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BR / NOVEMBRO 2015
EDIÇÃO 12
pioneiro.com.br 3
EDUCAÇÃO INFANTIL
O TRABALHO DO ACOLHIMENTO
NA ADAPTAÇÃO
O
ano letivo está terminan- Mariposas”, que conta a história de Por isso a equipe escolar planeja
do e em breve os alunos uma criança que chega à escola cer- atividades de leitura e brincadeiras,
iniciarão um novo ciclo na ta de que a liberdade é o maior pre- preparando o ambiente para que as
vida escolar. Embora mui- sente que um ser humano pode ter. crianças se sintam acolhidas. Al-
tos pais acreditem que seu filho não Logo no início, há uma cena em que gumas crianças logo se adaptam à
terá dificuldades em se adaptar é o menino perde o sono só de imagi- nova rotina; outras necessitam de
fato que para a mudança de ciclo os nar como será a sua escola. No dia um tempo maior.
alunos necessitarão de adaptação. seguinte, a mãe o leva à aula e so-
licita ao professor que ajude o “seu Mas o mais importante nesta cami-
Não há dúvidas de que as crianças bem mais precioso”. nhada é saber que o acolhimento se
que apresentam uma experiência faz necessário e que as crianças pre-
escolar já saibam, de alguma for- Com muito medo, a criança perde cisam se sentir seguras e estar cer-
ma, o que é a escola. Mas isso não o controle sobre as suas emoções e tas de que as suas emoções e angús-
significa que não precisarão de uma acaba fazendo “xixi” na roupa. Esta tias podem (e devem) ser expressas.
atenção especial no retorno das fé- situação é comum também entre
rias para se ajustar aos novos ami- nossas crianças e é nosso papel e
gos e professores e à nova rotina. dos pais diminuir o reflexo que a
possível separação casa-escola pos-
Resgato aqui o filme “A Língua das sa gerar.
Saiba mais:
• A Construção do Real na Criança - Jean Piaget (Editora Ática).
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TUTORIA
O
s intervalos de recreação das “Quem canta seus males espanta” já diz Cantando juntos, dividindo as palmas com
terças-feiras ficaram mais o ditado... Assim, espantando a timidez e todos e com aqueles ou aquelas que ainda
animados! Desde o início de cantando a alegria, os professores abriram virão.
setembro um projeto promove o caminho, estimulando as participações:
momentos de confraternização entre alu- A escola é como a própria vida. Aprende-
nos, professores e funcionários da escola “Aristóteles, Camões, Pessoa, Guimarães, mos sempre, em todos os lugares!
com atividades culturais e divertidas, tais De Pitágoras às Cruzadas,
como apresentações musicais, experiências Muita História nessa estrada.”
científicas, ritmo com copos e coreografias.
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TECNOLOGIA EDUCACIONAL
R
edes sociais, games, compar- garantir um diálogo aberto e sincero
tilhamento de fotos, vídeos com nossas crianças e adolescentes,
e pensamentos diários, par- para que se defendam de pessoas mal-
ticipação em comunidades intencionadas e de situações adversas
de interesse... Nesses ambientes estão que possam vir a enfrentar enquanto
crianças, adolescentes e adultos. Mui- navegam na “segurança” de suas casas
tas vezes, todo mundo junto e mistura- e das salas de aula.
do, uma miscelânea que nem sempre dá
certo. Para proporcionar esse espaço de inte-
ração, desde 2011 o Pioneiro promove
Para nossas crianças e adolescentes não bate-papos e palestras com crianças,
existe um mundo que não seja digital. adolescentes, funcionários e famílias
Para eles, um mundo que não seja per- com o objetivo de proporcionar condi-
meado por tecnologia definitivamente ções para que nossos alunos explorem
não faz sentido. Estar conectado é algo plenamente o potencial da Internet e
natural. sejam orientados para o seu uso seguro,
assim como auxiliando pais e responsá-
A internet é sem dúvida uma fonte de veis na busca de informações para que
aprendizagem, oportunidades, entrete- consigam se inserir no mundo digital e
nimento e socialização. Mas não pode- tenham condições de orientar os seus
mos negar que o uso intenso das mídias filhos.
digitais acompanha também situações
de risco, seja por vírus ou relacionadas a
conteúdos inapropriados, intolerância,
violência e contato com pessoas desco-
nhecidas.
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ENCONTRO COM OS PAIS:
ÉTICA E CIDADANIA DIGITAL
N
o dia 17 de outubro o Centro
Educacional Pioneiro con-
vidou pais de alunos para
debater diversos assuntos
relacionados ao uso seguro da Internet,
como proteção de dados pessoais, priva-
cidade on-line, atitudes e compartilha-
mento nas redes sociais, cyberbullying e
sexting, entre outros.
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FUNDAMENTAL I
É
uma importante função da conflito, que proporciona ao educa- diador, um facilitador do diálogo,
escola a promoção de uma dor um potente instrumento para o garantindo que as negociações se
educação que vise a boa trabalho com regras e valores. baseiem no respeito mútuo, que re-
convivência dos alunos, sultem numa solução para o conflito
para que exerçam, competentemen- As situações de impasses vivencia- e na percepção sobre a necessidade
te, a cidadania, apoiados em prin- das na escola geram uma necessida- de uma ação ajustada à situação.
cípios éticos e de responsabilidade de real de discussão e acordo no gru-
social. po, causando um desequilíbrio que
motiva todos a uma reflexão para
Diversos valores morais são sub- que se estabeleça um diálogo verda-
jetivos e variam de acordo com as deiro, visando o bem comum.
concepções ideológicas de cada famí-
lia, mas existe um consenso sobre a Uma prática importante é a organi-
necessidade de desenvolver alguns zação de rodas de conversa, assem-
comportamentos que contribuam bleias, e discussões em pequenos
para uma relação social harmônica. grupos e em particular, para que
todos possam exercitar suas habili-
As crianças e os jovens passam gran- dades de argumentação, negociação,
de parte do seu tempo na escola, e cooperação, empatia e consigam to-
nesse espaço vivenciam importantes mar consciência das próprias atitu- Cátia Cristina Gaspar Hashimoto
experiências sociais. Uma delas é o des. O educador age como um me- Coordenadora do Ensino Fundamental I
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EVENTO
O dia seguinte, data oficial, coinci- No dia 19 de setembro, como fina- organizou uma pequena cerimônia
diu com os preparativos da Mostra lização das comemorações, a direto- de homenagem à Dona Michie, rea-
Cultural. Mas a comemoração acon- ria executiva da Fundação Instituto lizada na praça que leva o seu nome.
teceu mesmo com toda agitação e Educacional Dona Michie Akama
os alunos foram presenteados com
docinhos, entregues um a um pela
nossa diretora geral Irma Akamine
Hiray.
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CURSOS EXTRAS
P
or que estudar a Língua to. Aprendemos isso com os princí- Outra atividade desenvolvida por nós
Japonesa? Como professo- pios dos samurais, com a disciplina foi uma avaliação de expressão oral
ra e admiradora incondi- militar dos soldados na Segunda feita nos moldes do “speech-contest”.
cional da arte de ensinar, Guerra Mundial e com a postura ja- Os alunos apresentaram um texto
essa pergunta é o que tem norteado ponesa de respeito para com o próxi- produzido por eles a uma banca
as minhas escolhas na construção mo, sem nenhuma alusão a valores de professores e foram avaliados
de um novo olhar sobre o ensino do religiosos. Explorar estes aspectos e em relação à postura, à pronúncia
idioma. tornar o aprendizado do idioma pra- e à gramática. Também opinaram
zeroso é a proposta do nosso curso. sobre a própria apresentação, o que
Falo de um lugar especial, o lugar trouxe elementos pedagógicos de
do encantamento ao desvendar as O público infantil está completa- uma riqueza ímpar.
diversas faces do idioma japonês, mente aberto para aprender outras
um lugar que não é o de ensinar, línguas e isso ocorre de forma bas- Nesse encantamento pelo ensinar,
mas o de aprender. Afinal, o verda- tante natural se forem desenvolvi- encontro nas palavras do Maiku-
deiro professor não é aquele que só das atividades em que a criança se sensei, amigo e professor em
ensina, é aquele que, principalmen- sinta brincando em aula, incorpo- Manaus, uma analogia que define
te, aprende. rando o idioma em ações comuns de bem a nossa arte: “Ensinar é como
seu dia a dia. Descobrir quais são alimentar peixinhos: no início vou
Estudar a Língua Japonesa não se essas ações, quais os interesses dos dando o alimento, pouco a pouco, até
limita apenas ao ato de falar japo- alunos e pensar em algo motivador é chegar o momento em que o peixinho
nês. É um processo que nos envol- o grande desafio do professor. virá pedir para que o alimente”.
ve em um mundo de conhecimentos
com uma riqueza cultural e histó- Existe ainda outro desafio: a práti-
rica intrinsecamente ligada a nós, ca. Nem sempre o aluno tem a opor-
que somos descendentes. Para os tunidade de utilizar o que aprendeu
que não são descendentes, é a opor- fora do contexto escolar ou encontra
tunidade de descobrir característi- com alguém para conversar em ja-
cas singulares de um povo guerreiro ponês. Pensando nisso, criamos al-
e vencedor. gumas oportunidades para a prática
do idioma. Um exemplo é um inter-
Sem nenhuma pretensão ou interes- câmbio que estamos promovendo
se, aprendemos sobre esse povo que entre nossos alunos e estudantes ja-
defende o cuidado para com a limpe- poneses, em um projeto no qual vão
za e a manutenção do bem público, o intercambiar brinquedos e corres-
cumprimento à risca das leis, a ma- pondência. Dessa forma esperamos
nutenção de valores milenares como uma troca cultural e o desenvolvi- Edna Tanaka
a honestidade e o comprometimen- mento de amizades sem fronteiras. Coordenadora de Língua Japonesa
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NOTÍCIAS
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CAPA
A
inspiração de nossa mos-
tra cultural foi o tema
adotado pela UNESCO,
que elegeu 2015 como o
Ano Internacional da Luz. Com o
apoio e orientações fundamentais da
equipe pedagógica, os alunos produ-
ziram uma exposição de trabalhos e
atividades interativas referentes à
ciência e à tecnologia baseadas na
luz e nos demais recursos naturais,
explorando diversas áreas do conhe-
cimento.
Infantil II:
A luz e suas técnicas
Infantil III: Vamos brincar
Experiências sensoriais marcaram
com as cores?
os trabalhos criados pelas turmas,
Atividade teatral com sombras em
despertando sensações por meio do
um interativo jogo de descobertas.
tato, do olfato e da visão.
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INTERNACIONAL DA LUZ 2º ano: Animais com
hábitos noturnos
As turmas estudaram como a luz
solar influencia os hábitos de
alguns animais e produziram um
Infantil I: Animais noturnos
cenário interativo de descobertas.
As crianças estudaram algumas
particularidades de animais com
hábitos noturnos e apresentaram
suas descobertas em forma de belos
trabalhos manuais.
3º ano: Os iluminados
Os alunos apresentaram a magia,
o brilho e a alegria que a luz nos
1º ano: Luz e cores proporciona, trabalhando com a cor
A presença da luz e a ausência e o brilho das estrelas e as sombras.
dela demonstradas por meio de
experiências como um canhão de
luz e o Disco de Newton.
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CAPA
4º ano: A captura da noite... 5º ano: Em defesa 6º ano:
um sentido sobre o mundo da Terra e da Lua Experimentos científicos
A ausência do sentido visão Usando a linguagem de Curiosas experiências de ilusão de
mostrou que “para vermos o programação Scratch, os alunos ótica, a construção (e lançamento)
mundo, precisamos enxergar com desenvolveram jogos sobre o de foguetes movidos a propulsão e
os olhos de dentro”. Sistema Solar. o uso de garrafas pet na criação de
hortas sustentáveis.
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6º ano: 6º ano: 7º ano: Harpa laser
Tecnologia & leitura Mural “Veículo de Nas aulas de Música e de
Animações e jogos criados com comunicação da História” Tecnologia Educacional, os alunos
o aplicativo Scratch, inspirados Releituras das obras de cinco captaram sons na Internet para a
na análise do livro (e do filme artistas: Joan Miró, Lasar Segall, construção de harpas programadas
homônimo) “O Menino e o Espelho”, Marc Chagal, Salvador Dalí e por sensores a laser.
de Fernando Sabino. Tarsila do Amaral.
7º ano: Mitolojogos
Jogos criados a partir dos estudos sobre mitologias e o
caminho dos heróis nas obras “A Odisseia” e “Os Lusíadas”.
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CAPA
8º ano:
7º ano: HQ Islã O Auto da Compadecida
Criação de histórias em Apresentação teatral baseada no
quadrinhos abordando diversos texto “O Auto da Compadecida”, de
aspectos da cultura, da sociedade e Ariano Suassuna.
da arquitetura do Mundo Islâmico.
7º ano: Plantas
Usando métodos científicos, os projetos foram desenvolvidos para
esclarecer dúvidas sobre características dos vegetais.
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9º ano: A fotografia e
9º ano: Projetos de Física e Química
o cinema na História
Projetos variados desenvolvidos a partir das duas
Ensaios fotográficos e vídeos de um minuto, com
disciplinas.
apresentação oral e escrita bilíngue em inglês e espanhol.
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CAPA
Período Opcional:
O mundo animal
Os animais deram vida aos criativos
projetos das turmas, transformando
o espaço físico do Período Opcional
Integral em uma mostra cultural
temática dentro da própria mostra.
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Língua Japonesa: Kazaguruma
Distribuição de cata-ventos artesanais na entrada
do evento, promovida pelo curso extra de
Língua Japonesa.
Praça de alimentação
O evento foi também uma grande
festa de confraternização que reuniu
professores, funcionários, alunos
e familiares, que juntos puderam
apreciar as comidas e bebidas
vendidas no espaço gastronômico
criado especialmente para a ocasião.
As barracas foram montadas com a
organização dos pais dos alunos das
turmas de 9º ano, pais de ex-alunos,
membros da equipe da escola e
alunos do Ensino Médio.
Alunos premiados
Na abertura do evento foram feitas homenagens
aos alunos que se destacaram no Concurso
Canguru de Matemática e no Concurso de Redação.
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INICIATIVAS
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MUITO ALÉM DO JARDIM
A
área de passagem entre o O projeto foi idealizado pela coor- recida dos Santos, os inspetores de
pátio da escola e o espaço denadora de Ciências Marcia Sacay alunos e os funcionários da limpeza
do Período Opcional Inte- e pelas assistentes de direção Ma- e da manutenção.
gral está mais bonita. O risa Costa e Silva e Silvia Tuma e
local se transformou em um peque- concretizado graças ao trabalho de Um exemplo de criatividade, traba-
no jardim para o cultivo de plantas e um grupo especial de colaborado- lho em equipe, sustentabilidade e
até mesmo alguns temperos e ervas, res: a encarregada do almoxarifado responsabilidade social.
tudo projetado com o uso de mate- Helena Emiko Mizoguchi Gorgoll, a
riais recicláveis e de baixo custo. estagiária de ciências Rafaela Apa-
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ESTUDO DO MEIO
O
Estudo do Meio é a manei- cos e sociais, promove um aprendi-
ra prática de proporcionar zado significativo e em geral produz
aos alunos a vivência ne- mudanças na forma como o aluno
cessária para uma melhor passa a ver o mundo.
assimilação dos conteúdos apresen-
tados em sala de aula. São situações Em 2015 realizamos diversos estu-
que colaboram para a integração e dos fora da sala de aula, desde ati-
a cooperação entre os estudantes e vidades culturais (como visitas a
professores. museus, exposições e peças teatrais)
até viagens com vários dias de dura-
Essa forma de estudo, com ativi- ção, para todas as turmas, do Infan-
dades interdisciplinares em que os til ao Ensino Médio.
alunos trabalham fatores pedagógi- Luciana Vannucci Maneschi
Coordenadora de Estudo do Meio
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5º ANO: FAZENDA DE CAFÉ 6º ANO: RANCHO PAUMAR 7º ANO: CONVERSA COM PROFESSOR
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO MAMEDE MUSTAFA JAROUCHE (USP)
8º ANO: MUSEU
7º ANO: ILHA DO CARDOSO 8º ANO: PETAR DA LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO MÉDIO - 1º ANO: ENSINO MÉDIO - 1º E 2º ANOS: ENSINO MÉDIO: FEIRA DAS
CENTRO DE SÃO PAULO FLORESTA IPANEMA PROFISSÕES DA USP
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EX-ALUNOS
LONGE DE CASA:
TRÊS HISTÓRIAS EMOCIONANTES
Em uma mesma turma de formandos do Pioneiro (2012), destacamos o destino de três alunos que
conquistaram a oportunidade de estudar em conceituadas instituições de ensino norte-americanas,
conhecendo outras culturas, aperfeiçoando o idioma e desenvolvendo a independência. Vamos con-
ferir essas experiências?
A
centa que faz parte da primeira turma
da primeira escola dos EUA a oferecer Sobre os anos que estudou no Pioneiro
primeira a partir para os
diplomas em empreendedorismo. conclui: “Quanto mais penso a respeito
Estados Unidos foi Ga-
dos anos em que estudei no Pioneiro,
briela Mayumi Kuroda,
Conta que ainda está se adaptando mais me identifico com o que apren-
que conseguiu seu espaço
às diferenças culturais e que a atual di ali. As raízes são fortes em valores
de uma forma um pouco diferente do
escola é puxada, ainda mais com trei- como solidariedade, respeito e cumpli-
tradicional:a oportunidade veio por
nos e jogos praticamente todos os dias. cidade. Meus melhores amigos vieram
meio de uma bolsa de estudos inte-
Animada com a nova vida nos EUA, da escola. O Pioneiro cria uma família
gral conquistada por meio do softbol,
não descarta a ideia de voltar ao Bra- que você carrega eternamente no seu
esporte que ela praticava no seu clube
sil para tentar mudar a mentalidade coração aonde quer que você vá!”
GECEBS (no Brasil).
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mesmo tempo de melhorar a vida so-
L
Mas lá descobri que podia ter uma
ucas Gil Nadolskis também No segundo ano do curso, Lucas está vida muito perto do normal”, conclui.
decidiu desde cedo que se- muito motivado. “A sensação da pri-
guiria os estudos nos Esta- meira aula é algo indescritível. É uma
dos Unidos. Nem chegou a vitória pessoal enorme. Honestamente
se preparar para os vestibulares do não sabia o que esperar, mas hoje per-
Brasil e hoje comemora sua entrada cebo que foi uma escolha excelente. A
na Universidade de Minnesota, onde universidade é espetacular e o curso é
cursa Ciência da Computação. Foi sensacional”, revela.
aceito em outras cinco instituições
(as universidades de Wisconsin, Mi- Ele faz questão de ressaltar que suas
chigan, North Florida e Arizona e o realizações são fruto do apoio dos pais
Florida Institute of Technology). e agradece a formação que recebeu
no Pioneiro. “O Pioneiro me formou e
“Sempre quis trabalhar com tecno- contribuiu para a construção do meu
logia, parte por incentivo do meu pai caráter. Lá conheci pessoas que me
e parte pelas dificuldades que en- ajudaram de maneiras que nem elas
contrei na minha trajetória acadê- imaginam”.
mica. Assim, decidi que buscaria na
computação formas para melhorar Ainda sobre a escola: “Acredito que a
a acessibilidade nos estudos para formação do aluno vai além da parte
alunos com deficiência”, conta. Ex- acadêmica e o Pioneiro me mostrou a
plicando: Lucas é deficiente visual. necessidade de estudar muito, mas ao
JORNALISMO NA VIRGÍNIA
T
haís Akamine Hiray op- confiante e acredita que os professores nha formação e ainda são meus orien-
tou pelo jornalismo e está dão o suporte necessário. tadores e meus conselheiros. Tenho um
no terceiro ano do curso na carinho muito grande por eles. E as
Universidade Metodista de A escolha profissional foi uma surpresa. amizades que eu construí lá duram até
São Paulo. Mas uma oportunidade de Sempre se destacou em matemática e hoje”, conclui.
intercâmbio a levou para o Ferrum pensava que escolheria algo relacionado
College (na Virgínia), onde cursará à área. Foi só no segundo ano do Ensi-
um semestre, graças a uma bolsa de no Médio que se decidiu pelo jornalismo.
estudos que conquistou em um pro- “Achava que gostar de ler e escrever fos-
cesso seletivo que envolveu as duas se apenas um hobbie. Mas as aulas de
instituições. Ela escolheu matérias português e de redação me encantaram”,
relacionadas ao jornalismo para fazer revela.
depois a correspondência com o curso
no Brasil. Sobre seu preparo para o vestibular, ela
pondera que o último ano foi difícil e que
“Estou me acostumando a essa nova a pressão era grande. Mas superou com
vida. Moro com duas outras estudan- tranquilidade, pois seu preparo acadê-
tes e tenho que fazer minha comida, mico para a prova começou muito antes,
lavar a louça, a roupa e até o banhei- ainda no Ensino Fundamental. “Sempre
ro. Aqui sou totalmente independen- me dediquei, pois sabia que a base que
te”, confessa. “A comida é a única construímos durante toda a vida escolar
coisa de difícil adaptação. Os ameri- é que determinaria o nosso sucesso. Não
canos comem muita massa, pão, ham- conseguimos aprender tudo só nos três
búrguer... e tudo é frito”, desabafa. anos do Ensino Médio”.
Ela conta que as aulas são incríveis e Thaís vê o Pioneiro como parte da famí-
que tem que estudar muito mas está lia. “Os professores participaram da mi-
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OPINIÃO
N
o primeiro ano do curso também por estar ligado à área da
de Nutrição da Faculda- saúde. “No Pioneiro tive o acompa-
de de Saúde Pública da nhamento de neuropsicólogas para
USP, a ex-aluna Larissa ajudar na escolha da carreira. Não
Harumi Kogima conta como enca- foi o que determinou a minha deci-
rou o processo seletivo. “Meu pre- são, mas acredito que tenha ajuda-
paro foi feito durante todo o Ensi- do a refletir melhor”, revela.
no Médio, com maior intensidade
no terceiro ano. Eu estudava bas- Lembranças da escola? “O Pioneiro
tante em casa, mas tive também me ajudou a crescer como pessoa,
grande contribuição da escola, pois pois é uma escola preocupada não
o que aprendi nas aulas apliquei somente com os estudos, mas tam-
em meus estudos para os vestibu- bém com a saúde e o bem-estar. O
lares. Além disso, os plantões de relacionamento com os professores
revisão ajudavam a rever matérias era ótimo, principalmente no Ensi-
e a forçar um maior tempo de estu- no Médio. Com turmas pequenas,
do, fatores que, acredito, contribu- eles conheciam bem cada aluno. O
íram para o meu desempenho nas mesmo acontecia entre os amigos.
provas”. Larissa também foi clas- Criamos vínculos fortes. Destaco
sificada na Unicamp e na Unifesp. ainda os trabalhos coletivos, que
sinto ter ajudado na minha forma-
Tentada a estudar Gastronomia, ção pessoal, pois nos leva a tratar
chegou a considerar os cursos de de discussões, imprevistos e pla-
Administração ou Engenharia de nejamentos, muitas coisas que po-
Alimentos, mas optou por Nutri- dem ser aplicadas na vida pessoal
ção por este ter uma relação com e na faculdade”.
a sua área de interesse original e
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ENSINO MÉDIO
A
escolha de uma profissão ção social e as atividades profissio- relações socialmente significativas.
pode ser um processo bas- nais que elegemos interagem conosco
tante difícil para os jovens constantemente. Essa escolha mobi- Acreditando nas características
e é nesta etapa que os alu- liza conflitos e ansiedades e ocorre pessoais desenvolvidas a partir de
nos do Ensino Médio precisam de au- em um período de transformações valores construídos socialmente,
xílio e orientação. físicas e emocionais: a adolescência. propomos auxílio para a escolha pro-
fissional criando oportunidades para
Apesar de estarem mais maduros em É a partir desse paradigma que pro- o adolescente pensar sobre si, sobre
relação à fase anterior, eles perdem pomos um Programa de Orientação as suas escolhas e sobre as opções
o sono na hora de escolher um curso Profissional Clínico, criando um es- profissionais disponíveis nesse mo-
ou definir a carreira que pretendem paço de reflexão para que os interes- mento social.
seguir. A tensão impera nesse mo- ses pessoais e as pressões sociais e
mento. No processo, todos ficam na econômicas sejam discutidos, possi-
expectativa: a comunidade, a escola bilitando a construção de um pensa-
e principalmente o próprio jovem. mento crítico a respeito da própria
Realmente não é uma tarefa fácil! escolha. Essa técnica se opõe às es-
tratégias psicométricas baseadas em
É importante conversar com os fami- características inatas.
liares e com pessoas próximas, mas
também é fundamental desenvolver Esse trabalho tem como objetivo
o autoconhecimento. E para esse úl- criar, junto ao adolescente, um pro-
timo quesito, o Centro Educacional cesso de escolha discriminando a
Pioneiro realiza um trabalho essen- fantasia, a idealização e a realidade,
cial, focado no processo da escolha desconstruindo padrões sociais es-
profissional em parceria com um ins- tereotipados e buscando autoconsci-
tituto de neuropsicologia. ência. Nas trocas de informações, o
programa busca o confronto dos me-
O trabalho que escolhemos define dos, das fantasias, das idealizações, Álvaro Vieira Neto
nossos papéis e cria meios de inser- reafirmando o papel construtor das Coordenador do Ensino Médio
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