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MATERNO À GRAVIDEZ
Se inicia com a presença de células trofoblásticas altera homeostase local
Sinalização hormonal passa a mudar o restante do organismo
o Placenta é origem de muitos desses sinais
Função endócrina
Resposta vascular (prostaciclina)
Adaptações vêm da
o Reação orgânica ao feto (aloenxerto)
o Sobrecarga hormonal materna
o Ação mecânica do útero
SISTEMA CIRCULATÓRIO
ADAPTAÇÕES HEMATOLÓGICAS
ERITRÓCITOS
Aumentam em número absoluto em cerca de 450 mL
Maior aumento é durante o 3º trimestre
↑ eritropoietina ↑ produção de hemácias
o Elevação discreta de reticulócitos
↓ da concentração de hemoglobina (CHCM?)
Hematócrito também reduzido (~32%)
LEUCÓCITOS
Leucocitose fisiológica
o 5000 a 14000/mm³
o Durante parto, chegam a 29000/mm³
↑ de neutrófilos, porém com função deprimida
↑ PCR perto ao parto
↑ VHS por conta do aumento de fibrinogênio
PLAQUETAS
↓ discreta das plaquetas
o Acontece pela hemodiluição e pelo consumo de plaquetas
o Aumento de tromboxano A2 ↑ agregação plaquetária
Plaquetopenia: < 100000/mm³
Volta a crescer após o parto, normalizando em 3 ou 4 semanas
Estado de hipercoagulabilidade
o Aumento de eventos tromboembólicos
o ↑ fibrinogênio e fatores XVII-X
o ↓ dos fatores XI e XIII
o Tempo de coagulação e sangramento não se alteram
o Eventos tromboembólicos também podem estar relacionados a outros elementos da tríade
de Virchow
o Desaparecem em 1 hora após dequitação
Inibição do sistema fibrinolítico
Estase venosa coagulação intravascular possível
METABOLISMO DO FERRO
Demanda alta leva a deficiência de ferro
o Consumo pela unidade fetoplacentária
o Utilização na produção de Hg e mioglobina
o Depleção por perda sanguínea e aleitamento
Sem reposição anemia ferropriva
↑ ainda maior da demanda na segunda metade da gravidez
ADAPTAÇÕES CARDIOVASCULARES
Estado de hipercinesia
ADAPTAÇÕES HEMODINÂMICAS
Cardiopatas, portadoras de HAS e distúrbio hiperdinâmico podem sofrer com as mudanças
Modificações circulatórias começam com 6 semanas e estão estabilizadas entre o fim do primeiro tri e
o início do segundo
↑ da FC basal em 15 a 20 bpm
↑ do volume sistólico
Decorre aumento do débito cardíaco (FC x VS)
o Chega a ser 50% maior
Cresce no primeiro trim, estabiliza na 24ª semana e chega ao ápice no pós-parto imediato (aumento
do retorno venoso)
Posição pode reduzir DC
o Supina reduz em 25 a 30%
o Decúbito lateral esquerdo faz compressão da cava e reduz RV
↑ da prostaciclina vasodilatação sistêmica
Refratariedade a ATII e catecolaminas contribui para a vasodilatação
Aumento da produção de NO (vasodilatador)
Surgimento da circulação útero placentária
o Funciona como “shunt”
Todos esses fatores ↓ ↓ ↓ a RPT
o Leva a ↓ da PA
Principalmente no segundo tri
Principalmente da pressão diastólica
Volta ao normal, perto do parto
Aumento da pressão venosa nos mmii
o Compressão das veias pélvicas pelo útero
o Leva a edema, hipotensão, varizes, hemorroidas
Hipotensão supina
o ↓ do DC reflexo vasovagal, bradicardia, hipotensão, lipotímia
CORAÇÃO
Elevação do diafragma alteração da posição cardíaca
o Desvio para cima e esquerda
o Aumento da imagem cardíaca
↑ volume cardíaco (↑ VS e hipertrofia dos miócitos)
Pequenas alterações de ritmo
Sopro cardíaco sistólico é comum
o Desdobramento de B1
ADAPTAÇÕES ENDÓCRINAS
HIPOTÁLAMO
↑ de hormônios hipotalâmicos na circulação
o Decorre da produção placentária de hormônios idênticos
o GnRH, CRH, TRH, GHRH
HIPÓFISE
Passa por processo de hipertrofia e hiperplasia
o Principalmente dos lactóforos (decorrente da ação do estrogênio)
o Volume e peso chegam a dobrar
↑ de até 10x na produção de prolactina
o Preparação das glândulas mamárias
↑ GH ao longo da gestação
hCG-α
o Estimula função tireoidiana por semelhança ao TSH
Feedback negativo reduz a produção hipofisária de TSH
Volta ao normal nos segundo e terceiro trimestres
↑ progesterona Hormônio melanotrófico da hipófise (MSH)
↑ ACTH
Ocitocina se mantém estável até o parto
TIREÓIDE
Três modificações alteram sua função
o Redução do iodo sérico pelo aumento da TFG
o Estimulação direta dos receptores de TSH pelo hCG
o Aumento da TGB (thyroxine-binding globulin) aumento da fração ligada a hormônios
Estimulada pelo ↑ estriol
As alterações levam a sobrecarga funcional da tireóide
o Não costuma levar a aumento volumétrico
o Bócio deve ser investigado
PARATIREÓIDES
Demanda de cálcio é maior na gravidez e lactação
o 300 a 1000mg/dia, durante lactação
↑ TGF ↑ excreção do cálcio
Hemodiluição ↓ albumina (ligada a 50% do cálcio total) Decréscimo do nível sérico total
o Sem alterar, entretanto, o cálcio iônico e o corrigido pela albumina
o Não há benefício, portanto, na suplementação de cálcio em gestantes normais
↓ do paratormônio (PTH) no primeiro trimestre
o Aumenta novamente, ao longo da gestação
ADRENAIS
↑ do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
↑ Sistema renina-angiotensina-aldosterona
Resultam em hipercortisolismo e hiperaldosteronismo
↑ do cortisol
o Devido ao aumento de sua meia vida e redução de excreção
o Unidade fetoplacentária produz CRH e ACTH
o No 3° tri, 3x mais alto que o basal
↑ da aldosterona
o Mantém balanço eletrolítico do sódio
↑ androstenediona e testosterona
OVÁRIOS
Produção de progesterona pelo corpo lúteo
o Até a 7ª semana, quando o trofoblasto cresce para manter sua autonomia hormonal
Produção de relaxina
o Relaxamento das fibras colágenas e musculares acomodação da gestação
↑ produção de andrógenos
o Não afeta o bebê, pois a placenta os converte em estradiol
ADAPTAÇÕES METABÓLICAS
Ganho de peso
o Grande parte pelo componente hídrico intra e extravascular
o Acúmulo de componentes energéticos e estruturais
o Distribuição prioriza território uterino e fetoplacentário, mamas e estruturas vasculares
Demandas calóricas aumentam ao longo da gestação
Na primeira fase, de anabolismo materno aporte direcionado para reservas maternas
Na segunda fase, de catabolismo materno aporte energético e reservas direcionados para o
crescimento do feto
CARBOIDRATOS E LIPÍDIOS
Na fase anabólica
o Redução de glicemia em jejum e basal favorecimento do armazenamento de gordura por
glicogênese hepática e transferência de glicose para o feto
o Desencadeadas por estrógeno e progesterona
Na fase catabólica
o Lipólise
o Neoglicogênese
o Resistência periférica à insulina
Prolactina e hLP hipertrofia e hiperplasia de células β pancreáticas
Hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia
o Acontece pela produção placentária de hormônios “diabetogênicos”
GH, CRH, progesterona e, principalmente, hormônio lactogênico placentário (hLP)
Ambiente hiperglicêmico busca satisfazer maior demanda energética do fetp no terceiro tri
o Favorece transporte de glicose pela placenta
Gestante usa mais lipídios manter desvio de glicose para o feto
o Em jejum, ↑ ácidos graxos, triglicerídios e colesterol cetonemia
o “Jejum acelerado”
Resistência à insulina
o ↓ de 40 a 70% da sensibilidade
o Principalmente após a 26ª semana ↑ progressivo do hLP
o Desequilíbrio no metabolismo de carboidratos nessa época pode gerar DM gestacional
o Prolactina, TNF, leptina e adiponectina também participam do processo
Tecido adiposo produz adipocinas
o Leptina e adiponectina
o Leptina aumenta, mas gestantes desenvolvem resistência relativa à leptina
o Adiponectina mais baixa
Glicosúria leve
PROTEÍNAS
Acúmulo de 1000g de proteína durante a gestação
o Metade é direcionada para o feto e anexos
o A outra metade supre musculatura uterina hipertrofiada, desenvolvimento mamário,
hipervolemia plasmática e hiperplasia dos eritrócitos
Aumento da albumina total
o Redução da concentração plasmática
MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS
PELES E ANEXOS
SISTEMA ESQUELÉTICO
SISTEMA DIGESTÓRIO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Ingurgitamento e edema da mucosa nasal
o Aumento de obstrução, sangramento, rinite
o Atinge faringe e laringe pode dificultar intubação
Caixa torácica
o Elevação do diafragma
o ↑ capacidade de excursão do diafragma
o Aumento do volume abdominal ↓ amplitude do movimento diafragmático
Capacidade vital = (↓) VRE + (↑) VC + VRI
o Sem modificação na CV
o Readaptação dos volumes
↑ Volume corrente
↓ Reserva expiratória
o Oxigênio excede em 20 a 30% as necessidades
o ↑ da capacidade inspiratória
o ↓ capacidade residual funcional
Capacidade pulmonar total reduzida
FR sem grandes alterações
↓ da pCO2
o Facilita excreção fetal
↑ condução aérea pulmonar
↓ resistência aérea e vascular
o Progesterona Facilidade de movimentação do ar nas estruturas brônquicas e alveolares
Sensação de dispneia
Congestão nasal é queixa normal
SISTEMA URINÁRIO
MODIFICAÇÕES LOCAIS DO
ORGANISMO SISTÊMICO
ÚTERO
MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS
Coloração uterina violácea aumento da vascularização e vasodilatação venosa
Retenção hídrica do espaço extravascular (terceiro espaço? + células?) útero amolecido
Consistência uterina muda com a vigência de contração uterina ou aumento do tônus
Alterações de peso e volume
o 60 a 70g 700 a 1200g
o 10 ml 5L (podendo chegar a 20L)
o 7 cm de comprimento, 5 de largura, 2 a 3 de espessura 30x25x22 cm
Camadas uterinas
o Externa peritônio visceral, recobre o corpo uterino
o Interna endométrio, sofre reação decidual
o Intermediária miométrio, maior número de modificações
Endométrio
o Formação das decíduas basal (envolve embrião) e parietal (onde não houve implantação)
o Decídua reflexa envolve o concepto e se funde à parietal na 16ª semana
Até 12 semanas, útero ainda é intrapélvico
o Sinal de Piscacek Forma assimétrica decorrente da implantação
A partir da 12º, até a 20ª
o Forma esférica e torna-se abdominal
o Sinal de Noble-Budin peso uterino e amolecimento dos tecidos adjacentes levam útero a
ocupar fórnices laterais da vagina
↓ da anteversoflexão
Dextrorrotação do útero
o Desvia para a direita e gira
o Borda esquerda se torna anterior, direita, posterior
2ª metade da gestação
o De início, pode haver comprometimento vascular isquemia relativa
o Conversão mudança de forma para melhor suprimento sanguíneo local
Alongamento das fibras
MIOMÉTRIO
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO
COLO UTERINO
OVÁRIOS
MAMAS
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
SINAIS DE PRESUNÇÃO
4 SEMANAS
Amenorreia sinal mais precoce
o Ausência do CATAMÊNIO!!!
5 SEMANAS
Náuseas
o Mais de 50% das mulheres
o Matutinas, principalmente no 1º trimestre
o Vômitos e anorexia podem acontecer
o Pode haver, ao contrário, apetite aumentado e perversão (pica)
Congestão mamária
o Com 5 semanas
o 8ª semana aréola primária aumentada, tubérculos de Montgomery
o 16ª semana colostro
Aumento da circulação venosa, rede de Haller
o 20ª semana aréola secundária
6 SEMANAS
Polaciúria
o Habitual no 2º e 3º mês
o Decorre do aumento de volume uterino e anteflexão acentuada compressão da bexiga
o No 2º trimestres, cessa, voltando nas duas últimas semanas
SINAIS DE PROBABILIDADE
6 SEMANAS
Amenorreia
o Aleitamento e menopausa
o Patológicas, principalmente emocional
o Perda sanguínea cíclica pode não anular prenhez
Aumento do volume uterino
o Toque combinado Útero palpável acima da sínfise púbica
8 SEMANAS
Alteração da consistência uterina
o Útero vazio é firme
o Grávido, é cístico, elástico-pastoso, principalmente no istmo Sinal de Hegar
Alteração da forma uterina
o Útero cresce inicialmente de forma assimétrica
o Desenvolve-se mais na zona de implantação
o Sensação tátil de abaulamento e amolecimento localizados, com sulco separando as regiões
Sinal de Piskacek
o Fórnices vaginais ocupados pelo corpo uterino Sinal de Nobile-Budin
o Batimentos do pulso vaginal palpáveis no fundo de saco Sinal de Osiander
Hipertrofia do sistema vascular
o Coloração violácea da vulva Sinal de Chadwick (Jacquemier)
A mesma coloração na vagina Sinal de Kluge
16 SEMANAS
Aumento do volume abdominal
SINAIS DE CERTEZA
14 SEMANAS
Sinal de Puzos
o Rechaço fetal intrauterino
o Obtém-se ao pressionar o fundo de saco anterior sensação de rechaço
18 SEMANAS
Percepção/palpação dos movimentos ativos do feto
Palpação dos segmentos fetais (cabeça e membros)
20-21 SEMANAS
Auscultação
o Identificação dos BCF mais fidedigna
o Comprovação com estetoscópio de Pinard substituída pelo doppler
DIABETES GESTACIONAL
HISTÓRICO
CLASSIFICAÇÃO
DIABETE TIPO 1
DIABETE TIPO 2
DIAGNÓSTICO DA DM NA GESTAÇÃO
Estudo HAPO
o Glicemia de jejum na 1ª consulta de pré-natal
o TTGO/TOTG 75g – entre 24 a 28 semanas
o Pacientes que não tiveram o dx de DM firmado
Fatores de risco
o > 35 anos (ou 25 anos)
o Obesidade ou ganho excessivo de peso na gestação
o IMC > 25kg/m2
o Antecedente pessoal de de DMG
o Antecedente familiar de DM
o Macrossomia ou polidrâmnio em gestação anterior
o Óbito fetal sem causa na gestação anterior
o Malformação fetal em gestação anterior
o Uso de drogas hiperglicemiantes
o SOP, HAS
DIABETES GESTACIONAL
Morbidade materna
o Pré-eclâmpsia
o Lesões vasculares
o Infecção puerperal
o ITU e pielonefrite
o Cetoacidose
o OBS.: Glicosúria é fisiológica
Morbimortalidade
o Abortamentos
Acidose metabólica fetal
o Malformações e abortamentos
o Mortes fetais tardias
Não ocorrem na paciente com DMG que não usa insulina
Malformações congênitas
o Síndrome de regressão caudal (600x mais frequente)
o Anomalias mais comuns são cardíacas, defeitos de tubo neural, vários órgãos e sistemas
o Se relacionam com as classes mais altas de Priscilla White (D e F)
o 50% da mortalidade perinatal malformações
Morbimortalidade neonatal
o Macrossomia fetal e feto GIG
Hiperglicemia materna hiperglicemia fetal hiperinsulinismo fetal (anabolismo
macrossomia
Insulina fetal lipogênese, síntese de glicogênio, síntese proteica
Controle da glicemia reduz drasticamente o nascimento de fetos macrossômicos
o Polihidrâmnio
Hiperglicemia por efeito osmótico do LA ↑ captação de H2O
o RCIU, oligodrâmnio
o Síndrome do Desconforto Respiratório
Hiperinsulinemia fetal retardo do pulmão fetal
o Hipoglicemia neonatal
Hiperinsulinemia fetal hipoglicemia neonatal
o Herança da doença na vida futura
CONDUTA CLÍNICA
Assistência pré-concepcional
Insulina e ácido fólico
Exames
o Hg glicosilada, ureia, creatinina, Na, K, proteínas totais
o Proteinúria de 24h
o Fundoscopia
o ECG e USG