Neste capítulo irei lhe mostrar os princípios fundamentais
para uma prática teológica equilibrada e que gera impacto nas pessoas ao seu redor. Este capítulo é mais direcionado para o teólogo. Mas, no final, demonstraremos a sua aplicação em outras áreas. Tanto em nossas vidas diárias como pessoas, bem como na prática teológica, o menos sempre é mais. Explico! Quanto menos “enfeitada” for nossa mensagem teológica, atendo-nos ao essencial (mas, não superficial), então teremos uma mensagem relevante, revestida de autoridade e altamente impactante. É o princípio que o apóstolo Paulo deixou: o Evangelho (e somente ele!) é o poder de Deus, que transforma pessoas. Então, vejamos alguns desses princípios fundamentais, que qualquer teólogo necessita implementar em sua prática teológica. Ser teólogo não é discutir religião, pois, embora, sendo necessário discutir pontos fundamentais das religiões, não é,necessariamente, uma discussão sobre qual a melhor religião,mas, sim, apresentar a religião verdadeira, que é guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1.27). Lembre-se que a palavra Religião é definida como uma re-ligação do homem com Deus. Nesse ponto, o papel do teólogo não é apresentar uma “igreja verdadeira”, mas a religião verdadeira, ou seja, a forma correta de achegar-se a Deus e manter-se em conformidade com a sua palavra. Romanos 12.1 e 2 deixa explícito a essência litúrgica de uma verdadeira religião, bem como as benesses da correta compreensão e conformidade com a vontade de Deus. Princípio Fundamental #2 Ser teólogo não é ser radicalista ou exclusivista. Precisase colocar lado-a-lado a fé (para compreender Deus) e a razão (para organizar esses estudos de forma sistemática e lógica, preparando uma mensagem de fácil compreensão). Exclusivismo e posicionamento teológico não podem ser confundidos. Enquanto o posicionamento teológico mostra com exatidão nossa opinião e crenças sobre determinados assuntos, o exclusivismo nos “distancia” da verdade e não nos permite enxergar o impacto de outras opiniões sobre as nossas. Essas “outras opiniões” nos permitem “equilibrar” a nossa própria visão teológica bem como delinear novos caminhos e formas de se chegar a um nível de aprofundamento ainda maior. O exclusivismo limita nosso campo de visão teológica, gerando em nós apenas um subdesenvolvimento.Em terceiro lugar, ser teólogo não é levantar questionamentos sem aplicação prática para as pessoas, para a igreja ou para a sociedade. Se nossa mensagem não levar as pessoas a tomarem atitudes e realizarem ações, facilmente será esquecida. Tudo quanto o teólogo fala ou escreve deve suscitar em todos os seus ouvintes e leitores o desejo de mudança, de desenvolvimento, de não conformação com a situação atual e estabelecida. Princípio Fundamental #4 Em quarto e último lugar, ser teólogo não é plagiar. Isso é ilegal e imoral. É bem certo que devemos ter como referências e fundamentação teológica a Bíblia. Mas, também, dependemos de visões, caminhos, formas e orientações deixadas por teólogos influentes do passado e da atualidade. Todavia, não podemos plagiar suas idéias. E pior: dizer que determinadas idéia são nossas, quando na verdade não são. Isso é ilegal e não reflete uma prática teológica cristã e equilibrada. Todo teólogo que procura reconhecimento, autoridade e relevância para a sua mensagem, necessitam desenvolver sua própria visão teológica, entretanto, baseada nas Sagradas Escrituras, bem como nos fundamentos teológicos equilibrados já definidos.Como prometido, veja algumas aplicações práticas deste capítulo em outras 3 áreas. Para Líderes #1 O líder não pode estabelecer como padrão a liderança de outra pessoa, pois cada equipe tem suas especificidades. Avalie sua liderança com base no desenvolvimento da sua equipe. #2 O líder deve possuir uma “ouvidoria individual”, ou seja, a habilidade de ouvir opiniões, principalmente da sua equipe, para que possam ser estabelecidos objetivos mais críveis com a realidade da equipe. #3 Qualquer equipe somente mantêm-se afinada, se houverem objetivos comuns e conquistas reais. Motive todos às freqüentes conquistas. #4 Desenvolva seu próprio estilo de liderança. Assim, você será reconhecido como você mesmo e não como a “cópia fiel” daquele que você plagia o estilo. Para Escritores #1 Nunca escreva assuntos polêmicos se você não tiver boa fundamentação e experiência, pois além de apresentar o conteúdo de forma a evitar discussões, você precisa ter condições para suportar as críticas e os confrontos daqueles que pensam contrário. #2 Desenvolva a habilidade de ouvir as dores (problemas, dificuldades, desejos) das pessoas para que você possa sempre oferecer soluções reais para “dores” reais. #3 Independente do tema que você escreva, seus livros devem suscitar no leitor o desejo de mudança. #4 Seja original em seus livros. É sempre possível falar sobre os mesmos assuntos com uma abordagem diferente. Para Pastores #1 Evite ao máximo um confrontamento direto dos padrões estabelecidos pela membresia da sua igreja. Isso pode gerar “aversão” à sua autoridade. Conscientize-os sobre pontos específicos dos problemas. E cobre mudança. Depois outro ponto. Depois outro. Até mudar completamente os padrões estabelecidos e que não trazem resultados positivos. Isso lhe dará reconhecimento e ainda mais autoridade. #2 Muito mais do que líder, o pastor é um “guia espiritual”. Desenvolva urgentemente a habilidade de ser considerado um “amigo mais chegado”, para que sua membresia tenha condições de lhe mostrar suas necessidades mais íntimas de modo que você possa oferecer as soluções efetivas. #3 Sessões de aconselhamento não devem ser local de simples reflexão. Mas campo de decisão; geração de mudanças espontâneas e definitivas. #4 Todas as suas decisões e ações devem ser baseadas na Bíblia, ou no máximo, em situações anteriores que trouxeram resultados positivos. Guia do Professor da EBD