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1 – Identificação do projeto
1.1 - Título: Redução de Danos – Drogas
1.2 - Coordenadoria: região oeste
1.3 - Unidade: Penitenciária Estadual de Pacaembu
1.4 - Autores
Alessandra Ferreira Barbosa Ramos (Monitora de Educação FUNAP)
Mirella Carla Vendramin de Arruda (Monitora de Educação FUNAP)
Débora Ribeiro de Lima (Assistente Social)
Sônia Regina da Silva Santos (Assistente Social)
Simone Butarelo (Psicóloga)
1.5 - Contato:
Tel: (18) 3862-1821
e-mail: jvcppac@ig.com.br
2 - Justificativa
A construção de uma sociedade totalmente sem drogas é impossível.
A história mostra que as sociedades humanas sempre conviveram com o
uso de algum tipo de droga. Para viver em uma sociedade totalmente sem drogas,
teríamos de pensar na eliminação, total, do álcool e do café, entre nós. Mesmo
considerando, somente, essas substâncias, a sua eliminação seria impraticável.
A guerra às drogas contraria princípios éticos e direitos civis, ou seja, o
combate a todo, e qualquer, padrão do uso de drogas fere o direito individual de
cada um de dispor, livremente, do seu corpo e de sua mente e de poder alterar
seu estado de consciência pelo uso de drogas se assim o quiser. Não se trata de
estabelecer limites entre o que é certo e o que é errado, mas, sim, de garantir
direitos individuais. Numa sociedade de homens livres, torna-se difícil, para não
dizer impossível, controlar hábitos de consumo de escolhas individuais.
Esses argumentos mostram que é mais eficiente e ético, trabalhar no
campo da prevenção para reduzir os danos que o uso abusivo das drogas traz aos
indivíduos e à sociedade.
A proposta de redução de danos, destinada a diminuir os riscos
associados ao uso de drogas é bem diferente das recomendações feitas pelos
defensores de um mundo sem drogas, centradas na repressão.
Este modelo propõe o fornecimento de informações sobre drogas de modo
imparcial e científico. A partir das informações, as pessoas poderão tomar
decisões conscientes e bem fundamentadas sobre as drogas.
3 – Objetivos
3.1 – Objetivo geral:
Promover o conhecimento dos reeducandos sobre os riscos da droga,
reconhecendo um conjunto amplo de melhorias possíveis e desejáveis quanto aos
danos causados por ela, seja no organismo, bem como no âmbito psicológico e no
social.
3.2 – Objetivos específicos:
Promover o conhecimento dos reeducandos acerca do uso das drogas e
os danos que causam no organismo, no psicológico e social;
Estimular a reflexão acerca dos momentos em que é dominado pelas
drogas e nos momentos em que pode dominá-la;
Propiciar a reflexão acerca das redes e das perspectivas com o uso das
drogas, como problemas familiares, tráfico, criminalidade e violência;
Possibilitar aos reeducandos reflexão acerca de si mesmo, seus limites e
potencialidades;
Possibilitar momentos de valorização dos reeducandos enquanto pessoa.
4 - Público alvo
Reeducandos que estão cursando o ensino fundamental e médio na
Penitenciária de Pacaembu.
5 – Metodologia
1º ENCONTRO
Será Iniciado com a apresentação dos participantes.
Posteriormente, será feita a exposição do objetivo do encontro e
formalizado o contrato com os participantes (Anexo 1).
Encerra-se, com a dinâmica de integração (Anexo 2)
2º ENCONTRO
Neste encontro será abordada a questão dos grupos de “dominados” e
“dominantes”, em relação ao uso de drogas, utilizando-se os jogos dramáticos
“Hipnotismo Colombiano” (Anexo 3) e “Gato e Rato” (Anexo 4)
3º ENCONTRO
Neste encontro será abordada a influência das drogas na relação familiar,
na rede do tráfico, na criminalidade e na violência. Para essa reflexão utilizaremos
os jogos dramáticos “Um, Dois, Três de Brandford” (Anexo 5) e o “Círculo de Nós”
(Anexo 6)
4º ENCONTRO
Neste encontro será proposta uma reflexão sobre os efeitos das drogas no
organismo, com a ótica da redução de danos. Serão utilizados os jogos
dramáticos “Cinco Gestos” (Anexo 7), “O Carro” (Anexo 8) e a “Floresta de Sons”
(Anexo 9)
5º ENCONTRO
Possibilitar a reflexão acerca de si mesmo, de seus limites e das suas
potencialidades.
Será utilizada a vivência da atividade: “Quem sou eu?” (Anexo 10)
6º ENCONTRO
Neste encontro será trabalhada a auto-estima e a valorização pessoal.
Para isto serão utilizados os seguintes jogos:
• A orquestra e o regente (Anexo 11)
• Seqüência de modelagem (Anexo 12)
• Flor papel amassado
• Lata de lixo
8 – Recursos materiais:
• 30 cadeiras
• 01 aparelho de CD
• CD de músicas orquestradas
• 50 folhas sulfite
• 30 canetas
9 – Recursos humanos:
• 02 assistentes sociais
• 02 professores
• 02 psicóloga
10 – Avaliação
Para avaliação utilizaremos alguns critérios:
1. Interesse dos reeducandos em participar de um projeto como este;
2. número de adesões;
3. Freqüência;
4. Participação nas atividades propostas;
5. Formação de novos grupos, a partir da divulgação dos próprios
reeducandos participantes;
6. Auto-avaliação dos membros do grupo, através de um teste “palavras
cruzadas” (Anexo 13), a fim de que cada um verifique seu conhecimento
acerca do tema abordado; e
7. Avaliação dos reeducandos acerca da metodologia utilizada nos grupos.
ANEXO 1
Sugestões para contrato
O líder passa alguns comandos, nos quais os grupos terão que utilizar a
memória e o raciocínio rápido.
Gato e Rato
(sentir tudo que se toca)
Este jogo exige bastante atenção dos atores, com ele você poderá adquirir
maior atenção do grupo.
Início:Todos devem formar duplas.
É interessante que o oficineiro dê um exemplo com uma delas.
Os dois participantes da dupla ficarão de frente um para o outro e os dois
iniciarão uma contagem, que irá, apenas, até três. Desta forma denominaremos os
participantes de “A” e “B”.
O ator “A” dirá “um”,
O ator “B” dirá “dois”,
O ator “A” que dirá “três” e assim por diante.
É importante lembrar que, pelo fato da numeração ser impar, os dois
atores dirão todos os números não repetidamente, pois um número não cairá
sempre num só ator.
É importante, também, que a dupla dite os números com clareza e domine
este modo de contar.
Assim que a dupla estiver dominando esta passagem o ator “A” troca a
palavra “um” por um som e movimento. Então, não será mais falado “um”, mas
será feito, em seu lugar, um som e um movimento criado pelo ator “A”.
O ator “A”, ao fazer um som e um movimento criado por ele, o ator “B” dirá
“dois” e “A” dirá “três”.
Agora, o oficineiro pede para que a dupla troque o número “dois” por outro
som e outro movimento criado, desta vez, por “B” e, então, a dupla fará uma nova
ação, incluindo o novo som e o novo movimento.
Assim, a dupla estará fazendo, no lugar dos números “um” e “dois”, sons e
movimentos criados por eles.
Esta nova ação será repetida pela dupla até que ela esteja,
suficientemente, incorporada e, então, a ação estará sendo executada da seguinte
maneira: enquanto o ator “A” faz um som e um movimento, em vez de dizer “um”,
o ator “B” faz um som e um movimento, em vez de dizer “dois”. O ator “A”, então,
dirá “três”.
Agora, o número “três” será trocado por um som e um movimento e a
dupla fará uma espécie de dança, onde os números passem a ser representados
por um som e um movimento.
ANEXO 6
Círculo de Nós
(sentir tudo que se toca) – variante
Cinco Gestos
(sentir tudo que se toca) – integração.
Floresta de Sons
(escutar tudo que se ouve)
Procedimentos:
Posicione as cadeiras em círculo, para que o ambiente fique desobstruído.
Peça que os participantes caminhem devagar e descontraidamente pela
sala.
Sugira que cada um observe a sua maneira de caminhar, seus
movimentos, bem como os movimentos das demais pessoas.
Vá, ao mesmo tempo, orientando os participantes com as seguintes
palavras: “Qual a imagem que você tem de cada uma delas?”.
“Olhe para cada uma, toque-as, mas não fale nada...ande
silenciosamente”.
Solicite, a seguir, que tirem os sapatos, não exigindo daqueles que não
quiserem participar.
Forme um grande círculo e conduzir uma seqüência de ações, tais
como: alongamentos, aceleração de movimentos, gritos, autopercepção,
automassagem e relaxamento.
Coloque uma seqüência musical suave, de modo que as pessoas fiquem
bem à vontade (evitar música instrumental, que seja de domínio público, e
conhecida, para não provocar associações indesejadas) .
Durante esse momento, procure não falar, nem conversar com ninguém.
Dizendo:
“é um momento seu, de você com você mesmo” e que, portanto,
“usufrua dele o melhor possível.”
Conduza a seqüência de relaxamento, até o momento de sugerir que
todos se deitem no chão e mantenham-se o mais confortável possível.
Alerte os participantes, dizendo:
“Não falem com ninguém!”
“Procurem, apenas, curtir esse tempo aí no chão”
“Ouçam a música e procurem isolar seu pensamento de tudo à sua
volta”
“Tentem visualizar, mentalmente, como você é no dia a dia, quais são
as pessoas que convivem com você, o que você faz, como normalmente
você é.”
Monitore as informações, para reflexão de forma espaçada, permitindo um
tempo para cada pessoa processar o que ouviu e sobre o que vai refletir.
Pergunte, a seguir:
“Será que você se lembra de COMO VOCÊ ERA há cinco anos...?”
“Que tipo de pessoa você era?”
“O que você fazia?”
“Quem convivia com você?”
Dê, na seqüência, um tempo para cada um pensar sobre isso e diga:
“Vamos mais longe: será que você se lembra de como você era há
dez anos?”
“Quais eram seus projetos naquela época?”
“Que lugares você freqüentava?”
“Que pessoas faziam parte da sua vida?”
“Tente ir o mais longe possível nas suas lembranças. Você, bem
mais jovem. Você, adolescente. Quem sabe, você, criança.”
“Quais eram suas brincadeiras prediletas?”
“Quem eram seus amigos?”
“Quem foram os adultos da sua infância?”
“Quais seus lugares preferidos?”
“Enfim, como você era quando criança?”
Dê um tempo para esse momento também.
Diga, a seguir:
“Agora, venha, aos poucos, retornando, trazendo as suas
lembranças até este momento”
“Efetue o balanço de tudo: seus altos e baixos, seus erros e acertos
e faça a seguinte pergunta a você mesmo: Quem sou eu? Quem sou eu?”.
Durante este momento reflexivo final, com todos ainda no chão, coloque a
música “O moço velho”, na interpretação de Sylvio César, ou “Caçador de mim”,
com Milton Nascimento.
Diga, então: “Vá “acordando”, aos poucos. “Espreguice-se”
“Levante-se e retorne ao seu lugar.”
“Permaneça, ainda, em silêncio.”
Neste momento o facilitador deve fazer alguns questionamentos:
“Quais as emoções e sentimentos experimentados durante essa
vivência?”
“Como foi o momento de retornar CINCO, DEZ ou mais anos?”
“Como você está se sentindo agora?”
ANEXO 11
A orquestra e o regente
(escutar tudo o que se ouve)
Seqüência de Modelagem
(ver tudo o que se olha)
Palavra Cruzada
(a ser elaborada)