás residual
ou simplesmente de gás especificado.
Outro combustível de grande importância obtido a partir do gás natural é o Gás Liquefeito de
Petróleo ou simplesmente GLP. Este produto do gás natural é o combustível de maior
utilização no âmbito domiciliar, possuindo um alto valor agregado.
Como o mercado de GLP ainda é parcialmente atendido por importação, qualquer aumento
de produção interna do mesmo gera uma economia direta de divisas para o País. Neste
cenário, o processamento de gás natural tem uma relevante importância estratégica, pois
uma boa parte da produção nacional de GLP é oriunda deste processo industrial.
Normalmente, o fracionamento do Líquido de Gás Natural (LGN) gera, além do GLP, uma
fração mais pesada denominada gasolina natural, ou fração C5+. Esta fração, por não
possuir uma especificação bem definida, não tem uma aplicação mais nobre.
H 2O N2
N2 CO2 .........GÁS RESIDUAL
CO2 C1
C1 H2 S
C2 ........ETANO PETROQUÍMICO
C2
C3 C3
C4 PROCESSAMENTO C4 .........GÁS LIQUEFEITO DE
C5 PETRÓLEO (GLP)
C6
C7 C5
C8 C6
. H 2O C7
. C8 ...........GASOLINA NATURAL
.Cn . (C5+)
.
.
Cn
Uma unidade de processamento de gás natural é composta basicamente por duas áreas
distintas:
• Área fria: Área responsável pela obtenção do líquido de gás natural, que é a fração
constituída pelos componentes mais pesados do gás natural e separação do gás
processado disponibilizado para venda. Opera normalmente com baixas
temperaturas e altas pressões.
• Área quente: Área responsável pelo fracionamento do líquido de gás natural gerado
na área fria em produtos finais e tratamento destes. Opera normalmente com
temperaturas mais altas e pressões mais baixas.
Outros sistemas auxiliares podem ser adicionados ao projeto, visando a especificação final
de produtos, a geração de facilidades para consumo interno ou outros sistemas de apoio à
operação.
Processo Produtos
Termodinâmico gerados
utilizado
SISTEMAS
AUXILIARES
O ponto vital deste tipo de unidade é o sistema de geração de frio, responsável pela
liquefação dos componentes pesados do gás. O processo termodinâmico escolhido define o
tipo de unidade utilizada, sendo que os processos atualmente utilizados nos projetos para
esta finalidade são os seguintes:
• Efeito Joule-Thomson;
• Refrigeração;
• Absorção refrigerada;
• Turbo expansão;
• Processos combinados.
Basicamente, a escolha do processo a ser utilizado no projeto de uma nova unidade depende
de fatores técnicos, ligados ao reservatório, e também de fatores econômicos de mercado.
Muitas vezes, apenas um dos fatores acima define o único processo que deve ser utilizado
em determinada aplicação. Como exemplo, se temos como objetivo produzir etano
petroquímico, o processo já está escolhido, pois só a turbo-expansão tem capacidade de
gerar o produto.
A quantidade de gás disponível também é muito importante nesta escolha. Á luz da avaliação
financeira do empreendimento é mais difícil viabilizar unidades que utilizam tecnologias mais
complexas como o processo turbo-expansão, com baixa capacidade nominal (quantidade
pequena de gás disponível).
A qualidade requerida do gás residual gerado também pode definir pela utilização ou não de
um processo, haja vista de que processos de baixo investimento podem não garantir o
atendimento a especificações mais rígidas. Como exemplo, o processo Joule-Thomson não é
capaz de garantir o atendimento à Resolução n°16 da ANP para venda de gás. Também o
processo refrigeração simples pode necessitar ajustes para permitir esta garantia.
De uma forma geral, quanto maior rigor nas especificações dos produtos for requerido, maior
deverá ser o investimento necessário, pois nos abriga a utilizar processos de tecnologia mais
refinada, com sistemas de controle mais complexos e equipamentos mais eficientes.
Introdução:
É o mais simples e barato dos processos, porém é também o de uso mais restrito, devido às
suas limitações técnicas.
Este processo não garante a especificação para venda do gás processado, por isso não é
considerado um processo completo, não sendo utilizado isoladamente no projeto de uma
unidade de processamento de gás natural.
Fundamento termodinâmico:
O processo não chega a atingir o equilíbrio termodinâmico, gerando uma baixa eficiência na
performance do sistema, ou seja, nem todas as partículas pesadas do gás são liquefeitas.
Isto ocorre devido ao processo não atender à cinética reacional necessária ao atingimento do
equilíbrio termodinâmico do sistema, uma vez que a expansão ë extremamente rápida, não
permitindo o tempo necessário para que a cinética do processo seja atendida.
Principais características:
EXPANSÃO SEPARAÇÃO
condensado
GÁS
opcional
SECO
GN
(∆P)
Líquido FRAÇÕES
de alta PESADAS
pressão
COMPRESSÃO RESFRIAMENTO de vapor
Pode ser utilizada prévia compressão ou não, a depender do nível de pressão disponível e
também do nível de ajuste de ponto de orvalho ao qual o gás deve ser submetido.
Uma válvula de controle de pressão (PV) quebra a pressão da linha e garante a estabilidade
da pressão de fornecimento de gás tratado.
O gás gerado possui um menor teor de pesados do que o gás na entrada da unidade, porém
não é garantida a separação total da fração mais pesada. O ponto de corte é definido em
função da temperatura mínima que o gás atingirá durante o escoamento. O projeto deverá
acertar o ponto de orvalho do gás, de forma que esta temperatura mínima durante o
escoamento não gere mais condensação no interior dos gasodutos.
Neste processo, temos ainda que definir o que fazer com o líquido gerado, pois o mesmo
possui uma alta pressão de vapor (valor usual próximo a 2,9 MPa ou 30 kgf/cm2) e não pode
ser descartado sem maiores cuidados. No caso de existência de unidades industriais que
possam receber esse descarte, o problema é mais facilmente resolvido. De outra forma,
precisaremos projetar um sistema de estabilização do condensado. Para este fim é possível
utilizar vasos separadores como estágios de equilíbrio (um ou dois estágios, dependendo das
pressões envolvidas).
Introdução:
O sistema mais delicado de uma unidade que utiliza este processo é o ciclo de refrigeração,
o qual utiliza compressores de propano como fonte de frio para liquefação das frações mais
pesadas do gás natural.
Normalmente, unidades que utilizam este processo termodinâmico são do tipo DPP (“dew
point plant”) ou unidade de acerto de ponto de orvalho (UAPO). Estas unidades têm como
objetivo principal apenas especificar o gás processado, sem grandes compromissos com a
especificação do líquido gerado e separado.
Fundamento termodinâmico:
Neste processo temos a liquefação das frações mais pesadas do gás natural através do
abaixamento de temperatura provocado pela troca térmica do gás com um fluido refrigerante.
Devido ao atingimento de baixas temperaturas, o gás natural precisa ser desidratado antes
de ser submetido às trocas térmicas nos permutadores de aproveitamento de frio e nos
permutadores a propano.
Principais características:
O gás natural é separado do condensado e da água livre. Após esta primeira separação, o
gás é desidratado através da utilização de um produto químico, que age como um agente
desidratante em um sistema de absorção por contato físico em uma torre de recheio. No
O LGN pode ser destilado em uma torre desbutanizadora para produção de GLP e C5+ ou
simplesmente ser misturado com a carga de outra unidade para processamento posterior.
Esquemático do processo:
GÁS
SECO
Aproveitamento de energia
Ciclo de
propano GN
refrigerado
GN C3 L+V
REGENERAÇÃO
DO GLICOL
• Formação de hidrato
Os principais fatores que podem ocasionar hidratação em uma unidade tipo refrigerada são
relacionados com a injeção de desidratante ou o sistema de regeneração do mesmo.
Aumento do teor de água no gás natural também pode ocasionar formação de hidratos na
unidade.
Introdução:
Possui um custo médio razoável, dessa forma, precisa de uma vazão mínima que garanta o
retorno do investimento. Normalmente, plantas com capacidade igual ou acima de um milhão
de metros cúbicos por dia de gás natural têm retorno garantido em pouco tempo de
operação, porém, em caso de carga com alto teor de riqueza (da ordem de 10%), podem ser
viabilizadas com capacidades menores.
Fundamento termodinâmico:
Neste processo temos a liquefação de parte das frações mais pesadas do gás natural
através do abaixamento de temperatura proporcionada por troca térmica com utilização de
um ciclo de propano e parte proporcionada pela absorção provocada pela lavagem em
contra-corrente do gás natural com aguarrás.
O gás natural obviamente precisa ser desidratado antes de ser resfriado para evitar a
formação de hidratos que geram obstruções nas linhas da unidade. Neste sentido, é utilizado
um sistema auxiliar de injeção e regeneração de glicol para garantir a adequada desidratação
do gás natural.
Principais características:
O gás natural é previamente separado da fase líquida (condensado de gás natural) e da água
Após esta primeira separação, o gás recebe a injeção de um produto químico, cujo objetivo é
retirar a água presente na fase vapor, através de um processo de absorção. No caso de uma
UPGN, o produto usado é o monoetilenoglicol (MEG). Após a injeção e absorção da água do
gás, a solução aquosa de glicol é separada do gás e segue para o sistema de regeneração
de glicol.
O gás isento de água livre e água na fase vapor, é refrigerado no sistema de refrigeração a
propano, quando ocorre então aproximadamente metade da condensação total obtida na
unidade. A outra metade da condensação ocorre na torre de absorção, através da lavagem
do gás natural com um líquido de absorção (solvente) que é injetado em contracorrente com
o gás resfriado. O que não é absorvido constitui-se no gás residual que sai pelo topo da torre
de absorção.
O produto de fundo da torre de absorção é chamado de óleo rico, constituído pelo líquido de
absorção (chamado óleo de absorção) e pela fração do gás que foi condensada na
refrigeração ou absorvida na torre de absorção.
Como na etapa de absorção, um teor muito alto de etano é incorporado ao óleo rico, parte
deste componente então é retirado na torre de desetanização, que fica após a torre de
absorção, gerando um gás residual rico em etano no topo e um óleo rico desetanizado no
fundo da torre.
Em uma torre de fracionamento, o óleo rico é separado em líquido de gás natural (LGN) que
sai pelo topo da torre e em óleo de absorção isento de gás natural, chamado de óleo pobre,
que sai pelo fundo da torre, após receber calor no forno para utilização nos refervedores das
outras torres da unidade.
Após perder energia nos refervedores das torres de processo e ser resfriado com água e
com óleo rico frio, o óleo pobre retorna às torres de absorção e desetanização, para
novamente absorver LGN do gás natural (ciclo fechado).
O LGN separado que sai pelo topo da torre fracionadora alimenta a torre desbutanizadora
para separação em GLP, que sai pelo topo da torre e gasolina natural, que sai pelo fundo.
Flare
C Flare
C3 C3
2
A.R A.R.
Ciclo de F LGN
vap D D
propano R
E E
A S A GLP
GN C3 S
E C
B I B
liq T
S O U
A T
O N N
A A
SEPARADOR R I
SEPARADOR DE MEG M N
DE LÍQ. Ç Z I
A E
à N Z
Ç
O T A
à Ç
liq O O
água Ã
O
hidrocarbonetos
pesados
REGENERAÇÃO LC
DO MEG
Gás
Especificado FORNO
para venda SEPARADOR
Suprimento
térmico
ÓLEO DE C5+
ABSORÇÃO
A.R.
A água livre que chega com o gás natural dos campos de produção é separada na entrada
da unidade, gerando um gás em equilíbrio com vapor d’água (gás saturado ou no ponto de
orvalho).
Etapa de desidratação:
O gás, embora isento de água livre, possui vapor de água em equilíbrio, que deve ser
removido para permitir a operação da unidade em baixas temperaturas.
A solução de MEG com a água retirada da fase gasosa é separada do gás em um vaso
separador horizontal, através de utilização de chicanas e compartimentos internos ao vaso.
Regeneração do glicol:
Após o glicol absorver água do gás natural, tornando-se glicol saturado, é necessário retirar
essa água absorvida na torre de regeneração de glicol. Esta torre é recheada com peças de
recheio de cerâmica tipo “sela intalox” ou similar e trabalha com uma temperatura de
regeneração da ordem de 120ºC. O teor de MEG na solução varia de 65%, no caso do MEG
saturado, até 85% para o MEG regenerado.
O produto da torre é o glicol regenerado que volta ao sistema para novamente absorver água
do gás natural, em um circuito fechado. Deve-se cuidar para que a temperatura da torre de
regeneração não ultrapasse muito o valor de projeto, para evitar a decomposição do glicol,
que pode ocasionar a formação de ácido acético (H6C2O2), produto da oxidação do glicol, o
qual é um agente responsável por corrosão interna nos equipamentos da unidade.
Antes da etapa de regeneração, a solução de MEG é filtrada em filtros tipo cartucho e filtro
de carvão ativado, para retenção de impurezas sólidas e líquidas. Após a regeneração e
recuperação de calor, a solução de MEG é bombeada para os permutadores, onde é
novamente nebulizada na corrente de gás natural, fechando o ciclo do sistema de
desidratação da unidade.
recheio
flare
Gás combustível
pressão temperatura TC
refervedor
PC
GLICOL SATURADO
Gás-gás
GLICOL REGENERADO Bomba
propano
Bicos nebulizadores SP FC
Injeção nos vazão
permutadores da
unidade
Etapa de refrigeração:
O ciclo possui dois compressores de propano de dois estágios de compressão, para atuar no
processo de compressão dos vapores de propano gerado nos permutadores. O vapor de
propano, após compressão, é resfriado e liquefeito no condensador de propano e vai para o
vaso acumulador. Do acumulador, o propano é sub-resfriado com os vapores do topo da
torre desetanizadora e segue para o vaso economizador de propano, onde ocorre um flash,
gerando um vapor a 392 kPa (4,0 kgf/cm 2) que entra no 2º estágio do compressor de
propano e um líquido que segue então para o vaso separador de propano.
C3
Líq
EXPANSÃO .
GN
Sub-resfriamento vapor
EVAPORAÇÃO
CONDENSAÇÃO
COMPRESSÃO GN
C3
vapor
P SUBRESFRIAMENTO
EXPANSÃO 2o estágio
1a etapa
INTERCOOLER COMPRESSÃO
10% VAPORIZAÇÃO
2a etapa 1o estágio
EVAPORAÇÃO
C3 vap
C3 liq RESFRIAMENTO DO GÁS NATURAL
H
Fig: Pressão x Entalpia
Etapa de absorção:
O processo de absorção pode ser físico ou químico. Se a absorção for química, esta pode se
dar por reações reversíveis ou irreversíveis. As reações químicas reversíveis exigem
equipamento adicional para regeneração do solvente, já as reações irreversíveis exigem o
descarte do solvente. O solvente não deve ser caro ou tóxico, para não inviabilizar o
processo. Deve também apresentar uma boa estabilidade química e uma baixa pressão de
No caso da absorção efetuada em uma planta de gás natural, o processo é puramente físico,
aproveitando a afinidade existente entre o solvente (óleo de absorção) e o soluto (frações
pesadas do gás natural). Usa-se normalmente como solvente em uma UPGN, uma fração de
hidrocarbonetos na faixa do hexano (aguarrás).
Mecanismo da Absorção
O processo de absorção em uma planta de gás natural é regido por três variáveis principais
da torre de absorção:
• Temperatura;
• Pressão;
• Vazão de solvente (óleo de absorção).
O gás rico escoa em contracorrente com o óleo de absorção, ocorrendo então o contato
íntimo necessário para que haja transferência de massa e energia entre as fases líquida e
vapor. Essa transferência será tanto mais intensa quanto maior for o tempo de contato e a
diferença de concentração do soluto entre as fases.
À medida que o vapor sobe pela torre e as frações pesadas são absorvidas pelo solvente,
quantidades de energia térmica são liberadas devido ao processo de absorção ser
exotérmico, promovendo assim, uma tendência de aquecimento no topo da torre, fato este
que é corrigido com o uso de um fluído refrigerante eficiente no condensador da torre
absorvedora.
AGUARRÁS
SOLVENTE
(ÓLEO DE ABSORÇÃO)
AGUARRÁS
Processo exotérmico
Frações pesadas migram
GÁS para a fase líquida
SOLVENTE + LGN
ÓLEO RICO
GÁS NATURAL
AGUARRÁS
+
FRAÇÃO C3+
Fig: Mecanismo de absorção
A aguarrás usada nas UPGN’s como solvente é escolhida em função de sua afinidade com
os hidrocarbonetos presentes no gás natural com cadeias de três ou mais átomos de
carbono. Os parâmetros usados no controle das propriedades de absorção da aguarrás são
os pontos inicial e final de ebulição. Quando se quer maximizar a produção de GLP, para isso
acrescentando maior quantidade de etano no LGN absorvido, pode-se usar uma diminuição
no Ponto Inicial de Ebulição (P.I.E.) da aguarrás e com isso, tornando-a um pouco mais leve,
aumentando assim, a sua afinidade com as frações mais leves do gás natural.
DESIDRAT AÇÃO C3
FC
REFRIGER AÇÃO
vazão
T. TOPO
FC refluxo
#30
C3
GN
ABSORÇÃO
SEPARADOR
nível ABSORVEDORA
CONDENSADO
SEPARADOR
H2O #01
nível
nível
Gás especificado para
venda
ÓLEO
RICO
CONDENSADO REGENERAÇÃO
GLICOL
ÓLEO
POBRE
Etapa de desetanização:
O óleo rico proveniente do fundo da torre absorvedora segue para o vaso de expansão de
óleo rico, onde ocorre um flash, gerando então um vapor que segue para a seção de
reabsorção da desetanizadora e um líquido que é dividido em duas correntes: uma que é
admitida diretamente na torre e outra que é aquecida através do resfriamento do óleo pobre
injetado na torre absorvedora e desetanizadora, para ser então admitida na torre alguns
pratos abaixo do prato de carga da primeira corrente líquida.
O vaso de expansão é o ponto de menor temperatura da Unidade, pelo fato de ter a sua
carga, previamente refrigerada a propano até –25,0ºC, ser expandida de 5,7 para 1,7 MPa
(58 para 18 kgf/cm2), resultando com isso em uma maior diminuição de temperatura, devido
ao efeito Joule-Thomson ocorrido na expansão. A temperatura após a expansão chega a
atingir –48,0ºC.
A torre dispõe de três entradas de carga: uma constituída de vapor frio gerado pela expansão
do óleo rico no vaso de expansão e duas líquidas provenientes do produto líquido dessa
mesma expansão, sendo que uma das correntes líquidas é previamente aquecida para entrar
na torre. A torre possui ainda uma injeção de óleo de absorção no topo, responsável pela
reabsorção das frações C3+ do gás residual.
# Refluxo frio
# 36
Cargas
distribuídas
# 24
# 18 carga quente
refervedor
#1
-25 +100 T °C
fig: Perfil de temperatura da torre desetanizadora
Como na torre absorvedora, a injeção de óleo pobre se dá na saída dos vapores da torre
para possibilitar uma pré-saturação do solvente (aguarrás) no soluto (frações C3+ do gás
natural) e a retirada desse calor de absorção inicial no condensador a propano do sistema de
topo antes do solvente entrar na torre, como refluxo de topo para promover a absorção da
fração LGN. A disposição das entradas de carga na torre permite a manutenção do perfil de
temperatura característica da desetanizadora.
O gás separado após a pré-saturação do óleo pobre sai do vaso acumulador de topo da torre
sob controle de pressão, sub-resfria o propano refrigerante e é enviado para ser comprimido
nos compressores de gás residual, sendo que parte é queimada como gás combustível no
forno da unidade. O óleo rico desetanizado do fundo da torre é a carga para a torre
fracionadora de óleo rico, que fica após a torre desetanizadora.
C2
DESETANIZAÇÃO Óleo de absorção
C3
SUB-RESFRIAMENTO
vazão
C3
FC
FC
refluxo T. TOPO
pressão
#48
#36
absorvedora
#24
PRE-
DESETANIZADORA AQUECEDOR
carga
SEPARADOR
#18
#01 temperatura
FC
REFERVEDOR
vazão nível
B-01
A.R.
O fundo da torre opera como pulmão de óleo pobre e o refervedor da mesma é o forno que
funciona também indiretamente como fonte de aquecimento para os refervedores das outras
torres da unidade.
O ponto de corte entre aguarrás do fundo e LGN do topo é dado pelo P.I.E. da aguarrás,
sendo que quanto mais baixo este P.I.E., mais leve se torna os produtos de topo (LGN) e
fundo (aguarrás) da torre, além de aumentar a quantidade de etano absorvido pela aguarrás.
A incorporação de aguarrás ao LGN, evidenciada pelo aumento do Ponto Final de Ebulição
(P.F.E.) do LGN e/ou aumento do P.I.E. da aguarrás gera aumento no consumo de aguarrás,
assim como a incorporação do gás natural à aguarrás, em função de uma diminuição de
temperatura no fundo da torre, gera uma diminuição momentânea na produção de LGN.
pressão
flare
A.R. gás
CONDENSADOR
Vaso de
topo nível
Fracionadora refluxo vazão
FC Controle em cascata
temperatura
Refervedor da
desetanizadora LGN TC FC
Consumidores de
carga térmica
desetanizadora
Regeneração Glicol
Ref. T. condicionadora
Carga T. condicionadora
Etapa de desbutanização:
No caso específico de uma UPGN, a torre desbutanizadora tem como objetivo produzir GLP
especificado em uma vazão máxima possível. O ponto de corte entre produto de topo e fundo
é dado pelo P.F.E. do GLP, o qual é definido pela análise de intemperismo. O objetivo é
anexar o máximo possível de pentano ao GLP permitido pela especificação vigente do
produto.
pressão
flare
A.R.
FC nível
Vaso de
topo
DESBUTANIZADORA
refluxo
Pre-aquecedor
A.R.
GLP
temperatura
ÓLEO
DE
nível refervedor ABSORÇÃO
A.R.
C5+
Segundo este princípio, no processo de separação dos produtos gerados do gás natural por
destilação, é importante operarmos as torres de destilação com pressões as mais baixas
possíveis, observando, porém, o limite necessário para manter-se o escoamento da vazão
processada nos equipamentos da unidade por diferencial de pressão.
P Sendo P1 >P2,:
Segmento ab > segmento cd
P1
C3
C4
C5
P2
Temp.
a b c d
ebulição
Fig: ilustração da influência da pressão no ponto de ebulição dos componentes do gás natural
• Formação de hidrato
A formação de hidratos é sem dúvida, o pior problema que uma unidade que opera com
temperaturas criogênicas pode ter, pois normalmente significam parada geral da unidade
com perdas relevantes de produção. Os principais fatores que podem ocasionar hidratação
na unidade são os seguintes:
Por ser o principal equipamento da unidade, a falha deste implica em perda da especificação
dos produtos gerados. Os principais motivos de parada dos compressores de propano são
relacionados à qualidade do propano do ciclo. Altos teores de etano presentes no propano
refrigerante acarretam pressões altas na descarga da máquina, o que pode determinar a
queda do compressor. Altos teores de pesados como butano também trazem problemas ao
sistema, pois geram a ocorrência de pressão baixa e formação de líquido na sucção da
máquina.
Vazões muito elevadas de óleo de absorção ou da carga da unidade podem acarretar arraste
de líquido pelo gás processado. Esta ocorrência é bastante danosa, pois coloca em risco a
especificação do gás vendido, além de permitir a passagem de líquido para os gasodutos de
transporte.
Como opera com baixas temperaturas, este tipo de unidade é muito sensível á perda de
eficiência por falha de isolamento térmico. Em condições normais, a unidade vai perdendo
eficiência na liquefação de frações pesadas do gás, conforme o isolamento vai envelhecendo
durante a campanha de operação. Quando ocorre algum fato que impacta o nível de
isolamento térmico dos sistemas a frio da unidade, a perda de eficiência é imediata, gerando
muitas vezes, a necessidade de paradas não programadas para recuperação do isolamento.
Introdução:
Também é o único processo capaz de separar etano petroquímico, tendo um alto rendimento
na recuperação deste componente, de forma que o gás processado gerado é constituído
basicamente por metano.
Possui um alto custo, sendo necessário dessa forma, de uma vazão elevada que garanta o
retorno do investimento. Unidades desse tipo precisam ter capacidade nominal igual ou
acima de 3 000 000 m3/d, para que se tenha retorno adequado do investimento.
Fundamento termodinâmico:
A liquefação dos componentes mais pesados do gás natural neste processo é garantida pela
expansão do gás natural em uma turbina, a qual libera energia que é utilizada para acionar
um compressor booster do sistema principal de compressão do gás processado. Um
conjunto turbo-expansor é responsável por esta etapa de expansão isotrópica (expansão
com entropia constante)
No caso de processamento de gás com alto teor de pesados a unidade recebe um ciclo de
resfriamento a propano para propiciar a liquefação das frações mais pesadas, sem
comprometer a performance da etapa de expansão do gás natural no turbo-expansor. Dessa
forma, o processo turbo-expansão também pode ser considerado um processo combinado,
quando utilizado em associação com o processo de refrigeração, para processamento de gás
natural de alto teor de pesados (riqueza acima de 8%).
Principais características:
O gás natural é previamente separado da fase líquida (condensado de gás natural) e da água
livre presente na corrente de hidrocarbonetos é comprimido para fazer a carga da unidade.
Esta compressão inicial assegura o delta P necessário para a etapa de expansão posterior.
O gás desidratado é refrigerado, primeiro trocando calor para recuperação de frio das
correntes de saída e depois no sistema de refrigeração a propano, quando ocorre então a
condensação das frações mais pesadas do gás. Após esta etapa de refrigeração e mais
troca térmica para aproveitamento de frio, o gás sofre uma expansão isotrópica, com geração
de trabalho, através de uma turbina de expansão, quando então a temperatura abaixa o
suficiente para que ocorra a liquefação de todos os mais pesados que o componente metano,
gerando uma corrente bifásica.
Após a etapa de expansão, a mistura bifásica entra na torre desmetanizadora, que dá o corte
final entre o gás processado, basicamente metano puro que sai pelo topo da torre pronto
para venda após troca térmica e o produto de fundo, composto pela fração C2+, que segue
para fracionamento.
Compressão
final
GN Recuperação de líquido C1
Energia
iC5 C4 C3 C2
Fig: Diagrama de blocos – Processo Turbo-Expansão
Para garantir a pressão mínima de operação da unidade, pode ser necessária a compressão
inicial do Gás natural, carga da unidade. O valor mínimo da pressão de projeto deve ser
atendido para que a expansão do gás no turbo-expansor consiga gerar as temperaturas
baixas previstas no projeto e com isso seja garantida a geração dos produtos na quantidade
e qualidade esperados.
Etapa de dessulfurização:
Etapa de desidratação:
A regeneração é feita por uma corrente de gás seco a cerca de 220 °C, que é injetada no
leito saturado da peneira. A alta temperatura do gás vaporiza e retira a água do leito da
peneira. É utilizado um forno para aquecimento do gás utilizado na regeneração.
A figura abaixo apresenta uma maquete do leito das peneiras moleculares que é montado
dentro dos reatores de desidratação de gás.
Dentro dos resfriadores ocorre a etapa de vaporização de ciclo. O vapor de propano oriundo
do primeiro resfriador de gás natural é encaminhado para o vaso economizador de propano e
daí, para a sucção do segundo estágio do compressor de propano. O vapor oriundo do
segundo resfriador é encaminhado para o vaso separador de propano, e daí para sucção do
primeiro estágio do compressor de propano.
Etapa de Turbo-expansão:
O gás seco flui para o vaso separador de gás seco, onde ocorre remoção de líquido. O gás
segue para o compressor booster (compressor do turboexpansor) e após então, para o
compressor principal de gás residual, sendo resfriado no resfriador de gás seco, antes de ser
finalmente encaminhado para o gasoduto de transferência.
O LGN etanizado segue para área de fracionamento para ser fracionado, gerando frações
puras de hidrocarbonetos de interesse comercial, através da passagem do LGN por uma
série de torres de destilação, cada uma com um propósito específico e características
distintas das demais. A sequência de destilação do LGN é apresentada abaixo:
Turbo-expansor C1
GÁS
Compressor expansão
desidratação booster
desmetanizadora
dessulfurização
Vaso de
C3 C3 entrada do
turbo
GN
refrigeração
i C5 C4 C3 C2
LGN
ÁREA DE
FRACIONAMENTO
C5+
Por ser uma unidade fortemente instrumentada, uma pane no sistema supervisório, por mais
simples que seja, causa paradas não programadas por tempo considerável. Outro grande
motivo de paradas não programadas é, a exemplo da unidade de absorção refrigerada,
problemas por formação de hidratos nos equipamentos e tubulações.
• Formação de hidrato
Para uma unidade que chega a atingir -90 C, a formação de hidratos é um problema bastante
Os principais fatores que podem ocasionar hidratação neste tipo de unidade são todos
ligados a uma baixa eficiência do sistema de desidratação do gás natural que entra na
unidade. Esta baixa eficiência pode ter como causa uma falha direta dos leitos de peneira
molecular ou ser ocasionada por problemas no sistema de regeneração dos leitos. Os
principais fatores são relacionados abaixo:
• Parada do turbo-expansor
Quando ocorre algum fato que impacta o nível de isolamento térmico dos sistemas a frio da
unidade, a perda de eficiência é imediata, gerando muitas vezes, a necessidade de paradas
não programadas para recuperação do isolamento.
Introdução:
A unidade responsável pela especificação do gás importado da Bolívia pelo Brasil é uma
UPGN que utiliza dois processos termodinâmicos combinados: A refrigeração simples dada
por um sistema de refrigeração a propano e o efeito Joule-Thomson gerado pela expansão
do gás em uma válvula de controle de pressão.
A opção pela escolha dos processos combinados de refrigeração simples e efeito Joule-
Thomson deve-se basicamente a baixa riqueza do gás do campo de San Alberto (em torno
de 6%), aliada à alta pressão existente no reservatório.
Etapa de Etapa de
refrigeração expansão
simples isentálpica
Gás natural
C3 especificado para
exportação
Separação
de líquidos
Fracionamento do
LGN, gerando
produtos líquidos
reservatório
UPGN
A unidade de processamento de gás natural da UEGA foi construída para acertar o teor de
etano do gás natural que serve de carga para a termoelétrica da UEGA.
GN
C3
Compressão
inicial
refrigeração
Expansão
isentálpica
C5+
LGN
Introdução:
Como já observado anteriormente, vários itens devem ser avaliados durante a etapa
decisória sobre qual processo termodinâmico usar em um projeto de aproveitamento de gás
natural de determinado Campo produtor. Muitas vezes, o projeto mais caro não é a melhor
resposta, assim com o mais barato também pode não ser o mais adequado para determinada
aplicação específica.
Não existe um processo que seja sempre melhor do que os outros. O que existe é a melhor
adequação de um deles a uma determinada situação, baseada nas premissas de cada
projeto de aproveitamento de gás. A tabela abaixo pode servir de orientação na definição do
processo termodinâmico a ser utilizado em um projeto, em função dos objetivos a serem
alcançados pelo mesmo.
Objetivo/Processos JT RS AR TE
Turbo-expansão
∆T / ∆P = ± 1 °C/atm
Riqueza
do gás:
8 a 10%
Efeito Joule
∆T / ∆P = ± 0,5 °C/atm
Thomson
De uma forma geral, a absorção refrigerada é um processo mais eficiente do que o processo
refrigeração simples, gerando um gás residual com menor teor de pesados. O gasto
energético do ciclo de propano é menor, porém existe a necessidade de um sistema de
fracionamento de óleo de absorção (solvente utilizado na absorção) com a utilização de um
forno.
Refrigeração
simples
C3
Mais Óleo de
eficiente T = - 25°C absorção
Absorção Complemento
da liquefação
refrigerada
Introdução:
Apesar do GLP produzido a partir do gás natural ser um produto praticamente isento de
contaminantes, faz-se necessário a utilização de sistemas de tratamento específicos para a
garantia plena do atendimento às normas de comercialização vigentes.
PROPANO BUTANO
CARACTERÍSTICA UNIDADE GLP
Comercial Comercial
Umidade Passa - -
Tem como objetivo retirar compostos de enxofre presentes no GLP que geram corrosividade
à lâmina de cobre. Basicamente, passamos a corrente de GLP através de um leito de
hidróxido de sódio, com o objetivo de promover contato íntimo entre os cátions alcalinos e os
ânions sulfetos, gerando com isso reações exotérmicas de neutralização de pequeno grau de
reversibilidade.
Após então, a corrente de GLP é lavada em um leito de água para eliminar eventuais
partículas arrastadas de soda cáustica. Em seguida, o GLP atravessa um leito de areia, o
qual é responsável por separar e reter partículas de água arrastada por efeito de
coalescência.
- Reações características
GLP GLP
CORROSIVO TRATADO
Basicamente, existem duas grandes correntes de fabricantes: uma que utiliza a mistura de
óxidos de ferro (menos ativo, porém mais barato) e outra que utiliza a mistura de óxidos de
zinco (mais ativa, porém mais cara).
Após o período de vida útil dos leitos, os mesmos precisam ser substituídos, sendo o produto
formado no interior dos leitos descartado para aterro comum. Os fabricantes de ambas as
tecnologias garantem que os produtos gerados pelas reações de neutralização não agridem
o meio ambiente.
R R
PURASPEC SULFACLEAN
SINETIX SULFATREAT
TECNOLOGIA UTILIZADA:
LEITOS DE COMPOSTOS
SÓLIDOS FORMADOS POR
MISTURA DE ÓXIDOS
METÁLICOS
GLP
CORROSIVO
Os mesmos fabricantes que produzem produtos para tratar o GLP, também produzem
produtos para tratar o gás natural (na fase vapor). Basicamente, são os mesmos produtos, o
que muda é a granulometria média dos produtos, que adaptados para tratar líquidos ou gás.
água
Gás saturado
Gás
natural
água
Odoração do GLP:
Após o tratamento, injetamos uma diminuta quantidade de odorante no GLP, como medida
de segurança, para facilitar a detecção de quaisquer possíveis vazamentos. O odorante
usado, em se tratando de GLP é o etil mercaptan, devido a sua maior afinidade com a fração
de GLP, em função da similaridade estrutural da cadeia do produto.
Introdução:
Como a especificação do gás natural definida pela ANP, através da Resolução n°16,
praticamente exige que todo o gás produzido seja processado para que possa ser vendido ao
consumidor final, cada novo campo produtor de gás exige que novas unidades de
processamento de gás natural sejam construídas.
Dessa forma, as áreas produtoras mais importantes de gás do país estão sempre associadas
a grandes complexos de tratamento e processamento de gás.
Unidades existentes:
UPGN de Ubu – ES: Para aproveitamento do gás existente nos Campos das baleias
(Jubarte, Franca, Cachalote, Anã), localizados no litoral sul do Espírito Santo.
Projetos da área pré-sal: A área produtora do pré-sal ainda não é totalmente conhecida,
mas estima-se reservas recuperáveis da ordem de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo.
Mesmo sendo muito cedo para estimarmos vazões potenciais diárias de produção de gás
natural, é possível prever que, após as devidas confirmações, a quantidade de gás produzida
no pré-sal brasileiro deverá contribuir fortemente para a auto-suficiência do país neste
combustível. Os principais campos do pré-sal já descobertos são abaixo citados:
Campo de Tupi
Campo de Júpiter
Campo Carioca
Campo Bem-Te-Vi
Campo de Caramba
Campo de Parati
Campbell, John M. LNG Short Course – Technology and the LNG Chain.
Norman, Oklahoma: Campbell and Company, Rev. 5, 2005