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3/10/2014 ConJur - Acordo entre Brasil e EUA sobre dados sigilosos assusta tributaristas

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CIDADÃOS VIGIADOS

Acordo permite troca de dados sigilosos


entre Brasil e EUA e assusta tributaristas
27 de setembro de 2014, 10:00 Imprimir Enviar por email 410 50 2

Por Livia Scocuglia

O Brasil assinou, nesta terça-feira (23/9), acordo de cooperação sobre troca


automática de informações tributárias com os Estados Unidos. Isso significa
que informações sobre contribuintes norte-americanos no Brasil serão
encaminhadas pelas instituições financeiras para a Secretaria da Receita
Federal do Brasil e depois repassadas ao Internal Revenue Service (IRS) dos
EUA.

Por sua vez, a Receita receberá informações sobre movimentações


financeiras de contribuintes brasileiros em instituições financeiras dos EUA.
O Acordo de Cooperação Intergovernamental (IGA) foi assinado pelo LEIA TAMBÉM
ministro da Fazenda Guido Mantega e a embaixadora dos Estados Unidos no CONSULTOR TRIBUTÁRIO
Brasil Liliana Ayalde. Brasil e os Estados Unidos já têm acordo para Federalismo cooperativo exige
intercâmbio de informações tributárias Tax Information Exchange reformas política e tributária
Agreement (TIEA). O primeiro passo para o acerto foi o Decreto 8.303,
CHECK-UP JURÍDICO
publicado no dia 8 de setembro, noticiado pela ConJur — clique aqui para
Advogados americanos oferecem
ler.
assessoria jurídica por um dia
O acordo gerou opiniões divergentes entre os especialistas em Direito
DIREITO E DESENVOLVIMENTO
Tributário e Internacional. Segundo o advogado Sergio Tostes, sócio do
Desafio para reforma tributária é
Tostes e Associados Advogados, esse acordo de cooperação está em linha
superar ideia de reformas pontuais
com outros acordos já assinados por Brasil e Estados Unidos em matéria
fiscal e prevê o crescimento de iniciativas que permitam a troca de SOLUÇÃO DE CONFLITO
informações entre países. Portugal tem exemplo aplicável de
arbitragem em discussões fiscais
Com isso, segundo ele, haverá a cooperação recíproca para impedir evasões
fiscais e dificultar delitos financeiros, principalmente de desvio de dinheiro
público e transferência de resultado de transações ilícitas, especialmente de
drogas e tráfico de pessoas e órgãos humanos. “É mais do que tempo de
Brasil e EUA retomarem negociações para um Acordo de Bitributação, numa
época em que acordos bilaterais entre países tendem a ser mais factíveis do
que acordos multilaterais”, opina.
Facebook Twitter
O tributarista Raphael Fernandes da Silveira Polito, do Rayes & Fagundes
Advogados Associados, lembra que desde 2011 o Brasil assumiu o
RSS Feed
compromisso com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) de implementar políticas de compartilhamento de
informações bancárias, e por isso, já era esperada uma evolução no acordo
de intercâmbio de informações tributárias assinado com os EUA para a
inclusão de modalidades automáticas de troca.

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3/10/2014 ConJur - Acordo entre Brasil e EUA sobre dados sigilosos assusta tributaristas

“O caso do Brasil é diferente do de outros países, principalmente da América


Latina, porque a nossa Receita também tem grande interesse nas
informações que serão prestadas pelos EUA sobre divisas de brasileiros
naquele país. Mas, no contexto global, essa ação do Ministério da Fazenda
apenas se coaduna com uma tendência global de leis de transparência
similares à americana Fatca”, comenta. Ele se refere ao Foreing Account Tax
Compliance Act, dos Estados Unidos, ao qual o Brasil aderiu no ano passado
e que permite aos Fiscos de diferentes países trocar informações úteis entre
si sobre investimentos e movimentações financeiras de seus cidadãos.

De acordo com o tributarista Lucas Bizzotto Amorim, do Marcelo Tostes


Advogados, o acordo assinado reflete o progresso do diálogo diplomático em
relação às matérias tributárias. “O ideal é que essa aproximação possa
culminar, futuramente, num acordo que evite a bitributação, possibilitando
o aumento de investimentos entre os dois países. Ao mesmo tempo, espera-
se que a ampliação do acesso à informação não resulte em um processo
inquisitório por parte do Fisco nacional, uma vez que isso pode desencorajar
a troca de riquezas entre os EUA e o Brasil”, afirma o especialista.

Ilegal e inconstitucional
Por outro lado, para alguns especialistas, o acordo entre os governos
brasileiro e americano é ilegal e inconstitucional. Para o tributarista André
Felix Ricotta de Oliveira, sócio do escritório Innocenti Advogados Associados
e também juiz do Tribunal de Tribunal de Impostos e Taxas da Sefaz-SP, o
acordo fere o princípio constitucional da privacidade.

“A lei determina que as instituições conservem em sigilo suas operações


ativas e passivas e serviços prestados, sendo que a quebra do sigilo só pode
ser decretada, se houver necessidade, em fase de inquérito ou processo, ou
seja, de apuração do ilícito. É preciso, no mínimo, haver um processo de
investigação e estarem presentes requisitos mínimos que demonstrem estar
ocorrendo ilícito, e a quebra do sigilo é essencial para tal comprovação”.

O advogado Artur Ricardo Ratc, sócio do Ratc & Gueogjian, o acordo não
pode suprimir o direito constitucional à inviolabilidade do sigilo da pessoa,
ainda que vise a celeridade na troca de informações entre os contribuintes
dos dois países. “O sigilo das movimentações financeiras e informações
tributárias de acordo com a jurisprudência do STF, pacificada no Recurso
Extraordinário 389.808, é no sentido de impedimento de a Receita Federal
ter acesso às informações irrestritas do contribuinte sem que haja
autorização judicial.”

Ele defende a importância de direitos fundamentais como o do devido


processo legal e do contraditório para o acesso às informações tributárias
entre os Estados, com o “fim de resguardar a confidencialidade exigida
na relação entre contribuinte e Estado".

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Livia Scocuglia é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 27 de setembro de 2014, 10:00

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COMENTÁRIOS DE LEITORES
1 comentário

APOIO
Prætor (Outros)
27 de setembro de 2014, 10:19h

Excelente notícia. Quem sabe assim não se estanca a evasão ilícita de divisas?

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