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Brasília, 17 a 28 de março de 1997 - Nº 64

Data (páginas internas): 2 de abril de 1997.

Este Informativo, elaborado pela


Assessoria da Presidência do STF a partir de
notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.

ÍNDICE DE ASSUNTOS
Advocacia: Exercício Ilegal
Apelação Criminal: prazo
Assistência Judiciária
Cerceamento de Defesa
Competência Originária do STF
Crimes Contra a Ordem Tributária.
Decisão Ultra Petita
Embargos Declaratórios
ICMS e Não-Cumulatividade
ICMS e Transporte de Passageiros
Lei de Segurança Nacional
Regime de Internação de Menor Infrator
Regime Inicial de Cumprimento da Pena
Representação Judicial do DF
Telecomunicações

PLENÁRIO
Representação Judicial do DF - 1
Julgada medida liminar em ação direta proposta
pela Associação Nacional de Procuradores de Estado -
ANAPE contra a Emenda 9/96 à Lei Orgânica do Distrito
Federal, que institui a Procuradoria-Geral da Câmara
Legislativa do DF. Considerando a aparente violação ao art.
132, da CF (“Os Procuradores dos Estados e do Distrito
Federal exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas...”), o Tribunal
deferiu em parte a cautelar para, sem redução do texto
impugnado - que prevê a representação judicial da Câmara
Legislativa por sua própria Procuradoria-Geral -, restringir o
âmbito dessa representação aos casos em que a Câmara
esteja em juízo em nome próprio, tendo em vista que os
órgãos legislativos não possuem personalidade jurídica
distinta do ente federado a que pertencem.

Representação Judicial do DF - 2
Com base no citado artigo 132 da CF - e para
preservar as atribuições da Procuradoria-Geral do Distrito
Federal na defesa dos interesses desta unidade federada -,
suspendeu-se também a eficácia da norma que atribui à
Procuradoria-Geral da Câmara a cobrança judicial das
dívidas para com aquela casa legislativa e da expressão que
circunscreve a atuação da PGDF ao âmbito do Poder
Executivo. ADIn 1.557-DF, rel. Min. Octavio Gallotti,
20.3.97.
Crimes Contra a Ordem Tributária
Indeferido o pedido liminar de suspensão da eficácia do art.
83, caput da Lei 9.430, de 27.12.96, proposto pelo
Procurador-Geral da República nesta ação direta. O Tribunal
concluiu que tal dispositivo, ao estabelecer que “a
representação fiscal para fins penais relativa aos crimes
contra a ordem tributária definidos nos arts. 1º e 2º da Lei
nº 8137, de 27 de dezembro de 1990, será encaminhada ao
Ministério Público após proferida decisão final, na esfera
administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário
correspondente”, não impede, à vista do que dispõe o art.
129, I, VI e VIII da CF, a atuação do Ministério Público
Federal. Vencido o Ministro Carlos Velloso. Leia em
“Transcrições” trechos essenciais do relatório e do voto
condutor da decisão. ADIn 1.571-UF, rel. Min. Néri da
Silveira, 20.03.97.

ICMS e Transporte de Passageiros


O Tribunal deferiu medida cautelar, na ação direta
proposta pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro, para
suspender a eficácia dos incisos XXI e XXII do art. 40 da
Lei Estadual 1.423, de 21.1.89, que prevêem a não incidência
do ICMS nas operações de prestação de serviço
intermunicipal de transporte de passageiros (inciso XXI) e de
transporte fornecido pelo empregador com ou sem ônus para
funcionários e/ou empregados (inciso XXII). Por votação
majoritária, concluiu-se que os dispositivos impugnados
afrontam a norma da CF que só admite a concessão de
isenções, incentivos e benefícios fiscais mediante
deliberação dos Estados e do Distrito Federal (art. 155, XII,
g). Vencidos, quanto ao inciso XXII, os Ministros Marco
Aurélio e Sepúlveda Pertence, por entenderem - à primeira
vista - que não há incidência do ICMS no transporte
proporcionado pelo empregador sem ônus para o empregado,
visto que aí não haveria prestação de serviço, mas salário in
natura. ADIn 1.522 - RJ, rel. Min. Sydney Sanches, 20.3.97

Telecomunicações - 1
Cumprida a diligência determinada na sessão do dia
20.02.97 (solicitação de “informações complementares, ... , a
fim de esclarecer se as permissões do serviço a que alude o
art. 4o e seu parágrafo único da Lei 9.295/96 e que, a teor
dele, deverão transformar-se em concessões, são apenas as
conferidas às empresas do sistema TELEBRÁS e em que
termos e, em caso contrário, com que base legal ou
regulamentar ou mediante que processos seletivos foram
elas outorgadas a terceiros.”), iniciou-se o julgamento da
medida cautelar na ação direta ajuizada pelo Partido dos
Trabalhadores e pelo Partido Democrático Trabalhista contra
os artigos 4o e seu parágrafo único, 5º, 8 o, § 2º, 10º e seu
parágrafo único e do parágrafo único do art. 13, da Lei
9.295, de 19.7.96, “que dispõe sobre os serviços de
telecomunicações e sua organização, sobre o órgão regulador
e dá outras providências”.

Telecomunicações - 2
O Min. Carlos Velloso, relator, indeferiu o pedido de
cautelar para a suspensão de eficácia do art. 4 o (“O Poder
Executivo transformará em concessões de Serviço Móvel
Celular as permissões do Serviço de Radiocomunicação
Móvel Terrestre Público - Restrito outorgadas
anteriormente à vigência desta Lei, em condições similares
às dos demais contratos de concessão de Serviço Móvel
Celular, respeitados os respectivos prazos remanescentes.”),
ao entendimento de que o art. 175, parágrafo único, I da CF
(“A lei disporá sobre: I - o regime das empresas
concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o
caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
concessão ou permissão.”) afastou qualquer distinção entre
permissão e concessão, ao conferir àquela o caráter
contratual próprio desta. Após o voto do relator - quanto ao
art. 4o -, o julgamento foi suspenso por pedido vista do Min.
Marco Aurélio. ADIn 1.491-UF, rel. Min. Carlos Velloso,
19.3.97

Lei de Segurança Nacional


Deferida, por maioria, a suspensão da vigência da
Resolução 122, de 24.7.96, do Secretário de Segurança
Pública do Estado do Rio de Janeiro, que determina às
autoridades de polícia judiciária do Estado a autuação na Lei
7.170, de 14.12.83 (Lei de Segurança Nacional), de pessoas
envolvidas com armamento ou material militar, privativo das
Forças Armadas. Considerou-se relevante a tese de ofensa ao
art. 144, § 1o, I e IV da CF (“... § 1o - A polícia federal ...
destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem
política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme...”; “IV - exercer, com exclusividade, as
funções de polícia judiciária da União.”). Vencidos
integralmente os Ministros Octavio Gallotti e Francisco
Rezek, e parcialmente os Ministros Sydney Sanches, Moreira
Alves e Ilmar Galvão. ADIn 1.489-RJ, rel. Min. Octavio
Gallotti, 19.3.97

ICMS e Não-Cumulatividade
Concluído o julgamento de recurso extraordinário
em que se discutia a constitucionalidade de norma do
regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais que fixa
em 20% do valor da operação a base de cálculo do imposto
nas saídas de aparelhos, veículos, móveis, motores e
vestuário usados, mas veda o aproveitamento do crédito
relativo ao imposto pago na entrada da mercadoria. O
Tribunal, majoritariamente, declarou a inconstitucionalidade
do mencionado dispositivo, por ofensa ao princípio da não-
cumulatividade (CF, art. 155, § 2º, I), vencidos os Ministros
Ilmar Galvão e Octavio Gallotti. RE 101.031-MG, rel. Min.
Marco Aurélio, 24.3.97.

PRIMEIRA TURMA
Assistência Judiciária
Ao estabelecer que o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita "aos que comprovarem insuficiência de
recursos", o art. 5º, LXXIV, da CF não revogou o art. 4º da
Lei 1.060/50, que assegura à parte o benefício da assistência
judiciária "mediante simples afirmação, na própria petição
inicial, de que não está em condições de pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio
ou de sua família". Com base nesse entendimento, a Turma
não conheceu de recurso extraordinário que impugnava a
concessão do benefício da assistência judiciária sob a
alegação de ter sido ele deferido sem a devida comprovação
de insuficiência de meios. Casos semelhantes julgados pela
2ª Turma: RE 205.746-RS (DJ de 28.2.97) e RE 205.029-RS
(DJ de 7.3.97). RE 204.458-PR, rel. Min. Ilmar Galvão,
25.3.97.

Apelação Criminal: prazo


Não há conflito entre o disposto no art. 798, § 5º, b,
do CPP, que determina a contagem dos prazos a partir “da
audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela
estiver presente a parte”, e o disposto no § 1º do mesmo
artigo (“Não se computará no prazo o dia do começo,
incluindo-se, porém, o do vencimento”). Com base nesse
entendimento, e invocando a Súmula 310 (“Quando a
intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com
efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá
início na segunda-feira imediata, salvo se não houver
expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que
se seguir”), a Turma indeferiu habeas corpus, que pretendia
ver reconhecida a intempestividade da apelação interposta
pelo Ministério Público contra decisão proferida pelo
Tribunal do Júri, ao fundamento de que, na contagem do
prazo, deveria ser computado o dia da sessão de julgamento
em que feita a leitura da sentença. HC 74.857-MG, rel. Min.
Octavio Gallotti, 18.3.97

Decisão Ultra Petita


Estando o recurso limitado à questão da legitimatio ad
causam, não pode o tribunal, ao reconhecer a legitimidade
do querelante, ir além para impor, desde logo, ao Juiz o
recebimento da queixa-crime. Com esse entendimento, a
Turma deferiu, em parte habeas corpus para cassar decisão
do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, no ponto em que
recebera a queixa-crime “para o normal prosseguimento da
ação”, ficando assegurada ao magistrado de primeiro grau a
análise dos demais pressupostos para o recebimento da ação
penal privada. HC 74.943-ES, rel. Min. Ilmar Galvão,
18.3.97.

Competência Originária do STF


A competência originária do STF para o julgamento das
causas em que todos os membros da magistratura sejam
direta ou indiretamente interessados e daquelas em que mais
da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados
(CF, art. 102, I, n) pressupõe, de um lado, a existência de
interesse privativo da magistratura e, de outro, que o
impedimento de mais da metade dos membros do tribunal de
origem haja sido efetivamente declarado. Com base nesse
entendimento, a Turma negou provimento a agravo
regimental, em que se sustentava a competência originária
do Tribunal para o julgamento de ação em que magistrados
pretendem a percepção de adicional de um terço sobre os
dois períodos anuais de férias a que fazem jus vantagem, em
tese, comum a outras categorias de servidores (membros do
Ministério Público, membros e auditores de Tribunais de
Contas). Considerou-se ainda sem relevo, no momento, a
possibilidade de impedimento de mais da metade dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, pois o julgamento
da causa compete originariamente à Justiça estadual de
primeira instância. Precedentes citados: AOr 11 (QO) (RTJ
128/475); AOr 8 (QO) (RTJ 138/3); AOr 38 (QO) (RTJ
138/11); MS 21.193-DF (AgRg) (RTJ 146/114). Ação
Originária 465-RS (AgRg), rel. Min. Celso de Mello,
18.3.97.

Advocacia: Exercício Ilegal


Comete a contravenção de exercício ilegal de
profissão (art. 47 da LCP), o profissional que continua
exercendo a advocacia, apesar de ter tido cancelada sua
inscrição pela OAB. Precedente citado: HC 57.121-MG (RTJ
99/77). HC 74.471-RJ, rel. Min. Celso de Mello, 18.3.97.

SEGUNDA TURMA
Embargos Declaratórios e Intimação
Ofende o princípio do contraditório a falta de intimação
da defesa para apresentar impugnação a embargos
declaratórios opostos pelo Ministério Público e acolhidos
com efeito modificativo para inverter o resultado do
julgamento em desfavor do réu. Com base nesse
entendimento, a Turma deferiu habeas corpus para cassar o
acórdão relativo ao julgamento dos embargos de declaração
e determinar que outro julgamento se realize, assegurada a
manifestação da defesa. HC 74.735-PR, rel. Min. Marco
Aurélio, 11.3.97.
Regime de Internação de Menor Infrator
A reiteração de atos de descumprimento da
medida sócio-educativa imposta é condição necessária à
aplicação da sanção prevista no art. 122, III, do Estatuto da
Criança e do Adolescente (“A medida de internação só
poderá ser aplicada quando: ... III - por descumprimento
reiterado e injustificável da medida anteriormente
imposta.”). Com base nesse entendimento e também por
considerar que o acórdão atacado excedera os limites do que
pedido pelo Ministério Público, a Turma deferiu habeas
corpus impetrado em favor de menor infrator que tivera
ordenada sua regressão para o regime de internação por
tempo indeterminado por haver descumprido uma única vez
o regime de semiliberdade. HC 74.715-SP, rel. Min.
Maurício Corrêa, 18.3.97.

Cerceamento de Defesa
Não acarreta cerceamento de defesa o desentranhamento
de petição juntada aos autos de apelação criminal pelo novo
advogado constituído pelo réu, na qual se suscitam nulidades
processuais não alegadas nas razões de recurso anteriormente
apresentadas. Considerando que as eventuais nulidades
absolutas poderiam ser argüidas pela defesa na sustentação
oral ou através de memoriais, a Turma indeferiu o habeas
corpus. HC 75.014-PB, rel. Min. Néri da Silveira, 18.3.97.

Regime Inicial de Cumprimento da Pena


Considerando que a norma da letra b do § 2º do
art. 33 do CP (“o condenado não reincidente, cuja pena seja
superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;”) prevê uma
faculdade para o juiz e não um direito do condenado, a
Turma afastou a alegação de constrangimento ilegal dirigida
contra decisão que, embora reconhecendo serem favoráveis
ao réu as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP - tanto que
a pena-base fora fixada no mínimo legal -, impusera-lhe o
regime fechado para o cumprimento da pena. Habeas corpus
indeferido por maioria, contra o voto do Ministro Marco
Aurélio, relator, que deferia a ordem para fixar como regime
de cumprimento inicial da pena o semi-aberto, nos termos do
art. 33, § 3º, do CP (“A determinação do regime inicial de
cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios
previstos no art. 59 deste código.”). HC 74.538-SP, rel. p/ac.
Min. Maurício Corrêa, 18.3.97.

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos

Pleno 19.3.97 20 e 24.3.97 18


1ª Turma 18 e 25.3.97 --------- 451
2ª Turma 18 e 25.3.97 25.3.97 594

CLIPPING DO DJ
21 de março de 1997

AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA N. 156-1 - questão de ordem


RELATOR : MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Ação Cível Originária. 2. Ação de reivindicação de
imóvel cumulada com a de anulação de título definitivo e de
transcrição no Registro de Imóveis, movida pela União Federal. 3.
Doação de área de terras feita pelo Estado do Mato Grosso à União
Federal, onde se encontra estabelecida a "Fazenda Experimental ou
Regional de Criação", no município de Campo Grande, hoje Capital
do Estado de Mato Grosso do Sul. 4. Alegação pelos réus de serem
proprietários de parte dessas terras (área aproximada de 70 hectares),
objeto da presente ação, com título originário do Estado de Mato
Grosso. 5. Criação posterior do Estado de Mato Grosso do Sul. 6.
Hipótese em que não cabia a denunciação da lide ao Estado de Mato
Grosso do Sul pelo Estado de Mato Grosso, por não se enquadrar em
qualquer das situações previstas no art. 70 do CPC, e assim é de ser
anulada. 7. O Estado de Mato Grosso, à sua vez, somente poderia
integrar a lide como litisdenunciado pelos réus adquirentes, ut arts.
95 e 96, § 2º, do Código de Processo Civil de 1939, e art. 70, I, do
CPC em vigor. Não houve dita denunciação da lide, sendo
indevidamente citado o Estado de Mato Grosso como réu. 8.
Resolvendo Questão de Ordem submetida pelo Relator ao Plenário,
este anulou a citação do Estado de Mato Grosso do Sul e excluiu da
relação processual o Estado de Mato Grosso, como réu, tendo, ainda,
em conta, não haver sucedido sua denunciação da lide, na forma da
lei. 9. Excluído o Estado de Mato Grosso, declara-se a
incompetência do Supremo Tribunal Federal para prosseguir no
feito, determinando-se, a remessa dos autos à Seção Judiciária de
Mato Grosso do Sul, da Justiça Federal de Primeira Instância, onde
se encontra o bem imóvel reivindicado.

ADIn N. 1478-1 - medida liminar*


RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - 1. Ação direta oposta a dispositivos da Lei nº 242,
de 29 de novembro de 1995, do Estado do Amapá, que criou o
Instituto de Previdência da Assembléia Legislativa, destinado, entre
outras finalidades, a proporcionar pensão aos deputados, com a
carência de oito anos e contribuição paritária, dos mesmos e do
Poder Legislativo, ao qual incumbe, além disso, satisfazer, com
recursos orçamentários próprios, a eventual necessidade de
complementação de meios de pagamento dos benefícios.
2. Relevância da fundamentação jurídica da inicial e
conveniência da suspensão das normas impugnadas, dada a fase
inaugural em que se encontra o regime de previdência em questão.
* noticiado no Informativo 39

HABEAS CORPUS N. 73668-8*


RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - "Habeas corpus". Alienação a terceiros de lotes sem
que o loteamento tivesse sido registrado no Registro de Imóveis (art.
50, parágrafo único, I, da Lei 6.766/79).
- Improcedência das alegações do impetrante.
Habeas corpus indeferido.
* noticiado no Informativo 32

HABEAS CORPUS N. 73781-1


RELATOR: MIN. FRANCISCO REZEK
EMENTA: HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
DO STF INEXISTENTE. TEMA NÃO APRECIADO PELO
TRIBUNAL DE ORIGEM. RECURSO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO. TRÂNSITO EM JULGADO PARA DEFESA.
PRECEDENTES DO STF. PEDIDO NÃO-CONHECIDO.
Tendo a sentença condenatória transitado em julgado para a defesa, e
o acórdão apreciado apelação do Ministério Público que tratou de
tema alheio ao da presente impetração, é competente para conhecer
do pedido o próprio tribunal de origem. Precedentes do STF.
Habeas corpus não-conhecido, determinando-se a remessa dos autos
ao tribunal de origem.

HABEAS CORPUS N. 74148-7


RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.
SENTENÇA: FUNDAMENTAÇÃO. CONFISSÃO
ESPONTÂNEA. CP, art. 65, III, d. REFORMATIO IN PEJUS.
(...)
III. - O acórdão incorreu em reformatio in pejus ao dar provimento
parcial à apelação da defesa para restabelecer a pena privativa de
liberdade, mesmo tendo afastado a pena de multa e restabelecido o
direito ao exercício profissional, porque a pena restritiva de direitos
é, sem dúvida, mais branda do que a pena privativa de liberdade,
ainda que cumprida em regime aberto.
IV. - H.C. deferido, em parte, para, mantido o cancelamento da
proibição do exercício profissional, restabelecer-se a substituição da
pena privativa de liberdade pelas penas de multa e de prestação de
serviços à comunidade, medida estendida aos demais réus em
situação idêntica à do paciente.

HABEAS CORPUS N. 74153-3


RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL.
PORTE DE ENTORPECENTE: ART. 16 DA LEI Nº 6.368/76.
REINCIDÊNCIA: EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.
COMPETÊNCIA DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
LEI Nº 9.099, DE 26.09.1995, QUE DISPÔE SOBRE OS
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS. SUSPENSÃO
DO PROCESSO (ART. 89).
"HABEAS CORPUS".
1. Em se tratando de crime de porte de entorpecente, a
competência, para o julgamento do recurso, era do Tribunal de
Justiça, e não do Tribunal de Alçada Criminal, em face do que
dispõe o art. 76, § 2º, da Constituição Estadual e o art. 179, III, do
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
2. Havendo sido o paciente absolvido em primeiro grau de
jurisdição e condenado pelo Tribunal de Justiça, em grau de
Apelação do Ministério Público, a sete meses de detenção; tendo
sido a pena-base, de seis meses, acrescida de um mês porque o
Tribunal afirmou ser o réu reincidente; constatando-se, porém, que,
quanto a esse delito anterior, já havia sido declarada extinta a
punibilidade pela prescrição, é de se concluir que foi indevido o
reconhecimento da reincidência.
3. Verificando-se, ainda, que o Tribunal de Justiça denegou o
"sursis" e impôs o regime semi-aberto, exatamente com base na
reincidência e que, presumivelmente, também por isso, deixou de
deliberar sobre eventual cabimento da suspensão do processo,
prevista no art. 89 da Lei nº 9.099, de 26.09.1995, é de se anular o
acórdão impugnado.
4. Deve, então, o Tribunal proceder a novo julgamento,
verificando, preliminarmente, se é caso de, em diligência, propiciar
ao Ministério Público a oportunidade para a proposta de suspensão
do processo, de que trata o art. 89 da Lei nº 9.099/95, com relação ao
paciente e aos co-réus. Caso o Tribunal entenda o contrário, julgará,
no mais, a apelação, como lhe parecer de direito, afastada, porém,
com relação ao paciente, a nota da reincidência.
5. Para tais fins, é deferido, em parte, o "Habeas Corpus".
6. O deferimento é parcial porque, em tais circunstâncias, não cabe
ao Supremo Tribunal Federal antecipar-se sobre o cabimento da
suspensão do processo e do "sursis", bem como sobre eventual
regime de cumprimento de pena, como pretendido na impetração.

HABEAS CORPUS N. 74244-1


RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Cerceamento de defesa não demonstrado.
Não obstam a execução do ato de expulsão o posterior casamento do
estrangeiro, tampouco o nascimento, anos depois, de seu filho
brasileiro.
Ao pedido de reconsideração, dirigido ao Presidente da República,
só se pode atribuir efeito suspensivo, quando apresentado no prazo
de dez dias, estabelecido pelo art. 72 da Lei nº 6.815-80.

HABEAS CORPUS N. 74354-4


RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL, PENAL E
PROCESSUAL PENAL.
PENA: COMUTAÇÃO. DECRETO PRESIDENCIAL Nº 1.242/94.
CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO, CONSIDERADO
HEDIONDO, POR LEI POSTERIOR À PRÁTICA DO DELITO
(LEI Nº 8.930/94). PRINCÍPIOS DA IRRETROATIVIDADE DA
LEI E DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA.
"HABEAS CORPUS".
1. Precedentes do Plenário e das Turmas do Supremo Tribunal
Federal têm proclamado que os Decretos concessivos de benefícios
coletivos de indulto e comutação de penas podem favorecer os
condenados por certos delitos e excluir os condenados por outros.
2. Essa exclusão pode fazer-se com a simples referência aos
crimes que a lei classifica como hediondos (Lei nº 8.072, de 1990),
mesmo sendo esta posterior à prática do delito.
3. A alusão, no Decreto presidencial de indulto e comutação de
penas, aos crimes hediondos, assim classificados na Lei nº 8.072, de
25.05.1990, modificada pela Lei nº 8.930, de 06.09.1994, foi uma
forma simplificada de referir-se a cada um deles (inclusive o de
homicídio qualificado), para excluí-los todos do benefício, o que,
nem por isso, significou aplicação retroativa desse diploma.
4. "Habeas Corpus" indeferido.

HABEAS CORPUS N. 74362-5


RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
(...)
- Em decorrência do disposto no artigo 12 do Código Penal, não foi
revogado o § 2º do artigo 1º do Decreto-Lei 201/67 (perda do cargo
e inabilitação temporária para o exercício de cargo ou função
pública, efetivo ou de nomeação) pela Lei 7.204/84 que aboliu as
penas acessórias.
- Improcedência da alegação de desproporção entre o
reconhecimento da pequena monta do prejuízo ao erário público
municipal e a pena de dois anos de reclusão e a inabilitação
impostas.
"Habeas corpus" indeferido.
* noticiado no Informativo 46

HABEAS CORPUS N. 74373-1


RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: "Habeas corpus".
- Inexistência de inépcia da denúncia.
- Quando há acusação de corrupção passiva na modalidade de
"receber, para si ou para outrem", essa modalidade de corrupção
passiva implica a existência de corrupção ativa na modalidade de
"oferecer vantagem indevida".
- Inexistência de omissão no acórdão recorrido.
"Habeas corpus" indeferido.

HABEAS CORPUS N. 74403-6


RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL
PENAL.
INQUÉRITO POLICIAL: REQUISIÇÃO POR PROMOTOR DE
JUSTIÇA CONTRA PREFEITO MUNICIPAL:
INADMISSIBILIDADE: PRERROGATIVA DE FORO (ARTIGO
29, INCISO X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL).
"HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO DE MINISTRO DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, QUE DENEGOU
MEDIDA LIMINAR PARA TRANCAMENTO DO INQUÉRITO:
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO S.T.F. (ART. 102, I, "i", DA
C.F.).
1. Tratando-se de "Habeas Corpus" contra decisão de Ministro do
Superior Tribunal de Justiça, compete ao Supremo Tribunal Federal
processá-lo e julgá-lo, originariamente (art. 102, I, "i", da C.F.).
2. Na inicial, pleiteia o impetrante a concessão de "Habeas
Corpus", para trancamento de Inquérito Policial, já instaurado por
requisição do Promotor de Justiça ao Delegado de Polícia local,
embora envolvendo, como indiciado, o Prefeito Municipal, que goza
de prerrogativa de foro, em eventual ação penal, junto ao Tribunal de
Justiça do Estado.
3. Não é caso, porém, de se trancar o Inquérito Policial, e sim de
se determinar sua remessa ao Tribunal de Justiça do Estado, que, em
princípio, é o competente para receber eventual denúncia contra
Prefeito Municipal e os que com ele forem denunciados.
4. "Habeas Corpus" deferido apenas em parte, ou seja, não para o
trancamento do Inquérito Policial, mas, sim, para sua remessa ao
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, que concederá vista
dos autos ao Procurador-Geral da Justiça, para requerer o que lhe
parecer de direito.
5. Fica, em conseqüência, confirmada a medida liminar, deferida
pelo Relator, no S.T.F., que suspendeu a realização do interrogatório
dos pacientes, marcada no referido Inquérito Policial.

HABEAS CORPUS N. 74454-1


RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. ALEGAÇÕES DE NULIDADES
NO INQUÉRITO. APLICABILIDADE PELO TRIBUNAL A QUO
DO ARTIGO 89 DA LEI Nº 9.099/95. SUSPENSÃO
CONDICIONAL DO PROCESSO.
Acordada, supervenientemente, pelas partes a suspensão condicional
do processo, na forma do art. 89 da Lei nº 9.099/95, restaram
superadas as alegações contidas no writ.
Ocorrência, no caso, da perda de objeto do habeas corpus.

HABEAS CORPUS N. 74478-8


RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROVA ILÍCITA. ESCUTA
TELEFÔNICA. FRUITS OF THE POISONOUS TREE. NÃO
ACOLHIMENTO.
Não cabe anular-se a decisão condenatória com base na alegação de
haver a prisão em flagrante resultado de informação obtida por meio
de censura telefônica deferida judicialmente. É que a interceptação
telefônica – prova tida por ilícita até a edição da Lei nº 9.296, de
24.07.96, e que contaminava as demais provas que dela se
originavam – não foi a prova exclusiva que desencadeou o
procedimento penal, havendo tão-somente corroborado as outras
licitamente obtidas pela equipe de investigação policial.
Habeas corpus indeferido.

HABEAS CORPUS N. 74575-0


RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL, PENAL E
PROCESSUAL PENAL.
POLÍCIA MILITAR. CRIME COMUM. CUMPRIMENTO DE
PENA EM PRESÍDIO COMUM. INADMISSIBILIDADE.
1. Enquanto não excluído da Polícia Militar, em procedimento
adequado, tem o paciente direito de cumprir a pena que lhe foi
imposta, mesmo por crime comum, em presídio militar.
2. "H.C." deferido para esse fim.
3. Precedentes.
* noticiado no Informativo 53

HABEAS CORPUS N. 74650-1


RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. PREFEITO MUNICIPAL.
JULGAMENTO POR ÓRGÃO FRACIONÁRIO. PRECEDENTES
DA CORTE.
Nada há de irregular no ato do Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás que atribui competência às Câmaras Criminais Isoladas para o
julgamento de prefeitos municipais. A regra do art. 29, inc. VIII, da
Constituição Federal revela prerrogativa de foro perante o Tribunal
de Justiça, mas não necessariamente perante o seu Plenário.
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Habeas corpus indeferido.

INQUÉRITO N. 1171-1 - questão de ordem


RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Inquérito. Pedido de arquivamento do
inquérito no que concerne a ex-Presidente da República.
Competência. 2. Se o Procurador-Geral da República pede o
arquivamento do inquérito, com relação ao ex-Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal não compete discutir a
procedência ou não da conclusão do Chefe do Ministério Público
Federal, quanto à inexistência de elementos nos autos para a
propositura da ação penal contra a autoridade sujeita à jurisdição da
Corte. É o que decorre da parte final do art. 28 do Código de
Processo Penal, bem assim do art. 3º da Lei nº 8038, de 28.5.1990, e
do art. 231, § 4º, do Regimento Interno do STF. 3. Hipótese em que
o Procurador-Geral da República, como titular da ação penal
pública, requer o arquivamento do inquérito policial, relativamente
ao ex-Presidente da República. 4. Determinação do arquivamento,
por cópia, do inquérito, de referência ao ex-Presidente da República,
tornando-se explícita, entretanto, a ressalva que se contém no art. 18
do Código de Processo Penal, segundo o qual, depois de ordenado o
arquivamento do inquérito, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
provas tiver notícias. Súmula nº 524. 5. Devolução do autos do
inquérito policial ao Juízo Federal, para os fins de direito,
referentemente aos demais indiciados, que não se compreendem na
competência originária do STF, prevista no art. 102, I, letras b e c, da
Constituição.

RE N. 156459-8
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Recurso extraordinário. 2. Concessão da
vantagem da "sexta-parte", disciplinada na Constituição e legislação
infraconstitucional paulistas, a servidores estáveis, com base nessas
normas locais. 3. Não se cuida, na espécie, de hipótese enquadrável
no art. 169, parágrafo único, da Constituição Federal, nem no art. 24
do ADCT de 1988. 4. Demanda dirimida à vista do direito local.
Incidência da Súmula 280. 5. De qualquer sorte, na espécie, não se
configuraria ofensa direta e imediata a dispositivos da Constituição
Federal, mas, tão-só, por via reflexa, se coubesse rediscutir a
controvérsia no âmbito das normas locais e se desse pela incorreta
conclusão do acórdão no ponto. Isso, entretanto, não é admissível no
plano do recurso extraordinário. 6. Recurso extraordinário não
conhecido.

RE N. 167658-2
RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PREVIDENCIÁRIO.
PROVENTOS DE APOSENTADORIA. CÁLCULO DO
BENEFÍCIO. ART. 202, I, E ART. 201, § 5º, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
1. O acórdão recorrido considerou não auto-aplicável o art. 202, I,
da C.F. (aposentadoria por idade), porque dependente da Lei nele
referida.
2. Nesse ponto deu solução correta à hipótese, conforme
precedentes do S.T.F.
3. No mais, ou seja, quanto à auto-aplicabilidade, ou não, do § 5º
do art. 201 da C.F., a questão somente haveria de ser apreciada, se a
aposentadoria, por idade, tivesse de ser deferida, pois só então se
teria de cuidar do "quantum" do benefício mensal.
4. R.E. não conhecido.
RE N. 192555-8
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Pensão. Valor correspondente à totalidade dos
vencimentos ou proventos do servidor falecido. Auto-aplicabilidade
do artigo 40, parágrafo 5º, da Constituição Federal.
Esta Corte, desde o julgamento do mandado de injunção nº211 e
263, firmou o entendimento de que o parágrafo 5º do artigo 40 da
Constituição Federal é auto aplicável, sendo que a lei nele referida
não pode ser outra senão aquela que fixa o limite de remuneração
dos servidores em geral, na forma do art. 37, XI, DA Carta Magna.
Recurso extraordinário não conhecido.

RE N. 200695-5
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Recurso extraordinário. Competência. 2.
Estado da Federação que possui Tribunal de Justiça Militar. 3.
Conflito de jurisdição entre auditor militar e juiz de direito.
Compete, nesse caso, ao Superior Tribunal de Justiça dirimir o
conflito, a teor do art. 105, I, letra "d", da Constituição, porque se
trata de dissídio entre juízes sujeitos a tribunais diversos. 4. Somente
nos Estados onde não houver Tribunal de Justiça Militar os auditores
militares estaduais ficam sujeitos ao Tribunal de Justiça do Estado, a
quem caberá julgar conflito de jurisdição entre esses magistrados e
os juízes de direito. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido
para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas
Gerais, determinando que o STJ conheça do conflito entre auditor
militar e juiz de direito, ambos do Estado de Minas Gerais, e o
decida como entender de direito.

RE N. 204441-5
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
PROVENTOS E PENSÕES INTEGRAIS. C.F., art. 40, §§ 4º e 5º.
TERMO INICIAL.
I. - O artigo 20 do ADCT não estabeleceu termo inicial para o gozo
do benefício. Este, o termo inicial, é a data em que teve vigência a
disposição constitucional de aplicabilidade imediata. C.F., art. 40, §§
4º e 5º.
II. - R.E. não conhecido.

RMS N. 21479-1
RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Mandado de segurança: prazo: irrelevância da
discussão sobre se, cuidando-se de militar, o termo inicial é a
publicação no Diário Oficial ou em Boletim Interno, se, ainda que
contado do último, o prazo de decadência venceu um dia antes do
ajuizamento do pedido.

Acórdãos publicados: 314

T R A N S C R I Ç Õ E
S

Com a finalidade de proporcionar aos leitores


do INFORMATIVO STF uma compreensão mais
aprofundada do pensamento do Tribunal,
divulgamos neste espaço trechos de decisões que
tenham despertado ou possam despertar de modo
especial o interesse da comunidade jurídica.

Crimes Contra a Ordem Tributária


ADIn 1.571 *

Ministro Néri da Silveira (relator)

Relatório: - O Dr. Procurador-Geral da República aforou ação direta


de inconstitucionalidade do art. 83, caput, da Lei nº9430, de
27.12.1996, que possui este teor: [...]
Fundamenta-se a inicial, nestes termos (fls. 2/3):

“2. A presente iniciativa atende à solicitação formulada pelos


membros do Ministério Público Federal lotados em São Paulo-SP -
anexada a esta petição para exame dessa Corte Suprema -, na qual
são apontados como violados os arts. 1º, 2º, 3º, 5º, caput e inciso
XXXV, 37, caput, 60, § 4º, inciso III, 129, inciso I, e 170 da
Constituição Federal.
3. Merece destaque, do requerimento formulado pelos ilustres
membros do Parquet, os argumentos aduzidos quanto ao art. 129,
inciso I, da Carta da República. Estabelece esta norma constitucional
que é função institucional do Ministério Público “promover,
privativamente, a ação penal pública”. Foi, portanto, confiado
somente ao Ministério Público a função constitucional de realizar o
juízo sobre a existência, ou não, de crime em tese a ensejar o
oferecimento de denúncia, ou seja, de decidir se há indício de
conduta delituosa capaz de fundamentar acusação criminal em juízo.
E tal missão, por ser exclusiva do Ministério Público por força da
mencionada norma constitucional, não pode ficar dependente da
iniciativa de outros órgãos ou pessoas, salvo em casos nos quais o
interesse pessoal do sujeito é considerado mais relevante pelo Estado
do que a exigência de repressão da conduta ilícita. Sobre o tema
escreve Damásio de Jesus:
[...]
4. Resulta daí que qualquer cidadão e, por maior razão,
qualquer órgão público tem o dever de noticiar imediatamente ao
Ministério Público toda prática de conduta criminosa,
principalmente aquelas que afrontam bens jurídicos tão relevantes
para o Estado e para a sociedade quanto a ordem tributária. Não cabe
ao cidadão ou ao órgão público realizar a opinio delicti, isto é, o
juízo sobre a existência, ou não, de ilícito penal, porquanto - frise-se
- tal função é privativa do Parquet.
5. No caso da norma ora impugnada, quando o legislador
ordinário condicionou a notitia criminis contra a ordem tributária “a
“decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do
crédito tributário”, afrontou o art. 129, inciso I, da Constituição
Federal, pois, em última análise, condicionou o exercício da função
institucional do Ministério Público de promover a ação penal pública
pela prática de crimes contra a ordem tributária.”

Pleiteia o autor liminar para que seja suspensa até o


julgamento final da ação, a norma impugnada, diante da relevância
dos fundamentos do pedido, bem assim do periculum in mora,
“consistente na protelação da repressão penal rápida e eficiente e na
possibilidade de vir a prescrever a pretensão punitiva do Estado
quanto aos crimes contra a ordem tributária em decorrência da
demora no envio da notitia criminis ao Ministério Público, já que,
pelo dispositivo citado, a representação fiscal para fins penais
somente será encaminhada depois de decisão administrativa final da
Receita Federal”.
Diante do pedido de cautelar, submeto ao Plenário o feito.
É o relatório.

Voto: Insere-se a norma impugnada no capítulo das “Disposições


Finais” da Lei nº 9430, de 27.12.1996, que dispõe sobre a legislação
tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o
processo administrativo de consulta, e dá outras providências.

Reza o art. 83 da Lei 9430/1996:

“Art. 83 - A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes


contra a ordem tributária definidos nos arts. 1º e 2º da Lei nº8137, de
27 de dezembro de 1990, será encaminhada ao Ministério Público
após proferida decisão final, na esfera administrativa, sobre a
exigência fiscal do crédito tributário correspondente.”

Os arts. 1º e 2º, da Lei nº 8137/1990, referidos na norma


impugnada, descrevem os crimes praticados por particulares contra a
ordem tributária.
Dispõem os arts. 1º e 2º aludidos:

“Art. 1º - Constitui crime contra a ordem tributária


suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas:
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às
autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo
elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em
documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata,
nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação
tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar
documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório,
nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou
fornecê-la em desacordo com a legislação.
Pena - reclusão, de 2(dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. - A falta de atendimento da exigência
da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido
em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou
da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a
infração prevista no inciso V.

Art. 2º - Constitui crime da mesma natureza:


I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre
rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total
ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo
ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de
sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o
contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela
dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo
fiscal;
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o
estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por
órgão ou entidade de desenvolvimento;
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de
dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir
informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.”

O capitulo VI, segundo verifiquei do exame do Projeto de


Lei nº 2448-A, de 1996, de origem executiva, dele não constava,
resultando, pois, de inserção por via de emenda legislativa.

Dispondo o art. 83, da Lei nº 9430/1996, sobre a


representação fiscal, há de ser compreendido nos limites da
competência do Poder Executivo, o que significa dizer, rege atos da
administração fazendária. Prevê, desse modo, o momento em que as
autoridades competentes dessa área da Administração Federal
deverão encaminhar ao Ministério Público Federal os expedientes
contendo notitia criminis, acerca de delitos contra a ordem tributária,
previstos nos arts. 1º e 2º, da Lei nº 8137/1990. Estipula-se, para
tanto, que a representação fiscal seja feita, “após proferida decisão
final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito
tributário correspondente”.

Bem de entender, assim, é que a norma não coarcta a ação


do Ministério Público Federal, a teor do art. 129, I, da Constituição,
no que concerne à propositura da ação penal. Dela não cuida o
dispositivo, imediatamente. Decerto, tomando o MPF, pelos mais
diversificados meios de sua ação, conhecimento de atos criminosos
na ordem tributária, não fica impedido de agir, desde logo,
utilizando-se, para isso, dos meios de prova a que tiver acesso. É de
observar, ademais, que, para promover a ação penal pública, ut art.
129, I, da Lei Magna da República, pode o MP proceder às
averigüações cabíveis, requisitando informações e documentos para
instruir seus procedimentos administrativos preparatórios da ação
penal (CF, art. 129, VI), requisitando também diligências
investigatórias e instauração de inquérito policial (CF, art. 129,
VIII), o que, à evidência, não se poderia obstar por norma legal, nem
a isso conduz a inteligência da regra legis impugnada ao definir
disciplina para os procedimentos da Administração Fazendária.
Decerto, o art. 83 em foco quer não aja a Administração, desde logo,
sem antes concluir o processo administrativo fiscal, mas essa
conduta imposta às autoridades fiscais não impede a ação do MP,
que, com apoio no art. 129 e seus incisos, da Constituição, poderá
proceder, de forma ampla, na pesquisa da verdade, na averigüação
de fatos e na promoção imediata da ação penal pública, sempre que
assim entender configurado ilícito, inclusive no plano tributário. Não
define o art. 83, da Lei nº 9430/1996, desse modo, condição de
procedibilidade para a instauração da ação penal pública, pelo MP,
que poderá, na forma de direito, mesmo antes de encerrada a
instância administrativa, que é autônoma, iniciar a instância penal,
com a propositura da ação correspondente.
Assim sendo, não tenho, desde logo, como relevantes os
fundamentos da inicial, em ordem a suspender a vigência do art. 83
da Lei nº 9430/1996, neste juízo cautelar. Indefiro a liminar.

* acórdão ainda não publicado

Assessores responsáveis pelo Informativo


Altair Maria Damiani Costa
Maria Ângela Santa Cruz Oliveira
Márcio Pereira Pinto Garcia
informativo@stf.gov.br

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