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com/2009/08/23/fobia-escolar/

Tenho um filho de 7 anos de idade, o qual está sentindo muito medo de ir à


escola. Ainda não sei se o medo é da escola em si, se ele não se adaptou,
ou o que é. Sei que sou insegura, nervosa, e este filho muitas vezes me
ajuda com sua companhia. O pai é um tanto ancioso, meio agitado, mas é
um bom pai. Sinto-me muito sozinha, e com este problema que meu filho
está passando, não sei o que fazer, ou porque ele está com tanto medo da
escola. Que orientaçãoo senhor me dá? – O.V.F, Olinda, PE.

Resposta: O termo técnico que utilizamos para o problema de seu filho é


“fobia escolar”. Fobia significa medo. Fobia escolar não é um termo muito
apropriado, porque na verdade não é medo da escola, como explicarei. Um
nome técnico mais aceito é “ansiedade da separação”.

Nestes casos a criança não somente não quer ir à escola, mas apresenta
forte ansiedade quando pressionada a ir. É comum surgir algum sintoma
físico ou medos paralelos,como o medo de animais, de serem abandonadas,
de que algo ruim aconteça com os pais,do escuro, etc. Observa-se que tais
crianças são muito apegadas aos pais, às vezes até exageradamente. E os
cientistas estão crendo que o maior problema, na verdade, não é que a
criança tem medo do que pode ocorrer na escola, mas sim de separar-se da
mãe, de ter de se afastar de casa. Claro que ela pode numerar uma série de
coisas da escola como sendo o problema, mas tudo isso parece ser uma
racionalização, ou seja, uma espécie de deslocamento do problema
verdadeiro para algo representativo ou simbólico. E isso é feito de maneira
inconsciente pela criança.

John Bowlby estudou muito esse problema e descreveu quatro padrões de


interação familiar ligados à maioria das histórias de dificuldades de ir à
escola. Veja resumidamente o que ele descreveu:

1. Padrão A. O pai ou a mãe (mais comum a mãe) se apegam demais à


criança porque eles mesmos sentem vazio interior, ansiedade, insegurança,
e a criança se torna uma espécie de apoio, de conforto, de gratificação para
eles. Esse apego pode ser consciente ou inconsciente, e em geral os pais
argumentam que estão fazendo tudo o que acham que é benéfico para o
filho. Quando há, por exemplo, uma coisa simples, como uma leve dor de
cabeça, enchem a criança de cuidados, e até a impedem de ir à escola, tudo
com a idéia de cuidar bem dela. Outras vezes é transmitida para a criança
uma sensação de que ela não deve ter outras companhias, como se a criança
estivesse errada de estar em companhia de outra pessoa além dos pais.
Um adulto pode se apegar exageradamente à criança com a desculpa de
protegê-la, enquanto na verdade é ele quem se sente inseguro, “usando” a
criança como fonte de proteção para si próprio. Isso se explica pelo fato de
na infância desse adulto terem ocorrido situações emocionalmente difíceis
na sua relação com os pais. Então, o relacionamento desse adulto com o
filho se inverte, ou seja, ele passa a ter a criança como seu protetor, como
seu “pai” ou “mãe”. Passa a ter a criança como fonte importante de
suprimento afetivo. Consequentemente a criança se apega demais ao
adulto, e quando ela nescessita estar sozinha, longe dele, como é o caso de
estar na escola algumas horas sem o pai ou a mãe, ela se sente muito
insegura, fica anciosa, e apresenta a fobia escolar.

2. Padrão B. É o medo de que algo horrível aconteça ao pai ou à mãe


durante o tempo em que a criança está na escola. Isso pode se ligar a
imaginações fantasiosas, raiva consciente ou inconsciente contra os pais,
mas pode estar ligado a situações reais em que a criança foi ou está sendo
exposta, tais como ameaças manipuladoras do tipo ” se você não fizer o
que a mamãe quer, a mamãe passa muito mal, fica doente e até pode
morrer”, ou ameaças que pai ou mãe podem fazer, como de ir embora, de
se matar, de abandonar os filhos, de dá-los para outros, de interná-los em
colégios (como punição), etc. Tudo isso leva a criança a sentir-se insegura,
ameaçada, manipulada, e o resultado pode ser o apego excessivo aos pais,
com o consequentemente medo da escola.

3. Padrão C. A criança tem medo de que algo horrível ocoora com ela
mesma enquanto está longe de casa. Nesses casos é muito comum existir
no relacionamento dos pais com o filho ameaças de abandoná-lo.

4. Padrão D. Aqui o problema maior é a insegurança, o medo excessivo


que a mãe (ou mais raramente o pai) sente de que algo muito ruim ocorrerá
à criança enquanto ela está longe de casa. E isso pode ocorrer tanto por
causa de experiências negativas reais ocorridas no passado, como por causa
de sentimentos hostis inconscientes que os pais podem ter em relação à
criança. Tais sentimentos podem ser conscientes também e podem estar
ligados a uma série de fatores, como o fato de não ser um filho do jeito que
queriam, etc.

De acordo com as descrições acima e com o que você escreveu em sua


carta, podemos ver que parece haver relação entre o que o seu filho sente e
o comprometimento de vocês como pais. Vejam por exemplo, que você se
descreve como uma pessoa com forte solidão e que o filho serve como
companhia diante dessa sensação de estar só na vida. É provável que o seu
relacionamento com essa criança ajude a produzir insegurança, culpa e
bloqueio emocional nela. Por quê? Porque seu vazio ou solidão, que deve
ter vindo do seu passado infantil, a leva a apegar-se demais ao filho, o que
por um lado pode ser agradável para a criança, já que ela tem a sua
companhia. Por outro lado, reter a criança perto de si atrapalha nela o
desenvolvimento de auto-confiança, de segurança pessoal, etc. A princípio,
ter a companhia constante da mãe é prazeroso para a criança, mas com o
exagero isso passa a ser bloqueador do desenvolvimento da personalidade
dela, podendo produzir fobias, ansiedade, etc.

Creio que você precisa refletir sobre as vivências, as experiências que teve
na sua infância com seus pais, procurando entender que tipo de dificuldade
emocional ocorreu entre você e eles nos primeiros anos de sua vida. Pode
ser que você descubra que, por exemplo, esperava mais carinho, mais
presença, mais encorajamento e o que recebeu (se é que recebeu) não foi
suficiente para produzir em si mesma segurança e auto-estima. Por isso
você acaba manifestando tais necessidades na relação com o filho,
apegando-se demais a ele.

Pode ser que, ao procurar fazer uma avaliação da sua infância, sua mente
não libere lembranças muito claras do que teria ocorrido de
problemático,emocionalmente falando. Muitas vezes nossa mente não
libera facilmente lembranças desse tipo, justamente porque são lembranças
dolorosas que vão para “bem fundo” de nosso inconsciente a fim de não
causar dor na consciência. Mas muitas vezes é preciso haver dor para curar.

Entretanto, não há uma necessidade imprescindível de ter que lembrar do


que ocorreu na infância para haver melhora. Basta você compreender que
deve estar se apegando demais ao filho e procuurar evitar isso, tendo
confiança de que ele tem dentro de si condições psicológicas que Deus lhe
deu ( e a todos nós), as quais lhe possibitarão vencer a forte insegurança
que agora está instalada nele.

Claro que você terá que ser honesta e sincera consigo mesma, e evitar
racionalizar (arranjar desculpas) para continuar se apegando demais ao
menino! Sem honestidade não há possibilidade de cura. Recomendo que
você come a “soltar” o garoto aos poucos, gradativamente, permitindo que
ele faça coisas sozinho – as coisas que você sempre estava tomando a
frente dele para fazer. Incentive-o a realizar tarefas e gratifique-o com
elogios e carinho não fingido, quando ele conseguir realizá-las. Mas
comece do mais simples para omais complexo. Você terá que lutar dentro
de si para evitar repetir as ações de superproteção. Ao verificar que ele
pode fazer aquilo que você achava que não podia, você ficará mais
confiante na capacidade dele e o liberará mais, o que por sua vez aumentará
a confiança dele nele mesmo. E, aos poucos, com muita paciência e amor, o
medo dele diminuirá.
Adescrição que deu do seu marido, apesar de ser insuficiente, dá a idéia de
que provavelmente o comportamento ansioso e agitado dele possa também
colaborar no surgimento e na manutenção daansiedade no filho. Além do
fator genético, que é passado dos pais para os filhos, há os fatores
cultivados, ou adquiridos pela convivência. O comportamento se aprende.
Portanto, será também importante que seu marido reflita sobre o porquê de
ter agitação, ansiedade. É muito fácil culpar a “vida agitada”, mas muitas
vezes a agitalção do corre-corre da vida de trabalho encobre a agitação
interior, do íntimo da pessoa, agitação esta que tem mais a ver com
conflitos internos, pessoais, do que com a batalha pela vida. Nesse caso é
também necessário a pessoa ser honesta consigo mesma e procurar não
tornar “bicho-papão” aquilo que não é.

Creio que muito da ansiedade tem que ver com a própria filosofia de vida
que a pessoa tem. Na verdade, tem que ver com um conjunto de fatores, os
quais basicamente envolvem aspectos físicos, mentais e espirituais. A
filosofia de vida de uma pessoa, ou seja, a maneira como ela crê que a vida
deve ser levada, os alvos que possui, tudo isso tem muito a ver com fatores
emocionais inconscientes muito potentes.

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