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Súmula 583-STJ

Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

EXECUÇÃO FISCAL
Arquivamento provisório do art. 20 da Lei 10.522/2002

Súmula 583-STJ: O arquivamento provisório previsto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, dirigido


aos débitos inscritos como dívida ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
ou por ela cobrados, não se aplica às execuções fiscais movidas pelos conselhos de fiscalização
profissional ou pelas autarquias federais.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 14/12/2016.

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional


A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional é o órgão integrante da AGU que tem a competência para
representar privativamente a União na execução de sua dívida ativa de caráter tributário (art. 12, I, da LC
73/93). Em outras palavras, se a União irá propor uma execução fiscal cobrando do devedor um débito que
ele tenha com a União, isso será feito por meio da PGFN.
Vale ressaltar que a PFN somente é responsável pelas execuções fiscais propostas pela União. Se a
execução fiscal será manejada por autarquia ou fundação pública federal, isso será feito pela Procuradoria
Geral Federal (PGF), conforme previsto no art. 10 da Lei nº 10.480/2002.

Sintentizando:
 Execução fiscal referente à dívida ativa da União: PGFN.
 Execução fiscal referente à dívida ativa de autarquias/fundações: PGF.

Custo/benefício de ajuizar uma execução fiscal e art. 20 da Lei 10.522/2002


Existe uma grande quantidade de créditos a serem executados pela Procuradoria da Fazenda Nacional e
muitos deles referem-se a dívidas de pequeno valor.
Como um processo de execução fiscal gera despesas, algumas vezes ajuizar a ação contra o contribuinte
sai mais “caro” do que o valor que seria cobrado.
Para se ter uma ideia, segundo estudo realizado pelo IPEA, em 2011, o custo médio total provável do
processo de execução fiscal na Justiça Federal era algo em torno de R$ 4.368,00 (sem contar embargos e
recursos). Ora, considerando esta despesa, não é eficiente, sob o ponto de vista econômico, ajuizar
execução fiscal cobrando uma dívida de R$ 4 mil, por exemplo. Mesmo que o Fisco conseguisse receber,
ele ainda teria um prejuízo.
Pensando nisso, o legislador resolveu estabelecer um valor mínimo para se ajuizar execuções fiscais. Isso
foi previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, que afirmou que os valores abaixo de R$ 10 mil não
precisariam ser cobrados judicialmente, podendo ser arquivados. Veja o texto legal:
Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do Procurador da Fazenda
Nacional, os autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da União pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou inferior a R$
10.000,00 (dez mil reais).

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Obs: em 2012, o Ministro da Fazenda editou um ato (Portaria nº 75/2012) ampliando esse valor mínimo
para R$ 20 mil. Assim, atualmente, em regra, não se ajuíza execuções fiscais de débitos com a Fazenda
Nacional cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20 mil. Isso, contudo, não interessa para
entender a súmula em questão.

Essa exigência de valor mínimo para se ajuizar uma execução fiscal (prevista no art. 20 da Lei nº
10.522/2002 e na Portaria nº 10.522/2012) é aplicável também para as execuções fiscais propostas
pelas autarquias federais (ex.: IBAMA)?
NÃO. O art. 20 da Lei nº 10.522/2002 refere-se unicamente aos débitos inscritos na Dívida Ativa da União
pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrados.
Desse modo, somente abrange as execuções fiscais propostas pela PGFN, ou seja, envolvendo a dívida
ativa da União.
A jurisprudência entende que não é possível aplicar este dispositivo, por analogia, para as execuções
fiscais propostas por autarquias e fundações públicas federais. Isso porque os seus créditos são cobrados
pela Procuradoria-Geral Federal (art. 10 da Lei nº 10.480/2002).
As atribuições da Procuradoria-Geral Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional são distintas,
razão pela qual não se pode equipará-las para os fins do art. 20 da Lei nº 10.522/2002.
Em suma: o art. 20 da Lei nº 10.522/2002 não se aplica às execuções de créditos das autarquias federais,
cobrados pela Procuradoria-Geral Federal. Nesse sentido: STJ. 1ª Seção. REsp 1.343.591-MA, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 11/12/2013 (recurso repetitivo) (Info 533).

Essa exigência de valor mínimo para se ajuizar uma execução fiscal é aplicável para as execuções fiscais
propostas por Conselhos Profissionais (ex: CREA)?
Claro que não. Os Conselhos de Fiscalização Profissional possuem natureza jurídica de autarquia. Logo,
seus créditos não são cobrados pela PGFN.
Vale ressaltar, no entanto, que a responsabilidade pela cobrança também não é da PGF.
Os créditos dos Conselhos Profissionais são cobrados por corpo jurídico próprio (advogados do próprio
Conselho). Assim, o art. 20 da Lei nº 10.522/2002 também não se aplica para as execuções fiscais movidas
pelos Conselhos de Fiscalização Profissional.

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