Vous êtes sur la page 1sur 187

CIÊNCIAS DA TERRA

TI"rULO
ESTUDO ESTRATIGRÁFICO E PALEONTOLOGICO DO JURÁSSICO
DO ALGARVE OCIDENTAL
1.a Edição em Português/Data: Dezembro de 1976

AUTOR
Rogério Bordalo da ROCHA
Centro de Estratigrafia e Paleobiologia
Universidade Nova de Lisboa (Ciências da Terra)
Quinta do Cabeço,
Olivais - Lisboa 6

EDiÇÃO
© UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

COMPOSiÇÃO E IMPRESSÃO
SERViÇOS GRÁFICOS DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
Av. Miguel Bombarda, 20-1. 0 - Lisboa 1
Maio de 1977
--
ERRATA

.... (Cc>loI.) ...... 0 . . . 11


,

----
5," (60 r",,) *0>11"""" _"",/ao".."
• " ...."
IIONNARElll 80NAJIlELLI

_u_ _u_
10 (I.") 1." (60 r_J tio~. loo..-::lotlD...
11 (I.") 1,' (lk>r. ..) (0teIÚ............._
11 (1.") O.' (_ZIE'JEN) (VON ZIETEH)

".. 0.->
33 (1.1)
Fc..1.J
II." (lk> 601) ~-
~,...

,.... ........
"10__.
6s (1.->
"
68 (I.")
10 (1.1)
(2.->
"
II."
6." (.... filio)
16." (.... &lo)
14.' (.... filio)
..--
,....010_
1 .... __...

• _ _ íli<a de polipciI1II
~-
-.--
..---......
doo p~ lá. . . f"*od_i\ico
(
11 (1.1) 4." (010 r_) c (da'-:m Cro_m
83 (I.")
86 (1.1) ,.
10.' ..,.,..ido
ln<IlUlinicl
.-,lIr.ido
tndostinieo
86 (1.0)
87 (1.0)
19 (1.')
S9 (2.")
".
10.0 ,14.0

'".-
lk> ,.;ao
r./r_'
""-;
u_ .-
--ro.,
do airao,
r...." " _

.- _h_
9) (I.") 14." (H.E)
,.. (1.') 10." "'''
(")
• 22 _ ck d_1U<I .• n_ .... "__.
,. 0.0 ) I'.' (40 filo)
106 (I,') 11.~.... r..)
101 (2.") II.' (40 I'ioo) l-doIs-oL. <- do $oloIoL
111(1.")
II' (1.") ".'
'V
RNET.p.l0
... ~_onI
CAIt1'o"ET.,.1O
«:Illlrololen1.
121 (l.')
12J (2.") "
:16.",31."
IndU1ioia.
f <1c uredondod. f~-
ufftlondod.

....-"""'"
UI (I.') 10." (do rlltl) FAUGIÔIlF.8. EUll .. NOUTEIt-
DE, nop.d" FAUGP.RES, nop'd.
146{1.")
IS)(I.")
IJ6 (I.')
m
13."
11."
U,
II.'
....."''''''''
.... AJrilrida
poHMn:íaEoa

H
......... iolclol

S.J."~

N. ~l.l (p.67)...-..... q...do:

, !W1bYI
,
• •
1 - (HIll..... -.pr
1 .(_ Io'cobon;
,... _ _
d
o
I
~
;
.
1_ ~ . - . . _ _ t_/atIIiIU......
4_1'4_ _ ""
,-..-
• -,..,._
_~~

. ~ _ ( t k ori , _...._
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
SUMÁRIO

Págs.

RÉSUMÉ/ABSTRACT 9112
PREFÁCIO 13

Capítulo 1. Introdução 17

1.1. História dos conhecimentos sobre o Algarve sedimentar pós-hercínico 17


1.2. Estratigrafia e paleobiogeografia 22

1.2.1. Objectivos da análise estratigráfica 22


1.2.2. Estudo analítico ~ escala do afloramento 23
1.2.3. Unidades estratigráficas e paleobiogeográficas utilizadas. Metodologia 23

Capítulo 2. Descrição de afloramentos e de cortes 27

2.1. "Grés de Silves" 27


2.2. Dolomitos e calcários dolomíticos de Espiche 27
2.3. Corte da baía de Armação Nova 28
2.4. Corte do Cabo de S. Vicente 31
2.5. Corte de Belixe 31
2.6. Cortes da praia de Mareta 33
2.7. Corte da praia de Baleeira 41
2.8. Corte da praia de Cilheta 43
2.9. Corte do forte de Belixe 44
2.10. Corte de Benaçoitão 47
Documentação fotográfica 49

Capítulo 3. Estratigrafia 65

3.1. "Grés de Silves" 65


3.2. Dolomitos e calcários dolomíticos de Espiche 66
3.3. Liásico médio e superior 68

3.3.1. Interpretação cronostratigráfica dos cortes do Liásico médio e superior 68


3.3.2. Comentário aos cortes de P. CHOFFAT 69
3.3.3. Comentário aos cortes de 1. PRATSCH 70

3.4. Dogger e Malm inferior 72

3.4.1. Interpretação cronostratigráfica dos cortes do Dogger e Malm inferior 72


3.4.2. Horizonte com nódulos fosfatados. Significado e idade 73
3.4.3. Comentário aos cortes de P. CHOFFAT 74
3.4.4. Comentário aos cortes de 1. PRATSCH 76

Capítulo 4. Paleoecologia. Considerações sobre a origem e presença de fósseis piritosos 79

Capítulo 5. Paleontologia sisteínática 83

5.1. Introdução 83
5.2. Abreviaturas e símbolos utilizados 83

A. Caracteres dimensionais 83
B. Símbolos utilizados 84
5.3. Classe CEPHALOPODA 84

5.3.1. Subclasse NAUTILOIDEA 84

Ordem Nautilida 84
Superfamília NAUTILACEAE 84
Família Pseudonautilidae 84
Género Pseudaganides 84
Pseudaganides aganiticus (SCHLOT.) 84
Família Para.cenoceratidae 86
Género Paracenoceras 86
Paracenoceras calloviense (OPPEL) 86

5.3.2. Subclasse TETRABRANCHIATA 87

Ordem Ammonoidea 87
Subordem Phylloceratina 87
Superfamília PHYLLOCERATACEA 87
Família Phylloceratidae 87
Subfamília PHYlJLOCERA TINAE 87
Género Phylloceras 87
Phylloceras antecedens POMPECKJ 88
Phylloceras cf. viator (? ) (d'ORBIGNY) 89
Subfamília CALLIPHYLLOCERA TlNAE 89
Género Holcophylloceras 89
Holcophyllocerás mediterraneum (NEUMAYR) 89
Género Sowerbyceras 90
Sowerbyceras protortisulcatum·(POMPECKJ) 91
Subordem Lytoceratina 91
Superfamília LYTOCERATACEAE 91
Família Lytoceratidae 91
Subfamília L YTOCERATlNAE 91
Género Lytoceras 91
Lytoceras aff. crenatum BUCKMAN 92
Família Nannolytoceratidae 92
Généro Nannolytoceras 92
.Nannolytoceras gr. tripartitum (?) (RASPAIL) 92
Superfam ília SPIROCERATACEAE 93
Família Spiroceratidae 93
Género Parapatoceras 93
Parapatoceras sp. 93
Subordem Ammonitina 93

Superfam ília EODEROCERATACEAE 93

Família Eoderoceratidae 94
Subfamília EODEROCERA TINAE 94
Género Metaderoceras 94
Metaderoceras sp. novo 94
Família Polymorphitidae 96
Subfam ília POL YMORPHITINAE 96
Género Platypleuroceras 96
Platypleuroceras sp. 96
Família Dactylioceratidae 96
Género Dactylioceras 97
Dactylioceras semicelatum (SIMPSON) 97
Dactylioceras pseudo-commune FUCINI 98
Superfamília HILDOCERATACEAE 99
Família Hildoceratidae 100
Subfamília HARPOCERATINAE 100
Género Paltarpites 100
Paltarpites cf. paltus BUCKMAN 101
Género Fuciniceras 102
Fuciniceras isseli (FUCINI) 103
Género Protogrammoceras 103
Protogrammoceras exiguum (FUCINI) 104
Protogrammoceras celebratum (FUCINI) 105
Género Murleyiceras 106
Murleyiceras sp. 107
Superfamília HAPLOCERATACEAE 107
Família Oppeliidae 107
Subfamília OPPELlINAE 107
Género Oppelia 107
Oppelia sp. 107
Subfamília HECTICOCERA TINAE 108
Género Hecticoceras 109
Subgénero Prohecticoceras 110
H. (Prohecticoceras) sp. 111
Subgénero Lunuloceras 111
H. (Lunuloceras) sp. juv. aff. michailowense ZEISS 111
Subgénero Sublunuloceras 112
H. (Sublunuloceras) cc. nodosulcatm (LAHUSEN) 112
Subgénero Orbignyiceras 113
H. (Orbignyiceras) trezeense (GÉRARD & CONTAUT) 113
Subgénero Putealiceras 114
H. (Putealiceras) sp. 114
Subgénero Brightia 114
H. (Brightia) metomphalum BONNARELLI 115
H. (Brightia) salvadorii (PARONA & BONARELLI) 117
Subfamília TARAMELLICERATINAE 118
Género Taramelliceras 118
Taramelliceras gr. minax (BUKOWSKI) 118
Taramelliceras aff. suevicum (OPPEL) 118
Superfamília STEPHANOCERATACEAE 118
Famfiia Otoitidae 119
Género Itinsaites 119
Itinsaites mackenzii McLEARN prorectus (? ) WESTERMAN 119
Família Macrocephalitidae 120
Género Macrocephalites 121
Subgénero Macrocephalites 123
Macrocephalites (Macrocephalites) sp. 123
Família Pachyceratidae 124
Género Pachyceras 124
Subgénero Tornquistes 125
P. (Tornquistes) helvetiae (TORNQUIST) morfotipo kobyi 125
Documentação fotográfica 127

Capítulo 6. Paleogeografia e paleobiogeografia

6.1. Domínios e províncias paleobiogeográficos 141


6.2. Paleogeografiae paleobiogeografia do Jurássico algarvio 142

"Grés de Silves" e Liásico inferior 143


Liásico médio 143
Liásico superior 145
Aaleniano-Bajociano-Batoniano. Formações recifais da praia de Mareta 146
A fiexura Sagres-Algoz-Querença 148
Caloviano 149

Capítulo 7. Conclusões gerais

Litostratigrafia e cronostratigrafia 153


Paleoecologia 155
Paleontologia sistemática 155
Paleobiogeografia 155

Bibliografia
Abreviaturas utilizadas 157
Bibliografia regional 159
Bibliografia geral 165
Rf:SUMf:

L'Algarve correspond, en partie, à un bassin sédimentaire de présence de Platypleurocefas sp., Metaderoceras sp. novo et M. gr.
terrains méso-cénozoiques, situé à l'extrême sud du Portugal, le long venarense.
de la côte, depuis le Cabo S. Vicente jusqu'au delà de la frontiere
espagnole. Calcário cristalino compacto com Protogrammoceras, Fucini-
Sa structure est celle d'un monoclinal tres étendu, incliné vers le ceras e cf. Argutarpites de Belixe (Calcaire cristallin compact à
Sud, et atteint par des failles N-S et surtout par deux flexures'longi- Protogrammoceras, Fuciniceras et cf. Argutarpites de Belixe)
tudinales E-W. (30 m) - Bien daté du Domérien inférieur; le Domérien moyen et
L'étude lithostratigraphique et chronostratigraphique du J uras- supérieur est indiqué seulement par un exemplaire de cf. Argutar-
sique de I'Algarve occidental a été conduite simultanément avec la pites sp.
cartographie des formations sédimentaires post-hercyniennes. De bas
en haut les unités suivantes ont été distinguées: Calcários margosos e margas com Dactylioceras semicelatum e
Harpoceratfdeos de Armação Nova (Calca ires marneux et marnes à
D. semicelatum et Harpoceratidéll d'Armação Nova) (25 m) du
Trias - Lias inférieur Toarcien inférieur. On ne connaft pas en Algarve de formations du
Toarcien moyen et supérieur.
Arenitos de Silves (Arenites de Silves) - Ensemble de gres rouges
à stratification entrecroisée (0-150 m), datés du Trias supérieur
Dogger
(Keuper) par des Esthéries. Ils correspondent à la partie inférieure
des "gres de Silves" sensu P. Choffat.
Calcários oolfticos, c. corálicos, C. pisolfticos, c. calciclásticos,
C.dolomfticos e dolomitos de Almadena (Calcaires oolithUIues, C. à
Complexo margo-carbonatado de Silves (Comple:xe mamo-
polypiers, C. pisolithiques, C. graveleux, C. dolomitiques et dolomies
-carbonaté de Silves) - Daté du Trias supérieur-Hettangien,
d'Almadena), à facies de lagon, d'âge Aalénien-Bathonien-? Callo-
comprend une épaisse série pelitique, marneuse et calcaréo-dolomi-
vien; leur épaisseur dépasse 50 m.
tique (80-200 m), à roches vertes intercalées. L'absence de fossiles
dans la partie supérieure ne permet pas de déterminer si l'âge est Margas acinzentadas e éalcários detrfticos com Zoophycos da
encore Hettangien ou déjà Sinémurien. Ce complexe correspond à la praia de Mareta (Marnes grisâtres et calcaires sableux à Zoophycos
partie supérieure des "gres de Silves" sensu P. Choffat. de la plage de Mareta) (40 m), à facies pélagique avec ammonites du
Bajocien supérieur et du Bathonien. .

Lias Calcários margosos e margas da praia de Mareta (Calcaires


marneux et marnes de la plage de Mareta) (110 m), à facies péla-
Dolomitos e calcários dolomfticos de Espiche (Dolomies et gique avec ammonites du Callovien.
calcaires dolomitiques d'Espiche) - Les dolomies et calcaires dolo-
mitiques, généralement massifs, finement cristallins ou saccharoioes, Malm
sont les roches les plus résistentes de la région et constituent des
reliefs. Leur épaisseur peut être estimée en 60 m au minimum. Dans la région Cabo S. Vicente-Sagres le premier niveau du Juras-
L'âge Sinémurien est fondé sur la position géometrique et sur la siq ue supérieur est un banc de calcaire marneux compact
similitude lithologique avec le complexe carbonaté du bassin au (0,35-1,50 m), jaune-brunâtre, à nodules férrugineux ou phosphatés,
Nord du Tage (Peniche, São Pedro de Muel, Quiaios). Par compa- riche en macrofaune. Ce facies présente, localement, un aspect
raison avec ce complexe on peut penser que les premiers niveaux conglomératique. Les associations fossiliferes recueillies compren-
dolomitiques ne sont pas synchrones. De même la limite supérieure nent:
du facies dolomitique se place tantôt au cours du Carixien inférieur,
1) des formes calloviennes inconnues à la base de l'Oxfordien;
tantôt à la base du Toarcien, tantôt même dans le Dogger inférieur.
La dolomitisation est secondaire et précoce. Cependant, dans le 2) des formes du Callovien supérieur qui persistent aussi à
secteur Cabo S. Vicente-Vila do Bispo, on connaft des phénomenes I'Oxfordien inférieur et moyen;
de dolomitisation secondaire tardive liés à la fracturation de la 3) des formes de I'Oxfordien inférieur (zones à Mariae et à
région; celle-ci est probablement en rapport avec l'installation du Cordatum);
massif de Monchique. 4) des formes de I'Oxfordien inférieur et moyen;
5) des formes de l'Oxfordien moyen (zone à Plicatilis) ou qui
Calcário dolomítico com nódulos de silex da praia de Belixe débutent avec l'Oxfordien moyen.
(Calcaire dolomitique à nodules de silex de la plage de Belixe) Cet horizon de remaniement est daté de I'Oxfordien moyen (zone à
(50-55 m) - L'âge Carixien inférieur et moyen est établi par la Plicatilis).

9
Les autres unités lithostratigraphiques du Jurassique supérieur ['Europe boréale et la Mésogée, qui n'existaient presque pas au
ont été cartographiées mais leur étude détaillée n'est pas présentée Carixien inférieur et moyen, sont devenues faciles pendant le
ici. Domérien inférieur.
Les corrélations entre les échelles lithostratigraphique et chro- Pendant les premiers temps pliensbachiens on peut définir deux
nostratigraphique de P. CHOFFAT, 1. PRATSCH, C. PALAIN et de mers au large de la Meseta: une mer epicontinentale à faune méso-
I'auteur sont établies; en outre sont proposées des corrélations entre géenne, developpée vers le Sud de la Meseta, et, vers le Nord, une
les échelles zonales du Carixien-Toarcien inférieur et Bajocien mer boréale, dont les épisodes transgressifs amenent des faunes
supérieur-Oxfordien moyen de France, d'Espagne (Asturies, Ib'éri- .boréales dans le bassin au Nord du Tage.
ques, Bétiques), d'AIgérie (Oranie) et du Portugal (bassin au Nord Pendant le Carixien supérieur-Domérien inférieur des trans-
du Tage, Algarve). gressions conjugées de ces deux mers vont faciliter les migrations des
faunes le long des plateformes epicontinentales bordant les massifs
* herités de l'orogenese hercynienne.
* * Le bassin de l'AIgarve appartient, sans doute, pendant le Lias à la
province subméditerranéenne; au même moment le bassin au Nord
L'étude des associations de fossiles pyriteux fréquents dans les
niveaux marneux du Bathonien supérieur-eallovien inférieur de du Tage est un domaine complexe ou dominent tantôt les influences
Mareta nous amene à conclure que ces sédiments ont été déposés sub-boréales tantôt les infiuences mésogéennes.
dans une vasiere côtiere, plus ou moins fermée, avec absence de En Algarve les premiers dépôts du Jurassique moyen présentent
courants. Bien que ces conditions puissent aparaitre à une profon- des réductions d'épaisseur systématiques et des lacunes contem-
deur quelconque nous sommes en présence ici de la zone infralitto- poraines de perturbations de la sédimentation souvent connues en
rale car les taphocoenoses recueillies sont constituées presque Europe occidentale. C'est alors qu'on a mis en évidence I'existence,
seulement de formes nectoniques (ammonites, Belemnites) et pres de Sagres, d'un récif qui separait un domaine interne, de facies
planctoniques (Bositra). Les formes epibenthoniques fixées lagunaire ou arriere-récif, d'un domaine externe largement ouvert
(crinoides, brachiopodes) ou libres (oursins, gastéropodes) sont rares aux faunes pélagiques.
et on ne connait pas des formes endobenthoniques. Pendant le Callovien inférieur et moyen la présence de faunes
mésogéennes, I'absence de faunes boréales et I'abondance de Phyllo-
ceratidés nous amenent à considerer l'AIgarve occidental comme

'* * *
appartenant à la province subméditerranéenne.
La présence du Callovien fossilifere de facies pélagique dans la
région de Loulé montre que la sédimentation marno-calcaire ne s'est
L'étude paléontologique de tous les Nautiloidés et Ammonoidés pas limitée, pendant le Jurassique moyen, à l'AIgarve occidental. II
(exception faite des Kosmoceratidés et Perisphinctidés) au total 31 se prolonge vers l'Est ou il est visible au coeur de quelques structures
taxa est presentée. La plupart d'entre eux n'avait jamais été citée anticlinales. Ce fait est dii à l'augmentation de la profondeur des
auparavant en Algarve; quelques uns sont mentionnés pour la formations méso-cénozoiques au Sud de la flexure Sagres-Algoz-
premiere fois au Portugal, I'un d'eux est nouveau (Metl1deroceras sp. -Querença. .
nov.). À partir du Callovien moyen se marque dans la Péninsule l'ébau-

* che d'une importante régression, bien marquée en Algarve par le


* * ravinement qui coupe en biseau le Callovien moyen et supérieur.
L 'abondance de Kosmoceratidés dans l'horizon à nodules
Apres avoir rappelé les différents domaines et provinces paléo- phosphatés ne change pas les limites des différentes provinces
biogéographiquçs on présente l'évolution au cours du Jurassique des fauniques car ils demeurent des éléments minoritaires par rapport
bassins sédimentaires de la bordure portugaise de la Meseta. aux éléments autochtones d'affinités mésogéennes. Une reconsti-
En Algarve la grande extension des dépôts de marnes et calcaires tution mobiliste conçue pour l'Europe occidentale permet de penser
dolomitiques, en partie marins, sans céphalopodes, permet de penser que les Kosmoceratidés ont migré du Nord vers le Sud et l'Ouest, à
que, pendant le Lias inférieur, il n'a pas eu de grands changements travers d'un bras de mer qui reliait le bassin de Paris au Poitou et à
paléogéographiques. I'Aquitaine. Passant entre la Meseta Ibérique et le Massif Armoricain
Les premieres ammonites connues ont été recueillies à la base du ces faunes ont atteint le bassin au Nord du Tage au début du Callo-
Lias moyen du Cabo S. Vicente, dans des calcaires dolomitiques à vien supérieur (zone à Athleta); en continuant leur progression vers
nodules de silex, facies mésogéen inconnu au Nord du Tage. L'asso- lc Sud et le S'udouest elles pénetrent en Algarve, dans le domaine
ciation faunique présente un caractere méditerranéen à submédi- mésogéen, au sommet du Callovien supérieur (zone à Lamberti).
terranéen. Cette migration implique l'existence, des le Jurassique moyen, d'une
La comparaison entre las associations fauniques de I'Algarve et mer Atlantique Nord largement ouverte à l'Ouest du Portugal et
du bassin au Nord du Tage montre que les communications entre jusqu'au niveau du Poitou.

10
ABSTRACT

Algarve Province, Southern Portugal, corresponds in part to a Calcário cristalino compacto com Protogrammoceras, Fucini-
meso-cenozoic basin running along the coast from Cabo S. Vicente ceras e ? Argutarpites de Belixe (Belixe compact crystalline limes-
to beyond Spanish bordel. tone with Protogrammoceras, Fuciniceras and ? Argutarpites)
Structurally it is a big monocline plunging southwards much (30 m) - Ascribed to Lower Domerian. Middle and Upper Dome-
deformed mainly by two East-West longitudinal flexures, rian are indicated but by a single sPl!cime" Qf? Argutarpites.
Li tho stratigraphical and chroriostratigraphical studies dealt
specially with Jurassic formations. This and the geological mapping Calcáríos margosos e margas com Dactylioceras semicelatum e
of the post~Hercynian sedimentary forrnations allow us to define thc Harpoceratídeos de Armação Nova (Armação Nova marly limes-
following units: tones and marls with D. semicelatum and Harpoceratidae)
(25 m) - Ascribed to Lower Toarcian. Middle and Upper Toarcian
formations are not known in the Algarve.
Triassic - Lower Liassic

Arenitos de Silves (Silves sandstones sensu P. Choffat, pro Dogger


parte) - At their base the Silves sandstones (O-ISO m) are reprc-
sented mainly by cross-bedded red sandstones. These unit is Upper Calcários oolfticos, c. corálicos, c. pisolfticos, c. calciclásticos, c.
Triassic (Keuper) in age, on the evidence of some Branchiopoda. dolomiticos e dolomitos de Almadena (AlmadelUl oolitic-limestones,
cora 1-reef-limestones, pisolite-limestones, limeclastic-limestones,
Complexo margo-carbolUltado de Silves (Silves marl-limestone dolomitic-limestones and dolomite-rocks) (more than 50 metres),
complex= Silves sandstones sensu P. Choffat, pro parte) (80-200 m) with lagoonal facies. Ascribed to Aalenian-Bathonian-? Callovian.
overlies the preceding, it may be reported to the Upper Triassic-
-Hettangian. Ii consists of a thick pelite-marl-dolomite-limestone Margas acinzentadas e calcários detríticos com Zoophycos da
series with many intercalations of greenstones. Since no fossils were praia de Mareta (Mareta beach greyish marls and detritical limes-
found it is not possible to conclude whether it is still Hettangian or tones with Zoophycos) (40 m) - Pelagic transreef facies with Upper
if it does correspond, in· the whole or in part, already to the Sine- Bajocian and Bathonian ammonites.
murian.
Calcários margosos e margas da praia de Mareta (Mareta beach
pelagic marly-limestones and marls) (110 m) - Ascribed to the
Liassic Callovian on its ammonites.

Dolomitos e calcários dolomiticos de Espiche (Espiche dolomite-


Malrn
-rocks and dolomitic-limestones) - The usually massive and finely
crystalline or saccharoidal dolomites and dolomitic-limestones are
Near Cabo S. Vicente and Sagres the first Upper Juràssic levei
the thoughest strata of the Algarve margin giving rise to several hills.
consists of a yellowish-brown nodular, compact, locally phosphated
Its thickness attains in certain points 60 metres at least.
and ferruginous, sometimes conglomeratic, marly limestone
Based on geometry and on lithological similarities with the
(0,35-1,50 m) containing a rich macrofauna, which includes:
carbonated complex of the northern basin of Tagus river (Peniche,
São Pedro de Muel, Quiaios), this forrnation can be accepted as 1) Callovian forrns unknown at Lower Oxfordian;
Sinemurian in age. As it happens with the carbonated complex, here 2) Upper Callovian forrns that still survived in Lower and Middle
also the first dolomite beds are non-isochronal throughout the Oxfordian;
region; upper time-limit of the dolomitic facies is either Lower 3) Lower Oxfordian forrns (Mariae and Cordatum Zones);
Carixian, Lower Toarcian or even Lower Dogger. 4) Lower and Middle Oxfordian forrns (Mariae to Plicatilis
The dolomitization is secondary but not much later than sedi- Zones);
mentation. However, between Cabo S.. Vicente-Vila do Bispo there 5) Middle Oxfordian forrns (Plicatilis Zone), and some ones
is evidence of an even later secondary dolomitization related to the appearing in Middle Oxfordian.
regional fault complex. This condensed deposit is therefore dated from Middle Oxfordian
(plicatilis Zone).
Calcário dolomítico com nódulos de silex da praia de Belixe The other Upper Jurassic lithostratigraphical units were also
(Belixe beach dolomitic-limestone with si/ex nodules) mapped but their detailed study is not presented in this work.
(50-55 m) - Ascribed to Lower orMiddle Carixian on the basis of Correlations between lithostratigraphical and chronostratigra-
Platypleuroceras sp., Metaderoceras sp. novo and M. gr. venarense. phical scales from P. Choffat, J. Pratsch, C. Palain and from the

11
author are stated. Further correlations are attemptcd between zone ln earlier Pliensbachian times two distinct seas were adjacent to
scales of Carixian-Lower Toarcian and Upper Bajocian-Middle the lberian plate. One, an epicontinental sea with a tethyan fauna,
Oxfordian of France, Spain (Asturias, lberian and Betic Chains), extended southwards from the Meseta margino Another, was a
Argel (Orania) and Portugal (northern Tagus basin and Algarve). boreal sea; during its transgressive episodes boreal faunas attained
into the basin north of the Tagus.
During Middle Carixian and Lower Domerian, owing to simul-
* taneous transgressions, these two seas joined together allowing
* * faunal exchanges along the epicontinental areas which limited the
The study of pyritous fossil assemblages common in Upper emerging hercynian chains belts.
Bathonian-Lower Callovian marly leveis of the praia da Mareta During Liassic, the Algarve belonged undoubtedly to the tethyan
seems to suggest that these sediments were deposited in a bay or in submediterranean province. The area north of the Tagus, on the
an almost closed coastal re-entrance virtually without deep water contrary, was a complex realm where subboreal and tethyan
circulation. Although such conditions may occur at any depth one affinities alternatively prevailed.
may suppose that these ones actually correspond to an infralittoral ln the Algarve the first Middle Jurassic deposits do frequently
neritic environment. The thaphocoenosis collected there are almost show lateral thickness reductions as well as unconformities contem-
entirely composed 01' nektonic (ammonites, Belemnites) and poraneous with other generalized disturbances on the sedimentation
planktonic (Bositra) faunas. The sedentary (crinoids, brachiopods) processes in other parts of Europe. By this time, near Sagres, a
or free (sea-urchins, gastropods) epibenthonic forms are very scarce; barrier reef developed separating lagoonal or ante-reef facies from
endobenthonic forms are not known. the transreef pelagic zone.
The presence of tethyan fauna, the abundance of Phylloceratidae
* and the absence of boreal forms allow us to consider the Algarve
* * basin as a submediterranean province.
The presence of Callovian pelagic fossiliferous forrnations in the
The palaeontological study of ali Nautiloids and Ammonoids of Loulé area shows that during Middle Jurassic the marl-limestone
the Liassic and Dogger is presented (except Kosmoceratidae and transreef sedimentation was not confined to the western Algarve.
Perisphinctaceae). Among the thirty one taxa dealt with, one is new They would extend eastwards where they only can be seen in the
(Metaderoceras sp. nov.) and the great majority of the others has core of some anticlines. This is due to the progressive ,sinking of the
been identified for the first time in Algarve. Some others have never meso-cenozoic formations as we proceed towards the South of the
been reported before in Portuguese formations. Sagres-Algoz-Querença flexure.
ln the whole of the Peninsule, and as for the'Middle Callovian,

* an important regression can be clearly recognized on the evidence of

* * an erosion surface which strikes obliquely the Middle and Upper


Callovian strata.
The evolution, during Jurassic times. of the sedimentary basins The geographic boundaries of the different faunal provinces are
of the Portuguese plate margin is described. not changed by the presence of many Kosmoceratidae in the phos-
The absence of Cephalopods in the very extensive marly and phate nodules since they are but a minority in comparison with the
dolomitic Iimestones, partly marine, suggests that, during Lowcr tethyan forms. An abstract modei can be constructed showing that
Liassic, palaeogeography underwent no great changes. in Western Europe the Kosmoceratidae may have migrated South
Dolomitic-Iimestone with silex nodules from Cabo S. Vicente and westwards through a channel of the sea that Iinked Paris basin
contain the first ammonites recorded at the base of the Middle to Poitou and Aquitaine. By migrating between the lberian meseta
Liassic. This facies, although very common ln Tethys, is unknown and the Armorican massif this fauna reached northern Tagus basin
north of the Tagus. The faunal assemblage has a mediterranean to at the beginning of Upper Callovian (Athleta Zone); this south and
submediterranean character. southwest bound migration would have proceeded, allowing such
Comparisons between faunal assemblages from Algarve with the forms to reach Algarve basin only in latest Callovian times
ones known north of the Tagus show that communications between (Lamberti Zone). This migration means that during Middle Jurassic
Boreal Europe and Tethys, virtually non-existent during Lower and a widely spread North Atlantic sea would exist, flooding the western
Middle Carixian, became very easy during Lower Domerian. part of Portugal up to the Poitou.

12
PREFÁCIO

o Algarve é não apenas das mais belas províncias portuguesas como também das regiões mais
interessantes do País, do ponto de vista geológico. O clima ameno, a simpatia dos algarvios, a beleza natural
da região elegem-na como zona óptima para trabalho de pesquisa conto o nosso, que exige, acima de tudo,
espírito de observação cuidado e metódico.
A variedade e importância dos fenómenos geológicos que aí se podem observar não tem infelizmente
apaixonado os geólogos. Por isso os trabalhos sobre a geologia algarvia têm sido raros e vários problemas
importantes se encontram ainda em aberto.
Nos últimos anos a dinamização dos estudos sobre o Algarve fica a dever-se ao Professor
Dr. CARLOS TEIXEIRA, a quem foi confiado, a seu pedido, em 1969, pélo então 1. A. c., um projecto de
investigação intitulado "Estudo Geológico do Algarve Ocidental'~ Tendo sido·no triénio 1969-1971 o
projecto principal do Centro de Estudos de Geologia Pura e Aplicada ele foi renovado para o triénio
1973-1975.
Foi dentro do âmbito das actividades deste projecto que o Professor Dr. CARLOS TEIXEIRA me
encarregou da cartografia das formações sedimentares pós-hercínicas do Algarve ocidental (região de Sagres
a Silves). Após as duas primeiras campanhas de campo foi definido o meu tema de dissertação de doutora-
mento. Assim, além da elaboração -daquela cartografia ele devia concentrar-se no estudo da estratigrafia e
paleobiogeografia do Jurássico algarvio e no estudo paleontológico da sua fauna de amonóides.
O tema sugerido era o complemento ideal para o trabalho que eu iniciara em 1964, ainda finalista do
curso de Qências Geológicas, com o Professor Dr. RENÊ MOUTERDE. Este primeiro contacto com
problemas de cronostratigrafia e cartografia de formações jurássicas tinha-me marcado profundamente e aí,
posso dizê-lo, iniciei a minha carreira de investigação.
Continuando a acompanhar o Professor Dr. R. MOUTERDE nos seus estudos sobre o Liásico a
Norte do Tejo, ao mesmo tempo que executava a cartografia algarvia, mais fácil se tornou a minha tarefa no
Sul do País.
Pouco a pouco os limites tanto temporais como espaciais do meu trabalho sofreram pequenas
modificações. Aqui cito as principais:

1) Pretendendo os Serviços Geológicos de Portugal publicar rapidamente a carta n. o 51-B - Vila do


Bispo, na escala 1/50000, limitei-me ai a elaborar a cartografUl do Liásico e do Dogger transrecifal. Como
compensação e por questão de enquadramento de cartas, os limites cartográficos da minha tese passaram a
abranger a totalidade das folhas n. os 595 (Silves) e 604 (Lagoa) dos Serviços Cartográficos do Exército, na
escala 1/25 000;

2) Verificando que a cronostratigrafia das formações do Jurássico superior do Algarve ocidental teria
de se basear, essencialmente, na micropaleontologia, os cortes apresentados terminam, regra geral, no
horizonte de ressedimentação datado do Oxfordiano médio. Este horizonte foi assim escolhido como limite
superior dos cortes do Dogger algarvio;

3) Dado que C. PALAIN (1975) apresenta na sua tese os aspectos essenciais da estratigrafUl dos
"Grés de Silves" apenas farei, no que se refere a esta formação, referências sucintas de modo a poderem ser
interpretados os limites cartográficos utilizados.

13
o presente trabalho deve ser considerado como primeira contribuição estratigráfica e paleontológic.a
para o estudo do Jurássico do Algarve, à luz dos conhecimentos actuais, bem diferentes daqueles que tinha
P. CHOFFAT há noventa anos. A continuação deSte trabalho para Leste, já iniciado, é indispensável para a
construção de escala estratigráfica válida para o conjunto de toda a bacia. Ê este, aliás, um dos objectivos de
uma das linhas de acção do novo Centro de Estratigrafia e Paleobiologia das Universidades de Lisboa.

*
* *
o trabalho apresentado não é fruto exclusivo do meu labor pessoal. Assim, antes de iniciar a
apresentação dos resultados obtidos não posso deixar de expressar os meus agradecimentos a todos aqueles
que, de qualquer maneira, me ajudilram na consecução do objectivo que pretendi atingir.
Ao Professor CARLOS TEIXEIRA são dirigidas as minhas primeiras palavras de reconhecimento
pelo constante apoio e orientação e pela oportunidade que me deu de realizar este trabalho, sempre
acompanhado com o maior interesse. A ele devo igualmente apoio na obtenção de bolsas de estágio no
estrangeiro, na realização de diversas campanhas de trabalho de campo e na impressão das cartas geológicas
apresentadas.
Ao Professor RENÊ MOUTERDE devo todil a minha formação como estratígrafo. Desde o princ{pio
ele tem seguido, passo a passo, a elaboração deste trabalho. As minhas frequentes estadas no seu Labora-
tório em Lyon e as dezenas de dias de trabalho de campo conjunto em Portugal, Espanha, França, Itália e
Marrocos têm-me permitido aproveitar dil sua enorme experiência profissional e dos seus vastos conheci-
mentos de estratigrafia do Jurássico europeu. Não posso esquecer também toda a simpatia e ajuda que devo
às famílias R UGET e LAPICOREY. Para o Laboratório aqui fica o testemunho da minha maior gratidão.
Não olvido igualmente a experiência e os conselhos dos Professores H. TINTANT e M T. ANTUNES
a quem devo, em parte, a minha formação de paleontólogo. O seu espírito crítico e as suas observações
têm-me sido da maior utilidade sempre que a eles me tenho dirigido.
As actividildes de investigação que conduziram à execução deste trabalho, foram patrocinadas pelo
antigo Instituto de Alta Cultura, reformulado no actual Instituto Nacional de Investigação Científica através
do extinto Centro de Estudos de Geologia Pura e Aplicada (1969-1971, 1973-1975) e do Centro de
Estratigrafia e Paleobiologia das Universidades de Lisboa (a partir de 1975). Regista-se igualmente a valiosa
contribuição dada pela Comissão Permanente INVOTAN Estas instituições concederam bolsas de estágio e
investigação, no País e no estrangeiro, que me permitiram trabalhar no Laboratoire de Géologie das Facultés
Catholiques de Lyon, no Institut des Sciences de la Terre dil Université de Dijon, no Département des
Sciences de la Terre dil Université Claude Bernard (Villeurbanne), no Laboratoire de Géologie da Université
des Sciences et Techniques du Languedoc (Montpellier) e no Geologisch-Paliiontologischen Institut der
Universitat (Gdttingen), bem como participar em reuniões internacionais (Madrid, Vitória, Paris, Lyon,
Dijon, Poitiers, Caen, Digne, Montreal) e conhecer parte do Jurássico da Europa (Espanha, França, Itália) e
de Marrocos.
Ao Centro de Estratigrafia e Paleobiologia das Universidades de Lisboa e à Universidade Nova de
Lisboa devo todas as facilidades materiais que possibilitaram a pr~paração e publicação deste trabalho.
Agradecimento particular é devido ao Dr. P. FOLGADO e restante pessoal dos Serviços Gráficos da
Universidade pelo interesse e carinho manifestados.

14
Nos Serviços Geológicos de Portugal o Eng. o F. MOITINHO DE ALMEIDA facilitou-me sempre a
consulta das colecções P. CHOFFAT e PEREIRA DE SOUSA, e auxiliou-me variadlssimas vezes em
pesquisas bibliográficas. Que ele encontre aqui os meus agradecimentos pela ajuda que sempre me
dispensou.
Ao Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências de Lisboa agradeço as
facilidades de qu,e sempre dispus para a execução deste trabalho.
É com enorme prazer que testemunho reconhecimento público aos especialistas que me ajudaram na
resolução de problemas de vária ordem. Entre eles cito:

- O Professor M RAMALHO e os Drs. 1. PACHECO e G. MANUPPELLA com quem desde


há anos discuto problemas da geologia algarvia. O primeiro estudou também algumas das minhas
lâminas delgadas;
- O Doutor 1. DELANCE, que classificou braquiópodes liásicos;
- O Doutor C MANGOLD, que classificou algumas amonites do Batoniano;
- A Dr. a C RUGET, que estudou a microfauna do Toarciano e Batoniano;
- A Dr. a S. ASSENA T, que estudou algumas lâminas delgadas do Bajociano da praia de
Mareta;
- Os Drs. E. CARIOU e J. TH1ERRY, com quem pude discutir problemas de estratigrafia e .
paleobiogeografia do Caloviano;
- O Dr. R. COMBEMOREL, que classificou algumas belemnites do Liásico e Dogger;
- O Dr. M. ROUX, que fez a revisão da fauna de crinóides do Dogger da praia de Mareta.

Uma palavra especial de agradecimento aos colegas BEATRIZ MARQUES e JOÃO PAIS cuja
amizade e apoio em diferentes circunstâncias têm sido inestimáveis.
Trabalharam comigo, como estagiários, no levantamento geológico da região estudada os actuais
colegas L. CARDOSO DA SIL VA, C A. LOPES, L. BRITO E MELO, A. NASCIMENTO JOAQUIM,
J. ESTIMA COELHO, W. BRA VO CORREIA, M OLIVEIRA E SIL VA, A. ROSADO CRUZ e
J. CARDOSO PAIS.
Ainda nos trabalhos de campo tive a valiosa colaboração do colector A. RODRIGUES, dos Serviços
Geológicos de Portugal e do preparador-chefe JOAQUIM CÉSAR LOPES, do Museu.e Laboratório Minera-
lógico e Geológico da Faculdade de Ciências de Lisboa. A este último, companheiro inseparável dos últimos
anos e a quem fico também a dever parte dos trabalhos fotográficos de que necessitei, deixo aqui bem
expressos os meus agradecimentos.
Não posso esquecer igualmente todo o pessoal técnico que permitiu a realização desta obra e com
quem mais de perto me foi dado contactar: 1. CONDE MIRANDA que executou lâminas delgadas;
A. C BERNARDO que me ajudou em lavagens e preparação de fósseis; B. DÂMASO, M DULCE
GONÇAL VES e A. A. RODRIGUES que executaram os desenhos e cartas apresentados; ALMEIDA
REBELO, que superintendeu na impressão das cartas geológicas. A todos quero manifestar o meu profundo
reconhecimento.
Finalmente agradecimento especial é dirigido a minha mulher, a meu pai, e a minha tia pela ajuda,
compreensão e encorajamento continuos, tão úteis e necessários quando nos dedicqmos a trabalho desta
z'ndole.

15
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1. HISTÓRIA DOS CONHECIMENTOS SOBRE O de Sagres. O Cretácico não é individualizado pois
ALGARVE SEDIMENTAR PÓS-HERCÍNICO C. BONNET pensa que sobre o Jurássico superior repou-
sam, em discordância, camadas terciárias.
Os trabalhos de estratigrafia e paleontologia sobre o 'As formações terciárias são divididas numa formação
Jurássico algarvio são em número restrito. Deste modo, e inferior de argila plástica onde se individualizam alguns
dado que é aqui apresentada a cartografia geológica da orla bancos de arenitos mais ou menos grosseiros e de lignitos e
meso-cenozóica algarvia, julgo de interesse mencionar as numa formação média e superior essencialmente margosa,
principais contribuições que têm marcado a evolução dos arenítica e calcária. Esta última encerra camadas de calcário
conhecimentos sobre a estratigrafia e paleontologia das for- conquífero marinho com fósseis de Cardium edule e
mações sedimentares algarvias. Estes progressos podem divi- Mytilus sp. Para C. BONNET a estas camadas, que faltam
dir-se em quatro períodos desiguais: muitas vezes, sobrepõem-se depósitos espessos, sem estrati-
ficação, essencialmente argilo-arenosos, com cimento ferru-
L os pioneiros, antes de 1887; ginoso. Estes depósitos correspondem às areias em geral
II. as primeiras sínteses, entre 1887 e 1905, devidas grosseiras, às vezes rubeficadas, agora atribuídas, com dúvi-
sobretudo a P. CHOFFAT; das, ao Pliocénico.
III. os trabalhos entre 1937 e 1958; O capítulo referente à tectónica tem hoje apenas valor
IV. os trabalhos recentes. histórico.

L O período dos pioneiros, antes de 1887 II. O período das primeiras sínteses, entre 1887 e 1905

A primeira descrição geológica da província do Algarve O trabalho ainda hoje considerado como fundamental
deve-se a C. BONNET. Tendo iniciado os seus trabalhos .sobre a estratigrafia do Algarve é a síntese de P. CHOFFAT
em 1846, C. BONNET foi posteriormente encarregado por publicada em 1887.
D. Maria II de executar a carta geológica do Algarve na P. CHOFFAT fez a primeira viagem pelo Algarve em
escala 1/200000. A segunda parte do seu trabalho, dedi- 1881 durante a qual apenas visitou o Algarve ocidental
cada à geologia, é constituída por três capítulos. No pri- (zona entre Sagres e Silves) e o Algarve oriental (zona a
meiro faz-se a descrição dos diferentes tip'os de rochas assi- Leste de Loulé); as suas observações foram completadas
naladas; no segundo justifica-se a datação proposta para em 1887, em segunda viagem que se seguiu a ordem minis-
cada um, no terceiro C. BONNET trata da tectónica. terial decretando a reimpressão da carta geológica do reino.
Os terrenos paleozóicos são datados do Silúrico-Devó- As dificuldades encontradas (região quase desconhecida
nico apenas com base nos caracteres mineralógicos das do ponto de vista geológico; raridade de bons afloramentos,
rochas. de obras de arte e de pedreiras; grande cobertura vegetal)
É definida a "Formation du Trias" constituída por três não parecem ter impressionado P. CHOFFAT. Com efeito,
termos litológicos (grés, calcários e. margas irisadas) que os seus cortes, se bem que apresentando por vezes pequenas
C. BONNET compara à sequência tíiásicade fácies germâ- imprecisões, revelam extraordinária visão de conjunto de
nica, datando mesmo os dois últimos termos do Muschel- todos os problemas do Jurássico algarvio, muito diferente
kalke do Keuper. Este conjunto será mais tarde designado do Jurássico da bacia a Norte do Tejo. Exemplo desta visão
por P. CHOFFAT como o "andar dos grés de Silves". de conjunto é dado pela afirmação, feita no capítulo final
De entre as formações jurássicas são já citados calcários do seu trabalho, de que "l'établissement de l'étage inférieur
com amonites e belemnites e calcários com corais da baía ou Lusitanien n'est pas nécessaire en Algarve; je ne l'ai

17
maintenu qu'à cause des affleurements au nord du Sado" Cabe a H. LAUTENSACH (1937, pp. 107-131) o mérito
(op. cit.• p. 306). de ter realizado o primeiro reconhecimento dos aspectos
Sem dúvida pode afirmar-se que P. CHOFFAT nos legou principais do relevo do Baixo Alentejo e Algarve, os quais
admirável síntese dos elementos essenciais não só da cronos- interpretou criteriosamente.
tratigrafia mas também da litostratigrafia deste sistema, A. MEDEIROS DE GOUVEIA (1938) na sua tese de
com precisão muito superior à corrente na sua época. doutoramento apresenta resumo claro e bem ordenado da
P. CHOFFAT teve também a virtude de dinamizar os geologia algarvia. Inspirado nas concepções de tectónica
estudos de paleontologia do Jurássico português. Com mobilista de E. ARGAND, apresenta explicações para a
efeito, a seu pedido, P. LORIOL (1890) estudou os equino- compreensão dos movimentos orogénicos que afectaram a
dermes, H. SAUVAGE (1897-1898) os vertebrados, 1. região no decurso dos tempos geológicos.
BOEHM (1903-1904) a malacofauna e F.KOBY G. ZBYSZEWSKI publica em 1939 um trabalho sobre a
(1904-1905) os polipeiros de formações jurássicas e cretá- estrutura e morfologia do Baixo Alentejo e Algarve, em que
ci caso Aí encontramos várias referências ao Algarve. procura esclarecer a estrutura da região, especialmente os
J. BOEHM estudou igualmente a malacofauna das "camadas acidentes tectónicos e a sua influência no relevo. Ele chega
de Pereiros" recolhida no Algarve por VON SEEBACH. assim à explicação morfológica de conjunto a qual foi
M. BLEICHER (1898) a pedido de P. CHOFFAT e de 1. perfeitamente sintetizada por M. FEIO (1951, p. 310). De
C. BERKELEY-COTTER estudou, do ponto de vista litoló- entre as suas conclusões pode ler-se uma referente à planície
gico e microscópico, algumas rochas jurássicas e cretácicas. litoral na área do Cabo de S. Vicente, considerada como
Porém os seus resultados não têm qualquer interesse actual- antiga superfície de abrasão marinha, em virtude de nas
mente. fendas do lapiás existirem vestígios de depósitos de praia
Nos últimos anos do século XIX P. CHOFFAT publica levantada.
vários pequenos trabalhos de vulgarização sobre a geologia. J. BOURCART & G. ZBYSZEWSKI apresentam em
Em 1894 (p. 240) no apêndice ao trabalho do Marquês de 1940 uma primeira síntese sobre o Miocénico algarvio, onde
SAPORTA é assinalada, em leitos de argila escura do é feita a comparação entre o Miocénico português e o
membro de base dos "grés de Silves", associação florística Miocénico atlântico da Espanha meridional e do Norte de
de caules de Equisetáceas e fragmentos de folíolos de Sphe- África (Marrocos, Argélia e Tunísia). É apresentado quadro
nozamites sp. Em 1896 "O calcareo no solo portuguêz" esquemático de correlações estratigráficas das diferentes
dá-nos visão geral sobre a distribuição das rochas sedimen- formações miocénicas portuguesas. Em ligação com este tra-
tares mesozóicas da bacia a Norte do Tejo. Algumas referên- balho A. CHAVAN (1940) estuda e compara a malacofauna
cias são feitas igualmente às formações algarvias. No mesmo de Cacela (Algarve) com a dos jazigos de Dar-bel·Hamri e
ano o "Coup d'oeil sur les mers mésozoiques du Portugal" Sidi Mouça el Haratti (Marrocos).
constitui excelente síntese do Mesozóico português. Dois Entre 1942 e 1947 a atenção dos investigadores portu-
outros trabalhos (CHOFFAT, 1897, 1900) praticamente gueses concentra-se nas formações da base do Mesozóico.
nada acrescentam aos anteriores. J. CARRINGTON DA COSTA, O. RIBEIRO e C. TEI-
Em 1901, na notícia preliminar sobre o limite entre o XEIRA discutem a idade a atribuir aos "grés de Silves"
Jurássico superior e o Cretácico, o Malm e o Neocomiano baseando-se nos elementos da fauna e flora aí colhidos.
são analisados com precisão admirável para a época. Para C. TEIXEIRA (1942) os "grés de Silves" seriam de
Os resultados de novas observações sobre a cronostrati· idade retiana se bem que, talvez, a sua base pudesse ser
grafia do Jurássico inferior algarvio foram publicados ainda Keuper.
em 1903-1904 (pp. 84, 89 e 97). É posto em destaque o J. CARRINGTON DA COSTA (1944) considera que o
valor da fauna do Liásico inferior e, baseando-se no tra- Triásico não existe em Portugal; para ele a base do Meso·
balho de J. BOEHM, P. CHOFFAT adianta algumas corre- zóico começa com o Retiano (1), formado por elementos
lações com a região a Norte do Tejo. provenientes da ressedimentação do Triásico inferior. Este
Na última referência ao Jurássico do Algarve binário erosão-ressedimentação é explicado pela actuação
P. CHOFFAT (in KOBY, 1904-1905, p. 161) assinala a pre- de fase tectónica paleocimérica.
sença, nos calcários com Nerinea do "Pteroceriano" do C. TEIXEIRA assinala em 1946, pela primeira vez, a
Moinho de Lagoa (Santa Catarina), de várias espécies de presença de fJ.lópodes próximos de Estheria minuta em
polipeiros: Astrocoenia martis ÉTALLON, Rhabdophyllia camadas argilo-gresosas do Triásico superior dos arredores
variabilis KOBY, Baryphyllia capitata KOBY, Favia lobata de Coimbra (estrada de Comaria à pirâmide do Peneireiro).
KOBY, Thamnastrea nicoleti KOBY e Pleutosmilia sp. No trabalho póstumo de P. CHOFFAT (1947) sobre
Infelizmente o seu trabalho de síntese sobre o Jurássico braquiópodes do Jurássico português, coordenado por C.
superior português, algumas vezes anunciado, nunca foi TEIXEIRA, são assinaladas várias espécies do Jurássico
publicado. Talvez por isso alguns termos estratigráficos que algarvio, a saber: Terebratula davidsoni HAIME, Waldheimia
P. CHOFFAT utilizou nunca foram devidamente definidos. (A ulacothyris) resupinata SOW. e Zeilleria numismalis
LAM. do Pliensbaquiano de Belixe e baía de Armação
Nova; T. wittnichi CHOF. e T. jauberti DESL. do Toarciano
III. O período entre 1937 e 1958 da praia do Forno (Sagres) e do Cabo de S. Vicente (baía de

Após largo período de tempo durante o qual nada se


publicou sobre a geologia algarvia, período de crise da pró-
pria geologia portuguesa, começam a aparecer novos traba- (1) O Retiano era considerado, nesta altura, como o primeiro
lhos. andar do Jurássico inferior.

18
PORTO

:r:
Berlengas
°0 2

«
a..

UJ

oLI SOkm
----lI

I::::::::::?J,
t'.~.:.:.:.'. I,••. 1_ 2

M.Dulce, des.

Figura 1.1 - Esboço geológico de Portugal, com destaque para a região estudada
1- Cenozóico
2- Mesozóico
3- Paleozóico e Precâmbrico

19
Armação Nova?); T. algarbiensis CHOF., T. nepos CANAV. O. VEIGA FERREIRA (1951) fez a revisão paleonto-
e T. aff. gemmellaroi (DI STEF.) do Bajociano-Batoniano lógica dos pectinídeos miocénicos do Algarve, existentes
de Guilhim e do Algarve ocidental; T. zieteni LORIOL, nas colecções dos S. G. P., concluindo pela existência, no
T. dorsoplicata varo perrieri DESL., T. bifrons OPPEL, W. Algarve, de "um Vindoboniano bem caracterizado por
aff. angustiplectus ROTHPL. e Z. cf. bucculenta QUENST. formas próprias ao Helveciano e ao Tortoniano". Para o
do Caloviano de Belixe, Mareta, Loulé, Alportel, GOljões, autor, a presença de Chlamys excisa em Cacela indica "a
Calvário (Loulé) e Monte Telheiro. existência duma formação que pertence ao Saheliano ou ao
Na "Flora Mesozóica Portuguesa" C. TEIXEIRA Pliocénico inferior".
(1948, p. 17) assinala a presença, nas camadas do Moinho Os calcários miocénicos do Algarve ocidental foram estu-
de Cabeços, perto de Silves, de numerosos restos de vegetais dados por K. KREJCI-GRAF (1955), apenas do ponto de
que P. CHOFFAT atribuíra a Sphenozamites sp. Estes vista da morfologia e litostratigrafia.
restos de vegetais são englobados na nova espécie Schizo- A síntese de J. PRATSCH (1958) sobre as formações
neura algarbiensis. mesozóicas algarvias fecha o terceiro dos quatro períodos
Os trabalhos de geomorfologia sobre o Sul do País considerados. Ela constitui o segundo e último estudo de
ganham novo incremento a partir de 1948 com os estudos conjunto do sedimentar algarvio dado que os trabalhos
de P. BIROT e M. FEIO. Em primeiro trabalho estes dois posteriores são todos eles mais restritos do ponto de vista
autores concluem que "a plataforma de abrasão marinha do cronostratigráfico. O autor apresenta os resultados de nove
litoral ocidental está deformada, como se observa por meses de trabalho de campo durante os quais estabeleceu a
exemplo na região de Vila do Bispo, onde o "graben" estratigrafia e a distribui~ão regional dos diferentes aflora-
monoclinal da Ribeira da Sinceira a desloca e onde tem mentos jurássicos algarvios. São feitas referências muito
declive contra o·pendor geral" (FEIO, 1951, p. 313). Tenta- sucintas a' formações cretácicas, terciárias e quaternárias.
tiva de interpretação dos principais tipos de depósitos conti- J. PRATSCH tenta esclarecer as relações entre o Algarve e
nentais da região é apresentada. as regiões limítrofes, concluindo que a bacia algarvia faz a
Mais tarde, M. FEIO (1949, 1951) retoma estes pro- ligação entre a bacia lusitana (a bacia a Norte do Tejo dos
blemas que trata pormenorizadamente na sua tese de douto- autores modernos) e a bacia bética.
ramento intitulada "A evolução do relevo do Baixo Alen- A litostratigrafia definida por J. PRATSCH sofre agora
tejo e Algarve". No capítulo dedicado à orla algarvia são algumas modificações de pormenor; o mesmo não se poderá
particularmente tratados os níveis de erosão e vales de dizer da cronostiatigrafia. Com efeito, J. PRATSCH quase
fractura, os depósitos e níveis litorais e os relevos estru- demoliu a cronostratigrafia de P. CHOFFAT e na maior
turais. Baseando-se nos elementos estratigráficos de parte das vezes sem razão. Tendo recolhido mais e melhor
P. CHOFFAT o autor põe em evidênciaos diferentes rele- material do Jurássico inferior e médio e tendo podido
vos estruturais do Liásico inferior, bem como a "grande estudar a sua colecção em Gottingen, foi-me possível esta-
importância da tectónica pliocénica, de movimentos verti· belecer escalas cronostratigráficas pormenorizadas do
cais que produzem falhas e empolamentos e comandam Liásico e Dogger algarvios.
todo o relevo". No presente trabalho farei comentários críticos aos
G. ZBYSZEWSKI descreve em 1948 três afloramentos textos de J. PRATSCH e P. CHOFFAT sempre que tal seja
de Miocénico marinho da região de Bensafrim (Corte do necessário.
Bispo, Corte do Manuel Alves e Corte da Medronheira) bem
como a associação faunística que aí recolheu. Estes depó-
sitos, datados do He1veciano médio a superior, mç>stram que
"no Algarve a transgressão marinha do Vindoboniano se IV. O período dos trabalhos recentes
estendeu muito mais para o interior do que se pensava até
agora" (op. cit., p. 65). Após alguns anos em que o Algarve parece ter caído no
A. VIANA & G. ZBYSZEWSKI (1949) descrevem alguns esquecimento, assiste-se a um interesse cada vez maior dos
jazigos paleolíticos do Algarve oriental o que mostra o geólogos até chegar aos nossos dias, em que vários grupos de
desenvolvimento de antigas praias quaternárias na região. trabalho aí se debruçam sobre as realidades locais.
No Algarve ocidental praias de 5-8 m foram assinaladas Se bem que tratando-se de relatórios inéditos não posso
também por G. ZBYSZEWSKI & C. TEIXEIRA (1949). deixar de citar os relatórios da Companhia Portuguesa de
G. ZBYSZEWSKI (1950) estuda a associação de Hippo- Petróleos (C. P. P.). Se bem que nem sempre esteja de
potamus, Cervus e Lepus que constitui o primeiro conjunto acordo com os seus resultados cronostratigráficos tenho de
de mamíferos do Quaternário antigo recolhido no Algarve. pôr em evidência a excelente contribuição dada ao conheci-
P. BIROT (1950, p. 174) no seu trabalho de geografia mento do Mesozóico algarvio por P. RICHÉ (1962) e
regional sobre o nosso País dedica um capítulo ao Algarve. B. PARANT (1963).
Para ele os aspectos regionais do Algarve, muito variados, Em 1965 J. GOMES & A. ROCHA estudam a micro-
coincidem exactamente com as grandes divisões da carta fácies de alguns calcários do Malm superior da região de
geológica que permite distinguir: Loulé.
D. ROBERTS & A. STRIDE (1968) estudaram perfis de
1) a Leste, um conjunto de montanhas xistentas; reflexão sísmica efectuados na plataforma continental ao
2) a Ocidente, o maciço de sienito de Monchique; largo do Algarve, tendo posto em evidência a existência de
3) a Sul, a cobertura sedimentar mais ou menos dobrada fenómenos de "slumping" nos sedimentos terciários. Com
que desce progressivamente até à costa, mais ou menos eles relacionar-se-ia um conjunto de eixos anticlinais e
plana. sinclinais de direcção' aproximadamente W-E, que passa a

20
SW-NE à aproximação de suposta extensão submariná das salientar a redeterminação de certas espécies de moluscos, a
Cordilheiras Béticas. indiéação de novos elementos ~aunísticos (madreporários,
Em 1968 C.PALAIN inicia a publicação dos seus resul· equinodermes) e a determinação do meio de sedimentação
tados sobre o Triásico do Algarve começando por datar do destes depósitos. Os autores põem em destaque o valor
Keuper (médio?) um nível lenticular de argilito vermelho estratigráfico desta faunajá,e~tudada por J. BOEHM.
da unidade detrítica d~ base, a Oeste de S. Bartolomeu de G. ZBYSZEWSKI &J. FARIA (1971) em trabalho sobre
Messines. Esta dàtagení foi possível pela recolha de fósseis o sal-gema em Portugal metropolitano referem as jazidas
de Euestheria minuta (von ZIETEN), E. destombesi algarvias, as suas características e hipóteses de .aproveita·
DEFRETIN e Bairdestherla novo sp., idênticos aos que 'mento. Para eles a série argilo-salífera da estrutura anticlinal
C. TEIXEIRA (1946, p. 140) havia já assinalado nos arre- de Loulé corresponde à parte superior dos "grés de Silves" e
dores de Coimbra (2). Estes novos dados cronostratigráficos seria portanto de idade liásica.
levaram C. PALAIN a idealizar correlações litostratigráficas No "Livro-Guia da Excursão n.o 9" do I Congresso
entre a série dos "grés de Silves" e as séries da base do Hispano-Luso-Americano de Geologia Económica,
Mesozóico das regiões vizinhas: Norte do Tejo, Espanha P. PARADELA&G. ZBYSZEWSKI (1971) apresentam a
meridional e Marrocos. A microflora estudada por J. DOU· síntese da hidrogeologia geral da orla meso-ceno-antro-
BINGER & alli (1970) revelou-se pobre e não caracterís- pozóica do Algarve, com a, inclusão de alguns esboços
tica. geológicos. Todavia não são citados os argumentos paleon-
C. TEIXEIRA assinala pela primeira vez em 1969-1970 tológi"cos que serviram para defmir as unidades cronostrati-
(p. 107) a presen,.Ça de fósseis vegetais no Kimeridgiano gráficas.
superior dos arredores de Loulé. O exemplar estudado é No esboço estratigráfico e zonal do Jurássico português
atribuído a Ptilophyllum cf. acutifolium MORRIS, espécie (MOUTERDE·& alii, 1972) encontram-se várias referências
comum no Jurássico superior de Cutch e Inglaterra. à cronostratigrafia do Jurássico algarvio.
V. PEREIRA (1970) apresenta uni estudo sobre as R. ROCHA & alii (1972) correlacionam três cortes da
substâncias minerais não metálicas do distrito de Faro, a praia de Mareta, precisam a idade das formações recifais e
saber: sienito nefelínico, basalto, calcário, argila, areia, apresentam a reconstituição paleogeográfica. O biostroma
saibro, grés, xisto, grauvaque e brecha calcária. São indi- de Mareta é correlacionado com calcários corálicos que se
cadas as suas aplicações e correlacionados os diversos mate- . prolongam para E e NNE (Cerro Gordo, Almadena e Monte
riais com as formações geológicas a que pertencem. No Judeu).
capítulo final o autor chama a atenção para as possibili- M. RAMALHO (1972) descreve a litologia e micropa-
dades de aproveitamento de dolomitos; calcários, margas, leontologia do Jurássico superior-base do Cretácico de
aréias, argilas, gesso, sienito nefelínico e sal-gema. vários cortes da região do Cabo de S. Vicente-Lagos. Ini-
Os meus trabalhos de campo sobre o Algarve ocidental, ciando os seus cortes no topo do Caloviano (calcário
iniciados em 1969, começaram a ser publicados em 1971. margoso, compaCto, amarelo-acinzentado) ou base do Malm
Os dados essenciais da cartografia na escala 1/25 000 das (banco de calcário margoso compacto, conglomerático, rico
regiões do Cabo de S. Vicente-Sagres e Lagos-Odiáxere são de fragmentos de crinóides e contendo nódulos e abundante
apresentados, bem como estudo preliminar sobre o Jurás- macrofauna fosfatados ou ferruginosos) o autor define a
sico inferior e médio (ROCHA, 1971 a). A fauna de amo- distribuição estratigráfica dos microrganismos do Jurássico
nites permitiu reconhecer, em formações sempre conside- superior. Segundo M. RAMALHO (op. cit., p.468) a evo-
radas como calovianas, a presença de Bajociano superior e lução paleogeográfica da região integra-se perfeitamente na
de Batoniano, em particular na praia de Mareta. Aqui foi regressão generalizada que se verifica nos fmais do Jurás-
possível precisar a idade das pequenas cúpulas recifais, sico. As semelhanças e a evolução das microfácies algarvias
cobertas, ora pelo Bajociano superior ora por diferentes permitem-lhe paralelizar estas formações com as da Arrá-
níveis do Batoniano. .bida e os resultados apresentados mostram que, durante o
Na mesma altura é publicada a revisão paleontológica de Jurássico superior, a vasta orla compreendida entre Sintra e
um dos exemplares recolhidos por P. CHOFFAT e conser- o Algarve ocidental fazia parte integrante da zona de plata-
vados nas colecções dos Serviços Geológicos de Portugal forma continental da Mesogeia.
(ROCHA, 1971 b). A observação do exemplar ['~egoceras Em 1973 C. RUGET apresenta um inventário de micro"
densinodum" (QUENSTEDT) in WRIGHT, 1878] e a indi- fauna dos níveis margosos do Batoniano médio da praia de
cação de P. CHOFFAT ("le demier tour presente par contre Mareta. As formas mais típicas são descritas e figuradas,
des côtes beaucoup plus rapprochées qui s'infléchissent en sendo descrita a nova espécie Lenticulina (Astacolus) algar-
avant à la région siphonale") conduziram-me à estudo minu- viensis RUGET & SIGAL.
cioso, que pôs em destaque as diferenças nítidas entre o M. RAMALHO & J. REY apresentam em 1973, no
exemplar de P. CHOFFAT (Metaderocerass.s.) e as dife- "Colloque sur la limite Jurassique-Crétacé", uma nota de
rentes espécies de Metaderoceras figuradas à data, e com as síntese sobre as formações do Jurássico terminal e da base
quais o exemplar português apresentava analogias. Isso do Cretácico. As séries do Algarve ocidental (corte Burgau-
permitiu datar do Carixiano inferior a médio os calçários -Ponta de Almadena) e central (corte de Porches), bem
dolomíticos com nódulos de sílex do Cabo de S. Vicente e como as do Càbo EspicheI, Cascais, Belas, São Lourenço
de Belixe. (Ericeira) e Torres Vedras são descritas sucintamente. É
J. FISCHER & C. PALAIN (1971) apresentam obser-
vações sedimentológicas e paleobiológicas sucfutas sobre o (2) Esta associação faunÍstica é reduzida a E. minuta (VON
Hetangiano de Vila da Bispo e figuram alguns fósseis da ZIETEN) e Pseudoasmussia destombesi DEFR. in C. PALAIN
unidade dolomítica'c) (in PALAIN,1968, p. ~94). De (1975, p. 137).

21
apresentado quadro de correlações destas diferentes regiões. vio - os "grés de Silves" de P. CHOFFAT. Da região cuja
Os autores precisam alguns factos imp,ortantes da evolução cartografia apresento, C. PALAIN estudou doze cortes
paleogeográfica da plataforma de sedimentação durante a geológicos divididos em dois sectores: o sector Silves-São
passagem Jurássico-Cretácico, concluindo pela existência de Bartolomeu de Messines (cortes 1 a 5) e o sector Bensa-
analogias com regiões da Europa, particularmente o Jura. frim-Vila do Bispo (cortes 22 a 28). Antes de iniciar a
No ano seguinte J. REY :&! alü (1974) dataram mais análise sedimentológica C. PALAIN define as principais
pormenorizadamente as diferentes unidades litostratigrá- divisões litológicas, precisa a sua disposição tanto vertical
ficas do Cretácico inferior a Ocidente de Lagos. Este subsis- como horizontal e data-as com base em diferentes ele-
tema é considerado como período de regressão individuali- mentos paleontológicos. A raridade e repartição muito limi-
zando-se aí dois pequenos episódios transgressivos, um no tada de fósseis explicam a abundância de informações de
Berriasiano superior-Valanginiano (calcários com "Macro- natureza litostratigráfica.
porelia " embergeri e Choffatella pyrenaica) e outro na base O período dos trabalhos recentes termina com a citação
do Beduliano (arenitos e calcários com Palorbitolina lenti- de nota sucinta sobre as consequências paleogeográficas da
cularis e Nerinea algarbiensis). extensão do género Kosmoceras no Caloviano superior por-
Os investigadores da Free Reformed University de tuguês. A recolha, na praia de Mareta, de rica população de
Amsterdão que trabalham há alguns anos sobre a hidrógeo- Kosr.noceras associada a fauna francamente mesogeiana
logia do Algarve oriental começaram por apresentar os seus permitiu (ROCHA & TINTANT, 1975) idealizar por que
resultados sob a forma de relatórios internos (ENGE- via estas formas boreais puderam penetrar nesta região do
LEN, 1969; LISSA, 1972). Com o aparecimento do perió- domínio mesogeiano.
dico "Aqua-Vu" esses estudos passaram a ter maior divul-
gação(BROUWER, JONG & SPEELMAN,1974). 1.2. ESTRATIGRAFIA E PALEOBIOGEOGRAFIA
Nota sumária sobre a estrutura geológica da plataforma
continental algarvia é publicada em 1975 por P. BALDY & 1.2.1. Objectivos da análise estratigráfica
alii, que a consideram constituída por três formações
(Paleozóico superior, Mesozóico e Neogénico) separadas por A preocupação inicial de qualquer estudo geológico deve
discordâncias importantes. A plataforma teria sofrido várias ser o estabelecimento da estratigrafia local tão precisa
fases de deformação durante o Mesozóico e Cenozóico quanto possível. Este fim atinge-se pela análise descritiva de
sendo a última (fracturação) de idade Cenozóico superior. todos os elementos que caracterizam cada camada ou
Para estes autores os grandes desligamentos N 40° E conjunto de camadas. Esses elementos, que definem a fácies
(Nazaré, Arrábida, Cabo de São Vicente, Guadalquivir) e as da rocha, dependem essencialmente do meio no qual ela se
fracturas que lhes estão associadas (N 20° E no Sul de Por- formou, e não da sua idade, se bem que as características
tugal) constituem a linha mestra da evolução estrutural da temporais não devam ser totalmente postas de parte. Se
margem continental a Oeste da Península Ibérica. idênticas condições de meio ambiente se repetirem em
C. PALAIN apresenta em 1975 a sua tese de doutora- diversas épocas, elas originarão a formação de camadas de
mento sobre os "grés de Silves"; aí se encontram os rochas de fácies análogas. .
aspectos essenciais da litostratigrafia, sedimentologia, e Daqui resulta que tal estudo descritivo não tem valor
geoquímica da série detrítica da base do Mesozóico algar- cronostratigráfico fundamental, e assim as unidades que se

j r:rr592
I
o --·----

I I
I
N I
I r1&õ1- - -
I
I
I I
_______ L L L _
J-rffiõg-
I I
I I
I o 5
. '_ _01:::'
10
==:::lI'
15 Km
'
I I
L .J

Figura 1.2 - Enquadramento da região estudada na divisão cartográfica do Paz's (cartas militares dos S. C E. na escala 1/25000)

22
possam distinguir por este método não serão obrigatoria- 3) pelo facto de o estudo de qualquer superfície não
mente, nem geralmente, limitadas por superfícies isócronas. poder dar ideia completa de conjunto, segundo as
O segundo objectivo destes estudos é o estabelecimento três dimensões do espaço.
de correlação no tempo entre as diferentes unidades defi-
nidas anteriormente. Sendo o tempo noção abstracta ele
não pode ser definido sem a ajuda de fenómenos concretos, 1.2.3. Unidades estratigráficas e paleobiogeográficas
variáveis de modo periódico ou irreversível em função dele utilizadas. Metodologia
mesmo. No estado actual dos conhecimentos, onde impre-
cisões da ordem das centenas de milhares de anos, digo Litostratigrafia
mesmo do milhão de anos, podem ser consideradas como
admissíveis, a evolução paleontológica, lenta e complexa, se Foi tendo em mente estas ideias fundamentais da estrati-
bem que influenciada pelas condições do meio, constitui grafia que, após as primeiras campanhas de terreno levadas a
ainda a base da estratigrafia dos terrenos não azóicos.. efeito no Algarve, foi necessário definir o tipo de carto-
Temos pois que nos basear na paleontologia evolutiva grafia a utilizar. .
para definir unidades concretas, com valor cronológico, as A pobreza geral de fósseis nas formações algarvias, e a
zonas estratigráficas, ou mais simplesmente zonas, que experiência já adquirida na cartografia do Liásico da bacia a
podem definir-se como correspondentes ao domínio de Norte do Tejo, aliadas ao fraco conhecimento que tinha de
extensão horizontal e vertical de uma ou mais espécies formações cretácicas e terciárias levaram-me a optar pela
determinadas. Estas espécies serão naturalmente escolhidas, única solução possível para executar· a cartografia das
sempre que possível, em grupos de evolução rápida e com formações sedimentares da orla algarvia. É fácil perceber
grande expansão geográfica. que essa única opção dizia respeito à cartografia litostrati-
gráfica; as diferentes unidades litostratigráficas seriam
1.2.2. Estudo analitico à escala do afloramento depois datadas à medida que fosse possível recolher e
estudar os diferentes elementos paleontológicos.
Os métodos de estudo das séries sedimentares foram Assim, nas legendas das cartas geológicas apresentadas, a
perfeitamente descritos por A. LOMBARD (1956, p. 274). coluna da esquerda diz respeito às unidades litostratigráficas
Em resumo, os caracteres litológicos e biostratigráficos de definidas e na coluna da direita citam-se, sempre que
qualquer afloramento devem ser descritos pormenorizada- possível, as suas idades.
mente, banco por banco, e transpostos para perfil estabe- Voluntariamente foram utilizadas designações que à
lecido no terreno. A unidade litológica usual é o banco, primeira vista podem ser tomadas como formações, por
quer dizer certa porção de sedimentos delimitada por duas exemplo "Dolomitos e calcários dolomíticos de Espiche",
superfícies de estratificação. "Complexo margo-carbonatado de Silves". Ora, a formação,
Para A. LOMBARD (op. cit., p. 301) os bancos corres- unidade litostratigráfica fundamental, é uma unidade
pondem a fases positivas e activas da sedimentação. Se bem formal e como tal deve ser perfeitamente definida (Código
que a velocidade de sedimentação seja variável durante a de nomenclatura estratigráfica in KRUMBEIN& SLOSS,
deposição de um banco, este, do ponto de vista cronoló- . 1969, p. 735) em publicação científica adequada. Essa
gico, materializa certa porção de tempo. . definição deve ainda incluir:
Por seu lado as superfícies de estratificação corres-
pondem a períodos indeterminados de paragem da sedimen-
1) o anúncio da intenção de designar uma unidade
tação, portanto a fase negativa da sedimentação.' Não
formal;
apenas a sedimentação pode ser momentaneamente inter-
2) o nome escolhido;
rompida mas também camadas já formadas podem ser mais
3) a definição da unidade na área-tipo, especificando a
ou menos erodidas, desmanteladas, ressedimentadas na base
localização do corte típico;
da fase positiva seguinte. Os indícios de perturbação da
4) as características distintivas;
sedimentação (superfícies de descontinuidade, "hard-
5) a definição dos limites e das relações de contacto;
-grounds", conglomerados) parecem ser testemunho, nas
6) as dimensões e a forma;
plataformas continentais, de movimentos epirogénicos
7) se possível, idade e correlações.
(MAUBEUGE, 1957, p. 157; CARIOU,1966, p.65;
GABILLY, 1971, p. 5).
Tendo em consideração a continuidade do tempo geoló- Dado que não estão ainda estudados em toda a sua
gico, conclui-se que, localmente, alguns momentos desse extensão geográfica os terrenos da bacia algarvia, as uni-
tempo foram registados, enquanto outros não deixaram dades litostratigráficas apresentadas são aqui interpretadas
marca. como unidades não formais. Apenas quando se terminar a
A descontinuidade cronológica das séries sedimentares à cartografia de toda a bacia se poderão definir as diferentes
escala do afloramento é pois elemento imediato e funda- formações utilizadas e escolher os seus locais de referência.
mental (GABILLY, 1971, p. 6). Ao nível do afloramento foi feito levantamento litoló-
Os documentos litológicos e biostratrgráficos que são gico minucioso assegurando localização precisa das associa-
acessíveis à escala do afloramento, devem ser considerados ções faunísticas recolhidas in situ.
sempre incompletos: Na observação dos cortes a unidade litológica elementar
utilizada, mas nem sempre figurada nos perfis, foi o banco.
1) pelo carácter descontínuo da sedimentação; Com efeito, a pobreza de fósseis da maior parte dos cortes
2) pela presença de camadas aparentemente estéreis; efectuados não justificava que todos os bancos fossem indi-

23
D Dolomitos compactos ~ Superfície ferruginosa

B:B Calcário dolomítico B Superfície ondulada

~ Calcário dolomítico
~ c/nódulos de sflex B Superfície mamilar

m Calcário compàcto GAlgaS

~Amonites
I, I.

+ + Calcário de crinóides
~. ~

~ Calcário
~

cristalino o Belemnites

I~~:;~[!/I Calcário detrítico ~ Braquiópodes


I1i i l11 Calcário margoso [I] Corais

~ Calcário oolítico mcrinóides

~ Calcário organodetrítico I~ I Equinodermes

f ~ Marga o Foraminíferos

~~~~~~~~~~~d Marga arenosa o Gasterópodes

IJ&9: I,conglomerado [Q] Lamelibrânquios

I~~q~ I Brecha o Nautilóides

EJGesso o Ostracodos

Bpirite Bpeixes

B Glauconite ~ Perfurações vermiculares

IO O O IDolomite ~ Zoophycus
Figura 1.3 - Convenções utilizadas nos cortes geológicos apresentados

24
vidualizados. Daí o facto de, muitas vezes, se englobarem mente ao Algarve ocidental, a saber: Carixiano inferior-
sob um mesmo número de camada vários bancos que se -Toarciano inferior e Bajociano superior-Oxfordiano médio.
revelaram azóicos. As zonas foram consideradas como unidades "oppe-
As descrições serão sempre expostas em ordenl ascen- lianas", vastas e facilmente reconhecíveis a fim de facilitar
dente, do nível mais antigo para o mais moderno. O nÚJ,llero as correlações. As suas definições baseiam-se essencialmente
de cada banco ou conjunto de bancos é antecedido de três em associações faunísticas sem menosprezar o interesse das
letras que o localizam; por exemplo a indicação "BAL.25" espécies-índice.
indi.ca a camada 25 do corte da praia de Baleeira. Os cortes A biostratigrafia regional definida por P. CHOFFAT e
da praia de Mareta são apenas designados como A, B, e C; J. PRATSCH foi actualizada, pormenorizada e correla-
assim, as indicações A.7, B.5 e C.24 dizem sempre respeito cionada com as novas unidades cronostratigráficas e litostra-
a camadas de um dos três cortes da praia de MaJ;~ta. As tigráficas agora definidas.
espessuras são sempre dadas em metros.
As convenções utilizadas são largamente inspiradas nos PaleobiogeograTza
exemplos dados por A. LOMBARD (1956, pp. 276-281)
(fig. 1.3). Os diferentes domínios e províncias faunísticas utili-
Logo que foi possível dispor de vários cortes foi abor- zados nas reconstituições paleobiogeográficas do Jurássico
dada a fase seguinte do estudo estratigráfico - o estabele- serão definidos no início do capítulo 6. Entre eles serão
cimento de correlações. O banco, unidade litológica elemen- aqui particularmente utilizados os seguintes:
tar, . pode ser utilizado neste sentido mas apenas para
pequenas distâncias, da ordem do quilómetro. Além deste 1) Domínio boreal
método utilizaram-se também os fósseis como cronómetros
a) Província boreal
geológicos que permitem estabelecer correlações mais pre-
b) Província sub-boreal
cisas (HUPÉ, 1960).
2) Domínio mesogeiano
CronostratigraTza a) Província mediterrânica
b) Província submediterrânica
No que diz respeito à cronostratigrafia este trabalho
baseou-se nas conclusões e nas sequências cronostrati- No capítulo referente à Paleontologia sistemática far-
gráficas definidas nos dois Colloque du J~rassique (Luxem- -se-ão, sempre que possível, referências à distribuição paleo-
bourg, 1962, 1967), no I Colóquio de Estratigrafia y Paleo- biogeográfica dos diferentes grupos de amonóides reco-
geografia deI Jurasico de Espafia (Vitoria, 1970) e ,pelo lhidos nas formações algarvias.
Groupe Français d'Étude du Jurassique .(Paris, 1971). No capítulo da Paleobiogeografia esboçar-se-ão os
Várias escalas locais têm sido posteriormente definidas na aspectos essenciais da história paleogeográfica do Jurássico
Península Ibérica. Nas figuras 3.4 e 3.6 resumem-se os inferior e médio do Algarve, justificando a sua atribuição a
elementos relativos aos intervalos que interessam particular- uma ou outra província faunística.

25
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
j
CAPÍTULO 2

DESCRIÇÃO .DE AFLORAMENTOS E DE CORTES

2.1. "GRÉS DE SILVES" As minhas restantes observações respeitantes aos "grés


de Silves" enquadrando-se, na generalidade, na síntese que
A metodologia definida no capítulo 1 foi particular- C. PALAIN (1975) .acaba de apresentar sobre a litostrati-
mente utilizada na cartografia dos "grés de Silves". Assim, grafia das formações de base do Mesozóico do Algarve,
tendo como base o trabalho de J. PRATSCH (1958), abstenho-me de as repetir. De salientar que aquando da
tentou-se inicialmente individualizar as unidades definidas publicação deste trabalho toda a cartografia dos "grés de
por aquele autor (op. cit., p. 22) e que se resumem na Silves" tinha sido já terminada.
figura 3.2. Na primeira parte do seu trabalho C. PALAIN define as
Os cortes de J. PRATSCH põem em evidência um hori- diferentes divisões litológicas desta formação, precisa a
zonte de referência ("teil 3b - dolomitbank") que sempre sucessão vertical e horizontal em cada uma das áreas de
se procurou identificar no terreno dado ser considerado afloramento e cita os resultados paleontológicos obtidos,
como contínuo desde Taboleiro (Sagres) até à Andaluzia, que permitiram datação parcial de algumas unidades. Na
numa extensão de 170 km (op. cit., pp. 20, 22, abb.4). área coberta pela cartografia presente C. PALAIN (1975,
Os vários cortes efectuados nesta formação permitem no p. 184, fig. 44) executou 12 cortes (cortes 1 a 5 e 22 a 28).
entanto concluir pela descontinuidade destes calcários dolo- Os elementos agora apresentados, e discutidos no início do
míticos, o que é facilmente reconhecível ao examinar a capítulo seguinte, têm por objectivo tornar fácil a interli-
cartografia da região. Este carácter de descontinuidade é gação entre as suas observações à escala do afloramento ou
devido a três factores determinantes: de série de afloramentos próximos e a cartografia executada
com base nas minhas próprias observações de campo.
1) Carácter lenticular dos calcários dolomíticos parti-
cularmente evidente nos afloramentos de Vale de Boi 2.2. DOLOMITOS E CALCÁRIOS DOLOMÍTICOS DE
(100 ma SW do vértice geodésico do mesmo nome), ESPICHE
de Portela (1,5 km a NE de Barão de S. João) e de
Arge (500 m a E da estrada Portimão-Porto de Os dolomitos e calcários dolomíticos geralmente
Lagos). maciços, finamente cristalinos ou sacaróides, que se sobre-
Aí se definem, localmente, pequenos relevos; que
põem aos "grés de Silves", são das camadas mais duras de
rapidament~ se perdem de um e outro lado do aflora- toda a orla ceno-mesozóica, originando relevos onde se
mento cartografado, o que não seria natural se os
situam alguns vértif:es geodésicos (Vale de Boi, Espiche,
bancos fossem contínuos. De lembrar que os pelitos e
Barão de S. João, Cerro do Judeu, Bensafrim, Monte Alto,
margas que limitam· estes calcários são bem menos
Achadas, S. Miguel, Medeiros, Torres e Cercas, Beneciate).
resistentes do que el~s à erosão. Esta formação pode dividir-se em três conjuntos:
Este carácter lenticular é igualmente marcado por
re duções rápidas de espessura em afloramentos 1) O primeiro que se estende do Cabo de S. Vicente
contíguos. para Norte e Nordeste até à praia de Telheiro e Vila do
2) Tectónica, particularmente na região entre Budens e Bispo, e daqui para Leste até à transversal Vale de Boi-
Barão de São João. Aí o Carbónico contacta por -Ponta de Almadena. Com disposição geral em monoclinal,
falha com os pelitos e margas bicolores (,,: topo dos mais ou menos inclinado para S ou SE, a formação é atra-
"grés de Silves" de C. PALAIN) faltando as unidades vessada por inúmeros filões e chaminés de rocha eruptiva
inferiores dos ,"grés de Silves". (particularmente a S e SW de Vila do Bispo-Raposeira)
3) Recobrimento por depósitos terciários, nomeada- encontrando-se em grande extensão recoberta por areias
mente na região de Vila do Bispo. cenozóicas. O cálculo da espessura é difícil não só por se

27
encontrarem cortados por várias fallias N-S ou NE-SW mas Apenas na região de Vau, 3 km a Norte de Portimão, foi
também devido à cobertura terciária e quaternária. No possível observar brecha idêntica à descrita em 2), cujos
entanto, na região do Cabo de S. Vicente-Telheiro, foram elementos são, principalmente, dolomitos e calcários dolo-
calculadas espessuras da ordem dos 60 m, sem se atingirem míticos unidos por cimento calcário. Esta brecha situa-se no
nem a base nem o topo da formação. limite dos dolomitos com os calcários do Dogger Ofab).
Entre o Cabo de S. Vicente e a baía de Armação Nova
recolheram-se alguns fragmentos de fósseis de lamelibrân-
*
quios, gasterópodes e ouriços (placas e radíolas) cuja classi-
ficação genérica não é possível.
* *
2) Da transversal Vale de Boi-Ponta de Almadena até o Referência sumária deve ser feita à espessura da for-
meridiano de Odiáxere os dolomitos constituem os flancos mação dada a disparidade de valores citados.
de si.nclinal de orientação NE-SW (é o chamado "sinclinal Para P. CHOFFAT (1887, p. 241) entre Espiche t: Alma-
de Portelas", de B. PARANT, 1963, p.2), cujo núcleo é dena pode atingir uma centena de metros. J. PRATSCH
formado pelos calcários oolíticos, calcários corálicos e (1958, pp. 21, 24) apresenta valores de mais de 60 m
calcários pisolíticos de Almadeha Ofâb). (Algarve ocidental), e de 75-85 m (praia de Telheiro).
Este sinclinal, atravessado por algumas fallias N-S, encon- P. RICHÉ (1962, p.3) indica os mesmos valores de
tra-se também parcialmente coberto por areias cenozóicas, P. CHOFFAT, enquanto B. PARANT (1963, p.2) atribui,
partiCularmente espessas na região de Matos Brancos, 1 km no sinclinal de Portelas, espessura de 300 m para a série. A
a Noroeste de Espiche. A Sul contacta sempre por fania, inexistência de bons cortes geológicos, não só devido a
quer com formações cretácicas, quer com formações do acidentes tectónicos mas também a relevo pouco aciden-
topo dos "grés de Silves" (= "pelitos e margas bicolores" de tado, não permite ter ideia exacta da espessura da for-
C. PALAlN). mação, dificuldade a que se junta a possível heterocronia
O flanco norte do sinclinal, que se estende desde Barão dos seus limites. V~lores calculados em certos pontos (Cabo
e
de S. Miguel, passando por Barão de S. João Bensafrim até de S. Vicente-praia de Telheiro, Sul e Leste de Bensafrim)
ao Norte de Odiáxere, constitui importante linha de relevos permitem cálculo de 60 m sem no entanto se atingir a tota-
bem marcada na morfologia da região. lidade das litofácies da formação dolomítica.
As espessuras calculadas a Sul e a Leste de Bensafrim são O estudo de lâminas delgadas destes dolómitos, feito por
da mesma ordem de grandeza das determtnadas na região do G. MAN"UPPELLA, não forneceu, infelizmente, resultados
Cabo de S. Vicente (50-60 m);estas determinações foram positivos. Com efeito, o estado avançado de dolomitização
feitas, aqui, a partir da base da formação. secundária não permite analisar a fácies primária da rocha
Na região de FerreI-Matos Morenos, 1,5 km a NE de em questão.
Espiche, os· dolomitos são localmente fossilíferos. Os
fósseis, em estado fragmentário que não permite classifi-
cação genérica, são essencialmente radíolas e fragmentos de 2.3. CORTE DA BAÍA DE ARMAÇÃO NOVA
placas de ouriços (Cidarídeos? ).
Em várias regiões (Pinheiral, Cordoeiro, Gaspar de Cima, A baía de Armação Nova situada a cerca de 1250 m a
Louzeira, Ferrei, Espargosa, Pedra Amarela) é po.ssível NE do Cabo de S. Vicente corresponde a afundamento
observar-se locillmente, no limite dos dolomitos com os tectónico ("graben") de formações domerianas e toarcianas
calcários do Dogger Ofab), a existência de inúmeros no meio de dolomitos e calcários dolomíticos do Liásico
calhaus de brecha cujos·· elementos são, principillmente, inferior (fig. 2.1).
dolomitos e calcários dolomíticos unidos por cimento No canto nordeste da baía reconhece-se diminuto aflora-
calcário. Esta brecha nunca foi observada in situ mas é bem mento do Toarciano representado por calcários margosos
possível que se trate de nível existente no contacto das duas em pequenos bancos e margas de cor amarelada, pobres de
formações, representando períodos de paragem de sedimen-
tação e de erQsão. Em FerreI, aos dolomito~ sobrepõe-se
pequeno afloramento de calcário dolomítico com nódulos
de sílex, idêntico ao do Cabo de S. Vicente. No entanto,
naquela brecha nunca nos foi dado observar a presença de Ponta dos Arquizes
calhaus deste calcário com nódulos de s11ex. .
3) O último conjunto abrange a quase totalidade da
carta 2 e é litologicamente igual aos anteriores. A estrutura
monoclinal é nítida entre Odiáxere e Silves; para Leste os Armação Nova
Papa Frades
dolomitos constituem relevo tabular, com as camadas prati-
Pedra das Gaivotas

.ma
camente horizontais e apenas levemente inclinadas para Sul
nas proximidades da grande flexura E-W que atravessa a orla

~
(vd. § 6.2.).
Em Matos, 1,750 km a Norte da estação de caminho de
ferro de Alcantarilha, os dolomitos são localmente saca- o 100 200m
róides e ricos de fósseis em estado fragmentário que impos- ! I

sibilita determinação genérica. Trata-se essencialmente de


polipeiros, fra~entos de placas e radíolas de ouriços e Figura 2.1 - Plano de situação do corte da bata de Armação
fragmentos de moldes internos de lamelibrânquios. Nova (corte BAN). 1-6 - Número de camadas

28
6
.:.
(10 m)

r-- -
- - ~(Õ@
~---~
f--,.
- u</,w Toarciano
inferior
I-- - ----1
!b\9G(lw
SI
4 I--
I-- - -
- -~~ - [J UÂ @)

--
I--
- -
-- - Horizonte de
I-- - - Semicelatum
~

~
--
- -
- -
--
- =~
--
fó</'W
U61"@)
db

~ --
- -~
~
GU~
)

2 t-- ?
X x X
X
X x X lf " J
I v I v v \l G</'rJW Horizonte de
I v I v I v I 'i
Vseudo- commune
I v I v v 'I
-IL
I Vv I v I \)

I v I v I v I 'J
I v I v v V)

I v I v I v 'd
I v I v v ~

I I v I v I
v
1 v I v I v I v Domeriano
I v I v v
v I v I v I v
I v I v v
v I v I v I v
I v I v I v
v I v r v I v
I v I v I v
v I v I v I v
r v r v I v
v I v I v I v
I v I v I v
V I V I V
,
I v I v I v
v I v I v I -'- nivel do mar _---IL..-_

A. Rodrigue., De•.

Figura 2.2 - Corte da bala de Armação Nova

29
fósseis, afloramento este limitado por falhas a Norte e a BANA/5 - Alternância de margas de cor amarela em
Este. grandes bancos com calcários margosos da mesma cor em
O corte principal (fig. 2.2) localiza-se na região a Sul da leitos centimétricos pouco frequentes. A macrofauna é
baía. Reconhecem-se aí, a partir da pequena península de muito rica .. 10m
Papa Frades, as seguintes camadas,· descritas de baixo para
cima:
Cenoceras sp.,
Phylloceras sp.,
BAN.l - Alternância de calcários dolomíticos compac-
Lytoceras sp.,
tos de cor cinzento-amarelada, com pátina azulada em
Dactylioceras semicelatum (SIMPSON),
bancos de 0,15 m a 0,20 m de espessura, com calcários
D. cf. semicelatum (SIMPSON),
margosos amarelados em bancos menos espessos e que na
Harpoceratidae, fragmento,
topografia ficam em depressão. Esta alternância é apenas
Paltarpites cf. paltus BUCKMAN,
visível nos 10 a 12 m superiores; daí até ao nível da água
Murleyiceras sp., fragmento piritoso,
dominam os calcários dolomíticos compactos. Este con-
Belemnites (Passaloteuthis) laevigatus (?) ZIETEN,
junto é cortado por falha N-S que passa imediatamente a
forma jovem,
Oeste na península de Papa Frades originando rejeito supe-
Pachyteuthis cf. brevi[ormis VOLTZ,
rior a um metro 20 m
Acrocoelites sp.,
Lytoceras sp., fragmentos, Duvalia (? ) aff. compressus STAHL,
Phylloceras sp., fragmentos de moldes internos, Belemnites sp., fragmentos abundantes,
Belemnites sp., grandes rostros e secções frequentes Lobothyris gr. punctata (SOWERBY),
[ = B. (Passaloteuthis) bruguierianus d'OR- Zeilleria comuta (SOWERBY),
BIGNY], Terebratula sp.,
Belemnites (Passaloteuthis) sp., Aulacothyris gr. resupinata (SOWERBY),
Spiri[erina sp., fragmentos de formas lisas e costi- Spiri[erina alpina OPPEL,
lhadas, S. rostrata (SCHLOTHEIM),
Orthotoma sp., S. tumida VON BUCH cf. varo ascendens DESLONG-
Spondylus (Spondylus) sp., fragmentos, CHAMPS in CORROY, 1927, pI. III, figs. 9-12,
Ctenostreon sp., fragmentos, S. tumida VON BUCH var. rupestris DESL. in COR-
Plicatula (Plicatula) sp., fragmentos, ROY, 1927, pI. IV, figs. 21-24, abundante,
Pecten (Pseudopecten) cf. acuticosta LAMARCK, S. tumida VON BUCH, formas de passagem à varie-
Pecten sp., fragmentos, dade rupestris DESL. in CORROY, 1927, fig. 4,
Chlamys (Chlamys) textoria (SCHLOTHEIM), frag- Rhynchonella cf. dumbletonensis DAVIDSON,
mentos. Chlamys (Aequipecten) prisca (SCHLOT.),
Pecten sp.,
Na superfície terminal deste conjunto recolheram-se: Plicatula (Plicatula) spinosa (SOWERBY) var. pecti-
noides (LAMARCK), muito abundante,
Lytoceras sp., exemplares de grande diâmetro lamelibrânquios, moldes internos,
(20-25 cm), gasterópodes, moldes internos,
Lytoceras sp., cf. Crenilytoceras crenatum BUCK- Rhabdocidaris cf. horrida MÉRIAN, radíolas,
MAN, 1925/1927, pI. DCLXV, fragmento de Pentacrinus gr. scalaris (GOLDFUSS), muito abun-
molde interno, dante,
Phylloceras sp., fragmentos, Pentacrinus subsulcatus (MUNSTER), muito abun-
Dactylioceras pseudo-commune FUCINI, dante.
Dactylioceras sp.,
Belemnites (Passaloteuthis) bruguierianus d'ORB.,
Pecten (Pseudopecten) acuticosta LAMARCK, A rnicrofauna, muito rica, forneceu:
Spirijerina sp.
Frondicularia sulcata BORNEMANN,
BAN.2 - Alternância de margas esverdeadas e amare-
F pulchra TERQUEM,
ladas em bancos de 0,15 a 0,20 m de espessura com leitos
F carinata BURBACH,
(0,10 a 0,15 m) calcários ricos de Zoophycos. Na base
Dentalina terquemi d'ORBIGNY,
trata-se de calcário margoso de cor amarelada que passa
D. obscura TERQUEM,
superiormente a calcário cristalino compacto de cor creme.
D. arbuscula TERQUEM,
A fauna é pobre 2,20 m
Lingulina carinata d'ORBIGNY,
Lytoceras sp., fragmentos, L. tenera BORNEMANN,
Chlamys (Aequipecten) prisca (SCHLOTHEIM), Marginulina prima d'ORBIGNY,
Zoophycos sp. M spinata TERQUEM,
Nodosaria obscura REUSS,
BAN.3 - Calcário margoso de cor branca-rosada, rico de N. novemcostata (BORNEMANN),
Zoophycos sp., num único banco que serve de referên- N. alemannica FRENTZEN,
cia 0,30 m Tristix sp.

30
BAN.6 - Calcário margoso amarelado, muito diaclasado, A 5 m do topo, a Sul do muro do farol, foi colhida a
em bancos de 0,20 a 0,40 m de espessura, particularmente seguinte fauna:
visível no caminho que desce à pequena península de Papa
Platypleuroceras sp., fragmento,
Frades. Para o topo (zona de cota 50) estes calcários são
Zeilleria (? ) sp.,
mal visíveis dada a individualização de crostas calcárias que
Belemnites sp.,
os mascaram; eles são limitados a Sul por falha E-W que os
lamelibrânquios, moldes internos,
separa dos dolomitos do Liásico inferior ::::< 10 m
crinóides, artículos.
Dactylioceras cf. semicelatum (SIMPSON), frag- C ~V.3 - Calcário margoso amarelado rico de cri-
mentos, nóides 1,60 m
Belemnites sp.
CSVA - Dois bancos de calcário compacto, de corama-
relada, rico de crinóides. Trata-se de bom nível de referên-
204. CORTE DO CABO DE S. VICENTE cia 1m

A ponta do Cabo de S. Vicente onde se localiza o farol CSV.5 - Calcário margoso amarelado rico de crinóides,
corresponde a pequeno afloramento de calcário dolomítico idêntico a CSV.3, em bancadas menos espessas
com nódulos de sílex que se sobrepõe a dolomitos e cal- (0,20 a 0,30 m), e com abundantes nódulos arredondados
cários dolomíticos atribuídos ao Liásico inferior (fig. 2.3). de sílex 4m
Este afloramento contacta por falha de direcção N-S, a
CSV.6 - Calcário branco, rico de crinóides e nódulos de
cerca de 200 m a Leste do farol, com os dolomitos que
sílex, em bancos de 0,15 a 0,50 m. Até à base do
constituem, total ou parcialmente, as arribas da costa desde
farol....................................................................... 10 m
a praia de Telheiro até ao forte de Belixe.
O corte apresentado (fig. 204) é visível imediatamente ao
Norte e ao Sul do edifício do farol. As condições de aflora- 2.5. CORTE DE BELIXE
"mento são bastante más dado que a arriba é abrupta; assim,
os níveis de base são inacessíveis e· torna-se impossível O corte de Belixe situa-se a Leste do forte do mesmo
pesquisar fósseis em toda a superfície de afloramento de nome, entre a Prainha da Lajinha e a Ponta dos Altos
cada banco. (fig. 2.5). As diferentes camadas ápenas são visíveis perto da
Individualizam-se aí, de baixo para cima: arriba, sendo, em direcção ao interior, rapidamente cobertas
por areias de duna.
CSV.1 - Dolomitos cinzento-esverdeados, compactos, O corte começa na ponta sudeste da enseada onde se
que constituem arriba vertical, portanto inacessível. Até ao situa a Prainha da Lajinha. A partir deste ponto podem
nível de água ::::< 25 m
observar-se, de baixo para cima (fig. 2.6):

BEL.1 - Dolomitos cinzentos, compactos, que formam


CSV.2 - Alternância de calcário dolomítico com nódu-
a base do flanco oriental da enseada. Até ao nível de
los de sílex e calcário margoso tenro em bancadas menos
água ::::< 5 m
desenvolvidas 15/20 m
BEL.2 - Alternância de calcário branco em pequenos
leitos com calcário margoso, sendo abundantes nódulos de
sílex de várias cores (rosa, avermelhado,
negro) ::::< 15 m

58 BEL.3 - Calcário dolomítico em bancos maciços, com


abundantes fragmentos de conchas de lamelibrân-
quios 5m
Pecten sp., fragmentos.

BELA - Calcário levemente dolomítico alternando com


pequenos níveis de margas amarelas; raros vestígios de
fósseis 6m
63
Cabo de S Vicente Belemnites sp.,
crinóides, artículos.
Gigante~
BEL.5 - Calcário dolomítico idêntico a BEL.3, em
bancos maciços, com nódulos de sílex abundantes, de
o 100 200m forma essencialmente arredondada (diâmetro entre 0,10
, I
A. Rodrigues; des. e 0,15 m) 21 m

Figura 2.3 - Plano de situação do corte do Cabo de S. Vicente Belemnites sp.,


(corte CSV) crinóides, artículos abundantes.

31
I-I 1 .. 0
1.1

. , l-I
l-I
I...'
,.1
I.
lel

I·'- 1-'

- @

@
?

6 l-I I-I
- I I_I
lei l-I
I-I ,. @
1.1 1.1
. , l-I I
lal 1.1 I' @
I.' I-I
.1
.-- - - --- -
l-I 1_
• Carixiano médio

.- -..-- ....- • -..


,. @
Zona de Ibex
5
• ~
.. •
4
3 - -
-
~
1

Il
@
6)
,
I

-- - -l @ ?
- --
I - I I 4 +
-V --
V
-
"" @) I
I " I V I • IJ
-
V I •
- - -
I V I ..
- - - - - - GW</ Carixiano inferior
..
-I V I • I V (f@ Zona de Jamesoni
-
2
-
1_I " 1-'
V I V I ..
-
I V

la I I • I V 'li
V

elvl_lv}
- ·e @)W I
I
I _ I V I ~ I) t
- - - - -
vl_lvle) ?
• I V , . I V I~
-
I. I V I • I J +I
_ I V I" I V
I
V~~/(I I
I
I
V///////
-L, -
V///////
---L-, Sinemuriano
V///////
--y--
V///////
--y-
1
V///////
-
V///////
- L.--y-
V///////Í
r-- Figura 2.4 - Corte do Cabo
V / / / / / /---e
/ de S. Vicente

V///////Í
-.J
~ __ nível do mar B. Dâmaso, des.

32
aEL.6 - Calcário compacto, branco, rico de artículos de BEL.lO (= BEL.13) - Calcário arenoso amarelado em
crinóides e secções de conchas várias, principalmente lameli- bancos regulares pouco espessos (0,10 a 0,15 m), muito
brânquios 1m pobre de fósseis 6m

BEL.7 (pars BEL.1l/7) (3)- Calcário finamente crista· Argutarpites (? ) sp., molde externo.
lino, de pátina acinzentada, em bancos de 0,10 a 0,20 m,
com raros nódulos de sl1ex para a base e a superfície dos BEL. 11 - Alternância de margas .de cor amarela com
bancos bastante irregular. São abundantes fósseis de bra- calcários ar&lOsos da mesma cor, em leitos centimétricos; a
quiópodes e de lamelibrânquio~ 1,30 m macrofauna é muito rica 6 m (? )
Pecten (Pseudopecten) aff. acuticosta LAMARCK,
Cenoceras sp.,
fragmentos abundantes,
Lytoceras sp.,
Plectothyris fimbrioides (DESLONGCHAMPS),
Dactylioceras cf. semicelatum (SIMPSON),
Lobothyris aff. punctata (SOWERBY),
Belemnites (Passaloteuthis) sp.,
Terebratula thomarensis CHOFFAT,
Pachyteuthis cf. breviformis VOLTZ,
T. cf. thomarensis CHOFFAT,
Acrocoelites sp.,
Terebratula sp., fragmentos,
Belemnites sp., fragmentos abundantes,
Rhynchonella (Gibbirhynchia? ) sp., abundante,
Lobothyris gr. punctata (SOWERBY),
crinóides, artículos abundantes.
Spiriferina rostrata (SCHLOTHEIM),
BEL.8 (pars BEL.1l/7) - Calcário finamente cristalino, S. tumida VON BUCH,
idêntico a BEL.7, de pátina cinzento-amarelada, em bancos Pecten sp.,
irregulares pouco espessos (0,10-0,15 m) 3,10 m Plicatula (Plicatula) spinosa (SOWERBY) var. pecti-
noides (LAMARCK), muito abundante,
Protogrammoceras celebratum (FUCINI), lamelibrânquios, moldes internos,
P. cf. celebratum (FUCINI), Pentacrinus scalaris (GOLDFUSS).
P. marianii FUCINI,
P. exlguum FUCINI, Várias fracturas afectam o conjunto BEL.11 não permi·
Protogrammoceras sp., fragmentos abundantes, tindo precisar devidamente a espessura. Estas fracturas
Fuciniceras isseli (FUCINI), afectam igualmente o conjunto de camadas que se seguem.
Fuc.iniceras sp., fragmentos,
Belemnites sp., BEL. 12 - Calcário margoso de cor amarelada, em
Pecten (Pseudopecten) acuticosta (?) LAMARCK, bancos irregulares pouco espessos (0,10-0,25 m), pobre de
Lobothyris cf. punctata (SOWERBY), fósseis ;;;:. 5 m
L. cf. subpunctata (DAV.) varo hispanica DUBAR,
L. aff. subpunctata (DAV.), Harpoceratidae, fragmentos.
Terebratula sp.,
Rhynchonella gr. dumbletonensis DAVIDSON, Este calcário forma a arriba da Ponta dos Altos; bastante
R. (Gibbirhynchia? ) sp., afectado por falhas N-S é difícil precisar a espessura deste
crinóides, artículos. conjunto de camadas. A cerca de 200 m a Leste da Ponta
dos Altos contacta, por falha, com calcários oolíticos e
BEL.9 (= BEL. 12) - Alternância de calcário branco calcic1ásticos do Dogger.
com fractura conchoidal, em bancos pouco espessos (0,15
a 0,30 m), com calcário margoso amarelado em bancos de 2.6. CORTES DA PRAIA DE MARETA
idêntica espessura ;: 18 m

Belemnites sp., A Sul da vila de Sagres, e entre as Pontas de Sagres e da


Pecten (Pseudopecten? ) sp., Atalaia, localiza-se a enseada do mesmo nome (fig. 2.7). Na
Spiriferina sp., sua metade oriental localiza-se a praia de Mareta onde
Terebratula sp. foram feitos três cortes - afloramentos A, B e C - que, por
comodidade de ordem prática, se englobam na mesma desig-
nação de corte da praia de Mareta (camadas MAR).
Afloramento A-250 m a Oeste da estrada de acesso à
praia observam-se, na base da arriba e nas rochas situadas na
praia, as seguintes camadas, descritas de baixo para cima
(fig. 2.8):

A.1 - Calcário de crinóides de grão fino. Em lâmina


delgada trata-se de biopelniicrito glauconioso com cri·
nóüíes. Num cimento de micrite, localmente recristalizado,
o__ 100
Ieee 200m
I
A. Rodrigues; des.
(3r Indica-se no texto, referente à parte superior deste corte, a
Figura 2.5 - Plano de situação dos cortes de Belixe e do forte de numeração das camadas feita anteriormente (ROCHA, 1971 a,
Belixe (cortes BEL) p. 158).

33
t-
l Z. de Serpentinus

11
r- _ _\
I-- - --\

=---==\
oe • • • e

•••••••••
•••• e •••••

'" oe • •
Toarciano
inferior
t
Z. de Semicelatum

~- -~=\
D. superior
Z. de Spinatum
I .
I
t?
I I I I- I Il
I I I I I I J) Domeriano
-1-1-1-1-1-1\..
: 9
: (l8) :
l "\
m
ClfJ''W
6ITW© o inferior
8 Z. de Stokesi
CóITw@
7 ©[JW
6 @[f
<7©
I 5 I
I I
I (21) I
I m
.1 I" I V V
@
I -v I la' V V
V J
v v
V v J
-v - v '" )
4 v v v J Carixiano
- -v v
"-J)
V IV VJ
v v ~
V V v .J
I V I V I V I V
[j'
V I V I V I V \

3 I I V I V I
V V
[J
V I v I v I V
I v I v I V L V

- -- ..-----
V I v I v I v
[J

I
I
2
1(= 15)1
I
I
-
-• - --
-

\
\
I
U
lo....
J t
?
I

Figura 2.6 - Corte de Belixe


I m I-_--r-....,....,....,.---.~r---r-=~ •1I
1

I 1 I I
I
Sinemuriano
I 1 I

~7ZZ7J77J __ nivel do mar I B. Dâmaso, des.

34
\
I
I

I
/
/.
/.
"

Ponta da Atalaia

o, 100
,
200m
I
Ponta dos Caneiros
A. Rodrigues; des.

Figura 2.7 - Plano de situação dos cortes da praia de Mareta (cortes A. B e C) e da praia de Baleeira (corte BAL)

nota-se a presença de dolomite em pequenos cristais rom- Nubeculárias encrostantes de fragmentos inorgânicos,
boédricos e de glauconite abundante, em grãos angulosos, crinóides, artículos,
preenchendo câmaras de foraminíferos, Observam-se ainda lamelibrânquios,
fragmentos de equinodermes e alguns bivalves recrista- foraminíferos.
lizados (lamelibrânquios?) ." " ". Im
A.3 - [= M.2j Calcário oolítico de grão regular e fino,
A.2 - [= M.I] (4) Brecha conglomerática com ele- com espessura de 40 cm a Oeste, e terminado em biseI a
mentos recifais cuja espessura é variável. Contém fragmen- Este "."""..""""......" ...".""""" .....""." .. "" .....,,. 0,40 m
tos de calcários variados: fragmentos de polipeiros, calcário Em lâmina delgada os oólitos, ligados por cimento de
oolítico, calcário de crinóides de grão fino (= A.l), calcário esparite, são abundantes sendo os seus núcleos sempre cons-
branco compacto, ligados por cimento de calcário oolítico e tituídos por fragmentos orgânicos (equinodermes, lameli·
pisolítico. A superfície superior da brecha apresenta perfu- brânquias, foraminíferos). Este conjunto, que constitui
rações vermiculares " " ..""." """ 0,4Q a 1,40 m banco único, termina por superfície com perfurações ver-
miculares.
Belemnites sp.,
Nerinea sp" A.4 - [= M.3] Calcário amarelo-claro finamente detrí-
Pleurotomaria sp., tica, em bancos regulares, muito rico de Zoophycos, com
Cerithium sp., calcite preenchendo abundantes diaclases e nódulos de
crinóides, pirite frequentes. A 3,30 m da'base foi recolhida abundante
equinídeos, fragmentos de placas e radíolas, fauna de amonites mal conservadas, geralmente fragmen-
polipeiros isolados e coloniais, fragmentos. tadas com pátina amarelo-acastanhada 9,70 m
.OtOt . . . " . " " .

Em lâmina delgada esta brecha apresenta cimento micrí- Itinsaites mackenzii McLEARN prorectus (? ) WES-
tico recristalizado em esparite que engloba fragmentos arre- TERMAN,
dondados de micrite escura, de tamanhos variados, oólitos Teloceras sp., fragmento,
numerosos e fósseis fragmentários:

Serpula sp., fragmentos de colónias, (4) Indica-se no texto referente a este corte a numeração das
polipeiros encrostados por Nubeculárias, camadas feita anteriormente (ROCHA, 1971 a, pp. 148-152).

35
Leptosphinctes (Cleistosphinctes) cleistus BUCK., in praia, podem observar-se à frente da arriba, constituída aqui
STURANI (1971), est. XV, figs. 1-2, pelo ~alcário amarelo-claro finame'nte detrítico (= AA):
Leptosphinctes sp.,
Caumontisphinctes sp., B.1 - Biostroma de 13 X 10 m com altura visível que
Oppelia sp., molde externo, varia entre 1,50 a 2,20 m. O corpo recifal construído é .for-
Phylloceras cf. viator (? ) d'ORB., mado por numerosos polipeiros ramosos ou maciços, em
Phylloceras sp., posição de vida, que constituem o esqueleto do edifício
Nannolytoceras gr. tripartitum (? ) (RASPAIL), recifal e localmente por numerosas radíolas de ouriços,
Nannolytoceras sp., alguns braquiópodes e grandes lamelibrânquios
Lytoceras sp., (Trichites?). Este conjunto está englobado em calcário
Hibolites hastatus (BLAINVILLE), branco com cimento de micrite onde oS "pellets", de
Terebratula sp., pequeno tamanho, são fr.equentes. Nenhuma estratificação
Pholadomya sp., é visível. Esta cúpula, bastante regular, encontra-se atraves-
gasterópodes, moldes internos, sada por cavidades estreitas e profundas, com finas cane-
equinodermes, radíolas, luras verticais, nas quais se vieram depositar três tipos
Zoophycos sp., muito abundantes, diferentes de rochas conhecidas na vizinhança:
Lagenídeos,
Miliolídeos. a) os calcârios de crinóides de grão fino idênticos aos da
base do afloramento A;
Em lâmina delgada, em cimento de micrite onde os b) a brecha conglomerática com elementos recifais
componentes aloquírnicos, arredondados, são pouco visí· (= B.2);
veis, glauconite e "pellets" são abundantes. c) o calcário detrítico, em leitos regulares,que forma a
arriba (= B.3).
A.5 - Banco de calcário organodetrítico compacto;
termina por superfície ondulada, ferruginosa Foi esta cúpula recifal que P. CHOFFAT (1887, p. 249)
(= A.6)................... 0,30 m descreveu como " ... un calcaire blanc, tres compact, conte-
A.7 - Nível de calhaus perfurados de tamanhos variados, nant de nombreux Polypiers, quelques Nerinées, de grands
em desordem, unidos por cimento calcário-arenoso onde se Pleurotomaria, des Pseudomelania et un Balanocrinus ... je
recolheram alguns núcleos de amonites geralmente mal le crois suffisamment caractérisé 'pour pouvouir l'assimiler
conservadas e alguns moldes de lamelibrânquioS. Este nível au calcaire blanc qui surmonte les dolomies liasiques; le
conglomerático, visível apenas numa extensão de 15 Callovien commencerait donc au-dessus". P. CHOFFAT
a 20 m, termina em biseI nas duas extremida- (op. cit., p.242) acrescenta que "ce calcaire a l'apparence
des 0,20 m d'une breche, mais l'flffleurement est trop petit pour per-
mettre de constater avec certitude si le Callovien le recouvre
Perisphinctidae, fragmento, en discordance ou en concordance".
Ebrayiceras sp.,
Nannolytoceras sp., B.2 - [= M:l] Brecha conglomerática com elementos
Belemnites sp., fragmentos frequentes, recifais, cuja fauna e litologia são idênticas às de A.2; cobre
Pentacrinus sp., artículos, geralmente o recife e aparece desenvolvida sobretudo a
Balanocrinus sp., Este.
Isocrinus sp.,
Eugeniacrinus sp., cálice, B.3 - [= M.3] Calcário finamente detrítico, em leitos
Rhabdocidaris sp., fragmentos de radíolas, regulares bem individualizados. Cobre toda a parte norte do
ouriços, radíolas. . recife e da brecha, preenche as cavidades e recobre, às vezes,
o calcário de crinóides (= A.1).
Além destes fósseis em calhau do calcário organodetrí- Microscopicamente, em cimento de micrite dominante,
tico A.5 foi colhido um exempll.lr de Cadomites sp. camadas claras formadas por artículos de equinodermes
alternam com camadas mais escuras de micrite com intra-
A.8 a A.13 - [= M.9 /4] No cimo, a arriba termina por clastos arredondados. A glauconite é frequente em cristais
um conjunto de margas acinzentadas com aspecto folheado irregulares
alternantes com bancos centimétricos de calcário margoso
amarelado, em leitos cada vez mais finos, de baixo para lagenídeos,
cima. As margas são ricas de pequenos nódulos limoniti· braquiópodes,
zados mas a macrofauna é inexistente. Nos banéos calcários bivalves, fragmentos.
são abundantes vestígios de actividade de organismos
epibiontes a quem se devem as pistas helicoidais conhecidas Este calcário detrítico forma, acima e a Norte do recife,
sob o nome genérico de Zoophycos. As camadas correspon- afloramento de 5,30 m de' espessura, constituído por
dentes a este conjunto, sendo mais fossilíferas no aflora- bancos de 30 a 50 cm separados por camadas mais brandas.
mento B, para aí se transfere a descrição do corte. Todo o conjunto é rico de lamelibrânquios planctónicos do
grupo de Bositra buchi (ROEMER).
Afloramento B - 120 m a Leste do afloramento anterior Os dois últimos bancos deste conjunto terminam por
(figs. 2.7-2~8), quer dizer, a 130 m do caminho de acesso à superfície ora mamilar, ora ondulada com pistas e perfura-

36
1:t=J:=t::::z:::::::z:::::::r=:t:::::Jt ~
...- -- ----- - -120 m - I _ (P4@
f - - - - - -- l-130m - __ _
A 13 P:=:-I:::-::I::-:::I:::I-c::::I::~ .rt80
------\ C4
,..--------_--:. \
A 12f---------- \
f- \ Cal. inf.
f- ---:-_-_ \
1-_-----_-:.... \ C3
A 111-l--......I-_-1..-l......&,..;",.I.~~\ Bat.sup.
~---- \
AlO 1-_-_-_-_-_ \
... ---- \ -----1\
\
\
\
---
f -- ---
-- \
-----
1 -- -
-- \
\ C2 ---- 1\

...--------- \
...-- -- ----- \
\
A8 ...--------- \
1 ---- - ----
-- - - --
\
f \
----- --- ~o

------
I- - - - -
- ----
- ---- \B9
\ ? -
\
\
\
\ c 1/ ~
\ I L..,;lCp(:.....-_---l::::.....;;r 8:> rJ
\
\
\ I
\ I
\
~\ \
_______ /-f'V I
/
\ B8 _____ l51u I
\
\
\
, -=-=-=:-=-B7
B6 -_-_-_-_-_- __
8:JBat.méd.
(glJ /
\ I
,
, B5

\
I
I

I
\ .'. ,." .... : I
'L-:..;,.~.~:.. <~~:::::~:.~'~::'::~:;.: x I
I 3m
B4 ........ : .•......... ,
.0'0 •• : '.'•• 0," ' . ' : ' 0,. '~'"
. [J
0" ',':", ,,~.:. : . : ',: ':" ": :. : .:': .;

...: ,'. :.: Oe: .: .... : :.', o',', :. I


I 2
.,..,'.:. ::.::.:.; :..;..:.'. '.'.:.'!', I
••••• : ' : ' , ' 0,° ••••••• : ••••••
',1.: .•.•. \., .•.•••.. :.: .•.••• :.; \tJ7~ .n.. 'TV X
B 3 :;::'::::'. '.::::.::::';~:~.:;.::;.:~.:.::.::, y. CX) u 1
:i'::',::,';-:;.::.:;<:·::::i.:;'}; /,::;':'. I
I o
'.'. ::, :.:.' :: .': .::: ,: .:-:.' ,'. I
A3 I
A2
I
I
Al Almeida Rodrigues: des.

Figura 2.8 - Correlação dos cortes A, B e C da praia de Mareta

37
ções, e são cortados obliquamente por superfície de erosão Cristellaria turgida (SCHWAGER),
a que se sobrepõe camada ferruginosa muito pouco espessa Planularia sp., várias espécies,
(= B.4). Dentalina sp.

B.5 - Margas acinzentadas ricas de grãos de quartzo, O nível margoso mais rico de foraminíferos e ostracodos
com aspecto folheado e pátina amarela .. 1,70 m situa-se 20 m a Este do recife, e cerca de 1,50 m abaixo da
sua base (visível). Aqui a microfauna é constituída por:
Frondicularia involuta TERQ.,
Dentalina intorta TERQ., Lenticulina (Lenticulina) munsteri (ROEM.),
Epistomina sp., L. (L.) galeata (TERQ.),
Lenticulina (Planularia) polym.orpha TERQ., L. (L.) quenstedti (GÜMBEL),
Vaginulina sp. L. (L.) subalata (REUSS),
L. (Planularia) polymorpha TERQ.,
8.6 - Calcário margoso amarelado 0,50 m L. (P.) anceps (TERQ.),
L. (P) argonauta KOPIK,
Polyplectites gr. compressus (?) (de GROSS.), frag- L. (P.) pseudocrepidula ADAMS,
mento, L. (P.) pseudocrepidula ADAMS var. robusta
Bositra buchi (ROEM.), abundante. ADAMS,
L. (Astacolus) algarviensis RUGET & SIGAL,
B.7 - Margas acinzentadas idênticas a B.5 0,90m Vaginulina aff. clathrata (TERQ.),
Saracenaria aff. prolata KUSNETSOVA,
Spirillina infima (STRICKL.), muito abundante, S. oxfordiana TAPPAN,
Cristellaria cf. polygonata FRANKE, Nodosaria corallina GÜMBEL,
Dentalina sp. Tristix oolithica (TERQ.),
T. somaliensis MACFADYEN,
B.8 - Banco de calcário margoso amare- Citharinella lanceolata (MAMONTOVA),
lado 0,10 m C obliqua (TERQ.),
Marginulina cf. cephalotes REUSS,
Tulites (Rugiferites)? sp., fragmento, M. cf. flacida SCHWAGER,
Bositra buchi (ROEM.), abundante. M. megalocephala SCHWAGER,
Dentalina oolithica TERQ.,
8.9 - Margas acinzentadas cujo topo, para o interior, D. bicornis TERQ.,
corresponde às camadas que cobrem directamente o recife D. gr. tecta TERQ.,
(afloramento C) 4m? D. cf. ectadia LOEBLICH & TAPPAN,
D. cL cernua BERTHELIN,
Afloramento C - Na última curva da estrada que desce D. goldfussana GÜMBEL,
até à praia, a cerca de 80 m desta, aflora outro biostroma D. gr. guembeli SCHWAGER, in GORDON, 1965,
(figs.2.7-2.9): D. intorta TERQ.,
D. propinqua TERQ.,
C.1 - Calcário branco, idêntico ao do afloramento B, Lingulina gr.franconica GÜMBEL,
com 8 X 2 m e altura máxima de 0,80 m. Este afloramento Lingulina sp. C, in CIFELLI, 1959,
encontra-se também cortado por cavidades estreitas e pro- Eoguttulina bilocularis (TERQ.),
fundas (menos profundas do que em B.1), as quais se apre- Eoguttulina cf.liassica (STRICKL.),
sentam preenchidas por margas acinzentadas (= C.2). Discorbis? sp.,
"Paalzowella"? sp.
C.2 - [= M.1 O] Margas acinzentadas onde são fre-
quentes nódulos ferruginosos e cristais de Os macrofósseis aparecem somente no quarto superior
gesso 13,50 m do conjunto onde se recolheram:
Estas margas contêm fauna cuja distribuição é bastante
irregular. Imediatamente acima do recife a microfauna, Hecticoceras (Prohecticoceras) sp., núcleos piritosos,
pouco abundante, de foraminíferos e ostracodos, forneceu: Hecticoceras sp., núcleos piritosos,
Hemigarantia sp., núcleos piritosos,
Frondicularia involuta TERQ., Perisphinctidae, núcleos piritosos,
Saracenaria alata angularis (FRANKE), Holcophylloceras mediterraneum (NEUMAYR),
Lenticulina (Planularia) polymorpha TERQ. abundante,
Phylloceras antecedens POMPECKJ, abundante,
Cerca de 1 m acima, sob lentícula conglomerática Phylloceras sp.,
espessa de 20 cm, identificou-se a microfauna seguinte: Hibolites cf. semihastatus BLAINVILLE,
Hibolites sp.,
Frondicularia involuta TERQ., Rhopaloteuthis sp.,
Spirillina infima (STRICKL.), Belemnites sp.,
Lenticulina (L.) munsteri (ROEM.), Balanocrinus cL pentagonalis GOLDFUSS, artículos,

38
// /' '/ // // //

N
/ //
" / /' / /1/ / // / / 1// //
//
@
1 26 I N 1// // // // //
1 I Kimeridgiano
1(::40): Oxfordiano superior
I m ~~~:-T"':'":-T'"~":"':'""'I-(
//

~.
I
Oxfordiano médio
Z. de Plicallli.

Caloviano superior
Z. de Athleta
Horizonte de Trezeense

Caloviano médio
Z. de Coronatum

22

211
I
I
1116 t
I \

n(l1m)
, - -;
I I I
- -
I I \
I I I
I (-5) I
I - I
? 1
I
?
I m I I
I I I

13 ------

12

Caloviano inferior
10
6<?~ Z.de Macrocephalus
\9rJI\D

~~~~~~=6~a~I\D
(60'@
figura 2.9 - Corte da praia
t;?&1' 1\ o de Mareta (corte C)

4
A.Rodrigues; Oes.

39
Bositra buchi (ROEM.), abundante, Hibolites sp.,
lamelibrânquios, moldes internos piritosos, lamelibrânquios, moldes internos piritosos,
ostracodos. gasterópodes, moldes internos piritosos.

C.3 - [= M.l Oa] Calcário compacto castanho-averme- C.9 - [= M.l5] Calcário compacto castanho-averme-
lhado com pistas 0,06 m lhado, semelhante a C.3, C.5 e C.7 0,04 m

C.4 - [= M.I Ob] Margas acinzentadas idênticas às de C.l O - [= M.l6] Margas verde-acinzentadas idênticas às
C.2, com abundante fauna piritosa 3,30 m de C.8 com fauna mais abundante que a desta camada. São
comuns pequenos cristais de gesso e nódulos de limo-
Macrocephalites (Macrocephalites) sp. juv., nite 3m
Bullatimorphites sp., núcleos piritosos,
Macrocephalites (Macrocephalites) sp., núcleos piri-
Perisphinctidae, núcleos piritosos (provavelmente
tosos,
Choffatia sp.),
Perisphinctidae, núcleos piritosos,
Hecticoceras sp., núcleos piritosos,
Parapatoceras sp., fragmento piritoso,
Holcophylloceras mediterraneum (NEUM.), abun-
Nautilus sp., exemplar piritoso,
dante,
Hibolites cf. semihastatus BLAINVILLE,
Phylloceras sp., abundante,
lamelibrânquios, moldes internos piritosos,
Parapatoceras sp., fragmento piritoso,
gasterópodes, moldes internos piritosos.
Rhopaloteuthis gillieroni MAYER-EYMAR,
Rhopaloteuthis sp.,
C.ll - [= M.l7] Calcário compacto castanho-averme-
Hibolites semihastatus BLAINVILLE,
lhado com cristais de calcite abundantes tanto na superfície
Hibolites sp.,
superior como na inferior, ambas muito irregu-
Belemnites sp.,
lares 0,05 m
Bositra buchi (ROEM.), moldes internos piritosos
abundantes,
C.12 - [= M.l8] Margas verde-acinzentadas idênticas às
Balanocrinus sp.,
de C.8 e C.1O com fauna piritosa abundante. São comuns
Millericrinus gr. lusitanicus LORIOL, artículos,
cristais de gesso e pequenos nódulos de limonite.Estas
Dolichocrinus aberrans LORIOL, cálice,
margas são atravessadas por dois filões de rocha
Cidaris sp., radíolas piritbsas.
eruptiva ~6,80 m

C.5 - [= M.lI] Calcário compacto castanho-averme- Macrocephalites (Kamptokephalites) sp., núcleos piri-
lhado com pistas, idêntico a C.3 0,10 m tosos,
Perisphinctidae; núcleos piritosos,
C.6 - [= M.l2] Alternância de margas acinzentadas Rhopaloteuthis sp., próxima de R. gillieroni MAYER-
com pequenos leitos de calcário margoso da mesma cor. São -EYMAR, sem sulco lateral,
abundantes cristais de gesso e pequenos nódulos de limo- Hibolites cf. semihastatus BLAINVILLE,
nite 2,40 m Belemnites sp.,
Balanocrinus cf. pentagonalis GOLDFUSS, artículos
Macrocephalites (Macrocephalites) sp. juv., piritosos,
Perisphinctidae, núcleos piritosos, B. pustulosus LORIOL, artículospiritosos,
Parapatoceras sp., Eugeniacrinus caryophyllatus (SCHLOTHEIM), cá-
Rhynchoteuthis sp., lice,
Rhopaloteuthis aff. gillieroni MAYER-EYMAR, sem lamelibrânquios, moldes internos piritosos.
sulco lateral,
Hibolites? sp., fragmentos, C.l3 - [= M.l9] Calcário margoso compacto amarelo-
Belemnites sp., -esverdeado. Estes calcários são atravessados por um dos
Bositra buchi (ROEM.), filões eruptivos indicados em C.l2 0,90 m
Balanocrinus cf. subteres (MUNSTER), artículos, Segue-se zona mascarada por pequenas fracturas a que
lamelibrânquios, moldes internos piritosos, estão associados quatro pequenos filões eruptivos. Torna-se
gasterópodes, moldes internos piritosos. difícil calcular a espessura que não deve, no entanto, ultra-
passar 5 m. O corte continua para Este, observando-se, a
C.7 - [=M.13] Calcário compacto castanho-averme- seguir ao último filão, as seguintes camadas, descritas de
lhado com pistas, semelhante a C.3 e C.5 0,05 m baixo para cima.

C.8 - [= M.l4] Margas verde-acinzentadas idênticas às C.l6 a C.21 - r= M.21] Alternância de margas ama-
de C.4 com fauna rara. São abundantes cristais de gesso e relas, em bancos de 1,30 a 1 m, com calcários margosos
pequenos nódulos de limonite 0,80 m mais ou menos compactos da mesma cor, mas de pátina
esbranquiçada, em bancos de 0,40 a 0,55 m. Para a parte
Macrocephalites (Macrocephalites) sp., núcleos piri- superior este conjunto torna-se cada vez mais calcário e
tosos, menos margoso. A macrofauna é rara e os fósseis estão
Perisphinctidae, núcleos piritosos raros, normalmente muito deformados 11 m

40
Hecticoceras (Brightia)? sp., fragmentos, Kosmoceras sp., formas intermediárias entre K. spi-
Phylloceras sp., nosum (SOW.) e K. duncani (SOW.),
Bositra buchi (ROEMER), abundante. K. gr. spoliatum (QUENSTEDT),
Kosmoceras sp., espécies várias,
C.22 - [= M.22] Banco de calcário margoso compacto Peltoceratinae, fragmentos,
de cor amarelada e pátina da mesma cor 0,70 m Parapeltoceras sp.,
Rursiceras caprinum (QUENST.) var. fraasi?
Hecticoceras (Brightia) metomphalum BON., PRIESER,
Hecticoceras (Brightia) sp., fragmentos, Rursiceras sp., fragmentos,
Phylloceras sp., Euaspidoceras (Paraspidoceras) sp., fragmentos,
BosUra buchi (ROEMER), abundante. Choffatia (Grossouvria) gr. variabilis (LAHUSEN),
C. (G.) afLophioides SPATH,
C.23 - [= M.23] Alternância de margas amarelas, em Binatisphinctes sp., fragmento,
bancos de 0,70 a 0,90 m, com calcários margosos amare· Lamellaptychus sp"
lados mais ou menos compactos, de pátina amarelada, e em Hibolites hastatus (BLAINVILLE),
bancos de 0,50 a 0,70 m. A macrofauna é rara e mal conser· Belemnites sp.,
vada. 10 m Bositra buchi (ROEMER),
equinóides irregulares,
Peltoceratidae, fragmentos, crinóides, artículos,
Hecticoceras (Brightia) sp., fragmentos, dente de Orthacodus (= Sphenodus)? sp.
Bositra buchi (ROEMER).
C.26 - Calcário de crinóides compacto, às vezes dolomi·
C.24 - [ = M.24] Calcário margoso compacto, de cor
tizado, passando localmente a dolomitos crista·
amarelada, em bancos de 0,50 a 1 m de espessura, com
linos ~................. = 40 m
algumas intercalações margosas de pequena importância.
São correntes na metade superior. deste conjunto fenó'
menos de "slumping" (escorregamentos contemporâneos da
sedimentação). No topo termina poruma superfície ondu·
lada que corta obliquamente as camadas superiores, defi· 2,7. CORTE DA PRAIA DE BALEEIRA
nindo clara discordância entre C.24 e C.25. A macrofauna,
rara e mal conservada, encontra·se principalmente para o Nas es~arpas situadas entre a praia de Baleeira e os Vivei·
topo 50 m ros e no cimo das quais se situam as ruínas da fortaleza de
Atalaia (fig. 2.7), reaparecem algumas das camadas calo·
Sowerbyceras protortisulcatum (POMPECKJ), vianas (camada~ BAL) descritas no corte da praia de Mareta.
Perisphinctidae, fragmentos, As escarpas que limitam ao Sul a estrada que liga a praia
Orionoides sp., fragmentos, de Baleeira ao cais acostável são formadas essencialmente
Hecticoceras (Orbignyiceras) sp., fragmentos, por margas azuladas e calcários margosos compactos. A
Hecticoceras (Brightia) sp., partir do ponto onde a estrada desemboca na praia,
Peltoceras sp., fragmentos, podemos considerar, de baixo para cima e de Oeste para
Hibolites hastatus (BLAINVILLE), Este (fig. 2.10):
Belemnites sp.,
Bositra buchi (ROEMER). BAL.24 - Calcário margoso compacto, de cor amare·
lada, em bancos de 0,20 a 0,60 m de espessura, alternantes
C.25 - [= M.25] Banco de calcário margoso compacto na metade inferior com alguns leitos de margas azuladas.
de cor amarelo·acastanhada e pátina vermelho-acastanhada, Todo este conjunto encontra-se bastante fracturado, sendo
rico de fragmentos de crinóid'es e contendo nódulos e abun· visíveis também alguns fenómenos de "slumping", menos
dante macrofauna a maior parte das vezes fosfatados. Esta espectaculares, no entanto, do que os da praia de Mareta.
fácies não se mantém constante, apresentando por vezes Esta sucessão termina por superfície ondulada que limita
aspecto conglomerático. A macrofauna é muito ricaprinci- obliquamente as camadas superiores, definindo clara discar·
palmente de Calliphylloceratinae, No topo termina por dância angular entre BAL.24 e BAL.25 ...... 50/60 m (? )
superfície ondulada 0,50 m A fauna, rara e mal conservada, encontra·se principal·
mente nos últimos 10m. Um dos pontos mais fossilíferos
Pseudaganides aganiticus (SCHLOT.), situa·se na base da escadaria que sobe à fortaleza de Atalaia,
Pseudaganides sp., onde se recolheram: .
Sowerbyceras protortisulcatum (POMPECKJ), muito
abundante, Sowerbyceras protortisulcatum (POMPECKJ),
Sowerbyceras sp., fragmentos muito abundantes, Phylloceras cL viator d'ORB.,
Hecticoceras (Sublunuloceras) cL nodosulcatum Taramelliceras afL suevicum (OPPEL),
(LAHUSEN), Hecticoceras (Orbignyiceras) trezeense (GÉRARD &
H (Lunuloceras) sp. juv. afL michailowense ZEISS, CONTAUT),
H (Brightia) sp., He(:ticoceras (Brightia) sp., fragmentos,
Kosmoceras (Kosmoceras) cL spinosum (SOWERBY), Peltoceras sp., fragmentos,

41
~LliL~J
7777
1r
?

I I I
I I I
I I I

CT777777
V//////
-y-
-
l

//////~
v v V V V V
V V V V V
V V V V V V
v v v
V V V v V
26 V
(> 30) V V
m V V v Kimeridgiano
V V V
v v V' Oxfordiano superior?
V V V
v V
n \T
", V
V "q V

q
v ~ v @
IV n V V
V q V n
q
V '" q
V
" V
V
h V
V
v
h

V " h
V "
V
h
b
V "V '"nV @
q b
"
" " " " " " b
'/
q
"1"1401"1"'1"
H
q " " " " " " '" " "H
H
"
" l n nlql"l#' "
h q ... b Q

-Tú'o -IUo r Oxfordiano médio


Disc.
~
25 [).J.- 161 ::.l.0~-L
-"1 '~T -"1 -"'( --r - Z. de Plicatilis
angular
/ --
-1-1-1
1-1-1-1-1 I
- -
-- - - -
-1-1 I 1-
-1-1-1-1-1-1
-
-1-1-)-1-1-
1- - - - -I I Caloviano superior
- -- Zona de Athleta
- -
-1-1-1-1-1-1- ~
) Horizonte de Trezeense
24 - -- .J
- 1-1-1-1-1- -1'
(50/60
m ~ ~~-
~~
- -- - ~ -JJ
--
-::,...~ ")
- ~
1 T I -I - -.I
/-1-1-1- 1-1- 1-11
-I-I-I-I-I-I-I-D _ nível do cais
I 1-1-1-1-1-1- - 1-)
I
I
I
I
---.L
B. Dâmaso, des.

Figura 2.10 - Corte da praia de Baleeira

42
Hibolites hastatus (BLAINVILLE), gasterópodes, moldes internos,
Bositra buchi (ROEMER). Millericrinus escheri LORIOL,
Eugeniacrinus choffati LORIOL,
Em lâmina delgada trata-se de calcários criptocristalinos Cyclocrinus sp.
com pequenos intraclastos e abundantes "filamentos", frag-
mentos de ofiurídeos e Spirillina sp. BAL.26 - Calcário de crinóides, compacto, por vezes
dolomitizado, passando localmente a dolomitos cristalinos.
BAL.25 - Banco de calcário margoso compacto ama- É o equivalente ao conjunto C.26 do corte da praia de
relo-acastanhado, rico de fragmentos de crinóides e Mareta mais de 30 m
contendo abundantes nódulos e macrofauna localmente
fosfatados. Esta fácies apresenta em vários pontos aspecto
conglomerático. A macrofauna, regra geral em estado frag·
mentário, é muito rica de Calliphylloceratinae e Kosmoce- 2.8. CORTE DA PRAIA DE CILHETA
ratidae. No topo termina por superfície ondulada. Este
nível é bem visível no cotovelo da escadaria que sobe do Na praia de Cilheta, situada a Oeste da povoação de
cais acostável à fortaleza de Atalaia, e, ao nível do mar, Sagres, aflora a parte superior do Caloviano da praia de
entre os Viveiros de lagostas 1/1,20 m Mareta (fig. 2.11). A praia é limitada a Norte por impor-
tante falha que põe em contacto camadas calovianas com
Pseudaganides aganiticus (SCHLOT.), forma anã, uma alternância de calcário litográfico e calcário compacto
p. gr. aganiticus (SCHLOT.), c o m abundantes oncólitos, lamelibrânquios, pequenos
Pseudaganides sp., fragmentos, gasterópodes e estromatoporídeos atribuída ao Oxfordiano
Paracenoceras calloviense (OPPEL), superior-Kimeridgiano. O corte é dificultado pelo facto de a
Sowerbyceras protortisulcatum (POMPECKJ), muito arriba ser muito escarpada o que impossibilita o acesso a
abundante, todos os pontos das diferentes camadas.
Sowerbyceras sp., fragmentos numerosos, No centro da praia e na base da arriba que a limita a
Lytoceras sp., Leste observam-se as seguintes camadas, descritas de baixo
Hecticoceras (Putealiceras) sp., para cima (figs. 2.12-2.13):
H (Sublunuloceras) cf. nodosulcatum (LAHUSEN),
H (Brightia) sp., fragmentos, CIL.24 - Calcário margoso compacto, de cor amarelo-
H (Lunuloceras) sp., fragmentos, -acinzentada, em bancos de 0,20 a 0,60 m de espessura,
Hecticoceratidae, fragmentos numerosos, com alguns leitos margosos de pequena importância. Este
Pachyceras (Tornquistes) helvetiae (TORN.) morf. conjunto encontra-se bastante fracturado e dobrado, sendo
kobyi, difícil seguir as diferentes camadas, as quais apresentam
Kosmoceras (K.) cf. spinosum (SOW.), disposição anticlinal com a maior espessura a meio da praia.
K. gr. duncani (SOW.), É mal visível no topo a superfície ondulada que permite
Kosmoceras sp., formas intermediárias entre K. spino- definir a discordância entre as camadas MAR.24-MAR.25 e
sum (SOW.) e K. duncani (SOW.), BAL.24-BAL.25. Esta superfície apenas é visível a Sul da
K. (K.) cf. spoliatum (QUENSTEDT), p r aia, na zona de passagem para a praia do
Kosmoceras sp. nov., muito evoluta, Tonel............................................................ ;;;" 15/20 m
Kosmoceras sp., fragmentos numerosos,
Mirosphinctes mirus (BUKOWSKI), Sowerbyceras gr. protortisulcatum (POMPECKJ),
Subgrossouvria sp., Hecticoceras (Brightia) sp.,
A lligaticeras indicum SPATH, Reineckeia (Rehmannia) sp. gr. "reissi-greppini-petit-
Alligaticeras sp., -clerci",
. Properisphinctes sp., fragmentos,
Prososphinctes sp.,
Perisphinctes (Arisphinctes) gr. plicatilis (SOW.),
Peltoceras sp., fragmentos,
Peltoceratinae, fragmentos,
Rursiceras gr. caprinum (QUENST.) var. fraasi (? )
PRIESER,
Praia
Rursiceras sp., fragmentos,
Parawedekindia arduennensis (d'ORB.),
Euaspidoceras (Paraspidoceras) hirsutum (BAYLE),
Euaspidoceras (Paraspidoceras) sp., fragmentos,
Aspidoceratinae, fragmentos,
Hibolites hastatus (BLAINVILLE), Praia de Tonel

Belemnites sp., o
Iww
Plicatula (Plica tula) sp.,
A. Rodrigues; des.
Terebratula dorsoplicata DESLONGCHAMPS,
Omithella lagenalis (? ) (SCHLOT.), Figura 2.11 - Plano de situação do corte da praia de Cilheta
Rhynchonella fischeri ROUILLIER, (corte CIL)

43
Peltoceras baylei PRIESER, 2.9. CORTE DO F0RTE DE BELIXE
Peltoceras sp.,
Taramelliceras aff. suevicum (OPPEL), O forte de Belixe situa-se numa pequena península limi-
Lamellaptychus sp., tada por duas enseadas: a Oeste a praia do Belixe Novo, a
Hibolites hastatus (BLAINVILLE), Leste a Prainha da Lajinha (fig. 2.5). Esta península corres-
Bositra buchi (ROEMER), ponde a pequeno sinclinal de Jurássico médio e superior
braquiópodes, fragmentos, abatido no meio de calcários dolomíticos e dolomitos do
equinodermes, radíolas. Liásico inferior, cornos quais contacta por falha. A. Norte
da estrada esse contacto não é visível devido à cobertura
Em lâmina delgada trata-se de calcário criptocristalino, quaternária de areias de duna.
com pequenos intraclastos, "fIlamentos" e pequenos frag- Na parte interior daquelas duas enseadas podem obser-
mentos de ofiurídeos. var-se, de baixo para cima e dos flancos para o núcleo do
sinclinal, as seguintes camadas (fig. 2.14):
CIL.25 - Banco muito irregular de calcário margoso
compacto amarelo-acastanhado, rico de fragmentos de cri- BEL.22 - Calcário margoso compacto, branco-amare-
nóides e contendo nódulos e macrofauna abundante, geral- lado, em bancos de 0,15 a 0,30 m de espessura, fortemente
mente ferruginosos. Esta fácies não se mantém constante diaclasado e erodido, muito rico de Zoophycos, alternando
apresentando, umas vezes, aspecto conglomerático e, com alguns níveis pouco espessos de margas arenosas amare-
outras, fácies de calcário rico de grãos de quar- ladas. Os fósseis são muito raros e mal conservados. Para
tzo ~0,35 m Oeste estes calcários contactam, por falha, com dolomitos
do Liásico inferior. A espessura é de cálculo difícil dado
Calliphylloceras sp., estarem bastante fracturados na base 12/14 m
Sowerbyceras protortisulcatum (POMPECKJ), muito
abundante, Macrocephalites? sp., fragmento,
Hecticoceras (Sublunuloceras) sp., fragmentos, Reineckeia? sp., fragmento,
Kosmoceras (K.) spinosum (SOW.), Hecticoceras? sp., fragmentos,
K. (K.) gr. spinosum (SOW.), Hibolites hastatus (BLAINVILLE),
Kosmoceras sp., formas intermediárias entre K. (K.) Bositra buchi (ROEMER),
spinosum (SOW.) e K. duncani (SOW.), crinóides, artículos,
Prososphinctes sp., fragmento, Zoophycos sp., muito abundantes.
Peltoceratinae, fragmentos,
Rursiceras gr. caprinum (QUENSTEDT), fragmentos,
BEL.23 - Margas arenosas, micáceas, de cor cinzento-
Rursiceras sp., fragmentos,
-esverdeada que alternam na base com bancos de calcário
Hibolites hastatus (BLAINVILLE)
margoso BEL.22 e nos cinco metros superiores com bancos
crinóides, artículos,
de calcário compacto cinzento (= BEL.24). Os fósseis são
equinóides, radíolas.
muito raros, sendo abundantes Zoophycos sp. na base do
conjunto "" 15 m
CIL.26 - Calcário cristalino compacto, branco, às vezes
róseo, em bancos espessos, com crinóides abundantes e
Hibolites hastatus (BLAINVILLE),
radíolas de ouriços. Este calcário forma a parte superior da
Bositra buchi (ROEMER),
arriba, encontrando-se parcialmente coberto por duna
equinodermes, radíolas,
consolidada 25 m
Rhynchonella sp.,
Em lâmina delgada são calcários granulares, intraclásticos
crinóides, artículos,
e oolíticos, tornando-se microconglomeráticos para o topo.
Zoophycos sp., abundantes na base.
Contém abundantes fragmentos de ouriços, crinóides, lame-
librânquios, coraliários, e, ainda, Arabicodium sp., codiá-
ceas, dasicladáceas indeterminadas e pequenos foraminí- BEL.24 - Calcário compacto azul-acinzentado, com
feros aglutinados. pátina amarelo-acinzentada, em bancos de 0,20 a 0,70 m de

~ilini;;'~~=~
---------- c -
Praia de Cilheta .1_ Praia de Tonel

Figura 2.12 - Corte geológico das praias de Olheta e de Tonel segundo P. CHOFFAT (1887).
A- Caloviano; 1 a 7 - Malm;
sr - Areias vermelhas, terciárias;
s - Areias brancas; c - Conglomerados.

44
?

}
x x x
x y y
IX X
y y
XI X X
x x x
~ ~
26 x x
x X X @Â-$-
(25m) x y x
X X X ~ c5b [ j Kimeridgiano
IX X
Y Y ~ Oxfordiano superior?
X x x
.. y

~
~
v
x ~
v

"X ". x x ..
X X X ".
x ~ x "
4' X
" ". X @
".
X
)(

x "
"" " ". )( ".
@.:r-t*"ty
Disc
angular
;7 - - -
-
"
I-
-. XI'" XI "

-I
,-(X
11
_"1
"
cG<:1'@n Oxfordiano médio
Z. de Plicatilis
J 1- J
I-I-I-I-I-I~
I 1 1-\ G'Vr:!
-
-1-1-1-1-1-1-'\
- -
-I I
I - -
-1- I,
I I 1... 1 I I 1-
- -- -
1- 1- r -1- 1-1-1-
- - - - - -1-1-
'1-1-1- 1- I
- -- Caloviano superior
"-1 -,~
24
"

1-1-1-1-1-1-1- Zona de Athleta


-I I 1-1-1-1-1-]
-
-1-/-1-/ /-1
-
I-)
Horizonte de Trezeense

-I - I-1-1-1-1-1-""" .;..
(;
- 1- 1 - J
I-I-I-J-I-I-I-I
- - - - - - - - - - -- -
-I 1- -1-1 I-I )
- -
- 1-1-1
-I
- - - -
1-1-1 I
.~

- - - -
-1-1-1-1-1-1-1-1,
- - - - - - - 4- nivel da praia

Figura 2.13 - Corte da praia de Ci/heta

espessura. Este conjunto termina por superfície que limita Em lâmina delgada trata-se de calcários criptocristalinos,
obliquamente as camadas superiores, definindo clara discor- intraclásticos para o topo, com abundantes "filamentos" e
dância angular entre BEL.24 e BEL.25. A fauna é rara e, pequenos fragmentos de ofiurídeos.
regra geral, mal conservada ~45 m

Sowerbyceras gr. protortisulcatum (POMPECKJ), BEL.25 - Nível conglomerático de cor amarelo-acasta-


Hecticoceras (Brightia)? sp., nhada, com nódulos ferruginosos abundantes formados em
Hibolites hastatus (BLAINVILLE), torno dos clastos, cujos diâmetros não excedem 10 cm.
Hibolites sp., Estes nódulos, regra geral fossilíferos, estão ligados por
lamelibrânquios, moldes internos, calcário criptocristalino com abundantes elementos clás-
Rhynchonella sp. ticos, finos a muito grosseiros.

45
r
Kimeridgiano
Oxfordiano superior?

---
Oxfordiano médio
Disc.
angular Z. de Plicatilis

I I
I I \
I
I
24 I
I
\ \
(~45) I I I I I
m I I I I I I J
T Til 1 I
11 I I I I
I I I I I I Caloviano superior
I T I I I I Z. de Athleta
I 1 I 1 1 I

~
I I I I I I )
I I I I I
1 I I 1 1
I 1 1 I
?

~: : : :: :::: '.~: :0.4.


~::: :::::::::::::::t Caloviano
~:::::::::::::::":"+l

1 -}
,:................................
. :. :.:.: ....:. :.:.:. :.....= .....= ~
.... ..... .....":"":"":"..... :\.
~ ~
?
I-I -1-1-1-1-1)

CI ~f'
-} Figura 2.14 - Corte
do forte de Belixe
-I 1- 1- I - - - -") a oVlano ln erlor
I 22 I I
I I I~ Z. de Macrocephalus
~
[ffi·:4·..14·~:4f
'(121Mj'
. .. T 'Y '''1''''1'' "l'':' : r"
- - - -
B.Oâmaso, des.

46
Em lâmina delgada são comuns fragmentos de crinóides, 2.10. CORTE DE BENAÇOITÃO
coraliários, briozoários e lamelibrânquios . 1,50 m
Na foz da ribeira de Benaçoitão, situada a Nordeste da
Calliphylloceras sp., Enseada da Baleeira e a 2,5 km a Oeste da Ponta do Zavial
Sowerbyceras protortisulcatum (POMPECKJ), muito (ou da Torre), reaparecem camadas calovianas em três locais
abundante, distintos.
Hecticoceras (Sublunuloceras) sp., fragmentos, A Este da praia, devido não só a abatimentos da arriba
H. (Brightia) sp., fragmentos, mas também à intrusão de vários mões basálticos, é impos-
Taramelliceras gr. minax (BUKOWSKI), sível fazer corte pormenorizado. A Oeste apenas se vê o
Kosmoceras (K.) spinosum (SOW.), topo das camadas calovianas as quais às vezes desaparecem
K. (K.) gr. spinosum (SOW.), fragmentos, sob as areias e calhaus rolados da praia.
K. spoliatum (QUENSTEDT), O corte principal (figs. 2.15-2.16) situa-se na base de
Kosmoceras sp. nov., forma muito evoluta, Montepis, relevo situado a Norte da praia, o qual é limitado
K. (K.) gemmatum? (PHILL.), pelas duas ribeiras que aí desaguam, sendo a mais ocidental
Grossouvria sp., fragmentos, a ribeira de Benaçoitão. Individualizam-se, de baixo para
Properisphinctes sp., fragmento, cima, as seguintes camadas:
Prososphinctes sp.,
Dichotomosphinctes sp., fragmento, fóssil do ci- BBC.1 - Calcários margosos ou arenoso-margosos, de
mento, cor amarelada, em bancos de 0,10 a 0,15 m de espessura,
Peltoceratinae, fragmentos, fortemente diaclasados, e com inclinação ligeira (5 a 10°)
Rursiceras sp., para Oeste 3,30 m
Hibolites hastatus (BLAINVILLE),
Rhynchonella sp., BBC.2 - Calcários amarelados idênticos aos anteriores
Millericrinus escheri LORIOL, com alternância de bancos mais (0,20 m) ou menos
M rotiformis d'ORBIGNY, (0,10 m) espessos 1,50 m
M. goupilianus d'ORBIGNY,
Isocrinus sp., Phylloceras sp., fragmentos,
dente de Orthacodus (= Sphenodus)? sp. Sowerbyceras aff. protortisulcatum (POMPECKJ),
Lytoceras sp., fragmentos,
Hecticoceras (Brightia) metomphalum BONARELLI,
BEL.26 - Calcário cristalino branco, compacto, em com costilhas mais finas que a espécie-tipo,
bancos espessos, rico de artículos de crinóides e de radíolas H. (B~) salvadorii (PARONA & BONARELLI),
de ouriços. Este calcário, muito alterado para o topo, forma Reineckeia (Reineckeia) sp.
a parte superior da pequena península sobre a qual se situa
o forte de Belixe o.. ~ 25 m
BBC.3 - Calcário amarelo-acinzentado, mais ou menos
Em lâmina. delgada trata-se de calcários criptocristalinos compacto, formando dois grandes bancos com 0,50 m de
a granulares, oolíticos, com abundantes restos de crinóides, espessura cada um 1,00 m
coraliários, lamelibrânquios, e ainda Arabicodium sp. e
Cayeuxia sp. Phylloceras sp.,
Ptychophylloceras euphyllum NEUMAYR,
Sowerbyceras aff. protortisulcatum (POMPECKJ),
Lytoceras sp., fragmentos,
Hecticoceras (Brightia) metomphalum BONARELLI,
Abré I /
, H. (Brightia) sp., fragmentos,
I
I
Reineckeia (Reineckeia) sp.,
,
I 63
I
I Choffatia (Grossouvria) variabilis (LAHUSEN),
I
1 I C (G.) subtilis NEUMAYR,
I I
I I Taramelliceras sp., fragmento.
I I

~
I
I
/ BBCA - Calcários margosos, de cor creme, em bancos
"
/ \
.... _--... ,,'" estreitos, de 0,10 m de espessura 1,70 m
"11f' c.n -../--
o Phylloceras sp.,
Calliphylloceras sp., fragmento,
Hecticoceras (Brightia) metomphalum BONARELLI,
Hecticoceras (Brightia? ) sp., fragmentos.

BBC.5 - Calcário compacto de cor creme formando dois


bancos com 0,30 m de espessura cada um 0,60 m
A.Rodrlgues; Oes.
Phylloceras sp.,
Figura 2.15 - Plano de situação do corte de Benaçoitão Sowerbyceras gr. protortisulcatum (? ) (POMPECKJ),
(corte BBC) fragmentos.

47
I I - I )
I - I I -} ?
r-- --\.
-I 1-11

8
I-I
I
I-I

I..., I
I - I
1-\
-
I-
1
1-1
I)

Kimeridgiano
- I I I I)
"
...... Oxfordiano superior?
I 1 1- I \
l
- - \.
I I I I )
- I J -.1 I~

7 ° e;> o
,-0
o çg
o .2... a ::..
Cl)
""'"'I" -,
I-I I-I I-I

-I I-I I-I
I I -I
r--
6 I
1 I I-I)
I-I
I
I
1-'
I
I '"
I I I I I I~
---\.
I I I I I-I I~ Caloviano médio
I
r-- -I-I - 1-) ~
Z. de Coronatum
I-I l-l
I-
I I-I I-I I-I )
I I I I I \
I I-I I 1-1-1
4 - I 'I-I-I-I-I-~
I li
I I I I
3
2
- -
-I 1-1-1-1- -1-
?
1 -
I I I -I - --
- A.Rodrigu•• ; D••.

Figura 2.16 - Corte de Benaçoitão

BBC.6 - Calcários levemente margosos, de cor creme, ticos e dolomíticos mais ou menos grosseiros (diâmetro
em leitos pouco espessos (0,10 a 0,30 m) e muito diacla- máximo 0,30 m) e bem rolados. Em lâmina delgada os ele-
sados, com algumas interestratificações margosas de mentos do conglomerado apenas revelaram a presença de
pequena importância. Em lâmina delgada trata-se de calcá- algumas secções de Protopeneroplis striata WEYNSCHENK
rios criptocristalinos com abundantes "fIlamentos", peque- (RAMALHO, 1972-1973, p. 460) 2/2,50 m
nos fragmentos de ofiurídeos e espículas. último banco °
deste conjunto, visível também na base da arriba que limita BBC.8 - Calcários compactos a margosos com calhaus
a praia a Oeste, está lapiezado e encontra-se revestido de negros e restos lignitosos alternando com margas acinzen-
capa ferruginosa, definindo-se clara discordância entre tadas, localmente betuminosas e ricas de gasterópodes
BBC.6 e BBC.7 10 m vários. Em lâmina delgada são calcários criptocristalinos
COm estruturas de dissecação, secções de ostracodos, caules
Sowerbyceras aff. protortisulcatum (POMPECKJ), e oogónios de carófitas, alternando com níveis de espículas
fragmentos, e Ophthalmiidae. Nas margas individualizaram-se Poro-
Hecticoceras sp., com costilhas externas finas, chara sp. e Dictyoclavator n. sp. (RAMALHO, 1972-1973,
Binatisphinctes sp. p. 460). Este conjunto corresponde à base da arriba que
limita a praia a Oeste e à parte superior do relevo a Norte da
BBC.7 - Conglomerado poligénico de elementos calcí- praia ;;;;'10 m

48
DOCUMENTAÇÃO
FcrrOGRÁFICA
Fig. 2.17 - Discordância angular entre xistos e grauvaques do Carbónico e arenitos vermelhos do Triâsico (termo ABi) na praia de Telheiro

Fig. 2.18 - Marmitas de erosão nos are-


nitos vermelhos triásicos (termo ABi)
de Vale da Amoreira (i km a Oeste de
Bensafrim)

Fig. 2.19 - Estratificação entrecnlzada


em arenitos vermelhos do Triásico (ter-
mo ABi) de Vale de Boi. Escala: 30 cm
Fig. 2.21 - Arenitos vermelhos do Triásico (termo AB])
na povoação de Vale de Boi

Fig. 2.20 - Vista norte da povoação de Bensafrim. A povoação localiza-se sobre os arenitos vermelhos do Triásico (termo AB})
Fig. 2.22 - Arenitos vermelhos do Triásico (termo ABl) com estratificação entrecruzada, no quilómetro 9,5 da estrada Vila do Bispo-Lagos,
entre Budens e Vale de Boi

Fig. 2.23 - Aspecto morfológico da região de Budens. Em primeiro plano calcários oolíticos e pisolfticos do Jurássico médio (JIab); ao centro,
em depressão, o complexo margo-carbonatado de Silves; ao fundo, relevos adoçados de xistos e grauvaques do Carbónico
Fig. 2.24 - Escarpa de calcário branco, rico de nódulos de sílex, do Carixiano
da praia de Belixe

Fig. 2.25 - Calcário cristalino em bancos irregulares (BEL.8) e calcário margoso amarelado
(BEL.9), muito fracturados, do Domeriano entre o forte de Belixe e a Ponta dos Altos
Fig. 2.26 - Alternância de calcários dolomíticos compactos com calcários margosos amarelados (BAN.Ol) do Domeriano-Toarciano da baía
de Armação Nova. No canto superior esquerdo contacto por falha com dolo mitos e calcários dolomíticos de Espiche

Fig. 2.28 - Corte da praia de Mareta, afloramento A, camadas 2 a 9


Fig. 2.27 - Baía de Armação Nova. Afundamento tectónico de formações toarcianas e domerianas no meio de dolomitas
e calcários dolomíticos de Espiche

Fig. 2.29 - Corte da praia de Mareta, afloramento A, camadas 2 a 4


Fig. 2.30 - Corte da
praia de Mareta, aflora-
mento A, camadas 1
a 4. Pormenor da extre-
midade esquerda da
fig. 2.28. F - jazida
fossiUfera
Fig. 2.31 - Zoophycos sp. do calcário amarelo detrltico A.4 da praia de Mareta

Fig. 2.32 - Corte da praia de Mareta, afloramento A. camadas 4 a 8. De assinalar a presença do nlvel de calhaus perfurados (A. 7)
Fig. 2.33 - Corte da praia de Mareta, ajToramento B. O calcário detrítico (B.3) cobre o biostroma (B.l) e preenche as suas cavidades

Fig. 2.35 - Corte da praia de Mareta, afloramento B. Pormenor da recobrimento do biostroma (B.l)
pela brecha conglomerática (B.2)
Fig. 2.34 - Corte da praia de Mareta, afloramento B. Biostroma carsificado (B.l) preenchido pelo calcário detrítico (B.3)

Fig. 2.36 - Corte da praia de Mareta, afloramento B. Pormenor do recobrimento do biostroma (B.l)
pela brecha conglomerática (B.2)
Fig. 2.37 - Corte da praia de Mareta, afloramento B. Em primeiro plano o biostroma (B.1); ao fundo, à direita, é visível a super[{cie
de erosão que corta obliquamente o topo de B.3
~ fig. 2.38 - Corte da praia de
Mareta. afloramento C Porme·
nor do biostroma rCI) em que
são visiveis cavidades estreitas e
menos profundas do que
em B.1. Comparar com a
fig. 2.33

fig:. 2.39 - Corte da praia de ~


Mareta. afloramento C Fenó-
menos de "slumping" na
metade superior de C24
Fig. 2.40 - Corte da praia de Baleeira. Aspecto da discordância entre BAL.24 e BAL.25-BAL.26.
Encontra-se assinalada uma das jazidas fossilíferas (F) de BAL.25

Fig. 2.41 - Corte do forte de Belixe. Aspecto da discordância entre o topo do Caloviano ea base do Jurrássico superior, na baía a Leste do forte
Fig. 2.42 - Corte de Benaçoitão, camadas 6 a 8

Fig. 2.43 - Corte de Benaçoitão. Pormenor do conglomerado poligénico de elementos caldticos


e" doiam/ficas (BBC. 7)
CAPÍTULO 3

ESTRATIGRAFIA

3.1. "GRÉS DE SILVES" cal e lateral é bastante desigual. Ora repetidas várias vezes à
escala do metro, ora ausentes sobre dezenas de metros de
No Algarve as formações de base do Mesozóico repou- espessura de sedimentos, estes arenitos (apenas localmente)
sam em discordância angular sobre xistos e grauvaques do podem atingir espessuras superiores ao metro.
Carbónico. Foi P. CHOFFAT (1887, p. 230) quem primeiro A espessura deste termo, conhecido desde a praia de
utilizou a designação de "grés de Silves" para este "com- Telheiro até ao Guadiana, varia, na região estudada, entre
plexo de grés, conglomerados, margas e dolomias '" que é menos de 70 e 150 m.
coberto pelas dolomias do Liásico". Se bem que decepcionantes, os resultados palinológicos
C. PALAIN (1975, p. 185) estudou esta série detrítica permitiram pôr em evidência associação pobre e mal conser-
terrígena e define as seguintes unidades litostratigráficas, da vada de Praecirculina sp. e Triadispora sp. Não permitindo
base para o topo: datagem 'precisa, esta associação é no entanto considerada
como triásica (DOUBINGER, ADLOFF & PALAIN, 1970,
1) Unidade lenticular de base (AA). Essencialmente p.I771).
localizada no centro do Algarve (para Leste de Silves) e
constituída por depósitos arenítico-conglomeráticos e c) Termo AB3. É constituído, no topo, por bancos
pelitos (5) com finas intercalações de siltitós e de dolo- maciços de dolomitos com raros fósseis de moluscos, e, na
mitos. Ossos de estegocéfalos aí recolhidos não puderam ser base, por alternância de finas camadas de pelito dolomítico
determinados ao nível de espécie. e de dolomitos fossilíferos.
Esta unidade que não é datada teria espessura máxima da
ordem de 90 ± 10 m na região de São Bartolomeu de A malacofauna aí conhecida (6), estudada por J.
Messines. BOEHM (1903-1904) e revista por 1. FISCHER & C. PA-
Para C. PALAIN ela é cortada obliquamente por super- LAIN (1971), permite atribuir idade hetangiana a este ter-
fície de descontinuidade de abarrancamento, rápida· para mo. Para C. PALAIN (1975, p. 185) "à l'extremité occiden-
Leste, mais progressiva para Ocidente. tale de l' Algarve, l'absence de fossiles ne permet pas de
savoir avec exactitude si cet horizon-repêre se biseaute ou
2) Unidade AB, que se divide em três termos: est représenté par l'extrême base de la puissante série dolo-
mitique surmontant les pélites, que les auteurs attribuent au
a) Termo AB1. Essencialmente representado, na região Sinémurien sans preuve paléontologique. La premiêre
agora estudada, por arenitos com estratificação oblíqúa. Os hypothêse me parait la plus vraisemblable (vidé p. 182)".
traços de actividade orgânica são frequentes nos últimos
metros deste termo. Na região de Silves-S. Bartolomeu de (5) Dado que o autor utiliza os termos siltito, pelito, "shale",
Messines a presença de Euestheria minuta (VON ZIETEN) e argilito em sentido mais ou menos diferente dos habitualmente
Pseudoasmussia destombesi DEFRETIN permitiu atribuir admitidos aconselha-se a consulta da terminologia petrográfica
ao Keuper o terço superior do termo AB 1. Schizoneura adoptada (PALAIN, 1975, pp, 9-12).
algarbiensis TEIXEIRA foi igualmente assinalada na parte (6) C. PALAIN (1975) elaborou diversas listas da macrofauna
recolhida por P. CHüFFAT (1887) e J. PRATSCH (1958), nos dolo-
superior deste termo, acima das camadas com Euestheria. mitos fossilíferos (termo AB.3), a saber:

b) Termo AB2. A litofácies dominante é o pelito ver- p. 145 (tabl. 16). Sector Silves-São Bartolomeu de Messines;
p. 154 (tabl. 17). Sector Alte-Salir-Querença;
melho ou de cores variadas, principalmente avermelhada e p. 167 (tabl. 18). Sector oriental de São Brás de Alportel-Tavira-
esverdeada. Também aí se encontram arenitos de granulo- -Castro Marim;
metria fina a muito fina e dolomitos, cuja repartição 'verti- p. 177 (tabl. 19). Sector ocidental (Vila do Bispo e Telheiro).

65
Segundo definição de P. CHOFFAT (1887, p. 230) o Em resumo, "os grés de Silves" são divididos em duas
último termo dos "grés de Silves" é representado por peli- unidades litostratigráficas, a saber:
tos e margas bicolores, localmente gipsíferas, azóicos, que
atingem espessura por vezes superior a 50 m. 1) Na base, os arenitos de Silves correspondem à uni·
Na figura 3.1 foram definidas correlações entre as escalas dade AA e à base da unidade AB (termo ABl) de C. PA-
litostratigráficas de P. CHOFFAT, J. PRATSCH e C. PA- LAIN. Trata-se essencialmente de arenitos vermelhos, rara-
LAIN. Na última coluna são indicadas as divisões adoptadas mente esbranquiçados, que apresentam frequentemente
na cartografia geológica apresentada. estratificação entrecruzada. Esta unidade é datada do
Se bem que C. PALAIN (1975, p. 185) considere o Triásico superior (Keuper) dada a presença de Euestheria
termo AB3 como "continu et tres homogene depuis Vila do minuta e Pseudoasmussia destombesi. A sua espessura varia
Bispo jusqu'au rio Guadiana" a cartografia geológica reali- de zero (ausência devida à tectónica: sectores de Budens-
zada permite concluir que no Algarve ocidental este "hori- -Barão de S. João) a cerca de 150 m ,(sector a Leste de
zonte de referência" tem carácter lenticular bem marcado. Silves).
A sua ausência é mitras vezes devida, como já foi referido, à 2) No topo, o complexo margo-carbonatado de Silves é
tectónica Esector de Budens a Barão de São João) ou a correlacionado com o conjunto AB2, AB3 e pelitos e
recobrimento por depósitos terciários (sector de Vila do margas bicolores de C. PALAIN. As lent ículas de calcário
Bispo). Isso mesmo, aliás, foi reconhecido por C. PALAlN dolomítico (termo AB3) foram individualizadas no interior
(op. cit.. p. 177). desta unidade. Correspondendo a espess'a série pelítica,
O carácter descontínuo dos calcários dolomíticos margosa e calcário-dolomítica, no interior da qual são
(= termo AB3 de C. PALAIN) no Algarve ocidental, que correntes rochas verdes, esta unidade é datada do Hetan-
desaconselhava a sua utilização, levou à definição de outro giano-Triásico superior. Dado o carácter azóico da parte
limite cartográfico. Fácil é de concluir (figs. 3.1 e 3.2) que a superior deste complexo não é possível definir se ela será
única solução prática possível era a utilização do limite ainda hetangiana ou já sinemuriana. A sua espessura varia
entre os arenitos vermelhos e os pelitos vermelhos e verdes entre 80 (Budens) e 200 m (sector a Leste de Silves).
que se lhes sobrepõem.
Quando os calcários dolomíticos não estão presentes
torna-se aliás impossível, no terreno, separar os pelitos 3.2. DOLOMITOS E CALCÁRIOS DOLOMITICOS DE
vermelhos ou vermelhos e verdes (termo AB2 de ESPICHE
C. PALAIN) dos pelitos e margas bicolores (topo dos "grés
de Silves"). C. PALAIN (1975, p. 183), se bem que tenha Os dolomitos e calcários dolomíticos de Espiche têm
proposto a base de AB3 para limite cartográfico (op. cit.. sido atribuídos ao Liásico inferior, mais particularmente ao
p. 186, fig. 45), sentiu bem o problema ao afirmar que "cet Sinemuriano s.l. (CHOFFAT,1887, p.239; PRATSCH,
horizon-repere (AB3) se biseaute, de sorte que les pélites du 1958, pp. 21, 24; RICHÉ,1962, p.3; ROCHA, 1971 a,
terme AB2 et celles constituant le sommet des "Grés de p. 162; ROCHA & alii, 1972, pp. 54-55; MOUTERDE &
Silves" ne sont plus individualisables". alii, 1972, p.78). J. PRATSCH (1958, p.46, abb.9, 10,
Assim, foi definido o complexo margo-carbonatado de 14) limita, no entanto, a extensão da série liásica dolomí-
Silves que engloba espessa série pelítica, margosa e calcário- tica à região de Sagres e, no resto do Algarve, atribui todas
-dolomítica, no qual os dados cronológicos são raros e as séries dolomíticas aflorantes ao Kimeridgiano. P. RICHÉ
pouco precisos, excepção feita aos níveis lenticulares de (1962, p.4) manifesta-se contra esta opinião, afirmando
calcário dolomítico. Os seus limites constituem certamente que a demonstração da transgressão kimeridgiana sobre os
superfícies não isócronas como aliás sucede a Norte do Tejo "grés de Silves" está por fazer; sempre que pôde observar
com o complexo argiloso ou argilo-arenítico da base do contactos "grés de Silves"-Kimeridgiano eles eram de
Liásico inferior (MOUTERDE & alii, 1972, p. 74). origem tectónica (Alportel, Santa Catarina).
Na cartografia agora executada, e de acordo com a opi-
Cite-se ainda a existência no interior do complexo
nião de P. RICHÉ, estes dolomitos são datados do Liásico
margo-carbonatado de grandes massas de rochas verdes.
Estes doleritos e basaltos doleríticos são indiscutivelmente
pós-triásicos, talvez mesmo intraliásico inferior como certas
rochas tufáceas assinaladas por C. PALAIN na parte supe- (7) Informação oral.
rior da formação, por F. MOITINHO DE ALMEIDA (7) em (8) Durante a impressão deste trabalho tive conhecimento dL'
uma comunicação feita por M. PORTUGAL FERREIRA &
sondagens no Algarve oriental, próximo de Castro Marim e C. REGÊNCIO MACEDO à IV Reunião sobre a Geologia do Oeste
por O. CABO & T. MONTOLIO (1971) em Caudiel Peninsular (Salamanca e Coimbra, Julho de 1976), sobre actividade
(Espanha). Além de chaminés, de fácil identificação, as basáltica tardi-hercÍnica no território português. Estes autores datam
observações de campo não permitem concluir se os restan- uma rocha dolerítica, de sondagem na região de Castro Marim, da
tes afloramentos correspondem a escoadas sinsedimentares, base do Hetangiano (170-180 m.a.). A rocha datada pertence, sem
dúvida, ao complexo margo-carbonatado de Silves.
a simples filães-camada ou a diques. Todos estes tipos de Nesta mesma altura foram-me comunicadas pelo Professor
aparelhos vulcânicos podem estar eventualmente represen- Dr. C. ROMARIZ algumas observações de campo, bem como foto-
tados (8). grafias de rochas verdes no Algarve oriental, onde é bem evidente a
sua estratificação.
O seu estudo, que poderá fornecer novos elementos à
Estes factos permitem afirmar que no Algarve parte destas rochas
compreensão da evolução paleogeográfica da Península verdes correspondem a escoadas sinsedimentares, e provam,
durante o Mesozóico, está em curso por A. PINTO portanto, a existência de importante actividade vulcânica durante os
COELHO. primeiros tempos jurássicos.

66
P. CHOFfAT, 1887 J. PRlTSCH, 1958 C. PUlIN, 1168-70 C. PlLAIN, 1175 DIVISÕES ADOPTADAS (R. ROCHA, 1976]
Unidades Unidades Unidades Unidades Unidades
Idade Idade Idade Idade Idade
Iitostratiaráficas Iitostratilráficas Iitostratiaráficas Iitostratilríficas Iitostratigráficas
3 - Marnes analogues à celles Teil 4 - Bunt Tone, lokal mit
de la base mais générale. ? Gips d. Mames rouges localement gypsileres Pél ites et marnes bicolores localement
SINEMURIEN SINÉMURIEN SINÉMURIEN ? SINEMURIANO?
ment plus tachetées de (:: 50 m) (? à + 50m) Complexo
(West Algarve -16/20m) ? gypsifilres
blanc et souvent de vert
( pas de lossiles) (Ost Algarve - 55m+l0%)
HETTANGIEN HETTANGI EN

Teil 3 b - Oolomitbank (feinbis Terme AB3 - Bancs massifs de dolomie


Oolomies épaisses, dont cer. c Oolomies argileuses et dolomies Calcário
Alternance de lines couches de pélite do·
dicht hellgrau· grünlich) HETTANGIEN HETTANGIEN dolomítico (O -8m)
..
:=
tains bancs sont
siliferas
tres los. HETTANGIEN
(2 - 12m)
fossiliferes ("'10 m) lomitique et de dolomies lossiliferes à la
(O à 16m)
>
<lO
ao

.--
.... HETTANGIEN
base
HETTANGIEN margo-carbonatado
HETANGIANO
cn C1. Alternance de gres avec des Teil 3 a - Mergel, grungelb, ,
ao
-c::l
.
-c>
marnes. " et avec des bancs lossilfuhrend
(O - 8m)
de
<lO
ao
.-cn-
>

<lO
.ao
.
~
do.lomitiques contenant queL
ques fossi les.
Teil 2 - Rot·violett gefarbte Tone,
b. Gras fins, marnes rouges
vertes et dolomies
et
HETTANGIEN
INFÉRIEUR
Terme AB2 - Pélite rouge ou bariolée rouge
TRIAS
Si Ives
u et vert ao
c:; g
<.> (Complexe assez puissant) die von cm· starken Ban. (30-150 mI (50 à 180m) (80 a 200m) -c::l

N
I dern gelb gruner dolomitish <lO

-- ? -- Mergel unterbrochen werden


KEUPER? -.-
'ao
,
c:>
TRIÁSICO
1- Gras généralement rouges, -SUPERIOR ?
rarement blancs, généra le. RHÉTIEN
(20 - 70m) WOHl - -- .-
OBERTRIAS /
ment compactes, contenant et a. Conglomérats, arkoses et argilites Terme AB1-Arénites avec litages obliquas et
stratification -de type lenticulaire TRIÁSICO
parfois des cailloux rou. KEUPER Arenitos de Silves
TRIAS Teil 1- Grobklastiche Serie, rot en séquences positives répétées (10 à 150m) KEUPER SUPERIOR
lés ou anguleux provímant (MOYEN?) Unite AA- Dépôts gréso- conglomeratiques et pé· (O a 150m)
(?)

-
(10 - 90m) (O-200m) lites à fines inte rcalations de siltite et (KEUPERI
de roches paléozoiques

Ardoises et gres CUlM


Unreine
Transgression
Gelb·braune Tonschiefer mit reichem
Feinsand und Muskowitgehalt.
Sandsteine und Grauwacken
UNTERKARBONS
(Kulmfazies)
Socle
-
paléozoique CUlM Facias
-
de dolomie
-
-
épimetamorphiques
(O à 10~

-
?

CARBONiFERE
- .. Disc.

Xistos
angular

e grauvaques
VESTEFAlIANO'
-NAMURIANO
SUPERIOR?

in Banken von wenigen in Machtigkeit.

Almeida Rodrigues, Des.


Figura 3.1 - Correlações entre as unidades litostratigrájicas de P. CHOFFAT, J. PRATSCH e C. PALAIN e as unidades litostrati·
gráficas agora utilizadas na cartografia do Carbónico·Liásico inferior do Algarve ocidental.
Dolomitos e calcários
dolomíticos de Espiche
(J1 c de)

!II
'~ ".n E I
I
I 1
1
.1:) CIl O
O
U I

1~ j lilli111
lIt I
'e( o
... C
ftI
Cll
Complexo margo- C
A Hetangiano -carbonata~o de ....CIl
ftI
T.AB3 ~ A Silves (J ab)
-"'i::-!:===-==-===-!::=:::::!-.",.J,-, -- Limite cartagráfico- :I:
E
--::....-_-_-_-_-::....- A Hetangiano o
o ~
~ C'I 1
--
--
-----------
----------- O
I
-- --
N
10 E -
------ --
-------
-------
CIO

- --- --
-- ------
--
e(o ----- - - --
-
o CIO -- --- --- --
---------------- - ------------
IIllEí --
-- ---------- mV Triásico --------------
e(:P 0 - ------------ --
-- ----------
1-'" -
- ------------ --------------
--
--
- ---=--
--=-----
-- ----
---- ---
-------=--
------- ----- - - - --------
- - ---------~-_--:--
w --------------
--------------=---
- - --------- .
-
------
----------
O
u .
o
CIl
MV Cl.
lIt :::s
!II
MV 'e(
z o
:::)-
A Keuper u
Dt ';j
10
e( ... O
E Arenitos de Silves
"ft1
';:
o (T) l-
:!
..
E
CIl 2
t
II
I-
I
I
I
A I
E E I
O O I
O -o I
I
í O I
O

---lã-;:;õf;-:-~-;:
" 'i-;;'-"---
0:°."0.00 o
Xistos e grauvaques
(H 2ab)

- - - - - - - - C. PALAIN------I~ I... R, ROCHA - - - - -


B. D4maso, des.

Figura 3.2 - Correlação entre as unidades litostratigráficas definidas por C. PALAIN (/975) e as unidades litostratigráficas agora carto-
grafadas.
A - fósseis animais;
rnV - microfósseis vegetais;
MV - macrofósseis vegetais.

67
inferior a médio. É no entanto provável, como veremos em todo o Algarve ocidental. Esta heterocronia, difícil de
adiante, que parte deles sejam mesmo de idade Liásico pôr em evidência na base da formação, é, pelo contrário,
superior ou Dogger inferior. facilmente discernível na parte superior. Assim, o limite
superior da fácies dolomítica situa-se umas vezes no
Vejamos os vários argumentos a considerar, tanto de Carixiano inferior (Cabo de S. Vicente, Belixe, Ferre!),
ordem paleontológica como litológica, nos três sectores outras ·vezes na base do Toarciano (baía de Armação Nova),
geográficos em que se divide a formação: outras vezes talvez mesmo no interior do Dogger inferior
(Sul e Sudeste de Vila do Bispo, Sul e Sudoeste de Figueira,
1) Os raros fósseis assinalados por P. CHOFFAT (9) Matos? ).
(1887, pp. 240-241), por J. PRATSCH (1958, p. 25), por Quanto à dolomitização ela é sem dúvida secundária o
B. PARANT (1963, p. 2) e por mim próprio são essencial- que é bem evidenciado pelo estudo microscópico dos dolo-
mente gasterópodes, lamelibrânquios, braquiópodes e ouri- mitos, e precoce, isto é, ligeiramente mais moderna que a
ços, de classificação difícil ou mesmo impossível a nível idade da formação. Particularmente no sector do Cabo de
genérico. Apenas em Matos (a Norte de Alcantarilha) foram S. Vicente-Vila do Bispo é possível que existam fenómenos
colhidos fósseis de polipeiros na fácies dolomítica. Nenhum de dolomitização secundária tardia, ligados à fracturação da
destes fósseis é bom fóssil estratigráfico, testemunhando, região, a qual deve estar em relação com a instalação do
apenas, a abertura da plataforma algarvia às influências maciço de Monchique (Cretácico superior-Paleocénico? ).
marinhas, a qual teria começado a fazer-se durante os
primeiros tempos hetangianos.
2) Na região do Cabo de S. Vicente-Vila do Bispo os 3.3. LIÁSICO MÉDIO E SUPERIOR
dolomitos repousam sobre o complexo margo-carbonatado
de Silves e sobrepõe-se-Ihes (Cabo de S. Vicente, Belixe) 3.3.1. Interpretação cronostratigráfica dos cortes do
alternância de calcário dolomítico com nódulos de sI1ex e Liásico médio e superior
calcário margoso tenro onde se recolheu um fragmento de
Platypleuroceras sp., do Carixiano inferior. Dada a exiguidade de afloramentos de Liásico médio e
3) Na baía de Armação Nova a fácies dolomítica atinge superior apenas foi possível executar três cortes geológicos
a base do Toarciano enquanto que a Sul e Sudeste de Vila (baía de Armação Nova, Cabo de S. Vicente e Belixe) facil-
do Bispo e a Sudoeste e a Sul de Figueira os primeiros mente correlacionáveis entre si.
níveis de calcários oolíticos, calcários corálicos e calcários As camadas da base de dois destes cortes (CSV.1 e
pisolíticos de Almadena se apresentam ligeiramente dolomí- BEL.1) são atribuídas aos dolomitos e calcários dolomíticos
ticos. de Espiche, podendo dizer-se que, aqui, o seu limite supe-
4) Em FerreI a formação dolomítica é sobreposta por rior é de idade Sinemuriano-Carixiano inferior (?). Com
calcário dolomítico com nódulos de .sI1ex, correlacionável efeito, a presença de Platypleuroceras sp. em CSV.2,
com idêntica fácies do Cabo de S. Vicente, datada do permitiu datá-lo do Carixiano inferior, zona de Jamesoni
Carixiano inferior. (ROCHA in MOUTERDE & alii, 1972, p. 82).
5) Em vários afloramentos é evidente a presença de Ao conjunto de camadas seguintes (CSV.3 a CSV.6)
brecha de elementos dolomíticos, que parece situar-se no pertencem os fósseis citados por P. CHOFFAT (1887,
limite entre os dolomitos e calcários dolomíticos de Esp~che p. 235) - "Uptonia gr. jamesoni"(?) (SOW.) e "Aegocerás
e os calcários oolíticos, calcários corálicos e calcários pisolí- densinodum" (QUENST.) in WRIGHT (=Metadero-
ticos de Almadena. Uma vez que as observações de campo ceras sp. nov.) - e J. PRATSCH (1958, p. 30) - "Deroceras
se consideram insuficientes, por falta de bons cortes geoló- submuticum" (OPPEL) (=Metaderoceras sp. nov.) e
gicos, é praticamente impossível afirmar se se trata ou não D. venarense (OPPEL) [=Metaderoceras gr. venarense
de um só nível brechóide, e definir a sua posição exacta. Ela (OPPEL) l. Esta associação é de idade Carixiano médio,
evidencia, no entanto, a existência de importantes períodos zona de Ibex, como aliás já tinha sido alvitrado anterior-
de paragem de sedimentação e de erosão. mente (ROCHA, 1971 b, p. 173).
6) A presença na fácies dolomítica de polipeiros leva a Dada a proximidade geográfica e semelhança litológica,
pôr a hipótese, que não se pode confirmar dado o mau as camadas BEL.2 a BEL.5 (? ) do corte de Belixe são corre-
estado dos fósseis, do limite superior da formação dolomí- lacionáveis com as camadas superiores do corte do Cabo de
tica poder ser de idade Dogger inferior (Aaleniano-Bajo- S. Vicente (CSV.3 a CSV.6).
ciano inferior? ). O Carixiano superior não foi posto em evidência pela
presença de amonites; porém, a associação de braquiópodes
No que diz respeito à idade, dois problemas terão aqui da camada BEL.7 é de afinidades carixianas (informação
de ser abordados: por um lado a idade da dolomitização, oral de J. DELANCE).
por outro a idade da formação, ou melhor, a idade das A presença da associação de Protogrammoceras e Fucini-
camadas actualmente dolomíticas. ceras na camada BEL.8 permite atribuí-la à base do Dome-
A datação da formação do Sinemuriano s.l. baseia-se riano inferior, zona de Stokesi (MOUTERDE & alü, 1972,
essencialmente na posição geométrica e na semelhança lito- pp. 80, 82). O Domeriano médio e superior encontra-se
lógica com o complexo carbonatado da bacia a Norte do representado, apenas, por um molde externo de Argutar-
Tejo (Peniche, São Pedro de Muel, Quiaios). À semelhança pites sp. da camada BEL.lO.
do que acontece com este complexo (MOUTERDE & alü, No corte da baía de Armação Nova o Domeriano é total-
1972, p.76) é provável que não só os primeiros, mas mente dolomítico e esta fácies atinge mesmo os primeiros
também os últimos níveis dolomíticos não sejam isócronos níveis toarcianos. Com efeito, à semelhança do que sucede

68
P. CHOfFlT,1887 J. PRATSCH, 1958 DIVISÕES ADOPTADAS (R. ROCHA,197&J
Unidades Idade Unidades Idade Unidades Idade
Iitostratiaráf ius litostra tiarã ficas Iitost raUg rã ficlS
Marno-calcaires oolithiques à Oolithische Kalke und Calcário 001 ítico e calci- BAJOCIANO INF."
AALÉNIEN. Dolomite (80 m) AALENIEN? clástico 1>50 m)
Pholadomya ovulum varo Naban-
AALENIANO?
ciensis T.-------------
L~~n~ ~ ~b.:e~~~ ~f~h~).J
Calcaires marneux à Ammonites
Assise
à
T
O
Zona ..,
i nsignis et Harpoceras bifron. Am. A
Bifrons R
Cal cário margoso com Harpo-
ceratídeos (~5 m)
de -z
Serpentinus O
C Oolithkalk, Mergelkalk OBER z
I oe(
Marnes saches jaunes à Plicatule. und Mergel (35 - 40 m) TOARCIEN
E Calcário margoso e margas aml!., Ü
Am. cf. annulatu. et formes des cou- N Zona a:
Assise oe(
ches ii Leptaena alternant avec des inférieur Q_C eladas com Dactyliocera. semi- de O
a I-
bancs minces de marno-calcaire se Semicelatum
25 (20m)
délitant facilement m celatum

Zonas
jealcário branco mais ou menos de O
Calca ires blancs, un peu marneux Assise
C
margoso, localmente dolomíticc
Spinatum z
avec fossiles assez frequents
à
Am.
H
A Kalk (6m)
UNTER
(""'" ml
e
Maraaritatus
oe(
a:
w
-
TOARCIEN
Spinatus R Calcário crista I ino compacto Zona :E
(Brachiopode. el grands p'ecten) M com Protograrnmoceral e Fucinic! de O
C
O ra. (4m) Stokesi
U
Calcário cristalino Zonas O
T
com braquiópodes (1,5 m) zoe(
I de
Calcaire non dolomitique contenant Assise Kieselkalke und Dolomit Calcário dolomitico com nódulos X
E TOARCIEN de silex, alternando para a base Ibex
des rognons de silex a ( ?100m) a:
Am. N Dolomit und dolomlt Mer Icom margas e calcários e oe(
Jamesoni gel r
(70m PlIENSBACHIEN amarei ados (50 - 55 m) ? ___ Iu-
Jamesoni
__
Dolomies grises d'une grande d\!
reté. Bancs épais de dolomie cri~
Io0lomitos e calcários dolomíticos
talline 'et de calcaires dolomiti- SINEMURIEN
ques gris, non cristallins Dolamit ( ? ) SINÉMURIEN SINEMURIANO
Dolom ies peu consistentes, grL (100 m) de Espiche (>60m)
ses, jaunes ou roses, par places
caverneuses (15 mI

Figura 3.3 - Correlações entre as unidades litostratigráficas de P. CHOFFAT e J. PRA TSCH e as unidades litostratigráficas agora utilizadas
na cartografia do Liásico inferior-Dogger do Algarve ocidental

em Tomar (MOUTERDE, ROCHA & RUGET, 1971, p.79), presença de fragmentos de Harpoceratídeos (10) permite
a parte inferior da zona de Semice1atum, caracterizada pela atribuir estas camadas ao Toarciano inferior, zona de
presença de Dactylioceras sp. e D. pseudo-commune Serpentinus.
FUCINI, apresenta a mesma fácies que o Domeriano supe- A idade das formações posteriores aos calcários margosos
rior. Esta última espécie é, aliás, bem característica da base com Harpoceratídeos será analisada no parágrafo 304.1.
do Toarciano inferior aparecendo antes dos primeiros Na figura 3.3 podem observar-se as correlações entre as
D. semicelatum (MOUTERDE, 1967, p. 218). . unidades litostratigráficas e cronostratigráficas definidas por
No Toarciano inferior, zona de Semicelatum, podem, P. CHOFFAT e J. PRATSCH e as unidades agora utilizadas
assim, individualizar-se o horizonte de Pseudo-commune, no para o conjunto Liásico inferior-Dogger do Algarve oci-
topo de BAN.! e o horizonte de Semicelatum, a que se dental. Na figura 3.4 definem-se as correlaçÕes entre as
atribuem BANAiS e BEL.11. escalas zonais do Carixiano-Toarciano inferior de França,
A microfauna abundante nos níveis de base do Toar- Espanha (Astúrias, Cordilheira Ibérica, Cordilheiras Béti-
ciano inferior (particularmente em BANAiS) é tipicamente cas), Argélia (Orania) e Portugal (bacia a Norte do Tejo e
domeriana (informação oral de C. RUGET). O mesmo se Algarve).
verifica em todo o Liásico português a Norte do Tejo, bem
como no Liásico francês ou espanhol, em que a microfauna 3.3.2. Comentário aos cortes de P. CHOFFAT
da zona de Semice1atum é bastante mais próxima das micro-
faunas domerianas do que das toarcianas. Isto acontece As primeiras referências que P. CHOFFAT (1887, p.
porque as divisões feitas nas escalas cronostratigráficas 235) faz ao Liásico médio do Algarve dizem respeito ao
baseadas em amonites ou em foraminíferos não são isó- corte do Cabo de S. Vicente. A recolha de "Aegoceras gr.
cronas; a renovação importante na fauna de amonóides, que
permite a separação entre Domeriano e Toarciano, é mais (9) Os dois moldes de Spirifer com costilhas numerosas e bem
antiga do que a renovação das faunas de foraminíferos, a marcadas correspondem a Spiriferina sp. Os restantes fósseis assina-
lados por P. CHOFFAT não se conseguiram localizar nas colecções
qual se localiza já durante o Toarciano inferior. dos Serviços Geológicos de Portugal.
Os níveis liásicos mais modernos do Algarve. ocidental (lO) Fósseis recolhidos por PEREIRA DE SOUSA existentes nas
são, sem dúvida, os do topo do corte de Be1ixe (BEL.12). A colecções dos Serviços Geológicos de Portugal.

69
Jamesoni" (SOW.) e "Aegoceras densinodum" (QUENST.) 1) "Sinémurien-Calcaire dolomitique". Corresponde aos
permitiu datá-lo da base do "Charmoutiano" ("assise à dolomitos e calcários dolomíticos de Espiche datados do
Ammonites Jamesoni"). Estas camadas são agora datadas Sinemuriano s.l. O limite superior da fácies dolomítica
do Carixiano inferior a médio, zonas de Jamesoni e Ibex situa-se, no entanto, umas vezes no Carixiano inferior,
(vd. 3.3.1.). outras vezes na base do Toarciano e outras, ainda, talvez
Seguindo a ordem estratigráfica P. CHOFFAT refere mesmo no interior do Dogger inferior (vd. 3.2.).
depois o corte de Belixe. A sucessão litostratigráfica do 2) "Charmouthien-Assise à Ammonites Jamesoni. Cal-
corte foi perfeitamente definida mas a fauna recolhida é caire à silex, 200 m NE du phare". Corresponde aos calcá-
incaracterística e, como diz P. CHOFFAT (op. cit., p. 236), rios dolomíticos com nódulos de sI1ex do Cabo de
os fósseis encontram-se geralmente mal conservados o que S. Vicente e de Belixe, agora datados do Carixiano inferior
dificulta a classificação específica. Ele pôde, no entanto, a médio, zonas de J amesoni e Ibex.
datar a base do Toarciano inferior e por isso correlaciona as 3) "Charmouthien-Assise à Ammonites spinatus. Cal-
camadas subjacentes com a "assise à Ammonites spinatus" caire à "Brachiopodes" et grands "Pecten". Corresponde à
que, a Norte do Tejo, apresentava fauna idêntica, se bem base do corte da baía de Armação Nova e à parte média do
que mais rica de cefalópodes. A presença de "Ammonites corte de Belixe. Este conjunto é agora datado do Carixiano
insignis SCHUBL." (11) na parte superior dos calcários superior (? )-Domeriano superior (zona de Spinatum).
margosos toarcianos levou P. CHOFFAT a datá-los da 4) "Toarcien-Assise inférieur. Mames jaunes à "Plica-
"assise à Ammonites bifrons". Este conjunto de camadas é tules", "Ammonites cfr. annulatus" et formes des couches à
agora datado do Carixiano médio (zona de Ibex)-Toarciano Leptaena (Baie d'Armação Nova, est du fort de Belixe, baie
inferior (zona de Semicelatum) (vd. 3.3.1.). du Direito (12) ?)': Corresponde à parte superior dos
É também descrito, se bem que rapidamente, o corte da cortes da baía de Armação Nova e de Belixe e à parte leste
praia de Belixe (op. cit., pp. 237-238). Raros fósseis aí das arribas da praia de Belixe. Confirma-se a datagem do
recolhidos levaram P. CHOFFAT a atribuir o conjunto ao Toarciano inferior, zona de Semicelatum, tendo sido possí-
"Charmoutiano"-Aaleniano. Este corte não é agora descrito vel pôr em evidência os horizontes de Pseudo-commune e
pois as condições de afloramento são bastante más; isso de Semicelatum.
deve-se não só a fracturação intensa mas também a blocos 5) "Toarcien-Assise à Ammonites bifrons (Est du fort
escorregados que dificultam a observação da sucessão das de Belixe, baie du Forno et baie du Direito? )': Corres-
diferentes camadas. A pobreza de fósseis não permite ponde seguramente apenas ao topo do corte de Belixe. A
datagem precisa; no entanto, este corte é facilmente correla- presença de fragmentos de Harpoceratídeos permite datar
cionável com o de Belixe estando presentes os andares estas camadas do Toarciano inferior, zona de Serpentinus.
Carixiano (calcário dolomítico com nódulos de sI1ex que 6) "Aalénien? Marno-calcaires oolithiques à "Phola-
forma a quase totalidade da arriba que limita a praia), domya ovulum varo Nabanciensis" (flanc oriental de la baie
Domeriano (calcário finamente cristalino com Gibbirhyn- du Direito)': Correspondem aos calcários oolíticos e calci-
chia sp. e Spiriferina oxyptera BUVIGNIER) e Toarciano elásticos que limitam de um e outro lado a praia de Belixe.
inferior (margas e calcários margosos amarelos com Aula- Estas formações são agora atribuídas ao Aaleniano-Bajo-
cothyris resupinata (SOWERBY), bem visíveis na escadaria ciano inferior (vd. 3.4.1.).
que desce à praia). Estas formações contactam por falha, na
ponta leste da praia (Ponta Garcia), com calcários oolíticos
e calciclásticos ( "marno-calcaires oolithiques à Phola- 3.3.3. Comentário aos cortes de J. PRA TSCH
domya ovulum var. Nabanciensis" de P. CHOFFAT), nos
quais são visíveis elementos provenientes da destruição de Como já foi referido anteriormente as considerações de
formações recifais. É admissível a atribuição destes calcários J. PRATSCH sobre a cronostratigrafia das formações liá-
ao Aaleniano.Bajociano inferior (vd. 3.4.1.). sicas são fortemente criticáveis. Estas críticas são partié'ular-
O último afloramento liásico citado por P. CHOFFAT é mente pertinentes após consultar a sua colecção arquivada
o da baía do Forno, entre Pontal dos Corvos e Pontal em Gottingen. Os exemplares encontrados, que constituem
Gordo (op. cit., p.239), onde são assinaladas, novamente, apenas parte dos citados no texto, foram fotografados e
margas toarcianas. Se bem que não tenha sido colhido reclassificados, justificando plenamente este parágrafo.
nenhum bom fóssil estratigráfico, este afloramento, actual- O primeiro corte citado por 1. PRATSCH (1958, p. 30) é
mente de dimensões reduzidas e com más condições de o do Cabo de S. Vicente. O conjunto de camadas 3) de
observação, é correlacionável, sem dúvida, com as margas e J. PRATSCH (40 m de espessura) corresponde
calcários margosos amarelos da baía de Armação Nova. O a CSV.2jCSV.6; este autor alemão recolheu aí, nos 25 m
exemplar de ''Harpoceras bifrons" citado por P. CHOFFAT inferiores (provavelmente correspondentes às cama-
não foi encontrado nas colecções dos Serviços Geológicos das CSV.2jCSV.5) abundante fauna. Infelizmente apenas
de Portugal. quatro destes fósseis foram encontrados:
O rigor científico das observações de P. CHOFFAT é
bem evidente na descrição do Liásico dos arredores do Cabo 1) "Deroceras venarense" (OPPEL) =Metaderoceras gr.
de S. Vicente. Com efeito, noventa anos passados, a cronos- venarense (OPPEL);
tratigrafia por ele definida mantém-se inalterável, se nos 2) "Deroceras cf. submuticum" (OPPEL) = Metadero-
abstrairmos de alguns pormenores desconhecidos no seu ceras sp. nov.;
tempo. 3) "Grammoceras" sp. = fragmento indeterminável;
Em resumo, o Liásico é apresentado com as seguintes 4) "Dumortieria " sp. (13) = Dactylioceras cf. pseudo-
subdivisões (op. cit., pp. 239-240): -commune FUCINI.

70
FRANÇA ASTÚRIAS CORDILHEIRA IBÉRICA PORTUGAL (N.do Tejo) AL&ARVE CORDILHEIRA BÉTICA ORANIA
(MOUTERDE & aIii , 1971) (SUAREZ VE&A,1974) (60V, 1974) (MOUTERDE, 1967; MOUTERDE & aIii 1972) (ROCHA , 1976) (CARRERA, 1972) (HMI & aIii , 1974) Horizontes
Andares - Zonas Subzonas Horizontes Zonas Subzonas Horizontes Zonas Subzonas Horizontes Zonas Horizontes ou Níveis (N) Zonas Níveis Zonas Horizontes Zonas Subzonas ou Níveis (N)
Mulgravium ~

a Mulgravium Mulgravium Harpoceras sps. Mulgravium Orthildaites + Hildoceras (N8) (Mulgrávium)


z Harpoceras sp.
oe a
-
u
II:

........
II:
Serpentinus

Strangewaysi
Strangewaysi
Serpentinus

Strangewaysi
Hildaites e
Serpentinus

Strangewaysi
Hildaites sps.
Serpentinus
------------------
Hildaites (N7-N4)
Serpentinus Serpentinus Serpentinus

(St rangewaysi)
Serpentiniformis
Bouleiceras Bouleiceras (N4)
II:
oe
a
....
-
Z

Tenuicostatum
Semicelatum
Elegantulum

Semicelatum
Harpoceratoides sps.

Harpoceratidae e Tenuicostatum
Semicelatum
Semicelatum
Semicelatum (N3-N2)
Semicelatum
Semicelatum
Polymorphum
Elegantulum
Semicelatum
Tenuicostatum
Tiltoniceras Paltarpites Dactylioceras sps. Dactylioceras com costilhas fortes (N1) Pseudo-commune Mirabile
Tauromeniceras Fontanelliceras
Hawskerense Pleuroceras sps.+ Emaciaticeras Em.aciaticeras Tauromeni ceras
a Spinatum Spinatum Spin atum Spinatum Lioceratoides Spinatum Naxensiceras Canavaria Spinatum (?)
z Solare +Amaltheus sps.
oe
....
Lozerlense
------ """---------
Solare Argutarpites ?
Lozerlense
a
z
II:

:Iii
Margaritatus
Algovianum
Boscense(var. sueiensis)
Margaritatus Amaltheus sps. Margaritatus Margaritatus
Subnodosus
~------------------
Ragazzonii ?
~---------- Bertrandi
Acanthoides .... _------
Aveyroniceras
Ragazzonii
-=
oe a
a Isseli
Margaritatus
Lusitanicum Lusitanicum
----- 1---------- Lavinianum
-. Stokesi (N)
Lusitanicum
....- .Stok~si
Stokesi Pseudoradians Stokesi Stokesi Isseli e Celebratum Stokesi
u Celebratum Pseudoradians - ..... - - - .--
Celebratum (N)

--
oe
M
z
.... a
Davoei
Figulinum

Capricornu
Capricornu
Lataecosta
Maculatum
Davoei Maculatum
----------
Oistoceras sps.
Davoei
.".

Davoei
Oistoceras
Davoei
A.goceras e Liparoceras
?

------ ----------
j

?
./

..... z

-
oe
>C
II:
Ibex
Luridum

Valdani
Valdani
Maugenesti
Ibex Valdani
Beaniceras sps.
Stahli
Valdani-Ellipticum
Ibex (?) Ibex
Beaniceras

Acanthopleuroceras e Dayiceras
Ibex Metaderoceras
Demonense
oe
u
Maugenesti
------ ----------
Jamesoni Jamesoni
Jamesoni
Brevispina Jamesoni
Jamesoni
Brevispina-Polymorphus Jamesoni Jamesoni
Jamesoni
Bronni e Uptonia
Brevispina e Po~morphf;is
Jamesoni ----------
Platypleuroceras
---------- Jamesoni (?)
Taylori Taylori CaDrarium e avlori?
I.Dâmaso, des.
figura 3.4 - Ensaio de correlação entre diferentes escalas zonais do Carixiano-Toarciano inferior
J. PRATSCH data este conjunto do Pliensbachiano infe- 8) "Spiriferina vil/osa" (QUENST.) = Spiriferina sp.;
rior com base nos Deroceratídeos e não faz qualquer refe- 9) "S. canaliculata" OPP. = S. tumida VON BUCH;
rência a "Grammoceras" sp. e "Dumortieria" sp., géneros 10) "S. angulata" OPP. =S. tumida VON BUCH var.;
típicos do Toarciano superior. A presença deste último 11) "Rhynchonella tetraedra" SOW. =R. gr. batelleri
exemplar (D. cf. pseudo-commune) é estranho dado tratar- DUBAR;
-se de bom fóssil estratigráfico do Toarciano inferior, 12) "R. moorei" DAV.;
subandar não representado no Cabo de S. Vicente. Trata-se, 13) "Zeilleria numismalis" (LAM.) =Zeilleria sp. I/on.
provavelmente, de exemplar da baía de Armação Nova. Z. numismalis (LAM.);
O corte de Belixe (op. cit., p. 31, abb.5a) é datado do 14) "z. biplicata" (QUENST.) =z. cf. sarthacensis
"Toarciano". Da lista de fósseis apresentados apenas se (d'ORB.);
encontraram: 15) "z. comuta" (SOW.) =z. comuta (SOW.).

1) "Grammoceras" sp. =Protogrammoceras gr. ceie- A reclassificação destes exemplares confirma a atribuição
bratum FUCINI; de idade Domeriano superior-Toarciano inferior para as
2) "Hammatoceras" sp. = Lytoceras sp., fragmento. respectivas camadas. Esta idade é confirmada pela presença
de Dactilioceratídeos, pela associação de B. (Passalo teuthis)
bruguierianus e P. (Pseudopecten) acuticosta e pela ocor-
Na página 32, na coluna "Forte de Belixe", são citados
rência de abundantes Spiriferina sp., género que se extingue
outros fósseis provenientes do mesmo corte. De entre eles
durante o Toarciano inferior.
encontraram-se:

1) "Dactylioceras commune" (SOW.) =D. cf. semicela- J. PRATSCH (op. cit., p. 32) assinala ainda alguns fósseis
toides MAUBEUGE; de Pontal dos Corvos (15) e de Belixe Velho (= praia de
2) "D. anguinum" (REIN.) =Dactylioceras sp., frag- Belixe). Dos exemplares citados apenas se encontrou "Spiri-
mentos; ferina walcotti" SOW. (= Spiriferin.a oxyptera BUVIGNIER
3) "Chlamys cf. torulosi" (QUENST.) - na legenda in ROCHA, 1971 a, p. 159).
indicado como da baía de Armação Nova; Do extremo sul da praia de Belixe é apresentado corte
4) "Spiriferina obtusa" OPPEL = Spiriferina tumida do "Aa1eniano-Toarciano superior (? )". J. PRATSCH
VON BUCH var.; (1958, p.33) data a camadab) do "Toarciano supe-
5) "Zeilleria punctata" (SOW.) =Lobothyris gr. punc- rior (? )" com base nos seguintes fósseis:
tata (SOW.);
6) "z. subpunctata" (DAV.) = Lobothyris subpunctata 1) "Arieticeras" sp. - trata-se de fragmento indetermi-
(DAV.); nável mas que, seguramente, não é- de Arieticeras sp.
7) "Harpoceras" sp. (14) =Harpoceratoides sp., frag- Contrariamente à afirmação de 1. PRATSCH que "Arieti-
mento. ceras se conhece desde o Liásico médio até o Dogger infe-
rior", este género é exclusivo do Domeriano médio, zona de
Margaritatus;
A redeterminação dos fósseis de J. PRATSCH confirma
plenamente a datação efectuada em 3.3.1. (Domeriano- 2) "Rhynchonella cf. tetraedra" SOW. - exemplar não
-Toarciano inferior). De assinalara presença, muito fre- encontrado;
quente, segundo J. PRATSCH, de Chlamys (Aequipecten) 3) "Zeilleria" sp. = Zeil/eria sp.;
4) "Cidaris" sp. = Cidaridae, fragmentos;
prisca (SCHLOT.), lamelibrânquio conhecido na região de
5) "Pentacrinus cL penichensis" LOR. =Penta-
Tomar na passagem Domeriano-Toarciano (MOUTERDE,
ROCHA & RUGET, 1971, pp. 62, 68). crinus sp., fragmento de um artículo.
De Armação Nova (op. cit., p. 32) é também citada asso-
ciação faunística datada do "Toarciano superior (? )". J. PRATSCH baseia a atribuição daquela idade essencial-
Dessa associação encontraram-se: mente no facto de P. CHOFFAT ter assinalado a presença,

1) ''Dactylioceras anguinum" (REIN.) = Dactylioceras


(11) Não foi possível encontrar este exemplar nas colecções dos
sp., fragmento; Serviços Geológicos de Portugal. É provável que se trate de um
2) "Lillia" sp. = Harpoceratoides sp., fragmento de Dacty/ioceratidae ou Hildoceratidae. Hammatoceras insigne
exemplar com grande zona umbilical; (ZIETEN) é forma típica do Toarciano superior que, no corte de
3) "Belemnites" sp. = B. (Passaloteuthis) bruguierianus Belixe, não está representado.
(12) A baía de Direito, várias vezes citada por P. CHüFFAT,
d'ORB.;
não aparece citada nas cartas topográficas actuais .. Trata-se sem
4) "A equipecten aequivalvis" (SOW.) = Chlamys dúvida da baía onde se situa a praia de Belixe.
(Aequipecten) aequivalvis (SOW.); (13) Exemplar não citado no texto mas encontrado na colecção
5) "Aequipecten priscus" (SCHLOT.)=Chlamys 1. PRATSCH eom indicação "Cabo de S. Vicente" como os três
(Aequipecten) prisca (SCHLOT.); anteriores.
6) "Chlamys d. textoria" (SCHLOT.) = c. (chlamys) (14) Exemplar não citado no texto mas encontrado.na colecção
J. PRATSCH.
textoria (SCHLOT.); (15) Este afloramento, sempre assinalado como "P. Corvo",
7) "Lima acuticosta" (QUENST.) =Pecten (fseudo- corresponde, sem dúvida, à Baia do Forno (P. CHüFFAT, 1887,
pecten) acuticosta LAMARCK; p. 239), situada entre Pontal dos Corvos e Pontal Gordo.

71
na praia de Belixe, de Pholadomya ovulum AGASS., o que elementos provenientes da destruição de formações recifais.
provaria (?), segundo P. CHOFFAT, que tais formações Estas formações podem ser contemporâneas do recife da
pertenciam ao Dogger inferior. A leitura dos textos de praia de Mareta.
P. CHOFFAT não permite tirar, no entanto, semelhante As formações recifais são, pois, em qualquer caso, poste-
conclusão. Ele limita-se a referir (1887, p. 238) "une variété riores ao Toarciano inferior, zona de Serpentinus, último
de Pholadomya ovulum fréquente à la partie la plus supé- depósito bem datado, e anteriores ao Bajociano superior. É
rieure du Toarcien de Tomar, et qui serait peut être à admissível a atribuição do recife ao Aaleniano-Bajociano
rattacher à l'Aalénien". Aliás, como poderia P. CHOFFAT inferior.
datar uma formação apenas com a presença de P. ovulum,
fóssil que encontrara já no Toarciano de Tomar, no Bajo- Idade das camadas posteriores às formações recifais-
ciano da Arrábida, no Batoniano de Porto de Mós, no Como se acaba de ver no parágrafo anterior o conjunto Ao4
Caloviano inferior de Montejunto, Cesareda e Cabo foi datado do Bajociano superior, base da zona de Subfur-
Mondego (CHOFFAT, 1893, p. 12) e que afirma ser forma catum, subzona de Aplous.
do Bajociano (camadas de "Ammonitessowerbyi'j - Calo- A camada A.7 deve ser atribuída ao Batoniano inferior,
viano da Alemanha, Inglaterra, França, Polónia e Suíça? dada a presença de Ebrayiceras. Segundo C. MANGOLD &
A deficiente interpretação dos seus fósseis condiciona alii in R. MOUTERDE & alü (1971, p. 88) este género é
bastante as conclusões de ordem cronostratigráfica apresen- característico da zona de Zigzag, subzona de Macrescens.
tadas por J. PRATSCH e referentes ao Liásico médio e Na bacia a Norte do Tejo (Cabo Mondego, Quiaios, Brenha,
superior. Isso é, aliás, particularmente evidente na Alhadas, BaleaI) estas formas caracterizam, também, o
figura 3.3, onde se fazem correlações entre as diferentes Batoniano inferior (RUGET-PERROT, 1961, pp. 33, 57,
unidades litostratigráficas e cronostratigráficas anterior- 61,66,92; MOUTERDE & alü, 1972, p. 88).
mente definidas e as agora apresentadas para o Liásico Fica em aberto o problema de saber se a paragem de
médio e superior. sedimentação assinalada na base da camada A.7 compre-
ende a totalidade ou uma só parte das zonas de Garantiana,
Parkinsoni e Zigzag pró-parte. Não existem elementos
precisos para responder a tal interrogação mas é certo que a
304. DOGGER E MALM INFERIOR
erosão assinalada apoia a existência de lacuna estratigráfica
correspondente a grande parte do Bajociano superior e à
304.1. Interpretação cronostratigráfica dos cortes do base do Batoniano. O exemplar de Cadomites do calhau do
Dogger e Malm inferior banco organo-detrítico A.5 não é suficiente para precisar a
idade.
A alternância de margas acinzentadas com leitos centi-
Limite superior das formações recifais - Na praia de
métricos de calcário margoso amarelado (A.8? a A.l3; B.5
Mareta os elementos cronostratigráficos permitem definir
a B.9; base de C.2) atribui-se ao Batoniano médio, zona de
limite superior quanto à idade das formações recifais. Com
Subcontractus, dada a presença da associação de Polyplec-
efeito, a fauna de amonites recolhida na camada Ao4 per-
tites com Tulites (Rugiferites). A microfauna, abundante,
mite atribuí-la ao Bajociano superior e, mais precisamente,
à base da zona de Subfurcatum, subzona de Aplous.
não permite cronostratigrafia fina; apenas se pode dizer que
se trata de associação de idade batoniana.
Segundo C. PAVIA (1969, p. 446) os últimos represen-
O topo da camada C.2 é caracterizado pela presença de
tantes dos géneros Normannites, Itinsaites, Stemmatoceras
Hemigarantia e Prohecticoceras. Se bem que se trate apenas
e Teloceras coexistem, no corte de Chaudon (Baixos Alpes).
de pequenos núcleos piritosos a sua classifi~ação genérica é
em certo número de camadas, com os primeiros represen-
suficiente para lhes atribuir idade do Batoniano superior,
tantes da superfamília Perisphinctaceae; é na base destas
subzona de Retrocostatum.
camadas que C.PAVIA & C.STURANI (1968,p.313)
fazem passar o limite entre as subzonas de Blagdeni e A camada Co4 representa a base do Caloviano inferior,
zona de Macrocephalus. Os fósseis de Macrocephalites
Aplous, limite que foi recentemente definido não só para o
correspondem a núcleos piritosos e os seus pequenos diâme-
Bajociano francês (GABILLY & alii in MOUTERDE & alii.
1971, p. 87) mas também para o Bajociano português tros não permitem classificação específica. A costilhação
(MOUTERDE & alii, 1972, p. 87). fina e apertada permite, no entanto, identificá-los como
O recife é, portanto, anterior ao Bajociano superior. verdadeiros Macrocephalites. Foi feita, aliás, a comparação
com exemplares do mesmo tamanho de M. (Macrocepha-
lites), M. (Dolikephalites) e M. (Kamptokephalites) não
Limite inferior das formações recifais - A 3,5 km de havendo dúvidas quanto à atribuição ao primeiro destes
Sagres, entre o Cabo de S. Vicente e a praia de Belixe, subgéneros dos exemplares das camadas CA a C.10.
existe corte completo do Liásico que, entre o Liásico infe- A presença de Bullatimorphites e Macrocephalites
rior dolomítico e o Toarciano inferiofl fossilífero (zona de em Co4 e de M. (Kamptokephalites) em C.12 permite a atri-
Serpentinus), não apresenta formações recifais. Na região buição, se bem que com certas dúvidas, das camadas Co4
faltam o Toarciano médio e superior e o contacto do Toar- aC.10 à subzona de Bullatus e da camada C.12 à subzona
ciano inferior com as restantes formações faz-se sempre por de Kamptus (CARIOU & alii in MOUTERDE & alii, 1971,
falha. p.91).
As formações que se seguem estratigraficamente ao Toar- A zona mascarada que se segue não permite definir a
ciano inferior são calcários calciclásticos, por vezes com presença das zonas de Gracilis e Jason. Esta última, aliás,
nódulos siliciosos e calcários oolíticos nos quais são visíveis não foi até à data posta em evidência no Jurássico portu-

72
guês dada a ausência de Hecticoceras característicos e de A fossilização pelo fosfato de cálcio constitui excelente
Kosmoceras. modo de conservação, encerrando os nódulos fosfatados, a
A zona de Coronatum é definida pela presença de raros maior parte das vezes, excelentes fósseis. Por outro lado, no
Hecticoceras (Brightia) nas camadas C.16 a C.23 e BBC.2 interior destes nódulos os fósseis intactos podem ser facil-
a BBC.6. Para o topo de C.23 aparecem as primeiras formas mente subtraídos ao seu meio natural.
de Peltoceratídeos, típicas da subzona de Grossouvrei. Dois tipos de nódulos podem distinguir-se, se bem que
ambos resultem da impregnação pelo fosfato de cálcio de
o horizonte de Trezeense, base da zona de Athleta, sedimento preexistente:
define importante renovação da fauna de amonites em
relação à zona de Coronatum (CARIOU, 1969, p. 457). Ao 1) Nódulos in situ, cuja matriz é idêntica ao sedimento
lado de diferentes subgéneros de Hecticoceras (Lunuloceras, encaixante;
Zieteniceras, Sublunuloceras, Brightia) já conhecidos e que 2) Nódulos que sofreram transporte e ressedimentação e
continuam a expandir-se, aparecem numerosos H. (Orbi- cuja matriz é diferente do sedimento encaixante.
gnyiceras). Além destes, e pela primeira vez, aparecem Tara-
melliceras, Orionoides, Alligaticeras, os primeiros Aspidoce- Neste segundo caso trata-se, sem dúvida, de nódulos que, .
ra tídeos (Euaspidoceras) e, sobretudo, Peltoceratídeos transportados após primeira sedimentação seguida de
(Pseudopeltoceras e Peltoceras). Se bem que apenas algumas erosão, foram posteriormente ressedimentados sem que
destas formas tenham sido recolhidas nas camadas C.24, possamos ter ideia concreta da importância do transporte
BAL.24 e CIL.24 não restam dúvidas quanto à sua atri- sofrido. O binário erosão-transporte é, pois, o responsável
buição a este horizonte. O horizonte de Collotiformis pela heterogeneidade da fauna dos horizontes com nódulos
parece não estar representado. fosfatados.
A superfície ondulada que corta 0bliquamente os níveis Estes nódulos constituem, por vezes, verdadeiras acumu-
superiores de C.24, BAL.24, CIL.24, BEL.24 e BBC6 é lações, sob fraca espessura de água, e daí o nome de
testemunha da regressão caloviana, fenómeno que ocorre "cordões fosfatados" por que são habitualmente conhe-
em toda a Península (bacia a Norte do Tejo, Astúrias, cidos.
Navarra, Ibéricas, Béticas) e que implica que os depósitos Para A. BONTE (1961, p. 430) os "cordões fosfatados"
do Jurássico médio francamente marinhos terminem, não correspondem a interrupções de sedimentação mas
segundo as regiões consideradas, a diversos níveis do constituem verdadeiras concentrações de restos de sedi-
Caloviano. mentos, erodidos pouco após o seu depósito e abandonados
A extensão desta superfície de erosão exprime mudança rapidamente in situ e sua vizinhança. Por outras palavras,
das condições de sedimentação locais. Traduz não apenas tratar-se-ia de verdadeiros conglomerados intraformacionais,
ausência de depósitos mas também erosão importante que resíduos da lavagem de sedimentos arenosos ou argilosos
todavia não afectou senão espessura relativamente fraca não consolidados, no seio dos quais os fósseis, preservados
destes mesmos sedimentos. pela acção de diagénese bioquímica precoce, fazem o
Quais as causas possíveis para esta erosão? Correntes simples papel de elementos. Estes "cordões fosfatados"
submarinas muito fortes? Diminuição de profundidade? revelam assim a presença de movimentos elementares ou de
Emersão? mudança de regime no interior ou na bordadura da bacia de
A ausência completa de sedimentos terrestres ou litorais sedimentação.
entre as duas formações marinhas que se encontram de Do ponto de vista estratigráficq apenas os nódulos in situ
ambos os lados da superfície de erosão não é a favor da são capazes de datar o sedimento que os contém. Pelo
emersão; a existência de depósitos fosfatados ou ferrugi- contrário, os fósseis dos "cordões fosfatados" têm apenas
nosos apoia, sim, a persistência do regime marinho. valor relativo;· a concentração é posterior à sedimentação,
dando normalmente origem a misturas de faunas. A mais
antiga idade possível do horizonte fosfatado é a do fóssil
3.4.2. Horizonte com nódulos fosfatados. Significado mais recente; mais rigorosamente é a idade dos fósseis cuja
e idade ganga interior é idêntica ao sedimento que os contém.
A propósito de horizontes fosfatados, de níveis lenti-
Os horizontes com nódulos fosfatados dão lugar a culares oolíticos ou nodulosos invocam-se quase sempre
misturas de faunas, muitas vezes sem importância (Albiano dois factos - ressedimentação e misturas de faunas. A
da bacia de Paris; Oxfordiano inferior de Arviêres, Ain, afirmação da existência de fenómenos de ressedimentação
França) mas que podem interessar várias zonas biostratigrá- deve ser, no entanto, resultado de colheitas muito cuidadas
ficas (Pliensbaquiano de "La Belle Idée", Borgonha, França; e de observações de campo particularmente pormenorizadas
Cretácico de Salinas, Angola). sobre o modo de jazida das associações fossilíferas.
A mistura e abundância destas faunas e a espessura redu- A. BONTE (1939, p. 687) discutiu longamente este pro-
zida dos horizontes fosfatados podem ser devidos à inter- blema mas parece ter a ideia, a priori, que os fósseis se
venção simultânea de vários factores. Um regime de fortes encontram necessariamente misturados nestes níveis fosfa-
correntes varrendo os fundos é considerado como favorável tados ou ferruginosos, oolíticos ou nodulosos.
à formação de leitos reduzidos com faunas concentradas. A Os fenómenos de concentração não são muito diferentes
esta acção do movimento das águas pode juntar-se enfraque- dos de ressedimentação quando se trata de sedimentação
cimento ou mesmo paragem da subsidência, sensível à reduzida. Apenas a análise da posição dos fósseis e dos tipos
escala de toda a bacia, e enfim, mesmo eventual diminuição de ganga e sedimento envolvente nos podem fornecer ele-
de acarreios de carbonato de cálcio. mentos para diferenciar aqueles dois fenómenos.

73
As camadas C.25, BAL.25 , CIL.25 e BEL.25 são extraor- Estes indivíduos não ocupam, com efeito, posição estra-
dinariamente ricas de amonóides, sendo possível do ponto tigráfica normal, isto é, não se situam em níveis distintos,
de vista cronostratigráfico dividir essa associação em três dispostos uns sobre os outros, segundo ordem cronológica.
grupos: Geralmente encontram-se associados em todo o conjunto da
camada, podendo recolher-se fósseis calovianos ao lado ou
acima de fósseis oxfordianos. H. TINTANT (1973, p. 28) a
1) Formas essencialmente calovianas, desconhecidas na propósito do calcário oolítico de Belemnites, nível de resse-
base do Oxfordiano: dimentação do Pliensbaquiano do corte de "La Belle Idée",
nos arredores de Dijon, refere a recolha de fósseis de
Paracenoceras calloviense Amaltheus stokesi do Domeriano inferior, vários centí-
Hecticoceras (Sublunuloceras) nodosul- metros abaixo de fósseis de Aegocerris Últaecosta e Acantho-
catum pleuroceras actaeon, formas tipicamente carixianas.
Kosmoceras (K.) spinosum Por outro lado, a grande maioria dos fósseis encontra-se
K. duncani no estado de fragmentos o que é particularmente visível no
K. compressum conjunto da fauna de Sowerbyceras protortisulcatum em
K. spoliatum que apenas cerca de 2096 dos exemplares estão completos.
K.gemmatum O carácter maciço, não estratificado, deste horizonte
Alligaticeras indicum (C.25, BAL.25 , CIL.25 e BEL.25), que parece corresponder
Choffatia (Grossouvria) variabilis a depósito muito rápido, formado em curto intervalo de
C. (G.) ophioides tempo, é também elemento favorável à hipótese de ressedi-
Subgrossouvria sp. mentação.
Binatisphinctes sp. Para terminar, um último facto se pode citar, decisivo, a
Rursiceras caprinum favor desta hipótese. Na praia de Belixe (horizonte BEL.25)
os fósseis encontram-se quase totalmente rodeados de capas
concêntricas de limonite, indício de relativa anterioridade
2) Formas oxfordianas que se podem dividir em três
dos nódulos em relação ao sedimento que os contém. Preci-
subgrupos:
samente aí foi recolhido fragmento não ferruginoso de
Dichotomosphinctes sp., género que se conhece a partir do
a) Formas do Oxfordiano inferior, zonas de Mariae e
Oxfordiano médio, cuja ganga é do mesmo material que o
Cordatum
do sedimento calcário que o contém.
Este facto, associado à presença, no horizonte BAL.25 ,
Mirosphinctes mirus
de exemplar de Arisphinctes plicatilis, permite atribuir
Prososphinctessp.
idade Oxfordiano médio, zona de Plicatilis, a este hori-
Properisphinctes sp.
zonte.
Na figura 3.5 encontram-se resumidos os elementos litos-
b) Formas do Oxfordiano médio, zona de Plicatilis,
tratigráficos e cronostratigráficos do Dogger transrecifal e
ou que começam com o Oxfordiano médio
da base do Malm da praia de Mareta e respectivas corre-
lações com os cortes de P. CHOFFAT e J. PRATSCH. Na
Perisphinctes (Arisphinctes) plicatl1is
figura 3.6 definem-se as correlações entre as escalas zonais
Dichotomosphinctes sp.
do Bajociano superior-Oxfordiano médio de França,
Pachyceras (Tornquistes) helvetiae morf.
Espanha (zona Sub-Bética), Argélia (Orania) e Portugal
kobyi
(bacia a Norte do Tejo e Algarve).
c) Formas do Oxfordiano inferior a médio
3.4.3. Comentário aos cortes de P. CHOFFAT
Taramelliceras minax
P. CHOFFAT (1887, p. 247) divide o Caloviano algarvio
em três grupos de afloramentos, dos quais apenas o pri-
3) Formas do Caloviano superior, conhecidas também meiro se encontra dentro da zona estudada, situando-se "a
no Oxfordiano inferior e médio Este do Cabo de S. Vicente, na proximidade da costa ou
mesmo sobre a costa, na extensão de dez quilómetros".
Pseudaganides aganiticus Infelizmente não foi possível encontrar nas colecções
Sowerbyceras protortisulcatum dos Serviços Geológicos de Portugal os exemplares recolhi-
Parawedekindia arduennensis dos por P. CHOFFAT e por C. RIBEIRO nas formações
Euaspidoceras (Paraspidoceras) sp. calovianas. Comentário rápido pode, no entanto, fazer-se à
estratigrafia, levando em conta que quase noventa anos
separam os dois trabalhos e que, neste intervalo, enormes
A favor da hipótese de ressedimentação dos fósseis e dos foram os progressos da paleontologia e da cronostratigrafia.
nódulos fossilíferos, a partir de camadas preexistentes desa- Da leitura do corte do forte de Belixe conclui-se que
parecidas, podem invocar-se como argumentos principais a P. CHOFFAT o descreve baseado, pelo menos em grande
mistura de faunas, a posição estratigráfica relativa dos parte, apenas em elementos fornecidos por colectores. O
diferentes fósseis, o estado fragmentário e o carácter maciço mesmo, aliás, parece acontecer com os cortes das praias de
do horizonte calcário. Mareta e de Baleeira. Com efeito, P. CHOFFAT não viu os

74
P. CHOFFAT, 1887 J. PUTSCH, 1958 DIVISÕES ADOPTADAS II. ROCHA, 197&)
Unidades Unidades Idade Unidades Idade
litostrat igríficas Idade litostratigríficlS Iitostratl.rífius Ander Zona
Calcaire blanc avec fra Calcário de crinóides KIMERIDGIANO
MALM h)Dolomite und Kalke (50 m) I<IMMERIDGI dolomitizado (:40m) OXFORDIANO
gments d'Encrines 130nii
-
Horizonte conglomerático com nó-
SUPERIOR?

Calcaire sablonneux a nO"l g) Konglomerat in mulmigen UNTERKIM OXFORDIANO


breu x fossi I es phosphatés gelben Mergel (0,50 m) dulos e macrofauna fosfatados (re! Plicatilis
(récolte de M. Ribeiro) MERIDGE sedimentação de ~amadas ~via- MÉDIO
nas e .!!..xford ianas 50 m)
~ Transgression
Disc. angular
f) Mergel kalk. hellgelb Calcário margoso compacto CALOVIANO
C.3- Marno-calcaires jaunes dünnbanki g. dicht (80 m) Athleta
parfois assez compacts. tan amarelado. ("slumpimg") (50-55 m) SUPERIOR
C
dis que d'autres bancs soni - - -?- - - - - -?--
un peu gréseux A
e)Wechsel von Mergelkalk Margas amareladas com leitos de CALOVIANO
Faune tres pauvre. (30 m) C Coronatum
calcário margoso da ______
mesma cor
L wie f) ~it rergell) wie ____ _ _ (22m) MÉDIO
d 50 m ?
L
A
~a~u~a ~c:.. ~s!r~a~o.. (!-~~_ ?
d) Mergel. felt. grau bis gra\!
O
L ~argas verde-acinzentadas com lei- CALOVIANO
grün, cm-starke Biinke Macrocephalu
tos centimétricos de calcário cas-
kristallinen 'braunen Kal- L INFERIOR
C.2-Marnes grises à fossi- V tanho avermelhado (18-20 m)
kes sind eingeschaltet
les pyriteux et cristaux de I O
gypse, moins arg ileuses (60m) BATONIANO
Margas acinzentadas (13-15m) !Retrocostatum
et plus pauvres en fossiles E V SUPERIOR
à la base qu'à la partie moy I Margas acinzentadas com lei-\ w
enne. N tos centimétrlcos de calcário lO BATONIANO
~ ubc~ntractu
Fossiles nombreux (20 m) c) Wechsel heller Mergel E margoso amarelado \ ~ MÉDIO
und Mergelkalke (15 m)
N (12-15m) \lO
BATONIANO
l:ongIOmera,,~oerfllrados
de cal,h~us ~ Zigzag

C.l - Calcaire grisâtre, un


peu marneux ... présentant.. b) Mergelkalk, hell. fest.
kõrnig (8 m)
- 0.20m

Calcário amarelo finamente


detrítlco rico de Zoophycol
\
~

i
INFERIOR

BAJOCIANO
SUPERIOR
?
S u bf u rcatum
de nombreux Taonurul
prorc.ruI (4m) (10 m) _~

Calcaire blanc. tres com-


Brecha recitai (~1.40mJ/ ~" BAJOCIANO
Calcário ~ ?
BATHO Basls den INFERIOR?
pact, contenant... Polypl .... Riff (?2 m)
NIEN? a) CALLOVIEN crinóides Recife
Nérln•• I, PI.lu2o~~marla, .tc. (~2m)
(~lm) AALENIANO?

Figura 3.5 - Correlações entre as unidades litostratigráficas de P. CHOFFAT e J. PRA TSCH e as unidades litqstratigráficas agora utilizadas
na cartograFza do Dogger-Malm do Algarve ocidental

horizontes conglomeráticos sobrepostos às formações calo- o qual ele indica a fortaleza de Atalaia), C. RIBEIRO
vianas (BEL.25, C.25 e BAL.25), os quais não escapariam à recolheu numerosos fósseis fosfatados que correspondem
sua perspicácia se o trabalho de campo tivesse sido de sua aos fósseis ferruginosos da parte superior do Caloviano de
exclusiva responsabilidade. Belixe". Segue-se a associação fossilífera aí recolhida onde
No que diz respeito ao corte do forte de Belixe são indicados como abundantes Rhacophyllites tortisul-
P. CHOFFAT (op. cit., p.247) nota que a posição das catum (= Sqwerbyceras protortisulcatum) sendo mais raros,
camadas inferiores é bastante confusa. Com efeito, a falha entre outros, "Harpoceras punctatum ", "Cosmoceras cal/o-
que limita a Oeste osinclinal de Jurássico médio e superior viensis" e Peltoceras athleta, formas do Caloviano superior.
no seio dos dolomitos liásicos origina repetição da base As camadas subjacentes, cujas espessuras pecam por
(local) dos calcários calovianos (= BEL.22) de um e de defeito, são atribuídas ao Caloviano.
outro lado do acidente. Daí o facto de P. CHOFFAT repetir Como se pode ver pela análise da figura 3.5 a camada C.2
no corte os dolomitos e calcários dolomíticos (C.l = C.3) de P. CHOFF AT compreende formações margosas que se
do Jurássico inferior e os calcários margosos amarelos estendem do Batoniano médio, zona de Subcontractus, ao
(C.2 = CA) da base do Caloviano. Assim C.2 (= C.4) corres- Caloviano inferior, zona de Macrocephalus. Para ele, apenas
ponde a BEL.22 , C.5 é idêntico a BEL.23 , C.6 e C.7 na praia de Mareta se vêem camadas inferiores ao Caloviano;
correspondem a BEL.24 e BEL.26 compreende o con- trata-se do "calcário branco, muito compacto, contendo
junto C.8 mais C.9. numerosos polipeiros, Nerinea, Pseudomelania, Pleuroto-
Aquele geólogo não individualizou o horizonte BEL.25 maria, Balanocrinus, ... que lembra o Batoniano das regiões
se bem que dele tivesse conhecimento ao afirmar que "... as extra-alpinas". Este calcário branco corresponde ao recife
antigas colecções da Comissão contêm fósseis desta locali- do Aaleniano-Bajociano inferior.
dade que, a julgar pelas outras jazidas, devem vir das Concluindo a descrição do Caloviano do Algarve oci-
camadas mais altas do Caloviano". Entre outros cita mesmo dental, P. CHOFFAT (1887, p. 252) divide-o em quatro
fósseis de "Cosmoceras Dunkani" e Peltoceras athleta aí unidades litostratigráficas:
recolhidos.
Na descrição do corte da praia de Mareta, P. CHOFFAT
(op. cit., p. 250) refere que os "calcários margosos de C.3 1) "Des marno-calcaires peu épais, à fossiles tres
são cobertos por calcário branco com fragmentos de mauvais ", a que corresponde o conjunto C.l de Mareta,
Encrinus correspondente às camadas C.8 e C.9 do Belixe". agora datados do Bajociano superior;
Mais abaixo afirma que "na parte superior do Caloviano, 2) "Des marnes à "Ammonites macrocephalus" et
num banco que passa abaixo do forte de Baleeira (nome sob autres fossiles pyriteux ", a que corresponde o conjunto C.2

75
de Mareta, datado agora do Batoniano médio-Caloviano Os três exemplares de M macrocephalus do conjunto d),
inferior. O Batoniano inferior está apenas representado no em cuja presença J. PRATSCH baseou a estratigrafia das
conglomerado de calhaus perfurados (= camada A.7 do camadas subjacentes, correspondem a três pequenos núcleos
corte da praia de Mareta) não citado por P. CHOFFAT; piritosos dos quais o maior tem cerca de 1,5 cm de diâme-
3) "Des marno-calcaires puissants, contenant encore tro encontrando-se ligeiramente deformado. A este diâ-
''Ammonites anceps", qui se trouve déjà dans I 'assise précé- metro a classificação específica é impossível sendo prefe-
dente" (= parte inferior de C.3 de Mareta), datados do rível tratá-los apenas como Macrocephalites sp. Problema
Caloviano médio a superior; idêntico se põe quanto a Perisphinctes sp.; trata-se de
4) Des marno-calcaires avec la faune du niveau à pequenos núcleos piritosos, muito abundantes, de Peris-
"Ammonites athleta" se terminant par une agglomération phinctidae, provavelmente Choffatia sp.
de fossiles ferrugineux ou phosphatés, immédiatement Não nos foi dado ver o exemplar de Spiroceras sp. Este
au-.dessous du Malm" (= parte superior de C.3 de Ma- género é, no entanto, exclusivo do Bajociano superior-
reta + calcário arenoso com fósseis fosfatados), datados, -Batoniano s'uperior(?) (ARKELL, 1957, p.L207).
respectivamente, do Caloviano superior, zona de Athleta, e J. PRATSCH deve ter querido referir Parapatoceras sp.,
do Oxfordiano médio, zona de Plicatilis. forma que é corrente nas margas calovianas de Mareta
(camadas C.4,C.6 e C.l0).
3.4.4. Comentário aos cortes de J. PRA TSCH No conjunto e) e!) apenas Cadoceras sp. é tipicamente
caloviano. Infelizmente não foi possível localizar estes
J. PRATSCH (1958, p. 34) começa por afirmar que fósseis na colecção de J. PRATSCH. Também no terreno
"tem de acrescentar alguns dados às descrições do Calo- não nos foi dado recolher quaisquer exemplares que se
viano algarvio feitas por P. CHOFFAT (1887) de modo a possam atribuir a Cadoceras, formas boreais que nunca
poder estabelecer correlações". Tal como já o havia feito foram citadas em Portugal por qualquer outro autor.
P. CHOFFAT, o autor alemão atribui ao Caloviano todas as J. PRATSCH (op. cit., pp. 35-38) data o conglomerado
camadas do corte de Mareta subjacentes ao "conglomerado g) do Kimeridgiano inferior; afirma, no entanto (p. 34), que
do Kimeridgiano inferior (Konglomerat des Unterkim- "o Oxfordiano inferior aparece nos elementos do conglo-
meridge)" (op. cit., p. 35), acrescentando que as caracterís- merado de base do Kimeridgiano inferior em transgressão,
ticas petrográficas e a fauna do Caloviano são muito mas o Oxfordiano superior está ausente" ("... Unteroxford
semelhantes por todo o Algarve. findet sich aufgearbeitet im Basalkonglomerat des transgre-
J. PRATSCH (op. cit., p. 38) resume a cronostratigrafia dierenden Unterkimmeridge, Oberoxford fehlt").
de Mareta da seguinte maneira (fig. 3.5): Analisando as listas faunísticas podemos contudo
concluir que:
1) O recife a) situa-se na base do Caloviano, não exis-
tindo quaisquer elementos mais precisos de julga- 1) Corte da praia de Mareta - A assoclaçao citada
mento; [Phylloceras cL tortisulcatum, Perisphinctes sp., Hibolites
2) As camadas b) a d) são de atribuir ao Caloviano hastatus (BLAIN.), Terebratula sp.] não permite fazer
inferior dada a existência de Macrocephalites nenhuma ideia quanto à idade. Na colecção de J. PRATSCH
macrocephalus na parte superior da camadad); existem alguns exemplares de Peltoceratidae não indicados
3) A fauna de e) não é característica; no texto;
4) Quanto à camada!) a presença de Hecticoceras e
Sowerbyceras indica o Caloviano superior;
5) Aspidoceras catena da camada g) é uma forma do 2) Corte de Baleeira - É citado Kosmoceras (Sigalo-
Oxfordiano inferior; não obstante o conglomerado g) ceras) cf. calloviense, forma característica do Caloviano
constitui a base do Kimeridgiano inferior que, na inferior inglês, praticamente ausente nas regiões mediter-
região de Sagres, assenta em ligeira discordância sobre rânicas (CARIOU & alii, 1971 b, p.41). Esta forma é
a camada!) do Caloviano superior. idêntica a tantas outras colhidas no mesmo local e atri-
buídas por H. TINTANT à espécie K. (K.) spinosum, forma
As considerações de J. PRATSCH sobre a idade do corte do Caloviano superior.
merecem algumas críticas, particularmente pertinentes após Ao comparar o exemplar atribuído por J. PRATSCH a
ter sido possível consultar, em Gottingen, a colecção por ele Aspidoceras catena com os topótipos da espécie definida
recolhida. por W. ARKELL (1940, p. 199) verifica-se que o tipo de
A datagem do recife, anteriormente discutida, da "base ornamentação e os valores mais baixos das relações E/D
do Caloviano" baseia-se unicamente no facto de superior- e O/D não permitem atribuir totalmente o indivíduo
mente - camada d) - se conhecerem fósseis de "M. macro- algarvio à espécie de J. SOWERBY. Dado no entanto que é
cephalus", o que apenas poderia ser considerado como com esta espécie que apresenta maiores afinidades é de
limite superior e nunca como idade bem estabelecida. De atribuí-lo a Euaspidoceras afL catena (SOW.). Segundo
notar que esses fósseis se situam geometricamente 35 W. ARKELL (1940, p. 195), H. TINTANT (informação
a 40 m acima do recife (58 m segundo J. PRATSCH). oral) e L. MALINOWSKA (1971, p.550) esta espécie é
Nas camadas b) e c), atribuídas ao Caloviano, não exis- típica do Oxfordiano inferior, zona de Cordatum, apare-
tem fósseis exclusivos deste andar e, na base de d), não foi cendo raros exemplares na base da zona de Plicatilis.
recolhida qualquer fauna. Todo este conjunto é agora Nautilus sp. corresponde a Paracenoceras gr. calloviense
datado do Bajociano superior-Batoniano superior através de (OPPEL), forma corrente em terrenos calovianos (TIN.
faunas de Perisphinctidae e Hecticoceratidae características. TANT, 1969, p. 176).

76
... "O...
UI ãl ORANIA
Q)
!li FRANÇA ESPANHA (MOUTERDE PORTUGAL ALGARVE ZONA-SUB-BÉTICA
!li
"O c
!li
(MOUTERDE & alii , 1971) & SUAREZ VE&A,197U (MOUTERDE & alii , 1972) (ROCHA, 1976) (SEQUEIROS,1974) (ELMI,19m
C ..Q Horizontes
« Zonas Subzonas Horizontes Zonas Zonas Subzonas Zonas Zonas Biozonas Zuas Subzonas Horizontes

~.1-----'
~ ou NiveisCN)

e:::t
z
c
e:::t

....
e:::t
::i!l
Plicatilis
Antecedens

Tenuicostatum
ou Vertebrale
PI;"W;, Plicatilis
h

I
Plicatilis
Antecedens
- --
-
e:::t
II:
Cordatum Nivel
de
II:
e:::t Cordatum Cost icardia Cordatum
.... .......
e:::t
II: Bukowskii Lacuna
na bacia
ressedimentação
com fósseis
>oe Praecordatum Lacuna
e:::tZ
- Mariae
Scarburgense
a Norte do Mariae fosfa.tados
Tejo e ferruginosos

______ l______ ~ __L__ ~idesv---


?
~
II: Lamberti Lamberti (?) Lamberti
e:::t

...
II:
a. Collotiformis
Poculum
"'-------------
Collotiformis
=
ln
Athleta
Trezeense
Athleta Athleta Athleta
Trezeense
Athleta
Trezeense

e:::t Grossouvrei
z e:::t Coronatum Coronatum Coronatum Coronatum H.(Brightia) (N) Coronatum Coronatum
c
- ..... e:::t
::- ::i!l Jason
Obductum
Jason
Hecticoceras sp. ?
"'------ ~------ -----------
Substeinmanni Arkelli
-

e:::t Medea
.... Patina ou Posterium
c Posterium
u Enodatum Boginense ?
II:
e:::t Gracilis Michalskii Gracilis Gracilis Patina Gracitis
Ardescicum
.......
II:
Koenigi
Pseudochanaziense
Voultensis

-
z Folliformis .
f------ ------ ---
Macrocephalus
Kamptus
Bullatus
Macrocephalus Macrocephalus Macrocephalus Macrocephalites (N
.-
T
Lacuna
Macrocephalus
(Kamptus)
Bullatus
Prohecticoceras
II:
e:::t

...
II:
Discus

Histricoides
Angulicostatum
Retrocostatum Retrocostatum Retrocostatum
e Hemigarantia(N)
-------- !? T
Lacuna
a. Aspidoides
-,
= Retrocostatum

e:::t
ln
Julii
Bugesiacus

Wagnericeras
J 1 Wagnericeras
z e:::t Morrisi Morrisi Bullatimorphus
c
-z ....::i!l
e:::t Subcontractus
Bullatimorphus
Subcont ract us Subcontractus """"----- --
Lacuna no
Subcontractus f------- Subcontractus
Sl/bcontractus Cabo Mondego
Tulites ou ?
e:::t Orbignyi Rugifer ites (N)
I-
c Postpollubrum
------
Tenuiplicatus (Tenuiplicatus)
lllI
II: Yeovilensis Yeovilensis
e:::t

...z....
II:
Zigzag
Yeovilensis Schloenbachi
Zigzag Zigzag Zigzag
f--------
Morphoceras (N)
"'---- ----
Zigzag
Yeovilensis

- Macrescens Zigzagiceras
Macrescens Macrescens

Convergens Convergens Convergens


Gonolkites
Bomfordi
Parkinsoni Densicosta Parkinsoni Parkinsoni (Parkinsoni) Oppelia aff. subradiata
Orbignyana Lacuna
Subarietis
Subarietis ?
e:::t
z II: Bigotites
e
II e

-c ...
c.;l
e:::t
II:
Garantiana Subgaranti
Dichotoma
Garantiana Garantiana I (Garantiana) Partchiceras viator wendti

.., =a.
e:::t
"'------- +?
c ln Baculata Baculata Vermisphinctes cf. martinsi
lllI ------------
Opp. aff. subradiata+Cadomites
Subfurcatum Polygyralis Subfurcatum Subfurcatum Subfurcatum Subfurcatum Phaulus deslongchampsi
~i!!.c!!c!'!"+.peP!!i!.é!,!.f:.!!'!!!t!!!i!!a
Aplous Aplous Aplous Teloceras+cleistosphinctes

I.Dâmaso, dei.
Figura 3.6 - Ensaio de correlação entre diferentes escalas zonais do Bajociano sllperior-Oxfordiano médio
J. PRATSCH não cita nesta associação vários fragmentos punctatum (ST AHL) no Oxfordiano. O subgénero
de Peltoceratidae que existem na sua colecção e entre os Orbignyiceras aparece no Ca10viano médio conhecendo o
quais é possível individualizar um exemplar de Rursi- seu acme durante o Ca10viano superior, na metade inferior
ceras sp. da zona de AtWeta. Em França não atinge a zona de Mariae
Os exemplares já citados, aos quais se juntam Peris- (informação oral de E. CARIOU e H. TINTANT). Duas
phinctes sp., Rhynchonella sp., Terebratula nutans MER. e únicas citações seguras se conhecem de H. (O.) pseudo-
Millericrinus sp., não permitiam atribuição de outra idade punctatum na zona de Mariae (ENAY & alii, 1971, p. 642);
que não fosse Oxfordiano inferior dada a presença de trata-se no entanto de indivíduos considerados próximos
"A. catena"; das formas de R. DOUVILLÉ e A. JEANNET, diferentes
pois da interpretação original de I. LAHUSEN. Podemos
3) Corte de Tonel- Apenas se indica no corte o "cong- pois concluir que para estas duas espécies citadas por
lomerado do Kimeridgiano inferior" sem se citarem fósseis; J. PRATSCH são maiores as afinidades calovianas do que
oxfordianas.
4) Corte de Belixe - Os Hecticoceratídeos citados Dos restantes elementos desta associação Kosmoceras
(Hecticoceras punctatum e H. pseudopunctatum) corres- (K.) gemmatum é forma caloviana (zona de AtWeta e base
pondem a dois fragmentos de classificação específica difícil, de Lamberti) bem como Rursiceras sp., não citado por
principalmente o primeiro, que deve ser atribuído, com J. PRATSCH, mas encontrado na colecção de Gottingen;
reservas, àquela espécie dado a costilhação ser mal visível na
região umbilical. Para A. JEANNET (1951, pp.45, 55)
5) Corte da Foz de Benaçoitão - Apenas é assinalada a
trata-se de formas correntes em todo o Caloviano e Oxfor-
presença de 2 m de "conglomerado do Kimeridgiano infe-
diano inferior de Herznach atingindo mesmo H. pseudo-
rior" sem citação de fósseis.
punctatum o Oxfordiano médio; estas formas não corres-
pondem, no entanto, à interpretação desta espécie dada por
I. LAHUSEN. Y. RANGHEARD (1961, pp. 149, 163) Verifica-se assim que da análise da associação faunística
considera-as formas do Ca10viano mas, actualmente, têm citada por J. PRATSCH seria possível datar o horizonte
si do a penas citadas no Ca10viano médio a superior com nódulos fosfatados do Oxfordiano inferior pela pre-
(ZEISS, 1956, p.40; CARIOU, 1969, p.455; CARIOU & sença de Aspidoceras catena. A afirmação de que o "Oxfor-
alii, 1971 a, p. 668). Com efeito, o melhor conhecimento diano inferior aparece nos elementos do conglomerado ..."
actual da sistemática dos Hecticoceratinae permite atribuir está demonstrada e é agora modificada pela recolha, por nós
aquelas espécies aos subgéneros Putealiceras e Orbignyi- assinalada, de fósseis do Oxfordiano médio nesta asso-
ceras. ciação.
O subgénero Putealiceras atinge a base do Oxfordiano A datagem deste horizonte do Kimeridgiano inferior não
mas não conhecemos citações da presença de H. (P) está justificada como se mostrou pela análise feita.

77
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
CAPÍTULO 4

PALEOECOLOGIA. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORIGEM


E PRESENÇA DE FÓSSEIS PIRITOSOS

Os fósseis piritosos são comuns nos níveis margosos do contraste, a parte profunda da vasa, meio redutor onde
Batoniano superior-Caloviano inferior do corte da praia de apenas é possível a vida anaeróbia, e a zona de águas oxige-
Mareta e menos frequentes no Toarciano inferior da baía de nadas, renovadas pelas correntes, própria ao desenvolvi-
Armação Nova. mento biótico (16).
Nestes níveis, as associações faunísticas são idênticas: se O processo de piritização seria o seguinte: na base do
bem que em proporções 'çliferentes são constituídas por campo de algas acumula-se grande quantidade de matéria
pequenas amonites (de D ~2 cm), rostros calcários e frag- orgânica que cai no fundo. As algas contribuem para a
mocones piritosos de Belemnites, bicos de Nautilóides oxigenação das águas e, principalmente quando o campo é
raros, pequenos moldes internos piritosos de gasterópodes e muito denso, protegem a vasa contra correntes. A vida é,
lamelibrânquios, radíolas de ouriços, cálices piritosos e assim, possível na região superior do campo de algas,
artículos calcários ou piritosos de crinóides, braquiópodes enquanto no fundo a vasa, enriquecida de matéria orgânica,
raros, ostracodos e foraminíferos numerosos. Não existem evoluciona em meio redutor. Aí "les bactéries anaérobies,
quaisquer restos vegetais ou matérias carbonosas. seuls organismes capables de vivre dans la couche inférieure
Estas associações, que traduzem vida intensa com herbí- de la boue, provoquent un dégagement d'hydrogene sulfuré,
voros (gasterópodes), carnívoros (amonites, gasterópodes, dont la réaction sur les oxydes de fer du sédiment produit
Belemnites) e omnívoros (ouriços), têm sido, desde há un monosulfure hydraté de fer colIoidal, l'hydrotoilite
muito, objecto de estudo. (Fe S NH2 O), qui semble à l'origine de la couleur noire
G. CORROY & D. GÉRARD (1933, p. 224) são talvez d'un certain nombre de vases. Les sulfures de fer cristallisés,
os primeiros a contrariar as ideias de E. HAUG, segundo as pyrite et marcassite, semblent issus aux-memes de l'hydro-
quais as fácies piritosas seriam típicas de sedimentos batiais, toilite. Le sulfure de fer se concentre sur les restes organi-
ao afirmarem " ... l'ensemble des genres toarciens de Lamel- ques et donne, par fossilisation, des faunes pyriteuses"
libranches et de Gastéropodes accuse un fond marin que (op. cit., p. 19).
l'on peut rattacher au point de vue bathymetrique aux A maior parte das vezes os fósseis piritosos são oxidados
zones littorale et des Laminaires de FISCHER qui comptent ulteriormente, do exterior para o interior e adquirem, pelo
des profondeurs allant jusqu'à 28 m". menos à superfície, a cor avermelhada da limonite.
A hipótese de G. CORROY & D. GÉRARD fundamenta- M. RUTTEN (1953), que estudou assentadas margosas
-se na abundância de gasterópodes herbívoros (Trochus, eocretácicas da fossa vocontiana, propôs outra hipótese
Turbo, Cerithium? ) de pequena profundidade, na ausência para a génese dos sedimentos com amonites piritosas. Com
de pleurotomarias, "formes statiques au point de vue biolo- base nos estudos de BRONGERSMA-SANDERS, explica a
gique", que "vivent actuellement à plus de 55 m de profon- morte colectiva de fauna bêntica por fenómenos de "water-
deur", e na presença de lamelibrânquios próprios de fundos
vasosos (Arca, Lucina, Leda, Nucula, Astarte, Avicula) que
vivem em profundidades da ordem de 10 a 60 m.
G. CORROY & D. GÉRARD (op. cit., p.224) tem pois a (16) O Dr. CELSO GOMES, da Universidade de Aveiro, com
primazia da ideia de campos submarinos de algas como quem pude trocar impressões sobre este assunto, comunicou-me
biótopo próprio de faunas piritosas. resultados obtidos a partir de estudos actuais sobre a Pateira de
H. & G. TERMIER (1951) desenvolvem largamente esta Fermentelos, os quais agradeço. Segundo ele "a proliferação de
macrófitos é, aí, extraordinária. À superfície, as águas encontram-se
ideia, sendo de opinião que este biótopo corresponde a saturadas de oxigénio dissolvido, mas à profundidade de poucas
grandes campos de algas; para eles as condições físico- dezenas de centímetros a concentraÇão de 02 desce a 3 p.p.m. É
-químicas aí reinantes são susceptíveis de estar na origem da espontânea e frequente a libertação de bolhas gasosas com cheiro a
fossilização piritosa. H. & G. TERMIER consideram, em gás sulfídrico".

79
bloom", observáveis actualmente em várias regiões costei- presença de pequenos núcleos apenas com dois a quatro
ras, particularmente na costa do Sudoeste africano. Este milímetros de diâmetro.
fenómeno consiste no aparecimento brutal, no mar, de Em diversas formações geológicas existem amonites piri-
grandes quantidades de protistas ou de algas ligadas à tosas de grande tamanho (Oxfordiano de Villers-sur-Mer,
presença de quantidades importantes de sais nutritivos, Toarciano de Bo11 e Holzmaden, Liásico médio e superior
particularmente fosfatados, trazidos periodicamente à de Causses), mas a pequenez dos indivíduos é constante
superfície por correntes de "upwelling" (ROGER, 1974, habitual em margas com fósseis piritosos de todas as idades.
p. 112). Esta proliferação súbita e temporária de massa de Há, pois, que definir se se trata de formas anãs, de asso-
plâncton é acompanhada pela produção de produtos ciações de jovens ou de conservação das primeiras voltas de
tóxicos que originam a morte de toda, ou quase toda, a indivíduos adultos.
fauna local. Daí resulta decomposição de matéria orgânica Alguns autores têm tratado o problema do nanismo em
abundante, acompanhada de reacções microbioquímicas faunas marinhas, indicando, mesmo, as causas prová-
que provocam o abaixamento de pH do meio, que passa a veis - falta de alimentação, oxigenação deficiente, baixas
redutor e azóico. Nestas condições hipotróficas a produção temperaturas, correntes de turbidez, baixa salinidade, alta
de fauna bêntica é inversamente proporcional à do densidade relativa da população, concentração anormal (17)
plâncton. Entre os períodos de "waterbloom" esta zona de certos iões (HALLAM, 1965, p. 150). Estes factores
repovoar-se-á por imigrações de carácter nectónico e pelá- poderiam actuar individualmente ou em conjunto.
gico, enquanto a vida bentónica continua a ser impossível. As amonites piritosas do Dogger algarvio parecem corres-
M. RUTTEN encontra assim argumentos novos que ponder, essencialmente, a formas anãs e a jovens. A análise
explicam a presença de amonites piritosas em sedimentos das suturas e número de voltas permite-nos reconhecer, com
considerados litorais ou neríticos. efeito, que grande parte dos Phylloceratidae, Macrocepha-
J. GOGUEL (1954) a propósito da profundidade dos /ites e Perisphinctes correspondem a indivíduos adultos.
depósitos de margas com amonites piritosas cita estudos no J. PRATSCH (1958, p. 39) também já havia chegado a tal
Gargasiano da Provença (França). Para ele estas fácies conclusão, explicando o nanismo pelo envenenamento das
estendem-se a conjunto de meios biológicos e batimétricos águas por SH 2 •
diferentes, os quais incluem, certamente, vasas sublitorais Nos mares actuais é frequente que os campos submarinos
de campos de algas. de algas sirvam de verdadeiros viveiros aos jovens inverte-
H. & G. TERMIER (1954, p. 86) precisam a noção de brados, enquanto os adultos vivem na vizinhança ou ao
campos de algas, afirmando que "il ne s'agit pas de pré- largo, regressando ocasionalmente, estes últimos, à zona
tendre à la lettre que des herbiers composés exclusivement costeira para reprodução. As formas jovens encontram aí
de Naiadales, comme ceux des côtes actue11es, ont existé abrigo e alimentação fácil. Por outro lado, verifica-se, neste
depuis l'Ordovicien. L'évolution des plantes rend davantage biótopo, elevada mortalidade juvenil (18) que, aliás, é
plausible l'idée d'accumulations végétales pouvant aussi comum às espécies marinhas do r~ino animal. Isto explica a
bien être algaires, ayant le même rôle physico-chimique que presença de grande número de indivíduos jovens nas margas
les herbiers ..." do Dogger algarvio.
M. RUTTEN (1955, p. 136) em resposta à teoria de H. Se se quiser reconstituir o biótopo, correspondente a
& G. TERMIER (1951,1954) considera bem provável que estas biocenoses é preciso pensar que as pequenas amonites
ambas as hipóteses tenham tido realidade no decurso da não são representativas da vida nos campos de algas, mas
história da Terra. Assim, para M. RUTTEN, "on peut les sim os animais mais frágeis que aí viviam e morreram. Além
distinguer facilement par leur faune complementaire: une disso, há que pensar em formas que não fossilizaram, e em
faune composée presque exclusivement d'éléments necto- formas alóctones para concluir que estas "simigias"
niques et pélagiques - y comprise les formes pseudo-pélagi- (BABIN, 1971, p. 128) não correspondem a verdadeiras
ques, attachées aux bois flottants, etc. - indique une genese biocenoses.
du modele "waterbloom et zone azoi'que périodique avec A presença, possível, de campos de algas é de grande
repeuplement sans benthos"; une faune comprenant beau- interesse para a reconstituição das condições biogeográficas,
coup d'especes benthoniques et notamment des gastéro- ecológicas e batimétricas destes biótopos. Estes biótopos
podes herbivores, au contraire, indiquerait une genese desenvolver-se-iam em águas calmas sobre grandes extensões
conforme au modele "prairies d'algues sous-marines". planas de fundo vasoso e arenoso. Os fundos dos golfos
W. SCHÀFER (1972, p. 474) sem se referir a quaisquer parecem os lugares mais favoráveis ao seu desenvolvimento.
dos autores anteriormente citados descreve as chamadas As necessidades de luz solar não permitem que os campos
"lethal-pantostrate biofacies" que caracteriza pela presença de algas se desenvolvam a profundidades superiores a 40 m,
de tafocenoses de animais nectónicos e planctónicos e portanto na zona infralitoral do domínio nerítico. É
ausência de biocenoses bentónicas. Segundo ele, estas provável que estas condições ambientais não se tenham
biofácies desenvolvem-se normalmente em bacias mais ou modificado no decurso dos tempos geológicos e, assim,
menos fechadas, sem circulação no fundo, ou em áreas onde podemos considerá-las como características das regiões
correntes de "upwelling" originem grande concentração de costeiras. Esta explicação foi utilizada já para formações
material orgânico. pliensbaquianas da bacia a Norte do Tejo (COURBOU-
Nas margas batonianas e calovianas do corte da praia de LEIX, 1972, p. 139).
Mareta as amonites piritosas, bem como toda a fauna asso- A presença de faunas piritosas no Dogger algarvio parece,
ciada, são de pequeno tamanho. O diâmetro não excede no entanto, mais conforme com as hipóteses de
dois centímetros, sendo mesmo, habitualmente, da ordem M. RUTTEN (modelo "waterbloom et zone azoique pério-
do centímetro. Resíduos de lavagens de margas revelam a dique avec repeuplement sans benthos"), W. SCHÃFFER e

80
__..,:,__.lo.__-. "'*
l.l'IlAnot(l~.

_ _ _ P'"'....--..
p.Hj. ~,.

~ •• r
_

;_""
011
_ '7
_
... lf<;~

.....:1< . . .
_ _ 101 _ _ rtu'l:m
_ _ .._ . _ _

tIIj,i .... <lo • fi


.~~.
f_ . . .
to _
fi- 5< _ ...... WOr<>ro ,..... -.:p • "-'< .. ToJO

__..r._..
_ , _ ... L.loioo • (CUI,;.-cJlJ.

_
I[' . ,.".....-
. ....... do _ .......
..'..--. .. _
- ~---"""
. . . . _ _ ......... AI.
.... " " . . , . . , . . _ .. ? Ir
LllX. 1f'11. l'- ,...." • O
........ _
_
.. • n •
. . . . . . ..0 lIúmo:" • ~
..00 _

_
q
jOdu<I
..

.........
,ar (_ II I. "01.. _ ....) • plooctl> oocft .. ,...

-_.
~.

_{lbrIlMJ(IEFFUIES .. lWfl'OII, 1911S. P. I!~ '" 00 _10. _ ~ " 'o;x'ooo _ ,aoctIA, l6(lC•
...... • pJ • ' _ ( . - . ~ ) ... TU.OE" TINTANT,I9n.,. SS).
110;,. (_~ ~llb ...... ""' .. " " _
.-
II.... ú. TER.llIEll (?~Sl. p. 1!).... _"""Iu_ •
""",LIo;Io 11M
,.<I~o.
l'oluw píntog.....-",",

_ _.............-
• ""...... ..., penodn.
,_
1_ tlt r _ ot .._
_ _, ipo<Ct<llqtl<. _
....
~~.
>io " .... Ih_.
~._ pol~
..
"
p<l> _
0'''_
~6<>r <>I

idf":'.
ll.Jllt ompIIlWo
.... \o
to ..
....
_

. ....
1
""
_. -.."'-_
_.... . , _, _.. _ r._
II" ~_""
......._
II •• . . - .,

_
1' _
_

_
r
;.
_

"'_.1
10<.,
_ t.. _ " .

' •••. IJ.I-


""_ . ."', ...

_0.
"'_ ....
"",'

..
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
CAPfruLO S

PALEONTOLOGIA SISfEMÃTICA

_
........ ,---,.---,,-.'. _
_ _ _

_
6

-.---."

. _ ... ·4
,....... "* ,_
'4
. .
. .
' ~--_..-._
, ..

, . . '

.. _ _ ....... _",_/aren'A.'O'T
r t
-.---_.
-.-_.-
_ _ ...

, . . . _ ~
_ _ ... _

".#
_ _ ..
r' ..,

... _

I ao.... r. 19'1. .. 01

S.I lN'TIl(llllUÇÃll

" ~ .to " " _ . . r.._ <IU<Ioo ... <>pf_


Iulo 1 _ Ino jo>Ilil"ouç&o • • poo ",."....
'''I'n.O r I di.. nWa~.... for

",_.m _,.."
p iolpO<
,...,.... " ••0 d<l..:.". q_to t "~D q'" . _ '" l) _ d~ll<I 10 qoul r~ ofKOolI~ . . . . . . . . . . . . .
I'.POO <lo~, eonl<ill_ '''".....f .. ~.u ..... to
<" "••ip..." poloon~....._
-' . . . , <lo o.,.-....pOd.-..... •
II _ 01"'" 010
_ _ n:"!ooilloh... _ ~...
oxooo- , .. MI""'"

,
"""," . __
• ",lhôoo "",;o, _
• u. _
• d
i_'
__
• ., óoIliooo C_r j O _.riol
"-'lia.
~_.r:

ao "'l'"'_ _ ~
"1
_ _..
•• E -ai • • •
• _....._do _ _
D
..,n.._..-
(ll--!t lt
_ 100 Il'

,~ .
l:JIo«..
"'• • • • HyJoc _
~

••
_.
'.io-?" .'_(I'O).{:k
~
D(. --f" lOOIl)

-_.... _-_
O _ ..,. I~....... _ ...........
.e.-_......__"""'" ... 1\af.!L nSTA.'IT, • _., tID-.w ' .. ~.,",.eIoçIc"

o,_.. . __
..
..,.... . . _ 1":;10.
-B-lt 100_111_ .... _
1r~0""

I) (o -
-,...-~
"" _"*-" .. <mti!Ioo
" .. , _..:Io
........... C_ _
......... 0 _ _ ""'"
"""Potoo ....... ··
""I ...
~ _
._
_
, u:or- _
~
0:11;-"",
.....
",.

Ib po<tidao. F./H _ - . .. ..., do 4qN


_ o-Moo.
.-....-<>.....
' - ...........

...,.,..
_

Iada an••"' ,..-


,f 0:0'_"-"
010....._

to ..
... dol"-"'O do
1 • _ _, j.I _<lo, .,,' ,""lo.,....
_"*""' ••
" .. 0.
••_ ... _,'
0-_
_.'1 _.
.........
'tI _
_ _ .. ....,....
"_ _I\;_
.,"~

rol"",,, "' "" ."m.


" ........,.".. 1O~ do
...,. ~. r.. jl _ . _ "
"'an
.fltud.
(ROCIl ....
I
~
cv.... ,. _l _ _
j l M . _....
1911): P""'" .. I lU""" do 101"". k ... r . . .: _ . . _ - . . . "

.
. . .~ ""'_
B. Simbolos utilizados Por outro lado P. kochi (PRINZ) apresenta semelhanças
extraordinárias com as primeiras formas aalenianas - P. vi-
Hol. - holótipo gilii (PRINZ in LOESCH) e P. pellerensis (VIALLI) - o que
Neot. - neótipo parece indicar uma relação directa entre elas apesar do
Lect. - lectótipo desconhecimento actual de quaisquer Pseudaganides no
M. - macroconcha Liásico médio e superior.
m. - microconcha Segundo D. MARCHAND & H. TINTANT (1971,
v -:. exemplar visto pelo autor p. 115), no estado actual dos conhecimentos, existe lacuna
? - atribuição duvidosa completa de Nautilóides com suturas sinuosas em todo o
pars - atribuição parcial Cretácico inferior, o que torna bastante possível a hipótese
coI. - colecção de Hercoglossa derivar de amomia e não dos últimos
ex./ech. -'- exemplar/échantillon Pseudaganides. titónicos.
S. G. P. - Serviços Geológicos de Portugal A família Pseudonautilidae engloba indivíduos nautili-
cones involutos, de secção geralmente comprimida, linha de
sutura bastante sinuosa e tipicamente "goniatítica". O sifão
5.3. CLASSE CEPHALOPODA
pode ser central a ventral. Trata-se de formas essencial-
mente jurássicas (fseudaganides) se bem que possam atingir
5.3.1. Subclasse Nautiloidea
o Cretácico inferior (Pseudonautilus e Xenocheilus).
Classe CEPHALOPODA LEACH, 1817
Subclasse NAUTILOIDEA AGASSIZ, 1847
Ordem Nautilida AGASSIZ, 1847 Género Pseudaganides SPATH, 1927, pp. 22,34
Superfamília NAUTILACEAE de BLAINVILLE, 1825 [=Hercoglossoceras SPATH, 1927, pp. 22,26
Família Pseudonautilidae SHIMANSKIY & ERLANGER, = Pa ra cy ma toceras (Palelialia) SHIMANSKIY,
1955 1955
C= Pseudaganidinae KUMMEL, 1956, p. 389) =non Paracymatoceras SPATH, 1927, pp, 21, 25]
Espécie-tipo Naútilus kutchensis WAAGEN, 1875, p. 20, pI. III,
fig. 4
Os Nautilóides jurássicos de sutura bastante sinuosa
foram inicialmente englobados, juntamente com as formas O género Pseudaganides engloba Nautilóides jurássicos
cretácicas, no género Hercoglossa. K. LOESCH (1914) veri- caracterizados por apresentarem linha de sutura muito
ficou, no entanto, a inexistência de qualquer relação filética sinuosa, "goniatítica", com lobo lateral profundo, arredon-
entre esses indivíduos de idades tão diferentes e, por isso, dado na parte s\lperior. Muitas vezes individualiza-se lobo
não aceitou como válido este táxone. ventral. Nas formas mais evoluídas é corrente a existência
Mais tarde, L. F. SPATH (1927, pp. 22,34) cria o gé- de lobo umbilical. A secção da espira apresenta formas
nero Pseudaganides para englobar as formas jurássicas, res- variadas, desde sub-rectangular até bastante comprimida. O
tringindo ao género Hercoglossa as formas cretácicas e eocé- sifão é geralmente central a subcentral, muitas vezes situado
nicas; mantém, no entanto, estes dois géneros na fam1lia na proximidade do bordo ventral. Zona umbilical geral-
Hercoglossidae. mente estreita, com valores O/D da ordem de 10 por cento.
B. KUMMEL (1956, p. 349; 1964, pp. K 388·K 410) Homeomorfo de Permoceras do Pérmico de Timor este
pensa que estas formas, com linhas de sutura sinuosas, se táxone é conhecido apenas no Jurássico superior-Cretácico
originaram independentemente a partir de outras com inferior da Europa e do Norte de África (Tunísia).
linhas de sutura simples. Para ele este processo ter-se-ia
repetido pelo menos quatro vezes no decurso dos tempos
geológicos: Pseudaganidesaganiticus (SCHLOTHEIM, emendo LOESCH)
(Est. 3, fig. 25)
- no Pérmico com os Permonautilídeos;
1820 Nautilites aganiticus SCHLOTHEIM, p. 83
- no Triásico com 'os Clidonautilídeos; non 1849 Nautilus aganiticus SCHLOT:; QUENSTEDT, p. 58,
- no Jurássico com os Pseudaganidídeos, que derivariam tab. 2, fig. 6 a-b [=Pseudaganides pseudoaga·
dos Cenoceratídeos liásicos; niticus LOESCH, 1914, p. 94]
- no Cretácico superior com os Hercoglossídeos, que non 1858 Nautilus aganiticus SCHLOT.; QUf:NSTEDT, p.
547, tab. 72, fig. lO
derivariam do género Cimomia.
non 1867 Nautilus agalJiticus SCHLOT.; QUENSTEDT, p.
416, tab. 36, fig. 16
B. KUMMEL explica as semelhanças espantosas entre os non 1870 Nautilus aganiticus SCHLOT.; ROEMER, p. 252,
diferentes indivíduos de famílias tão distintas não através taL 24, fig. 6 [=Pseudaganides roemeri
de qualquer relação filética mas sim por simples fenómenos LOESCH, 1914, p. 23]
1903 Nautilus girardoti de LORIOL, p. 115, pI. XII, fig.
de homeomorfismo. Estas concepções necessitam, no
12-12a
entanto, de apoio sobre factos concretos. Para ele Pseuda- Hol. 1914 Nautilus aganiticus SCHLOT.; LOESCH, p. 94, tar.
ganides deriva de Cenoceras (op. cit., p. K 397) único XV, fig. r" a-b, 2
descendente de Nautilóides triásicos. non 1931 Nautilus aganiticus SCHLOT.; DORN, p. 84, tar.
Ora P. kochi (PRINZ), do Liásico inferior de Adnet XXXVI, fíg. 2-3
1951 Nautilus (Pseudaganides) aganiticus (SCHLOT.);
(Áustria) e Vesprem (Hungria), representa já (MARCHAND
JEANNET, p. 19, tar. 1, fig .. 4; tar. 2, fig. 4-5,
& TINTANT, 1971, p. 114) tipo muito evoluído dentro do textfig. 42-44
conjunto do género, o que faz que seja duvidosa a filiação 1951 Nautilus (Pseudaganides) pulchellus ROLLIER;
em Cenoceras contemporâneos. JEANNET, p. 20, textfig. 45

84
,., -..................-..,...." ...
" ......u.• •".
I.QUCIII~ "" .. llICT.......... lU.
I. _
,"""ll,IT ~ . -
_tal _ _ .,..of-'o _ _ . _
_ _10.."'_0 "Z<II
_
_
,.,
----
,. . . . 1.111 1·l- r~l .. I~

• '._UOILO'I.J;lIOOlA I n'<1UT. ,
r _. _ .c.o - . . . . . ..:0

.....
.r
""
-... _ [ •

;po ~
F_), _ _ I!".... • . .
__, - . lo _
~
• Ol'-""Il. l..OE5CII ("14. lIl. XV.111. , M;'
"" D. ~"il • Ii. TtlooTAlfT (I'"' .... I, ~ I
").T......... - . _ _
""'... _ d o .....
•• .-
..
"" L !lCtlLOnlt:llll (I

c....-.
.. ~

Pb<a~'"
I'
,
_4.0
(CMH'Of.
;#' _ _
doWJ.

Qdoo.
lO_
11.1_..1 .... - _ """
(iALl}.lS)-.i _
IlllUUOO,
J
~
.........
" - (C.l5J ... - . . (JALlS).

DI'4 .-~ ~
.. - .
.Ul~3O')
~_do_

__
roo- _ _

o.Jo* _
_
_
....

.
d:-~_._(TThTAJiT.I9!>I~... "I). "_C_"'-"""""<lC90m=).. _ _
"'urO<OetI_. ..._: w __ I..... '" f,..')I-.".90.'
..... n ItoIlf4 ......
__

-, -_._
.... ' '-o
.....
·'1lnIJ_ ... d>r........ , _

-..,............
"'ta.
- ....10 ,.01=:;0."

_,..,..._.....reta._...... _ _
o~ M , . . -.... Ubulo4a ."m"'",,~""
I'.-:c> -=--..,.._ . '
..........
.._ ......._.cbIu>o"...
........ _ o."",. _ _
__

lobo 10_
..,
,.-..

qo..o ..,..;o.
,..,-.

~o lar
CltII.L
.. Ill'"", 6.
" ir,..

'

,.."._ •

_.L
':
1 __

SI"'!ou' ea._,
h_.~_

Uo!Io" _
.._ . . . ,~

•• - . lobo
, . , .. . . . . . . . .

d_~O<CI

"'ii'
Sdo
I. ""
fIIu_
"" d_ .."'•• _ I _ .i< halIlo.;",: .....,.11> _ Iocllwld_"._ • liso _

" " ,l<o

....,---.. E,_", • " " , • • •


_. "'_._.
~


'0.
,
"'~4'I
~-,
.,., .. " .. .., .... , • ,
,u ~

" .",
lo'
, ,8DILOT.
" LOfiICII. "".III.X....... I
,
••
. . • . , • ~

(lH·
r

',._n..l"~ •
Dtt~rl~. _ ~, .. _..s..a~ <lo .......
_.0.,.,..._.
O,.._ ...... . _.. . . . ..• _
. . . . . ._ _'" pt:lI> .ao .$0 _t<>l, _ ....
....L:S_H. _
D.IoI1JtOtI<."IO "tl
' - . . . - . .. _
Tn-,. ,. (l97I. I'- 1+1).
..

.... -... ---""",,,_. ~_,,-_

Oe I' .... -">. _ _.

""h.
.- .
....-_. Ct - . . doo h l ·••U ~ pü

... .. ~

",_' i·
i

: T_
_ _ """'" ...... do _ _ _

_.iIl&,.l.._.. -. _
. . . . . _.. _Ho_.._
i
'
dIo'"
.11, .... _."...-
___
.. r
s._.....,~

...-o .... "


..__
_ ..
~

~_
O
ri
'-r1-
'

i'
xl"
~.,.

1AL..ZS.;5
pOlI

... '- .....


Da_

........ '
r...
... rt"loor'o>
'
I __
__ ... , II....,........ ""'" •__
; _10 • ....,.. ".W"-Hn;:I'
,,~

i
tio
~

--..
_
1I..m
,
...... Iorp-o ••

_ " ll.*I
~".,
- n
"""'''P- .."" _ _ ,o • 00 _ _
;'
w .....
....

_.r.-._.....
,_ac-. ... _
• _ ...,...ao _ •
ir'
f7~
0II_1Í0~_.
..........__ .--~
_~ ...... ~...- ""O,3IlAAOf.\.>;D
" tllUi'T....W (I!n11 ""'. . . . _ .

-
-_.~_ ~~-----­ ,...
10_ _
_OltD~n_. _Ilpo,.ow;a.
_ _ • OU..,*, _
.
-.a.Ope,· ''''.1
............. . - . , . . . .01 " . . .
D• .\U.O\A/oD" tl TlNTANl" i'97I.,. l<&jl_oi-
" <>l'''''0 .......
1<. 10lio ...... 0 ' - ' ; " "1UIlO _ _ _ .....
p«>lbn4o. loboI
'ada "" ,..
;>UII ",pedoo. _ •. 4 0 ~

._r._ "'"'
(, _.
_o I 10:1\'_" ~ P"''''' ..,.olo "" ......tool ......._ . _ l1l!I - . . "'''14 ..
..lo .. ,,,.. _~o ....". _ .... "'pio'" _o_llo-
"'" . . . . . . _ b&lu _ • oo!I tllmo.
0<1_ . . 1"_' <ii • •'
polOUlclo&. .. 61 """,. _i<a. ""l~ ...
O olJlo" otIl.., ."". t flXi"'" ....... <iTMO'••_ .. ~ ilIl1l11tfu1ao tníloC<>.......... "".",>do 1>0 ...

.
Paracenoceras (TINTANT, 1969), ou, enfim, de variedade v 1958 Nautilus sp.; PRATSCH, p. 37
ecológica ou geográfica própria do Algarve. Para resolver tal Ncot. 1969 Paracenoceras calloviense (OPPEL) forma callo-
viense (OPPEL); TINTANT, p. 169, pI. 9, fig. 1
problema é necessário que sejam feitas novas recolhas de
(ncótipo)-4; pUO, fig. 2; pI. 11, fig. 2;
indivíduos análogos. tcxtfig.1-2

Posição estratigráfica - Nível conglomerático oxfor-


diano (zona de Plicatilis) das praias de Mareta e de Baleeira. Neótipo - Devido aos caracteres defeituosos das figuras
A espécie Pseudaganides aganiticus apenas se conhece de A. d'ORBIGNY (1842, 1850) esta espécie tem sido,
seguramente na Europa ocidental e central. Estender-se-á muitas vezes, mal interpretada. Inicialmente referidos como
até à Península Industânica se Nautilus lattchensis pertencentes ao grupo de Nautilus hexagonus SOW. estes
WA,AGEN (1875, p. 21, pI. III, fig.4) for,com' efeito, indivíduos foram distinguidos, pela primeira vez, por
P. aganiticus, como o sugerem L. F. SPATH (1927, p. 35) e A. OPPEL (1857, p. 547) devido à sua abertura compri-
D. MARCHAND & H. TINTANT (1971, p. 145). mida.
Estes indivíduos parecem persistir sem modificações H. TINTANT (1969, p. 170) que fez há pouco a revisão
desde o Caloviano superior até ao Oxfordiano médio. paleontológica destes indivíduos não pôde identificar o tipo
Nunca foram assinalados seguramente no Oxfordiano infe- de d'ORBIGNY. Ele apresenta, assim, como neótipo da
rior, mas essa ausência é pouco significativa dada a raridade espécie um dos indivíduos da colecção d'ORBIGNY
de Pseudaganides nessa altura. (n. o 3156A, Institut de Paléontologie du Muséum National
d 'Histoire Naturelle, Paris), proveniente do Caloviano
médio de Mamers (Sarthe).
Família Paracenoceratidae SPATH, 1927
Género Paracenoceras SPATH, 1927
Espécie-tipo Nautilus hexagonus SOWERBY, 1826 Dimorfismo sexual- H. TINTANT (1969, p. 168) estu-
dou estatisticamente um conjunto de nautilóides calovianos
o género Paracenoceras engloba Nautilóides jurássicos e da bacia de Paris e de Savoie pertencentes ao grupo de
cretácicos (Bajociano-Albiano) involutos, com secção P. calloviense. Após eliminação de indivíduos que, pela
subtrapezoidal e região ventral aplanada ou deprimida. forma da secção, tipo de sutura e posição do sifão não
rodeada por carenas ventrolaterais mais ou menos forte- pertencem a este grupo ele define as duas formas típicas do
mente marcadas, arredondadas a angulosas (20). A carapaça táxone:
é lisa, podendo apresentar estrias de crescimento mais ou
menos fortes. A posição do sifão é variável e os c(,llares 1) Indivíduos de pequeno tamanho (microconchas) cujo
septais são curtos. A linha de sutura é caracterizada por diâmetro máximo não ultrapassa 80 mm e com zona ventral
lobo ventral bem marcado e lobo lateral largo e pouco pro- mais ou menos aplanada mas nunca côncava. Trata-se da
fundo. forma típica da espécie figurada por A. d'ORBIGNY (1842,
p. 161, pI. XXXV, fig. 1·2) sob o nome de Nautilus hexa-
gonus (SOW.) e considerada por A. OPPEL como espécime.
Paracenoceras calloviense (OPPEL)
-tipo.
non 1829 Nautilus hexagonus SOWERBY, p. 55, tab. 2) Indivíduos de grande tamanho (macroconchas) cujo
DXXIX, fig. 2 diâmetro ultrapassa 300 mm e com região ventral em
1842 Nautilus hexagonus d'ORBIGNY, non SOWERBY depressão sobre a câmara de habitação. Esta forma foi
p. 161, pI. XXXV, fig. 1-2 descrita tanto sob o nome de N. calloviensis (BLAKE,
1850 N hexagonus d'ORBIGNY, non SOWERBY, p.
328, n. o 11
1905, p. 36, pI. IX, fig. 13; JEANNET, 1951, p. 12) como
1857 N. calloviensis OPPEL, p. 547, n. O 6 de N. truncatus SOW. (BLAKE, 1905, p. 34, pI. II, fig. 1).
1875 N calloviensis OPPEL; WAAGEN, p. 18, pI. III.
fig. 2 À parte as dimensões, as outras características destas
1883 N calloviensis OPPEL; LAHUSEN, p. 42, tal'. III. duas formas (sutura, posição do sifão, etc.) são idênticas.
fig. 28-29
1895 N calloviensis OPPEL; PARONA Bt BONA-
Parece, pois, lógico pensar-se que estamos antes em pre-
RELU, p. 82 sença de duas formas dimorfas da mesma espécie do que de
non 1896 N cf. calloviensis OPPEL; LORIOL, p. 38, pI. V. duas espécies distintas.
fig. 3
1905 N truncatus SOWERBY; BLAKE, p. 34 (pars), pI.
II, fig. 2, non fig. 1 Material estudado - Dois exemplares (um da colecção J.
non 1905 N calloviensis OPPEL; BLAKE, p. 36, pI. IX, fig. PRATSCH e outro da nossa própria colecção - BAL.25.3l)
13 provenientes da camada BAL.25 do corte da praia de
1910 N calloviensis OPPEL; L1SSAJOUS, p. 339, pI. Baleeira.
VII, fig. 14
1915 N calloviensis OPPEL; PETlTCLERC, p. 17
1919 N calloviensis OPPEL; COUFFON, p. 165, pI. Diagnose - Paracenoceras de pequeno tamanho com
XVII, fig. 6-6 b zona umbilical muito estreita e área umbilical arredondada.
non 1927 N. calloviensis OPPEL; SPATH, p. 31, pI. II, fig.! A maior espessura da secção situa-se pouco acima da zona
a-b; pI. m, fig. 5 umbilical. Os flancos são aplanados, convergentes em direc-
1932 N. calloviensis OPPEL; CORROY, p. 74, pI. XV.
ção à região ventral tabulada e limitada por duas carenas
fig. 7-8
1951 N (Paracenoceras) calloviensis OPP E L: arredondadas. Concha com finas estrias de crescimento de
JEANNET, p. 12 (pars), tal'. 1, fig. 1; taL 2. trajecto muito sinuoso. Seio hiponómico largo e pouco
fig. 2 profundo.

86
. - . ... --.....-J _10M - . . _ _ o' purF.~T IfY n{19IXI,p-->
..... _!Mp.,.,....
__ ..cr...... _ • ... ' ' 5fAo.,,'
•_ . _ .
._
,

ti
7 ,

........ b ' "' ....wo, "" _


W ..'I. ' ~.•. AKtU.U"'l. ... J!9)'-
.... . . . llY...TT,..Il)lIo: • _ _
~*

.... Llljl • • .,paf_

-
~-_ pIom- ~ •• ARXD.l. (l9~'
. . . - . ... ""_.~. . _ pII1••• -
....... _--.... --.. _ _ ...._ ( e -
..r.. ~ .. _fC ._ _ .._ _
......""..TT. t'llOO. lb........ _sr..nt. '910)._
illoI•• f~"_ AUW,. 1"0) • a tI,_
1'1I .J~ _ _ t <ajI<1"'IO_ " " ' _.......tr.v1>uo.. _~
,.
-*l><O! .m'
1lIo!lo1it.-}. ... _
'.to., _
.......... ~._"",.. o~o.o~io....
-"iIbl
.. Dor<loo ••lio_
u..
_ ....
r..r.o:...,.... _lrTTIll, IA<
olor • • •,. do "",", • -.;50 """10, oaim. ""....
, ..pc 00 _ , pi-. ...,'" P" '"'11Io o. _r~1OOI .. <11.«10. . . . . _ . ã <enduoo
~ " ccn ; '-do .... _Uo r.......... _""" mula. ""'_açao polia>
"01".... "'"",,,,id.
_tol
!lo'" _ _ . Unloo Il.o ,><lW • _ _";O.M;!. ,.,. r_, .... do .""'_01D.
. - , 1ol>o -..,.. 1><.. _'O>~", ut<mO . - ocm ou .... «WUIpGea A.: .......
~ O\l\~"" _~
• <10 • r,._.. _~Io: •• lot><> niI..- Ja..,. (11<_ q.. ai de ~iIM.. "1'_"' .....
_ ,.."..........,.-q.. todo o n-o. ...""".." ..... ~U_ 1"""0....,
L UlClY (I'U), L F. sr... nt {t;l'.I'I'. ~lll
se k".\.i' .-r ... -.p4de ................. _ _ _ ......_ I , .. *{}ja. . . . .
,. • • po._ _
_ _ _ _ <lo . . . . <lo ....
1'....,
0Pl'n•.,..(5IOW.). Eoa aolsoo
_ _ . "".,.,.. 1'0.-. 1", 1I01tA}( (19J1, ... Z(;). -.:>/' ±
__ '_f"~~,",-,-

...........
,. _
... _ _ .......,.rICO 4
_

_ •_
.... 0 '
~ ""'_(100_ - . .
' • • -Io:to •
r .. _
Ioa_ .. e-__
_lo __ """ ....!lIa.
_ _"",.
_ t
~
:JIlI_~

0" _
!'ln" rl:-'T '\1'11'
_.
t'-._ L
atllQ - . __
_ _ .. C Deq_'
.:-:We_
5O~irI."_._t

"_"'40_
~IUO
oe
ao

....... " . "'--


(1_.p.Il6)'"

o.r... "" "tfU . _


,.......,ro
u4 ......._

(.-oItJ,J '1"'" f
dO _
~_
.. 0.1...

_..,..,..
.........lUC.Eu' (I'!';l;'. ,. LlO _ . - . """
b"""__ (1'ORl.) Iooc:a< H)"" .......... _ . . LP .....TlI (J7:1•
*
.....
.... ...-trçIo
•-
0.-'" • ,. " " -
~
__ ...... __ -'5O -""...,..mo doo

~"'AGDI, 111~. p. to.


,.JS)
(lU••• lU),
~r-

.", _ ~ _ van- ,.;IocI;o


1ol.COUJCNlltõ
eo_* .. r-.
""""""""""
__
pi m.1lf-1 H) i"""'" - = I .,...,. . . .
,._,01. ,..<0<<-
.... - . a "';Iodoo ...rIU••• _til*> 010 ....,_
..... _ ro,........ doosd'Io:>ç~ ao""';"''' ._rr""",
_ • o sifio
""•• r....._
_. "',.,ulçOeo "'fi5oal • _IJku ~ .... _ ..
1'."lf/O
_I..... "" _ ..iii.)
_~
",. '" "'_i.e-no, ""fo,·
Nl..l oonabna"'"

"
P'''''~'
AI<.'
fsoqu<IM. _,.,.. _
"'~ . .
- . _ . Eoo
.._ CU_ __RlU""'l
1=....._ ....... TT, , ' ' '
•• ""l"....
F,~. 1 _ . Eae <lo
~.11J1
ti< 1'ario, _ " , _ _ COOAQ".H]
..... , -"'_L.aln) _ • """" ... . . . .".. _ _ ~""l._IY,11lll
~
""' "'1' ' i atO' • _ "" ~!(TlNr...l'IT. 1_,
p.1J6~ L F. v ...nt {1<n1... l') ..- . .• .oe-- E SUESS (!l16l'i. I'- >'6) ao .... eu _
• " ....:lo • II. OOUJC.'«)S 11"".1' ~ 40 CobWo:>o'"
_.' ...... -~"""""ünjo_._'---
•_ *"" _ .... .... U) _ _ D _
JEA.'~(J"I
ofIot;o _ . . . ..,..,. ...
_ ,' .......... ~ .. JOK'..".w..

._, ...... ,._tlpio:a.,._, .......


• , . ,..... "U<J , . " . - . C_ _ <lt ~"';
-.1: - - . . ao
........ IIu
_~
t (Jwo
....................ticdIct .,.,.., ....,.., ,
,-.1'._,__
1;'

"".... '1 .";:0;.:-. t ".-,

..
,.., . . c...:... ..

-.. - .
II']:' • - I _ op:. '"

..
1rnt.U-..-..r.. _ I U :
.,
"'C. .- • .......... l
. - r..

_......<:-._--_.. ,-
_ Mo,
1..... _
dO

_0_' "
' ......:
'i _
_..
~ UlU. ....
rHnu>CI:L r:OQAl rUTU"IUO no' II. ll"'oUIT n"... p. ola. •• l.oJ _ ...
... f.OlIlio n..._ _ foi i __ JKU JL
,-"". _ _
_ .. _ ~_
_01 _
_ "'_ r_. .... __
lITr~L (1M<l. , .•.w) fIO" o ...."" ',".tn<lphyIIl'""'dM-

"
-se actualmente com ii linhagem P. heterophyllum (SOW.) linha de sutura evoluída (com as duas primeiras selas late-
in NEUMAYR. Vários autores para isso têm contribuído, rais trífidas) devem ser englobados no género Phyllopachy-
sendo de citar como principais: M. NEUMAYR (1871 a, ceras (SPATH, 1925).
p.297; 1879, p.19), T.WRIGHT (1880, p.245), . Os indivíduos do género Phylloceras caracterizam-se pela
K. ZITTEL (1884, p.436), J. POMPECKJ (1893, p.6), zona umbilical muito estreita e ornamentação constituída
L. LOCZY (1915, p.252), L. F. SPATH (1927, p.35), por finas· linhas transversais ("lirae") n,a superfície da
F. ROMAN (1938, p.12), A. JEANNET (1951, p.26), concha (moldes internos regra geral desprovidos de orna-
E. BASSE (1952, p.598), M. COLLIGNON (1955), mentação). A secção da espira é elíptica, mais alta que larga
O. HAAS (1955, p. 14), W. J. ARKELL (1957, p. L187), e não carenada. A câmara de habitação ocupa pouco mais
G. DUBAR & R. MOUTERDE (1961, p.244), B. GÉCZY de metade da última volta; termina por apófise ventral arre-
(1967, p. 7), B. JOLY (1970 a, p. 66; 1970 b, p. 384). dondada e apófises laterais muito curtas e situadas a meio
A. FUCINI (1920) engloba as formas do grupo de Am. da altura dos flancos. "Aptychus" desconhecidos. A linha
partschi STUR no novo género "Partschiceras': Observando de sutura é caracterizada por apresentar vários lobos umbi-
com cuidado as figurações de Am. partschi STUR in licais e selas trifoliares.
F. HAUER (1854, p. 23, taf. 4, fig. 1-8), consideradas por Phylloceras apresenta grande distribuição vertical pois
B. JOLY (1970 a, p.66) como as melhores representações conhece-se quase à escala mundial desde o Sinemuriano ao
da espécie-tipo, reconhece-se que os moldes internos são Valanginiano, sendo particularmente frequente nos domí-
lisos nos flancos e costilhados no bordo ventral. Verifica-se nios mesogeiano e austral.
efectivamente que a diferença essencial entre os dois géne-
ros se baseia na presença de costilhas no bordo ventral em
"Partschiceras" e na sua ausência em Phylloceras. O valor Phylloceras antecedens POMPECKJ
sistemático de tal diferença parece ser nulo.
non 1846 Ammonites heterophyllus ornati QUENSTEDT,
B. JOLY, que faz actualmente a revisão deste táxone. p. 101, tab. 6, fig. 2
pôs já em evidência a coexistência de uns indivíduos com 1858 Ammonites heterophyllus ornati QUENST., p.
molde interno liso e outros com costilhação ventral nítida, 543, tab. 71, fig. 17-18, non fig. 19
e cujas características restantes são idênticas. Ele encontrou 1887 Ammonites heterophyllus ornati QUENST., p.
igualmente na colecção A. d'ORBIGNY, guardada no 760, tab. 86, fig. 24-27
1893 Phylloceras antecedens POMPECKJ, p. 196, taf.
Muséum National d'Histoire Naturelle de Paris, dois exem- II, fig. 1-3
plares atribuídos a P. heterophyllum com costilhação ven- 1898 P. antecedens POMP.; LORIOL, p. 6, pI. I, fig. 5
tral nítida nos moldes internos. 1900 P. antecedens POMP.; LORIOL, p. 14, pI. II,
Com B. JOLY acho que o reconhecimento do género fig. 13
"Partschiceras" nos levaria a incluir em dOIS táxones desi- 1929 P. antecedens POMP.; LANQUINE, p. 362
1930 P. antecedens POMP.; SAYN & ROMAN, pp.
guais indivíduos que pertencem a uma mesma espécie - as 207,218, pI. XXI, fig. 7-10
formas costilhadas no género "Partschiceras", as formas v 1971 a P. antecedens POMP.; ROCHA, pp. 149,151
lisas no género Phylloceras. Assim, no est~do actual dos v 1972 P. antecedens POMP.; ROCHA & alH, p. 53
conhecimentos, parece preferível não utilizar aquele táxone
e englobar as formas vizinhas de Am. partschi STUR no Material estudado - Vários exemplares piritosos
género Phylloceras (JOLY, 1970 a, p.67). Os Phyllocera- (MAR.lO.20 a MAR.10.24) da camada C.2 do corte da
tidae jurássicos e cretácicos com costilhação bem marcada e praia de Mareta.

Dimensões

Exemplares D H h E e O o

P. antecedens POMP. 22,4 12,2 54 8,0 35,7 2,8 12


ex. MAR.10.20

P. antecedens POMP. 16 - 50 - 37 - 14
in LORIOL, 1898, pI. I, fig. 5

P. antecedens POMP. 47 22 47 16 34 4,5 10


in SAYN & ROMAN, 1930,
pI. XXI, fig. 7-7a (a)

P. antecedens POMP., 1893


taf. 11, fig. 1 24,6 13,6 5.6 9,0 37 3,7 15
fig. 3 21 11 52 7,5 36 3 14

(a) Medidas feitas sobre a figura de G. SAYN & F. ROMAN.


_~

_-_... ____.--
-_. . ,__
0.",""" _

__ ...
e-t.o.....
-..---
to

- . - . _ . q",.,ikI......

.. ...
.._

'r5.'_......
_riof •
...

e
do ~

......._.
••_ .......-*'......
_ _ ,..,.....~..,.

~
t
["1M
. .~ ~

_-
_.u. ...
....... lO

-...... ---_ ....... -


_._,,_a-'A_ '·.. .1'
- .. .... -- -
_:0"",- •• _ _ . , '
.~.<,~

.........""-
_..;..". _>.lo. "'""--Or. - . -....- ...
, , A_
Ir....
~-""'-'L

~ _ . t

• _ _ •• - . . . _"f"-' (tA.'IQtJ
"'" ~
... _ . _ ..
.... _ _

t. 1919•
OD

--..-
e
A_ó

..-o__
......
O>.iH
I
.........
e ..... '"~..,.,~

__ fol-.
_ .

I..... _ _
,
.~
~ _
J ,

-.,-~
...
W_.'
-"'""'

..•--'" ..._
__ I
_! .lO"".... .
'."0
_
•. J"~ .. ........- __ ... '
CIl.OMA... .. 19l5. p.'9).
(IlOQl[,I9J9.p.U7~LLO·1
_ ri ,

- . .. :lIet'Io-
"'-en .Iiooo _ ."

_
'_'._'"
~.
fl)r ~

(SJUlA.'\I$. 1"'- P. II; 'AVIA •


Sn:lAllI. Ill6I... lU). , "·~"'I)T U96J. ,. '1l)

_J ..
_-..ça. " - .
10<1".'_ .......... _
J'tlou.

lo,! ~ ~""".
- _ • •_ - EqolcIo - . ""',~
. ~ - J b 1 •• ,.aI (ISAUEIl) .... _rd....
•• . . . RI","" _ -.... _
_~ ~

aolda, _ . má> ~ ...... _ _ .-li ........


l. 1'. 5I'...nl (1'127, .. lI) •. - - . ,........... . . -
Solno....... To (0""""""'--.1 ""'_ ~ll!'lC ........ &ii 4laF-.... ~ G. Dl'aAJI. " Jt. .'-"OVtEIWl;:
('IIi. p. U. w. It f\s:.'). qool. av-............. (1'161. P. ....) do <0<"' pcIo ......,.
"""ti =_10 ......
c.... óp:le _.A. ",.. '10- ' I •., <I\J.,... 1<
_ .......
..-Illbe&I-.io ......... -.. """,,.

~ "'''''~c. _
To.., .. Il.o
pt,

,., ",pe,;",
.
....ol_ m.o_~
r.I
....
","""lO

Or. l""'loI_ ~ ..:..ubf_ilio


Laabóm nori

"*'«<_
<le>tI< • b_
I _I.'!•

(""", d. 1Cd",""".,,~ do 0\ "".:101 (""'" olo> 1M""" Inleo\o. 011 .., Ã11>iaoo. ,p,,-lOn4o ,,,~~
"" !Iloc~"oo)" pra. cio loIa«l&. """';io _ " ' ' ' ' ; ct<.olo _w.
!!M. """'" .... 1:. ... _iI>o~ rü<aI. .. c_ ar .
"'0_.
101 ••_

_
pt, J.1'OJoO'!'CU (.lI'JJ ..... 161. 197) ...
~""'.~ (CoJoooio_ _ •
....... (AIowL"Iho). pCf P.LOIlIOL (1m. p.6l'"
"'_I .. .....
r=-- .... _:r_.. ,
1I_ _ " ..nt,.'11
'M.IU".9.,.
"-O'V1lCI. 191')
~lMa ""eriot . . )"", ... .....,t"... '" _ {Saf9o-,l. _.h d, ""'_.... ~~~".V"'"'
,., .... Uf'O()r.;:E •• 929. p. 361}~."-w.a __
~
" P•• CN~ (19Jl1
"',g60.,," .... (f'""l""c.loon.-_
,.,Ç.SfoVS
N/. 111) ...
o ..... rc;
q... _ . ~
L f. sr...Tlf(I9r.l'lI- .... "1
_ _ m:c_YR

........ ~_(F

'"'_ . __ . ....... ).

,........... l:l
"
(..u .... J4O.
.......... "''''..... ,.,,-

(.'127.p.~I._.
taf. ""
....... If$. ("S7[ P. UI9) _ l O ,. _ _
d"OUl........ _
llJ..l . -

_ _.. p:i<I<lII.* I F=-: - . . . - . . L. f . •ATll

,=_
~ .....

. . . . . . . _ .. ~
I" CoIIoiI,oow-_
o

---__.........
A_ .....
.,.,
--. .... -
...... I..J A_ _ ............ " ....... "'11L
_<a<:lD.-. . .
___ ~.. 'lot-. . . ......", _ • _

.. __
n _ ••
_ '0::1
'9lJ , _
........
~_n:IO.&.."'YU..""lor.}<I
d __ '9 I '"

-._ _...,- I • • 1'.""

--
~,
Ifl9 •. ,J:I
'"'~_oI'O*A.RlXlOt..
I~ _.... L _ _.....
o-=>I ... I I I . " , "'" D '
_ 1_ , . '.N. _ &..0: "'u.._. II.
__.._,=..
- - . . . . q.~.. - ..... ...-
,!
-
. . lo . .-.nJ • • _ ....
_ ,MI .... " _ _ ,.nlti1J ,.~~ •• nu-... _ _ai . . _ _ . . . - _ • . . - " ' . otd •
.... lI!
• 1911 ' " ' _ f1'I; • _ d (111'0"
OIlX>IA .
oe _ _ ,..."..... U
»,"'*'1 ....... __........
:rI

akóri<n f _ _ 1,".111
...... 1>4A~.0'l. M"'JUH.14, 1Ã1.~4.o.Jl c:.. _
• , ..." .....l.l.... - . w]W>iu" lolt_ . . .
,&<& ............... [,.U....
_ .. o. no...p.,.. _ " _ t...._ ~ _ ,..". ~
'1:1,1\0'"
_ _l!a-I
_ Ila:UUOn..... )OO
_, .. oru -noo.. ''',.no.• ..-f<JtoPo .......

_ai ,r. , ....:<VII.... :-I


~EL". "'• .0<::1)<... )<....
~ _ Condoo ~Ioa>id.>l. "*ptíooill•• ~" ".. v.r•. ' .... _ ... \', II<
.....,.".. A..". ó """,c _ ""T~O ,.. '_._'llllM 119~·,'.flo·

..
....
1887 Am. tortisulcatus impressae QUENSTEDT, p. 1938 Calliphylloceras (Holcophylloceras) mediterra-
864, tab. 93, fig. 55, 56, 58 neum NEUM.; ROMAN, p. 20, pI. II, fig. 15
? 1890 P. mediterraneum NEUM.; HAUG, p. 328, pI. IV, 1951 Holcophylloceras zignodianum d'ORB.; JEAN-
fig. 1-2 NET, p. 28, taf. 5, fig. 7
1893 P. mediterraneum NEUM.; CHOFFAT, p. 12 1957 H. mediterraneum (NEUM.); ARKELL, p. L 189,
? 1893 P. sp. cf. mediterraneum NEUM.; POMPECKJ, p. fig. 220,5
187, taf. II, fig. 15 .1958 a H. mediterraneum NEUM.; COLLIGNON, pI.
? 1894 P. mediterraneum NEUM.; PARONA, p. 372 VIII, fig. 40
? 1894 P. subpartitum PARONA, p. 372, fig. 2 a-<: 1963 Calliphylloceras (Holcophylloceras) mediterra-
1894 P. (? ) julii PARONA, p. 374, fig. 7-9 neum (NEUM.); WENDT, p. 114
1895 P. deslongchampsi BRASIL, p. 29, pI. 1,.fig. 6-8 1964 b H. mediterraneum (NEUM.); STURANI, p. 11,
1896 P. mediterraneum NEUM.; PARONA, p. 9 (pro fig. 6, tav. I, fig. 4, 6
parte) 1966 H. mediterraneum (NEUM.); STURANI, p. 22,
1896 P. subpartitum PARONA, p. 10 pi. 3, fig. 5-6, pI. 5, fig. 5
1905 P. mediterraneum NEUM.; LEE, p. 63, pI. II, fig. v 1971 a C. (H.) mediterraneum (NEUM.); ROCHA, pp.
11 148-151
1905 P. mediterraneum NEUM.; POPOVICI-HATZEG, 1971 H. mediterraneum (NEUM.); STURANI, p. 83,
p. 14, pI. III, fig. 1-7 pI. II, fig. 7,9,10; pI. XVI, fig. 4
1905 P. zignodianum d'ORB.; DEL CAMPANA, p. 247 v 1972 H. mediterraneum (NEUM.); ROCHA & alii, p.
1910 Phylloceras gr. P. mediterraneum NEUM.; LE- 53
MOINE, p. 140, pI. I, fig. 4 1972 Sowerbyceras (H.) zignodianum d'ORB.;
? 1913 P. cf. mediterraneum NEUM.; SPATH, p. 561 KRYSTYN, p. 221
1915 P. zignodianum d'ORB.=P. mediterraneum
NEUM.; LOCZY, p. 297, taf. II, fig. 6-7
1929 P. cf. mediterraneumNEUM.; LANQUlNE, p.
316 Material estudado - Vários exemplares piritosos
1935 P. mediterraneum NEUM.; ROMAN, p. 29, pI. II, (MAR.1O.08 a MAR.1O.19; MAR.10b.14 a MAR.10b.28)
fig. 4; pI. IV, fig. 6-6a das camadas C.2 e C.4 do corte da praia de Mareta.

Dimensões
Exemplares D H h E e O o

H. mediterraneum (NEUM.) 42,5 22,5 53 18,2 42,8 5,3 12,4


ex. MAR.I0.08

Am. zignodianus d'ORB. 95 - 51 - . 34 - 10


1848, pI. 182, fig. 1-2

P. mediterraneum (NEUM.)
1871 a, taf. XVII, fig. 4 129 - 54 - 36 - 11

H. mediterraneum (NEUM.)
in STURANI, 1964 b, tav. 1, fig. 6 53 - 53 - 33 - 13

S. (H.) zignodianum d'ORB.


in KRYSTYN, 1972, 114 63 55 48 42 9 8
ex. Wi II 2019/8/2

Descrição (exemplar MAR. 10.08) - A concha, com cara- Retrocostatum)-Caloviano inferior (zona de Macrocephalus)
paça espessa, é involuta e comprimida. A zona ventral é da praia de Mareta.
arredondada, a secção oval e a zdna umbilical profunda, Fóssil típico do domínio mesogeiano onde tem sido assi-
relativamente larga e com bordo umbilical arredondado. nalado desde o Bajociano (zona de Sauzei) até ao Titónico
Os flancos são lisos mas, em exemplares com' carapaça (WENDT, 1963, p. 115; STURANI, 1964 b, p. 12, 1966,
bem conservada, são visíveis estrias de crescimento falci- p.22; PAVIA & STURANI, 1968, p.315; KRYSTYN,
formes. Periodicamente vêem-se 5 a 7 constrições por cada 1972, p.222). L. MALINOWSKA (1971, p.553) assi-
volta, bem marcadas, visíveis não só sobre a concha mas nalou-o, também, no Caloviano-Oxfordiano inferior da
também sobre o molde. A sua disposição é sempreidêritica: Polónia.
partem da zona umbilical, inicialmente proversas, até meio
da altura dos flancos e, aí, sofrem pequena inflexão para Género Sowerbyceras PARONA & BONARELLI, 1895
trás, arqueando-se rapidamente, de novo, até atravessarem a f:,.Martelliceras SORRENTINO, 1942
zona ventral, onde se encontram limitadas, adoralmente, =Martelleiceras SORRENTINO, 1947]
por pequena variz. Muitas vezes (vd. exemplar agora des- Espécie-tipo Ammonites tortisulcatus d'ORBIGNY, 1849
crito) estas constrições são menos bem marcadas e podem
desaparecer a meio dos flancos, na zona de inflexão ada- C. PARONA & G. BONARELLI (1895, p. 86) criaram
picaI. A sutura é simétrica e pouco ramificada, a sela.ventral este táxone para um conjunto de formas próximas de
bífida e a primeira sela lateral trífida e maior que a sela Ammonites tortisulcatus d'ORBIGNY que apresentavam
ventral. também caracteres que as afastavam do género Juraphyllites.
Distingue-se de Phylloceras pela zona umbilical mais
Posição estratigráfica - Batoniano superior (zona de larga, pelas voltas menos comp'rimidas, mais convexas e com

90
área umbilical quase perpendicular à zona umbilical, pela p. L192) este táxone caracteriza-se pela presença de indiví-
presença constante de 4 a 6 constrições falciformes (o duos com conchas planispiraladas; das nove famllias aí
ponto de inflexão situa-se no terço interior do flanco) que consideradas apenas duas se encontram representadas nas·
apresentam muitas vezes uma variz na região ventral. As formações algarvias.
suturas são menos recortadas que as de Phylloceras, os
lobos e selas são simétricos, o lobo ventral é tão alto e tão
Família Lytoceratidae NEUMAYR, 1875
largo como o primeiro lobo lateral e a primeira sela interna (= Thysanoídae HYATT, 1867)
é monofoliar.
Os indivíduos atribuídos ao género Juraphyllites apre- Estes indivíduos são caracterizados por conchas muito
sentam sempre voltas e zonas ventrais mais estreitas, as espessas com grande zona umbilical e voltas de secção arre-
constrições nunca originam varizes e as suturas apresentam dondada. A espessura da concha origina a existência 'de
lobos e selas assimétricas. ornamentação exterior muito diferente da do molde
Estas formas conhecem-se do Caloviano superior ao interno. Os elementos externos da ornamentação (estrias,
Kimeridgiano com distribuição geográfica correspondente costilhas, varizes, constrições) repetindo-se periodicamente
aos domínios mesogeiano e austral (Europa, Norte de são bem característicos de todos os representantes de cada
África, Anatólia, Cáucaso, Pérsia e fndia). grupo, o que torna difícil e muitas vezes impossível a classi-
ficação específica e mesmo genérica de indivíduos conser-
Sowerbyceras protortisulcatum (POMPECKJ) vados apenas sob a forma de moldes internos. As suturas
(Est. 6, fig. 48-49) são altamente complexas.

1858 Ammonites tortisulcatus QUENSTEDT, p. 620,


tab. 77, fig. 1 Subfamília LYTOCERATINAE NEUMAYR, 1875
1887 Am. tortisulcatus impressae QUENSTEDT, p. [incl. HEMILYTOCERATINAE SPATH, 1927
864, tab. 93, fig. 54,57,59, non fig. 55, 56, =PROTETRAGONITIDAE SPATH, 1927]
58,60
1887 Am. tortisulcatus QUENSTEDT, p. 898, tab. 97, Conchas caracterizadas pela existência de estrias de cres-
fig. 1-5 . cimento e de varizes, çorrespondendo as últimas a cons-
1893 Phylloceras protortisulcatum POMPECKJ, p. 203,
trições sobre os moldes internos. A sutura externa apresenta
taL m, fig. 1-2
v 1893 P. protortisulcatum POMP.; CHOFFAT, p. 17 dois lobos laterais, sendo o primeiro mais largo; a sutura
1913 Sowerbyceras protortisulcatum (POMP.); SPATH, . interna apresenta lobo dorsal cruciforme.
p: 565, pI. LIlI, fig. 2a-c Os seus representantes conhecem distribuição mundial
v 1971 a S. tortisulcatum (d'ORBIGNY); ROCHA, p. 148 desde o Sinemuriano ao Ceç.omaniano.

Material estudado - Vários exemplares das camadas


C.24 e C.25, BAL.24 e BAL.25, CIL.24 e CIL.25, BEL.24 e Género Lytoceras SUESS, 1865
Espécie-tipo Ammonites [imbriatus SOWERBY, 1817
BEL.25, BBC.2, BBC,), BBC.s e BBC.6 dos cortes das
praias de Mareta, de Baleeira e de Cilheta, forte de Belixe e E. SUESS (1865, p. 78) estabeleceu este táxone para o
Benaçoitão. grupo "Fimbriati" de SOWERBY tendo sido ele também
que escolheu para espécie-tipo Am. fimbriatus SOWERBY
Descrição - Concha involuta, de secção subelíptica e
(1817,1. II, p. 154, pI. 164).
zona ventral larga limitada por bordos ventrolaterais arre-
A diagnose original evidencia como caracteres distintivos
dondados. A maior espessura das voltas situa-se na vizi-
o tipo de perístoma, a ornamentação, o pequeno grau de
nhança da zona umbilical. A área umbilical é alta, abrupta e
involução e a estrutura complexa do lobo dorsal. W.
limitada por bordo umbilical arredondado. Em cada volta
ARKELL (1957, p. L194) caracteriza o táxone pela pre-
existem, nos moldes internos, 4 a 6 constrições falciforr,nes
sença de secção circular ou quadrática e estrias de cresci-
(normalmente cinco) cujo ponto de inflexão se situa no
mento ou costilhas onduladas. Nalguns indivíduos indivi-
terço interior do flanco. Estas constrições correspondem, na
dualizam-se constrições atenuadas nos moldes internos.
concha, a variz bem marcada na região ventral.
Para W. ARKELL (op. cit.) os géneros Ophioceras
Posição estratigráfica - Topo do Caloviano médio (zona SUESS, 1865 non GRIESBACH, 1880, Fimbrilytoceras
de Coronatum) a Oxfordiano médio (zona de Plicatilis) do BUCKMAN, 1918, Thysanoceras HYATT, 1867, Thysano-
Algarve ocidental (forte de Belixe, praias de Cilheta, de lytoceras BUCKMAN, 1905, Kallilytoceras BUCKMAN,
Mareta e de Baleeira e Benaçoitão). 1921, e Crenilytoceras BUCKMAN, 1926, entram na sino-
Estes indivíduos conhecem-se desde o Bajociano até ao nímia de Lytoceras. Para L. PUGIN (1964, p. 12), além
Titónico (CHOFFAT, 1893, p.17; SPATH, 1913, p. 565; destes há ainda a considerar Orcholytoceras BUCKMAN,
ROMAN, 1938, p. 21). 1926, Valentolytoceras BEZNOSOV, 1956, e Dinolytoceras
BEZNOSOV, 1956.
A classificação de exemplares reduzidos aos moldes
Subordem Lytoceratina HYATT, 1889
Superfamília LYTOCERATACEAE NEUMAYR, 1875
internos obriga a interpretação genérica ainda mais lata.
(non LYTOCERATACEAE BUCKMAN,1894) Os verda~eiros Lytoceras apresentam grande distribuição
vertical, do Sinemuriano ao Cretácico superior. Eles caracte-
M. NEUMAYR (1875, pp. 878, 891) criou a faml1ia rizam as grandes fossas dos geossinclinais e são vulgares no
Lytoceratidae que W. ARKELL (1950, p.359) elevou à Jurássico e. Cretácico inferior da região mediterrânica
categoria de superfamília. Para W. ARKELL (1957, (ROMAN, 1937, p. 33).

91
Lytoceras afL crenatum BUCKMAN 1850 Am. tripartitus RASP.; d'ORBIGNY, p. 331,
n. O 46
HoI. 1926 Crenilytoceras crenatum BUCKMAN, pI. DCLXV 1866 Am. tripartitus RASPAIL, p. 32 (pars), pI. I, fig.
v 1971 a Crenilytoceras cL crenatum BUCK.; ROCHA, p. 5; pI. VII, fig. 5; non pI. IV, fig. 21, 24
156 non 1866 Am. papyraceus RASPAIL, p. 32, pI. II, fig. 7;
pI. VIII, fig. 13
Material estudildo - Um molde interno calcário (exem- 1875 Lytoceras tripartitum RASP.; NEUMA YR, p.
893
plar BAN.01.0l) da camada BAN.Ol do corte da baía de 1915 L. tripartitum RASP.; LOCZY, p. 481
Armação Nova. 1920 Protetragonites cf. tripartitus RASP.; SPATH, p.
355, pI. V, fig. 6 a-c
Descrição - Concha evoluta com secção subcircular. A 1927 Polystomiceras tripartitum RASP.; SPATH, p.
ornamentação é constituída por costilhas onduladas, de 66
? 1930 Lytoceras aff. tripartitum RASP.; SAYN &
tamanho irregular, umas fortes outras mais finas, que atra- ROMAN, p. 222
vessam a área ventral sem sofrerem qualquer inflexão. 1938 Nannolytoçeras tripartitum RASP.; ROMAN, p.
Presença de constrições bem definidas a toda a volta da 41, pI. IV, fig. 36
espira. Sutura complexa com lobos laterais bastante desen- 1957 N. pygmaeum (d'ORB.); ARKELL, p. L 199,
volvidos. fig. 228,2c
1964 N. tripartitum (RASP.); PUGIN, p. 48, pI. 3, fig.
1-6
Posição estratigráfica - Base da zona de Semicelatum, 1966 N. tripartitum (RASP.); STURANI, p. 23, pI. 3,
Toarciano inferior, da baía de Armação Nova. fig. 9 a-b
O holótipo foi atribuído ao "hemera" crenatum do v 1971 a N. gr. tripartitum (RASP.); ROCHA, p. 152
Harpoceraten (Toarciano inferior) de S. S. BUCKMAN v 1972 N. gr. tripartitum (? ) (RASP.); ROCHA & alii,
p.48
(1927, p. 40). 1972 N. tripartitum (RASP.);KRISTYN, p. 226

Família Nannolytoceratidae SPATH, 1927 Material estudado - Vários moldes internos calcários
(MAR.04.1O, MAR.04.11, MAR.04.13) da camada AA do
Esta família foi criada por L. F. SPATH (1927, p. 66)
corte da praia de Mareta.
que, contudo, não apresenta nenhuma diagnose.
Para W. ARKELL (1957, p. L198) corresponde a formas
Holótipo - É o exemplar original de F. RASPAIL
de pequeno tamanho, grande zona umbilical, não costi-
(1830, pI. 11, fig. 5), reproduzido em 1866 (p.32, pU,
lhadas, com constrições pouco marcadas e suturas relativa-
fig. 5) e que ele diz ser um "échantillon marneux du Lias
mente simples com grande lobo ventral. Estes indivíduos
que nous avait adressé, en 1829, M. BANON, pharmacien
apresentam grande distribuição vertical, do Domeriano
(Audilxlytoceras) ao Batoniano (Nannolytoceras). en chef de la marine à Toulon". F. RASPAIL incluia
também no conjunto desta espécie Am. giganteus SOW.,
Am dilvoei SOW. e Am annulatus SOW. entre outras. As
Género Nannolytoceras BUCKMAN, 1905 suas figurações não são muito precisas principalmente no
~Polystomiceras SPATH, 1924, p. 5
que respeita a suturas e constrições, e como o exemplar que
=Polystomites SPATH, 1931]
Espécie-tipo Ammonites pygmaeus d'ORBIGNY, 1846 serve para definir 'o holótipo se considera perdido as refigu-
rações são impossíveis.
S. S. BUCKMAN (1905, p. 151) definiu o género indi- L. PUGIN (1964, p. 51) escolheu como neótipo o exem-
cando Am pygmaeus d'üRBIGNY (1846, p. 391, pI. 129, plar original de A. d'üRBIGNY (1848, p.496, pI. 197,
fig~ 12-13) como espécie-tipo. Para W. ARKELL (1957, fig. 1, 2 e 4) o qual tinha sido já refigurado por F. ROMAN
p. L199) ele corresponde a indivíduos de pequeno [1938, p. 46, fig. 36, pI. IV, fig. 36 (reduzida a 2/3)], E.
tamanho, evolutos, de secção subquadrangular a sub-rectan- BASSE in J. PIVETEAU [1952, p.604, pI. II, fig. l-la
guIar, com número variável de constrições, proversas na (reduzida a 2/3)] e L. PUGIN (1959).
metade interior dos flancos e retroversas nas regiões ventral
e ventrolateral. Descrição - Conchas de dimensões médias, evolutas,
Este género, o mais importante da famI1ia, é caracte- comprimidas, com flancos aplanados nas primeiras voltas e
rístico do Bajociano-Batoniano. tendência a tornarem-se arredondados nos indivíduos
adultos. A secção é oval, mais alta que larga, com bordo
Nannolytoceras gr. tripartitum (?) (RASPAIL) umbilical arredondado. O recobrimento das voltas é fraco e
(Est. 2, fig. 15) marcado por pequena concavidade na zona dorsal.
A câmara de habitação ocupa de metade a 3/4 da última
HoI. 1830 a não classificada, RASPAIL, pI. 11, fig. 5 (non volta, terminando numa abertura por vezes constrita com
pI. 12, fig. 7)
non 1830 b não classificada, RASPAIL, pI. 2, fig. 21 e 24
seio ventral. A câmara de habitação aparece, no mínimo, a
1831 Ammonites tripartitus RASPAIL, p. 120 (pars). diâmetros da ordem dos 48 mm (PUGIN, 1964, p. 52). A
pI. 15, fig. 5 zona umbilical é larga e representa, regra geral, mais de
1841 Am. tripartitus RASP.; d'ORBIGNY, p. 154. metade do diâmetro.
pI. 49, fig. 3 Cada volta tem, em média, três constrições bem mar-
Ncot. 1848 Am. tripartitus RASP.; d'ORBIGNY, p. 496, pI.
197, fig. 1-4 cadas, mais pronunciadas sobre os moldes que sobre a
1849 Am. polystoma QUENSTEDT, p. 270, tab. 20. carapaça. Elas são profundas e fortemente proversas na
fig. 8 a-b região periumbilical passando a retroversas no terço extemo

92
dos flancos ao mesmo tempo que se tornam mais mal África, Sinai, Quénia, Donetz, Pérsia, Cutch, Madagáscar).
marcadas. Este enfraquecimento das constrições atinge o No Domeriano inferior conhece-se, no entanto, já, o pri-
seu máximo na zona ventral, onde elas podem ser mais ou meiro género deste táxone - Arcuceras. A última forma
menos marcadas segundo os indivíduos. A repartição e conhecida é ''Ancyloceras'' ischeri FAVRE do Oxfordiano
número de constrições é variável e só raramente se observa a (zona de Bimammatum) da Suíça.
simetria que transparece da figura de A. d'ORBIGNY
(1848, pI. 197, fig. 1).
L PUGIN (1964, p. 52) diz que "depois de um diâmetro Género Parapatoceras SPATH, 1924
~ Crioconites BUCKMAN, 1925]
de 50 mm nota-se muitas vezes uma concentração de três Espécie-tipo Ancyloceras calloviense MORRIS, 1845
constrições sobre a última meia-volta, enquanto não exis- f:=A. distans BAUGIER & SAUZÉ, 1843]
tem senão uma ou duas na outra metade da última volta".
O género Parapatoceras criado por L F. SPATH (1924,
Semelhanças e diferenças - A secção oval alta de N tri- p. 12) corresponde a indivíduos com conchas inicialmente
partitum distingue-se bem da secção subquadrangular arre- exogástricas que pouco a pouco se vão desenrolando. A
dondada (H_. E) de N tripartitiforme (GEMMELLARO). ornamentação é constituída por costilhas levemente pro-
A secção sub-rectangular arredondada dos indivíduos do versas, mais espaçadas que em Spiroceras, mais fortes na
grupo N stremoo.ukhofi (PCHEUNCEV) - N okribense zona dorsal que nos flancos, e terminando num tubérculo
(KAKHADZE) - N devium PUGIN permite também na zona ventrolatera1.
separá-los de N tripartitum. Trata-se de formas do Batoniano superior-Caloviano
N subovale BUCKMAN tem secção idêntica mas apre- mesogeiano.
senta, no máximo, uma constrição por cada volta.
W. KILIAN (1888, p. 79) quis fazer de N pygmaeum
(d'ORBIGNY) forma jovem de N tripartitum tais as seme- Parapatoceras sp.
(Est. 2, fig. 19)
lhanças que, para si, as duas formas apresentavam. As
constrições mais pronunciadas de N tripartitum permitem, v 1958 Spiroceras sp.; PRATSCH, p. 36
no entanto, separar os indivíduos destes dois táxones. v 1971 a Parapatoceras sp.; ROCHA, p. 150

Posição estratigráfica - Base do Bajociano superior, zona Material estudado - Três fragmentos de exemplares piri-
de Subfurcatum, da praia de Mareta. tosos (MAR.lOb.08, MAR.l2.02 e MAR.l6.03) das
N tripartitum conhece-se desde o Bajociano superior até camadas C.4, C.6 e C. 10 do corte da praia de Mareta.
ao Batoniano inferior. Rara na zona de Subfurcatum torna-
-se abundante na zona da Garantiana para atingir o apogeu Descrição - Concha alongada com costilhas transversais
nas zonas de Parkinsoni e Zigzag. Ocorre raramente no iguais, agudas, tuberculadas no bordo ventrolateral e inter-
Batoniano médio não parecendo ultrapassar este subandar. rompidas entre estes tubérculos. As costilhas vão dimi-
Nas regiões alpinas, a dificuldade de separação de ter- nuindo de tamanho em direcção à zona dorsal onde sãojá
renos bajocianos e batonianos levou vários autores (REPE- mal visíveis.
UN, 1898, p. 520; CHATTON, 1947, p. 75) a criar a "zona
de Tripartitum" que marca efectivamente a passagem entre Posição estratigráfica - Zona de Macrocephalus, Calo-
aqueles dois andares. viano inferior da praia de Mareta.
A presença destes indivíduos fora do domínio alpino- Para L. F. SPATH (1928, p. 277) trata-se de género
-mediterrânico é rara, encontrando-se apenas exemplares essencialmente caloviano. Estas formas conhecem-se em
isolados que aí teriam chegado por fenómenos de flutuação Portugal no Caloviano do Cabo Mondego (RUGET-
(PUGIN, 1964, p. 56). -PERROT, 1961, p. 43).

Superfamília SPIROCERATACEAE HYATT, 1900 Subordem Ammonitina HYATT, 1889


Superfamília EODEROCERATACEAE SPATH,I929
Este táxone constitui o único agrupamento de amonites
jurássicas heteromorfas. De posição taxonómica incerta esta W. ARKELL (1957, p. L245) separa a superfamília
superfamília foi incluída por W. ARKELL (1950, p. 359) Eoderocerataceae, que considera descendente dos Lytocera-
nos Lytoceratina. tinae, de Psilocerataceae, descendente dos Phy/loceratinae.
Se bem que a análise profunda de O. SCHINDEWOLF
evidencie afinidade dos Psilocerataceae com Lytoceras, o
Família Spiroceratidae HYATT, 1900 que levou B. GÉCZY (1967, p. 87) a considerar apenas esta
[= Parapatoceratidae
BUCKMAN, 1926] superfamília, parece-nos lógico manter a individualização
dos dois táxones.
Os indivíduos desta família apresentam conchas desen- A origem dos Psilocerataceae é ainda mal conhecida mas
roladas, com costilhas direitas e simples que terminam por o estudo das linhas de sutura aparentam-nos aos Lytocera-
um tubérculo no bordo ventrolateraI. A zona ventral é lisa e tina. Quanto aos Eoderocerataceae consideramo-los como
as linhas de sutura simples. descendentes, a partir do Sinemuriano, dos Psilocerataceae,
Trata-se de formas essencialmente abundantes lJ.O Bajo- táxone que corresponde bem, no Hetangiano inferior, à
ciano-Caloviano do domínio mesogeiano (Europa, Norte de origem monofilética do conjunto dos Ammonitina.

93
Esta superfamília atinge o apogeu no Liásico médio, v 1971 a "Deroceras" cc. submuticum (OPPEL); ROCHA,
p.160
prolongando-se uma só família (Dactylioceratidae) pelo
v 1971 b Metaderoceras sp.; ROCHA, p. 170, pI. I, fig.
Liásico superior. la-b,2
v 1972 "Deroceras" submuticum (OPPEL); MOUTERDE
& am, p. 82
Família Eoderoceratidae SPATH,1929
v 1972 Metaderoceras sp.; MOUTERDE & alii, p.. 82

Estes indivíduos são caracterizados por conchas evolutas,


com pequeno índice de recobrimento das voltas, secção da Material estudado - Um eX{lmplar da colecção 1.
espira normalmente arredondada ou subquadrangular por PRATSCH (G. P. I. U. Gottingen) e um fragmento de exem-
vezes levemente comprimida, frequente presença de tubér- plar assinalado por P. CHOFFAT e pertencente à colecção
culos (uma ou duas fiadas), linhas de sutura idênticas às de dos S. G. P. (referência A.26/G. B 6), ambos do Cabo de
Psilocerataceae com lobo umbilical interno (u}) normal- S. Vicente. Este último está inteiramente silicificado e não
mente dividido, salvo raras excepções (Aegoceras, por se vêem as suturas.
exemplo).
Muitos. géneros desta família têm vasta distribuição Diagnose - Amonite largamente evoluta, com cresci-
geográfica: por exemplo Crucilobiceras, Eoderoceras, mento muito lento, secção trapezoidal com flancos diver-
Apoderoceras, Phricodoceras, Coeloceras conhecem-se no ge ntes e costilhas radiais ligeiramente proversas com
Sinemuriano superior-Carixiano inferior de várias regiões do tubérculo no bordo ventrolateral.
Noroeste europeu, Alpes, região mediterrânica; Pérsia,
Anatólia, Indonésia, América do Norte e América do Sul.
Descrição (exemplar S. G. P. A.26/G. B6) - Concha
Outros indivíduos apresentam distribuição mais restrita:
com zona umbilical de dimensão mediana (sublatumbi-
Bifericeras do Sinemuriano superior (zonas de Oxynotum e licada), altura da volta pequena (subestenogiral) e espessura
Raricostatum) do Noroeste europeu; Epideroceras do
mediana (subpaquigiral) a 31 mm de diâmetro. A partir
Carixiano inferior (zona de Jamesoni) da bordadura norte
destes exemplares é impossível dizer em que relação se faz o
da Mesogeia. crescimento da altura e da espessura.
As voltas têm secção trapezoidal mais larga no bordo
Subfamília EODEROCERATINAE SPATH, 1929 externo. Os flancos são arredondados, encurvando-se ligeira-
Género MetaderocerasSPATH, 1925 mente em direcção à sutura umbilical. O recobrimento,
quase nulo nas voltas internas, é bem visível na última volta.
W. ARKELL (1957, p. L247) considera como sinónimos Nos flancos existem costilhas radiais, tanto mais pro-
os géneros Metaderoceras e Crucilobiceras. Muito antes, L. versas quanto mais perto estão da abertura, muito ténues no
F. SPATH (1925, p. 363, n.i.p.) havia já feito a distinçjio bordo umbilical mas bem marcadas no bordo ventrolateral.
entre estes dois géneros e designado Ammonites rrzuticu$ Cada costilha possui um tubérculo forte, dirigido obliqua-
d'ORBIGNY (1842, p. 274, pI. 80, fig. 1-3) como espécie- mente para o exterior, e cada tubérculo uma espinha. Estas
-tipo de Metaderoceras. espinhas não são recobertas pelas voltas seguintes, distin-
A comparação entre os dois géneros mostra a necessi- guindo-se na zona umbilical a extremidade das espinhas de
dade de separá-los. A espécie-tipo de Crucilobiceras, e. voltas interiores, separadas da parede umbilical das voltas
crucilobatum BUCKMAN (1919, pI. CLXXVIII) é uma seguintes. Na última volta as costilhas (em média duas por
forma muito particular com duas fiadas de tubérculos bem cada tubérculo) atravessam a zona ventral com ligeira
marcaçlos e pequeno índice de espessura da secção inflexão adoraI.
(E/H = 0,75). Estratigraficamente localiza-se na base da O número de costilhas aumenta muito rapidamente na
zona de Raricostatum (MOUTERDE, 1970, p. 50). última volta e, com ele, o número' de tubérculos. No
Com L. F. SPATH e R. MOUTERDEreservo o nome de exemplar da colecção dos S. G. P. a 22 mm de diâmetro
Metaderoceras às formas de secção ligeiramente trapezoidal, existem onze tubérculos por meia-volta. A 40 mm (diâ-
flancos divergentes e costilhas unituberculadas, perten- metro máximo calculado) o número de tubérculos por
centes ao grupo de Ammonites muticus d'ORBIGNY, Am. quarto de volta é de 10-11, isto é, cerca de 20 por meia-
submuticus OPPEL, Am. gemmellaroi LEVI, Metaderoceras -volta. Na ausência de linhas de sutura é impossível dizer se
venarense (OPPEL), ''M'' beirense MOUTERDE, "Crucilo- a presença de costilhas apertadas, normalmente presentes
biceras" pacificum FREBOLD e "e."
mouterdei FREB. nos indivíduos adultos, será devida a um aumento progres-
Estas formas são mais recentes que Crucilobiceras - topo sivo do número de costilhas e tubérculos ou a uma orna-
do Lotaringiano (?), Carixiano inferior e médio (MOU- mentação mais densa sobre a câmara de habitação.
TERDE, 1970, p. 50).
Semelhanças e diferenças - Aegoceras densmodum
(QUENSTEDT) in WRIGHT (1878, pI. XXXVIII, fig. 5-6,
Metaderoceras sp. novo
(Est. 1, fig. 6a-c) pI. XXXIX, fig. 6-10, pI. L, fig. 11-12) forma da qual
P. CHOFFAT (1887, p.235) aproxima o seu exemplar
v 1887 cc. Aegoceras densinodum (QUENSTEDT) in corresponde com efeito a três espécies diferentes: Sub-
WRIGHT; CHOFFAT, p. 235 collina yeovilensis SPATH (pI. XXXVIII, fig. 5-6), Crucilo-
v 1958 Deroceras cc. submuticum (OPPEL); PRATSCH.
pp. 30,90
biceras densinodum (QUENSTEDT) (pI. XXXIX, fig. 6-7;
v 1971 a Aegoceras densinodum (QUENST.); ROCHA, p. pI. L, fig. 11-12) e C. crucilobatum BUCKMAN
160 (pI. XXXIX, fig. 8-9).. A sutura (igurada na est. XXXIX,

94
Dimensões

Exemplares D H h E e O o N/2 d

Metaderoceras sp. in ROCHA, i 971 b


(=A. densinodum QUENSTEDT in
CHOFFAT,1887) 31 9,7 31 10,6 34 14,7 47 20; 11 40;22

Deroceras cL submuticum (OPPEL)


in PRATSCH, 1958 33,4 9,7 29 - - 14,8 44,3 20;18 33,4; 29,6

Am. densinodum QUENST.


in WRIGHT, 1878
pI. XXXVIII, fig. 5-6 110 28 25 27 25 60 54,5 22; 16; 14 108;=64;~41
pI. XXXIX, fig. 6-7 73 20 27 17 21 40 55 14 N/2 constante para todos d
pI. L, fig. 11-12 74 18 24 - - 43 57 15; 12 74;31

Am. natrix oblongus QUENSTEDT, 1883


tab. 33, fig. 7 82 21 26 17 21 45 55 20 82
tab. 33, fig. 9 40 11 27,5 7 17,5 20 50 20; 12 42; 23

Am. natrix oblongus QUENST.,


in OPPEL, 1853
taL 1, fig. 5 a, b 70 18 25,7 16,5 23,5 37,5 53,5 21 70

Am. submuticus OPPEL


in DUMORTIER, 1869
pI. XII, fig. 1 190 - 27 . - 25 - 50 19 =:: 182
pI. XLIV; fig. 2 150 - 23,5 - 16 - 57 16 125

"Crucilobiceras" submuticum (OPPEL)


in CANTALUPPI & MONTANARI, 1968
tav. 13, fig. 1 51 15 30 13 25,5 25 50 20 51

Am. venarensis OPPEL, 1862


tab. 42, fig. 1 a, b 38 11,3 30 11 29 19 50 12 40

Metaderoceras venarense (OPPEL)


in MOUTERDE, 1970
pI. IV, fig. 2 31 10 32 12 38,5 15 50 11 31
Exemplar S. G. P. n. o L.202

"Crucilobiceras" pacificum FREBOLD, 1970


pI. I, fig. 4 a, b, c 31 8,5 27 8 26 15,5 50 13 31

"Crucilobiceras" mouterdei FREBOLD, 1970


pI. I, fig. 2 a, b 40 11 28 10 25 21 53 13; 14 49;40

fig. 10 é indeterminável. O exemplar de P. CHOFFAT é diâmetro (N/2 = 20 a d = 42 mm; N/2 = 12 a d = 23 mm).


diferente de qualquer destas espécies. Trata-se mesmo de Este aumento rápido das costilhas é muito semelhante ao
género diferente como o provam as diferentes relações h, e que se pode verificar no exemplar de P. CHOFFAT
e o e o número de costilhas por meia-volta. (N/2 =20 a d =40 mm; N/2 = 11 a d = 22 mm). Pelo
Metaderoceras submuticum (OPPEL) (=Ammonites contrário os índices H/D, E/D, O/D e E/H são bastante dife-
natrix oblongus QUENSTEDT in OPPEL, 1853, p.35, rentes e por isso não se pode aproximar este indivíduo da
taf. 1, fig. 5 a-b) difere dos exemplares em estudo nas costi- espécie de F. QUENSTEDT.
lhas já proversas nas voltas internas (QUENSTEDT, 1883, G. CANTALUPPI & L. MONTANARI (1968, p.72,
tab. 33, fig. 9) e geralmente menos numerosas. A secção da tav.13, fig. 1 a-c) figu.ram um "Crucilobiceras" submu-
volta apresenta sempre altura e espessura. relativas mais ticum (OPPEL) do Carixiano médio a superior de Arzo
pequenas e maior diâmetro relativo da zona umbilical. O (Itália), cujas costilhas apertadas na última volta lembram as
índice de espessura da secção é inferior a 1 em todos os do exemplar de P. CHOFFAT. No entanto o aumento do
exemplares desta espécie; pelo contrário, nos indivíduos número de costilhas é contínuo e não se acelera brusca-
algarvios a espessura da volta é sempre superior à altura mente como no exemplar algarvio. Além disso as costilhas
(índice de espessura superior aI). das voltas internas, proversas e apertadas do exemplar de
Num dos exemplares de Ammonites natrix oblongus Arzo opõem-se às costilhas radiais com grandes interespaços
figurados por F. QUENSTEDT (1883, tab.33, fig. 7) as do exemplar de P. CHOFFAT. A espessura relativa é igual-
costilhas tornam-se tanto mais apertadas quanto maior o mente mais fraca no exemplar italiano.

95
Metaderoceras venarense (OPPEL) é uma forma que ou costilhada; as costilhas podem apresentar inflexão adoraI
apresenta altura relativa semelhante e zona umbilical ~igeira­ ao atravessarem a zona ventral. A carena ou não existe ou
mente mais aberta. A espessura relativa do exemplar encontra-se pouco desenvolvida. As suturas apresentam-se
algarvio (34 %) situa-se entre as dos exemplares de A. habitualmente pouco diferenciadas.
OPPEL (29 %) e de R. MOUTERDE (38,5 %). As costilhas, Com repartição a nível mundial trata-se de formas essen-
igualmente proversas, são no entanto menos numerosas cialmente carixianas, cujo acme corresponde à zona de
(N/2 = 13 a d = 40 mm no tipo) na última volta e mais Jamesoni (Carixiano inferior).
numerosas nas voltas internas. R. MOUTERDE (1970,
p.55) pensa que "os exemplares portugueses de M. vena- Género Platypleuroceras HYATT, 1867
rense (OPPEL) possuem muitas vezes parte da câmara de Espécie-tipo Ammonites brevispina SOWERBY, 1827
habitação, ultrapassando o fragmocone raramente 20
a 25 mm; alguns têm costilhas tão numerosas ou mais O t~xone foi definido por A. HYATT (1867, p. 97) que,
numerosas que o espécime-tipo, com N/2 = 10 de 12 enganado pelo erro de numeração da estampa 556 de J.
a 20 mm, enquanto que outros têm somente 8 a 9 costilhas SOWERBY (1827), designou Ammonites lataecosta SOW.
ao mesmo diâmetro". O exemplar de P. CHOFFAT apre- como espécie-tipo. Segundo a descrição original, a espécie-
senta 11 costilhas por meia-volta a um diâmetro de 22 mm, -tipo é, sem dúvida, Ammonites brevispina SOW. (1827,
mas, a partir daqui, as costilhas apertam-se rapidamente o p. 572, tab. 556, fig. 1-2). É caracterizado por indivíduos
que não é visível nos exemplares figurados de M. venarense. evolutos, de secção subquadrangular, zona ventral tabulada,
"Crucilobiceras" mouterdei FREBOLD (1970, p. 437, com flancos levemente arredondados, costilhas simples,
pI. I, fig. 2 a-b) e uc." pacificum FREBOLD (1970, p. 435, fortes, radiais, bituberculadas, que atravessam a zona
pI. I, fig. 4-8) são formas com zona umbilical mais aberta, ventral sem qualquer inflexão e suturas relativamente
altura e espessura relativas mais fracas e índice de espessura simples.
inferior a 1. Em "c." pacificum os interespaços parecem O género é característico do Carixiano inferior, zona de
quase invariáveis, em "c. " mouterdei o número de costilhas Jamesoni da Europa, Norte de África e Canadá.
diminui à medida que o diâmetro aumenta, contrariamente
ao que se passa no exemplar de P. CHOFFAT.
Platypleuroceras sp.
(Est. 1, lig. 5a-b)
Posição estratigráfica - Zona de Ibex, Carixiano médio
do Cabo de S. Vicente. v 1972 Platypleuroceras sp.; ROCHA in MOUTERDE &
alii, p. 82
Família Polymorphitidae HAUG, 1887
Material estudado - Um exemplar (CSV.02.01) da
E. HAUG (1887, pp. 89-90) definiu a famI1ia Po'tymor- camada CSV.02 do corte do Cabo de S. Vicente.
phidae, interpretando-a em sentido lato ao englobar aí os
géneros Agassiceras, Liparoceras, Polymorphites e Dumor- Descrição - Concha evoluta, de secção subquadrangular,
tieria. com zona ventral tabulada. Ornamentação constituída por
A concepção do táxone variou bastante de autor para costilhas radiais fortes, que se iniciam em tubérculo perium-
autor (HAUG, 1887; BUCKMAN, 1891, p. 281; ROMAN, bilical. No bordo ventrolateral existe segunda fiada de
1938, p. 100; BASSE, 1952, p. 616) e foi W. ARKELL que tubérculos. As costilhas atravessam a zona ventral sem qual-
o definiu, finalmente, com rigor. quer inflexão. As suturas não são visíveis.
W. ARKELL (1950, p. 354) emenda o nome para
Polymorphitidae e reduz a família (1957, p. L248) a formas Posição estratigráfica - Zona de Jamesoni, Carixiano
carixianas originárias, provavelmente dos Eoderoceratidae. inferior do Cabo de S. Vicente.
O. SCHINDEWOLF (1962, p. 568) considerando estes
dois táxones estreitamente ligados engloba a famI1ia Eode- Família Dactylioceratidae HYATT, 1867
roceratidae SPATH, 1929, em Polymorphitidae.
É caracterizada por indivíduos com grande zona umbi- Esta família foi criada por A. HYATT (1867, p. 95) que
lical, flancos aplanados, com voltas interiores lisas e voltas inicialmente a tratou sob a designação Dactyloidae. Poste-
exteriores com costilhas simples, radiais, que terminam por riormente, na edição inglesa do "Handbuch der Palaeon-
vezes em tubérculos no bordo ventrolateral. A sutura, regra tology" de K. ZITTEL, publicada em 1913, PERRIN-
geral complicada, com poucos elementos umbilicais, apre- -SMITH emenda esta designação para Dactylioceratinae,
senta UI a maior parte das vezes bífido, raramente redu- dando ao táxone o valor de subfamília que atribui à famI1ia
zido. Stephanoceratidae. S. S. BUCKMAN (1926, p.41), F.
Estes indivíduos conhecem-se em todo o mundo em ROMAN (1938, p. 182), W. ARKELL (1950, p. 361; 1957,
formações do Lotaringiano superior (zona de Raricos- p. L252), É. BASSE (1952, p. 618), P. MAUBEUGE (1957,
tatum)-Carixiano. p. 191) e P. SYLVESTER BRADLEY (1958, p. 68) elevam
aquele táxone à categoria de família (Dactylioceratidae),
Subfamília POLYMORPHITINAEHAUG,1887 decisão que foi aprovada pela Comissão Internacional de
Nomenclatura Zoológica.
Engloba formas com grande zona umbilical, costilhas Os seus representantes foram inicialmente considerados
simples, com uma ou duas séries de tubérculos ventrola- como descendentes de Coeloceras e ascendentes de Stepha-
terais e periumbilicais. A zona ventral é lisa (formas jovens) noceras. Para F. ROMAN (1938, p. 182) a sua origem deve

96
'procurar-se entre Aegoceras primitivos. Baseando-se no "The abdomen is either equal in breadth, or less than
estudo da evolução das linhas de sutura, O. SCHINDE- the back, instead of being broader than, or equal in
WOLF (1962, pp. 556, 569) pensa que são os membros da breadth to, the back, as in the preceding genera (Coelo-
subfamília Acanthopleuroceratinae que estarão na base da ceras). The lateral pilae in .theadult are smooth and
origem deste táxone. W. ARKELL (1957, p. L252) consi- invariably single; the abdominal pilae may be either
dera-os derivados, por um lado, a partir dos Lytoceratina, bifurcated or single. The young have the sarne deve-
através de Prodactylioceras da zona de Davoei, por outro lopment as the young of Coeloceras crassum, but the
lado, a partir dos Eoderoceratidae. tubereles are dispensed with before the adult state is
J. GUEX (1971, p. 240; 1973 b, p. 576) admite a r11ia- attained. (The tubereles are hardly distinguishable in the
ção' de Dactylioceras a partir de Reynesoceras - A veyroni- young of some species such as holandrei and brau-
ceras, os quais deveriam inserir-se nos Coeloderoceras do nianum, especially on the fossil casts, but are, neverthe-
Carixiano. less, present in alI the shells). Septa do not differ
G. PINNA & F. LEVI-SETTI (1971, p. 73, fig. 10) têm materially from those of the preceding genus (Coelo-
opinião semelhante à de J. GUEX; com efeito, consideram a ceras), except perhaps in the greater simplicity of the
existência de relação filética entre Dactylioceratidae e lobes and cells, which are hardly so elose together or so
Polymorphitidae no intervalo Carixiano superior-Toarciano complicated."
inferior, lcltravés de "Coeloceras" psiloceroides e Reyneso-
ceras - A veyroniceras. A. HYATT, .que não indica nenhuma espécie-tipo,
R. SCHMIDT-EFFING (1972, p.168) arrasa todas as incluiu neste táxone quatro espécies: D. commune (SOW.),
considerações sistemáticas de J. GUEX e ao expor as suas D. holandrei (d'ORB.), D. annulatum (SOW.) e D. brau-
concepções sobre a filogénese deste táxone(op. cit., nianum (d'ORB.).
abb.30) considera-o descendente de Psilocerataceae. Não S. S. BUCKMAN(l911, p.v) escolhe para "genolectó-
podemos deixar de referir que não concordamos com tipo" Ammonites annulatus SOW. (1821, p.41,
algumas das conclusões deste autor alemão não só no que tab. CCXXlI, fig. 5). Os quatro síntipos figurados por J.
respeita à extensão vertical de certos táxones (vd. Coelo- SOWERBY sob aquele mesmo nome específico não corres-
ceras, Coeloderoceras) como também em certas filogenias pondem com efeito à mesma espécie. Assim, o exemplar da
propostas no seio da família [Collina descendente de fig. 5 inicialmente escolhido como "lectótipo" por A.
Nodicoeloceras, Catacoeloceras descendente de Dactylio- OPPEL (1856, p. 255, n. o 47), acaba por se identificar com
ceras (Eodactylites)]. Catacoeloceras crosbeyi (SIMPSON) (PINNA, 1966,
Para R. MOUTERDE & H. TINTANT (informação oral) p. 10l). O exemplar da fig. 2 cai em sinonímia com Dacty-
a família deriva de Eoderoceratidae lotaringianos. lioceras semicelatum (SIMPSON) (HOWARTH, 1973,
Os representantes deste táxone caracterizam-se por zona p. 262) e o exemplar da fig. 1 é por uns atribuído a
umbilical larga, voltas de crescimento lento, formando D. semicelatum (SIMPSON) (PINNA, 1966, p. 93), por
secção mais ou menos circular e ornamentação constituída outros a D. tenuicostatum (YOUNG & BIRD) (HOW-
por costilhas bifurcadas, que possuem muitas vezes tubér- ARTH, 1973, p.258). Só um dos exemplares de J.
culos nos pontos de bifurcação. SOWERBY (op. cit., fig. 34) corresponde a D. annulatum;
Começando com Prodactylioceras no Carixiano (zona de ele pode ser, assim, considerado como holótipo da espécie
Davoei) atingem o acme durante o Toarciano, apresentando (PINNA, 1966, pp. 88,90).
nessa altura distribuição geográfica à escala mundial. A O género é caracterizado por conchas discoidais, evolu tas
família desaparece praticamente durante o Toarciano (o recobrimento das diferentes voltas da espira é escasso),
médio; os últimos representantes (Porpoceras, Catacoelo- com diâmetro umbilical relativo muito variável, de secção
ceras, Mucrodactylites e Collina) conhecem-se na subzona da espira ovalada com flancos mais ou menos aplanados e
de Illustris da zona de Variabilis. região ventral arredondada. A ornamentação é constituída
por costilhas primárias radiais ou ligeiramente proversas,
que, a meio ou na metade superior do flanco, se dividem em
duas ou mais costilhas secundárias, as quais atravessam a
Género Dactylioceras HYATT, 1867 zona ventral encurvadas ou não em direcção à abertura.
Espécie-tipo Ammonites communis SOWERBY, 1815
Nalgumas formas ou apenas nalguns estados do desenvol-
vimento ontogénico podem individualizar-se tubérculos,
Sinónimos: Kryptodactylites, Tenuidactylites, Xeino- normalmente pouco desenvolvidos. Ausência total de
dactylites, Vermidactylites, Athlodactylites, Koinodacty- espinhas.
lites, Nomodactylites, Curvidactylites, Microdactylites, ? Este género, com distribuição geográfica à escala
Leptodactylites, Orthodactylites, Anguidactylites mundial, aparece no Domeriano superior (zona de Spina-
(BUCKMAN, 1926-1927). tum) e persiste até ao Toarciano médio (topo da subzona de
Segundo as figuras de S. S. BUCKMAN é difícil dJzer se Sublevisoni) onde vai dar origem a Peronoceras e Zugo-
Peridactylites (op. cit., pI. DCCLXXVIII), Arcidactylites dactylites (GUEX, 1973 b, p. 576, fig. 47).
(op. cit., pI. DCLVII) e Toxodactylites (op. cit.,
pI. DCCLXXVI) possuem ou não espinhas; se não possuem
Dactylioceras semicelatum (SIMPSON)
trata-se tambémde sinónimos de Dactylioceras ou mesmo (Est. 1, fig. 3)
de Zugodactylites.
Este género foi criado por A. HYATT (1867, p. 95) que non 1818 Ammonites angulatus SOWERBY, p. 9, tab. 107,
o caracterizava da seguinte maneira: fig. 1

97
non 1818 Am communis SOWERBY, p. 10, tab. CVII, fig. 1968 D. (O.) wunnenbergi HOFFMANN, p. 7, taL 1,
2-3 fig. 1
1821 Am. annulatus SOWERBY, pp. 41-42 (pars) , tab. 1968 D. (O.) eikenbergi HOFFMANN, p. 8, taL 1,
CCXXII, fig. 1 fig. 2 a-c
non 1842 Am communis SOW.; d'ORBIGNY, p. 336, pI. 1970 D. cL semicelatum SIMPSON; POPA, p. 91, ng.
108, fig. 1-2 4-5
1843 Am. semicelatus SIMPSON, p. 22 v 1971 a D. cf. semicelatum (?) (SIMPSON); ROCHA, p.
non 1846 Am communis SOW.; QUENSTEDT, p. 172, tab. 156
13, fig. 8 ? 1971 D. (Orthodactylites) anguinum (REINECKE);
1876 Stephanoceras semicelatum SIMPSON; TATE & PINNA & LEVI-SETTI, p. 90, tav. II, fig. 1,
BLAKE, p. 299 2,5
1884 S. commune SOW.; WRIGHT, p. 473, pI. 1971 D. (O.) semicelatum (SIMPSON); PINNA &
LXXXVII, fig. 9-10; non pI. LXXXIII, fig. 3-4; LEVI-SETTI, p. 90, tav. II, fig. 3,4, 15
non pI. LXXXIV, fig. 1-2 v 1972 D. semicelatum (SIMPSON); MOUTERDE & alii,
1885 Am communis SOW.; QUENSTEDT, p. 367, tab. p. 84
46, fig. 1-2 1972 D. (O.) semicelatum (SIMPSON); SCHMIDT-
Hol. 1911 Dacty 1ioceras semicelatum SIMPSON; -EFFING, p. 95, taL 4, fig. 1, 2a,3 a-b, 4a-b;
BUCKMAN, pI. XXXI, fig. 1-2 taL 19, fig. 13; abb. 16-17
1927 Kryptodactylites semicelatus SIMPSON; BUCK- v 1972 D. semicelatum (SIMPSON); COURBOULEIX, p.
MAN, pI. XXXI A 206, pI. VI, fig. 1
1957 a D. semicelatum SIMPSON; MAUBEUGE, p. 191, 1973 D. (O.) semicelatum (SIMPSON); HOWARTH, p.
pI. I, fig. 1; pI. II, fig. 3; pI. IV, fig. 8; pI. VII, 262, pI. 6, fig. 1; pI. 7, fig. 1-2; pI. 8, fig. 1-4;
fig. 14 pI. 9, fig. 1-3
1957 a D. pseudocrassoides MAUBEUGE, p, 201, pI.
XIII, fig. 28
1957 a D. densicostatum MAUBEUGE, p. 202, pI. XIII,
Holótipo - É O exemplar de M. SIMPSON (1843, p. 22)
fig. 29
v 1958 D. commune (SOW.); PRATSCH, pp. 32, 90 figurado por S. S. BUCKMAN (1911, p. 31 b, pI. XXXI).
(pars, só um exemplar de Belixe) Mais tarde, S. S. BUCKMAN (1927, pI. XXXI A) figurou
1960 D. (Kryptodactylites) semice1atum (SIMPSON); outro indivíduo da mesma espécie que atribuiu ao género
HOFFMANN & MARTIN, p. 110, taf. 9, fig. 8 Kryptodactylites, actualmente considerado como sinónimo
1963 D. semicelatum (SIMPSON); SAPUNOV, p. 117,
de Dactylioceras.
t. I, fig. 3 a-b
non 1966 D. semicelatum (SIMPSON); FISCHER, p. 21,
taL 3, fig. 4 Material estudado - Vários exemplares (BAN.ü4.ül a
1966 D. (Dactylioceras) semicelatum (SIMPSON):
PINNA, p. 93, tav. VII, fig. 19 BAN.ü4.ü3, BAN.ü4.21, BAN.ü6.ül a BAN.ü6.ü3,
1968 D. (Orthodactylites) semicelatum (SIMPSON): BEL.11.ü5) das camadas BAN.ü4, BAN.ü6 e BEL.11 dos
HOFFMANN, p. 6, taL 2, fig. 1-2 cortes da baía de Armação Nova e de Belixe.

Dimensões

Exemplares D H h E e O o

D. semicelatum (SIMPSON) 46,4 19,0 40,9 12,6 27,1 15,5 (? ) 33,4


ex. BAN.04.01

D. semicelatum (SIMPSON)
BUCKMAN, 1911, pI. XXXI 80 22,5 28 17,5 22 40,5 51
(holótipo) in HOWARTH, 1973, p. 263

Descrição - (exemplar BAN.ü4.21) - Concha ligeira- Espécie característica do Toarciano inferior (zonas ,de
mente involuta, com secção ovalada, flancos mais ou menos Semicelatum ou Tenuicostatum) do domínio mesogeiano e
aplanados e região ventral arredondada. A zona umbilical é da província sub-boreal do domínio boreal (SAPUNOV,
mais reduzida e o crescimento mais rápido que nos indiví- 1963, p.134; MOUTERDE, 1967, p. 218; GABILLY &
duos de S. S. BUCKMAN. As costilhas primárias são J;adiais alii in MOUTERDE & alii, 1971, p. 82; MOUTERDE &
mas com tendência a ligeiramente proversas na metade VEGA, 1971, p.475;PINNA & LEVI-SETTI,1971,p.91;
superior do flanco. A meio do flanco as costilhas primárias MOUTERDE & alii, 1972, p. 82; SUAREZ-VEGA, 1974,
bifurcam-se, atravessando a região ventral sem inflexão. p. 138; ELMI & alii, 1974, pp. 43, 53).

Semelhanças e diferenças - Distingue-se de D. tenui-


costatum (YOUNG & BIRD) nacostílhação mais forte e Dactylioceras pseudo-commune FUCINI
(Est. 1, fig. 2)
menos abundante e nas voltas menos evolutas.
1876 Stephanoceras holandrei d'ORBIGNY; TATE &
Posição estratigráfica - Horizonte de Semicelatum, zona BLAKE, pp. 172, 299-300
de Semicelatum, Toarciano inferior da baía de Armação Lect. 1935 Dactylioceras pseudo-commune FUCINI, p. 86,
Nova e de Belixe. tav. IX, fig. 1 (Lectótipo), 3, non fig. 2

98
!

!
,0)\

lnl
r>. _o
""
'..
D. _ _ FuCl"'
. ""'Sl, ... .,. "".

I~.
,x.
rC. "·U
Von . . .urora, d.."".. o >k\to ~ . filannln'
<lo"","'-' ......... desl" formu (D. REJSEO(E,
G. YOUNC I: J. B1RD, 1822: A. d'ORllIGt-Y. 1842·11151;
IIIS;
!
!
IUI
"lO
D. .. 000_ FL'CU'I." "
D. _ ........,,_ FuCI"'. p.",'" no·"
IX.
IX. r'l' III. S1lo1PSON, 1843, F. QUEJoISTE[)T. 1846. 11158. 1883;

1
• 'UI
'''6
__ "
.,...,._
'nA.SOl.•. )O
F\IC., FL1IOIE...... :U,
1179) ..... t
........... d""
<IIi_.
J. ~ENl:()ln~. UI61, T. Il'RICl/T. ISJS; P. RE~
S. S. IUCKJol.A." (11186. 191.»)
'oçAo mol. oompI.... prln.~.....
,...
..'-1
tJ. ,...!
6 ' . "... '
_ _.. _OC: FOCHER. ... , •• , ... no q... 'OIpo;ta lo r "'-"",.
ilI. MITZOI'OUlílS (1930) o G. MERL\ íI9J2'1933)
" r ,
'.1-. 1.6 " I _ _.. r..o 001>« r.....
tr>_ ._
, 1_ "- ..._ • • IO(.1<....... :I&.... \.r....;..,. pnbliclfOt:\ . .",I...L" Ulilieu
•. r... l.l r..-... <lo Aha ItIaniI o doa Aponinoo <:.""011 .....
~ 1!ll>6 Do _ " " . . . . -. . .uc. ftKHF'" p_ , •• «>mm.oa .l puI~1IO duo 1100<10••
• .971.
..s.I, .... I ..... '."•. ,
O, < t , " - _ (., ""'>'$_, "OCHA., o-
OIpote;e• • mpr. .Il'b.l> pol'" palOO11'ó!O!OO do _ I do
_\0 XIX W<Io 40 "'''''''' xx.
"6. ~:c""'"'
•. AUELL (l9S7. I'P- L.ll4.L->7I) <ku l_".",nLa

..
'971 I.l. lll) ~ _ rue.,""M • uy~
.st.Tll.... 69.'''. J, ..... boo ln"""•...,,., ....
oojoooIO•• qual " mon'ém aclUIf.
• lOlI Do _ " ' _ rlJC. >tOlFTnl>Eo, '.'• _." _ 'fi'< <<ml poqu..... _lRo-;1loL Distialauiu
• 1911 "
D. _ _ Fl,IC., ..oUHaoE • ~ii,
.r ",,""O fo.,Ih.. , M'kbemnkjo., Çnph«_ _•
Ho_,«... ,ódo •• So_iiJM.
!tu D. " .. [Le.: c~ . .nA.... I4, {;. DUB"'R.l R.MOUTERDE(I%I.,.:":l). _ _
...... Y1I,,,. .• • opiailo do E. HAUG. S. S. BUl:IIlAN c G. IolEIlU.,
"U D. IrQ~."~I".>J ....dO·'D .. ~.". ruc.c _ _ ~ .....,..,._ .lqnolo iow,p"",>lO. •
""""ICT.f:FT'''''. ,. 91 ... r. I, 'io. '-.o_u; .,... """"", da ""alo
foi • """"lO 110. nrpn._
'''l
..,. 1I.ft$. 1...... lJ
D., ' _ _ o me, fURETTI, fI .... li..... o f.-1io """ H"m.... m"d"_
(ARKELl..
lo•. ".fil. H 19S1, I'- U65) ... ai'" . . doo HiId~';d • .
I'" 1>. (D./ ~"'_ _'" nJ<;., H_"RTII,. O. SClIl~E"OI.F (1963, p. 26]) "",,*I.ro oesI. PUPO
1 ""'_~ • tra>dItl<:.. por ....... W.f""'flo ......

_do
1".01- ,'" '
.. R.t:EU~ t--...,"'"""", '-' • """'........ oomp.-"Iq
~ p~mok.. \ahu <It ... Lnr.. A. r..... L\ioo CnpJo«fN'_
M.,.,*,I _I,;", .~ (BAN.OIJl9J ...
."""tf_ .._N.,.., Unodo '''''''''108"1'l.o1 do
C<Iol,..to C<)fU d. bolo

de <:t<mplat d. <Ol«çl<>
• ~ 110 , _ .np.boolu r.<lO Hap_,",,_
' _ 0 q_ 00 Hi:l..._,,,,,_ _< d. W. ARKf.lL >õo
... ArmoçJo
J. PRATSCH ,00. Iambs " _ " '.... oomo ..._ ol«doi ie....,riI do ... ~omijl> {IiI"'---"'''}.
...... • sp6<O<, .." ...... plo, ,,<Mo <OIrIO dO Cabo .. I. CUZY (196'. p. 1(3) •• bo...... _ p.rl-'lu •
S. VlconL. ~ ... la, lido."'" <iiw><lo.. ,«olb.~ ... b.í.... .......... ARKELL 'lu",'" , fI~o - . . _ _
hmôlio ~ bf"",ro, A<>m'-'opúu_ _• (T~
A.maçao Nova (od. 3.3.3.).
.-.). adOll't • _ d.lf\:oç ... """ d..., modIlIollÇllos.
Co<a>I<to ... &roW• .I\>o<_ <OrnO ...,ej""'''Lc._
~O _O pIoot,.'" ....u o..>do de _ _I<>.
L&<lo <lo Htr~""w. . .,.Jot>... d<>-.a _ úli-D.. com
"P"'''''''' lP"d< _,1><0.1 o ",oc:lio "Si"'" ..".It•. • ul<fI'.... d bfarnllia (196<5, p.ln). IW "'''lO lado.
C.,.u~ e rfsaõc., oom <.,.tit/ul prioDiri.. Ií&ri...
;ndi.;dualla L... doo Hitix....ri<ku • ,nllf... llia
""." P~" ron... "''''.1".... q.... ,...-=- oobo<do v-v.tlari"" , q\lll atri1>lll .,. ct- Du..aoU_ o

.. " "
u.n<I>lL;eaI. b;(~~ .1'0 "" _ _ 1010"'01.....
ffry<MJÓI (1967. p. 1:J6).
. . , _...... orürlu .Ir ~"'al "" .oe""
.......q.o<.lol\<xill. S. ElJoOlll'J6J.1'I'-- Tl5 ~ 1II1) .. ~p"""""'."
..Id.;,.. ~. O. §(Hl~E'<liOLF COl1I1dn> HiJ4oc...._'_ o
l"tniçIr1 .....,Irrffl<:<I- tion.,,"Lo II. """"lo<~,
_~* r....ilII. diou"''', ...
úlliau< d;.Õ<loda . " ' _ " . ri4- • .\Oou>-io ..
..,... d, SOmacolo'..... T<>O<CIlno 101000, d. balo .. I. CUILLY (''''l, p. 31) ..t"",. . . ' h"' .... , do
A...aç$O~'L
ElpofCJO Llpica d' ......... b. . doo root_ infoti...
I. GliCZY "',od.. 011_ "''''''''I6'S nlwl <I..
outIf. .JUo r:
..,... do s.m;",W""" de dclnl_ "",,,,,,10M' da P"'"
YlnclJ. .ub-b<><..1 <lo """,,I,*, 1><».-.1 (IolO'.JT!õIlllE I< >Iii.
1'.111, p.66; PlSNA ., lLVl-SETT1. 1911. pp. 86-19; I) .......bl.",llJ.. ~ . o 7lHe_ _ 010

r-_.
FERRFTll. 197:2. PI'.IOO. 108; 1l000ARTll. 1911, ooaoido,.............. r_~do porto do lMn,lia G~
p.1S<). """'11,;10•• Dumool;";' I!if.,.,.,i.a n.iliohnO<oto doa
G""""""",,' polar OPJO'
se"" ....." Cor""'"""""
do """
....,,_(lia li11ioSo
""'" c.."..".,.,.,.•
""'"
IlII.llOCU....T.et'.AE Hy..TI.... ,

,lo""" • _ "'<cOr!, •
l) o. I'I'tYnMI"o<_ni«r.... _110 ""rito Jd r....-....lodo
por G. DUBAR " R. MOlI1UUlF.(1961.1'- 2-02),

1I_.. .
'lO. AltKELL (I!>'il. p. USO)
rll!:lJUo If_.railr< "'iodo pu .... IIYATI (J 867, p. ~). .... ](Q'TTEK (1\>66, I'- "0) •• 1<>'nP>b""""
no r..."lia
d.....,.Il>< . . """"" lt1I1pO <QIIt<pçiG maIa ...ta .... no!> ~<. J. GABILL'I" _ " " ""I"=ot!.
'llIlob>, , (omIlia H.m_ _....,du. c......... oa l'tJo"'OltX.......... o.-> mi...... <Ia
ornamentação de Hammatoceratidae com a linha de estratigráficas e a evolução paleontológica destes indi-
sutura de Hildoceratidae. víduos:
3) É englobada na família Hildoceratidae a subfamília
Mercaticeratinae, na qual se incluem os géneros Táxones Duração estratigráfica média
Mercaticeras, Pseudomercaticeras e "Brodieia" gr.
Superfamília Subsistema
alticarinata (=Merlaites gr. alticarinatus de J.
Família Andar
GABILLY) e que compreende várias espécies meso-
Subfamília Subandar
geianas.
Género Zona
Espécie Horizonte
Para J. GABILLY (1973, p. 17) os principais caracteres
dos Hildocerataceae, por ordem de importância crescente,
podem ser agrupados em três rubricas: Família Hildoceratidae HYATT,1867

1) caracteres dimensionais e secção da espira Engloba amonites pliensbaquianas e toarcianas com


2) linha de sutura costilhas mais ou menos flexuosas e linhas de sutura relati-
3) ornamentação, particularmente a trajectória costal ou vamente simples (à excepçãóde formas muito diferenciadas
linha radial. como Polyplectus).
Segundo J. GABILLY (1973, p. 35) individualizam-se
Foi S. S. BUCKMAN (1887) quem pruneuo pôs em neste conjunto 6 subfamílias: Arieticeratinae, Harpocera-
evidência o interesse filogenético deste último carácter. tinae, Hildoceratinae, Bouleiceratinae, Grammoceratinae e
J. GABILLY desenvolve o seu estudo apercebendo-se que é Phymatoceratinae. No Algarve apenas estão representados
a trajectória costal que fornece os caracteres mais significa- indivíduos da segunda destas subfaml1ias.
tivos para a sistemática e estudo da evolução da super-
família. Para ele, os caracteres específicos são particular-
Subfamília HARPOCERA TINAE NEUMAYR, 1875
mente sensíveis nas duas últimas voltas dos indivíduos,
enquanto que os caracteres do género se manifestam mais Estreitamente aparentada aos Arieticeratinae e Hildoce-
cedo, a partir da terceira volta da espira. Estas duas ratinae (existem mesmo formas de passagem entre as
categorias de caracteres encontram-se estreitamente ligadas, 3 subfamílias) agrupa actualmente as formas "Falciferi" de
observando-se frequentemente passagem morfológica VON BUCH (ARKELL, 1957, p. L255). O maior tamanho
insensível de uma espécie a outra por evolução muito dos seus indivíduos que apresentam zona umbilical mais
progressiva de um ou de vários caracteres genéricos. Pelo estreita, costilhas baixas, apertadas e falciformes e linhas de
contrário, de um género a outro verifica-se nítida aceleração sutura mais recortadas permitem, no entanto, separá-la
da evolução que se traduz, em curto intervalo de tempo, daquelas duas outras subfamílias.
por descontinuidade morfológica significativa (GABILLY, Os primeiros representantes incontestáveis do táxone
1973, p. 21). conhecem-se no Pliensbaquiano inferior, acompanhando
A existência de dimorfismo, que se traduz pela'exis- Tropidoceras na zona de Ibex (DUBAR, 1961 a, p. 253).
tência simultânea de duas séries de formas (microconchas e Tomam-se cada vez mais frequentes no decurso do Dome-
macroconchas), bastante generalizado em vários grupos de riano, atingindo o acme no Toarciano inferior e médio.
amonites, não pôde, até ao presente, ser detectado nesta Representados ainda no Toarciano superior (Polyplectus,
superfamília. Com efeito não foi ainda possível seguir a Pseudo lioceras, Osperleioceras = Pseudopolyplectus de
evolução das formas microconchas no seio dos Hildocera- J. MATTEI) extinguem-se antes dos primeiros alvores do
taceae, as quais parecem menos diferenciadas e menos Aaleniano.
frequentes que no interior dos Kosmoceratidae (TINTANT, Os vinte géneros e subgéneros actuais de Harpoceratinae
1963), Hecticoceratidae (ELMI, 1967) ou Perisphinctidae distinguem-se ~ partir de 3 caracteres principais (GABILLY,
(ENAY, 1966). 1973, p. 36):
Nesta superfamília são agrupadas amonites de secção
comprimida a planulada, tendendo por vezes para oxicone, 1) morfologia e parede umbilical
que apresentam carena e cuj as costilhas são mais ou menos 2) traçado da linha radial
flexuosas. A linha de sutura apresenta-se pouco dividida, 3) linha de sutura.
salvo na família Hammatoceratidae em cujos indivíduos as
selas e os lobos são fortemente recortados. Género Paltarpites BUCKMAN, 1922
Conhecidos na província mediterrânica (Andaluzia, Espécie-tipo P. palt~s BUCKMAN, 1922
Marrocos, Sicília) desde o Carixiano médio, (DUBAR,
1961 a, p.253), os Hildocerataceae mantêm-se sobretudo O género foi criado por S. S. BUCKMAN (1922,
acantonados no domínio mesogeiano durante todo o Pliens- pI. CCCLXII A, fig. 1-2) que, no entanto, não apresenta
baquiano (Hildoceratidae); no Toarciano expandem-se para nenhuma diagnose. Em 1927 (p.8) e 1928 (p. 15) S. S.
a província sub-boreal (Hildoceratidae e Hammatocera- BUCKMAN indica, como características do género, linha
tidae). Os últimos representantes (Sonniniinae) viveram no radial projectada adoralmente no bordo ventrolateral e
Bajociano inferior e médio. parede umbilical convexa e abrupta.
A duração de vida de cada um dos diferentes táxones W. ARKELL (1957, p. L256) considera como sinónimos
levou J. GABILLY(1973, p.31) a apresentar um quadro de Paltarpites, Argutarpites (BUCKMAN, 1923), Platyhar-
que ilustra bem a correlação entre as diferentes divisões pites (BUCKMAN, 1927) e Nagatoceras (MATSU-

100
1.- ._.......
..:w.._''''_ _ e-
-- - . ,
lOQl1l. IlI47). &<. -.po~ _ ...... _ . _ ~y . • ",.ol-IOCD:.....
_.~

- . s. JlIu:..... _ ..... _ . _ ,..


50. ,,.,. tuCIt.,;FUOOUO' ....." ...

""-
__ ............ . ••'
iII_ "P*,,'411 ~~ ~ _ 1m
, 19t. . _
.... Qs. Sol
...... 1IIOCtfA... W
..'\._ ... ,...... ", ...
e-_d••_ _
~
"T_ !'Ol>t"'*a,oir....
_ _ Idkt!_ _
7

>qIIÔ ........., . ,'"


,._.~Il

_...
~
.M. _ . . . , . Illll.1TY&lllf:.

,.."s-m-_....
_,apoo <H"rl ....... • ••....- _ _• (bIln. m<TAotlT."..,TI1J ...... r>

."
1m _ _ ...n~IUITn, '
..poelr"" Da . . ,.~ÕI:itoo) . . """';&0 w:rti<. _ .. _ 1~ _ >oOO1'l:.DLt_ ..
oope. "U .ua" ""'.,UT .
l"o"'<Io"" ,.. • -.- (GABILLY. 1913.
19U _ ~.... ..
,. S4)~póI . . . J'to~.. d _ l$V(~.I:_.nll.

..- .oIllb""" <lo,..."".... .,. Roço< ..... _1 ,. m


_.~ do L f. »'Arll (1~1~. ,. 11') """ """,,,1110
.ro •
Ali. . ","-_~ •
OO'fIo _
,..~

~prImIil. •
doo ....... pllo,.~. _"' ......
peIoo ..... do
........ dOI ....IIld_ d.o ..._
11<-"." ~ioIU-'" po.
4ostt. ltwnA. No
_fi . . . I_;p.> _ ~ ~
(l9:ll. pl CU::LXU.)
lIpiMo po.- 5. S. IIUcnlAl<l
_ .. '__.. !ofooI" do
~ 11<....., (Dllroo:l. 1",10."",,), Se bom q ..
" - " ' d•• !rio .,......, ..... S I.IIUL"I:"''''-''' F .......

......- -._........ ..._.....-a. __roR


. - . - . ..... pcolçlo .l<Illori/l<' _
'."01. 101. K. HiOWAR'm (191J, ,. lMI
Ns.pIIc _ si"" "1'1",.. __ rlOU« do
po/lo<I." """......... lo 1,.._ (8U(1.\olA."•
. . . , . . <k _ .'--r" ~ _ ":l'I.""~

_
-II.._ ...

.....""'" _......s_
of_ _ -.,.daol'l...
............. I

e. l'on:<:P _ """'"
M
' . .

'1
flHEVl"-"IL'f) ... _
_.,.. _ _
._""~..... ~ ..
;-
'Ii.
M ..._ I , .__ ~ .. _ . .
CIA.'i.oo.50) JIIO'
"!ii'"
D
"'-\I<> ~-a.
... Cl:o:doo ~

..
r
& <lo ....,..
- . I....lUN ........... á

I" ' _

.....- 0_.._..
ctlIIIl . - . . . . . . .
.5n; _
(wourt:RDt; ., 1_. ,. MCUJ. .. ~ C.te.. f~",_ '-t_ • _ _
TtlUll"- l..n •• ,. ~U), !'ln J. CABllLY (1,-.] ~,) o:-.; .. '"'_" ' ui do _ otdool t _ _ o
"71. - lO (TtltV.) ......... ~.....
po/> _ Adàl • _oo4<tf ~ ....,., .. ... . . , . _ " " '_ _"" _., j ,E _
f4d<. _ _ " - ' "

..
.. I - .. '".....-F 101&_ '1 •••
,..mçoo __

----
_ • _. t"'f'k' ~

~ r-., _ - . """"~. ,.._ _ ~.~~-~.' ~


............ _I i ,,_ (l1ltVL"I", _ _ "~o
Do - . pnI .,,_
"U. _lO 10...,._ com _,m- olp8IIõll
I .. 01_ - , ... _
U,...
• ooqIO <lo ......_
... " ~..,., ..<
UrnooIho._.
_ , "'110 _I """'""
FIl.""""
....... ~ ...... "..""""",. """ ,,"./t IIJ ... no 100 _ _...._ • ""'. ","000,","'.
""".. _ " ' - . M" • < d. bob,"" "" ' • .1'. ,..;,....
_ ..., .....,.,.. ;,,1'10<,. _ r.n. <iUoe>;'" I 00 a. _ ..... ~ ....., 0100....... (FlICINI. 1900•
....... A f"""l' _ , "'.~. 'h",!,," •••,,,,, P. de X.filI. 6-1)'" IÓ" puolçlo OIlfl"I'.lr".....
do . .,....... ot.
......."d.. - .
OIoIo.<tnlllk.............. ~

... AKK:ELL C.\IS•• ,. LJS6)


........ .. _boq""_
0...... lU 50. "'-).
~-.p"" . -
~ do boo,oo. !oçIo •
_ro boi:.. d
_
_ ... , ,
...... _
,.106)
,.,.
..,.... (>llnI do "lupi'''''). moo """"""

"",-_.M _ H'
, " 1iR• • _ " _ . """__
u.... _ .... n...-.
JlofIo$.. . - BLAISON (1'N7•
A =__
_ do _.,. ....., . , . _ _ " ' _ ' _ _

--
__ e .... __ Iti ...

......... ..........."1......
.,.,~_

1 , ......... _ """ •
_"_"~.,
• d . . .~ """"''"''
.fOo...... • ,
..._ .-:sa._....._ •..--. ,u
""'- 1_
,.,. IV) ,
_J.
• I i d,.-'OC1UIAll."".,pJ.an..xJH
OCCUI' • , _ : ,
, _ OPln.
Em
s.-_
1 ...10 ...... ' ",""

-.d,".
&o_ , • __
()IATSUIOTO) ..

_ ' [ S I Y. . , .
.... _
- ~
_010'_
, . , . 4oo ....._ ..-iouo < _
• .,.,
, ..,

,_
.... V,.U

U
, _ _ ...
IU:L.:K.,.·
_ _ . ' . • <I _ ,
.....,
~. P. _
~
'"

OllCIt.. ..... ualt.CO;


.
--.....-..
. . . . 101_ _A"'.
... ,
CI ........
. . . . . do S.
f_ _ ..........
S. IUClOoIA.";' .."'~ do
(...."..~ •

_ ,.....
• ltJCIUlT., 111
_ _ ....... H. _ _ 1'.""....... tiu ' ....
_ .. _ k> ... ~_"'.. Io..... ,
lllO'
"1lDII,"UIOI.D.,.I~"''''.'''''
rol•••,. ~I,•• 1lJCIe .• IIA...nU •
1:1 &O .. <Ii'. .,", lWd,.,. - - . ,. GABILLY (1973.
IUOlIU JIII, . . . p.HI._Ol"~'_<In«nd<.1< ._.

'"
grammoceras francamente domerianos e como ascendente G. DUBAR & R. MOUTERDE (1961, p. 239) assinalam
dos Harpoceratoides. que Fuciniceras e Protogrammoceras constituem no Dome-
riano inferior um conjunto bastante homogéneo, sendo a
Posição estratigráfica - Base do horizonte de· Semice- distinção entre os dois géneros por vezes difícil. Para eles as
latum, zona de Semicelatum, Toarciano inferior da baía de costilhas de Fuciniceras são de tipo falcóide interrompendo-
Armação Nova. -se antes de atingir a carena e apresentando inflexão muito
O tipo de P. paltus (BUCKMAN, 1928, p. 41) provém do ligeira em direcção à abertura; em Protogrammoceras as
"hemera" paltus do "Harpoceratan" de Dorset, no limite costilhas são mais falciformes e mais projectadas para a
Domeriano-Toarciano, acima dos últimos Pleuroceras. frente no bordo ventrolateral. À medida que nos afastamos
No Poitou (GABILLY in GABILLY & alii, 1971, dos tipos, as diferenças são cada vez mais atenuadas e
pp. 614, 626; 1973, pp. 55, 59, 60), no Luxemburgo variam mesmo no decurso da ontogénese do mesmo indi-
(MAUBEUGE & RIOULT, 1964, p. 112), na Borgonha víduo. G. DUBAR & R. MOUTERDE assinalam, com
(MOUTERDE & TINTANT, in MATTEI & alü, 1971, efeito, não só que a secção destas formas passa muitas vezes
p.575), nos Causses (MATTEI, 1971, p. 563), em Mada- de ogival simples a bicarenada para regressar ao tipo ogival
gáscar (BLAISON, 1967, p.107), em Portugal (MOU- no final do crescimento, como também que, num mesmo
TERDE & RUGET, 1967 a, p.158; ROCHA, 1971 a, indivíduo, a costilhação varia do tipo angulirradiado quase
p.155; MOUTERDE, ROCHA & RUGET, 1971, p.62) sem curvatura externa da· costilha, ao tipo falciforme, ou
Paltarpites paltus tem sido assinalado, exactamente como o inversamente.
tipo de S. S. BUCKMAN, no limite Domeriano-Toarciano, A separação entre Fuciniceras e Protogrammoceras é,
acima dos últimos Pleuroceras. assim, muitas vezes, puramente relativa. Podemos, no
Os exemplares portugueses (MOUTERDE, 1955, p. 105; entanto, caracterizar Fuciniceras como Harpoceratinae de
MOUTERDE & RUGET, 1967 b, p.259) citados no tamanho médio, relativamente evolutos, de secção compri-
Domeriano superior estão incompletos e são formas pouco mida, flancos aplanados subparalelos, e carena bem indivi-
típicas. A citação de Paltarpites sp. no Domeriano do dualizada rodeada por dois sulcos, por vezes bem marcados,
Algarve (MOUTERDE & alü, 1972, p. 82) corresponde a que dão à secção aspecto bissulcado-tricarenado. A linha
erro involuntário; era intenção citar Argutarpites (?) sp. radial é constituída por curto segmento latero-dorsal
(ROCHA, 1971 a, p. 158). proverso, segmento lateral retroverso muito desenvolvido e
Se se admite com W. DEAN, D. DONOVAN & M. projecção periférica muito reduzida ou mesmo ausente. A
HOWARTH (1961, p.473) e J. GABILLY (in GABILLY linha de sutura é bastante simples.
& alii, 1971, p.626) que a base do Toarciano deve ser G. CANTALUPPI (1970, pp. 14, 41) individualiza neste
traçada ao nível do primeiro aparecimento de Dactylio- conjunto três grupos morfologicamente distintos:
ceras, o horizonte de Paltarpites deve ser, sem dúvida, atri-
buído ao Toarciano. 1) Grupo de F lavinianum (MEN.) que agrupa "Fucini-
ceras típicos", com voltas pouco involutas, crescimento
Género Fuciniceras HAAS, 1913
médio, secção subtrapezoidal, zona ventral variável no
Espécie-tipo Harpoceras lavinianum MENEGHINI in FUCINI,
1900 decurso do desenvolvimento de carenada-tabulada a care-
nada-bissulcada, costilhas direitas ou levemente sigmoidais
O. HAAS (1913, p. 75) criou o subgénero Fuciniceras com tendência para a retroversão, bruscamente projectadas
que atribuiu ao género Harpoceras e para o qual escolheu na região ventrolateral e semelhantes às de Protogrammo-
como espécie-tipo Harpoceras lavinianum MENEGHINI ceras sobre a câmara de habitação. Estas formas conhecem-
in A. FUCINI (1900, p. 52, tav. XI, fig. 6"7). -se desde o Carixiano superior até o Domeriano 2 de G.
O. HAAS considerava o género Hildoceras, introduzido CANTALUPPI, correspondendo o Domeriano 1 ao seu
por A. HYATT (1867, p. 99) para o conjunto das formas acme.
toarcianas, inadequado para englobar as espécies harpocera-
tóides do Pliensbaquiano. A sua concepção de Fucini- 2) Grupo de F ambiguum (FUCINI) que agrupa formas
ceras - grande zona umbilical, secção ogival larga, costilhas distintas das anteriores sobretudo por apresentarem zona
falciformes simples na maior das vezes retroversas, suturas ventral sempre mais nitidamente bissulcada (muitas vezes
mais recortadas que em Arieticeras mas mais simples que tricarenada-bissulcada) e costilhas muito mais finas e aper-
em Harpoceras e Grammoceras, ornamentação que se tadas. Provenientes de níveis estratigráficos mais recentes
mantém sem alterações sobre a câmara de habitação- (Domeriano 2 e 3) que os indivíduos do grupo anterior, G.
aplica-se mal à espécie-tipo por ele escolhida, a qual tem CANTALUPPI considera-os como "Fuciniceras evoluídos"
costilhas que se atenuam sobre a câmara de habitação. e engloba-os no novo subgénero Neofuciniceras.
A. FUCINI (1923-1928, pp. 46-50) atribui, por isso, ao
género Hildoceratoides, algumas das formas incluídas por 3) Grupo de F dubari CANTALUPPI, assinalados por
O. HAAS em Fuciniceras. G. DUBAR (1961, p.255, fig. 7) e estudados por G.
W. ARKELL (1957, p. L258) dá boa descrição deste CANTALUPPI & L. MONTANARI (1968, p.75), cujos
táxone que interpreta como género, como já o haviam feito indivíduos se distinguem dos anteriores pelas dimensões
J. MONESTIER (1934, p. 85), O. VECCHIA (1949, p. 140) reduzidas, crescimento mais rápido, zona ventral sempre
e M. HOWARTH (1955, p. 169), assinalando que a região carenada-tabulada e costilhas reunidas no bordo umbilical
ventral pode ser simplesmente carenada ou tricarenada-· sobre a câmara de habitação. Provenientes de níveis estrati-
-bissulcada, podendo estes dois tipos caracterizar uma gráficos mais antigos (Carixiano médio e superior) que os
mesma espécie. indivíduos dos outros grupos, são considerados como

102
" _ p"'MI_" •• "JIoI>..... "" """, ..bPotr< ""'r..w _ _ - ".Irtoo ..ompb. . (8EL08.o1 •
BoEL.OIl.06, lIEL.Ol!.J1) <lo ....-.d. 1lél.0II ... com do
~-
&I.. r"""" cl)<lbo::om·.. "" _"'lulaoo dl EM""", Bob•. ~ r_01'" cI< .... rn.,hr.. ""'........
Nan. . . };fri«. 0-:-. Ilal<>dl_. l ...... """",""", ••_ ............d.. r""", .triblli",," 00 ""'lO Jl.mJ·
TralH<. ""'" .r.io<>. 6< r",mas'~fi'" ",_ _n.. . - - 0.1:0 , _ 1i<I~ POI".,.] C-U""Iio ."""mc'
~LlO lO _ -. Q e o _ módJo (_ _ ,
~""" _,00>0. "<iIio) ma' "".... """"_0'" rnaIm l:l«<t1r., - A4. ..".... <\o ,",,,,roo oo:nplmidl (palo
P"" ...,. p&/... _ po«« """'' ' ',1< 'i"""''''' ..."
do o.c..n._o. I GAllILLY (1m. p.';O) _
F",,,,; _ I _ 1 _ . 41 """" d' T,,,,,",_ do
• ...,.. 'pW.. doo • aubparal...... _nnH.
....... dou _ _ aIt, qUI l"pJ • ""'" .. Ilo""",

ci•• " do _011""'0'" Oéc_ '21IH o. fi""",.


~ I_fi· .
PaI,,,,, (FBrlÇ') qu< ""'"'" """,,:i\.oir o UI..... ,.,,_n. _ ............ """tilhas slpooid,,;• ..,..,...... P'" ....,.
Um" ... J/orl<ro, ..... 000' IoIJ1'" 14/ft'lca l ela COttllbo.. fun-en", pro-

_:o.. . .
....... m-.il. 'P'rUd" • _ poIIC. apopla "" ......
I"""",blllcol (do quttlO 00 "IÇO 1<lf. .1nt "" fl"",,~
_ _ ..._ ItVOfoo') Stt*ol"""",. ,........" 10'10 """"' <II"",..
lI><. I. '.. TI
'f"I'! oólli"" l""i<<Çio:> ,.ci!ltl<l l""ft"" "'.. ""'...,
JOd.rJrk, A or",,.. ."""olfa.lO bom in_"'inela •

... G.._ _ ,.,..

_
~" mdi Furn<l...
'xu.o. 11-11. _
fllC"l~ .' l7 ( " \ <M' IX,

n.,
1'U-"lN1 ••.
::a~
.j.""-'o;Hll.
....
"T. U
f.
lU,
•_

1t"",,1
"
"""
. . l'Ol" da;,

"

_
1"'''''''''' .;'01", '"
.... t_"""""''' alotillw. ... nt.,.. lIiat~.. <0", ..1a
...

Iatp. onde .. "'dtri:l""f.g _ lobo od_


_,<io M'
10>* It .. <ã "''''''''''do .......,., "HIU
lobo ..... >1 • 1000 <UIl1""'Í"O b _..
IH'
••
...,.,
1"1 HY>. _ _ .... F".K:INI••• " (llk'"
=,..I().ll
_ ' u... roc.. II0"LSn'~ .... II."- L
v ...hu'ol",.

St...".~ O dif_ _ F. io:di ...... "111 o1p:Ia>

- ,~
_
.... 11. _

"'-~
".

_ _ _ _ (T\JCJ,
>o." ....
, _ Jl nc _. _ ....,
... m,JlI.1.

JlI...... XIl.f .
~OTTEJ:, .'
........oç.. oom
""".. im"'" _ ..
... """=-. O .-1
.......a....... dlf DU. A
~: pO<t#i
_~.Io
(fOC.) p""""""""'" ""
mait lcps. <lO n.."",
"".,."", i, '" ootan'o.
n"aI lUl,,,, (lO
••
...
''llil fi ___
................. ,. (fOC." C<UOT.. L~",I,
a>o<rlrlO di> d. F. _,Ill q. I Ir\c>< l. °_



lO" ,

...
"" o
,'''1
___ _

". _
• 1M.l<.'
,,"""'- (''lC): RomA."
(f't."C.~ uo...... '"
t'. ... ~<RJC.~ MOlIIUOC A
F. _11'1'<:,), C~I\RU~
'fl'CJ, CA.'fI4U·'"
"JII.,...XXlx.r•. ,.

"
_
I"

n
11..... 1
--. . . . r._..
-"0 d. «><llhao, , ""ÇIot 40 "p~' < • "''''.. _
.....""....r",ionto, '''''' "'-1.< '"

J \nlpl(> Clrulpl/h - _

Cooo_,~
(Idi><.
...
"0"_
doo... ""'•

<lo """ 6< S,,:. . ~, 0o,",·

a> l'ort.... """'" lN,.... o • b... ""


L~ -A. FlXr:-:1 (1900) do in<li<ou neMum lloo:IIr\a11o (MOUTERDE , 011, 1972.1' SOl nl.. rOl1DU
holl>tii><>" ,..,.......... nt••• -..ripGnio roo ~ do ..-.t,,,,,",,, ...,.,..... . . '" m-",,". '" <~~ .. ".
~ , _ polooowl6lli<> ~"" 1"' rlnÍl . 0 da Bdi "iii«> ,1\00_ do _ .,r.,;o.
~ " <>p<ei< F.I",", e- .rOJlO, -tfico. ..... boto l.ndo todo °.........
hr\pollíV<l'. VO/'itIc.. "lol
1 1 _ ~ r"",~.. d. A. FUcn.1 c.,,,.opoo4o
<fd_ _I. . . r_.. (19]).192&. p.47. lav. V,
d;' •"""'io ~rlCll '0' ..JaçJo , ".H
lO r.. no boo:lo , llot.. do To;o <IllIl
""...."
''''''''0'01<0lIl/
°.....
r~ 1(1.11) ~"" . _.... onu.~m<oll>' ""~"" ... ~"""" acIIll.t do. ellrJltlll A<T"<>"'I' • ObIOO<IO"
~ _lJlIl c",", <v<. . ,odo"
por doi'p.-.\>o.. ,,,tO' 40a I'Ó"l"Ífor ,4,...,._[A, " " _ 'SOI"').
.,ilI...._ <\o . . . . . . "o~o{lQ04,p.uO...... XX, A. ~~"'"'"' HOW.~
r~ ISb-I6b~
1'0< ""'tolado, .. ~ .."ll.. 6< A. FuCUo:I.p....... m
difo""fM ","11<1 .. 1:0 .... dlo ...,.,.., ",o 06 I.,...",..,· ........ ,$7"ATH.""
..... , CQfllO t_ t..."io da.Ip~•. Til 1&<00." .. t" [,..lci<-''''' 6Io_.... _ . . .u;lNl.'_
rolocllxudo, om p..... ...." • pOClÇltl .. lIllt1a"nO&, ",*"
r.,..... do Wo1lto di C..""" • T........ _ . . m'~ EoI.1'ÓfI<'O 101 d.fWdo 1"" L f, SPATH (1911. p. S41)
_ . . - q........ Al'I"fllno ç"ruolo, "'o ....... fo,.ji
<lotoeudo pO' I. uo~"'tSI1ER (19301. p, 82) ao afumar .....
"Le. '1""-"' ...
FlIClI'II "P'"''"''' i
oJo , • .......,1, ",
_ , 1 _ ruClI'>l

_, .
.&"'"
rÕÓ<" MÓlc"'i;;...... lo do",
""'" .......... I"'i><> <lo "",.. ll'oOi> ou
'-cn. _ doo F~ •• ~""
",,_.lO • . . - n. . . . .<pçIO
-Sl'ATII....pkoMjp> do _ - ....,
"_"'''1'- <~ .• W. l-<-8·lSQ)o
ta..
,.. 0<1_
OtlJlnal 40 L. F.
e- cl<llo. <lo ri!»
A ..,oe;. F a<o..t.o 000ll ,
"I"; .... 'J"'Ctad.o do
_.~ d. A. F\JCINl (1900. p.J7, "T.lX.IiI·W)_ I} f"""" ""'I. ",,'iIt>ao to 'P""""'" _ ......
pucI...... oblC'Mt no ~".,.. do -.."oloJia ela lillloer~· I""'joOI""" Id_nto III> bol'do ..r.H<>ill'..... foIcin.·
do<l<. I'W. Umclotl..... ;,.f_ _ .. 'c~""""" _ .. [ar..,.".,.,... ""..._ fUCmr. 1900. 1'-46 CTl),
""'II"i><> 'pó< ,,_;0*
on'ol~ ,.,.,..",or-.. ,.... X. fia./; "b. G. cn.z",,_ fUCL'il. 1\100, •. 41 (61),

,~
tav. X, fig. 2 a·b] e subfalcirradiadas (Harpoceras cL anti- lhas sigmoidais, muito finas e numerosas, um pouco irre-
quum GEYER, 1893, p.19, taf. II, fig. 8 a-b, non gulares, fortemente projectadas e muitas vezes terminando
WRIGHT, 1878, p. 431, pi. LVII, fig. 14). contra a carena. Provenientes de níveis estratigráficos mais
2) Formas cujas costilhas se apresentam ligeiramente antigos (Carixiano médio e superior) G. CANTALUPPI
projectadas adoralmente no bordo ventrolateral, subarigulir- considera·os como ''Protogrammoceras primitivos" e
radiadas [Grammoceras normanianum FUCINI non d'OR· engloba·os no novo subgénero Eoprotogrammoceras.
BIGNY var. costicillata FUCINI, 1900, p. 30 (56),
tav. VIII, fig. 3 a-b] e .angulirradiadas [Hildoceras lavinia- Em 1972 G. CANTALUPPI (p. 336) apresenta uma revi·
num MENEGHINI in FUCINI (1905), muito especialmente são dos géneros Protogrammoceras e Bassaniceras na qual
a varo retroflexum FUCINI, 1905, p.97, tav. III (XLIII), propõe solução para resolver O problema resultante do facto
fig. 6 a·b, 7]. de os dois géneros terem a mesma espécie-tipo. Ele consi-
dera assim o táxone de A. FUCINI como subgénero de
As formas indicadas em 2) entram, com efeito, no Protogrammoceras guardando como espécie-tipo "Grammo-
conjunto do género Fuciniceras defmido seis meses mais ceras" bassanii FUCINI, como o havia já proposto L. F.
cedo por O. HAAS (1913, p. 75). Se se seguisse a diagnose SPATH; para espécie·tipo de Protogrammoceras, G.
de O. HAAS, Protogrammoceras caíria em sinonímia com Ct\NTALUPPI propõe "Grammoceras" celebratum FUC.
Fuciniceras. Se bem que em desacordo com o Código Internacional de
Para facilitar a separação entre os dois géneros L. F. Nomenclatura Zoológica a sua proposta parece constituir a
SPATH (1919, p. 174, nota infrapaginal) limita Protogram- melhor solução para resolver este problema de ordem
moceras às formas falcirradiadas, escolhendo para espécie- nomenclatural.
·tipo Grammoceras bassanii FUCINI (1900, p.46, tav. X,
fig. 6-7), forma que se caracteriza pelas costilhas fortemente
inclinadas, em direcção à abertura, no bordo ventrolaterai. Protogrammoceras exiKl/um (rUCINI)
O género Bassaniceras FUCINI (1929, p. 63), baseado (Esl. 1, fig. 9)
também sobre Grammoceras bassanii, é assim sinónimo de
frotogrammoceras (ARKELL, 1957, p. L258; GÉCZY, 1900 Grammoceras celebratum FUCINI, p. 41 (67),
(pars), tav. X, fig, 2 a-b, non fig. 1
1967, p. 115). De assinalar, no entanto, que algumas das
1904 Harpoceras exiguum FUCINI, p. 281 (247), tav.
espécies englobadas por A. FUCINI em Bassaniceras são, em XIX (XL), fig. 7-8, 9? , 10 (pars), 12, non fig. 11
parte, Lioceratoides evolutos (CANTALUPPI, 1970, p. 13), 1908 Harpoceras exiguum FUCINI, p. 35, tav. 1, fig. 25,
em parte, Murleyiceras. 26 (pars), non fig. 27-28
G. CANTALUPPI (1970, pp. 16,42) ao estudar a varia- non 1913 Harpoceras (Grammoceras) exiguum FUC.; HAAS,
p. 92 (156), taf. IV, fig. 2 a-b; taf. VII, fig. 32
bilidade de Protogrammoceras considera três grupos funda· 1923 Protogrammoceras exiguum rUCINI, p. 42 (66),
mentais: tav. IV (IX), fig. 4
? 1923 P. permixtum FUCINI, p. 42 (66), tav. IV (IX), fig.
1) Grupo de P. bassanii FUCINI que considera como 5-6
"Protogrammoceras típicos", com conchas de crescimento 1934 Harpoceras exiguum ruc.; MONESTlER, p. 83, pI.
II, fig. 2-3
médio, voltas de sepção comprimida e esguia, zona ventral 1952 Protogrammoceras exiguum (ruc.); VENZO, p.
muito apertada, carenada-tabulada ou, mais raramente, 106, fig. 1
carenada e levemente bissulcada e costilhas sigmoidais. 1952 P. celebratum (ruc.); VENZO, p. 106, tav. A,
G. CANTALUPPI engloba aqui não só as duas espécies fig. 1
conhecidas no Algarve, P. exiguum (FUC.) e P. celebratum 1967 P. exiguum (rUc.); GÉCZY, p. 120, pI. XXIX,
fig. 1
(FUC.), mas também "P. "isseli; esta espécie é atribuída, no
1968 P. aff. exigullm (FUC.); CANTALUPPI & MONTA-
presente trabalho, ao género Fuciniceras. Os indivíduos do NARI, p. 76, tav. 13, fig. 14 a-b
grupo de P. bassanii conhecem-se desde a base do Carixiano 1968 P. exiguum (FUC.); CANTALUPPI & BRAM-
superior até ao Domeriano 2b (21), atingindo o acme B1LLA, p. 309, tav. XXIX, fig. 5-6
durante o Domeriano 1 e 2a. 1972 P. exiguum FUC.; CARRERA, p. 97, Iam. I, fig. 8

2) Grupo de P. meneghinii BON. que agrupa formas dis-


Material estudado - Um molde interno de dimensões
tintas das anteriores pela secção ainda mais comprimida,
médias em bom estado de conservação, da camada BEL.08
com crescimento rápido, zona umbilical mais pequena,
do corte de Belixe (exemplar BEL.08.33).
costilhas mais finas e zona ventral com tendência para tecti-
forme. G. DUBAR & R. MOUTERDE (1961, p.240)
Descrição - Concha comprimida com secção da espira
designaram este grupo por "Harpoceras" discóides. Estes
ovalada a lanceolada com largura máximano terço interior
indivíduos, de níveis estratigráficos mais recentes (Dome·
dos flancos. A carena, estreita e alta, apresenta-se limitada
riano 2 e 3 de G. CANTALUPPI) que os anteriores, são
por duas ligeiras depressões. A zona umbilical é pouco
considerados por G. CANTALUPPI como ''Protogrammo-
profunda e relativamente estreita e a área umbilical quase
ceras evoluídos" e englobados no subgénero Neoprotogram-
perpendicular ao plano de enrolamento da concha. A orna-
moceras.
mentação é constituída por costilhas finas, arredondadas,
3) Grupo de P. mellahense DUBAR que agrupa formas sigmoidais e com interespaços mais largos que as próprias
distintas das de P. gr. bassanii pelas reduzidas dimensões das costilhas. Estas nascem na vizinhança da parede umbilical,
conchas, pelo crescimento mais rápido das voltas, de secção sendo, no terço interior dos flancos, fortemente proversas e
bastante esguia, zona ventral arredondada e carenada, costi- direitas. Antes de atingir o meio dos flancos arqueiam-se

104
_ _o

____

.............
,-- .~l
o

", "'
" • ,
...
• o •
,,, •
••
11.1 lU
'"
" -
....- . - , ......."'.. FtnNl, '''''''
' ...... r.. l
" - " - " -

. . . . ._
,... XIX (Kl,~
,-
........ RrIOo',
'e. Il

.. Gtc.n. ''''. fi. XlIII<••, ,


'- .._tfCC!
'"
"
,,, "
, ,
",

'" '" "


.'
,~
'" "
., ,,,
lo""
CW>'. dInco-<. '~Ortm..." qut .. nn... .."
, II~ _ _ F\!CI"'... 2" "",,
foo-ouoldo
projocçto i""'n.1<a
p"""'n& .... ~ JIU FOI"". ,... xv,,, lXUIXI. fi&. "2, ,.. ~'" "'U.
_ ....ita ......... A ,pr_
k>bo .... tnll<l.ln- , ..._ fIc-"'" _ _ .. " FUCl~L

ti,o ao primeiro k>bo 1, -"''''''',i«>. O 10M u.nl>ili<lll ""_' "'_ , _.. ,·t.nNl. ~ lO
<Ue"'" '. ~ " klb<> WIlbllio" lo"""'. (ln, ",".IV '~"o. ~ 2.'
FOC..-,. p I' (UI.
-..I<> no _<lo ]><_-.1,
A
_pouco ....._ .
''li'''' do .... rn......f1)~o""•.,=....... ê. "I' _ ~

' ... (~lVlU.r


....
do Ho7pJ«fV' ~ FUClNl (1_.'ow.XlX.lII· ll). "" ",",,-,-", . . -.. ruc.,LAl"QU"'",,,,.
'1..')......" ... $
O • ..-pboo alp«io _ ler bodo >u._ter>! ~of,·
,.............,...,. _040 ~ olloa. 1Ipb" okpt_" ". . . . . . _ .. _ _ 0"<1[., .'OOS<$T1O;", •.

Il -'''.•
",,,,,,pio, do< A. FUCl~1 _ Iol ~ _ .... ~ . , C.. , .........TSC~, •. n
_~I- 1b.Sb.o ..,.,...1ti<lio
.q, doio p . ,.,,~
,. 1I ••
..""""".. (Foc.o RAIlI1.
,ar. ali. ,,".•
" ...-mnoçlo i 1>00, ldáI'ka «1m P do _l-
".,. , " , . , , _. . (FU::.tCANTAl. . .I.• nl.
U- r....
_
oolI"" ''_0'" 'OOItilhoo
.. d. 100I>I. .."

s<_n-r.,. • dlk~"",. -
_i>.~"i_"

_ t o • 1'. _ " " "


- ""
• "fi •
",". XXV" r•. <-1
.<10_ ,,..,••,,.....,
(I"" • LA"""""A.II'-
"_"'_(FIJÇ.~ ROC9
0) " , _..
"o '. r.. ,
'"
'u....... u
dlstinpo~ esp6cio pOr .pr.nlO' If<ÇIO .... '07' •
• ,m "_"'_lfUC./,lOCllA.p.
, _ .. ,rue./, "'~
__ """'iIht. m'" r.... com ..... ~ ""lo.... • 1072 I". "".
• '" ,1"" {FU(.~ n ....nn ..
...""• ...,pIo.
I. IIffiIEST1ER (19M. pp.. 8"'..43) Ollmlon. jl ..... um , ,m U"" "l
, _ _.. fUC> CAUE......... o ..... u.
doo '"","pia= flptlodoo po< Á. FUl:INT (l'lO,). ln.:l, r.a.lo
<no , lO, .._ .. ~Fl.CJ. 00'r... >Ol..... I.
f1l-1) dU.... '" l;po ..... cio <>«>lhido. P. ~Iw"""
FUC. (1900. tn. X. fil.l) polu ..,1,. ........pdm_. C<'
'- _ _ (FOCI!>'I) d"',....« <~.a_. do". .'\foI.,;.,1 , _ _ VoPoo ...""""_ (~CI..Oll.01 •
_,~ mail bo.iu. volta< . . . . . po_ • oOlhlb•• mail
f _ .... ;,e~.. OCLCl8.IO, BELOUI) do com"'" IIEl.lO do oOftO '"
"I1«rpo<...,,~ a ......... Fl,ICISI r...._ ,.,.. I. J,lQSES- Deli... O.xeonpIoo- do <ol«>ilo J PRATSCt\ (1918, p. :J2)
o

l1EJI 119:14. l'- IIJ. pl. II. 3) nc. '_"la


olputl• . . - "",..""",do bom. f _ t o d.l'. lP'....[. .~ (FUC.~
Ikanç.. " - '.llol..,,/<VII OIOFFAT ..... .vi ".",.p, N. ODJ""fiiO J. !'RÃ TSo:H fi>( _ .._ "'"tro .......
..... CD...... ,d,...io """ alta.. ""'" umbUIOfIl ..... ..... dodo """'" """ c-.:.", S. v-........ T". .
f,dIado ,<> pootD <lo _ _ d .. <IlOti!ha .nc...II.... .,dI ... . . . - , . do 'roem o do ~"' 010
1ooF ...... _Iio,.. _ p<n.""'
0.............1'..........
"'" oooCtihoo >00 ",....

I'lnlpfa ~ _ _ <b..,. d. Stobsi, Domo.


.u.o W ...... 00 a>rt< d< IIoliu,'" """';'''0 """ FIft:" D<~ _ CcndM comprtml<la ""'"' 'ocyIo d. fIanoo.
m-' ú.d. " " " ' -..... <-.... .", UI<lrilmllll< """... <a, , .... "'-k> ..., 'opio
•_ ""'" ....- bo-mllRItada, .llIlndMd"aW~io'"
"'"u....
.....,"'''''' ,......,.. "" suIooL A """'-W;1o (..,
•" ~.~-:;:.~. . _ ....... (FUClHI)
20-11 mm "" ........."'1)".,.'" oott";hoid>,,.,.. OOOIiIIw
(F.... '. fie. Il
f'-' moi lIIo:lIolduolluol... 'fOII po..om d<poÕl • Wd-
"'" "'_ _ '._ _ l - ",",.UG'~ER•• foom<s; """"""" no "'lJ/iO ,.';""'b~ioIl, "'m o"..,to do
U ..... U. .-... H hoIloJ<JD ""ln o "0;0 •• ....u4. "",Mo do 110"",. """.
1'ltO _ _ 11/ _ _ (-. ME"Ea"'f1J
~ETTO~l. p- 6). , •• (Jt r•. '. '-') __

• '''o
La•• VI..... >-1._
~' "'.H
roaSl. p ., (U)
•. 0;:1.10 ....... """-'""" ",~~..--l '" G. c.<NTA-
~,_

<.-rt~ ... Jt r•. I ""'" ... "


l~"" ao 11_' .
,m
Dimensões

Exemplares D H h E e O o

P. celebratum (FUCINI) 72 (? ) 2,6 36,1 ? ? 29 40,2


ex. BEL.08.10

Grammoceras celebratum
FUCINI, 1900, tav. X, fig. 1 88 - 37 - 19 - 40

nam por projecção periférica bastante proversa no bordo Em Espanha (CARRERA, 1972, p. 97; GOY, 1974,
externo. As costilhas alargam-se em direcção ventral alcan- p.399) estas formas encontram-se também na base do
çando o máximo de espessura na metade da curvatura Domeriano.
superior. O recobrimento, da ordem de 2/5, é mais forte
que em Fuciniceras.
Género Murleyiceras BUCKMAN, 1921
Espécie-tipo Ammonites murleyi MOXON in BUCKMAN, 1921
Semelhanças e diferenças - Muito semelhante a P. lusita-
nicum CHOFFAT distinguem-se pela secção mais regular- S. S. BUCKMAN (1921, pI. CCXVI) criou este género
mente convexa, costilhas mais fortemente inclinadas adoral- indicando como espécie-tipo Ammonites murleyii J. BUCK-
mente na região periumbilical com ponto de inflexão mais MAN (in MOXON, 1841, pI. XXIV, fig. 6), sem no entanto
bem marcado, zona umbilical mais fechada e voltas mais o descrever. As diferentes interpretações que autores poste-
altas da espécie de A. FUCINI. riores lhe têm dado originam a inclusão, dentro de um
P.bassanii (FUC.), se bem que semelhante também a mesmo nome genérico, de formas que são, sem dúvida,
P. celebratum, apresenta bordo ventral quase plano bem muito diferentes da espécie·tipo.
separado da carena o que lhe imprime secção discóide, G. GEMMELLARO (1885) tinha já descrito formas idên-
recobrimento ligeiramente mais forte, costilhas pouco aper- ticas [Hildoceras (Lillia? ) schopeni (p. 15, tav. I, fig. 23;
tadas nos indivíduos jovens e menos proversas no bordo tav. II, fig. 5·7), H. (Lillia) selinense (p.16, tav. II,
umbilical. A trajectória costal é diferente nos jovens e no fig. 8-10), H. manzonii (p. 14, tav. II, fig. 16-17)] a estas, às
fim do crescimento. Inicialmente sigmoidais (pelo menos quais S. S. BUCKMAN não faz qualquer referência.
até diâmetros da ordem dos 30 mm) passam a falciformes A. FUCINI (1923, pp. 66-70) aceita este táxone apli-
bastante tarde, enquanto que em P. celebratum esta modifi- cando-o às três formas de G. GEMMELLARO. A. FUCINI
cação se realiza mais cedo. também não caracterizou o género, limitando-se a descrever
Outra espécie idêntica a esta é P. ombonii (FUC.). seis novas espécies e apresentando as semelhanças e dife-
P. celebratum apresenta no entanto concha mais compri- renças em relação às espécies de S. S. BUCKMAN.
mida, costilhas mais sinuosas e zona ventral mais aguda. W. ARKELL (1957, p. L259) e D. DONOVAN (1958,
P. celebratum difere de P. marianii por apresentar p. 51) consideram Murleyiceras como sinónimo de Merca-
flancos convergentes em zona ventral mais aguda, ausência tlceras. Se considerarmos no entanto a espécie-tipo
de patamares de um e de outro lado da carena, costilhas M murleyi, a inexistência de sulcos de um e outro lado da
mais bem marcadas nas voltas internas e menos projectadas carena permite afirmar que não se trata de um verdadeiro
na região ventrolateral. Mercaticeras, os quais, como o sublinham W. ARKELL
(op. cit.) e G. DUBAR & R. MOUTERDE (1961, p. 241),
apresentam sempre secção tricarenada-bissulcada.
Posição estratigráfica - Base da zona de Stokesi, Dome- Do ponto de vista estratigráfico existe também diferença
riano inferior de Belixe. Consideradas em Portugal como assinalável entre os dois géneros. Murleyiceras conhece-se
marcando a base do Domeriano (MOUTERDE & alii, desde o Domeriano superior (topo da zona de Spinatum,
1972, p. 80) estas formas encontram-se associadas a Fucini- subzona de Emaciatum) em associação faunística de afini-
ceras isseli e Protogrammoceras exiguum na região de dades mesogeianas até ao Toarciano inferior, zona de
Belixe. Serpentinus (DUBAR & MOUTERDE, 1961, p.241;
Em França J. MATTEI (in MOUTERDE & alii, 1971, CARRERA, 1972, pp. 106-110); Mercaticeras aparece na
p. 80) apresenta uma subdivisão zonal do Domeriano parte inferior da subzona de Sublevisoni ao mesmo tempo
baseada na fauna de Hildoceratidae (domínio mesogeiano) e que Hildoceras e Phymatoceras (DONOVAN, 1958, pp. 36,
individualiza na base da zona de Stokesi um horizonte 39,43; GALLITELLI-WENDT, 1969, pp. 36-37).
inferior de Celebratum. P. CARRERA (1972, p. 105) afirma que estas formas
A. FERRETTI (1972, p. 102, fig. 4) considera P. cele- são muito idênticas a "Bassaniceras" sendo a distinção entre
bratum (FUC.) forma característica do horizonte superior os dois géneros apenas de carácter quantitativo. Para ele
do Domeriano inferior dos Apeninos de Marches (Itália). De "Bassaniceras" apresenta costilhação mais densa, diâmetro
assinalar que as formas classificadas como P. celebratum in umbilical por vezes menor e região ventral mais estreita.
ZUFFARDI non FUCINI são atribuídas ao Carixiano Se bem que apresentando caracteres de Hildoceratinae
superior, horizonte de P. dilectum. (secção subquadrangular, zona ventral muitas vezes trica-
O exemplar de C. LAMAGNA (1970, tav. I, fig. 3) atri- renada-bissulcada) estas formas são ainda mais próximas dos
buído ao Domeriano superior (op. cit., p.40) não corres- Harpoceratinae (FUCINI, 1920; DUBAR & MOUTERDE,
ponde à espécie de A. FUCINI. 1961, p. 240; CARRERA, 1972, p. 106).

106
o género Murleyiceras é caracterizado por formas de Mines de Paris", nunca publicadas mas profusamente distri-
secção subquadrangular, com ornamentação composta por buídas.
costilhas primárias largas, sinuosas, sigmoidais a falciformes, Para R. DOUVILLÉ (1913, p. 56) a famI1ia inclui os
ligeiramente truncadas no bordo ventrolateral, carácter que géneros Oppelia WAAGEN, 1869, Taramelliceras DEL
se mantém constante em todos os estados do desenvolvi- CAMPANA, 1904 (=Neumayriceras BAYLE, 1878) e
mento ontogénico. A zona ventral varia de tricarenada- Hecticoceras BONARELLI, 1893. R. DOUVILLÉ não
-bissulcada (M forte BUCKMAN) a tabulada com individua- precisou os caracteres próprios da família, afirmando que a
lização de carena (M murleyi BUCKMAN). definição deve ser exclusivamente filogenética, isto é, trata-
-se de conjunto evolutivo com maior ou menor número de
Murleyiceras sp. ramos laterais; só os géneros e espécies lhe parecem passí-
veis de definição morfológica.
1971 a Murleyiceras sp.; ROCHA, p. 155 S. ELMI (1967, p. 559) ao estudar os "Oppeliidae" do
1972 Murleyiceras sp.; MOUTERDE & alii, p. 84 Jurássico médio de Ardeche (França) põe em evidência a
existência de dois ramos paralelos, um conservador
Material estudado- Um fragmento (BAN.04.16) de (Oppeliinae) , outro apresentando variações rápidas e diver-
exemplar piritoso da camada BAN.04 do corte da baía de sas (Hecticoceratinae).
Armação Nova. Formas frequentes no domínio mesogeiano e na provín-
cia sub-boreal do domínio boreal, desde o Bajociano infe-
Descrição - Concha evoluta com secção quadrangular e
rior até ao Albiano.
ornamentação composta por costilhas primárias largas,
sigmoidais, truncadas no bordo ventrolateral. A zona
ventral é tricarenada-bissulcada. Subfamília OPPELlINAE BONARELLI, 1894

Posição estratigráfica - Horizonte de Semicelatum, zona Conjunto de indivíduos de tendência oxicone quando
de Semicelatum, Toarciano inferior da baía de Armação adultos, voltas interiores geralmente carenadas, voltas exte-
Nova, em associação com Dactylioceras semicelatum. riores com periferia aguda ou arredondada, costilhas
falcóides ou falciformes atenuando-se gradualmente até
Superfamília HAPLOCERATACEAE ZITTEL,1884 desaparecerem na última volta, presença frequente de crista
(=OPPELACEA BUCKMAN,1919 espiral ou sulco lateral mediano, suturas complexas.
=OPPELIACEAE ARKELL,1950) Formas frequentes no domínio mesogeiano e na pro-
víncia sub-boreal do domínio boreal, desde o Bajociano
W. ARKELL (1957, p. L271) considera dentro da super- médio até ao Caloviano médio.
família três famílias: Strigoceratidae, Oppeliidae e Haploce-
ratidae. As ligações das duas primeiras famílias com
Haploceratidae são duvidosas e, por isso, S. ELMI (1967, Género Oppelia WAAGEN, 1869
(=Pleuroxyites BUCKMAN, 1924
p.775) propõe, corno aliás já o havia feito W. ARKI::LL
= Flexoxyites BUCKMAN, 1924
(1951, p. 47), englobar aquelas duas primeiras famílias na =Harpoxyites BUCKMAN, 1924
superfamília Oppeliaceae. Esta classificação adoptada por S. = Gonoxyites BUCKMAN, 1924)
ELMI é bastante próxima da que tinha sido já estabelecida Espécie-tipo Ammonites subradiatus SOWERBY, 1823
por O. SCHINDEWOLF (1963).
É aqui seguida à interpretação de W. ARKELL e H. Estes indivíduos são caracterizados por conchas invo-
TINTANT, R. MOUTERDE & R. ENAY (in POMEROL, lutas e comprimidas, com secção ogival e carena fracamente
1975, p. 116) que consideram os Haplocerataceae agrupa- marcada. A ornamentação é constHuída por costilhas
mento de formas com tendência oxicone, região ventral primárias, falcóides e distantes, e por costilhas intercalares,
estreita, muitas vezes cortante, carenada ou não, ornamen- curtas, visíveis só na metade superior dos flancos. A aber-
tação falciforme por vezes muito atenuada. Este grupo, sem tura apresenta apófises laterais mais ou menos desenvol·
dúvida polifilético, agrupa essencialmente duas famílias: vidas. Fóssil característico do Bajociano (zona de Sauzei a
Parkinsoni) da Europa, Norte de África, Quénia e Médio
1) Oppeliidae, cujos indivíduos apresentam ornamen- Oriente (Pérsia, Sinai, Cáucaso).
tação variada e mais acentuada, e linha de sutura com UI
(primeiro metalobo) dividido. A sua ascendência vai, sem Oppelia sp.
dúvida, entroncar nos Hammatoceratidae desde o início do
Material estudado - Um fragmento de molde externo
Bajociano.
(exemplar MAR.04.16) da camada AA do corte da praia de
Estes indivíduos conhecem-se em todo o mundo em
Mareta.
formações do Bajociano inferior ao Albiano.
2) Haploceratidae, cujos indivíduos apresentam orna- Descrição - Concha involuta, discoidal, fortemente
mentação reduzida e linha de sutura com UI simples. A sua comprimida, com carena mal marcada. A ornamentação é
origem não é ainda conhecida. visível apenas na parte superior do flanco e é constituída
por costilhas (primárias e intercalares? ) curtas e proversas
Família Oppeliidae (H. DOUVILLÉ, 1890) BONARELLI, 1894 no bordo ventrolateral.

o táxone foi definido em 1890 por H. DOUVILLÉ nas Posição estratigráfica - Base da zona de Subfurcatum,
"Notes pour le cours de Paléontologie professé à l'Écolé de Bajociano superior da praia de Mareta.

107
Subfamília HECTICOCERATINAE SPATH,1928 c) asseIas e lobos têm formas mais rectangulares, são
mais largas, mais curtas e menos profundamente
A interpretação desta subfamília, bem como do género e recortadas. Os lobos têm aspecto trífido e a ponta
espécie-tipo, diverge bastante segundo os diferentes autores mediana do lobo externo domina sempre.
que a têm estudado: W. WAAGEN, 1869; I. LAHUSEN,
1883; L. TEISSEYJ.{E, 1884; A. DE GROSSOUVRE, 1888; C. GÉRARD & H. CONTAUT agrupam nesta subfa-
G. BONARELLI, 1893; C. PARONA &' G. BONARELLI, mília os géneros Kheraites SPATH, Putealiceras BUCK-
1895; V. POPOVICI-HATZEG, 1905; X. TSYTOVITCH, MAN, Brightia ROLLIER, Lunuloceras BONARELLI;
1911; R. DOUVILLÉ, 1914; O. COUFFON, 1917-1919; M. Sublunuloceras SPATH e Chanasia ROLLIER aos quais
LISSAJOUS, 1923; F. ROMAN & P. BRUN, 1924; F. juntam dois novo~ géneros, Orbignyiceras e Rossiensiceras.
ROMAN & E. LEMOINE, 1924; L. SPATH, 1924, 1925 a, A. JEANNET (1951, pp. 41-85) descreve no conjunto
1928; G. SAYN & F. ROMAN, 1928; E. LEMOINE, 1932; faunístico do Caloviano-Oxfordiano inferior de Herznach
C. GÉRARD & H. CONTAUT, 1936; W. ARKELL, 1951, (Jura suíço) indivíduos de dez géneros diferentes de Hecti-
1957; O. HAAS, 1955; A. ZEISS, 1956, 1959; Y. coceratinae. A seu lado, e sem precisar qualquer filiação ou
RANGHEARD, 1961; S. ELMI, 1964, 1967; N. evolução, assinala os géneros Pseudocampylites novo gen.
CARNET,1966. (que representa a continuação no Oxfordiano superior de
G. BONARELLI (1893) apresenta este táxone como Campylites), Trimarginites ROLLIER e Neoprionoceras
uma unidade e, se bem que com vocabulário diferente, liga SPATH, génerOs que mais tarde (ARKELL, 1957, p. L278)
já fileticamente os Hecticoceratinae microconchas a Paroe- serão englobados na subfamília Ochetoceratinae.
cotraustes. A. ZEISS (1956, pp. 17-19) admite doze dos táxones
A classificação proposta por L. SPATH (1924, p.5; anteriormente criados atribuindo-lhes o valor de subgé-
1925 a, p. 8; 1928, p. 100) resulta da hipótese de consi- neros, quer dizer, todos menos Ochetoceras e Orbigny-
derar a superfamília Oppeliaceae como conjunto hetei"ofi- iceras. A essa lista junta dois novos .subgéneros Zieteniceras
lético, agrupando ramos derivados sucessivamente de e 1eanneticeras. A. ZEISS é o único autor que até ao
Phylloceratina. Ele criou esta subfamília para englobar momento apresentou uma chave de classificação das espé-
amonites "harpoceratóides" cuja ornamentação tende para cies no interior de cada subgénero e um esquema da sua
a retroversão e cujo enrolamento passa a ser evoluto. Sem evolução no decurso do Caloviano.
explicar as razões pelas quais adopta tal classificação, W. ARKELL (1957, p. L276) retoma a classificação de
L. SPATH limita-se a propor a existência de dois grupos, L. SPATH com pequenas alterações. A subfamília é
um de formas calovianas que derivariam de "Alcidia ", o reduzida assim a dois géneros, Prohecticocáas e Hectico-
outro para o género "Prohecticoceras" que seria um "desen- ceras, este último com vários subgéneros, entre os quais se
volvimento precoce, especializado, paralelo ao ramo citam Lunuloceras, Sublunuloceras (=Orbignyiceras
"Alcidia ". A grande importância que L. SPATH dá à GÉRARD & CONTAUT), Putealiceras (=Rossiensiceras
ornamentação lateral - daí a concepção restrita da subfa- GÉRARD & CONTAUT) e Brightia. O género Paroe-
mília - faz com que tenha englobado "Chanasia chana- cotraustes é atribuído à subfamília Oppeliinae e Chanasia a
siense" (PARONA & BONARELLI) em nova subfamília, Distichoceratinae (=Bonarellidae SPATH, 1925).
Bonarellidae, apenas por causa da bifurcação das costilhas A. ZEISS (1959) fez uma revisão desta subfaml1ia e
externas. considerou nessa altura os seguintes géneros:
E. LEMOINE (1932) estudou estas formas utilizando
concepção sistemática e noção de espécie de tal modo Hecticoceras, com nove subgéneros entre os quais
particulares que o seu trabalho se torna de utilização difícil. Chanasia, que tinha sido atribuído aos Distichoce-
E. LEMOINE limitou-se, quase exclusivamente, ao estudo ratinae por W. ARKELL (1957, p. L279)
das linhas de sutura. Dando tal importância a um carácter Campylites, com dois subgéneros
morfológico foi, assim, facilmente levado a conclusões Prohecticoceras
erróneas no que diz respeito à distinção entre os diferentes Hecticoceratoides
géneros e espécies. A sua obra constitui, apesar de tudo, Kheraites
trabalho fundamental não só pela abundância de material Pseudobrightia
estudado e figurado mas também pela pertinência de nume- Eohecticoceras novo gen., onde agrupa formas ante-
rosas observações. riormente reunidas no subgénero Prohecticoceras.
C. GÉRARD & H. CONTAUT(1936, p. 34) adoptam a
subfamília Hecticoceratinae cujos indivíduos consideram Todas as classificações anteriormente indicadas apre-
ter formas exteriores muito semelhantes às dos da subfa- sentam o inconveniente comum de fazerem dos Hecticoce-
mília Oppeliinae, se bem que a ornamentação dos primeiros ratinae conjúnto restrito e polifilético (ELMI, 1967,
seja mais pronunciada e a zona umbilical maior. É porém a p. 558). Com efeito, reuniam-se artificialmente, no mesmo
linha de sutura que, para eles, permite facilmente distinguir género formas primitivas e espécies altamente especiali-
os indivíduos destes dois táxones. Assim: zadas. Como, por outro lado, era dada maior atenção a estas
últimas todos os cortes feitos apresentavam sempre carácter
a) os elementos auxiliares das suturas dos Hecticocera- mais ou menos arbitrário. A concepção mais larga da
tinae são menos numerosos (2-3, raramente 4); subfamília parece ser, pelo contrário, bastante mais homo-
b) as aurículas da sela sifonal são mais altas que as dos génea.
Oppeliinae, atingindo sempre, pelo menos, o meio da S.ELMI (1967, p. 559) reconheceu dentro dos
sela externa; Hecticoceratinae batonianos a ligação, no tempo, de três

108
..... :_::~'~':''':~

"'s' .w ,' ..
••
, , - . -,.oIroodto ... ~ ... ,
••_
'--'
aI.. . . ._f_ -q---~
...,~-.-~-_
A
__ I
J.Io
_
_.,.w.o f _ """ __
~
...
.........
._lo. ..
<!o _ _ ~ __
')"--~-­ ... _ ' r I' __
"'_"'---00

-
I T ' I ' .,...... _
r' .... (I·_itI«~-M

---.-
~ ""'"" I.. • ooIu .. _ _
I".f~/-M
r t .,._ _.,
1Il.._.II_
....._....... -. ... .....
-....A_Ú_
--,-.,.,
_ _MI.b.,_tno. __
lHr:'*'--f? _J_lI
... . . . -. . ~
t •
- -I

..........
H.(~_M
II. ( _ _J_ ......... - ..
~ _ _ IOI<.UILUII'I<I
... •... ~_lot-crJU.j(;SON.1~'-1oI 4/ ... ,_ _ "'~lIl'

........ -.
~) l<n-.oo-_u_poOj MM"
G. BONARü.LI (Ifi), ,. 11) <riotl • ~ ....
'--'--' ..,.-,. o _ & _ '" ......, . . , _ .
~_.

»frII.. - .. ItI'll'IECIl:E {IiIU, II. 70. ••. TV, r.. )103'1. o ....... pioc
h ca
I •• 'o....J-!II <lo! D. RE1NECJ:E, . . ._ ,.., I.. II.EIJTU. (19C1,
L(_loc.",,!_loI
"",._,_lI p. 1(6). ,.., O. COUFl"ON ('''', II. 17T, pl. )lN. fIa.',
"""~1Ir _M _'III _ •• pf:il~1fo> do '''''0,"-' 011 000<0"
9N JIIIi••".. que oq\lOlo ..... llal ...... pud_ '" da
...1\ 1!JIpo!, .......... ,
~

_
Se o, ""Is
"'- _,_ p,..........
_
~"'" doo G.!lONAlIEW .. _ , . . .
• •1110 ~_",.,.. dlI~"fIlIt <lO
..... do _ _."lha, .. Oo=t<l&QO

_ _ 00.__0 _ " ". . . . .


ai<> _ _
~
"If_lf''''p
,
.
bctn<r<>t
_
ola
.....
...m.
"<mRI
_lO.
d...-dal. <lOfIlJlftl'U<l!

~"
.00'
ru:os. _100M. . . . , _ bOr·
- . • "'"'" do 11uaI, ..,. .. litro! .... "",,,"'_0;
, • .u-lu. _ _

-.ou. ._
'"'""01., &<fOI-
«>ot:....

......s.- . _ """l.iD' _ate"Çt<>. Foi_'" loIo"


_.....Hca_. _'_'-"'_""0
_ _ _ _ KC..uL'óET (19661 ooI>odDoI .........,..

*_.-h>(F_)._p'
_........,. . . _:-, r
d

_ _
......... _

'.1 .
t .~
....
_.
po<"'...... <0lIl o;oó/M 1.0_; "",.
... IIIlw:o ""'" 'P'1n> ..... 10_: .11
G. ~II.IllJ .......,
lo..., ....._ai
_
_tio..-
......

.dó_.
11 Gn;oo •
__• H. _ IE»ol!Cn ("'''''-ri!

---, ....-
_..... ...
.....TU _ 1õIl1lI'o') F'_to"",,-

_-_l_ _
.).1'dl.....Io........ M .... ' ",.~
P'"I"-"- .... __-aI
-~
'.~_~4ó .........__.. __""" . ' ---..~-­
.. L ROU.lEll(19UJ;
.) ..... 1.-"'oH I ..

_--
1)......, • H _ lILI!<rCl:li! (l;'" "
Iab.lY, lIa.)~l " " _.. . - .
/Il. CAIUoo"'ET " ..... _ '

f ... A. ZEISS
_ . _ ' 'I . . . . . _;:0.

..
(7' '1' •

..
r

_...........,5
_ _ r",. . - - . _ . 'h'" ,.., _

..,...
_

PJ '*, ="""
b,' ;
~
'_

(LUI.). H. _
.., ,
_A.nI!iS
~--
{raI.~ ..
~._ ~
O' ,_

_ ""' .. c. Clual" tl.<'OI>"Aur~ ~


" ' - o ....... ",.,. . ._ _. . . . . . uokio

_._•.. . _o_.
_ ' li.CAJ..,TI_.. ~
K_ "'" _
;·"h ,.. ollllfo6- ......... do - . . _ _"" .... 11<'-,-,
Ilo -.I<IIJo _
• 1_.lltü&>(l.Il5S, I~
lWlu . ~ $l'''1lI.1l'Z'1 '<Oe --.
_,
=_=_ <Ii
,"'!i<>. irai>! 1$0: ........ 00 _""'00
u.' •. .........- ...
_
ido. ...
o.""f_' b'""" ,_~_
-.... • _..... _'io" ••1ItIÇOoo . . . _
'-.1"; _.~) i Iam ...
lu.fI<l_ ,_. ..a'''' G. _'-"";LU ....
""'_~ _ <lo H..I.,,""" u. d . X. TIiYTOVrrCH (1911. p.. 'l) .... , <lo """,. . . . G
"'<lO {tall_, • """ ..,. tI;>o • • _ 110 CIJo. IIONARULJ .rkmo_ quo ·0 À_oo ""po ...
_w...... _ ' " ...., 'lo m,_.•
lIpIo "'" O'LIlltiplo&
..... O " ... rIOl ~ ISo Calo.lono ........1<> , ~ _ , , " À _ l O ' ~.-<f","~"",,~
. . . . ~ •• _ _~ "" K CUl'IF,T (19Ii6)'quol. •.. dolII""'P.lOO' .."""..""",.InO.U".
R. DOUVILLÉ (1914, p. 6) não adopta o subgénero víduos com costilhas afiladas ventralmente (figura 5.1). Ele
Lunuloceras. Com efeito, para as espécies que G. BONA- justifica assim a separação genérica entre Hecticoceras e
RELU engloba naquele táxone, ele emprega o nome gené- Lunuloceras que para si correspondem a dois estados evolu-
rico Hecticoceras, sem precisar restritivo subgenérico. tivos sucessivos.
L. LOCZY (1915, p. 61) agrupa os géneros Hecticoceras O género Hecticoceras engloba assim as macroconchas de
e Ludwigia na subfamília Harpoceratinae ZITTEL, distinta Hecticoceratinae com enrolamento evoluto a subinvoluto,
de "Oppe/inae HAUG". Porque os indivíduos são despro- secção comprimida ou moderadamente espessa e flancos
vidos de tubérculos atribui ao género Ludwigia algumas subparalelos. A zona ventral é tectiforme (figura 5.1),
espécies de Hecticoceras: excepto no fim da câmara de habitação onde se torna arre-
dondada. A carena é sólida e bem nítida sobre grande parte
Ludwigia haugi (POPOVICI - HATZEG) da câmara de' habitação. Tamanho médio a grande (150 mm
L. paulowi (TSYTOVITCH) no máximo), perístoma simples bicôncavo com ligeiro lábio
L. cf.lunuloides (KIUAN) ventral. A ornamentação é muito variável, à excepção dos
L. nodosulcatum (LAHUSEN) tubérculos perimarginais constantes sobre o fragmocone.
A linha de sutura apresenta selas laterais divididas na
L. LOCZY atribui ao género Ludwigia a maior parte das parte superior em dois folíolos desiguais, o interno mais
espécies que correspondem a Lunuloceras sensu G. BONA- alto e mais largo e normalmente mais recortado que o
RELU. A separação deste conjunto em dois táxones externo. A segunda sela lateral é dominante em relação à
menores estava, na época, nitidamente estabelecida. primeira, os lobos laterais são normalmente trífidos e os
L. ROLUER (1922, p. 359) propõe, além da manu- elementos auxiliares pouco numerosos.
tenção dos dois subgéneros de G. BONARELU, a criação Do ponto de vista estratigráfico este género estende-se
de três outros - Campy/ites, Chanasia e Brightia - que essencialmente por todo o Caloviano do domínio meso-
considera descendentes de Ludwigia. Actualmente os dois geiano, se bem que os ascendentes sejam batonianos
primeiros subgéneros de L. ROLUER não se consideram (Prohecticoceras), e as últimas formas (Pseudobrightia) se
como pertencentes à subfamília Hecticoceratinae. conheçam ainda na zona de Mariae (Oxfordiano inferior). A
F. ROMAN [in ROMAN & BRUN (1924), in SAYN & maior parte das espécies tem, sem dúvida, extensão limi-
ROMAN (1930)] descreve as faunas do Caloviano do vale tada, sucedendo-se umas às outras durante o Caloviano.
do Ródano (França) admitindo a classificação de
X. TSYTOVITCH e utilizando apenas o termo genérico
Hecticoceras. Subgénero Prohecticoceras SPATH, 1928
Espécie-tipo Ammonites retrocostatus DE GROSSOUVRE,
E. LEMOINE (1932, pp. 20 e 28) admite também as 1888
duas divisões de G. BONARELU, sem todavia as utilizar
como tal, mas insurge-se contra a pulverização feita por O táxone Prohecticoceras foi criado com valor de género
L. SPATH ao criar cinco novos géneros - Hecticoceratoides por L. F. SPATH (1928, p. 100) que o limitou a Ammo-
(1924, p. 5), Kheraites (1925 a, p. 8), Prohecticoceras,
Sublunuloceras e Pseudobrightia (1928, pp. 100-102). Para
E. LEMOINE a classificação apresentada por L. SPATH
baseia-se no estudo de caracteres morfológicos manifesta-
mente insuficientes. E. LEMOINE atribui grande impor-
tância à forma da sutura, utilizando-a mesmo como carácter
da família, do género e da espécie, e distingue em Hecti-
coeeras dois grandes conjuntos, sem lhes atribuir no entanto
o valor de subgéneros:

1) formas com tubérculos marginais


2) formas sem tubérculos marginais

À excepção de L. SPATH (1928) a maior parte dos


autores tem sempre outorgado a este género sentido muito
vasto. Segundo W. ARKELL (1957, p. L276) e A. ZEISS Figura 5.1 - Tipos de zona ventral e ornamentação de Oppeliidae
(1956, 1959) o género corresponde a formas tuberculadas (segundo S. ELMI, 1967).
ou não, sem os limites fixos estabelecidos por G. BONA- 1 - Zona ventral tectiforme com tubérculos ventrolaterais
RELU e E. LEMOINE. O género assim idealizado divide-se (1 a - vista superior; 1 b - em secção);
em vários subgéneros cujas relações não parecem ser senão 2 - Zona ventral tectiforme deprimida;
superficiais. 3 - Zona ventral ogival;
Para S. ELMI (1967, p. 577) o exame da região ventral e 4 - Zona ventral tectiforme sem tubérculos ventrolaterais
(4 a - vista superior; 4 b - em secção)
da costilhação externa mostra a importância da discrimi- 5 - Ornamentação flageliforme mostrando três modos
nação estabelecida já por G. BONARELU. Mas, a estes diferentes de divisão das costilhas (costilhas bifurcadas,
elementos, há que acrescentar a distinção entre macro- costilhação virgatóide e costilhas trifurcadas).
conchas e microconchas. Para S. ELMI as formas com b. v. - bordo ventrolateral;
tubérculos perimarginais possuem zona ventral tectiforme c. - carena;
opondo-se nitidamente à secção ogival ou oval dos indi- p. c.. - pseudocarena.

110
............
LF.sp..nl
001' _ .. _
_•.. - - - _---.
-, ...
_ 1'1""'' ' "....... _-
~
~
III.. tod ....
,
r I ... '
lo
_ ' _
. ' " "',...........
'lJ, lU6) "
..ru;I:OlL"1.1I1.....

• ...." " "'JlJ.I.



"
_
__
w. . .nu.. '"7.
r. Itnu. o ... u .....
I~.

....50 dit<dl ~ .. Ii- _ ~ 1972. .... 01


.111,10. . .,. ,. ,.u........"'''' .. -N. __
......... ., u.,,_ (-"*'"__•
_lb.
{~ J o-MoG IIOtõAIlEUJ(ltn.,. "') _
_ =L . _ . .. I = _ _ ._ ...põ<>o> O< H«tf.

--
r -u....ao;-l< 1r . _ ..... __
."TlI ~ (19:S6. p. ,~ ~ do L ~_
'" ______ r.. 1It:f".
, tbI _ .._ JIft!Ci-
I . . . . ~_~ , . _. . . . . . - - .

. . . _ L ~[K {IU2. p-.)59) • L , ....m (193,


" "'" .'. MUt:lU- (I~l. p-. S'l1 _ ,..1Cl:),..ol!ooo_ ' __ ..--
.-... -. _ P'" • -." ,....,. "o ai.
o,~u. .......
1t000EIl IE,- ~ _ r I _ o:a _ -'11:• ...-.l.irioo, .~

(ZQS$. l~'. p. IlN)1 • <lo _ _ - - . POrO- .. q:>Uo ~IEII Ia~ . _.. _

\1CI-H...TZB;; ( - _ . $!nIoo;IIIII ....._ U55AKll,)J). • _ _ .... . . . - _ -..oMI_ _.. ''''_.... _ _


s..f.1JolI(I"'l..... S1f.~<olll._.,.. o _ ..,..... _ _ O'W 7 "'" '"""
..... ....)""0 _ I ,I .. de~'" ..-.. , _... _!&ill1I 11. A """""" f _ ....
...... ~. -.I.IÇI<> 'P"- _ .......... ;.... -... . .·010 alI.o, o • ---.. _ .., ~

~_

_ _ _ mio
...
..... <OOtIha ...to,.,.... 10 _ _ dl-dt
" ' _..... - ado _

pe<i<r"aiIoIl .... -...... ....-


lO",.
_
.~
-.01,"""," - . . -

lWoa &o "'"


d ."I..
do
161boo. _
_.40"""'10....... _,
1 lU de...".....
<lif",.
..

Io>pn doo
I. . ._ .... ra1cil..- ... _'0
de d_ ti.-.. ""10 "_M ".,...- p.._ " ' . o q...
o ",,'0 do 1011<_<10 ... _.-uoool __ UCi'> ""- ,_~" i lo',,") o poIo _ <fif_ _
floecld- (Iipn ~.I). .. <._ _............. PId"'-· ....iI..,. ""ro '" ~'* r"uo'", "'" .1.10...... '" '1"'''' '"
...... , • abon.... I ..........
ooI>r•• _ .. doo ""lri..."..,.
_l.llh.w;" ""'pllll<:.... .p«<rn.... " ' _ ..... , . - ........, ",1><1_"""
EM< "~.<>OfO f • .,.l ","llodo lO,. . ." • ..-",,10 <lo
I< CAltSET (1%6. 1'1'. JJ.J.et~ multo 61("..."" <l.1 . , S.
Eu.l1 (1967, 56J;). AIil. como • '11>4<""'1'" "" D. KEI·
I<ECXE '" "" "'.. po:did., dUIdI .., 101<10 1Oil"""'"
.. "',...,."" "" u ......._ _ (.-...~ I< C""-'1FT)
• ,''',. JJ_ _ 1...... _ .. ....; .,~ .OCK,,- o· "" d. . . . J--'OOJIdoo (_Wio S. "!.MI).

• ,,.,1 '"
_ _ .,..,I.OtrTnOI' ••I;I.. ""

_.
• '971 J<I "'II_.(ICIIA ·lJ ... - 1...- . . .· ...
.... _,.. UI"
114.,... l;... _ ... _ • ..-
, "" II F 'f' 'I _ .... ItlIlD<•••• , ....
(n""" l<lAlt.llUO) dr .....u. ~ do> _'0 ... P'" do ..... • _.....
.... to. ....
.(1
"'......
,__ n:r<s.
• ....... '.'e- I•
--"2 -.o. _ ooo;sc> _ ...,.. "to _ Uoo

--___
O<a<ropil_e-foo (""_
-=..-
A o"" _I
!!leio ~.
_Ql""- _-..,.,--
_ a. _ _ .... pio.- lOA.R..2S111• • . - ....1l.1j 60 """,o. pooIo ""
_ _ " _ _me _ '"I, <"'. . eM CI<l!l-. .....
.. r._ _ .......~ _ ... I ..
: 1 _ _..
_-.... I __ _ .._ 0 1
~_c_

-. _, ,,-.
-",......_ ... -...
~

!60 _ _ . 7 .""" .-tf*ll'-.


_... _.- _.......-'.1_
~ _4"'IJfa - la... • aowc.,.-. _ . _ ._-
olip<'" • __ oocçao
01 .. ._. . . .""'"'
- ' ....
-
Eoo. IQI.' I _lO - . r _ .... ..., dou!'-__ _ 12 I ... ~ " ~ .....
_.. t '"""'"110 ..... Ü . . . . ._ :a'G> o
....,.
.. _oIalu o q_--'
........ (AUllL. 1'S1. p-.U16 EL"I 1 .... 1_.
pp. <64$""*, MAN(;(lU), Ill10 b. .... :!tJ, lln. )(101,
_ {__
I'o<l~ ............
do~"'poaIo"'_
_Io'r... si 1I_ . . r-
MAN(õ(lU> . . . . . . . .'OOl."TElUlE a ",1'7I,,..fO».
o lIoiõ:ipo ...... t:fJSS , 60 -c..-luD: c- 6t . _
s. El.Ml (l"n. JIp.. -Uot. S1'9. SUl' C. WAMX)U) bor&. __ ... ".hIo'"
(I"O~. pp. JO'l.J(1) _ _ ............... do
_ _ _ _ .... f....-oç6<. CaIo<>ooo> , " ' _ •
_ t ' l •• Ao"',,"" o do IQ
o!diooAol. ~ ....Io> ... , T1'I I I .

."
(H. /,..) _ ZEISS" H_II') (TIl"I"TtIVITOl)] "+' _ "'_ ACDI.1I11
1Im.1do. _ .'"""'. intorpm .- ...
...0 z..t....... (ZElSS, 1.,,6, I'I'.~. 26; 1,S9, 1'1" UI L SPATl! (I"'&' p. 1(0) <fiou o -btio<<<>. iood_
....... ~;po Ho~ ........ "'AAGIl,.. (UlJ .

'"
p.65, pI. XIII, fig. 3 a-b). C. GÉRARD & H. CONTAUT 1951 Sublunuloceras nodosulcatum LAH.; JEANNET, p.
(1936, p. 43), pelo contrário, indicam erroneamente como 65, taf. 15, fig. 1, textfig. 148-149
1956 Herticoceras (Sublitnuloceras) nodosulcatum
espécie-tipo Harpoceras nodosulcatum LAHUSEN (1883, (LAH.); ZEISS, p. 45, taf. 2, fig. 14
p. 75, taf. XI, fig. 17 a-b, 18). 1961 Hecticoceras (Sublunuloceras) nodosulcatum LAH.:
Este subgénero compreende um conjunto de macro- RANGHEARD, p. 151, pI. III, fig. 3
conchas discoidais, involutas, que atingem diâmetros da 1966 H cct icoceras (Su blunu loceras) nodosulcatum
ordem de 130 a 140 mm, com secção ogival alta, pequena (LAR); CARNET, p. 54, pI. II, fig. 1 a-c
1969 Hecticoceras (Sublunliloceras) nodosulcatum LAH.;
zona umbilical com parede vertical e bordo anguloso (por
CARIOU, pp. 452-454
vezes arredondado nas primeiras voltas) que se arredonda
sobre a câmara de habitação. Na zona yentral existe sempre
carena bem individualizada. A costilhação é atenuada ou Lectótipo - É O exemplar figurado e sumariamente
mesmo inexistente na metade inferior dos flancos, a diâme- descrito por I. LAHUSEN (1883, p. 75, taf. XI, fig. 17 a-b),
tros grandes. As costilhas primárias são curtas·e finas, ligei- posteriormente refigurado por R. DOUVILLÉ (1914, p. 10,
ramente proversas, podendo atenuar-se e desaparecer sobre fig. 5).
a câmara !1e habitação. As costilhas secundárias são simples,
alargando em direcção ventral, podendo ter relevo acen- Material estudado -Dois fragmentos de exemplares
tuado no bordo ventrolateral onde se inflectem ligeiramente (MAR.25.07 e MAR.25.08) provenientes da câmada
em direcção à abertura. Sobre a câmara de habitação MAR.25 do corte da praia de Mareta. Quatro outros
apresentam interespaços maiores. Por cada costilha primária fragmentos da camada BEL.25 do corte do forte de Belixe
existe normalmente uma secundária, continuação daquela, e (BEL.25.03 a BEL.25.06), correspondentes a H. (Sublunu-
uma intercalar. loceras) sp., não permitem classificação específica.
Sublunulocerasdistingue-se de Lunuloceras essencial-
mente pelo carácter macroconcha, pela presença de três
carenas nalguns indivíduos, e pelas costilhas secundárias Descrição - Concha involuta com zona umbilical estreita
simples, largas, por vezes muito acentuadas (caso de e profunda. A secção, ogival e comprimida, apresenta
Sublunuloceras lairense). Foi o facto de possuírem nume- flancos aplanados com espessura máxima no terço interior,
rosos caracteres comuns - forma di! secção, zona umbilical e parede umbilical vertical com bordo anguloso. Área
estreita, dimensões relativas comparáveis, aspecto geral da ventral tectiforme com carena bem individualizada.
ornamentação com costilhas primárias finas e proversas e A ornamentação é formada por costilhas primárias
costilhas secundárias ligeiramente projectadas - que levou pouco numerosas, atenuadas e levemente proversas;
N. CARNET (1966, p.33) a considerar o subgénero dividem-se no terço interno da altura da espira dando, cada
Sublunuloceras como equivalente macroconcha das micro- uma, origem a duas costilhas secundárias. Estas, pratic.a-
conchas de Lunuloceras. mente rectilíneas, passam bruscamente a projectadas no
bordo ventrolateral, tornando-se mais espessas antes de
desaparecerem ao lado da carena. Costilhas intercalares
dispõem-se entre as costilhas secundárias. Nos indivíduos
Hecticoceras (Sublunuloceras) cf. nodosulcatum (LAHUSEN) adultos a diferença entre costilhas primárias e secundárias
(Est. 3, fig. 29)
desaparece quase completamente e os flancos apresentam
simplesmente costilhas secundárias salientes e espaçadas; o
Lect. 1883 Hárpoceras nodo-sulcatum LAHUSEN, p. 75, tal'. terço interior da espira mostra-se então ligeiramente em
XI, fig. 17a-b, 18 depressão e apenas ornamentado de finas estrias de cresci-
1886 Ammonites hecticus gigas QUENSTEDT, p. 706,
tab. 82, fig. 37
mento.
1886 Ammonites hecticus QUENSTEDT, p. 797, tab. 89,
fig. 23 Semelhanças e diferenças - Muito idêntica a Hecti-
1893 Hecticoceras nodosulcatum LAH.; BONARELLI, p.
coceras (Lunuloceras) paulowi TSYT. na secção ogival e
101
1895 Hecticoceras (Lunuloceras) cf. nodosulcatum comprimida, na ornamentação (em L. paulowi as costilhas
(LAH.); PARONA & BONARELLI, p. 106 primárias desaparecem a partir de um certo diâmetro), na
cf. 1911 Hecticoceras nodo-sulcatum LAH.; TSYTOVITCH, zona umbilical estreita e profunda e no crescimento rápido
p. 73, pI. VIII, fig. 1 das voltas. Diferem no carácter macroconcha de H. (S.)
1914 Hecticoceras nodosulcatum LAH.; DOUVILLÉ, p. nodosulcatum que atinge sempre maiores diâmetros.
10, fig. 5, pI. V, fig. 9
? 1915 Ludwigia nodosulcatum LAH.; LOCZY, p. 319 Distingue-se de H. (8.) lairense (WAAGEN) na secção
(65) mais comprimida, que apresenta zona aplanada no terço
1919 H. (Lunuloceras) nodosulcatum LAH.; COUFFON, interior dos flancos e zona ventral ogival, na parede umbi-
p. 183, pI. XIV, fig. 5-5b lical alta com rebordo anguloso, nas costilhas primárias que
1928 Sublunuloceras aff. nodosulcatum (LAH.); SPATH,
p. 124, pI. XV, fig. 1 a-b
desaparecem sobre a câmara de habitação e nas costilhas
? 1932 Hecticoceras nodosulcatum LAH.; LEMOINE, p. . secundárias mais finas e de relevo mais forte.
406, pI. XX, fig. 1-13 Difere de H. (S.) dynastes (WAAGEN) na secção mais
1936 Sublunuloceras nodosulcatum LAH.; GÉRARD & comprimida com zona ventral ogival e ausência de costilhas
CONTAUT, p. 43 primárias sobre a câmara de habitação. São, no entanto,
cf. 1936 S. virguloides LAH.; GÉRARD & CONTAUT, p.
44, pI. VII, fig. 2-3
idênticas na forma das costilhas secundárias.
1939 H. (S.) nodosulcatum (LAR); ARKELL, pp. Em H. (S.) disc(}ides (SPATH) as costilhas primárias
166-203 também desaparecem sobre a câmara de habitação mas a

112
~ •

_-_
~ -..,:b dor o Ii.-..*. t
_ ........ •*-"'!"b
...... ...-oloo.
...50 ••_
......... _
• R.
(LAllUSEI'Q .. ....,,~
~-.j
..

__ -"_
r..- pai. D<for.- ..
_._- -- .. -
(9'!r.1lL l'lll). AI
--=.
«"-.;00 ., "

...... - . , _ o ~. A.lEAK."ln (I9S1,


__
IÇ"

,. .1). o. liAAS (l955. ,.:10), E. CAQ;)U (]"". ,,'S1)


'
*"- ..

_oJ_._
.~
• I..C.uJOlI" oIII(I't7I .. pp.• l .....).
_ _ doH·{Y../_
hn. Il. LENOU<E (1\1)2." oll) H./$.} ....- . .....
..,"'......'" ,.H....._.I:[UA/Õp l.EMOIIH;jlU2.
_.-..u..
H......... ("'---"Mil. COOfTAllT)
fIs. IJ.,)$)I ('II,..,.. H.IL" _ _ rJ

".-Jo-_
"J6O, pi. XVIII, 11>L .. "... JO)
'II (Ol/UlSn:onl ....... IWotioo
... •
_"lO ..I!1•

--
. . . . . . . . -... "" f.<o> "
o. _~"'CONT
.... ",.4dn 0FO 'o. . . . . ", .. aI,- _ .. ,.... :r...... l·lo
19~ ........ '_. _~."' OONT~oooo.-­
'.9 'I
ue-. ...1Oli_",
_
UXJIL fio. l6Il
__ <lU.'

-
_ é·oI.'b-_ II' .. (IJ'"T~~ ...''l.'''
c:ra. • ctI!ff.
).. _."I!M'.'pook"
,.~ ~~_
1m =" , __
_<-
:C ,... A. 1LUo."ll!T ('9l'. ~'.;";);';C:
flIpIdo'"
, ~ a G. __AIIEU.l (185"
~ _ . L J..DKr."E (19.12,
20) ... ~ I
,._l. •
.m. ..
19r.:
...-.
0 : - ..... _
/GJ _
II. /ItlJ _
.... "w
<aI "'
.
COO1_ C:UIOU •

CllL • COIiT. 1lllt.'TD.IlI:

c.Gt.a.... 0 n t1.eotn'o\11l' (l9J6. ,.4JL A.u. '1...,;,( _ _ u......... ("'I.N.oll _


(1956, ,,'7)., • t. CUJOl) ti*'. , .• se)_...
_ ._ _ do _ -""'o .... LF. _ "'1.24'" _10 40 pnlo" _ ..
5l'Anl (192&. "l2l) 00dlI _ , ..- . . ..
lMabo,,"
._wo._"'"
""-_ .
...no do R. fNAY 11_. ,.1401) ....... "' ..... """""'" _ A_ao "' ..., 1 .
,. ~b"', nO <ort. do ,Iboirlo"
Ao>III.. (Aia,f,.o;o~ _ ... 00_ _
- . . ••, , _
"lia '"'""'" n(UIl
00 _
, 100 ..
do

. ' _ 110__
.......
A "'" 0; - p_" 0\_
noollú.

__
:.:.:_:;.
O _ G U A P l I . CW<TN.lT,U. .. • oiD _ _ • fICM'" """"

--.
l-\IlL'U><,lI11
:
- . .±I ........ do ~ "',...

..--. .. -
....0 . . . ~ .. _ 0 0 . Ao _ 1'ftI:I*.. "'lif-
L 1AI11J!8; (1ll&J, P. 7•• ..r. XL ... 10 .... II. [2. - - . . 1coÇO
-.. .-. - ...... -

-_
U ....) _ • •. - N p w · , -It: '
...... _ .. I _.-..,_
_ _ _ -..... EIll W[ •• \I.00,.;Vll-l' _._" __ 1 1_,.. __•
6 o q I c I i _ .... _ .. [ ' .......... 0

.. _._11'. ........
(p. n. ftt,l) ..,....... ........ lO • Il .. L ua.'5.E-'il.
_ . _ ~

(F_\ ... _ . _ _
,,~= .illn ...
Ioct~

C. Gta..u.D I: Il. cmnAut (In~. p. :UI=--'


..... 0 """","lIfoo
".....01"_ • ~ • ral
H.
~.
~""_""" (LAIlUS00, .... _ III..... _

_b_ ..-
_ " ' -_ _1
......~.rpfdc do L UIlUS.E~ _
D
",,",1RdlUram"-
""'·0 liooI _ _......._
I,"\io_"'_,~""o_
octnL mois "'*
ft_
1oe1ÓlJ,o.......... thou um <.-)oalo ..
_te, ,j,_~ de ...,.. _ - . . . , , , , _ _ "",101- oollOiI IÓ CM"" _ I_d __
licIl_ H. raJ _'" DECROSSOC,/VU" PEnTCLEnC , _
"'" SO poo _lO coo . . . - _ _ A _ " .. otpn I .....do _ocol _ .... _110 _ Il<
_ _OU
dlplÕ« _-'lo......
A _ OU ...... "'-O"ul.....
..
o

__ ..-mO, « 0 1 _ "",,001"'_ mail


............. _.06a....
....-
I I ' '_!'Fn li'. _ IL (0./-"- (T1LL) '<'II .-
, _06 ....
....... do WI-.çIo. Ao .......
ln<Ii." ......... ..

" ioo, _
do

poo
"'-aIo_' _ _ '"
~_., . " " _ _:2
._<11 .....
H. _ _ lSYT'lPVIfOI _ _

..."._ ...
e.o4o _ . . . . . . . " . , _lo • _...... t ..
/~-.J

.. I ... _ _ -'mI . . . . _ ~ _ IS·_I' _ _• _ _....... _


"IlHO' , .. " ...._ 40 _ . . . , . . 100< lto . -_
_"""_-1 2

loIl:o&. !r. ""'" • _ _ ."""""" _


_~
....... _
• •, " " ••

"[
H. I~

__
_ (lllTE... ., _ ll1JSECU.
11 . . ......", . . . r_ .....
•~ .... _ ..... I0Io-.1 ['i [ .. ~

........ lo""'" t-o. . . .


_m
- - - . ..'S..• _ _ .... - · .... -
_ _ _ _o

........~ . l o ...

\li. AUEU. (19S7.1'- Ull) Cl-~Irm' 1' /f*<> N"'~ _ C*M_ _ ........
(GE1tARD " CO"'''AIlT. [9J6) lo<'ow. Atlolo g ....... T'........

'"
A espécie é típica da subzona de Trezeense, da zona de Subgénero Brightia ROLLIER, 1922 emendo SPATH, 1928
Athleta, no Caloviano francês (província submeditterrânica) Espécie-tipo Hecticoceras nodosum BONARELLI, 1893
(CARIOU, 1969, p.457; CARIOU & alii, 1971 b, pp. 41
e 43). L. ROLLIER (1922, p. 360) propôs O género Brightia
para o grupo de Hecticoceras nodosum BONARELLI
(1893, p.94) [=Ammonites hecticus nodosus QUENS-
TEDT (1849, tab. 8, fig.4; 1883, p.702, tab.82,
Subgénero Putealiceras BUCKMAN, 1922
fig. 10-14), non Ammonites hecticus nodosusQUENS-
Espécie-tipo Ammonites putealis LECKENBY, 1859
TEDT (1858, p.544, tab.71, fig. 22)] ou Ammonites
Brightii auctor. (non PRATT) que tem "un canal avec
J. LECKENBY (1859, p. 11, pI. II, fig. 3 a-c) descreveu e
nodosités au milieu des flancs, mais pas de nodosités
figurou o indivíduo que S. S. BUCKMAN (1922, IV,
périphériques".
pI. CCXCVII, fig. 1-3) utilizou mais tarde como espécie-tipo
Parece, no entanto que, dos poucos caracteres apresen-
para o género Putealiceras, refigurando o exemplar de
tados, a presença de sulco espiral lateral, se bem que
J. LECKENBY sem no entanto o descrever nem definir o
incluída por G. BONARELLI (1893, p. 94) na diagnose da
género.
espécie-tipo ("... canaliculatis ..."), não pode ser mantida
Erroneamente C. GÉRARD & H. CONTAUT (1936, p.
como carácter distintivo do subgénero.
40) consideram Putealiceras bisulcatum SPATH (1928,
L. SPATH (1928, p. 102) diz que " ... a lateral spiral
p. 101, pI. XI, fig. 12 a-b) como espécie-tipo do género,.
groove may be formed by the strongly bent ribs". No
W. ARKELL (1957, p. L277), A. ZEISS (1956, 1959),
entanto, o desenho da secção do único fragmento de Kachh
Y. RANGHEARD (1961, p. 159) e N. CARNET (1966,
(op. cit., p. 121, pI. XVIII, fig. 7) que atribui a este
pp. 34, 39) utilizam o táxone com valor de subgénero.
"género", não mostra qualquer traço desse sulco espiral
N. CARNET (1966, p. 96) considera como sinónimos de
lateral.
Putealiceras Kheraites (SPATH, 1925), Zieteniceras (ZEISS,
Para C. GÉRARD & H. CONTAUT (1936, p. 41) as
1956), ? Pseudobrightia (SPATH, 1928) e ? Jeanneticeras
costilhas secundárias e intercalares tornam-se pouco
(ZEISS, 1956).
espessas na vizinhança das costilhas primárias, dando muitas
O táxone engloba formas que podem atingir grande
vezes a impressão '''qu'une legêre et étroite bande lisse les
diâmetro (macroconchas?), com zona umbilical relativa-
sépare".
mente larga (até 43 por cento), voltas recobrindo-se umas às
outras sobre metade da altura e bordo umbilical arredon- W. ARKELL (1939 a, pp. 144-146, pI. VIII, fig. 10-14,
dado. A secção é espessa, com uma ou três carenas, 20-21) figura vários indivíduos de Woodham Pit (Buckin-
variando entre sub-rectangular, com bordo ventral tecti- ghamshire, Inglaterra) e apenas um dos indivíduos presentes
forme, a elíptico-trapezoidal. A ornamentação, 'forte, é [Hecticoceras (Brightia) glyptum (BUCKMAN), fig. 20 a]
composta por costilhas primárias curtas, pouco proversas, apresenta este carácter.
espessas, podendo ser tuberculadas. As costilhas secundárias Desta maneira O. HAAS (1955, pp. 46-51) não hesita em
são fortes, direitas, radiais ou ligeiramente projectadas, atribuir a este subgénero as espécies HarpÇJceras socini
espessando-se para formar tubérculos marginais no bordo NOETLING (1887, p. 22, taf. III, fig. 5-7 a) e H. kautzschi
ventrolateral. Nos indivíduos adultos afastam-se, alargam-se NOETLING [1887, p.23, taf. III, fig. 9, 10 (?), non 8]
e tornam-se direitas. atribuídas por G. BONARELLI (1893, pp. 92-93) ao subgé-
Distingue-se de Lunuloceras e Sublunuloceras por apre- nero Lunuloceras, cujos indivíduos não apresentam sulco
sentar formas mais evolutas, portanto com zona umbilical lateral.
mais larga, e pela existência de três carenas e de tubérculos Não obstante a tautonírnia (I. C. Z. N., art. 68 d)
laterais e marginais. Distingue-se, também, de Brightia pela (brighti - Brightia) Ammonites hecticus nodosus QUENS-
secção espessa, sub-rectangular e subtrapezoidal, bordo TEDT (1849, tab. 8, fig. 4), espécie nomeada em primeiro
umbilical arredondado e existência frequente de três lugar por L. ROLLIER deve ser considerada como espécie-
carenas. -tipo deste subgénero (ARKELL, 1939 a, p. 144; HAAS,
1955, p.46). A designação de Brightia Quenstedti TSYTO-
VITCH como espécie-tipo (GÉRARD & CONTAUT, 1936,
Hecticoceras (Putealiceras) sp.
p. 41) nem deve ser sequer considerada. Aliás, esta
(Est. 4, fig. 33) "espécie" não passava para X. TSYTOVITCH (1911, p. 47)
de simples variedade -Hecticoceras nodosum BONA-
Material estudado - Um exemplar (BAL.25.05) da RELLI varo Quenstedti TSYTOVITCH (=Ammonites
camada BAL.25 do corte da praia de Baleeira. hecticus nodosus QUENSTEDT, 1883, tab. 82, fig. 39).
C. GÉRARD & H. CONTAUT (1936, p. 38) criaram o
Descrição - Amonite com zona ventral larga, secção da género Rossiensiceras para englobar as formas do grupo de
espira sub-rectangular, bordo ventral tectiforme e carena Hecticoceras rossiense (TEISSEYRE) (1884, p. 544, taf. I,
bem individualizada. A ornamentação é composta por costi- fig. 6-7), atribuição que é compartilhada posteriormente
lhas primárias curtas, radiais ou ligeiramente proversas e por A. ZEISS (1956) e Y. RANGHEARD (1961, p. 152). A
espessas. ornamentação vigorosa destes indivíduos conduziram
W. ARKELL (1939 a, p. 165; 1957, p. L277) a atribui-los
Posição estratigráfica - Nível conglomerático oxfor- ao subgénero Putealiceras. N. CARNET (1966, p. 91) que
diano (zona de Plicatilis) da praia de Baleeira. estudou estatisticamente uma população de Hecticoce-

114
ratinae da Borgonha (França), afirma que a ornamentação 1932 Hecticoceras metomphalum BON.; LEMOINE, p.
dos indivíduos atribuídos a H. rossiense não corresponde à 282, pI. XV, fig. 1-24
1938 Hecticoceras (Lunuloceras) metomphalum BON.;
das populações de Putealiceras, onde a costilhação é apenas
ROMAN, p. 160
ligeiramente sinuosa, normalmente radial, não existindo 1951 Brightia meromphala BON.; JEANNET, p. 64,
praticamente diferenças de espessura sobre as metades taf. 14, fig. 24, textfig. 143-145
interna e externa dos flancos. Para N. CARNET a ornamen- 1956 flecticoceras (Rossiensiceras) metomphalum me-
tação apresenta, pelo contrário, maiores afinidades com os tomphalum (BON.); ZEISS, p. 54, taf. 2, fig. 4
1961 Hecticoceras (Rossiensiceras) metomphalum
indivíduos agrupados no subgénero Brightia. N. CARNET BON.; RANGHEARD, p. 154, pI. III, fig. 6-7
considera assim Rossiensiceras como caindo em sinonímia v 1972 Hecticoceras (Brightia) .metomphalum BON.;
com Brightia, o mesmo acontecendo, parcialmente, com MOUTERDE & alii, p. 92
Orbignyiceras.
Atribuem-se assim ao subgénero Brightia formas micro- Holótipo - Ê o exemplar descrito por G. BONARELLI
conchas, geralmente de diâmetro inferior a 50 mm, zona (1893, p.90) e figurado por C. PARONA & G. BONA-
umbilical relativamente larga (até 45 por cento) desde as RELU (1895, pI. IV, fig. 5 a-c). G. BONARELLI indica a
primeiras voltas, secção comprimida, ogival ou suboval, e espécie' como idêntica à figura de Harpoceras punctatum
zona ventral tectiforme ou arredondada onde se individua- non STAHL, in M. NEUMAYR (1871, taf. IX, fig. 8), que
liza uma carena. este autor não descreve, indicando somente ser caracte-
A ornamentação é caracterizada por costilhas primárias rística da zona de "Perisphinctes (Reineckeia) anceps".
muito proversas, fortes, por vezes tuberculadas, podendo X. TSYTOVITCH (1911) figura vários indivíduos que
reduzir-se a simples tubérculos laterais que originam a estão mais próximos da interpretação de M. NEUMAYR do
formação de "taeniola" periumbilical. Terminam-se no que da de C. PARONA & G. BONARELLI. Ela considera
terço inferior dos flancos e podem estar separadas das costi- mesmo (op. cit., p. 62) o holótipo como forma de caracte-
lhas secundárias por sulco longitudinal. As costilhas secun- rísticas mistas, lembrando não só Hecticoceras (B.)
dárias, numerosas e mais finas que as primárias, retroversas, nodosum pelos seus grandes tubérculos laterais (mas distin-
inflectem-se mais ou menos adoralmente no bordo ventrola- guindo-se pelo maior número de tubérculos), mas também
teral, deixando, no entanto, pequena zona lisa de um e H. (B.) metomphalum pelo grande número de costilhas
outro lado da carena. O índice de divisão é elevado. A linha internas e ângulo pouco pronunciado das costilhas a meio
de sutura apresenta segundo lobo lateral assimétrico e sela dos flancos (mas diferindo bastante pelos tubérculos laterais
auxiliar com três lobos. mais fortes e menos numerosos, pela maior largura na zona
dos tubérculos e pelo bordo umbilical mais baixo).
X. TSYTOVITCH apoia, assim, a ideia de G. LEE (1905,
Hecticoceras (Brightia) metomphalum BONARELLI p. 27), afirmando que o indivíduo tomado como holótipo
(Est. 2, Fig. 21; Est. 4, Fig. 31) entraria bem dentro da variabilidade da espécie H. (B.)
n'odosum.
1871 b Harpoceras punctatum non STAHL; NEUMAYR.
p. 28, taf. IX, fig. 8 E. LEMOINE (1932, p. 283) afirma que a figuração de
1883 Ammonites hecticus nodosus QUENST., p. 707. M. NEUMAYR é suficientemente característica e que a
tab. 82, fig. 39 (non 10-14) diagnose de G. BONARELLI pode ser utilizada do ponto de
1891 LudwigÚI nodosa (QUENST.); BORNE, p. 6, tab. vista estritamente morfológico, se bem que realmente ela
1,fig.4 não seja verdadeiramente precisa.
Hol. 1893 Hecticoceras (Lunuloceras) metomphalum BO-
NARELLI, p. 90
Para A. ZEISS (1956, p. 54) o holótipo é o exemplar de
1895 H. (Lunuloceras) metomphalum BON.; PARONA M. NEUMAYR e não o de C. PARONA Se G. BONARELLI.
& BONARELLI, p. 105, pI. IV, fig. 5 a-e
? 1905 Hecticoceras metomphalum BON.; LEE, p. 27 Material estudado - Um exemplar (MAR.22.0l) da
? 1908 Lunuloceras metomphalum BON.; LISSAJOUS, camada C.22 do corte da praia de Mareta e vários exem-
p. 138, pI. IV, fig. 5
1911 Hecticoceras metomphalum BON.; TSYTO-
plares (BBC.02.07, BBC.03.06, BBC.04.03) das camadas 2
VITCH, p. 59, pI. V, fig. 1-5 a 4 do corte de Benaçoitão.
1911 Hecticoceras metomphalum BON. varo multicos- Vários outros exemplares das camadas 24 e 25 dos cortes
tata TSYT.; TSYTOVITCH, p. 62, pI. V, fig. das praias de Mareta e de Baleeira (MAR.25.11, BAL.24.02,
13-14 BAL.25.II, BAL.25.102) e das camadas 3 e 4 do corte de
? 1911 Hecticoceras metomphalum BON. var. acu ticosta
TSYT.; TSYTOVITCH, p. 63, pI. V, fig. 9 Benaçoitão (BBC.03.07, BBC.03.08, BBC.04.04,
1915 Hecticoceras metomphalum BON.; PETIT- BBC.04.05, BBC.04.06) não puderam ser determinados
CLERC, p. 30, pI. II, fig. 2 especificamente.
1915 Hecticoceras metomphalum BON.; LOCZY, p. 68
(322), pi. V, fig. 10-11, textfig. 4849
Diagnose - A diagnose original de G. BONARELU é a
1919 Hecticoceras (Lunuloceras) metomphalum BON.;
COUFFON, p. 187, pI. XIV, fig. 7-7b seguinte:
1924 Hecticoceras metomphalum BON.; ROMAN, in
ROMAN & BRUN, p. 95, pI. VIII, fig. 6 "Lunuloceras com concha discoidal, fortemente compri-
1929 Hecticoceras metomphalum BON.; LANQUINE, mida, carenada, com espira comprimida, subinvoluta, costi-
p. 366
lhada, costilhas internas raras, nodulosas, depois bifurcadas
1930 Hecticoceras metomphalum BON.; ROMAN in
SAYN & ROMAN, p. 175, pI. XIV, fig. 3, 3-a
ou trifurcadas e recurvadas; zona ventral aguda; zona umbi-
1932 Hecticoceras metomphalum BON.; CORROY, p. lical nodulosa com "taeniola", flancos ligeiramente
87, pI. III, fig. 1 convexos; linha sutural (? )".

115
Dimensões

Exemplares D H h E e O o E/H

H. (Brightia) metomphalum BON.


ex. MAR.22.01 45 17 37,7 ? ? 17 37,7 ?

H. (Lunuloceras) metomphalum BON.


holótipo 67,7 - 39 - 23 - 37 0,59

H. metomphalum BON.
in TSYTOVITCH, 1911
varo A, pi. V, fig. 5 24 9 37,5 7 28 9 37,5 0,77
varo C, pi. V, fig. 4 56 21 37,5 17 31 21 37,5 0,81

H. metomphalum BON.
in LEMOINE, 1932, ech. n. o 5 40 13,5 34 ? ? 15 37,5 ?

Brightia metomphala BON.


in JEANNET, 1951, ex. n. O 1278 49 19 39 10 21 19,5 40 0,53

H. (Rossiensiceras) metomphalum
metomphalum BON.
in ZEISS, 1956, taf. 2, fig. 4 71,5 - 38 - 24 - 36 0,62

Esta diagnose pode adaptar-se a outras espécies; daí o aplanados e pelas costilhas reduzidas e proversas. Diferem
poder considerar-se bastante imprecisa. na zona umbilical mais estreita de H. (L.) fonticula, nas
E. LEMOINE (1932, pp. 283-299 e 501-502) insiste, costilhas internas fortemente proversas, mais numerosas e
sobretudo, aliás como para todos Hecticoceras, na impor- menos espessas, nas costilhas externas mais arqueadas
tância da linha de sutura na diagnose das diferentes espé- adoralmente e na ausência de "taeniola" no bordo umbi-
cies. lical.
H. (R o ssiensiceras) taeniolatum BONARELLI com
Descrição - Concha discoidal, fortemente comprimida, enrolamento evoluto, secção ogival alta e costilhas externas
levemente involuta, com voltas altas e de secção ogival. côncavas, em forma de lua crescente, pertence ao mesmo
A zona ventral, aguda, possui pequena carena saliente e grupo de H. (B.) metomphalum. Aqueles indivíduos apre-
sentam, no entanto, algumas particularidades, como sejam
estreita. A zona umbilical é bastante larga e profunda, com
costilhação periumbilical mais apagada, "taeniola" que
bordo umbilical arredondado e parede umbilical abrupta. A
ocupa a metade interna dos flancos, costilhas externas mais
ornamentação consiste em costilhas internas proversas,
afastadas no fim da última volta e individualização de
nodulosas, muito espaçadas, que constituem verdadeiros
pequeno sulco espiral. a meio dos flancos que separa a
tubérculos internos e que se encontram separadas do bordo
"taeniola" das costilhas externas. .
umbilical por uma "taeniola". De cada um destes tubér-
Pela costilhação externa a espécie descrita é semelhante
culos partem duas ou três costilhas externàs em forma de
também a fi. (Rossiensiceras) romani LEMOINE. Estes indi·
lua crescente, côncavas adoralmente. As costilhas externas,
víduos têm, no entanto, costilhas internas menos espessas e
bem individualizadas, estão mal marcadas na origem, deter-
mais oblíquas adoralmente.
minando, assim, "taeniola" quase imperceptível entre elas e
HecticQceras (Brightia) nodosum (QUENSTEDT) asse-
os tubérculos internos.
melha-se a fi. metomphalum na ornamentação e grande
A sutura apresenta sela ventral ligeiramente convexa
zona umbilical. Diferem nas costilhas internas mais espa-
adoralmente, com aurículas largas e pouco altas, lobo
çadas, menos numerosas e mais salientes e nas costilhas
ventral divergente em relação ao bordo ventrolateral, pri·
externas também menos numerosas da espécie de
meira sela lateral dividida em dois folíolos, sendo o interno
F. QUENSTEDT.
mais alto, lobos laterais trífidos e segunda sela lateral muito
recortada com dois folíolos desiguais na parte superior. Segundo E. LEMOINE (1932, p. 247) indivíduos jovens
de fi. metomphalum apresentam, por vezes, desenvolvi-
mento homeomorfo do de Hecticoceras (Lunuloceras)
Semelhanças e diferenças - Esta espécie é próxima de paulowi TSYTOVITCH. No estado adulto distinguem-se
H. (Lunuloceras) brighti (PRATT) (1841, p. 164, pI. VI, porém, nitidamente, pelas costilhas mais fortes, pela exis-
fig. 3.4) pela ornamentação e forma geral. Diferem no enro- tência de "taeniola" e pelas menores dimensões da zona
lamento mais involuto de fi. brighti e nas costilhas internas umbilical de fi. metomphalum (TSYTOVITCH, 1911,
que começam no bordo umbilical, separando-se em seguida. p.70).
As costilhas internas de fi. brighti são também menos
numerosas e encontram-se reunidas em tubérculos mais Posição estratigráfica - Caloviano médio, zona de Coro-
arredondados, os quais estão directamente ligados às costi- natum, das praias de Mareta e de Benaçoitão.
lhas externas. Espécie corrente no domínio mesogeiano e bem conhe-
fi. (Lunuloceras) fonticula (MENKE) é também seme- cida em todo o Caloviano francês (LISSAJOUS, 1912,
lhante a fi. metomphalum pelas voltas altas e de flancos p.138; ROMAN in SAYN '& ROMAN, 1930, p.175;

116
A .. -..; • • , - . . ...
__ _

. _.
COIIIIOT. p. II. LOlOr:(l!. 193:.... ::17,
19l~.
.""<õGHU.O. 1961. '" 1S6. MA.'«'OUl. 1970 to.
_
M ...o_... _ ... ~-.t.
....
",J01),_P-t 1 ..
' _ ........ e-.
.<00» {lbITA.->n' Ic TJ!Oty .. C....1OlI " oIi. N11 ...
... 'TI. OIlIOU Ic oiIl. ":;1" ,.U}. A ~
",_._* _" __
..... _
I .... _
..... li""
.. i o I ~ _
i '. ~
_,.,e-.
'clIt<c<iIo
. . . . . . _ _ . . . . . . Cd
J _ ... .e.-=.IIo aElSS. 19'''" " , . " ~_, p'
Iuroo..
"-'-·
'Dio_4ao~"""""_
""""da'_.
__ . . ._
_(EUO. 1911. p.l4). N;~ <dO,... . . . - • to _ , . . .....,
.. , ·0.: "'''- __ ' ' - '
"._._.-'~o.j

11 ';"(P...oo;,o. _.,n,'I ""fIO" .._ _ ..." ... do , ~ ,..-, • i _


!;Lo. &. Ia.~. .. dt-Wo .... "",ii

..... 11.1 """"'-_ _ 'UQ...... IOJ<AIlli.LU. - - . - . díI.,.",., _1.Iir... .. II / f t l _ .....


•. 1JO."U~a,.1 (QUF.NST.) "'" .p""".... IIonlo ~r..... "'1OIm -.
.....,. "" ""'_ _ 'AII, • IO~.: 11IY'ro- ,«~ .... ~ _kol • "",,,ihoo _ •
""01.•
n. fi. fIJ. ..... _. J.IV. "',1 .......,. . . - - • .,... W\uIo . . da • p<l&
, "II lL
'.'11> _,A.L ~ __........... -.... • ~~ "',..,--..... A _ _ lillcol

......rn. 'y . lIOp, ......... """"' .... o bpo ••_10 d o _ •

_ _..........
'''' lL _ ~ _. MJJto-lt nY1O\'tTCII. .. _lIMo . - . • • Ida-- ...... K'D • f.II>
_ _ _ ......... F (lOCCSTn)T.
l'fl' O
66, ... "'" /lo."
_ _ , ......
,._ ~J
-.couo-.-. H. (ftl _ ' i to=_
(UItUSE.'ol _ _
.,Xo... _flr' '.10 ••,... OM
1m • _ ,..... -..l.EIOQI><E, .. J',....
1'1: ..~"'XI'o''''l .. .......
poi:> ..,. . . '''(lO __

.00_'-
_ ,.... _
., «lum' .......... _.do,ooiIaBod·+II 1 ,

.--_
_<lo
polo _ ...... LL<.tIUSD' ... ' r , ..... _
'.uL' ..., ..
...
t . ." -'"' _
lU! __ -'IU-~

_._Iiodoo
..........
1. . . . . , ..... _ "'1;"'·'''4'
" .....
..1n,.",-""
lClIl,k . . _ _ ug
_
" ., -. ....
•• _

_ _ _:l:!tw.-.,.o ... ,
F' . _ ......

.. _
-.._ ....
1. . . . a J _ ( P......
",1".-"".'
~. asn.•. 1'I. lbooo_._.._._.•_ .
1((., . 1 ( ( 1 . . ) . ' ii:

_"'_VIl! .
M.u.IM
_".:mto-.."""
....,&ao (BIIC..01.OI, ...
1 .....
pilo _
_ _ _ "lO
, obor:o, ....... _ ....... ~
"po ......."..,.., •
~ <I< UI" Fl. o . .101_ 0...-.
CHMnçIt> _ O _ , _ _ """'"',... H. (ft) ""II<JU'
(reIS5.) d~ _.~ ,.to
_pIolo, foi" pon." III Illtom..
_<lo • .....,. _ .. J. pelo .. ...", forte ~.

"* _"'_. 1l'III1I!l q" &to, .r """-.[ 0-

-
.Ui<>
'....111_ dut ..,..... OplO_'" .0 llpo •
Tn de 1noIi>lch." ...._"" , _ ( n ) . -

_
. _ <lo _ . _..........._ .....-.....",
_ WiW r.." (o .4~4") • •<tlo ....... loodd.o
. . ""
.flcill .._
. .~. !lodo o _ ..~ d. _ • ....;iO t
.. o _ _ .. _
......... _ _ t
• iii. . _ "IÇO
r.cIta.ar..
.e (lU __ /qoo_.,_.._
_. ' ___
. _ JI . . ICUNI'T. , - . •. lQP.

c

• • • • • • •

..
~_,

~
"
.... o_.
»
"
.,. c, "'U " "'
.-.......
Pi -,~._-
18t... lU.fio,l

.. nY«ilo1'lCll.
-.
., • .,


" I•
I ,,.
" •
II.
~, ........ l\I..

t~ _
.. ~1lLUI>,

II./~_" ......
11'. ..... - . .
n...,.... " • ..,
ION.I
»

".'
n

,~

n

.. "
,
"
,~
'"
"
,,.
.('.Ab."IT. 'Ho. ri. IV• ...,. ." - •• - -
Posição estratigráfica - Caloviano médio, zona de Coro- Descrição - Concha discoidal com secção da espira subo-
natum, da praia de Benaçoitão. gival, voltas mais altas que largas, involuta, sem carena e
E~ta espécie tem sido assinalada no Caloviano médio a com zona umbilical profunda. A maior espessura situa-se na
superior de França (LEMOINE, 1932, p. 514; CORROY, região periumbilical no terço interno do flanco. A ornamen-
1932, p. 60; RANGHEARD, 1961, p. 140) e do Jura suíço tação consiste em costilhas finas e flexuosas, que partem da
(JEANNET, 1951). N. CARNET (1966, p. 70) assinala-a na zona umbilical, bifurcando-se ou trifurcando-se a meio da
Borgonha, na zona de Lamberti, e C. MANGOLD (1970 b, altura do flanco.
pp. 163,311-312) no Caloviano superior, zonas de AtWeta
e Lamberti, do Jura meridional. Posição estratigráfica - Nível conglomerático oxfor-
diano (zona de Plicatilis) do forte de Belixe.
Subfamília TARAMELLICERATINAE SPATH, 1928 Espécie frequente no Oxfordiano inferior da Polónia
~NEUMA YRICERATIDAE SPATH, 1925) (BUKOWSKI, 1887 a, p.108; MALINOWSKA, 1971,
p.550), de França (PETITCLERC, 1917, pp. 32, 40;
Agrupa os Oppeliidae que não possuem nem sulco lateral MAIRE, 1928, p. 26; ENAY, 1966, p, 59) e da Alemanha
mediano nem crista espiral, com costilhas que atravessam (JEANNET, 1951, pp.5, 91). R. ENAY (1966, p.249)
totalmente os flancos e ornamentação variada na região assinala-a igualmente no Oxfordiano médio (base da zona
ventral e ventrolateral podendo individualizar-se carenas de Plicatilis) do Jura francês.
dente adas e/ou tubérculos alongados longitudinalmente
(clavus) de um e outro lado da carena.
Trata-se de formas correntes em todo o mundo em Taramelliceras aff. suevicum (OPPEL)
formações do Caloviano ao Titónico. (Est. 5, Fig. 46)

? 1849 Ammonites flexuosus inflatus QUENSTEDT, p.


Género Taramelliceras DEL CAMPANA, 1904 128, tab. 9, fig. 7
(=Neumayriceras ROLLlER, 1909) 1856 Am suevicus OPPEL, § 68, p. 561, n. o 45
Espécie-tipo Ammonites trachinotus OPPEL, 1862 1883 Am flexuosus inf1J:ltus QUENSTEDT, p. 748,
~Ammonitesflexuosus VON BUCH) tab. 85, fig. 57,59 (? ), non58, lion 60
? 1928 Taramelliceras suevicum OPPEL; SAYN & RO-
MAN, p. 149, pI. X, fig. ll-lla
DEL CAMPANA (1903, p.383) criou o género Tara-
1932 T. suevicum OPPEL; CORROY, p. 95, pI. XXIII,
mellia para substituir Neumayria BAYLE, 1878, que caíra fig. 4
em sinonímia com Neumayria DE STEFANI, 1877, género v 1971 a Taramelliceras sp.; ROCHA, p. 149
de gasterópodes pliocénicos não marinhos de Itália. Mais v 1971 a Taramelliceras (Proscapl}ites) gr. suevicum
tarde, apercebendo-se que G. SEGUENZA, também em (OPPEL); MANGOLD in CARIOU & alii,
p.685
1903, havia já empregue tal designação para um grupo de
Rissoídeos neogénicos da província de Messina (Itália),
Material estudado - Vários exemplares bastante defor-
substituiu Taramellia pelo novo género Taramelliceras (DEL
mados (CIL.24.02 a CIL.24.07) da camada CIL.24 do corte
CAMPANA, 1905, p. 251).
de Cilheta.
O género foi criado para o grupo de Ammonites flexuo-
sus VON BUCH = Ammonites trachinotus OPPEL (1862,
Descrição - Amonite involuta com zona umbilical muito
p. 214, n. o 84, tab. 56, fig. 4 a-b). Como tal, a indicação de
estreita, secção da espira mais alta que larga, ornamentação
Taramelliceras episcopale (LORIOL, 1898, p.45, 'pI. IV,
de numerosas costilhas flexuosas, finas e apertadas, bifur-
fig. 1-6) como espécie-tipo do género, feita por C. GÉ-
cando-se ou trifurcando-se no ponto de inflexão. As costi-
RARD &' H. CONTAUT (1936, p. 46), é inaceitável.
lhas secundárias atenuam-se e desaparecem completamente
Estes indivíduos apresentam conchas involutas, com
na região ventrolateral. Não existem tubérculos laterais mas
zona umbilical reduzida, zona ventral larga e côncava, e
na região ventrolateral individualizam-se duas fiadas de
costilhas falcóides finas. É frequente a presença de tubér-
tubérculos pequenos, arredondados e alongados longitudi-
culos alongados longitudinalmente (clavus) de um e outro
nalmente que limitam de um e outro lado carena denteada.
lado da carena a qual é, muitas vezes, denteada. As costilhas
terminam habitualmente na base dos clavus.
Posição estratigráfica - Horizonte de Trezeense, zona de
Fóssil do Caloviano médio-Kimeridgiano do domínio
AtWeta, do Caloviano superior de Cilheta.
mesogeiano e da província sub-boreal do domínio boreal.
Espécie assinalada no Caloviano médio (ROMAN in
SAYN & ROMAN, 1928, pp. 141, 149) e superior
Taramelliceras gr. minax (BUKOWSKI)
(Est. 6, fig. '50) (CORROY, 1932, p.96; MANGOLD in CARIOU & alii,
1971 a, p. 685) francês.
Hol. 1887 a Oppelia minax BUKOWSKI, p. 105, taf. XXV,
fig. 1 a-e
1917 Taramelliceras cf. minax BUK.; PETITCLERC, p. Superfamília STEPHANOCERATACEAE NEUMAYR, 1875
40, n. o 20, pI. V, fig. 14-17 (?), 18-19 [= STEPHEOCERATACEA BUCKMAN, 1919]
1928 Taramelliceras minax BUK.; MAIRE, p. 25
1951 T. cf. minax BUK.; JEANNET, p. 90, taf. 22, fig.
15, taf. 28, fig. 7 a-b L. VON BUCH em 1830 é o primeiro autor a estudar
este grupo, reunindo os indivíduos que representam o
Material estudado - Um exemplar piritoso (BEL.25.0l) núcleo da superfamília sob a designação de "Coronarii". É
da camada BEL.25 do corte do forte de Belixe. neste conjunto que M. NEUMAYR, mais tarde, baseia o

118
"',0,,",,""
_ _
iapoI . . "tIoooonoo<h ",", ,..,
e.o.STloIAJi s.\UTH .10.. _
a~.-;Lzmn"'U,,,067)
~IIo_St,"'·o!r


rd
l'õoooJi\*I
"'" It. UIlEL.
",. _ ... _
_ _ ......_
-_..-~~ ..- -.. , . . - 0 -
__
(tom. do s..
c o ........"
IWnt;olo<_-J • _ _ •
iIf_.
....... .10 . . . . & . . .

_"'O Illptri<w.' _ ". .n"', ... Ma,... ..... $l<~ •• ,.~ ......,.. "'" ~ .... olrotI> .1>0•
. . . . . . ., O 14.0,. _ JlO' S. S. RUClOoIAH .... 1919 •• _ ... S_""turn 1_ da 8oja<,""" "p«\aI').
tsl''fI'I'l_ _'''}<._ <la<iI-:Io.
00 ....,..r_ 110 _ . . . . - poo
_ _ pi
_ - . -.. W
"lI..-.:.-
-._.
c " _ . . . ._ . - .
_
__ ~'02'

t.- _ ..... -.....::u. l1lU


...... _ _ ........1'l<U. - - . .... ....... 4 - _ ......t11J
..-o lo~ I I _ ,,1' ... _ _ ""lLA&l'.'",
r <lI'J
r. . . . .
l'oo ......_ _ , -0:"'_
........ N\IiII:> ãoo l i - • E "'" '" 'l.UUL (19'll.
___ O " " , - J ,.,..... alO. "UMLl 0<lW0 . . ' .. da _ _ M .. C. ""UJU.
...... ~ SIlo _ ........ t.~ . . . . . ..,.,. MAlI"(E'JS4)._" e "E _ •••
(G~ ~), O poIac\ool ""Ia ......,1·
:
_.. """"'" ~"" ,;
..""". -. • -- ..... _ ...... "'. -pl<-nu., T 01< _~. ti< "'o;ia ... ~ .. """I_
lU,~_G _ia'''J>d.g lotou
B,C@cZV(lM7,p.11llI_." 'I .... '11.
ARKEU- "'.............. rt<1 iaJi._ doo';'-. 01<
U,.
OOH\ lotsar> 4Il>-1mo
..... _Iicol d. _
........ _ ,..,Nodoo.
_na _"'101&
--etc>
pt< • ..., "" ..I,... da 1110""
1.-" "9"1 •

.1... ._
&)irlNI r~ A _• • ~), Com _ .. A é
'a-
._... . . . ...I._.
'.... . n-.s..p""'... _
10M .....,.. c.. "ESlD.II.v< _ _ .,.,.... "", <lO lo .... _ .. fin.-
~ e_h~_(h3_.,.....
_ <k ","""",,' ,,",,'"
~ _ <I> ""'r-. I.. ...._ .. . - . _,.. "1"......
,O-'.A&_

.. ---- --.
I' .. ~ . ~ _ ...._ _ ...
.._ '" • __ ~ ... ~_ lo..,
T • iI. " " " ' - • ,...... ... ,.;;.:;;,;;
_ _ J• _ _....
_
__ _.. G~."""
...-_~

__
1b<_'<II".~_
d.~ . . oo' .-.
~

"'""",_
"_""" ~~
....
õduID. - . . _ - . 10... - , . , 110
-..
(f1};T4JorT. WOUI'EIUlf: k D>AY .. 1'OkUOL. 19U.
_ .. ~ - I....
.. II'"
.... diCll:uIcla<!ao ""
... J_", I . ._
_ ~ ....
.1'Iald-" . .
$h,'
m'" ...",,"oe ......"'"'
topn...._
00'_.
01< SowIrt~IIo.,-" ..

Ilofllnloo _ " . _ _
.",...,. . -
do> """' ..... .....-.. c lIlb_k.nt:ú... doa
'" !oIbfo~

'NIl.. 4, ..I'"".."n _o ...,......•• ot " _ " ' "


p.cllJl . . d.t - . . . . . . . . -•• _ _ _o ... L.EJlu _ 'll WQ......""

-
r <Ol. , '" d _ O 80j0eIoDCI II:!.,."
..... r· -. . . . . . ._. _ ."'*-;Io.i <O<lIb lU. ~ t... >Ol
"'" 1'lS&
'I""
'''' _d.._..".._•. ,..,g;,..
llM..... n .... ..,..... l<O.~
lOUn...........
I O

• , ..,. •. ---'-"''''
• .... 1"1

_-_. _
..,.., 0ICl00A. .. ,.,
L W.'oSa[(l,.;J'l. ,,1')""'" _ ...._ _ ... • ,.... 1'"" _ .. lfl
YUf _ _ .........
sr.1· _"'..., _• """"",Icc::u ~ d. op6f ..
_ , - " <lO _
...
eatdlNl;lo tMl

S, S. BUC1(tlAN (l9111. P. n) • , 1U»tA.'1 t19J.l1.


.. _
_ ......010 _Ooit
\lIiAIUW.ol • tlllR.flol.o:z) <10 _
f_ • ...."pl..'. .
..... 4. - - . ...
p.1991 "lo ><ri . . . . ctwif~ d' [. MAliCEE • 1". . . 14......
• 'h {)taltll. fOl6Ílilt ~ ........,. .< .... ~
-.:luol par S. S. BTJa:lUN. ~ -(~ _
""'lto ...... <ll\><ú·
I! I.ASSI: {1951, "U'} ~ '01_ AJl~ELL (1957.
"UI'7) _ - _ a . . . . . . t.JU.S(ltE _ _
H

1._. _
....
.-.
=>O lo
- . "'_ .. COOJC:maIto
-.nl _ _..... _ . tI< ....
_. I •• 11_ I·.... f._
_
.
_
~
,
,~

<»--_.__.. . . . .-
c.• ~ ..
"H) _ _ • ~ <I> loos& • "I" • A _ _ ,... _
............... LtlAJf'Tf . , ' • I I, _ ... ...-... "a _
'=l... :' ,.,. ..... "'.'.·'1 do lo....- .........
. - - <0::0 _
......... FE
....
$l'j
E ~
"").'-"_' _
_wiJ..... - - . _ . _ _ ..... l'Oppo> . . _ .... --'li" ___
l'õo _ . da
............ " " - . " lo<p.. . _ _ (.M
"I Eioo 01 n lI·M , O 3
..,ll• • • to.._ . _ ._ ~
,0"0 da b1for.oo;:lo . . _filb&o<OttO ...... ""'1'""-
- , "" .....pçia . . - . n.b/.....

'"
Posição estratigráfica - Horizonte de Aplous, base da O grande mérito da obra de L. F. SPATH é não só a
zona de Subfufcatum do Bajociano superior da praia de percepção de ~ casos de homeomorfismo heterócrono mas
Mareta. A associação faunística da camada AA do corte da também a separação definitiva dos Macrocephalitidae
praia de Mareta, na qual além destes exemplares se identifi- batoniano-calovianos dos Mayaitidae "divesiano-argo-
caram Teloceras sp. e vários dos primeiros representantesda vianos" (caloviano-oxfordianos).
superfamília Perisphinctaceae, permite datá-la da extrema Em 1943 F. DOUVILLÉ (p. 28) propõe nova classifi-
base da zona de Subfurcatum como já o fez C. PAVIA cação baseada na "filiação interna do grupo". Para ele,a
(1969, p. 447) nos Alpes da Alta Provença (França). partir de Morrisites derivam os dois géneros Eurycephalites
G. WESTERMAN (1954', pp. 51, 266) con~idera a e Macrocephalites, este último começando com a espécie
espécie típica da parte superior do Bajociano médio M macrocephalus. A evolução deste género originaria dois
[romani-(complanata) + blagdeni - Schichten]. táxones diferentes que se afastam bastante um do outro:

1) Macrocephalites s. s. que conduzirão à família Mayai-


Família Macrocephalitidae BUCKMAN, 1923
€= MacrocephalinaeSALFELD, 1921) tidae do Jurássico superior;
2) Macrocephalites gr. herveyi (SOWERBY) com duas
Foi definida por S. S. BUCKMAN (1923, IV, p. 54) que linhagens muito polimorfas que atingirão também o
, aí englobava sete géneros: Catacephalites, Kamptokepha- Jurássico superior.
/ites, Macrocephaliceras, Pleurocephalites, Dolikephalites,
Macrocephalites e Tmetokephalites. Considerando apenas A definição e o valor das espécies nas quais apoia a fil",
três caracteres - secção da espira, ornamentação e linha de genia são, no entanto, muito contestáveis (BASSE &
sutura - ele atribui arbitrariamente a cada um deles um PERRODON, 1951, pp. 15-16).
valor numérico (1 a 7) tanto mais elevado quanto mais o
ÉBASSE & M. PERRODON (1951, p. 16) ao estudarem
tipo se afastava "de uma forma primitiva suposta comum",
os Macrocephalitidae do Noroeste de Madagáscar consi-
esferocone, com costilhas espessas e suturas simples. O total
deram, nas identificações específicas e genéricas, um
dos três valores (de 6 em Catacephalites a 18 em Tmetoke-
conjunto de caracteres (forma da secção e zona umbilIcal,
phalites) dava a ordem natural do tipo e, a partir deste,
tipo e número de costilhas, linha de sutura), tepdo em
conhecíamos o género.
conta, no entanto, as variações individuais que estes carac-
Estas diagnoses muito sucintas não permitem apreciar o
teres podem apresentar. Segundo estas autoras as diferentes
valor dos géneros criados por S. S. BUCKMAN. Além disso
espécies parecem aglomerar-se mais estreitamente à volta de
aqueles caracteres nem sempre são facilfnente visíveis nos
alguns tipos relativamente bem defmidos (tipo Macroce-
tipos por ele figurados. Por exemplo, quanto à linha de
phalites, tipo Indocephalites, tipo Kamptokephalites, ... )
sutura baseou-se principalmente nas dimensões relativas
mantendo·se, porém, encadeadas entre elas por múltiplas
de E (lobo ventral) e LI (primeiro lobo lateral). Ora L. F.
ligações. TrataNe-ia assim mais de uma disposição diver-
SPATH mostrou mais tarde que a sutura varia não só no
gente que serial. Esta classificação apresenta o inconve-
interior da mesma espécie, mas, também, muitas vezes, no
niente de multiplicar o número de géneros e espécies se bem
decurso da ontogenia individual. Com esta classificação
que a sua ideia se oriente voluntariamente para uma simpli-
S. S. BUCKMAN chega mesmo a resultados paradoxais. Por
exemplo, o género mais primitivo é de Kelloway Rock ficação.
(Caloviano médio) enquanto o mais evoluído é de W. ARKELL (1957, p. L292) conserva, apenas parcial-
Cornbrash (Batoniano superior), donde, conclusão mente, os géneros de S. S. BUCKMAN englobando também
"a posteriori", os géneros vão-se simplificando no decurso na família dos MacrocephC(litidae todos os géneros que L. F.
da sua evolução. SPATH (1928, p. 206) ag~para nos Eucycloceratidae. Dos
L. F. SPATH (1928, p. 166) na "Revision ofthe Jurassic sete táxones iniciais de S. S. BUCKMAN só quatro são
fauna of Kachh (Cutch)" critica. fortemente o trabalho de mantidos. Catacephalites entra na sinonímia de Cadoceras
S. S. BUCKMAN: "He does not know their stratigraphical FISCHER, 1882, sendo atribuído à famllia dos Cardioce-
sucession ..." (Ele não devia conhecer a sucessão estrati- ratidae; Macrocephaliceras (?) e Tmetokephalites entram
gráfica ...), " ... arbitrarily puts high or low numerical values em sinonímia com Macrocephalites. Por outro lado
to characters such as ..." (... aplica arbitrariamente valores W. ARKELL (op. cit., p. L294) dá acepção mais larga ao
numéricos a caracteres tais como...), "The differences género Macrocephalites ao atribuir-lhe cinco subgéneros:
between the seven genera are not even fairly obvious ..." Macrocephalites, Dolikephalites, Kamptokephalites, Pleuro-
(As diferenças entre os sete géneros não são bem evi· cephalites e Indocephalites.
dentes ...). Como diagnose geral da família podemos dizer que
L. F. SPATH não só retoma, no entanto, os géneros de engloba um conjunto de formas muito involutas, globulares,
S. S. BUCKMAN como pulveriza ainda esse conjunto com secção deprimida, zona umbilical geralmente estreita e
juntando-lhe seis novos géneros (Nothocephalites, profunda, costilhas primárias relativamente finas, muitas
Idiocycloceras, Epimayaites, Paryphoceras, Prograyiceras e vezes cortantes, que se ramificam duas ou mais vezes e atra-
Epimorphocerás). Agrupa as diferentes espécies em certo vessam sem interrupção a zona ventral, arredondada. De
número de géneros, defmidos por todo um conjunto de assinalar ainda a ausência total de tubérculos, a abertura
caracteres, e os géneros são reunidos seguidamente em cinco desprovida de espessamentos ou constrições, o perístoma
famílias (op. cit., p. 165): Macrocephalitidae, Eucycloce- simples e a câmara de habitação variável de 1/4 de volta a
ratidae, Pachyceratidae, Mayaitidae e Reineckeidae. uma volta.

120
00 , do f.....ma d.. Noo<>v< _ .....
opaoiIo"
_ ...... _
F. QIJDõSITD'I" 0'"_''' IIp
dó.. 1 I T _ . - .... da....., .. .
...... ~~--."'-... - - _
do _""" la<p 1.,............
p .
ti&r'iXa. SIo - . t/pl<.
0"_'0
_ _ lO;
14'" "'••i .... o6.
• _; ti
00-50";
.poomlI ...
o"'J",
CloIo......
.....

_ lo......
! "_""_'

'=__ ' - _ •
_ ..... de _ . -.... O-
~"" .-IJ". ,.-.;.-..
4h-O,lIUilr). ,,,,. . . . _ _ • • ~
00"" _ _ """ I I I ---. _tillI. _
_""'- ~

_,"f • __ ...._W.. ' IÇOIiIf_ .... ~ " _..

.
.... _ " - _ .... e-~. 5oIIoIdo. ... . . . . - 00 r . - ....,..... • _
___._h
- . (".,'*0=4 • .......... fL,<... JwwJ:."*- .._....-,.,..
'"IM'I_',!_ ~ .oJiIfo-

.... ._0<' ,_",--,. 'II e ...... lWI(Ol'l'f:L.

-'" -
_
~
58

.... t
'
' T LO!lIINADU
~,.:
-,_

• _
........ ,

1
- _.,-
(I~ 00 _ _

UI
-""
='
• .., AI<> o.io _ _ ••
. _ .... ,,_._~'"'
1 "'"

.
1"'7
........j
:107
, ... ('. ZlETD'.
_iii
p<qoona - . .
7: '"O!l.UGf''Y. 1"1. , . ' I,'" 1>9••
...",o_.==
I •
. . .""""

,",._oli ... o...:ti\>llOO. /lptB;Ieo


_ . _..... _
'
,.. _"t
I' I __
1 ........ __
lholt _ .. (IJ5c>
lrU -.tcto...
_oIa
o

___ "'" _ , . ~ _ _ 40. 'roof...... "I_Ir. _ . . . . . . :ax ~\lECK.E. lei.


.-.lll..,. . . . ~ . """" .. .,... . . - Jil:nWl:.UY. ,~ ,'(JRBJ(;NV. 1. .2. 'UI): QIJfN5.
....... Ito. _"lO ... _ ~.," TEnT,11oI1).
do. <-. • pdo aric:eT
pfJCItOlt"
'P' - . 4IIl.. ""-'~_"""'._ .. _,_.f
. . - '1"* ..... f
__ - , , ~_ ........
""""<11' • .do _ n:. ZflTEL (I"', ,.'111) _ - . . _ "'"
PI.!ao "1.,-,

_u
~.,l<a

• . - . 0.. « ........ _ II< f<NO.


.d.ook>
10_ oi.l
"'" ....
poedoolol". _ " ' .. -=-<~
_fit_,. . _..
.... T, LOlollNAOZE "'*M.ta<>«plwlitidN ...........
tio
No .. 'odo.
"C""""-oIF_" . _
"pldamonIo <I< ... Wlr.fio<t1
,_." <boclo". To
_ . _ _ """,lOMo

"",u
I,..;.
polar.
_m. poIilll
""n.. ..01<11
dadoRs. pojo .lkIb
fomw "" _
""_
, na """'" I......
r_o ..-l< col>
<Iht~
d. «>&tol!lM
"., ",1ll . _ . _
'1Il'd". mI""""_~"'''
,.. n......-.
""",ft,1< • -.. d....... b.nl<aoi<' ""...'-tt o' ~""'M," l h. p.,Ib _lO -..
....
...... (~ .... "" "0f'0 <Omprimldo om _ _ ...h op6floo. ""'" ,,'anplamo.'•. ohJ>r,o_n"

--""'.......-
"-0, .
.. ~ _ _ .. "" ..oçJo .ubw<",,", . 5"'10 p"'fimdar.onoI. _:ada eo", G _

-- _ _ (1un<Ull<TttL. UM
.._

. . ....- ..--r,. __
I
... _ _. ' ' . 1OIt.anlr.nl. 1111
..... ;lo. s.s. lu:l(ltAN. IUI. '''. ,.
...-a u " .......

l"oi _ pc>< E.
>
1 ""
~

K. UTTEL_0tF-'I!o "4\o~"'_"_

(.<fI..
""-
I.-- VON .UOl loIIo ioId_ ...... ~

"U'; r,,612'"
olCnh. . fIc..... ~1Ipo
... _
TIlO 1lI_ _ liaM. _ . 1 ','

6< r; lJTTU. lJol _


"-....). 0. _ _
" ' _ ,... 1 ' I ..
l10I I Iflpmda
SCItlOIHU" (1IJl.p.1O)_ .... I_~._.. o "'" s. s. ltJI1()(,I.JoI (Ir.z. IV.... CCCXXXIV ) .....
w... .IIiirJto .. F 8Jt,IEIl (1757. p.XII..... SI f... o .""" 1IL foi< _ a I." I Cob-
nr-"",
_
I hh_J.•LUE(l?i».,.'J.r..,J),
11- .• O_"lr~"E 4J[JL
_ 0·_(".
_ _ .. colooç6to 4..... orn;L
1 .. '1
'"~
-.).
• _
_ ,- •• ,..... ....
,.,oW~
_ .... a:olOI _ . _ ..

_ 11 , -. _~ _'e I . " " " , _ , I _ . T _ .. _ _ ..


... E. 9CltwntElI' ""--!tI_ -. .. _ _" .........,.-(IA!"'I),""'''' t _ .....

*'fIO _ _ "~""""'_ I""


__.-._r
. . . . . . . . . . - • • 1 .. _fVoI
_ .
....,...

._-
.-- ase _...,... s.s. _..IelO,""').
_ kop, O _ _ ..",...... _ .. " ; ; 1 •• --.
..- IT - . . , ...• ",.....
....... too Ot..-.. .. , ... _ 1'1· 80_ ..
E. liIC'ttWOtElJol _ 18::'0 (p. 1'01 _
_ . _ ....... __ .050.f_ '" ..... <1."" o. _ .. """ .. oó;"lqIl. . . . . . . L:urro.
'._"_0'.,'
"" ~ _ ii< _ .:~.~
.... ,..- • _
.~~

...........
.. M. _ _
_~
~W __
.'OKIIC""" 11":'
~_~

f'll"'~

-- ._. __
........ cC. _ _ J.f.L"ECItE (1811. p 14, pi. T.ns.'1)
•. A_"" .. M. totIl\GUET(:lJI tlT4~ ... UI•
....,1< .. .,llU:lIET. ......_ 'i..."....
"'--
r.. SOtLOTMEIN _. (lJ) ...
... 1i6). O _ " ' 0 II< •
_ d_...... I!If...n'" ......."" ..,.....
II '1 ,. _ _ . _ , _
, ... , Il1o_110••...... 'l-=.i
. -......_dlt_.. . .
......... tlp~ Blili,f,'<l da cC. ""'<><1, • '. "_.·_1_......
........ I C. ZIETEN (ltlQ. p.1>••b. V. flJ.
_ 01<> -da <I J' rrnollO
- II
WO".
........... .,_i". '-
ll.toIJ.GlJt:TI x ...."" .
ntlEll7V ,..•
•_• _ ,....
"fII... 1 " ' , _ 1.'. ._ do IIapca , ~
Esta figura representa um indivíduo diferente com costilhas ciando sobre a identidade real da forma de E. SCHLO-
mais sinuosas e não apagadas na região umbilical (Dolike- THEIM.
phalites). Na ausência dos tipos é com efeito difícil provar a identi-
W. WAAGEN (1875, pp. 107 e seguintes) é o primeiro dade absoluta do indivíduo de OPPEL-ZITTEL-BUCKMAN
paleontólogo a fazer um estudo sistemático deste ,género, com o de SCHLOTHEIM-ZIETEN. Trata-se, no entanto, de
baseando-se para isso no excepcional material de Kachh formas idênticas.
(Península Industânica) e tendo em conta os dados estra- F. ROMAN (1938) e J. CALLOMON (1955) admitem a
tigráficos de que dispunha, infelizmente muito sumários. A identidade das formas de K. ZITTEL e E. SCHLOTHEIM.
sua classificação, puramente arbitrária e prática, baseia-se na Portanto, M verus integrar-se-ia na sinonímia de M macro-
existência, nalguns indivíduos, de ondulação das costilhas cephalus que seria assim considerada como tipo de género
na zona ventral: são os Macrocephali curvicostati Macrocepha /ites.
(pp. 108, 132); todos os outros são os M. rectecostati L. COX & W. ARKELL (1949) admitem que o "único
(pp. 108-109). Repartiu as suas 22 espécies nestas duas tipo de M macrocephalus SCHLOTHEIM é a figura de
secções, cada uma das quais subdividiu em vários grupos. F. BAIER reproduzida por J. BLAKE". Eles pensam que
Nenhum limite preciso é possível, porém, estabelecer entre esta forma é idêntica a M tumidus (REINECKE) forma que
as duas secções; numerosos intermediários existem e, sobre- pertence ao subgénero Pleurocephalites e não se encontra
tudo, W. WAAGEN foi "longe de mais" ao incorporar aí na zona de Macrocephalus.
numerosas espécies tão afastadas como, por exemplo, Em 1951 a Comissão Internacional de Nomenclatura
Stephanoceras bullatum d'ORBIGNY (WAAGEN, 1875, Zoológica, sob sugestão de W. ARKELL, debruçou-se sobre
p. 129, pI. XXXII, fig. 1 a-b) [ = Kheraites cosmopolitum o problema da espécie-tipo do género Macrocephalites. A
(PARONA &,BONARELLI)]. sua resolução [Z. N. (S.) 401 in HEMMING, 1951,p.176],
Criticando a obra de W. WAAGEN, C. PARONA & G. utilizando os plenos poderes da Comissão, conferem-lhe
BONARELLI (1895, p. 116) propõem uma classificação aceitação internacional. Ammonites macrocephalus
diferente em Macrocephali rectecostati e M flexicostati, SCHLOTHEIM é considerada a espécie-tipo do género e
marcando bem que estas designações nada têm a ver com as M verus BUCKMAN é posta em sinonímia com M macro-
empregadas porW. WAAGEN. cephalus, 'incluindo-se o nome específico verus no "Official
J. BLAKE (1905, p.39) teve a ideia, original para a Index of Rejected and Invalid Specific Trivial Names in
época, de estabelecer uma estatística dos diferentes carac- Zoology".
teres mensuráveis de duas centenas de indivíduos de Resta o problema do espécime-tipo de M macroce-
Cornbrash (Grã-Bretanha). Apercebeu-se assim que apenas a phalus. Se, aplicando estritamente as regras internacionais
espessura relativa das voltas e o número de costilhas varia· de nomenclatura zoológica, se admite como tipo da espécie
vam, enquanto ,os outros caracteres se mantinham mais ou a figura de F. BAIER, tem de concluir-se que não corres-
menos constantes, definindo, segundo ele, o género. Os ponde à forma designada sob o nome de macrocephalus
caracteres variáveis serviriam para caracterizar a espécie. pela maioria dos autores, nem mesmo ao género Macroce-
Não apresentou infelizmente resultados gerais, limitando-se pha/ites s. s1. É impossível pronunciarmo-nos sobre a identi-
a descrever algumas novas espécies inglesas. J. BLAKE crê dade específica desta forma cujo tipo se perdeu. Nada
poder aproximar a figura de F. BAIER de Ammonites permite mesmo pô-la em sinonímia comA. tumidus REIN.
tumidus REINECKE e figura sob o nome de M. macroce- como o fez J. BLAKE.
phalus uma forma que, segundo L. F. SPATH (1924, p. 6; É provável que a figura de J. BLAKE represente um
1928, p. 112) e L. COX & W. ARKELL (1949, p. 94) é de Pleurocephalites mas então os "M macrocephalus"
atribuir a M (Kamptokepha/ites) terebratus PHILLIPS. encontrar-se-iam em nível estratigráfico superior à zona de
Macrocephalus.
V. UHLIG (1910) e P. LEMOINE (1910, pp. 153-158)
Parece, assim, restarem apenas duas soluções:
estudando material das "Spitishales" (Himalaia) e de Mada-
gáscar tentam completar, corrigindo-a, a classificação de W.
1) Manter a espécie M macrocephalus como a ideali-
WAAGEN, o que não conseguem.
zaram C. ZIETEN, A. OPPEL e K. ZITTEL interpretando-a
Na classificação de S. S. BüCKMAN (1922, p. 64) este no sentido que S. S. BUCKMAN designou por ''M, verus".
género compreendia apenas oito espécies. Esta solução, ideal do ponto de vista estratigráfico, não está
L. F. SPATH (1928, pp. 168-169) propõe a restrição do conforme as regras de nomenclatura não podendo, por isso,
género, sob a forma típica, a uma dezena de espécies ser adoptada senão após decisão da Comissão Internacional
apenas, se bem que lhe atribua, com algumas reservas, mais de Nomenclatura Zoológica.
sete espécies. Assim limitado define-o como conjunto de
"formas geralmente involutas, com costilhas primárias 2) Reconhecer que a espécie de E. SCHLOTHEIM está
jamais proeminentes e bordo umbilical arredondado e bem insuficientemente definida e baseada sobre desenho impos-
individualizado". L. F. SPATH interpreta Macrocephalites sível de interpretar correctamente. Seria pois um nomen
macrocephalus segundo a figura de K. ZITTEL (edição nudum. A forma normalmente designada como M macroce-
inglesa de EASTMAN SMITH) e aceita a espécie Macroce- phalus passaria a designar-se como M. verus, solução que
pha/ites verus de S. S. BUCKMAN, considerando-a como teria o inconveniente para a estratigrafia de fazer desapa-
espécie-tipo de Macrocephalites s. s1. L. F. SPATH, recer um nome tradicional, pois a zona de Macrocephalus
seguindo C. ZIETEN, restringe Am. macrocephalus passaria a designar-se zona de Verus. Esta solução, que seria,
SCHLOT. às formas de secção comprimida; engloba assim talvez, a mais correcta, não pode no entanto ser aceite dado
esta espécie no género Màcrocephalites s. s1., não se pronun- que a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica

122
JOjol"'"
,.ll1).
o ODIrW "1"'<">:0 ...... (HDl"I~G, 1951. _"'"*'" .nH. "11
.. """","1"_' lOCo·
................."
19;1l
BlX~ "AIõ.

.""'1 '"
" .. ~.l'll) ~_

,., .....·C.... A~.

A. 1EANNET (l9~, p.ln) ioldlvrdu", <It . ""t.,......"


,O!, ueo"...."-
M. IfI"'ClO"''''''''''' I
~ra d.
f. BAIEII;.J. BL.AKE r...
....do """ ..,• •""'" o"," fonna ",01'0 dif....... dt •,.".>".""""'" COllI<OY.
M. mom:>c""'..... _ 1'0'''' P"_'" '" ~'"
IfoWOftlp/wli'''' b,. 10llm p«Wlm. oW... do 101"1 ...."""
19'1'

de C_.. n.. "" ..... mo da ti... da """ d< """P" O


iD:li.,lduo quo A. JEA:-INET .,ri\xoi • ,H. ""'" (r. n~ .
..I. xx, fi~.\ ~ paro<J< p<ol""'", . . . . . . . pklo _. """
....,1",,1 ;, ",..;." "".... e .. """ilh.. 010 ""' ....... I_I
I. (Au.oWS (1955. pp. !J~, ZJ~). .rio" ,_
de a11 ..... "'n••"""po,~icol
".... """"""",II» rmlIt<l .., .....,.., ......[.1'0 0<110
..,.,.. _ ..<la""n'. «ItII"InU<I... 0_'. """ b.
I. (ALlO!olON (1971) d.~·.. ~ m ",,\M. Q
, . _...... d<f". ...'"
Elo d._n. dolo l!poll*
"p<I
iii""'"
_1&~'
ik""__ ~'
licoI ..,..,. o profu""'...... p'''d< umIIilicol .. <ti<:aJ o liSO
• ""'<lo umb~õcol ..""..dAdo. 100m .;",10. A o .........
(SCI1LOnlE1~ lBll) ••\l ~ I o . ZITl1"L IlIS<. 0&1;1<> ~ eanst.il"'<la PO' "",úIl.. priaoIrioo r......umrnl_
""" ~lwnlU"'. 1;>.. ooIuçJo dc J. CALLOMON RÓO .p"'....... ,_lo. qu< ,..-..ç no _ ombilio. com
. . . . O<r Oq;o. . . . . . . . '1."" ••,"'.. 1:& • ,••0h.;::Io ~.
Y'" U>diaaçio 01 _ _lO""' •
C _ 1 " , _ 1 do Nomon<l.,O"l<>oIóIlCO. _ .. OIJIldirl "lOoado Iro"_ 40 fIo.nco ......,......".
N> .,. ~Ii'.. "li>_.. coad\.. " " ' _
........." .. _ ..n. A O""""""aç60'_ _ <Io
",.'e elo rnDIlo lOIn>fllIo ("" mbllo<> ,00300"''''
de
""" " , _ _nto.•• , iIUõal<Ull1e a~"'I;"'" ...
"1Ik> ~licaJ a,. olloJÚ' fllti __oito (dmoril do
"""tto. "«""do '.CAU.O\~. 19$5. ,.239). .......
m.
Mo.. dr <<<>c"'o'o ,"'.:lo. lloo>:Ol lo,,,,,,
e ..... d""-. hobi.o;lIo) """""-........ A _ <I< .. ,~" '~_n"
• zor. "","01 ""'PfO .,,'Od 1k. A >J>n. umbDl<IIl j ""''''' ,,,,01_. Cll"'" • frx.....".. ,ocaruiloa • Io~
""', ex",.""' .....
00 l"'-.... 101>0 Io"~.

-...... ..
....i« o ,...,r~ F,aimen" ..... ai"", qur
ilI.., •• maio< lor Ioc.w._ ,. mota,," iotoriOl <lo
lIonco. A ."",. cm _Io-IU" • Ó<>providr. tk apoSA", ..
...."'6"'.........'" ou _os . . . _ .. _
<O<lOUliGeO- A c-... da Iooblu.çlo. _too! do 1{4
'p<=n"'"
a ,a,
""
5 ........ «
~_
.., ..... _ S
... ___
1 .olto. / .."".. . 1<.... " " .... " ' _ " " " com .bom". <0<1. :,..113
,,,.. ou o",. .".,. Toda< .. ,001'''. d"'P«md.. 6<
,_ol",. osuo "'8........'e «1I>".. a p<JO nu..."" .
_ ''l' atOFFAT
.v.,,--.,JNm -.,.,._ I'iCHLQ'.~

"""'ncH••. ~
<Oalillw fr.M ... ~irI" Ii" "" flu,,,,,,,,,, """"' .. _ ,." ..... IG<.... " tu_(''''''.II......TSC!l•
..-" di"m lImO ou
"'.._ . __ >'«1"01
lO no «PIo poriu...."I
101"""1'\'110& 011 inOo>.Oea.A
,
• ,.na ••
M. (11." •••••• 11'••, '" lu'" aoeltA.....
,,1-,>11
'010". "'- _ .1<"",''''.~ pmtu._.. ,eooftllda: • lO" _~~ . . . . ' ~ I.: "QIITUDf .........,
....lu 0""",,11_.. i"'iubnn-. .a;.-..,. .. I0I;>;>o .... • '''1 M.(M~ _ _i ... WCHJla_.•. "
,,:alrn<nt< "C1IdM, ••h ... lou 3 peq","'" _ _ I-
kr.1' o..., oil..-l, taoll", oe", ,ompr;.,no",O
00 <lo ""... ~o lobo lo"101, A 1iIlh. <Jo ""w.
11'1....
"'f da ~oa
.\f".,;.1 .,,~d.". _
P,qu .." .....1_ pOri_
(IoIAR-Itl>.OI • MAR-Itl>Jll. IIIAIl.l2JlI. J.lAR-l2.1l6 o
r..trlo*« _ lO' kilIo Irt".
-'<>dórlo JIO"IO_. """ IoIAII;_12.I18, MAR-I';.Ol •.'IlAJI..16.ol) >lO> c......... C.••
"'" flIlIlO I'ri.....,.."',... f"... o 100m ..... 0010. C'; o C.IO <lo COfIO da prola de Ma"".TllÓol ..t" md~
,,;duo, foro.. """""" O.... po4""'.
00 Df. /. "Tl-lIERRV.
l. CAllOlION (l9l5, P. !J8) con<kl... _,.,. wbió- do _til'" 6<. Sa<nc.. do lo To",. i"Uooi.....,.. do l1IijGfl
00&01"""'" d.... ,Imo,· (F<eIIP). q.. 01:......... 0..
<100 ~p/lIIlitfd«.
,,~ ... ,..;..... 010"""";,0,

~Q_ T....·• óe poquo_ _.... lUbnfo,.,.


_"'. ""'" .,.,. _IiCOll . .,,1Ill • pmfU"_ ,... .
UIIIbili<eI _\>c.. o b_ _ [;<01. .... _do. A "'....
pdaWias na... numt"""~
J. T1UEIl.Il.V (W"or""'flll ... 01) 0010 con'-"l>r4a cun •
""nt<çIR """""',. om ..,.._
...tio... _
<lua, _l<lhoo
oomoçeno ... ""'.. UR'lbIli<ol,
""'0""" no .........""n", do _ e
"'._0.........
im'J1lII'I"'iio <I< J. CALLOMON • _>i<l.... "Ill''''te
0<1,,""""""""': ..... ,"do. """.. _ti" .'0 queIqua i....""

-""'" "'" +.. ""'''-Iu '_~'"F"'" -11... - ... óe Mor:moqJ_'"


b. . do &DIto d. loIa.:ooephahlo:. "" Caloviono irtf."", ...
.........._ , ZfTI"[L. lU< """U..,..,,,,, .UC""A~.
, ..iode .........
.. r ' I ' ,.".IOC........... 19lJ TáI,.,. <UOCI<ril""" .... C"""'"" irtf~ (ARIlEu..
In1
19l1. p. Ll'M; CARIOU" oIij. 1971 .. pp. 666. 678. ';89;
....0•••",-.."'" IPU".
I."', CARIOU" ali 'n ..
OUTEIl,DE & 0111. 1911. p.91;
CARIOU & am, 1971 b, p.39; MOUTERDE & SUAREZ ceras). Com distribuição mundial estas formas conhecem-se
VEGA, 1971, p.478; ELMI, 1971, p.32; MOUTERDE & desde o Caloviano médio até ao Oxfordiano superior.
alii, 1972, p. 90). Algumas das espécies do Oxfordiano inferior parece
fazerem a transição para os Mayaitidae.

Família Pachyceratidae BUCKMAN, 1918


~ Erymnoceratidae BREISTROFFER, 1947)
Género Pachyceras BAYLE, 1878
~ Lalandeites BREISTROFFER, 1947)

R. DOUVILLÉ (1912, p. 11) atribuiu o género Pachy- Espécie-tipo Ammonites lalandeanus d'ORBIGNY, 1847
ceras à família Cardioceratidae SIEMIRADZKI, 1891. Esta
faml1ia fora já estabelecida por H. DOUVILLÉ em 1890 nas o primeiro representante do género foi descrito e figu-
notas para o curso de Paleontologia professado na Escola de rado por A. d'ORBIGNY sob o nome de Ammonites lalan-
Minas de Paris. Dado, porém, que tais notas não foram deanus (1847, p.477, pI. CLXXV, fig. 1-3, non 4-5). Mais
consideradas verdadeira publicação, a prioridade da criação tarde M. NEUMAYR (1875, p.886) engloba-o no género
do táxone é dada ao autor alemão. R. DOUVILLÉ incluia Amaltheus.
aí os géneros Macrocephalites, Cadoceras, Stephanoceras e Foi E. BAYLE (1878, pI. XLIII, fig. 1-2) quem criou o
Cardioceras já referidos por seu pai, aos quais juntava táxone, sem diagnose, para indivíduo proveniente das
Pachyceras BAYLE, 1878, Quenstedtoceras HYATT, 1877 argilas de Dives (Calvados), semelhante ao exemplar des-
(= Quenstedticeras TEISSEYRE, 1889) e o novo género crito e figurado por A. d'ORBIGNY.
Chamoussetia. K. ZITTEL (1891, p. 451) é da opinião de M. NEU-
S. S. BUCKMAN (1918, p. XIlI) criou a família Pachy- MA YR ao. colocar Pachyceras em sinonímia com
ceratidae onde englobava os géneros Erymnoceras, Amaltheus, na família Amaltheidae.
Pachyceras, Macrocephalites e Tornquistes. S. S. BUCK- R. DOUVILLÉ (1912, p. 33) esboça a evolução filoge-
MAN considerava a família Cardioceratidae R. DOUVILLÉ, nética das diferentes espécies de Pachyceras.
1912, parcialmente sinónima de Cadoceratidae HYATT, M. BREISTROFFER em 1947 cria dois novos géneros,
1900, e, assim, atribuia a esta última os restantes géneros do Doliolumites e Lalandeites, que W. ARKELL (1957,
conjunto de R. DOUVILLÉ, à excepção de Stephanocera.l' pp. L296-297) considera sinónimos, respectivamente, de
que englobava nos Stephanoceratidae NEUMAYR, 1875 Erymnoceras e Pachyceras. O novo género Pachyerym-
(=Stepheoceratidae BUCKMAN, 1898). S. S. BUCKMAN nocerascuja espécie-tipo é Pachyceras jarryi DOUVILLÉ
define a família da seguinte maneira: "cadicônes passant à (1912, p. 37, pI. I, fig. 10-lOa ? ) mantém-se ainda actual-
platycônes, peut-être apparentés aux Stepheoceratidae au mente. M. BREISTROFFER englobava estes géneros na
sens large qui sont les Coronatis bajociens". nova família Erymnoceratidae que W. ARKELL (1957,
p. L296) considera como sinónimo de Pachyceratidae
L. F. SPATH (1928, p. 218) recomenda a separação dos BUCKMAN, 1918, a qual tem a prioridade.
"Macrocephalites argovianos" que inicialmente incluíra
A. ZEISS (1974, pp. 271-273) considera Pachyceras e
nesta família e a atribuição de Tornquistes aos Mayaitidae.
Pachyerymnoceras como dois géneros independentes,
F. ROMAN (1938, p. 219) se bem que referindo {1 compreendendo o primeiro dois grupos de formas: o grupo
táxonecriado por S. S. BUCKMAN retoma a designação de de P. lalandeanum, P. villersense, P. crassum e P. indicum, e
H. DOUVILLÉ, acrescentando à família o género Erymno- o grupo de P. schloenbachi e P. distinctum.
ceras dadas as semelhanças que os indivíduos jovens apre- N. CHARPY (1976, pp. 37-38) interpreta este género
sentavam com os seus homólogos Pachyceras. diferentemente englobando nele três subgéneros:
W. ARKELL (1950, p. 363) e É. BASSE in J. PIVE-
TEAU (1952, p. 632) consideram este táxone com o valor 1) Pachyceras BAYLE agrupando formas de secção
de subfamília (Pachyceratinae) dentro do conjunto dos ogival e com ornamentação simples;
Cardioceratidae. Para estes autores a subfamílfa incluia os 2) Pachyerymnoceras BREISTROFFER agrupando indi-
géneros Pachyceras, Tornquistes e Erymnoceras. víduos com estado erimnoceratiforme no estado jovem;
A. JEANNET (1951, p. 108) trata com certo pormenor 3) Tornquistes LEMOINE cujos indivíduos são caracte-
a família e, mais particularmente, o género Erymnoceras. rizados por costilhas fortes e enrolamento excêntrico bem
Além deste, e dos novos géneros Rollierites e Erymno- marcado.
cerites, todos calovianos, A. JEANNET engloba no mesmo
conjunto Cadoceras do Caloviano e Pachyceras do Oxfor- Para N. CHARPY P. crassum DOUV. e P. indicum
diano. SPATH correspondem respectivamente a formas micro-
A opinião hoje geralmente aceite é a de W. ARKELL concha e macroconcha de Pachyceras (P.) lalandeanum, e
(1957, p. L296) que retoma o táxone de S. S. BUCKMAN P. villersense DOUV. cai em sinonímia com P. (Pachyerym-
considerando apenas três géneros: Erymnoceras com os dois noceras) jarryi.
subgéneros Erymnocerites e Pachyerymnoceras, Rollierites Estes indivíduos são caracterizados pela existência de
e Pachyceras com os dois subgéneros Pachyceras c costilhas radiais, fortes e largas, que atravessam a zona
Tornquistes. Para W. ARKELL a família· engloba um ventral sem sofrer qualquer inflexão. A secção é variável
conjunto de indivíduos com voltas interiores cadicones ou sendo os dois casos extremos representados por P. lalan-
coroniformes e voltas exteriores idênticas às dos primeiros deanum, de secção comprimida e alta, e P. crassum (24), de
Stephanocerataceae (especialmente Morrisiceras e Lycetti- secção deprimida com zona ventral arredondada. A zona

124
_",I li _ . o _ o _lIiIicli . " d - ' U ....
d.....,. ,,,,,ot/bo1do 10' o ~ I. . . . . "-o........
o lól<_ ~ .......... '""'" ele
OdoodioPo . . . . do ~. _
do
.... ICIlAIU'Y. 1976.
I'li<".
nplo._dt_."'d~O<ÇIO_Il<Ii. r·U~
b 0. . . . ~ . _ ........ ([....... oc;.
"' _ Oo\onoIo). •• _ "., <:tio-

-.-
..... _ _ "'00 Ql<Io"' _ _ (A"I(E.U.., 1956.
I'''''. p.Uf'. E..,"Y , . .olI. 1971, ".U'II. ~J. ~S. _ " (Too • .....' _ lf'OU'OO,,"

- _.(fI
l\O6: IflS5, 191'. p. 27J: OIAJtPY. 1m. p. Rol. _
r.._ •. "" -..-. ""lO "" Qúo,.. tta. •. r... )I,

_w._(.lj~
,-
,.,
• LI h
I(W_~_",".""
• _
W .... LOaJOI.. .. :IO. ...
.--oalOCltIIU,
"'.110-
, ,.,
,-
__~ .. I L _ " ' ' ' ' ' ' I I
to. _l..Dlllll'E.l'l' "- rr-J _ _. _ ...
'OA." 1lOtI\'OO.U. ..
~I" ... _,......,_rolU<QllJT.I... »......... :
"- fF-J_ .....J:..u ..... JIJ.-4"
A. 'KJ&1o'QU1ST ,.,.. Ú't'. f-J7) "" •
'"' "-"-J.,_""I.OI'-J,~ ..
...... 1•••• 01
I"_
_ . . . . . . . 'r U .......... ,~ ~ _
• ,~ "- rrJ ~.-~. w,., Il.f;a.).~"'"p....
A_. r." , III. 't.., ........... 11.. ",

..
&o JWço • Sol .. WoI LOIlJJl. _
(11M, """ »-:-a I""" 71'."
r -.kloo do ,~ "-(fi • L 10.., 1f.OIJOD(&.. .. fi• '.
~""
~
i ' · - · ... o.ro.-_.~
Eou. _ .. A. TOal'IQtJIST.
Iloo.- . . _ _ """_. I
r." lOU)L
c.
hln
_
,- '"
"-(fi
aot,(-OlAtn".,
J __ fTOR.'OQ.I _

".pI ...... U

.
~_

.,._ .. "* _.- ao


....,..- ~
_'1 •• "' ..... M.,,,,• ..- . . u. ~ (..U....2S.Jl<) •
Fol r. l.!NOf),'! (1'10. iii' U"U9) _ _ p*" _I~du_d> ..........
_iOI - . _ • • -"" .--.
<Ia... _ , ,_ _ _ bel<- D do , ""'lO •
JOlII<r;io"_'"
-~

ra,,' ,....' •. =. 150 _ _ ~ do ..........

--...--.....
(-EI)w • •).............. ..~ _._~I~.-.._-""'­
__.. _ _ ..:ot<oo,.. ...,. _
_ - . . ,.. A..1ORJolOIJIST. r.LOIJOl. hIo
~_, "._ooL r:-...r.O.
..~
_
_....
1:.~
• 1: _
T. ...,.. T
.... r. lDKlr!E _
, "''''-1' r. •
I 1:._
1idl1oI_
_
l:loa::7iI*l - e-:Ja do _ _ oIu • _...,. - ' "
--. ,.. .....
__
_ ,....,., ..IPMt....-,lr _ .. ii' I ~do_.l.a __ • _
_.... _ to. A.-.

-
.....,.,r
_ _ da
-.. '.
C· ...........•,...,.,
... OOUVllU ("il. pp. SOoSoI' _ . Too
_ _ .. _ -..- ...........
Ioodt..-rol_ <0lio. _ .._
&.
: "
...
...... ..,...
..
,.-.. ,.....,_ ... ...
_ _ _ . . , . . do _oaoçio.,.

~-_--

___ ••; ..._ ..... _ ..... ,<1< .


__
..........
I
~"""PQII>'"
_~.

00ri_., ft ~-. _"',,,,,,"'A";'" L . _ .....


r .... A
... IIl;IioU,\I(,,...... nl),_....-......... ......... " " " " " . " _
ll..DOU\'LU.t. ~ O' Pt- ~ __ _ _ .." I . . . . . . ....- _ _Ii "...,... A
.._ .... _,..... .. ,'W>l)• • • • aplcie-<Ipo do -.;lo oIa; ...... f _ ..Ii. l n _.......... _
A. d'OaJN():'fY • """., 1'.,.",. -~
Lo F• •ATH (1'.1 21" 04001.. IlollorpMlifo do
... DOIJ\IILU, . . ._ ,... T ""'" ';",all ......
_ li doo ~_. a.:•• _ .. ~ doo Iinb. do O"~IP-J" , 1O'llU.' _

"''''a. " ' _ _ ><.CHA~"'LI'''''.''''


(:lll _ "'" li"....
7) .... _ _'I . _
",,. W. ARe EU (r'S7, p. U906) T-""'" <I iak~
PRl&Io _ "''''''>0 o htI\l-«.....
'" .-...-fio iOl<..
do
p<lü~ S.O!AJlPY
_.. _ .-... . ....__.. .
....
" .100.01,..,...,_
-" " _-"'-l.~ fel "'....
i'Oo1",_
~.l_
_ ' _•• " ' .
fi, _ _ ••
o_a_

_.*
I • . - •• ~ . __ " __
('9'16. pp. .r,UJ) "". ""' ......... '""""
'I'" _ido ......"'" "" 0:<1'0,_ _ lo. -,'.
tAl" i1loIi>' _ _ .... lmomtt ......"'" P>b- __.,.., * r... l
_ _' ' ' ' ' _ ' ' ' _ ..... _
_ ..
{JoI. ~"J'

ca.........d.. ,.10 " , _ l o • ltndla:lo 1""" ~ ...... - - .. ~ " , _ .. y _('--~


",luIe",o <li ._,. do hlbt<oç Por ......, """'_ _ .. ~ ... do _"'~ - . . r ~ ............
no"......... .-r"., <wipncm 'ullótalln .... _(-., _~"J""_"'''~~''
•.,..ilhoo lio.
qur , .. ~It)."
lO"" ",.1.
...
mal. rOlt. . . . ._
1'.Il•••"'... n'~
........ <l' dmotO d. h.brto<;to, d. 1><
"""""_

"po.
."."" 1<_ )I.. ~

.... "')
m.
_ f l ) l.'-nELL. lU'. ,.m,:u.lU, I'''.
_ " I (A1Ul"l.L, "
""_
...,_ .. ,.._ (.... u~O'Ii·su. I ",
pi _
'."0; tE.........
_ ••• Ozl«_
IlG'

'"
Semelhanças e diferenças - O morfótipo kobyi distin- Espécie assinalada em França (Poitou e Jura) por
gue-se do morfótipo helvetiae na ornamentação (costilhas R. ENAY & alii (1971 ~ pp. 639,643) e por R. ENAY & alii
secundárias mais numerosas e mais arredondadas) e na in R. MOUTERDE & alii (1971, p. 94) e em Espanha
secção levemente mais espessa. (Cordilheiras Béticas) por L. SEQUEIROS (1973, p. 109;
Posição estratigráfica - Nívelconglomeratico oxfor- 1974, p. 210) no Oxfordiano médio; zona de Plicatilis,
diano (zona de Plicatilis) da praia de Baleeira. subzona de Antecedens.

126
DOCUMENTAÇÃO
FarOGRAFlcA
ESTAMPA 1

Corte da baía de Armação Nova

Toarciano inferior, zona de Semicelatum

Figura 5.2 - Dactylioceras pseudo-commune FUCINI, X 1. Exemplar BAN.01.09. Horizonte


de Pseudo-commune.
Figura 5.3 - D. semicelatum (SIMPSON), X 1. Exemplar BAN.04.21. Horizonte de Semi-
celatum.
Figura 5.4 - Paltarpites cf. paltus BUCKMAN, X 1. Exemplar BAN.04.50. Horizonte de
Semicelatum.

Corte do Cabo de S. Vicente

Carixiano

Figura 5.5 - Platypleuroceras sp., X 1. Exemplar CSV.02.01. Zona de Jamesoni.

a - vista lateral
b - vista ventral

Figura 5.6 - Metaderoceras sp. novo Exemplar SGP. A.26/G.B6. Zona de Ibex.

a - vista lateral, X 1
b - vista ventral, X 1
c - vista lateral, X 2,4

Corte de Belixe

Domeriano inferior, zona de Stokesi

Figura 5.7 - Fuciniceras isseli· (FUCINI), X 1. Exemplar BEL.OS .05.


Figura 5.S - Protogrammoceras celebratum (FUCINI), X 1. Exemplar BEL.OS.lO.
Figura 5.9 - P. exiguum (FUCINI), X 1. Exemplar BEL.OS.33.
ESTAMPA

5b
ESTAMPA 2

Corte da praia de Mareta

Corte A - Bajociano superior, zona de Subfurcatum, horizonte de Aplous

Figura 5.10 - Itinsaites mackenzií McLEARN prorectus (?) WESTERMAN, X 2. Exemplar


MAR.04.01.
Figura 5.11 - Caumontisphinctes sp., X 2. Exemplar MAR.04.0S.
Figura 5.12 - Te/oceras sp., X 3,3. Exemplar MAR.04.17.
Figura 5.13 - Leptosphinctes (C/eistosphinctes) cleistus BUCK., X 1. Exemplar MAR.04.05.
Figura 5.14 - Leptosphinctes sp., X 1. Exemplar MAR.04.07.
Figura 5.15 - Nanno/ytoceras gr. tripartitum (? ) (RASPA1L), X 2. Exemplar MAR.04.1O.

Corte B - Batoniano médio, zona de Subcontractus

Figura 5.16 - Po/yp/ectites gr. compressus (? ) (de GROSS.), X 3,3. Exemplar MAR.06.01.
Figura 5.17 - Tulites (Rugiferites) (? ) sp., X 1. Exemplar MAR.OS.04.

Corte C - Batoniano superior - Caloviano médio

Figura 5.1S - Ho/cophylloceras mediterraneum (NEUMAYR), X 2. Exemplar MAR.10.0S.


Batoniano superior, zona de Retrocostatum.
Figura 5.19 - Parapatoceras sp., X 4. Exemplar MAR.lOb.OS. Caloviano inferior, zona de
Macrocephalus.
Figura 5.20 - Bositra buchi (ROEMER), X 4. Exemplar MAR.10b.10. Caloviano inferior, zona
de Macrocephalus.
Figura 5.21 - Hecticoceras (Brightia) metompha/um BON., X 2. Exemplar MAR.22.01. Calo-
viano médio, zona de Coronatum.
ESTAMPA 2

12

19

21
ESTAMPA 3

Corte da praia de Mareta (Corte C)

Caloviano superior, zona de Athleta, horizonte de' Trezeense

Figura 5.22 - Orionoides sp., X 1. Exemplar MAR.24.01.

Oxfordiano médio, zona de Plicatilis

Figura 5.23 - Rursiceras caprinum (QUENST.) varo fraasi? PRIESER, X 1. Exemplar


MAR.25.01.

a - vista lateral
b - vista ventral

Figura 5.24 - Choffatia (Grossouvria) gr. variabilis (LAHUSEN), X 1. Exemplar MAR.25.02.


Figura 5.25 - Pseudaganides aganiticus (SCHLOT.), X 1. Exemplar MAR.2S.04.

a - vista lateral
b - vista ventral
c - vista da secção da espira

Figura 5.26 - Kosmoceras (K.) cf. spinosum (SOWERBY), X 1. Exemplar MAR.25.05.

a - vista lateral
b - vista ventral

Figura 5.27 - K. (K.) cf. spinosum (SOWERBY), X 1. Exemplar MAR.25.10.


Figura 5.28 - K. gr. spoliatum (QUENSTEDT), X 1. Exemplar MAR.25.25.
Figura 5.29 - Hecticoceras (Sublunuloceras) cf. nodosulcatum (LAHUSEN), X 1. Exemplar
MAR.25.08.
ESTAMPA 3

23 b 23 a

24

26 b

26 a
25 c 25 a 25 b

27
ESTAMPA 4

Corte da praia de Baleeira

Caloviano superior, zona de Athleta, horizonte de Trezeense

Figura 5.30 - Hecticoceras (Orbignyiceras) trezeense (GÉRARD & CONTAUT), X 2. Exem-


plar BAL.24.01.
Figura 5.31 - H. (Brightia) sp., X 2. Exemplar BAL.24.02.
Figura 5.32 - Phy/loceras cf. viator (?) (d'ORBIGNY), X 2. Exemplar BAL.24.03.

Oxfordiano médio, zona de Plicatilis

FIgura 5.33 - Hecticoceras (Putealiceras) sp., X 2. Exemplar BAL.25.05. Fóssil de um nódulo


fosfatado.
Figura 5.34 - Pachyceras (Tornquistes) helvetiae (TORNQUIST) morfotipo kobyi, X 1. Exem-
plar BAL.25.39.
Figura 5.35 - Mirosphinctes mirus (BUKOWSKI), X 1. Exemplar BAL.25 .82.
I:igura 5.36 - Subgrossouvria sp., X 1. Exemplar BAL.25.94.
Figura 5.37 - Subgrossouvria sp., X 1. Exemplar BAL.25.92.

a - vista lateral
b - vista ventral

Figura 5.38 - A/ligaticeras indicum SPATH, X 1. Exemplar BAL.25.06


Figura 5.39 - Parawedekindia arduennensis (d'ORBIGNY). Exemplar BAL.25.04

a - vista lateral, X 1
b .- vista lateral, X 2
c - vista ventral, X 2

Figura 5.40 - Euaspidoceras (Paraspidoceras) hirsutum (BAYLE), X 1. Exemplar BAL.25 .89.


ESTAMPA 4

3.5

37 a 37 b

38

36

39 a
ESTAMPA 5

Corte da praia de Baleeira

Oxfordiano médio, zona de Plicatilis

Fil(1IT3 5.41 - Euaspidoceras (Paraspidoceras) hirsutum (BAYLE), X 1. Exemplar BAL.25.88.

a - vis ta la teral
b - vista ventral

Figura 5.42 - Perisphinctes (Arisphinctes) gr. plicatilis (SOW.), X 1. Exemplar BAL.25.12.


Figura 5.43 - Properisphinctes sp., X 1. Exemplar BAL.25.86.

a - vista lateral
b - vista ventral

Figura 5.44 - Properisphinctes sp., X 1. Exemplar BAL.25.98.

Corte da praia de Cillieta

Caloviano superior, zona de Athleta, horizonte de Trezeense

Figura 5.45 - Peltoceras baylei PRIESER, X 1. Exemplar CIL.24.04.


Figura 5.46 - Taramelliceras aff. suevicum (OPPEL), X 2. Exemplar CIL.24.02.
ESTAMPA 5

41 b 43 b 43 a

41 a

45
ESTAMPA 6

Corte da praia de CiUleta

Caloviano superior, zona de Athleta, horizonte de Trezeense

figura 5.47 - Reineckeia (Rehlllal/Ilia) sp. gr. "reissi - greppini - petit-clerci", X 1. Exemplar
CIL.24.0 l.

Corte do forte de Belixe

Oxfordiano médio, zona de Plicatilis

Figura 5.48 - Sowerbyceras protortisu!catlllll (POMPECKJ), X 1. Exemplar BEL.25.08.


figura 5.49 - S. protortisll!calUl1I (POMPECKJ), X 1. Exemplar BEL.25.26. fóssil de um
nódulo ferruginoso.
figura 5.50 - Taralllelliceras gr. lIIillax (BUKOWSK I), X 2. Exemplar BEL.25.0 l.
Figura 5.51 - Kosllloceras (Kosllloceras) gellllllatlllll? (PHILL.), X I. Exemplar BEL.25.27.

a - vista lateral
b - vista ventral

figura 5.52 - Prososphillctes sp., X I. Exemplar BEL.25.25.


Figura 5.53 - Dic/iotolllOSphillctes sp., X 2. Exemplar BEL.25.02.
Figura 5.54 - RlIrsiceras sp., X I. Excmplar BEL.25.28.
Figura 5.55 - RlIrsiceras sp., X I. Exemplar BEL.25.29. Fóssil de um nódulo ferruginoso.

Corte de Benaçoitão

Caloviano médio, zona dc Coronatul11

figura 5.56 - HeClicoceras (Brig/itia) sa!l'adorii (PARONA & BONARELLlJ, Xl. bcmplar
BBC.02.0 l.
ESTAMPA 6

48

'e:
• ~.~

~,

) ~i
, !\
,J
\ '• .
~' :
, ,,'
'"
.-.' I
49

51 a 51 b

50 56
FOt09'Oho. do: A. GODDN
J. C. LOPES
J. C. PAIS
R. E1. ROCHA
R. MOUTERDE
S. d.. GARETS
CAPÍTULO 6

PALEOGEOGRAFIA E PALEOBIOGEOGRAFIA

6.1. DOMfNIOS E PROVÍNCIAS PALEOBIOGEOGRÁ- Uma terceira é considerada por S. ELMI & alii, a pro-
FICOS víncia extremo-oriental já definida por G. KRYMHOLZ &
alii (1968, p. 243) e que, segundo aqueles autores, corres-
A extensão dos diferentes domínios faunísticos variou ponderia à parte setentrional da província pacífica definida
bastante 'no decurso dos tempos jurássicos. Assim, o por E. CARIOU (1973, p.290) no domínio mesogeiano,
Jurássico apresenta o interesse de diferenciação bastante durante o Caloviano inferior.
marcada das faunas, o que explica dificuldades de corre-
lação entre domínios vizinhos, particularmente a partir do 2) Domínio mesogeiano [=domínio tetisiano (CA-
Caloviano. RIOU, 1973, pp. 287-291; ELMI & alii, 1974,
As opiniões de vários autores sobre os domínios e p. 17)] - Corresponde essencialmente ao Mediterrâneo
províncias faunísticos têm sido, assim, as mais variadas, actual e suas bordaduras sul e norte, esta última ampla-
mesmo dentro das reconstituições paleogeográficas actuais. mente alargada em direcção não só à Europa alpina mas
V. UHLIG, em 1911, definiu quatro domínios: boreal, também à bordadura sul do craton asiático. Individualizam-
mediterrânico-caucasiano, himalaiano e sul-andino. -se aqui duas províncias:
W. ARKELL (1956, pp.606-615) reconhece apenas três
domínios: boreal, pacífico e mesogeiano, este último com
três províncias (mediterrânica, himalaiana-maori e etio- a) Prov(ncia 'mediterrânica - No que respeita ao Medi-
piana). terrâneo ocidental coincide aproximadamente com o
Cartas de repartição de faunas titónicas, portlandianas e domínio orogénico alpino, incluindo os seus dois ramos,
volgianas, em tectónica mobilista, segundo sistema de alpino e dinárico.
convenções tendo em conta as associações mais frequentes, b) •Prov(ncia submediterrânica - Estende-se a Norte da
foram apresentadas por R. ENAY (1972, figs. 8~13). Daí precedente desde o Cáucaso, passando pela Crimeia, Pré-
ressaltam os grandes domínios faunísticos e o problema do -Balcãs, Alemanha meridional, bordaduras SE e SW do
seu determinismo. m~ciço central francês, Astúrias, até à bacia a Norte do
Com base nos trabalhos de G. STEVENS (1967, 1971), Tejo. A Sul, na África do Norte, situa-se bem para Ocidente
D. DONOVAN (1967), A. HALLAM (1969, 1971 b), das dorsais do Rife e da Cabília, de forte carácter mediter-
R. "ENAY (1972), E. CARIOU (1973) eS. ELMI & alii rânico.
(1974) definem-se os seguintes domínios durante o
Jurássico:
Para Ocidente a fauna mesogeiana estende-se até ao
México com carácter essencialmente submediterrânico
1) Domínio boreal - Corresponde às regiões periárcticas ligado a domínio "não oceânico" (ENAY, 1972,p. 383).
(Canadá árctico, Sibéria setentrional, bacia de Petchora, Influências submediterrânicas têm sido postas em evidência
Spitzberg, etc.) então menos vastas, daí se estendendo à na margem pacífica das Américas do Norte e do Sul (Cali-
costa pacífica da América do Norte e parte da Europa, fórnia, Peru, Argentina).
desde a Inglaterra ao Mar Cáspio. Duas províncias são geral- S. ELMI& alii (1974, p. 17) definem, durante o Dome-
mente aceites: riano e o Toarciano, uma província norte-africana.
E. CARIOU (1972, pp. 290-291) individualiza três pro-
a) Prov(ncia boreal víncias: indo-malgache durante todo o Caloviano-Oxfor-
b) Prov(ncia sub-boreal [= mesoeuropeia (ELMI & alii, diano, pacífica durante o Caloviano inferior e cubana
1974, p. 17)] durante o Oxfordiano.

141
3) Domínio austral ou perigonduânico - É defmido a Daí têm resultado argumentos a favor ou contra o valor de
partir das associações faunísticas dos mares que limitaram o conjunto das reconstituições mobilistas. Os dados estrati-
antigo continente de Gonduana, e dos braços de mar que o gráficos e paleontológicos mostram-se assim, mais uma vez,
atravessaram desde o Himalaia até à Patagónia, excepção fundamentais na defmição das diferentes fases da mobili-
feita à África do Norte, englobada no domínio mesogeiano. dade continental.
Três províncias se distinguem: . Não devendo, por si só, resolver todos os problemas, os
dados biológicos ou biogeográficos abrem perspectivas
a) Provincia etiopiana - Bem característica durante interessantes não só no domínio da paleontologia e estrati-
todo o Jurássico e com incontestáveis afinidades com as grafia, mas também no da sedimentologia e geologia
faunas mesogeianas, esta província constitui domínio de estrutural. É notável como, para a Tétis mediterrânica,
transição entre as faunas das províncias submediterrânica e reconstituições baseadas sobre dados biológicos se aproxi-
himalaiana. mam bastante de recente explicação das cadeias do
b) Provincia himalaiana - Individualizada durante o Mediterrâneo ocidental por modelo geotectónico, tendo
Titónico superior com a fauna das "Spiti-shales", é difícil conta da expansão oce,ânica actual (ENAY, 1972, p. 390).
pô-la em evidência durante os tempos liásicos.
c) Provincia andina - Definida a partir do carácter de
fauna de transição entre as províncias himalaiana e subme-
diterrânica. 6.2. PALEOGEOGRAFIA E PALEOBIOGEOGRAFIA DO
JURÁSSICO ALGARVIO
G. GILL & H. TlNTANT (1975, p. 106) defmem
durante o Bajociano superior-Caloviâno médio uma pro- No decurso do Jurássico o nosso país situava-se' na
víncia (ou domínio?) eritreiana caracterizada "pelo margem (norte ou noroeste? ) do maciço emerso que repre-
domínio de Pachyceratidae com numerosas formas especiais sentava a Meseta Ibérica, na bordadura de um mar epicon-
e pela ausência de amonites típicas das províncias meso- tinental (26) que prefigurava o actual Oceano Atlântico.
geiana ou indo-malgache". A persistência e continuidade de Foi através desse mar que se realizaram as migrações' de
faunas tão particulares são explicadas pela existência de faunas boreais e mesogeianas; ele seria igualmente o respon-
barreiras geográficas ou ecológicas separando os diferentes sável pela transgressão liásica e pela regressão calovo-oxfor-
domínios paleobiogeográficos. Para estes autores esta pro- dial}a, que serão aqui várias vezes referidas.
víncia encontrar-se-ia separada da Mesogeiapor barreira É possível defmir na bordadura portuguesa da Meseta,
importante, a qual poderia ter desaparecido parcialmente, durante o Jurássico, três bacias diferentes, a saber:
por subducção, aquando do choque entre as placas africana
e euro-asiática.
1) Bácia a Norte do Tejo cujos depósitos correspondem
a sedimentação marinha de tipo margo-calcário, rítmica a
'l!l: Oeste, perto do litoral actual (Peniche, serra de El-Rei, São
* * Pedro de Muel, Maceira, Cabo Mondego, Coimbra), mais
calcária no Centro, Sul e Sudeste (Fátima, Tomar) o que
Se as afinidades que têm servido para individualizar os parece indicar grande proximidade da costa (MOUTERDE
diferentes domínios paleobiogeográficos são independentes & alii, 1972, p. 74). Os depósitos jurássicos da Arrábida, se
da posição relativa dos continentes, a paleogeo~afia' mbbi- bem que situados a Sul do Tejo, são atribuídos a esta bacia;
lista, pelo contrário, intervém directamente na disposição trata-se de depósitos muito variáveis, com forte carácter
zonal ou "bipolaridade" dos três grandes. domínios faunís- litoral ou mesmo continental que dão indicaç~o, igual-
ticos reconhecidos - um domínio (mesogeiano) em posição mente, de grande proximidade da MeSeta.
equatorial e dois outros em posição antipodal, dos quais um A fauna recolhida nestes, afloramentos apresenta grandes
já admitido como boreal (ENAY, 1972, p. 384). A hipótese afinidades com as da Europa ocidental, nomeadamente
de controlo climático impõe-se imediatamente. Se bem que Poitou, Calvados, Dorset e Souabe-Wurttemberg.
alguns autores reduzam a sua importância em proveito de
outros factores, como a salinidade (HALLAM, 1969, 2) Bacia algarvia bem distinta da anterior e cuja fauna
1971 b) ou barreiras físicas (IMLAY, 1965, p. 1027), a apresenta caraterísticas nitidamente mesogeianas. Os depó-
hipótese de controlo climático parece a mais aceitável
sitos em parte margo-calcários e fossilíferos da extremidade
(DONOVAN, 1967; STEVENS, 1967, 1971, p. 170;'
ocidental (Cabo. de S. Vicente-Sagres) tornam-se bastante
ENAY, 1972, pp. 384-390).
mais calcários e pobres de fósseis característicos no Centro
Esta disposição zonal foi também posta em .evidência a
da província. Para Leste, sedimentos margo-calcários fossilí-
partir de outros grupos fósseis: belemnites jurássicâs e cretá-
feros permitem boas correlações, particularmente a p.artir
cicas, calpionelas mesogeianas, foraminíferos jurássicos,
do Caloviano.
lamelibrânquios (Aucella sl.) boreais e austrais. Esta
"b ipolaridade", interpretada como devida fi controlo
climático, leva à consideração de fauna austral (ou anti- 3) Bacia de Santiago do Cacém, bastante mal conhecida,
boreal) como homóloga de fauna boreal. . que apresenta áepósitos semelhantes aos da Arrábida, com
A paleogeografia mobilista, abrindo novos horizontes forte carácter litoral, durante o Liásico e Dogger. No Jurás-
sobre a repartição das faunas, tem obrigado estratíg~afos e sico superior depósitos margo-calcários e fossilíferos (27)
paleontólogos à pesquisa dos seus factores determinantes. são testemunho do alargamento dos limites da bacia.

142
"Grés de Silves" e Liásico inferior calcário-dolomíticas datadas pela presença de Asteroceras
sp. e Epophioceras landrioti (d'ORB.).
As opiniões de diferentes autores que têm estudado os Durante o Lotaringiano superior (zona de Raricostatum)
"grés de Silves" são concordantes na afirmação de que estes Echioceras são abundantes em toda a bacia, inclusive na
depósitos se formaram sob condições climáticas relativa- fácies dolomítica dos arredores de Coimbra. Mais para Sul,
mente áridas. Pelo contrário, a cor vermelha bem caracte- em direcção a Tomar, a fácies dolomítica atinge, o topo do
rística é pomo de discórdia. Para uns, ela é herdada, para Lotaringiano (Pousa Flores, Alvaiázere) ou o Carixiano
outros, adquirida in situ. Há alguns anos admitia-se que essa inferior ou médio (Tomar, Jamprestes); as espessuras são
cor estava indubitavelmente ligada a clima desértico; actual- mais fracas que na região de Coimbra (MOUTERDE &
mente pensa-se que está ligada a clima quente com estações RUGET, 1975, p. 779).
alternadamente húmidàs e secas. Na bacia a Norte do Tejo pode considerar-se que os
Para C. PALAIN (1975, pp. 261,389,470), a períodos primeiros níveis com cefalópodes que marcam bem a trans-
chuvosos curtos, responsáveis pela formação de aluviões gressão liásica são os níveis com Echioceras, faunas típicas
cujos elementos provinham do soco, suceder-se-iam do domínio boreal. O mesmo acontece no Poitou, na Aqui-
períodos durante os quais precipitavam calcite e gesso. Para tânia, Provença, Córsega e Cadeias Ibéricas.
ele, a presença de intraclastos carbonatados e esquírolas de Enquanto que a Norte do Tejo é possível seguir, com
elementos líticos e quartzo sugerem processos pedogené- pormenor, a evolução desta transgressão durante o Sinemu-
ticos idênticos aos de zonas climáticas caracterizadas por riano-Lotaringiano, na bacia algarvia a sucessão da fácies
aridez bem marcada. A ausência de atapulgite leva a pensar dolomítica é bastante monótona. Os fósseis raros e mal
que o clima não seria, no entanto, excessivamente quente. conservados não permitem, regra geral, determinação espe-
Estes elementos seriam transportados ora por linhas de água cífica. Tal como P. CHOFFAT (1887, p.240) também
temporárias, ora por ribeiros de tipo meandriforme. pude recolher fósseis de lamelibrânquios, gasterópodes e
Quando a sedimentação carbonatada se torna pratica- ' ouriços, particularmente na região do Cabo de S. Vicente e
mente contínua (calcários dolomíticos do complexo margo- , a Leste de Espiche. A sua presença mostra, no entanto, que
-carbonatado de Silves) aparecem os moluscos. Todos os a plataforma sedimentar se abria progressivamente às
representantes da fauna desta unidade são marinhos e se influências marinhas.
certas formas são eurihalinas (moluscos, sérpulas), outras, Em resumo, pode dizer-se que no Algarve uma paleogeo-
pelo contrário, não se podem desenvolver senão em condi- grafia bastante uniforme reinou durante o Liásico inferior,
ções' francamente marinhas (equinodermes, polipeiros) como se depreende pela grande extensão dos depósitos de
(FISCHER & PALAIN, 1971, pp. 113-121). margas e calcários dolomíticos parcialmente marinhos mas
Os dados paleontológicos e sedimentológicos permitem sem cefalópodes.
admitir meio de sedimentação marinho de tipo litoral, de
pequena profundidade, mais ou menos abrigado de cor-
rentes, marcado por períodos de depósito alternadamente
*
**
agitados e calmos e submetido a influências mais ou menos
importantes do continente.
Nesta vasta plataforma, que se abre pouco a pouco às Liásico médio
influências marinhas, os sais de magnésio precipitaram ao
mesmo tempo que os sais de cálcio. O grande complexo Será apenas no início do Liásico médio que as amonites
carbonatado assim formado compreende essencialmente vão penetrar na plataforma algarvia. Com efeito, as mais
espessa série de dolomitos e calcários dolomíticos (mais antigas amonites do Liásico algarvio, típicas do Carixiano
de 60 m) cujos limites, tanto inferior como superior, são inferior a médio (zonas de Jamesoni e Ibex), foram recolhi-
certamente heterócronos como sucede a Norte do Tejo das na vizinhança do Cabo de S. Vicente - "Aegoceras
(MOUTERDE & alii, 1972, p.76). Na generalidade é-lhe densinodum" (QUENST.) in WRIGHT (=Metaderoceras
atribuída idade sinemuriana. sp. nov.) e Uptonia gr. jamesoni? (SOW.) (CHOFFAT,
É durante o Sinemuriano superior (Lotaringiano) que as 1887, p. 235); "Deroceras venarense" (OPPEL) [=Metade-
amonites penetram no domínio sedimentar português (28). roceras gr. venarense (OPPEL)] e "Deroceras cf. submuti-
Apenas a Norte do Tejo foi posta em evidência a presença cum" (OPPEL) [=Metaderoceras sp. nov.] (PRATSCH,
destes fósseis. 1958, p. 30); e Platypleuroceras sp. (ROCHA in MOU-
Assim, em São Pedro de Muel e numa sondagem na TERDE & alii, 1972, p. 82).
região de Verride, as fácies margo-calcárias rítmicas da base
do Lotaringiano (zona de Obtusum) contêm Asterocera-
tídeos. Trata-se de formas de afinidades sub-boreais mas (26) A designação, muitas vezes utilizada, de "Proto-Atlântico"
próprias a Portugal, o que constitui testemunho de certo para este mar jurássico deve ser rejeitada dado que a' ela se liga a
ideia de começo de expansão oceânica pouco provável à época
isolamento. L. F. SPATH (in ARKELL, 1957, p. L240) nestas latitudes (S. ELMI, informação oral).
criou mesmo dois novos géneros para os exemplares de São (27) Devo ao Dr. G. MANUPPELLA a comunicação da ocor-
Pedro de Muel estudados por J. POMPECKJ. rência de 'amonites do Jurássico superior em sondagens na região de
Na mesma região, no Lotaringiano médio, sãp abun- Santiago de Cacém cujo estudo está a ser feito em colaboração com
dantes braquiópodes como Terebratula ribeiroi CI-tOFFAT o Prof. H. TINTANT.
(28) As amonites mais antigas que se conhecem na Península
conhecidos apenas em Portugal, o que evidencia igualmente Ibérica foram colhidas no Hetangiano inferior das Astúrias (Calo-
carácter endémico. Nesta altura, para o interior da bacia, na ceras pirondi), e no Hetangiano de La Alhama de Granada (dois
região de Coimbra, persistem ainda as fácies dolomíticas ou exemplares de Waehneroceras sp.).

143
Estes exemplares foram recolhidos em calcários dolomí- De assinalar igualmente a recolha, nos últimos bancos do
ticos com nódulos de sl1ex que se conhecem também a Carixiano superior de Belixe, de vários exemplares de Tere-
Leste do forte de Belixe e nas arribas da praia do mesmo bratula thomarensis CHOF., forma particular do Pliensba-
nome. Pequeno afloramento de rochas da mesma fácies foi quiano de Tomar (MOUTERDE, ROCHA & RUGET, 1971,
cartografado entre Espiche e Quatro Estradas, no seio dos p. 83). Esta espécie foi recentemente assinalada no Dome-
dolomitos e calcários dolomíticos de Espiche. riano inferior das Cadeias Ibéricas (GOY, 1975, p.753,
De assinalar que esta fácies litológica é totalmente Iam. 101, fig. 8-10).
desconhecida a Norte do Tejo em formações da mesma Todos os factos assinalados anteriormente respeitantes às
idade; pelo contrário, trata-se de fácies corrente na faunas pliensbaquianas mostram bem que as comunicações
Mesogeia (Andaluzia, Médio Atlas, Provença, região meri- entre a Europa boreal e a Mesogeia, praticamente inexis-
dional dos Alpes franceses). tentes durante o Carixiano inferior e médio, tornam-se
A fauna do Carixiano inferior e médio da bacia a Norte fáceis no decurso do Domeriano inferior.
do Tejo é dominada pela presença de Polimorfitídeos É aqui evidente o problema paleogeográfico que diz
(platypleuroceras, Polymorphites, Uptonia, Acanthopleu- essencialmente respeito à posição dos diferentes blocos está-
roceras), formas de afinidades sub-boreais correntes na veis, herdados da orogénese hercínica, às transgressões dos
Inglaterra, bacia de Paris e Souabe-Wurttemberg. O género mares epicontinentais que os limitavam e ao início da
Dayiceras muito abundante durante o Càrixiano médio formação do Oceano Atlântico.
revela forte carácter local; com efeito, além da bacia a No fim do Triásico individualiza-se já um mar (DIETZ &
Norte do Tejo só se conhecem exemplares deste táxone no HOLDEN in AUBOUIN, 1975, p. 536) - o Atlântico
Dorset (Sul de Inglaterra), onde eles são, aliás, raros. central, segundo J. AUBOUIN - entre as placas africana e
Influências mesogeianas não são sensíveis. americana. Esse mar comunicava sem dúvida com a
Os poucos Deroceratídeos recolhidos no Algarve foram Mesogeia se bem que seja evidente durante todo o Jurássico
cuidadosamente comparados com outras associações faunís- inferior um estrangulamento ao nível de Gibraltar (ELMI &
ticas da mesma idade. Concluiu-se assim que se tratava de alii, 1974, p. 79; AUBOUIN, 1975, p. 558).
formas diferentes das da bacia a Norte do Tejo e que, pelo Durante o Carixiano inferior e médio podem indivi-
contrário, entram bem no domínio da variabilidade de dualizar-se ao largo da Meseta dois mares (? ) perfeitamente
outras recentemente recolhidas nas "Rides Prérifaines" por distintos:
J. C. FAUGÊRES (29). Trata-se portanto de associação
faunística de carácter mediterrânico a submediterrânico. 1) Um mar epicontinental que banhava a bordadura sul
Na base do Domeriano as faunas mesogeianas (Proto- da Meseta Ibérica, a bordadura norte da Meseta Marroquina
grammoceras, Fuciniceras) invadem pela primeira vez a e a bordadura sudeste do Maciço Central Francês e cuja
bacia a Norte do Tejo e a sua migração em direcção à fauna era a do domínio mesogeiano;
Europa atinge mesmo a Normandia sub-boreal, a bacia de 2) A Norte episódios transgressivos de um mar boreal
Paris e a Lorena onde constituem, no entanto, pequena (AUBOUIN, 1975, p. 512) fazem chegar à bacia a Norte do
percentagem das associações faunísticas presentes. Estas Tejo faunas boreais.
faunas já correntes na província mediterrânica durante o·
Carixiano superior (Andaluzia, Marrocos, Itália, Sicl1ia, Durante o período Carixiano médio-Domeriano inferior
Noroeste da Hungria), caracterizam a base do Domeriano da assiste-se à transgressão contemporânea destes mares que,
província submediterrânica (Algarve, Norte do Tejo, ao fundirem-se ao largo da Meseta Ibérica, vão facilitar as
Ibéricas, Astúrias, Causses). migrações das faunas ao longo das zonas epicontinentais
A migração destes Hildoceratidae mesogeianos em que limitam as massas estáveis herdadas da orogenia hercí-
direcção à Europa sub-boreal é contemporânea de outra, em nica. Para J. AUBOUIN (1975, fig. 5.12) estes mares encon-
sentido contrário, menos nítida, de faunas de Amaltheus. tram-se também ao nível das bacias de Paris e Londres,
Com efeito, estas formas típicas do Domeriano do domínio mantendo-se, no entanto, separados na plataforma russa.
boreal (Inglaterra, Souabe-Wurttemberg) conhecem-se na Para S. ELMI & J. C. FAUGÊRES (1973, p. 1415) a pene-
bacia a Norte do Tejo onde são, no entanto, mais modernas tração de Amaltheidae no domínio norte-africano seria
que os primeiros Protogrammoceras e Fuciniceras. Nas mesmo contemporânea do início da deslocação da plata-
Cadeias Béticas foram assinalados recentemente (LINARES forma carbonatada do Mediterrâneo ocidental. A sua deslo-
& alii, 1974) no Domeriano médio em associação com Arie- cação, progressiva no tempo e heterócrona no espaço,
ticeras. A sua chegada ao Médio Atlas acontece bastante favorece às trocas entre sectores, províncias ou domínios
mais tarde que nas formações portuguesas (DUBAR, 1960, paleobiogeográficos. As deformações epeirogénicas citadas
p. 543; MOUTERDE, informação orll1; FAUGÊRES, ELMI por aqueles autores devem interpretar-se no quadro mais
& MOUTERDE, no prelo). geral do choque das plataformas continentais europeia e
Em Itália conhecem-se menos de uma dezena de indiví- africana numa época em que começa a esboçar-se
duos (30). No Algarve não foram até agora recolhidos (PITTMAN & TALWANI, 1972, p.637) a abertura do
exemplares de Amaltheus. Oceano Atlântico (- 180 a - 160 M. A.).
Phylloceras, género típico do domínio mesogeiano, mais As faunas de amonóides do Domeriano médio a superior
particularmente da província mediterrânica, está represen- do Algarve não permitem, pela sua raridade, que se possam
tado a Norte do Tejo em certos horizontes do Carixiano tirar conclusões de ordem paleobiogeográfica.
médio e superior e do Domeriano inferior. No Algarve Referência rápida deve, no entanto, ser feita à bacia a
apenas foram recolhidos no Domeriano superior e base do Norte do Tejo. Durante o Domeriano médio as afinidades
Toarciano. faunísticas são complexas - se, por um lado Amaltheus são

144
oI 400
I
800 km
I

2 F:-:-:}
.... 7~

Figura 6.1 - Repartição conhecida de faunas de amonites durante o Domeriano. Documentos utilizados: R. MOUTERDE & alii, 1972;
P. CARRERA, 1972; L. SUAREZ VEGA, 1974; A. GOY, 1974; S. ELMI & alii, 1974.
·1 - Plataforma carbonatada da região ocidental do Norte de Africa;
2- Regiões provavelmente emersas;
3- Amaltheidae dominantes;
4- Amaltheidae raros ou esporádicos;
5- Reynesoceras e Aveyroniceras;
6- Hildoceratidae e Harpoceratidae mediterrânicos dominantes;
7- Hildoceratidae e Harpoceratidae mediterrânicos raros ou esporádicos.

abundantes, mesmo dominantes, por outro, a presença de As transgressões da Mesogeia e do "mar boreal cari~
Reynesoceras, frequentes a certos níveis, de Phylloceras e xiano" vão permitir, durante o Domeriano, ligação fácil
de raros Arieticeras marca bem as interferências de faunas entre províncias distintas e, assim, enquanto a bacia algarvia
mesogeianas. continua a pertencer ao domínio mesogeiano (província
No Domeriano superior da bacia a Norte do Tejo são submediterrânica), a bacia a Norte do Tejo constitui
abundantes Pleuroceras sub-boreais, particularmente a domínio complexo onde se misturam formas sub-boreais e
espécie polimorfa P. solare. Estas faunas penetram igual- mesogeianas dominando ora umas ora outras. Nos últimos
mente na Mesogeia sendo abundantes nas Cadeias Béticas e tempos domerianos a atribuição da bacia ao domínio meso-
em Marrocos e mais raras na Argélia, em Itália e na Sicília. geiano é clara com base em formas de Emaciaticeras e
Nos últimos tempos domerianos numerosos Emacieticeras e Tauromeniceras.
Tauromeniceras marcam curta invasão de formas meso- Na figura 6.1 encontra-se esquematizada, em quadro não
geianas que, vindas sem dúvida por Marrocos, atingirão as mobilista, a repartição actualmente conhecida de faunas de
costas da Normandia (MüUTERDE & RUGET, 1975, amonites durante o Domeriano.
p.381). Ao mesmo tempo desaparecem as formas sub-
-boreais.

***
Em resumo, pode dizer-se que durante os primeiros
tempos pliensbaquianos (Carixiano inferior a médio) as
duas principais bacias portuguesas pertenciam a províncias
faunísticas diferentes. A bacia a Norte do Tejo apresenta Liásico superior
afinidades sub-boreais nítidas enquanto que na bacia
algarvia a deposição de calcários dolomíticos com nódulos No início do Liásico superior o regime mesogeiano
de sílex é bem característipa de regime mesog~iano. encontra-se bem marcado em todo o território português
A fauna, de afinidades igualmente mesogeianas, permite
afirmar que a bacia algarvia fazia parte da província subme·
diterrânica do domínio mesogeiano. As duas bacias parece (29) Informação oral de R. MOUTERDE.
não comunicarem entre si nesta altura. (30) Informação oral de A. FERRETTI.

145
com faunas de Daety/ioeeras. Presentes já nos últimos Na figura 6.2 encontram-se esquematizados, em quadro
metros das fácies domerianas, iniciam-se por formas com não mobilista, a repartição actualmente conhecida de
costilhas fortes [D. (Eodaety/ites)] conhecendo-se tanto na faunas de amonites durante o Toarciano, bem como as
bacia a Norte do Tejo (MOUTERDE, 1967, p. 218; MOU- migrações, para Ocidente, de elementos faunísticos indo-
TERDE, ROCHA & RUGET, 1971, pp. 66-67) como na -malgaches (Bouleieeras, Nejdia) e mesogeianos (Leuka-
bacia algarvia. diella, Renzieeras).
A sedimentação é, nesta altura, essencialmente calcário-
-margosa. A sucessão das diferentes unidades litostratigrá- *
ficas, que constituem bons níveis de referência, é idêntica * *
em toda a bacia a Norte do Tejo. No Algarve a base da série Aaleniano-Bajoeiano-Batoniano (31). Formações reeifais
toarciana é mais calcária, não aparecendo os níveis dil praia de Mareta
margosos com pequenos Daety/ioeeras piritosos, comuns a
Norte do Tejo a na Arrábida. As formações que se seguem estratigraficamente ao Toar-
Na associação faunística do Toarciano inferior algarvio é ciano inferior de Belixe são calcários calciclásticos, por
de referir a abundância de crinóides e de braquiópodes vezes com nódulos siliciosos, e calcários oolíticos, nos quais
(principalmente Spiriferina). Estes fósseis, raros a Norte do são visíveis elementos provenientes da destruição de forma-
Tejo, são igualmente abundantes no Toarciano inferior da ções recifais. Estas formações devem ser contemporâneas
Cordilheira Ibérica. das cúpulas recifais da praia de Mareta, datadas do
O Liásico superior algarvio limita-se ao Toarciano Aaleniano-Bajociano inferior.
inferior pois as camadas liásicas mais modernas do Algarve Enquanto que na bacia a Norte do Tejo o Aaleniano e o
ocidental são, sem dúvida, as do topo do corte de Belixe, Bajociano estão bem representados, no Algarve e em
atribuídas à zona de Serpentinus. Espanha (bacia basco-cantábrica, Cadeia Ibérica) conhecemo'
As observações de campo não permitem explicar a -se, nesta altura, reduções de espessura sistemáticas e,
lacuna de todo o Toarciano médio e superior e talvez mesmo, lacunas, que levaram R. MOUTERDE (1971, p. 28)
mesmo de parte (ou da totalidade? ) do Aaleniano. a falar na "crise aaleniana". Estas irregularidades são

o 400 100 km
.L.!_ _,..,jl
Lo'_ - - - , , . . , .
.

1 1'....
:-:';';'1 2 O 3. 4- 5 <== 6 ITIIIll 7 ~

Figura 6.2 - Repartição conhecida de faunas de amonites durante o Toarciano. Documentos utilizados: os indicados na figura 6.1.
1- Regiões provavelmente emersas;
2- LeukadieUa e Renziceras;
3- Bouleiceras e Nejdia;
4- Migração de elementos faunísticos indo-malgaches;
5 - Migração de elementos faunísticos "gregos";
6 - Merlaites (formas tricarenadas mediterrânicas);
7 - Faunas sub-boreais dominantes.

146
.: •••••• , ' : •••••• ' : • • :.~.':, .:.:.':, ':,.:.: • o' .:.':,
••.•••••.••••••• , • • • '." " ".0 o ••

:: ;.;,:::: ::::::: ::.::.:. :.:::::: o":::':: 0.:


. ...o. 0,.0. ' • .•.• 0,", :'0' t •
o • • • : . ~.: • • • : ••••••••

:.;.::.:. 'o:.';':: ; : ..:. o";':':: :.:. :.


..... : : : :.:.
:: .:::::". :0.0:.:-:•• ::::.:. :::.:.. :
••••••• : •••••••• :.: •••• : : •••••••• o"

1 2
- - ~ --

••••••• 0'0 0° : .... ,,", ",


00

. 0':-: :'::": ::,.:.:.:.:.:;.


,'o '.0 • "O_°, •• ' o', " o'

~
~
i
~ ~ B

3 4
Figura 6.3 - Evolução paleogeográfica do recife da praia de Mareta:
1- Fim do Bajocif!no médio;
2- Fim do Bajociano superior;
3- Fim do Batoniano inferior;
4- Batoniano superior.
Em 4 são indicadas as posições dos cQrtes A, B e C.

contemporâneas, também, de perturbações bastante genera- do recife (afloramento A); a cúpula superior (aflora-
lizadas da sedimentação na Europa ocidental, que se mento C), pelo contrário, encontra-se cobertlllS por margas
manifestam por depósitos oolíticos ferruginosos como, por do Batoniano superior.
exemplo, o do mineral de ferro da Lorena. Eles encontram- Duas hipóteses podem ser propostas para explicar esta
-se ligados, sem dúvida, a condições paleogeográficas e disposição:
paleoclimáticas semelhantes.
As cúpulas recifais da praia de Mareta apresentam traços I) Apenas os afloramentos A e B foram cobertos pelos
incontestáveis de carsificação. As cavidades ou bolsadas de calcários detríticos, ricos de Zoophycos, do Bajociano
dissolução aí observáveis (figuras 2.33 e 2.34) ultrapassam, superior, tendo o afloramento C sido coberto apenas pelo
por vezes, mais de um metro de profundidade e apresentam depósito das margas batonianas;
disposição subvertical irregular. A superfície do calcário e as 2) Os sedimentos bajocianos cobriram toda a massa
J~~redes das cavidades mostram um sistema de caneluras recifal carsificada. Posteriormente, no início do Batoniano,
finas e regulares, muito diferentes das que podem ser produ- uma fase erosiva teria posto a descoberto a parte superior
zidas por erosão actual, marinha ou aérea. A sua frescura da cúpula do afloramento C, erodindo-a parcialmente; esta
explicar-se-ia pelo facto de terem sido "fossilizadas" pelos cúpula recifal será, mais tarde, coberta pelo depósito de
depósitos do Bajociano superior e descobertas apenas recen- margas do Batoniano superior.
temente. A evidência c;lesta morfplogia prova a existência de
carsificação anterior à zona dé Subfurcatum e parece A segunda hipótese, mais lógica, ajusta-se melhor às
impijFar fase continental que originaria a emersão do recife. observações feitas no terreno - variações importantes na
Esta '6'fu.ersão teria favorecido também a formação Qa espessura do Bajociano superior nos diversos afloramentos,
brecha conglomerática recifal. aparecimento a este nível de sedimentação terrígena impor-
Na parte final do Bajociano médio uma transgressão deve
ter-se produzido e os primeiros sedimentos marinhos que se (31) Dadas as grandes diferenças litostratigráficas e paleogeográ-
depositam vão fossilizar o "carst" existente. Estas primeiras ficas entre as formações da bacia a Norte do Tejo e da bacia algarvia,
camadas calcárias sobrepõem-se aos afloramentos inferiores far-se-ão aqui referências mínimas às primeiras.

147
tante, numerosos indícios de fases erosivas na base do A fiexuraSagres-Algoz-Querença
Batoniano (lentícula conglomerática A.7, superfícies de
erosão cortando obliquamente as bancadas, disposições A distribuição dos afloramentos representativos dos dois
lenticulares, variações laterais de espessura). tipos de fácies defmidas anteriormente para o Aaleniano-
Na figura 6.3 esquematiza-se a evolução paleogeográfica -Batoniano é apresentada na figura 6.4. Para este efeito o
idealizada nas linhas anteriores para o recife da praia de calcário corálico de Cerro Gordo-Monte Judeu foi assimi-
Mareta. A definição pormenorizada da instabilidade das lado à fácies lagunar anterrecifal.
condições de sedimentação e da variedade destes depósitos Das observações de campo e da análise não só da
só foi possível após a recolha de faunas características de figura 6.4 mas também da carta tectónica de Portugal, na
amonites do Bajociano superior e Batoniano. escala l/I 000000, verifica-se que:
As formações recifais reaparecem 18 km a Leste da praia
de Mareta, constituindo grande afloramento de calcários 1) A flexura de direcção Este-Oeste que atravessa o
corálicos que se estende de Cerro Gordo, passando por Algarve e constitui, provavelmente, a continuação para Oci-
Almadena, até ao Monte Judeu; a sua idade não pôde, no dente da flexura do Guadalquivir, encontra-se bem indivi-
entanto, ser estabelecida com precisão. Eles repousam sobre dualizada no Algarve ocidental. Esta flexura, mais ou menos
espessa série de calcários oolíticos e pisolíticos, os quais se paralela ao bordo da bacia, dividiu certamente o Algarve em
sobrepõem aos calcários dolomíticos e dolomitos de duas partes durante a sedimentação jurássica e cretácica
Espiche, atribuídos na região ao Liásico inferior. (RICHÉ, 1962, p.6). Para Leste de Querença, a Norte de
É evidente a individualização, nesta altura, de uma bar- Loulé, a flexura coincide aproximadamente com o limite
reira de recifes que separava um domínio interior, de fácies actual da bacia meso-cenozóica. Para Ocidente segue a
lagunar ou anterrecifal, onde se depositaram essencialmente Ribeira de Algibre e depois a linha Algoz-Portimão-Portelas-
calcários oolíticos, calcários pisolíticos (32), calcários calci- -Espiche-Sagres.
elásticos, calcários dolomíticos e dolomitos, de um domínio 2) A Norte da flexura individualiza-se uma zona de
pelágico ou transrecifal, onde a fauna marinha (amonites, plataforma caracterizada essencialmente por fácies dolomí-
Bositra buchi) é abundante. Este regime recifal manteve-se ticas e sub-recifais; situa-se aí a quase totalidade das forma-
na região durante, pelo menos, o Bajociano-Batoniano. ções do Jurássico médio de fácies anterrecifal.
A raridade de amonites no Bajociano superior-Batoniano
do Algarve ocidental não permite ideia precisa quanto à 3) A Sul da flexura só afloram formações do Jurássico
província faunística a que deve ser atribuída a região. No superior (apenas na região entre Sagres e Salema), do Cretá-
entanto, as afinidades das associações faunísticas são essen- cico e do Terciário.
cialmente mesogeianas (associação de Cleistosphinctes- 4) Os escassos afloramentos de Jurássico médio transre-
-Caumontisphinctes-Phylloceras-Nannolytoceras; associação cifallocalizam-se na vizinhança da flexura. De salientar que,
de Hemigarantia-Prohecticoçeras). Afinidades sub-boreais para Leste da região estudada, os únicos afloramentos deste
estão, porém, marcadas com a presença de Ebrayiceras sp. tipo que se conhecem situam-se sobre o eixo antielinal de
no Batoniano inferior. Loulé, a Sul da flexura.

o
N IORDIII"

1 o PORTIMÃO
o LAGOA
o
ALCANT...IILHA

_
......- ............. .......
101ll•
'

B.Dim..o, de•.

Figura 6.4 - Esboço geológico do Algarve ocidental representando apenas a flexura O-E (1) e os afloramentos de Jurássico médio de fácies
lagunar ou anterrecifal (2) e de fácies pelágica ou transrecifal (3).

148
-+- o
-
PORTIMÃO
o
LAOOA' o
ALCANTARllHA

4-t- __ __
...... ...... ........lok",
B. Damaso, des.

Figura 6.5 - Esboço estrutural do Algarve ocidental.'


1- socá paleoz6ico;
2- falha;
3- eixo sinc1inal;
4- eixo anticlinal.

5) Uma segunda flexura, paralela à primeira, situada a provmcla sub-boreal (MOUTERDE & RUGET, 1975,
Sul da linha tectónica Albufeira-Arneiros-Guilhim (RICHÉ, p.785). Erymnoceras, género sub-boreal raro a Norte do
1962, p.6, pI. II), origina o desaparecimento rápido de Tejo, não foi até à data recolhido em formações algarvias.
formações cretácicas sob camadas terciárias. O estudo paleoecológico das formações do Batoniano
superior-Caloviano médio, de fácies transrecifal, da praia de
Estas duas flexuras, de grande importância na explicação Mareta, permite afirmar que o conjunto faunístico teste-
da estrutura da bacia algarvia, originam uma inclinação e munha meio de deposição pouco oxigenado (PAVIA &
aprofundamento cada vez maior das formações meso- STURANI, 1968, p. 307; ROCHA, 1971 a, p. 153). Com
-cenozóicas, à medida que se caminha para Sul. A existência efeito, predominam aí faunas p1anctónicas [Bositra buchi
de formações calovianas fossilíferas de fácies pelágica na (ROEMER)] e nectónicas (amonites, Belemnites) enquanto
região de Loulé mostra que a sedimentação margo-calcária que os representantes bentónicos são muito raros. A pre-
transrecifal não se limitou, durante o Jurássico médio, sença de fauna quase exclusivamente piritosa a que se asso-
apenas à região Cabo de S. Vicente-Benaçoitão. Estas ciam a abundância de gesso e de nódulos limonitizados são
formações prolongam-se, sem dúvida, em profundidade, também factores a favor da hipótese de desenvolvimento
para Leste e apenas são visíveis à superfície no núcleo de desta biofácies em bacia mais ou menos fechada, sem ci r-
algumas estruturas anticlinais. culação no fundo, ou em áreas onde correntes de "upwelling"
originem grande concentração de material orgânico. Este
biótopo deve corresponder à zona infralitoral do domínio
*
* * nerítico (vd. capítulo 4).
Pelo menos a partir do Caloviano médio é evidente, a
Caloviano nível de toda a península (Norte do Tejo, Algarve, Astúrias,

No Algarve a sedimentação caloviana é inicialmente


margosa mas a série vai-se enriquecendo em calcário, (32) A microfauna destes calcários é ainda mal conhecida. A
tornando-se margo-calcária durante o Caloviano médio e presença de Protopeneroplis striata WEYNSCHENK tem 'levado
unicamente calcária durante o Caloviano superior. alguns autores a datá-los do Batoniano (PRESTAT in FRANÇA &
A presença de Macrocephalitidae (Macrocephalites e MANUPPELLA, 1964-1965, p.50; MANUPPELLA in ROCHA,
1971 a, p.154; RAMALHO, 1972-1973, p.460). A. FARINACCI
Kamptokephalites), Oppeliidae (Oppelia, Hecticoceras, (1964, p.45) considerava esta espécie de idade Dogger superior-
Brightia), Perisphinctidae (Choffatia) e Reineckeiidae -Malm inferior mas, recentemente, M. SEPFONTAINE (1974), que
(Reineckeia) associada à ausência de faunas boreais e à estudou a sua repartição geográfica e estratigráfica no domínio
abundância de Phylloceratidae (Holcophylloceras) permite mediterrânico, assinala-a desde o Aaleniano em Marrocos, até ao
atribuir o Algarve ocidental à província submediterrânica Titónico, em Itália, na Áustria, em Israel e no Paquistão (op. cit.,
pp. 618-619, fig. 6). É evidente, pois, que sem a realização de estudo
durante o Caloviano inferior e médio. Na mesma altura, a cronostratignÜico e paleontológico pormenorizado, não é possível
Norte do Tejo, associação idêntica mas à qual faltam quase utilizar P. striata como bom fóssil estratigráfico 'para a datação do
completamente os Phylloceratidae permite atribuir a bacia à Batoniano português.

149
3

o, 500 1000km
I I
M. Dulce ; des.

Figura 6.6 - Area de repartição geográfica de três táxones de Kosmoceratidae (segundo H. TINTANT, 1963, modificado). Os traços indicam
o limite meridional de expansão de:
1 - Kepplerites (Kepplerites) - Caloviano inferior;
2 - Kepplerites (Gowericeras) - Caloviano inferior a médio;
3 - Kosmoceras - Caloviano superior.
A pontuado indicam-se as regiões provavelmente emersas durante o Caloviano.

Navarra, Cadeia Ibérica, Cadeia Bética), o esboço de impor- -Kimeridgiano, como é fácil de verificar ao analisar a carta
tante regressão; os depósitos do Jurássico médio, franca- tectónica de Portugal, na escala l/I 000000.
mente marinhos, vão, por isso, terminar a diversos níveis do No Algarve, esta regressão está bem marcada pela super-
Caloviano. Devido ao retrocesso das águas para Oeste e para fície de erosão que' corta obliquamente os nivéis do Calo-
Sul formam-se a Norte do Tejo duas bacias (H. TINTANT, viano médio e superior (praias de Mareta, de Baleeira e de
informação oral), as quais vão sofrer evoluções diferentes. Cilheta, forte de Belixe, Benaçoitão); parece afectar apenas
A primeira, circunscrita à região de Cabo Mondego- espessura relativamente pequena de sedimentos. A ausência
-Pedrógão, terá vida efémera. Bem individualizada durante o completa de sedimentos terrestres ou litorais entre as duas
Caloviano médio, limita-se à região de Pedrógão durante a formações marinhas que se encontram de um e outro lado
zona de Athleta; no topo do andar (zona de Lamberti) a da superfície de descontinuidade não é a favor da emersão;
regressão é total a Norte do Tejo. a existência de depósitos fosfatados ou ferruginosos apoia
A segunda, em formato de dedo-de-luva, estende·se do sim a ideia de persistência do regime marinho.
Cabo EspicheI para Norte, até ao paralelo de Arruda dos Durante o Caloviano·Oxfordiano as diferentes províncias
Vinhos e daqui para NNE até à região de Leiria. A zona de faunísticas não se podem definir pela presença de um ou de
Athleta está presente em vários pontos (Maceira, serra de outro táxone, boreal ou mesogeiano, mas sim apenas quan-
El-Rei, Montejunto) mas a zona de Lamberti é desconhe- titativamente por percentagens relativas de elementos
cida. A forte subsidência desta bacia, já assinalada durante o característicos de uma ou outra província (CARIOU, 1971,
Bajociano-Batoniano, será particularmente importante a p. 461; 1973, p. 291). Visto à luz deste prisma não parece
partir do Caloviano (MOUTERDE & RUGET, 1975, que os limites entre os domínios boreal e mesogeiano se
p.785), mais exactamente durante o Oxfordiano médio- tenham modificado sensivelmente durante este período de

150
~<lo .... . - _ - . . . . - ... _ .. (y _
..,; • _ , . -.. "
..... ·f.......
- - . .. to-", ",,"'101. lototi.. <>tItliWA:l<. ..pootor•• ...,.... ~ _ ~ _ FI_a.
010:00' ! _ .. _ro:o- _ ... <Io _ _ """ _ ,.la. Qmaoco, ~ . . . . . .
I ...--'o
..
~~
-.k< .IloI • . . . . . -
0._ _....
_ _ lll&".-al.6). &:> " " ' ' ' _ . .'" _ _
_e:I'.... !lO N ,_ -"'" <- ""10) •
&u ~ _ oo.ião . . ~ o=pootor. _ojor;Io 00::..... ' ...... =tAiIo ~. _ _
.... r • •_ lJ'ort.............. cto<-),._ (50_.). r.OfOIfl'Ar (lU7. pp.::l<*. m • .,..) •
O><f_ _• _ • Cbto .. J.1'aAr.IOl (.SlS'" ~:n. tl) -16 •_ _ •
'",,-.!Io _ _"'_AlIolM:_ 11...-_
~

J.f<l<.~ O _. __ !lO ....... __ r -


...........
_r _ 4&_,.. .. ' I.
.. _ _ ...........
Ioo ..... _.~·, ,
._
(...,._
r,.,_..
... __ '_
- ......._110 rÍ<a .......... _ _..
___ ~ "" _ _ • • ~llIod.It eh_
c-. -"'- _ _ 'P"" ' ; :>o. _ . • I' ' .

..-
_lo .. llW

-.
-'
• •

,,---,",,--,.-
""U_1t '"VF .O:W- . ~ _ . _ .
"--
_ _ .,
1.,.. ___
""",""--'.1. ""'"' ...,. 1"':11. Jl. 'IQ(,IU • li. rtYT......,. ~lJ.
l~_ ... •• _ _

.-
..v.,._"''''''''
1_ >"lo! '" -..-"" <to ~ .., _ . 11111_ "" r. _ •_ _ . _ •• ~_' .. _ ...
-"00/.- _"'_1101 _ _ 10 _ . _"""'_I._~",_._-..,

,-,.._""-"",,,,,,,:,--,-
às formações calovianas das praias de Mareta, Baleeira e a Meseta Ibérica e o Maciço Armoricano estas faunas atingi-
Cilheta e do forte de Belixe. Trata-se de horizonte de idade riam a bacia a Norte do Tejo no início do Caloviano
Oxfordiano médio, que corresponde a nível de ressedi- superior (zona de Athleta) e, continuando a progressão para
mentação e concentração de fósseis e de nódulos fossilí- Sul e Sudeste penetrariam no Algarve, no domínio mesa-
feros, a partir de camadas preexistentes, calovianas e oxfor- geiano, nos últimos tempos calovianos (zona de Lamberti).
dianas, desaparecidas (vd. § 3.4.2.). Esta migração implica a existência, desde o Jurássico médio,
Este horizonte conglomerático assinala, no Algarve de um Atlântico Norte largamente aberto a Ocidente de
ocidental, a base da série transgressiva oxfordiana. A asso- Portugal e até ao nível do Poitou (ROCHA & TINTANT,
ciação faunística aí existente, à excepção dos Kosmoce- 1975, p.94). Na figura 6.7 encontram-se ainda assinalados
ratidae, é idêntica à associação citada por L. SEQUEIROS o limite aproximado entre os domínios boreal e meso-
(1973, p. 103) - Tornquistes sp. var., Euaspidoceras pauci- geiano (2), as vias de penetração das faunas boreais para
tuberculatum, P. (Arisphinctes) sp., P. (Dichotomos- Sul (3) e das faunas mesogeianas para Norte (4) e as jazidas
phinctes) sp. - e que marca, no sector central do Sub- conhecidas de Kos moceras durante o Caloviano supe-
-Bético interno, a base da série transgressiva do Oxfordiano rior (5).
do "domínio mediterrânico".
Os Kosmoceratidae constituem, em percentagem, o
segundo grupo mais numeroso de indivíduos desta asso-
*
ciação algarvia (cerca de 20 por cento da totalidade dos
* *
indivíduos contados nas diferentes associações recolhidas). Em resumo, do ponto de vista paleobiogeográfico pode
Não deixam no entanto de ser elementos minoritários no dizer-se que a bacia algarvia fez parte, durante o Liásico e o
seio de faunas autóctones como sejam os Phylloceratidae Dogger, da província submediterrânica do domínio meso-
(cerca de 60 por cento da totalidade da fauna), Hecticoce- geiano. Estudo comparativo com a bacia a Norte do Tejo
ratidae (cerca de 10 por cento), Perisphinctidae e Aspidoce- permite afirmar que o limite entre os domínios faunísticos
ratidae. boreal e mesogeiano coincidiu, praticamente durante todo o
A atribuição do Algarve ocidental à província submedi- Jurássico inferior e médio, com o limite entre a bacia a
terrânica, durante o Caloviano superior-Oxfordiano médio, Norte do Tejo e a bacia algarvia.
é um facto que não pode ser contestado pela presença da Sem comunicação entre si até ao Carixiano médio, vai
fauna de Kosmoceratidae. A ausência quase total de Phyllo- ser a partir de transgressões da Mesogeia e do "mar boreal
ceratidae a Norte do Tejo permite atribuir aquela bacia ao carixiano" que se começam a verificar misturas de faunas
domínio boreal. Este limite entre a província sub-boreal e a boreais e mesogeianas ao largo das costas da Meseta. Este
província submediterrânica só sofrerá modificação impor- facto, evidente a partir do Carixiano superior-Domeriano
tante durante o Oxfordiano superior, altura em que os inferior, permite a utilização simultânea de escalas zonais
Phylloceratidae vão invadir a bacia a Norte do Tejo, paralelas.
tornando-se elementos maioritários da fauna que passa, O limite entre os dois domínios, boreal e mesogeiano,
assim, a francamente mesogeiana. sofreu pequenas modificações no Liásico, durante pequenos
Problema paleogeográfico bastante pertinente é posto intervalos de tempo, a saber:
pela presença, no Algarve, destes numerosos Kosmoce-
ratidae, cuja associação é típica da zona de Lamberti; 1) Base do Domeriano inferior, com as faunas de Proto-
muitos destes indivíduos parecem corresponder a novas grammoceras-Fuciniceras.
espécies e marcam, sem dúvida, importante fenómeno de 2) Topo do Domeriano superior, com as faunas de
endemismo. Como puderam estas formas boreais chegar a Emaciaticeras-Tauromeniceras.
zona tão francamente mesogeiana? Certamente não pelo 3) Base do Toarciano inferior, com Dactylioceras com
Leste ou pelo Sul da Meseta Ibérica pois não se conhecem costilhas fortes.
nem na Cadeia Ibérica nem na Cadeia Bética. Reconsti-
t ui ç ão mobilista idealizada para a Europa ocidental Nestas alturas a predominância de faunas mesogeianas na
(figura 6.7) permite supor que os Kosmoceratidae migraram bacia a Norte do Tejo permite considerá-la como fazendo
de Norte para Sul e Oeste, através de braço de mar que parte da província submediterrânica do domínio meso-
ligava a bacia de Paris ao Poitou e Aquitânia; passando entre geiano.

152
CAPíTULO 7

CONCLUSÕES GERAIS

LITOSTRATIGRAFIA E CRONOSTRATIGRAFIA Liásico

DOLOMITOS E CALCÁRIOS DOLOMIrICOS DE


o Algarve corresponde parcialmente a pequena bacia
ESPICHE - Os dolomitos e calcários dolomíticos geral-
sedimentar, meso-cenozóica, situada no extremo sul de
mente maciços, finamente cristalinos ou sacaróides, que se
Portugal, ao longo da costa, desde o cabo de S. Vicente até sobrepõem aos "grés de Silves", são das camadas mais duras
à fronteira espanhola. de toda a orla meso-cenozóica algarvia, originando vários
A sua estrutura corresponde, no geral, a grande mono-
relevos. A inexistência de bons cortes geológicos não
clinal, com inclinação para Sul, fortemente acidentado,
permite ter ideia exacta da espessura da formação. No
particularmente por duas grandes flexuras longitu-
entanto valores calculados em certos pontos (Cabo de
dinais E-W.
S. Vicente-praia de Telheiro, Sul e Leste de Bensafrim) são
O estudo litostratigráfico e cronostratigráfico do Jurás-
da ordem de 60 m, sem se atingir a totalidade da litofácies
sico do Algarve ocidental foi acompanhado pela execução
dolomítica.
da cartografia das formações sedimentares pos-hercínicas.
A formação é datada do Sinemuriano com base na
Assim, definem-se as seguintes unidades:
posição geométrica e semelhança litológica com o complexo
carbonatado da bacia a Norte do Tejo (Peniche, São Pedro
de Muel, Quiaios). Porém, à semelhança do que acontece
Triásico - Liásico inferior
com este complexo, é provável que, não só os primeiros,
mas também os últimos níveis dolomíticos, não sejam
"GRÉS DE SIL VES" - Na base, os arenitos de Silves isócronos em toda a região. Esta heterocronia, difícil de pôr
correspondem à unidade AA e à base de AB (termo AB 1 ) em evidência na base da formação é, pelo contrário, facil-
de C. PALAIN. Trata-se essencialmente de arenitos verme- mente discernível na parte superior. Assim, o limite supe-
lhos que apresentam frequentemente estratificação entre- rior da fácies dolomítica situa-se umas vezes no Carixiano
cruzada. Esta unidade é datada do Triásico· superior inferior (Cabo de S. Vicente, Belixe, FerreI), outras vezes na
(Keuper) dada a presença de Euestheria minuta e Pseudas- base do Toarciano (baía de Armação Nova), e outras talvez
mussia destombesi. A espessura varia de Oa cerca de 150 m. mesmo no interior do Dogger inferior (Sul e Sudeste de Vila
No topo, o complexo margo-carbonatado de Silves é do Bispo, Sul e Sudeste de Figueira, Matos? ).
correlacionado com o conjunto AB 2 , AB 3 e pelitos e Quanto à dolomitização ela é secundária e precoce. No
margas bicolores de C. PALAIN. Os níveis lenticulares de entanto, no sector do Cabo de S. Vicente-Vila do Bispo
calcário dolomítico (termo AB 3 ) foram individualizados no existem fenómenos de dolomitização secundária tardia
interior desta unidade. Correspondendo a espessa série ligados à fracturação da região, relacionada provavelmente
pelítica, margosa e calcário-dolomítica, no interior da qual com a instalação do maciço de Monchique.
são correntes rochas verdes, atribui-se-lhe idade Hetangiano-
-Triásico superior. Dado o carácter azóico da parte superior CALCÁRIOS DOLOMIrICOS COM NÔDULOS DE
deste complexo, não é possível definir se ela será ainda SILEX DA PRAIA DE BELIXE - Datados do Carixiano
hetangiana ou já sinemuriana. A espessura varia entre 80 inferior e médio (zonas de Jamesoni e Ibex) pela presença
e 200 m. de Platypleuroceras sp., Metaderoceras sp. novo e M. gr.

153
venarense. Com cerca de 50 a 55 m de espessura, este (bacia a Norte do Tejo, Astúrias, Navarra, Ibéricas, Béticas)
conjunto é sobreposto por 1,5 m de calcário cristalino com e que implica que os depósitos do Jurássico médio franca-
braquiópodes de afinidades carixianas. mente marinhos terminem a diferentes níveis do Caloviano.

CALCÁRIOS CRISTAL/NOS COMPACTOS COM


PROTOGRAMMOCERAS, FUCINICERAS E ARGUTAR-
PITES (? ) DE BEL/XE - Datados do Domeriano inferior, Malm
zona de Stokesi, pela presença de associação de Protogram-
rnoceras e Fuciniceras. .O Domeriano médio e superior
Na região do Cabo de S. Vicente-Sagres (forte de Belixe,
encontra-se representado apenas por um exemplar de praias de Cilheta, Mareta e Baleeira) o primeiro nível do
Argutarpites (? ) sp. No conjunto o Domeriano tem cerca
Jurássico superior é representado por um banco de calcário
de 30 m de espessura.
margoso compacto, de cor amarelo-acastanhada e pátina
vermelho-acastanhada, rico de fragmentos de crinóides e
CALCÁRIOS MARGOSOS E MARGAS COM DACTY-
contendo nódulos e abundante macrofauna, localmente
LIOCERAS SEMICELATUM E HARPOCERA TIDEOS DE
fosfatados ou ferruginosos. Esta fácies não se mantém cons-
ARMAÇÃO NOVA - Com cerca de 25 m de espessura tante apresentando por vezes aspecto conglomerático. As
correspondem às zonas de Semicelatum e Serpentinus do associações fossilíferas que foi possível definir' compre-
Toarciano inferior. Na primeira destas zonas foi possível endem:
individualizar dois horizontes, um inferior de . Pseudo-
-c ommune , outro, superior, de Semicelatum. Não Se
conhecem no Algarve formações do Toarciano médio e 1) Formas essencialmente calovianas, desconhecidas na
superior. base do Oxfordiano:

Paracenoceras calloviense
Dogger Hecticoceras (Sublunuloceras) nodosulcatum
Kosrnoceras (K.) spinosum
É evidente, no início do Dogger, a individualização de K. duncani
uma barreira de recifes que separava um domínio interior, K. compressum
de fácies lagunar ou anterrecifal, de um domínio pelágico K. spoliatum
ou transrecifal. Este regime manteve-se na região durante, K. gemmatum
pelo menos, o Bajociano-Batoniano. Alligaticeras indicum
Definem-se as seguintes unidades litostratigráficas carto- Choffatia (Grossouvria) variabilis
grafáveis: C. (G.) ophioides
Subgrossouvria sp.
CALCÁRIOS OOL/rICOS, CALCÁRIOS CORÃL/COS, Binatisphinctes sp.
CALCARIas PISOL/rICOS, CALCÁRIOS CALCICLÃS- Rursiceras caprinum
TICOS, CALCÁRIOS DOLOMIrICOS E DOLOMITOS DE
ALMADENA, de fácies lagunar, datados do Aalenianb-
2) Formas do Caloviano superior, conhecidas também
-Batoniano-Caloviano (? ), com espessura superior a 50~.
no Oxfordiano inferior e médio:
MARGAS ACINZENTADAS E CALCÁRIOS DETRI:
Pseudaganides aganiticus
T/COS COM ZOOPHYCOS DA PRAIA DE MARETA, de
Sowerbyceras protortisulcatum
fácies pelágica, transrecifal, com cerca de 40 m de espes-
Parawedekindia arduennensis
sura, datados do Bajociano superior-Batoniano [associação
EuaspidocerfJs (Paraspidoceras) sp.
de Itinsaites mackenzii + Teloceras + Leptosphinctes
(Cleistosphintes) cleistus + Caumontisphinctes; Ebrayi-
ceras; Polyplectites; Tulites (Rugiferites); associação de 3) Formas oxfordianas que se podem dividir em três
Hecticoceras (Prohecticoceras) +Hem igarantia ]. grupos:

CALCÁRIOS MARGOSOS E MARGAS DA PRAIA DE a) Formas do Oxfordiano inferior, zonas de Mariae e


MARETA, de fácies pelágica, com cerca de 110 m de espes- Cordatum
sura, datados do Caloviano. Foram individualizadas as zonas'
d e Ma c rocephalus (associação de Macrocepha- Mirosphinctes mirus
lites + Kamptokephalites + Bullatimorphites), Coronatum Prososphinctes sp.
[associação de Hecticoceras (Brightia) + primeiros Pelto- Properisphinctes sp.
ceratídeos] e Ath1eta [associação de Hecticoceras (Orbignyi-
ceras) + H. (Brightia) + Taramelliceras + Orionoides + b) Formas do Oxfordiano inferior a médio
Peltoceras ].
Taramelliceras minax
As formações calovianas são cortadas obliquamente' por
superfície ondulada, testemunha da regressão caloviana, c) Formas do Oxfordiano médio, zona de Plicatilis,
fenómeno corrente a nível de toda a Península Ibérica ou que começam com o Oxfordiano médio

154
~1~-J~1lII

-
LI' ':+ ..
"~_,"''''' Ir". } ....".., - . s,' ."_poII: ''I .. _ _
"1It4_
,1.,'..... _d.. poro_ "--"lioo
_ J,s;O«.u _
li""'"
~_TD:

_ .:tU .. •
;>,_....... '--"'fIo' = 0_"
1_.,__
I _ •

I!oo< - _ . ""....
... f _ " .• • • ~Io _ d..t - . , . l"'IIIfIo MM L < .oicIat .IW-; t- :.-

_-.: . );.--.----ç--
.:nllFMl<• ..-. .. _ . - _ - ...... ~ . .I -
. , _ UI ~.... t " P.OlOft'AT.
~ , pd> <E!<Ia --*'" "" !IooIo' ul<iIloo. rt:af.faA OE Sl)(;SA. J, PlUT!CIL
.,"""" ' '*"","",,"'-,ifoioS<> __ ""_
........ I UI "'Il:1o .......'" __ , &too _ ... _.), _ _ lIIt.. _ .......
-.. ,. _ .. _ _ RUj ".,.
_
...... f
--... ::.
....,.., _

1AU5, o!o ~ ....' ~ ~


lMiI< 0.1 • -.. do
...... ,-...-,-,_
r........ <lo L!õ<"

_lo .
q-. ••, _ . - -
...........
I" ., GIl'
.

"'''''
.... _"""_ ; .,
_rolo ....... __ r-o,;
,.ws.. . -_ _ ..-,.& ..
jOI . . . ., _ - . ,...
"--;OM

~ ....

".,.,..,) _ - . It/MIir'\rio/_.Il, T
..IUi. T. n-••Ic>o•• 111_ _
_ ........tIIwo,
AJ,-..u.
.s..-..-
_
H~
1Il-ã-

__

"""" n6<hl .. 1oof..........


o _ _ 4"
...
_n,.'oo "lO c'
<>01<1Il<oo ,
pollf;Mioo • _.fC""'J (T'"'I"'n)_ ~
d__ ..... .., ......moIo«_11<.-;""
foo~ ~ _ I
_POO"'" ""'Plt
"lioo_
J!a<> .. dIf'. ....... " ' _ . ~_'" >30 _ - .
'ltI' pouIod. 1"""_ ~_Il-o. 1Id~
_ f"o!'CUlIoo ... I,,,,,,ln_ ..1-00"'" _ hol6lil"", .,.61i"", "" lt<:l(.l"",. ló>lo do
A....... -...
""""a<Io;,.... nk> ,
riDe lo"", , ..
P"""""......... <>.
~_.r,p1f1<" .to
.,...... ><Lo .. t_
1.,,11""'. "'l'!' 0lI1ftlol ..... ~. dJaIn<-. '-:rtçIo. _ _
ti...... difoonoç"!XIin ..... ,.. n",,_
potII;So ."'!lJriIi:a.
,!1M" dOai"'" d.o
I - .

"Ia f\!.~'" J.I, J.J • U .._ " ..... d'~"Iol....


"""'1f9lloo ..." oe ......... Ut"",.bJrl!'i;,. ,,,,_,,'1·
JlIill<' 6< p, CIIOF'I'A1, J. PRATM:H. C. P"LAIl'l ...
~ _ _......pto4oo til "".'fIo
PolOP<' __",
ItIl.. Nu fPn' M ,J.ol _ ..... u _rtlaiOo. ,.,.... ApOo ilolini< '" <Ii/o,.",.. ... Io"" • ,.,.1.....
~
............. 40 Cott>:_
T..",1OIIo tIft BaJoeIr... ...._Jrif&:<- •. p do • d.o. bocloo _ .
~Io
pol«>:

~.oo._ 'OÕd». F.~ Eopo.


~ Il>&lca, CordIhomJ 1W:k..), ""PIo (0.-10).
( .... a..... ..........""
1l_1I {lIacia •
"'- .. _""'P""......
No do 1'ojo, __ olproio • _ ..
l'Vo1i1J11 (Mm. _ <lo 1<;>. AIpna~ _ • • a.-.).
.... . . - dila......._ . qa< ..... . - U I
"'Ia
..... .
do SJo.-
.. lurd
~ ... atIrcIafJo
",,", tt t _"" _
"'__
. _ w., ..... C,tAt..AL'l,. ",, _
p.r fQfCOl OGlA lO""'" lã -'10 .. _ ... _ _
_ _• • _ I " ia. """"'" - . . ..
....... t· •_ _ • _ _ 010 .....
o......... ·
_ _o <lo""
,..... _ .. jiÕI
I"~
•_ _
__ ""'"
__
• <n
<Io~po_""'f
por"''' .... '_14 ...
. . . . . . f,.o l"'* d..t - . , . -. . . . . . . _ _ 00; "' ..... ~ . 'I P'J _ _
"""".. _ ....
oL
Doo
,t '•. f _ ..... _ ; . . - .
,.m.. ""' _ ~ It. " ç. n»uo.. _ _ ot> " ' ... -.1"0 _
I~_

........ ; ' r : . , _
~

_
li _
t

..
..
loI.llJITe(,l.ax:;ua
o__ f_"-",,,,, _ _
••. !I':lIÂml
. \ ' . _ ... loI.l';lTDõ ( _ o _ _ .. ..-
.....,.. ~ ..'" ~- ... -->.
' . . ""
oe _ ... _ , . . , . . -
olue.b-
_.~.-.._.o.a.Ioor

-
_,... 1=_
ou
1•
__._
..... _
..., lICIlÁF1'U. J. PIlAncH. r - .. ' _.

""--........ P'*.-.._,
_ _ 01<1
.""""-,... .......
: '0 _ _ ou _I000::Io -.n._ doo _ , 00" <lo . ' 'o p:o;/jlaan.ol _

_.. , ...... qa< "' ..... - . (lo ........ ""'"" • .......,. do


. . . . . . lOfI
............ f' .... __
!\lado. $o .... qItO tal - , . . """ . ~iO ~ _ _
....._ . . - . _ .14o!lOIloT"'•
f " , _ "" .."""_

<Ir...- W,.'"_'
do lIomIo>io . . ftio<>. ....
~._~"",­
w...-.I
~
A poo<k <De_
de il<pfatt'" do . . . . . . uIo:a ..
"""Iolmt__ inboo. _ "'" ooWlj .
...,,_.. ( _ n , 6.1.,,,,,"«»' p_ _ (BooItro). "mil< pooou '1""0 f/w UIaloo InIntoo. pol_
.... te,..,. opIIom~",,", _ ( 01<1•• btMI,uIol"""'JOOI ;0.110 bootlole _ _ Ip....
...... ('~,,*-, ""'Rlpo!I,,) ,0<,,' cio> .. «wIhoc... AD oont'*lo d.o IIodo a N<Irtt <lo ToI<>: e",," .. _ ; " ,
lo,... _!>oIll6ni<... _ • ,.,...... . ., .... O ~ mI.m. 00

'"
Algarve, as primeiras amonites conhecem-se na base do faunísticas são mesogeianas. Durante o Caloviano inferior e
Liásico médio. Estes exemplares recolheram-se em calcários médio a presença de Macrocephalitidae, Oppelüdae,
dolomíticos com nódulos de sílex do Cabo de S. Vicente, Perisphinctidae e Reineckeiidae, associada à ausência de
fácies desconhecida a Norte do Tejo em formações da faunas boreais e à abundância de Phylloceratidae, permitem
mesma idade, mas corrente na Mesogeia. A associação atribuir o Algarve ocidental à província submediterrânica
faunística apresenta carácter mediterrânico a submediter- do domínio mesogeiano.
rânico. A existência de formações calovianas fossilíferas de
A comparação das associações faunísticas algarvias com fácies pelágica na região de Loulé mostra que a sedimen-
as da bacia a Norte do Tejo mostra que as comunicações tação margo-calcária transrecifal não se limitou, durante o
entre a Europa boreal e a Mesogeia, praticamente inexis- Jurássico médio, apenas à região Cabo de S. Vicente-
tentes durante o Carixiano inferior e médio, tornam-se -Benaçoitão. Estas formações prolongam-se, sem dúvida, em
fáceis no decurso do Domeriano inferior. Com efeito, profundidade, para Leste e apenas são visíveis à superfície
durante o Carixiano inferior e médio individualizam-se ao no núcleo de algumas estruturas anticlinais. O facto deve-se
largo da meseta dois mares (? ) distintos: um mar epiconti- ao aprofundamento cada vez maior das formações meso-
nental que se estendia para Leste da bordadura Sul da -cenozóicas, à medida que se caminha para Sul da flexura
meseta e cuja fauna era a do domínio mesogeiano e, para Sagres-Algoz-Querença (figura 6.4).
Norte, um mar boreal, cujos episódios transgressivos fazem A partir do Caloviano médio é evidente em toda a Penín-
chegar à bacia a Norte do Tejo as faunas boreais. sula o esboço de importante regressão, bem marcada no
Durante o Carixiano médio-Domeriano inferior assiste-se Algarve pela superfície de erosão que corta obliquamente os
a transgressões contemporâneas destes mares que, ao níveis do Caloviano médio e superior.
fundirem-se ao largo da Meseta Ibérica, vão facilitar as A abundância de Kosmoceratidae (os mais meridionais
migrações das faunas ao longo das zonas epicontinentais conhecidos até à data) no horizonte conglomerático de
que limitam as massas estáveis herdadas da orogenia hercí- nódulos fosfatados não modifica os limites das diferentes
nica. províncias faunísticas, uma vez que continuam a ser
A bacia algarvia pertence, sem dúvida, durante os tempos elementos minoritários em relação aos autóctones de afini-
liásicos, à província submediterrânica do domínio meso- dades mesogeianas. A sua presença neste horizonte põe
geiano; pelo contrário, a bacia a Norte do Tejo constitui problema paleogeográfico pertinente, que é o de saber
domínio complexo, onde se misturam formas sub-boreais e como puderam estas formas boreais chegar a região tão
mesogeianas, dominando ora umas ora outras. francamente mesogeiana. Reconstituição mobilista, ideali-
No Algarve as primeiras formações datadas do Jurássico zada para a Europa ocidental (figura 6.7), permite supor
médio apresentam reduções de espessura sistemáticas e que os Kosmoceratidae migraram de Norte para Sul e Oeste,
lacunas, as quais são contemporâneas de perturbações de através de braço de mar que ligava a bacia de Paris ao
sedimentação bastante generalizadas na Europa ocidental. Poitou e Aquitânia; passando entre a Meseta Ibérica e o
O estudo das formações recifais da praia de Mareta Maciço Armoricano estas faunas atingiriam a bacia a Norte
permitiu idealizar, pormenorizadamenty, a sua evolução do Tejo no início do Caloviano superior (zona de Athleta)
paleogeográfica (figura 6.3). Defmiu-se a~sim a existência de e, continuando a progressão para Sul e Sudeste penetrariam
uma barreira de recifes que separava um domínio interior, no Algarve, no domínio mesogeiano, nos últimos tempos
de fácies lagunar ou anterrecifal, de um domínio pelágico, calovianos (zona de Lamberti). Esta migração implica a
de fácies transrecifal. existência, desde o Jurássico médio, de um Atlântico Norte
No Algarve, durante o Bajociano superior-Batoniano, a largamente aberto a ocidente de Portugal e até ao nível do
raridade de amonites apenas permite dizer que as afinidades Poitou.

156
BIBLIOGRAFIA

Abreviaturas utilizadas

A. I. G. P. H. Annales Instituti Geologici Publici Hungarici

A. S. I. S. N. M. C. S. N. M. Atti della Società Italiana di Scienze Naturali e dei Museo Civico di Storia Naturale di Milano

!l. M. L. M. G. F. C. U. L. Boletim do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

B. M. L. M. G. U. L. Boletim do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Universidade de Lisboa

B. S. B. G. P. H. Bulletin de la Société Belge de Géologie, Paléontologie et Hydrologie

B. S.G. F. Bulletin de la Société Géologique de France

B. S. G. I. Bollettino della Società Geologica Italiana

B. S. G. P. Boletim da Sociedade Geológica de Portugal

B. S. P. C. N. Boletim da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais

B.S.P.I. Bollettino della Società Paleontologica Italiana

C. C. S. G. P. Comunicações da Comissão do Serviço Geológico de Portugal

C. C. T. G. P. Comunicações da Comissão dos Trabalhos Geológicos de Portugal

C. D. T. G. P. Comunicações da Direcção dos Trabalhos Geológicos de Portugal

C. E. G. F. C. L. Centro de Estudos de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa

C. N. R. S. Centre National de la Recherche Scientifique

C. P. P. Companhia de Petróleos de Portugal

C. R. A. S. P. Comptes Rendus Hebdomaires des Séances de l'Académie des Sciences de Paris

C. R. S. S. S. G. F. Compte Rendu Sommaire des Séances de la Société Géologiquc dc France

C. S. G. P. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal

D. E. S. S. N. Diplôme d'Études Supérieurcs de Scienccs Naturcllcs

D. L. G. F. S. L. Documcnts du Laboratoire de Géologie de la Faculté des Scicnccs dc Lyon

E.G.H. Eclogae Gcologicac Helvctiac

J. P. Journal 01' Paleontology

M.B.R.G.M. Mémoires du Bureau dc Rccherches Géologiqucs ct Minicres

157
M. C. S. G. P. Memórias da Comissão do Serviço Geológico de Portugal

M.C. T.G. P. Memórias da Comissão dos Trabalhos Geológicos de Portugal

M. D. T.G. P. Memórias da Direcção dos Trabalhos Geológicos de Portugal

M.S.G.F. Mémoires de la Société Géologique de France

M. S.G.P. Memórias dos Serviços Geológicos de Portugal

M. S. I. S. N. M. C. S. N. M. Memoria della Società Italiana di Scienze Naturali e dei Museo Civico di Storia Naturale di Milano

M. S. P. S. Mémoires de la Société Paléontologique Suisse

M. S. T. G. P. Memórias da Secção dos Trabalhos Geológicos de Portugal

P. S. Palaeontographical Society

Q.J.G. S. Quarterly Journal of Geological Society

R. F. C. L. Revista da Faculdade de Ciências de Lisboa

T. L. G. F. S. L. Travaux du Laboratoire de Géologie de la Faculté des Sciences de Lyon

158
BIBLIOGRAFIA REGIONAL

ALMEIDA, F. M.; MOUTERDE, R.; PERROT, Ch.; TEIXEIRA, C.; THADEU, D. & ZBYSZEWSKI, G. (1958) - Lexique Stratigraphique
International. Vol. I, Europe, fase. 10 b Portugal. C. N. R. S., Paris, pp. 97-145, 1 carte.

AZEVEDO, 1. B. S. d' (1864) - Relatório sobre a mina de cobre de Santo Estêvão no concelho de Silves (Algarve). Ed. autor, Lisboa, 11 p.

BALDY, Ph.; BOILLOT, G.; MOITA, I. & MOUGENOT, D. (1975) - Structure géologique du plateau continental sudportugais. C. R. A. S. P.,
t. 281, sér. D, pp. 613-616, fig. 1-2.

BERTHOU, P. Y. (1971) - Le Crétacé supérieur de I'Estremadure portugaise. These, Paris, 409 p.

BIROT, P. (1950) - Le Portugal. Etude de géographie régionale. Armand Collin. Paris, Section de Géographie, n.O 260,222 p., 21 fig.

BIROT, P. & FEIO, M. (1948) - Notes sur la morphologie du Portugal méridional. Mélanges offerts en hommage à M. D. Faucher, Toulouse,
vol. I.

BLEICHER, M. (1898) - Contribution à l'étude lithologique, microscopique et chimique des roches sédimentaires, secondaires et tertiaires.
C. D. T. G. P., Lisboa, t. III, fase. II, pp. 251-289, pI. I-VII.

BOEHM,1. (1903-1904) - Description de la faune des couches de Pereiros. C. C. S. G. P., Lisboa, t. V, pp. 148, fig. 1-32, pI. I-III.
Tradução parcial (com modificações de carácter estratigráfico) de Ueber die Fauna der Pereiros - Schichten. Zeitschrift der
Deutschen geologischen Gesellschaft, bd. 53, pp. 211-252, t. VIII-X, 1901.
'f
BONNET, C. (1850) - Algarve (Portugal). Description géographique et géologique de cette province. Acad. Royale Sciences Lisbonne, 186 p.

BOURCART, J. & ZBYSZEWSKI, G. (1940) - La faune de Cacela en Algarve (Portugal). C. S. G. P., Lisboa, t. XXI, pp. 3-60, fig. 1-9, pI. I-III.

BROUWER, G. K.; JONG, S. J. SPEELMEN, H. (1974) - Hydrological surveys in the Algarve, Portugal. Part 2. Aqua-Vu, Comm. Inst. Earth
Se., Amsterdam, sér. A, n. o 4, pp. 1-53.

CABO, F. O. & MONTOLIO, T. S. (1971) - Estudio deI vulcanismo jurásico de Caudiel (Casfellón) en relación con procesos de lateritización,
condensación y silicificación de la serie calcárea. Publico Inst. Invest. Geol. Dip. Barcelona, voI. XXVI, pp. 21-34, fig. 1-9.

CHAVAN, A. (1940) - Les fossiles du Miocene supérieur de Cacela. C. S. G. P., Lisboa, t. XXI, pp. 61-106, pI. I-II.

CHOFFAT, P.: (1880) - Etude stratigraphique et paléontologique des terrains jurassiques du Portugal. Premiere livraison. Le Lias et le Dogger
au Nord du Tage. M. S. T. G. P., Lisboa, XII+ 72 p., 6 fig.

(1883-1887) - De /'impossibilité de comprendre le Callovien dans le Jurassique supérieur. C. C. T. G. P., Lisboa, t. I, pp. 69-87,
1 corte geol.

(1885) - Sur la place à assigner au Callovien. Ibid., Lisboa, t. I, pp. 159-163, 1 fig.

(1887) - Recherches sur les terrains secondaires au Sud du Sado. C. C. T. G. P., Lisboa, t. I, fase. II, pp. 222-312,4 fig.

(1893) - Description de la faune. jurassique du Portugal. Mollusques Iam ellibranches. Premier ordre. Siphonida. M. D. T. G. P.,
Lisboa, 39 p., pI. I-IX.

(1894) - Notice stratigraphique sur les gisements de végétaux fossiles dans le Mésozoique du Portugal. M. D. T. G. P., Lisboa,
pp. 229-288.

(1896 a) - Sur les dolomies des terrains mésozoiques du Portugal. C. D. T. G. P., Lisboa, t. III, pp. 129-144, quad. 2.

159
(1896 b) - Coup d'oeil sur les mers mésozoi(lues du Portugal. Viertelj. naturf. GeseIls. Zurich, 41, pp. 294-317, 1 taf.

(1896 c) - O calcareo no solo portuguêz. Relatório do Congresso Vitícola Nacional (1895), n. o 1, vol. II, pp. 177-184.

(1897) - Traits gênéraux de la géologie des contrées mésozoiques du Portugal. Rev. Obras Públicas e Minas, Lisboa, n. o 27,
pp. 133-161.

(1900) - Aperçu de la géologie du Portugal. ln "Le Portugal au point de vue agricole", Lisboa, pp. 3-50.

(1901) - Notice préliminaire sur la limite entre le Jurassique et le Crétacique en Portugal. B. S. B. G. P. H., BruxeIles, t. XV,
pp. 111-140.

(1903-1904) - L 1nfralias et le Sinémurien du Portugal. C. C. S. G. P., Lisboa, t. V., pp. 49-114, 2 fig., 1 pI., 4 tabl.

(1905) - Supplement à la description de l'lnfralias et du Sinémurien en Portugal. C. C. S. G. P., Lisboa, t. VI, pp. 123-143.

(1947)'- Description de la faune jurassique du Portugal. Brachiopodes. M. S. G. P., Lisboa, 46 p., 19 est.

COSTA, 1. Carrington da (1944) - A posição estratigráfica do "Andar dos grés de Silves". B. S. G. P., Porto, vol. IV, fasc. I-II, pp. 115-130.

COURBOULEIX, S. (1972) - Étude géologique des régions de Anadia et de Mealhada au Nord de Coimbra (Portugal). D. E. S. S. N., Lyon,
342 p., fig. 1-15, pI. I-IX, 1 carte géol.

DALLONI, M. (1950) - Le Trias salifere au Portugal. Rev. Técnica, Lisboa, 27. 0 ano (205), pp. 7-12.

DELANCE, J. H. (1967) - "Digonella pseudoantiplecta" (CHOFFAT) nouveau représentant du genre "Digonella (Zeilleridae)", dans le
Callovien supérieur du Portugal. BuIl. Scient. Bourgogne, Dijon, t. XXIV, pp. 317-333,4 fig., 2 tabl., 2 pI.

DOUBINGER, J.; ADLOFF, M. & PALAIN, C. (1970) - Nouvelles précisions stratigraphiques sur la série de base du Mésozoique portugais.
C. R. A. S. P., t. 270, sér. D, pp. 1770-1772.

ELMI, S.; MANGOLD, C.; MOUTERDE, R. & RUGET, C. (1971) - Révision de l'étage Bathonien au cap Mondego (Portugal). A. I. G. P. H.,
Budapest, vol. LIV, fasc. 2, pp. 439-450,3 fig.

ENGELEN, G. B. (1969) - Groundwater hydrology of the Province of Algarve, S. Portugal. Short Report Free Reformed Univ., Dept. of
Earth SC., Amsterdam, pp. 1-8.

FEIO, M. (1949) - Le Bas Alentejo et l'Algarve (Livret-guide de l'excursion E). Congres Int. Géographie, Lisboa, 207 p., fig. 1-20, est. 1-18,
9 mapas.

(1951) -A evolução do relevo do Baixo Alentejo e Algarve. C. S. G. P., Lisboa, t. XXXII (2), pp. 303-481, fig. 1-42, est. I-XXII,
1 mapa morfol.

FERREIRA, O. V. (1951) - Os Pectnídeos do Miocénico do Algarve. C. S. G. P., Lisboa, t. XXXII (1), pp. 153-180, 3 quadros, 11 est.

FISCHER, 1. C. & PALAIN, C. (1971) -Nouvelles observations sédimentologiques et paléobiologiques sur l'Hettangien du Portugal.
C. S. G. P., Lisboa, t. LV, pp. 105-132, fig. 1-5, pI. I.

FRANÇA, J. C. & MANUPPELLA, G. (1964-1965) - Sobre a presença de "Protopeneroplis striata" e de ''Haurania'' sp. no Batoniano do
maciço calcário de Montejunto. C. S. G. P., Lisboa, t. XLVIII, pp. 49-52,1 est.

GOMES, J. N. & ROCHA, A. T. (1965-1966) - Estudo micrográfico de alguns calcários do Malm superior da região de Loulé. B. S. P. C. N.,
Lisboa, 2. a sér., vol. XI (1), pp. 81-88, 2 fig., 2 est.

GOUVEIA, A. M. (1938) - Algarve. Aspectos fisiográficos. Ed. autor, Lisboa, 161 p., 11 est., 1 esboço geol., 4 fig.

HALLAM, A. (1971) - Facies analysis of the Lias in West Central Portugal. N. Jb. Geol. Paliiont. Abh., Stuttgart, bd 139 (2), pp. 226-265,
fig. 1-11.

HENRIQUES, M. L. M. (1954) - Notas de mineralogia e petrografia portuguesas. I. Chaminé monchiquítica da Praia da Senhora da Luz
(Algarve Ocidental). B. M. L. M. G. F. C. U. L., 7. a série, n. o 22, pp. 19-25, est. I-II.

KOBY, F. (1904-1905) - Description de la faune jurassique du Portugal. Polypiers du Jurassique supérieur (avec une notice stratigraphique par
P. CHOFFAT). M. C. S. G. P., Lisboa, pp. 1-168, pI. I-XXX.

KREJCI-GRAF, K. (1955) - "Küstenzerstorung': 2 - ln den Miociin-Mergeln von Algarve. Natur und Volk, Frankfurt, 85, heft 8,
pp. 252-261, bild 1-10.

LAUTENSACH, H. (1937) - Portugal auf Grund eigener Reisen und der Literatur. II Teil: Die portugiesischen Landschaften. Petermanns
Mitteilungen, Gotha, Ergiinzungsheft n. o 230, 165 p., taf. 1-20.

LISSA, R. V. van (1972) - A survey of ground water in the eastern part of South-Algarve. Portugal. M. Sc. thesis, Free Reformed Univ., Dept.
01' Earth Sciences, Amsterdam, pp. 1-52.

160
LORIOL, P. (1890-1891) - Description de la faune jurassique du Portugal. Embranchement des Êchinodermes. M. C. T. G. P., Lisboa, 179 p.,
29 est.

MEISTER, E. (1914) - Zur Kenntniss der ammonitenfauna des portugiesischen Lias. Zeitsch. der Deutsch. geol. gesselschaft, Berlin,65,
pp. 518-586, 10 fig., 5 taL

MOUTERDE, R. (1951) - Ammonites du Lias moyen portugais. B. S. G. P., Lisboa, vol. IX, pp. 175-190,5 fig., 2 pI.

(1953) - Faune à affinités italiennes et marocaines dans le Lias moyen portugais. C. R. A. S. P., 1. 263, sér. D, pp. 1 980-1 982.

(1955) - Le Lias de Peniche. C. S. G. P., Lisboa, 1. XXXVI, pp. 1-33, 8 fig.

(1967 a) - Le Lias moyen de São Pedro de Muel (Portugal) (1 e partie). lbid., Lisboa, 1. LII, pp. 185-208, 1 fig.

(1967 b) - Le Lias du Portugal. Vue d'ensemble et division en zones. Ibid., Lisboa, 1. LII, pp. 209-226, 1 fig.

(1970) - Le Lias moyen de São Pedro de Muel (2 e partie: Paléontologie) 1. Céphalopodes. Ibid., Lisboa, 1. LIV, pp. 39-78,5 fig.,
pI. I-VIII.

(1971) - Esquisse de l'évolution biostratigraphique de la Peninsule Iberique au Jurassique. Cuad. Geol. Iberica, Madrid, n.O 2,
pp. 21-31.

MOUTERDE, R.; RAMALHO, M.; ROCHA, R. B.; RUGET, C. & TINTANT, H. (1972) - Le Jurassique du Portugal. Esquisse stratigraphique
et zonale. B. S. G. P., Lisboa, vol. XVIII, fase. I, pp. 73-104, tab. 1-3.

MOUTERDE, R. & ROCHA, R. B. (1972) - Continuité et discontinuité dans l'évolution des Ammonites du Pliensbachien au Portugal. 24th
Int. Geol. Congress, Montreal, sect. 7, pp. 587-593,1 fig.

MOUTERDE, R.; ROCHA, R. B. & RUGET, C. (1971) - Le Lias moyen et supérieur de la région de Tomar. C. S. G. P., Lisboa, 1. LV,
pp. 55-86~ 2 fig.

MOUTERDE, R. & RUGET, C. (1967 a) - Stratigraphie du Lias de la région d'Alvaiázere. Ibid., Lisboa, 1. LI, pp. 153-168; 1 carte.

(1967 b) - Le Lias des environs de Porto de Móz (SW du Plateau de Fátima). Êtude du Ba"anco de Zambujal de Alcaria. Ibid.,
Lisboa, t. LI, pp. 253-281, 2 fig.

(1975) - Esquisse de la paléogéographie du Jurassique inférieur et moyen au Portugal. B. S. G. F., Paris, 7e sér., t. XVII,
pp. 779-786, 7 fig.

MOUTERDE, R.; RUGET, C. & ALMEIDA, F. M. (1964-1965) - Coupedu Liasau Sudde Condeixa. C. S. G. P., Lisboa, 1. XLVIII, pp. 61-91,
1 fig., 2 pI.

PALAIN, C. (1968 a) - Analyse séquentielle et lithostratigraphique de la série de base du Mésozoique portugais au Nord du Tage.
C. R. A. S. P., 1. 267, sér. D, pp. 480-482.

(1968 b) - Preuves paléontologiques de l'existence de Keuper au Portugal, dans la province de I 'Algarve. Ibid., 1. 267, sér. D,
pp. 694-696.

(1970) - Structures et directions de courants dans le "Grés de Silves" du Sud du Portugal, province de I 'Algarve. C. S. G. P., Lisboa,
t. LIV, pp. 191-208,4 fig., 2 pI.

(1975) - Une série détritique terrigene. Les "Grés de Silves": Trias et Lias inférieur du Portugal. These Université Nancy, 503 p.,
46+ 57 fig., pI. I-XXXIX.

PARADELA, P. L. & ZBYSZEWSKI, G. (1971) - Hidrogeologia geral do Centro e Sul de Portugal. 5 - Orla meso-ceno-antropozóica do
Algarve. I Congro Hisp.-Luso-Amer. Geol. Econ., Lisboa, Livro-Guia da Excursão n. o 9, pp. 75-118, fig. 1-19, quadros I-IX.

PARANT, B. (1963) - Reconnaissance géologique de l'Algarve. Relatório interno da C. P. P., pp. 1-14, pI. I-IX.

PEREIRA, V. M. C. (1970) - Substâncias minerais não metálicas do distrito de Faro. Contribuição para o seu conhecimento. Est. Not. Trab.
Servo Fom. Min., Porto, vol. XIX, rase. 3-4, pp. 323-361, 7 est., 1 mapa geol.

PRATSCH, 1. C. (1958) - Stratigraphisch-tektonische Untersuchungen im Mesozoikum von Algarve (Südportugal). Beih. zum Geol. Jahr.,
Hannover, heft 30,123 p., 14 fig., 2 taL

RAMALHO, M. (1971) - Contribution à l'étude micropaléontologique et stratigraphique du Jurassique supérieur et du Crétacé inférieur des
environs de Lisbonne. M. S. G. P., Lisboa, n. s., n. o 19, pp. 1-212, fig. l-lI, tabl. I-VIII+ A-I, pJ. I-XXXIX.

(1972-1973) - Observações micropaleontológicas sobre o Malm do Algarve ocidental (Portugal). C. S. G. P., Lisboa, t. LVI,
pp. 451-470,1 fig., 1 quadro.

RAMALHO, M. & REY, J. (1975) - litat des connaissancesactuellessurleJurassique terminaletle Crétacé basaldu Portugal. M. B. R. G. M.,
Paris, n. o 86, CoI. sur la limite Jurassique-Crétacé, Lyon-Neuchate11973, pp. 265-273, 1 fig., 1 tabl.

161
RENZ, C. (1912) - Stratigraphische untersuchungen im portugiesischen Lias. N. Jb. Min. Geol. PaI., Stuttgart, bd. 1 (2), pp. 58-90, 1 taf.

REY, 1.; GRAMBAST, L., & RAMALHO, M. (1974) - Données stratigraphiques sur le Crétacé inférieur des environs de Lagos (Algarve,
Portugal). C. R. S. S. S. G. F., Paris, fase. 4, pp. 100-101.

RIBEIRO, O. (1947) - A propósito do carácter continental do Triásico português. B. S. G. P., Porto, vol. VI, fase. 3, pp. 255-260.

RIBEIRO, O. & TEIXEIRA, C. (1942) - Surlecaracterecontinentaldu Triasportugais. B. S. G. P., Porto, vol. I, fase. 3, pp. 175-177.

RICHÉ, P. (1962) - Note sur le bassin mesozoique et tertiaire de I 'Algarve. Relatório interno da C. P. P., pp. l-lO, 3 pI.

ROBERTS, D. & STRIDE, A. H. (1968) - Late Tertiary Slumping on the Continental Slope of Southern Portugal. Nature, London,217
(n. o 5123), pp. 48-50,4 fig.

ROCHA, R. B. (1969) - Relatório do levantamento geológico da folha de Lagos. Relatório inédito S. G. P., pp. 1-30, 7 fol.

(1971 a) - Contribuição para o estudo geológico da região do Cabo de S. Vicente - Alvor. B. S. G. P., Lisboa, vol. XVII, fase. II-III,
pp. 139-168, 8 fig., 2 cartas.

(1971 b) - Un "Metaderoceras" (Carixien) du cap S. Vicente (Algarve). Ibid., Lisboa, vol. XVII, fase. II-III, pp. 169-176, 2 fig.,
1 tabl.

ROCHA, R. B.; MOUTERDE, R. & TlNTANT, H. (1972) - Formations recifales dans le Jurassique moyen d'Algarve occidental. R. F. C. L.,
Lisboa, 2. a sér., C, voI. XVII, fase. 1.0 , pp. 45.-58, 1 fig.

ROCHA, R. B. & TINTANT, H. (1975) - Sur l'extension du genre "Kosmoceras" (''Ammonitina'', Jurassique) dans le Callovien supérieur du
Portugal méridional. Ses conséquences paléogéographiques. 3 e Réunion Annuelle Sciences Terre, Montpellier, p. 57. B. S. G. P.,
Lisboa, vol. XIX, pp. 91-94, 1 fig.

ROMARIZ, C. (1970) - Rochas sedimentares carbonatadas. Considerações gerais e importância económica. Rev. Naturália, Lisboa, n. o 26,
vol. X, fase. II, pp. 41-130, fig. 1-34, tab. 1·15.

RUGET-PERROT, C. (1960) - Stratigraphie et extension du Callovien au Portugal. C. R. A. S. P., t. 250, sér. D, pp. 1 689-1 691.

(1961) - Etudes stratigraphiques sur le Dogger et le Malm inférieur du Portugal au Nord du Tage. Bajocien, Bathonien. Callovien,
Lusitanien. M. S. G. P., Lisboa, n. s., n. o 7, pp. 1-197,45 fig., 5 tabl., 3 cartes, 11 pI.

RUGET, C. (1973) - Inventaire des microfaunes du Bathonien moyen de I'Algarve (Portugal). R. F. C. L., Lisboa, 2.a sér., C, vol. XVII,
fase. 2. 0 , pp. 515-542, pI. l-VIII.

RUGET-PERROT, C.; MOITINHO DE ALMEIDA, F. & TlNTANT, H. (1961) - Ammonites nouvelles du Callovien supérieur du Portugal.
C. S. G. P., Lisboa, t. XLV, pp. 177-195,3 pI.

SAUVAGE, H. E. (1897-1898) - Vertébrés fossiles du Portugal. Contributions à l'étude des poissons et des reptiles du Jurassique et du Crétacé.
M. D. T. G. P., Lisboa, pp. 1-47, pI. l-X.

SEIFERT, H. (1963) - Beitrage zur geologie der Serra da Arrábida in Portugal. Geol. Jahrb., Hannover, bd. 81, pp. 277-344, 9 fig., 3 pI.,
I cartc.

SHARPE, D. (1850) - On the secondary district of Portugal with the Lias of the North of the Tagus. Q. J. G. S., London, vol. VI, pp. 136-201,
pi. 15-26.

SOUSA, F. L. P. (1917) - Sur les éruptions du littoral de l'Algarve (Portugal). C. R. A. S. P., t. 165, pp. 674-675.

(1922) - Sur les roches éruptives de la bordure mesozoique et cainozoique de l'Algarve et leur âge géologique. Ibid., t. 175,
pp. 822-824.

(1930) - Sur les roches éruptives de la partie occidentale de l'Algarve (Portugal). Ibid., t. 191, pp. 59-61.

(1931 a) - As erupções na região mesozóica e cenozóica e no Carbónico do litoral ocidental do Algarve. BoI. Acad. Scienc. Lisboa,
Coimbra, n. s., voI. III, pp. 3-12.

(1931 b) - Algumas rochas eruptivas das orlas mes()~óica e cenozóica de Portugal. B. M. L. M. G. U. L., La sér., n. o 1, pp. 5-16.

TEIXEIRA, C. (1942) - Notas sobre a geologia do Triásico português. B. S. G. P., Porto, voI. I, fase. 3, pp. 161-174.

(1946) - Fósseis de "Estheria" no Retiano dos arredores de Coimbra. Rev. Brotéria, Lisboa, sér. Ciênc. Nat., vol. XV (XLII),
fase. III, pp. 139-142,4 fig.

(1947-1948) - Condições de formação dos mais antigos depósitos mesozóicos portugueses. B. M. L. M. G. F. C. U. L., 5.a sér.,
n. o 15-16, pp. 55-59.

(1966)- A evoluçaõ do território português no decurso dos tempos geológicos. Palestra, Lisboa, n. o 28, pp. 111-157, fig. 1-16.

162
m .... A.'<1".II. (lM?) _ ....

~U,,~.~. &. 'OYSZD·g,,,,. c.


""'~.4.''''',.

tlf61 lo) _~ ... " ..., _ " " ' " .. Q!I....... _ ' ..

(l"~-O>«_"",,-
_.M«_
.... <:.1.<;. '" u.t-, ..... Ll ........,.

Q . . ._ " "
"""~l.II

(/ao""_'" ..",._. c
"'1. LI..... ll·lO.

..,.•.. u"o.. '. XXlJI:.pp. 'f'l-1:l0,


12 ....

l1IVIIU"''''''. C. ,"100) _~-' _ .. ...-"" .... _ _... "" .............. ., ~.I"'l<on-~ -"L tE. _ . ,.... ". ....".
C_~.>-.II UI..... n_n. '01\0.

(1.'fl_Iho-...."'........ ".r......,.__ ...."'...".. __ M.S.C.'.. ~ •. ,-.,,-0 l .... L_'''.' ...... " .'.
anu"s.oa. G. • F"'I I .•. (1'>1)- O " " . _ •• " " , _ .._ ,..... _ ......... __,,,_,,. _ _. -• ...,. " ...
..... ~. s- r , "'''''..... lO{. lO",. l-I. ••. 5-10>. r... I·l.
U1Y5>.EI'·"". c.• , .."u.... <:. ~,,.., _Lo ..._ _ .._ - - . 4. U ........ _ _ '..... e :LG •.• _ . _L v,n.",.. ».
p.l ~lV.
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
BIBLIOGRAFIA GERAL

ALMERAS, Y. (1964) - Brachiopodes du Lias et du Dogger. D. L. G. F. S. L., n. o 5, 161 p.

ARKELL, W. J. (1933) - TheJurassicSystem in Great Britain. Clarendon Press, Oxford, 681 p., 97 fig., 42 pI.

(1935-1948) - A monograph on the ammonites of the English Corallian Beds. P. S., London, part I-XIV, 420 p., pI. I-LXXVIII,
138 text-fig.

(1939 a) - The ammonite sucession at the Woodham Brick Company's Pit, Akeman Street Station, Buckinghamshire and its bearing
on the classification of the Oxford Clay. Q.1. G. S., London, vol. XCV, pp. 135-222, pI. VIII-XI, 4 tables.

(1950) - A classification of the Jurassic ammonites. 1. P., Tulsa, vol. 24, n. o 3, pp. 354-364, 2 fig.

(1951-1958) ...!(Monograph of the English Bathonian ammonites. P. S., London, 208 p., 29 pI.

(1951 a) - Notes on nomenclature of Jurassic Phylloceratina. 1. P., Tulsa, vol. 25, n. O 3, p.410.

(1951 b) - Proposed designation, under the plenary powers, of the type species ofthe genus ''Macrocephalites'' ZITTEL, 1884, and
of the type specimen of "Ammonites macrocephalus" SCHLOTHEIM, 1813 (Class Cephalopoda, Order Ammonoidea) (Jurassic).
Buli. Zool. Nomencl., London, n. o 2, pp. 170-172.

(1955) - Proposed use of the plenary powers to validate the generic name "Pachyceras" BA YLE, 1878 (Class Cephalopoda, Order
Ammonoidea) (Jurassic) by suppressing the generic name "Pachyceras" RATZEBURG, 1844 (Order Hymenoptera; living). Buli.
Zool. Nomenclat., London, n. o 11, pp. 28-32.

(1956) - Jurassic Geology of the World. Oliver & Boyd, Edinburgh, 806 p. 102 fig., 46 pI.

(1957) - Systematic descriptions in Treatise on Invertebrate Paleontology (sob a direcção de R. C. MOORE). Part L, Mollusca 4:
Cephalopoda-Ammonoidea. Univ. Kansas Press, Lawrence, pp. L 129-L 465, fig. 162-558.

AUBOUIN, J. (1975) - Précis de Géologie. Tome 2. Troisieme partie. Stratigraphie. Bordas, Coi!. "Dunod Université", Paris, 2e éd.,
pp. 297-666, fig. 1.1-7.8.

BABIN, C. (1971) - Eléments de Paléontologie. Armand Colin, Collection U, Paris, 408 p., 300 fig.

BAIER, F. 1. (1757) - Monumenta Rerum Petrijicatarum Praecipia Oryctographiae Noricae, Nuremberg.

BASSE, É. (952) - Céphalopodes. Sous·classe des "Ammonoidea': ln "Traité de Paléontologie", 1. PIVETEAU, 1. n, pp.461-688,
fig. 17 + 60, pI. XIII-XXIV. Masson. Paris.

BASSE, É. & PERRODON, M. (1951) - Macrocéphalitides du Sud-Ouest de Madagascar. Macrocephalitidae, Eucycloceratidae, Mayaitidae.
Récoltes de la mission E. BASSE 1930-1931. M. S. G. F., Paris, n. s., t. XXX, fase. 34, mém. n.o 65, pp. 1-100, fig.1-11, pI. I-VII.

BAYLE, E. (1878) - Fossiles principaux des terrains. Atlas, 158 pI. (sem texto). Explication de la carte géologique de France, IV, le partie.
Paris.

BETTONI, A. (1900) - Fossili Domeriani della Provincia di Brescia. M. S. P. S., Geneve, vol. XXVII, pp. 1-88, tav. I-IX.

BLAISON, J. (967) - Etudes biométriques et révision de l'espece "Protogrammoceras madagascariense" (THEVENIN) 1908. Définition du
nouveau genre "Parahildaites" An. Se. Univ. Besançon, 3e sér., Géol., fase. 3, pp. 59-115, pI. 6.

165
BLAKE,1. F. (1905) - A monograph of the fauna of the Cornbrash. P. S., London, 106 p., 5 fig., pI. I-IX.

BONARELLI, G. (1893) - "Hecticoceras". novum genus ammonidarum. Boll. Soe. Malae. !tal., Pisa, vol. XVIII, pp. 73-108, 1 tav.

(1896) - Le Ammoniti dei "Rosso ammonitico" descritte e figurate da G. MENEGHINL Boll. Soe. Malae. !tal., Modena, vol. XX,
pp. 198-219.

BONTE, A. (1965) - Sur la signification des horizons phosphatés du point de vue paléontologique. M. B. R. G. M., Paris, n. o 34, CoI. "Crétaeé
inf.", Lyon 1963, pp. 429-431.

BORNE, G. (1891) - Der Jura am Ostufer des Urmiasees. Inaugural-dissertation, Halle, 28 p., 5 taf.

BOURGUET, M. (1742) - Traité des Pétrifications. Paris, Pt 1: XVI+ 163 p. Pt 2: 91 p., pI. I-LX.

BOURQUIN, J. (1967-1968) - Les Reineckéidés. An. Se. Univ. Besançon, 3e sér., Géol., fase. 4 (3 vol.), 169+ 16+ 6 p., 51 + 30 pI.

BREISTROFFER,M. (1947) - Notes de nomenclature paléozoologique. Proe. Mens. Soe. Se. Dauphiné, 26 e année, n. o 195,5 p.

BREMER, H. (1965) - Zur Ammonitenfauna und Stratigraphie des unteren Lias (Sinemurium bis Carixium) in der Umgebung von Ankara
(Türkei). N. Jb. Geol. Palaont. Abh., Stuttgart, bd. 122 (2), pp. 127-221, 10 fig., abb. 12-16.

BUCKMAN, S. S. (1882) - Some new species of Ammonites from the Inferior OoUte. Proe. Dorset Nat. Hist. Antiq. Field-Club, IV,
pp. 137-146, 2 fig., pI. I-IV.

(1886-1907) - A Monograph of the Ammonites of the "Inferior OoUte series", P. S., London, XL-XL VIII; 1886 (publ. 1887),
pp. 1-24, pI. I-VI; 1887 (publ. 1888), pp. 25-56, pI. VII-XIV; 1888 (publ. 1889), pp. 57-144, pI. XV-XXIII et A; 1889 (publ. 1890),
pp. 145-244, pI. XXIV-XXXVI; 1890 (publ. 1891), pp. 245-256, pI. XXXVII-XLIV; 1891 (publ. 1892), pp. 257-312, pI. XLV-LVI;
1892, pp. 313-344, pI. LVII-LXXVI; 1893, pp. 345-376, pI. LXXVII-XCII; 1894, pp. 377456, pI. XCIII-Cm. Supplément LlI, 1898,
pp. I-XXXII, pI. I-IV; LIlI, 1899, pp. XXXIII-LXIV, pI. V-XIV; LVIII, 1904, pp. LXV-CLXVIII, pI. XV-XIX; LIX, 1905,
pp. CLXIX-CCVm, pI. XX-XXIV; LXI, 1907, pp. CCIX-CCLXII (index).

(1905) - On certain genera and species of Lytoceratidae. Q. J. G. S., London, vol. LXI, pp. 142-154, pI. XV-XVI.

(1909-1930) - Yorkshire Type Ammonites. in-8. 0 , l-II. Welsey and Son, London, seguido de Type Ammonites. III-VII, Wheldon and
Welsey, London, I, 1909-1912, pp. I-XXI+ 1-8+ 1-67 + A-G, 80 pI. (I-LXVII); II, 1913-1919, pp. V-X + I-XVI+ LXVIII-CXXI+ A-F,
83 pI. (LXVIlI-CXXX); III, 1919-1921, pp. 1-64, 177 pI. (CXXXI-CCLXVIIA); IV, 1922-1923, pp. 1-67, 196 pI. (XXIIIA, CXXXIA,
CCLXVIII-CDXXII); V, 1924-1925, pp. 1-88, 8 fig., 200 pI. (CDXXIII-DLXXV I) + 6 reedições; VI, 1925-1927,61 p., 3 fig., 192 pI.
(DLXXVII-DCCXVIIB); VII, 1927-1930,78 p., 118 pI. (DCCXVIII-DCCXCB).

BUKOWSKI,G. (1887 a) - Uber die Jurabildungen vom Czenstochau in Polen. Beitrage zur Palaontologie Osterreieh Ungarns und des Orients,
Wien, V, heft IV, pp. 75-171, taf. XXV-XXX.

(1887 b) - Uber das Bathonien. Callovien und Oxfordien in dem JurarÜcken zwischen Krakau und Wielun. Verhandlungen der
k. k. Geologisehen Reiehsanstalt, Wien, n. o 18, pp. 343-350.

CALLOMON, 1. H. (1955-1956) - The ammonite sucession in the lower Oxford Clay ahd Kellaways Beds at Kidlington. Oxfordshire. and the
zones ofthe Callovian stage. Philos. Trans. R. Soe., London, ser. B, Biol. Sei., n. o 664, vol. 239, pp. 215-264, pI. 2-3,5 fig., 4 tab.

(1971) - On the type species of "Macrocephalites" ZITTEL 1884 and the type specimen of "Ammonites macrocephalus"
SCHLOTHEIM 1813. Palaeontology, London, vol. 14, part. 1, pp. 114-130, 3 text-fig., pI. 15-18.

CANTALUPPI, G. (1967 a) - Alcune ammoniti domeriane della bassa Valganna (Varesotto). A. S. I. S. N. M. C. S. N. M., vol. CVI, fase. III,
pp. 216-231, tav. XXVI-XXVII.

(1967 b) - Le ammoniti domeriane della Vai Cappeline (Suello-Prealpi Lombarde). Atti Istit. Geol. Univ. Pavia, vol. XVIII,
pp. 1-50, tav. I-V.

(1970) - Le "Hildoceratidae" dei Lias media delle regiom' mediterranee. M. S. I. S. N. M. C. S. N. M., vol. XIX, fase. I, pp. 746,
2 ta,,:.

(1972) - Revisione di "Grammoceras" bassanii. controversa specie-tipo dei generi d'ammoniti Protogrammoceras e Bassaniceras.
A. S. I. S. N. M. C. S. N. M., vol. 113 (4), pp. 335-356, 1 fig., tav. XV-XVI.

CANTALUPPI, G. & BRAMBILLA, G. (1968) - Le ammoniti dei Ripiantino (Saltrio) e della Breggia (Canton Ticino). A. S. I. S. N. M.
C. S. N. M., vol. CVII, fase. III-IV, pp. 277-315, tav. XXVI-XXIX.

CANTALUPPI, G. & MONTANARI, L. (1968) - Carixiano Superiore e suo passaggio ai Domeriano a NW di Arzo (Canton Ticino). B. S. P. 1.,
Modena, vol. 7, n. o 1, pp. 57-77, tav. 11-13, fig. testo }-2.

CARIOU, E. (1966) - Les faunes d'Ammonites et la sédimentation rythmique dans l'Oxfordien supérieur du sueil du Poitou. Trav. Inst. Géol.
Anthropol. Préhist. Fac. Se. Poitiers, t. VII, pp. 45-67,2 fig.

(1971) - Caracteres de la fauneet subdivisions du Callovien supérieur en Poitou (France). A. I. G. P. H., Budapest, vol. LlV, fase. 2,
pp. 451-463,2 tav.

166
(1973) - Ammonites of the Callovian and Oxfordian. ln A. HALLAM, "Atlas of Palaeobiogeography". Elsevier, Amsterdam,
pp. 287-295, fig. 1-3, 1 pI.

CARIOU, E.; ELMl, S.; MA'NGOLD, C.; THlERRY, J. & TINTANT, H. (1971 a) - La sucession des faunes dans le Callovien français. Essais de
correlation à l'echelle de la zone. M. B. R. G. M., Paris, n. o 75, CoI. "Jur. Luxembourg", 1967, pp. 665-692, 4 fig.

(1971 b) - Zones de l'étage Callovien en France (Province subméditerranéenne). B. S. G. F., Paris, 7e sér., t. XIII, pp. 3845.

CARNET, N. (1966) - Les Hecticoceras de la zone a Quenstedtoceras lamberti en Bourgogne. D. E. S. S. N., Dijon, n. o 57, 124 p., pi. I-VII.

CARRERA, P. R. (1972) - Estudio paleontologico-estratigrafico dei Lias en el sector central de las Cordilleras Beticas. Tesis doetoral, Granada,
254+ 242 p., Iam. I-XIII, quadros diversos.

CHARPY, N. (1976) - Le genre Pachyceras (A mmonitina, Pachyceratidae, Callovien supérieur à Oxfordien moyen). Systematique, Phylogenie,
Paleobiogeographie, Stratigraphie. These Doet. 3e Cyele Geol., Univ. Dijon, Inst. Se. Terre, pp. 1-160, fig. 1-37, pI. 1-9.

CHATTON, M.(1947) - Géologie des préalpes médianes entre Gruyéres et Charmey. Mém. Soe. Fribourg Sei. Nat., n.o 13.

COLLIGNON, M. (1937) - Paléontologie de Madagascar. XXII - Les ammonites pyriteuses de l'Aptien d'Antanatanamirafy. Annales Paléont.,
Paris, t. XXVI, pp. 107-132, fig.l-l2, pI. I-III.

(1958-1959) - Atlas des fossiles caracteristiques de Madagascar. Fase. I (Lias-Bajocien); Fase. II (Bathonien-Callovien); Fase. III
(Oxfordien). Serviee Géologique, Tananarive, I, 3 p., pI. l-V (1958 a); II, pI. VI-XXXIII (1958 b); III, pI. XXXIV-LXVI (1959).

(1965) - Sur quelques céphalopodes du Jurassique du Sahara tunisien. Annales Paléont., Paris, Invertébrés, t. LI, fase. 1, pp. 4548.

COLLOT, L. (1918) - Les "Aspidoceras" des couches à minerai de fer de la Côte d'Or._B. S. G. F., 4 e sér., t. XVII, pp. 1-19, pI. 1-5.

CORROY, G. (1932) - Le Callovien de la bordure orientale du Bassin de Paris. Mém. expl. earte Géol. Franee, Paris, mém. 29, 337 p., 59 fig.,
pI. I-XXIX.

CORROY, G. & GÉRARD, D. (1933) - LeToarcien de Lorraineet du Bassigny. B. S. G. F., Paris, 5e sér., t. III, pp. 193-226, fig. 1-5.

COUFFON, O. (1917-1919) - Le Callovien du Chãlet, Commune de Montreuil-Bellay (Maine-et-Loire). BulI. Soe. Ét. Sei. Angers,
t. XLVII-XLIX, pp. 1-245, pI. l-XVIII.

COX, L. R. & ARKELL, W. J. (1948-1950) - A survey ofthe Mollusca of the Great Oolite Series. P. S., London, 105 p., 15 + 38 pI.

DEAN, W. T.; DONOVAN, D. T. & HOWARTH, M. K. (1961) - The Liassic' ammonite zones and subzones of the northwest European
Province. BulI. Brit. Mus. (Nat. Hist.), Geology, London, vol. 4 (10), pp. 437-505, pI. 63-75.

DEBELMAS,1. (1974) - Géologie de la France. 1. Vieux massifs et grands bassins sédimentaires. Doin, Paris, 296 p., 138 fig.

DEL CAMPANA (1903) - Fossili dei Giura superiore nei Sette Comuni. Atti della Reale Aeead. dei Lineei, Classe di seienze fisiehe,
matematiehe e naturali, Roma, vol. XII, 2. 0 , série 5.a , fase. 9. 0 , pp. 382-387.

(1905) - Faunula dei Giura superiore di Collalto di Solagno (Bassano). B. S. G. 1., Roma, vol. XXIII, pp. 239-269, tav. VII, 1904.

DESLONGCHAMPS, E. (1862) - Êtudes critiques sur des Brachiopodes nouveaux ou peu connues. Article ler. Espéces du Lias. Buli. Soe.
Linnéenne Normandie, 3e série, xe vol,pp. 3-26, pI. I-XII.

DEWEY, J. F.; PITMAN III, W. C.; RY AN, W. B. F. & BONNIN,1. (1973) - Plate tectonics and the evolution ofthe Alpinesystem. Geol. Soe.
Ameriea BulI., Boulder, vol. 84, n. o 10, pp. 3 137-3 180,19 fig.

DONOVAN, D. T. (1954) - Synoptic supplement to T. WRIGHT'S "Monograph on the Lias Ammonites ofthe British lslands" (1878-1886).
P. S., London, CVII, pp. 1-54.

(1955) - Révision des espéces décrites dans la "Monographie des Ammonites" de P. REYNÊS (Lias inférieur). M. S. G. F., Paris,
n. s., t. XXXIV, mém. n. o 73, pp. 1-47, pI. I-II.

(1958) - The ammonite zones of the Toarcian (Ammonitico Rosso Facies) ofsouthern Switzerland andItaly. E. G. H., Bâle, vol. 51,
pp. 33-60,4 text-fig.

(1967) - The geographical distribution of Lower Jurassic Ammonites in Europe and adjacent areas. Systematies Assoe. Publie., n.o 7,
pp. 111-134, fig. 1-5.

DORN, P. (1931) - Die Ammonitenfauna des untersten Malm der Frankenalb. II - Die Aspidoceraten. Palaeontographica, Stuttgart,'
band LXXIV, pp. 1-92 (67-158), fig. 76-180, taL XVII-XXXVI (l-XX).

DOUVILLÉ. F. (1943) - Contribution à l'étude des faunes du Cornbrash. Révision des genres "Clydoniceras" et "Macrocephalites':
M. S. G. F., Paris, n. s., t. XXII, fase. 1, mém. n.O 48,48 p., 7 pI.

DOUVILLÉ, R. (1912) - Êtude sur les Cardiocératidés de Dives, Villers-sur-Mer et quelques autres gisements. M. S. G. F., Paris, Paléont.,
t. XIX, fase. 2, mém. n. o 45, pp. 1-77, pI. I-V, fig. 1-84.

167
(1913) - Esquisse d'une elassifieation phylogénique des Oppeliidés. B. S. G. F., Paris, 4 e sér., t. XIII, pp. 56-75, 8 fig.

(1914) - Études sur les Oppeliidés de Dives et Villers-sur-Mer. M. S. G. F., Paris, Paléont., t. XXI, fase. 2, mém. n. o 48, pp. 1-26,
fig. 1-32, pI. IV-V.

(1915) - Études sur les Cosmoeératidés des eolleetions de I'Éeole Nationale Supérieure des Mines. Mém. expl. earte Géol. Franee,
Paris, 75 p., pI. 1-24.

DOYLE, R. W. (1968) - Identifieation and solubility of iron sulfide in anaerobie lake sedimento Ameriean Journal of Seienee, New Haven,
vol. 226, n. o 10, pp. 980-994, fig. 1-6.

DRESNAY, R. du (1964) - Quelques ammonites de la partie infétieure du Pliensbaehien (Carixien et Domérien pro parte) du jbel Bou-Rharraf
(Haut Atlas oriental). Notes Servo Géol. Maroc, Rabat, t. 23, n. o 172, pp. 141-164,6 fig., pI. I-II

DUBAR, G. (1925) - Études sur le Lias des Pyrénées françaises. Mém. Soe. Géol. Nord, IX, mém. I, 332 p., 50 fig., 7 pI.

(1954) - Sueeession des faunes d'Ammonites de types italiens au Lias moyen et inférieur dans le Haut Atlas maroeain. C. R. 1ge
Congro géol. inter. Alger 1952, seet. XVIII-3 e , fase. 15, pp. 23-27.

(1960-1962) - Notes sur la paléogéographie du Lias maroeain (domaine atlasique). Livre à la mémoire du Prof. P. Fallot. M. S. G. F.,
Paris, t. I, pp. 529-544, 3 fig.

(1961 a) - Les Hildoeeratidae du Domérien des Pyrénées et l'apparition de eette famille au Pliensbaehien inférieur en Afrique du
Nord. M. B. R. G. M., Paris, n. o 4, CoI. "Lias Français", 1960, pp. 245-253.

(1961 b) - Deseription de quelques "Protogrammoeeras" et "Fueinieeras" du Pliensbaehien inférieur. Ibid., pp. 253-257, fig. 1-10.

DUBAR, G. & MOUTERDE, R.(1961) - Les faunes d'ammonites du Lias moyen et supérieur. Vue d'ensemble et bibliographie. Ibid.,
pp. 236-244.

DUMORTIER, E. (1864-1874) - Études paléontologiques sur les dépôts jurassiques du bassin du Rhône. Savy, Paris, 1e partie, infra-Lias,
189 p., 30 pI., 1864; 2e partie, Lias inférieur, 256 p., 50 pI., 1867; 3e partie, Lias moyen, 351 p., 45 pi., 1869; 4 e partie, Lias
supérieur, 339 p., 62 pI., 1874.

ELMI, S. (1964 a) - Données nouvelles sur la systématique des "Heetieoeeratinae (Ammonitina, Haploeerataeeae) ': C. R. S. S. S. G. F., Paris,
fase. 2, séanee du 3 février, pp. 67-68.

(1964 b) - Le Domérien de la région d'Aubenas. 8geme Congro Soe. savantes, Lyon, pp. 63-71, 3 fig.

(1967) - Le Lias supérieur et le Jurassique moyen de l'Ardéehe. D. L. G. F. S. L., n. o 19 (3 fase.), pp. 1-845, text-fig.1-206,
pI. 1-17.

(1971) - Les zonesd'Ammonites dans la série Bajoeien supérieur-Callovien de l'Oranie (Ouest algérien). B. S. G. F., Paris, 7e ser.,
t. XIII, n. o 1-2, pp. 28-37, 1 fig.

ELMI, S.; ATROPS, F. & MANGOLD, C. (1974) - Les zones d'ammonites du Domérien-Callovien de l'AIgérie oecidentale. 1e partie:
Domérien-Toareien. D. L. G. F. S. L., n. O 61, pp. 1-83, fig. 1-17, pI. 1-6.

ELMI, S. & FAUGÊRES, J .-C. (1973) - Les Amaltheidés "(Ammonoidea)" du Maroe et de I'Ouest algérien; interprétation paléobiogéo-
graphique. C. R. A. S. P., t. 276, pp. 1 413-1 415.

ENAY, R. (1966) - L'Oxfordien dans la moitié Sud du Jura français. Nouv. Areh. Mus. Hist. Nat. Lyon, fase. VIII (2 tomes), pp. 1-624,
fig. 1-178, pI. I:XL.

(1972) - Paleobiogeographie des ammonites du Jurassique terminal (Tithonique/Volgien/Portlandien s. I.) et mobilité eontinentale.
Geobios, Lyon, n. o 5, fase. 4, pp. 355407, fig. 1-13.

ENAY, R. & MANGOLD, C. (1965) - A propos de la limite Dogger-Malm: le eontaet eallovien-oxfordien dans le Jura méridional. Carpatho-
-Balkan Geol. Assoe., Reports VII Congress Sofia, part II, vol. 1, pp. 91-98, 1 fig.

ENAY, R.; TINTANT, H. & CARIOU, E. (1971) - Les faunes oxfordiennes d'Europe méridionale. Essai de zonation. M. B. R. G. M., Paris,
n. o 75, CoI. "Jur. Luxembourg", 1967, pp. 635-664.

FAIRBRIDGE, R. W. (1957) - The dolomite questiono Soe. of Eeon. Paleont. and Mineralogists, Tulsa, pp. 125-178, fig. 1-14.

FARINACCI, A. (1964) - Sulla posizione sistematiea e stratigrafiea di "Protopeneroplis strita" WEYNS., 1950 (Foraminifera). Geol. Rom.,
Roma, III, pp. 4148, fig. 1-5.

FERRETI, A. (1972) - Rieherehe biostratigrafiehe sul Domeriano nel grupo montuoso dei Nerone (Appennino marehigiano). Riv. Ital.
Paleont., Milano, vol. 78 (1), pp. 93-130, tav. 13-18,4 fig.

FISCHER, R. (1966) - Die "Daetylioeeratidae (Ammonoidea)" des Kammerker (Nordtirol) und die Zonengliederung des alpinen Toarcien.
Bayerisehe Akad. Wissens. Mathem.-Natur. Klasse, Munehen, Abhandlungen Neue Folge, heft 126, pp. 1-83, pI. I-VI, tabl. 7.

168
(1972) - "Protogrammoceras" und "Fuciniceras (Ammonoidea) " im Lotharingium und Carixium Mittelitaliens. N. Jb. Geol. Palaont.
Abh., Stuttgart, bd. 141 (1), pp. 37-80, abb. 1-8.

FREBOLD, H. (1964) - Lower Jurassic and Bajocian ammonoid faunas of northwestern British Columbia and Southern Yukon. Buli. Geol.
Surv. Canada, Ottawa, n. o 116, pp. 1-31, 1 table, pI. I-VIII.

(1970) - Pliensbachian Ammonoids from British Columbia and southern Yukon. Canad. Jour. Earth Se., Ottawa, vol. 7, n. o 2,
pp. 435-456, 1 fig., 1 tabl., pI. l-IV.

FUCINI, A. (1899-1900) -Ammoniti dei Lias Medio dell'Appennino Centrale existenti nel museo di Pisa. Paleontographia italica, Pisa, V,
pp. 145-186 (1-42), tav. XIX-XXIV (I-VI), fig. 1-23, 1899; VI, pp. 17-78, (43-104), tav. VII-XIII, fig. 24-51, 1900.

(1901-1905) - Cephalopodi liassici dei Monte di Cetona. Ibid., Pisa, Mem. di Paleont., VII, pp. 1-89, tav. I-XIV, 1901; VIII,
pp. 131-218 (91-178), tav. XII-XXVI (XV-XXIX), 1902; IX, pp. 125-185 (179-240), tav. XIX-XXVII (XXX-XXXVIII), 1903; X,
pp. 275-298 (241-264), tav. XVIII-XXI (XXXIX-XLII), 1904; XI, pp. 93-146 (265-318), tav. III-XI (XLIII-LI), 1905; reunidos em
1 vol. in-4 0 , 318 p., 131 fig., 51 tav.

(1908) - Synopsis delle Ammoniti.del Medolo. Annali delle Universita toscana, Pisa, XXVIII, 107 p., 3 tav. 1907.

(1920-1934) - Fossili domeriani dei dintorni di Taormina. Paleontographia italica, Pisa, XXVI, pp. 75-116 (1-42), tav. V-VIII (I-IV),
1920; XXVII, pp. 1-21 (43-63), tav. I-IV (V-VIII), 1921; XXIX-XXX, pp. 41-77 (65-101), tav. IV-XV (IX-XX), 1923-1928; XXXI,
pp. 93-149 (103-159), tav. V-XXI (XXI-XXXVII), 1929-1930; XXXV, pp. 85-100 (161-176), tav. VIII-XI (XXXVIII-XLI), 1934;
reunidos em 1 vol. in-4 0 , 176 p., 4 fig., 41 tav.

GABILLY, 1. (1961) - Stratigraphie et paléogéographie du Lias dans le détroit pointevin. M. B. R. G. M., Paris, n. o 4, CoI. "Lias Français",
1960, pp. 475-486, fig. 1-3.

(1971) - Méthodes et modeles en stratigraphie du Jurassique. M. B. R. G. M., Paris, n. o 75, CoI. "Jur. Luxembourg", 1967, pp. 5-16,
2 fig.

(1973) - Le Toarcien de Poitou. Biostratigraphie de la région du stratotype. Evolution des "Hildocerataceae (Ammonitina)". These,
Poitiers.

GABILLY, 1.; ELMI, S.; MATTEI, 1.; MOUTERDE, R. & RIOULT, M. (1971) -L'étage Toarcien. Zones et sous-zones d'ammonites.
M. B. R. G. M., Paris, n. o 75, CoI. "Jur. Luxembourg", 1967, pp. 605-634, I tabl.

GALLITELLI-WENDT, M. F. (1969) - Ammoniti e stratigrafia dei Toarciano umbro-marchigiano (Appennino centrale). B. S. P. 1., Modena,
vol. 8, n. o I, pp. 11-62 (I-52), 11 fig., tav. 3-7.

GÉCZY, B. (1966) - Ammonoides jurassiques de Csernye, Montagne Bakony, Hongrie. Part I - Hammatoceratidae. Geologica Hungarica,
Budapest,lasc. 34, pp. 1-185, fig. 1·126, pI. I-XLIV.

(1967) -Ammonoides jurassiques de Csernye, Montagne Bakony, Hongrie. Part Il- (excl. Hammatoceratidae). Ibid., Budapest,
fase. 35, pp. 1-282, fig. 1-249, pI. I-LXV.

(1971) - L 'âge du banc à ammonites de Villány. A. I. G. P. H., Budapest, vol. LIV, fase. 2, pp. 465-469.

(1973) - The origin of the Jurassic faunal provinces and the mediterranean plate tectonics. Ann. Univ. Scient. Budap. Rolando
Eotvos Nomin., Sect. Geologica, Budapest, t. XVI, pp. 99-114, fig. 1·3.

GEMMELLARO, G. G. (1885) - Sopra taluni Harpoceratidi dei Lias Superiore dei Dintorni di Taormina. Tip. Michele Amenta, Palermo,
pp. 1-17, tav. I-II.

GÉRARD, C. & CONTAUT, H. (1936) - Les ammonites de la zone à Peltoceras athleta du Centre·Ouest de la France. M. S. G. F., Paris, n. s.,
t. 13, mém. 29,79 p., 19 pI., 18 fig.

GEYER, G. (1893) - Die mittelliasische Cephalopoden-fauna des Hinter-Schafberges in Oberosterreich. Abhand. der K. K. Geol. Reichs., Wien,
bd. XV (4), pp. 1-76, taf. I-IX. .

GILL, G. A. & TINTANT, H. (1975) - Les ammonites calloviennes du Sud d'lsrael. Stratigraphie et relations paléogéographiques.
C. R. S. S. S. G. F., Paris, fase. 4, pp. 103-106, 1 fig.

GOGUEL,J. (1954) - A propos de la profondeur de dépôt des marnes à Ammonites pyriteuses. C. R. S. S. S. G. F., Paris, pp. 222-225.

GOY, A. G. (1974) - El Lias de la mitad norte de la rama Castellana de la Cordillera Iberica. Tese Univ. Complutense Madrid, t. I-III,
pp. 1-940, fig. 1-110, Iam. 1-111.

GROSSOUVRE, A. de (1888) - Études sur l'étage bathonien. B. S. G. F., Paris, 3e série, t. XVI, pp. 366-401, 3 fig., pI. III-IV.

GUEX, J. (1971) - Sur la classification des "Dactylioceratidae (Ammonoidea) " du Toarcien. E. G. H., Bâle, vol. 64 (2), pp. 225-243, 1 fig.,
1 tabl., pI. I-III.

(1972) - Répartition biostratigraphique des ammonites du Toarcien moyen de la bordure sud des Causses (France) et révision des
ammonites décrites et figurées par MONESTIER (1931). Ibid., Bâle, vol. 65 (3), pp. 611-645, 2 fig., pI. I-XIII.

169
(1973 a) - Aperçu bio~tratigraphique sur le Toarcien inférieur du Moyen-Atlas marocain et discussion sur la zonation de ce
sous-étage dans les séries méditerranéennes. Ibid., Bâle, vol. 66 (3), pp. 493-523, fig. 14, pI. I-XV.

(1973 b) - Dimorphisme des "Dactylioceratidae" du Toarcien. Ibid., Bâle, vol. 66 (3), pp. 545-583, fig. 147, pI. I-III.

GUGENBERGER, O. (1929) - Pa[(iontologisch-stratigraphische Studien über den anatolischen Lias. N. Jb. Min. Geol. PaI., Stuttgart,
Beil-Bd. 62, pp. 235-300, 371456, 3 taf.

HAAS, O. (1912-1913) - Die Fauna der mittleren Lias von Ballino in Südtirol. Beitr. Palaont. Géol. Oster.-Ungarns u. des Orients, Wien,
band XXV (1912), pp. 223-285, taf. XIX-XX; band XXVI (1913), p. 1-161, taf.I-VII.

(1951) - Nomenclatural notes: some comments on VECCHIA "Su alcuni nomi generici di Ammoniti liassici". 1. P., Tulsa, vol. 25,
n. O 1, pp. 120-123.

(1955) - Revision of the Jurassic Ammonite fauna from Mt. Hermon, Syria. Buli. Am. Mus. Nat. Hist., New York, vol. 108, art. 1,
210 p., 30 pI.

HALLAM, A. (1965) - Environmental causes of stunting in living and fossi! marine benthonic invertebrates. Paleontology, London, vol. 8,
part 1, pp. 132-155.

(1969) - Faunal realms and facies in the Jurassic. Ibid., London, vol. 12, par! 1, pp. 1-8,4 fig.

(1971 a) - Evaluation of bathymetric criteria for the mediterranean jurassic. A. I. G. P.H., Budapest, vol. LIV, fase. 2, pp. 63-69.

(1971 b) - Provinciality in Jurassic faunas in relation to facies and palaeogeography, in "Faunal Provinees in Spaee and Time",
ed. por F. A. MIDDLEMISS, P. F. RAWSON& G. NEWALL. Geolog. Journal, SpeeialIssue n. o 4, pp. 129-152, 7 fig. Seel House
Press, Liverpool.

HAUER, F. R. (1854) - Beitriige zur Kenntniss der Heterophyl1en der Osterreichischen Alpen. Sitzungsberiehte der mathem.-naturw. Classe
der kais. Akademie der Wissensehaften, Wien, bd. XII, pp l-52, tab. l-III, taf. I-IV.

HAUG, É. (1890) - Note sur le péristome du "Phylloceras mediterraneum ': B. S. G. F.,Pfj.ris, 3e ser., t. 18 e , pp. 328-334, pI. IV.

HELLER F. & ZEISS, A. (1972) - J. M. C. RElNECKE und sein Werk: Des Urmeeres Nautili und A rgonautae aus dem gebiet von Coburg und
Umgebung. Erlanger Geol. Abhand, Erlangen, heft 90, pp. 1-42, taf. 14.

HEMMING, F. (1951) - Dr. W. J. Arkell's application to the lnternational Commission on Zoological Nomenclature for rulings (a) on the
question of the type species of "Macrocephalites" ZlTTEL, 1884, and (b) on the question of the type specimen of "Ammonites
macrocephalus" SCHLOTHElM, 1813 (Class Cephalopoda. Order Ammonoidea). Buli. Zool. Nomencl., London, n.o 2, pp. 173-177.

HIRANO, H. (1971) - Biostratigraphic study of the Jürassic Toyora Group. Part l. Mem. Fac. Se. Kyushu Univ., ser. D, Geol., vol. XXI, n. o 1,
pp. 93-128, text-fig.I-7, tab.I-4, pI. 14-20.

(1973) - Biostratigraphic study of the Jurassic Toyora Group. Part /I-III. Trans. Proe. Palaeont. Soe. Japan, n. s., part II, n.O 89,
pp. 1-14, pI. 1-4; p'\!t III, n. O 90, pp.45-71, pI. 9-10,4 fig., 4 tables.

HOFFMANN, K. (1968) - Neue Ammonitenfunde aus dem tieferen Unter-Toarcium (Lias E) des nordlichen Harzvorlandes und ihre feinstrati-
graphische Bedeutung. Geol. Jahrb., Hannover, bd. 85, pp~ 1-32, taf., 1-5.

HOFFMANN, K. & MARTIN, G. P. R. (1960) - Die zone des "Dactylioceras tenuicostatum" (Toarcien, Lias) in NW - und SW - Deutschland.
Palaeont. Zeitsehrift, Stuttgart, 34 (2), pp. 103-149, abb. 2, taL 8-12.

HOWARTH, M. K. (1955) - Domerian of the Yorkshire coast. Proe. Yorkshire Geol. Soe., Hull, vol. 30 (2), n. o 10, pp. 147-175, 3 fig.,
pI. 10-13.

(1957) - The middle Lias of the Dorset Coast. Q. J. G. S., London, n. o 450, vol. CXIII, fase. 2, pp. 185-204, pi. XVII, 1 fig.

(1962) - The Jet Rock Series and the Alum Shale Series of the Yorkshire Coast. Proe. Yorkshire Geol. Soe., Hull, vol. 33 (4), n. o 18,
pp. 381-422, pI. XXIV-XXVIII.

(1973 a) - The stratigraphy and ammonite faumi of the Upper Liassic Grey Shales of the Yorkshire Coast. BulI. Brit. Mus. (Nat.
Hist.), London, Geology, vol. 24 (4), pp. 237-277,6 fig., pI. 1-9.

(1973 b) - Lower Jurassic (Pliensbachian and Toarcian) ammonites. ln A. HALLAM, "Atlas of Palaeobiogeography". Elsevier,
Amsterdam, pp. 275-282, fig. 1-4.

HOWARTH, M. K. & STEPHANOV, J. (1965) - The genus "Kosmoceras" in Bulgaria. Travaux sur la Géologie de Bulgarie, ser. Paléontologie,
vol. VII, pp. 135-149, 1 fig., 2 tables, 1 pI.

HUPE, P. (1960) - Les zones stratigraphiques. Buli. Trim. Servo Inf. Géol. B. R. G. M., Patis, n. O 49, pp. 1-20,8 fig.

HYATT, A. (1867) - The fossi! Cephalopods of the Museum of Comparative Zoology. BulJ. Mus. Comp. Zool. Harvard Coll., Cambridge
(USA), vol. 1, n. o 5, pp. 71-102.

170
(1900) - Text-book of Paleontology. Class 5 - Cephalopoda. Ed. Ch. Eastman, London, pp. 502-604, fig. 1 049-1 235. (Tradução e
revisão de ZITTEL, 1884).

IMLAY, R. (1965) -Jurassic marinefaunal differentiation inNorth America. 1. P., Tulsa, voI. 39, n. o 5, pp. 1 023-1 038,6 fig.

INTERNATIONAL COMMISSION ON ZOOLOGICAL NOMENCLATURE (1961) -lnternational Code of Zoological Nomenclature


adopted by the XV International Congress of Zoology. International Trust for Zoological Nomenclature, London, 1 vol. XX+ 176 p.

JEANNET, A. (1951) - Stratigraphie und Palaeontologie des oolithischen Eisenerzlagers von Herznach und seiner Umgebung. Beitr. zur GeoI.
der Schweiz, Bem, Geotechn. ser., !ieL XIII, band 5, pp. 1-240, text-fig.I-545, taL 1-107.

(1954) - Die Macrocephaliten des Callovien von Herznach (Aargau). E. G. H., Bâle, vol. 47, n. o 2, pp. 223-267, taL XIII-XXVII,
fig. 1-50.

JEFFERIES, R. P. S. & MINTON, P. (1965) - The mode of life of two Jurassic species of ''Posidonia'' (Bivalvia). Palaeontology, London,
vol. 8, part 1, pp. 156-185, text-fig.l-12, pI. 19.

JOLY, B. (1970 a) - Les genres "Phylloceras" SUESS 1865 et ''Partschiceras'' FUCINI 1920. C. R. S. S. S. G. F., Paris, fase. 2, séance
du 2 février, pp. 66-67.

(1970 b) - La classification des "Phylloceratidae", essai de synthese. B. S. G. F., Paris, 7e sér., L XII, pp. 384-389, 16 fig.

KILIAN, W. (1888) - Description géologique de la montagne de Lure (Basses-Alpes). Paris.

KOTTEK, A. V. (1966) - Die ammonitenabfolge des Griechischen Toarcium. Ann. Géol. Pays Helléniques, Athcnes, 1e sér., L 18, pp. 1-157,
57 abb., pI. I-XVII.

KRUMBEIN, W. C. & SLOSS, L. L. (1969)- Estratigrafia y sedimentación. Utcha, México, 778 p., fig. 1.1-13.37.

KRYMHOLZ, G.; MESEZHNIKOV, M.; SACKS, V.; SHULGINA, N.; VAKHRAMAYEV, V. (1968) - Sur la méthode de l'élaboration des
cartes paléobiogéographiques. Proc. XXIII InternaL Geol. Congrcss, Praga, pp. 239-255,4 fig., 1 tabl.

KRYSTYNl. L. (1972) - Die Oberbajocium - und Bathonium - Ammoniten der Klaus - Schichten des Steinbruches Neumühle bei Wien
(Osterreich). Ann. Naturhistor. Mus. Wien, band 76, pp. 195-310,29 textabbild., 24 taL

KUMMEL, B. (1956) - Post-Triassic Nautiloid Genera. Buli. Mus. Comp. Zool. Harvard ColI., Cambridge (USA), vol. 114, n. o 7, pp. 324-494,
fig. 1-35, pI. 1-28.

(1964) -:- Nautiloidea-Nautilida in "Treatise on Invertebrate Paleontology" (sob a direcção de R. C. MOORE). Part K, Mollusca 3.
Univ. Kansas Press, Lawrence, pp. K383-K466, fig. 280-337.

LAHUSEN, I. (1883) - Die fauna der Jurassischen Bildungen des Rjasanschen gouvernements. Mém. Com. Géol. Russie, vol. I, n. o 1, pp. 1-94,
taL I-XI.

LAMAGNA, C. B. (1970) -Ammoniti liassici dei circondario di Rossano Calabro (Sila Orientale). Atti Accad. Pontaniana, Napoli, n. s.,
vol. XIX, pp. l-51, tav. I-II.

LANQUINE, A. (1929-1935) - Le Lias et ie Jurassique des Chafnes Provençales. Buli. Servo Carte Géol. France, Paris et Licge, 1.32, n. o 173
(1929), pp. 1-385, pI. I-XII; 1.38, n. o 191 (1.935), pp. 1-135, pI. XIII-XIV.

LECKENBY, J. (1859) - On the Kelloway Rock of the Yorkshire Coast. Q. 1. G. S., London, vol. 15, pp. 4-15, pI. I-III.

LEE, G. W. (1905) - Contribution à l'étude stratigraphique et paléontologique de la Chaine de la Faucille. M. S. P. S., Basel, vol. XXXII,
pp. 1-91, pI. I-III.

LEMOINE, P. (1910) - Paléontologie de Madagascar. VIII - Ammonites du Jurassique supérieur du cercle d'Analalava (Madagascar). Ann.
Paléontologie, Paris, L V, fase. IV, pp. 137-168, pI. I-V.

LEMOINE, E. (1932) - Essai sur l'évolution du genre "Hecticoceras" dans le Callovien de la Chaine du Mont-du-Chat. T. L. G. F. S. L.,
fase. XIX, mém. n. o 16, pp. 1-527, 80 fig., pI. I-XXIV.

LINARES, A.; MOUTERDE, R. & RIV AS, P. (1974) - Présence de formes sub·boréales d'Ammonites (Amalthéidés) dans le Lias moyen de la
Zone subbétique (Espagne méridionale). B. S. G. F., Paris, 7e sér., 1. XVI, n. o 4, pp. 453-455.

LISSAJ OUS, M. (1907-1912) - Jurassique mâconnais. Description des fossiles caractéristiques et des especes les plus communes. Buli. Soe.
HisL Nat. Mâcon, voI. 3, n. os 3-16, 208 p., pI. I-XIX.

(1923) - Étude sur la faune du Bathonien des environs de Mâcon. T. L. G. F. S. L., fase. III, mém. n. o 3, pp. 1-259, 26 fig.,
pI. I-XXIII.

LISSAJOUS, M. & ROMAN, F. (1925) - Répertoire alphabétique des Belemnites jurassiques précédé d'un essai de classification. Ibid.,
fase. VIII, pp. 1-175, 23 fig., 1 tab.

(1927) - Description de quelques nouvelles especes de Belemnites jurassiques. Ibid., fase. X, mém. n.o 7 (suppl.), pp. 1-42, pI. I-IV.

171
LOCZY, L. (1915) - Monographie der Villanyer Callovien-Ammoniten. Geologiea Hungariea, Budapest, t. 1, fase. 3-4, pp. 255-507 (1-253),
fig. 1-149, taf. XIII-XXVI (I-XIV).

LOESCH, K. C. (1914) - Die Nautiliden des weissen Jura. Palaeontographiea, Stuttgart, band LXI, pp. 57-146, taf. X-XV.

LOMBARO, A. (1956) - Géologie sédimentaire. Les séries marines. Masson, Paris, 722 p., 180 fig., 13 pI.

LOMINAOZE, T. A. (1967) - Les Macrocephalitidés du Oillovien de la Géorgie et du Caucase du Nord. Trav. Aead. Sciene. Géorgie, Tbilissi,
n. o 19, pp. 1-208,71 fig., 22 pJ.

LORIOL, P. (1896) - Êtude sur les mollusques et brachiopodes de l'Oxfordien supérieur et moyen du Jura Bemois (1 e partie). M. S. P. S.,
Geneve, vol. XXIII, pp. 1-77, pJ. I-XI.

(1898) - Êtude sur les mollusques et brachiopodes de l'Oxfordien inférieur ou zone à Ammonites renggeri du Jura Bernois
(1 e partie). Ibid., Geneve, voJ. XXV, pp. 1-115, fig. 1-29, pJ. I-VII.

(1901) - Êtude sur les mollusques et brachiopodes de l'Oxfordien supérieur et moyen du Jura Bemois (1 er supplément). Ibid.,
Geneve, vol. XXVIII, pp. 1-119, pJ. I-VII.

(1903) - Étude sur les mollusques et brachiopodes de l'Oxfordien supérieur et moyen du Jura Lédonien. Ibid., Geneve, vol. XXX,
pp. 77-160, pI. VI-XIX.

MAIRE, V. (1928) - Contribution à la connaissance de la faune des mames à "Creniceras renggeri" dans la Franche-Comté Septentrionale.
Êtude sur les Oppéliidés. T. L. G. F. S. L., fase. XII, mém. 10, pp. 1-60, pJ. I-III.

MALINOWSKA, L. (1971) - Ammonites .and nautiloids of the epicontinental Oxfordian in Poland. A. I. G. P. H., Budapest, vól. LIV, fase. 2,
pp. 547-555, fig. 1-4.

MANGOLO, C. (1970 a) - "Morphoceratidae (Ammonitina-Perisphinctaceae)" bathoniens du Jura méridional, de la Niévre et du Portugal.


Geobios, Lyon, n. o 3, fase. 1, pp. 43-130, 38 fig., pI. 3-7.

(1970 b) - Stratigraphie des étages Bathonien et Callovien du Jura meridional. O. L. G. F. S. 1.., n. o 41, fase. 1, pp. 1-376, 119 fig.

(1970 e) - Les "Perisphinctidae (Ammonitina) " du Jura méridional au Bathonien et au Callovien. O. L. G. F. S. L., n. o 41, fase. 2,
pp. 1-246, 160 fig., pI. 1-16.

MANGOLO, c.; ELMI, S. & GABILLY, J. (1971) - Les faunes du Bathonien dans la moitié sud de la France. Essai de zonation et de
correlation. M. B. R. G. M., Paris, n. O 75, CoI. "Jur. Luxembourg", 1967, pp. 103-132, I tabl.

MANGOLO, c.; ENAY, R. & DOMINJON, P. (1964) - Note préliminaire sur le Bathonien inférieur du Bugey (Jura méridional). B. S. G. F.,
Paris, 7e ser., t. VI, pp. 529-534, 1 fig.

MARCHANO, O. & TlNTANT, H. (1971) - Êtudes statistiques sur "Pseudaganides aganiticus" (SCHLOTHEIM) et diverses espéces voisines.
BulI. Se. Bourgogne, Dijon, t. XXVIII, pp. 111-169, fig. 1-10, tabLl-4, pI. I-IV.

MASCKE, E. (1907) - Die Stephanoceras - Verwandten in den Coronatenschichten von Norddeutschland. Inaugural-Dissertation zur
Erlangung der Doktorwürde der hohen philosophisehen Fakultat der Georg-August Universitat zu Gottingen, pp. 1-38, 1906.

MATTEI, 1. (1971) - Analyse des termes fossiliféres domériens dans les Causses du Sud du Massif Central français. Êssai d'étude biostrati-
graphique. M. B. R. G. M., Paris, n. o 75,CoJ. "Jur. Luxembourg", 1967, pp. 547-566.

MATTEI, J.; ELMI, S.; MOUTEROE, R.; TINTANT. H. & GABILLY, J. (1971) -LeDomérien dansquelquesrégionsdu centreetdu sudde la
France. Ibid., pp. 567-580.

MAUBEUGE, P. L. (1957 a) - Les Ammonites de la zone à "Dactylioceras semicelatum-tenuicostatum" dans l'Est de la France et plus
spécialement dans le grand duché de Luxembourg. Areh. Seet. Se.lnst. Grand-Oueal, Luxembourg, n. s., t. XXIV, pp. 189-226,
pI. I-XXX.

(1957 b) - Les données actuelles sur la tectonique pendant le Jurassique dans l'est du bassin de Paris. Rélations avec la sédimen-
tation et conséquences pour la recherche des hydrocarbures. Congreso Geol. Intern., xxa sesión, Méxieo, seeeión V, tomo I,
pp. 153-167, 1956.

(1967) - Catalogue des Ammonites du Jurassique inférieur et moyen (Hettangien à Bathonien) du Musée cantonal de Bâle-
-Campagne. Deuxieme partie. Tatigkeitsberieht der Naturforsehenden Gesel1sehaft Basel1and, Liestal, band 25 (1965), pp. 43-130,
plusieurs fig.

MAUBEUGE, P. L.& RIOULT, M. (1964) - Présence de "Paltarpites" dans le Lias du Grand-Duché de Luxembourg. Areh. Seet. Se. Inst.
Grand-Dueal, Luxembourg, t. XXX, pp. 107-113,5 fig., 1963.

(1966) - Nouvelle découverte de "Paltarpites" dans le Jurassique inférieur du Grand-Duché de Luxembou;.g. Ibid., Luxembourg,
t. XXXI, pp. 305-308, fig. I-X, 1964.

MENEGHlNI, 1. (1867) - Monographie des fossiles appartenant au calcaire rouge ammonitique de Lombardie et de l'Apennin de /'ltalie
centrale. Paleont. Lombarde de STOPPANI, Pisa, (4),112 p., 30 tav.+ Apendiee (Fossiles du Medolo), 40 p., 7 tav.

172
MERLA, G. (1932) - Ammoniti giuresi del/'Appennino centrale. I. Hildoceratidae. Palcontographia italica, Siena, XXXIII (n. s. III), pp. 1-54,
tav. l-VIII.

(1933) -Ammoniti giuresi dell'Appennino centrale. II. Hammatoceratinae. Ibid., Siena, XXXIV (n. s. IV), pp. 1-29, 5 fig., tav. I-IV.

MICHARD, A. (1969) - Les dolomies. Une revue. Buli. Servo Carte Geol. Ais. Lorr., Strasbourg, t. 22, fase. 1, pp. 1-92, 38 fig.

MITZOPOULOS, M. K. (1930) - Beitriige zur Cephalopodenfauna der Oberen Lias der alta Brianza. Atenas, 116 p., taL l-VIII.

MONESTIER, J. (1934) -Ammonites du Domérien de la région SE de l'Aveyron et de quelques régions de la Lozere à l'exclusion des
Amalthéidés. M. S. G. F., Paris, n. s., t. X, fase. 3, mém. n. O 23, pp. 1-102, pI. I-XI.

MOORE, R. C. (1957) - Treatise on Invertebrate Paleontology (sob a direcção de). Part L, Mollusca 4: Cephalopoda-Ammonoidea. Univ.
Kansas Press, Lawrence, 490 p., in 8.0,558 fig.

MOUTERDE, R. (1953) - Études sur le Lias et le Bajocien des bordures nord et nord-est du Massif Central français. BulI. Servo Carte Géol.
France, Paris, t. L, n. o 236,460 p., 14 pI., 7 tabl., 1952.

MOUTERDE, R.; ENAY, R.; CARIOU, E.; CONTINI, D.; ELMI, S.; GABILLY, J.; MANGO!-D, C.; MATTEI, J.; RIOULT, M.; THIERRY, J. &
TINTANT, H. (1971) - Les zones du Jurassique en France. C. R. S. S. S. G. F., Paris, fase. 2, pp. 76-112.

MOUTERDE, R. & SUAREZ-VEGA, L. C. (1971) - Las zonas de ammonites dei Jurasico inferior y media de Espana. I Congro Hispano-Luso-
-Americ. Geol. Económica, Madrid, t. I, secção 1, pp. 473-478.

MOXON, C. (1841) - /llustration of the characteristic fossils of British Strata. London, 46 p., 34 pI.

MUNIER-CHALMAS, E. (1892) - Sur la possibilité d'admettre un dimorphisme sexuel chez les Ammonitidés. C. R. S. S. S. G. F., Paris, 3e sér.,
t. XX, pp. CLXX-CLXXIV.

NEUMAYR, M. (1871 a) - I. Jurastudien. 3. Die Phyl/oceraten des Dogger und Malm. 4. Die Vertretung der Oxfordgruppe im ostlichen
Theile der mediterranen Provinz. Jahrb. der k. k. geolog. Reichs., Wien, band XXI; heft 3, pp. 297-354 (1-58), taL XII-XVII; heft 4,
pp. 355-378 (59-82), taL XVIII-XXI.

(1871 b) - Die Cephalopodenfauna der Oolithe von Balin bei Krakau. Abh. k. k. geolog. Reichs., Wien, band V, pp. 19-54,
taL IX-XV.

(1875) - Die Ammoniten der Kreide und die Systematik der Ammonitiden. Zeitschr. Deutsch. Geol. Gesell., Berlin, band XXVII,
pp. 854-942.

(1879) - Zur Kenntnis der Fauna des Untersten Lias. Abh., k. k. geolog. Reichs., Wien, band VII, pp. 1-46, taL l-VII.

NOETLING, F. (1887) - Der Jura am Hermon. Eine geognostische Monographie. E. Sehweizerbart'sehe Verlagsbuehhandlung (E. Koeh),
Stuttgart, i-vit 46 p., taL l-VII.

OPPEL, A. (1853) - Der Mittlere Lias Schwabens. ext. Württ. Naturwis.,Stuttgart, 1 vol. in-8. o , 92 p., 4 taf.

(1856-1858) - Die Juraformation Englands, Frankreichs und des Südwestlichen Deutschlands nach ihren einzelnen Cliedern
eingeteilt und verglichen. Württ. Naturwis. Jahresh., Stuttgart, XII-XIV, 1 vol. in-8.o, 857 p., 1 earte.

(1862) - Ueber jurassische Cephalopoden. PaI. Mittheil. aus dem Mus. des Koenigl. Bayer. Staates, Stuttgart, pp. 127-266,
tab.40-50.

ORBIGNY, A. d' (1840-1842) - Paléontologie française. Terrains crétacés, Tome ler. Céphalopodes. Ed. autor, Paris, pp. 1-120 (1840),
pp. 121-430 (1841), pp. 431-662 (1842).

(1842-1851) - Paléontologie française. Terrains oolitiques ou jurassiques. I - Céphalopodes. Paris, 642 p., 234 pI.

(1850-1852) - Prodrome de Paléontologie stratigraphique universelle des animaux mollusques et rayonnés. Paris, t. 1-2 (1850); t. 3
(1852).

PARONA, C. F. (1880) - I fossiU degli strati a Posidonia alpina di Camporovere nei Sette Comuni. Atti Soe. !t. Se. Nat., Milano, vol. 23,
pp. 244-277, tav. 5.

(1894) - La fauna fossile (Calloviana) di Acque Fredde sulla sponda veronesedel Lago di Carda. Mem. CI. se. fis. mato nato Reale
Aeead. Lineei, Roma, ser. 4. a , vol. VII (1893), pp. 364-396, 1 tav., fig. 1-47. .

(1896) - Nuove osservazioni sopra la fauna e l'età degli strati con Posidonia alpina nei Sette Comuni. Paleontographia italiea, Pisa,
I (1895), pp. 1-42, tav. 1-2.

PARONA, C. F. & BONARELLI, G. (1895) - Sur la faune du Callovien inférieur (Chanasien) de Savoie. Mém. Acad. Sei. Belles-Lettres Arts
Savoie, Chambéry, sér. 4, t. VI, pp. 1-179, 5 fig., pI. I-XI.

PAVIA, C. (1969) - Nouvelles données sur le Bajocien de Digne. B. S. G. 1., Roma, vol. 88, pp. 445-451,4 fig.

173
(1971) -Ammoniti dei Baiociano Superi0r.e di Digne (Francia SE, Dip. Basses-Alpes). B. S. P. L, Modena, vol. 10, n. o 2, pp. 75-142,
tav. 13-29, 8 fig., 3 tab.

PAVIA, C. & STURANI, C. (1968) - Étude biostratigraphique du Bajocien des chaines subalpines aux environs de Digne. B. S. G. L, Roma,
vol. 87, pp. 305-316, 3 fig.

PETITCLERC, P. (1915) - Éssai sur la faune du Callovien dans le département des Deux-Sevres et plus spécialement de ce/le des environs de
Niort. L. Bon impr., Vesoul, pp. 1-144, pI. I-XIV.

(1916-1917) - Note sur des fossiles nouveaux rares ou peu connus de l'est de la France. L. Bon impr., Vesoul, pp. 1-52, pI. I-VIII.

PIA, J. (1913) - Uber eine mittelliasische Cephalopodenfauna aus dem nordoStlichen Kleinasien. Ann. K. K. Naturh. Hofmus., Wien, XXVII,
pp. 335-388,7 fig., taf. XIII-XV.

PINNA, G. (1963-1968) - Ammoniti dei Lias sup. (Toarciano) dell'Alpe Turati (Erba, Como). I partie - gen. Mereatieeras, Pseudomereatieeras
e Brodieia. II partie - fam. Daetylioeeratidae. III partie - Lytoeeratidae, Nannolytoeeratidae, Hammatoeeratidae (excl. Phymato-
eeratinae), Hildoeeratidae (excl. Hildoeeratinae e Bouleieeratinae). M. S. I. S. N. M. C. S. N. M., I, vol. XIII, fase. II, pp. 67-98,3 fig.,
tav. X-XII, 1963; II, vol. XIV, fase. II, pp. 85-136, 3 fig., tav. V-VII, 1966; III, vol. XVII, fase. I, pp. Hí9, 8 fig., tav. I-VI, 1968.

(1969) - Revisione delle Ammoniti figurate da G. MENEGHINI nelle Tav. 1-22 della ''Monographie des fossiles du calcaire rouge
ammonitique" (1867-1881). Ibid., vol. XVIII, fase. I, pp. 7-21, 2 fig., tav. I-VI.

PINNA, G. & LEVI-SETTI, F. (1971) - I "Dactylioceratidae" della provincia mediterranea (Cephalopoda Ammonoidea). Ibid., vol. XIX,
fase. II, pp. 49-136, tav. I-XII, 21 fig., 16 tab.

PITMAN III, W. c., & TALWANI, M. (1972) - Sea-floor spreading in the North Atlantic. Geol. Soe. Ameriea Bull., Boulder, vol. 83, n. o 3,
pp. 619-646, fig. 1-9.

PLICKA, M. (1970) - "Zoophycos" and similar tossils. ln "Trace fossils". T. P. CRIMES & J. C. HARPER. Geol. Joum. Spee. Issue n. O 3, Seel
House Press, Liverpool, pp. 361-370, fig. 1-4, pI. 1-2.

POMEROL, C. (1975) - Stratigraphie et Paléogéographie. Ére Mésozoique. Doin, Paris, 383 p., fig. 1.1-13 .15.

POMPECKJ, J. F. (1893-1896) - Beitriige zu einer Revision der Ammoniten des schwiibischen Jura. Lieferung 1, I. Phylloeeras, II. Psiloeeras,
III. Sehlotheimia. Jahresh. Ver. vaterl. Naturk. WÜrtt., 49 0 ano, pp. 151-248, 23 fig., taf. II-VII. Lieferung 2, IV. Lytoeeras,
V. Eetoeentrites. Ibid., Stuttgart, 52° ano, pp. 277-362, fig. 24-37, taf. III-VII.

POPA, E. (1970) - Asupra prezentei Zonei Tenuicostatum (Toarcian inferior) in imprejurimile Brasovului, La Cristian (Carpatii Orientali). Dari
de seama ale sedintelor, Inst. Geol., Bueuresti, vol. LV (1967-1968),3. Paleont., pp. 85-94, fig. 1-8.

POPOVICI-HATZEG, V. (1905) - Les Céphalopodes du Jurassique moyen du Mont Strunga (Massifde Bucegi, Roumanie). M. S. G. F., Paris,
Paléontologie, t. XIII, fase. 3, pp. 1-28, fig. 1-11, pI. I-VI.

POTONIÉ, R. (1929) - Die ammonitischen Nebenformen des Dogger (Apsorroceras, Spiriceras, Parapatoceras). Jahrb. Preuss. Geol.
Landesanst., Berlin, band L, teil I, pp. 216-261, taf. 17-19.

PRATT, S. P. (1841) - Description of somme new Species of Ammonites found in the Oxford Clay on the line of the great Western Railway
near Christien Malford. Annals Mag. Nat. Hist., London, vol. VIII, n. o 50, XIX, pp. 161-165, pI. III-VI.

PRIESER, T. (1937) - Beitrag zur systematik und Stammesgeschichten der Europaischen Peltoceraten. Palaeontographiea, Stuttgart,
band LXXXVI, ab. A., pp. 1-144, fig. 1-13, pI. I-IX.

PUGIN, L. (1959) - Nannolytoceras tripartitum (RASPAIL). Palaeont. Univ., n. s., n. o 262.

(1964) - Ammonites préalpines. Étude critique des Lytoceratina du Dogger. M. S. P. S., Bâle, vol. 80, pp. Hí7, 10 fig., 4 pI.

QUENSTEDT, F. A. (1846-1849) - Petrefactenkunde Deutschlands. 1 vol. abt. I. I, Cephalopoden. Tübingen, 1 vol. in-8. 0 , iv+ 581 p.+ Atlas
zu den Cephalopoden, in-folio, tab. 1-36.

(1858) - Der Jura. Tübingen, 1 vol. in-8. 0 , VI+ 842 p., 42 fig., tab. 1-100.

(1883-1888) - Die Ammoniten des Schwiibischen Jura. Stuttgart, 3 vol. in-8. 0 , 1 140 p.+ Atlas in-folio, 126 tab.

RAKUS, M. (1964) - Biofazielle studien im Lias der Grossen Fatra. Sbornik Geol. Vied. Západné Karpaty, Bratislava, rad ZK, Zvazok 1,
pp. 93-156, taf. XVI-XXVII, abb. )-21.

RANGHEARD, Y. (1961) - Étude paléontologique des représentants du genre ''Hecticoceras'' du Callovien du Jura Franc-Comtois. An. Se.
Univ. Besançon, 2e sér., Géol., fase. 14, pp. 135-176,4 pI., 15 fig., 2 tab.

RASPAI L, F. V. (1830 a) - Ammonites des Basses-Alpes et des Cévennes. An. Sei. d'Observ., Paris, t. III, pI. 11-12 (sem texto nem legenda).

(1830 b) - Ammonites des Basses-Alpes et des Cévennes. An. Sei. d'Observ., Paris, t. IV, pI. 1,2 e 8 (sem texto nem legenda).

174
(1831) - Histoire naturelle des Ammonites, suivie de la description des Ammonites des Basses-Alpes et des Cévennes. Le Lycée:
Journ. Sei. Soe. Sav., Paris, pI. 14-15.

(1866) - Histoire naturelle des Ammonites et des Térébratules suivie de la description des especes de ces deux genres recueillies âans
les départements des Basses-Alpes, de Vaucluse et de la Lozére. Paris & Bruxelles, p. 1-46, pI. l-Xl.

RASPAIL, 1. (1901) - Contribution à ['étude de la falaise jurassique de Villers-sur-Mer. Callovien, Oxfordien. Feuille jeunes Nat., Paris,
sér. 4, XXXI, n. o 365, pp. 125-126; n. O 366, pp. 145-149, pl.lX;n. o 367, pp. 169-172;n.o 368, pp. 193-198, pI. X-XII.

RATE L, D. (1965) - Études sur les ammonites de l'Oxfordien de Bourgogne. Genre "Peltoceratoides". D. E. S. S. N., Dijon, n.o 48,112 p.,
33 tab., pI. I-XXXVIl.

REINECKE, D. L C. M. (1818) - Maris protogaei Nautilos et Argonautas vulgo "Cornua Ammonis" in Agro Coburgico et vicino. Coburgi,
90 p., tab. I-XIII.

REPELIN, J. (1898) - Sur le Jurassique de la chaine de la Nerthe et de l'Étoi/e. B. S. G. F., Paris, 3e sér., t. XXVI, pp. 517-531.

REUTER, L. (1908) - Die Ausbi/dung des oberen braunen Jura im nordlichen Teile der fr(mkischen Alb. Geogn. Jahrest., Erlangen, n.o XX,
pp. 19-134,9 pI.

REYMENT, R. A. (1971) - Callovian ammonites (Lamberti-zone) found in an erratic concretion near Svedala, Scania. Buli. Geol. Inst. Univ.
Uppsala, n. s., vol. 3,pp.19-25, 1 fig., pI. I-V.

REYNÊS, P. (1868) - Essai de géologie et de paléontologie aveyronnaises. Bailliere, Paris, 1 vol. in-8 0 , 109 p., 7 pI.

(1867-1879) - Monographie des Ammonites. 1e partie, Lias. 1 vol. in-8 0 , 4+ 7+ XXIV+ 72 p., 50+ 8 pI.

ROCHA, R. B. (1971) - Glossário Paleontológico ("Ammonoidea "). C. E. G. F. C. L., 74 p., fig. 1-6.

ROCHÉ, P. (1939) -Aalénien et Bajocien du Mâconnais et de quelques régions voisines. T. L. G. F. S. L., fase. XX~V, mém. 29,355 p.,
12 fig., pI. I-XIII.

ROEMER, F. A. (1870) - Geologie von Oberschlesien. Breslau, 587 p., taL 1-50.

ROGER, J. (1974) - Paléontologie Générale. Masson et Cie, eoll. "Scienees de la Terre", Paris, 1,419 p., 184 fig.

ROLLIER, L. (19.f2) - Phylogénie des Ammonoides. E. G. H., Lausanne, vol. 17, n.o 3, pp. 358-360, pI. XX-XXII.

ROMAN, F. (1935) - La faune des minerais de fer des environs de Privas. T. L. G. F. S. L., fase. XXVII, mém. 23, 52 p., 1 fig., pI. I-VIII.

(1938) - Les ammonites jurassiques et crétacées. Éssai de Genera. Masson, Paris, 1 vol. in-4.o , 554 p., 53 pI.

ROMAN, F. & BRUN, P. de (1924) - Études sur le Callovien de la vallée du Rhône. Monographie de la faune callovienne de Naves pres Les
Vans (Ardeche). L Stratigraphie (ROMAN BRUN); II. Paléontologie (ROMAN). T. L. G. F. S. L., fasc. VI, mém. n. o 5, pp. 1-111,
fig. 1-30, pI. I-XII.

ROMAN, F. & LEMOINE, E. (1924) - Sur quelques "Hecticoceras" du groupe ''H. retrocostatum" DE GROSSOUVRE. B. S. G. F., Paris,
4. a sér., t. XXIV, pp. 100-108, pI. III.

RUTTEN, M. G. (1953) - Sur la genese desdépôts à Ammonites pyriteuses. C. R. S. S. S. G. F., Paris, pp. 305-308.

(1955) - Lesammonites pyriteuses. C. R. S. S. S. G. F., Paris, tàse. 7, pp. 136-137.

SAPUNOV, I. (1963) - Toarcian ammonites of the family "Dactylioceratidae" [rom Western Bulgaria. Travaux Géol. Bulgarie, Aead. Se.
Bulgarie, sér. Paléontologie, vol. V, pp. 109-147, t. I-VI.

SAYN, G. & ROMAN, F. (1928-1930) - Études sur le Callovien de la vallée du Rhône. II Monographie stratigraphique et paléontologique du
Jurassique moyen de la Voulte-sur-Rhône (Ardeche). T. L. G. F. S. L., fasc. XIII, mém. n.o 11 (1), pp. 1-165, fig. 1-29,1 pI. (1928);
fase. XIV, mém. n. o 11 (2), pp. 167-256, fig. 30-35, pI. XIII-XXI (1930).

SCHAFER, W. (1972) - Ecology and palaeoecology of marine environments. Oliver & Boyd, Edinburgh, XII + 568 p., 277 fig., 39 pI.

SCHINDEWOLF, O. (1962-1963) - Studien zur Stammesgeschichte der Ammoniten. Lieferung II-III. Akad. der Wissenseh. und der Liter.,
Abhandl. der Math.-Naturw. KI., Wiesbaden, pp. 111-406, abb. 59-243, taL 3,

SCHLOTHEIM, E. F. Baron von (1813) - Beitrage zur Naturgeschichte der Versteinerungen in geognostischer Hinsicht. Tasehenb. f. d. ges.
Min., Frankfurt, heft 7 (1), s. 3-134, taL 1-4.

(1820-18~3) - Die petrefactenkunde auf ihrem jetzigen Standpunkte durch die Beschreibung seiner Sammlung versteinerter und
fossiler Uberreste des Thier-und Pflanzenreichs der Vorwelt erlaütert. Gotha, I-LXII + 1-438 p. (1820), taL I-XXI (1822),
taL XXII-XXXVII (1823).

SCHMIDT-EFFING, R. (1972) - Die Dactylioceratidae eine Ammoniten-Familie des unteren Jura. Münstersehe Forsehungen zur Géol. und
Palaont., Munster, heft 25/26, pp. 1-255,31 abb., 7 tab., 19 taL

175
SEPTFONTAINE, M. (1974) - Présence de "Protopeneroplis trochangulata" sp. novo (Foraminifére) dans le Crétacé inférieur du Jura
meridional et révision de "Protopeneroplis" WEYNSCHENK, 1950. E. G. H., Bâle, vol. 67/3, pp. 605-628, fig. 1-7, pI. I-II.

SEQUEIROS, L. (1973) - Algunos "Pachyceras (Tornquistes)" de la zona subbetica. Cuad. Geol., Granada, 4, pp. 99-109, fig. 1-2, Iam. I-VI.

(1974) - Paleobiogeografia deI Calloviense y Oxfordense en el sector central de la zona subbetica I-II. Tesis doctorales de la
Universidad de Granada, 65, pp. 1-275+ 1-359, fig. 1-122+ 1-140, Iam. I-XXXII.

SIMPSON, M. (1843) - A monograph of the ammonites ofthe Yorkshire Lias. London.

SIMPSON, S. (1970) - Notes on "Zoophycos" and "Spirophyton': ln "Trace fossils", T. P. CRIMES & 1. C. HARPER, Geol. Journ. Spec.
Issue, n. O 3, Seel House Press, Liverpool, pp. 505-514, fig. 1-4.

SOWERBY, 1. & SOWERBY, J. de C. (1812-1846) - The Mineral Conchology of Great Britain, 7 vol. I-IV (pars), 234+ 251 + 194+ 148 p.,
pI. 1-337 (1812-1822) por SOWERBY, 1.; IV (pars)-VII, 112+ 168+ 230+ 80 p., pI. 338-648 (1822-1846) por SOWERBY, 1. de C.,
London.

SPATH, L. F. (1913) - On Jurassic Ammonites from Djebel Zaghuan (Tunisie). Q.1. G. S., London, vol. LXIX, pp.540-580, 4 fig.,
pI. UI-LIlI.

(1920) - On Jurassic Ammonites from East Africa collected by Prof. J. W. GREGORY. Geol. Mag., London, vol. LVII, pp. 311-320,
351-362, pI. V.

(1924) - On the Blake collection ofAmmonites from Kachh, India. PaI. Indica, Calcutta, vol. IX, mém. n. o 1, pp:T-29.

(1925-1926) - Notes on Yorkshire Ammonites. I - On the genus "Oxynoticeras" HY ATT. Naturalist, 1925, pp. 107-112. II - On a
Deroceratid. Ibid., 1925, pp. 137-141. III - On the "Armatus Zone". Ibid., 1925, pp. 167-172. IV - On Some Schlo,theimidae. Ibid.,
1925, pp. 201-206. V - "Arietites", "Asteroceras': and allied Genera. Ibid., 1925, pp. 263-269. VI - On "Ammonites Planicosta"
J. SOW. Ibid., 1925, pp. 299-306. VII - On "Ammonites semicostatus" Y. se B. Ibid., 1925, pp. 327-331. VIII - More Lower
Liassic Forms. Ibid., 1925, pp. 359-364; 1926, pp. 45-49,137-140,169-171. IX - On recent Criticisms. Ibid., 1926, pp. 265-268,
16 fig.

(1925 a) - Jurassic Cephalopoda from Madagascar. Buli. Amer. Paleont., Ithaca, vol. II, n.o 44, pp. 5-30 (145-170), 1 fig., pI. I.

(1926) - Ammonites from the Black Marl of the Black Ven and Stonebarrow. Q.1. G. S., London, vol. LXXXII, part. 2,
pp. 165-179,3 fig., pI. IX-XI.

(1927-1933) - Revision of the Jurassic Cephalopod fauna of Kachh (Kutch). Mein. Geol. Survey India, PaI. Indica, Calcutta, vol. IX,
n. s., mém. n. o 2, fase. I, pp. 1-71, pI. I-VII, (1927); part II, pp. 73-161, pI. VIII-XIX, (1928); part III, pp. 163-278, pI. XX-XLVII,
(1928); part IV, pp. 279-550, pI. XLVIII-eIl, (1931); part V, pp. 551-658, pI. CIII-CXXIV, (1931); part VI, pp. 659-945,
pI. CXXV-CXXX (1933).

STEVENS, G. R. (1967) - Upper Jurassic fossils from Ellsworthland, West Antarctica, and notes on Upper Jurassic Biogeography ofthe South
Pacific Region. New Zeland Journ. Geol. Geophys., Wellington, vol. 10, n. o 2, pp. 345-394,42 fig.

(1971) - Biogeographic changes in the upper Jurassic of the So~th Pacifico M. B. R. G. M., Paris, n. O 75, CoI. "Jur. Luxembourg",
1967, pp. 163-177,2 fig.

STURANI, C. (1964 a) - La successione delle faune ad ammoniti nelle formazioni mediogiurassiche delle Prealpi venete occidentali (Regione
tra il Lago di Garda e la valle deI Brenta). Mem. 1st. Geol. Min. Univ. Padova, vol. XXIV, pp. 1-63, fig. 1-16, 1 tab., tav. I-VI.

(1964 b) - Ammoniti mediogiurassiche deI Veneto - Faune deI Baiociano Terminale (zone a Garantiana e a Parkinsoni). Mem. 1st.
Geol. Min. Univ. Padova, vol. XXIV, pp. 1-45, fig. 1-30, tav. I-IV.

(1966) - Ammonites and stratigraphy of the Bathonien in the Digne-Barrême area (SE France). B. S. P. 1., Modena, vol. 5, n. o 1,
pp. 3-57,4 fig., pI. 1-24.

(1967) - Reflexions sur les faciés lumachelliques du Dogger mésogéen (Lumachelle à ''Posidonia alpina" auctt.). B. S. G. 1., Roma,
vol. 86, pp. 445-467, fig. 1-6.

(1971) - Ammonites and stratigraphy of the "Posidonia alpina" beds ofthe Venetian Alps (Middle Jurassic. Mainly Bajocian). Mem.
1st. Geol. Min. Univ. Padova, vol. XXVIII, I'P. 1-190,46 fig., pI. I-XVI.

SUAREZ-VEGA, L. C. (1974) - Estratigrafia deI Jurasico en Asturias.Cuadernos de Geologia Ibérica, Madrid, n. o 3, t. I-II, pp. I-XVI+ 1-370,
Iam. 1-18 A+ 1-37 B.

SUESS, E. (1865) - Über Ammoniten. Sitzungsberichte der mathem.-naturw. Classe der kais. Akademie der Wissenschaften, Wien, bd. UI.

SYLVESTER-BRADLEY, P. C. (1958) -Proposed use of the plenary powers to designate a type species for the genus "Dactylioceras"
HYATT, 1867 (Class Cephalopoda, Order Ammonoidea: Jurassic) in harmony with accustomed usage. BulI. Zool. Nomencl., London,
vol. 16, part 2, pp. 67-70.

TATE, R. & BLAKE, J. F. (1876) - The Yorkshire Lias. John van Voorst., London, Paternoster Row., VIII + 475+ XII p., pI. I-XIX.

176
TEISSEYRE, L. (1884) - Ein beitrag zur Kenntniss der Cephalopodenfauna der Ornatenthone im Goul'ernement R/asan (Russland). Sitzungsb.
d. K. Akad. d. W. Math. Naturw. Klasse, Wien, bd. LXXXVIII (I), pp. 538-632, taf. I-VIII.

TERMIER, H. & TERMIER, G. (1951) - Les herbiers marins et la signification des faunes pyriteuses. Rev. Se., Paris, n. o 3 309, fase. I,
pp. 16-26.

(1954) - Sur les conditions de formation des faunes pyriteuses. C. R. S. S. S. G. F., Paris, pp. 86-88.

THEVENIN, A. (1908) - Paléontologie de Madagascar. V - Fossiles Liasiques. Annales Paléont., Paris, t. III, fase. 3, pp. 105-143,
pI. 1-5 (8-12).

TINTANT, H. (1963 a) - Les Kosmocératidés du Caliovien inférieur et moyen d'Europe Occidentale (Essai de Paléontologie quantitative).
Publ. Univ. Dijon, n. s., n. o XXIX, 500 p., 92 fig., pI. I-LVII.

(1963 b) - Observations stratigraphiques sur le Jurassique moyen de Côte-d'Or. Buli. Seient. Bourgogne, Dijon, t. XXI (1961-1962),
pp. 94-117, fig. 1-2.

(1966) - La notion d'espece en Paléontologie. Mises àjour seient., Paris, vol. II, n. o 3, pp. 273-294.

(1969) - Un cas de dimorphisme chez les "Paracenoceras (Nautiloidea) " du Caliovien. ln G. E. C. WESTERMAN, "Sexual
Dimorphism in fossi! Metazoa and Taxonomic Implications". E. Sehweiz. Verlagsb., Stuttgart, 1 vol., pp. 167-184,4 text-fig., 2 tabl.,
pI. 9-12.

(1972 a) - Paléontologie des Invertébrés et stratigraphie. M. B. R. G. M., Paris, n. o 77, pp. 33-39.

(1972 b) - La conception biologique de ['espece et son application en stratigraphie. Ibid., Paris, n. o 77, pp. 77-87, fig. 14.

(1973) - Lacunes et discontinuités dans le Lias de Cote d'Or. Ann. Seient. Univ. Besançon, Géol., 3. a sér., fase. 20, pp. 25-31.

TORRENS, H. S. (1965) - Revised zonal scheme for the Bathonian stage of Europe. Carpatho-Balkan Geol. Assoe., Reports VII Congress
Sofia, part II, vol.l, pp. 47-55, 2 fig.

(1971) - Standard zones of the Bathonian. M. B. R. G. M., Paris, n. o 75, CoI. "Jur. Luxembourg", 1967, pp. 581-604,2 tabl.

TSYTOVITCH, X. (1911) - "Hecticoceras" du Caliovien de Chézery. M. S. P. S., Geneve, vol. XXXVII, pp. 1-84, pI. I-VIII.

UHLIG, V. (1903-1910) - The fauna of the Spiti Shales. Vol. IV - Cephalopoda. PaI. Indica, Calcutta, ser. XV, vol.lV, fase. 1 (1903),
pp. 1-132, 18 pI.; fase. 2 (1910), pp. 133-306,47 pI.; fase. 3 (1910), pp. 307-395, 32 pI.

VECCHIA, O. (1949) - Su alcuni nomi generici di Ammoniti liassici. Riv. !tal. Paleont. Strat., Milano, vol. LV, n. o 3, pp. 139-143.

VENZO, S. (1952) - Nuove fauna ad ammoniti dei Domeriano-Aaleniano deli' Alpe Turati e dintorni (Alta Brianza). A. S.l. S. N. M.
C. S. N. M., vol. XCI, fase. I-II, pp. 95-123, fig. 14, tav. A-B.

WAAGEN, W. (1869) - Die Formenreihe des "Ammonites subradiatus'~ versuch einer palaeontologischen Monographie. Geognost. PaI. Beitr.
von Dokt. Beneeke, band II, heft 2, pp. 181-256, pI. XVI-XX.

(1871) - Abstract of Resultats of examination of the Ammonite fauna of Kutch, with remarks on their distribution among the beds
and probable age. Ree. Géol. Survey India, Calcutta, vol. IV, part 4.

(1875) - Jurassic fauna of Kutch; Cephalopoda. Mém. Geol. Survey India, PaI. Indica, Calcutta, sér. 9, vol. 1,247 p., pI. I-LX.

WEISERT, K. (1932) - Stephanoceras im Schwiibischen braunen Jura delta. Palaeontographiea, Stuttgart, bd. LXXVI, pp. 121-191,
taf. XV-XIX, 39 fig., 11 tabl.

WENDT,1. (1963) - Stratigraphisch-Paliiontologische Untersuchungen im Dogger Westsiziliens. B. S. P.l., Modena, vol. 2, n. o 1, pp. 57-145,
tav. 6-24, 4 fig.

WESTERMAN, G. E. C. (1954) - Monographie der "Otoitidea (Ammonoidea)". Beih. zum Geol. Jahrb., Hannovcr, heft 15, 364 p., 149 fig.,
33 taf., 5 tab.

(1964) - Evolution and taxonomy of Pachyceratidae and Mayaitidae, as suggested by septal patterns (Juras$ic Ammonitina).
XXII Int. Geol. Congress, New Delhi, part VIII, pp. 1-15, fig. 14, 1 pI.

WETZEL, W. (1937) - Studien zur Pa{aontologie des NordwesteuropOischen Bathonien. Palaeontographica, Stuttgart, band LXXXVII, abt. A.,
pp. 77-157, 14 textabb., 2 tab., taL X-XV.

WEYNSCHENK, R. (1956) - Some rare Jurassic index foraminifera. Mieropaleontology, New York, vol. 2, n. O 3, pp. 283-286, text-fig.I-3,
1 table, 1 pI.

WRIGHT, T. (1878-1886) - Monograph on the Lias Ammonites of the British Islands. P. S., London, vol. XXXII-XXXIX, 1878, pp. 148,
pI. I-VIII; 1879, pp. 49-164, pI. IX-XVIII; 1880, pp. 165-264, pI. XIX-XL; 1881, pp. 265-328, pI. XXIIA, XXIIB, XLI-XLVIII; 1882,
pp. 329400, pI. XLIX-LXIX, LIlA; 1883, pp. 401440, pI. LXX-LXXVII; 1884, pp. 441480, pI. LXXVIII-LXXXVII; 1885
(publ. 1886), pp. 481-503, pI. LXXXVIII.

177
YOUNG, G. & BIRD, 1. (1822) - A geological Survey of the Yorkshire Coast: describing the strata and fossils occurring between the Humber
and the Tees. from the German Ocean to the Plain of York. Whithy, 336 p., 17 pI. (1. a cd. 1822); 368 p., 17 pI. (2. a cd. 1828).

ZEISS, A. (1956) - "Hecticoceras" und "Reineckeia" im Mittel·und Ober-Callovien von Blumberg (Südbaden). Baycr. Akad. Wisscns.
Math.-Naturwiss. KI. Abh., Münchcn, Ncuc Folgc,heft 80, pp. 1-101, abb. 1-4, taf. 1-4.

(1959) - Hecticoceratinae (Ammonoidea jurassica). Fossilium Catalogus, W. Junk éd., Gravcnhagc, pars 96, 143 p.

(1962) - Die ammonitengattung "Paraspidoceras" L. F. SPATH. Erlangcr Geol. Abhand., Erlangen, hcft 41, pp. 1-40,9 fig., 4 taL

(1974) - Die Callovien·Ammoniten Athiopiens und ihre zoogeographische Stellung. Palacont. ZcitsGhrift, Stuttgart,48 (3/4),
pp. 269-282, abb. 1-3, taL 37.

ZIETEN, C. H. (1830) - Die Versteinenmgen Württembergs. Stuttgart, 1 vol. in-folio, pp. 1-102, tab. I-LXXII.

ZITTEL, K. A. (1868) - Die Cephalopoden der Stramberger Schichten. Palaont. Mit!. Mus. k. Baycr.-Staatcs, band 2, pt. 1, pp. 33-118,
pI. \-24.

(1881-1885) - Handbuch der Palaeontologie. I. Abtheilung. Palaeozoologie. II. Band. Mollusca und Arthropoda. Druck und Vcrlag
von R. Oldenbourg, Münchcn und Leipzig, 893 p., 1 \09 fig.

(1887) - Traité de Paléontologie - tome II, Paléozoologie; partie I. Mollusca et Arthropoda. Octavc Doin Éd.,Paris, pp. 1-897,
fig. \-1126.

178
2

MAPA GEOLÓGICO DO ALGARVE OCIDENTAL


,. ,
-,
»' ",'

UNIDADES lllDSTAATIGRIFICAS CRDNDSTRATlGRAFIA

!O' D~lu~~U

A IArelu di ~rlll Moderno

~ !lu..

a
CORIOlldldl

IDtpO,ItOl di PIIIII ~ntlill I di Ilnllol llU'illl


}'",,"'"'''
} PlI","", ,

o Cllclrles I ulmlnltcl di lieles nllfl!~ } ""'",,, (H.I..",,, "

[~ C.lcillll IIIllgOIOI Imltllldll di Alllal. >Ap1l3na.AI~iano ?

~
11"111. 1IIIIIIos I ulWIOI tOlll "11111111111 IlItlullrll I .11111111 Illnlllllll d. Sr.' di lUI
'pI''""
O C' " C,lcirlu, 11I11111 I delemltol :1111 CIIIIIIIIII IICI,111I I
"flml IrnllllCtl'" di prt" di Arrudu.
Cllelrlol gollllCOI I e. cllclcllltlcos com lldlil,ifll,eIlJl. JIIIlill, calci'los ,
Barremlano·Valan~lnlano

Berriulana
,",

dololllltu di licll! -Purbld" II PaRti di AllIlIdllll

mnmm Cllci,t•• eO,",lctUI


WJJ1lllliI Dolomltol
m,mllhdOI
e~Ql0crlltlll"OI eOIll IIclll,lmrclln 1III111lCl di Panll di AIr..o,.,
~I SI9111 } PorlllndilnD (J"}·klme'ldglano (J')

J' IClldlrol complctu I c. ml190Ul com 1111111,11 Imlrll di p"rl de lonll > klmerldglano·OllDrdlano. Sup

ª
Jl ICllclrlol 11i1mOlOl I IIIIJill di prall di Wllltl } CalOllano
~S€
f.O<:::-= WIIIlS IclnllAtld.. I 0110;"01 dllrlllCOl com lnlllm di PIIII di lhrlll } Balanlana·BaJoclano sup.
1-
-~. -
(I"", "''''0,
~llc;rIOl
,,,,,,,,,,,(1
oolillm. c. corlllm. c. pllolltlm. c. calclclllt'C01. o. do101ll111~01 I dololllltOl di
P~d(u Ali"

___-_ Alm.d~nI (UC"1 l'iOnlr. Intllllcllll) } Calovlano ?-Bslonlano·Aalenlano


Pra;" do

_ ~.IOI'IO! IlIlraOUI I 1111'111 um alCllllm,u 1I.lnlltl. I H"~cerIUdns di A'mlçlo ~m } Toarciano Inf.


_
~IICirII c'111l1lno cemplCto COIII PlltllrlUIUlU, flClllclrl1 I 1IIIIIIIItll (1)
~I BIIIII } Oometiano

_ ~.Ic;rle dolOmltlcc cOm n/ldolol di IlIu d. pr.l. di Blhll } Carillana

~ OOIOlllltl1 I calci,iol ~olomltlcol di ElprC~1 LitslcQ médio e Inlerlor


} (Ca ~ lia no·SIne murla no)

~cemPllll IIIlrIO·Cl,boCII.do (") di 311m } Hetangiano·Trll~lco sup.

, T IArtnliol di 3ilm } Tria~icO ~uoeri~r (Ksuper) ,


,.,ib IAIIrOI I 111mqlll
}
C'rhO.Jt~
(hslefallano·Namurlano ~o~. ?)

Q Ifll&1I di qUlII10

~OIII'ltel Ponlo

1ZI 001111101 pialOCltim

~ Bmllol. b. dollmlm. bUloli6ld!!

[Z] Umbora1101. uo".mltn

l&Illmpr6l1re!

lZ1 ~OChll linm .llllldll

e "'CINTO
,
Cebo di S. \lic,,"

B
A

Jl" Ir
A- Lmmmllrel du GlCle~el G Wu.mlll (s. GP.). J. P'ldllle (3 G. P) " ,
t R. el,d.lo d. Rcc~' (~ [ G) I de Collm, A RodllluU (3 G PJ
B- lIU~I'IlI'lll ie G,!le9~ R Bo,d,le d. Rilh. (C. [. G.) CUI I cll.bm,.ie
de Plepllld~r'C~I!I J G. l~pll tC [ G.)

." " '" Ouolllud. lU e. 01ml1ll

Escala de 1:50000

~-- ---
·"~E~o~~======k~~~~~.i======ol:~~~~~"'"
'.'"iI"'"'''''

llmill i.lIIOa1co ~ Nllcenll (t ElIlçtll plI~~rb


flllll çJ fll'O III Clpliçlo iii iVW E<[uidi.tinci. d.. cnn-.' de nf,-d 25 "''''o, If Jalldll di "r\ebIlIlal t6IsIll fll'IU!IQÇÍIII
f.lllI proll,,1 O SlIflI'ilm T Jllfdll di Irmrtlb,.dM I!wll WIIll:UIlaOl
fl1hl !IQJIt> C PIIlrtIII \F J.lfeu dI .eg.t>1! f6wll ___ Vlrtleol
MAPA GEOLÓGICO DO ALGA: OCIDENTAL I~

UNlDlDE! LIIDITRlTlGRlflCl! CRDNDITRlTlGRlfll

• IllrlQll
A 1111111 ~I 1"'" ,... ~

A' IArlteU .. ~III

I""' ,. ,
IClltlrll1 I ealm'IIIU di U:III ..rll" }' ' '",,, ..,.",., "

} p~JU'
CaldM. _jlIClII Crl'lWtllllIlts • ealclclHlJca _ IIdl1,lrulllllI l1111111n U
_ r.1.I .. AiaIlIIII (JI)
lltlIaIta ,"ralbd... Sftra .J:1.ndgll. ( J' )
Cakalla Ai.tKrblllloa. -..ealcll:lullcll • ~1IIoIri1 W. . -
a_lia IIII;IlIlJI: .. ,.Ie
II ta..

I: .J~' : Ic..__ t.ll:IdI di ,I_11M ,..,.. . . ['lqUI .. $IIllDJI" .. -. Alca.lIfllN1 } (IImtri'1la.-odenllll III'.) ?

UhlCl IIHit I III,dar (1). . 11&11 ,


- CatillaJlll-SlIlI..mll)

H.langluf-IrlhrCl '"

ClrbOllIC' (Vul.f.llno-
} ·HllIIUlltnl IUjltrlor 1)

~fll&ll H ~rtll

1&1 Bmllol.•. ~Qllllllcu. lunltlldn

s'

• 111 . . .' DI....... ,.- •. llJlu.

Escala de 1:50000

-
- 0_.
! MI_II (I: h~ ,..-lIIllbritl
l'-lll IIOIOtico ~ r.. it t.I~l.l\flt iii a;. Equidiotinci. d......... de nlvel 25 metro<
I'. Ja/lÚl III ..ooradOl Miais [llfltilíclôlO
,,~ T JatlUl di P,"'lUblIIOl ltlSli$ TllClluu
,... C ..... v: JIIiW III "9tIJ11 IbsllI - - 'ffl)ql
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1

Vous aimerez peut-être aussi