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Versão Mediada da

Hipótese do Mostrar
Ficcional
Tese do Grande Imagista
+
Tese da Transparência Fotográfica
Le Grand Imagier
O espectador percebe imagens que foram visivelmente escolhidas (elas poderiam ser
outras), que foram visivelmente arranjadas (sua ordem poderia ser outra): ele folheia
de certo modo (en quelque sorte) um álbum de imagens impostas, e não é ele que vira
suas páginas, mas inexoravelmente algum “mestre de cerimônias”, algum “grande
imagista” (grand imagier) que (antes de ser reconhecido como o autor, se se trata de
um filme de autor, e nos outros casos, na ausência de qualquer autor) é sempre e
primeiramente o filme enquanto objeto linguístico (langagier) (pois o espectador sabe
sempre que aquilo que vê é um filme), ou mais exatamente um tipo de “ponto
linguístico virtual” (foyer linguistique virtuel) situado em alguma parte atrás do filme, e
que representa aquilo a partir do qual o filme é possível. Aí está a forma
cinematográfica daquela instância narradora (racontante) necessariamente presente e
necessariamente percebida em toda narração (récit). (METZ, 1971, p. 59)
Le Grand Imagier

(...) esses posicionamentos diversos [de câmera] permitem seguir a ação a partir de
um olho que não é exatamente de ninguém.

Será preciso dizer olho de ninguém? Ninguém do filme seguramente, mas o olho talvez
de um tipo de guia bastante abstrato que compõem os diferentes colaboradores desse
trabalho (...) personagem que acabamos enfim por surpreender a nós mostrar as
imagens como se faria ao folhear um álbum. (...) Às imagens são bem características e
dispostas em uma ordem inteligível. Da mesma maneira, no cinema, há uma espécie
de narração virtual (récit virtuel) que engloba e penetra o puro desenrolar das imagens,
[que] decide aquilo que se vê e a cadência na qual se vê. (LAFFAY, 1964, p. 77)
Le Grand Imagier

(...) uma presença virtual escondida atrás de todos os filmes, aquela de um tipo de
mestre de cerimônias , o grande imagista que dá para nós o sentido, o ritmo e a
duração às vistas fotográficas. Ele não é, propriamente falando, o encenador (metteur
en scène) , nem qualquer trabalhador do filme, mas um personagem fictício e invisível a
quem seu trabalho comum deu à luz, e que, atrás de nossas costas, vira para nós as
páginas do álbum, dirige nossa atenção com uma indicação (index) discreta sobre tal
ou qual detalhe, apresenta-nos sub-repticiamente (glisse) no ponto certo a informação
necessária, e sobretudo ritma o desfile das imagens. (LAFFAY, 1964, p. 81-82)
Narrador Fílmico

“toda narrativa é por definição narrada — quer dizer, narrativamente apresentada — (...)
narração, apresentação narrativa, implica um agente mesmo quando o agente não
possui sinal algum de personalidade humana” (SEYMOUR, 1990, p. 115)

Narrativa (texto)→ atividade narradora → instância narradora (agente narrador)

(Em contraste : “Dar a toda película (film) um narrador ou autor implicado é permitir-se
uma ilusão antropomórfica”, BORDWELL, 1985, p.62 — uma consequência do diagrama
da comunicação transmissor-mensagem-receptor)

“alguém ou algo no texto quem ou que é concebido como apresentando (transmitindo)


o conjunto de signos que constitui [a narração]” (SEYMOUR, 1990, p. 116).
Narração Visual

O apresentador em uma película (film) apresenta, ou dá acesso perceptual a, os sons e


vistas (sights) da história; o apresentador na película é assim, em parte, uma espécie
de possibilitador perceptual (perceptual enabler). Tal possibilitação perceptual é o que
devemos implicitamente postular (posit) para explicar como é que nós estamos ,
mesmo imaginariamente, percebendo o que nós percebemos da história, na maneira e
ordem em que a estamos percebendo. A noção de um apresentador, cuja principal
responsabilidade é fornecer acesso perceptual ao mundo ficcional, é simplesmente a
melhor assunção padrão disponível para como nós fazemos sentido da película
narrativaficcional. (LEVINSON, 2006, p.148)
O Mostrar Ficcional

Ao imaginar que eles de fato veem a cena retratada (depicted), uma parte do que os
espectadores imaginam é que os conteúdos da cena estão sendo expostos (displayed)
ou exibidos à sua percepção. No caso da película (film) ficcional, eles imaginam as
tomadas do filme (movies shots) diante deles como oferecendo uma visualização
perspectivada (perspectival view) desses conteúdos, e é função das tomadas
prescrever um imaginar desse tipo. Então, é nesse sentido que tomadas de uma
película apresentam uma visualização de ou perspectiva sobre alguma fatia
espaço-temporal do “mundo da história “ e mostram-nos o que essa visualização
contém. (...) películas de ficção de fato incorporam uma série de “mostrares ficcionais“
em sua narração, isto é, a apresentação ficcional de visualizações de personagens,
ações e circunstâncias que são elas mesmas ficcionais. (p. 35)
Versão Face à Face do Mostrar Ficcional

Se é ficcional para o espectador que ele está vendo uma cena na história, então,
aparentemente deveria ser correlativamente ficcional para ele que os itens na cena
estão localizados, em uma distância visível e um ângulo apropriado, diante de seu
olhar. Isso significa, em outras palavras, que é ficcional em seu jogo perceptual de
faz-de-conta que ele está de algum modo situado no espaço implicado do filme
(picture) e que tem sua atenção visual direcionada desse ponto de vista (vantage point)
aos objetos e eventos que ele contém. (...) eu chamarei essa interpretação de “Versão
Face à Face” da Hipótese do Mostrar Ficcional. (p. 36)
Um Mostrar sem Mostrador?

É preciso postular a presença de um observador em “terceira pessoa”, que está, por


um lado, localizado completamente fora do mundo ficcional das ocorrências
narrativas, e que, ainda assim, por outro lado, percebe essas ocorrências na medida
que têm lugar. Será às percepções desse observador metanarrativo que preencherão o
frame quando a narração não é diretamente subjetiva (...) a postulação de um
observador interpolado contradiz gritantemente a transparência da banda de imagem
— a impressão de ver nas tomadas da película, as aparências públicas e não
distorcidas das circunstâncias representadas (pictured). (...) é um importante aspecto
de nossa transação perceptual fílmica (movie-based) com essas circunstâncias que
nós a consideramos como uma conexão direta, e não como uma que fora filtrada pelos
mecanismos idiossincráticos do campo visual de outro percipienfe. Se isso está certo,
o narrador enquanto observador deve cair fora.
Um Mostrar Ficcional Face à Face?

Talvez o narrador deva ser pensado alternativamente como um agente (...) que
simplesmente dirige a atenção do público sobre as cenas da narrativa ao dispor uma
progressão de visualizações fílmicas (movies views) diante deles (sic?). Considerado
dessa maneira, o narrador é para ser tomado como uma figura ficcional que, a cada
momento da película, assevera a existência de certos estados de coisas ficcionais por
mostrá-los ao público demonstrativamente ; quer dizer, por ostendê-los dentro e por
meio dos limites (boundaries) da tela. Certamente é uma parte de nossa experiência de
ver películas que nós sentimos, usualmente subliminarmente , uma constante
orientação (guidance) e um direcionamento externo de nossa percepção na direção do
escopo pretedeterminado de fato ficcionais que se pretende que vejamos. (Narration in
Light, p. 133).
Contra o Mostrar Ficcional

(1) Ao ver a imagem A, imagino ver X da posição P.


(a) Ao ver a imagem A, imagino estar situado em P e ver X dessa posição.
(b) Ao ver a imagem A, eu imagino ver X da perspectiva visual que alguém teria se alguém estivesse
situado em P.
(2) Se ao ver uma imagem A eu imagino ver X, então, como resultado disso, eu
imagino ver X da perspectiva visual estabelecida pelo campo pictórico de A. [=
natureza visível da superfície de A]
(3) Se 1b, então 1a.
(4) Não há nunca (ou quase nunca) uma perspectiva visual da qual os espectadores
imaginem ver os conteúdos retratados da imagem.
Argumento de Currie

(1) Se imagino ver alguma coisa em uma imagem, então imagino ver essa coisa de
alguma perspectiva.
(2) Se imagino ver alguma coisa em uma imagem de alguma perspectiva, então
imagino estar ocupando um ponto de vista do espaço implicado pela imagem.
(3) Não imagino ocupar um ponto de vista do espaço implicado pela imagem quando
olho uma imagem.
(4) [2,3] Não imagino ver alguma coisa em uma imagem de alguma perspectiva.
(5) [1,4] Não imagino ver alguma coisa em uma imagem.
(3) Não imagino ocupar um ponto de vista do espaço implicado pela imagem
quando olho uma imagem X

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