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Escrito por Mário Moreno Seg, 17 de Outubro de 2011 10:22

O plano mestre para este complexo sistema foi a Torah. Isso nos ajuda a entender por que o Talmud
declara que uma pessoa deveria sempre ter em mente que toda ação sua pode alterar o estado do
Universo. A obrigação de cumprir a vontade Divina é mais que um assunto pessoal. Desviar-se da
vontade Divina rompe a harmonia do Universo.

O Talmude ainda proclama que o Universo não teria sido criado se não fosse pelo mundo espiritual, pela
palavra divina, pela Torah, chamada “reshit”, princípio de tudo (Pes. 68).

A Escritura tem início com uma frase muito interessante: “No princípio...”. A palavra usada aqui em
hebraico é bereshit. Esta palavra aparece somente duas vezes em toda a Escritura: aqui em Bereshit
(Gênesis) 1.1 e em Iochanan (João) 1.1. Um outro fator interessante é que o primeiro verso da Torah em
hebraico possui sete palavras! Isto indica um senso de organização da parte do Criador, que aqui
demonstra-nos que seus atos foram todos planejados, organizados e realizados de forma lógica e
precisa, a fim de atingir um objetivo: uma criação que glorificasse o Nome do D-us Eterno! Em Iochanan
1.1 temos escrito que “no princípio o verbo era Elohim”. A palavra “verbo” vem do hebraicohá dabar que
significa “falar, declarar, conversar, ordenar, prometer”. Esta “a palavra” é Elohim, porém o termo ali
significa D-us Criador! Ou seja, aquilo que saiu da boca do Eterno foram palavras, uma conversa d´Ele
com os elementos existentes fazendo com que Ieshua – sendo Ele esta “dabar” – participasse da criação
do universo e através deste diálogo entre eles, tudo então foi formado!
Existe ainda algo curioso aqui: porque a Torah tem início com a letra bet? Devemos perceber que esta
letra tem uma abertura para a esquerda, diferentemente das demais letras do alfabeto hebraico. Mas o
que isso significa? Significa que o processo de revelação tem início a partir de agora e ao homem é dado
conhecer somente aquilo que lhe é revelado a partir da palavra “Bereshit”... A língua hebraica é escrita da
direita para a esquerda, significando então que ao homem foi dado conhecer o que o Criador lhe revelou
a partir de agora! O que ficou para trás não está revelado e portanto ao homem é vedado o direito de
“especular” o que aconteceu antes da criação! Mas, por que começar “da direita?” A direita é a origem e
isso nos fala sobre o poder, ou seja, tudo se originou e flui através do poder de Elohim que foi manifesto
pela palavra.

Alguns rabinos argumentam ainda que a letra “bet” como preposição do termo “reshit” funciona como
um construto indicando o tempo em que a ação foi realizada. Então seria traduzido por “para”. A palavra
“reshit” significa "primeiro, princípio, melhor". Em sua raiz temos vários outros significados como ro´sh,
que significa "cabeça, pico, cume, parte superior"; também ri´shâ que significa "princípio, tempo remoto".
Poderíamos então traduzir estas palavras assim: “Para o princípio...”, ou “para o início” ou ainda “para o
melhor”. Isto aponta para algo que passamos a ter conhecimento e que está em seu estágio primário,
embrionário, inicial. Certamente que estas palavras sugerem que haverá uma continuidade a fim de que a
idéia inicial possa tomar forma e possamos então compreender plenamente o que iniciou-se aqui. Neste
relato o tempo é irrelevante... Não nos é dito quando deu-se este início... Sabemos que este evento irá
tornar-se algo tão importante que norteará a vida da humanidade, pois o universo e o homem não tiveram
sua origem não num “processo evolutivo aleatório”; eles fazem parte de um delicado e intrincado projeto
oriundo da mais poderosa Mente do Universo!
O primeiro ato do Eterno nos é dito: “criar!” A palavra aqui traduzida por “criou” é bara, que significa “criar
sem material pré-existente”. Em sua raiz temos a palavra berî´â que significa “coisa nova”. Isso
demonstra que a criação deu-se a partir do nada! É difícil concebermos o “nada” pois nós não sabemos o
que é isso, mas podemos entender que somente o Eterno existia (e com Ele todo o mundo espiritual).
Alguns rabinos também crêem que este verbo estaria no tempo conhecido por gerúndio, ou seja,
“criando”, o que enfatizaria o tempo da criação e não a ordem em que ela foi realizada.
Vamos conhecer também o primeiro nome de D-us: Elohim. Aqui ele é descrito como “D-us Criador”. A
sua apresentação é feita logo no início da primeira linha da Bíblia.

A primeira “obra” da criação foram “os céus e a terra”. Parece um tanto vago falar-se sobre céus, pois
nosso conhecimento sobre os céus é um tanto quanto limitado. Ao referir-se aos “céus”, a palavra
hebraica usada é shamaim e está no plural, pois o Eterno está falando de dois níveis, pois os céus, Sua
morada já existiam então. Aqui parece referir-se ao que conhecemos como “céus estelares”, ou o local
onde estão os planetas, estrelas, asteróides, cometas, etc... Há também aquilo que chamamos de “céus”
e que está sobre nossas cabeças e que é conhecida cientificamente como “camada de ozônio”.
Os gregos conheciam estes três níveis como: auronos, mesorainos e eporainos, referindo aos céus,
morada de D-us, os céus estelares e os céus azuis sobre nossas cabeças. A ordem aludida no verso
também se encaixa na lógica científica, pois sem os céus estelares (universo), onde seria colocada a
Terra?

Aqui é falado também da criação da terra. A palavra “terra” vem do termo hebraico erets e significa “terra,
cidade (estado), mundo”. Mas que terra é essa? Esta palavra hebraica não é usada comumente para
descrever o planeta que é chamado de “adamâ” com o sentido de "Terra (planeta), solo, chão". Seria o
planeta que conhecemos como Terra ou não? Nós não podemos afirmar que se trate de outro planeta,
pois o Senhor neste momento estava criando o planeta no qual Ele colocaria vida e isso somente
aconteceu na terra! Outro detalhe interessante é que a terra é chamada de “há erets”. Esta designação
acompanhada da preposição “hei” designa algo único, peculiar. Outro fato interessante é que o povo de
Israel chama a terra onde vivem de “Há Erets”! Isso poderia indicar que quando o Eterno criou o planeta
Terra Ele pensou primeiro em Israel, já dizendo que “a terra” estava sendo trazida à existência para que o
seu povo pudesse ter ali habitar!
Estes fatos são nos apresentados cientificamente como o Big-Bang ou a Grande Explosão. Segundo os
eruditos esta foi a origem do Universo. E o nosso Universo não é algo que possa ser visto como “uma
coisa simples e rápida”, mas sim um conjunto intrincado de planetas, cometas, asteróides, etc... que
harmonicamente, coexistem de forma satisfatória! Seria isso resultado de uma explosão? Poderia, tal
complexidade e harmonia ter se desenvolvido a partir de um “acidente?” Esta teoria do Big Bang diz o
seguinte:

Cosmologia, estudo do Universo em seu conjunto, incluindo teorias sobre sua origem, evolução, estrutura
em grande escala e seu futuro. O estudo mais específico da origem do Universo e de seus sistemas
astronômicos, como o Sistema Solar, é chamado de cosmogonia.

As primeiras teorias cosmológicas importantes devem-se ao astrônomo grego Ptolomeu, e a Nicolau


Copérnico, que propôs em 1543 um sistema em que os planetas giravam em órbitas circulares ao redor
do Sol. Tal sistema foi modificado pelo sistema de órbitas elípticas descrito por Johannes Kepler.

Em 1917 o astrônomo holandês Willen de Sitter desenvolveu um modelo não estático do Universo.Em
1922 esse modelo foi adotado pelo matemático russo Alexander Friedmann e em 1927 pelo sacerdote
belga Georges Lemaitre, que introduziu a idéia do núcleo primordial. Lemaitre afirmava que as galáxias
são fragmentos proporcionados pela explosão desse núcleo, dando como resultado a expansão do
Universo. Esse foi o começo da teoria da Grande Explosão (Big Bang) para explicar a origem do
Universo, modificada em 1948 pelo físico russo naturalizado americano George Gamow.
Gamow disse que o Universo se criou numa gigantesca explosão e que os diversos elementos que hoje
se observam foram produzidos durante os primeiros minutos depois dessa Grande Explosão (Big Bang),
quando a densidade e a temperatura extremamente alta fundiram partículas subatômicas, transformando-
as nos elementos químicos. Por causa de sua elevadíssima densidade, a matéria existente nos primeiros
momentos do Universo expandiu-se rapidamente.

Ao expandir-se, o hélio e o hidrogênio esfriaram e se condensaram em estrelas e galáxias.

Um dos problemas não resolvidos no modelo do Universo em expansão é saber se o Universo é aberto
ou fechado (isto é, se se expandirá indefinidamente ou se voltará a se contrair).

“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Elohim se movia
sobre a face das águas” (Gn 1:2). Este verso nos diz que há erets [a terra] era sem forma e vazia! Parece
haver aqui algo contraditório, pois no verso 1 lemos que Elohim criou - sem material pré-existente - os
céus e a terra! Novamente temos aqui um problema: a palavra “era” em hebraico vem do termo hayâ que
significa “tornou-se, existir, acontecer”. Isso pode então significar que algo aconteceu à criação anterior
(do verso 1)! Mas o que teria ocorrido? O restante do verso nos informa que a terra “tornou-se sem forma
e vazia!” Existem aqui duas teorias:
1. Ha Satan, quando foi lançado da eternidade e expulso da presença do Criador teria caído na terra e
causado uma imensa destruição naquilo que fora já criado por Elohim;

2. A criação ainda não tinha sido completada, sendo somente relatada no verso 1, o que faz então com
que ela agora possa então ser retomada e dada à ela a sua forma final.

Estas e outras especulações não são explicitamente reveladas nas Escrituras e portanto não temos o
direito de estar “falando de forma irresponsável” sobre aquilo que pode ou deve ter acontecido na
Eternidade!

Certamente que quando o Eterno criou a terra – planeta – ele a colocou sobre – ou em – um lugar para
que ela ali estivesse. Imaginamos que esse “lugar” foi o vácuo (como o conhecemos hoje) para que, a
partir da posição da terra os demais planetas fossem então colocados! Certamente foi por isso que está
escrito que “havia trevas sobre a face do abismo”. A palavra “trevas” vem do termo hebraico hosheq e
significa “escuridão, trevas, obscuridade, noite, crepúsculo”. Este estado existia sobre o “abismo”. A
palavra vem do hebraico tehôm e significa “abismo, profundezas, lugares profundos”. O restante do verso
nos diz ainda: “e o Espírito de D-us se movia sobre a face das águas”. A palavra “espírito” vem do termo
hebraico ruach que significa “vento, sopro, espírito” e a palavra “D-us” vem do termo hebraicoElohim!
Percebemos ainda que não havia nada definitivo na terra, a não ser a água – que inclusive é na Escritura
uma figura do próprio Espírito de D-us – e que a própria água deveria ser colocada em “ordem” para que
depois as demais coisas fossem chamadas à existência!
A partir do verso 3 é nos apresentada a metodologia usada pelo Criador para trazer tudo o que
conhecemos à existência: a palavra!

Parece estupidez afirmar que todas as coisas conhecidas e criadas vieram à existência a partir de algo
que foi dito por D-us! Mas está escrito assim: “E ordenou (amar) Elohim...” (grifo nosso). A palavra usada
aqui refere-se à uma ordem que não pode deixar de ser obedecida! O verso diz: “E disse D-us: Haja luz; e
houve luz” (Gn 1:3). A palavra “houve” vem do termo hebraico hayâ que significa “tornou-se, existir,
acontecer”. Novamente somos surpreendidos, pois agora temos um fato novo: o Criador ordena à
escuridão para que dela surja a luz! Uma ordem dada pelo Criador deu início a um processo criativo tão
imenso que a luz surge da palavra que saiu da boca de D-us! A palavra “luz” vem do termo
hebraico ´ôr com o mesmo significado. Esta palavra está estritamente ligada à vida e à felicidade. Então,
a primeira coisa que o Criador traz à existência é a vida e a felicidade dentro do universo! Agora temos
um outro fato: esta luz – que não é a do sol – está em algum ponto remoto do universo, podendo até
mesmo ser detectada, mas não pode ser vista de forma a apontar-se o lugar de onde ela vem!
Então vejamos: o Criador, ao abrir sua boca, ordena que algo aconteça e isso já de uma forma pré-
estabelecida, ou seja, com uma forma, textura, altura, profundidade, limites, etc... que resultariam, ao
final, de algo completo e pronto! Isso eqüivale a dizer que houve uma pré-concepção (ou geração) daquilo
que seria criado na mente do Eterno para que, depois, ao ser liberada a palavra de ordem, algo
começasse a acontecer! Isso está explícito também em Romanos 4.17 onde está dito: “a saber, D-us, que
vivifica os mortos, e chama as coisas que não são, como se já fossem” (grifo nosso).

O próximo passo da criação é fazer separação entre luz e escuridão. “E viu Elohim que era boa a luz; e
fez Elohim separação entre a luz e as trevas. E Elohim chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi
a tarde e a manhã, o dia primeiro” (Gn 1:4-5). O destaque aqui é para a forma como o dia se inicia: ao
final da tarde! Para o judeu o dia tem início por volta das 18:00 horas (ao pôr do sol). Mais à frente
perceberemos que esta designação trata do ciclo lunar de contagem do tempo! Um outro detalhe é que o
dia foi chamado de ehad termo hebraico que significa “um, único”. Isto nos leva a concluir que não houve
em toda a história do mundo um dia como aquele, que foi um, único entre os demais!
Agora o Eterno dará início à ordenação das águas para que delas possa surgir a tão esperada vida: “E
disse Elohim: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez
Elohim a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que
estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Elohim à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o
dia segundo” (Gn 1:6-8). Aqui a palavra “expansão” vem do termo hebraico raqîa que significa
“firmamento”. Esta palavra indica a imensidão aberta dos céus. Foi feita uma separação entre as águas
que estavam no céu – nuvens – das águas que estavam na terra – mares. Este foi o trabalho realizado
pelo Eterno no segundo dia!
Já no terceiro dia temos as seguintes atividades: “E disse Elohim: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus
num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Elohim à porção seca Terra; e ao
ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Elohim que era bom. E disse Elohim: Produza a terra erva
verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela
sobre a terra; e assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a
árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Elohim que era bom. E foi a tarde e
a manhã, o dia terceiro” (Gn 1:9-13). Duas coisas acontecem aqui: a primeira é que há uma separação –
através de uma ordem dada por Elohim – da água e da terra! O planeta agora começa a tomar um
aspecto parecido com o que temos hoje, com a porção seca separada da água! O interessante é que ao
ajuntamento das águas o Eterno chamou Mares! Devemos notar que aqui a palavra está no plural! Nós
hoje também sabemos que as águas marítimas que temos no planeta são praticamente somente uma
porção única! Todos os mares do planeta estão interligados e certamente não poderiam ser chamados de
“mares”. O que acontece aqui é o que vemos na prática hoje: o Eterno já anunciava que no planeta, em
lugares diferentes, existem águas que são habitadas por seres marinhos que, dependendo do lugar onde
vivem, tem um sabor diferente, mesmo sendo o mesmo peixe, da mesma espécie!
Uma outra ação do Eterno é que à terra é dada uma ordem para que produza “erva verde”. Esta palavra
vem do termo hebraico dashe´ que significa “relva tenra e nova, grama verde, vegetação”. A palavra “erva
que dê semente” vem do termo hebraico ´eseb que significa “vegetação, plantas verdes, erva, grama”.
Esta palavra designa a categoria de plantas que se pode chamar de “rasteiras” e não lenhosas. As
demais expressões nos falam de “árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie”.
Temos então no quarto dia a continuidade do processo da criação: “E disse Elohim: Haja luminares na
expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos
determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e
assim foi. E fez Elohim os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor
para governar a noite; e fez as estrelas. E Elohim os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, e
para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Elohim que era bom. E
foi a tarde e a manhã, o dia quarto” (Gn 1:14-19). Aqui a expressão: “Haja luminares” seria traduzida
assim: “torne-se luminares”. A palavra luminar vem do termo hebraico ma´ôr que significa “luz, luminar”.
Esta palavra nos fala sobre objetos celestes que contém (sendo fonte de luz) – ou rebatam – a luz. Tais
“corpos celestes” são conhecidos hoje por nós como sol, lua, estrelas, planetas, cometas, asteróides,
etc... Foi no quarto dia que o Eterno então “decorou” o universo com uma grande variedade de corpos
celestes que o comporiam e dariam ao universo o equilíbrio que hoje conhecemos! E por isso haver
acontecido no quarto dia (4), que representa o número do mundo, o Eterno deu ao homem a condição de
explorar o Universo sem no entanto exercer qualquer poder sobre ele; poderemos observa-lo e até
explora-lo, mas sem termos o direito de mudarmos aquilo que já foi criado. Agora podemos dizer que o
dia de 24 horas como o conhecemos seria possível por causa da existência do sol e da lua. Porque o sol
foi criado maior que a lua? Porque o dia seria mais importante que a noite? Diz um sábio judeu: “É
impossível que dois reis usem a mesma coroa!” É por isso que o Eterno então designou o Sol como o
astro “rei” e a lua somente “rebate” a luz do sol, sendo então usada pra governar um período menor de
tempo, chamado noite!
Algumas coisas na criação são ainda hoje contestadas e tidas apenas como “fábulas”. Mas pensemos
bem: o que é mais provável (inclusive matematicamente falando), que uma explosão, e depois, um longo
processo de evolução fizesse com que as coisas chegassem ao ponto em que estão – sem contudo
podermos provar tal evolução – ou o único Ser imortal, eterno, santo, justo, etc... que se chama D-us, ter,
por um ato de sua vontade e através de sua Palavra criado tudo o que vemos e conhecemos?

Esta é uma questão que parece estar muito longe de ser “decidida” plenamente, pois muitos são os que
ainda preferem crer numa improvável evolução e tratar o Criador com desdém, enquanto outros
defendem o criacionismo sem qualquer base científica que os apóie, ou seja, por puro fanatismo religioso!

Um fato mais deve ser colocado aqui: O Senhor é o único que conhece o futuro! O profeta Isaías em 42.9
nos diz: “Eis que as primeiras coisas já se realizaram, e novas coisas eu vos anuncio; antes que venham
à luz, vo-las faço ouvir”. Somente alguém que detém todo o poder pode fazer uma coisa como esta!
Concluímos que a própria história está toda sendo escrita por Ele!
No quinto dia vemos o Eterno povoando os mares: “E disse Elohim: Produzam as águas abundantemente
répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Elohim criou as grandes
baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas
espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Elohim que era bom. E Elohim os
abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem
na terra. E foi a tarde e a manhã, o dia quinto”(Gn 1:20-23). A palavra “abundantemente” vem do termo
hebraico sherets que significa “fervilhação, enxame”. Já a palavra “alma” vem do termo
hebraico nepesh que significa “vida, alma, criatura”. Os mares foram então povoados a partir de uma
ordem dada pelo Criador às águas! Também os céus foram assim povoados e as aves foram então
criadas. Isso aconteceu também por causa de uma ordem que o Eterno (Elohim) dá aos viventes
abençoando-os. A palavra “abençoar” vem do termo hebraico barak que significa “dar poder a alguém
para ser próspero, bem sucedido e fecundo” em tudo o que fizerem! Ele também disse-lhes que “Frutificai
e multiplicai-vos”. Aqui a palavra “frutificai” vem do termo hebraico parâ que significa “frutificar, ser
frutífero, ser fecundo, ramificar”. Já a palavra “multiplicar” vem do termo hebraico rabâ que significa “ser
grande, tornar-se grande, ser numeroso, tornar-se numeroso”. Por isso o judeu se cumprimenta com
“Toda rabâ”, muita multiplicação!
Finalmente teremos agora o fim da criação com os atos criadores do Eterno no sexto dia: “E disse Elohim:
Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua
espécie; e assim foi. E fez Elohim as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua
espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Elohim que era bom. E disse Elohim:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e
sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a
terra. E criou Elohim o homem à sua imagem; à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os criou. E
Elohim os abençoou, e Elohim lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e
dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a
terra. E disse Elohim: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda
a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. E a todo o animal
da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde
será para mantimento; e assim foi. E viu Elohim tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a
tarde e a manhã, o dia sexto” (Gn 1:24-31). Agora o Eterno ordena à terra para que ela produza seres
viventes! Temos de entender o que aconteceu aqui, pois na constituição física dos animais temos todos
os elementos que constam na composição química da terra! Isso nos mostra que os animais não
“evoluíram”, mas sim foram criados a partir da terra.
Agora temos o ponto mais alto da criação: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança”. A palavra “façamos” vem do termo hebraico asâ que significa “fazer, fabricar, realizar”. Aqui
a ênfase recai sobre a ação de dar forma ao objeto. A palavra “homem” vem do termo hebraico adam que
significa “homem, espécie humana”. Temos também proveniente da mesma raiz a palavra adamâ que
significa “solo, terra”. Também desta raiz provém o termo adom que significa “vermelho”. Então é nos
explicado que o homem possui a imagem de D-us. A palavra “imagem” vem do termo
hebraico tselem com o mesmo significado. Basicamente a palavra refere-se a uma representação, algo
semelhante. Há ainda a palavra “semelhança” que vem do termo hebraico demut, com o mesmo
significado. A palavra pode ser usada para designar semelhanças sonoras e estruturais, no sentido de ser
um padrão ou modelo. Temos também aqui a ligação entre demut e dam (sangue em hebraico), pois
assim como o sangue corre no interior das veias do homem dando-lhe vida, a demut também parece
significar algo que é semelhante, porém invisível aos olhos humanos! Esta imagem, declara a Torah, é a
imagem de D-us: “à imagem de D-us o criou”. A tradução seria “tselem Elohim bara´”. É interessante
notarmos que a palavra bara´está próxima da palavra bar, que em hebraico significa "filho".
Então, o Eterno faz com o homem o mesmo que fizera com os animais: Ele o abençoa e ordena que
frutifique e multiplique. A finalidade da criação do homem está explicada em poucas palavras: “e domine
sobre...”. A palavra “dominar” vem do termo hebraico radâ que significa “governar”. O homem deveria
então exercer sua autoridade sobre todos os demais elementos criados por Elohim, pois Ele mesmo
assim determinou. Assim Elohim dá ao homem tudo que criara para que pudesse então tê-los como
“mantimento”. Ou seja, o homem poderia escolher na abundância da criação o que comer, até que, mais
tarde, o próprio D-us daria novos limites para seu “cardápio” diário.
Quando termina a sua obra neste dia, ele é chamado de o sexto dia. Em hebraico foi adicionado como
prefixo a letra hey, que é o artigo definido “o”, enfatizando que este também foi um dia muito especial para
a criação e para o Criador! Segundo a tradição judaica o sexto dia da criação foi e dia 6 de Sivan. Esta
data é muito especial, pois foi também nesta data que o Eterno deu a Torah para o povo de Israel no
deserto! Ou seja, tanto a criação do homem quanto a dádiva da Torah foram feitas no mesmo dia!

Vejamos a seqüência de atos criadores e organizadores de Elohim:

1° dia: Cria-se a luz. Separa-se luz das trevas; está estabelecido então o dia e a noite. Também
estabelece-se quando o dia começa: ao final de cada tarde, ou ao anoitecer! (versículo 4).
2° dia: Criam-se os céus. Separam-se águas e águas.

3° dia: Cria-se a terra seca e os mares. Novamente Elohim ordena (amar), mas agora à terra, que
produza erva que dê semente, árvore frutífera e cuja semente esteja em seu fruto.

4° dia: Cria-se os planetas que determinarão as épocas na terra e também as estrelas.

5° dia: São criados os animais e toda forma de vida sobre o planeta. Primeiro Elohim ordena (amar),
agora às águas, e elas produzem os peixes e répteis; e as aves voariam sobre a face da expansão dos
céus. Aqui está algo diferente: Elohim os abençoa, dizendo: frutificai, multiplicai-vos e enchei a terra!

6° dia: Agora Elohim ordena (amar) à terra e ela produz os animais, repteis e as bestas-feras do campo!
Logo após isso ter acontecido, muda-se a forma como as coisas são ditas, pois é usado o plural dizendo:
“Façamos (nós) o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26). Aqui a
metodologia de criação difere um pouco das outras, pois a partir disso é criado o homem com uma
função: ser como seu Criador! É dito sobre ele: “...e domine sobre...”.

O profeta Iesha'yah (Isaías) em 42.5 amplia o fato da criação dizendo: “Assim diz Elohim, o ihvh, que
criou os céus e os desenrolou, e estendeu a terra e o que dela procede; que dá a respiração ao povo que
nela está, e o espírito aos que andam nela...” Aqui Elohim é mostrado como aquele que criou os céus,
que estendeu a terra e que também dá vida e espírito aos homens! O Senhor cria e dá ao homem tudo o
que ele tem, inclusive sua própria vida!

“Antes de formar no sexto dia o homem, o ser mais importante da Criação, D-us preparou-lhe o máximo
de conforto e felicidade. O sol, a lua e as estrelas para iluminar seu caminho; as flores, para gozar de
seus perfumes; os pássaros para entoar-lhe os seus cânticos harmoniosos, e todos os bens da terra para
desfrutar deles segundo o seu desejo. Faltava-lhe dar o exemplo do sábado, o dia em que deveria
dedicar-se ao repouso do corpo e da alma, ao regozijo e à elevação do seu espírito”.

Agora, após a criação ter sido acabada, acontece algo incrível: Elohim descansa! Não parece absurdo
falar em um ser tão poderoso e que agora simplesmente descansa?

Este foi o ato de Elohim no sétimo dia! Foi também a primeira coisa que o homem fez após ser criado! O
homem tem a primeira oportunidade de imitar seu Criador e descansar e também tem tempo hábil para
ter comunhão com Ele!

Este dia é especial para Elohim. É nos dito que ele abençoa e santifica este dia! “E abençoou Elohim o
dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Elohim criara e fizera” (Gn 2:3).
É o único dia que recebe um nome: Há Shabath [que significa “o descanso”]. A palavra “santificar” vem
do termo hebraico qadosh que significa “ser consagrado, ser santo ser santificado”. Aqui temos um
padrão incomum: o Criador dá ao homem o exemplo daquilo que ele deverá fazer. O Criador santifica –
separa – o sétimo dia dando-lhe uma qualidade que até o momento pertencia somente ao Criador:
qadosh! Nenhum outro dia e nenhum outro elemento ou mesmo ser que fora criado recebe esta
designação; somente este dia é considerado assim, pois este dia se parece com seu Criador! Quando
percebemos isso entendemos então qual foi a primeira atitude do homem após ser criado: ele descansou
– guardou o shabat – com seu Criador! O próprio D-us diz ao homem que a importância maior na vida do
homem seria a comunhão entre a criatura e o seu Criador! Nada substituiria este momento entre os dois e
justamente por isso o Eterno estabelece que este dia seria separado, santificado, consagrado para o
homem e para Ele!
Temos então uma outra informação interessante: a inexistência da chuva! “Estas são as origens dos céus
e da terra, quando foram criados; no dia em que o IHVH Elohim fez a terra e os céus, e toda a planta do
campo que ainda não estava na terra, e toda a erva do campo que ainda não brotava; porque ainda o
IHVH Elohim não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. Um vapor,
porém, subia da terra, e regava toda a face da terra” (Gn 2:4-6). Temos aqui mais um fato fascinante, pois
na frase: “no dia em que o Senhor D-us fez a terra e os céus” a melhor tradução seria “no dia de IHVH
Elohim criou os céus e a terra”. A palavra “dia” - yom - em hebraico vem preposicionada pelo artigo “be”
que significa "no" ou "para". Então temos também o tetragrama – IHVH – que significa “Eu me torno aquilo
que me torno” e a palavra Elohim significa “D-us Criador”. O dia aqui citado é então tido como o “Dia do
Senhor” um dia no qual o Eterno traz a existência algo para impactar o universo. Então explica-se que a
terra era mantida úmida através do vapor de subia dessa mesma terra e regava o solo, mantendo-o
apropriado para o plantio e cultivo.
Até agora nos foi dado um relato da criação, e no que diz respeito a criação do homem, isso foi feita de
forma resumida. No capítulo 2.7 é nos dito como Elohim cria o homem: “E formou o IHVH Elohim o
homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”.
Aqui temos o uso da palavra “formou” que vem do termo hebraico yetser que significa forma. Em sua raiz
temos o sentido de "moldar, formar". Há uma ênfase no moldar o objeto envolvido ou dar-lhe forma, e isso
pressupõe o uso das mãos. Mas, quem atuou como o executor do molde? Novamente aparece aqui IHVH
Elohim com o mesmo significado obtido acima. A substância principal usada pelo Criador para dar forma
ao corpo humano foi a própria terra! A palavra “pó” vem do termo hebraico apar que significa “poeira,
terra, chão, cinzas, argamassa, pó, entulho”. No hebraico duas coisas são encontradas: pó vermelho
(adamah) e também sangue (dam). Ou seja: podemos concluir que o homem é a terra viva! (com
sangue). Por isto está dito em Gn 3.19: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra,
porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás”. Parece uma declaração forte, mas é a
realidade: após a morte todos nos convertemos em pó, retornando assim ao estágio em que nos
encontrávamos antes de sermos feitos “alma vivente” por Elohim! O termo alma vivente veio por causa do
“fôlego da vida”. A palavra “fôlego” vem do termo hebraico neshamâ que significa “respiração”; já a
palavra “vida” vem do termo hebraico hayâ que significa “vida”. A metodologia usada para isso foi “e
soprou-lhe nas narinas”, onde a palavra “soprou” vem do termo hebraico iapah que significa “respirar,
soprar”. O resultado final da criação foi: “e o homem tornou-se alma vivente”. Aqui a palavra “homem” vem
do termo hebraico adam que significa “homem, espécie humana”. Já o termo “alma vivente” é nepesh
haya, onde a palavra nepesh significa “vida, alma, criatura, pessoa, mente” e a palavra haya significa
“vida”. Ou seja, somente após o momento em que a respiração de D-us entrou no homem é que ele
passa a ter vida e sentimentos! O boneco de barro agora possui vida em três dimensões: corpo, alma e
espírito!
“O fato de ter criado D-us um homem só, formando-o do pó da terra, ensina segundo o Midrash, que não
deve existir orgulho, desigualdade de origem, linhagem e casta, entre os homens; ninguém pode chamar
ao seu semelhante de estrangeiro, pois pertence como ele à mesma terra”.

Agora somos apresentados a uma outra dimensão da criação: o lar do homem! “E plantou o IHVH Elohim
um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado. E o IHVH Elohim fez brotar da
terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore
do conhecimento do bem e do mal. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se
tornava em quatro braços. O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde
há ouro. E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardônica. E o nome do segundo rio é
Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe. E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o
lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates” (Gn 2:8-14). Aqui temos uma breve descrição de outra
obra realizada por IHVH Elohim: o plantio do Éden. A palavra “Éden” vem do termo hebraico eden que
significa “planície, estepe”. Isso significa que esta palavra não foi traduzida na língua portuguesa, mas sim
transliterada! Ela provém também de uma outra raiz ´adan que significa “desfrutar, ter prazer em”. O Éden
é descrito como uma vasta região, onde ao lado oriental o Eterno planta um jardim. A palavra “árvore”
vem do termo hebraico ´ets que significa “árvore, madeira, tronco, tora, madeiro”. Aqui ela é descrita de
três formas: boa para comida (certamente são as árvores frutíferas), da vida e do conhecimento do bem e
do mal. A árvore do conhecimento é a que nos interessa. Primeiro temos algo que não está claro em
português e que ocorre no hebraico: a palavra conhecimento vem precedida da partícula hey que é o
artigo definido. Isso significa que tal experiência seria única para aquele que a desejasse! Já a palavra
“conhecimento” vem do termo hebraico da´at que significa “conhecimento, astúcia”. A raiz desta palavra
expressa o conhecimento adquirido de diversas maneiras pelos sentidos! Ela nos fala de algo prático, que
advém por meio de atos pensados e medidos. A palavra “bom” vem do termo hebraico tôv que significa
“bom, agradável, belo, que dá prazer, alegre, jubilante, precioso, correto, justo”. A palavra “mal” vem do
termo hebraico ra´ que significa “mal, maldade”. A raiz tem a conotação de infortúnio, calamidade,
perversidade. Percebe-se então um dualismo nesta árvore, pois ela permitirá que, através e uma
experiência única o homem possa alcançar um conhecimento prático daquilo que é positivo e negativo,
bom e mal. Porém estas duas forças sempre atuam de forma contrária, convivendo num mesmo lugar e
se contrapondo entre si. A localização deste lugar é ainda hoje incerta, porém podemos afirmar que ele
ficava na região que hoje conhecemos como Iraque. Certamente houve uma grande mudança nesta
região, pois sabemos pela leitura da Torah que esta região tinha uma determinada aparência e hoje ela
está completamente mudada!
Mas, qual seria a função do homem neste lugar? O texto nos informa que: “E tomou o IHVH Elohim o
homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o IHVH Elohim ao homem,
dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do
mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. E disse o IHVH
Elohim: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. Havendo, pois, o
IHVH Elohim formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adan, para
este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adan chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome” (Gn
2:15-19). O local onde o homem é posto – isso significa que ele (o homem) não foi criado ali - tem um
nome: Éden. O jardim foi então criado antes do homem com uma finalidade: receber um novo ser que era
a obra-prima da criação. Esta palavra – Éden - foi transliterada e significa “planície, estepe”. Ela está
associada à palavra hebraica ´adan que significa “desfrutar, ter prazer em”. Esta palavra“Éden” também
significa roupas vistosas, jóias vistosas, coisas caras. Aqui temos também a dimensão daquilo que o
homem faria no jardim: lavrar e guardar. A palavra “lavrar” vem do termo hebraico ´abar que significa
“transpor, ultrapassar, atravessar, transportar, levar embora”. Ele vem preposicionado com a partícula "le"
que significa “para, em, com relação a, de, por”. Este termo traz a idéia de movimento e indica o
movimento de uma coisa ou pessoa em relação a um objeto que está parado. A palavra “guardar” vem do
termo hebraico shamarque significa “guardar, observar, prestar atenção”. Esta palavra também vem
preposicionada. Então o Eterno ordena então ao homem que ele não coma da árvore do conhecimento do
bem o do mal. A palavra usada aqui para “ordenar” vem do termo hebraico tsavâ e significa “ordenar,
incumbir”. Da raiz desta palavra temos dois termos importantes: mitsvâ que significa “mandamento” e
também tsav que significa “ordem”. Estas palavras nos mostram que há uma relação muito forte naquilo
que é dito a Adan, pois o Eterno também lhe dá a opção para que ele escolha obedecer ou não. Por outro
lado o Senhor avisa ao homem que a desobediência lhe traria a morte! Esta ordem se referia a uma
árvore específica: a do conhecimento do bem e do mal. A palavra “conhecimento” vem do termo
hebraico da´at e significa “conhecimento, astúcia”. A raiz expressa o conhecimento adquirido de diversas
maneiras pelos sentidos. Esta palavra vem preposicionada significando que este tipo de conhecimento
era único para o homem! Já a palavra “morrer” vem do termo hebraico mût que significa “morrer, matar,
mandar executar”.
Agora o Eterno argumenta sobre a atual situação do homem: “Não é bom que o homem esteja só”. A
palavra “esteja” vem do termo hebraicohayâ que significa “tornou-se, existir, acontecer”. Já a palavra “só”
vem de outro termo hebraico que é bad e que significa “sozinho, por si mesmo, solitário”. A intenção do
Criador não era que o homem se tornasse um ser solitário, mas sim que ele pudesse conviver em
harmonia com outros de sua própria espécie! Então a solução encontrada pelo Senhor foi: “far-lhe-ei uma
ajudadora idônea para ele”. Aqui a palavra “ajudadora” vem do termo hebraico ´ezer que significa “ajuda,
apoio, auxílio”. Na raiz desta mesma palavra temos também um outro significado: tesouro! O que a
Escritura quer dizer então? Quer dizer que além de alguém para ajudá-lo o homem estaria recebendo de
seu Criador um tesouro, que é a mulher! Após ter declarado isso o Eterno então dá a Adan a atribuição de
dar nomes aos seres viventes.
“A Torah condena o celibato. O homem é obrigado a contrair matrimônio desde a idade de dezoito até
vinte anos, se assim o pode fazer (Maimônedes – Sefer Hamitzvot [Kidushin 29]). Porém, o homem que
tem de abandonar o estudo da Torah para procurar manutenção, fica isento desta obrigação até formar
uma situação, pois que, segundo o Talmud, o homem deve, em primeiro lugar, preparar o lar, plantar uma
vinha (estabelecer trabalho) e depois contrair casamento (Sotah 44). Quem não tem esposa, vive sem
alegria e sem bênção (Yebamot 62). O solteiro é considerado meio corpo (Zohar).

Isto aconteceu assim: “E Adan pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do
campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea. Então o IHVH Elohim fez cair um sono
pesado sobre Adan, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; e
da costela que o IHVH Elohim tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adan. E disse Adan:
Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do
homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e
serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam” (Gn
2:20-25). Na criação da mulher o processo foi semelhante: Elohim usa o próprio homem para tirar dele
sua companheira! O Criador dá ao homem um momento para uma “soneca” e através e uma costela
retirada do lado do homem Ele forma uma mulher para Adan! A palavra “costela” vem do termo
hebraico tsela´ que significa “lado, costela”. Esta palavra está muito próxima de um outro termo que a
explica, tselem que significa “imagem”, e representa algo que é semelhante.
Quando Adan vê a mulher, ele tem a primeira revelação de que temos notícia na Escritura: “E disse Adan:
Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do
homem foi tomada” (Gn 3.23). A partir do momento em que o homem reconhece sua companheira
(encontra-a), então eles se tornarão um no Senhor! Então é-lhes dito o que fazer para constituírem uma
verdadeira família: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão
uma só carne” (Gn 2.24). Aqui a palavra “mulher” vem do termo hebraico ishshâ que significa “mulher,
esposa, fêmea”. O texto diz ainda que eles seriam uma só carne. A palavra “carne” vem do termo
hebraico basar que significa “carne (pele, corpo)”.
Está aqui a conclusão da criação, explicada de forma a nos mostrar que Elohim usou de duas
metodologias distintas para atingir seus objetivos: criar o universo e tudo o que conhecemos e também o
homem para habitar aqui.

O propósito é muito claro: a glorificação do nome do D-us Eterno! Está escrito em Is 43.7: “...a todo
aquele que é chamado pelo meu nome, e que criei para minha glória, e que formei e fiz”.

Um outro detalhe muito interessante é o estado de santidade em que se encontravam o homem e a


mulher. “E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam” (Gn 2:25). A palavra
“nus” aqui vem do termo hebraico arâm que significa “por a descoberto, descobrir”. Até a entrada do
pecado no mundo o homem não tinha a consciência da malícia, que faz com que as pessoas olhem para
as outras com pensamentos impuros! Até este momento eles não precisavam de “cobertura” do Eterno
pois dividiam com Ele o mesmo espaço de santidade! A inexistência do pecado fazia com que homem e
mulher se olhassem e se vissem de forma natural, como dois seres criador por Elohim que deveriam se
completar!
Entra agora em cena o diabo que age por trás de um animal: a serpente! É travado um diálogo entre a
mulher e a serpente que visa determinar quem está certo: a criatura ou o Criador! “Ora, a serpente era
mais astuta que todas as alimárias do campo que o IHVH Elohim tinha feito. E esta disse à mulher: É
assim que Elohim disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto
das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Elohim: Não
comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis” (Gn 3:1-4). Aqui há um jogo de palavras que incitam a mulher a contestar o que havia sido dito
pelo Eterno! Há uma inversão daquilo que é dito no capítulo 2.16, onde está dito: “E ordenou o IHVH
Elohim ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente”. Quando o inimigo usou este
recurso de retórica, ele trouxe uma tremenda confusão à mulher! E ela caiu nesta “armadilha” do maligno,
traindo assim a palavra do Senhor e a confiança que o Eterno depositara em suas criaturas! Agora, só
restava tentar fazer com que o homem pudesse acompanhá-la, pois caso contrário a mulher ficaria só na
cena do pecado de traição ao Eterno!
As conseqüências do pecado da mulher – e depois do homem – foram nefastas! Vejamos o que foi que
aconteceu: “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas
de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do IHVH Elohim, que passeava no jardim pela
viração do dia; e esconderam-se Adan e sua mulher da presença do IHVH D-us, entre as árvores do
jardim. E chamou o IHVH Elohim a Adan, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no
jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Elohim disse: Quem te mostrou que estavas nu?
Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse Adan: A mulher que me deste
por companheira, ela me deu da árvore, e comi. E disse o IHVH Elohim à mulher: Por que fizeste isto? E
disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. Então o IHVH Elohim disse à serpente: Porquanto
fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre
andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. E à mulher disse:
Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será
para o teu marido, e ele te dominará. E a Adan disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e
comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com
dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva
do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado;
porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3:7-19).
Vejamos alguns fatos importantes aqui:

O pecado “abriu os olhos” do homem mostrando-lhes que estavam nus! O texto diz: “e conheceram que
estavam nus”. A palavra “conheceram” vem do verbo yada´ e significa “conhecimento adquirido pelos
sentidos; conhecimento experimental”. Isso nos confirma que, naquele momento, eles perderam a sua
inocência.
O homem – e também a mulher – fazem para si “aventais” com folhas de figueira. Esta palavra vem do
termo hebraico teenâ com o mesmo significado. O importante aqui é que a figueira representa a cura e o
homem procurava por si só ser “curado” do pecado. Além disso a figueira é um símbolo de Israel e é a
única árvore mencionada pelo nome no jardim criado pelo Eterno! Nas escrituras, assentar-se debaixo de
sua própria figueira representa participar das bênçãos de paz, prosperidade e segurança, tanto presentes
quanto futuras! Israel, munido de “cura”, já esta presente no paraíso, esperando para ser usado de forma
legítima, pois somente quando isso acontecesse seus objetivos seriam alcançados.
Outro aspecto foi que, num determinado momento do dia, ouviram a voz de D-us (e a Escritura nos dá a
entender que isso era habitual entre eles) e esconderam-se! Isso nunca havia acontecido antes!

D-us agora “procura” o homem para relacionar-se com ele! Mas, pelo que parece, o homem não está à
disposição do Senhor por causa de seu pecado!

Agora ambos – homem e mulher – transferem sua responsabilidade para outrem e não assumem aquilo
que fizeram!

A serpente também é “amaldiçoada” - arar que significa “prender por encantamentos, cercar com
obstáculos, deixar sem forças para resistir, e passa a rastejar sobre seu ventre! Isso parece nos indicar
que a mesma no passado deveria locomover-se de uma outra forma, provavelmente com pequenas
pernas traseiras!
Há também a rivalidade entre a semente da mulher e a serpente, a qual seria “pisada” pelo descendente
da mulher! Está dito que haveria “inimizade” entre serpente e a semente da mulher. Esta palavra vem do
hebraico ´ebâ e significa “inimizade, ódio, hostilidade”. Esta “rivalidade” seria perpetrada pela “semente”
da mulher. Esta palavra vem do hebraico zera´ e significa “semeadura, semente, descendência”.
E finalmente as dores para ambos os lados – homem e mulher – que seriam uma parte da punição por
causa do pecado! Também o trabalho penoso que agora faria com que o homem não mais tivesse
“facilidades” ao trabalhar a terra!

Quando isso aconteceu o Eterno precisou então “cobrir” o homem com peles, vestindo-os. Quem faz isso
é IHVH Elohim que é o mesmo que anteriormente se tornara para eles punição! O Eterno matou animais
e com suas peles fez túnicas. A palavra “túnica” vem do termo hebraicokutonet com o mesmo significado;
vestimenta parecida com um camisão bastante longo e geralmente feita de linho. Estas vestimentas eram
as mesmas usadas pelos sacerdotes. Eles então foram “vestidos” e esta palavra vem do
hebraico labesh que significa “vestir, estar vestido”.
Todas estas coisas trouxeram grandes influências sobre os descendentes do homem de tal forma que a
corrupção logo atingiu toda a raça! Houve então o problema entre os dois filhos de Adan, gerando assim a
primeira morte de que se tem notícia na história do homem: a morte de Abel!

Certamente isso está ligado à promessa que o Senhor havia feito à Eva – Hava cujo significado é “vida”,
de que um de seus descendentes – não lhe foi dito qual seria – haveria de “pisar a cabeça da serpente”.
A morte prematura de Abel - Hevel - cujo significado de seu nome é “vapor, sopro, vaidade” - através de
Cain cujo nome significa “possuir ou criar”, já foi um ato “preventivo” das trevas quanto ao cumprimento
da promessa do Senhor quanto ao seu descendente! É interessante que na raiz deste nome temos
também a palavra qîn que significa “entoar um canto fúnebre” e qinâ que significa “lamentação”. Sobre
este fato temos uma história interessante que diz:
"Cain disse a seu irmão Hevel, e quando estavam no campo, Cain levantou-se contra seu irmão Hevel e
matou-o".

Ao ler este versículo, surge uma dúvida imediata. A Torah escreve que "Cain disse a Hevel" - então
parece haver uma lacuna bem evidente, uma pausa que nos intriga, porque a Torah não informa o que
Cain falou.

Toda a congregação está sentada ouvindo atentamente a leitura da Torah, esperando pelo momento do
clímax, quando ouvirão o que Cain tem a dizer, e então, como se uma linha inteira tivesse sido apagada,
a narrativa salta para nos dizer que ele matou o irmão! Mas o que aconteceu? O que conversaram os dois
que fez Cain reagir tão drasticamente?
O Targum Yonatan menciona esta dúvida relatando uma discussão fascinante que ocorreu entre os dois
irmãos, a qual levou diretamente ao assassinato. Cain reclamou a Hevel que não havia justiça e um juiz
supremo neste mundo; não há Mundo Vindouro, e por isso os justos não serão recompensados e os
perversos jamais serão castigados. Hevel discordou, e como resultado desta discussão, Cain decide
matar seu irmão.

Entretanto, mesmo após ouvir a explicação desta conversa, a passagem ainda permanece obscura. Se
estavam realmente discordando sobre um assunto tão fundamental, não teria sido informativo se a Torah
nos relatasse isso de maneira direta?

Foi sugerido que a Torah omitisse qualquer menção explícita do assunto da discussão porque, na
verdade, é totalmente insignificante para o desenrolar da história. Cain não tinha o direito de tirar a vida
de seu irmão, e ponto final, não importa o quanto ele justificasse suas ações.

O fato de que ele tivesse uma suposta desculpa para seu comportamento (tinham opiniões conflitantes)
era irrelevante, porque qualquer que fosse seu arrazoado, este permaneceu meramente uma
racionalização formulada pela mente humana, para se permitir a busca de seus próprios desejos básicos.

Na verdade, Cain estava com inveja porque a oferenda de Hevel fora aceita por D'us, enquanto que a sua
não, por isso desejou matar o irmão. Ele tinha apenas um problema - sua consciência. Mas não poderia
simplesmente destruir sua própria carne. Precisava de uma desculpa, uma racionalização para sentir-se
melhor a respeito daquilo que estava para fazer.

Por esta razão, provocou uma discussão; descobriu que seu irmão discordara, e usou isto como uma
desculpa para o assassinato. Entretanto, como era meramente uma desculpa, a Torah considerou-a
irrelevante, e por isso preferiu omiti-la da narrativa.

Quantas vezes inventamos desculpas para justificar nossas ações – fabricando racionalizações que, se
apenas usássemos o tempo para analisá-las, veríamos que são totalmente infundadas? Somos realmente
honestos com nossos amigos, nossa família, com o Criador, e com nós próprios, ou simplesmente
procuramos as melhores desculpas a fim de satisfazer nossa consciência?

Ao começarmos este novo ano, reforcemos nosso compromisso de buscar a verdade e estejamos
conscientes das perigosas racionalizações que inevitavelmente impedirão nossa busca por uma vida boa
e com moral.

Após esse fato nos é dada uma genealogia de um homem justo chamado Sete - Shet. Esse nome em
hebraico significa “compensação” e certamente está ligado à morte de Abel. Da linhagem deste homem
justo vieram personagens que marcariam a história da humanidade: Enos - Enosh cujo significado é
“homem, pessoa”, e um outro deles foi Enoque. Com o nascimento de Enosh teve início um
acontecimento trágico: a profanação do nome do Senhor! A palavra hohal está no tempo perfeito na
terceira pessoa masculina do singular do verbo halalque significa “profanar, contaminar, poluir”. Ao
contrário daquilo que lemos em nossa versão em português que diz: “então começou a se invocar o nome
do IHVH”, o texto hebraico diz que houve uma profanação que começou com o qara, “chamar, convocar,
recitar” o nome de IHVH através da pessoa de Enosh! O outro homem de quem falaremos é Enoque. Seu
nome em hebraico é Enok e significa “dedicar, inaugurar”. A Escritura diz o seguinte sobre ele: “E andou
Enoque com Elohim; e não se viu mais, porquanto Elohim para si o tomou” (Gn 5.24). Este homem andou
com seu Criador, pois no texto hebraico temos Há Elohim; não é um relacionamento comum, mas algo
que ultrapassou as fronteiras da simples “relação casual” e certamente atingiu um nível de intimidade tão
grande que o Eterno (o Criador) tomou-o para si mesmo. Esta palavra “tomou-o” vem do termo
hebraico laqah e significa “tomar, agarrar, receber, adquirir, comprar, trazer, tomar por esposa, arrancar”.
Com Enok temos a inauguração de uma nova etapa na vida cotidiana da humanidade, pois agora eles
sabem que o Criador pode tomar para si – arrebatar – aqueles cuja intimidade com Ele ultrapassam os
limites do viver diário comum. Enok simboliza o “rapto” daqueles que são a noiva do Cordeiro e ainda
haverão de tornar-se em esposa amada d´Ele! Quando isso acontecer, então estará sendo inaugurada na
terra uma nova etapa da história humana: a grande tribulação! Tudo de acordo com as Escrituras...
O texto de Gênesis 6 nos diz: “E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a
face da terra, e lhes nasceram filhas”(Gn 6:1). Aqui a palavra “multiplicar-se” foi mal traduzida, pois
provém do termo hebraico hohal e está no tempo perfeito na terceira pessoa masculina do singular do
verbo halal que significa “profanar, contaminar, poluir”. Isso significa então que os homens não
começaram a multiplicar-se mas sim a contaminar-se, profanar-se! O contexto reforça esta interpretação,
pois a partir de agora a corrupção se estenderá à muitos homens na terra!
Tal corrupção gerou uma “mistura” dos que tinham um relacionamento com D-us (O Criador) com
pessoas que já estavam corrompidas, pois haviam recebido este tipo de padrão de seus familiares (pais).
O texto nos diz que: “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si
mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para
sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn
6:2-3). Aqui temos algo interessante, pois a frase “disse o IHVH” em hebraico significando que IHVH
ordenou – significado da palavra “amar” que não haveria juízo – que cause contenda, briga – com o
homem, pois a palavra “contender” vem do termo hebraico dûn cujo significado é “julgar”. O sentido é que
o espírito não julgaria o homem para sempre, pois no futuro haveria um padrão que não seria este, mas
sim o da palavra escrita – registrada – que então se tornaria o guia para que o homem pudesse então
servir ao Criador. Está já “profetizado” que então haveria um teto limitando o viver do homem: 120 anos!
Isso aconteceria quando houvesse este padrão escrito para reger a vida do homem! É interessante que
Moshe morreu aos 120 anos e ele foi o maior legislador de Israel.
Aquela época era um tempo atípico na história da humanidade: “Havia naqueles dias gigantes na terra; e
também depois, quando os filhos de Elohim entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes
eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. E viu o IHVH que a maldade do homem
se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má
continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu
coração” (Gn 6:4-6). A palavra “gigantes” provém do termo hebraico nepîlim que significa “gigantes”. Esta
palavra vem de uma raiz napal que significa “cair, prostrar-se, ser lançado fora, fracassar”. Isso pode
significar que estes homens eram “caídos”, que estavam “prostrados” por algum motivo forte: o pecado! A
Escritura nos fala sobre “aqueles dias”, certamente referindo-se ao tempo em que a corrupção, o pecado,
começou a abundar sobre a terra. Estes homens foram chamados de “valentes da antiguidade”. Esta
palavra vem do termo hebraico gibôr que significa “poderoso, forte, valente, homem poderoso”. Por
causa do pecado, a mal se multiplicava sobre e entre os homens. Este “mal” é ra´ e significa “mal, aflição,
algo ruim, infortúnio, calamidade, perversidade”. Isso fazia com que, inclusive o padrão de pensamentos
dos homens fosse afetada. A palavra “pensamentos” vem do termo hebraico mahashabâ que significa
“pensamento, intuito, estratagema”. Certamente o pecado exercia uma grande influência sobre as atitudes
do homem e também sobre seu padrão mental, o qual o dirigia de tal forma que ele arquitetava o mal
continuamente.
O resultado desta situação é que o Eterno “arrependeu-se” de haver feito o homem. Esta palavra vem do
hebraico naham que significa “ter pena, lamentar”; a raiz reflete a idéia de “respirar profundamente” e por
conseguinte a manifestação física dos sentimentos da pessoa, geralmente tristeza. A condição humana
de degradação gerou no Eterno um sentimento de pena, um lamento em relação à condição degradante
que já naquele momento se encontrava a raça humana! Isso não fora planejado pelo Eterno para o
homem.
A reação do Eterno a esta situação foi: “E disse o IHVH: Destruirei o homem que criei de sobre a face da
terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os
haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do IHVH” (Gn 6:7-8). A palavra “Senhor” vem do
tetragrama – IHVH – e isso significa que o Eterno se tornaria aquilo que precisamos que Ele se torne para
nós; neste caso juízo. Já a palavra seguinte, “destruirei” vem do termo hebraico mahâ e significa “limpar,
enxugar, eliminar”. Isso indica que a punição que viria para o homem certamente seria dura, porém
causaria um efeito “eliminador” quanto ao mal que já havia se alastrado pela terra. Porém, houve uma
exceção: Noé! Este nome em hebraico é Noah e significa “descansar, estabelecer-se”. Isso indica que o
Eterno encontrara um homem em quem Ele poderia “descansar” e confiar, pois através dele se
estabeleceria um novo tempo sobre a face da terra!
Este homem foi tido por tão justo diante do Eterno que ele foi “poupado” juntamente com todos os que
creram na mensagem vivida e pregada por Noé, que desempenharia um papel preponderante em sua
época e na salvação da raça humana!

Mário Moreno

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