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Informáticos
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Data: 10/02/2009
A palavra comunicação deriva do latim communicare, que significa "tornar comum", "partilhar", "conferenciar". A
comunicação pressupõe, deste modo, que algo passe do individual ao colectivo, embora não se esgote nesta noção, uma
vez que é possível a um ser humano comunicar consigo mesmo.
Geralmente, o conceito de comunicação aplica-se à troca de informações sob a forma de uma mensagem. Porém, também
se pode aplicar à troca de bens e serviços. A partilha de experiências, sensações e emoções é, igualmente, acto
comunicativo. Uma série de pessoas caladas e imóveis, à noite, à volta de uma fogueira, estão a comunicar, porque estão a
partilhar, a tornar comum uma experiência. Vê-se, assim, que informação e comunicação são conceitos diferentes. A
comunicação suporta a informação, mas o inverso não é verdadeiro. Isto é, pode haver comunicação sem troca de
informação, mas a troca de informação pressupõe a comunicação. A comunicação é um processo. Como tal, é dinâmica,
evolutiva. Comunicar é, pois, um acto fundamental na vida humana. Os seres humanos para comunicarem entre si, isto é,
para trocarem informações, utilizam diferentes meios – sinais visuais, sinais auditivos, gestos -, mas o instrumento, por
excelência, da comunicação é a linguagem verbal (falada ou escrita). Esta linguagem é exclusiva do Homem e constitui o
sistema mais rico e complexo de comunicação, o qual obedece a determinadas regras (de ortografia, de pronúncia, de
construção das frases).
Falar e escrever é, pois, produzir enunciados que servem para transmitir uma mensagem, efectivando-se assim a
comunicação.
Já se sabe que a comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam informações entre si. Nesta breve
definição temos já implicitamente presentes os elementos nucleares do acto comunicativo: o emissor (pode ser uma
pessoa ou um emissor de rádio ou televisão), o receptor (podem ser seres humanos ou um aparelho receptor ) e a
mensagem ("informações"). De facto, em qualquer acto comunicativo encontramos alguém que procura transmitir a
outrem uma dada informação.
Além desses três elementos nucleares, devemos considerar outros três: o código (conjunto de sinais ou signos
convencionais), o canal (meio físico através do qual se envia a mensagem) e o contexto (circunstâncias que envolvem a
comunicação da mensagem, os referentes e respectivas referências, o tempo e o lugar).
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Nenhum acto comunicativo seria possível, na ausência de um qualquer desses elementos. De facto, é necessária
a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um que emita (emissor), outro que receba (receptor); algo tem que ser
transmitido pelo emissor ao receptor (mensagem); para que o emissor e o receptor comuniquem é necessário que esteja
disponível um canal de comunicação (por exemplo, o ar); a informação a transmitir tem que estar "traduzida" num código
conhecido (por exemplo, a língua portuguesa), quer pelo emissor, quer pelo receptor; finalmente todo o acto
comunicativo se realiza num determinado contexto e é determinado por esse contexto. Assim, o tipo de comunicação
estabelecido é determinado pelo contexto, do qual fazem parte todos os elementos que interferem no acto comunicativo.
Por exemplo, as circunstâncias de tempo e espaço, o estatuto social, cultural, profissional dos interlocutores e a relação
que existe entre eles condicionam necessariamente a comunicação. Neste sentido, é fácil perceber que a relação
comunicativa entre um chefe e o seu subordinado é diferente da que se estabelece entre dois colegas de trabalho.
«A língua portuguesa tem a sua concretização em cada falante. Este, nos seus contactos interpessoais, sócio-culturais,
nos meios de comunicação de massas, aplica registos diversos e adequados a cada situação comunicativa». Luísa Oliveira
e Leonor Sardinha in SABER PORTUGUÊS HOJE, GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Veja por exemplo: GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS MODERNO - REMODELADA, José Manuel de Castro Pinto e Maria do Céu
Vieira Lopes, Plátano Editora, 1ª Ediçao, Fevereiro 2002
(1,50) 4. Todas as actividades humanas têm uma dimensão económica, na medida em que visam obter o
máximo resultado com o mínimo de recursos. O mesmo acontece com a actividade linguística, mas nem sempre
um elemento novo introduz uma informação nova e, por vezes, a transmissão da informação é afectada.
Na verdade, o uso da língua tende cada vez mais a ser económico, pois em vários contextos se nota que o ser humano,
ainda que subtraindo letras e suprimindo signos, consegue emitir mensagens com sucesso.
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Contudo, quando a mensagem não é transmitida com sucesso, é sinal que algum ruído afectou o processo. Assim, designa-
se por ruído tudo aquilo que afecta a transmissão de informação. Exemplos de ruído são, por exemplo, uma voz
excessivamente baixa, uma articulação deficiente, o barulho ambiental... Manchas de tinta cobrindo algumas palavras,
erros ortográficos ou uma caligrafia pouco legível são também ruídos. O ruído pode ter origem em qualquer dos
elementos da comunicação: emissor, receptor, canal...
Para que se conseguisse atingir o máximo de eficácia, num acto de fala, todo o elemento novo deveria introduzir uma nova
informação. Mas, na verdade, não é isso que acontece, porque, com o objectivo de minimizar os vários ruídos a que uma
mensagem está sujeita, usamos, na maioria das frases, um ou mais elementos que se limitam a repetir informação
anterior. Por exemplo, na frase "Os bons alunos estudam diariamente", a noção de plural é introduzida no sujeito ("os bons
alunos") e repetida na forma verbal ("estudam"). Chama-se a isso redundância. O recurso à redundância, que está em
contradição com o princípio de economia referido anteriormente, explica-se, pois, pela necessidade de compensar os
ruídos na comunicação. Uma mensagem isenta de redundâncias seria muito económica, mas teria o inconveniente de se
poder tornar ininteligível com a perda de algum ou alguns dos seus elementos. É isso que explica o recurso à redundância.
(1,50) 5. Tendo em conta o que estudou sobre os factores facilitadores da comunicação, explique o conceito de
informação de retorno ou “feedback”.
A existência (ou não) de informação de retorno distingue comunicação e informação. Logo, no acto de comunicar temos
de prestar maior e mais constante atenção ao “feedback”, tratando de saber se a nossa mensagem foi ajustada. A
informação de retorno é uma acção que permite ao receptor proceder aos esclarecimentos necessários à boa percepção
da mensagem e ao emissor controlar essa percepção. Assim, podemos até que ponto os receptores compreenderam a
mensagem que pretendíamos transmitir, de forma a podermos reforçá-la e/ou corrigi-la, se necessário. A existência da
informação de retorno tem alguns efeitos positivos sobre o emissor, melhorando a percepção dos obstáculos,
aumentando a eficácia da mensagem e a segurança. Também podemos referir alguns efeitos positivos da informação de
retorno sobre o receptor, como sendo a minimização de dúvidas e o reforço da confiança. Por fim, no contexto da relação
entre ambos, emissor e receptor, a existência de informação de retorno, além de intensificar a confiança mútua, facilita a
comunicação posterior, diminuindo a resistência à mudança e aumentando a motivação para o diálogo.
(1,00) 1. Recordando as seis funções da linguagem definidas por Roman Jakobson, faça corresponder cada uma
delas aos seis factores que se apresentam de seguida e que constituem o processo linguístico.
FactoresFUNÇOES DA LINGUAGEM
c) receptor Apelativa
d) mensagem Poética
e) código Matalinguística
f) canal Fática
a) "Quando disse ‘chá’, queria referir-me àquela bebida aromática feita das folhas do chá e não a esta
água de limão." – função metalinguística
d) "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!" – função poética
(2,50) 2. Recordando-se da matéria estudada sobre os tipos e formas de frases, classifique as frases que se
seguem.
a) O técnico informático lá saberá o que fazer! – tipo exclamativo, formas afirmativa, activa e enfática
b) Antes de sair verifiquei se estava tudo em ordem. – tipo declarativo, formas afirmativa, activa e neutra
d) Não gosto nada desta comida! – tipo exclamativo, formas negativa, activa e enfática
e) Ele é que me comprou este livro! – tipo exclamativo, formas afirmativa, activa e enfática
f) Oh, que maravilha de criança! – tipo exclamativo, formas afirmativa, activa e enfática
g) Os sobreviventes é que foram recolhidos pelo salva-vidas. – tipo declarativo, formas afirmativa, passiva e
enfática
i) O espectáculo ainda não começou? – tipo interrogativo, formas negativa, activa e enfática
k) O professor lá ia contando a sua desgraça. – tipo declarativo, formas afirmativa, activa e enfática
(2,00) 3. Os termos das orações coordenadas unem-se através de conjunções ou locuções que determinam o tipo de
coordenação.
3.1. Observe as frases e proceda à ligação correcta entre a coluna A e a coluna B, de modo a identificar o tipo de
oração coordenada.
Coluna A Coluna B
5)
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e) A situação do país é precária, logo o povo pode 5) Copulativa
revoltar-se.
1)
(1,50) 4. Repare agora na frase «És um dos raros homens que têm o mundo nas mãos.». A oração «que têm o mundo
nas mãos» classifica-se como
A
a) subordinada adversativa concessiva
.
B
b) subordinada adjectiva explicativa
.
C
c) subordinada adjectiva restritiva
.
D
d) subordinada adverbial consecutive
.
E
e) subordinada substantiva apositiva
.
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