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SIMPLES (mf=l5 EPICIEnTE)

.SECRETÁRIA ELETRONICA
..
,
.
.'

NC! 137

leR Março
1984

EDrTORA
SABER
LTDA

tlio Mendes
de Oliveira
I
Hélio
Fittipaldi Simples (mas Efi ciente) Secretária Eletrô-
nica 2

Ferreomodelismo - Aplicações para Diodos


REVISTA e Eletrol íticos 14
SABER
ELETRONICA
Display Econômico 22

Cálculos Simples de Circuitos 25


tlio Mendes
de Oliveira
Principais Unidades e Medidas Usadas em
Newton Redes Telefônicas (Conclusão) 30
C. Braga
Verificador de Impedância para Alto-Falan-
J. Luiz tes .. 42
Cazarim

W. Roth Sino Eletrônico 51


& Cia. Ltda.
Gravando Vozes do Além 58
ABRIL. S.A .•
Cultural e
Industrial Seção do Leitor ..... :................. 61

Rádio Controle 65
REDAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO Curso de Eletrônica - Lição 80 71
E PUBLICIDADE:
Av. Dr. Carlos de
Campos, n9 275/9
03028 - S. Paulo - SP.

CORRESPONDtNCIA:
Endereçar à
REVISTA SABER
ELETRONICA
Caixa' Postal, S04SO
03028 • S. Paulo - SP.

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t totalmente vedada a reprodução total ou parcial dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industria-
lização e/ou comercialização dos aparelhos ou idéias oriundas dos mencionados textos, sob pena de sanções
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mais despesas de postagem. Utilize a "Solicitação de Compra" da página 79.
SIMPLES
(M~SEFICIENTE)
SECRET~RI~ElETRONIC~

,
Quando um projeto se torna um su"cesso, é justo que aperfeiçoamentos surjam e com o tem-
po levem à verdadeiras novas versões, em alguns casos melhores que os originais. É este o caso de
nossa Secretária Eletrônica: um sucesso que permitiu sua modificação para se obter uma versão
muito mais compacta, com metade dos circuitos integrados do projeto original e numa placa de
muito menores dimensões, além de outros fatores, como um custo muito abaixo das "secretárias"
existentes no mercado. Se o leitor ainda não tem quem lhe atenda o telefone e grave os recados em
sua ausência, esta é a segunda oportunidade (quem sabe a última!).
Adalberto M. Suzano/Newton C. Braga

2 Revista Saber Eletrônica


Que tal um auxiliar totalmente eletrôni- mos do circuito que descrevemos, um gra-
co que fique permanentemente de plantão vador cassete comum e, naturalmente, um
ao lado do telefone, atendendo as chama- telefone.
das e gravando recados? Naturalmente o lei-
tor sabe que isso é possível através de uma o QUE ELA FAZ
secretária eletrônica, mas se já pensou em
comprar uma, certamente deve ter se assus- A finalidade básica da secretária eletrôni-
tado com o preço! Talvez até fosse mais ba- ca é atender o telefone na sua ausência e
rato, em alguns casos, pagar alguém para fi- gravar recados.
car de plantão em caso de necessidade. Quando o telefone toca, a secretária
Entretanto, existe uma solução econômi- (sem movimentar qualquer peça) atende a
ca e que envolve o uso da eletrônica, elimi- chamada e emite um "bip".
nando-se assim a necessidade de um "auxi- Este sinal, que deve ser combinado com
liar" de verdade de plantão. as pessoas que habitualmente ligam para
A solução econômica é a nossasecretária sua casa, indica que não há ninguém e que
II que faz uso de um gravador comum so- portanto elas têm um tempo de aproxima-
. mente (que o leitor pode perfeitamente, em damente 30 segundos para deixar seu reca-
caso de necessidade, usar para as tarefas ha- do, que imediatamente estará sendo grava-
bituais) e que não leva componentes em do.
quantidade que tornem dif(cil sua monta- Depois dos 30 segundos (ou tempo
gem e principalmente eleve seu custo a va- maior, se o leitor preferir) um novo bip
lores preocupantes. indica o desligamento do gravador e do te-
Na verdade, os componentes são tão pou. lefone também.
cos, e sua montagem tão simples, que reuni- Mas, o sistema não pára por aí em sua
dos essesdois fatores, temos um custo mui- função. Ele continua de plantão e se uma
tas vezes inferior ao de uma "secretária" do nova chamada vier, novamente a opera-
tipo comercial. ção se repete, com a gravação do recado em
E claro que, como projeto um pouco sequência na fita.
simplificado, com apenas um gravador, Quando o proprietário da secretária vol-
existe algumas limitações a serem observa- tar, se houver alguma mensagem gravada
das, mas que de modo algum impedem seu isso será indicado por um cirr.uito de me-
desempenho na função prevista. mória. O proprietário, para ouvir os reca-
Como no caso da versão original, para ter dos, simplesmente retornará a fita e a passa-
a secretária em funcionamento necessita- rá normalmente.

ENTRADA
CI-l
I

_~_J_BlP L_
~ I INICIAL I

CI-2

ACIONAMENTO

DO
GRAVADOR
I F~l~l: I I AST~VEl ~--
lED

À LINHA TELEFÔNICA
PARA GRAVAÇÃO

Figura 1

FUNCIONAMENTO que não será preciso fazer qualquer modifi-


cação no telefone ou no gravador, para sua
Na figura 1 temos um diagrama de blo- operação.
cos por onde analisaremos o princípio de O segredo do funcionamento de uma se-
funcionamento da secretária, lembrando cretária eletrônica como esta está em fazer

3
Março/84
as coisas certas no tempo certo. E, tempo é LED

portanto a palavra chave. 1+1


Figura 3
Assim, os blocos representados na figura
1 são em sua maioria circuitos de tempo,
tanto do tipo monoestável como astável.
Começamos então pelo primeiro bloco
que tem por função ligar a secretária no
momento do chamado e determinar o tem-
po durante o qual ela permanece em ação 11.
na gravação de um recado. ~ REARME
A configuração usada para esta finalida-
de é um multivibrador monoestável obtido

a partir de metade de um timer duplo, o
O segundo bloco excitado pelo monoes-
556, que tem o circuito básico mostrado na
figura 2. tável de entrada consiste numa memória
ENT.
transistorizada.
( +1
A configuração desta memória é mostra-
Figura 2
da na figura 3 e usa dois transistores com-
plementares.
14
Estes dois transistores funcionam como
uma chave regenerativa que funciona exa-
5 SAíDA
tamente como um SCR: uma vez que o si-
2
nal de excitação seja aplicado em sua entra-
--- 5S6 ---
ELEMENTOS
da, ela liga e assim permanece até ser rear-
PARA FAZER
OUTRO CIRCUITO
mada através de um interruptor de pressão
IGUAL (S 1 ).
7 Este circuito é acionado no primeiro cha-
mado e assim faz acender o led que indicará
ao possuidor que existe mensagem gravada.
Deixamos para o final a análise dos dois
o sinal de chamada, vindo através da li- outros blocos que funcionam do seguinte
nha telefônica dispara o monoestável atra- modo:
vés de um transistor amplificador, levando- O primeiro deles é acionado com a subi-
-o a apresentar em sua saída um nível alto da do nível LO para o nível HI da saída do
por um tempo determinado tanto por R6 bloco de entrada, o que corresponde ao
como por C4 (este capacitor pode justa- instante em que ocorre o atendimento da
mente ser alterado, ou o resistor, caso o lei- chamada.
tor desejar tempo maior ou menor para os Nesta transição de níveis, o monoestável
recados). existente neste bloco "liga", mantendo em
O sinal obtido na saída deste bloco é le- sua saída por uma fração de segundo um
vado aos quatro blocos seguintes simulta- nível alto.
neamente. . Este bloco, assim como o outro que fun-
O primeiro bloco deste grupo que anali- ciona em conjunto, aciona um astável con-
samos é o que faz o acionamento do grava- trolado que produz o sinal de áudio corres-
dor e, ao mesmo tempo, o atendimento pondente ao bip.
do telefone. Isso significa que na transição do sinal de
Um relê é usado para esta finalidade, ten- LO para HI no instante em que ocorre o
do dois pares de contactos simples. O pri- atendimento temos a produção do bip ini-
meiro par é usado para ligar o gravador que ciaI. A frequência deste bip é determinada
está na função de espera, já conectado pela por R11, R12 e C7, enquanto que sua du ra-
sua entrada de microfone à linha. O segun- ção é dada por R1 O e por C6. (figura.4)
do par faz o atendimento, colocando na li- Já o segundo bloco é acionado na transi-
nha telefônica resistências (R21, R22 e ção do nível HI para o nível LO, o que
P1) que simulam a conexão do fone, ou ocorre no final do tempo programado,
seja, sua retirada do gancho. aproximadamente depois de 30 segundos.

4
Revista Saber Eletrônica
, ..• 20 A60S'9
-I
OS COMPONENTES

J I
L
I
l! MONOESTÁVEL
I TEMPO) Como sempre, em nossos projetos costu-
I I
I I mamos usar apenas componentes facilmen-
te encontráveis em nosso comércio, ou
~
\I 1'----------1I --
: 2! MONOESTÁVEL ainda de fabricação nacional, evitando
I BIP INICIALI
assim aborrecimentos maiores para os leito-
I
res.

-'----+-----~I
IL
I
I
I
3! MONOESTÁVEL
I BIP FINAL)
Começamos por sugerir a caixa que, infe-
lizmente, é ainda um dos ítens com que o
leitor não pode contar pronto nas lojas
I I
especializadas. Neste caso não resta outra
4! ASTÁVEL alternativa senão fabricá-Ia. (figura 6)
(TOM)
Figura 4 Com relação aos componentes eletrôni-
cos, fazemos as seguintes observações.
Este bloco também controla o astável Os circuitos integrados são os 556, que
que produz o sinal de áudio, mas, no caso, nada mais contém do que dois timers como
ele dará agora o bip final, indicando o desli- o 555. A vantagem é óbvia, um invólucro
gamento do aparelho. único com alimentação também única que
A duração deste bip é determinada no permite uma montagem mais compacta.
circuito por R 15 e por C9. Para os leitores menos experientes e para
Além deste conjunto de blocos temos os que quiserem uma versão de melhor
algumas pequenas etapas individuais que aspecto, sugerimos o uso de soquetes DI L
merecem algumas observações. de 14 pinos para os integrados em questão.
Uma delas é o circuito de entrada da li- Dois tipos de transistores são usados na
nha telefônica com um centelhador, ele- montagem. Os NPN são de uso geral, tendo
mento necessário contra descargas elétricas como tipo básico o BC548 e como equiva-
(raios) via rede telefônica. lentes diretos os BC237, BC238, BC548.
Outra é a fonte de alimentação, no caso Para o PNP o ~ipo básico é o BC558 e como
com um aperfeiçoamento importante: esta equivalentes diretos o BC307, BC308 e
fonte é dupla, usando pilhas e a rede. Seu BC557.
funcionamento é tal que, na ausência de Dois tipos de diodos são empregados.
tensão na rede, entram em ação as pilhas. Para D1, D2, D5 e D6 são sugeridos os
(figura 5) 1N4004, mas equivalentes de maior tensão,
E claro que, se o leitor quiser uma versão como os 1N4007 ou BY127, também ser-
portátil, sem conexão à rede, pode simples- vem e para os outros qualquer diodo de sil í-
mente usar pilhas. Neste caso, esta fonte cio de uso geral, como 01 N914 ou 1N4148,
será reduzida a um suporte de 8 pilhas pe- serve.
quenas (ou dois de 4, ligados em série) com O centelhador é do tipo usado em TV
plugue para conexão ao aparelho. para 1kV.
B1 O relê deve ser do tipo MC2RC2 (Metal-
8 PILHAS

nr.nn tex), miniatura, para o qual já está desenha-


r-ll li 1111-, da a placa. Equivalentes de igual número de
.L- " li
-__ 'I"""I I
- I contactos (dois) e com bobina de 12V para
F' "J.7
lN4004 \ I
baixa corrente podem ser experimentados,
-'f-
I
mas o desenho da placa deve ser alterado.
I
I O trim-pot P1 não é crítico, podendo na
I
+ verdade ter valores próximos de 1k, se pos-
sível maiores, em caso de dificuldade.
2200\lF Os resistores são todos de 1/8 ou 1/4W
com qualquer tolerância e os capacitores,
dependendo dos valores, podem ser eletro-
Figura 5 I íticos, cerâmicos ou de poliéster.

5
Março/84
PAINEL TRASEIRO

JAOUE OPCIONAL
PI LIGAÇÃO OA FONTE

DISPOSiÇÃO DOS COMPONENTES NA CAIXA

53
Figura 6 52

6 Revista Saber Eletrônica


s:
Dl
.aO +
* R6 - TEMPO FIXO 30SEGUNOOS I I t
S2

r1, ) rl, FONTE


~
I
P2 - TEMPO AJUSTÁVEL 20SEGUNOOS A lMINUTO
P21 •••.
.f" I IR6
.,..I I I 470K

Cll "~T" * ~T" 010T


lN4004 .••

IOO"'
IL I
__

R5
22K 2

C4
R8 ~PILHAS
47~F:r lK

I
Cl CI-l
10nF 556

6 8

5
7 9

~ A LINHA
a TELEFÔNICA
R14 05
"'I 27K lN4004

I
9

06
lN4004
13
AO
REMOTO 2 8
CI-2
556

~C7
~22nF

I
I
- . I -=- . 03
lN914 C8
470nF
Kl I 5 10
I 7'_-~04
I lN914
/ ;;;-

I
L I - -=- -=- .-JI
I
I

-..l
Os capacitores eletrol íticos devem ter parar os tipos 1N4004 dos 1N914 e depois,
uma tensão de trabalho de 12V ou mais, ao colocá-los na posição de soldagem,
e os capacitores cerâmicos, com excessão observar o lado da faixa que identifica o
de C1, não precisam ter tensões altas de catodo. Se houver qualquer inversão o apa-
trabalho. Somente C1 é que deve ter tensão relho não funcionará. Solde-os rapidamen-
de isolamento de 250V ou mais. te.
O leitor precisará ainda de plugues con- d) Para a colocação do centelhador não
forme o seu gravador, um pequeno e outro há nenhuma precaução especial, bastando
grande, e um para a ligação à linha telefôni- observar o desenho da placa.
ca. Material para a fonte de alimentação, e) A colocação do trim-pot exige algum
fios, etc., completam a relação. cuidado, pois pode ser necessário ajustar a
posição dos seus terminais ou mesmo alar-
MONTAGEM gar os furos da placa. Use uma broca, com
cuidado, para esta finalidade.
As soldagens devem ser feitas com um f) A soldagem de todos os resistores não
soldador de pequena potência e ponta fina. oferece qualquer problema, pois estes com-
As ferramentas são as normalmente encon- ponentes não são polarizados, isto é, não
tradas nas bancadas bem equipadas: alica- têm lado certo a ser obedecido. Entretanto
tes, chaves de fendas, lâminas, etc. seus valores dados pelas faixas coloridas de-
Comece a montagem confeccionando a vem ser conferidos com a lista de material.
placa de circuito impresso. Tenha antes em Seja rápido ao soldá-los.
mãos todos os componentes para eventuais g) Na soldagem dos capacitores eletrol íti-
compensações nas furações caso as dimen- cos será preciso observar em primeiro lugar
sões não sejam as previstas. Pequenas varia- o seu valor dado pela relação de material e
ções conforme os fabricantes são sempre também a sua polaridade, dada pela marca-
possíveis. ção de (+ ) ou (-) que deve ficar conforme
Depois, acompanhando o diagrama da fi- o desenho na placa.
gura 7, inicie a montagem. h) Na soldagem dos demais capacitores,
O desenho da placa de circuito impresso além do valor marcado no invólucro, o
em tamanho natural e do lado dos compo- leitor deve ter cuidado com o excesso de
nentes é mostrado na figura 8. calor, já que, pelo seu reduzirio tamanho,
Para que a montagem saia perfeita suge- estes componentes são sensíveis ao calor.
rimos que a sequência de montagem seja a i) Complete com a colocação dos jum-
que damos, pois esta foi a estabelecida du- pers que são pedaços de fio rígido, com ou
rante a execução do protótipo: sem capa, que interligam dois pontos da
a) Solde em primeiro lugar os circuitos placa.
integrados CI-1 e CI-2 ou se preferirseus Com isso o trabalho na placa de circuito
suportes. Na soldagem dos integrados o impresso estará pronto, devendo apenas
máximo de cuidado deve ser tomado para a fonte e as ligações externas serem feitas.
se evitar o excesso de calor e o espalhamen- Na montagem da fonte tenha cuidado
to de solda. Este espalhamento pode com a ligação do transformador, observe a
curto-circuitar terminais adjacentes. Se isso polaridadt: dos diodos, capacitor eletrol í-
acontecer, limpe o excesso de solda com a tico e suporte das pilhas.
própria ponta do ferro e com um palito. As ligações externas são dos fios que vão
Observe à posição do integrado dada pela aos plugues que conectam o gravador e
marca que identifica o pino 1. linha telefônica.
b) A seguir, solde todos os transistores.
Veja que 03 é diferente dos demais quanto PROVA E USO
ao tipo, não devendo ser confundido. Os
transistores todos têm posições dadas em Confira toda a montagem e, se tudo esti-
função de sua parte chata e devem ser sol- ver em ordem, coloque pilhas no gravador e
dados rapidamente, pois são sensíveis ao no aparelho, e também uma fita virgem.
calor. As conexões que devem ser feitas para o
c) Para soldar os diodos é importante se- sistema são mostradas na figura 9.

8
Revista Saber Eletrônica
I
••••
IPLUGUE TIPO MICROFONE)
lo. LINHA TELEFÔNICA

S2
1+1FONTE

{+IPILHAS

LEOl

S3

o l-I PILHAS
I-I FONTE

Sl
AO REMOTO
IPLUGUE Pll

AO MIC.
IPLUGUE P21

Figura 8

o plugue mais fino (P1) é ligado ao jaque Agora você precisará combinar com
do interruptor do microfone do gravador, alguém para lhe telefonar, realizando com
enquanto que o plugue mais grosso (P2) é isso os testes e ajustes iniciais.
ligado ao jaque da entrada do microfone do
gravador.O plugue maior é ligado à linha tele- Quando alguém ligar, imediatamente o
fônica, observando-se as posições dadas na relê deve fechar os contactos, o que será
roseta terminal de sua casa, conforme a fi- percebido por um estalido, e o led 1 deve
gura. acender. Se o gravador tiver uma saída para
Ligue a secretária e aperte as teclas do monitor, nele você deve ouvir um "bip"
gravador para a posição de gravar. Coloque de curta duração, e também a voz da pes-
o trim-pot P1 na posição média. soa. O gravador deve começar a correr.

9
Março/84
o gravador assim como o relê ficarão Ao desligar o relê, o gravador pára e um
acionados por um tempo entre 20 e 30 se- novo bip será ouvido no monitor.
gundos (conforme os valores de R6 e C4). Havendo um novo chamado, o gravador
desligando em seguida. deve funcionar novamente durante o mes-
Se o leitor quiser mais flexibilidade na mo tempo, também com a emissão do bip
obtenção do tempo de funcionamento, no in ício e no seu final.
pode fazer como no caso do protótipo, Parando o gravador, para verificar se tu-
usando em lugar de R6 um trim-pot de 1M. do correu bem, basta acionar 53, 51 e o bo-
Com este trim-pot o tempo pode ser ajusta- tão de retorno do gravador, isso até o
do até perto de 1 minuto para cada recado. começo da fita.

TOMADA
PWGUE TIPO EXTERNA
PI TELEFONE LINHA
MICROFONE
TELEFÔNICA

Figura 9

10
Revista Saber Eletrônica
Ouvindo então a gravação o leitor pode a) Pode haver mais de uma mensagem.
constatar se tudo está bem ou então se há Antes de desligar oaparelho, espere sempre
alguma anormalidade. Se o som sair muito um pouco depois do último bip, pois pode
baixo, por exemplo, basta ajustar o trim- haver algo mais na fita.
pot P1 e fazer nova experiência até que o b) Led apagado indica que não há mensa-
volume saia de acordo. gem gravada.
Se houver ronco na gravação, inverta as c) Deve o leitor combinar com as pessoas
ligações do plugue maior, e também do P2 se que ligam para sua casa que se estas ouvi-
continuar o problema. rem um "bip" ao serem atendidas, é por-
Sempre que passar a gravação, anotando que a secretária eletrônica é que o fez, ha-
recados, ao voltar a fita no in ício aprontan- vendo então 30 segundos para deixar o re-
do-a para receber novos recados, passe a cado. Esta secretária é "muda", não sendo
chave S3 para a posição de gravar. como as demais, mais elaboradas, mas que
Se houver dificuldade de acionamento exigem dois gravadores, sendo o segundo
pelo sinal da linha, o leitor deve aumentar o para dar o aviso de que é um aparelho que
valor de R2 para 470k ou mesmo maior. está atendendo e que existe tempo determi-
Usando o aparelho o leitor deve lembrar- nado para se deixar a mensagem.
se que:

OUTRA POSSIBILIDADE DE USO

Mas, sua secretária é muito mais versátil secretária eletrônica. Esta é uma fita sem-
do que você pensa. Imagine que em lugar fim, com tempo de gravação da ordem de
de atender e anotar recados você precise da 40 segundos. O leitor vai precisar determi-
operação inversa, ou seja, transmitir reca- nar depois este tempo exatamente para
dos. Não, o leitor não precisará fazer qual- poder ajustar o tempo do circuito de tem-
quer modificação no circuito para isso. A porização de entrada. O leitor deve então
.coisa é muito simples e sua secretária tam- optar pela versão que faz uso de um trim-
bém poderá mostrar toda sua eficiência nes- pot em lugar de R6, e seu valor é 1M con-
ta nova função. forme mostra o diagrama.
Para que isso seja possível, a primeira Conforme mostra a figura 10, o leitor de-
coisa que o leitor deve fazer é adquirir nas verá passar o plugue P2 da entrada do mi-
casas especializadas uma fita especial para crofone para a saída do monitor.

GRAVADOR

li EAR
II
(MONITOR) AUX MIe REMOTE

@ @ @@
I

PLUGUE P2

Figura 10

11
Março/84
A tecla do gravador "play" deverá estar (e não do recado), de modo que, se mais de
pressionada, e com isso o aparelho poderá uma chamada ocorrer, a repetição do reca-
ser levado aos testes iniciais. do não será truncada.
Grave um recado qualquer na fita sem- Experimente o aparelho já ligado a um
fim, da maneira convencional, ligando o telefone e ajuste tanto o volume do grava-
microfone na entrada correspondente do dor como o trim-pot P1 para obter a repro-
gravador. Veja se a fita comportou todo o dução com clareza .. Retoque o ajuste de
recado, e não se preocupe se o recado não a tempo se julgar necessário.
preencheu totalmente. O que não pode é Lembre-se que, ao usar o aparelho, deve
ultrapassar o tempo total dispon ível. De- ser combinado com os que telefonarem
pois, procure ajustar o trim-pot P2 exata- para receber o recado, a presença do bip
mente para este tempo de duração da fita indicador da secretária em ação.

Obs: todo e qualquer aparelho com cone- são de procedência estrangeira e, pelo que
xão física ã Iin'~a telefônica deve estar ho- se supõe, não são homologadas. Para evitar
mologado, ca J específico das secretárias problemas com a companhia telefônica, su-
eletrônicas. No entanto, a maioria das se- gerimos aos leitores interessados neste pro-
cretárias eletrônicas existentes em opera- jeto que, antes de executá-lo, façam uma
ção, que sabemos ser em número bastante consu Ita aos centrans locais.
elevado, inclusive em empresas públicas,

LISTA DE MATERIAL
C/-I, C/-2 - 556 - timers duplos integrados res (ma"om, preto, vermelho)
QI, Q2, Q4 - BC548 ou equivalentes - transis- R9, RI2, R14 - 27k x I/8W - resistores (ver-
tores NPN de si/icio melho, violeta, laranja)
QJ - BC558 oU equivalente - transistor PNP RIO -I80k x I/8W - resistor (ma"om, cinza,
de uso geral amarelo)
Dl, D2, D5, D6 - IN4004 ou equivalente - R13 -IOOR x I/8W - resistor (ma"om, preto,
diodos de si/icio ma"om)
DJ, D4, D7, D8, D9 - IN9I4 - diodos de si/i- RI5 - 2M2 x I/8W - resistor (vermelho, ver-
cio de uso geral melho, verde)
DIa - IN4004 - diodo de si/icio de uso geral RI6 - 270R x I/8W - resistor (vermelho, vio-
(opcional) leta, ma"om)
Led 1 - led vermelho, comum R20 - 470R x I/8W - resistor (amarelo, viole-
KI - relê MC2RC2 - Metaltex ta, ma"om)
PI - 1k - trim-pot R2I, R22 - 560R x I/8W - resistores (verde,
RI - IOOk x I/8W - resistor (ma"om, preto, azul, ma"om)
amarelo) CI - 10 nF - capacitor cerâmico de 250 V
R2 - 220k x 1/8W - resistor (vermelho, verme- C2 - 10 nF - capacitor cerâmico
lho, amarelo) CJ, C4 - 47 IJ.Fx I2V - capacitores eletroli-
RJ - 56k x I/8W - resistor (verde, azul, laran- ficos
ja) CS, CIO - 2n2 - capacitores cerâmicos
R4 - 470k x I/8W - resistor (amarelo, violeta, C6 - 4,7 IJ.Fx 12 V - capacitor eletrolítico
amarelo) C7 - 22 nF - capacitor cerâmico
R5, RII - 22k x I/8W - resistores (vermelho, C8 - 470 nF - capacitor cerâmico
vermelho, laranja) C9, CII - 100 nF - capacitores cerâmicos
R6 - 470k x I/8W - resistor (amarelo, violeta, Diversos: placa de circuito impresso, caixa para
amarelo) ou P2 - trim-pot de 1M (ver texto) montagem, plugues diversos para o gravador e
R7, R8, RI 7, RI8, RI9 - 1k xl /8W - resisto- linha telefônica, fios blindados, interruptores, etc.

12 Revista Saber Eletrônica


FERREOMODE ISMO
Oliveira

UI!

aplicações para
diodos e eletrolíticos
o assunto eletrônica em ferreomodelis- Os eletrol íticos deverão ter capacitância
mo é extenso, com muitos livros e artigos proporcional à carga, dada por experiências,
editados, formando assim uma verdadeira ficando a ordem de grandeza em torno de
ciência, com projetos que vão desde contro- 1 000 flF. A tensão mínima de isolamento é
les simples até controles por computador, de 25 V. Deve-se cuidar para que a polari-
já apresentados em exposições até por fa- dade dos eletrol íticos seja observada para
bricantes nacionais. que estes não se danifiquem.
Os ferreomodelistas conhecem bem o Os controles, geralmente, têm uma ali-
uso de diodos em pontes retificadoras, mas mentação de 16 V CA para acessórios, onde
existem outras aplicações simples, algumas são ligadas as lâmpadas, bobinas de desvios,
conjugadas com capacitores eletrol íticos, solenóides, motores estacionários, etc.
que são muito interessantes. Como estes Para as locomotivas e vagões iluminados,
materiais podem ser encontrados com faci- há uma alimentação com tensão variável,
lidade, os projetos são acessíveis a todos. com interruptor. Antigamente eram usados
18 VCA máximos, em motores universais,
CONSIDERAÇÕES GERAIS série, fabricados pela Lionel, American
Flyer, etc., hoje ainda em grande uso. A in-
Os diodos ligados diretamente à carga versão do movimento era manual, feita atra-
deverão ter capacidade de corrente compa- vés de uma chave inversora na locomotiva,
tível. Já os diodos que são ligados à fonte ou por sistema solenóide-catraca-tambor,
de alimentação e aos trilhos deverão ter operado por descontinuidade de corrente
capacidade maior, para poderem suportar na linha. Ainda hoje, o HO-Maerklin usa
curto-circuitos, como os de 6 A. A tensão este sistema, sendo entretanto operado por
recomendada mínima está em torno de sobre-tensão momentânea. Atualmente,
25V. usa-se 12 VCC máximos, por todos os fabri-

14
Revista Saber Eletrônica
cantes (salvo Z-Maerklin/8VCC), com mo- sobrecarga do transformador. Este sistema
tores de imã permanente, semelhantes aos pode ser empregado em locomotivas que
empregados no "autorama". A inversão do diminuem a veloddade devido a mau con-
movimento é feita no controle, por simples tacto com os trilhos. Nas locomotivas CA,
inversão de polaridade. E normalizado o o sistema pode ficar no controle ou na pró-
emprego da polaridade positiva nas rodas pria locomotiva. Deve ser desligado, se hou-
direitas, para que a locomotiva se movimen- ver, o relê do apito CC.
te para frente.

1. Redução de tensão

As lâmpadas, quando alimentadas sob 16VCA 22,4V


MÁX.
CA, poderão ter a vida bastante aumentada,
se for ligado um diodo em série, em qual-
quer polaridade. O brilho diminuirá ligeira-
mente. Em meia onda, a tensão eficaz será Figura 2
0,7 vezes o valor da tensão de alimentação,
o que significa que lâmpadas de 12 V sejam
alimentadas por 16VCA. (figura 1)
Dl

16VCA 11,2V

Figura 3

Figura 1 Nas locomotivas CC, o eletrol ítico so-


mente poderá estar no controle e após a
chave inversora. Caso a chave for embutida
O diodo, embora com redução fixa da no controle, deverá ser montada uma outra,
tensão, tem as vantagens sobre a resistência ficando a primeira sem operar, sob pena de
equivalente por não absorver praticamente dano ao eletrolítico. (figura 3)
energia, e manter a tensão sob todas as car-
gas admissíveis. Por .isso, pode-se ligar um
3. Variação de tensão
diodo geral para todas as lâmpadas, incluin-
do interruptores. Nos vagões iluminados em Adicionando-se um potenciômetro, da
CA, evidentemente deverá haver um diodo ordem de 30 ohms x 4W, ao circuito ante-
por unidade. rior, varia-se a tensão eficaz de 0,7 a 1,4 V,
ou seja, na relação 1 :2. (figura 4)
2. Aumento de tensão

Adicionando-se um eletrol ítico ao circui-


to anterior, aumenta-se a tensão eficaz para
1,4 vezes o valor da alimentação. Neste
caso máximo, a CC é plena, devido ao fato
dos eletrol íticos se carregarem pelos picos.
Quanto maior for a capacitância do eletro-
Iítico, em relação à carga, mais se aproxima
daquele valor máximo a tensão. Pode ser
Figura 4
usado em acessórios que necessitem de
maior tensão que a fonte. (figura 2)
Lembramos que a potência de carga, em A tensão mínima é dada pela meia onda
princípio, será duplicada, podendo haver e a máxima pela tensão plena. Pode ser uti-

15
Março/84
lizado para acessorlos e locomotivas nas Adicionando-se eletrol fticos, após os
condições dos ftens anteriores. (figura 5) diodos, se obtém maior estabilidade de ten-
(Ver ftem 10 - velocidades reduzidas) são que será 1,4 x V.

6. Luzes direcionais de painel

Em sistemas CC, para se visualizar o mo-


vimento da locomotiva, usam-se lâmpadas
ou leds. (figura 8)

Figura 5

4. Estabilização de tensão

Em vagões iluminados sob CA ou CC,


-- --
atenua-se o efeito de piscar devido a maus LAMPADAS

contactos nas rodas, utilizando ponte reti-


ficadora com eletrol ftico, lembrando-se que
a tensão eficaz é 1,4 x V. (figu ra 6)

LEDS

Figura 8

7. Reversão de locomotivas CA

Pode-se adaptar os motores CA em CC,


para simplicidade da reversão, eliminando-
Figura 6
-se o problema do mau contacto nos trilhos
e enguiços no mecanismo de reversão. (fi-
o sistema pode ser aplicado somente em gura 9)
locomotivas CA, pois as de CC movimen-
tam-se só em um sentido, salvo se for mon-
tada uma chave inversora para elas.
Figura 9 ROTOR

5. Luzes direcionais de locomotivas

Em locomotivas CC, instalando-se um


diodo em série com a lâmpada, ela só acen-
derá quando houver movimento naquele
sentido. (figura 7) 6
cc
?
-- Emprega-se fonte de CC e ponte retifica-
dora para a bobina do campo.
A bobina sempre terá a mesma polarida-
de, funcionando como um imã permanente.
1 LUZ 2 LUZES Outra alternativa é ligar 'a ponte retificado-
Figura 7 ra ao rotor.

16
Revista Saber Eletrônica
8. Duas locomotivas sob um controle

Duas locomotivas CA ou CC movimen-


tam-se, por vez, em todas as linhas sob um
controle, evitando o sistema de secções iso-
ladas. Usa-se fonte de CC com chave inver-
sora e diodos nas locomotivas, sendo um
invertido. (figura 10)
Nas locomotivas CA não há problema de
Figura 11
inversão de movimento. Desligar, se houver,
o apito CC. Nas locomotivas CC só haverá
movimento num sentido, salvo se adiciona-
das as chaves de inversão.
CA
A

CONTROLE DUPLO

CA

CA

Figura 10
B

2 CONTROLES
Se for desejado que uma locomotiva CC
se movimente em sentido inverso continua- Figura 12
damente, inverter as ligações do motor, sem
alterar a posição do diodo. Se inverter a po- Para locomotivas CC usam-se dois poten-
sição f(sica de uma locomotiva CC, ambas ciômetros de 30 ohms x 4 W. (figura 13)
se movimentarão so./:>mesmo controle, o Em ambos casos, a tensão eficaz é 0,7 x V,
que impede a linha de ter peras e triângu- mas podem ser acrescentados eletrol fticos
los, salvo se for usada chave inversora na nas locomotivas. As demais características
locomotiva. Quando não for usado este sis- são iguais ao sistema anterior. Em vez da
tema, basta jumpear os diodos. segunda locomotiva CA ou CC, pode-se
usar um controle para os vagões ilumina-
9. Duas locomotivas sob dois controles dos, com diodos. Empregando-se rede aérea
e, aplicando-se também este sistema, obtém-
Baseado no sistema anterior, em que -se 4 locomotivas independentes (Sistema
duas locomotivas se movimentam indepen- Detroit).
dentemente, emprega-se uma fonte CC com
dois diodos, em que os semi-ciclos positivos
da tensão ajustável alimentam uma locomo-
tiva, enquanto os semiciclos negativos ali-
mentam a outra locomotiva. (figura 11)
Para as locomotivas CA usa-se o controle
duplo ou dois controles separados, mas de- CA

vem estar ligados em fase pelo primário,


pois uma locomotiva não funcionará. (fi-
gura 12) Figura 13

17
Março/84
10. Velocidade reduzida O variador de tensão, ítem 3, também .
pode ser usado. Outro sistema, é com eletro-
Os motores CA e CC, em velocidade re- Iítico e potenciômetro de 300 ohms x 4 W I

duzida, são instáveis, devido ao baixo tor- alimentados por CC de meia ou onda com-
que. Há vários sistemas transistorizados que pleta. Variando-se o potenciômetro jum-
se baseiam na geração de pu Isos bem espa- peia-se o eletrol ítico.
çados, mas com grande tensão. Entretanto,
há zumbidos e aquecimentos nos motores 11. Reversão de acessórios
devido à grande corrente, considerada prati-
camente como de partida, isto é, somente Pode-se empregar somente dois conduto-
corrente direta, sem força contra-eletromo- res como simplificação em conexões girató-
triz. Agrava-se o problema com carga pesa- rias e deslizantes, por uso de CC. (figura 15)
da, como excesso de vagões e subidas. Por- Se a alimentação for em CA, ambos os
tanto deve ser aplicado por pouca duração. acessórios funcionarão.
Um processo simples, mas não tão eficiente
como os de pulso, é o emprego de meia 12. Acionamento de desvios
onda. Nas locomotivas CA o controle tem
um único diodo, com interruptor para o Se mantivermos uma corrente por longo
jumper. Em locomotivas CC basta desligar tempo sobre a bobina de desvio haverá
qualquer diodo da ponte retificadora. (figu- aquecimento e queima. Também se o trans-
ra 14) formador for de pequena potência, durante
o acionamento haverá uma queda exagera-
da de tensão. Evitam-se estes problemas com
o disparo do eletrol ítico, pois E = 1/2 CV2 •
(figura 16)

16VCC

0o__---- __ ----.._

Figura 14

Figura 16

A carga que dura poucos segundos deixa


o eletrol ítico com tensão de 1,4 x V. Acio-
nando uma bobina, haverá uma descarga
rápida e, ao fim, a tensão será baixa, limi-
+ tada pela resistência. Tem a vantagem de
3
visualizar a recarga. Quando a luz se apaga,
( ORIGINAL. 3 CONDUTORES I 2 l' SISTEMA
o eletrol (tico está apto a novo acionamen-
to. Vários desvios poderão ser alimentados
por um único conjunto destes, mas aciona-
dos um por vez, salvo se forem utilizados
maiores eletrol (ticos. Em certas circunstân-
cias, como operar o desvio conjugado a uma.
seção isolada, será necessária uma chave de
reversão de duas seções. Entretanto, um
novo acionamento do desvio será impossí-
vel, visto que o eletrol (tico estará ainda des-
carregado. Neste caso adiciona-se uma bo-
2' SISTEMA
toeira, a ser colocada após o posicionamen-
Figura 15 to da chave. (figura 17)

18 Revista Saber Eletrônica


Os diodos, aqui, impedem o retorno da
corrente indesejável, como é vista para a
bobina comum A curvo. Este sistema pode
ser conjugado com o do ítem anterior. Uma
infinidade de combinações de desvios pode
ser feita desta maneira. As bobinas que re-
cebem mais de uma alimentação deverão
ter um diodo por ramàl.
Figura 17 14. Sinais conjugados

Baseado no ítem anterior, com a chave


ao centro, ambos os aspectos serão encar-
nados. (figura 20)

..

SECÕES
Figura 18
~
L-
Outra alternativa sem a botoeira, é utili-
zar dois eletrol íticos com chave tripla. Um
eletrol ítico está sempre carregado. As lâm- 2

padas poderão servir como sinais verdes ou


indicadores no painel. (figura 18) cc

13. Desvios conjugados

Em pátios de manobras, será moroso e Figura 20


passível de erros o comando de cada desvio.
Pode-se empregar uma chave seletora de Em traçados elaborados podem-ser usar
uma seção, com diodos, para operar um chaves seletoras de 3 seções:
grupo de desvios. (figura 19) 1~ seção - seções isoladas
.. A

2
2~ seção - desvios
3~ seção - sinais
Deste modo, sincronizado, obtém-se se-
Figura 19
gurança e rapidez nas operações.
A seguir apresentamos aplicações de dio-
dos junto aos trilhos, usados somente para
A RETO locomotivas CC. Os trilhos deverão ser iso-
A CURVO
1
lados, e os diodos soldados diretamente.
2

15. Fim de linha


+
B CURVO Evita-se o choque contra o batente (cir-
CC B RETO
cuito alçapão). Para a saída da locomotiva,
basta inverter a polaridade no controle.
(figura 21)

19
Março/84
18. Pera ou triângulo
>
Evita o uso de uma segunda chave inver-
sora, por acréscimo de 4 diodos. (figura 24)

> ,..• As seções entre os 4 diodos sempre terão


a mesma polaridade. Entretanto, a locomo-
Figura 21 tiva deverá sempre se movimentar nos sen-
tidos indicados. Os isolamentos indicados
nos trilhos intermediários garantem uma
16. Redução em declive
parada obrigatória, evitando um curto-cir-
cuito pelas rodas, ao alcançarem a saída da
Evita o excesso de velocidade, por redu-
seção isolada. Este sistema é aplicado. a
ção na tensão da linha, por meio de poten-
qualquer outro tipo de linha com reversão.
ciômetro em série de 30 ohms x 4 W, ajus-
tado. Na subida o potenciômetro fica jum-
peado. (figura 22)
DESCIDA _

> •.

Figura 22

17. Parada controlada


ORIGINAL
Qualquer que seja o sentido do trem, a
locomotiva pára após a estação, centrando
os vagões. A locomotiva passa pela primeira
seção isolada e pára na segunda, até ser fe-
chado o interruptor. (figura 23)

W;/(;íí1 ESTACÃO

PERA

rz;//l/lJJJ

TRIANGULO

Figura 23 Figura 24

20
Revista Saber Eletrônica
DISPlAY ECONÔMICO

Ciro José Vieira Peixoto

Era uma vez uma crise econômica ... Puxa por com sete segmentos um número oito,
vida! Que estória macabra. Também, esta- como já é de conhecimento de todos. Estes
mos bem no meio deste conto de terror, diodos possuem um ponto que é comum a
que ainda está longe da possibilidade de ter- todos eles, sendo este ligado ao anodo dos
minar em "happy end"! diodos (formando o display de anodo co-
Mas não adianta ficar de braços cruzados, mum) ou ligado ao catodo (formando o dis-
vendo o nosso cruzeiro valer cada vez me- play de catodo comum). Assim estes dois
nos (e o dólar dos "gringos" valer mais) e tipos de displays devem ser ligados de duas
assim os componentes eletrônicos que, na formas distintas: o ponto comum é ligado
maioria dos casos, são apenas encapsulados a um potencial positivo e os segmentos (A,
aqui no "país das maravilhas", cada vez B, C, ... , G) são ligados à terra do circuito
mais custam os "olhos da cara", encarecen- (por intermédio de um decodificador) para
do os aparelhos que muitos gostariam de o display de anodo comum, enquanto que
montar, mas nem sempre conseguem adqui- para o catodo comum a ligação se inverte,
rir aquele componente "de ouro". Por isto, ou seja: o ponto comum é ligado ao terra
tive a idéia de compor um display a partir do circuito, enquanto que nos segmentos é
de leds retangulares, facilmente encontra- aplicado um potencial positivo (por inter-
dos no mercado especializado, substituindo médio de um outro tipo de decodificador).
assim nas montagens os famigerados FN D Obviamente temos que respeitar as ca-
XXX e obtendo assim uma economia da racterísticas operacionais dos leds, ou seja,
ordem de 65% em relação ao preço destes a sua tensão e corrente máxima.
displays, bem como viabilizando bastante Por isto há necessidade em certos casos
o custo. dos aparelhos que dele necessitam. de se colocar externamente resistores entre
as sa ídas (segmentos) do display e as entra-
o DISPLAY das do decodificador.
Assim, recordando estes ítens, podemos
Um display nada mais é do que um pu- de imediato partir para a análise do display
nhado de diodos emissores de luz (Ieds) co- econômico, cujo diagrama esquemático se
locados estrategicamente de modo a com- encontra ilustrado pela figura 1.

22 Revista Saber Eletrônica


ENTRADAS 00 OISPLAY
, Em primeiro lugar, porque as aplicações
c O G P.D. que podem ser atribu ídas ao display é
que irão determinar a dificuldade na fabri-
cação da placa de circuito impresso (que,
no pior dos casos, para um display multi-
plexado de oito dígitos, por exemplo, não
é das maiores).
Em segundo lugar, porque cada caso é
COM.
um caso, ficando difícil imaginar o que po-
derá ser ou não ser uma boa aplicação ao
Figura 1
display.
Veja que ela nos mostra a ligação de ca- Assim decidi montar uma unidade protó-
todo comum, sendo a mesma extremamen- tipo de apenas um dígito, cuja a placa de
te simples. Observe que a tensão presente circuito impresso (Iay-out) pode ser apre-
nos leds quando acesos é da ordem de 1,6V ciada em seu tamanho natural na figura 2.
e sabendo que a corrente típica destes leds
é da ordem de 30 mA, podemos facilmente
calcular os valores dos resistores R 1 a R8
IIIIIIII
a partir da expressão:

Eent -1,6
R =-----Ohms
0,03
onde:
R = valor do resistor em ohms;
Eent = tensão aplicada na entrada do dis-
play.
Assim para uma fonte de 5VCC, por
exemplo, o valor dos resistores (que se-
rão iguais) será de aproximadamente ['-'
113,33 ohms (valor naturalmente arredon-
dado para 100 ohms, que é um valor de
resistência comercial).
Também podemos ver que não será nada C
difícil transformar o display esquematizado A

pela figura 1 em uma unidade de anodo co- 000000000

mum, bastando para isto inverter a ligação


FGEOCPOBACO Figura 2
dos leds.
Para formar os segmentos são utilizados Como se pode observar, sem mesmo
leds retangulares, enquanto que para for- montar o display, a formação dos números
mar o ponto decimal é utilizado um led (1, 4, 6, 7) não é tão perfeita como nos dis-
comum (redondo) miniatura. Ainda se plays comerciais.
observa que os leds poderão ser de qualquer Assim, quando formamos o número
cor (vermelho, verde, amarelo ... ), desde que 1680 em um visor que utiliza quatro unida-
encontrados no comércio local. des básicas do display aqui proposto, obser-
vamos que aqueles números serão menores
A MONTAGEM que o restante (o número zero ocupa todo
o tamanho do display enquanto que o nú-
Até agora vimos que este circuito é bem mero um ocupa apenas 72% da altura
simples, não oferecendo nenhuma dificul- deste). Mas isto, ao meu ver, não impede
dade para seu entendimento, bem como que o mesmo seja amplamente utilizado,
para sua adaptação (catodo ou anodo sempre quando possível, visto que propor-
comum). ciona uma considerável economia em rela-
Entretanto é nesta parte que a coisa co- ção às unidades comerciais, como já foi
meça a ficar meio "lusco-fusco". dito anteriormente.

Março/84 23
Assim, enquanto que o preço dos leds,
na pior das hipóteses, está em torno de
Cr$ 200,00 (ficando o display em torno
Analisadores lógicos
de Cr$ 1.600,00) qualquer FND custa aci- PENTAPROBE
o Pentaprobe é um analisador lógico de alta
ma de Cr$ 4.500,00. precisão que determina 5 estados lógicos di-
Entretanto, retornando à montagem, ferentes.
reintero aqui que deixo à livre iniciativa do Especificações técnicas:
Alimentação: 4,5 a 18V CC.
leitor a composição do seu visor a partir da
Impedância de entrada: 1 MS1.
unidade básica padrão da figura 2. N rveis indicados: cinco - alto/baixo/falso/
Contudo, advirto que os leds podem /aberto/pulsos.
ser soldados diretamente na placa de circui- Famflias lógicas: MOS, CMOS, TTL, DTL,
to impresso, porém o montador deve se RTL.
Frequência de trabalho: CC a pulsos de me-
utilizar de um ferro de soldar de ponteira
nos de 15 ns.
fina e baixa potência (24W). Melhor que DIGITAL Cr$113.500
este procedimento, é a utilização de conec-
SONOPROBE
tores do tipo molex. O Sonoprobe é um analisador lógico com
Antes de soldar cada led, verifique se o indicação visual e sonora dos n rveis. Possui
mesmo está na posição correta (dependen- elevada precisão e sua indicação sonora pode
do do tipo de display, se o montador quiser ser ouvida a alguns metros de distância.
Especificações técnicas:
uma unidade de anodo comum, tem que
Alimentação: 4,5 a 18V CC - 12 a 55 mA.
inverter todos os leds durante a montagem Impedância de entrada: 200kS1.
da placa protótipo), bem como se o led a " Precisão: melhor que 2%.
ser soldado se encontra na mesma altura Indicações: luminosa - H vermelho, L verde
que os outros já soldados, visto que é muito sonora - H agudo, L grave
Famrlias lógicas: MOS, CMOS, TIL, DTL,
perigoso querer retirar os leds ou mesmo
RTL.
ajustá-los no lugar depois de soldados, pois DIGITAL Cr$ 46.000
estes componentes são muito sensíveis ao

--
GERADOR DE BARRAS PARA TV
calor e qualquer deslize pode queimá-los
facilmente.
A base dos leds nunca deverá estar rente
à placa de circuito impresso, devendo ficar
sempre a uma certa distância da mesma, :: ~õõlli
para não danificar o led ao soldá-lo.
Observe que os resistores R1 a R8 são
~.II-i~j i

unidades de 150 ohms, possibilitando que ---:-1


este display seja ligado diretamente a um •
Para testes, ajustes e rápida localização de defeitos em
decodificador que nos forneça 6VCC para aparelhos de TV em cores e preto e branco, desde o
cada segmento. seletor de canais, F.1. (som e vrdeo), amplificadores de
Bem, chegamos ao fim desta "jornada vrdeo e som, ajuste de convergência, foco, linearidade,
econômica" e só me resta acrescentar que etc. O único aparelho que permite o teste direto no
estágio e no componente defeituoso.
trata-se mais de uma sugestão do que uma
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24 Revista Saber Eletrônica



CALCULOS
SIMPLES
DE CIRCUITOS
Newton C Braga

Pequenos problemas de eletrônica podem levar muitos leitores a dúvidas capazes de compro-
meter projetos e até mesmo a impedir sua realização. Visando esclarecer os leitores que têm este
tipo de dúvida, mostramos aqui alguns dos principais procedimentos para resolver problemas sim-
ples de eletrônica que envolvem cálculos.

Como calcular a queda de tensão num re- QUEDA DE TENSÃO


sistor? Como determinar o valor do resistor
que deve ser ligado em série com uma fonte Quando uma corrente circula por um re-
para se obter determinada tensão? sistor, a energia é transformada em calor.
Para os que possuem cursos técnicos, ou O resu Itado é que a tensão apl icada sofre
mesmo cursos superiores, este tipo de cál- uma queda, conforme mostra a figura 1.
culo é muito simples, mas sabemos que a
maioria dos nossos leitores pratica a eletrô-
nica como hobby e portanto não tem a
obrigação d~ saber. Por este motivo, aten-
dendo a muitos pedidos de leitores que fre-
quentemente nos escrevem, procurando so-
luções para suas dúvidas, damos neste arti-
go algumas "dicas" de cálculos que apare-
cem com frequência nos trabalhos de ele-
trônica.
Os cálculos que abordamos envolvem
v
operações básicas, tais como a divisão, mu 1- Vl> V2

tiplicação, soma, subtração e eventualmen- VI

te uma raiz quadrada, o que significa que,


V2
mesmo que o leitor tenha apenas o ginásio,
LOCAL
não haverá muita dificuldade para sua com-
preensão.
É claro que, como em matemática, o im-
portante é a prática, sugerimos aos leitores Figura]
interessados que não se limitem à leitura
deste artigo, mas que procurem praticar Entretanto, ao contrário do que muitos
com os exercícios que daremos. leitores pensam, esta queda não é uma

25
Março/84
constante que depende única e exclusiva-
mente do valor do resistor usado. O cálculo
da queda de tensão depende também da
20V

/ -
~
20mA
loon
18V

/
corrente que circula pelo resistor, a qual 2V

também é uma consequência da tensão

-
+
existente no circuito.

V I
~
v

V2
-
20V

- R
r

--
+
V= VI-V2 Figura 4
V=RXI

VE Uma conclusão importante que o leitor


deve tirar é que, se a carga ligada em série
com o resistor não tiver um consumo de
OV corrente constante, isso significa que a que-
da de tensão não será também fixa. Se nes-
Figura 2 te circuito a corrente variar de 0,02 A para
0,1 A, por exemplo, a queda de tensão mu-
Em suma, para calcular a queda de ten- dará de 2 V para 10 V!
são no resistor, ou seja, quanto teremos A segunda possibilidade consiste em tra-
depois do resistor, sobre a carga, conforme balhar com a resistência total do circuito e
mostra a figura 2, temos duas possibilidades: com a tensão da fonte, quando não conhe-
A primeira consiste em se trabalhar com cermos a corrente. Deste modo poderemos
a corrente no resistor que chamaremos de calcular a corrente no circuito e cair no
I, e com o valor do próprio resistor que caso anterior.
chamaremos de R.
Esta queda de tensão é então dada por:
V=RXI. - I

RI
Isto quer dizer que multiplicamos sim- ~
VRI
plesmente o valor da resistência (em ohms) r:~
V

-
p~la corrente (em amperes). +

Exemplo: qual é a queda de tensão no resis-


tor da figura 3? - VR2{ VR1:R1XI

--- v R2
VR2=R2 X I
r= O,02A

+
R=100o.

Figura 5

No exemplo da figura 5, para calcular a


corrente, procedemos do seguinte modo:
a) Somamos as resistências R 1 e R2 (em
OV ohms).
b) Dividimos a tensão da fonte (V) pelo
Figura 3 resultado da soma do ítem anterior.
Obtemos neste caso a corrente nos dois
Resolução: multiplicamos a resistência que resistores, que é a mesma, pois lembramos
é de 100 ohms pela corrente que é de 20 mA que o que muda é a tensão. A corrente terá
ou 0,02 A: o mesmo valor em todos os pontos do cir-
V = 100 X 0,02 cuito.
V=2V Para o leitor treinar: calcule a queda de
Obtemos na carga uma tensão 2 V menor tensão no resistor R 1 e no resistor R2 do
que a da fonte, como mostra a figura 4. circuito da figura 6.

26
Revista Saber Eletrônica
RI R2 apenas um resistor como redutor. Rádios,
loon 500n
amplificadores, transmissores, onde o con-
sumo varia conforme o volume e a modu-
"-v---"
VRI=?
"-v---"
VR2=? lação, não se enquadram neste caso. Já uma
lâmpada, um led, tlm timer de consumo
+ -------<.- constante, um oscilador de consumo cons-
1= O,02A
tante, servem.
Mas como proceder?
Tomemos como exemplo o caso da fi-
gura 8.

VR
Figura 6 ~
R=?

RESISTOR REDUTOR
-
I=?

Uma consequência do que vimos acima é


um tipo de cálculo muito solicitado por lei-
tores: que resistor devemos ligar em série
com um led, uma lâmpada ou outro apare-
lho, quando a tensão de alimentação é
-=-V
+
CARGA
{1 VI
= PRECISAMOS

VR = V - V ,
CONHECER

maior do que a suportada pelo dispositivo OV


alimentado? (figura 7)

1= _P- ONDE P = POTÊNCIA EM WATTS


VI

Figura 8

Queremos saber qual deve ser o valor do


resistor R para que a tensão no circuito de
carga seja do valor desejado (V1). A tensão
de alimentação que dispomos neste caso é
V.
R=? Será que temos tudo?
Não! Como no caso anterior, para calcu-
lar a queda de tensão é importante termos
mais uma informação: a corrente exigida
pelo aparelho alimentado ou então sua po-
tência, pois com a potência podemos calcu-
lar a corrente.
CONSUMO lomA Chamando de I a corrente do aparelho
Figura 7 alimentado, procedemos da seguinte forma:
a) Verificamos qual deve ser a queda de
Para este tipo de cálculo devemos levar tensão no resistor R, subtraindo a tensão
em conta, em primeiro lugar, a conclusão de alimentação do aparelho (V1), da tensão
do ftem anterior: somente será válido o cál- da fonte. Fazemos:
culo se a corrente no dispositivo alimenta- VR = V - V1
do for constante, pois como vimos, se a b) O valor obtido (VR) será dividido pela
corrente variar não podemos fazer com que corrente (I), resu Itando no valor do resistor
o resistor mantenha uma queda constante; R.
a queda variará com a corrente. Isso sigini- R = VR/I
fica que somente dipositivos de consumo
de corrente constante podem, em prind- Nestes cálculos as tensões devem ser em
pio, sem qualquer regulagem, ser alimenta- volts, as correntes em ampares e as resistên-
dos por fontes de tensão mais alta tendo cias em ohms.

27
Março/84
Exemplo: queremos calcular o valor de R Os leitores inteligentes devem ter perce-
para podermos ligar uma lâmpa- bido que estes cálculos valem para o caso
da de 6 V x 50 mA numa fonte de leds, em que estes componentes normal-
de 12 V. (figura 9) mente funcionam com correntes (I) entre
20 e 50 mA e a tensão é sempre a mesma,
R=?
de 1,6 V.
-----
I=SOmA
Com as dicas dadas fica muito fácil cal-
cular qual é a resistência que deve ser ligada
em série com um led em qualquer circuito.
6V
12V
SOmA

Para o leitor treinar: qual deve ser a resis-


tência R no circuito da figura 10 para o led
operar com 20 mA?
Figura 9

Neste caso temos:


Tensão de alimentação (V) = 12 V
Corrente do circu ito (I) = 50 mA = 0,05 A
-
O,02A

LED
Tensão no aparelho alimentado (V1) = 6 V
i2V l,6V
Fazemos então: }
2DmA
a) Queda de tensão: VR = V - V1
VR = 12 - 6
VR = 6 V
b) Cálculo de R: R = VR/I Figura 10
R = 610,05
R = 120 ohms

Mas, cuidado! Não terminou. Veja que


falamos que um resistor ao ser percorrido
por uma corrente aquece. Se este aqueci-
mento for excessivo,. o leitor sabe muito
MALETA DE
bem o que acontece: o resistor pode quei-
mar. Por isso, antes de partir para sua loja FERRAMENTAS
de componentes para comprar um resistor, PARA
é preciso também determinar qual deve ser ELETRONICA
a potência mínima de dissipação, ou seja, MOD. PF-M5
de quantos "watts" ele deve ser. APENAS
Para calcular esta potência (P) é simples: Ferro de soldar - Solda _ Cr$lO.500 ,00
basta multiplicar o valor da queda de ten- Alicate de corte _ Sugador Preço válido até
são (VR) pela corrente (I). No nosso exem- de solda - 5 chaves de fenda _ o próximo
2 chaves Philips - Maleta cf fecho número da revista
plo temos:
À venda, diretamente ou pelo Reembolso Postal, na:

P = VR X I
----------------------
FEKITEL - Centro Eletrônico Ltda.
Rua Guaianazes, 416 - 1~ ando - Centro - S. Paulo
P = 6 X 0,05 Aberto até 18:00 hs. também aos sábados
P = 0,3W ou 300mW Fone: 221-1728 - CEP 01204
Sim, desejo receber a MALETA DE FERRAMENTAS
PF-M5 pelo Reembolso Postal. Ao receber pagarei o
Veja então que, se o leitor comprar um valor correspondente acrescido do valor do frete e
embalagem.
resistor de 118 W (125 mW) ou ainda 114 W Nome _
(250 mW), vai perder tempo, pois o compo- End. _
nente vai esquentar demais e queimar! É
----- NC? CEP _
preciso dar uma margem de segurança e
Cidade _ Est. _
comprar um resistor bem maior: 112 W
(500 mW) ou mesmo 1 W. Ferro de soldar em O 11OV O 220V

28
Revista Saber Eletrônica
Principais Unidades e Medidas
Usadas em Redes Telefônicas

Conclusão Francisco Bezerra Filho

3. MEDIDAS /600n em BOOHz, na entrada da linha, e na saída


ligamos o medidor de nível (vide pontos A e B
3.1 ATENUAÇÃO da figo 9, no próximo capítulo). No caso de ser
usado medidor de nível seletivo, sintonizamos am-
A medida de atenuação em linha telefônica é bos para a mesma frequência BOOHz ou 1600 Hz
feita com o objetivo de determinar se a atenuação (tome como referência a figo 10, também no pró-
está dentro do valor estabelecido por norma. Nor- ximo capítulo).
malmente a atenuação é dada em dB/Km. Na tabe- Conhecendo-se o nível do gerador aplicado no
la 9 temos a atenuação prevista em norma para ponto A, que será usado como referência de OdB,
linha comum (linha não pupinizada), para 4 bito- medimos o nível que chega no ponto B, a atenua-
las de fios diferentes e medida em diversas fre- ção da linha é a diferença de nível em dB entre
quências. o nível aplicado no extremo A e o nível lido no
Para determinar-se a atenuação em uma linha extremo B, na frequência do gerador. Por exem-
telefônica, desconectamos de ambos os lados e plo, se injetarmos um nível de -5dBV/600n, na
terminamos seus extremos com uma carga resistiva frequência de BOOHz, que será tomado como re-
Zc com valor igual à impedância característica da ferência de OdB, e medirmos no outro extremo da
linha Zo (*). Nas linhas telefônicas essa impedân- linha um nível de -9,BdBV/600n, neste caso te-
cia normalmente é de 600n. A linha de transmis- remos uma atenuação de 4,B dB na frequência de
são, usando fio de bitola 22 AWG, tem uma impe- BOOHz.
dância de 600n na frequência de 950 Hz. Nas de-
mais frequências a impedância varia inversamente (*) Também podemos usar a própria impedância
com a frequência, como podemos ver na fig. 7. interna, tanto do gerador como do medidor, como
Para haver compensação, usamos como carga carga, neste caso não há necessidade de usar-se
não uma carga pura, mas sim uma carga complexa, carga externa para terminar a linha.
formada por um capacito r de 1 JiF e por um resis-
tor de 900n (fig. 17). Para fazer-se esta medida
pode ser usado qualquer medidor de nível dado 3.2 RESPOSTA DE FREQU~NCIA
na tabela 11. Antes de iniciarmos a medida, liga-
mos a saída do gerador à entrada do medidor e Para medir-se a resposta de frequência ou dis-
aferimos um contra o outro, isto é feito para ter- torção por atenuação, injetamos um nível na linha
mos certeza que ambos estão operando com o mes- de frequência de BOOHz e medimos esse nível no
mo nível. Conectamos o gerador, com nível e fre- outro extremo da linha que será tomado como re-
quência pré-determinados, normalmente o dBm/ ferência de OdB. Variamos a frequência do gerador

30 Revista Saber Eletrônica


em toda faixa do canal de VOZ (300-4000 Hz), to- atenuação de -0,6 dB em 300 Hz em relação à re-
mando o cuidado de manter a saída do gerador ferência de 800 Hz, se em 4000 Hz lemos um nível
sempre constante, monitorar a saída do gerador de -11,2, neste ponto houve uma atenuação de
em cada frequência que for medir o nível. Em cada 1,4 dB em relação a 800 Hz, o mesmo é válido pa-
frequência medida anotamos a variação do nível ra as demais frequências a serem medidas. Na figo 8
em relação ao ponto de frequência de O dB feito temos as curvas de atenuação em função da fre-
em 800 Hz, o n1'vel de referência pode ser o -9,8 quência para linha de assinante usando fio 26 AWG
dBV, visto no capítulo 3.1. Supondo-se termos um e para linha tronco usando fio 22 AWG, sendo am-
nível de -10,4 em 300 Hz, neste caso tivemos uma bas não pupinizadas.

Zo

1800

1600 CAPACITÃNCIA NOMINAL DO CABO: 50 nF/Km

1400

1200

1000

800

600

400

200

FG
kHz
0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 1.0 2 3 4

FREQUÊNCIA DO CANAL DE VOZ

Figura 7 - Impedância característica Zo em função da frequência de voz, para os diâmetros de


cabos mais usados.

Como podemos ver, nas frequências acima de pregados dois operadores, sendo um de cada lado
1 kHz a atenuação é mais acentuada; a atenuação da linha, enquanto um varia a frequência e con-
nas altas frequências está relacionada com a capa- trola o nível do gerador, o outro sintoniza e lê o
citância parasita e com o desequil íbrio capacitivo nível do lado do medidor, além de contar com um
entre os fios "a" e. "b" e a blindagem (terra). Tan- sistema de comunicação entre os dois operadores.
to a atenuação como a deterioração da resposta da Esta dificuldade pode ser superada usando-se duas
frequência aumentam em função do comprimento linhas, do tipo ida e volta (LOOP-BACKI. neste
da linha, quando medimos uma delas aconselha-se processo as linhas têm os terminais do lado B jam-
especificar o comprimento da linha em questão. Os peados em "Ioop" de maneira que o sinal aplicado
instrumentos usados nesta operação podem ser os no ponto A 1 caminha até o extremoB1/B2 e vol-
listados na tabela 11, sendo um gerador e um me- ta ao ponto A2, onde será lido, figo 10.
didor de nível, este último pode ser do tipo banda A grande vantagem deste processo é que tanto
larga ou seletivo. O método de medida de terminal- o gerador como o medidor ficam do mesmo lado,
-a-terminal (end.to-end) visto na figo 9 é o mais sendo ambos controlados pelo mesmo operador.
usado, porém é o mais trabalhoso. Outra grande vantagem é que no caso de usar-se
Pelo fato da linha ser muito comprida são em- medidor de nível seletivo, o gerador pode traba-

Março/84 31
lha r escravizado pelo medidor, simplificando ainda de terminal a terminal. Nas linhas usadas na trans-
mais a operação. Neste processo devemos tomar missão de dados na forma binária (PCM e DADOS
cuidado, pois tanto a atenuação como a resposta P/COMPUTADOR). além das medidas acima, tam-
de frequência são em dobro; é válido para duas bém são feitas outras medidas que não estão rela-
linhas e não uma só, como era o caso da medida cionadas aq'ui.

dB

-2
...
..J

.~
z
...c
..•
c
c.>
-1

~
..
Q:

>
o

REFERÊNCIA FG

..
%
..
%
..
%
.. ..
% % .. .. .. ..
o
8
N
'"
o
o
'"
~
o
o
I/l
o
o
%

'"
%

'"
N
%

'"'" ..
%

'"
Figura 8 - Resposta de [requência do canal de voz em uma LT. usando fio 26 e 22 para distância
de 3 Km (variação em relação a 800 Hz em linha não pupinizada).

ZG
A B

.. .. ---~ .. •. ZC

Figura 9 - Método para medir-se atenuação e resposta de [requência, usando o processo de termi-
nal-a-terminal (end-to-end).

Al Bl

...>
<l
.. LINHA 1
•.. ..
..J
<Jl

a:
80 ---------- ~
......
~ 2:
?~- A2 ___________ ~B2~
a: •••
o <Jl
~
a:
:>
9 a: U

o :<
c,
88
:<
,- ...õ .. .. LINHA 2

.• .•
:;: a.
~'o
U<Jl

Figura 10 - Método para medir-se atenuação e resposta de frequência, usando o processo de "ida"
e "volta" (loop-back).

32 Revista Saber Eletrônica


3.3 INTERMODULAÇÃO (CROSS-TALK) rência de uma linha na outra é devida à intermodu-
lação por diafonia entre as duas linhas que estão
I:
definida como sendo a quantidade de energia sendo usadas, também conhecida por "linhas cruza-
induzida por um par de fios (par interferente) nas das ". A quantidade de energia induzidadepende do
demais linhas que estão próximas a estas (par(es) n{vel do sinal injetado na linha, da isolação e dos
interferido(s)) - figo 11. Este fenômeno é facil- meios de acoplamento que há entre elas. O grau de
mente percebido no dia a dia, quando estamos fa- intermodulação é medido nos extremos das linhas,
lando com outra pessoa via telefone, é normal ou- tanto em linha de assinante como linha tronco, em
vir-se toda ou parte da conversação entre duas pes- ambos os casos o sinal induzido deve ser o menor
soas que estão usando outro circuito. Esta interfe- poss{vel (ver tabela 7).

AN BN
LINHA "N"

ZC VN ZO ZO VN ZC

1
1
I
ZG LINHA" , •• IB'

•. •.
ZO
•. V2 ZC

I I
I I
I I
I I
IA2 LINHA" 2" IB2

V3 ZO ZO V4 ZC
ZC

TELEDIAFONIA I FAR - ENOI


PARAOIAFONIA I NEAR -ENOI

Figura 11 - N(veZ de tensão da linha 1, sendo induzida em diversas linhas.

ATENUAÇÃO POR: FREQUÊNCIA


TIPO DE BITOLA
CIRCUITO DO FIO PARADIAFONIA TELEDIAFONIA ATENUAÇÃO RESPOSTA

ASSINANTE <j> = 26 ;;;'S6dB ;;;.S5dB soa Hz 0,3 - 4kHz


TRONCO <j> = 22 ;;;'S2dB ;;;'90dB SOO/1600 Hz 0,3 - 4 kHz
LINHA NUA <j> = 19 ;;;'72dB ;;;.76dB soa Hz 0,3 - 4 kHz

Tabela 7 - VaZoresde atenuação e diafonia.

Dependendo do extremo onde é feita a medida, 3.3.1 M~TODO DE MEDIDA


em relação ao extremo onde é aplicado o sinal do
gerador, temos denominações diferentes: Para medir-se o grau de intermodulação, desco-
Quando medimos o grau de intermodulação do necta-se os extremos da linha, deixando-os livres e
mesmo lado onde está sendo aplicado o sinal, terminamos os extremos com uma carga resistiva
lado A da figo 12, é conhecida por intermodula- com valor igual à impedância caracterl'stica da
ção por paradiafonia (near-end). linha: Zc = ZO.
Quando medimos a intermodulação no lado Alimentamos um dos extremos da linha inter-
oposto onde estamos alimentando a linha, pon- ferente com um gerador de áudio e ligamos um
to B da figo 13, é conhecida por intermodulação medidor de n{vel em um dos extremos da linha
por telediafonia (far-end). interferida, onde desejamos medir o n{vel induzi-

Março/84 33
do, figs. 12 e 13. No caso de fazer-se medidas em 12 dB e quando ligamos um medidor de nível
cabos de multi pares, por exemplo, em cabo tron- no ponto B da linha 2 medimos um nível de
co com 1800 pares ou mais, medimos todos os pa- -87 d8 abaixo do nível do gerador, neste caso
res um contra o outro, ou seja, alimentamos um temos uma intermodulação por telediafonia de:
par e medimos no outro par adjacente. Isto é feito 87 - 12 = 75 dB (ver figo 13 e tabela 7).
sempre obedecendo uma sequência alternada, o b) Neste segundo caso, injetamos o nível do gera-
par n9 1 contra o 2, o 2 contra o 3 e assim por dor acima do nível nominal de maneira a com-
diante, de maneira a medir-se todos os pares que pensar a atenuação entre os pontos A-8 da li-
formam o cabo, fazendo-se as medidas de paradia- nha 1, isto equivale ao sinal chegar no ponto 8
fonia como de telediafonia. No caso das medidas com um nível de Od8 ou outro nível qualquer
de telediafonia, devemos tomar um certo cuidado, tomado como referência. Isto seria o mesmo se
há pelo menos dois métodos corretos de fazer-se tivéssemos injetado o nível do gerador no pon-
tal medida, e são por isso os mais usados: to B. Por exemplo, injetando-se no ponto A 1,
um nível de 10d8V/600n, com uma atenua-
a) Determinamos a atenuação que há entre os ex- ção entre os pontos A-B de 12d8, no ponto Bl
tremos A-B da linha alimentada, a seguir medi- temos um nível de -2dlW/600n, o qual será
mos o nível no ponto B da outra linha, do valor tomado como referência. Medindo-se no pon-
lido subtra ímos o valor da atenuação da linha to 82 um nível de -86d8V/600n, isto signi-
alimentada. Por exemplo, se entre os pontos fica que o sinal no ponto 82 está 84 d8 abaixo
A-B da linha 1 o sinal sofrer uma atenuação de do nível presente no ponto 81.

A' LINHA 1 B'

Vl ~........ ~, V2

1 )
------"t-
I ,

A2
r I B2
--1-----+-
) )
l3 V3 ~-' ~.../ V4

L1NHA2
PARADIAFDNIA
NEAR - END

Figura 12 :....
Tensão induzida em uma linha adjacente - paradia[onia (near-end).

Al
B'

Vl LINHA"," _ lO - .••.• -- _
V2 l2
I
--+----
I
1
A2
I B2
--T---
V3 L1NHA"2" lO
\ ••••._

TELEDIAFONIA
I FAR- ENDI

Figura 13 - Nível de tensão induzida em uma linha adjacente - teledia[onia ([ar-end).

Na medida de paradiafonia, não há necessidade da injetamos o sinal no ponto Ale medimos o ní-
de levar-se em consideração a atenuação entre os. vel induzido no ponto A2, ou seja, estamos medin-
pontos A-8, como foi o caso anterior. Nesta medi- do o nível do mesmo lado onde está sendo aplica-

34 Revista Saber Eletrônica


do o gerador (fig. 12). O valor da atenuação da in- energia incidente, não é totalmente dissipada pela
termodulação por paradiafonia é lido diretamente carga, sendo parte dela refletida de volta no senti-
na escala do medidor em relação ao nível do gera- do do gerador, energia refletida. A tensão refletida
dor sem nenhuma correção. Por exemplo, se ajus- da carga para o gerador encontra-se ao longo da li-
tarmos o gerador para um nível de -89 dB, neste nha com a tens.ão incidente, formando pontos de
caso teremos uma intermodulação por paradiafo- máxima e de mínima, formando ondas estacioná-
nia de -4-(-89) = 85 dB. rias ao longo da linha, causando para as frequên-
cias transmitidas, distorção por atenuação e atra-
3.3.2 MÉTODO USADO PARA CALCULAR-SE so de grupo. O sinal incidente, que caminha do ge-
AINTERMODULAÇÃO rador para a carga, é designado por Pi ou Vi, o si-
nal refletido, que caminha da carga de volta para
No caso de usar-se medidor de nível sem esca- o gerador, é designado por Vr ou Pr, a partir des-
la graduada em dB, pode-se calcular a intermodula- tes dados podemos determinar a taxa de ondas es-
ção em dB, conhecendo-se as tensões e impedân- tacionárias, usando uma das fórmulas abaixo:
cia nos extremos das linhas, usando-se as fórmulas
abaixo:
TOE = J2.. = ~ = Zo - Zc
Pr Vr Zo + Zc

Intermodulação por paradiafonia (fig. 12)


ENTRADA SAlDA
Vl Z3
IP(dB) = -20 log V3 + 10 10gZ'1 IG
pj vi
Intermodulação por telediafonia (fig. 13) ~---~

Vl * Z4
IT(dB) = -20 log V4 + 10 log Z2*
lO lO

No caso das impedâncias Zl a Z4 serem iguais, PR VR


~---~
e normalmente são, o segundo termo da equação
desaparece, ficando:

Vl Vl
IP(dB) = -20 log V3 e IT(dB) = -20 log V4 Figura 14 - Circuito equivalente de
uma linha de transmissão.
O sinal negativo (-) que precede as equações
acima, significa que a atenuação por intermodula- Para maior facilidade, podemos representar o
ção é negativa, isto é, o sinal interferente medido TOE em dB, assim podemos ter uma idéia de quan-
em qualquer extremo está abaixo do nível do gera- tas vezes a tensão refletida está abaixo da tensão
dor, o que normalmente não é representado nas
incidente:
medidas. Na tabela 7 temos um resumo do estudo
acima, assim como dos valores aproximados em Vi
Pr (dB) = 20 logy;:- ou -20 log r
dB e as frequências comumente usadas para medir-
-se os principais circuitos de telefonia. Uma relação de 40 dB em tensão, significa uma
relação de 100 -1, se temos uma incidente de
(~) Aqui estamos adotando o método descrito no 100 mV, isto equivale a uma tensão refletida de
ítem 3.3.1 (b). 1 mV. Na tabela 8, temos a relação em tensão e sua
respectiva relação em dB através destes dados, co-
3.4 PERDA DE RETORNO nhecendo-se um dos dados podemos determinar os
demais. O coeficiente de energia incidente e refleti-
A perda de retorno por descasamento de impe- da, como vimos, está relacionado diretamente com
dância depende diretamente da diferença que há o descasamento de impedância; esta relação é dada
entre os valores da impedância da linha ZO e das por:
cargas ligadas nos seus extremos ZG e Zc (fig. 14).
Considerando-se uma linha de transmissão, alimen- P' (Ei)2
tada por um gerador de tensão EG, com impedân-
1= --zc- e
cia interna ZG, ligado à entrada da linha, sendo ZG Pr = (Er )2 ~ ~ = (Ei)2 ~ ~pri = EEri
diferente de Zo, neste caso há perda de retorno na Zc Pi Er YPr
entrada da linha por descasamento de impedância. Expressando essa relação em dB, temos a se-
Quando a impedância da carga Zc, ligada na saída, guinte relação:
for diferente de Zo, nesta condição também há
perda de retorno na saída por descasamento. A Pr (dB) = -20 log YIPi'
i
energia do gerador, presente no final da linha,

35
Março/84
~ 10 log ~~ = 10 log Pi - 10 log Pr bos forem exatamente iguais, o ponteiro do me-
didor cairá para -00.
4) Através de um atenuador, desatenuamos o ní-
M~TODO DE MEDIDA DA vel na entrada do medidor, isto equivale a au-
PERDA DE RETORNO mentarmos a sensibilidade do medidor até con-
seguirmos uma leitura precisa na escala do me-
O método mais usado e preciso para medir-se a didor Ml. A diferença de leitura com os termi-
perda de retorno (Pr ) em uma linha de transmis- nais em aberto ou em curto e o valor com a li-
são é através do uso da ponte de WHEATSTO NE nha conectada, dá diretamente a perda de re-
equilibrada, como podemos ver na figo 15. torno em dB.

Supondo-se que com os pontos A - B em aber-


to tenhamos lido um nível de referência de -5 dB,
e quando conectamos a linha tenhamos lido um
nível de -51 dB, neste exemplo temos uma perda
de retorno de Pr (dB) = -51 - (-5) = -46 dB.
Como vimos acima, a perda de retorno será tanto
maior em valor absoluto quanto mais próximos fo-
rem os valores de Zc e Zo. Por exemplo, supondo-
-se um caso onde temos Zo = 600.Q e Zc = 594.Q,
temos uma perda de retorno de:
LINHA EM
TESTE

2
Pr(dB) = 20 10gl ~~ ~ ~~ I~
600 - 594
Figura 15 - Ponte de Wheatstone usada para ~ 20 log 600 + 594 ~
medir perda de retorno em linha telefônica. 6
~ 2010g 1194 = 20 log 0,005 ~
~ 20. -2,298 = -46 dB.
Essa medida visa determinar-se o descasamento
que há entre Zo e Zc; para isso usamos a ponte,
sendo que os 3 resistores que formam os braços da Como podemos ver, uma perda de retorno de
ponte R1, R2 e R3, têm o mesmo valor da impe- 46 dB, corresponde a um erro entre Zc e Zo menor
dância da linha Zo. No lugar de R4, ligamos a linha ou igual a 1% (Zc -=1= Zo ~ 1%). Este erro corres-
a ser medida. Na condição dos quatro resistores se- ponde a uma relação de tensão incidente/refletida
. rem exatamente iguais, a ponte estará perfeitamen- de 200 : 1 e uma relação de potência de 40 000 : 1.
te equilibrada, e o valor lido no medidor M1 será Atualmente há medidores de perda de retorno alta-
nulo. Nos braços da ponte, pontos 1 e 2, ligamos o mente sofisticados, por exemplo os medidores do
gerador de nível com frequência de 300-4000 Hz, tipo "LEVE L TRACER" equipados com tubo de
nos extremos opostos, pontos 3 e 4, ligamos o raios catódicos (TRC) e com varredura eletrônica
medidor de nível M1, com nulo no centro da esca- interna (SWEEPl. onde podemos visualizar na tela
la, onde podemos determinar a condição de equi- a perda de retorno dentro da faixa de VOZ (fig. 16).
Iíbrio da ponte. Para determinar-se a perda de re- O gráfico da figo 16 corresponde a uma linha de
torno na linha, procedemos da seguinte maneira: fio 26AWG, com comprimento de 5Km, usando
carga complexa, um capacitor de 1 IlF em série
1) Terminamos o extremo da linha a ser medida com um resistor de 900.Q, como vemos na figo 17.
com uma resistência pura ou com uma carga
complexa RC, com valor igual à impedância ca- (*) Quando usamos ponte resistiva externa, e não
racterística da linha Zc = ZO. a do próprio medidor, ao colocarmos os pontos A
2) Com os pontos A-B da fig.15 em aberto ou em e B em curto, a tensão do gerador EG cai sobre Rl
curto (condição de máxima deflexão do pontei- e R3, figo 18, como ambas são iguais, a tensão que
ro de Mll. ajustamos o nível de saída do gera- o medidor revela sobre R 1 é exatamente a metade
dor para uma leitura de referência na escala de de EG (EG/21. portanto 6 dB abaixo da referência.
Ml, ou seja, O dB de referência. (*) Quando usamos este tipo de medida, devemos sub-
3) A seguir ligamos a linha em teste aos pontos trair 6 dB do valor lido, quando lemos -46 dB na
A-B, neste momento o nível do medidor Ml cai- realidade vale -40 dB. Nos medidores de nível te-
rá para um nível bem baixo em relação à refe- lefônico, com opção para medir perda de retorno
rência de O dB. Quanto mais próximo for o va- (RETURN-LOSS), a compensação é feita interna-
lor de Zc e Zo, menor será o valor lido; se am- mente, não há necessidade de fazer-se tal correção.

36
Revista Saber Eletrônica
r SWR dB r SWR dB r 'SWR dB

0,01 1,02 40,0 0,35 2,08 9,10 0,69 5,45


0,02 1,04 33,0 0,36 2,13 0,70 5,67 0,30
0,03 1,06 30,0 0,37 2,17 0,71 5,90
0,04 1,08 27,9 0,38 2,23 0,72 6,14
0,05 1,11 26,0 0,39 2,28 0,73 6,41
0,06 1,13 24,4 0,40 2,33 7,90 0,74 6,69
0,07 1,15 23,0 0,41 2,39 0,75 7,00 2,49
0,08 1,17 21,9 0,42 2,45 0,76 7,33
0,09 1,20 20,9 0,43 2,51 0,77 7,70
0,10 1,22 20,0 0,44 2,57 0,78 8,09
0,11 1,25 19,7 0,45 2,64 6,93 0,79 8,52
0,12 1,27 18,4 0,46 2,70 0,80 9,00 1,93
0,13 1,30 17,7 0,47 2,77 0,81 9,53
0,14 1,33 17,0 0,48 2,85 0,82 10,11
0,15 1,35 16,4 0,49 2,95 0,83 10,76
0,16 1,38 15,9 0,50 3,00 6,00 0,84 11,50
0,17 1,41 15,4 0,51 3,08 0,85 12,33 1,40
0,18 1,44 14,9 0,52 3,17 0,86 13,29
0,19 1,47 14,4 0,53 3,26 0,87 14,38
0,20 1,50 13,9 0,54 3,35 0,88 15,67
0,21 1,53 13,5 0,55 3,44 5,19 0,89 17,18
0,22 1,56 13,15 0,56 3,55 0,90 19,00 0,90
0,23- 1,60 12,76 0,57 3,65 0,91 22,22
0,24 1,63 12,35 0,58 3,76 0,92 24,00
0,25 1,67 12,0 0,59 3,88 0,93 27,57
0,26 1,70 11,7 0,60 4,00 4,43 0,94 32,33
0,27 1,74 11,37 0,61 4,13 0,95 39,00 0,44
0,28 1,78 11,0 0,62 4,26 0,96 49,00
0,29 1,82 10,7 0,63 4,41 0,97 65,67
0,30 1,86 10,45 0,64 4,56 0,98 99,00
0,31 1,90 - 0,65 4,71 3,74 0,99 199,00
- 4,88 1,0
°
00
0,32 1,94 0,66
0,33 1,99 - 0,67 5,06
0,34 2,03 - 0,68 5,25

FÓRMULAS USADAS SWR = VPi' + -.;p;:' = 1 + Ir I = Vmáx.


r (RHO) = I ZoZo -+ ZcZc I
VPi' - '\,/'Fi? 1 - Ir I Vmín.
Pr(dB) = -20 logr
Tabela 8 - Valores de r, SWR e dE.

4. PUPINIZAÇÃO A solução mais barata e prática, e por isso mui-


to usada tanto em linha tronco como linha de assi-
Como vimos no capítulo 3.1, quando transmi- nante, é através do uso da bobina de pupinização.
tíamos o canal de VOZ, através de um par de fios O processo de pupinização consiste em colocar-se
com comprimento superior a 3 Km, o sinal era ate- ao longo da linha diversas bobinas de pupinização
nuado devido aos seguintes fatores: bitola do fio, de valor padrão, de maneira a compensar a atenua-
resistência do loop e capacitância presente no ção existente na linha. A bobina de pupinização
cabo. A atenuação é mais acentuada nas frequên- tem como finalidade neutralizar vetorial mente a
cias acima de 2 kHz. Uma solução, até certo ponto reatância capacitiva existente na linha, capacitân-
viável, seria a colocação de amplificadores ativos cia essa responsável pela atenuação nas altas fre-
ao longo da linha, com características de ga- quências. As bobinas de pupinização compensam
nho x frequência contrárias à atenuação da linha, as perdas nas altas frequências, melhorando a ate-
de maneira a compensar a atenuação existente. nuação em alguns casos em 6 dB ou mais, melho-
Essa solução de uma maneira geral não é muito rando com isso a qualidade do canal de VOZ trans-
prática, pois traz diversos inconvenientes do pon- mitido. Na tabela 9 temos diversos dados a respei-
to de vista prático, por exemplo, ponto de alimen- to das linhas pupinizadas, assim como bitolas dos
tação DC, etc. fios mais usados em telefonia (26, 24, 22 e 19),

Março/84 37
atenuação Hpica em cinco frequências, para linha pupinizada apresenta uma atenuação de 1,99 dB/
pupinizada e não pupinizada. /Km em 2 kHz; quando usamos nesta linha bobina
Como podemos ver pelos dados comparativos de pupinização de 66 MHz (D-66), a atenuação cai
da tabela 9, a atenuação nas linhas pupinizadas é para 0,76 dB/Km, para uma linha com comprimen-
bem inferior em relação às linhas não pupinizadas. to de 5 Km, representa uma melhoria de 6,15 dB
Por exemplo, a linha de fio 24 AWG quando não (1,95 x 5 - 0,76 x 5 -+ 9,95 - 3.8 = 6,15dB).

PERDA dB/Km

LINHA PUPINIZADA
Bitola Frequência Linha não
do fio de teste pupinizada H -88 D -66 B -88
DIST = 1830 m DIST = 1372 m DIST = 915m
19 300 Hz 0,44 0,24 0,24 -
22 300 Hz 0,63 0,43 0,43 -
24 300 Hz 0,80 0,62 0,62 -
26 300 Hz 1,00 0,86 0,86 -
19 800 Hz 0,70 0,25 0,25 -
22 800 Hz 1,01 0,48 0,48 -
24 800 Hz 1,28 0,73 0,74 -
26 800 Hz 1,63 1,10 1,11 -
19 2000 Hz 1,06 0,25 0,26 0,21
22 2000 Hz 1,55 0,42 0,49 0,39
24 2000 Hz 1,99 0,75 0,76 0,59
26 2000 Hz 2,55 1,16 1,19 0,87
19 3400 Hz 1,31 0,53 0,28 -
22 3400 Hz 1,98 0,90 0,50 -
24 3400 Hz 2,56 1,29 0,76 -
26 3400 Hz 3,29 1,84 1,19 -

19 4 kHz 1,39 - 0,32 -


22 4 kHz 2,12 - 0,56 -
24 4 kHz 2,76 - 0,85 -
26 4 kHz 3,55 - 1;30 -

Tabela 9 - Atenuação para linha pupinizada e não pupinizada.


B

I
I
I R=900fl
I ZC=VR2+xC2'
I
, : C=l~F ••••• XC

o -------<0 .• ~
Figura 17 - Linha tenninada com carga complexa.

- ----
"",/
,
EG
""2 R2
o

, rv EG

0.> 0,3 0.. 0.5 0.6 O,. I,OItHI 1,5 2.0 2.4 1AI3.0 3.4 .•

fR[QUr"'CIA 00 CANAL OE voz

Figura 16 - Medida de perda de retomo, usando 2


medidor de nível (levei tracer) Figura 18 - Divisor de tensão equivalente em
com varredura in tema. uma ponte de equilíbrio.

38 Revista Saber Eletrônica


.!:.
2 A
A
-----O
O-

L1 L2

--- --O
0---- B
B

I~ D

Figura 19 - Grcuito de uma linha pupinizada, usando duas bobinas H-88.

H-88 B-88 0-66 UNIDADE


TIPOS DE BOBINAS
0,49 0,37 0,49 dB/Km
Atenuação em 800 Hz
0,37 0,03 0,07 dB
Aten. em 3,4 kHz em reI. 800 Hz
1050 1420 1050 Ohm
Impedância Zo em 800 Hz
88 88 66 mH
Valor da bobina
3430 4880 4000 Hz
Freq. de corte (-3 dB)

Tabela 10 - Dados técnicos das bobinas de pupinização.

Unidade Tipo de medida Indicador usado


CARACTERI'STICAS Tt:CNICAS
Freq. Máx. dBm dBv Seletivo Banda Larga Galvan. TRC
Refer. Tipo Fabricante Imped.

600n 20 kHz X X X X X
1+ SPMG-13 W&G
20 kHz X X X X
2 WM-20 W&G 600n
600n X X X
SPM-30 W&G 1,6 MHz X
3 150/75n

DLM-4 W&G 600n 4 kHz X X


4
W&G 600n 20 kHz X X * 1
5+ PMP-20
600n 20 kHz X X X
6 LDE-3 W&G
600n 20 kHz X X X X
7+ PMG-2 W&G
600n X X X
8 T.195-E WILCOM 20 kHz X
150n
600n X X X
9+ 3556-A HP 620 kHz X
150/75n

600-150n X X X
3550 HP 1,2 MHz X
10 75n-on
600-150n X X
U-2033 SIEMENS 20 kHz X X
11+ 75n

W & G = Wandel & Goltermann.


HP = Hewlett Packard.
+ = Possuemfiltros com ponderação psofométrica para voz (fig. 2).
* 1 = Medidor de nível com indicação digital.
Tabela 11 - Lista dos instrumentos usados nas medidas de telefonia.

As linhas pupinizadas apresentam uma resposta mas condições apresenta uma atenuação em 4 kHz
de 1,3 dB/Km, portanto uma variação de 0,44 dB
de frequência praticamente plana em toda faixa do
para uma variação de frequência de 3,7 kHz. Na
canal de VOZ, por exemplo, a linha com fio 26
figo 19 temos o diagrama típico de uma bobina de
AWG apresenta uma atenuação em 300 Hz de
pupinização. Como vemos, em cada núcleo (POT-
0,86 dB/Km, para bobina 0-66, a mesma nas mes-

39
Março/84
-COR) são enroladas duas bobinas (bobina do fio 2) Manual de operação dos instrumentos vistos na
"a" e a bobina do fio "b"). formando uma só bo- tabela 11.
bina.
Há no mercado pelo menos cinco tipos de bobi-
nas de pupinização para serem usadas em linha te-
lefônica; na tabela 10 são apresentados todos os
dados dessas bobinas. COLABORADORES CONSULTADOS:
A grande desvantagem das linhas pupinizadas Eng9 Lauro Mauricio C. Nogueira - TELESP
em relação às linhas não pupinizadas, é que não Eng~ Francine Carreira de Rosso - TELESP
podemos transmitir, por estas, sinais do tipo PCM Téc. Mário Jorge - SERCOMTEL - LONDRI-
ou qualquer outro tipo de dados na forma biná- NA - PR
ria, pois as bobinas de pupinização deformam os Téc. Antônio Gomes - SERCOMTEL - LON-
pulsos, provocando erro na informação transmiti- DRINA - PR
da. Por outro lado, as linhas pupinizadas apresen- Téc. Augusto Carlos de Mello - TELEMIG -
tam excelente qualidade na transmissão tanto de MG
VOZ como programa musical, neste último caso
devemos tomar o cuidado de usar bobinas com
frequência de corte acima da máxima frequência ERRATA:
a ser transmitida.
Na primeira parte deste artigo, no gráfico da
figura 2 e no texto, demos como valores extre-
mos da faixa 530 e 2000 Hz e como. largura
5. BIBLIOGRAFIA 1470 Hz. Os valores corretos são:
extremos: 530 e 2270 Hz;
1) Manual de medição elétrica em rede telefônica, largura: 1740 Hz.
SERCOMTEL - LONDRINA - PARANÁ.

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40
Revista Saber Eletrônica
,-_o-

Verificador de I

impedância l~ o
OHMS
I
I

I
para
ALTO-FALANTES

Newton C Braga

o leitor tem alto-falantes disponíveis sem a marcação de impedância? Se o aproveitamento


destes alto-falantes é dificultado por este fato, pois um alto-falante de impedância menor que a exi-
gida pode causar sobrecargas num circuito, por que não dispô r de um verificador de impedâncias?
De boa precisão, nosso verificador pode perfeitamente identificar os alto-falantes de 3,2, 4, 8
ohms ou ou tros, com facilidade.

Ao contrário do que alguns leitores pen- priadas, isto é, uma corrente alternante de
sam, a resistência da bobina de um alto-fa- frequência determinada.
lante, medida com um multímetro, nada No caso dos alto-falantes comuns de bo-
tem a ver com sua impedância. A impedân- bina móvel, normalmente a medida de
cia está relacionada com a "oposição à pas- impedância é feita com uma corrente cuja
sagem de uma corrente" quando ela é alter- frequência seja de 1 kHz.
nante e não contínua, como no caso da usa- O aparelho que levamos ao leitor é justa-
da na prova com um multímetro. mente um gerador de 1 kHz, aproximada-
No caso de um resistor, a impedância é mente, já acoplado a um instrumento pró-
numericamente bem próxima da sua resis- prio que permite a leitura direta da impe-
tência a ponto que podemos confundir uma dância do éllto-falante. (figura 1)
com outra, mas isso não .acontece com dis-
positivos que apresentem indutâncias ou ca- Com este medidor temos duas faixas de
pacitâncias associadas, como o caso de alto- atuação: uma que permite a leitura com
-falantes. centro em aproximadamente 4 ohms, e
Nestes casos, a impedância tem realmen- outra com centro em aproximadamente
te um valor bem diferente da resistência 8 ohms. No final de escala desta última,
"ôhmica", que é constatada quando faze- teremos uma leitura de aproximadamente
mos a medição com um multímetro. 16 ohms, o que significa a cobertura da fai-
Para medir uma impedância precisamos xa mais comum de impedâncias para alto.
usar uma corrente de características apro- falantes comerciais.

42 Revista Saber Eletrônica


o aparelho é relativamente simples de o uso do aparelho também é bastante
montar e apresenta uma precisão razoável, simples, servindo para o teste de alto-falan-
que dependerá basicamente do modo como tes de bobina móvel e fones de ouvido do
será feita sua calibração. tipo bobina-móvel.

ALTO-FALANTE
EM PROVA

Figura 1

COMO FUNCIONA entre 400 Hz e 1 kHz) na faixa de suas ca-


racterísticas em que ela é menor. Veja pelas
Conforme vimos, a impedância de um curvas da figura 2 que é justamente na faixa
alto-falante nada tem a ver com a resistên- de 400 Hz a 1 kHz que os alto-falantes co-
cia ôhmica de sua bobina, medida com o muns apresentam menor impedância, da í
multímetro. serem estas frequências as escolhidas para
A impedância de um alto-falante especi- este tipo de prova. No nosso caso, adotare-
fica a oposição que ele oferece à passagem mos a frequência de aproximadamente
de u ma corrente alternada (geralmente 1 kHz.

CURVA DE UM ALTO-FALANTE COMUM

50

'"~:I: 30
o

16

10 100 10KIHzI
~
FAIXA DE MENOR IMPEDÃNCIA

Figura 2

Para medir a impedância de um alto-fa- o mostrado na figura 4, em que a frequên-


lante precisamos então de uma estrutura cia de operação é dada pelos capacitores Cl
conforme a mostrada na figura 3. e C2 e pelos resistores R2 e R3.
No primeiro bloco temos um gerador Este oscilador produz um sinal cuja for-
que produzirá um sinal de 1kHz, o qual ma de onda é retangular, e cuja intensidade
será usado como fonte de corrente alter- não é suficiente para excitar conveniente-
nante. Utilizamos na prática, para esta fina- mente os alto-falantes comuns.
lidade, um multivibrador astável conforme Precisamos então de uma etapa amplifi-

Março/84 43
cadora que e mostrada no segundo bloco da com sua Impedância. Esta etapa é mos-
e que utiliza dois transistores numa confi- trada na sua configuração básica na figura 6.
guração de acoplamento direto (Oarlington)
- figura 5. DETECÇÃo RIO

Figura 3
Ml

ALTO-FALANTE FILTRO
EM PROVA

""'"00' /'M'''''''OO'
Figura 6
ALTO-FALANTE
EM PROVA

Oepois de passar por um trim-pot em


JlJlJ1Sl que a intensidade é ajustada, o sinal é apli-
cado ao alto-falante. Conforme sua impe-
+ dância, teremos entre os terminais do alto-
falante uma certa tensão.
Esta tensão é "detectada" e levada a um
Figura 4
capacito r que faz .a filtragem, após o que
ela é levada ao instrumento indicador.
Para evitar a sobrecarga do instrumento
JUUl
1 KHz
no caso em que a tensão "direta" seja apli-
cada, o que aconteceria se o alto-falante
em prova estivesse com a bobina interrom-
pida, temos um led. Este led acende neste
aI 02
caso, indicando que o alto-falante está
aberto.
A alimentação do circuito deve ser rigo-
rosamente estabilizada, para que não ocor-
ram flutuações nas leituras. Por este moti-
vo, a fonte usada é estabilizada com diodo
zener, fornecendo u ma tensão em torno de
J1JlJl 6V.

OS COMPONENTES

Todos os componentes usados na monta-


gem são comuns, não havendo dificuldade
AO
FTE para sua obtenção.
Os transistores 01 e 05 são NPN de mé-
Figura 5
dia potência, tendo originalmente sido
empregados os B 0135. Seus equivalentes,
Na saída deste amplificador temos um como o B0137, B0139 e mesmo o TIP29,
sinal de boa intensidade que aplicado aos podem ser usados. Para este último, obser-
alto-falantes comuns pode ser claramente vamos que a disposição dos terminais é di-
ouvido, já dando a indicação de que o com- ferente. Não será preciso dotá-los de dissi-
ponente em prova está pelo menos em boas padores de calor.
condições. Para os demais transistores qualquer
Temos então a terceira etapa do aparelho NPN de sil(cio de uso geral serve. Recomen-
que tem por função medir a tensão que damos os BC548 que são os mais comuns,
aparece no alto-falante quando da aplicação mas equivalentes, como os BC237, BC238,
do sinal, a qual mantém uma relação defini- BC547, também podem ser usados.

44 Revista Saber Eletrônica


Os diodos são retificadores de sil ício
com tensões a partir de 50V. Tipos como
os 1N4002, 1N4004, 1N4007, BY126 ou
BY127, podem ser usados.
O instrumento M 1 é um VU-meter co-
8
mum de 200 J1 A que pode ser conseguido ...J

com facilidade, pois é usado em aparelhos


de som.
T1 é um transformador de alimentação
cujo enrolamento primário deve ser de
110V ou 220V, conforme a tensão da rede.
O secundário é duplo de 6V, com corrente
a partir de 200 mA.
Temos capacitores eletrolíticos nesta
montagem. Estes devem ter uma tensão de
trabalho de pelo menos 12V. Os demais ca-
pacitores podem ser tanto cerâmicos como
de poliéster metalizado com qualquer ten-
são de trabalho superior a 25V.
Os resistores são todos de 118 ou 1/4W
com qualquer tolerância. A pequena dife-
rença de tamanho existente entre os dois
tipos não influirá no planejamento da mon-
tagem.
O diodo zener determina a tensão de ali-
mentação. Ele pode ser de 6V ou 6V8 com
400 mW de dissipação, ou mesmo mais.
Os dois trim-pots de 100R ou valores
próximos servem para ajustar o ponto de
funcionamento nas duas escalas.
A chave 51 serve para ligar e desligar o
aparelho. E um interruptor simples. Para 52
temos uma chave de 1 pólo x 2 posições.
Em seu lugar pode perfeitamente ser usada
uma chave de 2 pólos x 2 posições (reversí-
vel) que no comércio se obtém com mais
facilidade. Uma das seçõesé deixada livre.
Como material adicional temos a placa
de circuito impresso que deve ser feita pelo
próprio montador, fios, solda, caixa para
montagem, etc.
li>
'"
-o
CID

MONTAGEM

Na soldagem dos componentes deve ser


usado um soldador de pequena potência
(máximo 30W), solda de boa qualidade e as
ferramentas comuns.
Na figura 7 temos o circuito completo
do verificador de impedâncias, e na figura Figura 7
8 a placa de circuito impresso em tamanho
natu ral.

Março/84 45
G1

G2

+
M1

LED
C

52

Figura 8 ~I

Os cuidados principais que devem ser to- ser os proxlmos componentes instalados.
mados durante a montagem são os seguin- Para estes não será preciso observar a pola-
tes: ridade. O leitor, entretanto, deve ser rápi-
a) Solde em primeiro lugar os transisto- do, pois eles são sensíveis ao calor. Veja os
res, observando sua posição, isso tanto para valores com cuidado. Os cerâmicos podem
os tipos maiores (01 e 05) como para os vir com marcações em códigos diferentes,
demais. Na soldagem destes componentes por exemplo 10 nF = 0,01 J1 F ou 103,
seja rápido, pois o calor os danifica. enquanto que os de poliéster têm seus valo-
b) Solde o diodo zener da fonte de ali- res dados por faixas coloridas, para 10 n F =
mentação, observando a posição de sua fai- marrom, preto, laranja e para 1 nF = mar-
xa que corresponde ao terminal que vai li- rom, preto, vermelho.
gado à base do transistor. Veja que este f) Na instalação dos capacitores eletrol í-
componente opera polarizado no sentido ticos deve ser observada a polaridade que é
inverso. marcada no próprio invólucro. Conforme o
c) Solde os demais diodos (D1 a D4), tipo, a instalação na placa de circuito
observando também sua posição que é dada impresso pode ser vertical ou horizontal.
pela faixa em seu invólucro ou pelo símbo- g) Os trim-pots não oferecem dificulda-
lo gravado, n ) caso dos BY126 ou BY127. des de instalação: basta encaixar seus termi-
Solde-os rapiuamente por causa do calor. nais nos furos correspondentes e proceder à
d) Em seguida, solde todos os resistores, soldagem.
atentando para seus valores que são dados h) O led é um componente que vai ficar
pelas faixas coloridas. Estes componentes no painel. Sua ligação deve ser feita por
não são polarizados, o que quer dizer que meio de um pedaço de fio flexível. Você
não têm lado certo para ligação, mas são deve observar sua polaridade que é dada
delicados, devendo ser soldados rapidamen- pela parte chata do invólucro. Se houver
te. Em caso de dúvida quanto aos valores, inversão ele não acenderá.
consulte a lista de material. i) Terminada a montagem dos compo-
e) Os capacitores não eletrol íticos devem nentes da placa, fixe na caixa o instrumen-

46 Revista Saber Eletrônica


to M1, o interruptor 51, a chave 52 e o Veja que, para os alto.falantes comuns
transformador. Para ligação destes compo- não se obtém exatamente as mesmas leitu-
nentes use pedaços de fio flex ível encapa- ras, mesmo que sejam em princípio de mes-
do. Para 51 e o primário do transformador ma impedância, já que existe uma boa tole-
use o cabo de alimentação. Veja que o se- rância neste caso. Isso vai ocorrer principal-
cundário de 6V que vai ao diodo é o enrola- mente em função dos diâmetros dos alto-
mento de fio esmaltado mais grosso. Para .falantes, mas a diferenciação entre os tipos
conexão externa do alto-falante em prova o será perfeitamente poss ível.
leitor pode usar um par de fios de uns
30 cm de comprimento com duas garras ja-
caré nas pontas. Não há polaridade para
estas ligações. LISTA DE MATERIAL

PROVA E U50 QI, Q5 - BD135 ou equivalente - transistores


NPN de média potência
Q2, Q3, Q4 - BC548 ou equivalente - transis-
Antes de fechar a caixa, faça uma prova
tores NPN de uso geral
de funcionamento e ajuste dos potenciôme- Dl, D2, D3, D4 - IN4002 ou equivalente -
tros P1 e P2. Para esta finalidade, proceda diodos de silício
do seguinte modo: LedI - led vermelho comum
a) Coloque a chave 52 na posição 1, e TI - transformador com primário de acordo
ligue entre as garras jacaré um alto-falante com a rede local e secundlÍrio de 6+6 V com
de 4 ohms ou, se não tiver, um resisto r de 200 mA ou mais de corrente
4R7 x 1W, ou dissipação maior. ZI - zener de 6 ou 6 V8 com 400 mW
b) Ligue o aparelho, acionando o inter- CI. - 220 pF x 12 V - capacito r eletrolítico
ruptor 51. C2 - 100 nF - capacito r cerâmico ou de poliés-
c) Ajuste o trim-pot P1 para que o instru- ter
C3 - 10 pF x 12 V - capacito r eletrolítico
mento marque mais ou menos metade da
C4, C5 - 10 nF - capacitores de poliéster ou
corrente de fundo de escala. Para este
cerâmicos
instrumento, sugerimos a colocação de uma. C6 - 1nF - capacito r de poliéster ou cerâmico
nova escala com a marcação própria, con- C7 - 10 pF x 12 V - capacito r eletrolítico
forme mostra a figura 9. RI - 330R x I/8W - resistor (laranja, laranja,
marrom) .
4 R2, R5 - 1k2 x I/8W - resistores (marrom,
lO vermelho, vermelho)
R3, R4 - 56k x I/8W - resistores (verde, azul,
20
laranja)
Figura 9 R6 - 1k xl /8W - resistor (marrom, preto, ver-
OHMS
melho)
R 7 - 22R x I/8W - resistor (vermelho, verme-
lho, preto)
R8 - 330R x I/8W - resistor (laranja, laranja,
d) Repita esta operação ligando agora marrom)
R9 - lOR x I/8W - resistor (marrom, preto,
um alto-falante de 8 ohms ou um resistor
preto)
de 8R2 x 1W, mas com a chave 52 na posi-
RIO - Ik x I/8W - resistor (marrom, preto,
ção 2, ajustando então o trim-pot P2. vermelho)
5e o instrumento der uma deflexão total, P1 , P2 - IOOR - trim-pots
ou seja, bater com o ponteiro no fim da MI - VU-meter de 200 pA
escala é sinal que o alto-falante se encontra SI - interruptor simples
aberto. O led deve acender indicando isso. S2 - chave de 1 pólo x 2 posições (ou revers (-
5e o instrumento tender a deflexionar vel 2 x 2)
"ao contrário", inverta a ligação dos seus G 1, G2 - garras jacaré comuns
Diversos: placa de circuito impresso, caixa para
fios.
montagem, cabo de alimentação, fios, solda,
Para usar o instrumento basta ligar o alto-
etc.
-falante em prova entre as garras. Escolha
a escala que dê a deflexão para meia escala.

47
Março/84
)1
((

SINO
ELETRÔNICO
Ciro José Vieira Peixotá

Oh! Minas Gerais ... Oh! Minas Gerais ... No primeiro bloco temos um oscilador
Quem te conhece, não te esquece jamais. senoidal que fornece um sinal de aproxima-
Oh! Minas Gerais ... damente 547 Hz (com S2 fechada), este
A bem da verdade, não posso negar ser componente é aplicado a uma das entradas
o "Mineiro Padrão" em tudo, até comendo do bloco III que nada mais é que um ampli-
churro debaixo do viaduto Santa Ifigênia, ficador controlado por tensão, ou seja, me-
e realmente tenho muito orgulho de ter diante a variação de uma tensão contínua
nascido em Minas. Embora seja natural de podemos variar o fator de amplificação do
São João Del Rey, fui criado em Mariana sinal da entrada do amplificador vindo do
que foi o berço da arte barroca daquela re- bloco I.
"gião e possui o melhor acervo de arte sacra O gerador de "envelope" (ilustrado no
do Brasil. Em Mariana há várias igrejas que diagrama da figura 1 como bloco 11) não
mantêm a tradição de tocarem seus sinos possui decaimento inicial e seus tempos de
em horários pré-estipulados. Ora! Aqui na sustentação e relaxamento são controlados
capital não tem dessas coisas não ... pelos potenciômetros P1 e P2, respectiva-
Por isto não tive outra saída que não fos- mente, sendo que S2 dispara o envelope.
se pedir auxílio à eletrônica e assim projetei Aproveitando a oportunidade vamos
um circuito simples, mas que realmente esclarecer o que é um "envelope". Na músi-
imita o som daqueles belos sinos que eu ca eletrônica (campo fascinante ... não resta
ouvia quando criança, conseguindo assim dúvida) busca-se desde a imitação dos diver-
enganar, um pouquinho, a saudade. sos sons existentes na natureza bem como a
imitação de novas formas sonoras e para
isto. recorre-se à eletrônica como elemento
DESCRIÇAO DO FUNCIONAMENTO controlador dos componentes intrínsecos
do som (timbre, intensidade e tom).
Pelo diagrama de blocos da figura 1 Não podemos, evidentemente, discursar
observamos a simplicidade deste circuito. aqui sobre a música eletrônica e nem seria

51
Março/84
isto possível em um único artigo, por isto tos, procurarem nas edições anteriores da
recomendo aos leitores que queiram se Revista Saber Eletrônica os vários artigos
aprofundar mais na matéria e/ou nos circui- que já foram publicados a este respeito.

CONVERSOR
OSCILADOR
AMPLIFICADOR
SAíDA
CONTROLADO
BLOCO lll:
A TENSÃO
BLOCO I

BLOCO m

ASR

BLOCO n
Figura 1

Porém, agora podemos de imediato veri- rendimento e o preço, não considerei o de-
ficar que o som gerado por um sino, por caimento no envelope gerado pelo bloco
exemplo, não possui a mesma intensidade III e fiz uma sustentação rápida (curta)
sonora (ou volume, como preferem chamar sendo muito satisfatório, ao meu ver, o
incorretamente alguns) quando acionado. resultado obtido.
Assim que um sino recebe uma pancada do
V
badalo, há um aumento súbito do som que
sai do zero (silêncio) para ir até uma inten-
sidade máxima na hora da pancada. Este se-
gundo nível de intensidade sonora é manti-
do por algum tempo e depois começa a de-
crescer até atingir novamente o silêncio.
O circuito AdSR ou "envelope" nada
Figura 3
mais é que um oscilador monoestável cuja
tensão de saída, ao ser disparado, segue o
Portanto, ao pressionarmos S1 iremos
mesmo comportamento da intensidade so-
acionar o monoestável e gerar na entrada
nora do sino descrito acima.
do VCA (bloco 111) um sinal que se acha
Um envelope completo pode ser visto na
ilustrado na figura 3. Estes dois circuitos
figura 2, com seus componentes de ataque
associados formam um dos elemantos bási-
(A), decaimento (d), sustentação (S) e re-
cos de qualquer sintetizador, permitindo
laxamento (R).
que ao variarmos os tempos de ataque, sus-
V
tentação, decaimento e relaxamento, possa-
mos criar ou imitar vários sons cuja intensi-
dade ou frequência (se o envelope for asso-
ciado a um filtro controlado a tensão) varia
inversamente com o tempo, como instru-
mentos de corda, sino, gongos, etc ...
Do bloco I temos pouco a comentar,
pois o mesmo nada mais é do que um cir-
Figura 2 cuito que transforma os 9 volts vindos de
uma bateria comum em uma fonte simétri-
O sino eletrônico deveria, a priori, pos- ca de :t 4,5V necessária a alimentação do
suir um envelope completo, porém, para circuito.
conseguir uma melhor harmonia entre o Resta ainda esclarecer que S2 quando

52 Revista Saber EletrÔnica


aberta modifica a frequência de oscilação 1
para aproximadamente 1 kHz, o que se Fo = 2 • R • C
assemelha ao fato de termos dois sinos dife- onde:
rentes. Fo = frequência de oscilação;
R = valor dos resistores R4 e R5 que de-
DESCRiÇÃO DO CIRCUITO vem ser iguais, pois esta fórmula é
uma simplificação matemática;
Na figura 4 temos o circuito elétrico. Os C valor dos capacitores C1 e C2 que de-
componentes associados a C1-1 (R1, R2, vem ser iguais, pois esta fórmula é
R3, R4, R5 e C1, C2, C3, C4) formam um uma simplificação matemática.
circuito clássico (com amplificador opera-
cional) denominado oscilador de integração Assim, com R4 e R5 de valor 1Ok e C1 e
dupla ou simplesmente "duplo T", sendo C2 de valor 33 nF deveríamos ter 482 Hz
os pares R4, R5 e C1, C2 determinantes da na saída do oscilador, mas isto não acon-
frequência de oscilação dada pela equação: tece.

1+14.7V

\+1 (+1
B1
9VCC

C10 l-I
lOOnF

~ISAiOA
~ (-14.7V

1-)

R5 - R4
lOK lOK

R12

_T ~;onF
2.2K

,-c-l
i I15 2
C4
W
3

6
il

CI3
555
4
2

7 5

Figura 4

(-I

Para que o circuito oscilasse de acordo mentalmente desviando a frequência do


com a fórmu la citada, o capacito r que for- oscilador, porém experimentando novos ta-
ma o T resistivo deveria assumir o valor manhos de sinos, devemos ter conhecimen-
equivalente a 2 . C, ou seja, 66 nF e este to que, para o oscilador funcionar correta-
capacitor por intermédio de S2, no circuito mente, devem ser respeitados, em certos li-
apresentado, pode ter dois valores distintos: mites, alguns parâmetros:
75 nF (com S2 aberta) e 150 nF (com S2
fechada). Com este procedimento (colocan- - C1 = C2 = C;
do um capacitor de maior valor) desloca- - R5 = R4 = R;
mos a frequência de oscilação e esta nova - R3 (resistor do T capacitivo) tem que ter
frequência pode ser determinada experi- a metade do valor do resistor R;

Março/84 53
- que o capacito r do T resistivo (no circui- noestável modificado para gerar o envelope.
to C1 e C2 que tem o seu valor modifica- Assim que apertamos 51, o capacitor C9 se
do através de 52) seja, no mínimo, duas carrega instantaneamente com uma varia-
vezes maior que o valor de C; ção de tensão que sai do -4,5V e vai até
- que R1 seja duas vezes maior que o valor GND (terra). Neste mesmo instante C7 co-
de R; meça a se carregar por intermédio de P1 e
- que o valor de R2 seja, no mínimo, dez de R11, sendo que quando atinge o poten-
vezes maior que o valor de R. cial de 1,6V (ou -2,9V, medidos a partir
Pois bem, entendido o funcionamento do terra) este nível de tensão reseta o flip-
do oscilador (e agora com capacidade de -flop interno do CI que faz com que o pino
projetar um novo oscilador) iremos obser- 3 deixe de alimentar C9 (por intermédio de
var que R7 e R8 constituem um divisor re- D2) fazendo com que o transistor interno
sistivo que tem por finalidade reduzir bas- do CI passea conduzir (pino 7) e descarre-
tante o nível do sinal obtido no oscilador, gue imediatamente C7 e por intermédio de
para que o mesmo possaser controlado por P2 e D3 o capacito r C9 que tem a sua des-
CI-2 que constitui um amplificador con- carga controlada dependente da posição do
trolado por tensão a FET (Q2). cursor de P2.
Este amplificador para tensões contínuas Assim, conseguimos controlar os tempos
funciona como amplificador não inversor de sustentação e relaxamento da nossa
com ganho de aproximadamente 1. Mas, envoltória que será aplicada no gate do FET
para tensões alternadas seu ganho depende (Q2) por intermédio de R10 e obtendo
do valor da tensão aplicada no gate do FET analogamente um controle sobre o efeito
(que originalmente no protótipo foi utili- gerado. Para os mais "iniciados" em eletrô-
zado um 2N3819, mas que pode ser substi- nica, não deve ter sido difícil perceber que
tu ído por qualquer tipo de FET canal N). o circuito integrado que forma o monoestá-
Já CI-3 forma um circuito oscilador mo- vel é o já manjadíssimo 555.

R1
£?
_

_9V
81
Figura 5
5.6K
ENTRADA I
7

FTE
e!l.

C2
C1 T22DnF
T4.7~F

Continuando com o funcionamento do Finalmente passamos a analisar o circui-


sino, observamos que C10 bloqueia a com- to proposto por Q1, R6, D1 e C5. Quando
ponente contínua, deixando somente pas- aplicamos 9 volts (v-indosda bateria), obser-
sar a componente alternada (capacitor de vamos que R6 polariza o diodo zener que
desacoplamento, célebre no curso técnico) fixa um potencial de 5,1 V na base do tran-
que será adequadamente controlada pelo sistor Q1 que está ligado na configuração
amplificador. Sugiro na figura 5 um peque- de coletor comum e apresenta no seu emis-
no amplificador de áudio que utiliza o CI sor um potencial de +4,7 que carrega C5
TBA820, mas veja bem, qualquer amplifi- (obviamente foram descontados os 0,6
cador de áudio pode ser utilizado. volts da junção B-E de Q1). Assim, este
Evidentemente que uma melhor amplifi- ponto da alimentação é fixado como o ter-
cação e reprodução (boas caixas acústicas) ra do circuito (GND) e assim obtemos no
só irão beneficiar o efeito obtido. negativo da bateria o potencial de -4,5V.

54 Revista Saber Eletrônica


1-) 1+1
SAíDA DE ÁUDIO

Figura 6

Esta alimentação simétrica é necessana do, podemos de imediato começar a mon-


para o funcionamento dos amplificadores tagem, pela sequência que se segue:
operacionais. Observe também que no
esquema do amplificador é apresentada - Solde os jumpers (J1 e J2).
uma bateria a parte e não deve ser utilizada - Solde todos os capacitores (C1 a C10),
a bateria do sino eletrônico na alimentação tomando cuidado com a polaridade dos
do amplificador, visto que este procedimen- eletrol íticos.
to iria curto-circuitar 01, danificando este - Solde os transistores (01 e 02) obser-
componente. vando a polaridade dos mesmos e quanto
ao "FET", acho melhor adquirir três co-
MONTAGEM nectores do tipo molex, soldá-los e de-
pois inserir o "FET"; caso tenha que sol-
Comece a montagem com a confecção dá-lo diretamente na placa, não se esque-
da placa de circuito impresso, cujo lay-out ça de desligar o ferro de soldar (na hora
(em seu tamanho natural) se encontra ilus- da soldagem), pois este componente é
trado pela figura 6. bastante sensível, podendo o excesso de
Com o circuito impresso já confecciona- calor danificá-lo.

Março/84 55
- Solde todos os diodos (D1 a D31, obser- Feito isto, ligue no conector uma bateria de
vando na figura 6 o lado dos catodos. 9 volts (com o amplificador de áudio já li-
- Solde os Cls (C11 a CI3), tomando cuida- gado) aperte 51, se o circuito estiver corre-
do com a sua posição na placa de circuito to, um som correspondente à batida de um
impresso (acho bem melhor adquirir os sino deverá aparecer,' e variando a posição
soquetes correspondentes e simplesmente do cursor dos potenciômetros (P1 e P2) po-
inserir os Cls). Vale lembrar que o excesso demos modificar a sustentação e o relaxa-
de calor pode vir a danificá-los; mento do sinal, conforme explicado ante-
- Solde 51, 52, P1 e P2 na placa de circui- riormente.
to impresso, por intermédio de um fio Mas, se não funcionar, calma e tranquili-
duplo, fino e flex ível e finalmente ligue dade.
um conecto r para baterias de 9 volts, no Tome um café, fume um cigarro ...
local apropriado da placa, observando a E, depois volte a carga, com força redo-
polaridade indicada pela figura 6. brada, verificando se não houve troca de
componentes ou até omissão dos mesmos.
Se tudo estiver em ordem (inclusive o
CONSIDERAÇOES FINAIS chapeado), teste os componentes isolada-
mente, pois pode acontecer (visto o "óti-
mo" controle de qualidade a que sãosubme-
Terminada a montagem, verifique se tidos os componentes eletrônicos vendidos
tudo está perfeito (ou seja, se não há cur- aqui, no país das maravilhas) de algum
tos, soldas fantasmas, etc.) e somente de- deles estar com defeito.
pois de conferir tudo é que podemos conec- Se houve munhecadas, não fique verme-
tar o "sino eletrônico" na entrada de um lho (e nem amarelo) conserte simplesmen-
amplificarfor de áudio (entrada auxiliar). te, pois isto é muito normal acontecer.

LISTA DE MATERIAL

Figura 4: C3, C4, C6 - 150 nF - capacitores cerâmicos


Cf-I, Cf-2 - 741 - amplificadores operacionais C5, C9 - 100 IlF x 12V - capacitares eletrolí-
Cf-3 - 555 - timer ticos
Q1 - RC338 - transistor NPN C7 - 2,2 IlF x 12V - capacitor eletrolítico
Q2 - 2N3819 - transistor de efeito de campo C8 - 33 pF - capacitor cerâmico
Dl - zener 5V1 - 400 mW CIO - 100 nF - capacitor cerâmico
D2, D3 -lN4148 - diodos de uso geral RI - bateria de 9 V
SI - interruptor de pressão NA Diversos: placa de circuito impresso, soquetes
S2 - interruptor simples para os integrados, [ios, solda, etc.
P1 , P2 - 100k - potenciômetros simples
RI - 20k - resistor (vennelho, preto, laranja)
R2 - 120k - resistor (ma"om, vennelho, ama- Figura 5:
relo) Cf.1 - TRA820 - circuito integrado
R3 - 4k7 - resistor (amarelo, violeta, vennelho) FTE - alto-falante de 8 ohms x 200 m W
R4, R5 -1Ok - resistores (ma"om, preto, laran- P1 - 47k - log - potenciômetro
ja) RI - 5k6 - resistor (verde, azul, vennelho)
R6 - 470R - resistor (amarelo, violeta, ma"om) R2 - 10R - resistor (ma"om, preto, preto)
R 7 - 33k - resistor (verde, laranja, laranja) C1 - 4,7 IlF x 12 V - capacito r eletrolítico
R8 - 10R - resistor (ma"om, preto, preto) C2 - 220 nF - capacito r cerâmico
R9, RIO - 100k - resistores (ma"om, preto, C3 - 330 pF - capacitor cerâmico
amarelo) C4 - 220 IlF x 12 V - capacitor eletrolítico
R11 - 1k - resistor (ma"om, preto, vennelho) SI - interruptor simples
R12 - 2k2 - resistor (vennelho, vennelho, ver- RI - bateria de 9 V
melho) Diversos: placa de circuito impresso, [ios, solda,
C1, C2 - 33 nF - capacitores cerâmicos etc.

56
Revista Saber Eletrônica
GRftUftNDO UOZES DO•
ftLEM t'*

Newton C. Braga
~

As montagens que envolvem assuntos "exotéricos" sempre são um atrativo especial, mesmo
que os realizadores nem sempre acreditem tàtalmente no que seja apregoado. No entanto, como
neste campo existe muita coisa desconhecida e portanto muita coisa a pesquisar, a sugestão de
qualquer projeto, como o que aqui focalizamos, deve ser analisada com certo cuidado. Sugerimos
então que ninguém pode realmente negar nada antes de ter realizado experiências suficientes que
lhe garantam este direito.

A gravação de "vozes do além" é um nando que o gravador tivesse captado algu-


assunto fascinante que talvez muitos dos ma transmissão de rádio, ele investigou a
leitores nunca tenham ouvido falar. Os que programação das rádios naquele dia e horá-
ouviram sabem que o assunto não é novo, rio e descobriu que nenhuma delas emitiu
havendo muitas obras a respeito, todas ba- qualquer programa em norueguês sobre
seadas numa incrível experiência vivida por cantos de pássaros notu rnos. Impressiona-
Friedrich Jungenson, na Suécia, em 1959. do, ele voltou ao local das gravações e dei-
Relatamos a seguir a experiência e deixa- xou o gravador correr livre, gravando nada
mos por conta dos leitores interessados sua mais do que o ru ído ambiente, tentando
comprovação e a penetração num mundo captar de novo aquela "voz estranha", ou
totalmente novo e fascinante. quem sabe ter alguma explicação para o fe-
Friedrich Jungenson pode ser considera- nômeno, e sua surpresa continuou: monito-
do um talentoso produtor de filmes, do rando as gravações ele nada ouvia' além do
tipo documentário, além de músico e pin- ru ído ambiente, mas passando a fita ele no-
tor. vamente pode ouvir vozes e desta vez até
Num dia de verão em 1959 este sueco chamando-o pelo nome e dirigindo-lhe
saiu de sua cidade natal em busca de sons informações! Algumas destas vozes até cita-
de pássaros. vam nomes de parentes e amigos falecidos
Entretanto, mais tarde repassando as fitas há muito!
gravadas com os cantos de pássaros, ele fi- O resu Itado desta extraordinária expe-
cou atônito quando ouviu na fita a voz de riência foi um livro publicado na Suécia em
alguém falando em norueguês justamente 1964, vendido com as gravações feitas, e
sobre o canto de pássaros noturnos! Imagi- em 1967 uma segunda edição desta vez em

58 Revista Saber Eletrônica


alemão e sueco "Sprechfunk mit Verstorbe- O pesquisador deve então procurar um
nen", que inclusive apareceu no Brasil com local fora de estação onde puder ouvi r ape-
t ítu lo que não nos recordamos, mas que nas o chiado conhecido por "ru ído branco"
seria algo como "Passaporte para outra ter- e fazer sua gravação. Nesta gravação, segun-
ra" e que fez bastante sucesso. do os pesquisadores, .podem aparecer as
No Brasil ainda tivemos notícias de diver- vozes, em intensidades que variam desde o
sos pesquisadores que fizeram estranhas audível até o quase imperceptível, exigindo
gravações cujas origens ainda não foram por isso paciência e atenção na detecção.
esclarecidas. O terceiro método, e considerado mais
Nos Estados Unidos podemos citar Rolf popular consiste no emprego de um detec-
Schaffranke, pesquisador da NASA, que em tor de cristal ligado à entrada do gravador.
contacto com pesquisadores de todo mun- (figura 2)
do, garante a existência do fenômeno.
Mas, como "ouvir"? I
I
OS M~TODOS I
ui
I
Segundo os pesquisadores, alguns dos I
métodos empregados foram sugeridos pelas I
próprias "vozes" nas gravações acidentais
feitas inicialmente.
O primeiro método é, naturalmente, o
usado pelo descobridor do fenômeno. Con-
siste na simples ligação do microfone ao
gravador, e se este for remoto, deixando o
fio mais comprido possível, para que o som
do motor não seja captado. (figura 1)

Figura 2

Neste caso, as "vozes" se manifestariam


na modulação de um sinal que seria detec-
tado e aplicado ao gravador, onde seu regis-
tro ocorreria.
O diodo pode ser de qualquer tipo de
germânio de uso geral, como os 1N34,
1N60, etc.
A bobina XRF pode ser obtida experi-
mentalmente, tendo de 500 a 800 voltas de
fio esmaltado fino (32, por exemplo) em
Figura 1 forma com ou sem bastão de ferrite como
núcleo. O resistor de 100k serve de carga
O segundo método é sugerido pelo pes- para o detector, e como pode ser observado
quisador britânico Dr. Konstantin Raudive, não existe circuito de sintonia.
e consiste na utilização de um rádio sintoni- Evidentemente, como os leitores podem
zado '~fora de estação". perceber trata-se da configuração típica de
Segundo o pesquisador as "vozes" prefe- um rádio de cristal. Muitos podem então
rem utilizar este tipo de sinal, por ser mais pensar que o que se "pega" neste caso são
fácil de "modu lar" o ru ído branco existen- ondas comuns de rádio de estações de ra-
te no caso. diodifusão ou semelhantes.

59
Março/84
De fato, a presença de estações fortes ou que os leitores interessados nesta fascinante
próximas pode significar sua presença na pesquisa tenham o bom senso de procurar
gravação, pois certamente o circuito as de- entender exatamente o que se captou, não
tectará, mas não é essa a finalidade básica. confundindo simples emissões de rádio,
Em local longe de transmissões de rádio com vozes do além (se é que elas podem
fortes, e sem usar antena, somente fenôme- realmente ser chamadas como tal). Pesquisa
nos capazes de produzir sinais modulados séria significa comparação, muitas grava-
seriam captados pelo circuito e registrados. ções, entendimento e principalmente pa-
Esta é a idéia básica, defendida pelos pes- ciência.
quisadores. Se a coisa fosse simples, bastaria que o
leitor empunhasse seu gravador, ligasse o
CONCLUSÃO circuito com diodo na entrada e passasse
uma noite no cemitério que, certamente,
Como identificar sons estranhos que se- haveria conteúdo em suas gravações para a
jam gravados? Evidentemente é importante elaboração de muitos livros ...

o CIRCUITO INTEGRADO

usado no Micro Receptor de FM (rev.134)

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60 Revista Saber Eletrônica


SE(ÃO DO LEITOR
Nesta seção publicamos projetos ou sugestões enviados por
nossos leitores e respondemos à perguntas que julgamos serem
de interesse geral, assim como esclarecimentos sobre dúvidas que
surjam em nossos projetos. A escolha dos projetos a serem publi-
cados, assim como das cartas que são respondidas nesta seção,
fica a critério de nosso departamento técnico, estando a revista
desobrigada de fazer a publicação de qualquer carta ou projeto
que julgue não atender a finalidade da mesma.

Recebemos sempre grande quantidade de ou modificação de projeto já existente, in-


projetos dos leitores que, na medida do pos- diquem qual é este projeto e onde se encon-
sível, aproveitamos ou nesta seção ou então tra.
em números especiais que já perfazem um e) Se o projeto exigir ajustes ou cuidados
total de quatro. Entretanto, nem sempre especiais no manuseio, que eles sejam citados
podemos aproveitar os projetos de alguns de forma clara.
leitores, não porque não sejam bons, mas Com estes procedimentos, acreditamos
porque nos são remetidos de uma forma in- que muito mais projetos poderão ser apro-
completa ou que nos deixam muitas dúvidas. veitados, não decepcionando aqueles que
E o caso de leitores que nos mandam nos escreveram e não viram os seus circui-
só a placa de circuito impresso ou então tos publicados até agora.
diagramas copiados de tàl modo que dificul-
tam bastante a análise de seu funcionamen-
to. Para que os projetos dos leitores possam
ser mais facilmente analisados e depois pu-
I FONTE AJUSTÁVEL DE 0-12V x 2A I
blicados sem problemas, sugerimos aos que
nos escrevem que:
o leitor CARLOS ROBERTO MANFRIN
a) Façam o esquema bem nítido (mesmo ALVES, de Osasco-SP, nos envia um proje-
que a lápis), com os componentes numera- to de uma útil fonte de alimentação ajustá-
dos e com valores ao lado. vel para a bancada, com corrente de até 2 A.
b) Procurem usar valores padronizados e, (figura 1)
se possível, componentes semicondutores Conforme podemos ver pelo circuito,
comuns. esta fonte pode operar de forma simétrica
c) Expliquem, junto ao esquema em tex- também, na alimentação de amplificadores
to curto, a finalidade e o funcionamento do operacionais, e sua regulagem é feita por
aparelho. um único transistor, tendo na referência
d) Se o aparelho for um aperfeiçoamento um diodo zener de 12 V x 400 mW.
4 X lN4007

330R

2 200~F

LED 12V
400mw

Figura 1

Março/84 61
o transformador usado deve ter um se- teressante, já que não faz uso de transisto-
cundário de 12 V x 2 A com tomada central res ou outros elementos ativos. (figura 2)
(12 + 12 V) e são utilizados 4 diodos Neste circuito o elemento "oscilante" é
1N4007 na retificação. Veja que, como a um relê, que é ligado de tal maneira a abrir
retificação é em ponte, cada diodo só con- e fechar rapidamente seus contactos em vis-
duz metade da corrente máxima, daí pode- ta do corte de sua alimentação pelos pró-
rem ser usados diodos de 1 A. prios contactos. A frequência deste abrir e
A filtragem é feita por eletrol íticos de fechar de contactos, determinada pela velo-
grande valor com tensão de trabalho de cidade de ação do relê, é que fixa a tonali-
pelo menos 16V, e existe no circuito um dade do som da sirene.
led indicador de funcionamento. O volume do som, ou seja, a potência, é
O controle da tensão de sa ída é feito por dada pelo tipo de transformador usado, que
um potenciômetro linear de 1 ou 2k. Se o no caso é do tipo de alimentação com
leitor quiser pode ligar em paralelo com a 12 V x 1 A de secundário.
saída um voltímetro. Os dois diodos e o capacitor são optati-
Lembramos que o transistor de potência vos e de certo modo alteram ligeiramente o
deve ser montado num bom dissipador de timbre do som produzido.
calor. A lâmpada L1 é de 5 W para a rede local,
e o relê deve ser de 110 ou 220 V conforme
I SIRENE DIFERENTE I a sua rede, com 2 contactos reversíveis.
Para alterar a frequência deste oscilador
O leitor JAIME RODRIGUES DE AL- um capacitor de 100 nF a 470 nF x 250 V
MEIDA, de São José dos Campos - SP, nos ou mais deve ser ligado em paralelo com a
envia o circuito de uma sirene bastante in- bobina do relê.

f TE
T1 5W

Ll
5W
Kl

lN4007

Figura 2

I ROLETA ELETRONICA ECONOMICA I


sor que pode ser simplesmente uma placa
de metal de 2 x 2 em, por exemplo.
Para que o sinal de CA da rede possa
Uma versão ultra-econômica de roleta, e atuar sobre o circuito, o leitor indica que
que funciona por toque, é enviada pelo uma bobina de fio encapado, com algumas
leitor JOSE JANDER DIAS MAGALHÃES, voltas, deve ser feita em torno do integra-
de Gama - DF. do, e esta terá apenas um dos extremos liga-
Conforme podemos ver pelo diagrama, do na tomada da rede local. Esta bobina
usamos apenas um integrado 4017, um jogo funcionará como um "oscilador de 60 Hz"
de 10 leds e a fonte de alimentação. (figu- que acionará o integrado quando tocarmos
réi 3) no sensor.
O sinal que faz o 4017 "correr" é prove- A alimentação de 9 V virá de uma única
niente do ru (do de CA da rede, aplicado bateria e os leds são comuns vermelhos ou
através dos dedos quando tocamos no sen- de outra cor.

62 Revista Saber E letrôn ica


LEO 1 A LED10

16
SINALlZADOR DE PORTAS DE
GARAGEM

-:=- 9V
oleitor CLAUDIO RENATO SANTOS,
4
de Curitiba - PR, nos envia um circuito sim-
+ ples para fazer piscar alternadamente as
lâmpadas de alerta de sa ídas de garagens.
(figura 4)
10
Conforme podemos ver, temos um mul-
tivibrador astável em que a frequência de
4017 operação é dada pelos resistores de 10k e
capacitores de 100 JiF.
5
O leitor usou no projeto original transis-
5EN50R tores do tipo 2N3055, mas transistores me-
nores, como os BD 135 ou equ ivalentes,
14 6
também devem funcionar.
O relê é do tipo ZA 900000, mas em
9
princípio qualquer tipo para 12 V com con-
tactos reversíveis pode funcionar.
Alterações nos capacitores devem ser ex-
Figura 3 perimentadas para se obter a frequência de
funcionamento desejada.

1K
51}+

-- 12V

NA O NFO
BOBINA cO cO
NAO NFO
Figura 4

NÚMEROS ATRASADOS
Livro EXPERIÊNCIAS e BRINCADEIRAS com
A

ELETROnlCR Preencha a "Solicitação de Compra" da página 79.

63
Março/84

________________ ----o
o CIRCUITO O capacitor C1 desacopla a alimentação
deste bloco, já que existe um resistor redu-
Na figura 2 temos uma representação em tor de tensão que é R5.
blocos do receptor super-regenerativo de Veja que, nada impede que os leitores
rádio controle que propomos e que opera que tenham transmissores operando em fai-
na faixa de 27 MHz. xas mais altas, como 36 e 72 MHz, alterem
a bobina L1 deste circuito, reduzindo o seu
número de espiras, para a recepção nesses
novos valores.
AMPLlF. SAíDA
DETECTOR AMPLlF.
n S
Observamos que ao lado de uma sensibi-
SUPER-REGENERATIVO I
lidade muito grande, os detectores super-
-regenerativos, como este, não têm na sele-
tividade o seu forte, pelo que podem estar
Figura 2 sujeitos à interferências de outros transmis-
sores que operarem em frequências próxi-
O primeiro bloco é o mais importante e mas.
representa o detector super-regenerativo O sinal desta etapa é levado aos dois blo-
cos seguintes que consistem em simples am-
com um transistor BF494.
A frequência de operação deste detector, plificadores de áudio. (figura 4)
ou seja, a frequência dos sinais que ele rece- + +

be, é dada pelo circuito ressonante formado


por L 1 e Cv. A bobina L 1 deve então ser
enrolada para a faixa de 27 MHz, havendo
então um ajuste fino ou sintonia emCv, de
acordo com o sinal do transmissor.
SINAL /
O reator XRF separa o sinal de áudio ~~U~C?- -.//
existente na transmissão do portador de ENTRADA
RF, enviando este sinal através de um filtro
(R2, R3, C4 e C5) para as etapas seguintes.
O ponto de funcionamento desta etapa é Figura 4
ajustado para maior rendimento através de R8

P1. (figura 3) Estes dois blocos são unidos por um aco-


RS plamento direto, o que permite obter bom
+ ganho e na sa ída um sinal suficiente para
ANTENA
acionamento dos filtros.
Os dois transistores destes blocos são de-
sacoplados em seu emissor por eletrol íticos
,~ de alto-valor (C6 e C7).
As etapas de acionamento dos relês com
os filtros podem ser do tipo mostrado na
C3 figura 5.
Nestas etapas o circuito ressonante LC é
TRANSISTOR
~ que determina a frequência de cada canal,
REALIMENTAÇÃO
OSCILADOR
já tendo sido abordado seu cálculo em
outros artigos desta série.
Pl
(AJUSTE)
Para os leitores que quiserem calcular
seus filtros lembramos que a fórmula é:
f = 1
21T J LX C
onde: f é a frequência em Hertz;
'-----v-----"
1Té 3,1416;
FILTRO DE ÁUDIO L é a indutância em Henries;
Figura 3 C é a capacitância em Farads.

66 Revista Saber Eletrônica


RASPAR E
Obs.: se usarmos a indutância em micro- SOLDAR Figura 6
henries podemos trabalhar com a capacitân-
cia em microfarads, obtendo ainda a fre-
quência em Hertz.
--,/~-} -===
+
Figura 5 FIO
ESMALTADO
~ ~RESISTOR
100K
DE
X 1/4W

K1
Já O choque de R F X R F é formado por
40 a 50 voltas de fio esmaltado fino (32)
num resistor de 100k, conforme mostra a
figura 6.
S
Os resistores são todos de 1/8 ou 1/4 W
com qualquer tolerância e os eletrol íticos
devem ter uma tensão de trabalho de pelo
menos 9 V. Menores tensões implicam em
componentes menores e portanto numa
montagem mais compacta.
Os demais capacitores podem ser cerâmi.
cos de disco.
o relê usado nesta etapa deve ser sensível Pl é um trim-pot miniatura para placa de
com tensão de acionamento de 9 V. Os circuito impresso, enquanto que Cv é um
tipos para transistores Schrack ou Metaltex trimer comum de base de porcelana ou plás-
servem. Conforme o caso será conveniente tico. O valor não é importante desde que
usar em lugar do resistor de 4k7 um trim- sua capacitância máxima fique na faixa dos
-pot de 22k e assim ajustar a etapa para seu 10aos30 pF.
ponto de maior sensibilidade. Como a montagem é crítica, principal-
mente no setor correspondente ao detector
OS COMPONENTES super-regenerativo, é preciso usar placa de
circuito impresso.
Todos os componentes usados nesta
montagem são comuns e nenhum deles é MONTAGEM
crítico.
A bobina L 1 deve ser enrolada pelo mon- Ferro de soldar de pequena potência é a
tador, consistindo em 9 voltas de fio esmal- ferramenta básica para a montagem deste
tado 22 ou 24 num bastão de ferrite de 8 receptor. As demais são as conhecidas por
ou 9 mm de diâmetro. todos os leitores que praticam este hobby.
R5
470n
S1

+
C9
100~F 9V

R10 C7
4K7 lO~F

Figura 7

Março/84 67
ANTENA

Figura 8

I
1+1
5
l-I

Na figura 7 temos o diagrama do recep- e) O trimer Cv deve ser colocado na pla-


tor com os componentes dados por seus ca de tal modo que a armadura externa fi-
símbolos, com os valores recomendados. que do lado de R5 e não do coletor de C1,
Na figura 8 damos a nossa sugestão de se este for do tipo com base de porcelana.
placa de circuito impresso, a qual pode ain- f) Os terminais da bobina L1 devem ser
da ser consideravelmente reduzida com o bem raspados antes de ser feita sua solda-
emprego, num novo projeto, de capacitores gem na placa. O mesmo é recomendado em
de tântalo e a montagem vertical dos resis- relação à soldagem do fio esmaltado de
tores. XRF nos terminais do resistor que lhe serve
Os principais cuidados que devem ser de suporte.
tomados com a montagem são: g) O trim-pot deve ser soldado rapida:
a) Observe as posições dos transistores ao mente na placa.
fazer sua soldagem. Veja que o BF494 (Q1) Terminada a montagem, para a prova de
é diferente dos demais, tendo a base na funcionamento o leitor não precisará mais
ponta e não no meio. Cuidado para não tro- do que um fone de cri:;tal ou de um peque-
cá-lo! Se usar equ ivalentes, veja se têm a no amplificador (com o TBA81 O, por exem-
mesma disposição de terminais. plo) e de um transmissor para verificar seu
b) Os valores dos resistores são dados funcionamento.
pelas faixas coloridas. Acompanhe a lista de
material, se tiver dúvidas. Seja rápido ao PROVA E USO
soldá-los, evitando assim o excesso de calor.
c) Na soldagem dos eletrol íticos, além do Depois de conferir toda a montagem,
cuidado com o próprio componente que é ligue o receptor numa fonte de alimentação
delicado, o leitor deve ainda cuidar para de 9 V ou bateria. Na sa ída S ligue um fone
que sua polaridade não seja trocada. de cristal ou então a entrada do amplifica-
d) A soldagem dos capacitores cerâmicos dor. (figura 9)
deve ser feita rapidamente para que o calor Em alguns casos o leitor ajustando Cv
não os danifique. Cuidado com os códigos poderá captar estações de PX de sua locali-
de fábrica. dade ou outros sinais mesmo sem experi-

68 Revista Saber Eletrônica


menta r o transmissor. Um chiado indica transistores 02 e Q3, além dos componen-
que o receptor está funcionando. tes associados. Injetando um sinal de áudio
A ausência de chiado indica que a etapa na base de Q2, ele deve ser ouvido no am-
de Q1 não está oscilando, devendo ser veri- plificador ou no fone.
ficado o transistor, o reator X R F e eventual- Com o transmissor basta fazer a sintonia
mente C3. Aproxime um rádio de ondas do sinal mais forte e depois verificar se o
médias de AM fora de estação. Se esta eta- tom de áudio é ouvido. A antena para o re-
pa estiver oscilando deve ocorrer forte in- ceptor pode ser um pedaço de fio de 1m ou do
terferência. tipo telescópico, dependendo de sua utili-
zação.

FIO Para usar o aparelho basta ligar a saída S


BLINDADO
nas entradas de tantos filtros quantos tenha
o sistema.
Se o leitor não conseguir sintonizar o si-
nal, ou se ele "fugir" quando o transmissor
AMPLIFICADOR
FONE estiver um pouco mais longe, procure alte-
rar a bobina L1 que ela pode estar fora da
faixa. Acrescente ou tire uma ou duas
espiras fazendo experiências até conseguir
Figura 9 os melhores resultados.
Quanto ao transmissor, o leitor poderá
escolher um de bom desempenho dentre os
Se esta etapa estiver boa, mas nada for muitos que publicamos em números ante-
ouvido, então o leitor deve suspeitar dos riores.

LISTA DE MATERIAL

Ql - BF494 ou equivalente - transistor de RF RS - 470R xI /8W - resistor (amarelo, violeta,


Q2, Q3 - BC548, BC238 ou equivalentes - marrom)
transistores NPN R 7 - 1k x 1/8W - resistor (marrom, preto, ver-
Cv - trimer comum (ver texto) melho)
LI - bobina de antena (ver texto) Cl, C6, C7 - 10 p.F x 9 V - capacitares eletro.
XRF - choque de RF (ver texto) líticos
Pl - 47k - trim-pot C2 - 27 pF - capacitar cerâmico
RI - 6k8 x 1/8W - resisto r (azul, cinza, verme- C3 - 47 pF - capacitar cerâmico
lho) C4 - 10 nF - capacitar cerâmico
R2, R6,R9, RIO - 4k7 x 1/8W-resistores (ama- C5 - 47 nF - capacitar cerâmico
relo, violeta, vermelho) C8 - 2,2p.F x 9 V - capacitar eletrolítico
R3 - 1k2 x 1/8W - resistor(marrom, vermelho, C9 - 100 p.F x 9 V - capacitar eletrolítico
vermelho) Diversos: placa de. circuito impresso, resistor de
R 4, R8 - 10k x 1/8W - resistores (marrom, . 1OOkx 1/4W, fio esmaltado, antena, interrup-
preto, laranja) tor geral (SI), conectar para bateria de 9V; etc.

3 CURSOS PRÁTICOS:
I. CONFECÇÃO DE CIRCUITOS IMPRESSOS
2. SOLDAGEM EM ELETRONICA
3. MONTAGENS DE ELETRONICA
Local: centro de S. Paulo
Duração: 4 horas uma realização da
Horário: aos sábados de manhã ou à tarde
Informações e inscrições: te!. 221-1728 - 223.7330 CETEISA
69
Março/84
179. Os circuitos de sincronismo

No sinal de vfdeo temos presentes tanto os pulsos de sincro-


nismo vertical como horizontal. Conforme podemos ver pela
figura 974, estes pulsos têm duração diferentes.

PULSOS SINC. H. PULSOS SINC. V.

~ /
___fTTTTTL

- IMAGEM (1 LINHA I

figura 974

o pulso de sincronismo vertical tem uma duração 5 vezes Pulsos de sincronismo


maior que o pulso de sincronismo horizontal. Por outro lado,
conforme vimos pelas suas frequências, temos muito mais pulsos
hOrizontais do que verticais.
Após a obtenção do sinal de vfdeo num televisor, encontra-
mos então o circuito que é responsável pela separação dos pulsos
de sincronismo. Este circuito é denominado separador de sincro- Elementos dos circuitos
nismo e pode ser formado por diversos componentes básicos,
tais como válvulas triodo, válvulas pentodo, transistores ou mes-
mo diodos.
O princfpio de funcionamento entretanto é o mesmo: o ceifa-
mento. Como os pulsos obtidos no sinal de vfdeo têm uma am-
plitude maior do que o sinal correspondente à imagem, podemos
polarizar as válvulas ou transistores de modo que cortem o sinal
de vfdeo propriamente dito, mas deixam os pulsos de sincronis-
mo.
Na figura 975 damos como exemplo o caso de um circuito Polarização além do corte
com válvula triodo polarizada além do corte.

I--
SAlDA

ENTRADA

>"------'1
V-_ ffil
lMJ1.

figura 975

Março/84 :1008 75

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