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.SECRETÁRIA ELETRONICA
..
,
.
.'
NC! 137
leR Março
1984
EDrTORA
SABER
LTDA
tlio Mendes
de Oliveira
I
Hélio
Fittipaldi Simples (mas Efi ciente) Secretária Eletrô-
nica 2
Rádio Controle 65
REDAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO Curso de Eletrônica - Lição 80 71
E PUBLICIDADE:
Av. Dr. Carlos de
Campos, n9 275/9
03028 - S. Paulo - SP.
CORRESPONDtNCIA:
Endereçar à
REVISTA SABER
ELETRONICA
Caixa' Postal, S04SO
03028 • S. Paulo - SP.
,
Quando um projeto se torna um su"cesso, é justo que aperfeiçoamentos surjam e com o tem-
po levem à verdadeiras novas versões, em alguns casos melhores que os originais. É este o caso de
nossa Secretária Eletrônica: um sucesso que permitiu sua modificação para se obter uma versão
muito mais compacta, com metade dos circuitos integrados do projeto original e numa placa de
muito menores dimensões, além de outros fatores, como um custo muito abaixo das "secretárias"
existentes no mercado. Se o leitor ainda não tem quem lhe atenda o telefone e grave os recados em
sua ausência, esta é a segunda oportunidade (quem sabe a última!).
Adalberto M. Suzano/Newton C. Braga
ENTRADA
CI-l
I
_~_J_BlP L_
~ I INICIAL I
CI-2
ACIONAMENTO
DO
GRAVADOR
I F~l~l: I I AST~VEl ~--
lED
À LINHA TELEFÔNICA
PARA GRAVAÇÃO
Figura 1
3
Março/84
as coisas certas no tempo certo. E, tempo é LED
4
Revista Saber Eletrônica
, ..• 20 A60S'9
-I
OS COMPONENTES
J I
L
I
l! MONOESTÁVEL
I TEMPO) Como sempre, em nossos projetos costu-
I I
I I mamos usar apenas componentes facilmen-
te encontráveis em nosso comércio, ou
~
\I 1'----------1I --
: 2! MONOESTÁVEL ainda de fabricação nacional, evitando
I BIP INICIALI
assim aborrecimentos maiores para os leito-
I
res.
-'----+-----~I
IL
I
I
I
3! MONOESTÁVEL
I BIP FINAL)
Começamos por sugerir a caixa que, infe-
lizmente, é ainda um dos ítens com que o
leitor não pode contar pronto nas lojas
I I
especializadas. Neste caso não resta outra
4! ASTÁVEL alternativa senão fabricá-Ia. (figura 6)
(TOM)
Figura 4 Com relação aos componentes eletrôni-
cos, fazemos as seguintes observações.
Este bloco também controla o astável Os circuitos integrados são os 556, que
que produz o sinal de áudio, mas, no caso, nada mais contém do que dois timers como
ele dará agora o bip final, indicando o desli- o 555. A vantagem é óbvia, um invólucro
gamento do aparelho. único com alimentação também única que
A duração deste bip é determinada no permite uma montagem mais compacta.
circuito por R 15 e por C9. Para os leitores menos experientes e para
Além deste conjunto de blocos temos os que quiserem uma versão de melhor
algumas pequenas etapas individuais que aspecto, sugerimos o uso de soquetes DI L
merecem algumas observações. de 14 pinos para os integrados em questão.
Uma delas é o circuito de entrada da li- Dois tipos de transistores são usados na
nha telefônica com um centelhador, ele- montagem. Os NPN são de uso geral, tendo
mento necessário contra descargas elétricas como tipo básico o BC548 e como equiva-
(raios) via rede telefônica. lentes diretos os BC237, BC238, BC548.
Outra é a fonte de alimentação, no caso Para o PNP o ~ipo básico é o BC558 e como
com um aperfeiçoamento importante: esta equivalentes diretos o BC307, BC308 e
fonte é dupla, usando pilhas e a rede. Seu BC557.
funcionamento é tal que, na ausência de Dois tipos de diodos são empregados.
tensão na rede, entram em ação as pilhas. Para D1, D2, D5 e D6 são sugeridos os
(figura 5) 1N4004, mas equivalentes de maior tensão,
E claro que, se o leitor quiser uma versão como os 1N4007 ou BY127, também ser-
portátil, sem conexão à rede, pode simples- vem e para os outros qualquer diodo de sil í-
mente usar pilhas. Neste caso, esta fonte cio de uso geral, como 01 N914 ou 1N4148,
será reduzida a um suporte de 8 pilhas pe- serve.
quenas (ou dois de 4, ligados em série) com O centelhador é do tipo usado em TV
plugue para conexão ao aparelho. para 1kV.
B1 O relê deve ser do tipo MC2RC2 (Metal-
8 PILHAS
5
Março/84
PAINEL TRASEIRO
JAOUE OPCIONAL
PI LIGAÇÃO OA FONTE
53
Figura 6 52
IOO"'
IL I
__
R5
22K 2
C4
R8 ~PILHAS
47~F:r lK
I
Cl CI-l
10nF 556
6 8
5
7 9
~ A LINHA
a TELEFÔNICA
R14 05
"'I 27K lN4004
I
9
06
lN4004
13
AO
REMOTO 2 8
CI-2
556
~C7
~22nF
I
I
- . I -=- . 03
lN914 C8
470nF
Kl I 5 10
I 7'_-~04
I lN914
/ ;;;-
I
L I - -=- -=- .-JI
I
I
-..l
Os capacitores eletrol íticos devem ter parar os tipos 1N4004 dos 1N914 e depois,
uma tensão de trabalho de 12V ou mais, ao colocá-los na posição de soldagem,
e os capacitores cerâmicos, com excessão observar o lado da faixa que identifica o
de C1, não precisam ter tensões altas de catodo. Se houver qualquer inversão o apa-
trabalho. Somente C1 é que deve ter tensão relho não funcionará. Solde-os rapidamen-
de isolamento de 250V ou mais. te.
O leitor precisará ainda de plugues con- d) Para a colocação do centelhador não
forme o seu gravador, um pequeno e outro há nenhuma precaução especial, bastando
grande, e um para a ligação à linha telefôni- observar o desenho da placa.
ca. Material para a fonte de alimentação, e) A colocação do trim-pot exige algum
fios, etc., completam a relação. cuidado, pois pode ser necessário ajustar a
posição dos seus terminais ou mesmo alar-
MONTAGEM gar os furos da placa. Use uma broca, com
cuidado, para esta finalidade.
As soldagens devem ser feitas com um f) A soldagem de todos os resistores não
soldador de pequena potência e ponta fina. oferece qualquer problema, pois estes com-
As ferramentas são as normalmente encon- ponentes não são polarizados, isto é, não
tradas nas bancadas bem equipadas: alica- têm lado certo a ser obedecido. Entretanto
tes, chaves de fendas, lâminas, etc. seus valores dados pelas faixas coloridas de-
Comece a montagem confeccionando a vem ser conferidos com a lista de material.
placa de circuito impresso. Tenha antes em Seja rápido ao soldá-los.
mãos todos os componentes para eventuais g) Na soldagem dos capacitores eletrol íti-
compensações nas furações caso as dimen- cos será preciso observar em primeiro lugar
sões não sejam as previstas. Pequenas varia- o seu valor dado pela relação de material e
ções conforme os fabricantes são sempre também a sua polaridade, dada pela marca-
possíveis. ção de (+ ) ou (-) que deve ficar conforme
Depois, acompanhando o diagrama da fi- o desenho na placa.
gura 7, inicie a montagem. h) Na soldagem dos demais capacitores,
O desenho da placa de circuito impresso além do valor marcado no invólucro, o
em tamanho natural e do lado dos compo- leitor deve ter cuidado com o excesso de
nentes é mostrado na figura 8. calor, já que, pelo seu reduzirio tamanho,
Para que a montagem saia perfeita suge- estes componentes são sensíveis ao calor.
rimos que a sequência de montagem seja a i) Complete com a colocação dos jum-
que damos, pois esta foi a estabelecida du- pers que são pedaços de fio rígido, com ou
rante a execução do protótipo: sem capa, que interligam dois pontos da
a) Solde em primeiro lugar os circuitos placa.
integrados CI-1 e CI-2 ou se preferirseus Com isso o trabalho na placa de circuito
suportes. Na soldagem dos integrados o impresso estará pronto, devendo apenas
máximo de cuidado deve ser tomado para a fonte e as ligações externas serem feitas.
se evitar o excesso de calor e o espalhamen- Na montagem da fonte tenha cuidado
to de solda. Este espalhamento pode com a ligação do transformador, observe a
curto-circuitar terminais adjacentes. Se isso polaridadt: dos diodos, capacitor eletrol í-
acontecer, limpe o excesso de solda com a tico e suporte das pilhas.
própria ponta do ferro e com um palito. As ligações externas são dos fios que vão
Observe à posição do integrado dada pela aos plugues que conectam o gravador e
marca que identifica o pino 1. linha telefônica.
b) A seguir, solde todos os transistores.
Veja que 03 é diferente dos demais quanto PROVA E USO
ao tipo, não devendo ser confundido. Os
transistores todos têm posições dadas em Confira toda a montagem e, se tudo esti-
função de sua parte chata e devem ser sol- ver em ordem, coloque pilhas no gravador e
dados rapidamente, pois são sensíveis ao no aparelho, e também uma fita virgem.
calor. As conexões que devem ser feitas para o
c) Para soldar os diodos é importante se- sistema são mostradas na figura 9.
8
Revista Saber Eletrônica
I
••••
IPLUGUE TIPO MICROFONE)
lo. LINHA TELEFÔNICA
S2
1+1FONTE
{+IPILHAS
LEOl
S3
o l-I PILHAS
I-I FONTE
Sl
AO REMOTO
IPLUGUE Pll
AO MIC.
IPLUGUE P21
Figura 8
o plugue mais fino (P1) é ligado ao jaque Agora você precisará combinar com
do interruptor do microfone do gravador, alguém para lhe telefonar, realizando com
enquanto que o plugue mais grosso (P2) é isso os testes e ajustes iniciais.
ligado ao jaque da entrada do microfone do
gravador.O plugue maior é ligado à linha tele- Quando alguém ligar, imediatamente o
fônica, observando-se as posições dadas na relê deve fechar os contactos, o que será
roseta terminal de sua casa, conforme a fi- percebido por um estalido, e o led 1 deve
gura. acender. Se o gravador tiver uma saída para
Ligue a secretária e aperte as teclas do monitor, nele você deve ouvir um "bip"
gravador para a posição de gravar. Coloque de curta duração, e também a voz da pes-
o trim-pot P1 na posição média. soa. O gravador deve começar a correr.
9
Março/84
o gravador assim como o relê ficarão Ao desligar o relê, o gravador pára e um
acionados por um tempo entre 20 e 30 se- novo bip será ouvido no monitor.
gundos (conforme os valores de R6 e C4). Havendo um novo chamado, o gravador
desligando em seguida. deve funcionar novamente durante o mes-
Se o leitor quiser mais flexibilidade na mo tempo, também com a emissão do bip
obtenção do tempo de funcionamento, no in ício e no seu final.
pode fazer como no caso do protótipo, Parando o gravador, para verificar se tu-
usando em lugar de R6 um trim-pot de 1M. do correu bem, basta acionar 53, 51 e o bo-
Com este trim-pot o tempo pode ser ajusta- tão de retorno do gravador, isso até o
do até perto de 1 minuto para cada recado. começo da fita.
TOMADA
PWGUE TIPO EXTERNA
PI TELEFONE LINHA
MICROFONE
TELEFÔNICA
Figura 9
10
Revista Saber Eletrônica
Ouvindo então a gravação o leitor pode a) Pode haver mais de uma mensagem.
constatar se tudo está bem ou então se há Antes de desligar oaparelho, espere sempre
alguma anormalidade. Se o som sair muito um pouco depois do último bip, pois pode
baixo, por exemplo, basta ajustar o trim- haver algo mais na fita.
pot P1 e fazer nova experiência até que o b) Led apagado indica que não há mensa-
volume saia de acordo. gem gravada.
Se houver ronco na gravação, inverta as c) Deve o leitor combinar com as pessoas
ligações do plugue maior, e também do P2 se que ligam para sua casa que se estas ouvi-
continuar o problema. rem um "bip" ao serem atendidas, é por-
Sempre que passar a gravação, anotando que a secretária eletrônica é que o fez, ha-
recados, ao voltar a fita no in ício aprontan- vendo então 30 segundos para deixar o re-
do-a para receber novos recados, passe a cado. Esta secretária é "muda", não sendo
chave S3 para a posição de gravar. como as demais, mais elaboradas, mas que
Se houver dificuldade de acionamento exigem dois gravadores, sendo o segundo
pelo sinal da linha, o leitor deve aumentar o para dar o aviso de que é um aparelho que
valor de R2 para 470k ou mesmo maior. está atendendo e que existe tempo determi-
Usando o aparelho o leitor deve lembrar- nado para se deixar a mensagem.
se que:
Mas, sua secretária é muito mais versátil secretária eletrônica. Esta é uma fita sem-
do que você pensa. Imagine que em lugar fim, com tempo de gravação da ordem de
de atender e anotar recados você precise da 40 segundos. O leitor vai precisar determi-
operação inversa, ou seja, transmitir reca- nar depois este tempo exatamente para
dos. Não, o leitor não precisará fazer qual- poder ajustar o tempo do circuito de tem-
quer modificação no circuito para isso. A porização de entrada. O leitor deve então
.coisa é muito simples e sua secretária tam- optar pela versão que faz uso de um trim-
bém poderá mostrar toda sua eficiência nes- pot em lugar de R6, e seu valor é 1M con-
ta nova função. forme mostra o diagrama.
Para que isso seja possível, a primeira Conforme mostra a figura 10, o leitor de-
coisa que o leitor deve fazer é adquirir nas verá passar o plugue P2 da entrada do mi-
casas especializadas uma fita especial para crofone para a saída do monitor.
GRAVADOR
li EAR
II
(MONITOR) AUX MIe REMOTE
@ @ @@
I
PLUGUE P2
Figura 10
11
Março/84
A tecla do gravador "play" deverá estar (e não do recado), de modo que, se mais de
pressionada, e com isso o aparelho poderá uma chamada ocorrer, a repetição do reca-
ser levado aos testes iniciais. do não será truncada.
Grave um recado qualquer na fita sem- Experimente o aparelho já ligado a um
fim, da maneira convencional, ligando o telefone e ajuste tanto o volume do grava-
microfone na entrada correspondente do dor como o trim-pot P1 para obter a repro-
gravador. Veja se a fita comportou todo o dução com clareza .. Retoque o ajuste de
recado, e não se preocupe se o recado não a tempo se julgar necessário.
preencheu totalmente. O que não pode é Lembre-se que, ao usar o aparelho, deve
ultrapassar o tempo total dispon ível. De- ser combinado com os que telefonarem
pois, procure ajustar o trim-pot P2 exata- para receber o recado, a presença do bip
mente para este tempo de duração da fita indicador da secretária em ação.
Obs: todo e qualquer aparelho com cone- são de procedência estrangeira e, pelo que
xão física ã Iin'~a telefônica deve estar ho- se supõe, não são homologadas. Para evitar
mologado, ca J específico das secretárias problemas com a companhia telefônica, su-
eletrônicas. No entanto, a maioria das se- gerimos aos leitores interessados neste pro-
cretárias eletrônicas existentes em opera- jeto que, antes de executá-lo, façam uma
ção, que sabemos ser em número bastante consu Ita aos centrans locais.
elevado, inclusive em empresas públicas,
LISTA DE MATERIAL
C/-I, C/-2 - 556 - timers duplos integrados res (ma"om, preto, vermelho)
QI, Q2, Q4 - BC548 ou equivalentes - transis- R9, RI2, R14 - 27k x I/8W - resistores (ver-
tores NPN de si/icio melho, violeta, laranja)
QJ - BC558 oU equivalente - transistor PNP RIO -I80k x I/8W - resistor (ma"om, cinza,
de uso geral amarelo)
Dl, D2, D5, D6 - IN4004 ou equivalente - R13 -IOOR x I/8W - resistor (ma"om, preto,
diodos de si/icio ma"om)
DJ, D4, D7, D8, D9 - IN9I4 - diodos de si/i- RI5 - 2M2 x I/8W - resistor (vermelho, ver-
cio de uso geral melho, verde)
DIa - IN4004 - diodo de si/icio de uso geral RI6 - 270R x I/8W - resistor (vermelho, vio-
(opcional) leta, ma"om)
Led 1 - led vermelho, comum R20 - 470R x I/8W - resistor (amarelo, viole-
KI - relê MC2RC2 - Metaltex ta, ma"om)
PI - 1k - trim-pot R2I, R22 - 560R x I/8W - resistores (verde,
RI - IOOk x I/8W - resistor (ma"om, preto, azul, ma"om)
amarelo) CI - 10 nF - capacitor cerâmico de 250 V
R2 - 220k x 1/8W - resistor (vermelho, verme- C2 - 10 nF - capacitor cerâmico
lho, amarelo) CJ, C4 - 47 IJ.Fx I2V - capacitores eletroli-
RJ - 56k x I/8W - resistor (verde, azul, laran- ficos
ja) CS, CIO - 2n2 - capacitores cerâmicos
R4 - 470k x I/8W - resistor (amarelo, violeta, C6 - 4,7 IJ.Fx 12 V - capacitor eletrolítico
amarelo) C7 - 22 nF - capacitor cerâmico
R5, RII - 22k x I/8W - resistores (vermelho, C8 - 470 nF - capacitor cerâmico
vermelho, laranja) C9, CII - 100 nF - capacitores cerâmicos
R6 - 470k x I/8W - resistor (amarelo, violeta, Diversos: placa de circuito impresso, caixa para
amarelo) ou P2 - trim-pot de 1M (ver texto) montagem, plugues diversos para o gravador e
R7, R8, RI 7, RI8, RI9 - 1k xl /8W - resisto- linha telefônica, fios blindados, interruptores, etc.
UI!
aplicações para
diodos e eletrolíticos
o assunto eletrônica em ferreomodelis- Os eletrol íticos deverão ter capacitância
mo é extenso, com muitos livros e artigos proporcional à carga, dada por experiências,
editados, formando assim uma verdadeira ficando a ordem de grandeza em torno de
ciência, com projetos que vão desde contro- 1 000 flF. A tensão mínima de isolamento é
les simples até controles por computador, de 25 V. Deve-se cuidar para que a polari-
já apresentados em exposições até por fa- dade dos eletrol íticos seja observada para
bricantes nacionais. que estes não se danifiquem.
Os ferreomodelistas conhecem bem o Os controles, geralmente, têm uma ali-
uso de diodos em pontes retificadoras, mas mentação de 16 V CA para acessórios, onde
existem outras aplicações simples, algumas são ligadas as lâmpadas, bobinas de desvios,
conjugadas com capacitores eletrol íticos, solenóides, motores estacionários, etc.
que são muito interessantes. Como estes Para as locomotivas e vagões iluminados,
materiais podem ser encontrados com faci- há uma alimentação com tensão variável,
lidade, os projetos são acessíveis a todos. com interruptor. Antigamente eram usados
18 VCA máximos, em motores universais,
CONSIDERAÇÕES GERAIS série, fabricados pela Lionel, American
Flyer, etc., hoje ainda em grande uso. A in-
Os diodos ligados diretamente à carga versão do movimento era manual, feita atra-
deverão ter capacidade de corrente compa- vés de uma chave inversora na locomotiva,
tível. Já os diodos que são ligados à fonte ou por sistema solenóide-catraca-tambor,
de alimentação e aos trilhos deverão ter operado por descontinuidade de corrente
capacidade maior, para poderem suportar na linha. Ainda hoje, o HO-Maerklin usa
curto-circuitos, como os de 6 A. A tensão este sistema, sendo entretanto operado por
recomendada mínima está em torno de sobre-tensão momentânea. Atualmente,
25V. usa-se 12 VCC máximos, por todos os fabri-
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Revista Saber Eletrônica
cantes (salvo Z-Maerklin/8VCC), com mo- sobrecarga do transformador. Este sistema
tores de imã permanente, semelhantes aos pode ser empregado em locomotivas que
empregados no "autorama". A inversão do diminuem a veloddade devido a mau con-
movimento é feita no controle, por simples tacto com os trilhos. Nas locomotivas CA,
inversão de polaridade. E normalizado o o sistema pode ficar no controle ou na pró-
emprego da polaridade positiva nas rodas pria locomotiva. Deve ser desligado, se hou-
direitas, para que a locomotiva se movimen- ver, o relê do apito CC.
te para frente.
1. Redução de tensão
16VCA 11,2V
Figura 3
15
Março/84
lizado para acessorlos e locomotivas nas Adicionando-se eletrol fticos, após os
condições dos ftens anteriores. (figura 5) diodos, se obtém maior estabilidade de ten-
(Ver ftem 10 - velocidades reduzidas) são que será 1,4 x V.
Figura 5
4. Estabilização de tensão
LEDS
Figura 8
7. Reversão de locomotivas CA
16
Revista Saber Eletrônica
8. Duas locomotivas sob um controle
CONTROLE DUPLO
CA
CA
Figura 10
B
2 CONTROLES
Se for desejado que uma locomotiva CC
se movimente em sentido inverso continua- Figura 12
damente, inverter as ligações do motor, sem
alterar a posição do diodo. Se inverter a po- Para locomotivas CC usam-se dois poten-
sição f(sica de uma locomotiva CC, ambas ciômetros de 30 ohms x 4 W. (figura 13)
se movimentarão so./:>mesmo controle, o Em ambos casos, a tensão eficaz é 0,7 x V,
que impede a linha de ter peras e triângu- mas podem ser acrescentados eletrol fticos
los, salvo se for usada chave inversora na nas locomotivas. As demais características
locomotiva. Quando não for usado este sis- são iguais ao sistema anterior. Em vez da
tema, basta jumpear os diodos. segunda locomotiva CA ou CC, pode-se
usar um controle para os vagões ilumina-
9. Duas locomotivas sob dois controles dos, com diodos. Empregando-se rede aérea
e, aplicando-se também este sistema, obtém-
Baseado no sistema anterior, em que -se 4 locomotivas independentes (Sistema
duas locomotivas se movimentam indepen- Detroit).
dentemente, emprega-se uma fonte CC com
dois diodos, em que os semi-ciclos positivos
da tensão ajustável alimentam uma locomo-
tiva, enquanto os semiciclos negativos ali-
mentam a outra locomotiva. (figura 11)
Para as locomotivas CA usa-se o controle
duplo ou dois controles separados, mas de- CA
17
Março/84
10. Velocidade reduzida O variador de tensão, ítem 3, também .
pode ser usado. Outro sistema, é com eletro-
Os motores CA e CC, em velocidade re- Iítico e potenciômetro de 300 ohms x 4 W I
duzida, são instáveis, devido ao baixo tor- alimentados por CC de meia ou onda com-
que. Há vários sistemas transistorizados que pleta. Variando-se o potenciômetro jum-
se baseiam na geração de pu Isos bem espa- peia-se o eletrol ítico.
çados, mas com grande tensão. Entretanto,
há zumbidos e aquecimentos nos motores 11. Reversão de acessórios
devido à grande corrente, considerada prati-
camente como de partida, isto é, somente Pode-se empregar somente dois conduto-
corrente direta, sem força contra-eletromo- res como simplificação em conexões girató-
triz. Agrava-se o problema com carga pesa- rias e deslizantes, por uso de CC. (figura 15)
da, como excesso de vagões e subidas. Por- Se a alimentação for em CA, ambos os
tanto deve ser aplicado por pouca duração. acessórios funcionarão.
Um processo simples, mas não tão eficiente
como os de pulso, é o emprego de meia 12. Acionamento de desvios
onda. Nas locomotivas CA o controle tem
um único diodo, com interruptor para o Se mantivermos uma corrente por longo
jumper. Em locomotivas CC basta desligar tempo sobre a bobina de desvio haverá
qualquer diodo da ponte retificadora. (figu- aquecimento e queima. Também se o trans-
ra 14) formador for de pequena potência, durante
o acionamento haverá uma queda exagera-
da de tensão. Evitam-se estes problemas com
o disparo do eletrol ítico, pois E = 1/2 CV2 •
(figura 16)
16VCC
0o__---- __ ----.._
Figura 14
Figura 16
..
SECÕES
Figura 18
~
L-
Outra alternativa sem a botoeira, é utili-
zar dois eletrol íticos com chave tripla. Um
eletrol ítico está sempre carregado. As lâm- 2
2
2~ seção - desvios
3~ seção - sinais
Deste modo, sincronizado, obtém-se se-
Figura 19
gurança e rapidez nas operações.
A seguir apresentamos aplicações de dio-
dos junto aos trilhos, usados somente para
A RETO locomotivas CC. Os trilhos deverão ser iso-
A CURVO
1
lados, e os diodos soldados diretamente.
2
19
Março/84
18. Pera ou triângulo
>
Evita o uso de uma segunda chave inver-
sora, por acréscimo de 4 diodos. (figura 24)
> •.
Figura 22
W;/(;íí1 ESTACÃO
PERA
rz;//l/lJJJ
TRIANGULO
Figura 23 Figura 24
20
Revista Saber Eletrônica
DISPlAY ECONÔMICO
Era uma vez uma crise econômica ... Puxa por com sete segmentos um número oito,
vida! Que estória macabra. Também, esta- como já é de conhecimento de todos. Estes
mos bem no meio deste conto de terror, diodos possuem um ponto que é comum a
que ainda está longe da possibilidade de ter- todos eles, sendo este ligado ao anodo dos
minar em "happy end"! diodos (formando o display de anodo co-
Mas não adianta ficar de braços cruzados, mum) ou ligado ao catodo (formando o dis-
vendo o nosso cruzeiro valer cada vez me- play de catodo comum). Assim estes dois
nos (e o dólar dos "gringos" valer mais) e tipos de displays devem ser ligados de duas
assim os componentes eletrônicos que, na formas distintas: o ponto comum é ligado
maioria dos casos, são apenas encapsulados a um potencial positivo e os segmentos (A,
aqui no "país das maravilhas", cada vez B, C, ... , G) são ligados à terra do circuito
mais custam os "olhos da cara", encarecen- (por intermédio de um decodificador) para
do os aparelhos que muitos gostariam de o display de anodo comum, enquanto que
montar, mas nem sempre conseguem adqui- para o catodo comum a ligação se inverte,
rir aquele componente "de ouro". Por isto, ou seja: o ponto comum é ligado ao terra
tive a idéia de compor um display a partir do circuito, enquanto que nos segmentos é
de leds retangulares, facilmente encontra- aplicado um potencial positivo (por inter-
dos no mercado especializado, substituindo médio de um outro tipo de decodificador).
assim nas montagens os famigerados FN D Obviamente temos que respeitar as ca-
XXX e obtendo assim uma economia da racterísticas operacionais dos leds, ou seja,
ordem de 65% em relação ao preço destes a sua tensão e corrente máxima.
displays, bem como viabilizando bastante Por isto há necessidade em certos casos
o custo. dos aparelhos que dele necessitam. de se colocar externamente resistores entre
as sa ídas (segmentos) do display e as entra-
o DISPLAY das do decodificador.
Assim, recordando estes ítens, podemos
Um display nada mais é do que um pu- de imediato partir para a análise do display
nhado de diodos emissores de luz (Ieds) co- econômico, cujo diagrama esquemático se
locados estrategicamente de modo a com- encontra ilustrado pela figura 1.
Eent -1,6
R =-----Ohms
0,03
onde:
R = valor do resistor em ohms;
Eent = tensão aplicada na entrada do dis-
play.
Assim para uma fonte de 5VCC, por
exemplo, o valor dos resistores (que se-
rão iguais) será de aproximadamente ['-'
113,33 ohms (valor naturalmente arredon-
dado para 100 ohms, que é um valor de
resistência comercial).
Também podemos ver que não será nada C
difícil transformar o display esquematizado A
Março/84 23
Assim, enquanto que o preço dos leds,
na pior das hipóteses, está em torno de
Cr$ 200,00 (ficando o display em torno
Analisadores lógicos
de Cr$ 1.600,00) qualquer FND custa aci- PENTAPROBE
o Pentaprobe é um analisador lógico de alta
ma de Cr$ 4.500,00. precisão que determina 5 estados lógicos di-
Entretanto, retornando à montagem, ferentes.
reintero aqui que deixo à livre iniciativa do Especificações técnicas:
Alimentação: 4,5 a 18V CC.
leitor a composição do seu visor a partir da
Impedância de entrada: 1 MS1.
unidade básica padrão da figura 2. N rveis indicados: cinco - alto/baixo/falso/
Contudo, advirto que os leds podem /aberto/pulsos.
ser soldados diretamente na placa de circui- Famflias lógicas: MOS, CMOS, TTL, DTL,
to impresso, porém o montador deve se RTL.
Frequência de trabalho: CC a pulsos de me-
utilizar de um ferro de soldar de ponteira
nos de 15 ns.
fina e baixa potência (24W). Melhor que DIGITAL Cr$113.500
este procedimento, é a utilização de conec-
SONOPROBE
tores do tipo molex. O Sonoprobe é um analisador lógico com
Antes de soldar cada led, verifique se o indicação visual e sonora dos n rveis. Possui
mesmo está na posição correta (dependen- elevada precisão e sua indicação sonora pode
do do tipo de display, se o montador quiser ser ouvida a alguns metros de distância.
Especificações técnicas:
uma unidade de anodo comum, tem que
Alimentação: 4,5 a 18V CC - 12 a 55 mA.
inverter todos os leds durante a montagem Impedância de entrada: 200kS1.
da placa protótipo), bem como se o led a " Precisão: melhor que 2%.
ser soldado se encontra na mesma altura Indicações: luminosa - H vermelho, L verde
que os outros já soldados, visto que é muito sonora - H agudo, L grave
Famrlias lógicas: MOS, CMOS, TIL, DTL,
perigoso querer retirar os leds ou mesmo
RTL.
ajustá-los no lugar depois de soldados, pois DIGITAL Cr$ 46.000
estes componentes são muito sensíveis ao
--
GERADOR DE BARRAS PARA TV
calor e qualquer deslize pode queimá-los
facilmente.
A base dos leds nunca deverá estar rente
à placa de circuito impresso, devendo ficar
sempre a uma certa distância da mesma, :: ~õõlli
para não danificar o led ao soldá-lo.
Observe que os resistores R1 a R8 são
~.II-i~j i
Pequenos problemas de eletrônica podem levar muitos leitores a dúvidas capazes de compro-
meter projetos e até mesmo a impedir sua realização. Visando esclarecer os leitores que têm este
tipo de dúvida, mostramos aqui alguns dos principais procedimentos para resolver problemas sim-
ples de eletrônica que envolvem cálculos.
25
Março/84
constante que depende única e exclusiva-
mente do valor do resistor usado. O cálculo
da queda de tensão depende também da
20V
/ -
~
20mA
loon
18V
/
corrente que circula pelo resistor, a qual 2V
-
+
existente no circuito.
V I
~
v
V2
-
20V
- R
r
--
+
V= VI-V2 Figura 4
V=RXI
RI
Isto quer dizer que multiplicamos sim- ~
VRI
plesmente o valor da resistência (em ohms) r:~
V
-
p~la corrente (em amperes). +
--- v R2
VR2=R2 X I
r= O,02A
+
R=100o.
Figura 5
26
Revista Saber Eletrônica
RI R2 apenas um resistor como redutor. Rádios,
loon 500n
amplificadores, transmissores, onde o con-
sumo varia conforme o volume e a modu-
"-v---"
VRI=?
"-v---"
VR2=? lação, não se enquadram neste caso. Já uma
lâmpada, um led, tlm timer de consumo
+ -------<.- constante, um oscilador de consumo cons-
1= O,02A
tante, servem.
Mas como proceder?
Tomemos como exemplo o caso da fi-
gura 8.
VR
Figura 6 ~
R=?
RESISTOR REDUTOR
-
I=?
VR = V - V ,
CONHECER
Figura 8
27
Março/84
Exemplo: queremos calcular o valor de R Os leitores inteligentes devem ter perce-
para podermos ligar uma lâmpa- bido que estes cálculos valem para o caso
da de 6 V x 50 mA numa fonte de leds, em que estes componentes normal-
de 12 V. (figura 9) mente funcionam com correntes (I) entre
20 e 50 mA e a tensão é sempre a mesma,
R=?
de 1,6 V.
-----
I=SOmA
Com as dicas dadas fica muito fácil cal-
cular qual é a resistência que deve ser ligada
em série com um led em qualquer circuito.
6V
12V
SOmA
LED
Tensão no aparelho alimentado (V1) = 6 V
i2V l,6V
Fazemos então: }
2DmA
a) Queda de tensão: VR = V - V1
VR = 12 - 6
VR = 6 V
b) Cálculo de R: R = VR/I Figura 10
R = 610,05
R = 120 ohms
P = VR X I
----------------------
FEKITEL - Centro Eletrônico Ltda.
Rua Guaianazes, 416 - 1~ ando - Centro - S. Paulo
P = 6 X 0,05 Aberto até 18:00 hs. também aos sábados
P = 0,3W ou 300mW Fone: 221-1728 - CEP 01204
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Veja então que, se o leitor comprar um valor correspondente acrescido do valor do frete e
embalagem.
resistor de 118 W (125 mW) ou ainda 114 W Nome _
(250 mW), vai perder tempo, pois o compo- End. _
nente vai esquentar demais e queimar! É
----- NC? CEP _
preciso dar uma margem de segurança e
Cidade _ Est. _
comprar um resistor bem maior: 112 W
(500 mW) ou mesmo 1 W. Ferro de soldar em O 11OV O 220V
28
Revista Saber Eletrônica
Principais Unidades e Medidas
Usadas em Redes Telefônicas
Zo
1800
1400
1200
1000
800
600
400
200
FG
kHz
0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 1.0 2 3 4
Como podemos ver, nas frequências acima de pregados dois operadores, sendo um de cada lado
1 kHz a atenuação é mais acentuada; a atenuação da linha, enquanto um varia a frequência e con-
nas altas frequências está relacionada com a capa- trola o nível do gerador, o outro sintoniza e lê o
citância parasita e com o desequil íbrio capacitivo nível do lado do medidor, além de contar com um
entre os fios "a" e. "b" e a blindagem (terra). Tan- sistema de comunicação entre os dois operadores.
to a atenuação como a deterioração da resposta da Esta dificuldade pode ser superada usando-se duas
frequência aumentam em função do comprimento linhas, do tipo ida e volta (LOOP-BACKI. neste
da linha, quando medimos uma delas aconselha-se processo as linhas têm os terminais do lado B jam-
especificar o comprimento da linha em questão. Os peados em "Ioop" de maneira que o sinal aplicado
instrumentos usados nesta operação podem ser os no ponto A 1 caminha até o extremoB1/B2 e vol-
listados na tabela 11, sendo um gerador e um me- ta ao ponto A2, onde será lido, figo 10.
didor de nível, este último pode ser do tipo banda A grande vantagem deste processo é que tanto
larga ou seletivo. O método de medida de terminal- o gerador como o medidor ficam do mesmo lado,
-a-terminal (end.to-end) visto na figo 9 é o mais sendo ambos controlados pelo mesmo operador.
usado, porém é o mais trabalhoso. Outra grande vantagem é que no caso de usar-se
Pelo fato da linha ser muito comprida são em- medidor de nível seletivo, o gerador pode traba-
Março/84 31
lha r escravizado pelo medidor, simplificando ainda de terminal a terminal. Nas linhas usadas na trans-
mais a operação. Neste processo devemos tomar missão de dados na forma binária (PCM e DADOS
cuidado, pois tanto a atenuação como a resposta P/COMPUTADOR). além das medidas acima, tam-
de frequência são em dobro; é válido para duas bém são feitas outras medidas que não estão rela-
linhas e não uma só, como era o caso da medida cionadas aq'ui.
dB
-2
...
..J
.~
z
...c
..•
c
c.>
-1
~
..
Q:
>
o
REFERÊNCIA FG
..
%
..
%
..
%
.. ..
% % .. .. .. ..
o
8
N
'"
o
o
'"
~
o
o
I/l
o
o
%
'"
%
'"
N
%
'"'" ..
%
'"
Figura 8 - Resposta de [requência do canal de voz em uma LT. usando fio 26 e 22 para distância
de 3 Km (variação em relação a 800 Hz em linha não pupinizada).
ZG
A B
.. .. ---~ .. •. ZC
Figura 9 - Método para medir-se atenuação e resposta de [requência, usando o processo de termi-
nal-a-terminal (end-to-end).
Al Bl
...>
<l
.. LINHA 1
•.. ..
..J
<Jl
a:
80 ---------- ~
......
~ 2:
?~- A2 ___________ ~B2~
a: •••
o <Jl
~
a:
:>
9 a: U
o :<
c,
88
:<
,- ...õ .. .. LINHA 2
.• .•
:;: a.
~'o
U<Jl
Figura 10 - Método para medir-se atenuação e resposta de frequência, usando o processo de "ida"
e "volta" (loop-back).
AN BN
LINHA "N"
ZC VN ZO ZO VN ZC
1
1
I
ZG LINHA" , •• IB'
•. •.
ZO
•. V2 ZC
I I
I I
I I
I I
IA2 LINHA" 2" IB2
V3 ZO ZO V4 ZC
ZC
Março/84 33
do, figs. 12 e 13. No caso de fazer-se medidas em 12 dB e quando ligamos um medidor de nível
cabos de multi pares, por exemplo, em cabo tron- no ponto B da linha 2 medimos um nível de
co com 1800 pares ou mais, medimos todos os pa- -87 d8 abaixo do nível do gerador, neste caso
res um contra o outro, ou seja, alimentamos um temos uma intermodulação por telediafonia de:
par e medimos no outro par adjacente. Isto é feito 87 - 12 = 75 dB (ver figo 13 e tabela 7).
sempre obedecendo uma sequência alternada, o b) Neste segundo caso, injetamos o nível do gera-
par n9 1 contra o 2, o 2 contra o 3 e assim por dor acima do nível nominal de maneira a com-
diante, de maneira a medir-se todos os pares que pensar a atenuação entre os pontos A-8 da li-
formam o cabo, fazendo-se as medidas de paradia- nha 1, isto equivale ao sinal chegar no ponto 8
fonia como de telediafonia. No caso das medidas com um nível de Od8 ou outro nível qualquer
de telediafonia, devemos tomar um certo cuidado, tomado como referência. Isto seria o mesmo se
há pelo menos dois métodos corretos de fazer-se tivéssemos injetado o nível do gerador no pon-
tal medida, e são por isso os mais usados: to B. Por exemplo, injetando-se no ponto A 1,
um nível de 10d8V/600n, com uma atenua-
a) Determinamos a atenuação que há entre os ex- ção entre os pontos A-B de 12d8, no ponto Bl
tremos A-B da linha alimentada, a seguir medi- temos um nível de -2dlW/600n, o qual será
mos o nível no ponto B da outra linha, do valor tomado como referência. Medindo-se no pon-
lido subtra ímos o valor da atenuação da linha to 82 um nível de -86d8V/600n, isto signi-
alimentada. Por exemplo, se entre os pontos fica que o sinal no ponto 82 está 84 d8 abaixo
A-B da linha 1 o sinal sofrer uma atenuação de do nível presente no ponto 81.
Vl ~........ ~, V2
1 )
------"t-
I ,
A2
r I B2
--1-----+-
) )
l3 V3 ~-' ~.../ V4
L1NHA2
PARADIAFDNIA
NEAR - END
Figura 12 :....
Tensão induzida em uma linha adjacente - paradia[onia (near-end).
Al
B'
Vl LINHA"," _ lO - .••.• -- _
V2 l2
I
--+----
I
1
A2
I B2
--T---
V3 L1NHA"2" lO
\ ••••._
TELEDIAFONIA
I FAR- ENDI
Na medida de paradiafonia, não há necessidade da injetamos o sinal no ponto Ale medimos o ní-
de levar-se em consideração a atenuação entre os. vel induzido no ponto A2, ou seja, estamos medin-
pontos A-8, como foi o caso anterior. Nesta medi- do o nível do mesmo lado onde está sendo aplica-
Vl * Z4
IT(dB) = -20 log V4 + 10 log Z2*
lO lO
Vl Vl
IP(dB) = -20 log V3 e IT(dB) = -20 log V4 Figura 14 - Circuito equivalente de
uma linha de transmissão.
O sinal negativo (-) que precede as equações
acima, significa que a atenuação por intermodula- Para maior facilidade, podemos representar o
ção é negativa, isto é, o sinal interferente medido TOE em dB, assim podemos ter uma idéia de quan-
em qualquer extremo está abaixo do nível do gera- tas vezes a tensão refletida está abaixo da tensão
dor, o que normalmente não é representado nas
incidente:
medidas. Na tabela 7 temos um resumo do estudo
acima, assim como dos valores aproximados em Vi
Pr (dB) = 20 logy;:- ou -20 log r
dB e as frequências comumente usadas para medir-
-se os principais circuitos de telefonia. Uma relação de 40 dB em tensão, significa uma
relação de 100 -1, se temos uma incidente de
(~) Aqui estamos adotando o método descrito no 100 mV, isto equivale a uma tensão refletida de
ítem 3.3.1 (b). 1 mV. Na tabela 8, temos a relação em tensão e sua
respectiva relação em dB através destes dados, co-
3.4 PERDA DE RETORNO nhecendo-se um dos dados podemos determinar os
demais. O coeficiente de energia incidente e refleti-
A perda de retorno por descasamento de impe- da, como vimos, está relacionado diretamente com
dância depende diretamente da diferença que há o descasamento de impedância; esta relação é dada
entre os valores da impedância da linha ZO e das por:
cargas ligadas nos seus extremos ZG e Zc (fig. 14).
Considerando-se uma linha de transmissão, alimen- P' (Ei)2
tada por um gerador de tensão EG, com impedân-
1= --zc- e
cia interna ZG, ligado à entrada da linha, sendo ZG Pr = (Er )2 ~ ~ = (Ei)2 ~ ~pri = EEri
diferente de Zo, neste caso há perda de retorno na Zc Pi Er YPr
entrada da linha por descasamento de impedância. Expressando essa relação em dB, temos a se-
Quando a impedância da carga Zc, ligada na saída, guinte relação:
for diferente de Zo, nesta condição também há
perda de retorno na saída por descasamento. A Pr (dB) = -20 log YIPi'
i
energia do gerador, presente no final da linha,
35
Março/84
~ 10 log ~~ = 10 log Pi - 10 log Pr bos forem exatamente iguais, o ponteiro do me-
didor cairá para -00.
4) Através de um atenuador, desatenuamos o ní-
M~TODO DE MEDIDA DA vel na entrada do medidor, isto equivale a au-
PERDA DE RETORNO mentarmos a sensibilidade do medidor até con-
seguirmos uma leitura precisa na escala do me-
O método mais usado e preciso para medir-se a didor Ml. A diferença de leitura com os termi-
perda de retorno (Pr ) em uma linha de transmis- nais em aberto ou em curto e o valor com a li-
são é através do uso da ponte de WHEATSTO NE nha conectada, dá diretamente a perda de re-
equilibrada, como podemos ver na figo 15. torno em dB.
2
Pr(dB) = 20 10gl ~~ ~ ~~ I~
600 - 594
Figura 15 - Ponte de Wheatstone usada para ~ 20 log 600 + 594 ~
medir perda de retorno em linha telefônica. 6
~ 2010g 1194 = 20 log 0,005 ~
~ 20. -2,298 = -46 dB.
Essa medida visa determinar-se o descasamento
que há entre Zo e Zc; para isso usamos a ponte,
sendo que os 3 resistores que formam os braços da Como podemos ver, uma perda de retorno de
ponte R1, R2 e R3, têm o mesmo valor da impe- 46 dB, corresponde a um erro entre Zc e Zo menor
dância da linha Zo. No lugar de R4, ligamos a linha ou igual a 1% (Zc -=1= Zo ~ 1%). Este erro corres-
a ser medida. Na condição dos quatro resistores se- ponde a uma relação de tensão incidente/refletida
. rem exatamente iguais, a ponte estará perfeitamen- de 200 : 1 e uma relação de potência de 40 000 : 1.
te equilibrada, e o valor lido no medidor M1 será Atualmente há medidores de perda de retorno alta-
nulo. Nos braços da ponte, pontos 1 e 2, ligamos o mente sofisticados, por exemplo os medidores do
gerador de nível com frequência de 300-4000 Hz, tipo "LEVE L TRACER" equipados com tubo de
nos extremos opostos, pontos 3 e 4, ligamos o raios catódicos (TRC) e com varredura eletrônica
medidor de nível M1, com nulo no centro da esca- interna (SWEEPl. onde podemos visualizar na tela
la, onde podemos determinar a condição de equi- a perda de retorno dentro da faixa de VOZ (fig. 16).
Iíbrio da ponte. Para determinar-se a perda de re- O gráfico da figo 16 corresponde a uma linha de
torno na linha, procedemos da seguinte maneira: fio 26AWG, com comprimento de 5Km, usando
carga complexa, um capacitor de 1 IlF em série
1) Terminamos o extremo da linha a ser medida com um resistor de 900.Q, como vemos na figo 17.
com uma resistência pura ou com uma carga
complexa RC, com valor igual à impedância ca- (*) Quando usamos ponte resistiva externa, e não
racterística da linha Zc = ZO. a do próprio medidor, ao colocarmos os pontos A
2) Com os pontos A-B da fig.15 em aberto ou em e B em curto, a tensão do gerador EG cai sobre Rl
curto (condição de máxima deflexão do pontei- e R3, figo 18, como ambas são iguais, a tensão que
ro de Mll. ajustamos o nível de saída do gera- o medidor revela sobre R 1 é exatamente a metade
dor para uma leitura de referência na escala de de EG (EG/21. portanto 6 dB abaixo da referência.
Ml, ou seja, O dB de referência. (*) Quando usamos este tipo de medida, devemos sub-
3) A seguir ligamos a linha em teste aos pontos trair 6 dB do valor lido, quando lemos -46 dB na
A-B, neste momento o nível do medidor Ml cai- realidade vale -40 dB. Nos medidores de nível te-
rá para um nível bem baixo em relação à refe- lefônico, com opção para medir perda de retorno
rência de O dB. Quanto mais próximo for o va- (RETURN-LOSS), a compensação é feita interna-
lor de Zc e Zo, menor será o valor lido; se am- mente, não há necessidade de fazer-se tal correção.
36
Revista Saber Eletrônica
r SWR dB r SWR dB r 'SWR dB
Março/84 37
atenuação Hpica em cinco frequências, para linha pupinizada apresenta uma atenuação de 1,99 dB/
pupinizada e não pupinizada. /Km em 2 kHz; quando usamos nesta linha bobina
Como podemos ver pelos dados comparativos de pupinização de 66 MHz (D-66), a atenuação cai
da tabela 9, a atenuação nas linhas pupinizadas é para 0,76 dB/Km, para uma linha com comprimen-
bem inferior em relação às linhas não pupinizadas. to de 5 Km, representa uma melhoria de 6,15 dB
Por exemplo, a linha de fio 24 AWG quando não (1,95 x 5 - 0,76 x 5 -+ 9,95 - 3.8 = 6,15dB).
PERDA dB/Km
LINHA PUPINIZADA
Bitola Frequência Linha não
do fio de teste pupinizada H -88 D -66 B -88
DIST = 1830 m DIST = 1372 m DIST = 915m
19 300 Hz 0,44 0,24 0,24 -
22 300 Hz 0,63 0,43 0,43 -
24 300 Hz 0,80 0,62 0,62 -
26 300 Hz 1,00 0,86 0,86 -
19 800 Hz 0,70 0,25 0,25 -
22 800 Hz 1,01 0,48 0,48 -
24 800 Hz 1,28 0,73 0,74 -
26 800 Hz 1,63 1,10 1,11 -
19 2000 Hz 1,06 0,25 0,26 0,21
22 2000 Hz 1,55 0,42 0,49 0,39
24 2000 Hz 1,99 0,75 0,76 0,59
26 2000 Hz 2,55 1,16 1,19 0,87
19 3400 Hz 1,31 0,53 0,28 -
22 3400 Hz 1,98 0,90 0,50 -
24 3400 Hz 2,56 1,29 0,76 -
26 3400 Hz 3,29 1,84 1,19 -
I
I
I R=900fl
I ZC=VR2+xC2'
I
, : C=l~F ••••• XC
o -------<0 .• ~
Figura 17 - Linha tenninada com carga complexa.
- ----
"",/
,
EG
""2 R2
o
, rv EG
0.> 0,3 0.. 0.5 0.6 O,. I,OItHI 1,5 2.0 2.4 1AI3.0 3.4 .•
L1 L2
--- --O
0---- B
B
I~ D
600n 20 kHz X X X X X
1+ SPMG-13 W&G
20 kHz X X X X
2 WM-20 W&G 600n
600n X X X
SPM-30 W&G 1,6 MHz X
3 150/75n
600-150n X X X
3550 HP 1,2 MHz X
10 75n-on
600-150n X X
U-2033 SIEMENS 20 kHz X X
11+ 75n
As linhas pupinizadas apresentam uma resposta mas condições apresenta uma atenuação em 4 kHz
de 1,3 dB/Km, portanto uma variação de 0,44 dB
de frequência praticamente plana em toda faixa do
para uma variação de frequência de 3,7 kHz. Na
canal de VOZ, por exemplo, a linha com fio 26
figo 19 temos o diagrama típico de uma bobina de
AWG apresenta uma atenuação em 300 Hz de
pupinização. Como vemos, em cada núcleo (POT-
0,86 dB/Km, para bobina 0-66, a mesma nas mes-
39
Março/84
-COR) são enroladas duas bobinas (bobina do fio 2) Manual de operação dos instrumentos vistos na
"a" e a bobina do fio "b"). formando uma só bo- tabela 11.
bina.
Há no mercado pelo menos cinco tipos de bobi-
nas de pupinização para serem usadas em linha te-
lefônica; na tabela 10 são apresentados todos os
dados dessas bobinas. COLABORADORES CONSULTADOS:
A grande desvantagem das linhas pupinizadas Eng9 Lauro Mauricio C. Nogueira - TELESP
em relação às linhas não pupinizadas, é que não Eng~ Francine Carreira de Rosso - TELESP
podemos transmitir, por estas, sinais do tipo PCM Téc. Mário Jorge - SERCOMTEL - LONDRI-
ou qualquer outro tipo de dados na forma biná- NA - PR
ria, pois as bobinas de pupinização deformam os Téc. Antônio Gomes - SERCOMTEL - LON-
pulsos, provocando erro na informação transmiti- DRINA - PR
da. Por outro lado, as linhas pupinizadas apresen- Téc. Augusto Carlos de Mello - TELEMIG -
tam excelente qualidade na transmissão tanto de MG
VOZ como programa musical, neste último caso
devemos tomar o cuidado de usar bobinas com
frequência de corte acima da máxima frequência ERRATA:
a ser transmitida.
Na primeira parte deste artigo, no gráfico da
figura 2 e no texto, demos como valores extre-
mos da faixa 530 e 2000 Hz e como. largura
5. BIBLIOGRAFIA 1470 Hz. Os valores corretos são:
extremos: 530 e 2270 Hz;
1) Manual de medição elétrica em rede telefônica, largura: 1740 Hz.
SERCOMTEL - LONDRINA - PARANÁ.
40
Revista Saber Eletrônica
,-_o-
Verificador de I
impedância l~ o
OHMS
I
I
I
para
ALTO-FALANTES
Newton C Braga
Ao contrário do que alguns leitores pen- priadas, isto é, uma corrente alternante de
sam, a resistência da bobina de um alto-fa- frequência determinada.
lante, medida com um multímetro, nada No caso dos alto-falantes comuns de bo-
tem a ver com sua impedância. A impedân- bina móvel, normalmente a medida de
cia está relacionada com a "oposição à pas- impedância é feita com uma corrente cuja
sagem de uma corrente" quando ela é alter- frequência seja de 1 kHz.
nante e não contínua, como no caso da usa- O aparelho que levamos ao leitor é justa-
da na prova com um multímetro. mente um gerador de 1 kHz, aproximada-
No caso de um resistor, a impedância é mente, já acoplado a um instrumento pró-
numericamente bem próxima da sua resis- prio que permite a leitura direta da impe-
tência a ponto que podemos confundir uma dância do éllto-falante. (figura 1)
com outra, mas isso não .acontece com dis-
positivos que apresentem indutâncias ou ca- Com este medidor temos duas faixas de
pacitâncias associadas, como o caso de alto- atuação: uma que permite a leitura com
-falantes. centro em aproximadamente 4 ohms, e
Nestes casos, a impedância tem realmen- outra com centro em aproximadamente
te um valor bem diferente da resistência 8 ohms. No final de escala desta última,
"ôhmica", que é constatada quando faze- teremos uma leitura de aproximadamente
mos a medição com um multímetro. 16 ohms, o que significa a cobertura da fai-
Para medir uma impedância precisamos xa mais comum de impedâncias para alto.
usar uma corrente de características apro- falantes comerciais.
ALTO-FALANTE
EM PROVA
Figura 1
50
'"~:I: 30
o
16
10 100 10KIHzI
~
FAIXA DE MENOR IMPEDÃNCIA
Figura 2
Março/84 43
cadora que e mostrada no segundo bloco da com sua Impedância. Esta etapa é mos-
e que utiliza dois transistores numa confi- trada na sua configuração básica na figura 6.
guração de acoplamento direto (Oarlington)
- figura 5. DETECÇÃo RIO
Figura 3
Ml
ALTO-FALANTE FILTRO
EM PROVA
""'"00' /'M'''''''OO'
Figura 6
ALTO-FALANTE
EM PROVA
OS COMPONENTES
MONTAGEM
Março/84 45
G1
G2
+
M1
LED
C
52
Figura 8 ~I
Os cuidados principais que devem ser to- ser os proxlmos componentes instalados.
mados durante a montagem são os seguin- Para estes não será preciso observar a pola-
tes: ridade. O leitor, entretanto, deve ser rápi-
a) Solde em primeiro lugar os transisto- do, pois eles são sensíveis ao calor. Veja os
res, observando sua posição, isso tanto para valores com cuidado. Os cerâmicos podem
os tipos maiores (01 e 05) como para os vir com marcações em códigos diferentes,
demais. Na soldagem destes componentes por exemplo 10 nF = 0,01 J1 F ou 103,
seja rápido, pois o calor os danifica. enquanto que os de poliéster têm seus valo-
b) Solde o diodo zener da fonte de ali- res dados por faixas coloridas, para 10 n F =
mentação, observando a posição de sua fai- marrom, preto, laranja e para 1 nF = mar-
xa que corresponde ao terminal que vai li- rom, preto, vermelho.
gado à base do transistor. Veja que este f) Na instalação dos capacitores eletrol í-
componente opera polarizado no sentido ticos deve ser observada a polaridade que é
inverso. marcada no próprio invólucro. Conforme o
c) Solde os demais diodos (D1 a D4), tipo, a instalação na placa de circuito
observando também sua posição que é dada impresso pode ser vertical ou horizontal.
pela faixa em seu invólucro ou pelo símbo- g) Os trim-pots não oferecem dificulda-
lo gravado, n ) caso dos BY126 ou BY127. des de instalação: basta encaixar seus termi-
Solde-os rapiuamente por causa do calor. nais nos furos correspondentes e proceder à
d) Em seguida, solde todos os resistores, soldagem.
atentando para seus valores que são dados h) O led é um componente que vai ficar
pelas faixas coloridas. Estes componentes no painel. Sua ligação deve ser feita por
não são polarizados, o que quer dizer que meio de um pedaço de fio flexível. Você
não têm lado certo para ligação, mas são deve observar sua polaridade que é dada
delicados, devendo ser soldados rapidamen- pela parte chata do invólucro. Se houver
te. Em caso de dúvida quanto aos valores, inversão ele não acenderá.
consulte a lista de material. i) Terminada a montagem dos compo-
e) Os capacitores não eletrol íticos devem nentes da placa, fixe na caixa o instrumen-
47
Março/84
)1
((
SINO
ELETRÔNICO
Ciro José Vieira Peixotá
Oh! Minas Gerais ... Oh! Minas Gerais ... No primeiro bloco temos um oscilador
Quem te conhece, não te esquece jamais. senoidal que fornece um sinal de aproxima-
Oh! Minas Gerais ... damente 547 Hz (com S2 fechada), este
A bem da verdade, não posso negar ser componente é aplicado a uma das entradas
o "Mineiro Padrão" em tudo, até comendo do bloco III que nada mais é que um ampli-
churro debaixo do viaduto Santa Ifigênia, ficador controlado por tensão, ou seja, me-
e realmente tenho muito orgulho de ter diante a variação de uma tensão contínua
nascido em Minas. Embora seja natural de podemos variar o fator de amplificação do
São João Del Rey, fui criado em Mariana sinal da entrada do amplificador vindo do
que foi o berço da arte barroca daquela re- bloco I.
"gião e possui o melhor acervo de arte sacra O gerador de "envelope" (ilustrado no
do Brasil. Em Mariana há várias igrejas que diagrama da figura 1 como bloco 11) não
mantêm a tradição de tocarem seus sinos possui decaimento inicial e seus tempos de
em horários pré-estipulados. Ora! Aqui na sustentação e relaxamento são controlados
capital não tem dessas coisas não ... pelos potenciômetros P1 e P2, respectiva-
Por isto não tive outra saída que não fos- mente, sendo que S2 dispara o envelope.
se pedir auxílio à eletrônica e assim projetei Aproveitando a oportunidade vamos
um circuito simples, mas que realmente esclarecer o que é um "envelope". Na músi-
imita o som daqueles belos sinos que eu ca eletrônica (campo fascinante ... não resta
ouvia quando criança, conseguindo assim dúvida) busca-se desde a imitação dos diver-
enganar, um pouquinho, a saudade. sos sons existentes na natureza bem como a
imitação de novas formas sonoras e para
isto. recorre-se à eletrônica como elemento
DESCRIÇAO DO FUNCIONAMENTO controlador dos componentes intrínsecos
do som (timbre, intensidade e tom).
Pelo diagrama de blocos da figura 1 Não podemos, evidentemente, discursar
observamos a simplicidade deste circuito. aqui sobre a música eletrônica e nem seria
51
Março/84
isto possível em um único artigo, por isto tos, procurarem nas edições anteriores da
recomendo aos leitores que queiram se Revista Saber Eletrônica os vários artigos
aprofundar mais na matéria e/ou nos circui- que já foram publicados a este respeito.
CONVERSOR
OSCILADOR
AMPLIFICADOR
SAíDA
CONTROLADO
BLOCO lll:
A TENSÃO
BLOCO I
BLOCO m
ASR
BLOCO n
Figura 1
Porém, agora podemos de imediato veri- rendimento e o preço, não considerei o de-
ficar que o som gerado por um sino, por caimento no envelope gerado pelo bloco
exemplo, não possui a mesma intensidade III e fiz uma sustentação rápida (curta)
sonora (ou volume, como preferem chamar sendo muito satisfatório, ao meu ver, o
incorretamente alguns) quando acionado. resultado obtido.
Assim que um sino recebe uma pancada do
V
badalo, há um aumento súbito do som que
sai do zero (silêncio) para ir até uma inten-
sidade máxima na hora da pancada. Este se-
gundo nível de intensidade sonora é manti-
do por algum tempo e depois começa a de-
crescer até atingir novamente o silêncio.
O circuito AdSR ou "envelope" nada
Figura 3
mais é que um oscilador monoestável cuja
tensão de saída, ao ser disparado, segue o
Portanto, ao pressionarmos S1 iremos
mesmo comportamento da intensidade so-
acionar o monoestável e gerar na entrada
nora do sino descrito acima.
do VCA (bloco 111) um sinal que se acha
Um envelope completo pode ser visto na
ilustrado na figura 3. Estes dois circuitos
figura 2, com seus componentes de ataque
associados formam um dos elemantos bási-
(A), decaimento (d), sustentação (S) e re-
cos de qualquer sintetizador, permitindo
laxamento (R).
que ao variarmos os tempos de ataque, sus-
V
tentação, decaimento e relaxamento, possa-
mos criar ou imitar vários sons cuja intensi-
dade ou frequência (se o envelope for asso-
ciado a um filtro controlado a tensão) varia
inversamente com o tempo, como instru-
mentos de corda, sino, gongos, etc ...
Do bloco I temos pouco a comentar,
pois o mesmo nada mais é do que um cir-
Figura 2 cuito que transforma os 9 volts vindos de
uma bateria comum em uma fonte simétri-
O sino eletrônico deveria, a priori, pos- ca de :t 4,5V necessária a alimentação do
suir um envelope completo, porém, para circuito.
conseguir uma melhor harmonia entre o Resta ainda esclarecer que S2 quando
1+14.7V
\+1 (+1
B1
9VCC
C10 l-I
lOOnF
~ISAiOA
~ (-14.7V
1-)
R5 - R4
lOK lOK
R12
_T ~;onF
2.2K
,-c-l
i I15 2
C4
W
3
6
il
CI3
555
4
2
7 5
Figura 4
(-I
Março/84 53
- que o capacito r do T resistivo (no circui- noestável modificado para gerar o envelope.
to C1 e C2 que tem o seu valor modifica- Assim que apertamos 51, o capacitor C9 se
do através de 52) seja, no mínimo, duas carrega instantaneamente com uma varia-
vezes maior que o valor de C; ção de tensão que sai do -4,5V e vai até
- que R1 seja duas vezes maior que o valor GND (terra). Neste mesmo instante C7 co-
de R; meça a se carregar por intermédio de P1 e
- que o valor de R2 seja, no mínimo, dez de R11, sendo que quando atinge o poten-
vezes maior que o valor de R. cial de 1,6V (ou -2,9V, medidos a partir
Pois bem, entendido o funcionamento do terra) este nível de tensão reseta o flip-
do oscilador (e agora com capacidade de -flop interno do CI que faz com que o pino
projetar um novo oscilador) iremos obser- 3 deixe de alimentar C9 (por intermédio de
var que R7 e R8 constituem um divisor re- D2) fazendo com que o transistor interno
sistivo que tem por finalidade reduzir bas- do CI passea conduzir (pino 7) e descarre-
tante o nível do sinal obtido no oscilador, gue imediatamente C7 e por intermédio de
para que o mesmo possaser controlado por P2 e D3 o capacito r C9 que tem a sua des-
CI-2 que constitui um amplificador con- carga controlada dependente da posição do
trolado por tensão a FET (Q2). cursor de P2.
Este amplificador para tensões contínuas Assim, conseguimos controlar os tempos
funciona como amplificador não inversor de sustentação e relaxamento da nossa
com ganho de aproximadamente 1. Mas, envoltória que será aplicada no gate do FET
para tensões alternadas seu ganho depende (Q2) por intermédio de R10 e obtendo
do valor da tensão aplicada no gate do FET analogamente um controle sobre o efeito
(que originalmente no protótipo foi utili- gerado. Para os mais "iniciados" em eletrô-
zado um 2N3819, mas que pode ser substi- nica, não deve ter sido difícil perceber que
tu ído por qualquer tipo de FET canal N). o circuito integrado que forma o monoestá-
Já CI-3 forma um circuito oscilador mo- vel é o já manjadíssimo 555.
R1
£?
_
_9V
81
Figura 5
5.6K
ENTRADA I
7
FTE
e!l.
C2
C1 T22DnF
T4.7~F
Figura 6
Março/84 55
- Solde todos os diodos (D1 a D31, obser- Feito isto, ligue no conector uma bateria de
vando na figura 6 o lado dos catodos. 9 volts (com o amplificador de áudio já li-
- Solde os Cls (C11 a CI3), tomando cuida- gado) aperte 51, se o circuito estiver corre-
do com a sua posição na placa de circuito to, um som correspondente à batida de um
impresso (acho bem melhor adquirir os sino deverá aparecer,' e variando a posição
soquetes correspondentes e simplesmente do cursor dos potenciômetros (P1 e P2) po-
inserir os Cls). Vale lembrar que o excesso demos modificar a sustentação e o relaxa-
de calor pode vir a danificá-los; mento do sinal, conforme explicado ante-
- Solde 51, 52, P1 e P2 na placa de circui- riormente.
to impresso, por intermédio de um fio Mas, se não funcionar, calma e tranquili-
duplo, fino e flex ível e finalmente ligue dade.
um conecto r para baterias de 9 volts, no Tome um café, fume um cigarro ...
local apropriado da placa, observando a E, depois volte a carga, com força redo-
polaridade indicada pela figura 6. brada, verificando se não houve troca de
componentes ou até omissão dos mesmos.
Se tudo estiver em ordem (inclusive o
CONSIDERAÇOES FINAIS chapeado), teste os componentes isolada-
mente, pois pode acontecer (visto o "óti-
mo" controle de qualidade a que sãosubme-
Terminada a montagem, verifique se tidos os componentes eletrônicos vendidos
tudo está perfeito (ou seja, se não há cur- aqui, no país das maravilhas) de algum
tos, soldas fantasmas, etc.) e somente de- deles estar com defeito.
pois de conferir tudo é que podemos conec- Se houve munhecadas, não fique verme-
tar o "sino eletrônico" na entrada de um lho (e nem amarelo) conserte simplesmen-
amplificarfor de áudio (entrada auxiliar). te, pois isto é muito normal acontecer.
LISTA DE MATERIAL
56
Revista Saber Eletrônica
GRftUftNDO UOZES DO•
ftLEM t'*
Newton C. Braga
~
As montagens que envolvem assuntos "exotéricos" sempre são um atrativo especial, mesmo
que os realizadores nem sempre acreditem tàtalmente no que seja apregoado. No entanto, como
neste campo existe muita coisa desconhecida e portanto muita coisa a pesquisar, a sugestão de
qualquer projeto, como o que aqui focalizamos, deve ser analisada com certo cuidado. Sugerimos
então que ninguém pode realmente negar nada antes de ter realizado experiências suficientes que
lhe garantam este direito.
Figura 2
59
Março/84
De fato, a presença de estações fortes ou que os leitores interessados nesta fascinante
próximas pode significar sua presença na pesquisa tenham o bom senso de procurar
gravação, pois certamente o circuito as de- entender exatamente o que se captou, não
tectará, mas não é essa a finalidade básica. confundindo simples emissões de rádio,
Em local longe de transmissões de rádio com vozes do além (se é que elas podem
fortes, e sem usar antena, somente fenôme- realmente ser chamadas como tal). Pesquisa
nos capazes de produzir sinais modulados séria significa comparação, muitas grava-
seriam captados pelo circuito e registrados. ções, entendimento e principalmente pa-
Esta é a idéia básica, defendida pelos pes- ciência.
quisadores. Se a coisa fosse simples, bastaria que o
leitor empunhasse seu gravador, ligasse o
CONCLUSÃO circuito com diodo na entrada e passasse
uma noite no cemitério que, certamente,
Como identificar sons estranhos que se- haveria conteúdo em suas gravações para a
jam gravados? Evidentemente é importante elaboração de muitos livros ...
o CIRCUITO INTEGRADO
ou na
330R
2 200~F
LED 12V
400mw
Figura 1
Março/84 61
o transformador usado deve ter um se- teressante, já que não faz uso de transisto-
cundário de 12 V x 2 A com tomada central res ou outros elementos ativos. (figura 2)
(12 + 12 V) e são utilizados 4 diodos Neste circuito o elemento "oscilante" é
1N4007 na retificação. Veja que, como a um relê, que é ligado de tal maneira a abrir
retificação é em ponte, cada diodo só con- e fechar rapidamente seus contactos em vis-
duz metade da corrente máxima, daí pode- ta do corte de sua alimentação pelos pró-
rem ser usados diodos de 1 A. prios contactos. A frequência deste abrir e
A filtragem é feita por eletrol íticos de fechar de contactos, determinada pela velo-
grande valor com tensão de trabalho de cidade de ação do relê, é que fixa a tonali-
pelo menos 16V, e existe no circuito um dade do som da sirene.
led indicador de funcionamento. O volume do som, ou seja, a potência, é
O controle da tensão de sa ída é feito por dada pelo tipo de transformador usado, que
um potenciômetro linear de 1 ou 2k. Se o no caso é do tipo de alimentação com
leitor quiser pode ligar em paralelo com a 12 V x 1 A de secundário.
saída um voltímetro. Os dois diodos e o capacitor são optati-
Lembramos que o transistor de potência vos e de certo modo alteram ligeiramente o
deve ser montado num bom dissipador de timbre do som produzido.
calor. A lâmpada L1 é de 5 W para a rede local,
e o relê deve ser de 110 ou 220 V conforme
I SIRENE DIFERENTE I a sua rede, com 2 contactos reversíveis.
Para alterar a frequência deste oscilador
O leitor JAIME RODRIGUES DE AL- um capacitor de 100 nF a 470 nF x 250 V
MEIDA, de São José dos Campos - SP, nos ou mais deve ser ligado em paralelo com a
envia o circuito de uma sirene bastante in- bobina do relê.
f TE
T1 5W
Ll
5W
Kl
lN4007
Figura 2
16
SINALlZADOR DE PORTAS DE
GARAGEM
-:=- 9V
oleitor CLAUDIO RENATO SANTOS,
4
de Curitiba - PR, nos envia um circuito sim-
+ ples para fazer piscar alternadamente as
lâmpadas de alerta de sa ídas de garagens.
(figura 4)
10
Conforme podemos ver, temos um mul-
tivibrador astável em que a frequência de
4017 operação é dada pelos resistores de 10k e
capacitores de 100 JiF.
5
O leitor usou no projeto original transis-
5EN50R tores do tipo 2N3055, mas transistores me-
nores, como os BD 135 ou equ ivalentes,
14 6
também devem funcionar.
O relê é do tipo ZA 900000, mas em
9
princípio qualquer tipo para 12 V com con-
tactos reversíveis pode funcionar.
Alterações nos capacitores devem ser ex-
Figura 3 perimentadas para se obter a frequência de
funcionamento desejada.
1K
51}+
-- 12V
NA O NFO
BOBINA cO cO
NAO NFO
Figura 4
NÚMEROS ATRASADOS
Livro EXPERIÊNCIAS e BRINCADEIRAS com
A
63
Março/84
________________ ----o
o CIRCUITO O capacitor C1 desacopla a alimentação
deste bloco, já que existe um resistor redu-
Na figura 2 temos uma representação em tor de tensão que é R5.
blocos do receptor super-regenerativo de Veja que, nada impede que os leitores
rádio controle que propomos e que opera que tenham transmissores operando em fai-
na faixa de 27 MHz. xas mais altas, como 36 e 72 MHz, alterem
a bobina L1 deste circuito, reduzindo o seu
número de espiras, para a recepção nesses
novos valores.
AMPLlF. SAíDA
DETECTOR AMPLlF.
n S
Observamos que ao lado de uma sensibi-
SUPER-REGENERATIVO I
lidade muito grande, os detectores super-
-regenerativos, como este, não têm na sele-
tividade o seu forte, pelo que podem estar
Figura 2 sujeitos à interferências de outros transmis-
sores que operarem em frequências próxi-
O primeiro bloco é o mais importante e mas.
representa o detector super-regenerativo O sinal desta etapa é levado aos dois blo-
cos seguintes que consistem em simples am-
com um transistor BF494.
A frequência de operação deste detector, plificadores de áudio. (figura 4)
ou seja, a frequência dos sinais que ele rece- + +
K1
Já O choque de R F X R F é formado por
40 a 50 voltas de fio esmaltado fino (32)
num resistor de 100k, conforme mostra a
figura 6.
S
Os resistores são todos de 1/8 ou 1/4 W
com qualquer tolerância e os eletrol íticos
devem ter uma tensão de trabalho de pelo
menos 9 V. Menores tensões implicam em
componentes menores e portanto numa
montagem mais compacta.
Os demais capacitores podem ser cerâmi.
cos de disco.
o relê usado nesta etapa deve ser sensível Pl é um trim-pot miniatura para placa de
com tensão de acionamento de 9 V. Os circuito impresso, enquanto que Cv é um
tipos para transistores Schrack ou Metaltex trimer comum de base de porcelana ou plás-
servem. Conforme o caso será conveniente tico. O valor não é importante desde que
usar em lugar do resistor de 4k7 um trim- sua capacitância máxima fique na faixa dos
-pot de 22k e assim ajustar a etapa para seu 10aos30 pF.
ponto de maior sensibilidade. Como a montagem é crítica, principal-
mente no setor correspondente ao detector
OS COMPONENTES super-regenerativo, é preciso usar placa de
circuito impresso.
Todos os componentes usados nesta
montagem são comuns e nenhum deles é MONTAGEM
crítico.
A bobina L 1 deve ser enrolada pelo mon- Ferro de soldar de pequena potência é a
tador, consistindo em 9 voltas de fio esmal- ferramenta básica para a montagem deste
tado 22 ou 24 num bastão de ferrite de 8 receptor. As demais são as conhecidas por
ou 9 mm de diâmetro. todos os leitores que praticam este hobby.
R5
470n
S1
+
C9
100~F 9V
R10 C7
4K7 lO~F
Figura 7
Março/84 67
ANTENA
Figura 8
I
1+1
5
l-I
LISTA DE MATERIAL
3 CURSOS PRÁTICOS:
I. CONFECÇÃO DE CIRCUITOS IMPRESSOS
2. SOLDAGEM EM ELETRONICA
3. MONTAGENS DE ELETRONICA
Local: centro de S. Paulo
Duração: 4 horas uma realização da
Horário: aos sábados de manhã ou à tarde
Informações e inscrições: te!. 221-1728 - 223.7330 CETEISA
69
Março/84
179. Os circuitos de sincronismo
~ /
___fTTTTTL
- IMAGEM (1 LINHA I
figura 974
I--
SAlDA
ENTRADA
>"------'1
V-_ ffil
lMJ1.
figura 975
Março/84 :1008 75