Discorra sobre as técnicas de risco Arvore de Eventos – ETA; Árvore de
Falhas – FTA e Análise do Modo e Efeitos de Falha – FMEA considerando as interligações, características e aplicações cruzadas entre elas (no mín. 15 linhas).
RESPOSTA:
Organizações de todos os tipos e tamanhos enfrentam influências e
fatores internos e externos que tornam incerto se, e quando elas atingirão seus objetivos. O efeito que essa incerteza tem sobre os objetivos da organização é chamado de "risco". Os objetivos podem ter diferentes aspectos (tais como metas financeiras, de saúde e segurança e ambientais) e podem aplicar–se em diferentes níveis (tais como estratégico, em toda a organização, de projeto, de produto e de processo).
A norma internacional ISO 31000:2009 define oficialmente que risco é o
efeito da incerteza nos objetivos, sendo que:
Um efeito é um desvio em relação ao esperado - positivo e/ou negativo.
O risco é muitas vezes caracterizado pela referência
aos eventos potenciais e às consequências, ou uma combinação destes. Muitas vezes expresso em termos de uma combinação de consequências de um evento (incluindo mudanças nas circunstâncias) e a probabilidade de ocorrência associada.
A incerteza é o estado, mesmo que parcial, da deficiência das
informações relacionadas a um evento, sua compreensão, conhecimento, sua consequência ou sua probabilidade. a) O FMEA é uma metodologia de análise do tipo e efeito da falha que tem por objetivo reconhecer os problemas mais relevantes, impedir ou minimizar tal problema, e maximizar a qualidade e confortabilidade de todo o sistema.
A sigla FMEA é abreviação de “Failure Mode and Effects Analysis”,
traduzida, tem como significado “Análise do Modo e Efeitos de Falha”; é um método de engenharia utilizado para definir, identificar, e eliminar falhas conhecidas e/ou potências de um projeto (design) de produto e/ou de seu processo de fabricação antes que estas cheguem ao cliente.
O FMEA é dividido em cinco tipos:
Sistema – concentra-se em funções globais do sistema;
Design – concentra-se em componentes e subsistemas; Processo – concentra-se em processos de fabricação e montagem; Serviço – concentra-se em funções de serviço; Software – concentra-se em funções de software.
Cada um deles pode ser usado para analisar sistemas e subsistemas de
um projeto, focando em suas falhas causadas por funções deste; de produto que tem por objetivo a análise do produto antes de sua liberação para fabricação; de processo, que se atem em analisar os processos de fabricação e montagem; e, de serviço utilizado para serviços antes de chegarem ao consumidor, focando nos modos de falha (tarefas, erros, enganos) de um sistema de processo.
Cabe ressaltar que a norma explicitamente prescreve que o processo de
avaliação para determinar a significância dos aspectos ambientais deve conter quatro etapas onde haja: identificação dos aspectos ambientais, produto ou serviço; identificação dos impactos ambientais por aspectos identificado; avaliação da significância dos impostos identificados; e, atribuição da significância do aspecto em função da avaliação do (s) impacto (s) associado (s). O intuito final das etapas mencionadas é avaliar o risco ambiental de uma determinada atividade, produto ou serviço, sendo que estas podem ser utilizadas pelo FMEA, uma vez que a finalidade do método é fazer e recomendar o exame das ações que reduzem o risco.
Há três fatores utilizados no FMEA que auxiliam na definição de
prioridades de falhas. São eles: ocorrência (O), severidade (S) e detecção (D), segundo Palafy (2004). A ocorrência define a frequência da falha, enquanto a severidade corresponde à gravidade do efeito da falha. A detecção é a habilidade para detectar a falha antes que ela atinja o cliente. O primeiro passo para elaborar o FMEA pensando na elevação dos itens de confiabilidade é identificar os processos e seus equipamentos que serão analisados. O melhor método para tal é a análise de criticidade, uma ferramenta usada para avaliar como as falhas de equipamentos afetam o desempenho organizacional para classificar sistematicamente os ativos da planta para fins de priorização de trabalho, classificação de material, manutenção preventiva, manutenção preditiva e iniciativas de melhoria da confiabilidade. Na FMEA raciocina-se de “baixo para cima” (botton-up): procura-se determinar modos de falha dos componentes mais simples, as suas causas e de que maneira eles afetam os níveis superiores do sistema.
As etapas para realização de uma FMEA consistem em:
Definir o processo que está sendo analisado.
Analisar o Ponto de falha: apontar qual equipamento, sua
função e quais componentes a analisar. Realizar a análise da falha: O processo de análise da falha é dividido em três pontos: modos da falha, efeitos da falha e causa da falha. Nesse ponto, as informações devem ser preenchidas com o maior nível de cautela possível, analisando ponto a ponto, até chegar a uma análise da falha de modo integral. Como a falha é encontrada de forma sensitiva (visual, auditiva, olfativa ou pelo tato)? Qual a consequência dessa falha no processo? Avaliar o Risco: Nessa etapa se quantifica o risco de cada modo de falha no processo. O risco através de três fatores: ocorrência da falha, severidade da falha e probabilidade de detecção. Para cada um desses três itens iremos dar uma nota, através de uma tabela e a multiplicação dessas três notas será no valor RPN. RPN é a sigla para Risk Priority Number (Número de Prioridade de Risco). Quanto maior for o RPN, mais atenção e prioridade devemos dar para aquele determinado ponto do processo.
Definir a severidade: Se esta falha ocorrer, qual o impacto da
falha na Segurança, Produção ou Custo? Atribuir uma nota entre 1 e 10, onde 1 significa “sem impacto” e 10 significa “impacto extremo”.
Realizar uma revisão: Realizar uma revisão da literatura para
identificar quaisquer estratégias de redução de risco recomendadas que já foram implementadas com sucesso.
b) A sigla FTA é a abreviação “Fault Tree Analysis”, traduzida,
tem como significado “Método da Análise da Árvore de Falhas”, é uma técnica gráfica dedutiva estruturada em termos de eventos ao invés de componentes. A vantagem principal do FTA é a obtenção, de forma lógica, da interligação entre os componentes que falharam, permitindo uma visualização da probabilidade de falha entre os componentes e qual tem um maior impacto sobre o sistema analisado. Esta ferramenta permite a análise de sistemas, desde os mais simples, até os mais complexos e pode ser utilizada não apenas para a análise da confiabilidade e/ou melhorias e modificações, mas, de uma forma geral, na determinação das causas potenciais de um acidente ocorrer ou de um sistema complexo falhar. É utilizado na determinação de diagnósticos em equipamentos, utilizando sistemas computacionais. A montagem da árvore de falha inicia-se com a identificação do componente que falhou ou tem a maior probabilidade de falha, o qual deve ser colocado no topo da árvore, e abaixo são listados os componentes que fazem parte do sistema e estão interligados com componente no topo da árvore. Aos componentes abaixo, são listados os modos de falhas aos quais estão suscetíveis. Sua ligação se dá por operadores lógicos e/ou montando a árvore de falha. Raciocina-se de cima para baixo, top-down. A falha do sistema é denominada de evento topo e é decomposta a partir do nível superior para os inferiores, como galhos de uma árvore. As etapas para realização de uma FTA consistem em: Definir o evento de topo: o evento de topo se trata de um comportamento anormal do sistema. Para a sua definição, são necessários relatos de falhas ocorridas no campo, falhas potenciais, principalmente aquelas relacionadas com a segurança dos usuários. Entender o sistema: a análise da árvore de falhas exige o conhecimento da estrutura do sistema e de seu esquema de funcionamento, ou seja, é necessário um diagnóstico do objeto de estudo. Construir a árvore de falhas: esta etapa utiliza todo o conhecimento adquirido sobre o sistema. Todas as informações vão ser reunidas de forma a representar a inter- relação entre as partes que possam acarretar o evento de topo. Avaliar a árvore de falhas: etapa que tem por objetivo o cálculo da probabilidade de ocorrência do evento de topo, ou seja, realização da análise quantitativa. Implementar ações corretivas: na etapa anterior, são identificados os itens do sistema que possuem baixa confiabilidade e que, por este motivo, aumentam a probabilidade do evento de topo. Este último passo visa a programar ações corretivas para aumentar a confiabilidade destes itens. Dentre os símbolos necessários na construção da FTA, os mais utilizados são o círculo e o retângulo. O círculo denota um evento de falha básico ou a falha de um componente elementar. O retângulo denota um evento de falha que é o resultado de uma combinação lógica de eventos de falha. c) A sigla ETA é a abreviação “Event Tree Analysis”, traduzida, tem como significado “Análise da Árvore de Eventos”, é um método lógico-indutivo de identificação de perigos e análise de riscos das várias e possíveis consequências resultantes de um evento inicial, chamado iniciador. Consiste em relacionar todos os riscos capazes de contribuir ou ocasionar danos. É um método indutivo que, partindo de um determinado evento inicializador, delineia-se as combinações de eventos até chegar aos possíveis resultados (cenários). Identificar as várias e possíveis consequências resultantes de um certo evento inicial. Nas aplicações de análise de risco, o evento inicial da árvore de eventos é, em geral, a falha de um componente ou subsistema, sendo os eventos subsequentes determinados pelas características do sistema. As árvores de eventos são normalmente utilizadas para a quantificação das freqüências de ocorrências possíveis a partir dos eventos iniciais considerados como mais significativos. Para a determinação da freqüência de ocorrência de um evento final, deve-se realizar o produto de todas as probabilidades dos ramos percorridos. As etapas para realização de uma ETA consistem em: Definir o evento inicial que pode conduzir ao acidente; Definir os sistemas de segurança (ações) que podem amortecer o efeito do evento inicial; Combinar em uma árvore lógica de decisões as várias sequências de acontecimentos que podem surgir a partir do evento inicial; Uma vez construída a árvore de eventos, calcular as probabilidades associadas a cada ramo do sistema que conduz a algum acidente.
Conclusão:
As ferramentas de análise de falhas FTA e FMEA são ferramentas
estruturais, com os passos definidos a sua utilização. Os métodos de utilização estão claros, demonstram quais os passos a seguir em sua aplicação. A consideração é quando aplicar, o FMEA é utilizado para iniciar o plano de manutenção preventiva, sua técnica permite a identificação de potenciais modos de falhas. O FMEA é uma ferramenta PREVENTIVA, já o FTA é uma ferramenta CORRETIVA. Já ETA é uma ferramenta seqüencial. De acordo com a matriz tempo- espaço na qual o evento de falha corresponde à posição de cruzamento da linha de espaço com a coluna de tempo. A ETA é similar à FTA em alguns passos. Na FTA, desenvolve-se um esboço da estrutura da análise de eventos com cenários de perigo. Já a FTA apresenta uma árvore lógica orientada verticalmente, enquanto que as árvores ETA são construídas horizontalmente.