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Definição de paisagem cultural feita por ele: é a marca do trabalho sobre o território. Um
memorial a um trabalho desconhecido.
Apresentou o projeto nas colônias têxteis del Llobregat. Como dar novos usos adequados a
essas edificações industriais que não possuem mais atividade? Ponto importante é entender as
iniciativas locais, e coordená-las para preservá-las. As pessoas desejam manter sua memória e
identidade, mas também desejam uma condição de vida melhor. Traças assim planos
urbanísticos para recuperar essa qualidade de vida ao lugar. Ou seja, dar atividade ao local de
acordo com o contexto econômico local. Equilibrar a preservação com o desenvolvimento.
Questão do tombamento: como as pessoas vão manter edificações preservadas se não
possuem recursos suficientes? É necessário um projeto econômico para a área, novos usos e
apropriações.
Livro:
Elencou alguns critérios percebidos em todas as boas intervenções analisados por ele:
Os residentes constituem o principal conhecimento e entusiasmo, são os principais defensores
e os que atualizam e mantem o bem no presente. Quando se dão conta disso se tornam
agentes sociais.
As memórias são recursos culturais básicos. Quando desaparece, desaparece a cultura.
A preservação surge da base: a comunidade diz o que desejam manter como referencia para si.
É preciso identificar os marcos no território. (Referência Lynch, ler o livro com olhar para a
paisagem cultural).
É preciso perceber a paisagem, vê-la na velocidade em que foi feita ou construída, não na
velocidade do mundo atual.
Definir os objetivos: preservação / educação patrimonial / desenvolvimento econômico.
Memória Industrial: muitos não possuem boas lembranças da época em que trabalhavam nas
fabricas. Era algo duro, penoso na vida dessas pessoas. É preciso trabalhar com a comunidade
esse fator, pois para que eles preservem seus patrimônios será preciso autoestima,
identificação e motivação. Trabalhar de forma que não remetam ao passado duro, mas como
algo significativo da história delas e do lugar em que vivem.
‘Uma sociedade que não respeita seu território e as marcas do trabalho sobre ele, não respeita
a si mesma’. Saramago.
Desafio para a gestão: como dar novos usos compatíveis para uma área tão grande que não
possui mais atividade?
Qual o impacto dessa candidatura para a região? Pressões imobiliárias, politicas, aumento do
turismo ...A paisagem cultural é dinâmica, deve ser gerida de forma que os novos projetos e
edificações acompanhem a cultura edificatória do lugar.
Mônica Mongelli: Rio São Francisco – 2008 / Construção de um dossiê para tentar a chancela
dessa paisagem.
Em 2008 o IPHAN inicia os debates sobre sua descentralização quanto as ações, onde tinha um
quadro de bens tombados concentrados no sudeste e pouco no restante do país. Que imagem
de identidade nacional o país estava construindo?
Assim ela mostrou todo o processo na construção de inventário dessa vasta região. Para isso
fizeram setorização do território de acordo com suas características, para fazer as fichas de
bens, tanto bens materiais como imateriais. Ponto interessante percebido nos levantamentos
é que cada um descreve a paisagem de acordo com sua percepção de vida que influencia na
narrativa do lugar.
O inventário somado ao “Roteiro para o Levantemento de Referências Culturais da Paisagem
Cultural da Foz do Rio São Francisco” contemplaram as seguintes atividade, organizadas em
etapas de entrega:
Realização histórica, iconográfica, audiovisual e bibliográfica sobre a região do Baixo São
Francisco e sobre os três municípios selecionados: busca de informações sobre a porção
territorial da foz e as comunidades ribeirinhas a ela ligadas por relações de vida, trabalho,
memória e identidade cultural.
Produção de mapas temáticos e cartografia interpretativa.
Relatório sobre a legislação incidente no território.
Relatório sobre a dimensão imaterial do patrimônio associado à paisagem cultural: aferir
relações de identidades culturais e a paisagem, as memorias individuais e coletivas, e identificar
os fatores de risco de perda do patrimônio, suas fragilidades e as ações possíveis para a
salvaguarda dos bens culturais.
Delimitação de uma poligonal para reconhecimento da Paisagem Cultural e setorização das
diferentes áreas que compõem o sítio e sua ambiência.
Recomendações para o Plano de Preservação da Paisagem Cultural.
“Pensar o futuro para projetar o presente”: pensar a cidade para as pessoas é crucial
desde o inicio a mobilidade. Formação histórica: entender como se desenvolveu a
malha urbana e como a rede rodoviária vem modificando o tecido urbano
historicamente, principalmente em cidades antigas como Guimaraes.
Projeto para algumas áreas no centro: A Rua, a Praça, o Bosque e o Terreiro. A
proposta evidenciou que é possível manter a pré-existência, melhorar a apropriação e
continuar com o desenvolvimento da cidade (projeto arquitetônico, simbólico e de
Uso). Nunca anular situações anteriores, e sim acrescentar. Esse pensamento irá incluir
a não expulsão (gentrificação) dos antigos apropriadores do lugar, ou destruir casas
antigas do entorno onde corre o risco de expulsar a população mais idosa.